Você está na página 1de 130

“...

e conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará.” Jo 8:32

Resgate da
Doutrina de Cristo
Professada aos
Apóstolos
1

INTRODUÇÃO

ESCLARECIMENTOS INICIAIS
 RELIGIOSIDADE .................................................................................................................................8
 VALOR DOS ENVANGELHOS E DAS CARTAS APOSTÓLICAS ............................................... 9

ESTRUTURA DA IGREJA
 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 10
Excelência ....................................................................................................................................... 10
 ESTRATÉGIA PROPOSTA PELO SENHOR .................................................................................. 11
Forma de crescimento ..................................................................................................................... 11
 IMPORTÂNCIA DA BIBLIA ............................................................................................................ 11
 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 12
Referências ...................................................................................................................................... 13

IMPORTÂNCIA DA FÈ
 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 15
 FÉ VERDADEIRA ............................................................................................................................. 15
 APARENTES CONTRADIÇÕES ENTRE OBRAS E FÉ ................................................................. 16
 FÉ, INSTRUMENTO MINISTERIAL ............................................................................................... 17
Requisitos do presbitério ................................................................................................................. 18
Exemplos vivos ................................................................................................................................ 19
Ordem de aprendizado ..................................................................................................................... 19
Estudo da Bíblia ............................................................................................................................... 20
Exercício do ministério pelos dons .................................................................................................. 21
Verdadeira fonte do conhecimento ................................................................................................... 21
 CIÊNCIA DIVINA ...............................................................................................................................22
Importância da ciência humana ........................................................................................................ 22
Referências ....................................................................................................................................... 23

DOUTRINA APLICADA AOS NEÓFITOS ................................................................................................ 25

 PRIMEIROS RUDIMENTOS ............................................................................................................. 25


 PROIBIÇÕES BÁSICAS ..................................................................................................................... 26
Sangue .............................................................................................................................................. 26
Fundamento espiritual ...................................................................................................................... 26
Purificação com sangue .................................................................................................................... 27
Carne sufocada ................................................................................................................................. 27
Idolatria ............................................................................................................................................ 27
O verdadeiro intercessor .................................................................................................................. 28
O que são os ídolos? ........................................................................................................................ 28
2

Referências ..................................................................................................................................... 29
Prostituição ..................................................................................................................................... 31
Significado das palavras ................................................................................................................. 31
Referências ..................................................................................................................................... 32

DONS DO ESPIRíTO.

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 33
 ULTIMOS FRUTOS DA TERRA ....................................................................................................... 33
 FUNDAMENTAÇÃO ......................................................................................................................... 34
 UTILIDADES DOS DONS ................................................................................................................. 34
 IDENTIFICAÇÃO DE ALGUNS DONS ............................................................................................ 34
Referências ........................................................................................................................................... 35
 CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 37

INÍCIO DA VIDA ESPIRITUAL

 PRIMEIRO ATO DE FÉ ..................................................................................................................... 38


 FUNDAMENTOS DO BATISMO E CIRCUNCISÃO ...................................................................... 38
Simbologia do batismo na circuncisão ................................................................................................ 38
Libertação do pecado .......................................................................................................................... 39
Virtudes do batismo ............................................................................................................................ 39
Forma do batismo .............................................................................................................................. 40
 CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 40

PASCOA E SANTA CEIA

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41
 RESPONSABILIDADES PESSOAIS NESSE SACRAMENTO .................................................... 41
 ORIGEM DA SANTA CEIA ............................................................................................................. 41
 LEIS NO ANTIGO TESTAMENTO ................................................................................................. 42
 NOVO TESTAMENTO ..................................................................................................................... 42
Cordeiro pascal, simbologia ............................................................................................................... 42
Ervas amargas, simbologia ................................................................................................................. 43
Alegorias ............................................................................................................................................ 43
Celebração da páscoa ......................................................................................................................... 43
Frequência da santa ceia .................................................................................................................... 44
 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 45

JEJUM

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 46
3

Referências ......................................................................................................................................... 46

USO DO VÉU NA IGREJA

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
 CONTESTAÇÕES ............................................................................................................................. 47
 FUNDAMENTAÇÃO ESCRITURAL .............................................................................................. 48
 RAZÃO DE UTILIZAÇÃO DO VÉU ............................................................................................... 49
Referências .......................................................................................................................................... 49

 CARATER DAS CARTAS APOSTÓLICAS .................................................................................... 50

Analise das recomendações do apóstolo ............................................................................................. 50


 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 51

CABELOS LONGOS

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 52

ÓSCULO SANTO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 53
 FUNDAMENTAÇÃO ESCRITURAL ............................................................................................... 53
 VIGÊNCIA DO ÓSCULO .................................................................................................................. 53
 DOUTRINA DIRIGIDA AO MUNDO OCIDENTAL ...................................................................... 54
 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 54

