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1.

Lei 8112 e Servidores Públicos

De acordo com a Lei n° 8.112/1990, a responsabilidade civil do servidor público


demanda prova de culpa ou dolo, considerando que a responsabilidade civil dos servidores dá-
se sob a modalidade subjetiva.

LEI 8.112/90

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
de suas atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou


culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será


executada, até o limite do valor da herança recebida.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADM PÚBLICA >> OBJETIVA

RESPONSABILIDADE CIVIL DO SERVIDOR PÚBLICO EM SERVIÇO >> SUBJETIVA (AÇÃO


REGRESSIVA DA AP CONTRA ESTE)

Conduta comissiva = responsabilidade Objetiva (Conduta + Dano + Nexo) – independe


de dolo ou culpa.

Conduta omissiva = responsabilidade Subjetiva (Conduta + Dano + Nexo + Dolo ou Culpa


do agente)

Em regra, não há necessidade de motivar o ato de exonerar o ocupante de cargo em


comissão, pois é de livre exoneração. Porém, caso motive, este deve ser VERDADEIRO - é a
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES - Motivei, todavia de forma falsa = nulidade do ato por
vicio no MOTIVO. Caso motive, a motivação vincula a adm.

Art. 37 da CF

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

V - (...) os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira (...),


destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Lei 8.112. Art. 35: A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de


confiança dar-se-á:

I) a juízo da autoridade competente;

II) a pedido do próprio servidor.

Lei 8112. Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

Art. 130. § 2º. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento
ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros


cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente,
se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Lei 8.112. Art. 1º. Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos CIVIS da
União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

De acordo com a Lei n° 8.112/1990, o servidor que, a serviço, afastar-se da sede em


caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior terá
direito ao recebimento de diária que será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela
metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear,
por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.

DIÁRIAS:
→ FINALIDADE: INDENIZAR DESPESAS COM POUSADA, ALIMENTAÇÃO E LOCOMOÇÃO.

→ CARÁTER: EVENTUAL OU TRANSITÓRIO

→ LOCAL: OUTRO PONTO DO TERRITÓRIO NACIONAL OU EXTERIOR

DADA PELA METADE:

- QUANDO O DESLOCAMENTO NÃO EXIGE PERNOITE FORA DA SEDE

- QUANDO A UNIÃO PAGA AS DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS POR DIÁRIAS

NÃO FAZ JUS ÀS DIÁRIAS:

- SERVIDOR QUE SE DESLOCAR DE FORMA PERMANENTE

- SERVIDOR QUE SE DESLOCAR DENTRO DA MESMA REGIÃO- EXCETO SE HOUVER


PERNOITE FORA DA SEDE

CABE RE5TITUIÇÃO INTEGRAL NO PRAZO DE 5 DIAS (AQUI O SERVIDOR NÃO TEM


QUERER, ELE É OBRIGADO A RESTITUIR): QUANDO O SERVIDOR RECEBE AS DIÁRIAS E NÃO SE
AFASTA POR QUALQUER MOTIVO.

Lei 8.112.

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório
para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e
locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento

§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando
o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso,
as despesas extraordinárias cobertas por diárias.

§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do


cargo, o servidor não fará jus a diárias.

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo,
fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o


previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto
no caput.
LEI 8112. Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou
entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
seguintes hipóteses:

I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;

§ 1º. Na hipótese de que trata o inciso I do caput, sendo a cessão para órgãos ou
entidades dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, o ônus da remuneração será do
órgão ou da entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos.

Cessionário - Pessoa física ou jurídica beneficiada com a cessão. É diferente do Cedente


que é quem faz a cessão. O cedente cede, (a qualquer título: doação, venda, empréstimo). O
Cessionário recebe.

União cede para E/DF/M - O cessionário paga. (Ex: TRF cede para TJ do Estado de SP , TJ
paga)

União cede para União - O cedente paga. (Ex: TRF cede para TRT, TRF paga)

União cede para EP/SEM - O cedente paga e o cessionário reembolsa. (Ex: TRF cede para
Petrobras, TRF paga e a Petrobras reembolsa (o servidor pode optar pela remuneração).

CF. Art. 37.

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

LEI 8112

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

Integram o universo de agentes alcançados pelo teto remuneratório constitucional,


previsto no artigo 37, XI, da Constituição Federal, os servidores públicos ocupantes de cargos,
funções e empregos públicos na Administração direta, autárquica e fundacional, os membros de
quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, os
detentores de mandato eletivo e os demais agentes políticos, assim como os empregados de
empresas públicas e sociedades de economia mista e subsidiárias dependentes.

