A Sinfonia Fantástica é uma obra de Berlioz, estreada em 1830.
Esta obra parte da
criação do compositor segundo episódios da sua vida marcantes em relação ao amor. É dividida em 5 partes, sendo elas “Sonhos e paixões” (largo, allegro agitato, apassionato assai); “Baile” (allegro ma non troppo); “cena campestre” (adagio), “Marcha” (allegretto non troppo) e “sonho de uma noite de Sabbat” (larghetto, allegro assai). Em Setembro de 1827, Berlioz foi assistir à peça teatral Hamlet, de Shakespeare, em cena no Teatro Odéon em Paris, na produção de uma companhia inglesa. O elenco de actores incluía os famosos Edmund Kean e Charles Kemble, para além de uma jovem de 27 anos no papel de Ofélia, Harriet Smithson. Berlioz ficou loucamente apaixonado por ela desde esse dia e passou por uma forte obsessão em relação à artista. Escreveu-lhe por diversas vezes, tentou encontrar-se com ela, mas nunca obteve sucesso. De facto é, que haviam rumores sobre a relação da actriz com outros homens, nomeadamente o seu agente e perturbaram Berlioz de forma a despoletarem, simultaneamente, o seu espírito criativo: numa carta que escreveu ao poeta e seu amigo H. Ferrand, descreveu o plano dramático da obra que tinha em mãos. A história desta sinfonia partiria então do príncipio que um artista, abençoado por uma imaginação prodigiosa, apaixona-se por uma mulher que incorpora os ideais de beleza e fascinação que ele sempre procurou. O artista acredita na esperança que poderá haver entre os dois e acredita estar verdadeiramente apaixonado. Mais tarde, numa crise de desespero, ele droga-se com ópio, mas esta droga, em vez de o matar, provoca-lhe uma alucinação terrível: pensa que, tendo assassinado a sua amada, é condenado à morte e assiste à sua própria execução (isto tudo não passa de uma alucinação). Após a sua morte, vê-se rodeado por uma assembleia de feiticeiros e bruxas, onde vê a sua amada entrar e observa que esta é agora uma prostituta e que irá tomar parte dessa orgia./ O trio Op. 114 para clarinete, violoncelo e piano em lá menor, de Johannes Brahms foi composto em 1891. O trio é o primeiro dos quatro trabalhos de música de câmara dedicados ao clarinete. É dividido em quatro andamentos: Allegro, Adagio, Andantino grazioso, e novamente, Allegro. O primeiro andamento (Allegro), começa com o violoncelo no registo de tenor com um tema, que nas três primeiras notas formam um acorde arpejado de la menor, contendo no plano tonal as três tonalidades resultantes da exposição (lá menor, dó maior e mi menor). Não só as tonalidades, mas também a base motívica de cada grupo temático subsequente estão relacionadas a esse princípio. O segundo tema, um período com antecedente e consequente, é apresentado na mediante e começa com o acorde arpejado descendente de lá menor. O piano e o clarinete unem “forças” para ter a melodia (tocando lá, dó, mi e sol), enquanto que o violoncelo, toca a inversão da mesma ideia (do mi sol la) e com isso antecipa a melodia com a qual a exposição termina. O segundo andamento, Adagio, as técnicas de variação e extensão de J. Brahms conseguem uma grande variedade de expressividade em um todo conciso e coerente. O clíma (entre os compassos 42 a 44), resolve de uma nova maneira em Brahms: o clarinete e o violoncelo descem em oitavas e, em seguida, há uma reexposição reduzida de tudo o que se passou anteriormente. É de vincular que, esta não é a resolução típica que Brahms tinha, até então. O terceiro andamento, Andantino Grazioso, temos um andante gracioso com caráter de valsas do “liebeslieder”, isto é, o caráter dos länder (as danças das montanhas e rústicas do sul da Alemanha e da Áustria, na qual dançavam numa batida lenta de três tempos e em que os dançarinos giravam continuamente no local). Este “länder” torna-se especialmente evidente a partir da barra dupla do compasso 113, apenas com um acompanhamento de semicolcheias (no clarinete) e a melodia com semínimas (no violoncelo). O quarto andamento, Allegro, é semelhante ao primeiro, especialmente em termos de forma, construção e tratamento temático. A indicação de compasso volta a ser binária, apesar de termos várias mudanças no compasso e suas subdivisões (o que não aconteceu até agora). Esta sensação de instabilidade rítmica ou figuras rítmicas deslocadas é uma característica