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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

POLO CURRAIS NOVOS

A BRINCADEIRA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

MARIA LUCIENE DA PAZ SILVA MEDEIROS

CURRAIS NOVOS/RN
2017
MARIA LUCIENE DA PAZ SILVA MEDEIROS

A BRINCADEIRA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo apresentado à Universidade


Federal do Rio Grande do Norte - UFRN,
como requisito para obtenção do título de
Graduação em Pedagogia.

Orientadora: Profª. Uiliete Márcia Silva de


Mendonça Pereira

CURRAIS NOVOS

DEZEMBRO/2017
MARIA LUCIENE DA PAZ SILVA MEDEIROS

A BRINCADEIRA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo apresentado à Universidade


Federal do Rio Grande do Norte - UFRN,
como requisito para obtenção do título de
Graduação em Pedagogia.
Orientadora: Profª. Uiliete Márcia Silvia de
Mendonça
Aprovado em: ___/___/___

Banca Examinadora

______________________________________________________________

Orientadora: Profª. Ms. Uiliete Márcia S. de Mendonça Pereira

Núcleo de Educação da Infância/NEI-CAp-UFRN

____________________________________________________________

Examinadora: Profª. Ms. Luana Gomes........


Núcleo de Educação da Infância/NEI-CAp-UFRN

____________________________________________________________

Examinadora: Profª. Especialista Esthephania Maia Batalha........


Núcleo de Educação da Infância/NEI-CAp-UFRN
RESUMO

O presente estudo está pautado na temática “A brincadeira e suas contribuições na


educação infantil” tem como objetivo principal reconhecer a importância dos das
brincadeiras para o desenvolvimento integral da criança e para sua aprendizagem.
Têm como suporte os pressupostos teóricos de Bueno (2010), Kishimoto (2001,
2010), Pereira (2014) entre outros, que serviram de norte para a elaboração desta
intervenção. Esta produção ressalta a importância das brincadeiras para a
aprendizagem nesta modalidade de Educação Infantil, tornando-se fundamental
para o professor compreender o universo lúdico, em que a criança se comunica, seja
com ela ou com o mundo, desenvolvendo-se integralmente e ainda se beneficiando
com os efeitos que a brincadeira proporciona na aprendizagem. A escolha da
temática justifica-se por se entender que a brincadeira é um fenômeno de cultura, a
qual se configura como um conjunto de práticas e conhecimentos construídos e
acumulados por cada um nos contextos históricos e sociais em que se inserem, haja
vista que a brincadeira é um dos aspectos importantes na vida da criança. Por fim,
por meio deste estudo, o professor terá a oportunidade de realizar uma leitura mais
consciente sobre o aspecto lúdico na vida da criança, com ênfase nas brincadeiras.

Palavras-chave: Aprendizagem. Brincadeiras. Educação Infantil.


ABSTRACT

The main objective of this study is to recognize the importance of play for the integral
development of the child and for his / her apprenticeship. They have as support the
theoretical assumptions of Bueno (2010), Kishimoto (2001, 2010), Pereira (2014)
among others, who served as the north for the elaboration of this intervention. This
production underscores the importance of playgrounds for learning in this modality of
Early Childhood Education, making it fundamental for the teacher to understand the
playful universe in which the child communicates, either with her or with the world,
developing fully and still benefiting the effects that the game provides in learning. The
choice of the theme is justified by the understanding that play is a phenomenon of
culture, which is configured as a set of practices and knowledge built and
accumulated by each one in the historical and social contexts in which they are
inserted, since the play is one of the important aspects in the child's life. Finally,
through this study, the teacher will have the opportunity to make a more conscious
reading about the playful aspect of the child's life, with an emphasis on play.

Keywords: Learning. Just kidding. Child education.


1. INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta uma breve discussão sobre a importância da


brincadeira na educação infantil, enfatizando que o ato de brincar se destaca como
atividade fundamental no processo de aprendizagem da criança, pois esta não se
trata apenas de um momento de diversão e entretenimento, acontecendo tanto à
formação quanto a assimilação de conhecimentos das crianças.
A escolha dessa temática surgiu do interesse de uma melhor compreensão do
conceito de educação infantil como um espaço privilegiado para aprendizagem da
criança, sendo possível aprender com a brincadeira.
Tem como principal objetivo esclarecer a importância da brincadeira no
contexto escolar, principalmente, na Educação Infantil, abordando o lúdico como
importante fator no processo de ensino/aprendizagem desta modalidade de ensino.
Buscou-se referência em diferentes autores, que serviram de subsídios para tal
estudo, tais como Bueno (2010), Kishimoto (2001, 2010), Pereira (2014), dentre
outros.
Este artigo está estruturado em tópicos que tratam conceito de infância ao
longo do tempo, destacando as transformações da concepção de criança ao passar
dos séculos, a qual assumiu diferentes papéis diferentes por causa da época e a
sociedade que estava inserida.
Ao lembrarmo-nos de infância, automaticamente nos vêm à lembrança as
brincadeiras, ou seja, na educação infantil. Nesse sentido, outro tópico a ser
abordado neste artigo, é o conceito de Brincar a partir da análise teórica e dos
Referenciais Curriculares para Educação Infantil.
Outro tópico que se destaca neste artigo é sobre as brincadeiras e suas
contribuições no desenvolvimento das crianças da educação infantil, enfatizando
esta atividade como fundamental nesta modalidade, tendo em vista que ela auxilia
na aprendizagem infantil, fazendo com que as crianças criem conceitos, explorando
e reinventando os saberes. Destaca também o papel do professor como mediador
do brincar na Educação Infantil.
Dessa forma, esta pesquisa analisará de maneira concisa a importância do
brincar e sua relação com o aprender na educação infantil, sendo que esta relação é
uma fonte para o desenvolvimento do pensamento e aprendizagem.
2. A CRIANÇA E A INFÂNCIA: CONCEPÇÕES AO LONGO DA HISTÓRIA

