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Paulo Flor
Manual de evangelização
1978 – 1ª edição
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
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INTRODUÇÃO
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amemos uns aos outros assim como ele nos amou. Estamos dispostos a pagar o
preço? Amar os nossos semelhantes até mais do que a nós mesmos?
Só o amor de Cristo nos pode capacitar para uma tarefa tão excepcional. Quanto
mais seu amor tomar conta do nosso coração, tanto mais iremos experimentar a verdade
das palavras do próprio Senhor Jesus, mencionadas pelo apóstolo Paulo em Atos 20.35:
“Mais bem-aventurado é dar que receber.”
Deus permita que todos nós experimentemos cada vez mais essa bem-
aventurança que consiste num dar desinteressado, num alegre repartir das gloriosas
bênçãos que já recebemos pela fé em nosso Salvador Jesus. E essa bem-aventurança
poderemos experimentar mesmo nas horas de depressão. Muitas vezes, a nossa vida de
cristãos se apresenta tão insípida e tão descolorida. Nessas horas, não permitamos que
nos venha o desânimo, mas que, confiantes na ajuda divina, lancemo-nos numa aventura
evangelística, levando a mensagem da salvação a uma pessoa necessitada. E os efeitos
da mensagem em um coração alheio vão se refletir em nosso próprio coração,
reconfortando-o com a promessa de que a Palavra de Deus nunca volta vazia (Is. 55.11)
e reafirmando-o com a convicção expressa em Tiago 4.20: “Sabei que aquele que
converte o pecador do seu caminho errado, salvará da morte a alma dele, e cobrirá
multidão de pecados.”
...assim como eu vos amei. Que o título deste manual de evangelização sempre
nos lembre do amor sacrifical do nosso Salvador e que seu conteúdo, que procura
abranger toda a tarefa da evangelização do começo ao fim, desde os motivos até a
conservação dos resultados, nos inspire a seguir os passos de Jesus, amando-nos uns
aos outros assim como ele nos amou.
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CAPÍTULO I
CONCEITO DE EVANGELIZAÇÃO
1. CONCEITO NEGATIVO.
Evangelização não é apenas convidar ou trazer gente aos cultos. Nem levar
outros a aceitar o mesmo sistema de vida religiosa que se leva. Também não é apenas
dar o exemplo de uma vida piedosa. Tudo isso, naturalmente, também é necessário, mas
se chama pré-evangelização.
Evangelização também não se resume em mera ação social. É o que entendem
hoje em dia muitos do assim chamado evangelismo social, achando que evangelizar é
reformar as estruturas da sociedade. O secretário de evangelização de uma das grandes
Igrejas americanas disse: “A redenção do mundo não depende das almas que ganhamos
para Cristo. Não pode haver salvação individual. Salvação tem mais que ver com toda a
sociedade que com almas individuais. Não devemos estar satisfeitos em conquistar as
almas uma por uma. A evangelização contemporânea está abandonando o método de
conquistar almas individuais em favor de evangelizar as estruturas da sociedade.”(1)
Se a evangelização abandonou o alvo de salvar as almas individuais, então
perdeu seu objetivo e pode ser tudo, menos evangelização. Isto não quer dizer que a
obra evangelística não deva se preocupar também com o bem-estar material e social do
homem e da sociedade. Essa preocupação também é necessária; só que essa ação já
não é evangelização mas pré ou pós-evangelização. E onde há uma evangelização
verdadeira, ali também haverá pré e pós-evangelização. Cristo evangelizava por meio da
pregação do Evangelho e de entrevistas individuais e nunca deixava também de socorrer
materialmente onde necessário. O apóstolo Paulo concentrava-se na pregação do
Evangelho do Cristo crucificado, mas também empenhava-se em levantar coletas a favor
de irmãos flagelados. A sua pregação cristocêntrica produzia uma alteração profunda nas
estruturas da sociedade de seu tempo. Esta, no entanto, era uma conseqüência de sua
evangelização, portanto, pós-evangelização. Somente indivíduos regenerados pelo
Evangelho podem alterar os quadros da sociedade para melhor. O que muitas Igrejas
hoje em dia realmente fazem é colocar o carro na frente dos bois. Querem primeiro
reformar a sociedade e depois evangelizar. Evangelizemos primeiro e muitos problemas
sociais se resolverão em conseqüência disso.
Conta-se que uma sociedade filantrópica reuniu-se num grande hotel de Chicago,
EUA. Acharam um homem bêbado na sarjeta, esfarrapado, descalço, cabeludo e
barbudo. Levaram-no ao barbeiro e à loja de calçados e roupas. Depois de melhorada a
sua aparência, foram ao fotógrafo. Trataram com o dono do hotel para que fosse aceito
como empregado no seu estabelecimento. Publicaram a fotografia do homem com um
breve comentário. Disseram que para transformar um homem, bastam boa vontade e
alguns recursos monetários. A semana do congresso ainda não tinha acabado, quando o
homem “reformado” foi achado na mesma sarjeta, sendo também demitido do seu novo
emprego.(2)
A mera ação social não possui poderes de realizar uma transformação interna.
Apenas pode realizar transformações externas com resultados passageiros. Para que o
homem se reforme integralmente, é preciso haver uma transformação interna. E esta só
pode ser conseguida pelo Evangelho que deve ser o instrumento da evangelização.
O que é, então, evangelização?
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2. CONCEITO POSITIVO.
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CAPÍTULO II
1. A ORDEM DE CRISTO.
André levou Simão, seu irmão, a Jesus. Felipe fez o mesmo com Natanael.
Pedro, com seu vibrante sermão em Pentecostes, juntamente com os demais discípulos,
contribuiu para a salvação de três mil. Paulo converteu milhares em suas viagens
missionárias. João, até avançada idade, pregava o amor a Jesus e ao próximo. E
através dos séculos até os nossos dias, houve milhares de cristãos consagrados que
passaram a sua vida evangelizando sob as mais difíceis condições, muitos deles sofrendo
a morte de mártir. Devíamos estudar muito mais as biografias destes homens de Deus e
nos deixar contagiar por seu exemplo. Muitos deles começaram a sua carreira
evangelística, inspirados com a biografia de um antecedente. Substituamos os nossos
ídolos esportivos, políticos e sociais por heróis da fé, e as conseqüências positivas logo
se revelarão em nossa vida cristã.
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4. SOMOS DEVEDORES.
É preciso nós estarmos bem convencidos desta verdade, pois há tantos hoje,
também dentro das igrejas, que a negam. Os homens não-convertidos de fato estão
perdidos eternamente? A grande força do pensamento dos teólogos liberais se opõe a
esta verdade. O líder católico Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde) declarou, numa
entrevista à revista Manchete em 1966, que acredita num perdão universal no dia do
Juízo Final. Mas Cristo diz em Mt 7.23 àqueles que não fizeram a vontade de seu Pai:
“Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” e em Mt 25.41: “Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno.” Aqui temos julgamento final.
O evangelista Billy Graham, argumentando com essas passagens, disse: “A
linguagem não pode ser mais clara do que aqui. Para mim, a doutrina de um futuro
julgamento, onde o homem deverá prestar conta a Deus, está claramente ensinada nas
Escrituras.”(4)
E o que dizer de tantas outras passagens claras a respeito, como: “Quem crer,
será salvo, quem não crer, será condenado.” (Mc 16.16) “Quem se mantém rebelde
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contra o Filho de Deus, não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (Jo
3.36) “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos assassinos, aos impuros, aos
feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que
arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Ap 21.8)
Que tragédia, quando no dia derradeiro milhões e milhões terão de se afastar do
trono de Deus para o castigo eterno, lamentando: “Ninguém se importou com a minha
alma.”
Ishaya Audu, um médico educador no Norte da Nigéria, na África, declarou numa
palestra no Congresso de Evangelização em Berlim, em novembro de 1966: “A urgência
de evangelizar é realçada pelo fato de que a mensagem do Evangelho é
desesperadamente necessária para cada criatura, porque o pecado é, ao mesmo tempo,
universal e arruinador. Eu sou um dos muitos milhares de africanos que estariam
perdidos, sem esperança, no pecado, se o Evangelho não tivesse sido levado à África,
nos primeiros tempos do Cristianismo, pelo eunuco da Etiópia e, em nossos dias, por
Livingstone, Miller, Bingham e muitos outros fiéis servos de Deus, cujos nomes estão
escritos no livro da vida do Cordeiro de Deus.” (5)
Pensando em nós mesmos, deveríamos perguntar-nos: “Que seria de nós, se
cristãos abnegados não tivessem chegado ao Brasil, de outra terra, e nos evangelizado?”
Uma das grandes causas do fracasso das missões no começo do nosso século,
missões que haviam florescido tanto no século passado, foi o ensinamento, inclusive de
famosos teólogos, de que fora de Cristo também há salvação. Assim maometanos,
budistas, bramanistas e os demais pagãos também se salvariam se tomassem a sério a
sua religião. Esse pensamento generalizou-se e paralisou o espírito missionário. Para
que, então, gastar dinheiro e esforços se, de qualquer maneira, os pagãos também se
salvam sem o conhecimento do Evangelho do Salvador Jesus?
É um pensamento perigoso que ainda hoje está causando graves prejuízos ao
espírito missionário, pensamento para o qual não temos fundamento na Bíblia. Ao
contrário, a Bíblia diz: “Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não
existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos.” (At 4.12) E Jesus disse: “Eu sou o (e não um) caminho, a (e não uma) verdade e
a (e não uma) vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6) E em Mt 7.14, Jesus
diz: “Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os
que acertam com ela.”
São tantos os versículos claros da Escritura que ensinam a exclusividade do
Evangelho de Cristo para a salvação. É necessário que também aqui subjuguemos a
nossa razão e deixemos somente a Escritura falar.
O apóstolo Paulo escreve na carta aos Romanos, 10.14: “Como crerão naquele
de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se
não forem enviados?” E em 2 Co 5.19-20, o mesmo apóstolo escreve: “...e nos confiou a
palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como
se Deus exortasse por nosso intermédio”. Se nós não anunciamos o Evangelho,
deixamos de cooperar com o plano de Deus. Deus, na verdade, salvará os seus eleitos
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por intermédio de outros, mas nós então estaremos pecando por omissão e nos
privaremos do maior privilégio com que possamos ser distinguidos aqui na terra.
Quando Deus criou o mundo, pôs num pequeno átomo um tremendo poder,
descoberto pelos cientistas há apenas poucos anos. Uma pequena bomba atômica,
contendo esse poder, destruiu uma cidade toda no Japão, Hiroshima e depois Nagasaki.
Depois disso, os cientistas descobriram a bomba de hidrogênio cujo poder destruidor é
imensamente superior ao da bomba atômica. Durante milênios, esse poder existia, mas
era desconhecido, inutilizado.
Assim também existe um tremendo poder ao alcance de cada cristão,
infinitamente superior ao poder da bomba de hidrogênio. É o poder do Espírito Santo que
acompanha o testemunho do crente. É um poder real que existe e produz os seus
grandes efeitos, mas não é usado por tantos cristãos. Em At 1.8, Jesus disse aos
discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo...” E
conhecemos da história de Pentecostes como esse poder foi responsável pela conversão
de três mil e por todos os resultados conseguidos pelos cristãos através dos tempos. A
palavra grega, usada para expressar poder, é dynamis, força, donde procede a nossa
palavra dinamite. O Espírito Santo é a dinamite de Deus. Dynamis era a maior força
conhecida pelos judeus, quando Jesus proferiu essas palavras. Se Jesus usasse hoje a
mesma idéia, talvez iria expressá-la em termos de bomba de hidrogênio, a maior força
conhecida em nosso tempo.
O poder do espírito Santo é prometido a cada cristão que o recebe pela fé. Mas
assim como aconteceu durante séculos com a forma atômica, esse poder ainda não foi
descoberto por muitos. Muitos sabem que esse poder realizou grandes coisas no
primeiro Pentecostes e no início da Igreja Cristã, mas não crêem que ainda hoje realiza os
mesmos efeitos. Essa descrença ou falta de confiança é a causa do fracasso de muitos
cristãos e, por isso, faz-se tão pouco na Igreja de Deus. Muitos estão tratando o Espírito
Santo assim como os judeus trataram Jesus: “Ele veio para os seus, mas os seus não o
receberam.”
Is 55.11; At 6.3,8; Lc 24,49; At 5.32; Jo 16.8; At 4.29,31 são passagens que
atestam o poder do Espírito Santo. Confiemos nesse poder e também nós seremos
capazes de realizar grandes coisas no reino de Deus. O nosso melhor preparo, as
nossas técnicas mais aperfeiçoadas de nada valerão, se não contarmos com esse poder.
Um carro pode ter a melhor estrutura, possuir um motor possante de oito cilindros, mas
que vale tudo isso se não há força na bateria? Que valor tem a instalação elétrica mais
moderna, se falta energia?
Walter Knight conta o episódio de um menino recém-convertido, que perguntou ao
pai:
– Papai, como posso acreditar no Espírito Santo, se nunca o vi?
– Vou mostrá-lo a você – respondeu o pai, que era eletricista.
Os dois foram à usina de energia elétrica, onde o pai mostrou os geradores ao
filho, explicando:
– É daqui que sai a energia que vai aquecer e iluminar nossa casa. Não podemos
ver essa energia, mas está naquela máquina e nos cabos de força.
– Eu acredito na eletricidade – disse o menino.
– Está claro que sim – acrescentou o pai – mas você não acredita nela porque a
pode ver. Você acredita porque vê o que ela faz. Da mesma forma, pode acreditar no
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Espírito Santo, porque você vê o que ele faz nas vidas daquelas pessoas que estão
entregues a Cristo e possuem o seu poder.(6)
No museu do rei Tut, no Cairo, Egito, existe um grão de trigo com cinco mil anos
de idade, encontrado nos túmulos dos faraós egípcios. Se esse grão fosse plantado,
germinaria e cresceria. Embora a Palavra de Deus já tenha a idade de milênios, como
aquela semente, conserva intacta a sua força germinadora. Se cair em terreno fértil,
germina, cresce e produz muitos frutos. É o que aconteceu há milênios e ainda hoje
acontece. Os sucessos da evangelização são constantes e reais. Temos aqui mais um
motivo para evangelizar.
9. OS SUCESSOS DA EVANGELIZAÇÃO.
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encontrando nela o líquido, nem se perturbou. Mais tarde, foi visitar o seu psiquiatra e
disse:
– O doutor perdeu um cliente. Cristo salvou-me da bebida e agora sou um novo
homem.
– Parece ótimo – respondeu o médico – Talvez eu encontre auxílio onde você o
encontrou. Não sou alcoólatra, mas também tenho os meus problemas.
O psiquiatra também começou a freqüentar as reuniões evangelísticas e
igualmente aceitou Cristo como o seu Salvador. Um ano mais tarde, no saguão de um
elegante hotel londrino, tanto este psiquiatra como o ex-alcoólatra deram testemunho do
poder salvador de Jesus Cristo.(7)
Joan Winmill, jovem atriz dos palcos londrinos, tinha tudo e nada tinha. Era como
milhares de profissionais de nossos dias que possuem talento, dinheiro e êxito – e
também uma vida vazia. Chegara a ponto de pensar no suicídio quando, movida pela
curiosidade, foi assistir a uma cruzada evangelística na Harringay Arena. Lá, recebeu
Cristo como seu Salvador sem saber direito como isso podia acontecer. Transformou-se,
ficou inteiramente diferente e hoje em dia é uma das pessoas cristãs mais felizes, pois
tem um propósito e um sentido na vida.(8)
A conversão e a regeneração do individuo levam também à regeneração da
sociedade. O apóstolo Paulo jamais procurou fazer reformas na sociedade em seu
tempo, mas conseguiu a sua reforma com o tempo através da pregação do Evangelho,
que primeiro tem de reformar os indivíduos, componentes da sociedade. A pregação do
Evangelho fez ruir velhas estruturas sociais dos pagãos e produziu novas sobre as bases
do ensinamento cristão. E, assim, no decorrer dos séculos, grandes reformas sociais se
originaram por causa da conversão de indivíduos. A conversão de Wilberforce, na
Inglaterra, conduziu a libertação dos escravos cuja causa encabeçou. Aqui, no Brasil, um
dos maiores abolicionistas da escravatura foi Rui Barbosa, um cristão convicto. Reformas
de prisão, a proibição do comércio de escravos, a cruzada pela dignidade humana, a
campanha contra a exploração, a criação da Cruz Vermelha Internacional, as
organizações de auxílio aos flagelados da guerra e famintos do mundo inteiro, são
resultados de grandes reavivamentos e da conversão de indivíduos. Até hoje os cristãos
se empenham em melhorar também as condições sociais do ambiente em que vivem.
Um secretário de missão de nossa Igreja escreveu, ao voltar de uma viagem através da
Ásia: “Na nossa viagem não vimos hospitais budistas, nem orfanatos xintoístas, nem
asilos para velhos dos maometanos. Não vimos nenhuma agência de leite em pó para os
necessitados, fornecido pelos hindus, nem agrônomos enviados por animistas para ajudar
os povos subdesenvolvidos. Nós vimos, sim, escolas, hospitais, orfanatos, agências de
leite em pó e muitas outras atividades de assistência social, fundados por luteranos ou
outros cristãos.”
Lares cristãos são muito mais resistentes à corrosão do divórcio que lares não-
cristãos. Um estudo social de Burgess e Cotrell na obra Predicting Success or Failure in
Marriage revelou que um quinto de todos os matrimônios nos Estados Unidos terminam
em divórcio, mas apenas 1/50 de todos os casais ativos na Igreja são vítimas do mesmo
mal.(9)
David Brainerd, no seu diário da vida entre índios norte-americanos, escreveu:
“Quando meu povo foi conquistado por esta grande doutrina de Cristo e sua crucificação,
não tive necessidade em dar-lhes instruções a respeito da moral. Experimentei que uma
seguia a outra como o seu fruto.”(10)
Quantos casos semelhantes poderíamos mencionar aqui de tribos de índios que
se regeneraram, especialmente hoje em dia, com o trabalho eficiente dos tradutores de
Wiclef, que estão trabalhando na tradução da Bíblia e no doutrinamento cristão de
centenas de tribos no mundo, e de mais de 40 em nosso país. Muitas regiões no interior
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assistência médica que também favorece a longevidade, pois as pessoas alcançam hoje
muito mais idade em média que antigamente.
A população do mundo está sendo calculada hoje entre três a quatro bilhões de
pessoas. Há um acréscimo de 76 milhões ao ano e este acréscimo tende a aumentar
cada vez mais. Calcula-se que no ano o mundo terá 7 bilhões e, se o crescimento
continuar na mesma proporção, então haverá, em menos de 130 anos, 70 bilhões de
seres humanos sobre a face da terra. *
Há muitos que se preocupam com esse aumento vertiginoso, mas o que deve
preocupar mais a nós, cristãos, é o fato que o aumento do número de cristãos não avança
na mesma velocidade. Temos atualmente cerca de um bilhão e cem milhões de cristãos
(660 milhões de católicos romanos, 130 milhões de católicos ortodoxos e 320 milhões de
protestantes e anglicanos).(13) Cerca de 28%, ou menos, da população total. Se não
houver uma reação mais eficiente da parte das Igrejas a favor de uma evangelização mais
intensa, então a porcentagem de cristãos terá baixado para 17% ou menos no ano.
Certa estatística demonstra que, em 1850, eram necessários cinco cristãos para
levar uma alma a Jesus no espaço de um ano. Em 1900, já eram necessários 14, em
1919, 21 e hoje são necessários 33 cristãos para levar uma alma a Cristo no período de
um ano. Segundo uma revista canadense, contra cada convertido ao Cristianismo, há 15
para o Maometanismo.(14)
E o que nos preocupa ainda mais é que os países mais prolíferos são pagãos em
que a Igreja de Cristo está representada fracamente ou já nem mais existe. Cerca da
metade da humanidade vive na Ásia e neste populoso continente só há dois a três por
cento de cristãos. 800 milhões de chineses caíram sob o domínio comunista que está
expurgando a Igreja do país. Toda a África do Norte está sob a influência maometana,
com uma pequena porcentagem de cristãos. A África, ao Sul do Saara, felizmente tem
feito um grande progresso nos últimos anos na evangelização, mas um de seus maiores
obstáculos atuais é o avanço rápido do comunismo em alguns daqueles países.
Felizmente, a Igreja cresce hoje em dia muito mais do que antigamente, embora
não acompanhe o crescimento populacional do mundo. Dos três mil iniciais do primeiro
Pentecostes, a Igreja em nossos dias atingiu a cifra de um milhão e cem milhões. No ano
1000, a Igreja contava com 50 milhões. Dobrou seu número em 1500. Em 1800, tinha
dobrado mais uma vez e, desde então, o número se dobrou a cada 80 anos. O maior
acontecimento dos nossos dias não é os novos remédios contra doenças antes
incuráveis, nem a conquista do espaço, mas o fato de que diariamente ainda são salvos
20 mil pecadores.(15)
Por que desde 1800 o número de cristãos cresceu em ritmo mais acelerado?
Porque naquela época as Igrejas acordaram para o trabalho missionário e houve grandes
movimentos de reavivamento e de envios de missionários para os países pagãos. Esses
movimentos, no entanto, esmoreceram um tanto no começo do século passado por
diversas razões, mas reanimaram-se novamente depois da última grande guerra. Nos
Estados Unidos, por exemplo, onde as Igrejas começaram a trabalhar intensivamente, o
número de cristãos cresceu surpreendentemente. Em 1900, apenas 46% da população
total daquele país eram membros de alguma Igreja. Em 1940, já eram 49%, em 1953,
59% e, em 1956, 60%. Sem dúvida, a última grande guerra foi também um dos fatores
que lembrou a muita gente a instabilidade de nossa vida presente e a busca da cidade
futura. Lamentavelmente, nos últimos anos, parece haver novamente um declínio no
número de cristãos norte-americanos. Em 1957, o Instituto de pesquisa Gallup dos
*
Nota da Editora: Os dados aqui citados são relativos ao ano da primeira edição deste livro (1978) e, portanto,
estão desatualizados. Entretanto, mantivemos o texto inalterado a fim de não prejudicar a argumentação do
autor.
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Estados Unidos submeteu o país a uma enquete com a seguinte pergunta: “Em nosso
tempo, a religião está aumentando a sua influência na vida americana ou a está
perdendo? 69% responderam afirmativamente e 14, negativamente. A mesma pergunta
foi repetida dez anos mais tarde, em 1967. O resultado foi inverso. Apenas 23%
responderam afirmativamente e 57, negativamente. É uma advertência para todos nós de
que deve haver um trabalho de evangelização permanente, que cada geração deve
evangelizar a sua geração.(16)
Também nas Américas Central e do Sul, a evangelização fez avanços inéditos
ultimamente. O número de protestantes tem crescido na América Latina, de menos de 2
milhões em 1945, para 19 milhões em 1970. No Brasil, em apenas um ano foram
formadas cerca de três mil novas congregações. O crescimento maior foi, naturalmente,
das Igrejas pentecostais. O segredo de seu crescimento é atribuído a um engajamento
imediato do novo convertido na atividade evangelística.(17)
Até que ponto nós estamos participando dessa colheita sem precedentes na
grande seara branquejante em nosso país? A resposta cabe a cada um individualmente
no lugar em que se encontra. Está cada um realmente consciente desta oportunidade
ímpar que se abre para ser cooperador de Deus na seara eterna de almas imortais?
11.1. Deus cada vez conferirá maior capacidade àquele que se exercita na arte de
pescar almas. Exercendo seus talentos no reino de Deus, estes lhe serão multiplicados
como aconteceu com os servos na parábola dos talentos. “Porque a todo o que tem se
lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mt
25.29)
11.3. Não há alegria maior e mais profunda do que aquela experimentada pelo
crente que colaborou para salvar uma alma da perdição. É uma alegria que começa
neste mundo, mas dura por toda a eternidade. A convicção de que os resultados obtidos
são eternos é que faz a obra de pescadores de almas a mais importante desta vida. Os
seres humanos estão construindo automóveis cada vez mais aperfeiçoados, casas
luxuosas e confortáveis, campos enormes de futebol, edifícios monumentais, aviões
sempre mais velozes, astronaves interplanetárias, mas o cristão sabe que tudo isso um
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dia acabará. No entanto, a sua obra permanece. Não invejemos, portanto, políticos
festejados, atletas coroados, atores consagrados, oradores aplaudidos. Quem ganha
almas é sábio, diz a Palavra de Deus (Pv 11.30), e naquele grande dia receberá do justo
juiz a coroa incorruptível.
11.4. E eis aqui mais uma razão de estímulo: a recompensa eterna no céu.
Quando Pedro perguntou a Jesus: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos – que será,
pois, de nós?” Jesus lhe respondeu: “Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes,
quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também
vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que
tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos, por causa
do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna.” (Mt 19.27-29) E
lemos em Dn 12.3: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do
firmamento; e os que a muitos conduzirem a justiça, como as estrelas, sempre e
eternamente.”
Estes apertadores de campainhas, estes andarilhos que tiverem gasto muitas
solas de sapatos no encalço de pecadores, brilharão como as estrelas do céu.
Sabemos, é claro, que não será uma recompensa de mérito, mas de graça. Como
um pai que dá a um filho uma recompensa por um serviço que normalmente não se paga,
assim Cristo nos quer recompensar o trabalho no reino de Deus, não porque o
merecêssemos e ele tivesse de pagar uma dívida, mas porque ele o quer e nos ama.
O presidente Wilson, dos Estados Unidos, durante a primeira guerra mundial,
quando obteve com seus aliados a vitória sobre a Alemanha em 1918, alcançara o
pináculo da fama ao chegar a Paris para ditar uma paz mundial. Idealista, autor,
estadista, orador, esteve naquele momento na admiração de todo o mundo. No entanto,
poucos meses depois, morreu, desiludido, derrotado por seus oponentes, esquecido por
amigos antigos, a saúde perdida. As delícias da fama transformaram-se em amargo
desespero. Não será assim a obra de um evangelista fiel cujos frutos de suas obras
serão eternos.(18)
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CAPÍTULO III
OBSTÁCULOS NA EVANGELIZAÇÃO
1. OBSTÁCULOS EXTERNOS.
1.1. Materialismo.
É a negação de todos os valores espirituais. Só existe a matéria. Com a morte,
tudo está acabado. O ideal do materialista é aproveitar a vida ao máximo e gozar
intensamente os bens materiais. Os bens materiais não podem satisfazer as
necessidades profundas da alma e não há nenhum materialista plenamente feliz. Um
evangelista bem treinado nas verdades fundamentais do Evangelho pode, com toda a
facilidade, atingir a extrema vulnerabilidade de um materialista e torná-lo consciente de
suas necessidades espirituais. Jesus disse: “A vida do homem não consiste na
abundância dos bens que possui.” (Lc 12.15)
O dono de um luxuoso hotel balneário, na praia de Miami, confidenciou a um
famoso evangelista certo dia:
– Tenho tudo quanto um homem pode ter materialmente. Pensei que havia
conseguido realizar-me de todo, mas ultimamente me vejo farto de tudo isso. Sempre
desejei ter essas coisas, mas agora que as possuo, parecem-me menos do que pensei
que fossem. Acredito que a vida seja mais do que isso.(1)
Um jovem, durante seus estudos superiores, jurou tornar-se milionário antes de
chegar aos 25 anos. Atingiu seu objetivo com pouco esforço. Tornou-se um vitorioso
homem de negócios, alcançou sua meta, casou-se com uma bela mulher e podia dizer:
“Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come, bebe e regala-te.” (Lc
12.19) No entanto, ele e sua esposa sentiram-se mal em meio a sua opulência. Levados
pela curiosidade, assistiram a uma reunião evangelística e responderam ao apelo de
aceitar Jesus Cristo. Tornaram-se crentes e hoje são um casal muito feliz.(2)
Evangelista, leve ao materialista a mensagem do Evangelho, sem receio. Ele
necessita dela tanto quanto as outras pessoas e muitas vezes a aceita com
surpreendente rapidez.
1.2. Cientificismo.
É uma falsa fé no poder da ciência. Como a ciência progrediu fenomenalmente
em nossa época, dando certas vitórias nunca sonhadas aos seres humanos, muitos
pensam que, por meio dela, conseguirão tudo. Não se lembram que, em relação com as
obras criadas por Deus, todas as conquistas da ciência ainda são insignificantes e
limitadas. O falso cientista nega, presunçoso, a existência de Deus, mas o verdadeiro,
em geral, o aceita. Einstein, o inventor da teoria da relatividade e pai da bomba atômica,
admitia a existência de Deus. Werner von Braun, o ex-dirigente do Departamento
Científico da conquista de espaço, nos Estados Unidos, era cristão convicto e, durante
muitos anos, era professor de uma escola dominical de uma congregação cristã. O deus
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1.4. Agnosticismo.
O agnosticismo é tão velho quanto a humanidade, mas hoje mais pronunciado do
que nunca. Simplesmente declara que a mente humana nada pode saber de Deus e das
realidades espirituais; põe tudo em dúvida e nem se preocupa com estes problemas.
Tenta basear todos os seus conhecimentos sobre fatos positivos e só aceita o que a
ciência comprova.
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Charles Reynolds Brown nos relata uma conversa travada entre Augusto Comte,
filósofo francês, fundador do Positivismo, e Thomas Carlyle, ensaísta escocês. Comte
declarou-lhe sua intenção de dar início a uma nova religião que suplantasse inteiramente
a religião de Cristo. Não deveria ter mistérios, mas deveria ser tão clara como a tabuada
e seu nome deveria ser Positivismo.
Carlyle replicou: “Muito bem! Muito bem!, Sr. Comte, tudo de quanto vai precisar
será falar como jamais um homem falou, viver como nenhum outro homem viveu e ser
crucificado, ressuscitar ao terceiro dia e fazer o mundo crer que ainda está vivo. Neste, a
sua religião terá possibilidade de manter-se.”(8)
Hoje o Positivismo de Augusto Comte marca apenas um ponto morto na história
da filosofia, enquanto a religião de Jesus Cristo continua convertendo milhares por dia
com a mesma vitalidade de 2000 anos atrás. Por isso, não desanimemos ante um
agnóstico. O Evangelho tem o poder de converter também a ele.
