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SUMÁRIO
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ADAM SMITH, FUNDADOR DA ESCOLA CLÁSSICA INGLESA
É considerado o “pai da economia política”, pois sua Magnum opus (A riqueza das nações)
causa uma ruptura na história do pensamento econômico. Nela ele indaga acerca dos
fundamentos da riqueza, rejeitando as teses mercantilistas que consideram como fonte da
riqueza a posse de metais preciosos. Para Smith, a riqueza das nações se funda na divisão do
trabalho e na liberdade econômica.
Com seus estudos acerca das origens do valor dos bens, Adam Smith formula uma teoria da
repartição, onde faz uma distinção entre o valor de uso e o valor de troca.
O valor de uso de um bem está ligado à sua utilidade, já o valor de troca de um bem se
baseia na capacidade de seu detentor obter outros bens no mercado. Seguindo esse
pensamento, a moeda não tem nenhum valor de uso, mas possui um forte valor de troca.
Os rendimentos podem se dividir em três grupos, sendo eles os salários, os lucros e as terras.
O salário, além de, corresponder ao rendimento necessário para que o trabalhador possa
reproduzir as condições de existência dele e de sua família, tem cinco características que
determinam o seu nível. O caráter agradável ou não, o tempo de aprendizagem, a estabilidade
do emprego e a intensidade do esforço, a responsabilidade e a confiança que o empresário
deposita no trabalhador e o risco de maior, ou menor, possiblidade de sucesso na atividade.
O lucro capital representa a parcela do preço de venda do produto que se destina a quem
arriscou seu capital na indústria. E a renda da terra é a diferença entre o valor da colheita, e os
salários e o produto ligado ao uso do capital de exploração.
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II – A opulência nasce da divisão do trabalho
Os efeitos positivos da divisão do trabalho são explicados, por Smith, de três maneiras. Ela
aumenta a habilidade de cada trabalhador, na medida em que ele se especializa em uma única
tarefa, permite eliminar o tempo que normalmente se perde com a passagem de uma atividade
a outra e leva a criação de novos instrumentos de produção, que têm duas origens, a
especialização de cada operário e o surgimento de uma categoria de pesquisadores que
observam o desenrolar da produção.
Porém, Smith sabia dos riscos de uma divisão do trabalho levada aos extremos. A repetição
monótona de alguns gestos simples impede que o operário use suas faculdades intelectuais e
humanas, pois a inteligência da maioria dos homens é formada por suas ocupações.
Além disso, ele estende o princípio da divisão de trabalho ao conjunto da economia nacional.
Os operários, uma vez estabelecidos em sua ocupação profissional, venderão os produtos de
sua atividade e usarão seus ganhos para obter bens e serviços que não produzem, mas lhes
são necessários.
Como pai da divisão internacional do trabalho, Adam Smith considera que a aplicação dos
princípios da divisão do trabalho, fundada na especialização, também pode ser generalizada
para as relações econômicas internacionais. Ele foi um dos primeiros a teorizar o interesse da
troca entre as nações na teoria da vantagem absoluta, onde os bens que seriam produzidos a
custos mais altos no exterior são simplesmente importados.
Cada um troca o que produz por aquilo que lhe é necessário e que não pode produzir por si
só, então o mercado se torna, assim, o instrumento regulador da atividade econômica.
Ele se torna o epicentro de uma regulação que transcende o econômico, sendo um fator de
consenso social que leva a formação da concorrência. Cada indivíduo, motivado pela busca
de suas aspirações pessoais, é incentivado a responder à demanda dos outros, com o objetivo
de extrair de sua atividade o maior benefício possível. Smith chama isso de “mão invisível”,
que é o que guia os interesses e as paixões individuais na direção mais favorável aos
interesses de toda a sociedade, fazendo uma transição entre esses dois interesses.
A livre concorrência contribui para o surgimento do preço justo. Este é o milagre da “mão
invisível” que permite conciliar o egoísmo individual e o interesse geral.
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IV – O Estado pode igualmente contribuir para a riqueza das nações
O Estado deve cumprir três funções em relação à sociedade civil, sendo elas a defesa do
território com a manutenção das forças armadas, a administração da justiça e a criação e
manutenção de certas atividades econômicas que não podem ser realizadas pelo setor
privado.
Esta última função abre uma polêmica sobre os limites do intervencionismo estatal numa
economia liberal, já que justifica o financiamento de serviços coletivos por meio de impostos.