Com a constituição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)


na Câmara Federal e a partir de debates desencadeados no processo constituinte
em 1980, a Educação Básica, sobretudo, a Educação Infantil, começou a ser vista
como uma modalidade relevante e de ampla expressão e respaldo legal no governo
federal.
Contudo, se analisarmos esta perspectiva ao longo da história, vê-se que não
era desta maneira, pois a criança era pouco valorizada, o que se acompanhou até a
Idade Média.
Fernandes e Kuhlmann Júnior. (2004) apontam que:

Os fatos relativos à evolução da infância, na pluralidade de suas


configurações, inscrevem-se em contextos cujas variáveis delimitam perfis
diferenciados. A infância é um discurso histórico cuja significação está
consignada ao seu contexto e as variáveis de contexto que o definem.
(FERNANDES; KUHLMANN JÙNIOR, p. 29, 2004).

Até o século XII não existia uma concepção de infância, os estudos mostram
que esta fase da vida ficou encoberta. Até mesmo, as representações gráficas
relacionadas a símbolos e imagens que ilustrava a criança, não eram conhecidas.
Para complementar Bueno (2010) afirma que:

Na sociedade medieval, sentimento de infância foi bastante esquecido,


tanto que a criança, quando não necessitasse mais de cuidados básicos de
sua mãe ou criada, era ingressada no mundo dos adultos e não mais deste
saía. Por não haver condições de saúde, como também de higiene que
procurassem prosperar a infância, a mortalidade infantil era vista como algo
bastante comum. (BUENO, 2010, p.12)

Deste modo, na idade média o sentimento de infância não era tão valorizado.
Ainda que isto não tivesse tanto significado e que as crianças fossem rejeitadas ou
até mesmo abandonadas, não expressava também grande afeição e agrado por
elas.
Áries (1981, p. 156) destaca que "na sociedade medieval a criança a partir do
momento em que passava a agir sem solicitude de sua mãe, ingressava na
sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes". Isto significa que as
crianças eram imaginadas como adultos em miniatura, e até eram vestidas e
expostas conforme os costumes dos adultos, e não eram tratadas de maneira
diferenciada, não havia sentimento de infância.
Foi somente no século XVIII com o surgimento do sentimento de infância, que
a concepção de infância se efetivou. A partir daí elas passam, do ponto de vista
biológico, a ser tratadas com particularidades, a serem percebidas na sua
singularidade por possuírem sentimentos próprios. (BUENO, 2010)
De acordo com Pereira (2014):

No século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, a criança passou a


ser vista como um ser de cuidados e necessidades, e a infância como um
período de preparação para a vida adulta. Nesse contexto, surgiu a função
assistencial de “guarda” que visava atender as crianças pobres e as mães
trabalhadoras. (PEREIRA, 2014, p. 29)

Por causa da Revolução Industrial houve-se a necessidade da criação de pré-


escolas (instituições de cunho assistencialista). Estas por vez tinham a função, de
cuidar e de orientar os filhos dos trabalhadores.
Na metade do século XVIII, Rousseau revolucionou a educação neste
período, defendendo que a infância não era somente uma via de acesso, um tempo
de preparação para a vida adulta, porém tinha valor em si mesma. (OLIVEIRA,
2001).
Assim, no século XIX, a educação infantil passa a ter a função de preparar a
criança para escola. Bueno (2010) ainda destaca que:

Hoje, percebe-se que a educação compensatória, que começou no século


XIX com Pestalozzi, Froebel, Montessori e McMillan, (período em que a pré-
escola era compreendida por esses pensadores como uma forma de
superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias), ainda é bastante
presente no Brasil (BUENO, 2010, p.13)

Nesse sentido, entende-se que a pré-escola era encarada por esses


pensadores como uma maneira de superar a pobreza e a negligência por parte das
famílias. E isso se dava por meio de cuidados básicos como alimentação e saúde e
escola, procurando assim tomar para si a função de compensar as carências e
necessidades básicas, que falta no ambiente familiar.
A educação pré-escolar começou ser reconhecida como necessária tanto
na Europa quanto nos Estados Unidos durante a depressão de 30. Seu
principal objetivo era o de garantir emprego a professores, enfermeiros e
outros profissionais e, simultaneamente, fornecer nutrição, proteção e um
ambiente saudável e emocionalmente estável para crianças carentes de
dois a cinco anos de idade (KRAMER, 1992, p.26).

