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PRETO – UFOP
ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE
CONTROLE E AUTOMAÇÃO E
TÉCNICAS FUNDAMENTAIS
OURO PRETO - MG
2016
TÁSSIO MARQUES RIOS
tassiomrios@hotmail.com
OURO PRETO – MG
2016
Dedico este trabalho ao universo, pela
oportunidade de aprendizado, meus
guias, pela força e proteção.
Aos meus pais, pelo apoio.
Aos meus irmãos da República Gandaia.
AGRADECIMENTO
A minha orientadora Elisângela Martins Leal, pelo aprendizado, incentivo e orientação neste
trabalho.
Aos professores e amigos do curso de engenharia mecânica por suas importantes contribuições
para o aprimoramento do trabalho.
A Ouro Preto por todas as oportunidades de aprendizado.
Aos irmãos de república.
“Em todo o espaço há energia... é (só) uma questão de
tempo até que os homens tenham êxito em associar seus
mecanismos ao aproveitamento desta energia.”
Nikola Tesla
i
RESUMO
Palavras-chave: célula combustível de óxido sólido, turbina a gás, sistema híbrido, análise
energética.
ii
ABSTRACT
In the last 10 years, research and development activities in fuel cell technology have been
intensified within industry, research institutes and universities. In this scenario, the hybrid fuel
cell/gas turbine system stands out due to its high efficiency compared to isolated technologies.
Studies indicate that a hybrid fuel cell / gas turbine can provide an increase in efficiency of
25% with respect to similar sized fuel cell. The synergy achieved by the hybrid fuel cell/turbine
system derives primarily from the use of rejected thermal energy and combustion of residual
fuel from a fuel cell to drive the gas turbine. High temperature fuel cells offer good
opportunities for coupling with a gas turbine. This type of fuel cell allows the conversion of a
wide range of fuels, including various hydrocarbon fuels. The relatively high operating
temperature allows for highly efficient conversion to power, internal reforming, and high
quality by-product heat for cogeneration or for use in a bottoming cycle. This paper presents a
thermodynamic analysis of a hybrid direct internal reforming solid oxide fuel cell (DIR-SOFC)
and a gas turbine (GT) system. The thermodynamic analysis is performed by computer
simulation using the CYCLE-TEMPO software. The fuel cell is first modeled in EXCEL
software, using the data obtained from the literature. Then, a hybrid system with a DIR-SOFC
and a GT is evaluated at the design and off-design point. The results at the design point showed
that the fuel cell is the main energy producer of the hybrid system, with the hybrid system
achieves the net electrical efficiency of 76%. For comparison, the stand-alone fuel cell
efficiency is about 48% and the stand-alone gas turbine is around 37%. In studies point out
design, it considered the variation of the current density of the cell and its influence on the
electrical efficiency of the hybrid system. It was found that the turbine has the main setting
equipment system efficiency. Finally, it is shown that the simulation of hybrid system may
represent an economical, quick and feasible to investigate the hybrid system.
Keywords: solid oxide fuel cell, gas turbine, hybrid system, energy analysis.
iii
LISTA DE SIMBOLOS
SÍMBOLOS GREGOS
SUBESCRITOS
- Meio ambiente
C - Compressor
catodo ou c - Catodo
Comb - Combustor
dc - Corrente contínua
elec - Elétrico
FC - Célula combustível
Ger - Gerador
GT - Turbina a gás
i - Número do componente em uma mistura gasosa.
L - Limite
NET - Líquida
P - Produtos
p - Potencial
R - Reagentes.
Rec - Recuperador
rev - Reversível
tot - Total
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 3 - Representação de uma secção transversal de uma unidade de SOFC planar retangular,
mostrando as posições onde a selagem se faz necessária. ........................................................ 24
Figura 5 - Erro de Tafel e relação linear dos resultados relativos a equação de Butler-Volmer a
1073 K. ..................................................................................................................................... 33
Figura 6 – Diagrama esquemático de uma célula de cinco camadas e a variação das pressões
parciais de H2 e de H2O através do anodo e a variação da pressão parcial de O2 através do catodo
.................................................................................................................................................. 35
Figura 7 - Turbina a gás que opera segundo o ciclo Brayton: (a) Ciclo aberto, (b) Ciclo fechado.
.................................................................................................................................................. 37
Figura 8 - Ciclo-padrão a ar de Brayton: (a) Diagrama P-V; (b) Diagrama T-s ...................... 38
Figura 10 – Turbina heavy duty 7E.03 da General Electric com capacidade de geração de
91MW de potência.................................................................................................................... 39
Figura 18 - Volume de controle do sistema para o (a) balanço energético global e (b) balanço
total de entropia. ....................................................................................................................... 54
Figura 22 - Resultados obtidos da resistência do (a) anodo e (b) catodo para célula combustível
suportada no catodo em função da temperatura. ...................................................................... 67
Figura 23 - Resultados obtidos da resistência do (a) eletrólito e (b) interconector para célula
combustível suportada no catodo em função da temperatura. .................................................. 68
Figura 24 - Resultados obtidos da resistência do (a) anodo e (b) catodo para célula combustível
suportada no eletrólito em função da temperatura.................................................................... 68
Figura 25 - Resultados obtidos da resistência do (a) eletrólito e (b) interconector para célula
combustível suportada no eletrólito em função da temperatura. .............................................. 69
Figura 26 - Resultados obtidos para as curvas de polarização por queda ôhmica em função da
densidade de corrente para células combustível SOFC suportadas no (a) anodo, (b) catodo e (c)
eletrólito (800°C T 1100°C). .............................................................................................. 70
Figura 28 – Resultados obtidos para a curva polarização por ativação em função da densidade
de corrente para temperaturas entre 800°C e 1100°C. ............................................................. 72
Figura 32 – Resultado obtido para a curva tensão em função da densidade de corrente para
células combustível SOFC suportadas no (a)anodo, (b) catodo e (c) eletrólito (800°C T
1100°C)..................................................................................................................................... 76
Figura 34 – Resultado obtido para curva tensão em função da densidade de corrente para a
célula SOFC do sistema híbrido. .............................................................................................. 79
Figura 35 – Curva obtida para a densidade de energia em função da densidade de corrente para
a célula SOFC do sistema híbrido. ........................................................................................... 80
Figura 36 – Curvas obtidas para potência em função da densidade de corrente da turbina e célula
combustível do sistema híbrido. ............................................................................................... 81
Figura 37 – Curva obtida para eficiência líquida do sistema em função da densidade de corrente
da célula combustível. .............................................................................................................. 82
Figura 38 – Potência produzida pela célula combustível, turbina, e a potência líquida total do
sistema em função da densidade de corrente. ........................................................................... 83
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1 Formulação do Problema ............................................................................................ 1
1.2 Justificativa ................................................................................................................. 5
1.3 Objetivos ..................................................................................................................... 6
1.3.1 Geral ..................................................................................................................... 6
1.3.2 Específicos ............................................................................................................ 6
1.4 Estrutura do Trabalho ................................................................................................. 7
3 METODOLOGIA........................................................................................................... 56
3.1 Tipo de Pesquisa ....................................................................................................... 56
3.2 Materiais e métodos .................................................................................................. 58
3.3 Variáveis e Indicadores ............................................................................................ 59
3.4 Instrumento de Coleta de Dados ............................................................................... 61
xi
4 RESULTADOS ............................................................................................................... 63
4.1 Levantamento de dados de entrada ........................................................................... 63
4.2 Resultados de Simulação da Célula Combustível .................................................... 66
4.3 Resultados de Simulação do Sistema Híbrido .......................................................... 78
1 INTRODUÇÃO
Diante deste quadro, Neto (2005), afirma que a construção de grandes usinas
termelétricas, hidroelétricas ou nucleares tem se tornado inviável devido aos inerentes impactos
ambientais e riscos associados. Neste contexto, surge a oportunidade de serem avaliadas as
novas tecnologias de geração de energia.
A constante busca por sistemas de geração de energia que sejam limpos e eficientes tem
levado vários centros de desenvolvimento tecnológico a buscar maneiras inovadoras de obter
máxima potência e alta eficiência, a baixos custos (SILVEIRA et al., 1999).
2
Para Bang-Møller et al (2013), estes objetivos podem ser atingidos principalmente pela
melhoria de sistemas já existentes e/ou a utilização de combustíveis chamados “limpos” ou
renováveis, entre os quais pode-se citar a biomassa, hidrogênio, energia solar, parques eólicos,
entre outros, dessa forma evitando ou reduzindo a participação dos combustíveis fósseis,
grandes emissores de gás carbônico (CO2).
De acordo com Carcasci et al, (2000), uma das formas de se reduzir o impacto dos
combustíveis fósseis na atmosfera é através do uso de sistemas de geração de energia mais
eficientes, sendo a mais utilizada os chamados ciclos combinados Um exemplo clássico é o uso
de turbinas a gás (ciclo Brayton) associadas a turbinas a vapor (ciclo Rankine). Esses ciclos
combinados modernos podem atingir 60% em relação ao poder calorífico inferior do
combustível.
Os sistemas híbridos podem ter potências que variam de watts a megawatts, podendo
ser instalados para atender demandas isoladas da rede elétrica, demandas individuais como
prédios, residências, e até mesmo demandas industriais (MARTINEZ, 2007).