Pensando nisso, Smith concebe uma tributação que não penaliza a atividade econômica
definindo quatro regras. Os cidadãos devem contribuir para o financiamento das atividades
públicas em função do seu rendimento, a arrecadação tributária deve fundar-se em regras
transparentes, deve ser feita de maneira econômica e as receitas fiscais devem ser limitadas às
necessidades de financiamento do Estado.
Adam Smith, como liberal, desconfia de um sistema tributário que possa restringir as
liberdades econômicas, já que a tributação excessiva arriscaria travar a dinâmica natural do
sistema econômico e o imposto poderia se tornar antieconômico.
Por fim, o poder público do Estado deve proteger o mercado, velando pelo exercício da livre
concorrência, opondo-se ao surgimento de monopólios.
Prolongamentos e críticas
Marx se opõe à visão otimista de Smith quanto aos efeitos benéficos da divisão do trabalho,
já que ela acarreta uma especialização dos trabalhadores que aumenta o poder do empresário,
porque torna os operários plenamente substituíveis, desqualifica postos de trabalho, o que
reduz o salário, e tira a visão global do processo produtivo dos assalariados.
Arthur Laffer apresenta uma relação entre o aumento dos impostos de renda e o nível das
receitas federais, onde o excesso de imposto mata o próprio imposto e, também, a atividade e
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o crescimento econômico, já que ele proporciona um crescimento da economia informal e um
aumento da fraude fiscal.
Além disso, os bens coletivos se opõem aos bens privados, já que os ditos serviços coletivos
são bens fora do mercado e sua produção parece justificar a existência de uma economia
pública, independente dos mercados associados à livre concorrência.
David Ricardo nasceu em Londres em 1772. Começou a trabalhar aos 14 anos na Bolsa de
Londres com seu pai, e enriqueceu graças ao sucesso em especulações na bolsa. Suas primeiras
publicações foram artigos de teor monetário, foi eleito deputado da Câmara dos comuns. Saiu
em 1819 por razões de saúde e faleceu no mesmo ano. David, defendeu o livre-câmbio e a
estabilidade da moeda.
Ele reformou a teoria de valor-trabalho e apresentou uma reflexão original sobre a repartição
da renda, dos lucros e dos salários. Defensor do livre-câmbio era contra as leis do
protecionismo que impediam exportações de baixo preço. Criador da teoria das vantagens
absolutas, base de sustentação da análise liberal no campo das relações econômicas
internacionais.
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operário e da sua família. Uma alta nos preços desses objetos, aumenta o preço natural do
trabalho.
O aumento do preço dos bens de subsistência acarreta uma alta dos salários e,
portanto, uma queda dos lucros que pode levar a uma estagnação na economia.
Ricardo, considera que o aumento do preço do ouro está ligado a emissão excessiva do
papel-moeda, ressalta que a tentação pode levar um governo a emitir um excesso de papel-
moeda. Segundo a teoria do valor, toda mercadoria tem um preço, determinado pelo tempo de
trabalho necessário para sua produção. A moeda é uma mercadoria como qualquer outra, o
papel-moeda pode ser produzido com grande facilidade, assim o governo pode mandar
produzir um excesso de cédulas monetárias.
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Ricardo enuncia a lei das vantagens comparativas
Um país pode preferir importar certos produtos que poderiam fazer a custos mais baixos do
que os estrangeiros, se com isso, tiver a perspectiva de conquistar uma posição dominante em
outras produções exploráveis. Podemos exemplificar essa ideia em um clássico, a troca de
tecido inglês por vinho português. Para os dois produtos, o tecido e o vinho, Portugal pode
comprar mais tecidos do que produziria se desviasse parte o seu capital da vinicultura para a
indústria têxtil. Cada país opta pelo tipo de produção em que se destaca. Assim surge a divisão
internacional do trabalho.
O comercio internacional para Ricardo trás muitas vantagens, mas como equilibrar o
comércio exterior?
Se um país importa mais do que exporta, suas contas serão deficitárias. Ele pagará o déficit
com uma saída de divisas ou de ouro do seu território econômico. Essa retirada de metal
precioso trará como consequência uma diminuição dos meios de pagamento dentro da
economia nacional, que, por sua vez, acarretará uma baixa dos preços. A baixa dos preços
internos traz como corolário, melhor competitividade de preços dos produtos nos mercados
externos. O mesmo vale para um país com excedente em seu comércio exterior: a entrada de
divisas aumenta o volume de moeda circulante e alimenta a elevação dos preços. A inflação
encarece os preços de exportação e altera a competitividade dos produtos no espaço comercial
internacional.