1.5. Sincretismo.
O sincretismo faz uma mistura de diversas religiões. Aceita tudo que apetece à
sua mente. Um sincretista acredita ao mesmo tempo em princípios cristãos, espíritas, de
umbanda, macumba, etc. É uma mentalidade religiosa totalmente confusa. Temos
inúmeras delas em nosso país. É preciso muita paciência e completa confiança na ação
do Espírito Santo para fazer do sincrético um cristão.
1.6. Comunismo.
Enfim, o Comunismo, terrível inimigo do Cristianismo, nos é por demais conhecido.
Não devemos ter ilusões a respeito de uma convivência pacífica entre Comunismo e
Cristianismo. O Comunismo não é apenas uma teoria econômica e social, mas uma
filosofia totalizante que exige da pessoa uma entrega total de corpo e alma. O
Comunismo foi assinalado como um dos maiores inimigos da evangelização, no
Congresso Mundial de Evangelismo de Berlim, em 1966, onde uma líder religiosa chinesa
e anteriormente uma delegada da Coréia do Sul às Nações Unidas, Dra. Helen Kim,
declarou que, segundo informações, hoje não existe mais nenhuma Igreja sobrevivente na
Coréia do Norte. Disse que, nos anos de 1959 e 1960, o partido comunista da Coréia do
Norte liquidou aproximadamente 3 milhões de pessoas, incluindo-se nesse número todos
os cristãos do país. No mesmo Congresso, o Sr. Andres Ben Loo Taipei informou que
pelo menos 5 milhões de pessoas foram eliminadas na China, inclusive muitos cristãos.
“O Comunismo vê no Cristianismo seu maior inimigo”, declarou Loo. Os verdadeiros
crentes na China Continental praticamente desapareceram.
O mundo ocidental, materialista, já sem princípios e convicções espirituais, tornar-
se-a fácil presa dos comunistas, se não contar mais com o genuíno sal do Cristianismo.
Os cristãos autênticos são o obstáculo mais sério ao Comunismo. Os cristãos têm uma
firmeza interior que os comunistas não compreendem e resistem muito bem a seus
ataques. Isso comprova a Alemanha Oriental, onde ainda existe uma profunda
consciência religiosa, apesar de mais de 30 anos de ocupação. Também na África, o
Comunismo não progrediu onde houve missões zelosas. Muitos habitantes de aldeias
africanas estão ressentidos com a religião pagã de seus antepassados, culpada de todo o
atraso em que ainda vivem. Aqueles que não têm conhecimento do Cristianismo passam
avidamente para o Comunismo que lhes promete o paraíso na terra. Mas lá onde as
missões têm trabalhado com zelo, ajustando-se às necessidades do povo, o Comunismo
tem avançado vagarosamente. Muitos africanos convertidos afirmaram com franqueza
que, se tivessem só as duas alternativas de escolher entre a religião de seus pais e o
Comunismo, escolheriam este último. Mas como chegaram a conhecer Cristo nas
missões cristãs, estão agora a seu lado contra o Comunismo.
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2. OBSTÁCULOS INTERNOS.
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2.2. Mundanismo.
“Por que eu deveria entrar na Igreja de meu marido?”, perguntou uma senhora.
“Ele divorciou-se tantas vezes como eu, dança onde eu danço, bebe até mais do que eu e
não pragueja nem mente menos que eu.” Muitas vezes, ao invés de a Igreja penetrar no
mundo para transformá-lo, o mundo penetra na Igreja e a transforma. O sal dos cristãos,
muitas vezes, deixa de ser eficiente, e a sua luz se apaga. No afã de ganhar novos
membros, algumas congregações cristãs baixaram de tal forma os requisitos de filiação
que ficaram abaixo de alguns clubes que os mantêm mais elevados. O Dr. Sweazy,
antigo secretário executivo das Missões Presbiterianas nos Estados Unidos, perguntou
certa vez numa conferência a estudantes ministeriais: “Por que cada um deve negar-se a
si mesmo para permanecer firme com vocês, se vocês não têm nada em que se
firmar?”(11)
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cooperação. Cada um, ciente de suas falhas, deve oferecer com humildade os seus dons
e, com eles, contribuir para um trabalho conjunto de equipe, eficiente e harmonioso.
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– Tem toda a razão, não estou dentro do espírito da época. Mas tenho dentro de
mim o Espírito Santo desta época.(16)
Seja o nosso anseio supremo possuir dentro de nós o Espírito Santo de todas as
épocas, e ele nos guiará a toda a verdade também neste nosso tão confuso e conturbado
século.
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estão pagando para fazer o trabalho por eles. E a conseqüência é que se perdem muitos
prospectos missionários, porque o pastor não pode fazer tudo sozinho.
Numa região da Índia, onde se iniciara uma missão cristã, diversas centenas de
pessoas de uma casta desprivilegiada confessaram sua fé em Cristo, foram instruídos e
batizados. Então milhares da mesma classe social pediram instrução cristã para serem
batizados e aceitos na Igreja. Mas não se encontravam pregadores formados que
estivessem em condições de atendê-los e que conhecessem a sua língua.
Alguns pastores foram importados de outra área distante. Não tinham prática de
trabalhar com gente pobre e da zona rural. Reclamaram cautela e advertiram contra a
ação rápida. O missionário procurou aconselhar-se, mas não encontrou ninguém que já
tivesse trabalhado em situação semelhante. Trabalhava, por isso, devagar e procurava
consolidar a posição. Mas contrariamente às suas expectativas, verificou que milhares de
pessoas, tendo pedido em vão instrução religiosa e orientação espiritual, muito cedo
perderam o interesse e julgaram-se enganados pela Igreja. Alguns se tornaram hostis e
começaram a fazer oposição à missão. Não apenas isso, mas as poucas centenas, às
quais os missionários dedicaram a sua atenção, perderam muito do seu fervor. Anos
mais tarde, o missionário declarou: “Se pudesse ter nova oportunidade, não hesitaria
como naquela vez. Confiaria em Deus e, fervoroso, procuraria milhares. Nós teríamos
agora uma Igreja de dezenas de milhares, se eu não tivesse tido medo. Estou certo de
que seriam melhores cristãos do que as centenas às quais restringimos o Evangelho por
causa de nossa timidez e falta de fé.”(19)
Se aquele missionário não tivesse tido medo do crescimento rápido e tivesse se
servido dos já convertidos e instruídos como seus auxiliares, que novo pentecostes
poderia ter realizado em pleno século vinte. Quantos pastores ainda hoje existem que
não têm confiança no trabalho dos leigos, nem acreditam que ainda hoje possa haver
conversões em massa como no primeiro Pentecostes. Dizem que Igreja hoje só é capaz
de fazer uma respiga, porque todas as colheitas já foram feitas. Mas a Palavra de Deus
os desmente, porque Deus não restringiu as suas promessas de bênçãos evangelísticas a
épocas determinadas. Também os fatos os desmentem. Numa campanha evangelística
feita anos atrás em Nova Iorque, 50 mil se converteram. Diversas dezenas de milhares
foram os prospectos evangelísticos colhidos em duas campanhas missionários no Rio de
Janeiro. Numa cidade como Londrina, foram conquistadas mais de 400 pessoas numa
campanha evangelística. Na Coréia do Sul, uma campanha evangelística reuniu mais de
um milhão de participantes. O que falta, em resumo, para uma ação mais rápida da
evangelização na Igreja é uma fé firme e inabalável nas promessas de Deus, confiança na
ação do Espírito Santo, ausência de medo de um crescimento mais rápido, promoção dos
leigos no trabalho, organização eficiente com uma estratégia correspondente. Sobre este
último ponto ainda resta dizer algumas palavras. Por que, por exemplo, Billy Graham
consegue resultados surpreendentes em suas campanhas evangelísticas? Há maiores
pregadores do que ele. Pode haver outros com mais rica medida do Espírito Santo. Mas
um dos fatores positivos de suas campanhas é a organização planejada nos seus
mínimos detalhes. Todos os prospectos são cuidadosamente fichados e, depois das
campanhas, visitados e revisitados por evangelistas treinados, até que sejam instruídos e
entrem numa Igreja evangélica. Suas campanhas não consistem, portanto, num simples
reavivamento em que o fogo é soprado pelo vento do entusiasmo e depois logo se apaga,
mas consistem naquilo que os americanos chamam de follow up, uma continuidade até o
fim até que os prospectos das campanhas sejam devidamente instruídos e aceitos numa
congregação cristã. Como já dissemos na introdução, é preciso haver em cada
congregação uma organização evangelística e a aplicação dos métodos adequados para
a conquista dos inconversos da localidade. A falta dessas condições é uma das causas
do progresso vagaroso da obra evangelística da Igreja.
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2.11. Falta de amparo e interesse pelos novos convertidos que acabaram de ser
recebidos na congregação.
Um pastor ficou alegre quando conseguiu para sua Igreja o empreiteiro que estava
reformando a sua casa. No começo, assistia regularmente aos cultos, e o pastor pensou
que havia conseguido uma grande vitória. Mas enganou-se. O homem desapareceu.
Certo dia, reapareceu e contou a seguinte história:
“Quando saí da marinha, bebia tanto que arruinava minha casa e meu emprego.
Logo que o senhor me falou a respeito da Igreja, pensei que era do que precisava. Mas
não me fez nenhum bem. O senhor teria se surpreendido se tivesse me visto umas horas
antes de ter vindo à igreja. Abandonei a Igreja e ingressei num clube chamado Alcoólicos
Anônimos. Na primeira noite em que estive lá, um dos homens me perguntou: ‘Onde o
senhor vai almoçar amanhã? Podemos almoçar juntos?’ E uma das mulheres disse:
‘Por que o senhor e sua esposa não vêm jantar conosco numa dessas noites?’ Eles
realmente se interessaram por mim e não tomei um trago durante meses.”(24)
Este clube foi bem-sucedido onde a Igreja falhou. Pôs seus braços em torno deste
homem e não o deixou sair. A Igreja também deve proceder assim. Deve demonstrar um
interesse permanente e real por cada novo membro que entra na Igreja. Num dos
capítulos deste manual, daremos algumas sugestões a respeito. Por enquanto, tomemos
nota deste conselho de alguém: “Mantenham sempre aberta a porta da frente de sua
igreja, mas fechem a porta dos fundos. Convidem todos a entrar, mas não os deixem sair
novamente.”
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CAPÍTULO IV
Infelizmente, em muitas igrejas, foi esquecido este dever primário de todo cristão e
deixa-se a tarefa somente ao pastor e nem este muitas vezes faz a obra de um fiel
evangelista de acordo com a exortação do apóstolo Paulo em 2 Tm 4.5: “Faze o trabalho
de evangelista”, e toda a Igreja passa indiferente à beira do precipício da alma alheia.
Foi a Reforma que restabeleceu o sacerdócio real de todos os crentes, conforme
as palavras em 1 Pe 2.9: “...vós sois o sacerdócio real...” Sendo cada leigo um sacerdote
de Deus, não só tem o privilegio de entrar em contato direto com ele, mas também o
dever de colocar aqueles que ainda estão separados de Deus em contato com ele. Disse
alguém que os efeitos da Reforma não eram destruir o sacerdócio e deixar uma Igreja de
leigos, mas de destruir o laicismo e deixar uma Igreja de sacerdotes. Os muros dos
conventos e mosteiros foram arrasados não para deixar sair aqueles que estiveram sob
suas ordens sagradas, mas para deixar entrar todos os crentes.(1)
No tempo da Reforma, os leigos funcionavam realmente como evangelistas
eficientes. Jamais ela se teria propagado com tamanha rapidez e tomado conta de toda a
Europa, se não fosse a propagação dos leigos que, pela leitura da Bíblia e por sua correta
interpretação, conquistavam até clérigos e doutores para a sua causa.
E o que fez crescer com tanta rapidez a primeira congregação de Jerusalém a não
ser o testemunho dos leigos, depois da graça de Deus? A propagação da Igreja durante
os primeiros séculos se fez quase toda por leigos. Quem continuava o trabalho nas
congregações que Paulo fundava depois de sua saída? Não eram pastores, mas leigos
convertidos e instruídos nas partes principais da doutrina cristã.
É preciso que acordemos. É preciso que mobilizemos este tremendo potencial
humano de nossa Igreja. Só podemos de fato esperar maior crescimento de nossa Igreja,
se todos os leigos resolverem marchar sob a bandeira da evangelização pessoal.
Um dos motivos que impedem muitos leigos de trabalhar como evangelistas é o
sentimento de inferioridade. Julgam-se muito fracos no conhecimento da doutrina,
consideram-se incapazes de levar uma alma a Cristo. Julgam que só os pastores e
alguns leigos mais instruídos o conseguem.
Observação: Emprestamos à palavra evangelista neste manual sempre o seu
sentido popular: aquele que evangeliza. (Nota do Autor)
Mas eles se esquecem de que a conversão é obra do Espírito Santo, que não é
preciso possuir grandes conhecimentos para converter alguém. Basta expor-lhe com toda
a simplicidade a obra de Cristo e aplicá-la a sua vida. Se dão um tal testemunho,
confiantes no apoio do Espírito Santo são capazes de conseguir mais do que muitos
pastores bem-instruídos.
Conta-se que dois irmãos, provenientes de família cristã, abraçaram profissões
diferentes: um tornou-se médico e o outro, pastor. O médico, em meio a um ambiente
anticristão, perdeu a sua fé. Após alguns anos, anunciou uma visita a seu irmão pastor
para um fim de semana. Este alegrou-se muito, preparou com todo o cuidado o seu
sermão para o domingo, visando à reconquista do irmão transviado. O irmão veio,
assistiu ao culto, ouviu o sermão e se despediu sem dar amostras de alguma mudança de
atitude. Entretanto, depois de algum tempo, escreveu a seu irmão que, pela graça de
Deus, aquele domingo lhe servira de grande bênção, porque nele reencontrou a sua
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antiga fé. O irmão pastor, convencido de que o seu sermão causara o efeito, escreveu-
lhe de volta, expressando a sua imensa satisfação e, no fim da carta, perguntou: “Qual foi
a parte de meu sermão que causou a sua transformação?” O médico respondeu: “Não
foi o seu sermão, mas após aquele culto, falei com o sacristão da igreja que, com uma
alegria contagiante, me contou o que Jesus significava para ele. Foi o testemunho dele
que me reconduziu a Cristo.”
2.1. Os leigos estão muito mais em contato com o povo que os pastores. Estão
com ele na fábrica e na oficina, na rua, nos bares, nos jogos, nas escolas, etc. Os não-
convertidos são seus conhecidos, amigos e até parentes. Em geral, conhecem suas
idéias e problemas como nenhum outro.
2.2. Há muito mais leigos que pastores. Um pastor levará cem horas para dizer o
que cem leigos poderão dizer em uma hora. Já imaginaram se cada leigo trouxesse cada
ano, no mínimo, uma alma a Cristo? Então uma Igreja de cem mil membros poderia, num
espaço de 10 a 11 anos, levar toda a população do Brasil a Cristo.
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Mas a viúva voltou para casa angustiada. Não podia conciliar o sono naquela
noite e finalmente decidiu que faria do seu dever indagar se estes eram cristãos ou não.
Na manhã seguinte, o leiteiro subiu os degraus da escadaria, entregou-lhe o leite e
virou-se para ir adiante. Então a viúva gaguejou:
– Seu moço.
Ele voltou-se novamente e perguntou:
– Mais um litro?
– Oh, não – balbuciou a dona de casa, – mas eu só desejava perguntar-lhe se o
senhor é um cristão.
O leiteiro a fuzilou com um olhar que ela jamais esqueceu.
– Não faço caso nenhum de ser um. A senhora se lembra de suas reuniões na
igreja no inverno passado? Até estive interessado em assistir a elas, se alguém me
tivesse convidado. Algumas vezes pensei que a senhora me convidaria, mas não o fez e
nenhuma outra pessoa até hoje se interessou se sou cristão ou não e agora lhe digo que
não estou mais interessado. – Disse “tchau” e virou-se para descer correndo a escadaria.
A pobre senhora viu-se de repente prostrada no chão e, na agonia de seu espírito,
prometeu a seu Senhor que, se ele perdoasse sua negligência no passado, não desejava
perder mais nenhuma outra oportunidade de falar uma palavra a favor dele.
Quando o Dr. Pope voltou dois anos mais tarde para aquele lugar, a viúva relatou
as suas experiências e acrescentou: “Seis das sete pessoas que regularmente fazem
entregas à minha porta são cristãs. Todas foram convertidas nesses últimos dois anos –
todas, menos o leiteiro.”(2)
Faz alguns anos, a TV de São Paulo apresentou uma entrevista com um casal de
industriais evangélicos da alta sociedade que foram levados a Cristo por sua empregada.
Primeiro, a patroa relatou a sua conversão. Disse que, em criança, tinha tudo o que
desejava, mas ficou triste quando seus avós morreram e descobriu que com o dinheiro
não se podia comprar tudo, nenhum minuto de vida a mais. Desde então, preocupou-se
muito com a idéia da morte, tornando-se cada vez mais religiosa. Mas a religião que
praticava era sem Cristo e não calmava suas inquietações. Até que a empregada entrou
em sua casa e, em sucessivos diálogos, a convenceu de que Cristo é o Caminho, a
Verdade e a Vida. Ela alcançou a paz que tanto procurava. Depois, o patrão relatou a sua
conversão. Disse que, em sua juventude, só se preocupava em ganhar dinheiro e gozar a
vida. No entanto, a idéia da morte vinha sempre de novo perturbá-lo, principalmente nos
momentos de maior prazer. Quando sua patroa lhe relatava toda noite seu diálogo com a
empregada e como não encontrava resposta aos versículos bíblicos citados, o marido
também se convenceu de que neles estava a Verdade e a resposta ao seu problema. E a
vida eterna que ele encontrou nas promessas de Jesus acabou de vez com a sua
preocupação pela morte. No fim, apareceu no vídeo a empregada toda feliz e sorridente,
refletindo o seu íntimo em que Jesus residia na realidade.
Tanto hoje como em todos os tempos da Igreja Cristã, o testemunho dos leigos
era o método mais eficiente da evangelização. Escreve Adolfo Harnack, autor de uma
das mais célebres histórias da Igreja: “Os mais numerosos e bem-sucedidos missionários
da religião cristã não eram os ensinadores regulares, mas os próprios cristãos, pela força
de sua fieldade e coragem.” (3)
Um filósofo pagão, nos primeiros séculos, passeando pela praia, começou a
conversar com um homem velho de fisionomia gentil e conduta grave. Por causa dessa
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Muitos pastores não acreditam que os leigos sejam capazes para tanto. Nem eles
mesmos acreditam. Os leigos estão geralmente nervosos quando fazem visitas na
primeira e segunda vezes. Mas quando verificam quão surpreendente é a resposta, são
excitados pela impaciência de chegar à próxima porta. Um leigo, cujo grupo foi instruído
para sempre orar antes de chegar à porta de qualquer residência, disse que, quando
estiveram perante a primeira porta, orou pedindo que ninguém estivesse em casa.
Venceu depois o medo quando descobriu que Deus o fizera capaz de ganhar diversas
pessoas cada vez que fazia visitas. Kernahan sugere que não se pergunte aos leigos se
podem ou querem fazer visitas, mas que se diga a eles que foram escolhidos para tal.
Muitos que sentem não ter capacidade para visitar e têm medo de tentar, tornam-se os
visitadores mais eficientes depois de ter começado. É prudente colocar os mais tímidos
com visitadores experimentados para convencê-los de que a obra pode ser feita, que é
uma alegria fazê-la e que pode ser realizada por eles.
Um vendedor de seguros que protestava contra as visitas na sua igreja e disse
francamente ao pastor que não iria participar delas, foi persuadido a olhar este trabalho
por dentro antes de condená-lo totalmente. Fizeram-no acompanhar por um visitador
experimentado. Quando seu grupo entrou na primeira casa, conseguiram ganhar toda a
família. Ganharam três na segunda casa, dois na terceira e quando depois iam andando
fora, na rua, o vendedor bateu com as mãos e disse: “É isto mesmo. Este é o caminho
de realizá-lo. É este o plano de Deus para a evangelização.” Um argumento não o
conseguira convencer, mas uma experiência mudou a sua mente. Quando um
evangelista experiente testemunhou o seu trabalho, quando sentiu o espírito do
testemunho e ficou movido pelas respostas do povo, convenceu-se. Este mesmo homem,
em outro grupo, foi usado por Deus para ganhar 52 pessoas, durante sete dias, com
apenas 13 horas de visitas. Sendo comerciante, conhecia os fundamentos do comércio.
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Tudo de que necessitava era crer que o comércio espiritual pode ser tão compensador
quanto o material.”(6)
Um outro comerciante conseguiu levar a Cristo 5.086 durante uma campanha
evangelística realizada por J. E. Conant, na Filadélfia, Estados Unidos.(7)
Numa de suas reuniões evangelísticas na Inglaterra, o Dr. Torrey insistiu nas suas
palestras que o único caminho de aprender a evangelização pessoal é praticá-la. Depois
de uma reunião, um cristão sério confidenciou: “É exatamente aqui que cometi os meus
erros. Há anos, tenho o intenso desejo de me encontrar pessoalmente com pessoas para
conduzi-las a Cristo. Mas em cada oportunidade que se apresentava, recuei, pensando
que estivesse desqualificado para a obra e abrindo caminho para aqueles que pareciam
possuir um dom especial para esta tarefa. Agora eu percebo que estes começaram
justamente lá onde eu devo começar – sem alguma experiência prática. Agora vou
aproveitar a primeira chance que se-me-apresenta e falar com um investigador e vou me
fiar na orientação e sabedoria de Deus.”(8)
6. DISSE ALGUÉM: “NINGUÉM FALHA NESTA OBRA A NÃO SER AQUELE QUE NÃO A TENHA
(9)
TENTADO.”
Você, prezado(a) irmão(a) leigo(a), pode realizar esta obra. E você vai querer
realizá-la se o amor de Deus toma conta de você e o impele. Certa senhora pobre, mas
que não perdia oportunidade de falar de Cristo aos outros, disse certa vez: “Alguns dizem
que me viram falar a um manequim de madeira ao entrar numa loja. Pode ser. Não sei,
minha vista é fraca. Mas isso não é tão mau assim. É muito pior ser um cristão de
madeira que nunca fala a ninguém de Jesus.”(10)
É pena que muitas vezes pastores e membros da diretoria da Igreja não apenas
não acreditam na capacidade de leigos, mas ainda os impedem de trabalhar, como
aconteceu, por exemplo, em certa região da Índia.
Um grupo, na Índia do Sul, decidiu que seu bem-estar e o de seus filhos
dependesse da condição de eles se tornarem cristãos. Aperfeiçoaram seus
conhecimentos cristãos, fazendo cultos sem um ministro ordenado ou mesmo por um
leigo indicado pela Igreja. Encontravam-se todos os dias para o canto, a oração e a
leitura da Bíblia. Então vieram os pastores e impediram o exercício da pregação ou
ensino por qualquer um não-aprovado pelas autoridades diocesanas. A espécie de
controle acusou apenas crescimento lento e não foi compensado por uma melhor
qualidade de liderança.(11)
É evidente que se devem evitar os extremos. Não se pode permitir que qualquer
leigo ainda não suficientemente instruído pregue em nome da Igreja, nem impedir que um
leigo com um mínimo de instrução necessária trabalhe a favor de seu Salvador,
especialmente onde a missão está explodindo e ainda há falta de pessoas
suficientemente qualificadas.
É preciso que os pastores depositem plena confiança em seus leigos depois de os
ter instruído nas verdades fundamentais da fé cristã e os orientem e animem para o
trabalho evangelístico, naturalmente, sempre indo à frente com o seu bom exemplo.
Disse alguém que o pastor deve ser técnico e jogador, mas não o time inteiro.(12)
Disse William Temple, arcebispo da Inglaterra: “Devemos nos aproximar cada vez
mais de um estado e atividades em que o ministro responde pelas coisas de Deus
perante a congregação, e a congregação responde pelas coisas de Deus perante o
mundo de fora.”(13)
No dia em que todos os nossos leigos estiverem engajados num trabalho
evangelístico produtivo, então sim, a nossa Igreja se tornará grande e forte, porque a
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força de uma Igreja não consiste em seu tamanho, nem em seu orçamento, mas no
número médio de horas por semana que seus membros oferecem para o trabalho
espiritual.
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CAPÍTULO V
O cristão deve ser uma testemunha de Cristo. “Sereis minhas testemunhas tanto
em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8) é o
versículo clássico na Bíblia em que Jesus chama os seus discípulos de testemunhas e
confere-lhes a tarefa de testemunhar tanto no lugar em que vivem como em toda a terra.
Encontramos o verbo testemunhar e o substantivo testemunho 59 vezes no Antigo e 169
vezes no Novo Testamento.
Em que consiste a tarefa duma testemunha de Cristo? Alguns dizem que basta
ser cristão. Outros, fazer boas obras. Ainda outros, falar de Cristo. Ora, as três
afirmações são verdadeiras, mas não completas. São necessárias as três e uma
complementa a outra. Alguém comparou a testemunha cristã com um tripé que precisa
de três pernas para funcionar. Assim uma testemunha cristã precisa de três
características principais para poder funcionar: ser cristão, agir como cristão e falar como
cristão. Outro a comparou com um avião. O avião é composto do bojo e de duas asas.
Se uma dessas três partes faltar ao avião, ele não poderá voar. Seja como for, a
testemunha cristã precisa possuir essas três características. Se lhe faltar uma delas, será
como um tripé capenga ou como um avião que não serve para voar. Vejamos as três
características fundamentais da testemunha de Jesus:
1. SER CRISTÃO.
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Um jovem cristão africano disse: “Quando estivemos com fome, após os elefantes
terem destruído nossa plantação, e os leões comido nossas vacas, os cristãos nos
ajudaram. Quando estivemos doentes e não sabíamos curar-nos, os cristãos abriram um
hospital para nós. Quando estivemos iletrados, os mesmos abriram uma escola em
nossa aldeia. Quando alguns de nosso povo se tornaram cristãos, eu vi que tomaram
mais interesse pelos vizinhos. Assim aprendi que a religião cristã é boa e a aceitei.”(4)
Um aymara, na Bolívia, comentou: “Meu povo tinha sido maltratado durante muito
tempo. Pensava que não tivéssemos amigos. Mas os evangélicos vieram ensinando que
Deus nos ama assim como ama todos na terra, e que eles nos amavam. Eu os observei
e fiquei reconhecendo que eles amavam os pobres e os doentes e eu cri na sua religião.
Hoje eu sou evangélico e conheço o amor de Deus. A minha família sabe que o amor
entrou em meu coração e eu mudei. Agora meus familiares também se tornaram cristãos
evangélicos.”(5)
Um outro africano disse: “Eu nunca cria na veracidade do Evangelho e nunca
pude vencer minha antipatia contra os brancos até que vi um missionário inglês importar-
se com pessoas leprosas. Eu sei que os brancos não amam naturalmente os pretos e
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que ninguém, branco ou preto, gosta de olhar para um leproso. Assim, reconheci que
Deus estava com aquele branco. Agora eu amo a Deus, e o ódio que tive em meu
coração contra os brancos desapareceu completamente.”(6)
Um médico da Índia, funcionário para supervisionar hospitais do governo numa
área extensa e populosa, observou que os cristãos eram apenas um por cento da
população do seu distrito, mas providenciavam 30 por cento do pessoal de trabalho
naqueles hospitais e três por cento dos pacientes. Sua conclusão era que os cristãos
faziam o povo consciente de sua saúde. Disse ainda que muitos pacientes hindus e
islamitas foram persuadidos por amigos cristãos a vir ao hospital para tratamento.(7)
Opinião favorável de um brâmane sobre o Cristianismo: “Tenho pavor dos males
praticados pelo Hinduismo contra os intocáveis (os párias, a casta mais baixa e
desprezada, quem toca um deles torna-se impuro). Igualmente detesto os males do
Islamismo durante seu longo desregramento na Índia. Mas não posso aceitar a denúncia
comunista de que todas as religiões são más, porque as missões cristãs fizeram e estão
fazendo tantas coisas boas na Índia e em todo o mundo.” (8)
Um outro brâmane disse: “Quando se efetuou a partição da Índia, eu estava numa
área do Punjab que então tornou-se parte do Paquistão Ocidental. Antes que pudesse
partir para casa, através das fronteiras, os islamitas começaram a matar hindus. Amigos
cristãos esconderam-me em sua casa durante o dia e à noite atravessei a fronteira onde
outros cristãos me esconderam. Durante a quarta noite de viagem, sempre em perigo,
alcancei a Índia. Durante todo o tempo da minha fuga, pensei que o Islamismo é uma
religião má. O Hinduísmo seria melhor. Meu povo não mataria os islamitas assim como
eles matavam os hindus. Mas quando tinha atravessado a fronteira, verifiquei que o
Hinduísmo era tão mau quanto o Islamismo. Os hindus estavam matando islamitas na
Índia exatamente assim como os islamitas estavam matando hindus no Paquistão.
Comecei a odiar a religião. Mas então, felizmente lembrei-me de como os cristãos tinham
arriscado a sua vida para salvar-me dos islamitas. Depois outros cristãos fizeram o
mesmo com islamitas na Índia. O comunismo nos estava ensinando a matar os
capitalistas. Em vez de condenar todas as religiões, decidi adotar a religião que ensina
que Deus é amor e que todos os homens devem amar-se mutuamente. Agora estou feliz
e desejo que todas as pessoas amem a Deus assim como nós, cristãos, aprendemos.”(9)
Um missionário na África nos disse que lá a vida e a doutrina se identificam.
