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As quatro fases da vida de José

E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.

Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos;
sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José
trazia más notícias deles ao seu pai.

E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma
túnica de várias cores.

Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar
com ele pacificamente.

Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.

E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:

Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também
ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.

Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre
nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras.

E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o
sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.

E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste?
Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?

Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém guardava este negócio no seu coração.

I. Introdução

A maioria das pessoas tem sonhos que nunca realizaram porque permitiram rachaduras em seu caráter
ou renunciaram a esses sonhos antes mesmo de conquistá-los. E a vida de José nos serve de exemplo
para superarmos dia a dia as lutas e seguirmos adiante nos concentrando em nossos sonhos, ou nos
sonhos que Deus nos deu. Deus tem te dado sonhos? Se Deus tem te dado sonhos é porque Ele quer
que você se empenhe em alcançá-los. O Senhor deu a José um sonho, onde revelou o curso que tomaria
sua vida e os grandes desígnios que tinha para ele. Mas José compartilhou o sonho com seus irmãos (era
jovem e inexperiente). Estes o trataram mal, por ser o preferido do pai; eles pensaram que José usaria
esse privilégio para dominar sobre eles, por isso o rejeitaram (Gn. 37.5). Mais adiante, Deus deu a José
outro sonho, e ele novamente contou a seus irmãos (v.8-9). Seus irmãos manifestaram desgosto por isso
e o próprio pai repreendeu a José; pareciam sonhos impossíveis, mas Jacó considerava essas coisas no
coração. Mas José teve que enfrentar situações dificílimas, por causa dos seus sonhos e, nós podemos
aprender na história de José quais atitudes devemos tomar para alcançar nossos sonhos. Atitudes que
José, mesmo tão jovem, tomou e por isso conquistou os sonhos de Deus para ele.

Na primeira oportunidade que tiveram os irmãos de José o atacaram e o lançaram em uma cisterna vazia
(Gn 37.24). Nesse momento José experimentou o abandono. Que coisa triste! Os próprios irmãos
fazerem isso! Logo depois eles o venderam como um escravo (Gn 37.28). Algo que devemos entender é
que o propósito do inimigo é desanimar-nos para que percamos toda esperança e sepultemos nossos
sonhos. A cisterna em que José foi lançado representa escuridão, depressão, solidão, que às vezes nos
visita. A depressão é o mal do século! Muitas pessoas estão sofrendo disso. E tudo começa com uma
situação que causa medo, pavor, tristeza. O inimigo quer que aceitemos a situação sem lutar, entregando
os pontos, murmurando. Mas temos que ir a Deus e depender plenamente dele. Levantar a cabeça e
olhar para o Senhor porque Ele é conosco. José foi tirado da cisterna, mas não para ser livre e sim para
ser vendido como escravo dos ismaelitas. Chegando ao Egito ele foi comprado por Potifar, comandante
da guarda de Faraó. Depois de ter sido rejeitado por seus irmãos, ele teve que aprender a depender
plena e unicamente de Deus. Isso fez com que sua vida de oração crescesse, clareando seu
entendimento para ver claramente o propósito de Deus em meio à adversidade. As circunstâncias
adversas são oportunidades para fortalecermos nosso caráter. Se superarmos todas as dificuldades pela
confiança em Deus, Ele nos dará a vitória e, em Seu tempo se cumprirão nossos sonhos. José, mesmo
sendo escravo na casa de Potifar, tinha algo que o diferenciava: O Senhor era com ele e em tudo
prosperava (Gn 39.2,3). Ele não conquistou o seu sonho de uma vez, mas aos poucos. José foi crescendo
em Deus, fortalecendo-se com suas experiências, e mesmo em situações humilhantes que passou, Deus
o fazia prosperar.