Foi depois da Segunda Guerra Mundial que o atendimento pré-escolar tomou


novo rumo. Existiu uma preocupação assistencialista-social, a qual teve certa
preocupação com as necessidades tanto emocionais quanto sociais da criança.
Neste período crescia o interesse de estudiosos pelo desenvolvimento da criança, e
preocupação com o método de ensino reaparecia.
Atualmente, as crianças são consideradas como um ser histórico e social
condicionadas por diversos fatores, como: sociais, econômicos e culturais. Criando
assim uma visão repleta de encanto e ludicidade de infância. (NIEHUES; COSTA
2012).
De tal modo, a criança é considerada como um ser competente, com
necessidades e modo de pensar e agir, que lhe são próprios. Porém, “as
representações de infância variam conforme a colocação da criança na família, na
classe social, a questão de gênero, etnia, grupo etário, na sociedade em geral.”
(NIEHUES; COSTA 2012, p.287)
Nessa perspectiva a modernidade faz da denominação infância:

Um guarda-chuva a abrigar um conjunto de distribuições sociais,


relacionadas às diferentes condições: as classes sociais, os grupos etários,
os grupos culturais, a raça, o gênero; bem como as diferentes situações: a
deficiência, o abandono, a vida no lar, na escola (a criança e o aluno) e na
rua (como espaço de sobrevivência e/ou de convivência/brincadeira). É
nessa distribuição que as concepções de infância se amoldam às condições
específicas que resultam na inclusão e na exclusão de sentimentos, valores
e direitos. (FERNANDES; KUHLMANN JÚNIOR, 2004, p. 30).

Diante do exposto, podemos considerar que a infância como uma classe


psicológica, biológica e social e histórica, pois são deve-se levar consideração suas
capacidades intelectuais e sensoriais.
Ademais, a concepção de infância que temos hoje foi um produto da
modernidade, a qual vem sendo constituída historicamente a partir das condições
socioculturais que são definidas. “A infância seria um conceito, uma representação,
um tipo ideal a caracterizar elementos comuns a diferentes crianças” (FERNANDES;
KUHLMANN JÚNIOR, 2004, p. 28).
Diante dessa premissa, entendemos que a cada definição da história de
infância muda com o tempo e com os diferentes contextos e que as crianças da
atualidade não são iguais às do passado, tampouco serão as mesmas das futuras
gerações.
Portanto, é necessário que se tenha essa definição nítida sobre a definição de
infância atualmente, para que constitua bases sólidas no sistema de Educação,
referente à modalidade de educação infantil.

3. BRINCAR: CONCEITOS E DEFINIÇÔES

Na educação infantil é de grande relevância que as crianças convivam em


lugares que possam manipular objetos e brinquedos, interagindo com outras
crianças e, sobretudo, aprendendo, pois o brincar é uma maneira relevante de
comunicação. Assim, o ato de brincar está associado ao lúdico, o que ajuda na
aprendizagem, já que auxilia na construção autonomia e criatividade.
De acordo com os Referenciais Curriculares para Educação Infantil (RCNEI),
brincar é umas das atividades essenciais para o desenvolvimento da autonomia e
identidade da criança, ele destaca que:

A criança ao brincar, pensa e analisa sobre sua realidade, cultura e o meio


em que está inserida, discutindo sobre as regras e papéis sociais. Ao
brincar a criança aprende a conhecer, a fazer, a conviver e a ser,
favorecendo o desenvolvimento da autoconfiança, curiosidade, autonomia,
linguagem e pensamento. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se
comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais
(BRASIL, 1998, p.22).

Independente do ambiente, época, cultura ou classe social, a brincadeira faz


parte da vida de todas as crianças, uma vez que elas vivem em um mundo cheio de
fantasias, em que a realidade e o imaginário se confundem.
Ainda, Pereira (2014) nos esclarece que:
A brincadeira não é vivenciada da mesma forma em diferentes lugares,
épocas e culturas, pois ela é situada de acordo com o contexto sócio-
históricocultural que a criança está inserida. Numa mesma cidade as
crianças brincam de forma diferente, pois a brincadeira é experienciada no
contexto sócio-históricocultural de uma comunidade escolar, por exemplo.
(PEREIRA, 2014, p. 34)

De acordo com os referenciais, o brincar funciona como um cenário em que


as crianças se tornam capazes não apenas de imitar a vida, mas de transformá-la.
(RCNEI, 1998)
Teixeira e Volpine (2014) define que:

É através do brincar, que a criança forma conceitos, seleciona ideias,


percepções e se socializa cada vez mais. O brincar é uma atividade que
auxilia na formação, socialização, desenvolvendo habilidades psicomotoras,
sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais. Ao brincar as crianças
expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam,
sentem, reinventam e se movimentam. (TEIXEIRA; VOLPINE, 2014, p.82) .