DÍZIMO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 56
 COMPREENDENDO MELHOR ESSA QUESTÃO ........................................................................ 56
 RECOMENDAÇÕES DA LEI ........................................................................................................... 56
 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................................................ 56
 EXAME DE CONTEÚDO ................................................................................................................. 57
 LEGADO DA LEI E LEGADO DA GRAÇA .................................................................................... 58
 O VERDADEIRO USUÁRIO DO DIZIMO ...................................................................................... 59
 CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 60

OFERTAS VOLUNTÁRIAS

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 61
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 61
4

ORAÇÃO

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 62
 FORMA DA ORAÇÃO ....................................................................................................................... 62
 IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO .......................................................................................................... 62
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 63
Servos que oravam de joelhos ............................................................................................................. 64

DIVÓRCIO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 65
 QUEBRA DO VÍNCULO MATRIMONIAL ...................................................................................... 66
Significado das palavras ...................................................................................................................... 66
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 67

SÁBADO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 68
 HISTÓRIA DA CRIAÇÃO .................................................................................................................. 68
Promessa antecede a lei ....................................................................................................................... 69
Figuras ................................................................................................................................................. 69
Contagem simbólica ............................................................................................................................ 70
 RAZÃO DO SÁBADO ........................................................................................................................ 71
 DURAÇÃO DO SÁBADO .................................................................................................................. 72
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 73

NATAL

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 74
 SIGNIFICADO DA MORTE ............................................................................................................... 74
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 74

MINISTÉRIO FEMININO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 76
 NOVO TESTAMENTO ....................................................................................................................... 76
Referências ........................................................................................................................................... 77
 CONSIDERAÇÕES APOSTÓLICAS ................................................................................................. 78
 COMPOSIÇÃO MINISTERIAL ......................................................................................................... 79
Dispensação indistinta dos dons .......................................................................................................... 79
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 80
5

CASAMENTO

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 81
 CONCEITO DIVINO ........................................................................................................................... 81
 CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO.................................................................................................... 81
 VALOR DO MATRIMÔNIO .............................................................................................................. 82
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 82

MORTE

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 84
 SONO DA MORTE ............................................................................................................................. 84
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 85

SALVAÇÃO, A QUEM PERTENCE?

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 86
 CAUTELAS ......................................................................................................................................... 86
 POSIÇÃO MINISTERIAL .................................................................................................................. 86
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 87

SALVAÇÃO GARANTIA IRREVERSÍVEL?

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 88
 SOMBRA DA SOBERBA ................................................................................................................... 88
Posicionamento .................................................................................................................................... 88
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 89
Referências ........................................................................................................................................... 89

TITULOS MINISTERIAIS

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 91
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 91
Referências ........................................................................................................................................... 91

RESSURREIÇÃO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 93
 CORPO RESSURETO ......................................................................................................................... 93
Natureza do corpo ressuscitado ............................................................................................................ 94
 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 94

UNÇÃO

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 96
6

 ORIGEM DAS DOENÇAS ............................................................................................................... 96


 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 96

ORIGEM DOS NOSSOS MALES

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 98
 ESTUDO DE CASOS BÍBLICOS ....................................................................................................... 98
 IMPORTÂNCIA DE NOSSA ESCOLHA ........................................................................................ 100
 QUEDA DOS ANJOS ........................................................................................................................ 101
Fragilidade .......................................................................................................................................... 102
 REVELAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 103
 QUEDA DOS HOMENS ................................................................................................................... 104
Amadurecimento no bem e no mal ..................................................................................................... 104
 DECADÊNCIA DE SATANAS E DOS HOMENS .......................................................................... 104
Fruto do mal ....................................................................................................................................... 105
 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 106

PECADO

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 107


 CONDUTA COM PECADORES ...................................................................................................... 107
 CONSCIÊNCIA DO PECADO ......................................................................................................... 107
Gravidade merecida ............................................................................................................................ 108
Pecados mortais ................................................................................................................................. 108
Relação de pecados mortais .............................................................................................................. 109
Perdão divino ..................................................................................................................................... 110
Participação humana .......................................................................................................................... 110
 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 111

INFERNO E CONDENAÇÃO

 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 112


 DURAÇÃO DO INFERNO ............................................................................................................... 112
 QUANDO? ........................................................................................................................................ 112

REENCARNAÇÃO

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 114


 CONTRADIÇÕES FACE AS ESCRITURAS .................................................................................. 114
 ARGUMENTOS CONTRADITÓRIOS ............................................................................................ 114
Castigos vida após vida ...................................................................................................................... 114
Elias e João Batista ............................................................................................................................. 115
7

Nicodemos .......................................................................................................................................... 115


