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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

PROFESSOR ÁLVARO LABRADA BADO


ECONOMIA POLÍTICA

FICHAMENTO “OS GRANDES ECONOMISTAS”

Bianca Pinto Roder – TIA 31526357


Bruno Rafael Silva – TIA 31584705
Caroliny Chang Rodrigues – TIA 315560660
Guilherme de Paulo Marin – TIA 31564720
Manuela Motta Zini – TIA 31558011
Turma 01A

São Paulo, 18 de outubro de 2015

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SUMÁRIO

1. ADAM SMITH ........................................................................................... página 03

2. DAVID RICADO ......................................................................................... página 06

3. THOMAS ROBERT MALTHUS .............................................................. página 10

4. JEAN-BAPTISTE SAY ............................................................................... página 14

5. KARL MARX .............................................................................................. página 18

6. LÉON WALRAS ......................................................................................... página 22

7. JOHN MAYNARD KEYNES...................................................................... página 23

8. JOSEPH ALOÏS SCHUMPETER ............................................................. página 25

9. MILTON FRIEDMAN .............................................................................. página 27

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ADAM SMITH, FUNDADOR DA ESCOLA CLÁSSICA INGLESA

Adam Smith nasceu em Kirkaldy, Escócia, em 1723. Estudou filosofia em Glasgow e


teologia em Owford. Em 1752, tornou-se professor de filosofia na Universidade de Glasgow.
Graças a seu renome, teve a missão de percorrer a Europa com seu jovem aluno duque de
Baccleugh, onde conheceu famosos enciclopedistas e economistas da escola fisiocrata, que o
conduziram à economia política. Foi então que escreveu sua obra central, A riqueza das
nações, publicada em 1776. Faleceu, um pouco depois, em 1790.

É considerado o “pai da economia política”, pois sua Magnum opus (A riqueza das nações)
causa uma ruptura na história do pensamento econômico. Nela ele indaga acerca dos
fundamentos da riqueza, rejeitando as teses mercantilistas que consideram como fonte da
riqueza a posse de metais preciosos. Para Smith, a riqueza das nações se funda na divisão do
trabalho e na liberdade econômica.

I – O trabalho está na origem do valor

Com seus estudos acerca das origens do valor dos bens, Adam Smith formula uma teoria da
repartição, onde faz uma distinção entre o valor de uso e o valor de troca.

O valor de uso de um bem está ligado à sua utilidade, já o valor de troca de um bem se
baseia na capacidade de seu detentor obter outros bens no mercado. Seguindo esse
pensamento, a moeda não tem nenhum valor de uso, mas possui um forte valor de troca.

Em uma sociedade pouco desenvolvida economicamente, o valor do uso de troca de um


produto é definido pela quantidade de trabalho necessário para a sua realização. Ao contrário,
em uma sociedade mais desenvolvida, o preço das mercadorias é determinado pelo nível dos
salários, pelo lucro do capitalista e pela renda do proprietário fundiário.

Os rendimentos podem se dividir em três grupos, sendo eles os salários, os lucros e as terras.
O salário, além de, corresponder ao rendimento necessário para que o trabalhador possa
reproduzir as condições de existência dele e de sua família, tem cinco características que
determinam o seu nível. O caráter agradável ou não, o tempo de aprendizagem, a estabilidade
do emprego e a intensidade do esforço, a responsabilidade e a confiança que o empresário
deposita no trabalhador e o risco de maior, ou menor, possiblidade de sucesso na atividade.

Se a oferta do trabalho é superior à demanda, os salários tendem a baixar naturalmente, o que


gera o desemprego. Mas se a oferta é inferior à demanda, os salários aumentam. Por isso, a
flexibilidade dos salários se torna um instrumento regulador.

O lucro capital representa a parcela do preço de venda do produto que se destina a quem
arriscou seu capital na indústria. E a renda da terra é a diferença entre o valor da colheita, e os
salários e o produto ligado ao uso do capital de exploração.

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II – A opulência nasce da divisão do trabalho

A divisão do trabalho é um fenômeno universal. Adam Smith expõe que o princípio da


divisão do trabalho é uma das fontes da riqueza das nações, uma vez que aumenta a produção
e a produtividade na empresa, se cada operário trabalhasse de maneira independente.

Os efeitos positivos da divisão do trabalho são explicados, por Smith, de três maneiras. Ela
aumenta a habilidade de cada trabalhador, na medida em que ele se especializa em uma única
tarefa, permite eliminar o tempo que normalmente se perde com a passagem de uma atividade
a outra e leva a criação de novos instrumentos de produção, que têm duas origens, a
especialização de cada operário e o surgimento de uma categoria de pesquisadores que
observam o desenrolar da produção.

Porém, Smith sabia dos riscos de uma divisão do trabalho levada aos extremos. A repetição
monótona de alguns gestos simples impede que o operário use suas faculdades intelectuais e
humanas, pois a inteligência da maioria dos homens é formada por suas ocupações.

Além disso, ele estende o princípio da divisão de trabalho ao conjunto da economia nacional.
Os operários, uma vez estabelecidos em sua ocupação profissional, venderão os produtos de
sua atividade e usarão seus ganhos para obter bens e serviços que não produzem, mas lhes
são necessários.

No entanto, a divisão do trabalho só pode existir em uma sociedade que disponha de um


mercado. A propensão à troca e o tamanho do mercado são condições para a divisão. Cada
homem se torna uma espécie de comerciante, e a própria sociedade se torna mercantil.

Como pai da divisão internacional do trabalho, Adam Smith considera que a aplicação dos
princípios da divisão do trabalho, fundada na especialização, também pode ser generalizada
para as relações econômicas internacionais. Ele foi um dos primeiros a teorizar o interesse da
troca entre as nações na teoria da vantagem absoluta, onde os bens que seriam produzidos a
custos mais altos no exterior são simplesmente importados.

III – O mercado permite a alocação otimizada de recursos

Cada um troca o que produz por aquilo que lhe é necessário e que não pode produzir por si
só, então o mercado se torna, assim, o instrumento regulador da atividade econômica.

Ele se torna o epicentro de uma regulação que transcende o econômico, sendo um fator de
consenso social que leva a formação da concorrência. Cada indivíduo, motivado pela busca
de suas aspirações pessoais, é incentivado a responder à demanda dos outros, com o objetivo
de extrair de sua atividade o maior benefício possível. Smith chama isso de “mão invisível”,
que é o que guia os interesses e as paixões individuais na direção mais favorável aos
interesses de toda a sociedade, fazendo uma transição entre esses dois interesses.

A livre concorrência contribui para o surgimento do preço justo. Este é o milagre da “mão
invisível” que permite conciliar o egoísmo individual e o interesse geral.

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IV – O Estado pode igualmente contribuir para a riqueza das nações

Na medida em que é conveniente deixar a iniciativa individual operar no mercado, o Estado


deve assegurar as funções que lhe são tradicionalmente atribuídas, as funções do Estado-
política, tomando para si a produção de certas atividades econômicas e defendendo o
exercício da concorrência no mercado.

O Estado deve cumprir três funções em relação à sociedade civil, sendo elas a defesa do
território com a manutenção das forças armadas, a administração da justiça e a criação e
manutenção de certas atividades econômicas que não podem ser realizadas pelo setor
privado.

Esta última função abre uma polêmica sobre os limites do intervencionismo estatal numa
economia liberal, já que justifica o financiamento de serviços coletivos por meio de impostos.

Pensando nisso, Smith concebe uma tributação que não penaliza a atividade econômica
definindo quatro regras. Os cidadãos devem contribuir para o financiamento das atividades
públicas em função do seu rendimento, a arrecadação tributária deve fundar-se em regras
transparentes, deve ser feita de maneira econômica e as receitas fiscais devem ser limitadas às
necessidades de financiamento do Estado.

Adam Smith, como liberal, desconfia de um sistema tributário que possa restringir as
liberdades econômicas, já que a tributação excessiva arriscaria travar a dinâmica natural do
sistema econômico e o imposto poderia se tornar antieconômico.

