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Revista Nossa Fé – 1º tri 2011 Significados e lições dos

APOIO DIDÁTICO – LIÇÃO 06 MILAGRES DE JESUS

Apresentaremos um resumo o mais sucinto possível das diversas sínteses do conteúdo bíblico, de modo a não haver dúvida
quanto ao rumo dado à questão por essa discussão.
Os textos bíblicos mostram que Deus conferiu à história uma estrutura sabática, a qual serviu de modelo para o ciclo semanal.
A instituição do Shabbath mosaico e sua divisão da semana em seis dias de trabalho e um de descanso se mostrou
particularmente análoga ao retrato apresentado da atividade de Deus na criação. Esse Shabbath não apenas apontava para o
padrão criativo e para o propósito de Deus, como também servia de memorial para seus atos de redenção ao tirar seu povo do
Egito. Pode-se observar que, depois da queda, o plano de Deus para a consumação da história se une à sua atividade redentora,
cujo ponto central se encontrava na relação de aliança entre Deus e seu povo. Provido de uma justificação teológica dupla, o
Shabbath era um sinal fundamental da aliança mosaica, indicando o direito soberano de Deus sobre o tempo e a lealdade de seu
povo. Apesar de haver variações na rigidez da observância e na aplicação das prescrições acerca do Shabbath, o sétimo dia
continuou a ter uma relevância especial como um aspecto distintivo da lei de Deus para Israel ao longo de toda a história do
Antigo Testamento. As discussões sobre o período intertestamental não apenas ilustram as dificuldades de se aplicar o
mandamento do Shabbath, mas também mostram que os judeus das comunidades mais exclusivas conseguiam, evidentemente,
ser mais rígidos em sua observância do que aqueles que tentavam lidar com as pressões da vida numa sociedade sob o controle
de um governo gentio.
Jesus desconsiderou as complicações das controvérsias farisaicas de seu tempo. Guardou o Shabbath, mas não as
interpretações do mesmo pela Halaká e, nesse processo, lembrou homens e mulheres que a instituição do Shabbath visava o seu
bem. Assim, não hesitou em curar e realizar seu ministério nesse dia. Ao mesmo tempo, as asserções messiânicas de Jesus com
relação ao Shabbath apontaram para uma transcendência da instituição, da mesma forma como o ministério de Jesus, em sua
totalidade, prenuncia a transição para uma nova ordem, que se dá pela sua morte e ressurreição.
Do ponto de vista dessa nova ordem, vários autores do Novo Testamento vêem a missão toda de Jesus segundo o seu
cumprimento dos temas sabáticos e das exigências do Shabbath. Cristo é aquele que concretizou no transcorrer da história o
verdadeiro descanso sabático do fim dos tempos e, apesar de continuarem a ser observados pelos cristãos judeus, os elementos
do Shabbath no sistema mosaico deixaram de ser compulsórios para os cristãos. Antes, o primeiro dia da semana adquiriu cada
vez mais importância em decorrência de sua associação com a ressurreição e aparição de Cristo no primeiro dia da semana e
passou a ser chamado de Dia do Senhor. Sua relevância era associada ao Senhor ressurreto e a necessidade de descanso físico que
fazia parte do Shabbath do Antigo Testamento e de seus requisitos não foi transferida para o domingo. Essa interpretação do
conceito da igreja primitiva acerca do primeiro dia da semana é reforçada pela literatura pós-apostólica dos séculos 2º e 3º d.C.
durante os quais esse dia continua a ser mencionado de maneira semelhante.
Do Shabbath para o dia do Senhor, D. A Carson, Cultura Cristã, p. 358-359

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