Nascer espiritual ................................................................................................................................. 115
Lavagem pelas águas .......................................................................................................................... 116
Mensagem cifrada de Nicodemos ...................................................................................................... 116
 NULIFICAÇÃO DO SACRIFÍCIO DE JESUS ................................................................................ 117
 SINAIS PARTICULARES ................................................................................................................ 117
Geração sobre humana ...................................................................................................................... 117
Sinais realizados ................................................................................................................................ 117
Poder sobre a morte ........................................................................................................................... 118
 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 118

INVOCAÇÃO DE ESPIRITOS

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 119


 HISTÓRIA ......................................................................................................................................... 119
 ORIGEM DOS PROBLEMAS .......................................................................................................... 120
 IDENTIFICANDO OS ESPIRITOS .................................................................................................. 122
 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 122

MISSÃO DE MARIA

 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 124


 POSTULADOS TEOLÓGICOS ........................................................................................................ 126
 CRISTO E JESUS .............................................................................................................................. 126
 DESVIO DE VALORES .................................................................................................................... 127
 SALVAÇÃO ...................................................................................................................................... 127
 FILHOS DE MARIA ......................................................................................................................... 128
 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 129
Referências ......................................................................................................................................... 129
8

INTRODUCÃO
As Sagradas Escrituras são insubstituíveis por serem escritas por ordenança do nosso Criador e
sob a inspiração do Espirito Santo, não podendo, em tempo nenhum, serem trocadas por qualquer
outra literatura, por mais espiritual e santa que seja, posto que a Biblia seja a Palavra de Deus;
deixada como Legado divino a humanidade. Nela, encontramos tudo quanto nos é necessário
para achegarmos ao Senhor e afastarmos do mal. Entendedores que somos dessa verdade, não
pretendemos com esse pequeno trabalho aspirar que essa leitura venha a ser utilizada como
alternativa a leitura da Bíblia. Nossa proposta definitivamente não é - nem poderia ser-essa.
Temos apenas a modesta intenção de apresentar esse conjunto de textos na qualidade de auxilio
a compreensão espiritual do crente. Por essas convicções, temos a prudência de afirmar que
todo o conteúdo desse estudo foi produzido tendo a nossa consciência completamente
comprometida com a verdade do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

ESCLARECIMENTOS INICIAIS

Esse documento não foi elaborado sob a responsabilidade ou orientação de nenhuma


denominação religiosa, sendo um estudo sério, honesto e independente, redigido debaixo do
temor de Deus e de orações, visando resgatar os fundamentos da doutrina bendita de Jesus
Cristo, revelada aos seus apóstolos. Por isso, esmeramos no cuidado de não colocarmos
sentimentos pessoais em forma de ensinamento doutrinal, tampouco acatamos teorias religiosas
humanas como alicerce de fé. Iremos expondo aos poucos, capitulo a capitulo, as razões
espirituais que justificam cada pilar da crença Cristã deixada pelo nosso Mestre aos seus
apóstolos. Entendemos que dessa maneira, poderemos contribuir na formação de um
conhecimento amadurecido no espirito dos servos de Deus, com relação aos preceitos que
Cristo instruiu, pelo Espirito Santo, para serem observados pela sua igreja.

RELIGIOSIDADE

1
Importa ressaltar que não pretendemos incitar sentimentos de religiosidade com essa
publicação tampouco desejamos, em hipótese alguma, suscitar disputas ideológicas, nem ainda
direcionar criticas a doutrina de nenhuma denominação evangélica. Para tanto, não
questionaremos praticas e/ou interpretações religiosas de nenhuma religião cristã em
particular. Todas as indagações, afirmações e explicações aqui apresentadas destinam-se
exclusivamente a formação espiritual daqueles que desejam servir ao Senhor Jesus de todo o
coração. Nosso grande desejo é o de recuperar, sempre a partir das Sagradas Escrituras, todos
os conjuntos de princípios que servem de base para o exercício pleno do evangelho, assim
como suas implicações na vida da igreja. Não é nosso objetivo, portanto, escrever um tratado
teológico calcado em teorias humanas, tampouco e nossa intenção inovar doutrina de sorte a
personalizar uma igreja segundo padrões que atendam a conveniência humana de algum grupo
em particular. Antes, pelo contrario, vivemos forte e definitivamente comprometido com a
Palavra de Deus e, para não nos afastarmos desse foco, pautar-nos-emos nas recomendações
contidas na primeira epistola do apostolo Paulo a Timóteo capitulo l:5 "Ora, o fim do
mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não

1
Tiago 1:27 "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas
s u as tribulações e guardar-se da corrupção do mundo"
9

fingida. Do que se desviando alguns, se entregaram a vãs contendas, querendo ser doutores
da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam".