Ensinar é demonstrar. O africano só compreende o Evangelho quando é demonstrado na
prática. O Evangelho consiste na vida integral desde a construção de cabanas até a
assistência aos doentes. Quando consultamos o ministro de Cultura do governo
provisório de Moçambique sobre as possibilidades de uma missão luterana naquele país,
ele nos respondeu: “Depende do tipo de trabalho. Se vierem para trabalhar no estilo
tradicional como fizeram muitos missionários, no passado, em que o missionário vem todo
satisfeito no seu Jipe, reza a sua missa e depois volta, deixando atrás de si uma
população faminta, então não haverá oportunidade para a sua missão. Mas se vierem
resolvidos a prestar uma assistência integral ao cidadão moçambicano, então haverá
chances.” Notamos que a Igreja Luterana gozava de um bom conceito tanto em
Moçambique como em Angola por causa do auxílio aos refugiados de guerra que a
Federação Luterana Mundial já havia proporcionado.
Vemos como o agir do cristão produz tão grandes efeitos em países pagãos em
que a ação, muitas vezes, precede a proclamação do Evangelho e é freqüentemente o
único canal de acesso ao coração alheio. Mas também em nosso ambiente, o agir do
cristão é tão necessário como lá e atinge o coração dos não-convertidos antes que sejam
tocados pela mensagem do Evangelho.
“O senhor quer saber por que entrei na sua Igreja?”, um recém-convertido
perguntou a seu pastor. “Foi por causa da família vizinha. Eram membros de sua Igreja.
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Tinham dois filhos adolescentes assim como nós. Aquela família não ganhava mais do
que nós, mas parecia possuir algo que nos faltava – paz de espírito, laços de união,
senso de lealdade, amor contagiante – não sei como descrevê-lo. Seja o que fosse, nós
desejávamos possuí-lo também e esperávamos encontrá-lo em sua Igreja.”(10)
Quando uma senhora cristã, apenas de nome, perguntou a outra senhora como
tinha sido capaz de suportar um duro golpe relativo a um desastre de seu filho, com tanta
resignação, ela tomou a sua Bíblia e começou a ler para a sua interlocutora acerca de
Jesus e como ele nos provou o seu amor, vindo a este mundo e morrendo por nossos
pecados. A vizinha, que havia sido por muito tempo membro de uma Igreja moderna
sempre havia visto em Jesus um grande idealista, mas homem nada prático. Naquele
dia, ela o via numa nova luz. Começou então a compreender por que sua amiga havia
suportado tudo isso com tanta paciência e, após algumas instruções, confessou a sua fé e
entrou na mesma Igreja.(11)
Certa vez uma viúva, já bem idosa, fez uma visita evangelística a uma casa de
extrema pobreza. Ao longo da conversa, o dono da casa informou que pertencera a uma
Igreja, mas a Igreja sempre vivia pedindo dinheiro e eles não o tinham. Disse que, de
momento, precisava de um corte de cabelo e não tinha dinheiro para pagá-lo. A visitante
pediu licença, correu para casa e buscou a sua máquina de cortar cabelo, fazendo as
vezes de cabeleireiro. À noite, aquele casal acompanhou-a à Igreja. Ambos aceitaram a
instrução e mais tarde se filiaram. No dia em que os dois fizeram profissão de fé, a viúva,
como presente, tornou-se a sua amiga permanente.(12)
É verdade, muitas vezes atos, falam mais alto do que palavras. Mas não nos
iludamos. Não é suficiente ser cristão e agir como cristão para ser uma autêntica
testemunha. Já dissemos, o Evangelho não se propaga por radiação. Para completar o
tripé do testemunho cristão é preciso também, sem falta, falar como cristão.
Falar como cristão é abrir a sua boca e contar aos outros o que Cristo fez por nós.
É também compartilhar as nossas experiências e vivências cristãs com os semelhantes.
“Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”, disse Pedro
às autoridades dos judeus, quando estas lhes quiseram impor o silêncio. E o apóstolo
Paulo diz em Rm 10.9: “Se com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” João escreve na
sua primeira epístola, cap. 4, v.15: “Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus,
Deus permanece nele, e ele, em Deus.” Jesus declara em Lc 12. 8,9: “Todo aquele que
me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos
anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de
Deus.” Em Ez 3.18, Deus ameaça até de requerer o sangue do perverso da mão do
profeta, se este não o avisar de seu mau caminho.
Há tantos cristãos que não acordaram ainda para a necessidade do testemunho,
também com a boca. Pensam que basta ser cristão e agir como cristão. São apenas um
tripé capenga ou um avião ao qual falta uma asa para voar. Quantos há que pensam que
com as suas contribuições cumpriram o seu dever. Acham que eles entram com o
dinheiro; e os pastores, com o trabalho. As contribuições ajudam para enviar missionários
aonde todos não possam ir, mas elas não eximem ninguém de dar testemunho oral aos
concidadãos que diariamente convivem com eles no lugar em que moram. Por falta de
testemunho oral, muitos se perdem eternamente ou são convertidos por crentes de outras
Igrejas que, muitas vezes, não possuem os conhecimentos e a pureza da doutrina. Deste
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modo, abdica-se do maior privilégio que Deus concedeu ao crente: ser cooperador no seu
reino na salvação de almas imortais.
Conta-se que certo jovem crente trabalhou por muitos anos numa empresa, mas
nunca se lembrou de falar de Cristo a seus colegas de trabalho. Certo dia, um desses
colegas converteu-se e veio com muita pressa e alegria falar ao nosso jovem do amor de
Deus, procurando evangelizá-lo.(13)
Podemos imaginar muito bem a vergonha que deve ter sentido. Quantos colegas
de trabalho poderíamos ganhar se lhes déssemos o testemunho oral. É lamentável
sempre verificar de novo como crentes convivem diariamente com pessoas não-
convertidas no mesmo local de trabalho sem lhes falar uma só vez de Cristo.
Houve certa congregação cristã que, por mais de um ano, não recebeu o
acréscimo de nenhuma alma convertida. O pastor convocou uma reunião da diretoria e
propôs a sua demissão.
A diretoria se opôs vivamente às intenções do pastor, alegando que estavam
sendo edificados espiritualmente e que não havia nenhum motivo para a demissão do
pastor.
– Vocês foram edificados para quê?, perguntou o pastor.
No diálogo que se seguiu, o pastor finalmente voltou-se ao presidente e lhe
perguntou:
– Acredita que através do senhor já foi salva uma alma?
– Não – respondeu o presidente. E todos os demais membros da diretoria tiveram
que confessar o mesmo.
Então o pastor voltou à carga:
– A não ser que o Senhor acrescente à nossa congregação novos convertidos
num futuro próximo, conclamo os senhores a também renunciar como membros da
diretoria.
– Mas estamos indo muito bem – replicaram.
– Não estamos indo nada bem – respondeu o pastor.
Então ele os fez cair de joelhos e em oração pediu a Deus que todos se
dedicassem à evangelização pessoal.
A reunião aconteceu num sábado à noite. Na segunda-feira seguinte de manhã, o
presidente dirigiu-se a seu caixa de confiança e disse:
– Quanto tempo você está empregado em minha firma?•
– 15 anos – foi a resposta.
Então o presidente replicou:
– Sou o presidente da Igreja em que você já assistiu a um ou outro culto. Mas
você não é um cristão. Eu sei disso desde muitos anos. Mas nunca falei uma palavra a
respeito com você. Mas agora minha alma está em chamas e eu gostaria de falar-lhe do
amor de Jesus.
Assim, o presidente procedeu também com outros empregados naquele dia. Os
outros colegas da diretoria fizeram o mesmo em seus lugares de trabalho, e o resultado
foi que no domingo seguinte mais de 30 prospectos apareceram no culto com vontade de
se tornar membros daquela congregação.(14)
Infelizmente, a falta de testemunho oral pode ocorrer até em seminários. O Dr.
Trumbell conta de um homem que foi fazer a visita a um seminarista. Enquanto esperava
pelo jovem, procurou uma oportunidade para evangelizar. Dirigiu-se ao zelador do
Seminário que nunca havia visto antes. Cumprimentou-o e falou com ele a respeito do
Salvador. Antes da chegada do seminarista, já havia conduzido o zelador aos pés de
Cristo. Então este lhe confidenciou que, embora estivesse trabalhando naquele seminário
há muitos anos e em contato diário com dezenas de homens que se preparavam para o
ministério, ninguém jamais lhe falara da necessidade de sua salvação.(15)
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CAPÍTULO VI
Não seria necessário dizer mais nada a respeito das qualidades dum evangelista.
Pois quem é uma autêntica testemunha de Cristo tem implicitamente todas as qualidades
que ainda vamos alinhar. Mas como a nossa linguagem é analítica e resta ainda muito a
dizer, citemos, dentre outras, as principais:
1. CONSAGRAÇÃO.
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em geral impelem as pessoas às grandes obras, como, por exemplo, o amor à aventura, a
ambição da glória, o interesse financeiro ou o devotamento à pátria não podiam explicar a
atitude de Livingstone. Com estas perplexidades no espírito, procuraram uma associação
missionária em Nova Iorque para obter esclarecimentos sobre este pormenor biográfico
que lhes parecia tão enigmático. A resposta foi simples e dada nestes termos: “O que o
inspirou, mantendo-o sempre fiel na sua missão, foi o amor a Cristo.”(4)
Assim como Livingstone, milhares de outros crentes consagraram a sua vida a
Jesus num amor supremo e num espírito de renúncia a toda prova. Mas o maior dos
servos consagrados dos quais todos os outros eram aprendizes é, sem dúvida, o apóstolo
Paulo que o comprovou com a sua vida e com suas palavras, quando escreveu: “Mas o
que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras
considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus,
meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para
conseguir Cristo.” (Fp 3.7,8)
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assustadores que praticavam uma religião falsa por falsos motivos. Felizmente, o grupo
de evangélicos não se perturbou, continuando tranqüilamente o seu culto até o fim.
Uma coisa é dar testemunho de sua salvação com todo o zelo. Outra coisa bem
diferente é ser fanático e lutar por uma causa perdida. Temos que admirar, mas ao
mesmo tempo ter pena dos comunistas. Temos que admirar o seu zelo, mas ter pena
que a causa por que lutam é falsa e traz apenas desgraça à humanidade, embora eles
digam o contrário. Em 1903, seu iniciador Lenine, com 17 seguidores, começou seu
ataque ao mundo. Em 1918, já havia aumentado para 40 mil até que ele dominou os 160
milhões de russos. O movimento continua até hoje e mais de um terço da humanidade já
caiu sob seu controle. †
É exatamente o zelo com que cada comunista luta a causa de seu sucesso. Isso
se reflete tão bem numa carta que um universitário, comunista norte-americano, escreveu
a sua ex-noiva, explicando o rompimento de seu noivado: “Nós, comunistas, temos uma
medida bem elevada de infortúnios. Somos nós em que atiram, a quem enforcam e
cobrem de alcatrão quente e penas, escarnecem e difamam, zombam e destituem do
emprego e incomodam de todas as maneiras possíveis. Certa porcentagem de nós morre
assim ou está encarcerada. Vivemos em pobreza virtual. Entregamos ao partido cada
cruzeiro que ganhamos, além do que nos é extremamente indispensável para nos manter
vivos.
Nós, comunistas, não temos tempo nem dinheiro para ir muito a cinemas ou
concertos, para filé mignon, casas decentes ou carros novos. Descrevem-nos como
fanáticos. Somos fanáticos. Nossas vidas então dominadas por uma grande e ofuscante
causa: a luta pelo Comunismo mundial.
Nós, comunistas, possuímos uma filosofia de vida que não se pode comparar com
nenhuma quantia de dinheiro. Temos uma causa pela qual lutar, um propósito definido na
vida. Subordinamos o nosso ser mesquinho e egoísta a um grande movimento de
humanidade e, se nossas vidas parecem difíceis ou nosso ego parece sofrer por causa da
subordinação ao partido, então estamos suficientemente compensados que cada um de
nós, está contribuindo com uma pequena parcela para alguma coisa nova, verdadeira e
melhor para a humanidade. Há uma coisa à qual me dediquei completamente: a causa
comunista. É minha vida, minha profissão, minha religião, meu passatempo predileto,
minha querida, minha esposa e senhora, meu pão e carne. Para ela trabalho durante o
dia e com ela sonho de noite. Seu apego a mim não diminui; cresce, porém, com o
tempo. Portanto, não posso fazer amizades, namorar, nem conversar sem me referir a
esta força que impele e guia a minha vida. Eu avalio pessoas, idéias e ações de acordo
com a sua atitude para com ela. Já tenho estado na prisão por causa das minhas idéias
e, se necessário, estou pronto a enfrentar uma linha de fogo.”(9)
Quanto fanatismo, quanta luta exaustiva por uma causa perdida. Mas estão
conquistando o mundo. Acordemos, nós, os cristãos. Sintamos vergonha de nossa
indolência e de nosso temor de sermos chamados de fanáticos. Consagremo-nos à
causa de Cristo, que é a única causa de alcance eterno neste mundo. O fanatismo
desgraça e torna infelizes os seus adeptos. A consagração, ao contrário, os torna
perenemente felizes. Vale, pois, a pena consagrarmo-nos a Cristo, entregando-lhe toda a
nossa pessoa, amando-o intensamente e renunciando a tudo que venha contrariar o
nosso zelo por sua causa.
2. PLENITUDE DO ESPÍRITO.
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3. ESPÍRITO DE ORAÇÃO.
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3.1. Principais razões por que as nossas orações muitas vezes permanecem
desatendidas.
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sepultado. Se não for também sepultado, então o mau cheiro do velho homem vai afastar
as almas de nós. Mas quando estas três providências afastarem o velho homem, o novo
homem torna-se vivo, acorda e senta-se no trono.”
Ele achava fundamental esta crucificação do eu para o trabalho de conquista de
almas. Se ele não ganhava as almas pedidas na oração, abatia-se tal peso sobre seu
coração que passava por grande agonia. Perguntava a seu Senhor qual tinha sido o
obstáculo. Sem exceção, descobria que era a falta de louvor e agradecimento em sua
vida. Então costumava confessar este pecado e pedir o perdão, implorando pelo espírito
de louvor e agradecimento como qualquer outro dom. Quando louvava e agradecia a seu
Deus, ia sendo procurado por almas desejosas de salvação e acalmavam-se, assim, seus
anseios.(17)
O pecado de Acã impediu aos israelitas de conquistar a pequenina cidade de Ai,
no primeiro assalto. Só depois de removido, foi possível prosseguir na conquista de
Canaã. A covardia e o desinteresse reduziu o exército de Gideão a 300 homens
corajosos e dedicados, que, sozinhos, conseguiram o que não teriam conseguido os
primitivos 30 mil em pecado. O anseio por pureza de coração sempre foi o apanágio dos
grandes homens de Deus aos quais Deus concedia seus graciosos dons muito além
daquilo que podiam imaginar.
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banco quando, vinte minutos após o início do culto, aquele homem entrou na igreja. Eu
não podia crer no que via. Estou convencido de que foi mais o poder da oração que
nosso testemunho a causa do resultado.”(23)
Uma jovem senhora, antes de sua primeira visita, estava com muito medo. Ela
contou que orava fervorosamente, enquanto subia a escada da primeira casa a ser
visitada. Não tinha coragem de bater à porta. Apenas orava para que ninguém estivesse
em casa.
Mas, repentinamente, ela se via apertando a campainha e sendo convidada a
entrar. O pessoal era receptivo e por alguns momentos conversava com respeito à igreja.
Ela deu então o seu testemunho, dizendo o que significavam Cristo e a Igreja para ela.
Ainda estendeu-lhes um convite para o próximo culto e se despediu.
Após sua volta à igreja para o relatório da visita, estava desvanecida. Deus havia
respondido à sua oração – mais do que respondido. Em lugar de conceder-lhe o que
pedira, ele a capacitara de testificar e demover a família visitada a aceitar o seu
testemunho. Ela aprendera alguma coisa da oração naquele dia. “Antes que clamarem,
eu responderei”, diz o Senhor. Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que
tudo quanto pedimos ou pensamos.(24)
Um cidadão, John Moulton, foi visitado três vezes sem resultados aparentes. John
nem se predispunha a travar um diálogo. Respondia às perguntas com monossílabos.
Finalmente, depois de feita uma oração, ele se abriu, dizendo: “Pastor, perdoe-me por ter
sido tão grosseiro. Eu sei que nunca poderia tornar-me membro de sua Igreja por causa
de meu passado. Mas, se o senhor quiser ouvir-me, contarei a minha história.”
Derramou, então, o seu coração, confessando uma vida de total avareza e egoísmo.
Seus atos envolviam falsificações, desencaminhamento duma casa de suas irmãs e
mágoas causadas a seu pai que o levaram cedo à sepultura. Como o pastor acreditava
firmemente no sacrifício expiador de Cristo, estava apto a socorrer John e, mais tarde,
toda a sua família. (25)
O que palavras não conseguiram foi resolvido por uma oração, feita em hora
oportuna, capaz de derreter o coração mais glacial e de malhar o caráter mais
endurecido.
Como orar? Muitos não têm coragem de pronunciar uma oração livre, por menor
que seja. Em nossos cursos de evangelização, sempre de novo deparamos com a
dificuldade de pronunciar orações livres da parte dos alunos. Grande parte se limitava às
orações decoradas desde a infância, herança que de nenhuma maneira devemos
desprezar nem deixar de praticar. Mas é necessário que aprendamos, ao lado das
orações decoradas, também fazer orações livres cada vez mais desenvolvidas,
especialmente no trabalho da evangelização onde os problemas são específicos e
sempre se apresentam sob novas formas. Para facilitar a tarefa, indicamos aqui umas
normas gerais, elaboradas pelo pastor A. Graf em seu livro The Church in lhe Community.
3.2.1. O endereçamento.
Como crianças se dirigem a seu pai para fazer um pedido, assim nós nos dirigimos
ao nosso Pai celestial. Para nos lembrar e ao nosso prospecto que espécie de pai temos,
começamos mais ou menos assim: “Amado Pai celestial, que és o doador de toda boa
dádiva e de todo dom perfeito e que, em teu amor, nos enviaste Jesus como nosso
Salvador do pecado, da morte e da condenação...”
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3.2.3. O pedido.
O agradecimento é seguido pelo pedido. Novamente o divida em duas partes.
Primeiro, peça bênçãos gerais. Em seguida, pleiteie bênçãos particulares no interesse do
prospecto. Exemplo:
Pedimos que sempre nos queiras conservar reconhecidos por teu amor, queiras
constantemente fortalecer nossa confiança em ti e fazer que permaneçamos agradecidos
a ti.
Especialmente pedimos-te (aqui seguirão pedidos específicos de acordo com a
ocasião) que queiras abençoar esta família, o Sr. (prospecto), sua esposa e seus filhos
(mencionar nomes, se possível). Em seu amor, eles prometeram levar seus filhos à
escola dominical. Não permitas que o diabo nenhuma outra força deste mundo os
desviem deste propósito. Ajuda os pais a serem não apenas pais, mas pais cristãos e que
conduzam seus filhos para uma vida que seja eterna por tudo que lhes dizem e fazem.
Dá-lhes a sabedoria e a coragem para que se tornem, pouco a pouco, aquilo que
gostariam de ser por tua causa. Ajuda-me a ser um bom pastor (ou amigo) para eles e
seus filhos...
3.2.4. A conclusão.
Muitos têm dificuldades em começar. Encontram a mesma ao terminar. Orações
dessas não devem ser muito longas. Já que a oração cristã sempre deve conter o
Evangelho (Note como o Evangelho se fez presente nas notas acima.), o primeiro
propósito é fazer o prospecto falar com Deus, juntamente com você. A conclusão deve
expressar confiança porque tudo foi pedido em nome de Jesus. Exemplo: Sabemos que
somos pecadores e não merecemos bem algum de ti. Mas como prometeste atender a
todos que vêm a ti em nome de Jesus, nós te pedimos que nos queiras ouvir e abençoar
em seu nome. Amém.
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prospectos. Isso não apenas lhe dá confiança, mas também lhe proporciona uma sólida
estrutura à qual você pode acrescentar detalhes específicos sem pular para cá e para lá a
ponto de deixar o prospecto e Deus em confusão.
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assim: “Oh! Deus...” e não pôde continuar. Então pigarreou durante alguns momentos e
clamou de novo: “Oh! Deus...” Ficou nisso e não conseguia falar uma sentença
completa. Mas o evangelista disse que se podia sentir o poder excepcional de Deus
subindo daquele coração carregado.
Após algum tempo, todos os presentes começaram a sentir o peso. Podiam-se
perceber as orações que se desprendiam deles. Podiam-se ouvir pigarros em todos os
bancos. Finalmente, o lavrador exclamou: “Oh! Deus, tu conheces o peso do meu
coração. Amém.”
O evangelista disse que o poder de Deus caiu sobre as pessoas naquela reunião.
Nunca tinha ouvido uma oração tão poderosa. Nunca sentira a ação do Espírito como
naquele dia. Naquela reunião, muitos se arrependeram e, antes de terminar, um
poderoso reavivamento moveu a Igreja. Não são as palavras expressas na oração que
contam, mas o espírito delas.(27)
Graças a Deus, apesar da incredulidade nos nossos dias, apesar da ilimitada
confiança que muitos milhões depositam hoje nas conquistas da ciência, apesar de a
metade do mundo encontrar-se dominada por forças políticas atéias, ainda há milhões e
milhões de cristãos cujas vidas dependem de suas orações fervorosas. Um presidente
dos Estados Unidos declarou: “Somos sustentados e inspirados pelas orações de
milhões de pessoas.” Declarou, ainda, que nesta época, em que a religião parece estar
fora de moda, mais da metade das cartas que recebe traz a informação: “Estamos
orando pelo senhor, presidente.”(28)
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4.1.3. Deve servir de higiene espiritual ao crente, de luz para o seu caminho, de
pão espiritual e de água da vida.
No entanto, a Palavra de Deus não é só útil para a conversão. Ela deve
acompanhar o crente através de toda a sua vida. Deve ser seu alimento diário, para
fortalecer a sua fé e para fazê-lo progredir na sua vida piedosa. O evangelista, portanto,
deve aplicá-la diariamente primeiro à sua própria vida e, em seguida, aos convertidos e
aos que ainda não são membros de sua congregação.
Um vendedor de Bíblias entrou numa fábrica de sabão e ofereceu uma Bíblia ao
dono. Como esse era ateu, começou a zombar, dizendo:
– Vocês dizem que a Bíblia melhora o mundo, mas o mundo anda cada vez pior,
apesar de suas Bíblias.
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4.2.2. Dr. Victor F. Hess, que recebeu o prêmio Nobel por sua descoberta dos
raios cósmicos: “Preciso confessar que, nos longos anos de minhas pesquisas no campo
da física e da geofísica, não tenho encontrado um só exemplo de descoberta científica
que esteja em conflito com a fé religiosa. Diz-se, às vezes, que a necessidade das leis da
natureza é incompatível com a livre vontade do homem e com os milagres. Isso não é
verdade. Quando os cientistas formulam as famosas leis da física, eles estão
perfeitamente certos, por exemplo, de que não podem predizer melhor a história da vida
real de um átomo de rádio do que predizer a conduta moral desta ou daquela pessoa.
Deve um cientista duvidar da realidade dos milagres? Como cientista, respondo
enfaticamente: Não! Não vejo motivo algum por que o Deus todo-poderoso que nos criou
e criou tudo à volta de nós, não possa suspender ou modificar – se achar prudente fazer
assim – o curso natural dos fatos.(40)
4.2.3. Dr. Don L. Lind, astronauta e físico nuclear da Nasa: “Quanto mais a
ciência descobre alguma coisa sobre a própria vida, tanto mais confiança podemos ter no
que a Bíblia diz acerca do que deve ser a vida que nós vivemos.”(41)
A Bíblia é mais poderosa que a ciência. Esta conseguiu grandes resultados, mas
ainda não conseguiu o que a Bíblia já conseguiu milhões de vezes e ainda está
conseguindo: transformar uma vida, regenerar o coração mais pecaminoso, transformar
povos inteiros, até canibais, mudar o curso da história, reerguer os abatidos, acalmar os
angustiados, confortar os tristes, dar novas esperanças aos desesperançados. Por isso,
aquele que cultiva o seu estudo diariamente torna-se uma personalidade cada vez mais
rica em tesouros espirituais e torna-se uma bênção para si mesmo e para muitos outros.
Podemos comparar a Bíblia com uma inesgotável mina de metais preciosos que
aumentam na proporção em que se cava em profundidade. Podemos lê-la e relê-la e
depois reprisar sua leitura indefinidamente. A cada nova leitura, encontramos novos
tesouros espirituais.
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4.4.4. Não se esqueça de pedir humildemente a bênção divina toda vez que abrir
as páginas de sua querida Bíblia; o próprio Espírito Santo iluminará o seu entendimento.
Lembre-se de que você quer adquirir um conhecimento prático de sua Bíblia que possa
torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. (2 Tm 3.15) E este só pode ser
adquirido com humildade e muita oração.
Certo pastor contou que nunca soube o que quer dizer perdido, até que uma
menina se perdeu no lugar em que trabalhava, no Texas (EUA). Essa menina e seu
irmão menor foram ao campo para olhar as vacas, mas não as encontraram. Veio a noite,
e os dois começaram a se desentender sobre o caminho que conduziria para casa.
Ninguém cedeu. Cada um foi pelo caminho que julgava certo.
Quando o menino chegou em casa, noite fechada, a mãe perguntou,
sobressaltada:
– Filho, onde está tua irmã?
– Ela disse que eu estava no caminho errado e não quis voltar comigo. Foi pelo
outro caminho.
Sabiam que as feras iriam devorar a pequena. A notícia correu, e os vizinhos se
juntaram para procurar a criança. As mulheres ficaram orando com a mãe, enquanto os
homens se espalharam pela floresta.
Foi combinado que o disparo de um tiro seria o sinal do encontro da menina. Após
o amanhecer, na manhã seguinte, escutou-se a detonação de um tiro ecoar pelas matas.
Cada um apressou-se a voltar, sabendo que a perdida havia sido achada.
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número. Depois de haver construído sua igreja, de possuir um número suficiente para
fazer face a todas as despesas, fecham-se sobre si mesmas com uma auto-satisfação
egoísta.
É preciso reagir contra tal derrota espiritual; é preciso cultivar intensamente uma
profunda preocupação e compaixão pelas almas perdidas, a começar pelos pastores até
os membros mais humildes. É preciso transformar todas as nossas congregações de
egocêntricas em alterocêntricas, e o melhor meio para fazer isso é, como alguém muito
apropriadamente disse: “colocar a Igreja doente em dieta missionária. Esse é o seu
melhor remédio.” Só a evangelização, a preocupação pelas almas alheias, pode tornar
uma Igreja realmente viva e florescente. Alexandre Duff disse: “A Igreja que deixa de ser
evangelística, em breve, deixa de ser evangélica.”(53)
Fora do trabalho organizado da congregação, longe do local dos nossos cultos,
em encontros ocasionais com estranhos no local de nosso trabalho ou em viagens, no
período de férias em lugares de repouso, mostramos realmente, em todos esses
momentos e locais, preocupação pela alma de nosso próximo, de nosso colega de
recreação, de nosso companheiro de viagem? Em nossa conversa, incluímos o tema da
salvação eterna? Quantos o fazem realmente?
Havia dois meninos que se criaram juntos. Um tornou-se advogado infiel; o outro;
um pregador. Certa vez, o advogado convidou o pregador para passar com ele uma
semana de férias nas montanhas. Temendo ofender seu amigo, caso lhe falasse de
religião, o pregador falhou quanto a falar-lhe a respeito de Cristo.
Quando chegou o momento de o pregador partir, o advogado levou-o ao trem e
teve com ele o seguinte diálogo:
– Bill, eu sei que você é um ministro do Evangelho. Você crê como outros
pregadores?
– Sim, sou um ministro ortodoxo, creio na Bíblia – Bill respondeu.
– Você crê no que a Bíblia diz a respeito de Cristo, que ele é o Filho de Deus e
morreu pelos pecados dos homens, também pelos meus?
– Claro que creio.
– Você crê que existe um lugar chamado inferno aonde irão os pecadores como
eu, sofrer para sempre, se não nos arrependermos de nossos pecados e confiarmos em
vosso Cristo para salvar-nos?
– Sim, eu creio porque a Bíblia ensina que há um inferno eterno aguardando os
não-arrependidos.
O advogado respondeu quase gritando:
– É mentira. Você não crê em nada disso. Se eu cresse que você estaria perdido
e no caminho para arder para sempre, eu não visitaria a sua casa durante uma semana
sem mencionar a salvação para você. Eu me prostraria sobre minhas mãos de joelhos e
lhe pediria que aceitasse a salvação. Não temeria qualquer preço a pagar para salvá-lo
do inferno no que você diz acreditar.(54)
Aqui está, talvez, a razão fundamental do nosso problema de falta de preocupação
e compaixão. Não acreditamos tão profundamente na realidade do castigo eterno do
pecador ou, talvez, achamos que ele assim mesmo se salvará sem crer em Cristo ou que
Deus, enfim, dê “um jeitinho” e declare um perdão universal ou, quem sabe, acreditamos
no aniquilamento dos ímpios. De qualquer forma, a realidade da condenação eterna
ainda não nos agarrou como devia. Mas é uma realidade que não podemos abrandar
com as nossas idéias, pois a Escritura afirma tanto a exclusividade da salvação por Cristo
como a condenação eterna do pecador.
Essa era convicção profunda a respeito da condenação eterna que fez de tio John
Vassar um dos maiores conquistadores de almas do século XVIII. Ele exercia uma
atividade incansável neste setor. Conta-se que, uma vez, foi ajudar um pastor em uma
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reunião. Passando pela estrada que vinha da estação, o pastor apontou uma moradia do
outro lado da estrada que pertencia a um ferreiro e disse:
– O velho ferreiro não é cristão. Acho conveniente você visitá-lo, enquanto estiver
aqui.