Art. 37 XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos


públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos;

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia


mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

Cada ente da federação possui regras próprias sobre o teto:

1. União: há apenas o teto geral do subsídio de Ministro do STF.


2. Estados e DF: há tetos especiais para cada poder:

- Poder Executivo: o subsídio mensal do Governador;

- Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Estaduais ou Distritais;

- Poder Judiciário, MP, Procuradores e Defensores Públicos: o subsídio dos


Desembargadores. 90,25% STF

3. Municípios: o teto é o subsídio do prefeito

A apuração e aplicação de sanções aos servidores públicos decorre de forma mediata


do poder hierárquico e de forma imediata do poder disciplinar. Por essa razão, as bancas de
concurso costumam considerar precipuamente o poder disciplinar ao tratar das sanções
aplicadas aos servidores.

Sabemos que o poder disciplinar é descrito pela doutrina como discricionário, o que é
explorado nesta questão, mas a discricionariedade é uma regra geral que admite várias
exceções.

Não há discricionariedade quanto ao dever de punir quem comprovadamente pratica


infração disciplinar, assim como não existe discricionariedade quanto ao dever de apurar
infrações.

A discricionariedade será observada eventualmente na gradação da penalidade ou no


enquadramento da conduta em uma outra infração a depender das circunstâncias do caso
concreto.

A discricionariedade da Administração na aplicação de penalidades ocorre:

1. Quando A LEI se vale de conceitos jurídicos indeterminados.

Ex: A pratica de conduta escandalosa ocasiona a demissão. O que é exatamente essa


conduta? Não sabemos e a lei não diz, por isso é apurada no caso concreto. Logo há uma certa
margem de discricionariedade para tipificar a conduta. Já a pena é vinculada, não posso por
exemplo aplicar a suspensão. Todavia, quando a lei traz como hipótese de demissão ofensa
física, aqui é totalmente vinculado, tanto a conduta quanto a pena.

2. No "quantum" da pena de suspensão - A suspensão é até 90 dias (a discricionariedade


está no ATÉ... de 1 ATÉ 90 dias).
Lei 8112. Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

Art. 125. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de


absolvição criminal que negue a existência de fato ou sua autoria.

Lara, servidora pública federal, no interesse do serviço, passou a ter exercício em nova
sede, ocorrendo mudança de domicílio em caráter permanente. Neste caso, dispõe a Lei
8.112/1990, que a ajuda de custo será calculada sobre a remuneração de Lara, conforme se
dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a três meses.

Lei 8.112/90. Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação
do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de
domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer
tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier
a ter exercício na mesma sede.

§ 1º Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua


família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e
transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.

§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos
II e III do parágrafo único do art. 36.

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito


do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades
de remoção:

II - a pedido, a critério da Administração;

III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da


Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que


viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à
comprovação por junta médica oficial;

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de


interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se


dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.

Servidor público federal solicitou licença para tratar de interesses particulares, mas a
Administração negou. Entre os possíveis motivos podem estar:

I. Estar o servidor no curso de estágio probatório.

II. Ser o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão.

III. Razões de conveniência da Administração.

Art. 91. A CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO, poderão ser concedidas ao servidor ocupante


de CARGO EFETIVO, DESDE QUE NÃO ESTEJA EM ESTÁGIO PROBATÓRIO, licenças para o trato
de assuntos particulares pelo prazo de até 3 anos consecutivos, sem remuneração.

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do


servidor ou no interesse do serviço.

É característica comum aos servidores ocupantes de cargos públicos efetivos e de


empregos públicos enquadramento no conceito de agente público para fins de tipificação de ato
de improbidade.

A exoneração não tem caráter punitivo, razão pela qual não depende de PAD.

Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, salvo
aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998.
Não há sentido em falar em estágio probatório para o empregado público admitido a
partir da EC 19/98, já que o mesmo não adquire estabilidade.

Lei 8.429/1992, art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
serão punidos na forma desta lei.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

Com relação á responsabilidade, o STF adotou a tese da "dupla garantia", de sorte que
descabe ação direta contra o servidor em pleitos indenizatórios ajuizados por terceiros. O
agente público apenas responde em ação regressiva do Poder Público e desde que comprovada
sua culpa ou dolo.

CF, art. 37 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

No que se refere à prescrição no âmbito da ação disciplinar, a Lei n° 8.112/1990


estabelece que a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
proferida por autoridade competente.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de


aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.


§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
capituladas também como crime.

§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a


prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

Prescrição da ação Cancelamento do registro


Demissão/cassação/destituição 5 anos
Suspensão 2 anos 5 anos
Advertência 180 dias 3 anos

Uma servidora pública teve negado pedido de remoção feito em razão de seu marido,
também servidor público, ter sido removido de ofício para outro Município. O indeferimento do
chamado pedido de remoção para “união de cônjuges” feito pela servidora foi o fato do
interesse público exigir a permanência da mesma no município em que estava classificada na
ocasião.

A servidora, diante do indeferimento de seu pedido, pode interpor mandado de


segurança contra o ato do administrador que indeferiu seu pedido, tendo em vista que o pedido
de remoção para união de cônjuges constitui direito líquido e certo da servidora, não havendo
margem discricionária de apreciação pela Administração pública.