É por meio da brincadeira que a criança revive os diversos sentimentos,


como: angústias, alegrias e tristezas. Brincando a criança vai sendo inserida na
sociedade assimilando valores, princípios, crenças, regras, costumes e linguagens.
Kishimoto, (2001) diz que enquanto a criança está brincando, sua atenção
está voltada na atividade em si e não nos resultados ou efeitos.
Na brincadeira a criança estabelece vínculos entre suas competências e as
relações que têm com outros papéis, isto é, no lúdico ela modifica os conhecimentos
que já possui em conceitos gerais com o que se brinca.
Para a autora Wajskop (1995 p 66): “O brincar numa perspectiva
sociocultural, define-se por uma maneira que as crianças têm para interpretar e
assimilar o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos das pessoas”.
Assim, a brincadeira torna-se parte integrante e complementar da infância levando-a
a experimentar o mundo sem uma maior responsabilidade.
Desse modo, é através da brincadeira a criança estabelece seu próprio
mundo, evoluindo seus pensamentos, contribuindo assim no aspecto social,
integrando na sociedade. Além disso, não devemos esquecer que o brincar não é
apenas uma necessidade, mas um direito de todos.
Ainda, os Referenciais Curriculares para Educação Infantil acrescenta que:
Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças,
baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da
realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam-se autoras de seus
papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas fantasias e
conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e
solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade
imediata (BRASIL, p.23, 1998).

Então, fica evidente, que o brincar não é somente uma ação de diversão, mas
de educação, socialização e desenvolvimento de suas particularidades e
potencialidades.

4. AS BRINCADEIRAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DAS


CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nos dias atuais, a brincadeira tem como função integrar e socializar


(SILVA;SANTOS, 2009). A sociedade moderna tem sofrido cada vez mais mudanças
em relação ao ato de brincar e ao ambiente que se tem para brincar, ainda os pais
têm pouco tempo para ficarem juntos e brincar com seus filhos.

A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de


regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto
individual. Na brincadeira, a existência das regras não limita a ação lúdica.
A criança pode modifica-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos
membros, modificar as próprias regras, enfim, existe maior liberdade de
ação para as crianças. (ALMEIDA, 2005, p.5)

Sob o ponto de vista do autor em evidência, é importante frisar que a prática


da brincadeira na escola promove alguns aspectos na criança, que serão de grande
importância para o seu desenvolvimento físico, psicológico e social, sendo esta
indispensável para uma formação completa da aprendizagem.
Desse modo, é interessante elucidar, tendo em vista as ideias de Wajskop
quando enfatiza que:

A criança desenvolve-se pela experiência social nas interações que


estabelece, desde cedo, com a experiência sócio histórica dos adultos e do
mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana
na qual as crianças são introduzidas constituindo-se um modo de assimilar
e recriar a sua experiência sociocultural. (WAJSKOP, 2007, p. 25) .
A autora supracitada ainda coloca que a brincadeira vai desde a uma
atividade livre até uma atividade dirigida, com normas e regras. O brincar é uma
atividade livre, que aparece a qualquer momento, por sua vez é começada e
conduzida pela criança. E isso ocorre tanto no ambiente familiar quanto no ambiente
escolar.
Para Kishimoto (2010):

Todo o período da educação infantil é importante para a introdução das


brincadeiras. Pela diversidade de formas de conceber o brincar, alguns
tendem a focalizá-lo como característico dos processos imitativos da
criança, dando maior destaque apenas ao período posterior aos dois anos
de idade. O período anterior é visto como preparatório para o aparecimento
do lúdico. No entanto, temos clareza de que a opção pelo brincar desde
início da educação infantil é o que garante a cidadania da criança e ações
pedagógicas de maior qualidade. (KISHIMOTO, 2010, p.1)

Nesse sentido, para a criança a brincadeira é a atividade principal do


cotidiano. É também considerada com uma das mais importantes, pois permite a
criança o poder de tomar decisões, expressar valores e sentimentos, partilhar e
expressar identidade e individualidade através de linguagens distintas, usando o seu
corpo, sentidos e movimentos.
A autora corrobora que:

Ao brincar, a criança experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos,


das pessoas, da natureza e da cultura, para compreendê-lo e expressá-lo
por meio de variadas linguagens. Mas é no plano da imaginação que o
brincar se destaca pela mobilização dos significados. Enfim, sua
importância se relaciona com a cultura da infância, que coloca a brincadeira
como ferramenta para a criança se expressar, aprender e se desenvolver.
(KISHIMOTO, 2010, p.1)

A autora ainda acrescenta que a criança não nasce já sabendo brincar, ela
necessita aprender, através das interações com outras e até com adultos. Com o
tempo ela descobre certas formas de utilizar materiais, como brinquedos e outros
objetos para praticar a brincadeira.
Para complementar Pereira (2014) diz que:

Para compreender as implicações pedagógicas dos brinquedos e das


brincadeiras, é preciso resgatar o aspecto sociocultural destes e das
crianças e transformá-los numa atividade significativa para elas, de maneira
que ao aprender brincando, a criança poderá construir seus conhecimentos
de uma forma diferenciada, criativa e encantadora. (PEREIRA, 2014, p.37)
Nesse sentido, o ambiente escolar é uma comunidade em que diferentes
personalidades interagem de modo que sempre existe troca de saberes. De tal
modo, o convívio entre professores e alunos proporciona experiências significativas
para o desenvolvimento de todos os envolvidos.
Nesta perspectiva, a autora ainda explica que:

