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Aula 11

Português p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) Com videoaulas

Felipe Luccas
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Aula 11

PROVA ISS SÃO LUIZ - 2018


AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS
FCC
72720

Sumário

Sumário ...........................................................................................................1
Questões sem Comentário ..................................................................................2
Gabarito ...........................................................................................................8
Questões com Comentário ..................................................................................9

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Questões sem Comentário


Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto que segue.

A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é
uma realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de
sua definição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o
domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência?
A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu
contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle
Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os
domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com
bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião:
se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar
informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta
cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o
montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe
censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que
quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua
existência de político e sua vida privada.
Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa
Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais
merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de
assuntos íntimos com os parentes ou amigos que viajam conosco na presença de
desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma
nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais aposentos. O lugar da família
propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quando há
visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse
recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa
sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à
esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção
estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita.
(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard
(orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.)

Obs.:
1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século
XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.
3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora
francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo, sobre como saber viver na
sociedade moderna.
4 Região da França, ao sul-sudeste

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1. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)


O texto legitima a seguinte inferência:
(A) A reflexão sobre a vida privada tem como contraponto obrigatório a reflexão
sobre a vida pública, esta cujos contornos não conhecem flexibilidade.
(B) Sociedades de distintos países constroem sua compreensão de como devem
ser preservadas as atividades privadas em subordinação ao regime político que
historicamente adotam.
(C) A burguesia da Belle Époque exemplifica uma específica visão de vida privada
e vida pública, tida como padrão a ser adotado porque o grupo francês não
conheceu nenhuma dúvida na delimitação dessas esferas.
(D) Situações que envolvem questões do indivíduo na relação direta com seus
familiares delimitam com precisão a vida privada, conceito este de força
indiscutível, por ter valor universal.
(E) Se, na Belle Époque, as condições de vida de meios sociais como os
camponeses, operários ou camadas mais baixas das cidades não lhes permitiam
abrigar de olhares estranhos uma parte de sua vida, o sentido de “privada” era,
para eles, distinto daquele que os burgueses conheciam.
2. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
No processo argumentativo,
(A) a consulta dos pais é mencionada porque constitui a causa de as famílias
ocultarem cuidadosamente ao público fatos que poderiam ser considerados
socialmente nocivos. (2º parágrafo)
(B) a resposta de Jaurès é citada para, na composição do painel da vida francesa,
destacar que, já em fins do século XIX e começo do XX, havia críticas a políticos
que usavam a vida particular para alavancar suas pretensões de homem público.
(2º parágrafo)
(C) a presença do advérbio aliás sinaliza um oportuno acréscimo ao já dito acerca
dos domínios da vida privada, agora demarcados pelo próprio espaço físico da
burguesia francesa do século XX. (3º parágrafo)
(D) a menção a família propriamente dita delimita, no contexto do objeto
focalizado, a referência a “aqueles que descendem de um casal”. (3º parágrafo)
(E) a alusão a notário ou pároco faz parte da caracterização da sociedade da Belle
Époque, com o intuito de demonstrar que a eles cabia, respectivamente, a
responsabilidade pelas fortunas e pela vida religiosa das famílias. (2º parágrafo)
3. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido
original é:
(A) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2º
parágrafo) / para discretamente examinar a vida familiar do então candidato à

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mão da jovem em idade de casar.


(B) era organizada por uma densa teia de prescrições (3º parágrafo) / era
assentada em cerrada estrutura de explícitas proibições.
(C) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3º parágrafo) / O mais
relevante é que as salas de visitas não são facultadas a todos.
(D) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia (3º parágrafo)
/ quem queira visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de
submeter-se a uma avaliação impreterível.
(E) As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a
vida privada propriamente dita. (3º parágrafo) / As salas de recepção são, assim,
compatíveis com um espaço em que se transita pela vida privada dos moradores,
tomada a expressão “vida privada” em seu sentido exato.
4. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Afirma-se com correção:
(A) No primeiro período, o segmento de valor adjetivo dada desde a origem dos
tempos caracteriza A vida privada, estrutura esta última que exerce a função
sintática de sujeito. (1º parágrafo)
(B) Em os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para
“tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, o isolamento da
oração adjetiva por meio de vírgulas não alteraria a relação sintático-semântica
que estabelece originalmente com seu antecedente. (2º parágrafo)
(C) As aspas em “dia” sinalizam que a palavra está empregada com traço
semântico específico, nem sempre explorado no emprego da palavra; no contexto
de uso, sugerem uma circunstância favorável à exibição de condutas sociais. (3º
parágrafo)
(D) Com respeito à clareza, à norma-padrão e ao contexto, o modo de reportar o
que está em “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais
merecemos a estima e consideração dos que nos cercam” é: “A baronesa comenta
que, quanto menos pessoas, inclusive ela, mantiverem relação com a sua
vizinhança, mais elas merecem a estima e consideração dos que lhes cercam”. (3º
parágrafo)
(E) Em “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a
estima e consideração dos que nos cercam”, os segmentos, demarcados pela
vírgula, associam-se estabelecendo correlação diretamente proporcional entre as
ideias que contêm. (3º parágrafo)
5. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em
Nevers −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia.
Considere o acima transcrito e as assertivas que seguem, acerca de elementos da
frase.

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I. A conjunção Se introduz um fato comprovado.


II. A estruturação do período denota que a conjunção Se faz parte de esquema
comparativo.
III. É aceitável entender que a conjunção Se anuncia um fato eventual, que,
existindo, gerará a consequência citada depois do último travessão.
IV. A expressão boa sociedade e as palavras figurão e dama exemplificam o uso
informal da linguagem.
V. Em a visita à esposa de um figurão, o acento grave sinaliza adequadamente a
contração da preposição com um artigo, exatamente como ocorre em “a visita
àquela mansão”.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e IV.
(B) III e V.
(C) II e IV.
(D) I e II.
(E) II, III e V.
6. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão
solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher,
eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político
e sua vida privada.
Sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comenta-se com propriedade:
(A) Sendo certo que a forma simples do gerúndio expressa uma ação em curso,
que pode ser imediatamente anterior ou posterior à do verbo da oração principal,
ou simultânea a ela, é reconhecível, na frase acima transcrita, a simultaneidade.
(B) O desenvolvimento da oração reduzida respondendo a um deputado socialista
deve gerar a forma “ao responder”.
(C) O verbo “censurar” está empregado com adequada regência, assim como
estaria se houvesse a forma “que lhe censurava à comunhão solene da filha”.
(D) O emprego de você exemplifica a forma linguística usada para interpelação ao
interlocutor, como vocativo, no discurso direto.
(E) Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado está
empregado como vicário, uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias,
como fazem alguns”.

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Atenção: As questões de números 7 e 8 referem-se ao que segue.

Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se calado. Indignado com


tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer
que fosse. Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa que levaria
tempo para digerir. Ou então, seria motivo de vingança, até mesmo de crime.

7. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)


A alternativa que deve ser desprezada, por conter comentário INAPROPRIADO, é:
(A) Do sentido do verbo manter-se, decorre, logicamente, uma informação
implícita, mas nenhuma outra palavra presente na frase aciona, por seu sentido,
ideia não declarada.
(B) Considerando que, em Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer
gesto que considerasse suspeito, os verbos destacados têm o mesmo
complemento, o do primeiro verbo vem elíptico por antecipação; essa construção
é inadequada, visto que os verbos têm distintas regências.
(C) A coesão entre Era coisa que levaria tempo para digerir e a frase anterior se
dá por meio de retomada realizada por substantivo de uso coloquial, que, por ser
usado em tantas distintas acepções, não permite uma precisa delimitação de
sentido.
(D) A expressão Ou então sinaliza a introdução de ideia que tem orientação
argumentativa diferente da adotada na frase anterior, levando a conclusão oposta
à nesta sinalizada.
(E) A expressão até mesmo introduz o ponto mais alto de uma dada escala.
8. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
... respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse.
Seguem propostas de alteração na frase acima. A redação que está em
conformidade com a norma-padrão e não prejudica o sentido original é:
(A) respondia a quaisquer que fosse os gestos que considerasse suspeito, de
quem quer que fosse.
(B) respondia a quaisquer gestos que considerasse suspeitos, fossem de quem
fossem.
(C) respondia a todo e qualquer gesto que os considerasse suspeitos, de quem
quer que fosse.
(D) respondia a gestos, qualquer um, que considerasse suspeitos, vindo de quem
quer que fossem.
(E) respondia a gesto qualquer que fosse, que o considerasse suspeito, de quem
fosse a pessoa.

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9. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)


Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na
alternativa:
(A) Atitudes como aquela do renomado ator são moralmente condenável, por isso
sanções previstas na lei devem ser efetivamente aplicadas, como forma de coibir
comportamentos indiscutivelmente inadequados.
(B) O tumultuado revesamento de funcionários responsáveis pela revisão dos
cinco últimos processos em análise impediu o coordenador de inclui-los num dos
malotes recém-enviados à direção, sob a rúbrica de urgência.
(C) A tendência de alguns jovens empresários do setor adotar regras de conduta
distintas dos empresários mais antigos merece ser analisada com cautela, pois é
relevante considerar a experiência já adquirida.
(D) Se o debate desse assunto foi consensualmente tido como fundamental para o
desenvolvimento do programa, os responsáveis haveriam de ter comunicado isso
antes, porque agora a inclusão do tema é extemporânea.
(E) Foi convidado à defesa e argumentou de forma contundente, com um preciso e
belo jogo de palavras que não deixassem dúvidas sobre a veracidade dos fatos,
como comprova o resultado a favor do acusado.
10. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
A redação clara e correta, segundo a norma-padrão da língua, é:
(A) Quando se atribui a toda uma categoria a necessidade de obter algo que foi
atingido por um indivíduo particular, corre-se o risco de provocarem frustrações,
como ocorre ao se tratar da fama; nesse caso, peca-se ainda, ao tomar como
eterno algo que pode ser bastante efêmero.
(B) O coordenador de um dos grupos defendeu que mais escassez adiviria se os
plantadores, principalmente a agricultura familiar, se recusassem a investir na
produção que, aliás, já conhecera mais de uma intempérie; não fomos nós,
revendedores, que freiamos a carestia.
(C) Diziam que pelo fato de a presença de um animador ser incômoda, muitos
recusariam participar da confraternização dos veteranos; mas enquanto vigir o
respeito ao combatente mais idoso é a ele que todos seguirão, e tudo indica que,
daqui há duas semanas, todos lá estarão.
(D) O guia dos turistas proveu-os de tudo que seria necessário para a escalada, e
isso explica por que não houve conflitos ou dissidências; não se trata de excesso
de zelo por parte da pessoa encarregada, mas da capacidade de prever possíveis
empecilhos e se antecipar a providências para contorná-los.
(E) Muitos não se adéquam a novos caminhos e lamentam que nada é mais como
era antes − é notório, certamente, a impressão que o novo destruirá uma ordem
perfeita e imporá o caos, mas isso não procede, pois passos em outra vereda nos
faz conhecer novas e sempre enriquecedoras paisagens.

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Gabarito

1- LETRA E

2- LETRA C

3- LETRA D

4- LETRA C

5- LETRA D

6- LETRA A

7- LETRA A

8- LETRA B

9- LETRA D

10- LETRA D

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Questões com Comentário


Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto que segue.

A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é
uma realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de
sua definição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o
domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência?
A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu
contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle
Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os
domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com
bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião:
se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar
informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta
cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o
montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe
censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que
quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua
existência de político e sua vida privada.
Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa
Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais
merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de
assuntos íntimos com os parentes ou amigos que viajam conosco na presença de
desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma
nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais aposentos. O lugar da família
propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quando há
visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse
recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa
sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à
esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção
estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita.
(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard
(orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.)

Obs.:
1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século
XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.
3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora
francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo, sobre como saber viver na
sociedade moderna.
4 Região da França, ao sul-sudeste

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1. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)


O texto legitima a seguinte inferência:
(A) A reflexão sobre a vida privada tem como contraponto obrigatório a reflexão
sobre a vida pública, esta cujos contornos não conhecem flexibilidade.
(B) Sociedades de distintos países constroem sua compreensão de como devem
ser preservadas as atividades privadas em subordinação ao regime político que
historicamente adotam.
(C) A burguesia da Belle Époque exemplifica uma específica visão de vida privada
e vida pública, tida como padrão a ser adotado porque o grupo francês não
conheceu nenhuma dúvida na delimitação dessas esferas.
(D) Situações que envolvem questões do indivíduo na relação direta com seus
familiares delimitam com precisão a vida privada, conceito este de força
indiscutível, por ter valor universal.
(E) Se, na Belle Époque, as condições de vida de meios sociais como os
camponeses, operários ou camadas mais baixas das cidades não lhes permitiam
abrigar de olhares estranhos uma parte de sua vida, o sentido de “privada” era,
para eles, distinto daquele que os burgueses conheciam.

Comentários:
Uma questão bastante difícil, é preciso destacar. O enunciado menciona claramente
uma “inferência”, então o candidato deveria esperar que a resposta estaria nas
entrelinhas e deveria ser deduzida de forma indireta, não meramente conferida na
literalidade do texto. Veja nosso gabarito e depois suas “pistas no texto”:
(E) Se, na Belle Époque, as condições de vida de meios sociais como os
camponeses, operários ou camadas mais baixas das cidades não lhes permitiam
abrigar de olhares estranhos uma parte de sua vida, o sentido de “privada” era,
para eles, distinto daquele que os burgueses conheciam.
A resposta deixa claro que a referência do texto vale para famílias burguesas da Belle
Epoque, não é uma distinção entre vida pública privada válida para todos os grupos
sociais franceses:
A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno
tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle
Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os
domínios. (ou seja, não é necessariamente o mesmo para todos os grupos e
não será válido para camadas mais baixas da sociedade. Está-se falando das
camadas mais ricas, a burguesia). Por trás desse muro protetor, a vida privada e a
família coincidem com bastante exatidão.
Em suma, para a burguesia, a distinção entre vida pública e privada apresentada no
texto vale especificamente para os burgueses, e não para camadas mais pobres, pois
para estes não havia toda aquela estrutura de ‘dia de reunião’, antessala para visitas,
casamentos arranjados com investigação do passado das famílias e demais prescrições
sociais que mantinham as famílias burguesas separadas do olhar público.