da linguagem composicional de Brahms e a vimos nos outros andamentos. Em relação à escolha desta obra para música de câmara, destaco o facto de ser uma das obras a interpretar na disciplina de música de câmara, sendo necessário adquirir informação acerca do seu conteúdo e forma. Para concluir, escolho uma interpretação que me revela bastante expressão e sentimento na execução da obra, com os músicos Martin Fröst (clarinete), Clemens Hagen (violoncelo), Leif Ove Andsnes (piano) no Festival Internacional de Música de Câmara, em 2010./ Der Freischütz Weber: No início do século XIX, a ópera alemã lutava para se libertar do domínio dos teatros reais e ducais, fortemente regulados, e da preferência pelas características da opera seria italiana. Como parte da revolução romântica, os compositores procuraram tratar uma gama de assuntos mais livre e quotidiana, baseada na história e nas lendas dos povos germânicos, e não nas personagens régias da mitologia clássica. A obra crucial deste período foi O Franco-atirador (Der Freischütz) de Carl Maria von Weber é uma ópera que consubstancia o fascínio pelos aspectos mais sinistros do mundo natural e pelas trevas do passado medieval. A ópera está dividida em três atos. A história passa-se à volta de um concurso de tiro onde o vencedor poderá casar com a filha do Guarda Florestal. Max, apaixonado por Agathe, presentemente em maré de azar em tiro, cede ao diabo ao forjar com a ajuda de Kaspar, na Toca do Lobo, balas mágicas que atingem tudo o que desejar. Mas a sétima bala e última, atinge não o que o atirador quiser mas sim o que Samiel (o diabo) entender. Kaspar tenta assim comprar mais uns anos entre os vivos, ao oferecer a vida de Agathe no dia do concurso de tiro. Contudo, no dia da prova, a última bala disparada por Max não atinge Agathe mas sim Kaspar, traído pelo diabo. Ao confessar a origem das balas, Max é proibido de casar com Agathe pelo Príncipe Ottokar. O aparecimento do Ermitão da aldeia, tido como representante de Deus por todos os membros da aldeia, revela-se essencial para a felicidade de Max e Agathe. O ermitão diz que dois corações não podem depender de um tiro para serem felizes. O concurso de tiro (tradição antiga da aldeia) é suspenso para sempre e os amantes poder-se-ão unir, embora) apenas após um período de redenção de Max porque, embora por amor e não maldade, cedeu às tentações do diabo./ ein deustches requiem op45 Brahms: composição datada de 1865-68; constituída por 7 andamentos; linguagem alemã; coro, orquestra e 2 solista (soprano e barítono). caracteriza-se por ser uma partitura densa e complexa, representando, inicialmente, uma declaração de intenções, introduzida por instrumentos de tessitura grave, como os violoncelos, tímpanos, contrabaixos e órgão. É um majestoso hino, onde os temas de consolação dos vivos e do repouso dos defuntos estão lado a lado numa perspetiva que, no final, encontra um canto extraordinário com palavras extraídas da Bíblia do livro do Apocalipse. 1º and: o motivo que aparece primeiro nos violoncelos e depois nas violas, prepara a aparição do coro para estabeler um clima emocional, dizendo “selig seid, die da Leid tragen”. Na segunda secção há uma maior mobilidade das vozes. No final do and. Encontramos um pequeno clímax com acompanhamento da secção de madeiras, juntamente com harpa e pizzicati das cordas. 2º and: inicia-se com uma marcha monumental, sendo uma espécie de canto de peregrinos. Depois da marcha aparece uma passagem com a frase “so seid geduldig”, começada pelos tenores e contratos e de seguida por todo o coro. Destaca-se um solo de flauta que permanece até à reaparição da marcha. Segue-se uma espécie de hino de júbilo começada pela voz dos baixos e uma orquestração forte e cheia de som, com o objetivo de acentuar as notas mais longas e graves de dor e suspiro e, as notas mais breves e e rápidas no sentido de “teremos que ir” (wird weg mussen). No final do andamento é expressada uma melodia numa secção mais tranquila, desvanecendo o optimismo. Esta melodia expressa a alegria da salvação e vinca o triunfo sobre a fatalidade da marcha fúnebre. Romantismo: movimento literário na Alemanha, que se estende de 1800 a 1830, com wackenroder, tick, novalis e os irmaos schlegel. A partir da recensão de Beethoven, de eta Hoffmann, o termo adquire-se também na musica. Estende-se de Schubert a Strauss. 