V. Prolongamentos e críticas
Ricardo possui uma visão liberal da troca internacional
Eli Heckscher e Bertil Ohlin, explicam a troca internacional a partir da abundancia (ou
escassez) relativa dos fatores de produção de cada nação. Essa análise parte do exame das
quantidade físicas do fatores de produção, quantidade do fator trabalho (importância da
produção ativa), e das quantidades do fator capital (reserva de capital fixo), disponíveis numa
nação. Como exemplo, num país em que o capital utilizado é escasso e portanto caro, os
automóveis terão um preço muito elevado; em contrapartida, se a mão-de-obra é numerosa, os
produtos têxteis serão baratos. Heckscher e Ohlin também raciocinam em termos de
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intensidade fatorial, a produção de certos bens supõe mais capital do que trabalho, como a
indústria da informática.
Wassily Leontieff insiste sobre os aspectos qualitativos da dotação fatorial das nações
para revelar o desempenho no comércio exterior
Retomando a teoria do valor-trabalho de Ricardo, Marx mostrou que a troca entre nações
com diferente produtividade do trabalho se traduziria inevitavelmente numa relação de
exploração. Os países avançados podem obter, como importações dos países menos avançados,
produtos que demandam mais horas de trabalho, ao passo que suas exportações requerem
menos.
A mesma constatação foi feita pelo economista Aghiri Emmanuel, ele raciocina não em
função das horas de trabalho, mas em função de custos salariais entre os países ricos e pobres.
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Com salários altos (países desenvolvidos) serão mais caros nos mercados internacionais do que
produtos realizados por países onde a mão-de-obra é mais barata, assim se perpetua a
exploração.
Obras principais:
o An Essay on the Principle of Population (2 edições)
o The Nature and Progress of Rent
o Principle of Political Economy Considered with a View to Their Practical
Application
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o The Measure of Value Stated and Illustrated
o Definition in Political Economy
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a educação e a poupança popular podem incentivar as famílias desfavorecidas a
reduzir a respectiva descendência final
a importação de trigo (autorizada pela adoção do livre-câmbio) pode suprir as
insuficiências da produção nacional
Herança
Controvérsias
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o Cada agricultor francês produz o necessário para alimentar 70 pessoas,
contra 4 no tempo de Malthus
Desenvolvimento das trocas internacionais: compensa uma produção agrícola
insuficiente pelo recurso as importações
o As receitas extraídas das importações permitem financiar a importação de
produtos agrícolas
o Contrariamente a visão de Malthus, a agricultura não é um obstáculo ao
crescimento populacional
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para Malthus, o crescimento demográfico só é permitido pelo aumento dos
recursos e dos rendimentos – contrariado por Ester Boserup pois o
crescimento demográfico pode induzir o crescimento e o desenvolvimento
econômico
Boserup: as populações com fraca densidade humana seriam impelidas a uma
exploração mais racional dos solos, de modo a fazer face ao aumento
populacional
O crescimento demográfico torna-se um acelerador do desenvolvimento
Obras principais:
o Traite d’économie politique ou Simple exposition de la manière dont se
forment, se distribuent et se consomment les richesses (1803)
o Catéchisme d’économie politique ou Instruction familière qui montre de
quelle façon les richesses sont produites, distribuées et consommées dans la
société (1815)
o Cours complet d’économie politique pratique (1828)
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o Capital
Recursos adquiridos pelo empresário a um preço determinado pelo jogo da oferta e da
procura no mercado
A combinação dos fatores de produção depende da responsabilidade do empresário.
Trata-se de associar homens, maquinas e matérias-primas, com o objetivo de criar os
produtos necessários a satisfação dos consumidores
“aqueles que dispõem de uma dessas 3 fontes de produção são comerciantes do
produto a que chamamos serviços produtivos; os consumidores são os seus
compradores. Os industriais são apenas, por assim dizer, intermediários que exigem
os serviços produtivos necessários a tal produto em proporção com a procura dele”
o trabalho produtivo não se limite apenas a produção de objetos materiais
Enquanto Smith privilegia a atividade industrial na sua busca da riqueza das nações,
Say alarga a noção de trabalho produtivo ao conjunto das atividades de serviço
Say mostra que, fora da esfera industrial, outros atores econômicos participam na
produção, portanto devem ser colocados ao mesmo nível de utilidade social daqueles
que colaboram a criação de riqueza material na indústria.
