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PODERES ADMINISTRATIVOS

Poderes administrativos são as prerrogativas de direito público para agentes públicos


decorrentes da supremacia do interesse público para concretizar os interesses da
coletividade pelo Estado.
São poderes instrumentais: concedidos por lei para dar meios ao atingimento dos
objetivos a que se presta o Estado.
São diferentes dos poderes políticos – os três poderes – que são considerados
estruturais por formar o Estado constitucional.
PODER VINCULADO
Está relacionado com os atos vinculados, ou seja, atos inteiramente definidos na lei.
O agente não tem margem para escolha de conduta diversa, pois a lei discrimina
todos os elementos necessários à prática.
Ex.: cobrança de tributos.
O poder vinculado só credencia o agente público para executar atos previstos em lei.
Não é exatamente prorrogativa, mas uma obrigação a se conduzir rigorosamente nos
parâmetros legais.
PODER DISCRICIONÁRIO
Poder relacionado a prerrogativa de praticar atos cuja execução admite certa margem
de flexibilidade ou valoração de conduta. O agente pode usar seu juízo pessoal para
escolher melhor conveniência e oportunidade para interesse público.
Trata-se de poder de escolha. No entanto, não deve ser exercido com arbitrariedade e
sim, dentro dos limites da lei com vista a atender os interesses públicos.
Mérito administrativo: é o juízo de conveniência e oportunidade feito pela
Administração graças ao poder discricionário.
Inclui-se nesse poder a prerrogativa de revogação de atos discricionários por ser
considerado inoportuno ou inconveniente.
Os limites do poder discricionário são bem definidos pela lei e, também, pelos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Caso se exceda o limite, o ato será
considerado ilegal, devendo ser, portanto, anulado.
No controle judicial, este se dará em três modos:
1. Competência: avaliar se ato foi praticado por agente competente;
2. Finalidade: avaliar se ato foi produzido sem ter interesse coletivo como fim
3. Forma: ato foi praticado de forma em desacordo com a lei.

 O judiciário não pode realizar juízo de conveniência e oportunidade do ato,


uma vez que estaria interferindo na função administrativa, ferindo a
independência dos poderes.
Assim, todo ato vinculado tem respaldo em aspectos vinculados:
1. Competência
2. Finalidade
3. Forma
Já o ato discricionário é respaldado pelos três aspectos vinculados e mais dois
discricionários:
4. Motivo:
5. Conteúdo
PODER HIERÁRQUICO
Poder que se estabelece na coordenação e subordinação entre as competências,
cargos e órgãos e atribuições.
É uma relação de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos no âmbito
da mesma pessoa jurídica.
Esse poder permite ao superior hierárquico algumas prerrogativas sobre os
subordinados. São elas:

 Poder de comando
 Poder de fiscalização
 Poder de controle
 Poder de aplicação de sanções
 Poder de delegação e avocação de competências
Poder de controle: prerrogativa de dar ordens aos subordinados sob sua
responsabilidade para funcionamento dos serviços.
Pode se expressar em ordens diretas, verbais ou escritas ou atos administrativos
ordinários como ordem de serviço, portaria, instrução, circular interna.
O subordinado tem o dever de obediência, devendo acatar as ordens dos superiores,
exceto se manifestamente ilegais.
Poder de fiscalização: é um poder-dever, já que é obrigação do superior acompanhar
permanentemente a atuação dos subordinados.
Poder de controle: este poder se expressa na manutenção de atos válidos,
convalidação de atos com defeitos sanáveis, anulação de atos ilegais e revogação de
atos discricionários inoportunos ou inconvenientes.
Sendo assim, o poder de controle pode apreciar as questões legais do ato como o
mérito administrativo, ou seja, conveniência e oportunidade.
Pode ser invocado de ofício ou através de provocação dos interessados por recursos
hierárquicos.
Poder de aplicação de sanções: poder que permite que a Administração possa aplicar
sanções disciplinares somente aos servidores públicos por razões funcionais. Não
existe hierarquia entre Administração e particulares.
Poder de Delegação de Competência: superior confere exercício temporário de
algumas atribuições a um subordinado. É ato discricionário e, por isso, revogável a
qualquer tempo. No entanto, a delegação é mero exercício da competência. A
autoridade não pode renunciar as suas responsabilidades, previstas por lei.
Nem todas as competências podem ser delegadas. Ex.: ato político e funções típicas
de cada poder, exceto se previsto na Constituição.
Poder de Avocação de Competência: ato discricionário de caráter excepcional onde
superior hierárquico toma as atribuições de determinada competência, desonerando o
subordinado de toda responsabilidade pelo ato avocado pelo superior.
 Delegação pode ocorrer mesmo que não haja subordinação hierárquica entre
os envolvidos. Já a avocação só pode ocorrer com relação hierárquica entre
os envolvidos.
Relações de Não Hierarquia Dentro do Estado:
1. Entre diferentes pessoas jurídicas como Administração direta e indireta: não
existe relação hierárquica entre Administração indireta e ministérios
supervisores, por exemplo.

2. Não existe hierarquia entre os órgãos administrativos dos três poderes.


Entretanto, estes se organizam de forma hierárquica no âmbito de cada poder.

3. Não existe hierarquia dentro das funções típicas do judiciário e do legislativo.

4. Não existe hierarquia entre os Poderes da República.

5. Não existe hierarquia entre Administração e administrados

O poder hierárquico não depende de lei que estabeleça seu exercício ou aspectos a
serem controlados. Este é inerente à organização administrativa e tem caráter
irrestrito, permanente e automático.
Diferente da tutela administrativa, que deve ser prevista por lei.

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