Consideráveis trabalhos têm sido feitos para ilustrar a eficiência dos sistemas híbridos,
podendo alcançar eficiências da ordem de 80% (base PCI) quando se opera com gás natural
(MCLARTY et al. 2014). Os sistemas híbridos com célula de óxido sólido e com célula de
carbonato fundido foram demonstrados com sucesso na classe de tamanho sub-MW e atingiram
eficiências de, respectivamente, 53% e 56% (ROBERTS et al., 2005).
Uma outra vantagem relacionada ao uso dos sistemas híbridos é o fato de que estes
podem ser utilizados para geração distribuída, ou seja, sistemas de pequeno tamanho podem ser
construídos com altas eficiências, o que não ocorre com os ciclos combinados, onde o tamanho
dos equipamentos tem um papel fundamental na eficiência do sistema (MARTINEZ, 2007).
De acordo com Neto (2005), desde a invenção da célula (datada de 1839), muitos tipos
de sistemas têm sido desenvolvidos devido ao grande número de variáveis envolvidas. Após a
crise energética de 1973, as células foram classificadas pelo tipo de eletrólito e temperatura de
operação.
Segundo Van Wylen et al. (2009), motores de combustão interna e turbinas a gás
utilizam gás como fluido de trabalho. O modo de operação de turbinas a gás, por exemplo, pode
ser resumido como segue: Ar é aspirado por um compressor, comprimido e injetado numa
câmara de combustão. Com a injeção do combustível e subsequente ignição, a mistura
ar/combustível ganha energia e se expande na turbina, cuja função é acionar o compressor e o
gerador. Valores típicos de eficiência de turbinas a gás variam de 25% a 40%.
Conforme Orlando (1991), um sistema híbrido com célula combustível pode ser
configurado de várias maneiras. Quatro parâmetros básicos podem ser definidos de modo a
caracterizar o sistema híbrido: (a) célula combustível em ciclo topping; (b) célula combustível
em ciclo bottoming; (c) ciclo híbrido direto e (d) ciclo híbrido indireto.
De acordo com Roberts et al. (2005), um ciclo topping com célula combustível ocorre
quando o ciclo de potência a gás (turbina ou motor) é considerado como balanço de planta
(BOP), sendo colocado após a célula combustível no ciclo. A célula combustível é o sistema
principal de geração de energia.
O ciclo bottoming ocorre quando o ciclo de potência a gás é colocado antes da célula
combustível e a célula combustível usa dos gases de exaustão como oxidante (ROBERTS, et
al. 2005). Este tipo de configuração, é interessante para a célula de carbonato fundido, uma
vez que esta célula usa CO2 como oxidante (U.S. DEPARTAMENT OF ENERGY, 2004).
O ciclo híbrido direto é caracterizado pelo uso direto dos elementos dos fluxos, sem a
necessidade de trocadores de calor para desacoplar os dois ciclos (porém, os trocadores de calor
podem ser usados para outros propósitos) enquanto no ciclo híbrido indireto há a necessidade
do uso de trocadores de calor (ORLANDO, 1991).
1.2 Justificativa
Combustíveis fósseis
Déficit de energia
Poluição ambiental
Tanto pela elevada eficiência como pela capacidade de usar combustíveis renováveis,
os sistemas híbridos e seus componentes podem contribuir na redução de gases de efeito
estufa e poluentes em geral (BANG-MØLLER et al., 2013);
As células, por não serem baseadas no processo de combustão também poderiam
contribuir na redução da poluição sonora que afeta hoje as grandes cidades produto,
fundamentalmente, dos meios de transporte (U.S. DEPARTAMENT OF ENERGY,
2004).
Perdas de energia
Segundo (Orlando, 1991), por ser uma tecnologia menos poluente (gases e ruído) e
modular, os sistemas híbridos podem ser alocados próximo aos consumidores (geração
distribuída). Ajudando desta forma significativamente na redução da tarifa de energia
paga pelos mesmos. A tarifa de energia elétrica inclui um valor significativo
correspondente às perdas pela transmissão e distribuição.
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
1.3.2 Específicos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo serão abordados os temas relevantes da pesquisa, que são célula
combustível, turbinas a gás, ciclos híbridos e as equações para modelagem de cada um dos
sistemas.
Para Hirschenhofer et al. (1994), as células combustível podem ser definidas como
dispositivos que convertem diretamente energia química de seus reagentes em energia elétrica
em corrente contínua de baixa tensão via reações eletroquímicas, mas sem consumir os
materiais que estão contidos em sua estrutura.
De acordo com Florio (2003), o núcleo de uma célula combustível é composto por várias
células unitárias. Uma célula combustível unitária é constituída de dois eletrodos porosos
(anodo e catodo) separados por um eletrólito.
Desde sua invenção, muitos tipos de células combustível têm sido desenvolvidos e estão
em diferentes fases de desenvolvimento (FLORIO, 2007). Para U.S. Department of Energy
(2004), os dispositivos podem ser classificados através do uso de diversas categorias,
entretanto, a classificação mais comum das células combustível é pelo tipo de eletrólito
utilizado e também pela temperatura de operação.
Nota-se pela Figura 1 que a movimentação e direção da espécie iônica é diferente para
cada tipo célula combustível.
Em conformidade com Roberts et al. (2005), as células combustível não são limitadas
por questões termodinâmicas como os motores, tais como a eficiência de Carnot. Além disso,
por ser evitada a combustão, as células combustível produzem energia com mínima geração de
poluentes. Para permitir a operação contínua, o redutor e oxidante da célula combustível devem
ser continuamente reabastecidos.
10
Para Neto (2005), apesar das células combustível poderem processar uma ampla
variedade de combustíveis e oxidantes, as de maior interesse hoje são as que utilizam
combustíveis comuns (ou seus derivados) ou hidrogênio como um agente redutor, e o ar
ambiente como o oxidante.
De acordo com Silveira et al. (1999), para sistemas de ciclo híbrido e cogeração, é
desejável que a temperatura de funcionamento da célula combustível seja alta, para que se
obtenha uma maior recuperação de calor residual, resultando, então, em maiores eficiências
globais. Com isso, os ciclos térmicos podem atingir rendimentos globais em torno de 85%.
Segundo Sun et al. (2009), ao longo dos últimos vinte anos, o desempenho do sistema
célula combustível tem sido melhorado. Estes desenvolvimentos resultaram de
aperfeiçoamentos na fronteira de três fases (de maioria microscópicas, na qual as reações
eletroquímicas realmente ocorrem), a redução da espessura do eletrólito, e desenvolvimento de
melhores materiais de eletrodos e eletrólitos que alargam a gama de temperatura sobre a qual
as células podem ser operadas.
Conforme Mahato et al. (2015), desde a sua invenção, muitos tipos de células
combustível têm sido desenvolvidos e estão em diferentes fases de desenvolvimento. Os
dispositivos podem ser classificados através do uso de diversas categorias, entretanto, a
classificação mais comum das células combustível é pelo tipo de eletrólito utilizado e também
pela temperatura de operação. Segue a apresentação dos principais tipos de eletrodos utilizados
atualmente.
11
Segundo Stolten et al., (2012), a AFC foi uma das primeiras células a serem
desenvolvidas, a partir de 1960. A aplicação para aquela época foi fornecer eletricidade para o
veículo espacial Apollo. A AFC tem sido utilizada em aplicações espaciais com um sucesso
considerável, porém em aplicações terrestres tem tido desafios devido à sensibilidade ao CO2.
Embora alguns pesquisadores dos EUA e da Europa tentem utilizá-la em aplicações móveis e
em sistemas fechados (células reversíveis).
No meio alcalino, as reações relevantes são baseadas em íons OH-. Esses são formados
pelas reduções catódicas do oxigênio e viajam através da solução do eletrólito até o anodo, onde
se recombinam com o hidrogênio, produzindo água (STOLTEN, et al., 2012).
A temperatura de operação dessa célula fica entre 50ºC e 200ºC. Seu eletrólito é feito
normalmente de solução aquosa alcalina como o hidróxido de potássio (ISHAK, 2011).
De acordo com Ishak (2011), a principal vantagem desse tipo de célula é o fato dela
utilizar materiais de baixo custo. Isso acontece por possuir excelente desempenho com
hidrogênio e oxigênio, quando comparada com outros tipos de célula. Com destaque para o
movimento do O2 no eletrodo e sua facilidade em utilizar uma grande variedade de
catalisadores.
A célula combustível PEMFC consiste de uma membrana polimérica sólida que age
como eletrólito entre dois eletrodos porosos de carbono e utiliza platina como catalisador. Em
geral, estas células operam em vários níveis de pressão e abaixo de 100ºC (U.S.
DEPARTMENT OF ENERGY, 2004).
Segundo Franchi (2009), a PEMFC tem sido prevista por muitos como a alternativa
mais viável para os motores de combustão e sistemas a bateria, principalmente para aplicações
móveis, graças a sua baixa temperatura de operação, entre 30ºC e 100ºC, o que permite sua
rápida inicialização e menor desgaste dos componentes de seu sistema, acarretando em maior
durabilidade. Destaca-se também, sobre os demais tipos de células a combustível, por
apresentar baixo peso.
Como o único líquido nesta célula é a água, assim, os problemas de corrosão são
mínimos. Além disso, o controle da água na membrana é crítica para o desempenho eficiente,
uma vez que a membrana tem que ser hidratada. Em função da limitação da temperatura de
operação imposta pelo polímero, geralmente inferior a 120 ºC, e devido também a problemas
com o equilíbrio da água, um gás rico em H2 com um mínimo ou nenhum CO (um veneno a
baixa temperatura) é utilizado (U.S. DEPARTMENT OF ENERGY, 2004).