O Sr. Vassar respondeu:
– Eu irei e falarei com ele agora.
Em menos de dez minutos, o ferreiro largou a pata do cavalo que estava ferrando,
pôs-se de joelhos e orou a Deus, pedindo clemência por sua alma.
Em outra ocasião, o Sr. Vassar foi subindo e descendo certa rua, distribuindo
folhetos, falando e orando com indivíduos por suas almas. Uma senhora ouvira falar
daquele estranho homem e disse: “Se ele vier a minha porta, vou-lhe bater a porta na
cara.” Sem conhecer a mentalidade da senhora, o Sr. Vassar apertou a sua campainha
no outro dia. Ela abriu e, quando percebeu que era aquele estranho que lhe haviam
descrito, bateu-lhe a porta no rosto. O Sr. Vassar, imperturbável, sentou-se na escada
em frente à porta e cantou um verso que expressava este pensamento: “Gotas de
aborrecimento nunca podem pagar a dívida do amor que devo. Aqui, Senhor, dou-me a
mim mesmo, é tudo que eu posso fazer.”
Mais uma ilustração do mesmo evangelista nos mostra como esta sua
preocupação se estampava no seu rosto e foi vivamente sentida pelas pessoas com
quem falava. Um dia, John Vassar estava sentado num hotel. Como de costume, estava
preocupado em falar às pessoas sobre o problema de suas almas. Começou a falar com
uma senhora que parecia culta. Ela começou a verter lágrimas. Neste momento,
apareceu seu marido, que a tomou pelo braço e a levou embora.
– O que o homem estava conversando e qual o motivo de tuas lágrimas? –
perguntou.
Ela respondeu:
– Era tio John Vassar e ele me perguntou se estava salva. Ele me falava a
respeito de minha alma.
– Por que não lhe disseste que és membro de uma Igreja? – o marido replicou.
– Mas ele não me perguntou se era membro de uma Igreja. Ele me perguntou se
eu estava salva, se havia nascido de novo. E eu estou com medo de que ainda não
esteja.
– Então, por que tu não lhe disseste que ele se importasse com o seu trabalho?
Com um pigarro na voz, ela respondeu:
- Se tu tivesses ouvido a maneira como me falou, terias concordado que ele
estava atendendo a seu trabalho.(55)
Como sempre, Jesus nos deu o melhor exemplo neste sentido. Chorou sobre a
cidade de Jerusalém porque esteve preocupado com a perdição eterna de seus
habitantes. Em Mt 9.36, lemos: “Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas,
porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” E que grande
compaixão Jesus demonstrou também com pecadores individuais, como a mulher
adúltera no templo, Jo 8.1-11, Zaqueu, Lc 19.1-10 e tantos outros que não curava apenas
de suas enfermidades físicas, mas também espirituais. Que compaixão traduziu a sua
oração na cruz pela ignorância dos seus carrascos: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem
o que fazem.” Enfim, o seu sacrifício sobre a cruz. Qual a sua motivação fundamental?
Compaixão pela humanidade perdida no pecado. Se esta não fosse um fato, jamais teria
assumido um tal sacrifício.
E o apóstolo Paulo? Que lição sublime de preocupação e de compaixão nos deu
em todas as suas atividades? A sua compaixão pelo próximo nos toca profundamente
quando lemos o capítulo 9 aos Romanos, em que diz que, se fosse possível, estaria
pronto a se perder, se sua perdição pudesse salvar seus irmãos na carne, os judeus.
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Bill então explicou-lhe que era o Filho de Deus que descera do céu e dera a sua
vida como pagamento por todas as malvadezas que cometemos. Após uma breve
apresentação do Evangelho, ele continuou:
– Queres freqüentar uma escola dominical, onde ainda podes aprender mais sobre
Jesus?
Satchmo concordou que gostaria. Bill prometeu buscá-lo em sua casa no próximo
domingo de manhã e levá-lo à escola dominical. Cumpriu sua promessa. Satchmo
matriculou-se numa escola dominical cristã.
Pouco depois, Bill voltou a sua cidade sem encontrar de novo seu pequeno amigo.
Passaram-se aproximadamente 10 anos. Quando Bill voltou à cidade de Satchmo, em
missão comercial, decidiu informar-se que fim levara o menino. Foi àquela escola
dominical a qual levara o amiguinho, há uma década, e vejam que surpresa: ali estava
Satchmo, um belo rapaz de uns 16 anos, lecionando para uma turma da escola dominical.
Você pode imaginar alguma coisa que tivesse proporcionado maior alegria a Bill?
Suponha que você fosse Bill jogando bola naquele dia. Você teria tomado o seu
tempo falando de Jesus a uma criança ? Você realmente se preocupa pela alma alheia e
aproveita todas as oportunidades que Deus lhe dá para repartir com ela o Evangelho?(58)
Uma jovem artista francesa, atéia, estava planejando produzir um balé, no qual
ridicularizaria a Igreja. A encenação do lado direito do palco mostrava o sol nascendo no
horizonte. No lado esquerdo, um pouco nos fundos, estava um grande painel de uma
igreja. Os dançarinos ficavam vivamente entusiasmados enquanto dançavam na frente,
em face do sol. Isto devia simbolizar a vida natural e todos os prazeres que ela
proporciona. Quando os dançarinos passavam para o lado esquerdo, em frente da igreja,
o ritmo da dança diminuía até que o movimento cessava quase por completo.
Gradualmente, caíam ao chão como se tivessem morrido. Isso era para simbolizar que a
religião tira toda a alegria da vida e a torna monótona e desinteressante.
O balé nunca se realizou. Antes de sua estréia, a artista encontrou um soldado
americano na França. Casaram-se e mudaram-se para os Estados Unidos. A jovem
esposa estava entusiasmada. Encontrava-se numa terra de oportunidades áureas, onde
a vida era rica em diversões mundanas. Mas Deus resolvera algo melhor para ela. Ainda
não residia muito tempo ali, quando descobriram que sofria de tuberculose. Foi levada a
um hospital. Os mais recentes e melhores antibióticos foram administrados. Mas ela
ficava cada vez mais impertinente e não respondia ao tratamento. Parecia sem
esperança, enterrava a cabeça num travesseiro e não queria falar com ninguém. Os
médicos tentaram fazê-la crer que ela recobraria a saúde, se assumisse uma atitude mais
otimista. No entanto, ela não lhes deu atenção.
Um dia, a servente entrou para lavar o chão. Aproximou-se da cama e disse:
– Você é francesa, não é?
– Sim – respondeu a paciente sem interesse.
– Possuo uma pequena Bíblia francesa que não me serve de nada, pois não
entendo a língua. Gostaria de dá-la para você.
A ex-artista não sabia se era para rir ou gritar. Uma Bíblia usava-se nas igrejas e
para ela a igreja representava o fim de tudo que era alegre na vida. Mas resolveu
permanecer polida. Assim concordou em aceitar a Bíblia. Colocou-a sob uma pilha de
revistas do seu criado-mudo.
Aquela noite, não conseguia dormir. “Parecia-me”, disse mais tarde, “que aquela
pequena Bíblia verde me fitava através de todas as revistas.” Finalmente, agarrou-a e
começou a ler. Muitas coisas não entendia, mas algumas afirmações compreendia e
pareciam espantar seus maus espíritos. Estava lendo-a no dia seguinte quando a
bibliotecária entrou.
– O que você esta lendo? – perguntou a bibliotecária.
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– Ninguém me ama.
Então a mulher cristã aproximou-se dela e, tomando a sua face estigmatizada pelo
pecado em suas mãos, levantou-a e disse:
– Eu a amo e Cristo a ama.•
Então a beijou primeiro numa face, depois na outra, e isso derreteu o coração da
pecadora. Suas lágrimas começaram a jorrar como chuva. Ela levantou-se, tiraram-lhe
as cadeias e, até a hora de sua morte, nunca mais as colocaram. Transformou-se de tal
maneira que daquele tempo em diante descia e subia os corredores, qual anjo de
misericórdia, atendendo às necessidades dos outros presos. Que troféu do amor de
Cristo que compele os outros a entrar!(60)
Quando o Dr. Charles Goodwell foi para a Igreja Metodista do Calvário, em Nova
Iorque, ele disse: “Ou nós teremos um reavivamento na Igreja do Calvário ou um enterro
na casa pastoral.” Obtiveram um reavivamento – mil profissões de fé de adultos em dois
anos. Mais tarde, o mesmo pastor escreveu: “Eu percorria as ruas de Nova Iorque todas
as horas da tarde até que me parecia que, se todos os degraus que subi fossem
colocados um em cima do outro, teria dado um bom pedaço de caminho para alcançar a
Lua. Se nada acontece em e através de sua Igreja, seria oportuno perguntar se pastor e
membros não estão gastando os fundilhos de suas calças ao invés das solas de seus
sapatos. Jesus não disse: “Sentai-vos”, mas “Ide!”(61)
Quando perguntaram a Lymann Beecher, então pastor da Igreja de Park Street,
Boston, qual era o segredo de seu sucesso, respondeu: “Eu prego no domingo, mas
tenho 450 membros que, na segunda-feira, levam a minha mensagem e a anunciam em
toda parte.(62)
Preocupação e compaixão pelas almas – esse é o segredo que faz pessoas
aproveitarem todas as oportunidades que encontram para dar testemunho de seu
Salvador. É este o segredo que faz uma congregação, com o pastor à frente, sair de seu
reduto e alvejar as residências de sua comunidade social com o fim de salvar todo o
habitante inconverso. É o segredo que faz muitos pastores prepararem-se
meticulosamente para estas visitas como o fazem com seus sermões e que os fazem
manter sessões de treinamento com seus leigos para o mesmo fim. Nada mais
contagiante do que ver uma congregação toda, sim, uma igreja inteira preocupada com a
sorte eterna de seus semelhantes e sempre reavaliar de novo seus programas e métodos
para atingi-los na sua totalidade.
Desenvolvamos, com a ajuda de Deus, também em nós esta qualidade tão
necessária a todo cristão ativo. Imitemos o exemplo daqueles que arderam de paixão por
seu Salvador e seus semelhantes. Não há outra alternativa para aqueles que
experimentaram profundamente o amor de Cristo em suas vidas. O apóstolo Paulo
declarou: “Para mim o viver é Cristo.” Zinzendorf exclamou: “Tenho uma paixão – é ele
e ele somente.” David Brainerd escreveu em seu diário: “Meu desejo era a conversão
dos gentios e toda a minha esperança estava em Deus.” Hudson Taylor declarou: “Sinto
que não poderei mais viver se alguma coisa não for feita a favor da China. Henry Martin,
quando chegou à Índia, bradou: “Agora quero consumir-me para Deus.” John Kox
exclamou: “Dá-me a Escócia ou eu morro.”(63)
Ao concluir este tópico da preocupação e compaixão que muitas vezes se torna
paixão muito forte, vamos considerar uma objeção que muitos levantam contra uma tal
atitude. Há muitos que têm medo de um emocionalismo que acham prejudicial à obra da
evangelização e, por isso, advogam um permanente controle dos sentimentos.
Geralmente, a conseqüência de um tal controle leva à indiferença e à letargia.
Na evangelização, é preferível excesso de paixão a letargia.
Jesus emocionou-se até chorar sobre Jerusalém. Paulo e outros que acabamos
de mencionar trabalharam na obra do Senhor apaixonadamente.
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Vejamos a análise que o autor de um livro sobre evangelização fez das emoções:
“Jesus viu os homens quais ovelhas sem pastor e ficou movido de compaixão. (Mt 9.36)
Não foi tocado meramente, ele moveu-se de compaixão. Se ele não tivesse se
emocionado, jamais teria emocionado a eles. Esta paixão não é mero emocionalismo. É
esta a diferença entre a corrente profunda e a espuma da superfície na onda. O
observador aperfeiçoado pode distinguir entre as poderosas correntes da paixão pelas
almas e as emoções espumantes. Quando vêm as emoções, sempre haverá alguma
espuma. Não temamos a espuma, é natural. Alguma emoção é esperada. Devemos
salvaguardar-nos sabiamente contra os excessos. Mas não esqueçamos que letargia
espiritual e indiferença moral devem ser muito mais temidas que emoção. Nosso perigo
de hoje não está na direção do emocionalismo incontrolado, mas na tendência de uma
cristandade fria e sem paixão. O Dr. Charles Goodell chama esta paixão inflamante de
tocha inflamatória. O Dr. L. R. Elliot advertiu recentemente contra aqueles que tentaram
roubar o evangelismo de sua tocha inflamatória. Haverá vozes e influências em nossos
dias que tentarão o mesmo.(64)
5.1.1. Cultive-a.
O primeiro impulso de um novo-convertido é contar aos outros a sua experiência
maravilhosa para com Deus. Se isto é suprimido ou negligenciado, seu entusiasmo
morrerá. Há, originariamente, nele a compaixão pelas almas, mas não permanece se não
for cultivada.
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Uma vez, veio um jovem que ajudava a fazer visitas evangelística, dizendo:
– Dr. Spurgeon, estou fortemente desencorajado. Outros vão, pregam, testificam
e almas são conquistadas. Mas quando eu falo, testifico ou prego, nada acontece. Por
que ninguém é salvo, quando eu dou meu testemunho?
Spurgeon perguntou-lhe:
– Filho, você espera que alguém seja salvo todas as vezes em que testifica?
– Não, não sempre, irmão Spurgeon, mas desejo que alguém seja salvo uma ou
outra vez.
Spurgeon respondeu:
– Jovem, é esta justamente a razão por que não obtém resultados; você nunca
espera acontecer alguma coisa. Tenha fé.(65)
Há três razões para uma fé inabalável no trabalho para o nosso Deus: o poder de
Deus, suas promessas e a posterior performance de Deus.
Se nossa fé ainda for fraca no começo do trabalho, comecemos. Teremos força
suficiente para começar e Deus providenciará o resto.
Um menino estava na plataforma duma estação ferroviária, perguntando ao
maquinista, que estava olhando para fora da janela de sua locomotiva: “Quanta força
você conseguiu?” O maquinista informou-lhe que o mostrador do painel indicava 28
libras. O rapaz perguntou: – É força suficiente para chegar a Chatanoga?
– Não, mas é o suficiente para partir – respondeu o maquinista.
Desde que uma pessoa se tenha encontrado com o seu Salvador, ela tem força
suficiente para começar a testemunhar. Assim como a locomotiva gerava mais força
durante a marcha, assim também o cristão conseguirá mais força sobre a força gerada
pelo poder do Espírito Santo, enquanto vai andando e testemunhando Cristo. O medo e o
temor normalmente desaparecem onde um cristão resolveu dar a partida para suas
atividades evangelísticas.(66)
Certo pastor contou que ouviu um pastor negro pregar sobre Hb 13.8, tendo como
tema: “Faça-o de novo, Senhor.” O pregador estabeleceu primeiro o fato de que Deus
nunca muda, que ele é o mesmo, ontem, hoje e sempre. Então deu um relance pelas
páginas da Bíblia, contando como Deus operava milagres para e através de seu povo.
Mostrou como, ainda hoje, temos necessidades semelhantes de que Deus intervenha
com seus milagres em nossa vida. No final de cada relato, o pregador exclamava: “Faça-
o de novo, Senhor.” O pastor contou que, por fim, ele mesmo também quase começava a
gritar, em uníssono, com o pregador: “Faça-o de novo, Senhor”, enquanto pensava no
fato de que Deus era realmente capaz de fazê-lo.(67)
Esta confiança de que Deus ainda hoje é o mesmo Deus e pode fazer milagres
semelhantes aos daquele tempo, deve encorajar-nos tremendamente. O Deus que tomou
um menino pastor e algumas pedrinhas e matou Golias, é capaz de matar também os
gigantes de nossos dias, mesmo com instrumentos insignificantes. O Deus que tomou a
queixada de um jumento e abateu milhões de filisteus através de Sansão é capaz também
de tomar as queixadas de nossos dons e ganhar vitórias para o seu reino. O Deus que
tomou um pescador como Pedro, ungiu-o com o Espírito Santo e com ele salvou
aproximadamente três mil almas num só dia, é também capaz de tomar qualquer um de
nós e provocar um poderoso reavivamento em quaisquer circunstâncias. O Deus que
tomou um homem como Moody, que nem sabia falar corretamente a sua língua materna,
e sacudiu dois continentes com os seus sermões é também capaz de usar qualquer um
de nós que seja dedicado, purificado e consagrado, para os seus divinos propósitos.
Tenhamos fé e confiança em Deus. Vamos agir e esperemos então grandes
coisas de Deus. Empreendamos grandes coisas para Deus. Se nós fizermos o que há
de melhor, em seu nome, creiamos firmemente que ele quer e nos pode usar para
conquistar almas, causar reavivamentos e glorificar o seu nome de uma maneira
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6. PERSUASÃO.
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– É uma oferta generosa, mas não posso considerá-la agora. E finalmente ele se
despediu com o sentimento de não ter obtido êxito.
Entretanto, depois de dois dias, fui àquela loja de pianos, escolhendo um para
minha casa.
Como aquele vendedor conseguiu persuadir-me?
Vindo à minha casa e fazendo uma espécie de trabalho pessoal que criou em mim
uma tal necessidade por aquilo que a sua loja tinha a oferecer que eu não pude mais
resistir. Havia no fundo de minha mente, em meu subconsciente, uma vaga intenção de
possuir um piano algum dia, mas era um desejo latente que aquele comerciante soube
despertar e, por meio de sua persuasão pessoal, o fez transformar em tal atividade que
me obrigou a ir à loja a fim de satisfazê-lo. Aquele vendedor “obrigou-me a entrar”.(69)
É essa a maneira de trazer alguém a Cristo. Jesus mesmo nos deu o exemplo,
quando despertou na mulher samaritana, junto ao poço de Jacó, a demanda da vida
eterna, falando-lhe daquela água que mata a sede para sempre. Devemos fazer tudo o
que está ao nosso alcance para criar num prospecto uma tal demanda pelas
necessidades espirituais que Jesus tem a oferecer-lhe dentro da Igreja, que ele seja
“obrigado a entrar”. (Lc 14.23)
7. PACIÊNCIA.
8. PERSEVERANÇA.
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deve lançar a sua semente e não querer colher imediatamente. Muitas vezes ele, nem
colhe, mas outros depois dele. Há conversões que são instantâneas, mas há outras que
precisam de um longo preparo. O evangelista deve estar pronto para as duas, mas
especialmente deve persistir naquelas que demoram.
Aquele que atravessa certa região de Indiana e alguns outros estados da América
do Norte fica impressionado com a grande quantidade de macieiras. É porque há mais de
uma geração, um jovem cidadão chamado Johnny Applesed teve o hábito de semear
sementes de maçã aonde chegava. Algumas cresceram e até hoje dão frutos.
Sejamos como Johnny Applesed. Semeemos o Evangelho a mãos-cheias,
mesmo se os frutos apenas se manifestem em outra geração.
O evangelista Dr. Torrey disse: “São poucos os que não têm uma porta aberta
para o coração e podemos descobri-la se quisermos. Se não podemos achar entrada
pela porta, podemos, talvez, destelhar a cobertura e entrar. O que quer ganhar uma alma
de 15 em 15 minutos deve procurar outro emprego. Tome tempo. Nunca desanime, e
faça tudo. Eu aguardei e esperei durante 15 longos anos a oportunidade de ganhar um
certo homem. Não se passava um dia daqueles 15 anos em que eu não falasse com
Deus acerca daquele homem. Por fim, chegou a oportunidade e tive o privilégio de levá-
lo a Cristo. Tornou-se um pregador do Evangelho e atualmente está no céu. Estive com
ele no dia anterior ao seu falecimento e nunca pude esquecer-me daquele dia. Quando
você se encarregar de levar um ser humano a Cristo, nunca o abandone.(72)
Dr. Marting, um médico cristão do exército norte-americano, durante a segunda
Guerra Mundial, tinha a preocupação de testificar de Cristo a cada novo recruta que ia a
seu consultório. Ele, muitas vezes, se informava a respeito das relações com Jesus de
cada novo cliente e o persuadia a ler a Bíblia.
Um jovem soldado impressionou-o particularmente. Parecia como aquele jovem
que veio a Jesus e do qual diz o Evangelho que, quando o viu Jesus, amou-o. O Dr.
Marting convidava este soldado para fazer refeições com ele nas horas de folga, jogava
golfe com ele e aproveitava cada oportunidade a fim de explanar-lhe o caminho da
salvação. Mas nada parecia acontecer. O jovem permanecia sem interesse.
Uma madrugada, às duas horas, alguém bateu à porta do médico.
“Sinto incomodá-lo a estas horas”, disse o jovem recruta, “mas eu preciso falar-lhe.
Não consegui dormir esta noite. Caminhei para lá e para cá na minha barraca. Todos
esses meses em que o senhor falava comigo sobre Jesus, eu lhe dei a impressão de que
não estivesse interessado e de que não escutasse as suas palavras. Mas escutei cada
palavra que o senhor falou. Não pude descansar esta noite, antes que me tivesse
ajoelhado à beira do meu leito e tivesse aceito Jesus como meu Salvador e lhe oferecido
a minha vida. Senti a necessidade de vir comunicar-lhe, porque amanhã, às seis horas,
devo partir de navio e talvez nunca mais o reencontre neste mundo.”(73)
Um pastor visitou certo prospecto durante cinco anos. Este enviou seus filhos à
escola dominical, e a mulher filiou-se à Igreja. Mas ele permanecia irredutível. Dois anos
após a mudança deste pastor para outra congregação, ouviu que aquele homem havia se
filiado à Igreja e até pertencia à diretoria daquela congregação.
Após uma confirmação de adultos, um leigo expressou a sua satisfação ao pastor
porque um dos confirmandos ele já havia visitado havia 14 anos.(74)
O evangelista Dr. Chalmers tentou visitar um descrente moribundo 21 vezes e
cada vez o agonizante recusou a sua visita. Mas na 22ª vez, permitiu que ele entrasse
porque desejava ver aquele homem que tinha coragem de persistir na tentativa após 21
recusas. E então o Dr. Chalmers aproveitou a chance de contar ao homem que estava
morrendo quem podia salvá-lo. E isso porque se manteve perseverante, não desistindo
diante de 21 obstáculos de recusa.(75)
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9. HUMILDADE.
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O apóstolo Paulo certa vez exclamou: “Porque sei que em mim, isto é, na minha
carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-
lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. [...] Porque,
no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros
outra lei, que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do
pecado, que está nos meus membros. Desventurado homem que sou. Quem me livrará
do corpo desta morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor. De maneira que
eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da
lei do pecado.” (Rm 7.18,19, 22-25)
Esse trecho expressa tão nitidamente a dualidade da carne e do espírito em que
vive o crente, e da luta que tem de travar. Esta luta é a característica de cada crente.
Quem não passa por ela não é crente, pode aposentar a sua fé que não é verdadeira.
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Cada crente forte tem o anseio que o espírito vença a carne, lamenta como o apóstolo
que isso não é sempre possível, mas luta para que aconteça a maioria das vezes. E
todos nós conhecemos a vida do apóstolo Paulo e sabemos que está pontilhada por muito
mais vitórias que derrotas.
Anseio por uma vida vitoriosa no espírito. Essa característica deve distinguir
também cada evangelista fiel. Quem não receber forças para vencer a si mesmo e
sempre de novo é derrotado pela sua carne, como poderá auxiliar a vencer a carne
alheia? É triste quando isto acontece, quando não se tem ânimo nem coragem de dar
testemunho num momento cruciante como aconteceu com o jovem do seguinte episódio:
Certa vez, um jovem, numa grande fundição, queimou parte do corpo até os
ossos. Seus companheiros chamaram o médico com urgência. Mas o rapaz disse: “Não
é medico que quero; não há alguém aqui que possa mostrar-me o caminho da salvação?
Tenho descuidado de minha alma e estou morrendo sem Deus. Quem pode me acudir?”
Apesar de estar cercado por trezentos homens, ninguém podia explicar-lhe o caminho da
salvação e, depois de vinte minutos de grande agonia, morreu sem esperança.
Um dos que presenciaram o acidente, disse: “Depois deste acontecimento,
parece que estou ouvindo continuamente os gritos do jovem. Quanto desejava baixar-me
e mostrar-lhe o Salvador, mas fiquei completamente mudo, por causa de minha vida.” (78)
Que derrota. O homem reconheceu que a sua vida errada era a causa da falta de
capacidade de falar ao moribundo sobre Jesus. E quantas vezes não se dá isto também
conosco. Não conseguimos falar nem temos vontade de falar de Jesus porque o pecado
se aninha em nosso coração e embota a nossa vida espiritual.
Prezado evangelista. Permite que a sua vida se mantenha povoada de pecados
da impureza, ou da inveja, ou do ódio, ou do descontentamento, ou da malícia, ou do
desânimo ou até do desespero, ou da ansiedade ou da preocupação pelos bens
materiais, ou do orgulho, ou da maledicência, etc.? Não sente o anseio de se libertar de
um jugo tão incômodo e santificar a Cristo no coração?
Quando estamos libertados de tais fraquezas? Alguns pensam que basta
controlar-nos exteriormente e disfarçá-los. Mas disfarce ou finjimento ainda não é vitória,
muito menos libertação.
Charles G. Turnbull conta a história de uma senhora que, ao ser ofendida
gravemente, sorria, aparentemente com alegria. Uma jovem que estava com ela,
olhando-a, exclamou: “Não posso compreender como a senhora consegue manter-se
calma. Mas ela respondeu: “Você não sabe como eu estava fervendo por dentro.”(79)
É claro que esta senhora não estava liberta do pecado da ira. Enquanto ainda
fervia no coração, sua raiva estava lá. Vitória sobre o pecado é conseguir controlá-lo não
aparentemente por fora, mas dentro do próprio coração, como aconteceu com o pugilista
no episódio contado pelo Dr. R. A. Torrey.
Um pugilista convertido estava dando testemunho de Cristo a um homem ímpio e
mundano. De súbito, este homem cuspiu no rosto dele. O pugilista poderia ter
nocauteado o rude e insolente homem e, durante um momento, ele foi tentado a fazer
isso mesmo. Em vez disso, entretanto, tirou simplesmente o lenço do bolso, limpou o
rosto e disse: “O sangue de Jesus Cristo poderia limpar seus pecados assim como eu
estou limpando o cuspe do meu rosto.” Esse indício de humildade sincera e testemunho
oportuno provou ser o ato conquistador, e o pecador foi trazido a Cristo.(80)
Mas como conseguir tal controle? Alguém certa vez perguntou a mesma coisa a
um evangelista e este respondeu: “Pela habitação.”(81) Queria dizer ser preciso que Deus
habite em nós. O Deus triúno, especialmente Cristo com a sua graça e o Espírito Santo
com o seu poder. Só assim podemos ter forças de controlar o pecado que sempre de
novo brota em nosso íntimo por causa de nosso coração corrompido.
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Uma menina recém-convertida disse que Jesus estava no seu coração. Quando
lhe perguntaram o que faria se Satanás batesse à porta, respondeu: “Bem, eu mandaria
Jesus à porta.”(82)
Que resposta maravilhosa de uma criança. Se todas as vezes deixássemos as
rédeas a Jesus para dirigir-nos no momento em que o pecado nos assalta, obteríamos
muito mais vitórias e viveríamos de fato uma vida vitoriosa e cheia de influência salutar
como hospedeira daquela senhora que, ao despedir-se dela depois de haver vivido em
sua casa por algumas semanas, disse: “Eu não sei bem o que é isto. Não posso defini-
lo, mas há alguma coisa na senhora que me faz desejar ser melhor. Antes de completar
uma semana de minha hospedagem aqui, eu já sentia um impulso estranho para procurar
coisas elevadas. Sozinha em meu quarto, depois de todos se terem recolhido, procurei a
minha Bíblia há tanto negligenciada e entreguei-me de novo a Deus. Não posso lhe dizer
o que seja isso, mas há alguma coisa na senhora que me levou de volta a Deus.”(83)
Aquilo que a senhora não sabia definir era aquela suave influência que procede
duma vida elevada e vitoriosa.
Deixemos a Deus o lema de nossas vidas em todas as situações e especialmente
no aperto, quando o pecado quer sufocar-nos, recorramos à sua ajuda e ele nos auxiliará
a manter um espírito otimista e uma vida vitoriosa.
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CAPÍTULO VII
Gene Edwards, em sua obra Assim uma Igreja conquista almas, fala de três tipos
de evangelização fundamentais: 1.1) a evangelização em massa; 1.2) a evangelização
por alistamento e 1.3) a evangelização pessoal.
Faz, então, um exame de cada tipo e conclui pela indiscutível superioridade da
evangelização pessoal.
A evangelização em massa é aquele tipo de evangelização em que só um fala e
diversos, em pequeno ou grande número, escutam. Vai desde o sermão nos cultos até as
grandes concentrações em massa que vêm escutar as palavras de um evangelista
convidado. Essas concentrações começaram no século 18 com os movimentos dos
grandes reavivamentos, sendo seu pioneiro Charles Wesley, o fundador da Igreja
Metodista. Continuam no século 20, tendo como um dos principais líderes o
mundialmente famoso Billy Graham que realizou três concentrações no Brasil, duas no
Maracanã, no Rio de Janeiro, e uma no Pacaembu, em São Paulo.
Mas também fazem-se concentrações menores em que várias igrejas ou
congregações, ou mesmo uma só congregação, se unem para o mesmo fim. Fazem uma
concentração num determinado local com reuniões cada noite durante uma semana ou
mais. Também já se têm feito semelhantes movimentos, sob a denominação de semanas
de evangelização. Geralmente, os cultos em praça pública que algumas congregações
realizam, mesmo os cultos pelo rádio e TV, são desse tipo de evangelização em massa.