A brincadeira encontraria um papel educativo importante na escolaridade


das crianças que vão se desenvolvendo e conhecendo o mundo nesta
instituição que se constrói a partir exatamente dos intercâmbios sociais que
nela vão surgindo: a partir das diferentes histórias de vida das crianças, dos
pais e dos professores que compõem o corpo de usuários da instituição e
que nela interagem cotidianamente. Dessa forma, a brincadeira não seria
vista como estorvo para a aprendizagem. (PEREIRA, 2014, p.40)

Assim, para educar a criança Educação Infantil, é imprescindível integrar não


somente a educação ao cuidado, mas a brincadeira. E essa tarefa depende do muito
projeto curricular das escolas.
Para tanto, Kishimoto afirma que:

Cabe à creche e à pré-escola, espaços institucionais diferentes do lar,


educar a criança de 0 a 5 anos e 11 meses com brinquedos de qualidade,
substituindo-os, quando quebram ou já não despertam mais interesse. Para
adquirir brinquedos, é fundamental selecionar aqueles com o selo do
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), que já foram testados em sua
qualidade com critérios apropriados às crianças. (KISHIMOTO, p. 2, 2010).

De tal modo, a seleção dos brinquedos envolve diferentes aspectos, os quais


devem ser duráveis, atraentes, apropriados e adequados as diferentes maneiras de
uso, oferecendo segurança e ampliando oportunidades para a brincadeira, além de
atender às diversidades, não induzindo a preconceitos.
Para tanto, Vygotsky (2007) aponta o brinquedo como instrumento importante
para o desenvolvimento da brincadeira e consequentemente da criança:

No brinquedo a criança consegue o caminho do menor esforço – ela faz o


que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e, ao
mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-
se as regras e, por conseguinte, renunciando ao que ela quer. (VYGOTSKY,
2007, p. 117 e 118)
Para o autor, o brinquedo facilita o esforço da criança em realizar seus
desejos, provocando a interação do cognitivo com o meio cultural, sendo este muitas
vezes inseparável para a realização da brincadeira.
Sendo assim, a brincadeira como um recurso pedagógico deve ser
direcionada às áreas de desenvolvimento e aprendizagem no sentido de encorajar e
conscientizar as crianças dos conhecimentos sociais que são desenvolvidos durante
o ato de brincar, que podem ser utilizados com o intuito de ajudá-las em seu
desenvolvimento.
Conforme o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil:

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da


identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se
comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
(BRASIL, 1998, p.22)

Assim, podemos considerar que a brincadeira como um importante recurso


lúdico e pedagógico, tendo em vista que ela desenvolve as capacidades
fundamentais, como meio para a definição de ações adequadas e seu uso em
diferentes ocasiões educacionais, sendo esta um meio que estimula as
aprendizagens das crianças.
Para confirmar Borba (2007) profere que:

O brincar é sugerido em muitas propostas e práticas pedagógicas com


crianças e adolescentes como um pretexto ou instrumento para o ensino de
conteúdos. Como exemplos, temos músicas memorizar informações, jogos
de operações matemáticas [...]. Mas quando tais atividades são
compreendidas apenas como recursos, perdem o sentido de brincadeira e,
muitas vezes, até mesmo seu caráter lúdico, assumindo muito mais a
função de treinar e sistematizar conhecimentos, uma vez que são usados
com o objetivo principal de atingir resultados preestabelecidos. (BORBA,
2007, p. 42 e 43).

Diante do exposto, precisa-se entender que a brincadeira quando é utilizada


como recurso pedagógico contesta-se ao seu sentido real, o de ser uma atividade
livre, e que não tem resultados.
Ainda, de acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil:
O educador não precisa ensinar a criança a brincar, pois este é um ato que
acontece espontaneamente, mas sim planejar e organizar situações para
que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada, propiciando às
crianças a possibilidade de escolher os temas, papéis, objetos e
companheiros com quem brincar. Dessa maneira, poderão elaborar de
forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos
e regras sociais (BRASIL, 1998, p. 29).

Então, o professor, enquanto mediador da aprendizagem precisa usar novas


metodologias, buscando incluir em sua prática a brincadeira, levando em conta que
seu objetivo é formar alunos capazes de enfrentar desafios, tornando-os atuantes,
participativos, reflexivos e autônomos.
Por isso, o professor deve valorizar o brincar da criança. É na brincadeira livre
que a criança estrutura sua capacidade de apreciação e avaliação, fundamentando
sua personalidade em importantes princípios, valores e regras.
Segundo Wajskop (2007):

É, portanto, na situação de brincar que as crianças se podem colocar


desafios e questões além de seu comportamento diário, levando hipóteses
na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas
pessoas e pela realidade com a qual interagem. Quando brincam, ao
mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem
construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e
convivência. Concomitantemente a esse processo, ao reiterarem situações
de sua realidade, modificam nas de acordo com suas necessidades.
(WAJSKOP, 2007, p.33)

De fato, pode-se entender que a brincadeira auxilia a criança no processo de


interação e convivência. Sendo assim, do ponto de vista do desenvolvimento, a
brincadeira traz vantagem para criança socialmente, cognitivamente e afetivamente.
Uma vez que essa realidade faz com que a criança compreenda não só o mundo e,
mas as ações humanas as quais estão inseridos no cotidiano, a partir do momento
que estão brincando.
Pode-se considerar diante disso que, a criança se desenvolve a partir da
interação com as outras crianças e as brincadeiras proporcionam isso, conduzindo a
troca de experiências nas diferentes culturas.
Os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil relata que:
Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de
maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de
escolherem temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou
jogos de regras e construção, e assim elaborarem de forma pessoal e
independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
(BRASIL, 1998, p.29).