2.2.3 Célula combustível de Ácido Fosfórico (Phosphoric Acid Fuel Cell – PAFC)
Segundo Franchi (2009), unidades de 200 kW se encontram espalhadas pelo mundo com
mais de 260 unidades instaladas. Elas têm aplicações em hospitais, centros comercias, escolas,
hotéis, aeroportos e até em estações de tratamento de esgoto e água. No Brasil, está presente
em cidades como o Rio de Janeiro e Curitiba (FRANCHI, 2009).
Por outro lado, segundo Ishak (2011), apresenta como deficiências: tempo relativamente
longo de partida em aplicações de larga escala; a necessidade de metal nobre (platina) para os
catalizadores para a reação eletroquímica nos eletrodos; eficiência moderada, em torno de 35%
a 47%, o que está ligada a reforma do gás natural e do biogás que é feita entre 450ºC e 500ºC,
tornando necessária a queima de parte do combustível para atingir essa temperatura; e o uso de
materiais caros em sua construção, devido a natureza corrosiva do ácido fosfórico.
2.2.4 Célula combustível de Carbonato Fundido (Molten Carbonate Fuel Cell – MCFC)
Para Franchi (2009), o interesse neste dispositivo se deve a geração de energia elétrica
em grande escala. Inclui-se também sua alta eficiência, capacidade de utilizar uma grande
variedade de combustíveis, a possibilidade de reforma interna, baixos níveis de emissões de
poluentes, entre outros.
Segundo Wendt, et al., (2000), o eletrólito nesta célula é usualmente uma combinação
de carbonatos alcalinos, em suspensão numa matriz cerâmica porosa de LiAlO2. A célula opera
entre 600 e 700°C onde os carbonatos alcalinos formam sais fundidos altamente condutores,
com íons de carbonatos fornecendo conduções iônicas.
14
2.2.5 Célula combustível de Óxido Sólido (Solid Oxide Fuel Cell – SOFC)
De acordo com Srinivasan et al. (1993), a célula combustível do tipo óxido sólido
(SOFC) é uma célula construída a partir de materiais cerâmicos (óxidos de metal) e metais.
produção de eletricidade, combustível que pode ser usado, catalisador empregado no sistema,
o tipo de íon que atravessa o eletrólito, o oxidante a ser usado e a aplicação mais frequente para
o tipo de célula mencionada.
Carbonato de Óxidos de
Hidróxido de Polímeros Ácido
Eletrólito lítio, sódio e zircônio e
Potássio Orgânicos Fosfórico
potássio. ítrio
Eficiência 60% a 70% 35% a 50% 37% a 42% 45% a 60% 50% a 60%
Níquel- Níquel-
Catalisador Platina Platina Platina
Cromo Zircônia
Íon
OH- H+ H+ CO2-3 O2-
Migrante
Oxidante O2 Ar Ar Ar+CO2 Ar
Veicular, Cogeração,
Espacial, Cogeração, Cogeração,
Aplicações Espacial, Local,
Veicular Estacionária Estacionária
Estacionária Veicular
Fonte: Hirschenhofer et al. (1994); Chan et al., 2001; Virkar et al. (2000).
Reações Eletroquímicas
Anodo: H2 → 2H+ + 2 ℮-
Anodo: H2 → 2H+ + 2 ℮-
Percebe-se pela Tabela 2 que as reações químicas globais de todos os tipos de células
são iguais, exceto para a célula combustível de carbonato fundido, visto que esta célula usa CO2
como oxidante.
A SOFC produz eletricidade útil por meio da reação de um combustível com o oxidante
via difusão de íons através de uma camada condutora no eletrólito sólido (MINH, 2004).
Conforme Minh (1993), a célula é formada por dois eletrodos porosos em sanduiche
com o eletrólito. O ar flui ao longo do catodo. Quando uma molécula de oxigênio entra em
contato com a interface catodo/eletrólito, ela adquire elétrons. Os íons de oxigênio se difundem
no eletrólito e migram para o outro lado da célula onde entram em contato com o anodo.
Monóxido de carbono e hidrocarbonetos tais como o metano podem ser usados como
combustíveis na SOFC. É também possível que a reação de simples troca água-gás envolvendo
CO e a reforma a vapor do CH4 ocorra em alta temperatura para produzir H2 que será facilmente
oxidado no anodo.
preocupação para a viabilidade técnica da SOFC na vida real (ZONGPING, et al., 2012). As
principais configurações encontradas no mercado para a célula de óxido sólido são mostradas
na Figura 2.
Na Figura 2 são mostrados os três principais projetos da célula de óxido sólido. Segundo
Florio (2007), na configuração planar são utilizadas técnicas relativamente simples e de baixo
custo para a conformação da célula unitária, tais como colagem e calandragem de fita. O projeto
planar pode também usar um metal para a placa de interconexão. Para Minh (2004), uma
desvantagem do projeto é a placa de vedação necessária para evitar o cruzamento de gases
19
Florio (2007) também afirma que a configuração tubular pode ser considerada a mais
desenvolvida do ponto de vista de estabilidade em operação por longos períodos de tempo. Seu
empreendedor mais atuante e avançado nas últimas décadas foi a Westinghouse, atualmente
Siemens Power Generation. Segundo Costa 2013, além de apresentar uma grande estabilidade
térmica, e estrutura robusta, uma outra vantagem importante do desenho tubular é a facilidade
de vedação dos gases de trabalho devido ao fato do tubo possuir uma extremidade fechada. No
entanto, de acordo com Costa (2013), esta concepção conduz a uma resistência interna grande,
como resultado de um caminho relativamente longo da corrente em torno da circunferência da
célula. Para evitar as limitações associadas com a densidade de empacotamento, alguns modelos
pilha tubulares usam tubos achatados. Com intuito de evitar as limitações associadas com a
densidade de empacotamento, avanços atuais da Siemens visam a fabricação de tubos achatados
e tubos com seção triangular, que aumentam em cerca de 40% a densidade de potência da SOFC
tubular convencional (FLORIO, 2007)
Segundo Yamamoto (2000), para aplicações práticas, as células unitárias devem ser
combinadas de uma forma modular de modo a formar uma pilha, com o propósito de atingir o
nível de tensão de saída e a potência necessária. O empilhamento envolve ligar várias células
unitárias em série através de condutores elétricos. Embora uma grande variedade de geometrias
de célula combustível tenha sido considerada, a maioria das células em desenvolvimento agora
são planar, tubular ou monolítica, conforme mostrado.
20
2.3.1 Componentes
Conforme Yamamoto (2000), existem duas configurações básicas que têm sido
exploradas no desenvolvimento das células combustível do tipo óxido sólido, que são as células
que possuem o eletrólito como suporte (chamadas de células suportadas no eletrólito) e as
células que possuem os eletrodos como suporte, chamadas de células suportadas no anodo ou
no catodo. No primeiro caso, o eletrólito é o componente de maior espessura com eletrodos
finos depositados sobre ele, enquanto que no último caso, um dos dois eletrodos, catodo ou
anodo, pode ser o componente de maior espessura e serve como suporte para a célula
(YAMAMOTO, 2000).
Anodo
Conforme Haile et al., (2003), o anodo de uma célula combustível é o eletrodo que faz
a interface entre o combustível e o eletrólito. Para exercer esta função o material deve ser um
condutor iônico e eletrônico, ter alta porosidade, ser ativo eletroquimicamente ter
compatibilidade química e térmica com os componentes da célula em que está em contato e
também ser estável em atmosferas altamente redutoras.
De acordo com Muecke et al. (2008), a matriz cerâmica promove um caminho para os
íons e o metal para os elétrons. O cermet em si é eletronicamente condutor acima de certa fração
de volume da fase metálica (limite de percolação). A estabilidade térmica de cermets
nanocristalinos ainda é uma questão chave.
Catodo
As células de óxido sólido mais antigas usavam um metal nobre como platina para o
catodo. Em substituição a platina, na década de 1960 foi utilizado In2O3 dopado (MINH, 1993),
e no começo dos anos 1980 foi proposto LaMnO3 e LaCoO3 (YAMAMOTO, 2000).
Eletrólito
Eletrólitos sólidos são compostos nos quais ocorre a condução de íons em uma faixa de
temperatura e de pressão parcial dos elementos que os compõem (FLORIO, 2007). O eletrólito
22
se destaca porque é o valor de sua condução iônica que determina a temperatura de operação
da célula combustível de óxido sólido (YAMAMOTO, 2000).
A principal propriedade para que um material possa servir de eletrólito sólido é que ele
deve ser um isolante eletrônico (LAI, 2007), ou seja, possuir uma condutividade eletrônica
desprezível, porém deve ter uma alta condutividade iônica na temperatura de operação da célula
(SNIJKERS, 2004).
Para Yamamoto, (2000), o eletrólito deve ser um isolante eletrônico que faz com que a
corrente eletrônica não flua internamente, sendo forçada a fluir em um circuito externo e que é
balanceada pela corrente iônica dentro do eletrólito.