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Num nível de produção insuficiente, convém procurar a queda das vendas
Gerando qualquer produção uma distribuição de receitas necessária a compra dela, a
atonia das vendas é da responsabilidade de uma produção insuficiente
A produção determina o crescimento econômico
Herança e controvérsias
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Antes de Keynes, Malthus assinalou os limites da lei dos mercados
Nos seus Princípios de Economia Política (itálico), Malthus realça o papel da procura
efetiva, contrariamente a Say, que privilegia o papel da oferta na regulação da
atividade econômica, a qual é definida como a vontade de consumir, por um certo
preço, certas mercadorias.
A lógica da lei dos mercados pode ser contrariada por vários efeitos:
o As flutuações da atividade econômica podem levar a crises de superprodução.
Uma descida do preço das mercadorias decidia pelo vendedores gera uma
descida das receitas dos agentes econômicos que não podem então resgatar a
produção
o A produção implementada pelos empresários pode não convir as expectativas
dos consumidores. Os produtos que não tem a adesão dos compradores ficam
por vender. Os produtos não podem ser trocados por outros produtos
o Um aumento considerável da poupança pode impedir a regulação da atividade
econômica e quebrar o circulo vicioso descrito por Say. Malthus sublinha os
efeitos gerados pelo excesso de poupança da classe capitalista. A poupança
considerada como uma fuga no circuito econômico retira moeda que, se
tivesse sido afetada por causa de despesas, teria contribuído para o
enriquecimento de todos. Nos Princípios (itálico) de 1820, uma produção
muito considerável de bens de capitais poderia criar condições de reprodução
dos bens e serviços sem relação com as possibilidades de consumo dos agentes
econômicos.
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KARL MARX, ECONOMISTA MILITANTE
Biografia
- segmentação desenvolve força coletiva, o que contribui para dominação do capital sobre o
trabalho
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Malthus- excesso de abstração
Crítica marxista – duplo ponto de vista levando em conta considerações econômicas e sociais
determinantes do nível produtivo nacional dos meios de subsistência
Nessas condições, coerção moral malthusiana irrealista para Marx – instinto sexual compensa
frustrações
Diferença entre o valor criado pela forca de trabalho (venda dos produtos produzidos por tal
força ) e a compra dessa forca de trabalho gera trabalho excedente não remunerado, a mais-
valia
Distinção:
Capital constante – destinado aos meios de produção (maquinas e ferramentas) – não gera
valor superior a seu preço de aquisição
Taxa de lucro do capitalista é igual a mais valia dividida pela soma desses capitais
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Cada um possui conjunto de elementos em relação de subordinação:
- Dominação do capital cria interesses comuns entre operários constituindo uma “classe em
si”. A reunião desses trabalhadores para defender seus interesses é a “classe para si”
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- Socialismo superior ou comunismo – extinção do Estado - economia atinge abundância –
cada um consumirá em função de suas necessidades
Marx prova
Críticas e Prolongamentos
- Concepção marxista das classes sociais limita-se aos antagonismos da sociedade moderna
Ralph Dahrendorf – teoria de classes baseada divisão social entre detentores e não-
detentores dos meios de produção perde alcance analítico quando há separação entre
propriedade jurídica e poder de controle.
Entretanto, Marx Weber- distinções sociais fundada na propriedade dos bens de produção
constituem um dos elementos que definem diferenças de posição hierárquica social
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LÉON WALRAS, TEÓRICO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO
Com isso surge o conceito de utilidade marginal, que se baseia no cruzamento entre a
utilidade da última unidade e escassez dos bens econômicos, então, o valor dos bens não é
determinado pela quantidade total dos produtos que podem ser adquiridos, e sim pelo custo
necessário para a produção da última unidade, e assim, pode-se resolver o paradoxo
smithiano do valor baixo da agua em relação ao diamante. O diamante é raro e por isso tem
utilidade marginal maior do que a da agua que tem abundancia de sua produção.
A homogeneidade dos produtos. É quando dois ou mais produtos são dotados das mesmas
características e qualidades, portanto, indistinguíveis entre si. Para considerar esse conceito
supõe-se a ausência de marca ou embalagem.
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O livre ingresso na indústria. Essa característica se funda na ideia de que não existem
entraves capazes de impedir o ingresso de um novo concorrente num ramo da economia
fabricando um determinado produto.