José teve que passar momentos muito difíceis, causados em parte pelas pessoas que ele mais amava,
mas não permitiu que a adversidade destruísse seu sonho. É preciso estar na presença de Deus para
discernirmos que os ataques são espirituais para não conquistarmos nossos sonhos. Na casa de Potifar
ele se tornou mordomo e conquistou a total confiança do seu senhor, mas por ser um jovem bonito de
porte e aparência, a mulher de Potifar ficou atraída por ele e por vários dias insistia para que ele se
deitasse com ela, proposta que ele sempre recusou. Um dia ela preparou uma cilada: todos estavam fora
da casa estando somente ela e, quando José chegou para cuidar dos negócios ela o agarrou, forçando-o,
mas ele fugiu, ficando ela com as vestes dele em suas mãos. Após o incidente ela inverteu a história,
denunciando que foi José que queria se deitar com ela, mas como ela tinha gritado ele havia fugido (Gn
39.11-14). José foi lançado no cárcere, mas ele nunca deixou de alimentar seu sonho. A única coisa que
ele tinha era o seu sonho e a fé em Deus para realizá-lo. Como ele alimentava seus sonhos?
Permanecendo na presença de Deus; crendo a cada dia na intervenção de Deus. Ele cria que os
impossíveis dos homens eram possíveis para Deus! Ele tinha certeza que Deus teria o tempo certo para
que estes sonhos se cumprissem. Nós devemos ter a mesma atitude de confiança. Mesmo que as
situações pareçam adversas não devemos desfalecer na fé, até obtermos a vitória. É fundamental que
aprendamos que o fiel no pouco também o é no muito. O pouco na vida de José era a integridade.
Enquanto esperamos o milagre, Deus prova nosso caráter e nossa integridade. Depois que José passou
na prova, o pouco que ele tinha se fez muito. O muito é a prosperidade, mas antes de chegar lá temos
que experimentar do pouco. Os sonhos vêm quando tudo parece contrario. Deus nos dá sonhos quando
não temos nada. Deus nos dá um sonho não porque temos recursos, mas porque tem um propósito para
nossa vida e então fala ao nosso coração, alimentando nosso sonho com pequenos desafios.

Quais foram às circunstâncias que José teve que superar? (1) A inveja e rejeição. Estes são gigantes que
se levantam para destruir e matar nossos sonhos e foi essa mesma inveja e rejeição que levaram seus
irmãos a afastá-lo de seu pai e sua família. Menosprezaram-no para que desistisse de seus sonhos. Eles
diziam: “aí vem o tal sonhador...” (Gn 37.19,20). (2) As mudanças. José precisou de fé para enfrentar
cada uma dessas mudanças. Depois de viver a rejeição dos próprios irmãos, teve que enfrentar muitas
mudanças e só a graça de Deus o sustentava. (3) A separação de seu pai foi muito difícil para ele devido
ao tipo de relacionamento que eles tinham. (4) Ser escravo em uma terra alheia, ser preso injustamente
e estar atrás das grades foram mudanças bruscas e severas e a única coisa que o alentava
espiritualmente era sua fé naquele sonho dado por Deus. José soube esperar com paciência. (5) A
tentação. O espírito de sedução rondava a vida de José para derrubá-lo, mas ele se manteve firme
porque em seu coração havia uma decisão de não falhar com Deus e não ceder aos desejos da carne.

II. Vejamos agora, “As quatro fases da vida de José”

1. Os sonhos de José.

José teve sonhos que eram revelações e promessas de Deus para sua vida. Nessa parte pode-se falar
sobre os “sonhos” do jovem, seus projetos para a vida, para a profissão, para o casamento, para a
família, para o ministério, e principalmente sobre os propósitos de Deus para cada um.

2. As tribulações de José.

Destacar o contraste entre o plano de Deus e a realidade aparente. A história de José parecia tomar um
rumo totalmente oposto aos seus sonhos. Suas experiências seguintes são: o poço, a escravidão, a
acusação de adultério e a prisão. Ao invés de melhorar, a situação de José parecia piorar cada vez mais.
Entretanto, ele estava sendo conduzido para o lugar onde Deus queria levá-lo. Cada tribulação fazia com
que ele chegasse mais perto do propósito final. Muitas vezes Deus não nos fala diretamente, mas nos
conduz através das circunstâncias.

3. A fidelidade de José.

Entre a promessa e a conquista existem duas palavras que interferem: tribulação e tentação. As duas
coisas muitas vezes se misturam. Isso esteve presente também na história de Israel entre a promessa da
terra e a conquista da terra. As tribulações podem nos fazer enfraquecer diante da tentação, mas José
não se deixou levar por isso. José foi tentado pela mulher de Potifar, mas não se contaminou com ela.
Nessa parte, destaque as tentações do mundo sobre a vida do jovem. José foi fiel em todo lugar e em
toda situação. O cristão deve ser exemplar, mesmo que seja na prisão ou no trabalho ou “no fundo do
poço”.

4 . A vitória de José.

Finalmente, José chegou ao governo do Egito. Seu caminho foi árduo mas as promessas de Deus se
cumpriram em sua vida. Nessa parte, destaque as vitórias que o cristão terá na vida e a sua glorificação
final quando Jesus voltar. Isso pode ser comparado com a entrada de Israel em Canaã. Porém, só
entraram aqueles que foram fiéis durante a travessia do deserto.