Para que um material possa servir de eletrólito sólido deve também possuir algumas
outras propriedades essenciais como: impermeabilidade aos gases combustível e oxidante;
estável quimicamente no ambiente de trabalho, em atmosfera redutoras e oxidantes; resistência
mecânica; coeficiente de expansão térmica compatível com os demais componentes da célula e
também compatibilidade química com estes materiais; e viabilidade economicamente (HAILE,
2003; SNIJKERS, 2004)
De acordo com Mahato et al., (2015), a espécie iônica responsável pela condução são
os íons O2-, que migram pelo eletrólito, no sentido catodo-anodo, através de vacâncias de
oxigênio. Os principais condutores de íons oxigênio pertencem a quatro grupo estruturais
distintos: a) tipo fluorita, como zircônias estabilizadas, cerâmicas a base de céria e de δ-Bi2O3;
b) perovskitas, como o galato de lantânio dopado; c) perovskitas com camadas intercalada de
Bi2O3; e d) pirocloros, como Gd2Zr2O7 e Gd2Ti2O7.
Em conformidade com Etsell (1970), eletrólitos sólidos condutores de íons O2- podem
ser à base de ZrO2 dopados com CaO, Y2O3, La2O3, R2O3 (R=terras raras), MgO, óxidos de
metais de transição; à base de ThO2; de CeO2; de HfO2; de óxidos de metais trivalentes.
Segundo Steele (2001), a dopagem tem a função de produzir vacâncias nos sólidos
formando solução sólida substitucional. A temperatura de operação sofre influência
principalmente das propriedades dos eletrólitos sólidos disponíveis. A condutividade iônica
especifica de um eletrólito sólido varia com a temperatura Para operações em altas temperaturas
a maioria das cerâmicas são suficientes condutoras para dar um bom desempenho geral à célula.
23
Interconectores
De acordo Florio (2007), para se obter elevadas potências em uma célula combustível
de óxido sólido, células unitárias devem ser combinadas de uma forma modular para uma pilha
de células atingir o nível de tensão de saída e a energia necessária para a aplicação. O
empilhamento envolve ligar várias células unitárias em série através de condutores elétricos
sólido. Com isto, materiais de baixo custo como ligas metálicas podem ser utilizados em
interconectores.
Selantes
De acordo com Sun et al. (2009) e Dilshat et al. (2013), quando se utiliza o
empilhamento de células unitárias com geometria planar, é necessário que haja um material
para selar as câmaras do anodo e do catodo ao longo de cada célula unitária (anodo-eletrólito-
catodo e interconectores) de todo o empilhamento, impedindo a mistura entre o oxidante e o
combustível, além de ligar os interconectores à célula. Os materiais que exercem esta função
são denominados selantes.
Figura 3 - Representação de uma secção transversal de uma unidade de SOFC planar retangular, mostrando
as posições onde a selagem se faz necessária.
Fonte: Blum et al. (2010)
Através da Figura 3, nota-se que os selantes são utilizados entre o suporte metálico e a
célula (S1), entre o suporte metálico e o interconector metálico (S2), entre o
25
suporte/interconector, sendo também nesta posição o espaçador (isolante elétrico) (S3) entre o
empilhamento e a base das placas de distribuição de gases (câmaras) (S4) (BLUM et al., 2010)
Segundo Dilshat et al. (2013), os requisitos que este componente deve atender são
bastante rigorosos. Dentre eles pode-se citar o isolamento elétrico, coeficiente de expansão
térmica compatível com os demais componentes, estabilidade física e química, em ambas as
atmosferas, redutora e oxidante, e boa aderência aos demais componentes da célula.
Princípios Termodinâmicos
O balanço de entropia para o volume de controle pode ser escrito como (WARK Jr.,
1995):
Qvc
N i si R N i si P S ger , vc 0 (2)
T i i
Wvc N i gi P N i gi R T S ger , vc (3)
i i
26
Sendo:
p
gi (T, pi) gi0(T, pi) R g T ln i
(3b)
P0
Uma vez que não há trabalho mecânico envolvido na célula combustível, Wvc é o
trabalho elétrico produzido pela célula. Isto é (WARK Jr., 1995):
Wel ne Fn E N i gi P N i gi R T S ger , vc (4)
i i
pi pi
ne Fn E G N i R g T ln
0
N i R g T ln T S ger ,vc (5)
i P0 P
0
P i R
G 0 R g T ln K(T) (6)
Para uma célula combustível a hidrogênio, com pressões conhecidas dos reagentes e
produtos, tem-se:
Rg T p H2 2O P0 S ger,vc T
Rg T
E ln K ln (7)
2 Fn 4 Fn p H2 2 pO2 2 Fn
S ger , vc T
ativ ohm conc (8)
2 Fn
De acordo com Chan et al. (2001), o primeiro termo no lado direito da Equação (7)
mostra o efeito da temperatura sobre o potencial da célula enquanto o segundo termo mostra o
efeito da pressão dos reagentes e produtos sobre o potencial de célula. O efeito da
irreversibilidade na queda de tensão é considerado no terceiro termo da equação e pode ser
expressa pelas polarizações por ativação, por queda ôhmica e por concentração.
Segundo Zhu et al. (2015), o desempenho de uma célula combustível é uma função tanto
das condições de operação quanto do desenho dos componentes celular: anodo, catodo,
eletrólito e interconectores. As condições operacionais incluem tempo de vida útil, a
27
Uma vez que estas informações são conhecidas, procura-se selecionar o ponto de
operação da célula e do sistema como um todo tendo em mente que as decisões tomadas na
seleção impactam o projeto do sistema e gera custos.
Temperatura e pressão
Sabendo que o máximo trabalho elétrico (Wel,max) realizado pela célula é medido pela
variação da energia livre de Gibbs (∆G) da reação química envolvida, em determinada
temperatura e pressão e, considerando o caso em que todos os reagentes e produtos estão no
estado padrão (T = 298,15 K e P = 1 atm), tem-se (U.S. DEPARTMENT OF ENERGY, 2004):
Para uma reação química, a energia livre de Gibbs pode ser expressa em função do
número de elétrons (ne) transferidos na reação por mol de combustível oxidado durante um
intervalo de tempo. Ou seja:
28
G R0 n e . Fn . E 0 (10)
A variação da função de Gibbs da reação química envolvida pode ser também escrita
como:
G R H R TSR (11)
E S
E rev E 0 T 298,15 T 298,15 (12)
T P n e Fn
(n ) Rg T
E rev E 0 ln( P) (13)
n e Fn
Observa-se que, a partir das equações (12) e (13), o potencial reversível diminui com o
aumento da temperatura enquanto que o potencial reversível aumenta com o aumento da
pressão.
De acordo com Lee et al.(2011), o uso dos reagentes e a composição dos gases
combustível e oxidante, têm impacto direto sobre a eficiência de uma célula combustível. É
possível visualizar que os gases combustível e oxidante contendo uma maior concentração dos
reagentes eletroquímicos produzirão uma maior tensão na célula. A utilização refere-se à fração
29
Densidade de corrente
Observa-se também que quanto maiores forem as correntes, maiores serão as diferenças
entre os potenciais dos eletrodos e seus valores de equilíbrio. Várias são as fontes que
contribuem para estes desvios em relação ao valor de equilíbrio, denominadas de polarização
eletródica () (ZHU et al., 2015).
Segundo Zhu et al., (2015), em uma célula combustível as perdas são provenientes
principalmente de três fontes: (1) polarização por ativação (ativ), (2) polarização por queda
ôhmica (ohm), e (3) polarização por concentração (conc). Esses tipos de perdas serão detalhadas
mais adiante.
As perdas por polarização por queda ôhmica de uma SOFC são, principalmente, devidas à
resistência iônica/eletrônica do eletrólito, eletrodos e interconectores (VIRKAR et al., 2000).
De acordo com Zhu et al. (2015), é de costume atribuir a maior parte da contribuição ôhmica
da célula para o eletrólito, uma vez que sua resistividade iônica é muito maior do que a dos
eletrodos. No entanto esta hipótese não pode ser sempre satisfatória para células suportadas no
anodo, ou catodo, de filmes finos de eletrólito. Isto é, contribuições ôhmicas dos outros
componentes não podem ser negligenciadas no cálculo da resistência específica total da célula.
Para Marinsek et al. (2007), as resistividades de cada componente da célula podem ser
independentemente medidas de forma experimental. No entanto, é possível obter estimativas das
contribuições ôhmicas dos componentes, utilizando dados relatados na literatura sobre a
dependência entre condutividade elétrica e a temperatura, dos vários materiais utilizados. Isto é
discutido no que se segue.
Foram analisados vários estudos sobre modelos matemáticos para o processo de simulação
do comportamento da resistência ôhmica dos componentes da célula combustível. O escolhido foi
aquele que apresentou resultados validados experimentalmente, e que além disso, permite a
variação de parâmetros que foram julgados importantes, tais como composição química e espessura
de cada componente, temperatura de operação, e corrente elétrica.
Uma vez que fluxo o iônico do eletrólito obedece a lei de Ohm, as perdas por queda ôhmica
podem ser descritas por (CAIRES, 1996):
ohm i Rt (14)
m
Rt (15)
A
31
m a exp( b / T) (16)
Figura 4 – Resistividade elétrica do anodo (Ni + YSZ) contendo valores variados de porcentagem de Ni,
em função da temperatura.
Fonte: (Marinsek et al., 2007).