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Gabarito letra E.
Vejamos as demais:
(A) Conhecem flexibilidade sim, pois não há uma separação absoluta entre vida pública
e privada em todos os casos.
(B) O conceito de vida pública ou privada é histórico e não foi mencionada nenhuma
subordinação a nenhum regime político.
(C) Alternativa bem perigosa. Contudo, o texto não diz que a visão da burguesia de
vida pública privada era um padrão, até porque ficou claro que não se aplicava a todos
os grupos sociais. Além disso, “grupo francês” é uma expressão muito vaga, que não
limita de que franceses a alternativa está falando. O texto foca apenas em famílias
burguesas abastadas, com protocolos que não são aplicáveis a outras partes da
sociedade. Também não podemos dizer que não há “nenhuma dúvida” na limitação das
esferas. A delimitação entre vida pública e privada é duvidosa, não vale para todos os
grupos de forma homogênea e evolui ao longo da história, ‘varia em conteúdo e
abrangência”, como afirma o texto.
(D) Novamente, não há “força indiscutível” no conceito. A delimitação entre vida
pública e privada é duvidosa, não vale para todos os grupos de forma homogênea e
evolui ao longo da história, ‘varia em conteúdo e abrangência”.
2. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
No processo argumentativo,
(A) a consulta dos pais é mencionada porque constitui a causa de as famílias
ocultarem cuidadosamente ao público fatos que poderiam ser considerados
socialmente nocivos. (2º parágrafo)
(B) a resposta de Jaurès é citada para, na composição do painel da vida francesa,
destacar que, já em fins do século XIX e começo do XX, havia críticas a políticos
que usavam a vida particular para alavancar suas pretensões de homem público.
(2º parágrafo)
(C) a presença do advérbio aliás sinaliza um oportuno acréscimo ao já dito acerca
dos domínios da vida privada, agora demarcados pelo próprio espaço físico da
burguesia francesa do século XX. (3º parágrafo)
(D) a menção a família propriamente dita delimita, no contexto do objeto
focalizado, a referência a “aqueles que descendem de um casal”. (3º parágrafo)
(E) a alusão a notário ou pároco faz parte da caracterização da sociedade da Belle
Époque, com o intuito de demonstrar que a eles cabia, respectivamente, a
responsabilidade pelas fortunas e pela vida religiosa das famílias. (2º parágrafo)

Comentários:
Vejamos:
a) Incorreto. A consulta aos párocos é na verdade a consequência de esconderem os
“podres” do público. Então, para saber os fatos socialmente nocivos que eram
ocultados, era necessário então consultar pessoas que tivessem acesso privilegiado à

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intimidade da família (vida privada).


b) Incorreto. A resposta foi mencionada para marcar “com grande precisão a fronteira
entre sua existência de político e sua vida privada.”
c) Correto. A expressão “aliás” indica um acréscimo de informação sobre a limitação
física entre vida pública e privada na casa das famílias burguesas.
d) Incorreto. “Família” delimita toda a família e sua vida privada.
e) Incorreto. A alusão serve para indicar pessoas específicas que tinham, em razão de
suas atribuições, acesso à vida privada das famílias.
Gabarito letra C.
3. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido
original é:
(A) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2º
parágrafo) / para discretamente examinar a vida familiar do então candidato à
mão da jovem em idade de casar.
(B) era organizada por uma densa teia de prescrições (3º parágrafo) / era
assentada em cerrada estrutura de explícitas proibições.
(C) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3º parágrafo) / O mais
relevante é que as salas de visitas não são facultadas a todos.
(D) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia (3º parágrafo)
/ quem queira visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de
submeter-se a uma avaliação impreterível.
(E) As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a
vida privada propriamente dita. (3º parágrafo) / As salas de recepção são, assim,
compatíveis com um espaço em que se transita pela vida privada dos moradores,
tomada a expressão “vida privada” em seu sentido exato.

Comentários:
Em questões desse tipo, busque sempre a palavra que tem sentido evidentemente
diferente e avance. A banca sempre deixa uma palavra marcantemente diferente para
o candidato perceber. Vejamos:
a) Incorreto. “Tomar informações” não tem em si mesmo o sentido de “examinar
discretamente”. Além disso, “pretendente” não implica necessariamente a idade da
pessoa pretendida.
b) Incorreto. Prescrição é orientação, indicação, recomendação, não é sinônimo de algo
explicitamente proibido.
c) Incorreto. “Ademais” tem sentido de soma, mas não indica que a informação
adicionada é a “mais relevante”.
d) Correto. O grande desafio da questão era aceitar que “supõe uma avaliação prévia”
era equivalente a “tem de submeter-se a uma avaliação impreterível”. Não se

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esqueçam de que as relações de sinonímia são feitas no contexto, pois isoladamente as


expressões podem soar muito distintas. Vejam que “supõe” dá uma ideia de
“requisito”, algo que é uma condição indispensável, algo que “deve ser feito”
previamente. Então, essa “apresentação” mencionada no texto é justamente uma
avaliação a que a visita se submete antes de visitar a “esposa do figurão”, no sentido
de que a pessoa deveria ser conhecida, avaliada, aprovada para então ter acesso ao
espaço mais próximo à vida privada da família. Então, foi nessa linha que a banca
embasou seu entendimento.
e) Incorreto. A sala de recepção não é um espaço onde se transita pela vida privada
dos moradores, é apenas um “espaço de transição”, uma espécie de “entrada”, de
onde já se poderia vislumbrar, apenas um pouco, a vida privada daquelas famílias.
Além disso, não há no texto um “sentido exato” para “vida privada”. Gabarito letra D.
4. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Afirma-se com correção:
(A) No primeiro período, o segmento de valor adjetivo dada desde a origem dos
tempos caracteriza A vida privada, estrutura esta última que exerce a função
sintática de sujeito. (1º parágrafo)
(B) Em os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para
“tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, o isolamento da
oração adjetiva por meio de vírgulas não alteraria a relação sintático-semântica
que estabelece originalmente com seu antecedente. (2º parágrafo)
(C) As aspas em “dia” sinalizam que a palavra está empregada com traço
semântico específico, nem sempre explorado no emprego da palavra; no contexto
de uso, sugerem uma circunstância favorável à exibição de condutas sociais. (3º
parágrafo)
(D) Com respeito à clareza, à norma-padrão e ao contexto, o modo de reportar o
que está em “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais
merecemos a estima e consideração dos que nos cercam” é: “A baronesa comenta
que, quanto menos pessoas, inclusive ela, mantiverem relação com a sua
vizinhança, mais elas merecem a estima e consideração dos que lhes cercam”. (3º
parágrafo)
(E) Em “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a
estima e consideração dos que nos cercam”, os segmentos, demarcados pela
vírgula, associam-se estabelecendo correlação diretamente proporcional entre as
ideias que contêm. (3º parágrafo)

Comentários:
(A) Incorreto. No primeiro período, o segmento de valor adjetivo dada desde a origem
dos tempos caracteriza “realidade natural”, que exerce a função sintática de
predicativo do sujeito.
(B) Incorreto. Em os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco
para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, o isolamento da
oração adjetiva por meio de vírgulas alteraria a relação sintático-semântica que

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estabelece originalmente com seu antecedente, pois a oração deixaria de ser restritiva
(sem vírgula) para ser explicativa (com vírgula).
(C) Correto. As aspas em “dia” sinalizam que a palavra está empregada com traço
semântico específico, nem sempre explorado no emprego da palavra; no contexto de
uso, sugerem uma circunstância favorável à exibição de condutas sociais, um dia, uma
data oficial socialmente planejada para receber visitas e então, nessa ocasião, exibir
um pouco da vida privada, ainda que de modo “filtrado”. Trazendo para um exemplo
mais cotidiano, quando se diz: “estou tão atrasado, hoje não é ‘dia’ de o ônibus
quebrar”, ou “está sol, hoje é ‘dia’ de ir à praia”, fica nítida essa ideia de que aquela
data específica é desfavorável ou favorável, respectivamente, para um determinado
comportamento ou evento.
(D) Incorreto. Esta questão versa sobre o discurso indireto. Não pode haver essa
vírgula após o “que”, pois está “fatiando” a oração substantiva que serve de objeto
direto ao verbo declarativo (discendi) “comenta”. Além disso, “cercar” é verbo
transitivo direto: não pede preposição. Portanto, não caberia o uso de “lhes”, pronome
que substitui termos preposicionados.
(E) Incorreto. Em “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais
merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, os segmentos, demarcados
pela vírgula, associam-se estabelecendo correlação inversamente proporcional (menos
e mais) entre as ideias que contêm.
Gabarito letra C.
5. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em
Nevers −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia.
Considere o acima transcrito e as assertivas que seguem, acerca de elementos da
frase.
I. A conjunção Se introduz um fato comprovado.
II. A estruturação do período denota que a conjunção Se faz parte de esquema
comparativo.
III. É aceitável entender que a conjunção Se anuncia um fato eventual, que,
existindo, gerará a consequência citada depois do último travessão.
IV. A expressão boa sociedade e as palavras figurão e dama exemplificam o uso
informal da linguagem.
V. Em a visita à esposa de um figurão, o acento grave sinaliza adequadamente a
contração da preposição com um artigo, exatamente como ocorre em “a visita
àquela mansão”.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e IV.
(B) III e V.
(C) II e IV.

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(D) I e II.
(E) II, III e V.

Comentários:
Questão dificílima, pois cobra classificações muito específicas do SE.
De plano, poderíamos perceber que esse “SE” não era condicional, pois não menciona
algo hipotético que gera um possível efeito. A informação de que havia um “dia” de
visitas é um fato admitido, não é uma hipótese. Isso já nos permitiria confirmar a
veracidade do item I, eliminar o item III e, consequentemente, as alternativas B, C
(porque não traz o item I) e E. Aí, restaria a dúvida entre A e D. Em IV, “figurão” até
tem sim um tom informal, mas “dama” e “boa sociedade” não trazem qualquer traço
de informalidade. Assim, ficaríamos com a letra D.
Em II, temos um exemplo raríssimo de “SE” compondo uma estrutura comparativa:
Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber, a visita à esposa de um
figurão supõe uma apresentação prévia.
Assim como/do mesmo modo que toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de
receber, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia.
Esse entendimento tão específico e raro em prova é baseado no gramático Sacconi,
que traz um exemplo de ‘SE’ comparativo em sua gramática:
“Se o estilo reflete o homem, o idioma é o espelho da cultura de um povo”.
Pois é, concurso não é para amadores rs... Gabarito letra D.
6. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão
solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher,
eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político
e sua vida privada.
Sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comenta-se com propriedade:
(A) Sendo certo que a forma simples do gerúndio expressa uma ação em curso,
que pode ser imediatamente anterior ou posterior à do verbo da oração principal,
ou simultânea a ela, é reconhecível, na frase acima transcrita, a simultaneidade.
(B) O desenvolvimento da oração reduzida respondendo a um deputado socialista
deve gerar a forma “ao responder”.
(C) O verbo “censurar” está empregado com adequada regência, assim como
estaria se houvesse a forma “que lhe censurava à comunhão solene da filha”.
(D) O emprego de você exemplifica a forma linguística usada para interpelação ao
interlocutor, como vocativo, no discurso direto.
(E) Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado está
empregado como vicário, uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias,
como fazem alguns”.

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Comentários:
Esse “respondendo” em “respondendo a um deputado socialista que lhe censurava”
mostra que a resposta é simultânea à sua ação de “marcar com grande precisão a
fronteira entre sua existência de político e sua vida privada”. Em suma, ele “marcava
enquanto respondia”.
Gabarito letra A.
Vejamos as demais:
(B) Incorreto. Ao responder também é uma oração reduzida; especificamente, é uma
oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo.
(C) Incorreto. “Censurar” não pede preposição “a”, então não haveria crase.
(D) Incorreto. “Você” não é o vocativo. O vocativo é “Meu caro colega”, daí inclusive
ter sido usado com vírgula.
(E) Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado NÃO está
empregado como vicário, uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, como
fazem alguns”. O verbo vicário é esvaziado de sentido, apenas recupera o sentido do
verbo que substitui (fazem = divulgar). No texto, “faz” tem sentido de “agir, tratar,
comportar-se em relação à mulher”.

Atenção: As questões de números 7 e 8 referem-se ao que segue.

Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se calado. Indignado com


tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer
que fosse. Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa que levaria
tempo para digerir. Ou então, seria motivo de vingança, até mesmo de crime.

7. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)


A alternativa que deve ser desprezada, por conter comentário INAPROPRIADO, é:
(A) Do sentido do verbo manter-se, decorre, logicamente, uma informação
implícita, mas nenhuma outra palavra presente na frase aciona, por seu sentido,
ideia não declarada.
(B) Considerando que, em Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer
gesto que considerasse suspeito, os verbos destacados têm o mesmo
complemento, o do primeiro verbo vem elíptico por antecipação; essa construção
é inadequada, visto que os verbos têm distintas regências.
(C) A coesão entre Era coisa que levaria tempo para digerir e a frase anterior se
dá por meio de retomada realizada por substantivo de uso coloquial, que, por ser
usado em tantas distintas acepções, não permite uma precisa delimitação de
sentido.
(D) A expressão Ou então sinaliza a introdução de ideia que tem orientação

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argumentativa diferente da adotada na frase anterior, levando a conclusão oposta


à nesta sinalizada.
(E) A expressão até mesmo introduz o ponto mais alto de uma dada escala.

Comentários:
Questão de altíssimo nível. Vejamos:
(A) Do sentido do verbo manter-se, decorre, logicamente, uma informação implícita:
se ele “mantinha-se” calado, é porque já estava calado anteriormente. Não há como
“permanecer calado” se você não estava já calado anteriormente.
Porém, há outra palavra que marca um “pressuposto”, uma informação implícita:
“primeira”. Se o texto menciona que ficou calado na “primeira audiência”, o numeral
nos faz presumir que houve mais de uma audiência. Assim como ocorreria em:
Minha primeira mulher era morena (houve mais de uma mulher).
As demais estão corretas.
(B) Considerando que, em Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto
que considerasse suspeito, os verbos destacados têm o mesmo complemento, o do
primeiro verbo vem elíptico por antecipação; essa construção é inadequada, visto que
os verbos têm distintas regências: “rejeitar” é VTD e “responder” é VTI, regendo a
preposição “a”. Como regra, não devemos ligar a um mesmo complemento dois verbos
com regências diferentes.
(C) A coesão entre Era coisa que levaria tempo para digerir e a frase anterior se dá por
meio de retomada realizada por substantivo de uso coloquial, que, por ser usado em
tantas distintas acepções, não permite uma precisa delimitação de sentido. Em suma,
“coisa” é uma palavra extremamente genérica e só o contexto detalhado pode
delimitar seu sentido.
(D) A expressão Ou então sinaliza a introdução de ideia que tem orientação
argumentativa diferente da adotada na frase anterior, levando a conclusão oposta à
nesta sinalizada. Em suma “digerir” é oposto a “vingar-se” e o “ou” coordena essas
possibilidades opostas.
(E) A expressão até mesmo introduz o ponto mais alto de uma dada escala, no caso, a
escala de uma suposta “tolerância”: o ponto inicial é “digerir’, perdoar. O ponto mais
alto, no sentido oposto, é vingar-se com um crime.
Gabarito letra A.
8. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
... respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse.
Seguem propostas de alteração na frase acima. A redação que está em
conformidade com a norma-padrão e não prejudica o sentido original é:
(A) respondia a quaisquer que fosse os gestos que considerasse suspeito, de
quem quer que fosse.
(B) respondia a quaisquer gestos que considerasse suspeitos, fossem de quem

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fossem.
(C) respondia a todo e qualquer gesto que os considerasse suspeitos, de quem
quer que fosse.
(D) respondia a gestos, qualquer um, que considerasse suspeitos, vindo de quem
quer que fossem.
(E) respondia a gesto qualquer que fosse, que o considerasse suspeito, de quem
fosse a pessoa.

Comentários:
Vejamos:
a) Incorreto. Há erro de concordância.
respondia a quaisquer que fosseM os gestos que considerasse suspeitos...
b) Correto.
c) Incorreto. Há erro de concordância.
respondia a todo e qualquer gesto que os considerasse suspeito (o núcleo é apenas
“gesto”, no singular)
d) Incorreto. Há erro de pontuação e concordância. A palavra “qualquer” deveria estar
no plural: “quaisquer” e “fosse” no singular. Além disso, não cabe essa vírgula após
“um”, pois existe uma ideia de restrição.
e) Incorreto. O pronome “o” muda o sentido, pois agora quem considerava alguém
suspeito passa a ser ele próprio objeto da suspeita. Gabarito letra B.
9. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na
alternativa:
(A) Atitudes como aquela do renomado ator são moralmente condenável, por isso
sanções previstas na lei devem ser efetivamente aplicadas, como forma de coibir
comportamentos indiscutivelmente inadequados.
(B) O tumultuado revesamento de funcionários responsáveis pela revisão dos
cinco últimos processos em análise impediu o coordenador de inclui-los num dos
malotes recém-enviados à direção, sob a rúbrica de urgência.
(C) A tendência de alguns jovens empresários do setor adotar regras de conduta
distintas dos empresários mais antigos merece ser analisada com cautela, pois é
relevante considerar a experiência já adquirida.
(D) Se o debate desse assunto foi consensualmente tido como fundamental para o
desenvolvimento do programa, os responsáveis haveriam de ter comunicado isso
antes, porque agora a inclusão do tema é extemporânea.
(E) Foi convidado à defesa e argumentou de forma contundente, com um preciso e
belo jogo de palavras que não deixassem dúvidas sobre a veracidade dos fatos,
como comprova o resultado a favor do acusado.