O modelo de concorrência pura e perfeita não existe na pratica, mas essa teoria nos
ajuda a fazer uma análise econômica para entender a concorrência imperfeita, que é quando
as situações de mercado se afastam de pelo menos uma das condições citadas. Um exemplo é
o monopólio, onde o vendedor pode orientar os preços para o auto-favorecimento em
detrimento do consumidor. A oferta é uma função crescente do preço e a demanda é uma
função decrescente do preço. O equilíbrio geral resume-se então no encontro entre a oferta e a
demanda de determinado produto que baseando-se na totalidade das ações de compra e
venda, é possível chegar à uma definição de um preço de equilíbrio. Essa mesma teoria tem
relação também com os mercados interdependentes, como o mercado de trabalho e o mercado
de capital gera equilíbrio no mercado de bens e serviços.
Keynes põe em questão as perspectivas dos economistas clássicos por meio de uma
abordagem macroeconômica, que visava analisar sobretudo o funcionamento do sistema
econômico tomado em seu conjunto, antes dessa perspectiva os economistas faziam analises
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baseados em comportamentos de indivíduos ou grupos limitados. Keynes Contesta a “lei dos
mercados” de Jean-Baptiste que dizia que a oferta cria sua própria demanda, e os produtos
são trocados por produtos. Sua crítica se funda na possível inadequação entre os rendimentos
distribuídos durante a produção e o gasto desses mesmos rendimentos na compra da
produção. A poupança também era um argumento, já que ela romperia a lógica da lei de Say.
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JOSEPH SCHUMPETER, TEÓRICO DA INOVAÇÃO E DOS CICLOS
Biografia
Joseph Aloïs Schumpeter nasceu na Áustria em 1883 e estudou em Viena sociologia e
economia seguindo os cursos de um dos fundadores da escola neoclássica austríaca. Assim,
sua obra tem clara influência da sociologia de Weber e da economia de Marx. Com sua
interpretação da teoria dos ciclos, se definiu como teórico da mudança e dos desequilíbrios do
sistema capitalista, fundado no papel do empreendedor e na difusão da inovação.
Suas principais obras são: Teoria do Desenvolvimento Econômico (1911), Ciclo de
negócios (1939) e Capitalismo, socialismo e democracia (1942).
Prolongamentos e críticas
A inovação explica a dinâmica do comérico internacional. Michaël Posner
desenvolveu uma teoria, a partir da de Schumpeter, que dizia que a capacidade de exportação
de um país está diretamente ligada ao progresso técnico incorporado no protudo
potencialmente exportável. Essa capacidade de exportação traz consigo equilíbrio econômico,
sobretudo em matéria de emprego, entrada de divisas
De acordo com John Kenneth a empresa moderna procura ter a colaboração de
diretores especializados nos campos correspondentes à sua expansão. Dessa forma, o
empresário individual cede lugar ao “empresário coletivo”. Os membros da tecnoestrutura ge-
ralmente são assalariados, não são donos do capital e tem suas motivações essencialmente
ligadas ao desenvolvimento da empresa. Assim, o lucro se torna um simples indicador dos
desempenhos globais da unidade de produção. Porém essa concepção possui dois limites:
Muitas empresas são de porte modesto, onde a propriedade sempre coincide com a
autoridade decisória;
Os membros da tecnoestrutura possuem autonomia apenas relativa. Quando os
resultados da empresa mostram uma diminuição dos benefícios, o poder dos acionis-
tas volta a ocupar o primeiro plano. Assim, os diretores assalariados podem ser
demitidos. Os titulares do direito de propriedade retomam o gozo de todas as suas
prerrogativas como donos do capital.
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MILTON FRIEDMAN, CRUZADO DAS LIBERDADES ECONÔMICAS
Biografia
Principal teórico do neoliberalismo da escola de Chicago, Milton Friedman criticou as
teorias de John Maynard Keynes e influenciou fortemente a política econômica dos países de
livre mercado, nas três últimas décadas do século XX.
Milton Friedman nasceu em Nova York, Estados Unidos, em 31 de julho de 1912.
Professor de economia da Universidade de Chicago a partir de 1946, publicou em 1953
Essays in Positive Economics (Ensaios de economia positiva) e, três anos depois, um artigo
que se tornaria célebre, "The Quantity Theory: A Restatement" (1956; "Nova formulação da
teoria quantitativa"), em que defendeu as propostas da escola clássica dos séculos XVIII e
XIX. Em oposição à tese de Keynes, Friedman afirmou que a evolução da atividade
econômica dependia menos dos investimentos que da oferta monetária e das taxas de juros. O
conjunto de suas teorias ficou conhecido como monetarismo.