Segundo Zhu et al. (2015), existe uma barreira para a ativação da reação eletroquímica
que deve ser superada pela espécie reagente. Se a concentração do reagente é elevada e/ou a
corrente é baixa, a reação de transferência do elétron do eletrodo para a espécie ou vice-versa é
limitada por uma barreira de energia de ativação, podendo ser a etapa determinante de
velocidade, e aparecer como consequência o fenômeno de polarização por ativação
n F 1 ne Fn ativ
j j0 exp e n ativ
exp (17)
R gT R gT
De acordo com Bonnefille et al. (1976), existem dois casos especiais da equação (17)
que são quando a polarização por ativação tem valores altos ou quando tem valores baixos. No
primeiro caso, o primeiro termo exponencial da equação (17) será muito maior que o segundo
termo, podendo este ser desprezado da equação. Rearranjando a equação simplificada:
R gT R gT
ativ ln j0
n F
ln j
(18)
ne Fn e n
que é a equação de Tafel. Sob baixa polarização por ativação, o termo (.ativ.Fn/RgT) na
equação (17) será muito menor que a unidade e os termos exponenciais podem ser ampliados
em uma série de Taylor. Desprezando os termos com ordem superior a um, tem-se (CHAN et
al,. 2001):
Rg T j
ativ
(19)
ne n j0
F
33
O papel dos eletrodos compostos, tanto daqueles que são uma mistura de um condutor
iônico e um condutor eletrônico como daqueles formados por uma mistura
iônica/eletronicamente condutora (MIEC), sobre a cinética do eletrodo tem sido examinado por
vários pesquisadores (TANNER et al., 1997).
A razão para o uso dos dois tipos de eletrodos é que a associação dos materiais fornece
uma maior zona de reação na interface eletrodo/eletrólito, diminuindo assim a contribuição das
perdas por polarização (BONNEFILLE et al., (1976).
No caso da SOFC, a análise da polarização por ativação pode ser aplicada ao anodo (Ni
+ YSZ) e ao catodo (LSM + YSZ). É comum questionar a gama de polarização para que a
equação de Tafel e a relação linear de tensão-corrente possa se aplicar. Os erros da equação de
Tafel e a relação linear de polarização em relação à equação Butler-Volmer a 1073 K são
indicados na Figura 5 (CHAN et al., 2001).
Figura 5 - Erro de Tafel e relação linear dos resultados relativos a equação de Butler-Volmer a 1073 K.
Fonte: Chan et al. (2001).
34
Percebe-se pela Figura 5 que a equação de Tafel é melhor aplicada para valores de
polarização maiores que 0,28 V, e a relação linear tensão-corrente, aplicável para valores de
polarização menores que 0,1 V.
n F
j 2 j0 sinh e n ativ (20)
2R g T
Ou:
2R g T j
ativ sinh 1 (21)
ne Fn j0
R gT
j0 (22)
ne Fn rtc
Segundo Zhu et al. (2015), a polarização por concentração se torna significativa quando
grandes quantidades de corrente são extraídas a partir da célula combustível. As pressões
parciais dos gases nos locais de reação, o que corresponde às concentrações volumétrica dos
gases, irá ser menor do que na maior parte do fluxo de gás, quando uma grande quantidade de
corrente é tirada.
35
Ainda de acordo com Zhu et al. (2015), se tais pressões parciais e das concentrações de
gases são insustentáveis, a polarização por concentração irá causar perdas excessivas de tensão
e a célula combustível deixará de operar. Em outras palavras, há a formação de um gradiente
de concentração.
Para Zhu et al. (2015), isto ocorre nos casos em que o transporte do reagente aos sítios
ativos é feito numa velocidade inferior à das etapas subsequentes, ou seja, da sua dissolução no
eletrólito ou do seu consumo na reação em curso. Esse gradiente de concentração pode dar
origem a uma polarização severa e conduz a uma corrente limitante. A polarização por
concentração normalmente não dá origem a grandes perdas de tensão até o momento em que a
densidade de corrente atinge a corrente limitante.
Figura 6 – Diagrama esquemático de uma célula de cinco camadas e a variação das pressões parciais de H 2
e de H2O através do anodo e a variação da pressão parcial de O2 através do catodo
Fonte: Zhu et al. (2015).
Nota-se pela Figura 6 a redução da pressão parcial dos reagentes hidrogênio e oxigênio
ao longo da célula, enquanto que a pressão parcial do produto água aumenta.
36
Na prática, os eletrodos devem possuir elevada área interfacial e serem porosos para
garantir o fácil e contínuo acesso dos reagentes gasosos. A polarização por concentração pode
ser calculada a partir de (EG&G SERVICES PARSONS, Inc., 2000):
Rg T i
conc ln 1 (23)
ne Fn iL
Sendo: iL a corrente limitante [A].
A equação (23) também pode ser escrita em função das pressões parciais de cada
componente na mistura gasosa. Assim (EG&G SERVICES PARSONS, Inc., 2000):
R gT m m
0
conc ln pi pi (24)
ne Fn i 1 i 1
conc, anodo
Rg T
1 R g T 2 Fn lanodo Danodo pH0 j
ln
2
(25)
2 Fn 1 R g T 2 Fn lanodo Danodo pH 2 O j
0
No catodo, a difusão do nitrogênio no eletrodo pode ser considerada igual a zero. Assim,
pode-se calcular a polarização por concentração no catodo a partir de: (BERGER, 1968):
P P R g T O2 lcatodo
catodo catodo pO0 2 exp
D
j
R g T O2 O2
n catodo catodo
4 F P
conc,catodo ln (26)
4 Fn pO0 2
37
Uma vez que todas as perdas por polarização foram calculadas, a tensão da célula pode
ser determinada subtraindo as perdas por polarização do potencial de Nernst. A densidade de
energia elétrica produzida pela célula pode ser calculada como (CHAN et al., 2002):
W E. j (27)
De acordo com Van Wylen et al. (2003), o ciclo padrão a ar Brayton é o ciclo ideal para
turbinas a gás simples, possuindo duas configurações: ciclo Brayton aberto que é utilizado na
maioria das turbinas a gás, e o ciclo Brayton fechado, conforme mostrados na Figura 7a e 7b.
Os diagramas de pressão versus volume e temperatura versus entropia do circuito aberto podem
ser vistos na Figura 8a e 8b.
Figura 7 - Turbina a gás que opera segundo o ciclo Brayton: (a) Ciclo aberto, (b) Ciclo fechado.
Fonte: Van Wylen et al. (2003).
38
T
Queda de pressão
durante o fornecimento
de calor
Queda de pressão
durante a rejeição
de calor
2.4.1 Turbina
De acordo com Lora et al. (2004), as turbinas a gás industriais se dividem em dois
grupos: turbinas industriais (heavy duty) e turbinas aeroderivadas. Segundo Boyce (2006), as
turbinas industriais foram as primeiras a serem produzidas. Um modelo de turbina industrial,
feita pela General Electric é mostrado na Figura 10.
Figura 10 – Turbina heavy duty 7E.03 da General Electric com capacidade de geração de 91MW de
potência.
Fonte: Power Generation GE, (2015).
As turbinas heavy duty foram projetadas para aplicação industrial e são conhecidas pela
sua alta confiabilidade, robustez, flexibilidade no uso de combustível e baixo custo, podendo
atingir potência de cerca de 480 MW (COHEN et. al., 1996).
Para Boyce (2006), as turbinas industriais são turbinas a gás de ciclo simples de um
eixo, um compressor, uma câmara de combustão e uma turbina de expansão, que fornece
energia mecânica para o compressor e para outras aplicações. A grande aplicação das turbinas
a gás industriais tem sido a geração de eletricidade.
Segundo Lora et al. (2004), as turbinas aeroderivadas são provenientes de turbinas a gás
aeronáuticas que sofreram algumas modificações no projeto. São caracterizadas por serem mais
eficientes, possuírem alta confiabilidade, ocupar pouco espaço, possuir menor relação
40
Para Cohen et. al (1996), as turbinas aeroderivadas possuem dois componentes básicos:
turbina geradora de gases e turbina de potência. A turbina geradora de gases, ou também turbina
de alta pressão, recebe os gases a alta pressão e temperatura e expande-os de forma a produzir
potência exclusivamente para acionar os compressores de alta e baixa pressão. Por outro lado,
a turbina de potência, também chamada de turbina de baixa pressão, realiza a segunda expansão
dos gases para produzir potência para o gerador de energia.
De a acordo com Lora et al. (2004), para plantas de geração de energia as turbinas heavy
duty apresentam vantagens frente as aeroderivadas devido seu custo menor, maior flexibilidade
com tipo de combustível, e por requerer menor manutenção.
2.4.2 Compressor
Para Cohen et al. (1996), os compressores de fluxo axial são aqueles em que o
escoamento do fluido ocorre paralelamente ao eixo do rotor tanto na entrada quanto na saída, e
geralmente eles são construídos com múltiplos estágios. Os compressores centrífugos se
caracterizam pelo escoamento de entrada paralelo ao eixo do rotor e o de saída perpendicular
ao mesmo. Na Figura 12 é mostrado esses dois tipos de compressores.
Percebe-se pela Figura 12 que a diferença principal entre os dois tipos de compressores
é a direção de saída do ar em relação ao eixo do rotor.
42
Segundo Mota Filho (2010), o compressor axial é constituído de uma série de palhetas,
com perfil aerodinâmico, colocadas ao longo de um disco, chamado de rotor, e um conjunto
estacionário de palhetas, também com seção de perfil aerodinâmico, colocadas ao longo da
carcaça, chamado de estator, conforme é ilustrado pela Figura 13.