1ªfase: 1800-30. aparecem pequenas formas para piano; desenvolvimento do estilo intimista; escrita de bagatelas; destacam-se os lieder de Schubert; maior importância na musica conformista com carater jocoso e artístico de Rossini, oposição à musica cheia de profundo significado de Beethoven. Destaca-se der freischutz como 1ª grande opera romântica alemã. Romantismo pleno: 30-50. Introduzido politicamente pela revolução de julho de 1830. Expandiu-se a nível europeu. Paris torna-se o centro em vez de viena. Tem múltiplas fontes de inspiração, em especial o romantismo literário francês (dumas, hugo). Destaca-se a sinfonia fantástica. No piano destaca-se o virtuosismo de lizst e no biolino Paganini, também desabrocham no piano Chopin, schumman e mendelssohn. Destaca-se na opera romântica wagner, verdi e mayerbeer. Romantismo tardio: 50-90. Coincide com a revolução de 1848. Destaca-se uma nova época com os poemas sinfonicosde lizst, os dramas musicais de wagner e as operas de maturidade de verdi. Surge a nova geração de compositores como bruckner, Brahms e franck. Há uma coexistência entre a estética formal e expressiva, o cecilianismo, o historicismo, o naturalismo e o colorido nacional. Imprimem à musica um carater de pos romantismo. Lied: canção que assume um papel central no seculo xix. Surge inicialmente através da via oral, com inspiração primitiva e nacional, daando origem ao lied alemão. É acompanhado por piano e tem carater intimista, geralmente interpretadas em casa num meio entre amigos e conhecidos. Destaca-se Schubert. O lied romântico apresenta varias características como: sensibilidade dramática, piano e voz solista, o instrumento realça o texto, coerência entre conteúdo poético e musica, pode ser estrófico em que há melodia e acompanhamento, cénico ou declamado (fusão entre piano e voz), desenvolvido. Destaca-se: a bela moleira, o cisne e viagem de inverno. Relação entre a musica e a poesia: a poesia serve para exprimir o mais intimo que há no mundo, o inefável. Já a musica consegue exprimir esse conteúdo implícito. No lied o que importa não é a sua qualidade no poema mas a fantasia e a capacidade criativa do musico. Pode observar-se nos lieder de Schubert com textos de muller. Todos os elementos individuais do lied organizam-se como partes de um todo em função do carater global de um lied. No lied, o texto do poema deixa de existir como tal, pois é convertido em musica. Tipos de lied: estrófico simples: a melodia e o acompanhamento não diferem de estrofe para estrofe. Estrófico variado: a melodia e o acompanhamento mudam em determinadas estrofes. Desenvolvido: a função do texto, a melodia e o acompanhamento são sempre novos. Musica programática: o conflito entre o idela da musica puramente instrumental e o forte pendor literário da musica oitocentista dao lugar ao conceito de musica programática. Define-se em musica instrumental associada a uma matéria poética, descritiva ou mesmo narrativa e, sugestão imaginativa. Pretende absorver e transmutar integralmente na música o tema imaginado, de tal forma que, a composição daí resultante, embora incluindo o programa, o transcende e fosse independente dele. A musica instrumental torna-se o veículo de expressão de sentimentos que, embora possam ser sugeridos por palavras, extravasam, em ultima analise, o poder excessivo da palavra. O ponto de partida foi a sinfonia pastoral de Beethoven. Na primeira metade do seculo temos: mendelssohn, schumman, Berlioz e lizst. Final do sec: Debussy e Strauss. Piano: adquire no sec xix grande importância e popularidade. Já era um instrumento bastante diferente daquele para que Mozart escrevera, capaz agora de produzir um som pleno e firme, a qualquer nível dinâmico, de responder em todos os aspectos as exigências expressivas e do mais extremo virtuosismo. Primeiro instrumento romântico por excelência. No inicio do sec já existiam duas escolas: uma sublinhando a clareza da textura e fluência técnica – representada por Hummel. A outra sublinhava a sonoridade plena, a amplitude dinâmica, os efeitos orquestrais, a execução dramática e a riqueza dos recursos técnicos – representada por Beethoven. Os melhores executantes do seculo procuram evitar dois