Partindo deste pensamento, entende-se que a aprendizagem é aquela que


acontece em situações que a atividade é significativa. Isto é, alguma coisa que se
aprende com de forma prazerosa. Assim, como exposto antes cabe ao professor
proporcionar essas situações.
Ainda sobre esse ponto de vista, Biazotto (2014) aborda que:

Organizar espaços para os jogos e as brincadeiras devem ser entendidos


pelo educador como um percurso metodológico que ofereça situações em
que se envolva a criança. A escola, a sala de aula, o pátio, os parques
abrem para a criança a capacidade de brincar, a possibilidade de decifrar os
enigmas que a rodeiam. (BIAZOTTO, p. 21, 2014).

Nesse sentido, é através da brincadeira que a criança explora sua


criatividade. Pois ela é uma linguagem que viabiliza a comunicação da criança
consigo mesma, com os outros e consequentemente com o mundo ao seu redor.
Por fim, a brincadeira torna-se então um momento de investigação, análise,
descoberta e construção do próprio conhecimento do conhecimento de mundo,
dentro de um contexto do imaginário como comprovação do concreto. Portanto,
compreendemos que o desenvolvimento criança se encontra particularmente
vinculado à brincadeira, tendo em vista que tal atividade se apresenta como uma
linguagem própria da criança.

5. METODOLOGIA

O conjunto de procedimentos metodológicos desta pesquisa engloba


descrições relativas ao tema abordado, aos instrumentos de pesquisa utilizados,
bem como os resultados das observações feitas. A metodologia consistiu em uma
abordagem qualitativa, permitindo obter resultados mais decisivos e claros sobre o
elemento pesquisado.
Com isso, a pesquisa qualitativa, de acordo com Chizzotti (2001, p.79): “Parte
do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma
interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito”. Optou-se por essa abordagem por
facilitar a observação do objeto de estudo com suas relações
Dessa maneira, por se tratar de uma pesquisa qualitativa, discutiu-se sobre a
importância das brincadeiras para o desenvolvimento da criança e para sua
aprendizagem no contexto escolar e buscaram-se fundamentos teóricos em livros,
artigos, entre outras fontes capazes de subsidiar os conhecimentos sobre o tema em
discussão.
Este trabalho apresenta como discussão pesquisar a importância da
brincadeira e de como é usada no processo ensino/aprendizagem das crianças da
Educação Infantil da Escola Municipal Florência Maria da Conceição, de tal modo
utilizou-se de uma revisão bibliográfica para a fundamentação das ideias, uma
abordagem qualitativa, observações e entrevistas.
Compreendendo que o brincar é algo de grande importância para a Educação
Infantil, pois faz parte da vida da criança, como também a ajuda a desenvolver-se
em todos os aspectos. Nesta perspectiva, este trabalho se constituiu numa forma de
aproximar mais a criança ao conhecimento através do brincar.
Nessa intenção, o desenvolvimento metodológico dessa investigação
mostrou-se a importância do brincar na Educação Infantil, tendo como suporte a
realização de uma sequência didática acerca do tema em discussão.
Para uma melhor compreensão do tema exposto, foram utilizados recursos
didático/pedagógicos relacionados ao brincar, arrecadados pela comunidade escolar
junto às crianças, que serviram de suporte para o bom desempenho desta
Intervenção e deixando a criança livre para escolher o brinquedo com o qual deseja
brincar em socialização com outras crianças da mesma faixa etária.
A referida pesquisa foi desenvolvida na instituição anteriormente citada, por
meio de um planejamento, despertando na criança o gosto pelas brincadeiras e
contemplou as seguintes atividades:

• Visita à escola;
• Entrevista com a professora titular da turma;
• Brincadeiras coletivas;
• Utilização de brinquedos diversos de que a escola dispõe;
• Conversa informal para familiarização dos alunos com os brinquedos;
• Realização de um “Momento de Brincadeiras”
Para realizar esta pesquisa foram utilizados recursos didáticos do ambiente
escolar, da própria criança e da comunidade, jogos e brinquedos estes que podem
transformar a aprendizagem da criança e motivá-la a colaborar com a escola no
momento das necessidades. Para concretizar, foram utilizados brinquedos como
recurso.

6. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

A Escola Municipal Florência Maria da Conceição no município de Tenente


Laurentino Cruz/RN foi a instituição escolhida para tal pesquisa, com o objetivo de
esclarecer a importância da brincadeira no contexto escolar, principalmente, na
Educação Infantil e suas possibilidades no contexto de ensino-aprendizagem.
A referida instituição localiza-se no Sitio Baixa do Mateus – Zona Rural do
município de Tenente Laurentino Cruz/RN, distante 6 km da sede do município.
Teve suas atividades iniciadas a partir do ano de 1984, funcionando de forma
improvisada na casa de Dona “Maria Fulô” (Florência Maria da Conceição) figura
importante e liderança na comunidade, por iniciativa de sua filha, a professora Maria
de Lourdes de Barros e da professora Maria de Fátima Baracho, que
incansavelmente junto a Dona Maria Fulô, lutaram para a consolidação e construção
da escola em um terreno cedido pela própria, localizado ao lado de sua residência.
Foram muitos anos de lutas e conquistas até que no ano de 1997 por meio do
Decreto 001 a escola foi então regulamentada.
Hoje a escola atende uma demanda de 222 alunos, na sua maioria,
residentes na própria comunidade, como em comunidades circunvizinhas, e uma
pequena minoria vinda da sede do município. A escola atende 110 alunos no
Programa Mais Educação, sendo que este acontece no contra turno das atividades
normais, disponibilizando aulas de reforço escolar, capoeira, judô, artesanato,
atividades físicas e recreação.
Funcionando nos turnos matutino e vespertino oferecendo a educação básica
nas modalidades: 04 (quatro) turmas de educação infantil, sendo 02(duas) creche e
02(duas) pré-escola; 05 (cinco) turmas de ensino fundamental 1 (de 1º ao 5º ano);
03 (turmas) turmas do ensino fundamental 2 (de 6º ao 8º ano); salientando que a
turma do 9º ano foi destituída, tendo em vista o pequeno numero de alunos
matriculados, sendo que estes foram transferidos para outra escola localizada na
sede do município.
Em seu quadro de funcionários conta com: Uma diretora, dois coordenadores
pedagógicos, treze professores, quatro estagiários, cinco merendeiras, quatro
auxiliares de serviços gerais e dois vigias. Já na sua estrutura física dispõe de:
08(oito) salas de aula, 1 (uma) biblioteca, 1 (uma) sala de vídeo, 04 (quatro)
banheiros, 01 (uma) cozinha com dispensa anexa, 1(uma) sala para atividades do
projeto mais Educação, 1 (um) pátio coberto para atividades de recreação,
alimentação e eventos escolares.
A escolha desta escola para a pesquisa se deu em virtude da facilidade de
acesso, devido à proximidade da sede do município, uma escola a qual a autora faz
parte do quadro funcionários efetivos e por vir observando a necessidade de existir
na escola atividades lúdicas que estimule e contribua com a aprendizagem da
criança através do brincar na coletividade.

7. ANALÍSE E DISCUSSÃO

Para que haja uma aprendizagem significativa na educação infantil, é


necessário proporcionar atividades auxiliem na construção de seu próprio
conhecimento, além disso, o professor precisa usar as brincadeiras como recurso
pedagógico e habituar-se a uma nova metodologia de ensino. As brincadeiras são
ferramentas pedagógicas de grande importância, consideradas como auxilio
imprescindível para o processo ensino/aprendizagem, propiciando uma
aprendizagem completa para a criança.
Dessa maneira, sabemos que a brincadeira é uma atividade natural da
criança, e que o professor precisa ligar as atividades de ensino com o brincar, pois
aprender para as crianças por meio dessa ferramenta pedagógica faz com que a
aprendizagem seja mais envolvente e significativa.
Para tanto, questionamos a professora da turma sobre quais são as
contribuições que as brincadeiras podem proporcionar para o desenvolvimento
aprendizagem de seus alunos. Ela respondeu que:

A brincadeira promove a aprendizagem e faz com que aprendam com


qualidade. Pois, quando há a junção da brincadeira com o conceitual a
criança vai aprender melhor. Tendo em vista que esta contribui de forma em
que as crianças se envolvem de uma maneira prazerosa, provocando o
desenvolvimento da aprendizagem das crianças. (Professora).

Diante da fala da professora percebe-se à importância do uso da brincadeira


no processo de aprendizagem das crianças, quando afirma que os usos desta
promove o processo de ensino/aprendizagem, fazendo com que a aprendizagem
seja algo envolvente e prazeroso.
Ainda, indagamos qual era a relação das brincadeiras com os demais
recursos pedagógicos, ela respondeu que quando a criança brinca ela aprende,
evidenciando que possui conhecimento de que esta atividade é uma forma
significante de aprendizagem, principalmente por meio da brincadeira. Isto pode ser
explicado na seguinte fala:

A relação entre a brincadeira com os outros recursos usados, vemos que é


de grande importância, pois a criança aprende brincando. È necessário que
haja a união o conhecimento com a brincadeira, uma vez que elas fazem
parte do cotidiano das crianças. Além do mais ela é mais um recurso
pedagógico, ela é essencial, pois quando a criança brinca de forma livre e
direcionada vai aprender ei se desenvolver. (Professora).