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Comentários:
Nesse tipo de questão, a banca vai inserir redações confusas, acrobáticas, truncadas
NÃO TENTE REESCREVER A ALTERNATIVA. Se encontrar um erro evidente, passe para
a próxima. Vejamos:
a) Incorreto. Há erro de concordância: “atitudes são condenáveis”.
b) Incorreto. A grafia correta é “revezamento”, “incluí-los” e “rubrica”.
c) Incorreto. A forma correta é “adotarem”, concordando com o sujeito “jovens”, que
está explícito logo antes do verbo.
d) Correto. A propósito, “haveriam” está no plural porque o verbo haver aqui não é
impessoal, é auxiliar. “Extemporânea” é o mesmo que “intempestiva”, isto é,
inoportuna, fora do prazo, do tempo adequado.
e) Incorreto. A forma correta do verbo seria “deixou”, pela referência temporal do
texto e por concordância com “jogo”, no singular. Gabarito letra D.
10. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
A redação clara e correta, segundo a norma-padrão da língua, é:
(A) Quando se atribui a toda uma categoria a necessidade de obter algo que foi
atingido por um indivíduo particular, corre-se o risco de provocarem frustrações,
como ocorre ao se tratar da fama; nesse caso, peca-se ainda, ao tomar como
eterno algo que pode ser bastante efêmero.
(B) O coordenador de um dos grupos defendeu que mais escassez adiviria se os
plantadores, principalmente a agricultura familiar, se recusassem a investir na
produção que, aliás, já conhecera mais de uma intempérie; não fomos nós,
revendedores, que freiamos a carestia.
(C) Diziam que pelo fato de a presença de um animador ser incômoda, muitos
recusariam participar da confraternização dos veteranos; mas enquanto vigir o
respeito ao combatente mais idoso é a ele que todos seguirão, e tudo indica que,
daqui há duas semanas, todos lá estarão.
(D) O guia dos turistas proveu-os de tudo que seria necessário para a escalada, e
isso explica por que não houve conflitos ou dissidências; não se trata de excesso
de zelo por parte da pessoa encarregada, mas da capacidade de prever possíveis
empecilhos e se antecipar a providências para contorná-los.
(E) Muitos não se adéquam a novos caminhos e lamentam que nada é mais como
era antes − é notório, certamente, a impressão que o novo destruirá uma ordem
perfeita e imporá o caos, mas isso não procede, pois passos em outra vereda nos
faz conhecer novas e sempre enriquecedoras paisagens.

Comentários:
(A) Incorreto. A forma correta é “provocar”, no singular, concordando com
“necessidade”, seu provável sujeito (não é claro quem provoca frustrações). Além
disso, “ainda” deveria vir entre duas vírgulas, ou sem nenhuma vírgula.

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(B) Incorreto. A forma grafia correta é “adviria”, do verbo “advir”, com D mudo, e
“freamos”, seguindo a conjugação de “passear” (passeamos).
(C) Incorreto. A expressão “pelo fato de a presença de um animador ser incômoda”
deveria vir entre vírgulas, assim como a oração adverbial temporal “enquanto viger o
respeito ao combatente mais idoso...”. O futuro do subjuntivo de “viger” é “viger”
mesmo, não é “vigir”. A forma correta seria “daqui a duas semanas”, pois o tempo
mencionado ainda está por transcorrer. Se fosse tempo já decorrido, usar-se-ia o
“haver” impessoal: “há duas semanas”.
(D) Correto.
(E) Incorreto. Adequar é defectivo e não possui as formas rizotônicas, isto é, as
formas que trazem a tônica dentro do radical (na prática, na sílaba “dé”, como
adéquam). Formas como “adequamos” existem. O dicionário Houaiss, ao contrário de
quase 100 por cento dos gramáticos, registra “adequar” como verbo regular. De
qualquer forma, a questão tem outro erro evidente: a forma correta é “notória”,
concordando com “impressão”, palavra feminina. Além disso, “faz” deveria estar no
plural, concordando com “passos”. Gabarito letra D.

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PROVA SEFAZ GOIÁS - 2018


AUDITOR
FCC

Sumário

Sumário ......................................................................................................... 21
Questões sem Comentário ................................................................................ 22
Gabarito ......................................................................................................... 27
Questões com Comentário ................................................................................ 28

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Questões sem Comentário

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 4, considere o texto a seguir.

Os deuses de Delfos
Segundo a mitologia, Zeus teria designado uma medida apropriada e um justo
limite para cada ser: o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa e
mensurável, expressa nos quatro motes escritos nas paredes do templo de Delfos: “O
mais justo é o mais belo”, “Observa o limite”, “Odeia a hybris (arrogância)”, “Nada em
excesso”. Sobre estas regras se funda o senso comum grego da Beleza, em acordo
com uma visão do mundo que interpreta a ordem e a harmonia como aquilo que impõe
um limite ao “bocejante Caos”, de cuja goela saiu, segundo Hesíodo, o mundo. Esta
visão é colocada sob a proteção de Apolo, que, de fato, é representado entre as Musas
no frontão ocidental do templo de Delfos.
Mas no mesmo templo (século IV a.C.), no frontão oriental figura Dioniso, deus
do caos e da desenfreada infração de toda regra. Essa coabitação de duas divindades
antitéticas não é casual, embora só tenha sido tematizada na idade moderna, com
Nietzsche. Em geral, ela exprime a possibilidade, sempre presente e verificando-se
periodicamente, da irrupção do caos na beleza da harmonia. Mais especificamente,
expressam-se aqui algumas antíteses significativas que permanecem sem solução
dentro da concepção grega da Beleza, que se mostra bem mais complexa e
problemática do que as simplificações operadas pela tradição clássica.
Uma primeira antítese é aquela entre beleza e percepção sensível. Se de fato a
Beleza é perceptível, mas não completamente, pois nem tudo nela se exprime em
formas sensíveis, abre-se uma perigosa oposição entre Aparência e Beleza: oposição
que os artistas tentarão manter entreaberta, mas que um filósofo como Heráclito
abrirá em toda a sua amplidão, afirmando que a Beleza harmônica do mundo se
evidencia como casual desordem. Uma segunda antítese é aquela entre som e visão,
as duas formas perceptivas privilegiadas pela concepção grega (provavelmente porque,
ao contrário do cheiro e do sabor, são recondutíveis a medidas e ordens numéricas):
embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma, é somente às formas
visíveis que se aplica a definição de belo (Kalón) como “aquilo que agrada e atrai”.
Desordem e música vão, assim, constituir uma espécie de lado obscuro da Beleza
apolínea harmônica e visível e como tais colocam-se na esfera de ação de Dioniso.
Esta diferença é compreensível se pensarmos que uma estátua devia representar
uma “ideia” (presumindo, portanto, uma pacata contemplação), enquanto a música era
entendida como algo que suscita paixões.
(ECO, Umberto. História da beleza. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, Record, 2004, p. 55-56)

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1. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)


Um seguimento do texto tem seu sentido adequadamente expresso em outras
palavras em:
(A) Essa coabitação de duas divindades antitéticas não é casual (2º parágrafo) /
Esse confronto de duas entidades opostas não é propositado.
(B) embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3º parágrafo) /
conquanto se refira à música a prerrogativa de retundir a alma.
(C) uma medida apropriada e um justo limite (1º parágrafo) / Uma medição
precisa e um juízo restrito.
(D) Sobre estas regras se funda o senso comum grego da Beleza (1º parágrafo) /
A partir dessas convenções confutou-se o padrão grego da Beleza.
(E) Esta visão é colocada sob a proteção de Apolo (1º parágrafo) / Esta
interpretação é mantida sob a égide de Apolo.
2. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
O autor organiza sua argumentação de modo a expor, no
(A) quarto parágrafo, uma conclusão que reafirma o argumento expresso
anteriormente de que no conceito grego de beleza as oposições se nulificam.
(B) terceiro e no quarto parágrafo, a opinião de que a beleza apolínea tem sido
progressivamente substituída pelo conceito moderno de beleza dionisíaca.
(C) primeiro parágrafo, uma concepção moderna de beleza que se contrapõe ao
senso comum grego ao abarcar a ideia do caos criativo.
(D) segundo parágrafo, uma visão inconsistente de beleza, ao contrariar os
preceitos gregos de equilíbrio, moderação e harmonia.
(E) terceiro parágrafo, oposições na concepção grega de beleza, as quais se ligam
à combinação dos princípios de ordem e caos.
3. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
O pronome que substitui corretamente o complemento verbal destacado no
seguimento, conforme a norma-padrão da língua portuguesa, está expresso em:
(A) presumindo, portanto, uma pacata contemplação (4º parágrafo) - a
(B) a música era entendida como algo que suscita paixões (4º parágrafo) - lhes
(C) Zeus teria designado uma medida apropriada e um justo limite para cada ser
(1º parágrafo) - os
(D) Impõe um limite ao “bocejante Caos”. (1º parágrafo) – o
(E) ela exprime a possibilidade [...] da irrupção do caos na beleza da harmonia (2º
parágrafo) - lhe
4. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
Considerando-se o uso linguístico nos seguimentos, no contexto em que ocorrem

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no texto, está correto o que se afirma em:


(A) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma
(3º parágrafo) com o verbo na voz passiva analítica deve conter a forma seja
reconhecida.
(B) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos
(4º parágrafo) por caso, o verbo pensar deve assumir a forma do presente do
modo subjuntivo.
(C) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) pode ser
substituída pelo pretérito imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção
gramatical.
(D) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com
uma harmonia precisa imensurável (1º parágrafo) por ajusta-se exige a
substituição do elemento sublinhado por à.
(E) O sentido mantém-se inalterado caso se substitua o seguimento sublinhado
em de cuja goela saiu [...] o mundo (1º parágrafo) por em cuja goela imergiu.
5. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
Os sinais de pontuação estão empregados corretamente em:
(A) Ao produtor contratado será exigido disponibilizar à secretaria, acesso a um
sistema digital que possibilite, a realização de pedidos, homologações, consultas
ao status dos pedidos em analise – como condição para a continuidade do
contrato.
(B) O sistema de controle de informação conforme estabelecido em contrato,
precisa assegurar: sigilo, integridade, autenticidade e disponibilidade dos dados,
para viabilizar a execução das ações e fiscalização e monitoramento dos
processos.
(C) Será descredenciada a empresa que após ter sido notificada, descumprir as
exigências estabelecidas na legislação tributária relativa à certificação requerida,
para a industrialização ou comercialização de produtos de origem animal.
(D) Para efetuar o cadastro de beneficiário, o cidadão deverá preencher o
formulário disponível no site da secretaria, por meio do qual também encaminhará
cópia dos documentos solicitados para análise pelo profissional responsável.
(E) O contribuinte que fabrica ou comercializa água mineral, natural ou artificial
fica obrigado a utilizar o selo fiscal de controle de lacres e água envasada em
vasilhame retornável – independentemente, da unidade da federação de origem.
6. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
A frase em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão da
língua é:
(A) Tanto Apolo quanto Dioniso são divindades cuja simbologia, especialmente no
plano das artes, são riquíssimas.
(B) Criar ou apreciar obras de arte requerem a ativação de valores relativos à

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beleza, os quais são complexos e variáveis.


(C) Apolo, assim como a divindade antípoda, Dioniso, está nos fundamentos da
representação de beleza para dos gregos.
(D) Durante séculos exercem influência sobre os artistas ocidentais o conceito de
beleza que vigorava na antiga Grécia.
(E) Sabem-se que os padrões de beleza para os Gregos estão atrelados a uma
visão especifica de equilíbrio.
7. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
A frase escrita com clareza e correção, no que se refere ao emprego das formas
verbais, é:
(A) Tendo em vista ser este um projeto piloto, aqueles que se oporem ao novo
sistema de arrecadação seriam convidados a manifestar suas críticas através de
diferentes canais, como internet, telefone, além de debates com as lideranças.
(B) Os crimes de sonegação, que vêm persistindo a despeito do arrefecimento da
fiscalização, atentam contra os cofres públicos e promovem a concorrência
desleal, prejudicando o trabalhador honesto.
(C) Será vedada a autorização para a aquisição de matéria-prima ao contribuinte
que não estivesse regular com o pagamento dos impostos na forma e no prazo
que se estabeleceu na legislação tributária.
(D) Para participar da licitação, a empresa deverá possuir tecnologias gráficas de
segurança que correspondesse às especificações do edital, além de obter todas as
autorizações para operação no estado.
(E) Apenas depois que efetuasse o pagamento de todos os impostos e que
mantivesse regularizada sua situação junto aos órgãos responsáveis é que as lojas
estão aptas a abrir suas portas ao consumidor.
8. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
A frase redigida em conformidade com a norma-padrão da língua é:
(A) Cabe ao estabelecimento fornecedor emitir nota fiscal em nome do
estabelecimento adquirente, a qual, além das exigências já previstas, devem
constar nome, endereço e número de inscrição estadual do estabelecimento aonde
os produtos serão entregues.
(B) O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à
restituição total ou parcial do tributo e seus acréscimos, seja qual for a
modalidade do seu pagamento, quando for constatada a ocorrência de erro no
cálculo do montante do débito.
(C) As operações de saída com destino a empresas do comercio varejista e
insumos agropecuários dispõe-se de isenção fiscal e redução de base de cálculo,
conforme já prevê-se em lei, desde de que observados os requisitos exigidos para
cada caso.
(D) Conclui-se, após análise criteriosa do caso em questão, de que a colocação de

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embalagem definitiva, que visa acondicionar o produto na forma sobre que ele
será apresentado e adquirido pelo consumidor final, caracteriza industrialização.
(E) Esta gerência, tendo apoiado-se na análise de peritos no assunto, firmou o
entendimento que as mercadorias relacionadas no documento subescrito não
estão sujeitas ao regime de substituição tributária pelas operações posteriores.

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Gabarito

1- LETRA E

2- LETRA E

3- LETRA A

4- LETRA B

5- LETRA D

6- LETRA C

7- LETRA B

8- LETRA B

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Questões com Comentário

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 4, considere o texto a seguir.

Os deuses de Delfos
Segundo a mitologia, Zeus teria designado uma medida apropriada e um justo
limite para cada ser: o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa e
mensurável, expressa nos quatro motes escritos nas paredes do templo de Delfos: “O
mais justo é o mais belo”, “Observa o limite”, “Odeia a hybris (arrogância)”, “Nada em
excesso”. Sobre estas regras se funda o senso comum grego da Beleza, em acordo
com uma visão do mundo que interpreta a ordem e a harmonia como aquilo que impõe
um limite ao “bocejante Caos”, de cuja goela saiu, segundo Hesíodo, o mundo. Esta
visão é colocada sob a proteção de Apolo, que, de fato, é representado entre as Musas
no frontão ocidental do templo de Delfos.
Mas no mesmo templo (século IV a.C.), no frontão oriental figura Dioniso, deus
do caos e da desenfreada infração de toda regra. Essa coabitação de duas divindades
antitéticas não é casual, embora só tenha sido tematizada na idade moderna, com
Nietzsche. Em geral, ela exprime a possibilidade, sempre presente e verificando-se
periodicamente, da irrupção do caos na beleza da harmonia. Mais especificamente,
expressam-se aqui algumas antíteses significativas que permanecem sem solução
dentro da concepção grega da Beleza, que se mostra bem mais complexa e
problemática do que as simplificações operadas pela tradição clássica.
Uma primeira antítese é aquela entre beleza e percepção sensível. Se de fato a
Beleza é perceptível, mas não completamente, pois nem tudo nela se exprime em
formas sensíveis, abre-se uma perigosa oposição entre Aparência e Beleza: oposição
que os artistas tentarão manter entreaberta, mas que um filósofo como Heráclito
abrirá em toda a sua amplidão, afirmando que a Beleza harmônica do mundo se
evidencia como casual desordem. Uma segunda antítese é aquela entre som e visão,
as duas formas perceptivas privilegiadas pela concepção grega (provavelmente porque,
ao contrário do cheiro e do sabor, são recondutíveis a medidas e ordens numéricas):
embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma, é somente às formas
visíveis que se aplica a definição de belo (Kalón) como “aquilo que agrada e atrai”.
Desordem e música vão, assim, constituir uma espécie de lado obscuro da Beleza
apolínea harmônica e visível e como tais colocam-se na esfera de ação de Dioniso.
Esta diferença é compreensível se pensarmos que uma estátua devia representar
uma “ideia” (presumindo, portanto, uma pacata contemplação), enquanto a música era
entendida como algo que suscita paixões.
(ECO, Umberto. História da beleza. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, Record, 2004, p. 55-56)

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1. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)


Um seguimento do texto tem seu sentido adequadamente expresso em outras
palavras em:
(A) Essa coabitação de duas divindades antitéticas não é casual (2º parágrafo) /
Esse confronto de duas entidades opostas não é propositado.
(B) embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3º parágrafo) /
conquanto se refira à música a prerrogativa de retundir a alma.
(C) uma medida apropriada e um justo limite (1º parágrafo) / Uma medição
precisa e um juízo restrito.
(D) Sobre estas regras se funda o senso comum grego da Beleza (1º parágrafo) /
A partir dessas convenções confutou-se o padrão grego da Beleza.
(E) Esta visão é colocada sob a proteção de Apolo (1º parágrafo) / Esta
interpretação é mantida sob a égide de Apolo.