extremos: o sentimento da musica de salao e as exibições supérfluas de técnica. Musica orquestral: a historia da musica sinfónica do seculo xix indica que os compositores desta época evoluíram em duas direcções: baseados na 4ª, 7ª e 8ª de Beethoven apontam para a musica absoluta; em relação às 5, 6 e 9ª de Beethoven representam a musica programática. O que une comummente estas tendências são a intensidade da expressão musical e a aceitação dos progressos recentes no domínio da harmonia e da cor tonal. Ópera e drama musical. Itália: em finais do seculo xviii Itália perde o seu predomínio na europa frente à opera comique e À grand opéra francesas, devido aos acontecimentos políticos passados em paris, fazendo com que seja o novo centro das atenções. No inicio do seculo xix volta a ganhar domínio com Rossini, que foi um esplendor e sucesso na ópera bufa. Destaca-se a sua obra o Barbeiro de Selhiva (1816). Posterior a Rossini destacam-se: Donizetti (Lucia de Lammermoor – 1835); Bellini (Norma – 1831); e, verdi o mais importante compositor de operas italianas do seculo xix. Não escreve operas bufas mas grandes obras dramáticas. Nunca abandona o ideal do bel canto italiano na opera italiana (Falstaff – comedia lírica; la traviata, Nabuco, rigoletto, il trovatore); Puccini – figura do verismo e representante do fim de seculo. França:.grand opéra séria, desenvolvida com recitativos cantados e secções musicais que se fudem no ponto de vista dramático. Acumulando-se diferentes estilos ao gosto burguês, pretende-se: cenas pitorescas com muita gente e surpreendentes viragens na ação. Contrastes bruscos entre cenas de massas e ambiente privado, com situações que vao desde o banal ao mais terno sentimento. Os argumentos já não eram retirados da antiguidade mas sim como no romantismo francês ( dumas, hugo), a idade média e a época moderna. Drame lyrique – aparece ca. 1850 em paris. Trata temas sérios mas não utiliza efeitos de palco grandiosos. Espalha conflitos individuais dentro de uma atmosfera mais intima e carregada de sentimento. Ex: fausto, Gounod. Opéra comique – continua a compor-se na primeira metade so seculo xix em contraposição à grand opéra. Reflecte-se com tendencia da burguesia para pôr lado a lado o sério e o alegre, o que transforma o serio em sentimental e o alegre em farsa. Ex: Boieldieu, la dame blache. E. Scribe, libretista impulsionador. Opereta – operas ligeiras num único ato. Ex: folies concertantes, de hervé. Ópera na Alemanha: nos princípios do sec xix desenvolve-se a ópera romântica alemã. Trata-se de lendas populares, de contos, de visões romantizadas da história. A natureza e o sobrenatural tem um papel fundamental na ópera romântica alemã. Salvação do homem enredado de culpa e do destino. Principais elementos: abertura, diálogo falado, cena, instrumentação colorida, motivos recorrentes, conjuntos, coros e finais. Destaca-se: Aurora, ETA Hoffman; der alchymist, Spohr; der freischutz, weber; der vampyr, marschner; lohengrin, wagner. Ópera cómica alemã: surge através do sinspiel e da ópera comique francesa. Mistura de tom comico que vai desde o alegre ao burlesco, expressividade e sentimentalismo. Destacam: cornelius, nicolai e Lortzing. Drama musical de wagner: cerca de 1850 esboça a sua nova teoria da opera como drama musical, da obra de arte total e da técnica do leitmotiv. Pretende unir a opera com a sinfonismo de Beethoven. Quais as diferenças: os atores passam a ser cantores; a orquestra representa os processos anímicos; a música é contínua, de uma melodia infinita e polifonia vocal-instrumental ao invés de ser apenas um acompanhamento instrumental. Nacionalismo: desenvolveu- se em quase todos os países europeus um nacionalismo em relação à música que compunham. Ing: barnett, sullivan. Escandinavia: Hartmann, sinding. Polónia: elsner, kurpinsky. Sueste: erkel, savin. Boémia e morávia: srkoup e dráteník, Smetana e dvorák. Russia: grupo dos 5: mussorgski, borodin, cui, Balakirev, rimski-korsakov, em s. Petersburgo e rubinstein e serov em moscovo. dif entre cl e rom: não há um modelo a seguir, individual, pessoal e subjetivo, cristianismo, baseia-se na imaginação e usa a sensilididade, libertação na escrita, uso do folclore, oposição à era da razão, buscam a Idade Média como exemplo para a sua música.