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CARLA OLIVEIRA
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CARLA OLIVEIRA
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Quatro modos de conversão do conhecimento
Estamos na Era do Conhecimento. Mas, afinal o que é conhecimento? Segundo Carvalho (2012), independente do
contexto não é fácil definir o conceito de conhecimento. Apesar de sentir e vivenciar o conhecimento e de ter isso
bem claro na mente, não é uma tarefa fácil explicar exatamente o que é o conhecimento.
Este questionamento e estudo a respeito do que é o conhecimento têm sido feito desde os tempos mais antigos, por
filósofos como Platão, Aristóteles, passando por Descartes e Locke, até filósofos mais atuais, como afirma Carvalho
(2012). A Epistemologia é o ramo da filosofia que se ocupa dos problemas que se relacionam com o conhecimento
humano.
Todo esse estudo à respeito do conhecimento gerou e tem gerado uma enorme diversidade de material intelectual e
várias discussões, no entanto o grande paradoxo que precisa ser levado em consideração é, segundo Carvalho (2012),
o fracasso da nossa parte; a incapacidade de explicar por completo o conhecimento – e isso é uma característica
essencial do conhecimento em si (ou, pelo menos, de uma parte importantíssima dele).
Apesar da dificuldade em definir conhecimento, segue a transcrição de algumas definições citadas por Cruz (2002).
O objetivo neste caso é oferecer uma visão mais ampla e didática a respeito da definição de conhecimento:
Para o dicionário Aurélio: “S.m. 1. Ato ou efeito de conhecer. 2. Ideia, noção. 3. Informação, notícia, ciência. 4.
Prática da vida; experiência. 5. Discernimento, critério, apreciação. 6. Consciência de si mesmo; acordo”.
Para o dicionário Michaelis: “1. Ato ou efeito de conhecer. 2. Faculdade de conhecer. 3. Ideia, noção; informação,
notícia. 4. Consciência da própria existência”.
Segundo Cruz (2002), a diferença entre esses dois tipos de conhecimento não está nos objetos conhecidos, mas no
modo de conhecê-los. Reside principalmente no conhecimento das causas, pois o vulgar apenas constata a ocorrência
dos objetos, enquanto que o científico sabe o porquê eles existem. Para Cruz (2002) em vez de apenas
constatarmos que um objeto existe devemos saber por que ele existe.
Para evitar esse tipo de confusão segue abaixo a definição de dado, informação e conhecimento de acordo com
Carvalho (2012):
Dado: É o registro de um evento. Pensando no conhecimento de forma hierárquica, o dado é o menor e mais simples
elemento dessa hierarquia. Ele é uma unidade indivisível, objetiva e abundante. Por este motivo, o dado é o elemento
mais fácil de ser manipulado e transportado, seja em um meio de transporte concreto (de um lugar para outro), seja
de uma forma abstrata (de um sistema para outro ou de uma pessoa para outra).
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Informação: É um conjunto de dados dentro de um contexto. O contexto é fundamental, pois desempenha o papel de
diferenciar um mesmo dado em situações distintas, pois um conjunto de dados não pode passar de um acúmulo de
coisas sem significado. Também é preciso a implicação de pelo menos um sujeito para que o conjunto de dados seja
coordenado de forma significativa. Além do conjunto de dados, é importante para a definição do contexto uma
determinada carga subjetiva. Portanto, uma definição mais elaborada para informação é a seguinte: um conjunto de
dados, com determinado significado para o sistema. Apesar da informação, conter uma determinada carga subjetiva,
a mesma não pode ser algo decifrável apenas por um sujeito específico. Ela deve poder ser codificada de diversas
maneiras, ou seja, ela deve ser tangível para um grupo de pessoas, podendo ser acumulada, processada e
compartilhada. O compartilhamento é de grande importância no que se refere à informação e o conhecimento.
Conhecimento: Segundo Davenport (1998, apud CARVALHO, 2012) conhecimento é a informação que,
devidamente tratada muda o comportamento do sistema. O conhecimento é o resultado de um processamento
complexo e subjetivo da informação, pois quando a informação é absorvida por um sujeito, ela interage com
processos mentais lógicos e não lógicos, experiências anteriores, insights, valores, crenças, compromissos e vários
outros elementos que fazem parte da mente do sujeito, pois consciente ou não ele usa seu conteúdo psíquico para
trabalhar a informação e como base nisso tomar uma decisão de acordo com o contexto no qual ele está envolvido.