Comentários:
A) Incorreta. Coabitar é viver junto, não é sinônimo de ter conflito, confronto.
b) Incorreta. Como alertei na revisão de véspera, a banca adora conjunções
concessivas. “Embora” é realmente sinônima de “Conquanto”. Contudo, Retundir é
“reprimir, moderar”, não tem relação com “exprimir”.
c) Incorreta. “Justo limite” não equivale a “Juízo restrito”, pois “justo” se refere a
“justiça” e “juízo” se refere a “opinião”.
d) Incorreta. Fundar é embasar. Confutar é contrariar, desmentir-se.
e) Correta. Linguagem jurídica típica. Estar sob a égide de= estar sob a proteção de...
Gabarito letra E.
2. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
O autor organiza sua argumentação de modo a expor, no
(A) quarto parágrafo, uma conclusão que reafirma o argumento expresso
anteriormente de que no conceito grego de beleza as oposições se nulificam.
(B) terceiro e no quarto parágrafo, a opinião de que a beleza apolínea tem sido
progressivamente substituída pelo conceito moderno de beleza dionisíaca.
(C) primeiro parágrafo, uma concepção moderna de beleza que se contrapõe ao
senso comum grego ao abarcar a ideia do caos criativo.
(D) segundo parágrafo, uma visão inconsistente de beleza, ao contrariar os
preceitos gregos de equilíbrio, moderação e harmonia.
(E) terceiro parágrafo, oposições na concepção grega de beleza, as quais se ligam
à combinação dos princípios de ordem e caos.

Comentários:

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(A) Incorreta. As oposições não se nulificam, mas sim “coabitam”.


(B) Incorreta. Não substitui, apenas existe uma problemática, uma ponderação de
antíteses sem solução clara.
(C) Incorreta. O primeiro parágrafo traz a concepção grega clássica, não a moderna.
(D) Incorreta. Alternativa bem razoável, causou dúvida em muitos alunos. Contudo, a
palavra “inconsistente” não é adequada, nem é o objetivo do autor mostrar
inconsistência, mas sim mostrar antíteses, aspectos aparentemente contraditórios.
(E) Correta. O ponto central do texto são oposições na concepção grega de beleza, as
quais se ligam à combinação dos princípios de ordem (Apolo) e caos (Dionísio).
Gabarito letra E.
3. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
O pronome que substitui corretamente o complemento verbal destacado no
seguimento, conforme a norma-padrão da língua portuguesa, está expresso em:
(A) presumindo, portanto, uma pacata contemplação (4º parágrafo) - a
(B) a música era entendida como algo que suscita paixões (4º parágrafo) - lhes
(C) Zeus teria designado uma medida apropriada e um justo limite para cada ser
(1º parágrafo) - os
(D) Impõe um limite ao “bocejante Caos”. (1º parágrafo) – o
(E) ela exprime a possibilidade [...] da irrupção do caos na beleza da harmonia (2º
parágrafo) - lhe

Comentários:
Embora fosse perfeitamente possível resolver por eliminação, entendo que cabe
recurso contra essa questão. Vejamos.
(A) presumindo uma pacata contemplação
presumindo -a
Contudo, a banca parece não ter notado que havia a conjunção “portanto” intercalada,
de modo que não seria possível simplesmente unir o pronome ao verbo, ou teríamos
algo como:
(A) presumindo, portanto, - a
B e E incorretas porque não usamos –lhe como objeto direto. O –lhe substitui objetos
indiretos.
C- Tendo em vista a regra de colocação pronominal que proíbe o pronome oblíquo
átono após particípio, a estrutura seria algo como: lhe (a ele, a cada ser) designado
uma medida
D- O –lhe substitui objetos indiretos, então a forma correta seria: impõe-lhe um limite.
Gabarito letra A.

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4. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)


Considerando-se o uso linguístico nos seguimentos, no contexto em que ocorrem
no texto, está correto o que se afirma em:
(A) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma
(3º parágrafo) com o verbo na voz passiva analítica deve conter a forma seja
reconhecida.
(B) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos
(4º parágrafo) por caso, o verbo pensar deve assumir a forma do presente do
modo subjuntivo.
(C) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) pode ser
substituída pelo pretérito imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção
gramatical.
(D) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com
uma harmonia precisa imensurável (1º parágrafo) por ajusta-se exige a
substituição do elemento sublinhado por à.
(E) O sentido mantém-se inalterado caso se substitua o seguimento sublinhado
em de cuja goela saiu [...] o mundo (1º parágrafo) por em cuja goela imergiu.

Comentários:
Vejamos as correções.
(A) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3º
parágrafo) com o verbo na voz passiva analítica deve conter a forma seja
reconhecidO, concordando com “privelégio”.
(B) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos (4º
parágrafo) por caso, o verbo pensar deve assumir a forma do presente do modo
subjuntivo.
Correto. Se pensarmos vira “caso pensemos”.
(C) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) não pode ser
substituída pelo pretérito imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção
gramatical, porque “tivesse designado” causaria um erro de emprego do tempo verbal,
já que a referência é futura em relação a um passado remoto mitológico.
(D) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com uma
harmonia precisa imensurável (1º parágrafo) por ajusta-se exige a substituição do
elemento sublinhado por a, sem crase, pois não há crase antes de “uma”.
(E) O sentido se altera caso se substitua o seguimento sublinhado em de cuja goela
saiu [...] o mundo (1º parágrafo) por em cuja goela imergiu, porque “imergir” é
afundar, submergir.
Gabarito letra B.
5. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
Os sinais de pontuação estão empregados corretamente em:

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(A) Ao produtor contratado será exigido disponibilizar à secretaria, acesso a um


sistema digital que possibilite, a realização de pedidos, homologações, consultas
ao status dos pedidos em analise – como condição para a continuidade do
contrato.
(B) O sistema de controle de informação conforme estabelecido em contrato,
precisa assegurar: sigilo, integridade, autenticidade e disponibilidade dos dados,
para viabilizar a execução das ações e fiscalização e monitoramento dos
processos.
(C) Será descredenciada a empresa que após ter sido notificada, descumprir as
exigências estabelecidas na legislação tributária relativa à certificação requerida,
para a industrialização ou comercialização de produtos de origem animal.
(D) Para efetuar o cadastro de beneficiário, o cidadão deverá preencher o
formulário disponível no site da secretaria, por meio do qual também encaminhará
cópia dos documentos solicitados para análise pelo profissional responsável.
(E) O contribuinte que fabrica ou comercializa água mineral, natural ou artificial
fica obrigado a utilizar o selo fiscal de controle de lacres e água envasada em
vasilhame retornável – independentemente, da unidade da federação de origem.

Comentários:
Façamos as devidas correções, incluindo ou apagando a pontuação necessária.
Compare:
(A) Ao produtor contratado será exigido disponibilizar à secretaria acesso a um sistema
digital que possibilite a realização de pedidos, homologações, consultas ao status dos
pedidos em analise – como condição para a continuidade do contrato.
(B) O sistema de controle de informação, conforme estabelecido em contrato, precisa
assegurar: sigilo, integridade, autenticidade e disponibilidade dos dados, para viabilizar
a execução das ações e fiscalização e monitoramento dos processos.
(C) Será descredenciada a empresa que, após ter sido notificada, descumprir as
exigências estabelecidas na legislação tributária relativa à certificação requerida para a
industrialização ou comercialização de produtos de origem animal.
(D) Para efetuar o cadastro de beneficiário, o cidadão deverá preencher o formulário
disponível no site da secretaria, por meio do qual também encaminhará cópia dos
documentos solicitados para análise pelo profissional responsável.
(E) O contribuinte que fabrica ou comercializa água mineral, natural ou artificial fica
obrigado a utilizar o selo fiscal de controle de lacres e água envasada em vasilhame
retornável – independentemente da unidade da federação de origem.
Gabarito letra D.
6. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
A frase em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão da
língua é:
(A) Tanto Apolo quanto Dioniso são divindades cuja simbologia, especialmente no

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plano das artes, são riquíssimas.


(B) Criar ou apreciar obras de arte requerem a ativação de valores relativos à
beleza, os quais são complexos e variáveis.
(C) Apolo, assim como a divindade antípoda, Dioniso, está nos fundamentos da
representação de beleza para dos gregos.
(D) Durante séculos exercem influência sobre os artistas ocidentais o conceito de
beleza que vigorava na antiga Grécia.
(E) Sabem-se que os padrões de beleza para os Gregos estão atrelados a uma
visão especifica de equilíbrio.

Comentários:
Vejamos as correções:
(A) Tanto Apolo quanto Dioniso são divindades cuja simbologia, especialmente no
plano das artes, É RIQUÍSSIMA. (A simbologia é riquíssima)
(B) Criar ou apreciar obras de arte REQUER a ativação de valores relativos à beleza, os
quais são complexos e variáveis. (“Criar ou apreciar obras de arte” é um sujeito
oracional e leva o verbo para a terceira pessoa do singular)
(C) Apolo, assim como a divindade antípoda, Dioniso, está nos fundamentos da
representação de beleza para dos gregos. (Ignorando os termos intercalados, a
concordância é: Apolo está nos fundamentos...)
(D) Durante séculos EXERCE influência sobre os artistas ocidentais o conceito de beleza
que vigorava na antiga Grécia. (o conceito exerce influência...)
(E) SABE-SE [que os padrões de beleza para os Gregos estão atrelados a uma visão
especifica de equilíbrio]. (Aqui temos um sujeito oracional passivo e o verbo fica no
singular)
Gabarito letra C.
7. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
A frase escrita com clareza e correção, no que se refere ao emprego das formas
verbais, é:
(A) Tendo em vista ser este um projeto piloto, aqueles que se oporem ao novo
sistema de arrecadação seriam convidados a manifestar suas críticas através de
diferentes canais, como internet, telefone, além de debates com as lideranças.
(B) Os crimes de sonegação, que vêm persistindo a despeito do arrefecimento da
fiscalização, atentam contra os cofres públicos e promovem a concorrência
desleal, prejudicando o trabalhador honesto.
(C) Será vedada a autorização para a aquisição de matéria-prima ao contribuinte
que não estivesse regular com o pagamento dos impostos na forma e no prazo
que se estabeleceu na legislação tributária.
(D) Para participar da licitação, a empresa deverá possuir tecnologias gráficas de
segurança que correspondesse às especificações do edital, além de obter todas as

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autorizações para operação no estado.


(E) Apenas depois que efetuasse o pagamento de todos os impostos e que
mantivesse regularizada sua situação junto aos órgãos responsáveis é que as lojas
estão aptas a abrir suas portas ao consumidor.

Comentários:
Vejamos:
(A) Tendo em vista ser este um projeto piloto, aqueles que se OPUSEREM ao novo
sistema de arrecadação SERÃO convidados a manifestar suas críticas através de
diferentes canais, como internet, telefone, além de debates com as lideranças.
Na redação original, há problema de correlação verbal. Aplicando a correlação básica:
“Se eu puder, farei”, teremos: OPUSEREM/SERÃO
(B) Os crimes de sonegação, que vêm persistindo a despeito do arrefecimento da
fiscalização, atentam contra os cofres públicos e promovem a concorrência desleal,
prejudicando o trabalhador honesto.
CORRETA.
(C) SERÁ vedada a autorização para a aquisição de matéria-prima ao contribuinte que
não ESTIVER regular com o pagamento dos impostos na forma e no prazo que se
estabeleceram (forma e prazo foram estabelecidos) na legislação tributária.
Na redação original, há problema de correlação verbal. Aplicando a correlação básica:
“Se eu puder, farei”, teremos: ESTIVER/SERÁ
(D) Para participar da licitação, a empresa deverá possuir tecnologias gráficas de
segurança que correspondA às especificações do edital, além de obter todas as
autorizações para operação no estado.
Na redação original, há problema de correlação verbal. Aplicando a correlação básica:
“Caso eu possA, farei”, teremos: CORRESPONDA/DEVERÁ
(E) Apenas depois que efetuaSSEM o pagamento de todos os impostos e que
mantivesse regularizada sua situação junto aos órgãos responsáveis é que as lojas
ESTARIAM aptas a abrir suas portas ao consumidor.
Na redação original, há problema de concordância e de correlação verbal. Aplicando a
correlação básica: “Se eu PUDESSE, FARIA”, teremos: EFETUASSEM/SERIA
Gabarito letra B.
8. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
A frase redigida em conformidade com a norma-padrão da língua é:
(A) Cabe ao estabelecimento fornecedor emitir nota fiscal em nome do
estabelecimento adquirente, a qual, além das exigências já previstas, devem
constar nome, endereço e número de inscrição estadual do estabelecimento aonde
os produtos serão entregues.
(B) O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à
restituição total ou parcial do tributo e seus acréscimos, seja qual for a

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modalidade do seu pagamento, quando for constatada a ocorrência de erro no


cálculo do montante do débito.
(C) As operações de saída com destino a empresas do comercio varejista e
insumos agropecuários dispõe-se de isenção fiscal e redução de base de cálculo,
conforme já prevê-se em lei, desde de que observados os requisitos exigidos para
cada caso.
(D) Conclui-se, após análise criteriosa do caso em questão, de que a colocação de
embalagem definitiva, que visa acondicionar o produto na forma sobre que ele
será apresentado e adquirido pelo consumidor final, caracteriza industrialização.
(E) Esta gerência, tendo apoiado-se na análise de peritos no assunto, firmou o
entendimento que as mercadorias relacionadas no documento subescrito não
estão sujeitas ao regime de substituição tributária pelas operações posteriores.

Comentários:
(A) Cabe ao estabelecimento fornecedor emitir nota fiscal em nome do estabelecimento
adquirente, NA QUAL, além das exigências já previstas, devem constar nome,
endereço e número de inscrição estadual do estabelecimento aonde os produtos serão
entregues. (CONSTA NA NOTA FISCAL)
(B) O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição
total ou parcial do tributo e seus acréscimos, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, quando for constatada a ocorrência de erro no cálculo do montante do
débito. (CORRETA)
(C) As operações de saída com destino a empresas do comercio varejista e insumos
agropecuários DISPÕEM de isenção fiscal e redução de base de cálculo, conforme já
prevê-se em lei, desde de que observados os requisitos exigidos para cada caso. (O
verbo é transitivo indireto e não é pronominal, não tem justificativa esse SE )
(D) Conclui-se, após análise criteriosa do caso em questão, de que a colocação de
embalagem definitiva, que visa acondicionar o produto na forma sobre A QUAL ele será
apresentado e adquirido pelo consumidor final, caracteriza industrialização.
(Concluir não pede preposição “de”. Além disso, Bechara registra uma regra sobre os
pronomes relativos. Com o pronome “que”, usa-se preposição monossilábica. Se
houver mais de uma sílaba (como “sobre”), usa-se “o qual” ou alguma variante.
(E) Esta gerência, tendo SE apoiado na análise de peritos no assunto, firmou o
entendimento que as mercadorias relacionadas no documento subscrito não estão
sujeitas ao regime de substituição tributária pelas operações posteriores.
Não se usa pronome oblíquo átono após verbo no particípio. Além disso, a grafia
correta é “subscrito”.
Gabarito letra B.