Crítica
Friedman era um grande critico ao Keynesianismo, mas Friedman não criticava Keynes, sua
critica estava voltada ao modelo síntese IS-LM. Ele desenvolve a critica a partir da
fragilidade do sistema. Com isso, vários economistas trabalham com a política Keynesianas
dizendo que é incapaz de tirar a economia da crise. Friedman tem como argumento central
que a política Keynesiana não movimenta a economia, mas, apenas gera inflação. A inflação
só irá causar uma variação de preços não de riqueza. Diz que ao se pensar em ciclos
econômicos, a política Keynesiana será eficiente, mas a inflação para ele é muito ruim. Os
modelos de Friedman passam a ser considerados, pois conseguem explicar o caso da inflação
e que está ligada diretamente a políticas fiscais e monetárias de aumento de demanda
agregada.
A crítica está ligada a questão das políticas monetárias e fiscais. O pressuposto é o
seguinte: “Inflação é o resultado dos desequilíbrios entre a oferta e a demanda agregada. A
renda não varia. Já as políticas monetárias e fiscais mudam a demanda agregada, mas não
mudam a oferta agregada no mesmo momento e na mesma proporção, como resultados têm a
inflação
Teoria
A teoria Quantitativa do Valor da Moeda (TQM) é uma teoria clássica segundo a qual
o aumento do meio circulante provoca um aumento geral nos preços. Assim, o poder
aquisitivo da moeda seria inversamente proporcional ao seu montante em circulação. O
economista norte-americano Irving Fisher, que desenvolveu a teoria, elaborou para ela uma
fórmula conhecida com equação das trocas ou equação do câmbio. O enunciado diz que o
produto da quantidade de moeda, legal e/ou escritural, pela sua velocidade de circulação, é
igual à soma de todos os preços multiplicados pelo volume das mercadorias trocadas. A
expressão algébrica é MV = PT, onde M é a quantidade total de moedas, V é a velocidade de
circulação, P é o nível geral de preços e T é o volume de transações de bens e serviços
ocorridas na unidade de tempo ( em geral um ano). Como o autor inclui a moeda escritural (
os depósitos bancários), a fórmula detalhada passa a ser: MV + M’V’=PT, em que M’
representa a moeda escritural e V’, sua velocidade de circulação. O nível geral de preços
poderia ser expresso da seguinte maneira P=MV+M’V’/T.
Supondo uma política monetária expansionista e uma velocidade-renda da moeda
constante em curto prazo, o efeito de um aumento da oferta de moeda sobre a inflação
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dependerá de a economia estar ou não com recursos desempregados. Se a economia estiver
com recursos plenamente empregados, o aumento de M provocará apenas um aumento no
nível geral de preços (já que V é constante e T é constante em pleno emprego, para que a
equação MV=PT valha, um aumento em M só pode alterar P). Esta é a versão original da
Teoria Quantitativa da Moeda.
Curva de Phillips
Friedman reinterpretou a curva
de Phillips, chegando a conclusões
diferentes das originais. Ele acreditava
que o dilema inflação-emprego não
existe, visto que o déficit orçamentário
e a criação monetária não coseguem
reduzir o emprego de forma durável.
Pelo contrário, essas políticas
discricionárias keynesianas só podem
resultar na aceleração da inflação, que
se volta contra a atividade econômica.
Prolongamentos e críticas
Os primeiros a ouvir Friedman foram Ronald Reagan, presidente dos EUA, e Margaret
Thatcher, primeira ministra inglesa.
No Reino Unido, Thatcher implementou uma política drástica de controle da massa
monetária. A taxa de juros do Banco da Inglaterra passou de 12 para 17%. Além disso,
assistiu-se uma ofensiva contra os sindicatos e as políticas de privatizações.
Nos Estados Unidos da América, Reagan procurou reatar laços com os valores da
sociedade americana: o trabalho, a poupança e o investimento. Em suas grandes linhas, o
programa do novo presidente consistia em reduzir a presença do Estado na sociedade civil,
recorrendo a diminuição dos créditos destinados às políticas sociais, acompanhada de uma
redução da carga tributária sobre os rendimentos das pessoas físicas e jurídicas.
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