Neste sentido é possível considerar que o conhecimento se configura nessa tomada de decisão, pois ele está ligado à
ação uma vez que ele existe e serve para fazer algo, por isso pode-se considera que o conhecimento é um poderoso
agente transformador.
Tipos de conhecimento
Segundo Polanyi (1966, apud CARVALHO, 2012) e Nonaka e Takeuchi (1997, apud CARVALHO, 2012), o
conhecimento é formado por uma estrutura paradoxal, na qual se identifica dois componentes aparentemente
opostos: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
Conhecimento tácito
De acordo com Carvalho (2012), o conhecimento tácito não é um conhecimento palpável, e nem explicável. Esse
tipo de conhecimento é profundamente pessoal e por este motivo muito mais difícil de ser compartilhado.
Para Carvalho (2012), o conhecimento tácito é empírico e prático. Seu contexto é do aqui e agora. Aborda as
sensações e emoções do individuo, como também suas crenças, intuições, habilidades e experiência informais,
modelos mentais e percepções.
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Para Cruz (2002), o conhecimento tácito é aquele que todos nós acumulamos dentro de nós mesmos, ele é fruto do
aprendizado, da educação, da cultura e da experiência de vida de cada um. Segundo ele, esse tipo de conhecimento é
muito comum em qualquer tipo de organização e considera esse tipo como conhecimento como informal. Por esse
motivo um dos grandes desafios que qualquer organização tem é o de coletar, organizar e utilizar esse tipo de
conhecimento.
Conhecimento explícito
De acordo com Carvalho (2012), o conhecimento explícito é visível e tangível. É possível entendê-lo como o
conhecimento codificado em linguagem que apresenta uma estrutura formal e sistêmica que facilita sua transmissão.
Isso confere a esse tipo de conhecimento um caráter mais impessoal.
Esse conhecimento pode ser transmitido por palavras, números, fórmulas, ministrados em aulas e palestras, além de
poder ser armazenado e transportado em artigos, manuais, livros, planilhas, banco de dados. Segundo Carvalho
(2012) o conhecimento explícito pode ser mensurado, além de ser mais racional e teórico.
Para Cruz (2002), o conhecimento explícito é aquele compartilhado, que é passado a outros para que esses também
desenvolvam suas habilidades e possam gerar mais conhecimento e ser passado a outros e assim por diante formando
uma cadeia de desenvolvimento científico, cultural, organizacional, emocional, etc. Ele considera este tipo de
conhecimento como formal.
Para Carvalho (2012) o conhecimento não é só tácito e nem só explícito. O conhecimento é a soma desses dois tipos.
O Quadro 1 mostra a diferença entre os dois componentes do conhecimento.
Objetivo Subjetivo
Para Cruz (2002), tomando com base um ambiente organizacional tanto o conhecimento tácito quanto o
conhecimento explícito podem ser classificados quanto ao seu uso em três distintos grupos:
Conhecimento Estratégico: O conhecimento estratégico segundo Cruz (2002) serve para avaliar os setores:
econômico, político, social, tecnológico, entidades reguladoras, governo, fornecedores, cliente e concorrentes
permitindo que qualquer empresa possa tomar decisões de longo prazo, criar cenários, desenvolver estratégias de
atuação, definir políticas, criar produtos e definir o modus operandi.
Conhecimento Operacional: O conhecimento operacional está diretamente ligado à capacidade de realizar o dia-a-dia
da empresa. Por meio dele é possível coletar, organizar, documentar e gerenciar processos de negócio, pois segundo
Cruz (2002), tudo, absolutamente tudo que se faz em qualquer empresa, em qualquer organização, está inserido num
processo de negócio.
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Conhecimento Emocional: um ar mais informal às relações funcionais em qualquer tipo de organização. Segundo
Cruz (2002) são convites, notícias sociais, planos de vantagens, comunicados não-oficiais e notícias culturais, porém
alguns cuidados devem ser tomados quando a publicação de tais informações. Cruz (2002) considera que é preciso
levar em conta aspectos socioeconômicos, culturais, religiosos e políticos que será atingidos por tais conteúdos.
Referências:
CARVALHO, Fábio. Gestão do Conhecimento. São Paulo: Editora Pearson. 2012.
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