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PROVA EMAP – CARGOS DE


NÍVEL SUPERIOR
2018

Sumário

Sumário ......................................................................................................... 36
Questões sem Comentário ................................................................................ 37
Gabarito ...........................................................................................................7
Questões com Comentário ..................................................................................8

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Questões sem Comentário

Texto CB1A1AAA
1 O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo
2 lhes toca e tange. Se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer
3 pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim
4 tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste
5 contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de
6 consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em
7 outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis
8 são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal.
9 Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que
10 impasse!
11 Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a
12 tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus
13 pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida começava
14 a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de
15 ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”,
16 se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo e
17 absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu!
18 E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:
19 — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me
20 absolvido?
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto CB1A1AAA, julgue os


itens a seguir.

11. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


O trecho “Que fosse amolar os anjos lá no Céu!” (L.17) expressa o que o padre
havia dito no momento em que Juca morreu.
12. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Caso seja suprimido o pronome “lhes” (L.2), a correção gramatical do texto será
mantida, embora o trecho se torne menos enfático.
13. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Na linha 3, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva
afirmação sobre o comportamento de Juca seria mais categórica que a que se
verifica no texto.

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14. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


Caso o advérbio “heroicamente” (L.5) fosse deslocado para logo após
“contrabalançado” (L.5), haveria alteração de sentido do texto, embora fosse
preservada sua correção gramatical.
15. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
É correto estabelecer a referência do pronome “que” (L.7) tanto com “voz do
interlocutor” (L.6) quanto com “outras coisas” (L.7).

Ainda a respeito das estruturas linguísticas do texto CB1A1AAA, julgue os próximos


itens.

16. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


Se, após “animal” (L.8), o ponto final fosse substituído por ponto de interrogação,
tanto a correção gramatical quanto os sentidos do texto seriam preservados, pois
a pergunta resultante da substituição teria efeito apenas retórico.
17. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse
continuava...” (L.9), o elemento “Pois” introduz uma concessão.
18. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Em “reanimando-a” (L.14), o pronome “a” refere-se a “Dúvida” (L.13).
19. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto, o trecho “que
ele poderia ter-me absolvido” (L. 19 e 20) poderia ser assim reescrito: que ele
poderia ter absolvido-me.

1 O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso valor próprio; a vaidade é a


2 consciência (certa ou errônea) da evidência do nosso valor aos olhos dos outros. Um
3 homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser a um tempo vaidoso e
4 orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso.
5 À primeira vista, é difícil compreender como podemos ter consciência da evidência
6 do nosso valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso valor em si. Se a
7 natureza humana fosse racional, não haveria qualquer explicação. No entanto, o
8 homem vive primeiro uma vida exterior, e depois uma vida interior; a noção do
9 efeito precede, na evolução do espírito, a noção da causa interior desse mesmo
10 efeito. O homem prefere ser tido em alta conta por aquilo que não é a ser tido em
11 meia conta por aquilo que é. Assim opera a vaidade.
Walmir Ayala (Coord e introd ) Fernando Pessoa Antologia de Estética. Teoria e Crítica
Literária Rio de Janeiro: Ediouro, 1988, p 88-9 (com adaptações)

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Acerca dos aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue
os próximos itens.

20. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


De acordo com os sentidos do texto, “a noção da causa interior” (L.9) refere-se à
expressão “a consciência do nosso valor em si” (L.6).
21. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Infere-se do texto que, na evolução espiritual do ser humano, o processo de
autoconhecimento provém da consciência das impressões alheias sobre o
indivíduo.
22. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Nas linhas 10 e 11, as expressões “por aquilo que não é” e “por aquilo que é”
exprimem causa.
23. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Na linha 11, a forma verbal “opera” foi empregada com o sentido de produz.
24. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
A correção gramatical e as informações do texto seriam preservadas caso o
período “À primeira vista, (...) do nosso valor em si” (L. 5 a 6) fosse assim
reescrito: Como é possível ser vaidoso sem ser orgulhoso, parece algo, à um
primeiro olhar, difícil de se entender.

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Serviço de tráfego de embarcações


(vessel traffic service – VTS)
1 O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de
2 monitorar ativamente o tráfego aquaviário, melhorando a segurança e eficiência
3 desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou
4 risco de acidente de grandes proporções.
5 Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International
6 Maritime Organization, sendo seus aspectos técnicos detalhados em recomendações
7 da International Association of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse
8 Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, definir
9 as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação.
10 Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade
11 de acompanhar o tráfego nas imediações do porto, um sistema de identificação de
12 embarcações denominado automatic identification system, um sistema de
13 comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais
14 (meteorológicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de
15 dados. Todos esses sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual
16 cabe, na sua área de responsabilidade, identificar e monitorar o tráfego marítimo,
17 adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação de embarcações e
18 divulgar informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS pode fornecer
19 informações que contribuam para o aumento da eficiência das operações portuárias,
20 como a atualização de horários de chegada e partida de embarcações.
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue os
itens que se seguem.

25. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


O primeiro parágrafo do texto apresenta uma definição.
26. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Infere-se do texto que os elementos que compõem estruturas de VTS citados no
período “Uma estrutura de VTS (...) e apresentação de dados” (L. 10 a 15) fazem
parte das recomendações da International Association of Maritime Aids to
Navigation and Lighthouse Authorities.
27. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
A forma verbal “haja” (L.3) poderia ser flexionada no plural — hajam —,
preservando-se a correção gramatical e os sentidos do texto.
28. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Seria preservada a correção gramatical do texto se, no trecho “composta
minimamente de um radar” (L.10), fosse empregada a preposição por, em vez da
preposição “de”.

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29. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


O sentido do texto seria preservado se o trecho “Todos esses sensores operam
integrados em um centro de controle” (L.15) fosse substituído por: Todos esses
sensores integrados operam em um centro de controle.
30. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados se as vírgulas
empregadas logo após “marítimo” (L.16) e “poluição” (L.17) e a conjunção “e”
(L.17) fossem substituídas por ponto e vírgula.

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Gabarito

1- INCORRETA

2- CORRETA

3- INCORRETA

4- CORRETA

5- CORRETA

6- INCORRETA

7- INCORRETA

8- INCORRETA

9- INCORRETA

10- CORRETA

11- INCORRETA

12- CORRETA

13- INCORRETA

14- INCORRETA

15- CORRETA

16- CORRETA

17- INCORRETA

18- CORRETA

19- INCORRETA

20- CORRETA

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Questões com Comentário

Texto CB1A1AAA
1 O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo
2 lhes toca e tange. Se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer
3 pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim
4 tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste
5 contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de
6 consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em
7 outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis
8 são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal.
9 Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que
10 impasse!
11 Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a
12 tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus
13 pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida começava
14 a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de
15 ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”,
16 se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo e
17 absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu!
18 E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:
19 — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me
20 absolvido?
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto CB1A1AAA, julgue os


itens a seguir.

1. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


O trecho “Que fosse amolar os anjos lá no Céu!” (L.17) expressa o que o padre
havia dito no momento em que Juca morreu.
Comentários:
No formato de “certo” ou “errado”, esta questão se torna bem difícil. Vejamos:
A extrema-unção é um sacramento cristão dado aos enfermos; podemos então
presumir que que Juca estava bastante doente no momento narrado, inclusive pela
expressão “face devastada pela erosão da morte”. Contudo, não podemos afirmar que
morrera, ou nem poderia estar recebendo o ritual ou ouvindo perguntas do padre. Por
si só, isso invalida o item.
Além disso, em “Que fosse amolar os anjos lá no Céu!”, temos uma fala no discurso
indireto livre, aquele que mistura a voz do narrador e do personagem, de forma

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indivisível, que gera dúvida sobre quem de fato teria falado, narrador ou o personagem
do padre. Questão incorreta.
2. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Caso seja suprimido o pronome “lhes” (L.2), a correção gramatical do texto será
mantida, embora o trecho se torne menos enfático.
Comentários:
Essa questão é muito, muito específica mesmo. Traz numa mesma sentença o uso de
objeto direto preposicionado e pleonástico.
Tocar é um verbo transitivo DIRETO, por definição, não pede preposição alguma.
Então, quando “pessoas sensíveis” foi substituído pelo relativo “que”, a preposição que
veio antes dele não exigência do verbo, mas sim uma preposição adicionada ali por
termos um verbo indicativo de sentimento “tocar”. Trata-se de um caso de objeto
direto preposicionado. Curiosamente, o autor, repete esse objeto direto preposicionado
por motivo enfático, de modo que temos um objeto direto “pleonástico”, repetido.
Como o pronome “lhe” retoma termos preposicionados, foi ele a escolha do autor:
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes
toca e tange.
...tudo toca a que (a pessoas sensíveis)
...tudo lhes toca (a pessoas sensíveis)
O objeto direto pleonástico e também o preposicionado com verbos que indicam
sentimento são sim recursos estilísticos de ênfase, então a retirada do “lhes” reduziria
sim a ênfase original. Questão correta.
3. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Na linha 3, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva
afirmação sobre o comportamento de Juca seria mais categórica que a que se
verifica no texto.
Comentários:
Pelo contrário. Embora seja tempo do indicativo, o futuro do pretérito indica incerteza,
possibilidade, por isso seu uso constante em estruturas condicionais ou hipotéticas:
Ex: Seu estudasse, passaria na prova.
Ex: O candidato estaria envolvido em um esquema de propina.
Portanto, de forma alguma deixaria a alternativa mais categórica, mas afirmativa e
certa. Questão incorreta.
4. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Caso o advérbio “heroicamente” (L.5) fosse deslocado para logo após
“contrabalançado” (L.5), haveria alteração de sentido do texto, embora fosse
preservada sua correção gramatical.
Comentários:

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O advérbio é a única classe que modifica um adjetivo. Na redação original, modifica


“exultante”; se for deslocado, passará a modificar “contrabalançado”, o que não causa
erro, mas muda sim o sentido. Questão correta.
5. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
É correto estabelecer a referência do pronome “que” (L.7) tanto com “voz do
interlocutor” (L.6) quanto com “outras coisas” (L.7).
Comentários:
Juca não está ouvindo a voz que está falando as coisas, então não ouve também as
“outras coisas”. Nesse caso, tanto faz considerar um referente ou o outro.
Questão correta.

Ainda a respeito das estruturas linguísticas do texto CB1A1AAA, julgue os próximos


itens.

6. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


Se, após “animal” (L.8), o ponto final fosse substituído por ponto de interrogação,
tanto a correção gramatical quanto os sentidos do texto seriam preservados, pois
a pergunta resultante da substituição teria efeito apenas retórico.
Comentários:
Se fosse inserido um ponto de interrogação, passaríamos a ter uma interrogativa direta
e o “por que” seria separado. Manter o “porque” junto, conjunção, causa erro
gramatical. Questão incorreta.
7. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse
continuava...” (L.9), o elemento “Pois” introduz uma concessão.
Comentários:
“Pois” inicia um segmento de valor explicativo, que oferece uma justificativa para o
comentário feito antes, no sentido de que as pessoas sensíveis são egoístas e
impenetráveis, portanto difíceis de mudar. Além dessa relação explicativa, pela
maneira que o texto foi estruturado, podemos ver que o “pois” também funciona como
um marcador discursivo como em “Pois bem” ou “ora pois”...
Os conectivos concessivos são: “embora, conquanto, mesmo que, posto que,
malgrado, não obstante, apesar de que... Questão incorreta.
8. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Em “reanimando-a” (L.14), o pronome “a” refere-se a “Dúvida” (L.13).
Comentários:

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Em “reanimando-a”, o pronome “a” refere-se a “face devastada pela erosão da morte”.


Questão incorreta.
9. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto, o trecho “que
ele poderia ter-me absolvido” (L. 19 e 20) poderia ser assim reescrito: que ele
poderia ter absolvido-me.
Comentários:
Não é permitido usar pronome oblíquo átono após verbo no particípio.
Questão incorreta.

1 O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso valor próprio; a vaidade é a


2 consciência (certa ou errônea) da evidência do nosso valor aos olhos dos outros.
3 Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser a um tempo vaidoso e
4 orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso.
5 À primeira vista, é difícil compreender como podemos ter consciência da evidência
6 do nosso valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso valor em si. Se a
7 natureza humana fosse racional, não haveria qualquer explicação. No entanto, o
8 homem vive primeiro uma vida exterior, e depois uma vida interior; a noção do
9 efeito precede, na evolução do espírito, a noção da causa interior desse mesmo
10 efeito. O homem prefere ser tido em alta conta por aquilo que não é a ser tido em
11 meia conta por aquilo que é. Assim opera a vaidade.
Walmir Ayala (Coord e introd ) Fernando Pessoa Antologia de Estética. Teoria e Crítica
Literária Rio de Janeiro: Ediouro, 1988, p 88-9 (com adaptações)

Acerca dos aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue
os próximos itens.

10. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


De acordo com os sentidos do texto, “a noção da causa interior” (L.9) refere-se à
expressão “a consciência do nosso valor em si” (L.6).
Comentários:
Segundo o texto, “a consciência do nosso valor em si” configura o “orgulho”, num
sentido mais interno e individual. Por outro lado, em relação à visão dos outros, como
uma causa “externa”, temos a vaidade:
a vaidade é a consciência (certa ou errônea) da evidência do nosso valor aos olhos dos
outros.
Então, podemos concluir que a causa interior está ligada ao orgulho, ao valor em si e a
consciência interna desse valor. Questão correta.

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11. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


Infere-se do texto que, na evolução espiritual do ser humano, o processo de
autoconhecimento provém da consciência das impressões alheias sobre o
indivíduo.
Comentários:
Pelo contrário, o autoconhecimento está relacionado à consciência interna do próprio
valor, de forma independente das impressões alheias, estas ligadas à vaidade. Questão
incorreta.
12. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Nas linhas 10 e 11, as expressões “por aquilo que não é” e “por aquilo que é”
exprimem causa.
Comentários:
Sim. Exprimem, respectivamente, a causa de “ser tido em alta conta” e “ser tido em
meia conta”. Observem que essas expressões são adjuntos adverbiais de causa,
introduzidos pela preposição “por”.
O homem prefere ser tido em alta conta por aquilo que não é a ser tido em
meia conta por aquilo que é. Assim opera a vaidade.
Questão correta.
13. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Na linha 11, a forma verbal “opera” foi empregada com o sentido de produz.
Comentários:
A forma verbal “opera” foi empregada com o sentido de “funciona”. Questão incorreta.
14. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
A correção gramatical e as informações do texto seriam preservadas caso o
período “À primeira vista, (...) do nosso valor em si” (L. 5 a 6) fosse assim
reescrito: Como é possível ser vaidoso sem ser orgulhoso, parece algo, à um
primeiro olhar, difícil de se entender.
Comentários:
Veja que não há que se perder tempo com essa questão. Bastava observar que não há
crase antes de “um”. Isso já anula o item. Questão incorreta.

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Serviço de tráfego de embarcações


(vessel traffic service – VTS)
1 O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de
2 monitorar ativamente o tráfego aquaviário, melhorando a segurança e eficiência
3 desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou
4 risco de acidente de grandes proporções.
5 Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International
6 Maritime Organization, sendo seus aspectos técnicos detalhados em recomendações
7 da International Association of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse
8 Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, definir
9 as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação.
10 Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade
11 de acompanhar o tráfego nas imediações do porto, um sistema de identificação de
12 embarcações denominado automatic identification system, um sistema de
13 comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais
14 (meteorológicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de
15 dados. Todos esses sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual
16 cabe, na sua área de responsabilidade, identificar e monitorar o tráfego marítimo,
17 adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação de embarcações e
18 divulgar informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS pode fornecer
19 informações que contribuam para o aumento da eficiência das operações portuárias,
20 como a atualização de horários de chegada e partida de embarcações.

Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue os itens


que se seguem.

15. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)


O primeiro parágrafo do texto apresenta uma definição.
Comentários:
Sim. Apresenta a definição de VTS (vessel traffic service – VTS). Questão correta.
16. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Infere-se do texto que os elementos que compõem estruturas de VTS citados no
período “Uma estrutura de VTS (...) e apresentação de dados” (L. 10 a 15) fazem
parte das recomendações da International Association of Maritime Aids to
Navigation and Lighthouse Authorities.
Comentários:
Sim, pois estes seriam “aspectos técnicos” e portanto detalhados pela mencionada
organização:
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International
Maritime Organization, sendo seus aspectos técnicos detalhados em

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recomendações da International Association of Maritime Aids to Navigation


and Lighthouse Authorities.
Questão correta.
17. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
A forma verbal “haja” (L.3) poderia ser flexionada no plural — hajam —,
preservando-se a correção gramatical e os sentidos do texto.
Comentários:
O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal e não vai ao plural. Questão
incorreta.
18. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
Seria preservada a correção gramatical do texto se, no trecho “composta
minimamente de um radar” (L.10), fosse empregada a preposição por, em vez da
preposição “de”.
Comentários:
Sim. O agente da passiva também pode vir com a preposição “DE”, embora seja
tradicionalmente introduzido pela preposição “POR”. Questão correta.
19. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
O sentido do texto seria preservado se o trecho “Todos esses sensores operam
integrados em um centro de controle” (L.15) fosse substituído por: Todos esses
sensores integrados operam em um centro de controle.
Comentários:
A alteração mudaria, sutilmente, o sentido original.
Sentido original: os sensores são independentes, mas passam a operar integrados em
um centro, isto é, o centro é local responsável pela integração dos sensores.
Sentido novo: os sensores já são inerentemente integrados e o centro é apenas onde
funcionam, isto é, a integração não ocorre no centro, como decorrência dele.
Questão incorreta.
20. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2018)
A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados se as vírgulas
empregadas logo após “marítimo” (L.16) e “poluição” (L.17) e a conjunção “e”
(L.17) fossem substituídas por ponto e vírgula.
Comentários:
Aqui, basicamente a banca pede que o aluno saiba que nas enumerações, o ponto e
vírgula pode ser usado também, especialmente para itens de maior extensão que já
tenham vírgulas internas. Aqui, são enumeradas as funções/finalidades dos centros de
controle.
Todos esses sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na

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sua área de responsabilidade, identificar e monitorar o tráfego marítimo ; adotar ações


de combate à poluição; planejar a movimentação de embarcações; divulgar
informações ao navegante.
Questão correta.
OBS: Ao meu ver, essa questão é polêmica, pois as gramáticas indicam que o “E” ao final de uma
enumeração sugere que ali vai o último item da enumeração, ao passo que o uso de uma vírgula sugere
que a lista continua e aqueles itens são apenas exemplificativos. A banca não viu dessa forma e
considerou que não há mudança de sentido, então fica aí o precedente.

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PROVA EMAP – CARGOS DE


NÍVEL MÉDIO
2018

Sumário

Sumário ......................................................................................................... 51
Questões sem Comentário ................................................................................ 52
Gabarito ......................................................................................................... 20
Questões Com Comentário ................................................................................ 21

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Questões sem Comentário

1 A crescente internacionalização da economia, decorrente, principalmente, da


2 redução de barreiras ao comércio mundial, da maior velocidade das inovações
3 tecnológicas e dos grandes avanços nas comunicações, tem exigido mudanças
4 efetivas na atuação do comércio internacional.
5 A abordagem desse tipo de comércio, inevitavelmente, passa pela
6 concorrência, visto que é por meio da garantia e da possibilidade de entrar no
7 mercado internacional, de estabelecer permanência ou de engendrar saída, que se
8 consubstancia a plena expansão das atividades comerciais e se alcança o resultado
9 último dessa interatuação: o preço eficiente dos bens e serviços.
10 Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos
11 Estados para lidar com distintos cenários que afetem a economia. Destaca-se como
12 a principal diferença o efeito que cada instrumento busca neutralizar.
13 A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e
14 coibir condutas desleais advindas do exercício de poder de mercado. A política de
15 defesa comercial busca proteger a indústria nacional de práticas desleais de
16 comércio internacional.
17 Elaine Maria Octaviano Martins Curso de direito marítimo
Barueri: Manoele, v 1, 2013, p 65 (com adaptações)

Acerca de aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue
os itens a seguir.

1. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)


O texto defende o papel dos governos como reguladores da economia.
2. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O quarto parágrafo do texto detalha a informação expressa no último período do
terceiro parágrafo.
3. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “que se consubstancia”
(L. 7 e 8) fosse alterado para que consubstancia-se.
4. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Na linha 9, os dois-pontos introduzem um esclarecimento a respeito do “resultado
último dessa interatuação”.
5. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A oração introduzida pela locução “visto que” (L.6) explica o porquê de ser

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necessário considerar a concorrência na abordagem do comércio internacional.


6. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O sujeito da oração iniciada por “Destaca-se” (L.11) é indeterminado, portanto
não está expresso.
7. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Depreende-se dos sentidos do texto que a palavra “concorrência” (L.6) foi
empregada no sentido de concordância, já que apenas será possível a realização
das “mudanças efetivas” mencionadas no primeiro parágrafo se os atores do
comércio internacional buscarem um fim comum.
8. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O emprego da preposição de introduzindo “das inovações” (L.2) é exigido pela
presença de “decorrente” (L.1), sendo as inovações uma das quatro causas da
crescente internacionalização mencionadas no texto.
9. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Infere-se dos sentidos do texto que o vocábulo “engendrar” (L.7) foi empregado
como sinônimo de imaginar, fantasiar.

1 É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas
2 desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das
3 primeiras estruturas urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença
4 do porto.
5 As primeiras cidades, no sentido moderno, surgiram no período compreendido
6 entre 3.100 e 2.900 a.C., na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios
7 Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite:
8 a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais
9 de culto e as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio,
10 extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e
11 plantio; e o porto fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado
12 como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos
13 muros da cidade.
14 Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade
15 comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança
16 civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita. O
17 comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das
18 possibilidades do agir humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura
19 para o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da
20 sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)

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Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os
próximos itens.
10. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O texto é predominantemente descritivo, na medida em que apresenta
detalhadamente as características dos portos na Antiguidade.
11. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Infere-se do texto que, entre 3.100 e 2.900 a.C., os reis da Mesopotâmia
habitavam o campo, porque ainda não havia palácios reais nas cidades.
12. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A supressão da vírgula empregada logo após “2.900 a.C.” (L.6) manteria a
correção gramatical do texto.
13. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o trecho “local que
agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio” (L. 10 e 11)
poderia ser reescrito da seguinte forma: onde se agrupavam residências e
instalações destinadas à criação de animais e ao plantio.
14. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Conforme o texto, o porto foi fator de mudança por permitir, além de trocas
comerciais, ampliação de perspectivas sociais.
15. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O pronome “Isso” (L.2) retoma toda a ideia expressa no primeiro período do texto.
16. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso fosse
suprimido o trecho “que era” (L.11).
17. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A palavra “tripartite” (L.7) poderia ser substituída por tripartida, sem prejuízo
dos sentidos e da correção gramatical do texto.
18. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A palavra “portanto” (L.14) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de
conclusão.
19. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O texto aborda o impacto dos portos no desenvolvimento de cidades portuárias
litorâneas e no comércio marítimo.
20. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Seriam mantidos a correção gramatical e os sentidos originais do texto, caso a
forma verbal “Houve” (L.19) fosse substituída por Ocorreram.

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Gabarito

1- INCORRETA

2- CORRETA

3- INCORRETA

4- CORRETA

5- CORRETA

6- INCORRETA

7- INCORRETA

8- INCORRETA

9- INCORRETA

10- INCORRETA

11- INCORRETA

12- CORRETA

13- CORRETA

14- CORRETA

15- INCORRETA

16- CORRETA

17- CORRETA

18- CORRETA

19- INCORRETA

20- INCORRETA

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Questões Com Comentário

1 A crescente internacionalização da economia, decorrente, principalmente, da


2 redução de barreiras ao comércio mundial, da maior velocidade das inovações
3 tecnológicas e dos grandes avanços nas comunicações, tem exigido mudanças
4 efetivas na atuação do comércio internacional.
5 A abordagem desse tipo de comércio, inevitavelmente, passa pela
6 concorrência, visto que é por meio da garantia e da possibilidade de entrar no
7 mercado internacional, de estabelecer permanência ou de engendrar saída, que se
8 consubstancia a plena expansão das atividades comerciais e se alcança o resultado
9 último dessa interatuação: o preço eficiente dos bens e serviços.
10 Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos
11 Estados para lidar com distintos cenários que afetem a economia. Destaca-se como
12 a principal diferença o efeito que cada instrumento busca neutralizar.
13 A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e
14 coibir condutas desleais advindas do exercício de poder de mercado. A política de
15 defesa comercial busca proteger a indústria nacional de práticas desleais de
16 comércio internacional.
17 Elaine Maria Octaviano Martins Curso de direito marítimo
Barueri: Manoele, v 1, 2013, p 65 (com adaptações)

Acerca de aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue
os itens a seguir.

1. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)


O texto defende o papel dos governos como reguladores da economia.
Comentários:
Onde? O texto não defende o papel dos governos como reguladores da economia,
apenas menciona a possibilidade de os Estados praticarem a “defesa da concorrência”.
Veja:
Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos Estados
para lidar com distintos cenários que afetem a economia. Questão incorreta.
2. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O quarto parágrafo do texto detalha a informação expressa no último período do
terceiro parágrafo.
Comentários:
No quarto parágrafo, no último período, o autor menciona “o efeito que cada
instrumento busca neutralizar”. O efeito de cada medida (defesa da concorrência e

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defesa comercial são detalhados logo abaixo:


A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e
coibir condutas desleais advindas do exercício de poder de mercado. A política de
defesa comercial busca proteger a indústria nacional de práticas desleais de
comércio internacional. Questão correta.
3. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “que se consubstancia”
(L. 7 e 8) fosse alterado para que consubstancia-se.
Comentários:
O “que”, pronome relativo, é palavra atrativa. Então, temos caso de próclise
obrigatória e a ênclise é inadequada. Questão incorreta.
4. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Na linha 9, os dois-pontos introduzem um esclarecimento a respeito do “resultado
último dessa interatuação”.
Comentários:
o resultado último dessa interatuação: o preço eficiente dos bens e serviços.
O preço eficiente é justamente o “resultado último dessa interação”. Temos aqui um
aposto explicativo, introduzido pelos dois-pontos. Questão correta.
5. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A oração introduzida pela locução “visto que” (L.6) explica o porquê de ser
necessário considerar a concorrência na abordagem do comércio internacional.
Comentários:
A locução “visto que” introduz uma oração causal. Por que a abordagem do
comércio internacional passa pela concorrência? Porque é por meio da garantia e da
possibilidade de entrar, permanecer ou sair do mercado internacional que se
consubstancia a plena expansão das atividades comerciais e se alcança o resultado
último dessa interatuação: o preço eficiente dos bens e serviços. Toda essa expressão
sublinhada mostra o motivo de ser necessário considerar a concorrência na abordagem
do comércio internacional. Questão correta.
6. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O sujeito da oração iniciada por “Destaca-se” (L.11) é indeterminado, portanto
não está expresso.
Comentários:
O sujeito é determinado e passivo:
Destaca-se como a principal diferença [o efeito que cada instrumento busca
neutralizar] Questão incorreta.
[o efeito que cada instrumento busca neutralizar] destaca-se

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[o efeito que cada instrumento busca neutralizar] é destacado


7. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Depreende-se dos sentidos do texto que a palavra “concorrência” (L.6) foi
empregada no sentido de concordância, já que apenas será possível a realização
das “mudanças efetivas” mencionadas no primeiro parágrafo se os atores do
comércio internacional buscarem um fim comum.
Comentários:
Concorrência foi utilizada no sentido de competição comercial. Questão incorreta.
8. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O emprego da preposição de introduzindo “das inovações” (L.2) é exigido pela
presença de “decorrente” (L.1), sendo as inovações uma das quatro causas da
crescente internacionalização mencionadas no texto.
Comentários:
Em “velocidade das inovações tecnológicas” expressão ‘das inovações’ tem sentido de
posse, então configura um adjunto adnominal. Ao dizer “exigido pela palavra
“decorrente”, a banca insinua que é um complemento nominal. Questão incorreta.
9. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Infere-se dos sentidos do texto que o vocábulo “engendrar” (L.7) foi empregado
como sinônimo de imaginar, fantasiar.
Comentários:
Engendrar tem sentido de ‘gerar, dar origem a’. Então, seria possível até ter esse
sentido de “imaginar, fantasiar” se a coisa gerada fosse sim uma fantasia:
Ex: Engendrar ficções, narrativas, mitos...
Contudo, no contexto, “engendrar saída” tem sentido apenas de “sair”, produzir a
própria saída. Questão incorreta.

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1 É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas
2 desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das
3 primeiras estruturas urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença
4 do porto.
5 As primeiras cidades, no sentido moderno, surgiram no período compreendido
6 entre 3.100 e 2.900 a.C., na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios
7 Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite:
8 a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais
9 de culto e as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio,
10 extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e
11 plantio; e o porto fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado
12 como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos
13 muros da cidade.
14 Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade
15 comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança
16 civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita. O
17 comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das
18 possibilidades do agir humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura
19 para o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da
20 sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os
próximos itens.

10. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)


O texto é predominantemente descritivo, na medida em que apresenta
detalhadamente as características dos portos na Antiguidade.
Comentários:
O texto é predominantemente dissertativo-expositivo, pois tem como finalidade
mostrar como a presença de um porto é um fator histórico de transformação da
civilização. A descrição não é exatamente dos portos, mas da organização das cidades
medievais, que incluía, entre outras estruturas, um porto, com determinadas
características. Então, não é o foco do texto “descrever portos”.
A propósito, esse tipo de questão é sempre muito perigoso. Um critério que funciona
bem para o Cespe é pensar que são raros os textos puramente descritivos.
Questão incorreta.

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11. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)


Infere-se do texto que, entre 3.100 e 2.900 a.C., os reis da Mesopotâmia
habitavam o campo, porque ainda não havia palácios reais nas cidades.
Comentários:
Não podemos inferir que não existiam palácios nas cidades. Pelo contrário, quando o
texto usa a expressão “células dos futuros palácios reais”, há um pressuposto de que
os palácios reais seriam futuramente construídos dentro da parte cercada por
muralhas, não no campo, que era uma área “extramuros”. Veja:
A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite: a cidade
propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e
as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio, extramuros, local que
agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto fluvial,
espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado como local de instalação
dos estrangeiros
Questão incorreta.
12. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A supressão da vírgula empregada logo após “2.900 a.C.” (L.6) manteria a
correção gramatical do texto.
Comentários:
Aqui, a banca cobra novamente a regra da possibilidade de não usar vírgula para
marcar o adjunto adverbial de pequena extensão — no caso, o adjunto adverbial de
lugar “na Mesopotâmia”. Veja:
As primeiras cidades, no sentido moderno, surgiram no período compreendido entre
3.100 e 2.900 a.C. na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios Tigre e
Eufrates.
Ao retirar a vírgula, “” deixa de estar isolado, como abona a gramática.
Ah, Felipe, mas e a vírgula que vem depois dele? Não tem que sair também?
Não, pois essa vírgula pertence ao termo seguinte, o aposto “civilização situada às
margens dos rios Tigre e Eufrates”.
A vírgula pode pertencer a termos diferentes, dependendo de como se analisa. É como
uma porta de casa: a porta que une o quarto à sala é tanto a porta da sala, quanto a
porta do quarto, dependendo de onde você está olhando. Entendido?
Questão correta.
13. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o trecho “local que
agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio” (L. 10 e 11)
poderia ser reescrito da seguinte forma: onde se agrupavam residências e
instalações destinadas à criação de animais e ao plantio.