Segundo Mota Filho (2010), uma linha adicional de lâminas de passo variável,
conhecida como Inlet Guide Vanes (IGV), são frequentemente usadas na entrada do compressor
para assegurar que o ar entre nos rotores do primeiro estágio no ângulo de fluxo desejado. Estas
palhetas são utilizadas também para suprir os requisitos de fluxo diferentes do motor.
Para Nebra (2009), além dos estatores, outro difusor constituído por outro conjunto de
palhetas, geralmente conhecidos como Exit Guide Vanes (EGV), é encontrado na saída do
compressor com o objetivo de difundir mais o fluido e controlar a sua velocidade na entrada da
câmara de combustão. Este processo é repetido em vários estágios, tantos quantos forem
necessários para atingir a razão de pressão desejada.
43
Entre um estágio e outro, o fluido de trabalho tem sua pressão ligeiramente aumentada
em 1,1:1 a 1,4:1 de razão de pressão, podendo chegar a valores de 40:1 ao final do processo de
compressão (BOYCE, 2006).
As câmaras de combustão industriais são mais simples do que as aeronáuticas por causa
da combustão a altas pressões que ocorre em baixas altitudes (BOYCE, 2006).
Através da Figura 14 percebe-se que nas turbinas a gás, as câmaras de combustão têm 3
partes: uma zona de recirculação, uma zona de queima e uma zona de diluição.
Idealmente no fim da zona de queima, todo o combustível deve ser queimado, assim a função
da zona de diluição passa a ser tão somente de misturar os gases quentes com o ar de diluição
provindo do compressor, que é necessário para baixar a temperatura da câmara, e também da
mistura que sai da câmara, para que ela tenha temperatura e velocidade aceitável para as
palhetas da turbina.
De acordo com Van Ness et al. (2007), a quantidade de combustível que deve ser
adicionado à corrente de ar dependerá da temperatura que se quer alcançar. Quanto mais
elevada for a temperatura dos gases de combustão na saída da câmara, maior a energia útil e a
eficiência da turbina.
Para Van Ness et al. (2007), a temperatura limite que os gases devem alcançar na saída
da câmara de combustão, é a temperatura de resistência do material onde vai ocorrer o primeiro
contato com estes gases quentes que são as lâminas do primeiro estágio da turbina de expansão.
Uma vez que esta temperatura depende da taxa de transferência de calor dos gases, quaisquer
meios de reduzir a taxa de transferência e de resfriar as lâminas permitem a operação com
temperaturas mais elevadas do gás.
O conceito de utilização de uma de turbina a gás em ciclo integrado com uma célula
combustível de óxido sólido tem sido bem conhecida durante muitos anos. Uma pesquisa na
literatura indica que o conceito foi inicialmente analisado por Ide et al. (1989), que comparou
a eficiência líquida de plantas de três tipos de sistemas de geração de energia de célula
combustível, incluindo uma SOFC (operado a uma pressão elevada, que consistiu de um
reformador de gás natural), uma unidade de célula combustível e uma turbina a gás de
recuperação de energia.
Uma pesquisa realizada por Harvey et al. (1994), descreveu um ciclo pressurizado
usando uma célula combustível de óxido sólido e um ciclo bottoming de turbina a gás integrada.
45
Os parâmetros ótimos do ciclo foram obtidos com base em cálculos realizados com o software
ASPEN PLUS da Aspen Technology Corporation.
Segundo Larminie et al. (2003) o primeiro sistema SOFC-GT completo foi entregue
pela Siemens Westinghouse a Southern California Edison em maio de 2000. Um segundo
sistema híbrido foi construído para Ontario Hydro - Canadá, e outras unidades foram
construídas para clientes na Europa.
Estudos teóricos dos ciclos híbridos SOFC e turbina a gás têm atraído cada vez mais
atenção em todo o mundo de vários pesquisadores. Por exemplo, o Departamento de Engenharia
de Energia e Calor na Universidade de Lund, na Suécia realizou um projeto que era parte de
um programa nacional (PALSSON et al., 2000).
Um estudo detalhado foi realizado por Massardo et al. (2000), que investigou o
desempenho de um ciclo híbrido composto por uma célula combustível de óxido sólido com
reforma interna e uma turbina a gás. Este estudo resultou em uma modelagem matemática dos
sistemas e simulava a operação da célula combustível em estado estacionário.
Granovskii et al. (2007), em um estudo recente realizou uma pesquisa que incluiu uma
análise da exergia de dois sistemas SOFC–GT, para determinar sua eficiência e capacidade de
geração de energia em diferentes taxas de transporte de oxigênio através do eletrólito da SOFC.
46
Cocco et al. (2007), também realizou pesquisa sobre o tema, relatando uma análise
comparativa do desempenho da SOFC integrada a microturbinas a gás (MGT), alimentadas por
metano e metanol. Um conjunto útil de correlações foi desenvolvido para permitir a avaliação
direta da tensão da célula combustível sob condições operacionais conhecidas.
Lim et al. (2008) projetaram e construíram uma célula combustível de óxido sólido
planar suportada no anodo, com um pré-reformador de combustível, para um sistema de geração
de energia de 5 kW, no Instituto de Pesquisas Energéticas da Coreia. Eles também investigaram
as características operacionais da célula, particularmente no que diz respeito ao ciclo térmico e
ao uso de hidrogênio proveniente do processo de reforma. O sistema opera de modo
pressurizado a 3,5 atm, com uma microturbina a gás.
Estudos realizados por Mclarty et al. (2014a e 2014b) apresentam dois tipos de
abordagem sobre o sistema híbrido: o primeiro considera o processo em regime permanente. E
o segundo considera uma análise em regime transiente, levando em conta a interação entre os
equipamentos durante todo seu funcionamento, desde o acionamento até o ponto de operação.
A eficiência térmica de uma planta de turbina a gás tradicional tem perdas significativas
devido à irreversibilidade que ocorre no interior da câmara de combustão. Um sistema híbrido
com célula combustível e turbina a gás representa uma tecnologia emergente para geração de
energia, devido à sua maior eficiência de conversão de energia, baixa poluição ambiental e
utilização de combustíveis renováveis (MAGISTRI et al., 2006).
Vários valores têm sido relatados, para a eficiência térmica de tais sistemas, na literatura
disponível. Elas variam de acordo com a configuração e a disposição proposta do sistema
híbrido. A Tabela 3 resume os valores de diferentes eficiências térmicas, os quais foram obtidos
a partir de estudos de diferentes pesquisadores.
47
Este item mostra a modelagem matemática que será feita do sistema, com o intuito de
obter valores de eficiência térmica e potência elétrica produzida através dos componentes
principais (célula combustível e turbina a gás) operando no ponto de projeto e fora do ponto de
projeto. Para isso, utiliza-se as equações já mencionadas nas seções anteriores, além das
disponíveis na literatura como base para a realização do estudo analítico.
A maior parte do combustível é oxidado na célula. A parte não oxidada do combustível será
queimada na câmara de combustão da turbina a gás (combustor), localizada logo depois da célula
50
SOFC. Assim os produtos da célula serão ainda mais aquecidos, até a temperatura desejada, pela
sua queima no combustor, atingindo o estado 5.
Os gases de escape da turbina ainda possui uma energia térmica que é utilizada pelo
trocador de calor para pré-aquecer o ar (oxidante) que entrará pelo catodo da célula
combustível, atingindo o estado 7. O gás de escape é descarregado para a chaminé no estado 7.
Compressor
WCs h 2,s h1
C (28)
WC h 2 h1
Sendo que a temperatura ideal do fluido de trabalho na saída do compressor pode ser
determinada utilizando a seguinte igualdade (VAN WYLEN et al., 2003):
1
T2 s P2
(29)
T1 P1
Sendo: a razão entre calores específicos a pressão constante (Cp) e a volume constante
(Cv). Aplicando o balanço de energia para o sistema, pode-se encontrar o trabalho necessário
para acionamento do compressor (VAN WYLEN et al., 2003):
WC m
1(h2 h1 ) (30)
Além disso, a equação de equilíbrio de entropia para o compressor pode ser escrita como
se segue (VAN WYLEN et al. 2003):
1 S1 m
m 2 S 2 SC 0 (31)
Assim, a taxa de geração de entropia durante o processo de compressão pode ser obtida
a partir da seguinte equação (VAN WYLEN et al., 2003):
SC m
1(S2 S1 ) (32)
51
Combustor
air, FC m
(m fuel, FC U f ) m
fuel, FC (1 U f ) m
4 m
5 (33)
A primeira lei da termodinâmica para a câmara de combustão pode ser expressa como
(COHEN et al., 1996):
Sendo:
Q comb m
fuel, FC (1 U f ) LHV (35)
Q Loss m
fuel, FC (1 U f )(1 Comb )LHV (36)
A equação de equilíbrio da entropia para o combustor pode ser escrita como (COHEN
et al., 1996):
Q Comb Q
m4 s4 SComb m5 s5 Loss 0 (37)
TComb T
Q Loss Q Comb
SComb m5 s5 m4 s4 0 (38)
T TComb
Turbina
De acordo com Van Wylen et al. (2003), a potência necessária para acionar o
compressor é fornecida pela turbina. Portanto, a potência líquida do sistema turbina a gás é dada
por:
W net, GT WGT WC (39)
WGT h h6
GT 5 (40)
WGTs h 5 h 6,s
A temperatura ideal do gás de trabalho na saída da turbina pode ser avaliada. Portanto,
a pressão de saída da turbina a gás é determinada por (VAN WYLEN et al., 2003):
T 1
P6 P5 6,s (41)
T5
Além disso, a equação de equilíbrio de entropia para a turbina pode ser obtida como se
segue (VAN WYLEN et al., 2003):
5 s5 m
m 6 s6 SGT 0 (42)
53
S GT m
5 ( s 6 s5 ) (43)
Recuperador
T3 T2
reg (44)
T6 T7
2 (h3 h2 ) m
m 6 (h6 h7 ) (45)
Além disso, a equação de equilíbrio de entropia para o recuperador pode ser expressa
como se segue (VAN WYLEN et al. 2003):
2 s2 m
m 6 s6 m
3 s3 m
7 s7 S c 0 (46)
2 m 3 e m
A partir de conservação de massa, m 6 m
7 . Assim, a taxa de geração de
entropia no interior do trocador de calor pode ser avaliada como se segue (VAN WYLEN et al.