Não resta dúvida de que uma concentração bem-organizada pode resultar num
grande impulso missionário. Serve de reavivamento a muitos membros tradicionais,
incita-os a dar o seu testemunho, ao menos durante aqueles dias. Leva à Igreja novos
convertidos e torna a Igreja mais conhecida no local. Tem, porém, a desvantagem de não
atingir toda a população do local, porque nem de longe todos os moradores vão à
concentração e, assim, o Evangelho só atinge os que estão presentes.
Gene Edwards conta que, em 1950, quando o ministério de Billy Graham ganhava
ímpeto na América, serviu como conselheiro numa dessas campanhas. Todas as noites,
o grande coliseu, que comporta 12 mil pessoas, ficava repleto. Parecia até que toda a
população comparecia ali para ouvi-lo. Mas, certa noite, junto com um grupo de crentes,
a caminho da concentração, apercebeu-se de repente de que havia nas casas da cidade
meio milhão de moradores que preferiam não ouvir a mensagem de Billy Graham.
Edwards fez a estimativa de que, no máximo, 10% da população compareceram às
reuniões. A evangelização em massa, portanto, não atinge os restantes 90%. E quantos
daqueles 10% que compareceram realmente aceitaram Jesus como seu Salvador?(1)
O evangelismo em massa tem outra desvantagem por ser impessoal. O
evangelista não pode atingir diretamente os problemas de cada um por falta do diálogo,
tão essencial na evangelização pessoal, onde, de face a face, o evangelista pode
esclarecer dúvidas, corrigir erros, proporcionar conforto e transmitir alegria de uma
maneira direta.
Também os resultados de uma evangelização em massa geralmente não duram
muito e se extinguem logo, se não há um tratamento pessoal posterior. Ela só alcançará
os resultados almejados se já foi antecipada e depois está sendo completada pela
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É este o mais antigo método, já empregado por Jesus e seus discípulos. Jesus
mesmo fazia visitas evangelísticas. Lembremo-nos de Zaqueu, em cuja casa entrou para
que nela houvesse salvação. Ele comia com os publicanos e pecadores, visitava a casa
de Lázaro, Maria e Marta, teve muitas entrevistas pessoais com pecadores. Jesus
também já fez funcionar a visitação de casa em casa, relatada por Mateus no cap. 10,
quando enviou os 12 para uma visitação evangelística e em Lucas 10 nos é relatado que
enviou outros 70 para a mesma finalidade.
Em Atos 5.42, lemos: “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não
cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” Quando o apóstolo Paulo se despediu
dos efésios, disse: “...jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa, e de vo-
la ensinar publicamente e também de casa em casa.
Vemos como a evangelização pessoal por meio da visitação de casa em casa já
funcionava plenamente no tempo de Cristo e dos apóstolos. Mas também qualquer outra
modalidade deste tipo de evangelização foi praticada como encontros casuais em
viagens, testemunhos no lugar de trabalho ou de diversões. Jesus aproveitou para
evangelizar a mulher samaritana durante um descanso no poço de Samaria. Quando os
cristãos foram dispersos de Jerusalém, iam por toda parte, pregando a Palavra. (At 8.44)
Entre eles, é mencionado, especialmente, Filipe que, descendo à cidade de Samaria,
anunciava-lhes Cristo. (At 8.5) O mesmo Filipe, um pouco mais tarde, evangelizou o
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Ouvimos falar de um país que se chama Inglaterra e muitos cristãos já chegaram até lá.
Esperamos completar a grande comissão de Jesus antes do fim deste século.
– Áqüila, o que você está me contando é incrível. Vocês têm feito mais em uma
geração do que nós em mil anos.
– Não compreendo a razão disso. Para nós foi algo simples. Pode ser que vocês
tenham usado métodos errados de evangelização.(2)
É realmente maravilhoso como aqueles cristãos primitivos evangelizaram tão
rapidamente o mundo de sua geração e isso através da evangelização pessoal, sem os
recursos modernos de nossos dias. Diz Charles Mueller em The Strategy of Evangelism
que os motivos para uma tal evangelização eficiente foram:
2.1. Eles podiam ver a cruz com claridade e sabiam o que significava ter vivido
em trevas espirituais. Alegraram-se com a luz, quando se lembraram com calafrios de
sua escuridão anterior.
2.2. Ainda não tinham herdado o terrível peso da tradição, a preocupação por
edifícios e a incômoda estrutura organizacional que se acumulou na Igreja através dos
anos.
2.3. Não havia nenhuma das vantagens modernas de ser cristão. Aceitavam o
Cristianismo por amor a Cristo e estavam prontos a aceitar o preço desse seu passo.(3)
Também depois dos tempos dos apóstolos, os cristãos ainda continuaram, durante
muito tempo, no mesmo ritmo. Quem atesta este fato é o historiador da Igreja, Philip
Schaff, que escreveu: “É fato notável que, depois dos tempos dos apóstolos, nenhum
grande missionário é mencionado até o começo da Idade Média. Não há sociedades
missionárias, nenhum esforço organizado na época antenicênica. Mas, menos de 300
anos depois da morte do discípulo João, toda a população do Império Romano, a qual
representava, então, o mundo civilizado estava nominalmente cristianizada.”(4)
Infelizmente, este método da evangelização pessoal pela visitação de casa em
casa, que dá resultados quando tudo mais falha, foi abandonado. E a Igreja mergulhou
nas trevas da Idade Média. Com a Reforma, houve bastante evangelização pessoal, no
sentido de que os crentes, convencidos das verdades evangélicas, que novamente
descobriram pela leitura da Bíblia, traduzida por Lutero, davam seu testemunho pessoal a
outros, mas não houve organização para a realização de visitas de casa em casa. No
século 18, surgiram as grandes evangelizações em massa pelo reavivamento, mas a
evangelização pessoal de casa em casa até hoje ainda não foi plenamente restabelecida.
Foi praticada em algumas congregações conscienciosas e está sendo, hoje em dia,
praticada esporadicamente em algumas Igrejas, mas não se tornou, até agora, o método
por excelência que poderia recristianizar a nossa geração, se todos os cristãos
acordassem e se convencessem de sua necessidade e eficiência.
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calculou que 95% dos crentes nos Estados Unidos da América nunca levaram uma alma
a Cristo. E Gene Edwards conclui que muito menos que 1% de crentes evangélicos são
conquistadores de almas constantes.(5) Por essa razão, temos em nossos dias uma
cristandade sem força, que já não tem mais condições de se opor às avalanches do
Ateísmo que a assediam. A evangelização pessoal ainda é necessária porque faz o
crente cumprir a responsabilidade de salvar as almas perdidas de sua região. É uma
responsabilidade que os crentes, em grande parte, esqueceram hoje em dia, não estando
conscientes de que são responsáveis pelos incrédulos de sua localidade e que Deus um
dia poderá exigir o sangue deles de suas mãos, caso não os avisem de sua perdição. (Ez
3.18)
Um pastor de certa igreja pregou um belo sermão sobre todas as bênçãos que
Jesus obteve para os seus, acrescentando que todos os que nele crêem terão a vida
eterna. Durante o culto, uma jovem visitante escreveu no verso de uma folha do hinário:
“Moro a apenas dois quarteirões desta igreja. Minha mãe morreu descrente. Meu
pai é um beberrão. Ninguém até hoje nos convidou para esta igreja. Vocês são nada
mais que um montão de hipócritas.”(6)
Um jovem casal veio ao gabinete de um pastor e pediu que enterrasse seu pai.
Quando o pastor negou porque o morto nunca havia professado a fé cristã, o filho
perguntou com a voz embargada: “O senhor crê que ele foi para o inferno, não é? Por
que então o senhor não veio e o preveniu antes que ele morresse?”
Não sejamos co-responsáveis com destinos semelhantes. É necessário que
evangelizemos, visitando todas as casas da região em que moramos. Jesus nos
ordenou: “Ide, fazei deles meus discípulos. Pregai o Evangelho a toda criatura.”
Uma senhora que mora ao lado de um pré-seminário evangélico em São Paulo, foi
visitada depois que já funcionavam os cultos naquele estabelecimento há vários anos.
Ela aceitou o convite, filiou-se à congregação e disse: “Há anos esperava por esse
convite e sempre me perguntava: ‘Será que aquela Igreja não faz visitas?’” Ela não as
tinha feito até então, mas hoje está tentando recuperar o tempo perdido.
Após um pastor haver terminado de lecionar a uma classe de prospectos,
perguntou à senhora Jones:
– Agora que conhece os ensinamentos de nossa Igreja, a senhora deseja tornar-
se membro?
– Desejava que alguém me tivesse perguntado antes – ela respondeu.– Há anos
desejava entrar em sua Igreja, mas não sabia se me desejavam.(7)
Um homem prometera ao pastor que freqüentaria a sua classe de prospectos.
Como não apareceu, o pastor voltou a visitar a sua casa e a senhora esclareceu. “Ele foi
para a igreja a noite passada, ficou sentado no carro uns 15 minutos e então voltou para
casa porque não teve coragem de entrar na sua igreja.” (8)
Tais exemplos nos mostram como é necessário fazer a visitação de casa em casa
porque só assim podemos alcançar tantos que, por si mesmos, não têm coragem nem
iniciativa de entrar na igreja.
Além de este método de visitação de casa em casa ser o mais antigo, além de ser
necessário, ele também é o mais eficiente pelas seguintes razões:
4.1. Só ele nos faz atingir realmente toda a população. Se todas as Igrejas o
pusessem em prática, mais uma vez veríamos o fenômeno da cristianização de toda uma
geração como no primeiro século. Quantas pessoas que estão esperando por um convite
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entrarão na igreja. Quantos descrentes, que erravam por ignorância, crerão se alguém
dos nossos os visitar e lhes apresentar a mensagem da salvação.
Uma Igreja em Dakota do Norte, Estados Unidos, com 207 famílias, fez um
levantamento de sua comunidade social, visitando todas as casas de uma população de
sete mil. Verificaram que 188 famílias tinham vontade de pertencer à sua Igreja. A Igreja
organizou um programa de visitações evangelísticas e, dentro de dois meses, o pastor
recebeu 182 novos membros. Eles moravam lá muito antes, mas os métodos usados
pela Igreja não eram suficientes. A visitação evangelística foi a resposta.(9)
Uma grande Igreja no Estado da Louisiana, Estados Unidos, numa cidade de
pouco mais de 12 mil habitantes, ganhou um quinto de toda a população durante seis
anos. O pastor pensara que o campo havia sido suficientemente evangelizado até que
ele mesmo começou a fazer um levantamento. Decidiu visitar pessoalmente cada casa
entre seis ou cinco quarteirões, em cada direção de sua igreja. A primeira visitação já foi
uma revelação. Num quarteirão, ao sul da igreja, achou mais de 50 prospectos. Dentro
de uma área de um tiro de pedra da igreja havia centenas de possibilidades. As grandes
possibilidades dos não-alcançados, sem Igreja, nos desafiam para a visitação
evangelística.(10)
Mesmo num ambiente rural, onde todos parecem possuir sua Igreja, pode haver
surpresas agradáveis numa visitação evangelística de casa em casa. Houve um pastor
rural que era positivo no seu pensamento de não haver mais membros em sua área que
não pertencessem a alguma Igreja. Quando a sua Igreja encareceu a necessidade de
cada congregação fazer um recenseamento religioso e de todos se unirem num esforço
conjunto de visitação durante uma semana, ele concordou, mas sem fé nos resultados.
Para sua surpresa, encontrou 68 prospectos, vivendo na sua área, que preferiram ser
membros de sua Igreja. O recenseamento foi seguido por um esforço de visitas e 38 se
filiaram à Igreja, 21 deles por profissão de fé. (11)
Visitemos e revisitemos e maiores surpresas ainda poderão nos aguardar.
Certo senhor ouviu um outro homem reclamar: “Ninguém deve se acomodar
enquanto uma só pessoa não-convertida permanecer na comunidade social.” Esse
pensamento alarmou-o e ele pensou: “Tenho estado acomodado por muito tempo. Fui
convertido há anos, mas nunca tentei ganhar uma alma para Cristo.”
Ele era homem de negócios, muito ocupado, mas começou a tomar tempo cada
dia para dar testemunho de Cristo. Dois anos mais tarde, ele entrou no escritório de seu
pastor e pôs uma lista de nomes em cima da mesa, dizendo: “Estas são as pessoas que
ganhei para o Senhor Jesus nos últimos dois anos.” Mais de 120 nomes estavam na lista.
Precisamos deixar, como fez este homem, o culto do comodismo e sair procurando
pecadores.(12)
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O evangelista Spurgeon usou outra figura muito sugestiva: “Se você tivesse um
cento de garrafas vazias diante de si e atirasse sobre elas a água de um balde, pouca
água penetraria, e só em algumas garrafas. A água cairia ao lado delas. O melhor
processo é tomar cada garrafa e encher uma por uma.”(14) Assim também a
evangelização pessoal leva a vantagem de beneficiar os pecadores, um por um, com a
mensagem da salvação.
Os melhores sermões passam muitas vezes por cima das cabeças dos pecadores
que não entendem a sua mensagem e numa oportunidade dessas não podem fazer
perguntas, nem o pregador pode indagar as suas dúvidas. Na evangelização pessoal, há
esta maravilha do encontro de face a face em que pode ocorrer um verdadeiro
entendimento.
O evangelista Moody compreendeu isso muito bem. Assim, após seus cultos,
convidava os ouvintes a uma entrevista pessoal e lá então os evangelizava devidamente.
Ele era um dos homens mais ocupados dos seus dias, professor, educador e evangelista,
mas ele se tomava o tempo de conquistar almas para Cristo e conseguiu, durante a sua
vida, nada menos de 750 mil, através da evangelização pessoal. Conta-se que quase
não podia esperar o fim de seu sermão, para depois entrar na sala das entrevistas a fim
de falar com as pessoas individualmente.(15)
Durante mais de 40 anos, em Londres, o evangelista Spurgeon empregou o seu
tempo de ganhar, no mínimo, uma pessoa por dia, fora de seu trabalho no púlpito.(16)
Certo pastor, da costa do Pacífico, relatou o encontro com um jovem no saguão de
seu templo imediatamente após um culto da manhã. Depois de conversar um pouco com
o rapaz, descobriu que ele freqüentava fielmente os cultos por muitos anos. Por alguma
razão, o pastor não o conhecia. Ao indagar se ele era crente, o jovem respondeu
negativamente, explicando que gostaria de ser, mas não sabia como. O pastor admirou-
se de que, apesar de o jovem vir assistindo aos cultos durante tantos anos, não conhecia
o caminho da salvação. Mas era a triste verdade. Sentando-se então ao lado do rapaz, o
pastor explicou-lhe algumas passagens da Escritura, e o jovem, sem tardar, aceitou Cristo
em sua vida.(17)
Henry Clay Trumbull, mestre conquistador de almas, como também poderoso no
púlpito, escreveu antes de sua morte: “Avaliando o meu trabalho em todos estes anos,
posso ver mais resultados diretos pelo esforço individual com pessoas do que por meio
das minhas palavras faladas para milhares e milhares de pessoas em assembléias
religiosas, ou por meio de todas as minhas palavras escritas nas páginas de periódicos e
livros. Alcançar uma pessoa de cada vez é a melhor maneira de alcançar o mundo.(18)
O Dr. Samuel Swemer declarou: “A evangelização pessoal é um choque de
almas. É um embate de personalidades. Faz-nos lembrar o profeta Natã dirigindo-se a
Davi e dizendo-lhe: ‘Tu és o homem.’ (2 Sm 12.7) É Cristo falando a Nicodemos, com
toda a franqueza – 1 Jo 3 – ou revelando o mistério do Evangelho a uma pobre pecadora
junto ao poço de Samaria.” (Jo 4)(19)
Sem sombra de dúvidas, a evangelização pessoal é o caminho mais direto e mais
curto ao coração do semelhante.
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mesmo se exige a freqüência aos cultos. Basta pagar as anuidades, muitas vezes
reduzidas a uma taxa insignificante, e essa é toda a atividade que seus membros
desenvolvem. Pode ali haver progresso na vida cristã?
Ponhamos os membros da Igreja a trabalhar ativamente na evangelização
pessoal, treinemo-los e confiemos-lhes tarefas. Eles irão trabalhar, cada vez com maior
alegria e progredir na sua vida espiritual. Assim, teremos realmente uma Igreja ativa em
que haja praticantes da Palavra e não apenas ouvintes.
Dois membros leigos que praticavam a evangelização pessoal voltaram muito
alegres de suas visitas um domingo à noite, porque um casal prometera aceitar Cristo
como seu Salvador e assistir à classe de prospectos. Alegraram-se novamente quando
os dois se filiaram à Igreja e mais uma vez quando o marido se tornou presidente de um
importante departamento da congregação. Havia alegria misturada com tristeza quando
este morreu repentinamente e recebeu um enterro cristão na esperança da ressurreição.
Alegrar-se-ão mais uma vez quando o reencontrarem no céu.(20)
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e filiar-se à Igreja. O que os induziu a esse passo foi principalmente a atitude consagrada
daqueles jovens em sua prática de evangelização pessoal.
É uma questão pacífica que a evangelização pessoal produz avivamento e é o
melhor meio para mantê-lo. Todos os que o puseram em prática já passaram por esta
experiência bem-aventurada.
Mas por que então a evangelização pessoal é privilégio de apenas alguns crentes
consagrados ou de umas poucas congregações que quase se podem contar pelos
dedos? Por que não é praticada em larga escala por todos os crentes em todas as
Igrejas do mundo? Vamos alinhar as principais razões:
5.1. Comodismo.
Já falamos sobre este obstáculo sob outro tópico. É mais cômodo continuar assim
como até agora era o costume. “O nosso Cristianismo está bem assim.” “Para que
mudar?” Já se cristalizaram os hábitos de ir aos cultos, ajudar com contribuições e fazer,
quando muito, uma devoção doméstica. E é só. É a rotina diária; e o quanto é difícil
modificar uma rotina todos nós sabemos muito bem.
5.2. Tradicionalismo.
A rotina é muito mais difícil de modificar quando é transmitida por tradição.
“Antigamente, em nossa Igreja, não se fazia assim.” “Para que mudar agora?”
“Queremos ser melhores que nossos pais?” “Nossos pais então não trabalharam?” Não
queremos julgar nossos pais e respeitamos o seu trabalho. Sabemos que se esforçaram
muito. Mas, naquele tempo, eram outras as condições e os problemas. Eles tiveram que
lutar muito a favor da doutrinação e conservação. Eram poucos, e a ignorância era muito
grande. A maioria dos pastores teve de dar escola paroquial. Consumiram seu tempo em
longas viagens penosas, a cavalo, para atender aos cristãos dispersos geograficamente.
Hoje, tudo mudou. As condições são outras e principalmente as oportunidades
evangelísticas são mais favoráveis do que nunca. Nós temos que mudar. É o desafio de
nossa época. Nós somos os responsáveis, e não eles, por nossa geração. Se não
empregarmos os métodos mais adequados, deixaremos de cumprir o nosso dever.
Temos, hoje, muito mais portas abertas que antigamente. Se até hoje ainda não
aprendemos a praticar a evangelização pessoal, se procedemos de um ambiente não-
evangelístico, temos que acordar para a realidade, arregaçar as mangas e trabalhar num
ritmo e estilo diferentes de antigamente. E nossos pais, se pudessem ver dos céus este
novo tipo de trabalho, enviariam de lá as suas bênçãos.
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Fracasso
Veio minha primeira indicação. Apinhamo-nos numa camioneta e, na direção do
Sul, fomos ao bulevar Michigan. Paramos num bairro pobre. Numa esquina da rua,
armamos pequena plataforma com um órgão portátil. Nosso líder deu as orientações
necessárias. Os componentes de certo grupo deveriam dar testemunho. Nós
entoaríamos hinos e ele mesmo pregaria. Quando o líder iniciasse a pregação, nossa
incumbência seria falar de Cristo a alguma pessoa. Que ordens. Se o líder tivesse me
dito que dentro de cinco minutos iria levar um tiro, creio que não teria me sentido tão
angustiado. Como o tempo voou! Foi a reunião mais curta a que já compareci. Parecia
que, naquele momento, o líder já estava no tablado, dirigindo a mensagem. Os membros
mais experientes do grupo começaram a falar com os circunstantes. Mas eu estava
grudado ao chão. O medo me imobilizou. Sabia que tinha de fazer alguma coisa. Vi um
homem sentado na soleira de uma porta. Ele era grande e corpulento. Pelo menos
estava sentado e imaginei que isso era uma vantagem. Vagarosamente, caminhei na
direção dele. Chegando perto, disse-lhe:
– Boa-tarde.
– Boa-tarde – respondeu com uma voz que lembrava o troar de um canhão.
Perguntei-lhe:
– O senhor é crente?
– Não – retrucou com o seu vozeirão.
E continuei:
– O senhor gostaria de ser crente?
– Sim – disse ele.
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Aquela foi uma das maiores surpresas que tive na vida. Senti-me como uma
pessoa que começasse a empurrar uma porta com toda a força e esta, abruptamente, se
abrisse. Perdi o equilíbrio. Eu esperava um não como resposta. Tinha dois ou três
argumentos fraquinhos contra uma negativa. Estou certo de que não convenceriam nem
um mosquito. Mas eu iria experimentá-los se alguém me dissesse “Não”. Ao invés disso,
respondeu “Sim”.
Esmagado
Eu não sabia o que fazer. Pensei na Bíblia. Abri-a. O homem estava ali, sentado,
olhando-me atentamente. Comecei a folhear a Bíblia, muito afobado. Percebi que eu
mesmo não estava familiarizado com aquelas páginas. Passei de corrida pelo Antigo
Testamento, fiz o mesmo com o Novo Testamento, até que cheguei ao fim da Bíblia.
Decidi, então, fazer como os chineses, que lêem de trás para diante. Assim fui do
Apocalipse ao Gênesis. Nada! Sentia-me com a língua presa, vencido. Por fim, disse ao
homem com voz sumida: “Deus o abençoe.” Dei-lhe as costas e desapareci.
Alguém poderá rir. Mas era justamente o que eu não podia fazer naquela hora.
Entrei na camioneta mudo e humilhado, e lá fiquei como alguém que levou uma grande
surra. Chegando ao Instituto, subi três lances de escadas do velho ‘edifício 153’, entrei no
meu quarto, tranquei a porta e lancei-me na cama, chorando como uma criança. E disse:
“Oh, meu Deus, pela primeira vez em minha vida me deparei com um homem que queria
ser crente e eu não tinha sequer um versículo da Bíblia para mostrar-lhe o caminho.” E
prometi ao Senhor, naquela noite, que nunca sairia para testemunhar sem ter aprendido
versículos escolhidos. Um ou dois dias depois, um colega me estimulou a decorar
versículos bíblicos escritos em cartões. Até então eu não sabia que Deus nos ordena
decorar a sua Palavra. Ele manda que gravemos a sua Palavra nas tábuas do coração.
Portanto, siga um método de entesourar a Palavra de Deus em sua memória. Deus o
abençoará na conquista e na edificação de pessoas.”(21)
Como este homem começou com um fracasso, mas depois tornou-se grande
conquistador de almas, assim também cada um de nós, que se sente incapaz, pode
tornar-se um grande conquistador pela persistência e com a graça de Deus.
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descrentes; vão aos que sofrem; vão às casas que o mundo menos procura. Adquiram
conhecimento com todo o mundo e não se esqueçam de reconhecer a todos na rua.
Tenham sempre uns folhetos no bolso e uma palavra bondosa nos lábios. Tenham
certeza disto: que todas as pessoas, ricas ou pobres, apreciam as atenções pessoais.”(23)
Roberto L. Summer, autor do livro A Igreja em Chamas, diz: “Alguns pastores têm
conceito errôneo da intenção dos apóstolos quando declaram em Atos 6.4: “Quanto a
nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” Alguns têm imaginado, à
base dessa escritura, que os diáconos e outros leigos devem fazer todo o trabalho de
visitas e que os ministros nada mais devem fazer senão orar e preparar sermões. Mas o
“ministério da Palavra” não se realiza só do púlpito: tanto é ministério da Palavra a
evangelização de casa em casa quanto é o sermão “no tempo”. O pastor precisa tomar
a frente no programa de visitas. O pastor que ficar em casa terá um rebanho que ficará
em casa”.(24)
Ninguém, nem pastor, professor, diácono ou qualquer outro membro leigo está
dispensado da evangelização pessoal. É uma atividade intransferível. E só quando ela
for realizada em conjunto por toda uma congregação, por toda uma Igreja, pode haver de
fato resultados satisfatórios.
5.5. Adiamento.
Há muitos que têm as melhores intenções, querem de fato realizar um trabalho
completo de evangelização pessoal. Mas só permanecem nas intenções, sempre adiam
o começo de dia a dia, de ano para ano e se aposentam ou morrem sem ter concretizado
o seu intento. Já dizia Agostinho: “Os caminhos do inferno estão calçados de boas
intenções.” É um mal tremendo que fazemos a nós mesmos e a milhares de almas
imortais com esse hábito de deixar para amanhã o que deveríamos fazer hoje.
Um membro de uma de nossas congregações contou: “Faz seis semanas que
uma nova família mudou para o nosso apartamento vizinho. Tinham um bom número de
filhos. Notei que não iam à escola dominical, no domingo de manhã. Tive a intenção de
convidá-los para a nossa escola e os pais para o nosso culto. Mas hesitava em abordar o
assunto, temendo que poderia ofendê-los. Na semana passada, um membro de uma
outra Igreja os visitou e lhes estendeu um convite para assistirem aos trabalhos de sua
Igreja. Os pais ficaram alegres e aceitaram imediatamente. Fiquei envergonhado porque
aquele visitador morava umas quadras distantes de nosso prédio. Tive muito pouca
confiança em mim e em meu Senhor e adiei o convite longo tempo demais. Tenho a
confiança de que estes novos vizinhos encontrem o seu Salvador em sua nova Igreja,
mas, a minha oportunidade de testemunhar para eles, perdi-a e não a recuperarei jamais.”
Nesse caso, o adiamento não teve tão graves conseqüências como neste outro:
Durante uma campanha de evangelização em Iowa, Estados Unidos, um casal
saiu à noite para fazer visitas e foi recebido de braços abertos numa casa. O dono disse:
“Esperávamos por vocês. Recebemos a carta do pastor. Minha mulher e eu discutimos o
assunto, especialmente seu convite. Negligenciamos a Igreja e estamos decididos a
reparar a falha. Mas poderiam voltar amanha à noite? Minha senhora saiu para compras.
Gostaria que também ela escutasse a exposição de vocês.”
Concordaram em voltar na noite seguinte. Mas era tarde demais. Os jornais do
próximo dia anunciaram a morte dessa pessoa proeminente. Pouco após a visita do
casal, ele teve um ataque cardíaco.
Os visitadores ficaram muito tristes que não confrontaram com Cristo naquela
noite e lhe tinham indicado o caminho que conduz à gloria, mesmo se voltassem na noite
seguinte e repetissem a exposição a sua mulher. Uma oportunidade perdida, para
sempre perdida.
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Mãos à obra. Não adiemos um trabalho tão importante. “Eis agora o tempo
sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação.” (2 Co 6.2)
1978 100000
1979 200000
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1980 400000
1981 800000
1982 1600000
1983 3200000
1984 6400000
1985 12800000
1986 25600000
1987 51200000
1988 102400000
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CAPÍTULO VIII
Não seja egoísta. Você não tem nada para esconder, mas tem o desejo de ajudar.
Você quer ser um amigo do povo assim como Jesus foi um amigo dos pecadores. Seja
natural, diga o que está em seu coração e deixe o resto para Deus.
O evangelista que é orgulhoso e toma ares de atitude superior não está apto a ser
evangelista. Pelo exemplo do apóstolo Paulo, deve reconhecer que é o que é pela graça
de Deus. Cultive uma atitude de humildade e gratidão, compreensiva para com os
problemas alheios, e faça que ela se reflita nas suas conversas com os semelhantes.
Se fizer a visita a um novo prospecto, gaste certo tempo para acomodar-se, faça
elogios, se possível, e procure um objeto comum de interesse para a conversa. No
interior, você pode estender esta conversa por mais tempo do que com pessoas de
negócio da cidade. Mas não deve haver dúvidas na mente do prospecto a respeito do
objetivo de sua visita. Quando um missionário jovem visitou um homem de negócios e
demorou-se na conversa preliminar, foi repentinamente interrogado pelo visitado: “Jovem,
o que posso fazer por você? O que deseja?” O jovem não soube o que responder
porque não estava seguro no seu propósito. Esteja seguro de sua missão e não hesite
em apresentá-la.
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fizeram porque pregadores deixaram de pregar Cristo e seu Evangelho. Outras porque
cometeram algum pecado e duvidam da possibilidade do perdão. Seja lento em julgar e
condenar. Faça perguntas. Deixe o interlocutor se explicar. Faça perguntas do tipo:
“Por que você deixou de ir à igreja?”, “Você sabe quanto Jesus o ama?”, “Você acredita
na vida eterna?”
Vejamos como um pastor lento em condenar travou o seguinte diálogo:
Prospecto (uma senhora): Sinto dizer isto, já não vamos mais à igreja há três
anos.
Pastor: A senhora diz que sente que não vai mais à igreja há três anos. Por que
deixou de ir?
Prospecto: Porque não gostávamos do pastor, penso eu.
Pastor: A senhora não está bem certa porque deixou de ir, mas sente que o
pastor teve alguma culpa?
Prospecto: Sim, ele teve. Quanto mais freqüentávamos a igreja, tanto mais nós
nos convencíamos de que estávamos perdendo a nossa fé.
Pastor: Em que sentido a senhora acha?
Prospecto: Bem, ele nunca nos deu algum conforto. Era sempre isso: não faça
isto, não faça aquilo. Também freqüentávamos a classe bíblica, cada domingo. Foi aqui
que meu marido se zangou e não quis mais ir.
Pastor: Não poderia me dizer por que seu marido se zangou?