Lei 8.112/90:

Remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do


mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de
remoção:

I - de ofício, no interesse da Administração;

II - a pedido, a critério da Administração;

III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar,


de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi
deslocado no interesse da Administração;
Jurisprudência:

O Supremo Tribunal Federal, no MS 23.058/DF, sob a relatoria do Ministro Ayres Britto,


assentou o entendimento de que, em atenção ao princípio constitucional de proteção à família,
instituído no art. 226 da Constituição, o servidor público possui direito à remoção para
acompanhar o cônjuge, empregado público, transferido de ofício, independentemente da
existência de vaga.

Mateus é servidor público federal classificado em uma repartição onde há grande


movimento de público para atendimento. Aproximando-se a data em que Mateus completaria
o tempo de serviço necessário para aposentadoria, sua chefia imediata identificou que há
tempos ele vinha recebendo montantes em dinheiro de particulares para arquivar processos de
cobrança de multas impostas administrativamente. Foi instaurado procedimento administrativo
disciplinar contra Mateus, mas durante o trâmite das apurações ele veio a requerer sua
aposentadoria por tempo de serviço.

Em razão disso, eventual comprovação de autoria da infração, nos autos do processo


disciplinar, posteriormente à aposentadoria do servidor enseja a substituição da pena de
demissão pela de cassação de aposentadoria.

A cassação de aposentadoria é a penalidade aplicável ao servidor inativo que, quando


estava na atividade, tenha praticado uma infração punível com a demissão (Lei 8.112/90, art.
134).

De fato, o servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser aposentado


voluntariamente após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada
(Lei 8.112/90, art. 172). Logo, é correto que, diante da instauração do PAD contra Mateus, ficam
obstados o processamento e a concessão de sua aposentadoria. O erro é que não há previsão
de suspensão da contagem do tempo de serviço na hipótese em questão.

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver


praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da
penalidade, acaso aplicada.
Francisco é Analista Judiciário de determinado Tribunal Regional do Trabalho e, em maio
desse ano, pretende sair de férias, haja vista que terá preenchido os requisitos legais para tanto.
A propósito do tema e nos termos da Lei nº 8.112/1990, ele fará jus a trinta dias de férias, que
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o
máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que
haja legislação específica.

§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de


exercício.

§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas
pelo servidor, e no interesse da administração pública.

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública,
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do
serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

Claudia e Joana são servidoras públicas federais, tendo praticado faltas disciplinares no
exercício de suas atribuições. Claudia faltou ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,
interpoladamente, durante o período de doze meses. Joana, de histórico exemplar vez que
nunca sofrera qualquer penalidade administrativa, opôs resistência injustificada à execução de
determinado serviço. Cumpre salientar que ambas as servidoras ainda não foram processadas
administrativamente embora a Administração já tenha conhecimento dos fatos praticados.

Nos termos da Lei no 8.112/1990, as ações disciplinares relativas às infrações praticadas


pelas servidoras prescreverão em 5 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a
partir da data em que os fatos se tornaram conhecidos pela Administração.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de


aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;


III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada,
por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

III - inassiduidade habitual;

Art. 117. Ao servidor é proibido:

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução


de serviço;

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição
constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em
lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Luciana, servidora pública federal, faltou justificadamente ao serviço em razão de forte


enchente que atingiu local próximo à sua residência, impedindo-a de se deslocar até seu local
de seu trabalho. Nos termos da Lei no 8.112/1990, a falta de Luciana poderá ser compensada a
critério da chefia imediata, sendo assim considerada como efetivo exercício.

Art. 44. O servidor perderá:

I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas,


ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de
compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia
imediata.

Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior


poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo
exercício.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos,


acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo,
quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o
interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

* Portanto, deve-se ouvir, primeiramente, as testemunhas e, depois, o acusado.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à
testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1° As testemunhas serão inquiridas separadamente.

§ 2° Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à


acareação entre os depoentes.

* Portanto, é possível a acareação das testemunhas também.

Considere a seguinte situação hipotética: Pedro é servidor público federal há vinte e


cinco anos e, em janeiro de 2016, foi nomeado para exercer o cargo de Ministro de Estado, razão
pela qual mudou-se, pela primeira vez, da cidade de São Paulo, onde residia, para morar em
Brasília com sua companheira Joana.

Cumpre salientar que, em dezembro de 2015, a companheira de Pedro adquiriu um


imóvel em Brasília com o objetivo de alugá-lo e assim obter uma renda extra, no entanto, o
imóvel ainda não foi locado. Nos termos da Lei n° 8.112/1990, Pedro não terá direito ao auxílio-
moradia, vez que o imóvel de Joana representa impeditivo legal ao aludido benefício.

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes


requisitos:

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário,
promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde
for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze
meses que antecederem a sua nomeação

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