2003):
Sreg m
2 (s3 s2 ) m
6 (s6 s7 ) (47)
O sistema híbrido turbina a gás com uma SOFC apresentado na Figura 15, pode ser
analisado como sendo um único volume de controle aglomerado. Ilustrado esquematicamente
na Figura 18 (a e b), mostra a entrada e saída de fluxo (incluindo o fluxo de massa, calor e
trabalho) na fronteira do sistema.
54
Figura 18 - Volume de controle do sistema para o (a) balanço energético global e (b) balanço total de entropia.
Fonte: Pesquisa direta(2016).
1 m
m fuel, FC m
7 0 (48)
Sendo:
1 m
m 2 m
3 (49)
5 m
m 6 m
7 (50)
Sendo que Q Comb e Q Loss foram definidos anteriormente pelas equações (35) e (36)
respectivamente. O rendimento térmico total da planta GT-SOFC é definido como a razão entre
a capacidade de trabalho líquido e a taxa de entrada total de energia para o sistema.
W net
tot (52)
Q tot
Sendo:
Q tot m
fuel, FC U f LHVCH 4 Q Comb (56)
S ciclo S i (57)
i
Q Comb Q Loss
S ciclo m 7 s7 m 1 s1 (58)
TComb T7
3 METODOLOGIA
Segundo Gil (1999), a pesquisa tem um caráter pragmático, é uma maneira formal e
sistemática de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é
encontrar soluções para um problema, mediante o uso de procedimentos científicos.
De acordo com Minayo (2003), existem duas formas de realizar uma pesquisa, a
qualitativa e a quantitativa. O método qualitativo é baseado na interpretação, o qual ocupa um
lugar central na teoria e é constituído por um conjunto de técnicas que serão adotadas para
construir uma realidade. Explorando as características e cenários que não podem ser facilmente
descritos numericamente. Os dados são coletados pela observação, descrição e gravação.
Já a pesquisa quantitativa, para Silva (2001), é todo o tipo de informação que pode ser
traduzida em números utilizando métodos estatísticos, as opiniões e dados obtidos de acordo
com os boletins de informação e pesquisa de campo.
Com relação ao objetivo da pesquisa, Gil (1999) classifica a pesquisa como exploratória,
na qual sua finalidade é esclarecer, desenvolver e modificar ideias e conceitos, tendo em vista,
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores, envolvendo levantamento bibliográfico,
documental, entrevistas e estudos de caso. E ainda proporcionar uma visão geral, aproximada
acerca de determinado fato; descritiva, em que se observa, analisa, e descreve as características
de determinada população ou fenômeno ou estabelece relações entre variáveis, tendo como
principal técnica, a coleta de dados; e explicativa, que identifica os fatores que contribuem ou
57
De acordo com Minayo (2003), a pesquisa experimental, está mais próxima às Ciências
Naturais, sendo a grande responsável pelos maiores avanços científicos, por meio da
manipulação de variáveis controladas adequadamente, com o intuito de observar, examinar e
interpretar as alterações e reações ocorridas em seu objeto de pesquisa, utilizando técnicas
especiais, e equipamentos adequados.
Fonseca (2002) especifica pesquisa documental como sendo elaborada através das mais
diversas fontes sem tratamentos analíticos. Ainda segundo o mesmo autor, a pesquisa
participante caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do pesquisador com as pessoas
investigadas.
Seleção e Equacionamento
caracterização da da célula
célula combustível;
combustível; Equacionamento
problema:
dados de entrada:
Modelagem do
Conclusões
Levantamento dos
Interpretação e discussão
e Cycle-Tempo
Processamento dos modelos
nos softwares Microsoft Excel
Segundo Gil (1999) pode-se dizer que variável é qualquer coisa que pode ser
classificada em duas ou mais categorias. É uma medida ou classificação, uma quantidade que
varia, um conceito operacional que apresenta ou contém valores, propriedade, aspecto ou fator,
identificado em um objeto de estudo e passível verificação.
Para o estudo e medição de cada variável, existem alguns indicadores que são
selecionados de acordo com os objetivos da pesquisa, sendo classificados de forma qualitativa
ou quantitativa. Referente às definições apresentadas e os objetivos do trabalho, são separadas
as variáveis e indicadores, segundo mostrado na Tabela 4.
60
Nesta etapa acontece a coleta de dados em cima do tema abordado a fim de obter o
embasamento necessário para a pesquisa através de revisões bibliográficas, observações e
experimentos.
A partir dos dados obtidos pela teoria, serão realizados cálculos nos softwares EXCEL
e CYCLE-TEMPO, que permite maior facilidade na resolução dos cálculos, melhor
visualização dos dados, e simulação do ciclo proposto neste trabalho. O EXCEL será utilizado
para gerar gráficos característicos da célula combustível e do ciclo híbrido, facilitando assim o
entendimento e interpretação dos resultados. Além disso, será empregado o software Microsoft
Word para relatar e discutir os resultados obtidos.
4 RESULTADOS
Com base na pesquisa bibliográfica do estudo foi realizado um levantamento dos dados
de entrada do problema em questão.
Célula a combustível
Na Tabela 5 são mostradas as características físicas das células SOFC, de acordo com
informações apresentadas por fornecedores e pesquisadores do dispositivo (HIRSCHENHOFER et
al., 1994; CHAN et al., 2003; VIRKAR et al., 2000; ZHU et al., 2015).
Sistema Híbrido
Para análise do sistema híbrido, utilizou-se um modelo criado pelo programa CYCLE-
TEMPO, da Delft University of Technology (TU Delft). Este software permite a modelagem
termodinâmica e otimização de sistemas de conversão de energia (CYCLE-TEMPO, 2009).
Polarização ôhmica
Devido ao fluxo iônico no eletrólito obedecer a lei de Ohm, as perdas por queda ôhmica
podem ser descritas pela Equação (14). Utilizando-se das Equações (14) e (16) e os valores
informados pela Tabela 5, foi realizado o cálculo, para cada tipo de célula, das resistências
individuais de cada um de seus componentes (anodo, catodo, eletrólito e interconectores). Os
resultados estão apresentados nas Figuras 21 a 25.
67
Figura 21 - Resultados obtidos da resistência do (a) anodo e catodo, e (b) eletrólito e interconector para célula
combustível suportada no anodo em função da temperatura.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Figura 22 - Resultados obtidos da resistência do (a) anodo e (b) catodo para célula combustível suportada no catodo
em função da temperatura.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Uma maior resistência do catodo em relação ao anodo, mostrada na Figura 22, ocorre
pelo fato desse tipo de célula exigir um catodo mais robusto, pois possui sua estrutura é
sustentada nele.
68
Figura 23 - Resultados obtidos da resistência do (a) eletrólito e (b) interconector para célula combustível suportada
no catodo em função da temperatura.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Figura 24 - Resultados obtidos da resistência do (a) anodo e (b) catodo para célula combustível suportada no
eletrólito em função da temperatura.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Por meio da Figura 24 nota-se que na célula combustível SOFC suportada no eletrólito,
o catodo possui maior resistência do que o anodo, e apresenta também uma pequena variação
dessa resistência em relação à temperatura.
69
Figura 25 - Resultados obtidos da resistência do (a) eletrólito e (b) interconector para célula combustível suportada
no eletrólito em função da temperatura.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Pode-se observar pela Figura 25 que as maiores contribuições com a resistência ôhmica
nesse tipo de célula é devido ao eletrólito e sua estrutura mais robusta para suportar a estrutura
da célula combustível.
Figura 26 - Resultados obtidos para as curvas de polarização por queda ôhmica em função da densidade de corrente
para células combustível SOFC suportadas no (a) anodo, (b) catodo e (c) eletrólito (800°C T 1100°C).
Fonte: Pesquisa direta (2016).
A Figura 28 mostra os resultados, obtidos por meio da Equação (21), para a curva de
polarização por ativação em função da densidade de corrente, para temperaturas que variam de
800°C a 1100°C.
72
Figura 28 – Resultados obtidos para a curva polarização por ativação em função da densidade de corrente para
temperaturas entre 800°C e 1100°C.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Observa-se, a partir da Figura 28, que quanto maior a temperatura menor será a
polarização por ativação. Nota-se também que a polarização por ativação é mais significante
para o catodo do que para o anodo.