Prospecto: Oh, eu acho que meu marido perdeu a calma, porque nós sempre
acreditávamos na Bíblia. Quando o pastor disse que a Bíblia continha fábulas, meu
marido protestou e quando o pastor continuou afirmando que Jesus nunca ressuscitou
dos mortos, meu marido decidiu não voltar mais.
Pastor: Compreendo por que os senhores ficaram preocupados. Sentiram que o
fundamento de sua fé estava sendo atacado. Posso perguntar se já pensaram em filiar-
se a uma outra Igreja?
Prospecto: Mas o senhor compreende como foi. Primeiro, pensávamos que o
pastor iria embora, mas...
Note como o pastor não apenas ganhou a confiança do prospecto, mas ainda
descobriu a razão real por que tinham abandonado a Igreja. O desfecho teria sido bem
diferente, se o pastor tivesse respondido às primeiras palavras do prospecto: “O senhor
não sabe que cada um precisa ir à igreja?”, ou as segundas: “O senhor certamente sabe
que os cristãos não vão à igreja por causa do pastor. Eles vão à igreja para ouvir a
Palavra de Deus, não importa quem a pregue.” Mas como o pastor teve o cuidado de não
fazer prejulgamentos e não se apressou em condenar respostas que poderiam estar
erradas, mas não eram, conseguiu descobrir a causa real do problema e pôde tomar
medidas imediatas para a sua solução.
É certo que você empregará algum tempo para falar ao prospecto. Nervosismo,
porém, leva, muitas vezes, evangelistas inexperientes a falar durante o tempo todo.
Aprenda a fazer pausas e a guardar silêncio. A pessoa precisa tempo para pensar.
Experiências dolorosas precisam de tempo para serem apresentadas pelo prospecto.
Depois que um pastor visitou a mãe de duas crianças um bom número de vezes,
ela confessou Cristo como seu Salvador e prometeu trazer as duas crianças à escola
dominical no próximo domingo. Como não as trouxe, o pastor a visitou três vezes sem
conseguir nada de positivo. Durante a quarta visita, enquanto o pastor pensou um pouco
sobre o que dizer, fazendo uma pausa, a mãe respondeu: “Pastor, eu sei que o senhor
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não crê que eu amo Jesus. Mas eu o amo. Entretanto, não sei o que fazer. Meu marido
ameaçou-me com o divórcio se levar meus filhos à igreja.”
Se o pastor tivesse aprendido a fazer pausas e a escutar mais que falar, teria
sabido a razão já na segunda visita. Depois de ter conseguido a confiança do prospecto,
poderá fazer também perguntas sobre questões mais delicadas, como neste exemplo:
Um pastor visitou uma senhora três vezes. Ela sempre parecia receptiva, mas não
comunicativa. Tinha uns 35 anos de idade. Possuía uma filha com 18. Seu marido era
comerciante. Durante a quarta visita, o pastor fez uma pausa e perguntou:
Pastor: Há alguma coisa que a preocupa particularmente?
Prospecto (depois de uma longa pausa): Bem, pastor, há alguma maneira pela
qual eu possa voltar à igreja?
Pastor: Por quê? Eu penso que sim. Em que sentido a senhora pergunta?
Prospecto: O senhor não sabe nada a meu respeito. A maioria desta cidade
também não. O senhor é o primeiro pastor que me visita em mais de 20 anos. Pode ser
que me compreenda.
Pastor: Muitas vezes faz bem repartir nossas tristezas com outra pessoa.
Prospecto: O senhor não imagina quão infeliz tenho sido. Aos 16 anos, passei
por uma infelicidade amorosa. O rapaz me abandonou. Fui excluída da Igreja. Pequei.
Mas estou certa de que Jesus me perdoou. Será que nunca mais posso voltar à Igreja?
Se o pastor tivesse sabido fazer pausas, poderia ter obtido a confidência já em
visitas anteriores. Aprenda a fazer pausas para que as pessoas tenham o tempo
necessário de refletir e contar-lhe o que lhes passa no coração.
O maior assunto deve ser Cristo, o Salvador dos pecadores, porque fora dele não
há salvação. (At 4.12) O diabo não deseja que você fale de Cristo e os não-convertidos
usualmente nada desejam ouvir dele, mas levantarão problemas em torno da
predestinação, Batismo infantil (mesmo que não possuam crianças) e sobre outras
questões que os afastam do diálogo sobre Cristo. “Que pensais do Cristo?” (Mt 22.42) é
a pergunta que Jesus usou quando os fariseus procuraram envolvê-lo em discussão
sobre assuntos de menor importância. Também a mulher samaritana, junto ao poço de
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Jacó (Jo 4.20), tentou desviar a conversa com Jesus, após ele ter-lhe revelado o seu
pecado, sobre o lugar em que se deve adorar, mas Jesus reconduziu habilmente o
diálogo sobre o que é mais importante, até que se revelasse a ela como o Messias. Não
responda a questões menores, ou só brevemente, e retorne à conversa sobre Jesus.
Quando o prospecto tocar em uma questão menor, de importância não-vital para a sua
conversão, você pode dizer com franqueza: “Perdoe-me, por favor, é melhor que não
discutamos esse problema agora. O que você diz pode ser importante e verdadeiro para
você, mas estou aqui neste momento para falar-lhe de Jesus e de fazer-lhe a mais
importante pergunta: O que você pensa dele?”
Outro exemplo. O prospecto diz: “Não há diferenças entre as Igrejas.” Não
comece a discutir as diferenças. Isso não ajuda a converter ninguém e pode ser discutido
num tempo apropriado. Você poderá responder: “Você tem razão, não deveria haver. O
ensinamento básico de cada Igreja deveria ser que nós todos somos pecadores e que
Jesus é nosso Salvador. O que você pensa de Jesus?”
Mais um exemplo. O prospecto diz: “Ouvi dizer que o senhor é contra os
maçons.” Você corre o risco de entrar numa discussão prolongada sobre a maçonaria.
Isso seria de pouco proveito, antes que o prospecto tenha aceito Cristo. Vá para uma
questão maior, respondendo: “Sinto muito, mas se alguém o informou que somos contra
os maçons, ele estava mal-informado. Não somos contra os maçons. Jesus ama todas
as pessoas e nós também. A dificuldade consiste na organização. A Bíblia e a
maçonaria não concordam numa questão básica: como e de que maneira o homem se
salva. A Bíblia ensina que o único caminho para o céu e através da fé em Jesus. É nisto
que você crê?”
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visitador. A dificuldade está no coração do descrente. Ele não quer crer. Jesus não
conquistou o jovem rico nem converteu os fariseus. Após três anos de trabalho e oração
fiel, a sua congregação constava apenas de um pequeno número.
Você não colhe maçãs no mesmo ano em que as plantou. Já vimos, em capítulo
anterior, que, nos Estados Unidos, em alguns estados, certo senhor jogou sementes por
onde andava, o que fez que muitas macieiras nascessem, cujos frutos, ainda hoje,
milhares de pessoas então colhendo. Assim é a Palavra de Deus. Não volta vazia. (Is
55.11) Jesus conversou com Nicodemos durante o primeiro ano de seu ministério. Só
três anos mais tarde fez confissão aberta de seu Salvador, quando cooperou no enterro
de Jesus e defendeu Jesus perante o Sinédrio. Para a salvação da mesma alma, muitas
vezes cooperam diversas pessoas, conforme 1 Co 3,6: “Eu plantei, Apolo regou, mas o
crescimento veio de Deus.”
Certo domingo de manhã, uma classe de adultos foi confirmada. Na tarde do
mesmo dia, um leigo com seu pastor foram visitar prospectos. Enquanto andavam no
carro, o leigo observou: “A confirmação de hoje de manhã constituiu alegria especial para
mim. Faz 14 anos que visitei um dos confirmandos recebidos esta manhã.” Catorze
anos. Tempo longo. Mas será que aquele confirmando naquele domingo teria sido
recebido se não tivesse sido visitado 14 anos antes?
O púlpito sempre foi um meio para ganhar almas, um meio, porém, que muitos
superestimaram. Há pastores que julgam suficiente evangelizar do púlpito e conservar o
que têm. Mas os púlpitos não atingem os milhares que vivem fora das igrejas.
Estatísticas mostram que, em nosso tempo, a maioria das conversões não é feita por
meio do púlpito, mas por indivíduos falando a indivíduos.
Muitas igrejas precisam conscientizar-se do fato de que o povo que desejam
conquistar está fora da assistência aos cultos. Temos que encontrar métodos que atinjam
os de fora e que mais precisam de Deus. Se eles não vêm assistir aos cultos, temos de
levar a mensagem do Evangelho a eles.
Em João 1, vemos como indivíduos foram ganhos pela conversão de indivíduos.
Jesus começou seu ministério, convidando André e João para sua casa, e nunca se
cansou em lidar com indivíduos. O apóstolo Paulo disse aos Efésios que falou a Palavra
de Deus, não apenas publicamente, mas também de casa em casa. (At 20.20)
Um vendedor sabe que, quanto mais visitas faz, mais vende. O mesmo acontece
com o evangelista. Vinte visitas por semana salvarão mais almas do que dez visitas.
Você pode estar muito mais confiante do que o vendedor, porque a Palavra de Deus é o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16) e que produz muitos
frutos. (Is 55.11)
Assim, lembrando o preço que Cristo pagou pela salvação das pessoas,
lembrando a confiança que ele depositou em você quando o escolheu para este ofício e,
sentindo a alegria por todos os resultados obtidos, continue a trabalhar firme. Mesmo que
você se canse de vez em quando e os resultados não sejam promissores, visite, visite e
visite sempre de novo.
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CAPITULO IX
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2. FAZENDO A ENTRADA.
3.2.1. Faça uns elogios como: “O senhor tem um jardim maravilhoso, lar,
crianças, cachorros etc.” É preciso que o elogio seja sincero, e sempre haverá alguma
coisa que agrade e que mereça ser elogiada.
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3.2.2. Fale sobre um assunto que interesse ao prospecto, sobre seu negócio, seu
ofício, sua procedência, etc.
3.2.4. Não há nada que substitua um amor sincero e um interesse real pelas
pessoas com quem se está falando. Ore para adquirir essa qualidade e cultive-a
diariamente. Um reconvertido de uma Igreja disse a respeito de seu pastor: “Quando
meu pastor me visitava antes da minha conversão, considerei estúpida uma porção de
coisas que ele disse, mas nunca duvidei de sua sinceridade e do seu amor. Por isso,
permiti que ele voltasse e me reconduzisse ao rebanho do bom Pastor.”
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No entanto, fazendo uma das perguntas alinhadas acima, nós os forçaremos a emitir uma
opinião e esta nos indicará a sua situação espiritual.
Exemplos do método indireto que faz a transição dum assunto material para o
espiritual. “O senhor tem um lar tão belo e confortável. Não gostaria de possuir um lar
assim também na outra vida?” “A senhora está cultivando tão bem o seu jardim.
Certamente está demonstrando o mesmo cuidado com o cultivo de seu jardim espiritual?”
“O senhor diz que é eletricista. É uma profissão tão importante porque fornece luz para
os seus semelhantes. Meu ofício é parecido com o seu. Só que procuro oferecer a meus
semelhantes a luz espiritual do Salvador Jesus. O senhor já a possui?” “O senhor é
militar. É uma profissão tão importante, mas também perigosa, pois está sujeito a ser
mobilizado a qualquer momento para um combate em que poderá perder a vida. O
senhor não tem medo da morte?”
Se visitarmos um pai que tem uma criança na escola dominical, após uma
conversa preliminar, fale a respeito da criança. Diga-lhe quão feliz se sente em ter a
criança na escola dominical. Então acrescente: “Nós sempre ficamos felizes quando
podemos falar aos pequenos a respeito do céu e que Jesus lhes preparou um lugar,
assim como também para os adultos, que ele morreu por seus pecados como também
pelos nossos. Eu vim justamente perguntar-lhe qual é a sua atitude para com Cristo.”
Faça uma pausa para esperar a resposta.
Se visitar um prospecto recomendado por um neoconvertido, fale assim: “O
senhor já sabe que o Sr. Fulano recentemente confessou Cristo como seu Salvador e
filiou-se à Igreja.”
Prospecto: Sim, eu ouvi dizer.
Visitador: Ele está realmente feliz agora. Ele diz sentir pena que esperou tanto
tempo para dar esse passo. Pelo estudo da Bíblia, ele compreendeu que Jesus morreu
pelos pecados dele e lhe deu pleno perdão. Ele me pediu que o visitasse. O senhor
poderia dizer-me qual é a sua situação? Qual é a sua atitude para com Cristo? (Faça
uma pausa e espere a resposta.)
Se visitar um prospecto que pertenceu a uma Igreja, mas não a freqüenta mais,
depois dos cumprimentos preliminares, diga: “Eu sei que o senhor era membro ativo da
Igreja, mas que agora não a freqüenta mais. Poderia dizer-me o que aconteceu?” Note
que esta pergunta não se dirige diretamente às suas relações com Cristo, mas são
necessárias, muitas vezes, etapas intermediárias. Ele provavelmente lhe falará de sua
Igreja. Dê-lhe o tempo suficiente. Também permita que ele diga por que deixou de ir.
Não contra-argumente dizendo que ele não tinha razão de deixar a Igreja. Antes dirija a
conversa sobre Cristo, mais ou menos assim: “Parece que o senhor realmente gostou da
Igreja e de Cristo, e devem ter sido dias felizes para o senhor. O que o senhor sente em
relação a Cristo agora? Qual a sua atitude para com ele?”
5. ENTREGUE A MENSAGEM.
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convicção de seu pecado. Quando, então, a mulher quis desviar o assunto e falar de
diferenças entre os samaritanos e os judeus, Jesus retornou ao problema principal,
falando-lhe da necessidade de união espiritual com Deus e revelando-se como o Messias,
aquele que veio reestabelecer esta união.
Ao expor a mensagem evangelística, podemos resumi-la em cinco passos
fundamentais:
5.1.4. Deus nos oferece perdão e vida eterna através do sacrifício de Cristo.
Jo 3.16; Jo 3.36; Tm 1.15; Is 53.4,5; Lc 19.10; 1 Pe 2.24; 1 Jo 1.7; Jo 1.29; 2 Co
5.19; Jo 10.10; 2 Co 5.17; Jo 11.25,26; Jo 14.9; Jo 20.31; 1 Jo 5.13.
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respectiva passagem e até pedir que ele a leia. Com as passagens Rm 3.23; Rm 6.23 e
Jo 3.16 já podemos apresentar todos os cinco passos. Vejamos: a) Rm 6.23b: Mas o
dom gratuito de Deus é a vida eterna; b) Rm 3.23: Todos pecaram e carecem da glória
de Deus; c) Rm 6.23a: Porque o salário do pecado é a morte; d) Jo 3.16: Porque Deus
amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito; e) Jo 3.16: para que todo
o que nele crê não pereça... Também não é sempre possível apresentar esses passos na
ordem indicada. A apresentação varia de prospecto para prospecto. Há aqueles que já
têm a convicção do pecado, aos quais importa então apresentar a solução da fé e do
perdão. Haverá aqueles que não admitem a sua perdição por causa de seus pecados. A
estes, então, devemos frisar a sua condição de pecadores e o seu estado de perdição.
Haverá também aqueles que admitem tudo, mas estão querendo adiar a sua conversão.
Para estes, então, temos que enfatizar as passagens sobre a urgência da aceitação.
Podemos mostrar que, no momento em que estamos apresentando a mensagem, Jesus
está à sua porta e bate (Ap 3.20), fazê-lo ver a felicidade daquele em cujo coração Jesus
faz morada e as tristes conseqüências dos que não o recebem como seu hóspede.
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5.4.5. Se uma pessoa permanecer indecisa, use o apelo de Josué. (Js 24.15)
5.4.6. Se adiar sempre de novo a sua entrega a Cristo, use a parábola das dez
virgens. (Mt 25)
5.4.7. Se esqueceu a eternidade, use a história do Juízo Final. (Mt 25.31 ss)
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ele colocou, ao mesmo tempo, um poder nesta ordem que deu as forças para que o morto
saísse da sepultura. Uma tal ordem chamamos de imperativo evangélico. Da mesma
forma, se Deus diz por nosso intermédio: “Crê no Senhor Jesus”, ele coloca neste apelo
a capacidade de crer. Assim quando apelamos para alguém ou requeremos dele alguma
resposta, sempre continuamos confiando no poder de Deus de conceder a capacidade e
não no poder do prospecto. Em geral, a sua resposta é apenas uma confirmação pública
daquilo que já foi decidido em seu coração.
Na parábola da grande ceia, o dono deu a seguinte ordem a seu servo: “Sai pelos
caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa.” (Lc
14.23) Quantas vezes insistimos em que pessoas assistam a uma festa nossa. Não
deveríamos insistir muito mais para que assistam conosco à festa eterna no céu? Ou
imaginemos uma pessoa dentro de uma casa que pegou fogo. Ela sabe que a porta de
trás está aberta e que precisa deixar a casa. Mas ela se demora lá dentro. Sem dúvida,
vamos lhe dirigir repetidos apelos até que deixe a casa em chamas. Se Deus, o céu e o
inferno são tão reais para nós quanto uma casa em chamas, então nenhum esforço
sincero de nossa parte será demais para apelar àqueles que ainda se encontram no
edifício das chamas do pecado, que o abandonem o quanto antes a fim de que não
pereçam, mas vivam eternamente.
A questão não é se devemos levar alguém a uma resposta, mas quando devemos
fazê-lo. Levar uma pessoa a uma resposta antes que ouviu falar de Cristo ou quando
ainda não tem um conhecimento do caminho da salvação, leva ao emocionalismo. Não
pedir uma resposta, quando o prospecto conhece esses fatos, é covardia e falta de amor,
diz o evangelista Graf em The Church in the Community.
A maior resposta a que podemos levar uma pessoa é, sem dúvida, confessar
Cristo. Mas não devemos pressionar se o prospecto ainda não está em condições de
aceitá-lo. Neste caso, podemos levá-lo a respostas menores. Por exemplo, fazem-se-lhe
algumas perguntas como segue:
5.5.1. Podemos buscar seus filhos para a escola dominical no próximo domingo?
5.5.4. Posso escrever ao pastor de sua congregação anterior, pedindo uma carta
de transferência?
5.5.5. Posso colocar o nome de seu filho na lista para ser batizado?
5.5.6. O senhor está pronto para aceitar Cristo como seu Salvador?
5.7. Uma vez conseguida uma resposta positiva, agradeça a Deus pela
oportunidade.
Faça então uma oração com o prospecto e deixe-lhe folhetos e informações sobre
sua Igreja, programa de cultos e instruções, etc.
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6. DESPEDIDA
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CAPÍTULO X
Pago minhas dívidas, trato bem os meus semelhantes e procuro cumprir a lei
áurea do amor.
Pergunte se crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus. Em caso afirmativo, mostre-
lhes passagens como 1 Jo 1.8; Rm 3.10. Pergunte a uma pessoa dessas se acha que
comete ao menos um pecado por dia, de ação ou de omissão. Em caso afirmativo,
pergunte por sua idade e a multiplique pelo número de dias. Se ela tiver vinte anos,
cometeu então 7.300 pecados. Adão e Eva foram punidos por um só pecado, e o salário
do pecado, mesmo de um só, é a morte. (Rm 6.23) Cite-lhe também Tg 2.10.
Não somos salvos por viver uma vida boa. Se alguém pensa assim, mesmo os
membros da Igreja, então irá para o inferno. Nem somos salvos por seguir o exemplo de
Jesus. Ef 2.8-10 é a resposta. Também Rm 3.28.
Concorde com a pessoa e diga que você o deplora. Mas mostre que Jesus, num
grupo de apenas doze, também teve um hipócrita, mas isso não o impediu de fazer a
vontade de seu Pai. Mesmo os discípulos, sabendo-o, continuaram servindo a Jesus.
Nós não podemos esconder-nos atrás de hipócritas, nem atrás de um só. Responda com
Rm 14.2, que diz que cada um deve prestar contas individualmente a Deus. É melhor
estar na Igreja com hipócritas por algum tempo do que no inferno para sempre com eles.
Também Jesus disse: “Não julgueis e não sereis julgados.” (Mt 7.1) Podemos, às
vezes, enganar-nos. O hipócrita pode faltar por fraqueza, mas ser crente verdadeiro.
Além disso, diga ao prospecto que, se ele se julgar melhor que muitos na Igreja,
então é necessário que ele entre para melhorar o ambiente. É melhor acender uma vela
do que praguejar no escuro.
Também é bom mostrar que ali onde há falsificações, há algo verdadeiro para ser
falsificado. As pessoas falsificam o dinheiro porque o dinheiro é verdadeiro. O fato de
que o diabo tenta falsificar a Igreja com hipócritas é o melhor argumento a favor de um
Cristianismo autêntico.
Há médicos hipócritas e, não obstante, procuramos um médico em caso de
doença. Há hipócritas no casamento e, apesar disso, a maioria não deixa de casar. Há
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hipócritas vendendo mantimentos, mas não passamos fome por causa deles. Por que
fugir dos hipócritas da Igreja se somos perturbados por eles em toda a parte?
Jesus não diz: “Tu deves ser membro da Igreja, mas deves nascer de novo!”
Nicodemos era um membro da Igreja, mas necessitava nascer de novo. Devemos
enfatizar que a filiação a uma Igreja em si não salva ninguém. Mas, do outro lado,
devemos também tomar cuidado de não menosprezar a Igreja como hoje tantos fazem,
mas colocá-la no seu devido lugar, como a assembléia dos salvos, que devem
permanecer unidos para poder servir melhor a seu Salvador.
Tal pessoa pensa que a salvação se dá por meio de obras. Mostre-lhe que nos
salvamos pela misericórdia de Deus. (Tt 3.6) Desde que não somos salvos pelas obras, a
salvação não depende de nosso viver, mas da salvação de Cristo. Sublinhe o fato de que
um cristão deve levar uma vida correta, mas que a vida correta é um resultado da
salvação e não pode ser praticada para obter a salvação. É Deus quem nos capacita
para uma vida de acordo, depois que cremos.
Cada pessoa deve pagar por cada pecado que cometer e, mesmo se não for
salva, deverá, quando chegar a sua hora da morte, desprender-se de tudo.
Diga a essa pessoa: “Suponha que eu tenha um milhão de cruzeiros e você tem
apenas um centavo. Dou-lhe o milhão em troca do centavo. Você seria um tolo se
alegasse que seria demais para você se desprender do centavo para receber o milhão. É
verdade, devemos desprender-nos de muita coisa, quando aceitamos a salvação, mas
também é verdade que, em troca, recebemos infinitamente mais.
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Nós não podemos salvar-nos a nós mesmos dos pecados, mas é Jesus quem nos
salva. Muitos têm a idéia de que são eles mesmos que têm de se salvar de seus pecados
e então ir a Jesus. Mostre o erro da idéia com a seguinte ilustração: Se alguém tivesse
uma doença e dissesse ao médico: “Não posso tomar seus remédios porque tenho medo
de não poder me libertar da doença”, diria um disparate. O propósito do médico e da
medicina é acabar com a doença. A razão por que nós todos precisamos do Salvador é
porque nós mesmos não podemos nos livrar dos nossos pecados.
Há multidões que pensam assim – que precisam de certo preparo para serem
salvos. Mais uma vez, cite o exemplo do doente que quer se preparar primeiro para
receber o remédio. Cristo nos convida para que nos encontremos com ele assim como
estamos. Na parábola da grande ceia o dono da festa disse: “Vinde que já tudo está
preparado.” (Lc 14.17)
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16. NÃO POSSO CRER QUE DEUS VAI CONDENAR OS DESCRENTES AO CASTIGO ETERNO.
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CAPÍTULO XI
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principais versículos da Bíblia que falam sobre o amor fraternal, mas todos nós sabemos,
até pela própria experiência, que distância muitas vezes existe entre seu conhecimento e
seu cumprimento. É, por isso, que, sempre de novo, devemos ser lembrados a meditar
sobre esses versículos para que, cada vez mais, nos tornemos praticantes da Palavra e
não apenas ouvintes. Abramos a nossa Bíblia e meditemos sobre os versículos que
seguem: Rm 13.10; Rm 9.3; 1 Co 16.14; Gl 5.6; Jo 4.7,8; 1 Pe 4.8; 1 Jo 3.16-18.
O amor fraternal é um fruto da nossa fé em Cristo. É, portanto, uma das provas
concretas de que fomos regenerados e de que somos filhos de Deus, “por que o amor
procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele
que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é Amor”. (1 Jo 4.7,8) Aqueles, portanto,
que não amam os seus semelhantes com esse espírito cristão, examinem-se e verifiquem
se a sua fé, que pretendam ter, não é apenas uma fé histórica.
O amor fraternal deve ir ao ponto de sentir preocupação pela alma do próximo,
principalmente quando esta estiver em perigo. Essa preocupação é tão bem-ilustrada no
capítulo 15 de São Lucas, nas três parábolas: a da ovelha perdida, da moeda perdida e
do filho pródigo. O rev. O. A. Waech fez o seguinte comentário a respeito:
“A parábola da ovelha perdida tipifica aqueles que se desgarraram do rebanho.
Perdidos no deserto do pecado, separados do grande Pastor e de seu rebanho, devem
ser procurados e trazidos de volta. Você percebe que o Pastor esteve muito preocupado
por um por cento de perda. Como auxiliares do Pastor, membros do rebanho, nossa
preocupação não deve ser menor. Não pensemos que ainda resta um número suficiente
no rebanho a fim de levantar o orçamento da Igreja, nem nos iludamos de que os
perdidos voltarão sozinhos. Há almas em perigo. Uma alma é importante. Se você não
pensar assim, então imagine que seja a sua própria alma.
A parábola da moeda perdida tipifica aqueles que ainda se encontram na Igreja,
mas estão fora de circulação. Use a vassoura. Varra – não para fora, mas encontre-o
para torna-lo útil ao Senhor e seu reino.
A parábola do filho pródigo tipifica aqueles que deixaram voluntariamente a casa
paterna. Devem ser lembrados de que estão devastando a sua substância e que o pai
ansioso está esperando a sua volta.
Façamos um exame de consciência. Como você e eu responderemos a Deus
pela maneira como temos sido guardadores de nossos irmãos? Podemos encontrar um
meio melhor para guardar os membros de nossa congregação de modo que nenhum se
perca? Nós somos os instrumentos de Deus.”(2)
Outra característica do autêntico amor fraternal é a humildade. Um cristão
autêntico conhece as suas próprias fraquezas e, por isso, não julga as do próximo com
uma atitude farisaica, de superior a inferior, de mais perfeito a menos perfeito. Escreve o
apóstolo Paulo em Gl 6.1: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que
sois espirituais, corrigi-o com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas
também tentado.” O cristão autêntico sempre deve estar lembrado de que ele também é
pecador e corre o perigo de cair na mesma falta em que o irmão caiu. Por isso,
permanece humilde e procura corrigir com brandura e compreensão as faltas do irmão. O
fariseu julga-se perfeito e superior e corrige com severidade, mas o cristão autêntico
julga-se igual e corrige com brandura. O fariseu alegra-se com a falta alheia, mas o
cristão se entristece. O fariseu manda, o cristão serve. E esse espírito de servir é mais
uma característica do amor fraternal. “Sede antes servos uns dos outros pelo amor.” (Gl
5,13) “Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, cada um
considerando os outros superiores a si mesmo.” (Fl 2.3) “Servi uns aos outros, cada um
conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1
Pe 4.10)
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Esse exemplo o próprio Salvador nos proporcionou. Em João 13, vemo-lo lavar os
pés de seus discípulos. Em Mt 20.26-28, Jesus diz: “Quem quiser tornar-se grande entre
vós, será vosso servo; tal como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas
para servir.”
Um tal espírito manifesta-se também pela paciência e longanimidade. Nada mais
contrário a esse espírito do que uma atitude impaciente, querer cortar logo, sem primeiro
tentar adubar e tratar a árvore, se atacada por alguma praga. Na parábola da figueira
estéril, em Lucas 13, o dono da vinha mandou cortar uma figueira que não produzia fruto.
Entretanto, o seu empregado lhe pediu paciência, mais um ano de espera. Durante este
tempo, iria adubá-la e ver se produziria fruto para o ano seguinte. Assim também os que
trabalham na vinha espiritual das congregações devem ter paciência. Adubar primeiro,
cultivar com cuidado os membros inativos a fim de que produzam para o próximo ano.
Nada de cortar logo sem ter feito uma tentativa paciente de recuperação da planta doente.
No entanto, se todos os esforços longânimos forem inúteis, é preciso cortar. Se
de um lado a Escritura diz que o amor cobre multidão de pecados, isto é, perdoa e
esquece os pecados quando perdoados por um verdadeiro arrependimento, do outro lado,
o amor não pode tolerar o pecado, não pode fechar um olho ou até os dois e deixar o
membro faltoso continuar no seu estado inativo. Se todo o tratamento carinhoso nada
valer, a árvore deve ser cortada. O apóstolo Paulo, que tanto insistiu no amor fraternal,
em termos drásticos mandou excluir um membro faltoso da congregação de Corinto. (1
Co 5) Infelizmente, temos muitas congregações hoje em dia que já não praticam mais a
disciplina eclesiástica, que toleram em seu meio todo pecador, desde que pague a sua
anuidade. Assim, cometem o pecado contra o qual o apóstolo Paulo advertiu em 1 Co
5.11: “Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão,
for impuro ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal
nem ainda comais.” O apóstolo Paulo compara tal gente com o fermento. Como um
pouco de fermento pode levedar uma massa toda, assim também um pequeno número de
membros relapsos e incorrigíveis pode contaminar a vida espiritual de toda uma
congregação, e Deus poderá privá-la de todo o vigor espiritual. No Antigo Testamento, o
povo de Israel, após a estrondosa vitória sobre Jericó, sofreu uma contundente derrota
em Ai, porque havia um ladrão em seu meio, Acã; e só depois de ele ter sido extirpado,
Deus deu novas vitórias a Israel. (Js 7) Quantas vitórias não estarão perdendo as
congregações que não limparem as suas fileiras dos impenitentes. Após todos as
tentativas de uma fraternal, mas frustrada recuperação, permanece em pé a ordem final
do apóstolo: “Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.” (1 Co 5.13) Mesmo a exclusão
ainda é uma medida de amor. Pelo choque, o pecador poderá acordar e se arrepender e,
assim, voltar à congregação, como aconteceu com o mesmo pecador da congregação de
Corinto que se arrependeu e que o apóstolo mandou reintegrar à congregação com o
seguinte conselho: “De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para
que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza; pelo que vos rogo que
confirmeis para com ele o vosso amor.” (2 Co 2.7,8)
Um clima de amor fraternal que se caracteriza pela preocupação da alma alheia,
pela humildade, pela paciência, mas também pela determinação de disciplinar, se
necessário, é o clima ideal que proporcionará o ambiente para os membros crescerem
como plantas viçosas e para a redução do número dos membros inativos, que se
reintegrarão mais facilmente no trabalho da congregação com o tratamento acima
prescrito.