Por fim, o poder público do Estado deve proteger o mercado, velando pelo exercício da livre
concorrência, opondo-se ao surgimento de monopólios.

Prolongamentos e críticas

O Taylorismo é um sistema que se funda simultaneamente numa divisão vertical, divisão


entre as funções de concepção e as funções de execução dentro de uma empresa, e numa
divisão horizontal, reflexão sobre a melhor maneira de cumprir as tarefas industriais,
recompensando cada agente produtivo em função de seu mérito pessoal, do trabalho.

Marx se opõe à visão otimista de Smith quanto aos efeitos benéficos da divisão do trabalho,
já que ela acarreta uma especialização dos trabalhadores que aumenta o poder do empresário,
porque torna os operários plenamente substituíveis, desqualifica postos de trabalho, o que
reduz o salário, e tira a visão global do processo produtivo dos assalariados.

A divisão do trabalho levada ao extremo resulta numa degradação da condição dos


trabalhadores. Para Alexis de Tocqueville, a repetição de certos gestos traz a bestialização
dos operários. Émile Durkheim também denuncia isso, e George Friedman revela os danos
psíquicos e fisiológicos em operários submetidos a esse sistema.

Arthur Laffer apresenta uma relação entre o aumento dos impostos de renda e o nível das
receitas federais, onde o excesso de imposto mata o próprio imposto e, também, a atividade e

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o crescimento econômico, já que ele proporciona um crescimento da economia informal e um
aumento da fraude fiscal.

Além disso, os bens coletivos se opõem aos bens privados, já que os ditos serviços coletivos
são bens fora do mercado e sua produção parece justificar a existência de uma economia
pública, independente dos mercados associados à livre concorrência.

DAVID RICARDO, TEÓRICO DO LIBERALISMO ECONÔMICO

David Ricardo nasceu em Londres em 1772. Começou a trabalhar aos 14 anos na Bolsa de
Londres com seu pai, e enriqueceu graças ao sucesso em especulações na bolsa. Suas primeiras
publicações foram artigos de teor monetário, foi eleito deputado da Câmara dos comuns. Saiu
em 1819 por razões de saúde e faleceu no mesmo ano. David, defendeu o livre-câmbio e a
estabilidade da moeda.

Ele reformou a teoria de valor-trabalho e apresentou uma reflexão original sobre a repartição
da renda, dos lucros e dos salários. Defensor do livre-câmbio era contra as leis do
protecionismo que impediam exportações de baixo preço. Criador da teoria das vantagens
absolutas, base de sustentação da análise liberal no campo das relações econômicas
internacionais.

I. O valor dos bens provém simultaneamente do trabalho humano e do capital técnico


Ricardo desenvolve a teoria do trabalho incorporado, que é junção do trabalho direito, para
produzir mercadoria (a habilidade do trabalhador), e o trabalho indireto, contido nas
ferramentas , instrumentos e máquinas usadas pelo trabalhador. Para Ricardo, o quanto você
gastará para produzir algo é equivalente ao preço do produto, quanto mais você gasta para a
produção de algo mais ele vale. Ele ainda considera que existe uma categoria restrita de bens
cujo valor não depende das quantidades de trabalho necessário para sua fabricação. Seu valor
se funda em sua raridade., são os bens-não-reprodutíveis.

Ricardo também distingue dois tipos de preço:

 O preço natural corresponde aos custos de produção (trabalho incorporado): salários,


compra das matérias-primas, uso do capital.
 O preço corrente é determinado pelo jogo da oferta e da procura.
A médio prazo, para ele, esses preços tendem a se igualar.

II. Ricardo vincula os mecanismos da repartição à atividade economia global


O preço natural do trabalho, depende do preço dos maior de subsistência que permitem ao
trabalhador reproduzir sua força de trabalho e manter sua família (“salario de subsistência”),
ele dependerá dos meios de subsistência e das coisas necessárias ou úteis ao sustento do

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operário e da sua família. Uma alta nos preços desses objetos, aumenta o preço natural do
trabalho.

O preço corrente do trabalho depende das condições do mercado de trabalho, quando a


oferta de trabalho é superior à demanda, o salário diminui, e o inverso ocorre quando a
demanda é maior do que a população, o salario tende a aumentar. A taxa salarial resulta do
crescimento demográfico. É por isso que Ricardo, assim como Malthus, discorda das “leis dos
pobres”, que em períodos de dificuldade econômica pode haver um aumento da fecundidade,
gerando um excedente de mão-de-obra que se torna prejudicial aos próprios pobres.

O aumento do preço dos bens de subsistência acarreta uma alta dos salários e,
portanto, uma queda dos lucros que pode levar a uma estagnação na economia.

O encarecimento do preço dos bens de subsistência pode-se somar a um aumento da


população. Aqui, Ricardo se inspira nas teorias pessimistas de Malthus. O número de bocas
aumenta e a agricultura não consegue acompanhar, como o preço natural do trabalho depende
dos bens de subsistência, os salários aumentam, que acarreta em uma queda dos lucros, o que
gera uma interrupção do crescimento (“estado estacionário”).

III. Uma criação monetária excessiva leva à inflação


O Estado não deve se exceder na emissão do papel-moeda

Ricardo, considera que o aumento do preço do ouro está ligado a emissão excessiva do
papel-moeda, ressalta que a tentação pode levar um governo a emitir um excesso de papel-
moeda. Segundo a teoria do valor, toda mercadoria tem um preço, determinado pelo tempo de
trabalho necessário para sua produção. A moeda é uma mercadoria como qualquer outra, o
papel-moeda pode ser produzido com grande facilidade, assim o governo pode mandar
produzir um excesso de cédulas monetárias.

Os bancos devem limitar seus créditos à economia

Os Bancos possuem máximo interesse em um grande número de pessoas precise de


financiamento, mas a multiplicação dos créditos se traduz necessariamente no fenômeno de
criação monetária, o que resulta na inflação, a qual pode se equiparar à alta dos preços. Ricardo
propõem vincular a criação do papel-moeda e da moeda bancaria à reserva de ouro dos bancos:
é o currency principle. Ele se opõem ao banking principle defendido, naturalmente pelo
banqueiros, que deixa uma certa margem aos bancos para sustentar o crescimento econômico.

IV. A troca internacional é benéfica para todas as nações


Se o preço dos cereais britânicos é elevado demais, parece necessário importar cerais
estrangeiros mais baratos. A redução no preço dos produtos de necessidade reduz o preço dos
salários, proporcionando um aumento dos lucros. É preciso diminuir, e até eliminar, os direitos
protecionistas que impedem a importação de trigo. Os proprietários fundiários, com o objetivo
de maximizar seus lucros, haviam feito pressão sobre as autoridades políticas., com uma tarifa
protetora elevada. Mas para Ricardo, deveria haver a abolição das leias sobre os cereais (corn
laws).

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Ricardo enuncia a lei das vantagens comparativas

Um país pode preferir importar certos produtos que poderiam fazer a custos mais baixos do
que os estrangeiros, se com isso, tiver a perspectiva de conquistar uma posição dominante em
outras produções exploráveis. Podemos exemplificar essa ideia em um clássico, a troca de
tecido inglês por vinho português. Para os dois produtos, o tecido e o vinho, Portugal pode
comprar mais tecidos do que produziria se desviasse parte o seu capital da vinicultura para a
indústria têxtil. Cada país opta pelo tipo de produção em que se destaca. Assim surge a divisão
internacional do trabalho.

Como se explicam as vantagens comparativas?

Ricardo menciona a existência de vantagens naturais (situação geográfica, clima, fertilidade


do solo) e vantagens artificiais, como maior inteligência dos operários ou superioridade de
instrumentos de produção, ou seja, o capital. É a mobilidade dos produtos que compensa a
imobilidade dos fatores de produção.

O sistema do padrão-ouro permite o equilíbrio automático da balança de pagamento

O comercio internacional para Ricardo trás muitas vantagens, mas como equilibrar o
comércio exterior?

