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Vida musical portuguesa
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genovês Pietro Giorgio Avondano, fundando dinastias instrumentais e da
orquestra real até inícios do século XIX.
Em 1719, Domenico Scarlatti abandona Roma e entra a serviço das cortes
portuguesas, onde esteve ligado à Capela Real e Patriarcal, escrevendo 3
obras para vozes e Baixo-Contínuo. A serenata começou a ser bastante
utilizada e fizeram-se recitais de música pública e privada, com
representações de teatro espanhol, bailes e jogos de cartas. A estas
diversões junta-se os saraus musicais por Alessandro Paghetti (1733).
Em 1735, dá-se a inauguração do primeiro teatro público de ópera da
Capital, Accademia alla Piazza della Trinita , com Farnace de Metastasio .
Os espetáculos de ópera em Portugal continham cantores italianos e
ganharam uma grande admiração por parte do público pela novidade da
representação de danças. No entanto, nesses bailados haviam uma
separação entre sexos, onde as mulheres eram proibidas de se vestir de
homem, e várias damas alugavam o teatro para recitais particulares.
Em 1738, a Academia da Trindade é substituída pelo Teatro da Rua dos
Condes, onde se ouviam obras de compositores como Rinaldo di Capua e
Leonardo Leo. O interesse pela ópera e pelos textos de Metastasio estão
relacionados à introdução de um género clássico e anti barroco. Destacou-
se Alexandre de Gusmão, defensor do teatro francês e o conde de Ericeira.
Ao longo do reinado, só foram representadas 6 óperas na corte, todas com
género cómico. Uma delas era de Francisco António de Almeida: La
pazienza di Socrate, adaptado por Alexandre Gusmão. Em 1733, D.João V
não assistiu a representações de La pazienza di Socrate, porém em 1739
assistiu á estreia de La Spinalba ovvero il vecchio matto do mesmo autor.
Chega a Portugal a opera seria, onde o Teatro do Bairro Alto irá começar a
apresentar espetáculos de marionetas em forma de ópera. Sobrevive , no
mesmo sítio, a música em cena, constituída por árias, duetos, recitativos e
coros intercalados com textos falados. António Teixeira era um cultor
competente do estilo operático italiano. As obras de António José da Silva
eram tambem representadas no mesmo sítio e que integravam membros da
nobreza e da burguesia, e misturadas de personagens sérias e cómicas
refletindo a tradição do teatro espanhol.
Em 1742, o rei Magnânimo proíbe as representações teatrais em Lisboa,
mas em 1747 só as oratórias e as festas na Igreja passaram a ser permitidas.
A prática amadora estava relacionada com as Cantatas humanas de Jayme
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de la Te y Sagau, escritas para uma ou duas vozes a solo com Baixo-
Contínuo.
José Carlos Seixas era um dos mais importantes compositores de música
para tecla . Veio para Lisboa ao 16 anos e foi nomeado organista da Capela
Real e Patriarcal. As suas sonatas representam a 1ª fase do
desenvolvimento das sonatas para cravo de transição do Barroca para o pré-
clássico.
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Isabel Ifigénia e Luísa Rosa de Aguiar ( uma das maiores cantoras
europeias ).
Entre 1790 e 1792surge um novo estilo de ópera dirigido por António Leal
Moreira. Nesta altura a atuação das mulheres tinha sido novamente
proibida nos teatros públicos, mantendo-se até ao fim do século, em
Lisboa.
A influência da ópera italiana determinou estilo da música religiosa
portuguesa produzida do século XVIII. Os seus principais autores eram
David Perez ( autor de Mattutini dei Morti;1774) e Niccolò Jommelli (
autor da Missa de Requiem). Além da música vocal religiosa, ouvia-se
também durante as cerimónias música instrumental profano, incluindo
violino, flauta e trompa.
Autores de música religiosa destacaram-se: Luciano Xavier dos Santos(
organista e mestre da Capela Rela de Bemposta), José Joaquim dos Santos
(mestre do Seminário da Patriarcal) e António da Silva Gomes e Oliveira
(organista da Real Capela de Ajuda) . Representam diferentes aspetos do
estilo pré-clássico com influência italiana, chamado o style galant,
contrastando o virtuosismos na música vocal solística e a expressividade
sentimental. O principal compositor português de música orquestral é
Pedro António Avondano e tambem componha música para bailados das
óperas de corte. Autor de cinco oratórias três das quais ainda se conservam:
Morte d’Abel, Gioas re di Giudá e Il sacrifizio d’Isaac, no qual tiveram um
grande sucesso em Hamburgo com iniciativa de dois burgueses, os irmãos
Schuback.
Em 1780, foram usadas pelas cortes coleções de trios, quartetos, quintetos e
serenatas de Haydn e Boccherini , mas o único compositor português era
foi João Pedro de Almeida Mota.
A partir de 1770 dá-se uma maior importância a um género de canção mais
sentimental chamado de modinha, importado do Brasil por Domingos
Caldas Barbosa, associada a um género de bailado afro-brasileira, o
lundum.
‘Quem nunca ouviu cantar modinhas ignora as mais voluptuosas e
feiticeiras melodias que jamais existiram desde o tempo dos
Sibaritas. São lânguidos e interrompidos compassos, como se o
fôlego nos faltasse por excesso de enlevo e a alma anelasse
despedir-se-nos do corpo para se unir àquilo a que mais queremos.
Pueril e descuidadamente ganham-nos sorrateiras a alma antes que
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tenhamos tempo de a defendermos contra a sua enervante influência.
Supomos estar a ingerir leite e estamos a ingerir veneno.’ (Beckford,
1770,p.147)
Conclusão
Ao longo de todo este século , podemos ver que a história da música
portuguesa sofreu várias alterações e que teve ,também vaias influências de
povos, principalmente do povo romano. Podemos também observar que nos
finas do século XVIII o comércio musical foi desenvolvendo cada vez mais
trazendo mais novidades, fundamentalmente para a Capital.