Utilizando as equações (25) e (26), para um combustível que contém 97% em volume
de hidrogênio e 3% em volume de água e ar como oxidante, uma porosidade de 30% e um fator
de tortuosidade de 6 (CHAN et al., 2002), é mostrado por meio da Figura 29 os resultados
obtidos de polarização por concentração em função da densidade de corrente para temperaturas
que variam de 800ºC a 1100°C, para células suportadas no anodo.
73
0,70
0,60
0,50
conc [V]
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
2
An (T=1073K) Densidade
An (T=1173K) de An
corrente
(T=1273K) [A/m ] An (T=1373K)
Figura 29 – Resultados obtidos para a curva polarização por concentração em função da densidade de corrente
para células combustível SOFC suportadas no anodo (800°C T 1100°C).
Fonte: Pesquisa direta (2016).
A partir da Figura 29, nota-se que a polarização no anodo é mais significativa do que no
catodo e que existe uma corrente limite para o anodo, a qual seu valor diminui com o aumento
da temperatura.
Neste caso foi utilizado uma mistura hidrogênio/vapor d’água como combustível. Se
fosse utilizado gás natural como combustível, o valor da densidade de corrente limite diminuiria
significativamente (CHAN et al., 2002).
Figura 30 – Resultado obtido da curva polarização por concentração em função da densidade de corrente
para células combustível SOFC suportadas no catodo (800°C T 1100°C).
Fonte: Pesquisa direta (2016).
0,080
0,070
0,060
0,050
conc [V]
0,040
0,030
0,020
0,010
0,000
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
2
Densidade de corrente [A/m ]
Percebe-se através da Figura 31 que as perdas por concentração, tanto do anodo quanto
do catodo, na célula suportada no eletrólito, são menores que dos demais tipos de célula.
Chegando a não influenciar de modo significante no desempenho do dispositivo. Isto ocorre
porque esse tipo de célula apresenta maior espessura do eletrólito.
Figura 32 – Resultado obtido para a curva tensão em função da densidade de corrente para células combustível
SOFC suportadas no (a)anodo, (b) catodo e (c) eletrólito (800°C T 1100°C).
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Percebe-se pela Figura 32, que com o aumento da densidade de corrente a tensão de
saída da célula tende a zero, o que pode danificar permanentemente os seus componentes. Na
prática é recomendado trabalhar com a tensão de ponto de projeto da célula.
Figura 33 – Resultado obtido para a curva densidade de energia em função da densidade de corrente para células
combustível SOFC suportadas no (a)anodo, (b) catodo e (c) eletrólito (800°C T 1100°C).
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Observa-se através da Figura 33, que a célula combustível SOFC suportada no catodo
opera a menores densidade de corrente que as demais. Ou seja, possui densidade de corrente de
limite inferior as das outras configurações de célula. Nota-se que quanto maior a temperatura
de operação maior será a densidade de energia da célula. O que limita a temperatura de operação
é a integridade física de seus componentes.
As células podem operar a qualquer densidade de corrente, porém para cada tipo de
célula existe um valor que proporciona maior densidade de energia. Pesquisadores e fabricantes
recomendam trabalhar um pouco abaixo desse pico, para que não se tenha o risco de ele ser
ultrapassado e provocar danos na célula combustível.
78
A célula combustível escolhida, para compor o sistema foi uma DIR-SOFC (reforma
interna), tubular suportada no catodo. Foi escolhido esse modelo por apresentar uma grande
estabilidade térmica, estrutura robusta, além da facilidade de vedação dos gases de trabalho
devido ao fato do tubo possuir uma extremidade fechada.
A resistência ôhmica da célula combustível em questão foi obtida realizando a soma das
resistências individuais de cada um de seus componentes, representadas nas Figuras 21 a 25.
Foi escolhida uma turbina de 1MW de potência, por ser a que se adequava melhor as
condições do ciclo no ponto de projeto.
Foi realizada uma simulação do sistema híbrido no seu ponto de projeto, tanto célula
combustível como turbina. Os resultados estão apresentados na Tabela 7.
WFC 1576,12 kW
Diante destes resultados, foi feito um estudo sobre as respostas do sistema híbrido com
a variação do ponto de operação da célula, ou seja, operando fora do ponto de projeto, variando
sua densidade de corrente.
Assim, como esperado pela análise da Figura 32 (b) e Equação (14), a tensão da célula
se reduz de modo praticamente linear com o aumento da sua densidade de corrente. Isso pode
ser observado na Figura 34.
Figura 34 – Resultado obtido para curva tensão em função da densidade de corrente para a célula SOFC
do sistema híbrido.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Quando a célula combustível está operando com uma densidade de corrente próximo a
1800 A/m2, a densidade de energia possui valores mínimos. Com o incremento da densidade de
corrente, a densidade de energia atinge um valor máximo e volta a cair, até retornar a valores
mínimos. Nesse momento, a célula está operando com 18000 A/m2. Pode-se observar esse
fenômeno na Figura 35.
Figura 35 – Curva obtida para a densidade de energia em função da densidade de corrente para a célula
SOFC do sistema híbrido.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Porém não é indicado trabalhar com a célula combustível produzindo sua máxima
densidade de energia que é de 4570 W/m2 a 10500 A/m2. Pois isso pode acarretar danos a célula,
por operar fora do seu ponto de projeto.
Por ser a fonte principal de geração de energia, a SOFC produz maior potência do que
a turbina quando o sistema está operando todo em ponto de projeto. Abaixo dele a célula
combustível apenas diminui sua potência juntamente com a turbina. Acima dele a célula tende
a aumentar sua entrega de potência. Porém seu aumento é lento, a turbina então passa a ser mais
requisitada em quantidade de potência, para poder equilibrar o funcionamento do sistema
híbrido. Pode-se observar esse fenômeno na Figura 36, que relaciona a potência da turbina e da
célula combustível em função da densidade de corrente.
81
Figura 36 – Curvas obtidas para potência em função da densidade de corrente da turbina e célula combustível
do sistema híbrido.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Quanto mais distante do ponto ideal de operação da célula, a turbina passa a exercer
maior influência na produção de potência. Chegando a ultrapassar a célula, quando atinge uma
densidade de corrente de 4600 A/m2. A produção de potência da célula ainda que lenta continua
crescendo também até 10500 A/m2, a partir de onde começa a decair. Exigindo assim, maior
produção de potência da turbina para manter o ciclo em funcionamento.
Figura 37 – Curva obtida para eficiência líquida do sistema em função da densidade de corrente da célula
combustível.
Fonte: Pesquisa direta (2016).
Pode-se perceber pela Figura 37 que o valor da eficiência liquida do sistema decai
quanto mais distante do ponto de projeto estiver a SOFC.
Figura 38 – Potência produzida pela célula combustível, turbina, e a potência líquida total do sistema em função
da densidade de corrente.
Fonte:Pesquisa direta (2016).
Percebe-se pela Figura 38, o aumento na produção de potência pela turbina, para suprir
a célula combustível, cada vez maior. Porém esse incremento não reflete diretamente na mesma
proporção no acréscimo de potência liquida final do ciclo. Isso ocorre pelo fato da eficiência
ser cada vez menor, quando distante do ponto de projeto da SOFC.
A maior parte da potência produzida pela turbina, quando a célula está fora do ponto de
projeto, é para suprir a demanda energética do seu compressor de ar. Por isso de não refletir
diretamente no aumento de potência liquida total do ciclo híbrido. Pode-se observar pelas
Figuras 39 e 40, o crescimento do fluxo mássico e da potência utilizada respetivamente, para o
compressor de ar e o de combustível, com o aumento da densidade de corrente da célula
combustível.
84
Figura 40 – Resultados obtidos para as curvas de potência utilizada pelos compressores de ar e combustível
em função da variação de densidade de corrente da célula combustível.
Fonte: Pesquisa direta (2015).
Mas deve-se tomar cuidado para que não ocorra grandes variações quanto a faixa de
operação desses equipamentos, pois isso trará prejuízos. Um deles é a perda de eficiência já
mostrada aqui. O outro é que pode acarretar danos na integridade física dos equipamentos e em
seu funcionamento.
Diante dos resultados obtidos percebe-se que a simulação computacional, feito pelo
EXCEL e CYCLE-TEMPO, do sistema híbrido pode representar um modo econômico, rápido
e viável de investiga-lo.
86
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
Para comparação, utilizando individualmente essa mesma célula combustível, esta apresenta
eficiência líquida de geração de energia elétrica em torno de 48%, e a turbina a gás operando
individualmente apresenta uma eficiência líquida na geração de energia elétrica de
aproximadamente 37%.
Foi examinado que a célula combustível produz maior potência do que a turbina quando
o sistema está operando no ponto de projeto. Abaixo da densidade de corrente de 2500 A/m2 a
célula combustível apenas diminui sua potência juntamente com a turbina.
5.2 Recomendações
Neste trabalho foi realizado uma análise de um sistema hibrido em que a célula
combustível opera em ciclo topping. Sugere-se também, para estudos futuros, uma análise de
um sistema híbrido em que a célula combustível opere em ciclo bottoming.
Com base na pesquisa bibliográfica verificou-se que poucos trabalhos realizam uma
análise de exergia de sistemas híbridos. Recomenda-se, para trabalhos futuros, esse tipo de
análise, para possíveis aplicações de cogeração.
89
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