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Por que fulano deixou de freqüentar o culto? As causas podem ser diversas.
Naturalmente, a mais grave será a perda da fé, o esfriamento de seu amor, o que fez
voltar ao mundo. Mas pode acontecer que esse não seja o caso. Talvez ele continue na
sua fé. Talvez tenha se retirado por causa de alguma ofensa. Talvez fosse o próprio
ambiente frio da congregação. Ninguém ou poucos se interessavam por ele quando ia
aos cultos. Talvez o interesse por ele tenha diminuído depois de ter sido recebido na
igreja.
Um missionário da Índia conta de um membro de sua Igreja que se tornou inativo.
Ele o visitou e perguntou o que aconteceu. A resposta desconcertante foi: “Quando eu
iniciei a visitar sua igreja, cada um conversava comigo. Membros da congregação me
visitavam. Pareciam ansiosos de repartir o Evangelho comigo e demonstravam
preocupação por minha alma. Mas logo que entrei na Igreja e fui batizado, este interesse
desapareceu. Ninguém mais orava comigo. Ninguém mais falava comigo de Jesus.
Ninguém mais parecia repartir comigo a alegria da fé cristã. Tive a impressão de que
tudo o que realmente desejavam era arrolar meu nome como membro da congregação.”(3)
Quantos casos semelhantes acontecem em que nós, os próprios membros da
congregação, somos a causa, mas atribuímos ao inativo uma causa bem diferente e o
tachamos logo de membro relapso. Portanto, é necessário que estudemos
cuidadosamente as causas de cada caso individualmente.
Por que um membro deixou de freqüentar a Santa Ceia? Pode ser por falta de fé.
Mas também pode ser por insuficiência de doutrinação a respeito de sua importância.
Pode ser, também, por algum desentendimento com outra pessoa para cuja superação
ele precisa de nossa ajuda. Um caso assim aconteceu uma vez comigo. Já estive
bastante tempo trabalhando numa congregação em que houve um membro que nunca
freqüentava a Santa Ceia. Um dia, o visitei e, com todo o tato possível, perguntei pela
razão. Revelou-me, então, que vivia inimizado desde longos anos com outro membro da
mesma congregação. Ele tinha muita vontade de reconciliar-se, mas não sabia como.
Visitei imediatamente o outro membro, o qual também se mostrou disposto para a
reconciliação, e convoquei os dois para um encontro na igreja. Aconteceu que, já no
caminho para este encontro, os dois se reconciliaram e depois me comunicaram
alegremente o fato. O membro recuperou-se e, desde então, mostrou muito interesse no
trabalho da congregação. Mas o que mais me comoveu foi quando, mais tarde, deu um
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Cristo pode contribuir para a felicidade de sua vida e como ela é vazia sem Jesus. Por
isso, devemos fazê-los sentir que temos interesse por eles como pessoas redimidas pelo
sangue de Cristo e não apenas como membros da congregação a fim de nos ajudar a
levantar o orçamento. Devemos fazê-los sentir que a Igreja tem todas as condições de
oferecer-lhes os maiores tesouros e que eles precisam da Igreja em vez de dar a
impressão contrária de que a Igreja precisa deles. Devemos mostrar-lhes como
relacionar com Cristo a sua vida diária no lar, no trabalho e na sociedade. Enfim,
devemos encorajá-los a usar mais fielmente os meios da graça e viver uma vida cristã.
Com toda a sinceridade, vamos fazer que percebam que sentimos a sua ausência, pois
ela os priva das maiores bênçãos de sua vida.
Walter Werning, em sua obra Winning them Back, já traduzida com o título Como
Recuperá-los, dá as seguintes indicações para tais visitas: “Os visitadores, em suas
visitas, devem cuidar de não pedir aos inativos que venham aos cultos, dando a
impressão de que, com isso, estão fazendo um favor a Deus. Do contrário, devem ajudar
o membro inativo a compreender quanto ele está perdendo por não manter uma firme
comunhão com Cristo. Os visitadores devem dar seu testemunho a favor do amor
imutável de Deus para com o ser humano, em contraste com o amor vacilante da pessoa
para com Deus. Devem mostrar sua preocupação cristã para com os problemas dos que
visitam e assegurar-lhes o permanente interesse da Igreja por todos os seus membros.
Membros fracos devem ser lembrados do que Deus fez por eles. Deus Pai os
criou e continua a favorecê-los com a sua providência. Deus Filho veio morrer e
ressuscitar por eles para que tenham vida e esta em abundância. Deus Espírito Santo
levou-os à fé em Cristo e agora lhes assegura crescimento na graça e em conhecimentos
espirituais. Como membros da Igreja de Cristo, eles têm o privilégio de receber as
bênçãos da Bíblia, do Batismo e da Santa Ceia.
É uma boa regra, durante a visita, deixar o outro falar. Se ele tem alguma queixa,
escute pacientemente, deixe que ele desabafe e depois insista em que ele ou ela
apresente o caso ao pastor. Ressalte a necessidade da compreensão e do perdão. (Cl
3.13). Mantenha a discussão positiva e num nível espiritual. Seja um ajudador e não um
juiz. Procure ser imparcial, mas simpático. Trate as escusas com cautela, procurando
sempre descobrir a razão verdadeira atrás da escusa. Muitas vezes, existe uma razão
real atrás de uma escusa expressa. Ore ao Espírito Santo para que aja através de você,
providenciando-lhe luz da Escritura ao responder a perguntas e ao tratar de problemas.
“Se o membro visitado não tiver admitido a sua inatividade, fale de cultos futuros e
expresse a sua esperança de vê-lo então presente. Encoraje-o para a leitura da Bíblia em
casa e para começar com devoções domésticas. Ofereça para isso algum material.
Procure alistar um ou mais membros da família na classe bíblica. Ou candidate-os para
qualquer outra atividade cristã. Procure engajá-los definitivamente. Se alguém disser que
tentará melhorar, mostre-lhe gentilmente que necessitamos do poder de Deus para
ajudar-nos a melhorar. Quando há sinais de concordância, agradeça a Deus. Sempre
deixe a porta aberta para futuras visitas. Se, acaso, não houve aparentemente resposta
favorável, evite mostrar desapontamento ou insatisfação. A abordagem do assunto pelo
visitador varia conforme as pessoas e as situações. Planeje uma visita com cuidado de
antemão. Esteja preparado com algumas perguntas e sugestões. Alguns folhetos
apropriados e cartas especialmente preparadas podem oferecer sugestões que sejam
aproveitadas durante a visita.
Centralize a conversa sobre os conteúdos mais importantes do Cristianismo. Se
alguém mostrar que está dependendo muito de sua vida correta, de seus pais cristãos ou
de outros fatores exteriores para a sua salvação, dê-lhe uma resposta nestes termos:
‘Você pode ter tido pais cristãos, porém, eles não podem ajudá-lo a transpor as portas do
céu, sem Cristo. Você pode viver uma vida correta e limpa, o que é justo, mas isso não
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lhe valerá nada, se seus pecados não forem perdoados. Você pode privar-se dos
prazeres mundanos, estar em dia com todas as suas obrigações financeiras e contribuir
para a Igreja. Tudo isso, entretanto, não lhe servirá de passaporte para o céu, se não
tiver aceito a graça de Deus para a sua vida. Você pode ser honesto e camarada com o
seu próximo, mas isso em si não o fará um filho de Deus. Você pode ir à igreja de vez em
quando, mas isso não lhe compensará a falta do Espírito de Cristo em sua vida.’
Para cada visita, prepare uma série de perguntas principais. À medida que uma
pessoa procura responder a tais perguntas, ela pode chegar a descobrir a falácia de sua
maneira de pensar. Com suas perguntas, procure conduzi-la a algumas soluções. Tente
conseguir algum material de respostas honestas. Escute com atenção tudo que for dito.
Se alguém estiver convencido no seu íntimo de que está errado, deixe-o externar os seus
pensamentos e ajude-o a renovar o seu pensamento. O objetivo do visitador não é tanto
fazer o outro concordar, na superfície, com o seu ponto de vista, mas ajudá-lo a fazer uma
decisão acertada e convertê-la em ação. O objetivo de toda visita deve ser ajudar uma
pessoa em vez de condená-la.”
Cada visita deve ter um objetivo, um alvo ao qual queremos chegar. O alvo final,
sem dúvida, é reintegrar o membro no trabalho da congregação. Mas, para chegar a este
ponto, temos que fixar uma porção de objetivos mais próximos. Para tal temos de
estudar, já antes da visita, o tipo do membro que vamos visitar. Com essas informações,
podemos traçar um plano pelo dual iremos reconquistá-lo. É claro que este plano não
deve ser demasiadamente inflexível, a fim de fazer os necessários reajustes durante o
desenrolar da visita. Vamos enumerar, a seguir, uma série de objetivos dos quais iremos
selecionar alguns em cada caso, de acordo com a natureza da visita. De maneira alguma
pretendemos alinhar aqui todos os objetivos possíveis, mas apenas alguns dos mais
freqüentes:
5.1. Fazer com que o membro inativo saiba que a sua ausência é sentida e
convencê-lo de que está perdendo a melhor parte de sua vida.
5.2. Ajudá-lo a colocar Cristo no centro de sua vida por meio do estudo da Palavra
de Deus, do serviço ativo na igreja e das contribuições. Podemos fazer-lhe perguntas
assim: “O que você e sua família desejam mais na vida? Qual é o seu maior propósito na
vida? Haverá valor na vida sem Cristo? Que lugar você tem dado a Cristo em sua vida?
Você tem dado alguma atenção a devoções domésticas? Você acha que uma assistência
mais assídua aos cultos e devoções domésticas vai ajudá-lo a encarar a vida numa
melhor perspectiva?”
5.3. Convencê-lo de que Deus também deu a ele, como a todos, uma missão a
cumprir.
Se você é cristão, então é pela graça de Deus, por um amor maior que o seu.
Como cristão, Deus o fez sua propriedade e agora você faz parte de seus planos. A
Bíblia diz que somos edifício de Deus (1 Co 3.9), templo do Espírito Santo (1 Co 3.16) e
que somos de Cristo (1 Co 3.23). Procure descobrir de que tarefa Deus incumbiu você.
Saiba que ele é Senhor de sua vida e suplique pela sua assistência. Ele não tolera rivais
quanto ao primeiro lugar em sua vida. Você permitiu que rivais o tentassem? Não quer
procurar agora crescer na graça de Deus?
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5.6. Incutir-lhe a responsabilidade de pai, quando tem filhos. Mostrar que é seu
dever levar as crianças à escola dominical e às classes de confirmação. Deus colocou os
pais como responsáveis pela vida espiritual de seus filhos. Se nós procurarmos
incumbir-nos desta responsabilidade, estabeleceremos um clima espiritual sadio em
nossos lares.
5.7. Colocar sempre a ênfase nos aspectos positivas da vida cristã. A paz
espiritual e a segurança, que tantos procuram em vão, só Cristo nos pode proporcionar, e
são frutos da nossa fé. A vida com Cristo nos traz perdão de pecados, vida espiritual
abundante e a eterna salvação. Muitas tensões e ansiedades poderão ser banidas de
nossa vida com a assistência de Cristo. Seguros em sua graça, não precisaremos mais
temer a morte nem os piores cataclismos da vida presente. Mesmo abandonados por
todos os amigos, ele permanece o nosso melhor e mais fiel amigo.
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6.3. Cartões de freqüência são enviados com cada carta semanal. Essas cartas,
assinadas devidamente, são entregues na entrada do culto aos recepcionistas. Estes
terão em mãos cartões em branco para aqueles que esqueceram os seus em casa e para
os visitantes.
6.5. Um grande quadro com um gráfico de freqüência pode ser colocado no fundo
da igreja, onde cada um possa verificar os recordes de freqüência.
6.7. A cruzada deve ser publicada no boletim da Igreja e nos jornais. Devem ser
providenciadas gravuras adequadas para as publicações. Também algumas histórias de
interesse humano.
6.8. Os membros são encorajados a trazer amigos e vizinhos que não tenham
filiação a Igreja.
6.9. Logo após a Páscoa, deve haver uma semana de confraternização, durante a
qual é programada uma visita paroquial para encorajar o interesse na igreja
especialmente entre aqueles que dele necessitam. As famílias mais ativas podem formar
equipes com as menos ativas. O tempo, local e espécie das visitas os membros decidirão
entre si, mas o principal tópico de discussão será a Igreja e os cultos.(8)
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vizinhança, moravam seis famílias que, embora arroladas no livro de membros, tinham
perdido todo o interesse pela Igreja. Algumas delas encontraram amizade em sociedades
ou clubes. Outras levantaram barreiras imaginárias entre elas e a nossa Igreja. Mas nós
temos responsabilidade perante Deus para com elas. Então lhes falei dos fatores que
conservam os membros na Igreja, dando particularmente ênfase ao espírito de amizade.
‘É evidente’, eu disse, ‘que essas famílias não encontraram este espírito cordial em nossa
Igreja. Do contrário, não nos teriam abandonado’.
Então apelei para o grupo que envolvesse essas seis famílias com um cordial
interesse de amizade e de boa vontade. Pedi-lhes que organizassem uma noite de
amizade cada mês. Não deveriam aproximar-se daquelas seis famílias como membros
da Igreja, nem deveriam pedir o seu retorno à Igreja. Em primeiro lugar, deveriam
estabelecer um simples contato com elas e convidá-las para estas noites de amizade.
Uma família jamais conseguimos recuperar. Tornara-se cínica com respeito à vida em
geral. Mas, dentro de um ano, cinco famílias estavam freqüentando aquela reunião de
amizade e também estavam de volta aos cultos na igreja. Quando foram visitadas pela
comissão de finanças, novamente assinaram a lista das promessas. Três daquelas
senhoras freqüentaram a sociedade de senhoras e dois daqueles pais de família
tornaram-se ativos na diretoria. Treze crianças voltaram à escola dominical. Estou certo
de que, através de tal plano de amizade por zona, 90% de nossos membros inativos
poderão ser reconquistados para o trabalho ativo na Igreja.”(9)
Os lares cristãos oferecem as maiores vantagens no sentido de conservar e
reconquistar membros. Infelizmente, essa vantagem é tão pouco explorada. Devemos
fazer de nossos lares uma cidadela em que o amor fraternal e a amizade sejam cultivados
de tal modo que em muito excedam as associações deste mundo. Mas isto significa
esforço incansável, hospitalidade autêntica, cuidadoso planejamento de reuniões de
amizade e promoção corajosa. Uma Igreja que está disposta a pagar esse preço
conserva e reconquista a maioria de seus membros inativos.
Não tenhamos ilusões de que os inativos vão se deixar recuperar apenas por
convites insistentes de freqüência aos cultos e por sermões sobre seus deveres. A
pessoa contribui apenas quando reconhece valores naquilo em que investe. Se o seu
coração está frio em relação à Igreja, ela está cega em relação a seus valores. Para que
ela perceba os valores, é preciso que nós a despertemos com este espírito de amizade
cordial e que a façamos participar destes valores, cultivando-os pessoal, alegre e
entusiasticamente.
Muitas vezes, dentro da Igreja, não damos valor nem usamos os talentos da
maioria dos membros. Outros, fora da Igreja, os observam e os exploram. Assim, ou
perdemos tais membros ou eles permanecem inativos dentro da Igreja. Vamos
apresentar duas experiências de um pastor que soube explorar os talentos de alguns
membros inativos, reconquistando-os para o serviço ativo da Igreja. Eis o que ele nos
conta: “Dois jovens de talento excepcional em música se filiaram à nossa congregação.
Mas, aparentemente, não tínhamos lugar onde ocupá-los. Não tínhamos orquestra nem
coro juvenil. Não demorou, os rapazes começaram a ausentar-se das classes bíblicas.
Passaram-se três meses. Ao colher informações, fui notificado de que haviam integrado
uma orquestra de dança e que, aos domingos de manhã, ensaiavam. Apelamos para
eles que voltassem à classe bíblica e aos cultos. Mas não voltaram. Fiquei
profundamente preocupado. Então um leigo dedicado, com o qual discutia o assunto,
deu a sugestão: “Por que não podemos criar uma orquestra em nossa Igreja? Vou
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financiá-la até o montante de 200 dólares. Decidimos abordar estes dois jovens. Aquele
leigo convidou-os para um lanche e, assim, nós quatro nos reunimos e conversamos.
Estendemos-lhes o convite de voltar à Igreja e lá fundar uma orquestra. Dentro de uma
semana, aceitaram. Que trabalho magnífico realizaram! Os dois estavam de volta à
Igreja. Ambos, com o passar dos anos, tornaram-se esplêndidos líderes cristãos.
Na grande depressão financeira dos Estados Unidos, nossa Igreja passou por uma
crise financeira. Sob uma dívida pesada, nossas entradas eram insuficientes para
desenvolver o programa. A liderança financeira na congregação decaiu lastimavelmente.
Os membros da diretoria pareciam incapazes de fazer face à situação. Onde achar um
homem que pudesse salvá-la? Então, um dia, um leigo me chamou a atenção ao fato de
que o cidadão que estava liderando muitas empresas de caridade em nossa cidade era
membro de nossa congregação, mas já fazia anos que não comparecia aos cultos. Era
um homem calmo que não gostava de aparecer. Tornara-se membro de nossa igreja e,
como ela nada lhe ofereceu para desenvolver seus talentos, afastou-se de nossas
atividades, ao ser contratado pelas organizações de caridade em nossa cidade. Um dos
membros observou: ‘Se conseguíssemos aquele senhor para manobrar as nossas
finanças, em breve estaríamos fora de dificuldades.’ ‘Por que não?’, eu disse, ‘vocês já
tentaram engajá-lo?’ Não o haviam tentado. Assim, resolvemos encontrar-nos com ele.
Expusemos-lhe com toda a franqueza a situação e pleiteamos o investimento de seus
talentos a favor de nossa Igreja. Três dias mais tarde, aceitou. Então começou uma
experiência maravilhosa para a nossa Igreja e para aquele homem. Dentro de seis
meses, a Igreja conseguiu uma recuperação marcante. Mas era igualmente importante o
fato de que aquele homem quieto, sério, altamente dotado, estava todos os domingos no
culto, servindo a seu Senhor. Ambos, ele e sua família, haviam sido reconquistados para
a sua Igreja.”(10)
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cultos e, vejam lá, cultos cada vez mais curtos, é um sintoma de subnutrição espiritual.
Esses estudos bíblicos fomentariam também as devoções domésticas e as particulares de
cada um. Que crescimento espiritual não iria resultar de um tal programa de nutrição
espiritual abundante.
Meios auxiliares são boletins, cartões e cartas, dos quais cada congregação deve
lançar mão para manter o interesse ativo de todos os membros. Numa congregação em
que há cultos todos os domingos, seria ideal publicar cada vez um boletim com pequenos
artigos construtivos e informações. Um destes artigos pode ser um pequeno resumo do
sermão do pastor. Assim, os que faltaram ao culto ao menos receberam do culto um
comprimido espiritual e os que a ele assistiram têm um lembrete de fixá-lo na memória e
aplicá-lo à vida. Há congregações que possuem um carinho especial para os membros
ausentes com os dizeres: “Sentimos a sua ausência no domingo passado.”
Por que não enviar um cartão de aniversário com algum versículo bíblico sugestivo
para cada membro? Talvez também cartões de Natal e de Páscoa. Todos nós sabemos
o efeito que um simples cartão pode trazer, especialmente a uma pessoa que se sente
esquecida e que, de repente, se vê lembrada por meio de uma atenção especial.
Outro meio auxiliar eficiente é cartas especiais, dirigidas de vez em quando aos
membros. Especialmente os membros inativos, ao receberem uma carta bem pensada,
poderão acordar por meio dela e voltar ao trabalho da Igreja sem que seja necessário
outro empenho. Eis o modelo de uma carta a um membro inativo:
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Deus e seus sacramentos para que não seja apanhado como um dos que rejeitam a
pérola de elevado preço.
Somos filhos de Deus em Cristo Jesus. Certifiquemo-nos para que também
sejamos ativos como seus filhos.
Carta modelo nº 2
Em nome de Jesus
............................................, pastor.(11)
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do livro, caso, com este gesto, pudesse salvar os seus irmãos. Qual é a nossa atitude em
relação aos inativos? Apresentamos os seus nomes em oração ao nosso Deus e
procuramos sentir pessoalmente o fardo de suas almas? Se ainda não procedemos
assim, nenhuma autoridade temos para recomendar que sejam riscados da lista de
membros. Oremos por eles e ajamos com eles de acordo com as recomendações deste
capítulo e Deus vai iluminar a nossa mente para que não procedamos de forma insensata,
mas prudentemente.
Certo pastor foi chamado para uma congregação rural. Veio já com o propósito
preconcebido de proceder a uma limpeza na congregação. Insignificantes irregularidades
se tornavam motivo para expulsão. Em pouco tempo, reduziu aquela pequena
congregação de 45 famílias a 15. “É melhor ter seis cristãos verdadeiros”, dizia ele, “do
que uma igreja cheia de meios cristãos”.(12)
Todos concordarão que este pastor agiu insensatamente. Pensava que a Igreja
deveria ser um museu de santos ao invés de ser uma escola para pecadores se
aperfeiçoarem. Agiu de acordo com a antiga lenda grega de Procusto, que era um rei
muito severo e quis que todos os seus súditos coubessem numa certa cama. Aos que
tinham estatura inferior ao comprimento da cama, mandava esticar as pernas e aos que
tinham estatura superior, mandava cortá-las.
Amor, paciência e bom senso devem presidir as nossas ações no trato dos
membros inativos. “O rebanho deve ser guiado e não tocado”, alguém disse. Assim
também o pastor e os demais membros ativos de uma congregação devem proceder.
Devem ser guias e conselheiros dos fracos e ter, com a ovelha desgarrada, a
preocupação e a atitude do bom Pastor.
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CAPÍTULO XII
Uma estatística das maiores denominações dos Estados Unidos revelou que cerca
de 40% de todas os novos convertidos novamente se perdem nos primeiros sete anos
após sua recepção. Tais igrejas podem se comparar com um pescador que apanha seus
peixes numa rede furada. Alguém, usando outra imagem, disse que, na maioria de
nossas igrejas, a porta está sendo aberta todos os domingos para a recepção de novos
membros – é a porta da frente. Mas o incrível acontece que, enquanto abrem a porta da
frente uma vez por semana, aos domingos, para a entrada, durante os seis dias restantes
da semana, deixam a porta dos fundos aberta para a saída. Durante um dia da semana,
os novos convertidos entram; durante seis novamente saem. Não se poderia dar melhor
conselho a todas essas igrejas do que este: “Fechem a porta dos fundos.”(1)
Mas como fazê-lo? O problema é complexo. Vamos tentar umas sugestões
valiosas neste capítulo.
A evangelização não consiste apenas no trabalho da conquista de novos
membros. É apenas o primeiro passo de uma longa etapa que precisa ser levada a um
fim feliz. E esse se dá quando o novo membro, depois de uma vida cristã abençoada e
enriquecida, parte desta vida para a salvação eterna.
Precisamos salvar não apenas de alguma coisa, mas também para alguma coisa.
Os novos membros precisam ser treinados, fortalecidos, firmados. Certo oficial do
exército afirmou que 15% dos soldados alistados tornam-se bons soldados sem muito
exercício, por seus dotes naturais. Outros 15% jamais se tornam bons soldados apesar
de todo o treinamento. Mas os restantes 70% só se tornam bons mediante instrução
correta e treinamento bem-executado. O mesmo também podemos aplicar à Igreja. A
maioria de seus membros só se torna bons cristãos mediante um programa de instrução e
treinamento espiritual bem-planejado e executado.(2)
Certo pastor chegou a uma nova congregação, onde logo teve que enfrentar um
programa de novas construções. Era necessário mais de meio milhão de dólares.
Admirou-se de que dispunha de uma congregação de contribuintes alegres, segundo 2 Co
9.7. Nenhum sacrifício lhes era demasiado. O dinheiro entrou rapidamente, e a tarefa
pôde ser concluída depressa. Quando o pastor se meteu a examinar a causa de tal
espírito voluntarioso, descobriu que o pastor anterior dessa congregação era um
admirável educador. Ensinara a todo novo convertido como também aos membros mais
antigos o sentido, os métodos e os benefícios da mordomia cristã. Os membros tinham
aceito seus ensinamentos e agora, como cristãos maduros, tinham um coração liberal e
um espírito de entusiasmo pela obra do Senhor. Esse pastor conservara os novos
convertidos mediante uma educação conscienciosa nos princípios cristãos.(3)
Um ministério ideal não apenas conquista novos membros. Ele igualmente
desenvolve neles um caráter cristão e os engaja nas atividades da Igreja. As palavras
que Deus pôs na boca do profeta Ezequiel devem servir-nos de advertência “Assim diz o
Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não
apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vesti-vos da lã e degolais o
cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não
curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não
buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim se espalharam, por não
haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.” (Ez 34.2-5) Somos
mais do que anunciadores de boas-novas. Deus também nos constituiu para a educação,
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1.1. Nunca se deve apressar demais a instrução, mas, por outra, também não
prolongá-la demais. É obvio que, em primeiro lugar, devemos verificar se a pessoa já
está convertida e, se não, concentrar a nossa atenção em torno desse problema. Que
adianta ensinar a uma pessoa as partes principais da doutrina cristã, se ainda não aceitou
Cristo como seu Salvador? Uma pessoa só vai aceitar os Dez Mandamentos como
norma de sua vida, só vai orar, só vai se interessar pela doutrina do Batismo, do Ofício
das Chaves e da Santa Ceia, se crê em Cristo. Se não crê nele, então está perdida toda
a instrução complementar na doutrina cristã. Por isso, as primeiras aulas da instrução
devem girar em torno da necessidade da conversão, colocando-se a ênfase sobre as
doutrinas do pecado e da graça. Uma vez convertido o prospecto, deve-se assisti-lo na
sua nova fé, auxiliá-lo para que ponha a sua confiança em Cristo e não nas obras, que
obtenha, assim, certeza de sua salvação, confiando plenamente nas promessas de Deus.
Após essas aulas preliminares, pode-se proceder a um ensino sistemático das partes
principais da doutrina cristã, conforme expostas em nossos manuais de instrução para
adultos.
1.2. Além dessa instrução nas verdades fundamentais da doutrina cristã, é bom
recomendar a leitura de bons livros de edificação cristã, principalmente biografias de
grandes heróis da fé ou obras que tratem de problemas específicos da vida cristã.
1.4. Também o hábito da oração diária deve ser desenvolvido. Devemos mostrar
a necessidade e as vantagens da oração e estimular a sua prática constante.
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1.5. Devoções domésticas, freqüência assídua aos cultos e aos estudos bíblicos
são hábitos que devemos estimular neles com grande habilidade e paciência.
1.7. Também devemos desestimular neles hábitos antigos, pecaminosos. Se, por
exemplo, houver problemas de inimizade, devemos ajudá-los a restabelecer a paz. Se
houve desvios de bens ilícitos, devemos insistir na sua restituição.
Jamais devemos esquecer-nos de que estamos educando cristamente e não
apenas ensinando no sentido de transmitir conhecimentos. A verdadeira educação não
implica apenas conhecimento, mas também a criação e o desenvolvimento de hábitos,
habilidades e atitudes correspondentes.
c. Seria bom se todos recebessem também alguma lembrança deste dia. Poderia
ser um livro de edificação cristã com dedicatória, uma Bíblia, um Novo Testamento, etc.
Também todos deveriam ser supridos com farto material informativo sobre a congregação
e sua Igreja.
3.1. As visitas devem continuar. “O que eu fiz para que o senhor não me visitasse
mais?”, um novo membro recebido havia seis meses perguntou a seu pastor. Antes de
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ter sido recebido, foi visitado regularmente. Durante os primeiros dois meses após sua
recepção, o novo membro será mais estreitamente ligado a sua Igreja com três visitas, no
mínimo: uma pelo pastor, a outra por um representante de um dos departamentos ao qual
o membro deveria estar filiado. A filiação se torna mais fácil se alguém se oferece para
buscá-lo de sua residência e depois novamente levá-lo. A terceira visita cabe ao padrinho
ou a um amigo.
3.2. Cada novo membro deve ter um padrinho que seja do mesmo nível social e
possua idênticos interesses. Este deve travar relações de amizade com ele, promover
visitas mútuas e, especialmente, auxiliá-lo na assistência espiritual. De vez em quando, o
pastor deve convocar uma reunião de todos os padrinhos para animá-los, discutir as suas
responsabilidades e conscientizá-los da obra abençoada que estão praticando. Se um ou
outro tiver uma dificuldade, deverá receber auxílio imediato do pastor ou da diretoria. A
tarefa do padrinho deve durar, no mínimo, seis meses, até a consolidação definitiva do
novo membro, que então pode servir de padrinho a futuros novos membros.