Se um país importa mais do que exporta, suas contas serão deficitárias. Ele pagará o déficit
com uma saída de divisas ou de ouro do seu território econômico. Essa retirada de metal
precioso trará como consequência uma diminuição dos meios de pagamento dentro da
economia nacional, que, por sua vez, acarretará uma baixa dos preços. A baixa dos preços
internos traz como corolário, melhor competitividade de preços dos produtos nos mercados
externos. O mesmo vale para um país com excedente em seu comércio exterior: a entrada de
divisas aumenta o volume de moeda circulante e alimenta a elevação dos preços. A inflação
encarece os preços de exportação e altera a competitividade dos produtos no espaço comercial
internacional.

V. Prolongamentos e críticas
Ricardo possui uma visão liberal da troca internacional

A Escola Sueca das trocas internacionais dá continuidade à teoria Ricardiana

Eli Heckscher e Bertil Ohlin, explicam a troca internacional a partir da abundancia (ou
escassez) relativa dos fatores de produção de cada nação. Essa análise parte do exame das
quantidade físicas do fatores de produção, quantidade do fator trabalho (importância da
produção ativa), e das quantidades do fator capital (reserva de capital fixo), disponíveis numa
nação. Como exemplo, num país em que o capital utilizado é escasso e portanto caro, os
automóveis terão um preço muito elevado; em contrapartida, se a mão-de-obra é numerosa, os
produtos têxteis serão baratos. Heckscher e Ohlin também raciocinam em termos de

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intensidade fatorial, a produção de certos bens supõe mais capital do que trabalho, como a
indústria da informática.

Wassily Leontieff insiste sobre os aspectos qualitativos da dotação fatorial das nações
para revelar o desempenho no comércio exterior

À luz da teoria de Hecksher-Ohlin, Wassily constatou que exportações norte-americanas


incorporavam mais trabalho (fator escasso e caro) do que capital (fator abundante e menos
caro), isso parece contrariar totalmente a teoria sueca das trocas internacionais. Contudo, esse
paradoxo se resolve com facilidade na medida em que a mão-de-obra norte-americana, embora
cara, se caracteriza por altíssima produtividade, um trabalhador americano valia por três
estrangeiros, isso se explica pelo seu nível de instrução, organização do trabalho e existência
de representações coletivas favoráveis ao trabalho industrial (consenso social).

Os defensores do protecionismo questionam o livre-câmbio

Friedrich List compara o desenvolvimento econômico de uma nação ao de um indivíduo que,


para atingir a idade adulta, deve ser protegido de todas as influências externas que possam
retardar seu crescimento. Acredita que o crescimento econômico de uma nação possuía cinco
fases sucessivas: o estado selvagem, o estado pastoril, o estado agrícola, o estado agro-
manufatureiro (nascimento da indústria), e o estado agro-manufatureiro-comercial (maturidade
no sistema econômico nacional).

O protecionismo alfandegário é necessário até o momento em que o país atinge o estado


final: o agro-manufatureiro-comercial, é preciso que se proteja a nação para que não transpasse
nenhum estágio até lá. Questionam a ideia de “nações iguais” no comércio internacional.
Diferenças cientificas e tecnológicas introduzem desigualdades que levam a efeitos de
dominação e negligencia pelos clássico. Países ricos e desenvolvidos podem acelerar o
atropelar o processo evolutivo dos em desenvolvimento para benefício próprio.

O Keynesianismo preconiza a retração do livre-câmbio em períodos de crise econômica


e desemprego

Keynes recomendava a criação de tarifas alfandegárias para salvaguardar e desenvolver o


emprego nacional. Além dessa função de proteção, os direitos alfandegários dariam impulso a
atividade econômica.

A corrente marxista contribui para desenvolver a ideia de uma “troca desigual”

Retomando a teoria do valor-trabalho de Ricardo, Marx mostrou que a troca entre nações
com diferente produtividade do trabalho se traduziria inevitavelmente numa relação de
exploração. Os países avançados podem obter, como importações dos países menos avançados,
produtos que demandam mais horas de trabalho, ao passo que suas exportações requerem
menos.

A mesma constatação foi feita pelo economista Aghiri Emmanuel, ele raciocina não em
função das horas de trabalho, mas em função de custos salariais entre os países ricos e pobres.

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Com salários altos (países desenvolvidos) serão mais caros nos mercados internacionais do que
produtos realizados por países onde a mão-de-obra é mais barata, assim se perpetua a
exploração.

As hipóteses Ricardianas parecem parcialmente inválidas pela globalização das


economias

O raciocínio Ricardiano se baseia em várias hipóteses altamente teóricas, como a imobilidade


dos fatores de produção (recursos naturais, trabalho e capital), que é compensada pela
mobilidade de produtos, é fácil assistir que na sociedade moderna há mobilidade do capital
(transferências de tecnologia) e do trabalho humano (migrações profissionais). Outras
hipóteses como livre ingresso na indústria, produção de rendimentos constantes foram
destruídas pelos fatos. A constatação empírica altera o alcance geral da análise de Ricardo.

THOMAS ROBERT MALTHUS, TEÓRICO DA SUPERPOPULAÇÃO

Nasceu em Rookery, Surrey, em 1766 e estudou Matemática e Literatura em


Cambridge.
 Tornou-se padre em 1789
 Confronto com realidade: a situação de classes trabalhadoras arrastadas no processo
de industrialização da economia britânica
 Analisou infortúnios da época
o Conduzido a economia política
 1805 – torna-se professor de Historia e Economia Política no colégio fundado em
Haileybury pela Companhia das Índias Orientais
 morre em 1834
 é um dos principais representantes da escola clássica inglesa
 defende uma redistribuição dos rendimentos junto das populações mais
desfavorecidas
o influenciado pelo espírito das Luzes
o favorável para a ideia de progresso social
 expansão da pobreza e miséria  revê suas posições éticas e orienta as suas reflexões
para um maior pragmatismo econômico
 Malthus é associado ao pessimismo por historiadores econômicos
 Destaca:
o o excesso de poupança da classe capitalista
o beneficio coletivo dos trabalhos de utilidade publica
 Malthus pode ser considerado como o primeiro teórico da procura

 Obras principais:
o An Essay on the Principle of Population (2 edições)
o The Nature and Progress of Rent
o Principle of Political Economy Considered with a View to Their Practical
Application

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o The Measure of Value Stated and Illustrated
o Definition in Political Economy

 A população pode crescer mais rapidamente do que os mantimentos que a fazem


viver
o Malthus estabelece uma relação entre as possibilidades de evolução da
produção agrícola e o aumento populacional
 A valorização das terras determina a produção agrícola
o Considerada:
o sob o prisma quantitativo - superfície agrícola útil
 terras cultiváveis são limitadas pelo espaço geográfico do território
nacional
 não são infinitamente extensa
 em terras exploradas, ocorre um estrangulamento na produção de
recursos alimentares
o sob o aspecto qualitativo- perspectiva dos métodos de cultura
 Malthus baseia-se na lei dos rendimentos decrescentes do economista Anne Robert
Turgot
o Uma semente num terreno em pousio não surte qualquer efeito
o Primeira lavra permite a obtenção de uma colheita consequente
o Segunda lavra permite aumentar o rendimento
o Terceira permite ainda mais esse aumento
o  aparecimento de rendimentos crescentes
o exaustão do solo - chega um momento em que rendimentos diminuem 
rendimentos decrescentes
 Malthus acredita que:
o os bens de subsistência (extraídos da produção agrícola) - crescem
aritmeticamente (1,2,3,4,5,...)
o o crescimento populacional (devido ao aumento da fecundidade) evolui mais
rapidamente – cresce geometricamente (1,2,4,8,...)
 explosão demográfica contrasta com o nível de recursos alimentares disponíveis 
pobreza, fome e perturbação da ordem social