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Comentários:
Sim. O trecho destacado pela banca é um aposto explicativo de “uma espécie de
subúrbio, extramuros”.
A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite: a cidade
propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e
as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio, extramuros, local que
agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto
fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado como local de
instalação dos estrangeiros
Esse aposto explicativo pode então ser substituído por uma “oração adjetiva
explicativa”, introduzida pelo pronome relativo “onde”, que serve justamente para
retomar lugar físico. Além disso, a reescritura transformou “residências e
instalações...” em sujeito passivo (daí o verbo no plural+SE apassivador)
uma espécie de subúrbio, extramuros, onde se agrupavam residências e
instalações destinadas à criação de animais e ao plantio;
Questão correta.
14. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
Conforme o texto, o porto foi fator de mudança por permitir, além de trocas
comerciais, ampliação de perspectivas sociais.
Comentários:
Sim. Pelo porto não entravam apenas mercadorias, mas sim pessoas de diferentes
civilizações e produtos culturais diversos. Isso diversificava a cultura e a sociedade que
se abria por meio do porto. Veja:
Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade
comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança
civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita. O
comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das
possibilidades do agir humano, na diversificação dos papéis sociais e na
abertura para o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade
da sociedade. Questão correta.
15. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O pronome “Isso” (L.2) retoma toda a ideia expressa no primeiro período do texto.
Comentários:
Questão extremamente capciosa, até covarde. O problema é que o “isso” não retoma
“TODA a ideia”, mas apenas a parte principal dela: a ideia de porto está presente nas
sociedades humanas desde o aparecimento das cidades
Questão incorreta.
16. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso fosse

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suprimido o trecho “que era” (L.11).


Comentários:
Sim. Esse “que era” apenas deixa explícita a estrutura de oração adjetiva que não
apareceu na primeira parte:
A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite: a cidade
propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e
as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio, extramuros, local que
agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto fluvial,
espaço (que era) destinado à prática do comércio e (que era) utilizado como local de
instalação dos estrangeiros
Por uma questão de paralelismo (simetria de estruturas), é recomendável que se
suprima mesmo esse “que era” ou que se use “que era” nos dois casos. A banca de
certa forma pede que o candidato “melhore” o texto, para que fique mais harmônico e
respeite a orientação do paralelismo. Questão correta.
17. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A palavra “tripartite” (L.7) poderia ser substituída por tripartida, sem prejuízo
dos sentidos e da correção gramatical do texto.
Comentários:
Sim. Tanto “tripartite” quanto “tripartida” são adjetivos que significam: “partido em
três”. A única diferença é que o último concorda em gênero e número com “estrutura”,
enquanto o primeiro é um adjetivo invariável, uniforme. Questão correta.
18. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
A palavra “portanto” (L.14) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de
conclusão.
Comentários:
Questão diretíssima. “Portanto” é o conectivo conclusivo mais conhecido. Questão
correta.
19. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)
O texto aborda o impacto dos portos no desenvolvimento de cidades portuárias
litorâneas e no comércio marítimo.
Comentários:
Questão bastante capciosa. Curiosamente, o foco do texto não é no comércio marítimo,
mas sim no impacto do porto no desenvolvimento civilizacional. Isso se confirma em:
Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade
comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança
civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita.
Então, o texto não aborda (ao menos não diretamente) o impacto no comércio
marítimo. Questão incorreta.

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20. (CESPE / EMAP / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018)


Seriam mantidos a correção gramatical e os sentidos originais do texto, caso a
forma verbal “Houve” (L.19) fosse substituída por Ocorreram.
Comentários:
Embora sejam sinônimos, haveria um problema de concordância (ocorreram uma
ampliação), pois o sujeito é singular e o verbo tem que ficar no singular:
Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade.
Ocorreu, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade.
O verbo “houve” está no singular porque “haver”, com sentido de “ocorrer” é
impessoal, constitui oração sem sujeito e, portanto, não vai ao plural.
Questão incorreta.

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PROVA CGM NITERÓI - 2018


GESTÃO GOVERNAMENTAL

FGV

Sumário

Sumário ................................................................................................. 64
Lista de questões sem comentários ....................Erro! Indicador não definido.
Gabarito .........................................................Erro! Indicador não definido.
Questões com Comentário ................................Erro! Indicador não definido.

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Questões sem Comentário

Texto 1 - Fontes murmurantes

Não se trata de uma referência às fontes murmurantes cantadas por Ary Barroso em
sua "Aquarela do Brasil". As fontes em questão são outras, estão atualmente em
debate nos meios jornalísticos e legais: o direito de proteger o sigilo das "fontes".
Contrariando a maioria, diria até a unanimidade dos colegas de ofício, sou contra este
tipo de sigilo e, sobretudo, contra as fontes em causa. Tenho alguns anos de estrada,
mais do que pretendia e merecia, e em minha vida profissional nunca levei em
consideração qualquer tipo de informação que não fosse assumida pelo informante.
Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco. Mas não fiz minha carreira no
jornalismo na base de furos, que nunca os dei e nunca os levei a sério, uma vez que a
maioria dos furos são, por natureza, furados.
O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o jornalista, que geralmente é manipulado
na medida em que aceita e divulga as informações obtidas com a garantia do próprio
sigilo. São fontes realmente murmurantes, que transmitem os murmúrios, as
especulações e as jogadas inconfessáveis dos interessados, que são os próprios
informantes.
Digo "inconfessáveis" por um motivo óbvio: se fossem confessáveis, as fontes não
pediriam sigilo, confessariam o que sabem ou supõem, assumindo a responsabilidade
pela informação.
Os defensores do sigilo das fontes se justificam com o dever de informar a sociedade,
como se esse dever fosse a tábua da lei, o mandamento supremo acima de qualquer
outro mandamento ou lei. No fundo, aquela velha máxima de que o fim justifica os
meios, pedra angular em que se baseou a Inquisição medieval e todos os movimentos
totalitários que desgraçaram a humanidade.
CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 06/12/2005.

1- A primeira frase do texto nega


(A) a possibilidade de intertextualidade com a letra de uma canção de Ary Barroso.
(B) a universal admiração pela “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso.
(C) a diferença de significado da expressão “fontes murmurantes” entre a crônica e a
canção de Ary Barroso.
(D) a existência de fontes, na crônica e na música, que não revelem algo aos leitores e
ouvintes.
(E) a existência de ambiguidade na expressão “fontes murmurantes”.

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2- O título dado à crônica – Fontes Murmurantes – justifica-se pelo fato de


(A) algumas fontes de notícias não se expressarem claramente, mas por meio de
murmúrios inconfessáveis.
(B) metaforicamente, as fontes de águas soarem como murmúrios na linguagem
humana.
(C) as fontes jornalísticas de notícias deverem ser preservadas para garantia do bom
jornalismo.
(D) a revelação de alguns fatos trazer perigo a quem a faz, daí a necessidade de serem
revelados em voz baixa.
(E) as fontes jornalísticas expressarem algo sigiloso que é divulgado pelos jornais.

3- “As fontes em questão são outras, estão atualmente em debate nos meios
jornalísticos e legais: o direito de proteger o sigilo das ‘fontes’.”
O mesmo sentido da palavra sublinhada aparece em:
(A) O fato ocorrido é único, mas são outras as visões desse fato na imprensa.
(B) Umas e outras interpretações foram veiculadas nos jornais.
(C) Em outras vezes, as fontes são identificadas nos jornais.
(D) Umas notícias foram dadas e outras, escondidas.
(E) Uns jornais negaram informações e outras revistas as publicaram.

4- Diante do debate sobre o sigilo das fontes jornalísticas, assinale a opção que indica
a posição do autor do texto.
(A) É favorável à proteção das fontes de informação, desde que elas não tenham
motivos inconfessáveis.
(B) É contrário ao sigilo das fontes, pois este protege mais os informantes que os
jornalistas.
(C) É contrário à obrigação de sigilo, pois a obrigação maior dos jornalistas é dar a
notícia, e não proteger os informantes.
(D) É contrário a que se protejam as fontes, visto que os jornalistas têm o dever de
informar a sociedade.
(E) É favorável à proteção das fontes, já que o argumento empregado na sua defesa já
está historicamente desmoralizado.

5- Depreende-se do texto que, segundo a crônica, a maioria absoluta dos jornalistas


defende o sigilo das fontes de informação, para
(A) manter a continuidade de informações dadas pelas fontes.
(B) informar criteriosamente seus leitores.

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(C) produzir “furos” jornalísticos.


(D) protegê-las de possíveis riscos.
(E) defender-se de acusações de veiculação de falsas notícias.

6- Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco.


Nesse segmento do texto, o autor nos informa que
(A) já divulgou muitas notícias falsas.
(B) foi enganado por muitas fontes.
(C) nunca divulgou fatos ainda desconhecidos.
(D) sempre procurou furos, mas não os conseguia.
(E) correu risco de vida, em função da divulgação de alguns fatos.

7- “Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco. Mas não fiz minha carreira
no jornalismo na base de furos, que nunca os dei e nunca os levei a sério, uma vez que
a maioria dos furos são, por natureza, furados.”
O segmento do texto destacado acima mostra uma série de conectores
argumentativos. Assinale a opção que indica o conector cujo valor semântico é
inadequado ao contexto.
(A) do que / comparação.
(B) mas / oposição.
(C) que / causa.
(D) e / adição.
(E) uma vez que / tempo.

8- Assinale a opção que apresenta o segmento do texto em que a conjunção e mostra


valor adversativo (e não aditivo).
(A) “As fontes em questão são outras, estão atualmente em debate nos meios
jornalísticos e legais.”
(B) “Contrariando a maioria, diria até a unanimidade dos colegas de ofício, sou contra
este tipo de sigilo e, sobretudo, contra as fontes em causa.”
(C) “Tenho alguns anos de estrada, mais do que pretendia e merecia...”
(D) “O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o jornalista.”
(E) “... geralmente é manipulado na medida em que aceita e divulga as informações
obtidas com a garantia do próprio sigilo.”

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9- As opções a seguir apresentam os argumentos apresentados pelo autor contra as


fontes sigilosas, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Os motivos de algumas revelações são “inconfessáveis”.
(B) Os “furos” prejudicam o bom jornalismo.
(C) As revelações são do interesse do informante.
(D) Uma grande parte das informações são “furadas”.
(E) As informações dadas devem ser assumidas pelos informantes.

10- O texto 1 é visto como uma crônica jornalística. Levando em consideração o texto
lido, assinale a característica mais adequada a esse tipo de escrita.
(A) Organização lógica dos parágrafos.
(B) Apelo a estratégias de suspense.
(C) Destaque de detalhes pitorescos.
(D) Utilização constante de linguagem popular.
(E) Presença de várias vozes textuais.

11- Entre os segmentos a seguir, assinale aquele que apresenta intertextualidade com
o discurso religioso.
(A) “Os defensores do sigilo das fontes se justificam com o dever de informar a
sociedade, como se esse dever fosse a tábua da lei, o mandamento supremo acima de
qualquer outro mandamento ou lei.”
(B) “No fundo, aquela velha máxima de que o fim justifica os meios, pedra angular em
que se baseou a Inquisição medieval e todos os movimentos totalitários que
desgraçaram a humanidade.”
(C) “O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o jornalista, que geralmente é
manipulado na medida em que aceita e divulga as informações obtidas com a garantia
do próprio sigilo.”
(D) “São fontes realmente murmurantes, que transmitem os murmúrios, as
especulações e as jogadas inconfessáveis dos interessados, que são os próprios
informantes.”
(E) “Digo ‘inconfessáveis’ por um motivo óbvio: se fossem confessáveis, as fontes não
pediriam sigilo, confessariam o que sabem ou supõem, assumindo a responsabilidade
pela informação.”

12- Leia o segmento a seguir.


“Não se trata de uma referência às fontes murmurantes cantadas por Ary Barroso em

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sua ‘Aquarela do Brasil’. As fontes em questão são outras, estão atualmente em debate
nos meios jornalísticos e legais: o direito de proteger o sigilo das ‘fontes’.
Contrariando a maioria, diria até a unanimidade dos colegas de ofício, sou contra este
tipo de sigilo e, sobretudo, contra as fontes em causa.”
No segmento, o termo que funciona como complemento de um termo anterior é:
(A) às fontes murmurantes.
(B) em sua ‘Aquarela do Brasil’.
(C) nos meios jornalísticos e legais.
(D) das fontes.
(E) dos colegas de ofício.

TEXTO 2
Na coluna desta semana, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta o caso de
processos sendo movidos por policiais do Espírito Santo contra o jornal A Gazeta.
No carnaval, o jornal publicou uma charge em que um policial está fantasiado de
bandido e um bandido de policial. Os policiais justificam que a charge é ofensiva à
categoria, mas o colunista alerta que atitudes como esta ferem a liberdade de
expressão e configuram censura prévia. O professor também comenta a relação
conturbada entre jornalistas e o Poder Judiciário no Brasil.

13- A relação de semelhança entre o texto 1 e o texto 2 está em ambos


(A) abordarem o problema da liberdade de expressão.
(B) criticarem influências externas sobre o trabalho dos jornalistas.
(C) mostrarem relações conturbadas entre os jornais e o Poder Judiciário.
(D) explorarem temas ligados à atividade jornalística.

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(E) denunciarem falhas na atividade da imprensa.

14- “No carnaval, o jornal publicou uma charge em que um policial está fantasiado de
bandido e um bandido de policial. Os policiais justificam que a charge é ofensiva à
categoria. Mas o colunista alerta que atitudes como esta ferem a liberdade de
expressão e configuram censura prévia”.
Sobre os componentes desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.
(A) Para a compreensão do texto, é indispensável a presença da charge.
(B) A interpretação da charge é independente do momento em que foi veiculada.
(C) O termo “em que” se refere a “o jornal”.
(D) A “categoria” citada é a dos jornalistas.
(E) O demonstrativo “esta” se refere semanticamente ao problema judicial.

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Gabarito

1- LETRA A

2- LETRA E

3- LETRA A

4- LETRA B

5- LETRA B

6- LETRA C

7- LETRA E

8- LETRA D

9- LETRA B

10- LETRA A

11- LETRA A

12- LETRA A

13- LETRA D

14- LETRA E

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Questões Com Comentário

Texto 1 - Fontes murmurantes

Não se trata de uma referência às fontes murmurantes cantadas por Ary Barroso em
sua "Aquarela do Brasil". As fontes em questão são outras, estão atualmente em
debate nos meios jornalísticos e legais: o direito de proteger o sigilo das "fontes".
Contrariando a maioria, diria até a unanimidade dos colegas de ofício, sou contra este
tipo de sigilo e, sobretudo, contra as fontes em causa. Tenho alguns anos de estrada,
mais do que pretendia e merecia, e em minha vida profissional nunca levei em
consideração qualquer tipo de informação que não fosse assumida pelo informante.
Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco. Mas não fiz minha carreira no
jornalismo na base de furos, que nunca os dei e nunca os levei a sério, uma vez que a
maioria dos furos são, por natureza, furados.
O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o jornalista, que geralmente é manipulado
na medida em que aceita e divulga as informações obtidas com a garantia do próprio
sigilo. São fontes realmente murmurantes, que transmitem os murmúrios, as
especulações e as jogadas inconfessáveis dos interessados, que são os próprios
informantes.
Digo "inconfessáveis" por um motivo óbvio: se fossem confessáveis, as fontes não
pediriam sigilo, confessariam o que sabem ou supõem, assumindo a responsabilidade
pela informação.
Os defensores do sigilo das fontes se justificam com o dever de informar a sociedade,
como se esse dever fosse a tábua da lei, o mandamento supremo acima de qualquer
outro mandamento ou lei. No fundo, aquela velha máxima de que o fim justifica os
meios, pedra angular em que se baseou a Inquisição medieval e todos os movimentos
totalitários que desgraçaram a humanidade.
CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 06/12/2005.