III. Os sonhos se cumprem

Sete anos de fartura seguidos por sete anos de fome golpeiam a terra, exatamente como José disse que
aconteceria. José previne a fome no Egito por ajuntar enormes reservas de grãos durante os sete bons
anos. Eventualmente, os irmãos de José ouvem que há cereais no Egito e eles vão até lá para solicitar
ajuda. Em princípio eles não reconhecem o irmão, mas finalmente ele se revela. José tinha 17 anos
quando eles o venderam à escravidão (37,2) e agora, quando ele lhes diz quem é, tem 39 anos de idade
(41,46, 53; 45,6). Vinte e dois anos havia se passado. Eles estão espantados. Tentaram se livrar do
sonhador e, ao se livrarem dele, eles cumpriram seus sonhos. Os irmãos no fim se curvaram diante de
José.

Finalmente, ele os convida a viver no Egito para salvar suas vidas e cumprir a remota profecia de que a
descendência de Abraão peregrinaria por 400 anos no Egito, que começa então. Assim, perguntamos
novamente: por que aconteceu de o povo de Deus ir para o Egito em cumprimento do plano de Deus? E
o que Deus deseja nos ensinar sobre seus propósitos e com respeito a seu Filho nessa estranha
peregrinação no Egito?

Duas descrições bíblicas do cumprimento da profecia

A resposta sobre como o povo acabou indo para o Egito é clara sob um ponto de vista: ele foi para esse
lugar devido ao pecado impressionante da tentativa de assassinato, o cobiçoso comércio de escravos e o
engano cruel a um velho homem com o coração partido. Mas como a Bíblia descreve o cumprimento da
profecia divina? De dois modos:

1) Deus enviou José para conservar a vida

Primeiro, em Gênesis 45,5, José diz a seus irmãos que estão com muito medo dele: “Agora, pois, não vos
entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido, porque, para a conservação
da vida, Deus me enviou adiante de vós”. O primeiro modo como a Bíblia descreve esse pecado
impressionante dos irmãos foi a maneira como Deus enviou José para o Egito a fim de salvar àqueles que
tentaram matá-lo. “Deus me enviou adiante de vós”.

E para não pensarmos que esse comentário de José seja secundário com pouca relevância, lemos o
mesmo fato no Salmo 105,16-17 — somente ali no Egito os prêmios subiriam de valor. Deus não apenas
dirigiu as ações desses irmãos para levarem José para o Egito, mas ele decretou a fome também: “Fez vir
fome sobre a terra e cortou os meios de se obter pão. Adiante deles enviou um homem, José, vendido
como escravo”. Esqueça que Deus anteviu uma fome acontecer por seu próprio destino ou devido a
Satanás. Deus decretou a fome. E Deus preparou a libertação.

2) O que o homem planeja para o mal, Deus planeja para o bem

Assim, o primeiro modo como a Bíblia descreve o cumprimento da profecia de Deus é que seu povo iria
para o Egito ao dizer que Deus enviou José adiante deles. O segundo modo que a Bíblia descreve essa
profecia é até mais pungente e impetuoso. Os irmãos comparecem diante de José de novo, dessa vez
após a morte do pai deles, e uma vez mais estão temerosos de que José se vingue deles. Em Gênesis
50,19-20, José declara: “Não temais; acaso, estou em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal
contra mim; porém, Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente
em vida”.

O segundo modo pelo qual a Bíblia descreve como Deus cumpriu sua profecia é: os irmãos de José
pretenderam vendê-lo para fazer o mal, mas Deus planejou o evento para o bem. Note, o texto não diz
que Deus usou a maldade deles para o bem depois que eles se propuseram a fazer o mal. O texto afirma
que, verdadeiramente, no ato perverso, havia dois planejamentos diferentes: no ato pecaminoso, eles
planejaram o mal e, no mesmo ato pecaminoso, Deus planejou o bem.

Quais as razões de Deus adiar os nossos sonhos? Deus adia a realização dos nossos sonhos, para que
possamos buscar a sua face em oração, Deus dia a realização dos nossos sonhos, para que possamos
entender que a vitória não é resultado do nosso esforço, mas da intervenção soberana da sua mão, Deus
adia a realização dos nossos sonhos, para que depois do sonho realizado, possamos consagrar a Ele o
que Ele mesmo nos deu, Deus adia a realização dos ossos sonhos para que possamos entender o seu
supremo propósito

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