 2 espécies de obstáculos vem contrariar o crescimento demográfico e modificar o


peso dos homens a nível dos mantimentos: o “obstáculo destrutivo” e o
“obstáculo preventivo”
 “obstáculo destrutivo”: consecutivo aos infortúnios que se abatem sobre as
populações (ex: fome, epidemias, guerras)
 “obstáculo preventivo”: “obrigação moral”, ou seja, o casamento tardio e a castidade,
porquanto condena o controlo dos nascimentos, que lhe parece contrario as leis de
Deus e da natureza
o essa obrigação moral não se impõe da mesma maneira a todos  determinada
pelo nível de rendimento
o os que beneficiam de recursos econômicos suficientes poderão contrair uma
aliança matrimonial e procriar
o os de renda baixa deverão impor a si próprios como dever uma castidade sem
macula ate ao momento em que estejam em condições de fazer face ao
sustento de uma família
 moral malthusiana: se encontra entre a racionalidade econômica e a obrigação ética

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 a educação e a poupança popular podem incentivar as famílias desfavorecidas a
reduzir a respectiva descendência final
 a importação de trigo (autorizada pela adoção do livre-câmbio) pode suprir as
insuficiências da produção nacional

 Convém não ajudar os pobres


 Malthus critica as políticas de assistência as populações desfavorecidas
 A Grã-Bretanha dispunha de um sistema de apoio social organizado no âmbito de
cada paróquia  poor laws
o Para Malthus, esse modo de redistribuição tem como consequência agravar a
pobreza
o Metáfora do grande banquete da natureza
 Auxilio aos pobres tem efeitos perversos
o As leis sobre os pobres nunca fizeram desaparecer a pobreza, tendendo antes a
aumentá-la
o A difusão de rendimentos de transferência sem contrapartidas do ponto de
vista da criação de riqueza leva ao aumento dos preços  inflação pela
procura
o O apoio monetário as populações desfavorecidas pode gerar um crescimento
populacional que Malthus reprova, na medida em que não pode estar
associado a um aumento dos mantimentos.
o crescimento populacional  ampliação da oferta de trabalho  não e
absorvida por uma procura dos empresários nas mesmas proporções 
extensão do desemprego  pobreza
o as transferências para os assistidos assentam no aumento de impostos sobre os
rendimentos de trabalho e sobre a criação de riqueza das categorias
economicamente mais dinâmicas. Se os recursos destas forem “injustamente”
espoliados, é o conjunto da sociedade que sofrera as consequências por uma
redução do incentivo a produzir mais

Herança

 Política demográfica do filho único na China (1980) – prolongamento da doutrina


malthusiana
 Permitiu a redução do crescimento natural
 Reforçada em 1981 pela criação de uma comissão estatal de planejamento familiar
 Modalidades de acompanhamento para incitar a população a diminuir o tamanho de
suas famílias
 Vantagens monetárias e prioridades nas escolas e universidades para famílias de filho
único / casais urbanos com 2 ou 3 filhos perdem direitos sociais
 1965-1986: índice de fecundidade passou de 6.4 para 2.3 filhos
o a mortalidade infantil caiu de 90% ate 34%

Controvérsias

Malthus foi amplamente criticado:


1) Minimizou o papel do progresso técnico na agricultura
 Revolução agrícola: a agricultura ocidental conheceu um aumento dos
rendimentos dos solos e um crescimento da produtividade laboral

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o Cada agricultor francês produz o necessário para alimentar 70 pessoas,
contra 4 no tempo de Malthus
 Desenvolvimento das trocas internacionais: compensa uma produção agrícola
insuficiente pelo recurso as importações
o As receitas extraídas das importações permitem financiar a importação de
produtos agrícolas
o Contrariamente a visão de Malthus, a agricultura não é um obstáculo ao
crescimento populacional

2) O principio da população é infirmado pela transição demográfica

 A teoria da transição demográfica sublinha a concretização de um equilíbrio entre


o crescimento econômico e crescimento demográfico
 Teoria da transição demográfica – avançada por Frank Notestein e Ansley Coale,
nos anos 1940.
o Idéia de equilíbrio entre o crescimento demográfico e o crescimento
econômico
o Apenas a chamada fase de transição demográfica apresenta um
desequilíbrio entre os mantimentos e os números de nascimentos

O regime demográfico tradicional caracteriza-se:


 por uma forte natalidade devida a uma fecundidade natural
 por uma mortalidade elevada, especialmente a mortalidade infantil
 o crescimento demográfico é relativamente débil

Fases da transição demográfica:


I. diminuição da mortalidade (devido a uma melhor alimentação das
populações) e fecundidade elevada  subida do crescimento natural
II. persistência da diminuição da mortalidade, diminuição da fecundidade
(devido a melhoria do nível de vida e das transformações nos sistemas de
representação, ex: estatuto da mulher, papel da criança, desenvolvimento
da instrução)
III. fraca natalidade, mortalidade moderada
 os países ocidentais experienciaram a transição demográfica durante
os séculos XVIII – XIX
 alguns países da Ásia e da America latina começaram a integrar a
segunda fase
Obs.:

 o crescimento exponencial das populações humanas não se verifica a luz da


experiência historia
 a fase de um crescimento populacional é transitória
 a fecundidade se ajusta ao nível da mortalidade

3) o crescimento populacional poderia estimular o crescimento e o desenvolvimento


econômico

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 para Malthus, o crescimento demográfico só é permitido pelo aumento dos
recursos e dos rendimentos – contrariado por Ester Boserup pois o
crescimento demográfico pode induzir o crescimento e o desenvolvimento
econômico
 Boserup: as populações com fraca densidade humana seriam impelidas a uma
exploração mais racional dos solos, de modo a fazer face ao aumento
populacional
 O crescimento demográfico torna-se um acelerador do desenvolvimento

JEAN-BAPTISTE SAY, EMPRESÁRIO E ECONOMISTA

 Nasceu em Liao, em 1767


 Adere as idéias liberais e também aos princípios de 1789
 Em 1792, voluntaria-se para o exercito
 Bonaparte oferece-lhe um cargo no Tribunado em 1800
o Estes se desentendem
o Say abandona o Tribunado
 Torna-se empresário durante o Império (abandona a política)
o Dirige uma fabrica de fiação que agrupa mais de 400 operários no
departamento de Pas-de-Calais
 No tempo da Restauração, regressa aos negócios
o Estuda sobre a econômica britânica
 Prolonga as suas publicações e envereda pelo ensino, primeiro no Conservatório de
Artes e Ofícios, depois no College de France, onde ocupa, em 1830, a primeira
cátedra de Economia Política
 Morre em 1832
 É considerado como o principal economista clássico francês
 Leitor e divulgador do pensamento de Adam Smith na franca
 Confia no mercado para permitir a regulação da atividade econômica

 Obras principais:
o Traite d’économie politique ou Simple exposition de la manière dont se
forment, se distribuent et se consomment les richesses (1803)
o Catéchisme d’économie politique ou Instruction familière qui montre de
quelle façon les richesses sont produites, distribuées et consommées dans la
société (1815)
o Cours complet d’économie politique pratique (1828)

 Say define a profissão de empresário: o empresário assegura a reunião dos


fatores de produção
 Recursos que concorrem para a realização da produção (fatores de produção):
o Agentes naturais
o Trabalho humano

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o Capital
 Recursos adquiridos pelo empresário a um preço determinado pelo jogo da oferta e da
procura no mercado
 A combinação dos fatores de produção depende da responsabilidade do empresário.
Trata-se de associar homens, maquinas e matérias-primas, com o objetivo de criar os
produtos necessários a satisfação dos consumidores
 “aqueles que dispõem de uma dessas 3 fontes de produção são comerciantes do
produto a que chamamos serviços produtivos; os consumidores são os seus
compradores. Os industriais são apenas, por assim dizer, intermediários que exigem
os serviços produtivos necessários a tal produto em proporção com a procura dele”
 o trabalho produtivo não se limite apenas a produção de objetos materiais
 Enquanto Smith privilegia a atividade industrial na sua busca da riqueza das nações,
Say alarga a noção de trabalho produtivo ao conjunto das atividades de serviço
 Say mostra que, fora da esfera industrial, outros atores econômicos participam na
produção, portanto devem ser colocados ao mesmo nível de utilidade social daqueles
que colaboram a criação de riqueza material na indústria.