1- A primeira frase do texto nega


(A) a possibilidade de intertextualidade com a letra de uma canção de Ary Barroso.
(B) a universal admiração pela “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso.
(C) a diferença de significado da expressão “fontes murmurantes” entre a crônica e a
canção de Ary Barroso.
(D) a existência de fontes, na crônica e na música, que não revelem algo aos leitores e
ouvintes.
(E) a existência de ambiguidade na expressão “fontes murmurantes”.
Comentários
A intertextualidade é basicamente a referência a outros textos, o diálogo intertextos.

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Sabendo da famosa canção de Ary Barroso chamada “fontes murmurantes” o autor


imediatamente nega a referência a tal música, explicando que as fontes murmurantes
a que se refere são outras (as fontes jornalísticas).
Gabarito letra A.

2- O título dado à crônica – Fontes Murmurantes – justifica-se pelo fato de


(A) algumas fontes de notícias não se expressarem claramente, mas por meio de
murmúrios inconfessáveis.
(B) metaforicamente, as fontes de águas soarem como murmúrios na linguagem
humana.
(C) as fontes jornalísticas de notícias deverem ser preservadas para garantia do bom
jornalismo.
(D) a revelação de alguns fatos trazer perigo a quem a faz, daí a necessidade de serem
revelados em voz baixa.
(E) as fontes jornalísticas expressarem algo sigiloso que é divulgado pelos jornais.

Comentários
Fontes murmurantes se refere metaforicamente ao murmúrio das fontes, no sentido de
cochichos, boatos, especulações. Então, o gabarito deveria ser a letra B. Isso está
claramente no texto:
São fontes realmente murmurantes, que transmitem os murmúrios, as especulações e
as jogadas inconfessáveis dos interessados.
No entanto, a FGV, sendo FGV, deu como gabarito preliminar a letra E. De fato, as
fontes jornalísticas até podem trazer informações sigilosas (na verdade o texto diz que
a FONTE é mantida em sigilo, a informação é divulgada), mas a pergunta é a
justificativa do título “Fontes Murmurantes”, que está evidente no texto que destaquei
acima.
Cabe recurso aqui, segundo a fundamentação acima. Elaborem COM SUAS PRÓPRIAS
PALAVRAS e peçam a anulação ou mudança de gabarito, conforme seja melhor para
cada um.
Gabarito letra E.

3- “As fontes em questão são outras, estão atualmente em debate nos meios
jornalísticos e legais: o direito de proteger o sigilo das ‘fontes’.”
O mesmo sentido da palavra sublinhada aparece em:
(A) O fato ocorrido é único, mas são outras as visões desse fato na imprensa.
(B) Umas e outras interpretações foram veiculadas nos jornais.
(C) Em outras vezes, as fontes são identificadas nos jornais.

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(D) Umas notícias foram dadas e outras, escondidas.


(E) Uns jornais negaram informações e outras revistas as publicaram.

Comentários
Aqui temos uma sutileza. Em “as fontes são outras” e “são outras as visões desse
fato”, outras funciona como adjetivo, com sentido de “diferentes”. Nos demais casos,
“outras” é pronome indefinido e tem esse sentido de indeterminação. A FGV costuma
cobrar essa diferença em frases como:
Outra mulher voltou da Europa (uma mulher indefinida)
A mulher voltou outra da Europa (voltou diferente, transformada, renovada).
Gabarito letra A.

4- Diante do debate sobre o sigilo das fontes jornalísticas, assinale a opção que indica
a posição do autor do texto.
(A) É favorável à proteção das fontes de informação, desde que elas não tenham
motivos inconfessáveis.
(B) É contrário ao sigilo das fontes, pois este protege mais os informantes que os
jornalistas.
(C) É contrário à obrigação de sigilo, pois a obrigação maior dos jornalistas é dar a
notícia, e não proteger os informantes.
(D) É contrário a que se protejam as fontes, visto que os jornalistas têm o dever de
informar a sociedade.
(E) É favorável à proteção das fontes, já que o argumento empregado na sua defesa já
está historicamente desmoralizado.

Comentários
No texto, temos a passagem: “…sou contra esse tipo de sigilo e, sobre tudo, contra as
fontes em causa”. Em seguida, temos: “O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o
jornalista…”
Tais passagens sustentam o gabarito na letra B: O autor é contrário ao sigilo das
fontes, pois este protege mais os informantes do que os jornalistas.
Gabarito letra B.

5- Depreende-se do texto que, segundo a crônica, a maioria absoluta dos jornalistas


defende o sigilo das fontes de informação, para
(A) manter a continuidade de informações dadas pelas fontes.
(B) informar criteriosamente seus leitores.
(C) produzir “furos” jornalísticos.

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(D) protegê-las de possíveis riscos.


(E) defender-se de acusações de veiculação de falsas notícias.

Comentários
Esse enunciado é bastante perigoso, porque pede o motivo pelo qual, segundo a
crônica, a maioria dos jornalistas defende o sigilo das fontes. Pois bem, segundo a
crônica, os jornalistas defendem o sigilo baseados no dever de informar a sociedade.
Veja o trecho literal que traz essa informação, segundo a crônica:
“Os defensores do sigilo das fontes se justificam como dever de informar a sociedade.”
Deveria haver uma alternativa com esse teor. Não há. O gabarito oficial aponta para a
letra D: os defensores do sigilo querem defender as fontes de possíveis riscos… (Quais
riscos? O risco de responsabilização por informação falsa, que é realmente pertinente
ao texto, está na letra E, que não foi considerado gabarito)
Gabarito letra B.

6- Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco.


Nesse segmento do texto, o autor nos informa que
(A) já divulgou muitas notícias falsas.
(B) foi enganado por muitas fontes.
(C) nunca divulgou fatos ainda desconhecidos.
(D) sempre procurou furos, mas não os conseguia.
(E) correu risco de vida, em função da divulgação de alguns fatos.

Comentários
Vejam o problema:
Aqui a banca diz “nesse segmento do texto, o autor nos informa que…
O segmento é: Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco.
O gabarito da banca, no entanto, foi uma informação que está em “OUTRO
SEGMENTO”, no período seguinte, não no segmento destacado!
Mas não fiz minha carreira no jornalismo na base de furos,
que nunca os dei e nunca os levei a sério, uma vez que a
maioria dos furos são, por natureza, furados.
Dessa forma, entendo que, olhando para o segmento que a própria banca destacou, o
“furado” tem sentido de “enganado” e o gabarito é letra B.
Gabarito letra C.

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7- “Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco. Mas não fiz minha carreira
no jornalismo na base de furos, que nunca os dei e nunca os levei a sério, uma vez que
a maioria dos furos são, por natureza, furados.”
O segmento do texto destacado acima mostra uma série de conectores
argumentativos. Assinale a opção que indica o conector cujo valor semântico é
inadequado ao contexto.
(A) do que / comparação.
(B) mas / oposição.
(C) que / causa.
(D) e / adição.
(E) uma vez que / tempo.

Comentários
Uma vez que não indica tempo, indica causa.
Gabarito letra E.

8- Assinale a opção que apresenta o segmento do texto em que a conjunção e mostra


valor adversativo (e não aditivo).
(A) “As fontes em questão são outras, estão atualmente em debate nos meios
jornalísticos e legais.”
(B) “Contrariando a maioria, diria até a unanimidade dos colegas de ofício, sou contra
este tipo de sigilo e, sobretudo, contra as fontes em causa.”
(C) “Tenho alguns anos de estrada, mais do que pretendia e merecia...”
(D) “O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o jornalista.”
(E) “... geralmente é manipulado na medida em que aceita e divulga as informações
obtidas com a garantia do próprio sigilo.”

Comentários
Veja: O sigilo das fontes beneficia as fontes, e (mas) não os jornalistas. O E tem
sentido adversativo, como também sinaliza a vírgula antes do E.
Gabarito letra D.

9- As opções a seguir apresentam os argumentos apresentados pelo autor contra as


fontes sigilosas, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Os motivos de algumas revelações são “inconfessáveis”.
(B) Os “furos” prejudicam o bom jornalismo.
(C) As revelações são do interesse do informante.

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(D) Uma grande parte das informações são “furadas”.


(E) As informações dadas devem ser assumidas pelos informantes.

Comentários
O autor não diz expressamente que os furos prejudicam o bom jornalismo. Nas demais
opções temos sim fatores que fazem o autor ser contra o sigilo das fontes.
Gabarito letra B.

10- O texto 1 é visto como uma crônica jornalística. Levando em consideração o texto
lido, assinale a característica mais adequada a esse tipo de escrita.
(A) Organização lógica dos parágrafos.
(B) Apelo a estratégias de suspense.
==11c10==

(C) Destaque de detalhes pitorescos.


(D) Utilização constante de linguagem popular.
(E) Presença de várias vozes textuais.

Comentários
Nessa, deve caber recurso. No enunciado dessa questão, a mim parece que a FGV não
deixou plenamente claro se o candidato deveria marcar uma característica “mais
adequada” (termo bem vago, diga-se de passagem) da crônica, da crônica jornalista
em geral, ou da crônica jornalística específica que trouxe na prova. Isso porque diz
“considerando o texto lido” e traz entre as opções características consideradas gerais,
mas que podem não estar no texto lido. Então, creio que queria cobrar o que de fato
está no texto lido e, mesmo assim, não trouxe uma característica absolutamente
específica da crônica jornalística, que é um texto híbrido que pode ou não ter as
características listadas. Assim sendo, o que observamos na crônica é a diversidade de
vozes, pois temos a voz do autor, que também traz a voz (opinião) dos jornalistas e
também cita uma máxima (outra voz). Há sim, por traz da voz principal, outra vozes,
então esse é provavelmente o gabarito.
Contudo, podemos sim argumentar que os parágrafos são logicamente ordenados,
embora isso não seja restrito à crônica jornalística; há momentos de uso linguagem
popular (furos mais furados que ralador de coco), embora não seja “constante” como a
banca diz. Então, embora o gabarito esteja na letra A, que fala dos parágrafos bem
ordenados, essa não é a única característica presente no texto, tampouco é exclusiva
da crônica, sendo também típica do texto dissertativo-argumentativo.
Gabarito letra A.

11- Entre os segmentos a seguir, assinale aquele que apresenta intertextualidade com
o discurso religioso.
(A) “Os defensores do sigilo das fontes se justificam com o dever de informar a

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sociedade, como se esse dever fosse a tábua da lei, o mandamento supremo acima de
qualquer outro mandamento ou lei.”
(B) “No fundo, aquela velha máxima de que o fim justifica os meios, pedra angular em
que se baseou a Inquisição medieval e todos os movimentos totalitários que
desgraçaram a humanidade.”
(C) “O sigilo das fontes beneficia as fontes, e não o jornalista, que geralmente é
manipulado na medida em que aceita e divulga as informações obtidas com a garantia
do próprio sigilo.”
(D) “São fontes realmente murmurantes, que transmitem os murmúrios, as
especulações e as jogadas inconfessáveis dos interessados, que são os próprios
informantes.”
(E) “Digo ‘inconfessáveis’ por um motivo óbvio: se fossem confessáveis, as fontes não
pediriam sigilo, confessariam o que sabem ou supõem, assumindo a responsabilidade
pela informação.”

Comentários
A intertextualidade com o discurso religioso está na referência aos mandamentos
supremos. Precisaríamos lembrar os “Dez mandamentos”. Cuidado com as alternativas
que se referem à inquisição: embora seja um evento histórico relacionado à igreja, não
é propriamente um vocabulário do discurso religioso.
Gabarito letra A.

12- Leia o segmento a seguir.


“Não se trata de uma referência às fontes murmurantes cantadas por Ary Barroso em
sua ‘Aquarela do Brasil’. As fontes em questão são outras, estão atualmente em debate
nos meios jornalísticos e legais: o direito de proteger o sigilo das ‘fontes’.
Contrariando a maioria, diria até a unanimidade dos colegas de ofício, sou contra este
tipo de sigilo e, sobretudo, contra as fontes em causa.”
No segmento, o termo que funciona como complemento de um termo anterior é:
(A) às fontes murmurantes.
(B) em sua ‘Aquarela do Brasil’.
(C) nos meios jornalísticos e legais.
(D) das fontes.
(E) dos colegas de ofício.

Comentários
Referência é um substantivo abstrato derivado de verbo e pede complemento.
Fazemos referência A alguma coisa. Essa “coisa” é então o complemento de
Referência, introduzido por uma preposição gramatical, exigida pela regência do nome.

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Então, temos exemplo de complemento em: referência às fontes murmurantes


Nas demais opções, os temos são apenas adjuntos adnominais (D e E) ou adverbiais (C
e B), não são complementos obrigatórios.
Gabarito letra A.

TEXTO 2
Na coluna desta semana, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta o caso de
processos sendo movidos por policiais do Espírito Santo contra o jornal A Gazeta.
No carnaval, o jornal publicou uma charge em que um policial está fantasiado de
bandido e um bandido de policial. Os policiais justificam que a charge é ofensiva à
categoria, mas o colunista alerta que atitudes como esta ferem a liberdade de
expressão e configuram censura prévia. O professor também comenta a relação
conturbada entre jornalistas e o Poder Judiciário no Brasil.

13- A relação de semelhança entre o texto 1 e o texto 2 está em ambos


(A) abordarem o problema da liberdade de expressão.
(B) criticarem influências externas sobre o trabalho dos jornalistas.
(C) mostrarem relações conturbadas entre os jornais e o Poder Judiciário.
(D) explorarem temas ligados à atividade jornalística.
(E) denunciarem falhas na atividade da imprensa.

Comentários
Essa questão admite mais de uma resposta, pois podemos sim dizer que, olhando
amplamente, ambos os textos têm sim alguma relação com a atividade jornalística e
com o tema da liberdade de expressão. Também poderíamos pensar que publicar uma
notícia falsa ou “furada” (texto 1) ou uma notícia\charge que ofenda injustamente uma
categoria sejam ambas “falhas na atividade jornalística”. Contudo, fazendo uma análise

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específica, podemos dizer que o primeiro texto fala de sigilo e veracidade das
informações e o segundo fala de liberdade de expressão e de censura prévia. Dessa
forma, ambas as questões são temas ligados à atividade jornalística.
Gabarito letra D.

14- “No carnaval, o jornal publicou uma charge em que um policial está fantasiado de
bandido e um bandido de policial. Os policiais justificam que a charge é ofensiva à
categoria. Mas o colunista alerta que atitudes como esta ferem a liberdade de
expressão e configuram censura prévia”.
Sobre os componentes desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.
(A) Para a compreensão do texto, é indispensável a presença da charge.
(B) A interpretação da charge é independente do momento em que foi veiculada.
(C) O termo “em que” se refere a “o jornal”.
(D) A “categoria” citada é a dos jornalistas.
(E) O demonstrativo “esta” se refere semanticamente ao problema judicial.

Comentários
Façamos esta por exclusão:
a) A leitura da charge não é “indispensável”, pois o texto já declara o teor da charge,
não seria necessário lê-la. Eliminamos a letra A.
b) A charge tem um conteúdo de humor suficiente em si mesmo, lendo a charge dez
anos antes ou depois de hoje, ainda haveria um elemento de humor em um bandido
vestido de policial assaltar um policial vestido de bandido. Além disso, a charge é o
contexto da outra notícia, mas não depende dela. No entanto, a banca entendeu que a
charge só faz sentido no carnaval, só porque fala de pessoas fantasiadas de policial ou
de bandido. Olhando no google, recentemente houve diversos casos em que bandidos
se fantasiaram de policiais para roubar e não é carnaval há muito tempo; enfim…
c) O termo “em que” se refere a “charge”. Eliminamos a letra C.
d) A categoria citada refere-se aos policiais. Eliminamos a letra D.
e) Esta se refere a atitudes que ferem a liberdade de expressão, o que, segundo a FGV
é o problema judicial. Foi uma forma muito muito indireta mesmo de dizer que a ação
movidas pelos policiais fere a liberdade de expressão. Na verdade, o texto diz que o
problema é com o judiciário, quando a atitude veio dos policiais (processar os
jornalistas fere a liberdade de expressão, não “ter um problema com o judiciário”;
também não foi dito em nenhum momento qual foi a ação do judiciário. Este é o
gabarito, com ressalvas.
Gabarito letra E.

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