3.4. Um jantar anual seria outro meio de melhor integração. Todos os novos
membros, recebidos durante o ano, serão convidados com seus familiares e possíveis
prospectos amigos. A diretoria da congregação e os dirigentes de todos os
departamentos com suas esposas, também deverão estar presentes. O presidente da
congregação poderá supervisionar o programa. Deve ser uma reunião informal, alegre,
com um programa variado, para descontrair os espíritos. Os membros convidados da
diretoria deverão sentar-se misturados com os novos membros. Estes poderão tomar
parte no planejamento e na execução do programa. As despesas do jantar poderão ser
cobertas, em parte, por uma coleta livre levantada na ocasião.
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grupo podem repetir seu voto de confirmação. O chefe de cada ano ou classe faz um
relatório nestes termos:
O relatório do ano de .......... apresenta os seguintes dados:
1 – ................... foram aceitos como membros comungantes.
2 – ................... ainda são membros de nossa congregação.
3 – ................... filiaram-se a congregações irmãs.
4 – ................... adormeceram em Cristo.
5 – ................... estão hoje aqui presentes.
6 – ................... abandonaram a Igreja.
7 – ................... tomaram destino ignorado.
Alguém uma vez perguntou a um empregado que estava arando com bois por que
estes animais iam sempre tão devagar. “Não sei, patrão”, respondeu o humilde
empregado, “acho porque eles sempre estão juntos com os velhos. Os velhos andam
devagar e eles ensinam aos novos também andar devagar.” Assim também acontece
numa congregação. Se os membros antigos estão vagarosos no trabalho do reino de
Deus, os novos procederão da mesma maneira. Como já vimos, algumas vezes a causa
de membros relapsos está mais na Congregação do que nos novos membros que se
tornaram relapsos.
Em certa conferência pastoral, um pastor declarou que ele não acreditava em
empreendimentos evangelísticos. Apontou como uma das razões o fato de haver
recebido 105 novos membros pelo trabalho de um evangelista, sendo que apenas 20
ainda permaneciam filiados à Igreja, depois de dois anos. “Acho isso estranho”, um outro
pastor respondeu, “pois eu recebi do mesmo evangelista 120 novos membros e,
verificando ultimamente a lista dos membros, tive o imenso prazer de constatar que todos,
menos seis, permanecem membros ativos de minha congregação.” (6)
Onde está a diferença? Uma Igreja desenvolveu e treinou os novos membros,
conservando-os quase todos, outra parou no ponto da evangelização e não demonstrou
nenhuma responsabilidade pelo nutrimento espiritual dos novos convertidos.
É preciso, pois, que cada congregação ofereça um clima espiritual favorável para
o desenvolvimento da personalidade cristã dos novos membros. Vamos alinhar alguns
requisitos que geram este clima:
4.1 Compreensão.
Muitas vezes, fica-se chocado com a atitude de membros mais antigos em relação
aos novos. Numa sessão de diretoria, um novo membro era o centro da conversa.
Faziam uma verdadeira dissecação de suas falhas. “Eu nunca esperava dele alguma
coisa.” “Ele procede exatamente assim como eu esperava.” “Seu mal é hereditário. Toda
a família dele é assim.” Nesse espírito choviam os comentários impiedosos. Não ocorria
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a tais críticos que a falha fundamental estava com eles, na sua falta de amor e
compreensão para com um bebê em Cristo que apenas começava a dar os seus
primeiros passos.
Compreensão é preciso, em primeiro lugar, com cada novo convertido. Devemos
saber que ele é um bebê espiritual. Necessita dos mesmos cuidados que um bebê
natural. Ninguém espera de um bebê comportamento de adulto. Todo o cuidado é pouco
para cuidar dele e protegê-lo contra todos os perigos. Na educação moderna, é
condenada a atitude de falsos pedagogos que não consideram as crianças como tais,
mas querem educá-las como pequenos adultos. Na educação espiritual da Igreja, se dá o
mesmo. Uma criança espiritual deve ser considerada como tal. Ela precisa do nutrimento
correspondente à sua natureza e especialmente de uma ilimitada compreensão dos
membros espiritualmente adultos. Um dos princípios fundamentais de nossa atitude em
relação aos novos é crer na sua sinceridade. Se entraram na Igreja, é porque querem
tornar-se cristãos cada vez melhores.
Em lugar de criticá-los, cada membro mais experimentado da congregação deve,
como disse alguém, “pôr mãos carinhosas sobre os seus ombros”.
Nenhum livro ilustra melhor a luta e as necessidades de um novo convertido do
que o famoso livro escrito já faz centenas de anos e sempre ainda atual e traduzido em
inúmeras línguas, O Peregrino, de John Bunyan. Nesse livro, o personagem principal,
que se chama Cristão, começa a sua peregrinação aqui na terra rumo ao céu. Cristão
larga o seu fardo de pecador ao pé da cruz, bem no início da história. Depois, passa por
muitas e variadas experiências, conservando-se, porém, sempre no caminho da Cidade
Celestial. Enfrenta dificuldades muito sérias, como a luta com Apolião, no Vale da
Sombra da Morte e na Feira da Vaidade. Essas dificuldades surgiram logo depois de sua
conversão. Enquanto palmilhava o caminho da consagração, surgiram outras dificuldades
como as Montanhas Deleitáveis e a Terra de Beula. Mas um dos aspectos mais
comoventes de todo o livro é que, diversas vezes, surge em cena para ajudá-lo um cristão
mais experimentado, chamado Evangelista, que, já bem no começo, lhe apontou o
caminho da Cruz, depois foi a seu encalço várias vezes, confortando-o na tristeza,
corrigindo-o no erro, aconselhando-o, quando colocado em face de uma escolha e
encorajando-o para a consagração. Assim deve ser cada membro mais antigo de uma
congregação, como aquele evangelista, ajudando e encorajando o novo. Então poucos
abandonarão a congregação, e o próximo requisito já estará plenamente preenchido.
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entregando a sua vida em nosso favor. Um amor, portanto, sacrifical, muito maior do que
o amor a si mesmo. Este é o sentido do amor no Novo Testamento: amar o próximo mais
do que a si mesmo, se necessário. Esse espírito demonstraram os discípulos que não
pouparam esforços para divulgar o Evangelho nas regiões mais inóspitas da terra e
encerrando a sua vida com a morte de mártir, menos um. Esse espírito demonstraram
muitos cristãos da primeira congregação de Jerusalém que vendiam suas propriedades e
bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Esse
espírito demonstraram inúmeros cristãos através dos séculos que se destacaram a ponto
de ficar célebre uma frase de um pagão que exclamou maravilhado: “Vejam como os
cristãos se amam uns aos outros”, hábito bem estranho no ambiente social não-cristão.
Esse espírito, ainda hoje, demonstram muitos cristãos que estão prontos ao maior
sacrifício em favor de seu próximo: missionários que vão a terras incultas e se submetem
a toda espécie de privações e milhares de outros cristãos anônimos que silenciosamente
dentro de suas congregações se interessam pelo bem alheio e por ele se sacrificam muito
além de suas possibilidades.
Companheirismo altruísta é um dos requisitos fundamentais de um clima espiritual
favorável aos novos membros numa congregação. Que os membros mais
experimentados se tornem companheiros dos mais novos, não apenas daqueles que têm
afinidades com eles, mas também dos outros que nada lhes possam dar em troca, um
companheirismo desinteressado, motivado unicamente pelo amor que Jesus recomendou.
Como este espírito faz falta em tantas congregações! E como faz bem onde reina! Um
novo membro em comunidade é como uma tenra planta que cresce e viceja, porque
encontrou terreno e clima favoráveis. Qualquer congregação evangelística cultiva tal
espírito porque compreende muito bem que ninguém pode viver só. Um cristão não se
aperfeiçoa no isolamento, mas no esforço comum com seus irmãos. Um novo convertido
deve, pois, ser integrado numa atmosfera quente de companheirismo altruísta, em que
todos os grupos sociais, por mais diferentes que sejam, se nivelem numa mesma base de
camaradagem cristã e interação fraternal.
O Dr. Roy Burkhardt nos dá um exemplo adequado de como o caráter cristão e os
ideais de jovens se desenvolvem quando encontram o verdadeiro ambiente de
camaradagem cristã. Houve um grupo de jovens numa certa igreja proeminente. Alguns
eram oriundos da zona rica e outros, da zona pobre da cidade. Durante muito tempo, os
endinheirados tomavam as decisões e ocupavam os lugares mais importantes.
Foi então que entrou naquela congregação um jovem que decidiu fazer algo pelos
jovens. Trabalhou durante três anos e mudou completamente o clima espiritual daquele
grupo. Conseguiu que todos os jovens assistissem ao culto unidos, que orassem unidos,
que trabalhassem e vivessem unidos sem consciência das diferenças de nível econômico.
O grupo começou a avaliar a vida em sociedade à luz dos ensinamentos de Jesus.
O Dr. Burkhardt conta da sua visita a essa congregação durante a hora do culto.
O dirigente do culto era o filho de um milionário e a organista uma bela jovem da zona
pobre. Após o culto, um membro daquele grupo lhe disse: “As coisas mudaram aqui.
Temos um grupo de jovens admiráveis. O rapaz que dirigiu o culto e a organista são
noivos. O dinheiro está em plano secundário para o grupo. Em plano primário estão os
ideais de Jesus.”(7)
Vemos, nesse exemplo, o que um clima de verdadeiro companheirismo cristão
pode realizar. Um ou outro sozinho jamais teria atingido, mas juntos conseguiram. John
Dewey disse certa vez: “O melhor caminho para salvar um jovem é salvar o seu grupo.”
O espírito de companheirismo não deve se limitar apenas à esfera das atividades
sérias, mas também às recreativas. Alguém disse: “Aqueles que se divertem juntos,
podem trabalhar melhor em conjunto e aqueles que lutam num mesmo time esportivo
podem lutar melhor juntos na obra comum da Igreja.”(8)
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Em certo lugar nos Estados Unidos, houve uma paróquia rural com três
congregações. Durante muito tempo, o trabalho estava regredindo. Nos sábados à noite,
a juventude daquela paróquia se dirigia à cidade vizinha e retornava de madrugada
intoxicada e corrompida. Então, um jovem pastor, sem equipamento extraordinário, mas
de espírito jovial e sadio, aceitou o chamado. Depois de examinar a situação, disse a
seus membros da diretoria: “Não teremos futuro em nosso trabalho, se não mudarmos as
tendências mundanas de nossos jovens. Começaremos no ponto de partida de seus
interesses e não dos nossos.” A diretoria prometeu-lhe apoio. O pastor alugou um
imenso paiol e também o terreiro atrás dele. Transformou o paiol num pavilhão esportivo
de primeira classe. Preparou um campo de basebol e de futebol. Organizou, então, os
jovens das fazendas vizinhas em times. Todos os sábados à tarde e à noite, aquele
pavilhão e o seu terreiro estavam ocupados com partidas esportivas entre aqueles jovens.
O pastor conseguiu transformar por completo os hábitos juvenis daquela região. Então
começou a ligar suas atividades esportivas com a Igreja. Organizou grupos de jovens
para estudos bíblicos. Elaborou inúmeros projetos de melhoramentos de sua paróquia.
Dentro de três anos, ele havia mudado por completo a vida e o futuro daquelas três
congregações de sua paróquia.(9)
Uma noite dedicada à recreação pode ser concluída facilmente com um espírito
devocional pelo que o novo convertido compreenderá que as suas experiências espirituais
estão na base de todo esse companheirismo. Uma pequena história de fundo cristão,
canções em grupo ou em quarteto, uma breve oração, tudo serve para uma
camaradagem mais rica e deliciosa que produzirá crescimento genuíno e ligará o novo
membro mais firme à sua Igreja.
No caso de grandes paróquias, poderá ser feito um planejamento por zonas. Um
pastor com uma paróquia de 2.400 membros dividiu a sua paróquia em 24 zonas. Um
homem ou uma senhora capaz é nomeado chefe de cada zona. Cada chefe tem dois
assistentes. Cada membro de uma zona recebe uma lista completa dos componentes de
sua zona. Uma vez por mês, todos os membros de uma mesma zona se reúnem, na
igreja ou em uma casa particular. Dá-se um tempo para assuntos sociais. Assuntos da
congregação e da comunidade social são discutidos. Problemas da escola, problemas de
doenças nas vizinhanças são comentados. O programa da Igreja é apresentado. O
pastor ou um de seus assistentes usualmente está presente. Um tempo é dedicado para
o canto e, então, uma comissão serve um lanche rápido. Este pastor diz que 80% de
seus membros freqüentam tais reuniões e que agora está perdendo muito poucos
membros por falta de companheirismo. Novos moradores são imediatamente fichados na
sua zona residencial e convidados às respectivas reuniões.(10)
Devemos fazer os novos convertidos sentirem que, ao entrar na Igreja Cristã,
começam a fazer parte da maior associação que se estende muito além desta terra e
engloba todas as épocas de todos os séculos. Críticos da Igreja sempre tivemos e ainda
os temos em quantidade. Mas podemos sustentar contra eles que não existe outra
sociedade aqui na terra em que se encontre tanta prontidão para o sacrifício, tanta
fidelidade paciente para com o dever, tanta devoção autêntica e um tão sublime espírito
de companheirismo do que na Igreja de Cristo. Para manter apenas um idealismo moral,
os membros de nossas igrejas poderiam encontrá-lo em outras associações. Mas na
Igreja eles encontram uma sociedade composta de todas as raças, de todas as idades e
de todas as línguas, de todas as ocupações e de todas as classes. Nela encontram a
maior e a melhor sociedade aqui na terra. Ser membro da Igreja universal de Deus, que
privilégio! Que alegria! Que fonte de poder!
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construtiva de nosso trabalho para que nos entusiasmemos com ele. Assim também os
cristãos de nossas congregações só vão fazer com entusiasmo o trabalho, se forem
conscientizados de sua finalidade sublime, de que estão cooperando na construção do
reino eterno de seu Deus. Quantos membros de nossas congregações estão realizando o
seu parco trabalho como aquele primeiro quebrador de pedras, com mau humor, pagando
de má vontade o mínimo necessário, considerando a sua Igreja apenas um mal
necessário porque, enfim, precisam de alguém que os batize, case e enterre. Muitas
vezes, nós, os membros responsáveis, não fazemos nada para conscientizar esta gente
da tarefa sublime na Igreja. Nós, muitas vezes, também não nos empolgamos, mas
contribuímos para esta atmosfera medíocre. Disse Elton Trueblood: “Antigamente a Igreja
era uma sociedade brava e revolucionária, que mudou o curso da História, introduzindo
idéias discordantes. Hoje, é um lugar ao qual as pessoas vão e se sentam sobre bancos
confortáveis, esperando pacientemente o tempo de voltar para seu almoço domingueiro.”
O mesmo autor ainda afirmou: “O defeito básico das Igrejas Protestantes não está no fato
de suas divisões, mas na sua insipidez.”(11) Essa insipidez consiste justamente numa fé
sem aventura, numa falta de convicção de que se tem o privilégio de ser cooperador de
Deus numa sociedade redentora, em que há a única garantia de uma vida feliz que se
prolonga na eternidade. Só vamos conservar os novos convertidos, se eles estiverem
realmente convencidos de que estão engajados numa tarefa empolgante.
Uma criança, agora adulta, nunca pode esquecer o dia em que um missionário,
que muito sofrera pela causa de Cristo, estava em sua frente, e as crianças foram
convidadas a chegar à frente e apertar-lhe a mão. Esse aperto de mão selou para
sempre o ideal daquela criança de viver a mesma vida pela qual o missionário se
empenhou. É tão importante para os novos convertidos o contato com tais homens e
mulheres que fazem da vida cristã uma vida de sublime aventura e digna de ser vivida.
Os novos convertidos precisam ser bafejados com aquela atmosfera que perpassa todo o
salmo 84: “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; (v. 2) Bem-
aventurados os que habitam em tua casa: louvam-te perpetuamente. (v. 4) Bem-
aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos
aplanados; (v. 5) o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o
cobre a primeira chuva. (v. 6) Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar
à porta da casa do meu Deus a permanecer nas tendas da perversidade. (v. 10.) Ó
Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia.” (v. 12)
4.3.1.3. O ideal da cooperação mútua.
É conhecida a fábula do homem cego e do coxo de Esopo. O cego pediu ao coxo
que o levasse através de um córrego, montado em suas costas. Mas o coxo respondeu:
“Não, minhas pernas estão fracas, não poderia atravessá-lo, mas as suas estão fortes.
Você não tem vista, mas eu tenho. Deixe-me subir em suas costas e eu lhe mostrarei por
onde passar.” Desse modo, os dois conseguiram atravessar o passo de água. Assim
também devem ser os cristãos numa congregação. Um cooperando com o outro para
que o trabalho seja realizado. Cada um contribuindo com os talentos que recebeu de
Deus. Onde tal ideal de cooperação é cultivado em cada pessoa, ali a obra do Senhor
está sendo feita coletivamente de modo admirável.
4.3.1.4. O ideal de cooperação com a comunidade social.
É preciso que os cristãos também cooperem com a sua comunidade social. Esta,
muitas vezes, não é o que deveria ser por causa da omissão de muitos cristãos. Os
cristãos devem ser o sal da terra e a luz do mundo lá onde moram. Podem contribuir em
muito para elevar o nível moral de seu ambiente, influenciando-o pelo Evangelho. Podem
contribuir com o seu voto na eleição de bons administradores e representantes. Podem
ajuda a combater o vício e o crime. Podem cooperar em obras sociais, auxiliando os
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Outras vezes, dizia: “No próximo domingo, desejamos que todos vocês que amam o
Senhor nos digam a quantos rapazes e moças vocês falaram durante a semana a
respeito de Deus e de sua Igreja.”(16)
A professora prosseguiu com este encorajamento para o testemunho por muitos
anos. De sua classe saíram muitos que mais tarde se tornaram líderes na Igreja. A
questão importante é estabelecer, já na criança, a convicção de que está apta para o
testemunho já. Uma vela debaixo dum caixote rapidamente apaga. Esconder a sua fé
significa perdê-la.
É um princípio da psicologia que não conhecemos realmente uma coisa até que
possamos expressá-la. A expressão continuada aprofunda e fixa o conhecimento. As
palavras são os instrumentos com que pensamos. Os pensamentos exigem palavras. É
igualmente verdadeiro que palavras sugerem pensamentos. Palavras fazem mais do que
apenas expressar-nos. Elas freqüentemente nos governam, nos inflamam, nos desviam
ou nos encorajam. É, portanto, necessário saber manejá-las bem, principalmente quando
se trata de expressar o que consideramos o mais importante neste mundo: o testemunho
a favor de nosso Salvador. Por isso é tão importante criar o hábito do testemunho
mediante um continuado treinamento.
Um grande líder leigo da Igreja dos nossos dias contou que passou certa feita por
uma grave crise na sua vida. Estava a ponto de abandonar a Igreja. Então foi a pedido
de um amigo a uma reunião de oração. Durante o desenrolar da reunião, escutando as
orações, os cantos e a exposição da Escritura, uma sensação de paz e tranqüilidade
encheu seu coração. Depois, um homem mais idoso levantou para orar. Era conhecido
por todos como um dos que, nos últimos tempos, passara pelas mais contundentes
experiências. Sua mulher falecera sob as condições mais aflitivas. Um filho estava na
prisão, uma filha tinha se desviado moralmente. Duas vezes tinha falido nos seus
negócios. Mas sua fé era inabalável, e seu espírito sem amargura.
Quando este homem abriu a boca e confessou mais uma vez a sua fé, aquele
leigo vacilante ficou envergonhado. Mais tarde, ele confessou: “Eu percebi que os meus
problemas não eram nada em relação aos dele. Repentinamente, como aconteceu com
Pedro, a vergonha da negação de meu Senhor, por minhas dúvidas, me sobreveio. Eu
tinha de confessar minha culpa e pedir perdão.” Quando o homem idoso terminou sua
oração, ele se levantou e disse: “Irmãos, vim aqui esta noite com a alma carregada.
Tinha cortado minhas âncoras e estava resolvido a deixar a Igreja. Mas o espírito desta
reunião e especialmente o testemunho falado de nosso amigo que acabou de sentar, me
envergonhou e me sacudiu. Eu lhes peço perdão e peço perdão a meu Senhor pela
desobediência de meu espírito e agora prometo a ele e a vocês uma contínua devoção
leal.” Ele contou que saiu daquela igreja como um homem renascido, porque, enquanto
falara, sobreveio-lhe um estranho calor ao coração e uma força para o seu espírito.(17)
“Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (At 4.20)
Pedro estava firme depois de Pentecostes porque estava corajoso no falar. Ele tinha sido
um covarde e um apóstata na negação de Jesus, porque guardou silêncio quando deveria
ter confessado a sua fé. Para conservar, portanto, os novos convertidos, as igrejas
devem reintroduzir em seus programas alguma coisa que corresponda ao testemunho dos
tempos antigos.
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ATIVIDADES ESPIRITUAIS
( ) Orar por outros
( ) Dirigir um grupo de oração
( ) Dirigir um culto de leitura
( ) Dirigir um estudo bíblico
( ) Dirigir devoções
( ) Distribuir literatura religiosa
EVANGELIZAÇÃO
( ) Apoiar todos os esforços na salvação de almas
( ) Ser um membro dum grupo evangelístico
( ) Fazer parte da classe de evangelização
( ) Fazer visitas de evangelização pessoal
ATIVIDADES EDUCACIONAIS
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O departamento ou a comissão que cuida deste setor, terá outra ficha que registra
as oportunidades de serviço. Esta ficha pode ter a seguinte forma:
Noventa por cento dos talentos latentes dos novos membros jamais são
descobertos. Não são descobertos porque nenhum esforço é feito para tal. Se, porém, a
congregação souber se organizar e tiver uma comissão especial para este trabalho tão
importante, então haverá uma congregação cada vez mais ativa. Mas como já dissemos,
em tópico anterior, a simples atividade não conduzirá a nada se não houver
conscientização dos ideais sublimes de cooperar no trabalho mais importante desta terra
em que todos são cooperadores na construção do reino eterno de seu Deus. E,
lembremo-nos sempre de novo, toda esta organização de nada adiantará, se não for
conduzida por Deus e levada em frente pelo poder do Espírito Santo.
Divinas correntes do poder do Espírito Santo devem perpassar incessantemente a
Igreja. Só então a Igreja pode conquistar novos membros e nutri-los. Essas correntes
não são emocionais, mas espirituais. Um engenheiro estava ocupado em abrir fossos e
colocar tubos para conduzir gás natural de um lugar para outro. Encontrou, em certos
lugares, partículas químicas no solo que rapidamente desintegravam os tubos de aço.
Isso foi remediado, carregando os tubos de corrente elétrica. Não apenas a corrente
preservou os tubos da corrosão, mas ainda transformou as partículas de ferrugem em
aço, reintegrando-as no tubo. Assim acontece exatamente numa Igreja sadia, quando
novos membros nela são integrados pela corrente divina do Espírito Santo. Se não existe
esta corrente divina atravessando toda a congregação, todos os esforços de conservação
são inúteis.(20)
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APÊNDICE
Congregação
|
Pastor e Diretoria
|
Presidente da Comissão
Evangelística
|
Comissão Evangelística
|
1. Dirigente da 2. Dirigente da 3. Dirigente da 4. Dirigente da
secção de vida secção de secção de fichários secção de visitas
espiritual conservação
a) clima a) assimilação de a) censo de todas as a) visitas planejadas
evangelístico novos membros famílias da região a membros inativos,
b) cada membro uma b) identificação e b) identificação de a novos membros e
testemunha restauração de novos moradores e a todos os membros
c) evangelização membros inativos visitantes periodicamente
local e de áreas c) serviços de cura c) lista de prospectos b) alistamento e
d) material e d’almas de todas as fontes treinamento de
estímulo para d) transferências e visitadores
devoções acolhimento de c) material
domésticas membros de igrejas correspondente:
e) grupos de estudo irmãs em trânsito folhetos, fichas, etc.
bíblico e de orações d) relatórios
|
Vida Congregacional
(Cultos, escola dominical, escola paroquial,
serviço social e outras atividades)
|
CADA MEMBRO UMA
TESTEMUNHA
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2. Outro modelo
PASTOR
|
Secretário da Comissão
Evangelística
|
Comissão Evangelística
|
Comissão Evangelística
|
1. Seção do 2. Seção da 3. Seção das 4. Seção da 5. Seção dos
fichário hospitalidade visitas conservação padrinhos
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(Frente)
Nome: ..............................................................................................................................
Endereço ..........................................................................................................................
Bairro: ...................................................... Ref. ................................................................
Filhos:............................................................................ Id.: ............................................
............................................................................................ Id.: ......................................
…………………………………………………………….……. Id.: ......................................
Profissão: .............................................................. Horário disp.: ...................................
Observações: ...................................................................................................................
(Horário disponível quer dizer qual o horário que o prospecto dispõe para as visitas)
(Verso)
Visitador: ................................................................................ Data: ...............................
Obs.: ................................................................................................................................
Visitador: ................................................................................ Data: ...............................
Obs.: ................................................................................................................................
Visitador: ................................................................................ Data: ...............................
Obs.: .................................................................................................................................
Visitador: ............................................................................... Data: ...............................
Obs.: ................................................................................................................................
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BIBLIOGRAFIA CITADA
II
III
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IV
1 Vincent, Arthur M. The Christian Wittness. New York, American Lutheran Publicity
Bureau, 1957. p.17.
2 Sweazy, op. cit. p.151.
3 Leavell, R. Q. Ajudando Outrem a ser Cristão. 2a edição, Rio de Janeiro, União Geral
de Senhoras Auxiliares a Convenção Batista Braleira, p.46.
4 Pickett, op. cit. p.104.
5 Id. ibid. pp.104-105.
6 Id. ibid. p.90.
7 Id. ibid. p.104.
8 Id. ibid. p.65.
9 Id. ibid. pp.65-66.
10 Kettner, Elmer A. Adventures in Evangelism. Saint Louis, Concordia Publishing
House, 1964, p.102.
11 Id. ibid. p.103.
12 Id. ibid. p.105.
13 Peticov, Glaucia Curvacho. Evangelismo no Coração. Rio, Casa Publicadora Batista,
1959, p.46.
14 Conant, op. cit. pp.109-110.
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15 Hallenbeck, Edwin Forrest. Paixão pelas Almas. Rio, Casa Publicadora Batista, 1948,
p.35.
16 Kettner, op. cit. pp.121-122.
17 Hallenbeck, op. cit. pp.43-44.
18 Conant, op. cit. pp.180-181.
19 Kettner, op. cit. pp.109-110.
20 Graham, Billy. Paz com Deus. 2ª edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista,
1962, p.200.
VI
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80 Procurando os Perdidos. Jovens e Adultos, vol. IX, nº 4. São Paulo, Imprensa Batista
Regular, p.37.
81 Smith, Oswald. O Homem que Deus Usa, op. cit. p.41.
82 Id. ibid. p.41.
83 Burroughs, P.E. Como ganhar Vidas para Cristo, p.56.
VII
1 Edwards, Gene. Assim uma Igreja conquista Almas. Rio de Janeiro, Emprevan, p.38.
2 Id. ibid. pp.11-13.
3 Mueller, op. cit. p.19.
4 Procurando os Perdidos, op. cit. p.88.
5 Edwards, op. cit. p.53.
6 Graf, op. cit. pp.125-126.
7 Id. ibid. p.129.
8 Id. ibid. pp.128-129.
9 Autrey, op. cit. p.78.
10 Id. ibid. p.78.
11 Autrey, op. cit. p.77.
12 Procurando os Perdidos, op. cit. p.14.
13 Id. ibid. p.11.
14 Stewart, James. Evangelismo Individual. Lisboa, Gráfica Monumental Ltda., p.37.
15 Autrey, op. cit. p.67.
16 Id. ibid. p.67.
17 Edwards, op. cit. p.23.
18 Procurando os Perdidos, op. cit. p.11.
19 Stewart, op. cit. p.35.
20 Graf, op. cit. p.54.
21 Lewis, Norman. O Ide... é com Você. São Paulo, Editora Leitor Cristão, 1967, pp.88-
90.
22 Sumner, op. cit. p.68.
23 Id. ibid. p.68.
24 Id. ibid. pp.67-68.
VIII
Bibliografia fundamental:
Graf, op. cit.
IX
Bibliografia fundamental:
Graf, op. cit.
Ulbrich, Armand. Manual de Evangelização, trad. de Paulo Gueths, 1973.
X
Bibliografia fundamental:
Daniels, op. cit.
Torrey, R. A. Pescadores de Almas. 4ª ed. Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista,
1965.
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Evans, William. Modos de Ganhar Almas para Cristo. Rio de Janeiro, Casa Publicadora
Batista, 7ª ed., 1961.
Zimmermann, Max E. Guia do Ganhador de Almas. 3ª ed., Rio de Janeiro, Casa Editora
Batista, 1964.
XI
Bibliografia fundamental:
Werning, Waldo J. Winning Them Back. Saint Louis, Concordia Publishing House.
1 Archibald, Arthur C. Establishing the Converts. Philadelphia, The Judson Press, 1953,
p.13.
2 Leavell, op. cit. p.112.
3 Archibald, op. cit. p.18.
4 Sumner, op. cit. pp.154-155.
5 Graf, op. cit. p.174.
6 Archibald, op. cit. p.26.
7 Id. ibid. p.63.
8 Id. ibid. p.69.
9 Id. ibid. p.69.
10 Id. ibid. p.71.
11 Id. ibid. p.32.
12 Id. ibid. pp.79-80.
13 Id. ibid. p.41.
14 Id. ibid. cap.5.
15 Id. ibid. p.82.
16 Id. ibid. p.90.
17 Id. ibid. p.86.
18 Id. ibid. p.73.
19 Id. ibid. pp.76-77.
20 Autrey, op. cit. p.145.
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