 O valor dos bens e serviços depende dos respectivos custos de produção


 O valor é constituído por todos os serviços produtivos que foram utilizados para
fabricar os bens e serviços necessários a satisfação do consumo das populações:
o Os salários como serviços produtivos do trabalho
o Os lucros como serviços produtivos do capital
o As rendas como serviços produtivos da terra
 O nível de cada um desses rendimentos fixa-se independentemente do nível dos
outros
 Pelo confronto da oferta e da procura no mercado que surge o preço de equilíbrio que
permite ajustar as quantidades oferecidas as quantidades procuradas. Assim se realiza
o equilíbrio econômico sem intempestiva intervenção do Estado

 Os produtos trocam-se por produtos: é a lei dos mercados


 O desenrolar otimizado da função de produção assegura a regulação da atividade
econômica
 Para Say, a produção consegue sempre escoar-se no mercado
 Os empresários tem a garantia de encontrar mercados para as respectivas mercadorias
 Os bens são vendidos a um certo preço aos consumidores que os compram graças aos
rendimentos obtidos na venda da sua própria produção
 Qualquer produto, uma vez acabado, oferece um mercado a outro produto
 Quando um produto aparece no mercado, o seu fabrico deu lugar a uma distribuição
de rendimentos (salários, rendas, pagamento aos fornecedores)
 O valor da produção é igual ao valor dos rendimentos distribuídos, os quais serão
consagrados a compra dos bens e serviços úteis aos agentes econômicos

 O crescimento é auto-sustendo pela oferta de produto, sendo neutra a moeda nas


trocas
 O abrandamento do ritmo dos negócios ou a diminuição do consumo não são
imputáveis a insuficiência dos meios de pagamento
 A compra do produto pressupõe o recurso a moeda

15
 Num nível de produção insuficiente, convém procurar a queda das vendas
 Gerando qualquer produção uma distribuição de receitas necessária a compra dela, a
atonia das vendas é da responsabilidade de uma produção insuficiente
 A produção determina o crescimento econômico

 O Estado deve permitir a criação de infraestruturas de comunicação e de


educação
 O mercado regula a atividade econômica
 O Estado deve criar um ambiente favorável ao sistema produtivo
 Say inspira-se no pensamento de Adam Smith
 O Estado tem, acima de tudo, o dever de proteger os bens e as pessoas
 Também deve participar indiretamente na eficácia do sistema econômico, facilitando
o transporte das mercadorias de locais comerciais para outros
o manutenção de estradas
o ordenamento dos rios com fins de navegação
o gestação das instalações portuárias
 “os meios de comunicação fomentam a produção precisamente como fazem as
maquinas que multiplicam os produtos das nossas manufaturas e lhes abreviam a
produção. Arranjam o mesmo produto com menor custo, o que equivale exatamente a
um maior numero de produtos obtidos com menos despesa”
 o desenvolvimento da educação e da cultura permite a difusão do progresso cientifico
e técnico junto dos empresários, vindo assim enriquecer a elaboração de novas
combinações produtivas geradoras de valores acrescidos

Herança e controvérsias

 sucesso dos economistas da oferta nos anos 1980


 Tratado sobre a Moeda (itálico) – Keynes mostra que a moeda não é somente o
“veiculo” das trocas, podendo ser desejada por si mesma: trata-se da preferência pela
liquidez
 Malthus restringe a pertinência da lei dos mercados, ao considerar os desequilíbrios
que podem alterar as relações harmoniosa entre a oferta e a procura de produtos,
dando especial ênfase ao excesso de poupança da classe capitalista

 A lei dos mercados é restaurada pelos economistas da oferta


 A economia da oferta é uma escola de pensamento nascida na América dos anos 1970
em reação a uma forte intervenção estatal relativamente a sociedade civil. Os
principais representantes dessa escola são George Gilder e Arthur Laffer, cujo método
constitui numa ruptura em relação ao keynesianismo dominante e um regresso a lei de
Say
 Trata-se de restituir a oferta de fatores de produção e a oferta de produtos para reduzir
a recessão
 O Estado deve reduzir sua intervenção através de uma diminuição simultânea da
fiscalidade e da despesa publica, especialmente com caráter social
 Desregulamentar com vista a restaurar as liberdades econômicas e a regulação da
atividade pelo mercado

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 Antes de Keynes, Malthus assinalou os limites da lei dos mercados

 Nos seus Princípios de Economia Política (itálico), Malthus realça o papel da procura
efetiva, contrariamente a Say, que privilegia o papel da oferta na regulação da
atividade econômica, a qual é definida como a vontade de consumir, por um certo
preço, certas mercadorias.
 A lógica da lei dos mercados pode ser contrariada por vários efeitos:
o As flutuações da atividade econômica podem levar a crises de superprodução.
Uma descida do preço das mercadorias decidia pelo vendedores gera uma
descida das receitas dos agentes econômicos que não podem então resgatar a
produção
o A produção implementada pelos empresários pode não convir as expectativas
dos consumidores. Os produtos que não tem a adesão dos compradores ficam
por vender. Os produtos não podem ser trocados por outros produtos
o Um aumento considerável da poupança pode impedir a regulação da atividade
econômica e quebrar o circulo vicioso descrito por Say. Malthus sublinha os
efeitos gerados pelo excesso de poupança da classe capitalista. A poupança
considerada como uma fuga no circuito econômico retira moeda que, se
tivesse sido afetada por causa de despesas, teria contribuído para o
enriquecimento de todos. Nos Princípios (itálico) de 1820, uma produção
muito considerável de bens de capitais poderia criar condições de reprodução
dos bens e serviços sem relação com as possibilidades de consumo dos agentes
econômicos.

17
KARL MARX, ECONOMISTA MILITANTE

Biografia

 Nasceu na Alemanha em 1818


 Estudou direito e filosofia
 Voltou-se para atuação jornalística- expos posições políticas o que gerou expulsões
 Percorreu Europa
 Influenciado por Friedrich Engels, adentrou em política
 Criação de comitês operários – fusão com Liga dos Justos (movimento revolucionário
britânico)
 1824 – dirigente da Associação Internacional dos Trabalhadores
 Tripla Origem de sua obra (baseada na critica ao capitalismo)- filosofia de Hegel,
economia inglesa por David Ricardo e socialismo francês (Comuna de Paris)
 Método dialético- Filosofia e historia, caráter universalista - inspiração para o
socialismo
- apontou disfunções no modo de organização
capitalista (oposição de interesses – Burguesia X Proletariado)

 Contribuição para estudo da transformação social- introdução da dinâmica das


classes no processo histórico.
- “Manifesto do partido Comunista” (1848)

- “ O Capital” (1867-1894)- participação de Engels

Marxismo – Crítica da economia política Clássica

Contesta visão otimista da divisão do trabalho de Adam Smith

- divisão como criação do capitalismo

- agentes produtivos independentes submetidos à anarquia do mercado

- segmentação desenvolve força coletiva, o que contribui para dominação do capital sobre o
trabalho

- gera concorrência – vender mais barato


- melhor utilização dos recursos produtivos – mais máquinas = divisão ainda maior

- separação agente produtivo/produto

- sujeição do homem à maquina

- atenta contra integração do indivíduo no meio social

Marx substitui explicação malthusiana por lei demográfica do sist. Capitalista

18
Malthus- excesso de abstração

Crítica marxista – duplo ponto de vista levando em conta considerações econômicas e sociais
determinantes do nível produtivo nacional dos meios de subsistência

Cada modo histórico possui própria lei populacional:

No capitalismo – superpopulação relativa - aumento do capital = mais maquinas = classe


operaria condenada ao ócio forcado

- divisão – Exército ativo e Exército industrial de reserva

-lógica capitalista – favorável a concorrência entre trabalhadores,


baixa dos salários e aumento dos lucros

Nessas condições, coerção moral malthusiana irrealista para Marx – instinto sexual compensa
frustrações

Teoria do Valor- trabalho de Ricardo e a mais-valia

Remuneração dos trabalhadores em função do “valor de troca” do trabalho, ou seja, nível


de subsistência para reprodução da forca de trabalho

Diferença entre o valor criado pela forca de trabalho (venda dos produtos produzidos por tal
força ) e a compra dessa forca de trabalho gera trabalho excedente não remunerado, a mais-
valia