Complementando o pensamento da professora, retomamos a ideia da autora


Pereira (2014), que destaca que a brincadeira apresenta um papel educativo muito
importante na escolaridade das crianças que se desenvolvem e conhecem o mundo
a partir dos intercâmbios sociais promovidos pela brincadeira.
Dando continuidade à entrevista, perguntamos sobre como os alunos reagem
às brincadeiras, a resposta obtida foi a seguinte:

As crianças adoram é nas brincadeiras que elas vão aprendendo se


divertido além de aprender regras. Eles reagem com alegria e não recusam
participar, sempre aceitam e demonstram. Vejo que eles participam e ficam
pedindo para repetir. Sempre uso a brincadeira direcionada e até brinco
com eles (Professora).
De tal modo, pode-se observar no depoimento da professora que as crianças
reagem de maneira participativa quando estão brincando, e se divertem tanto ao
ponto de pedirem para que as atividades sejam repetidas.
Ademais, quando a professora questionada a responder sobre como as
brincadeiras influenciam no processo de ensino/aprendizagem das crianças, esta
teve posicionamento inteligente sobre a temática, como podemos observar na
seguinte fala:

De fato a brincadeira tem grande influência nesse processo, pois possibilita


um desenvolvimento interacional, contribuindo para o respeito com os
outros coleguinhas. É através dela que nós professores podemos perceber
a maneira de ser de cada criança. Brincando ela vai se desenvolver e
crescer cognitivamente e socialmente. (Professora)

Por meio do discurso da professora, percebemos que ela ressalta que as


brincadeiras contribuem para o desenvolvimento tanto cognitivo quanto social das
crianças.
Em relação à compreensão que a professora possui sobre brincadeira,
percebe-se que a colaboradora compreende a importância dessa ferramenta
pedagógica na aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
No que se refere à analise diante da realização do “Momento de brincadeiras”
com base na temática, questionamos as crianças da turma pesquisada sobre o que
elas mais gostaram o que não gostaram? Que brincadeira acharam mais
interessante e por quê? Por meio das respostas podemos avaliar o desempenho das
crianças pelo entusiasmo realizar as atividades e para responder.
Nesse momento, foi planejadas brincadeiras e levadas para sala de aula, uma
delas que podemos destacar foi “Caminho com obstáculos” em que foi feita uma
linha no chão pra eles andarem por cima, dois bambolês pra pularem dentro, uma
mesinha pra passarem por baixo e as cadeiras em fila para eles fazerem o
movimento de “zig-zag”. Na sequencia foram chamados de um em um para realizar
a brincadeira.
Uma das crianças quando questionadas relatou que “foi muito divertido,
porque gosta de brincar” (CRIANÇA A), já outra arfirmou que “brincar é a melhor
coisa do mundo, porque ela se diverte com os amiguinhos” (CRIANÇA B).
Eles gostaram muito e demonstraram grande felicidade ao brincarem, durante
o momento que a brincadeira ia sendo realizada, foram questionadas se ela estava
se divertindo e elas respondiam entusiasmadas de maneira positiva. Assim, esse
momento foi usado como forma uma forma de avaliação de coordenação motora dos
alunos, além de trabalhar o respeito pela vez do colega.
Nessa perspectiva, após a realização das brincadeiras foi questionado às
crianças para avaliarem as brincadeiras realizadas levando-as a expressarem a sua
opinião e por meio de observações e de questionamentos informais e de maneira
oral. Sendo assim, pôde-se constatar o quanto esse momento contribuiu para a
aprendizagem da criança e deixando subsídios práticos e eficientes para a sua
aprendizagem.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das fundamentações teóricas discutidas durante esta pesquisa, pôde-


se compreender que a brincadeira é uma experiência livre para a criança e deve ser
vivenciada da melhor forma possível, pois é por ela e através dela que a criança
desperta suas habilidades mais precisas para um bom desenvolvimento, que a
conduzirá durante toda a sua vida, e é por meio das brincadeiras que as crianças se
desenvolvem socialmente conhecendo as atitudes e as habilidades necessárias para
viver em seu grupo social.
Para que isso aconteça de forma favorável para a criança necessita da
mediação do outro para se desenvolver, portanto o meio sozinho não dá conta de
desenvolvê-lo e é aí que entra o papel do educador e dos colegas através das
relações.
A partir das análises das respostas da interlocutora da pesquisa, ficou
evidente à importância do uso da brincadeira no processo de aprendizagem das
crianças, sendo esta atividade reconhecida com um excelente recurso pedagógico e
como uma ferramenta facilitadora desse processo na atuação do professor em sala
de aula, fazendo com que a aprendizagem seja algo prazeroso e envolvente. O
resultado desse estudo demonstrou que a Escola Municipal Florência Maria da
Conceição valoriza as atividades lúdicas e inclui esta atividade como necessária
para a aprendizagem da criança.
Nesse contexto, cabe ainda dizer que a brincadeira é sempre estruturada pelo
ambiente, pelos materiais ou contexto em que ela acontece. Ao professor cabe
participar como uma pessoa mais experiente, que deverá intervir quando necessário
e também ter uma participação, quando perceber interesse da criança em tê-lo como
parceiro nas brincadeiras possibilitando, assim, o desenvolvimento da criança.
Ao final desta pesquisa confirma-se, portanto, que as brincadeiras quando
aderidas e intencionalmente definidas, podem ser considerados como um estímulo
para a construção do conhecimento da criança, além de promover um contexto
estimulador e desafiante para o movimento da formação do pensamento, de sua
capacidade de cooperação por ser um auxiliar didático na construção de
aprendizagens nas diversas áreas do conhecimento.

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