Distinção:

Capital constante – destinado aos meios de produção (maquinas e ferramentas) – não gera
valor superior a seu preço de aquisição

Capital variável - destinado a remunerar os trabalhadores – gera mair valor do que o


necesario para sua reprodução

Taxa de lucro do capitalista é igual a mais valia dividida pela soma desses capitais

Modelo marxista para explicar evolução histórica e transformação social

Objeto de análise marxista:

modo de produção - como homens reproduzem sua condição de existência

Sucessão entre os modos de produção:

1. Escravagista – sociedades antigas


2. Feudal – sociedades medievais
3. Capitalista – sociedades industriais – caracteriza-se pelo surgimento da indústria e
pelo regime assalariado

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Cada um possui conjunto de elementos em relação de subordinação:

 Infraestrutura econômica - base econômica - reúne as forças produtivas


 Superestruturas políticas
 ideologias

- entre as forças produtivas tem-se as matérias primas, o capital, e o trabalho –


ligados por relações de produção – colocam em oposição os proprietários do capital
e os operários que vendem sua força de trabalho
- as superestruturas políticas e ideológicas reproduzem as relações de produção
Marx contrapõe-se ao contrato social – Estado é conjunto de elementos coercitivos
pertencentes a uma classe dominante
- ideologias concebidas como concepções de mundo é a ideologia da classe dominante
Infraestrutura determina as superestruturas
Determinismo histórico

Luta de Classes - Motor da história


Classe sociais se definem pela propriedade dos meios de produção – relação de
oposição entre opressores e oprimidos
Guerra ininterrupta - terminava com transformação social revolucionária -
destruição de ambas as classe
No capitalismo classe burguesa detêm os meios de produção e se opõe a proletariado,
detentor da forca de trabalho – relação de exploração do trabalho pelo capital
Manifesto (1848) – segmentação bipolar da sociedade
Lutas de classes na França (1852) e Dezoito de Brumário de Luís Bonaparte (1852)
- avaliam diversidade das situações de classe e define as variadas classes sociais
capitalistas (burguesia, pequena burguesia, proletariado, campesinato rendeiro) e as
frações de classes (burguesia financeira e burguesia industrial).

- Conflitos políticos, religiosos ou filosóficos são expressões da luta de classes


- Papel da burguesia é eliminar obstáculos ao desenvolvimento do capitalismo –
regime feudal e sociedade de ordens
- Cria-se conceitos de livre concorrência e igualdade jurídica que permitem o
desenvolvimento das forças produtivas

- Consciência de classe - reconhecimento e defesa dos interesses específicos de uma


classe do ponto de vista econômico político e social
- Classe operaria , na condição de agente da história, deve lutar pela instauração de uma
sociedade socialista através de um processo revolucionário

- Dominação do capital cria interesses comuns entre operários constituindo uma “classe em
si”. A reunião desses trabalhadores para defender seus interesses é a “classe para si”

A revolução proletária possui 2 fases:

- Socialismo inferior ou ditadura do proletariado - coletivização dos meio de produção -


conquista do poder do Estado

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- Socialismo superior ou comunismo – extinção do Estado - economia atinge abundância –
cada um consumirá em função de suas necessidades

Marx prova

1. A ligação entre a existência das classes e determinadas fases históricas do


desenvolvimento da produção
2. Luta de classes leva à ditadura do proletariado
3. Ditadura representa transição para a abolição de todas as classes rumo a uma
sociedade sem classes

Críticas e Prolongamentos

- Concepção marxista das classes sociais limita-se aos antagonismos da sociedade moderna

- Não é possível, à partir da observação de uma situação historicamente determinada, extrair


conclusões de caráter universal

Ralph Dahrendorf – teoria de classes baseada divisão social entre detentores e não-
detentores dos meios de produção perde alcance analítico quando há separação entre
propriedade jurídica e poder de controle.

Relações de autoridade fundam as relações sociais antagônicas – agentes sociais


distribuídos em escala hierárquica - posições correspondem vantagens materiais ou
simbólicas, privilégios e desvantagens.

Entretanto, Marx Weber- distinções sociais fundada na propriedade dos bens de produção
constituem um dos elementos que definem diferenças de posição hierárquica social

Limites do raciocínio marxista - Rússia coletivista

Abolição da propriedade privada, após revolução de 1917, não permitiu instauração de


sociedade igualitária

Se povo era detentor da “propriedade nominal”, burocracia (membros do partido


comunista, altos funcionários, oficiais do exército – membros da nova hierarquia) detinham
a “propriedade real” dos instrumentos da produção socialista.

21
LÉON WALRAS, TEÓRICO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO

Marie-Esprit Léon Walras foi um economista nascido em 1834, dedicado ao estudo da


filosofia e economia, aos 36 anos de idade tornou-se titular da cátedra de economia da
Academia de Lausanne (suíça) e aos 58 anos aposentou-se e dedicou seu tempo aos seus
escritos. Walras junto com Stanley Jevons e Carl Menger é fundador da corrente neoclássica
que propõe novas ideias ao pensamento econômico indo além de descrever a realidade. A
maior contribuição de Walras para a ciência econômica se deu por sua teoria do equilíbrio
geral.

Walras reformula a teoria do valor abandonando a visão clássica do valor-trabalho em


favor do valor-utilidade. Para ele, o valor de um bem não estava ligado apenas aos custos de
produção, mas sim ao valor de utilidade do bem junto ao consumidor. Essa nova forma de
entender o valor dos bens se deve ao avanço da industrialização que proporcionou maiores
rendimentos e variedade de produtos no mercado, então, a troca no mercado seria uma
melhor forma para a definição do valor e não mais pela produção do bem pelo acréscimo do
trabalho e do capital.

Com isso surge o conceito de utilidade marginal, que se baseia no cruzamento entre a
utilidade da última unidade e escassez dos bens econômicos, então, o valor dos bens não é
determinado pela quantidade total dos produtos que podem ser adquiridos, e sim pelo custo
necessário para a produção da última unidade, e assim, pode-se resolver o paradoxo
smithiano do valor baixo da agua em relação ao diamante. O diamante é raro e por isso tem
utilidade marginal maior do que a da agua que tem abundancia de sua produção.

Para entender o equilíbrio econômico, Walras apresenta três tipos de mercado; O


mercado de bens e serviços que satisfaz o consumo final dos lares. O mercado de trabalho,
que permite o encontro entre quem busca e quem oferece trabalho. E por fim o mercado do
capital, que estabelece relação entre a oferta e a demanda de capitais a curto prazo (mercado
monetário), e de capitais a longo prazo (mercado financeiro).

Ainda nessa linha de raciocínio Walras apresenta a teoria do mercado de concorrência


pura e perfeita, articulada em cinco hipóteses. As três primeiras definem a concorrência pura.
A união das cinco condições resultaria na concorrência pura e perfeita.

A atomicidade da oferta e da demanda. É o conceito de grande quantidade de participantes


no mercado, bem como a intercambialidade dos vendedores e consumidores, impedindo que a
atividade individual modifique a oferta e a demanda global. Isso significa que o preço do
mercado se impõe naturalmente.

A homogeneidade dos produtos. É quando dois ou mais produtos são dotados das mesmas
características e qualidades, portanto, indistinguíveis entre si. Para considerar esse conceito
supõe-se a ausência de marca ou embalagem.

22
O livre ingresso na indústria. Essa característica se funda na ideia de que não existem
entraves capazes de impedir o ingresso de um novo concorrente num ramo da economia
fabricando um determinado produto.

A transparência do mercado. Essa característica propõe que tanto os vendedores quanto os


compradores estejam plenamente informados das quantidades oferecidas e procuradas, e dos
preços das transações, como ocorre por exemplo na bolsa de valores.

A fluidez do mercado ou mobilidade dos fatores de produção. Aplicada no mercado, o


conceito de fluidez é sinônimo de liberdade e circulação, isso significa que o detentor de
capital pode mobilizar seus recursos de acordo com seus interesses de lucro ou para evitar
prejuízos.

O modelo de concorrência pura e perfeita não existe na pratica, mas essa teoria nos
ajuda a fazer uma análise econômica para entender a concorrência imperfeita, que é quando
as situações de mercado se afastam de pelo menos uma das condições citadas. Um exemplo é
o monopólio, onde o vendedor pode orientar os preços para o auto-favorecimento em
detrimento do consumidor. A oferta é uma função crescente do preço e a demanda é uma
função decrescente do preço. O equilíbrio geral resume-se então no encontro entre a oferta e a
demanda de determinado produto que baseando-se na totalidade das ações de compra e
venda, é possível chegar à uma definição de um preço de equilíbrio. Essa mesma teoria tem
relação também com os mercados interdependentes, como o mercado de trabalho e o mercado
de capital gera equilíbrio no mercado de bens e serviços.

JOHN MAYNARD KEYNES, REFORMADOR DO CAPITALISMO

John Maynard Keynes nasceu em Cambridge em 1883, estudante de matemática e


economia no King’s College em Cambridge, era seguidor dos ensinamentos da escola
neoclássica. Ocupou diversas funções de destaque como pela rápida passagem pela
administração britânica no Ministério dos Negócios das Índias e foi assistente no King’s
College. Foi chamado também para várias missões administrativas, primeiro no Tesouro em
1915, e depois para a conferência da paz em 1919 para preparar o Tratado de Versalhes.

A obra de Keynes constitui um dos monumentos do pensamento econômico. Ele deu


origem a um dos três principais paradigmas da ciência econômica mostrando os limites das
reflexões neoclássicas, principalmente na questão do subemprego. Pronunciou-se contra a
teoria quantitativa da moeda. E propôs uma reinterpretação da grande crise de 1930. Em sua
teoria geral, propôs um modelo macroeconômico que seria o fio condutor das políticas
econômicas de reconstrução e desenvolvimento pós-guerra.

Keynes põe em questão as perspectivas dos economistas clássicos por meio de uma
abordagem macroeconômica, que visava analisar sobretudo o funcionamento do sistema
econômico tomado em seu conjunto, antes dessa perspectiva os economistas faziam analises

23
baseados em comportamentos de indivíduos ou grupos limitados. Keynes Contesta a “lei dos
mercados” de Jean-Baptiste que dizia que a oferta cria sua própria demanda, e os produtos
são trocados por produtos. Sua crítica se funda na possível inadequação entre os rendimentos
distribuídos durante a produção e o gasto desses mesmos rendimentos na compra da
produção. A poupança também era um argumento, já que ela romperia a lógica da lei de Say.

Na questão do subemprego, Keynes defendia que o aumento da poupança resulta na


baixa do consumo, por consequência a diminuição da demanda e por fim baixas no
investimento. Essa última peça do raciocínio seria o fator causador da não criação de
empregos ou na pior hipótese causador de demissões, o desemprego então, seria uma
regressão do consumo. Nessa reação em cadeia o desemprego também resultaria em mais
desemprego. Já que um homem que não está trabalhando perde poder aquisitivo e diminui o
consumo. Para os clássicos o juro é um preço determinado pelo jogo da oferta e demanda, e
as taxas de juros equilibra o nível de capital que pode ser emprestado e o nível do capital
buscado pelos empresários, formando então o equilíbrio entre a poupança e o investimento.
Keynes contesta essa teoria clássica da taxa de juros e a neutralidade da moeda dizendo que a
moeda atua sobre a economia através da taxa de juros, uma diminuição dessa taxa pode
estimular os empresários a aumentar seus investimentos e assim, criar empregos.

Sobre a teoria clássica do desemprego, entende-se que o trabalho humano é uma


mercadoria como outra qualquer e o seu preço é determinado livremente pelo simples jogo
entre a oferta dos trabalhadores e demanda dos empresários, então nessa linha de raciocínio
se a oferta é superior à demanda, o salário deveria diminuir, os preços continuariam
inalterados e as empresas aumentariam seus lucros podendo empregar mais. Já para Keynes,
a baixa dos salários geraria aumento de desemprego, se a redução é acompanhada por uma
baixa no preço as empresas continuam com as mesmas margens de lucro e não criam
empregos, e na última hipótese se a baixa dos preços é maior que a do salário as empresas
investem menos. A demanda efetiva designa a demanda potencial tal como antecipada pelas
empresários. É em função da demanda efetiva que os empresários determinam o nível da
produção. Assim, o nível de produção das empresas deve estar de acordo com o nível da
demanda antecipada pelos empresários. E o nível de emprego decorre do nível de produção.

Keynes preconiza, em períodos de crise, a intervenção do poder público para evitar a


ruina das instituições econômicas e o desemprego. Essa intervenção deve ocorrer por meio de
políticas econômicas que substituem mecanismo espontâneos do mercado para que se permita
a restauração do equilíbrio econômico e o crescimento. Contudo Keynes não acredita no
socialismo de Estado e aprova a intervenção apenas de forma temporária.

Herança e controvérsias: Crítica da Escola Austríaca; Todas as economias


contemporâneas são mistas; Para Modigliani, a taxa de poupança resulta do ciclo de vida;
Duesenberry aventa a hipótese do rendimento relativo; As políticas de relançamento num
âmbito estritamente nacional estão condenadas ao fracasso; A crise torna a pôr em voga
políticas de relançamento concertado a nível europeu e mundial.

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JOSEPH SCHUMPETER, TEÓRICO DA INOVAÇÃO E DOS CICLOS

Biografia
Joseph Aloïs Schumpeter nasceu na Áustria em 1883 e estudou em Viena sociologia e
economia seguindo os cursos de um dos fundadores da escola neoclássica austríaca. Assim,
sua obra tem clara influência da sociologia de Weber e da economia de Marx. Com sua
interpretação da teoria dos ciclos, se definiu como teórico da mudança e dos desequilíbrios do
sistema capitalista, fundado no papel do empreendedor e na difusão da inovação.
Suas principais obras são: Teoria do Desenvolvimento Econômico (1911), Ciclo de
negócios (1939) e Capitalismo, socialismo e democracia (1942).

O empreendedor é o revolucionário da economia


Marx acreditava que o empreendedor se definia como uma classe social, a burguesia,
enquanto o empreendedor de Schumpeter seria um indivíduo à margem do corpo social e que
“nada contra a corrente”. Ele teria vontade de constituir um reino privado afim de criar uma
dinastia industrial ou comercial. O lucro seria um dos fatores de motivação do empreendedor.
Ele é considerado um índice de sucesso. Outro fator de motivação é a vontade de criar uma
nova forma econômica. A satisfação de ter criado e difundido um novo produto superaria
todas as dificuldades de ter feito o mesmo.

O empreendedor está na origem da inovação


O empreendedor de Schumpeter é quem utiliza novos meio de produção de maneira
inovadora e mais vantajosa sendo o elemento motor da mudança econômica. Assim, ele se
afasta do capitalista uma vez que esse não inova.
Existem cinco formas de inovação:
 Fabricação de novo bem ou a transformação de um antigo com acréscimo de um nova
qualidade que o torne diferente;
 Introdução de um novo método de produção;
 A abertura de uma nova saída para o produto num mercado anteriormente não
considerado;
 A conquista de uma nova fonte de matérias-primas;
 A realização de uma nova organização da produção.

A inovação está no cerne da dinâmica do capitalismo


A inovação se caracteriza por um processo de destruição criadora.
O capitalismo é um sistema econômico que está sempre em movimento e sua essência
é a evolução permanente. Por desenvolvimento, Schumpeter entende as mudanças da vida
econômica que não lhe são impostas de fora, mas que surgem de dentro, por sua própria
iniciativa. "O desenvolvimento, no sentido em que o tomamos, é um fenômeno distinto,
inteiramente estranho ao que pode ser observado no fluxo circular ou na tendência para o
equilíbrio. É uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, perturbação do
equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente". Ou
seja, o autor destaca o tipo de mudança que "emerge de dentro do sistema que desloca de tal
modo o seu ponto de equilíbrio que o novo não pode ser alcançado a partir do antigo
mediante passos infinitesimais. Adicione sucessivamente quantas diligências quiser, com isso
nunca terá uma estrada de ferro".
25
A ruptura do mundo estacionário e também o início de um processo de
desenvolvimento ocorrem precisamente no âmbito da produção. Para Schumpeter, é o
produtor que, via de regra, inicia a mudança econômica, e os consumidores são educados por
ele, se necessário; são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que
diferem em um aspecto ou outro daquelas que tinham o hábito de usar.

Teoria dos ciclos


Para Schumpeter, os ciclos na economia possuem quatro fases: prosperidade, recessão,
depressão e recuperação. As fases de recessão e recuperação, intermediárias aos dois pólos de
alta e baixa (prosperidade-depressão) e baixa e alta (depressão-prosperidade), estariam,
respectivamente, ligadas às tendências de queda e retomada dos investimentos. Quanto às
duas outras fases, a prosperidade envolveria o surgimento das inovações e, com elas, a busca
crescente por lucros. A depressão, ao revés, envolveria o término do processo de difusão das
inovações, onde se verificariam falências e deflação geral. Na fase de depressão dos ciclos,
ocorrem as quebras de diversas empresas, fenômeno esse característico do que Schumpeter
chama de crise. Uma parte dessas quebras provém do desuso de produtos e processos
decorrentes da inovação, ou seja, da destruição criadora. Conforme Schumpeter, a destruição
criadora é essencial ao capitalismo porquanto possibilita a ocorrência de movimentos que
alteram o estado de equilíbrio.

Prolongamentos e críticas
A inovação explica a dinâmica do comérico internacional. Michaël Posner
desenvolveu uma teoria, a partir da de Schumpeter, que dizia que a capacidade de exportação
de um país está diretamente ligada ao progresso técnico incorporado no protudo
potencialmente exportável. Essa capacidade de exportação traz consigo equilíbrio econômico,
sobretudo em matéria de emprego, entrada de divisas
De acordo com John Kenneth a empresa moderna procura ter a colaboração de
diretores especializados nos campos correspondentes à sua expansão. Dessa forma, o
empresário individual cede lugar ao “empresário coletivo”. Os membros da tecnoestrutura ge-
ralmente são assalariados, não são donos do capital e tem suas motivações essencialmente
ligadas ao desenvolvimento da empresa. Assim, o lucro se torna um simples indicador dos
desempenhos globais da unidade de produção. Porém essa concepção possui dois limites:
 Muitas empresas são de porte modesto, onde a propriedade sempre coincide com a
autoridade decisória;
 Os membros da tecnoestrutura possuem autonomia apenas relativa. Quando os
resultados da empresa mostram uma diminuição dos benefícios, o poder dos acionis-
tas volta a ocupar o primeiro plano. Assim, os diretores assalariados podem ser
demitidos. Os titulares do direito de propriedade retomam o gozo de todas as suas
prerrogativas como donos do capital.

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MILTON FRIEDMAN, CRUZADO DAS LIBERDADES ECONÔMICAS

Biografia
Principal teórico do neoliberalismo da escola de Chicago, Milton Friedman criticou as
teorias de John Maynard Keynes e influenciou fortemente a política econômica dos países de
livre mercado, nas três últimas décadas do século XX.
Milton Friedman nasceu em Nova York, Estados Unidos, em 31 de julho de 1912.
Professor de economia da Universidade de Chicago a partir de 1946, publicou em 1953
Essays in Positive Economics (Ensaios de economia positiva) e, três anos depois, um artigo
que se tornaria célebre, "The Quantity Theory: A Restatement" (1956; "Nova formulação da
teoria quantitativa"), em que defendeu as propostas da escola clássica dos séculos XVIII e
XIX. Em oposição à tese de Keynes, Friedman afirmou que a evolução da atividade
econômica dependia menos dos investimentos que da oferta monetária e das taxas de juros. O
conjunto de suas teorias ficou conhecido como monetarismo.

Crítica

Friedman era um grande critico ao Keynesianismo, mas Friedman não criticava Keynes, sua
critica estava voltada ao modelo síntese IS-LM. Ele desenvolve a critica a partir da
fragilidade do sistema. Com isso, vários economistas trabalham com a política Keynesianas
dizendo que é incapaz de tirar a economia da crise. Friedman tem como argumento central
que a política Keynesiana não movimenta a economia, mas, apenas gera inflação. A inflação
só irá causar uma variação de preços não de riqueza. Diz que ao se pensar em ciclos
econômicos, a política Keynesiana será eficiente, mas a inflação para ele é muito ruim. Os
modelos de Friedman passam a ser considerados, pois conseguem explicar o caso da inflação
e que está ligada diretamente a políticas fiscais e monetárias de aumento de demanda
agregada.
A crítica está ligada a questão das políticas monetárias e fiscais. O pressuposto é o
seguinte: “Inflação é o resultado dos desequilíbrios entre a oferta e a demanda agregada. A
renda não varia. Já as políticas monetárias e fiscais mudam a demanda agregada, mas não
mudam a oferta agregada no mesmo momento e na mesma proporção, como resultados têm a
inflação

Teoria
A teoria Quantitativa do Valor da Moeda (TQM) é uma teoria clássica segundo a qual
o aumento do meio circulante provoca um aumento geral nos preços. Assim, o poder
aquisitivo da moeda seria inversamente proporcional ao seu montante em circulação. O
economista norte-americano Irving Fisher, que desenvolveu a teoria, elaborou para ela uma
fórmula conhecida com equação das trocas ou equação do câmbio. O enunciado diz que o
produto da quantidade de moeda, legal e/ou escritural, pela sua velocidade de circulação, é
igual à soma de todos os preços multiplicados pelo volume das mercadorias trocadas. A
expressão algébrica é MV = PT, onde M é a quantidade total de moedas, V é a velocidade de
circulação, P é o nível geral de preços e T é o volume de transações de bens e serviços
ocorridas na unidade de tempo ( em geral um ano). Como o autor inclui a moeda escritural (
os depósitos bancários), a fórmula detalhada passa a ser: MV + M’V’=PT, em que M’
representa a moeda escritural e V’, sua velocidade de circulação. O nível geral de preços
poderia ser expresso da seguinte maneira P=MV+M’V’/T.
Supondo uma política monetária expansionista e uma velocidade-renda da moeda
constante em curto prazo, o efeito de um aumento da oferta de moeda sobre a inflação
27
dependerá de a economia estar ou não com recursos desempregados. Se a economia estiver
com recursos plenamente empregados, o aumento de M provocará apenas um aumento no
nível geral de preços (já que V é constante e T é constante em pleno emprego, para que a
equação MV=PT valha, um aumento em M só pode alterar P). Esta é a versão original da
Teoria Quantitativa da Moeda.

Curva de Phillips
Friedman reinterpretou a curva
de Phillips, chegando a conclusões
diferentes das originais. Ele acreditava
que o dilema inflação-emprego não
existe, visto que o déficit orçamentário
e a criação monetária não coseguem
reduzir o emprego de forma durável.
Pelo contrário, essas políticas
discricionárias keynesianas só podem
resultar na aceleração da inflação, que
se volta contra a atividade econômica.

Prolongamentos e críticas

Os primeiros a ouvir Friedman foram Ronald Reagan, presidente dos EUA, e Margaret
Thatcher, primeira ministra inglesa.
No Reino Unido, Thatcher implementou uma política drástica de controle da massa
monetária. A taxa de juros do Banco da Inglaterra passou de 12 para 17%. Além disso,
assistiu-se uma ofensiva contra os sindicatos e as políticas de privatizações.
Nos Estados Unidos da América, Reagan procurou reatar laços com os valores da
sociedade americana: o trabalho, a poupança e o investimento. Em suas grandes linhas, o
programa do novo presidente consistia em reduzir a presença do Estado na sociedade civil,
recorrendo a diminuição dos créditos destinados às políticas sociais, acompanhada de uma
redução da carga tributária sobre os rendimentos das pessoas físicas e jurídicas.

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