VALOR DOS EVANGELHOS E DAS CARTAS APOSTOLICAS

A pessoa centrificada nas Sagradas Escrituras, nosso salvador Jesus, enviando o Espirito
Santo, revelou aos seus apóstolos as regras de conduta e a escala de valores que deveriam ser
adotadas pelos cristãos ao l ongo de suas jornadas terrenas. Ele, o Senhor, deixou-nos os
2
santos Apóstolos como colunas da sua igreja, por intermédio dos quais exorta-nos ainda hoje, a
partir dos evangelhos e das santas epistolas, a que não nos detenhamos nos marcos iniciais de
nossa conversão. A Palavra de Deus determina que a igreja não deva permanecer nos
primeiros rudimentos da espiritualidade, persuadindo-nos a todos buscar a perfeição.
Confiram as orientações encontradas na epistola destinada aos Hebreus, no capitulo 6:1 "Pelo
que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição. Essa ordem de
progredir na direção de um maior grau de amor, bondade e pureza, visa o amadurecimento
espiritual dos filhos de Deus, sendo um caminho a ser percorrido para o nosso próprio proveito
vindouro. Implícito nessa determinação divina esconde-se uma benção especial, reservada
àqueles que aumentam a sua estatura espiritual e tornam-se aptos a se alimentar de conhecimentos
e virtudes mais elevadas. Doutra sorte, nunca chegaremos à condição de verdadeiros adultos em
Cristo, em nenhum tempo estaremos aptos a alimentos sólidos contidos na Palavra de Deus,
considerando-se que alimentos sólidos não podem ser ingeridos por crianças, conforme
demonstrou o apostolo Paulo em sua primeira epistola destinado aos Coríntios, no capitulo 3:2
"Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podeis, nem tampouco ainda agora
podeis". Novamente, na epistola aos Hebreus nos capítulos 5:12 "Porque, devendo já ser mestres
pelo tempo ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das
palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento". E
no capitulo 5:14 “Mas o mantimento solido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume,
têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal’”. Pelas razões expostas,
entendemos ser valioso nos aprofundarmos um pouco mais no conhecimento do Senhor,
principalmente na comunicação das virtudes de seu Espirito, para aperfeiçoamento de nosso
caráter, mediante a purificação de nosso coração nas aguas da Palavra de Deus.

2
Sendo Ele próprio o principal alicerce, a rocha de esquina.
10

ESTRUTURA DA IGREJA

INTRODUÇÃO

A igreja de Cristo na terra não poderá, em tempo nenhum, ser estruturada unicamente sobre
bases de conhecimentos literais, pois, o conhecimento intelectual, isolado da santidade, jamais
aproximará o homem de Deus. A bem da verdade há que se reconhecer que não e
propriamente o conhecimento profundo, o entendimento dos grandes mistérios, que estruturam
o espirito do crente no saber segundo Deus; tampouco estabelecem aproximação de alma com
o Senhor. Antes, o pré-requisito imposto pelo Senhor para que o crente tenha relaç ã o
de intimidade com Ele é simplesmente a obediência aos seus mandamentos, conforme
podemos constatar pela leitura da primeira epistola do apostolo Paulo aos Coríntios, no capitulo
10:5 "destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando
cativo todo entendimento à o bediência de Cristo". Outra vez, encontramos essa verdade
na primeira epistola do apostolo Pedro, no capitulo 1:2 "eleitos segundo a presciência de Deus
Pai, em santificação do Espirito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo:
graça e paz vos sejam multiplicada". Novamente, na mesma carta no capitulo 1:22 "Purificando
a vossa alma na obediência a verdade, para caridade fraternal, não f ingida, amai-vos
ardentemente uns aos outros, com um coração puro". Por aqui se entende que obedecer a Deus
em seus mandamentos é o segredo de uma carreira espiritual bem sucedida.

EXCELÊNCIA

A Bíblia nos assevera que, muito acima dos conhecimentos adquiridos pelo simples estudo das
Escrituras, Deus valoriza o belíssimo sentimento de amor nascido do Espirito. 0 estado de
alma proporcionado por esse sentimento é a perfeição. 0 grau mais elevado que um servo de
Deus pode alcançar na terra é possuir em si mesmo o sentimento pleno de amor em seu
coração. Isto é, atingir a excelência da caridade; que significa, em última instância amar segundo
o "coração" de Deus. Com esse poder, nunca seremos vencidos, pois, essa disposição afetiva nos
torna aptos a enfrentar todos os desafios terrenos, como está escrito na primeira epistola do
apostolo Paulo aos Coríntios, no capitulo 13:4 "A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é
invejosa; a caridade não trata com leviandade não se ensoberbece não se porta com indecência,
não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas
folga com a verdade; tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha".
Esse é, portanto, o mais alto sentimento, o mais sublime estado de graça que um homem pode
almejar sendo superior aos demais dons e sentimentos da alma, segundo podemos nos certificar
pela leitura da primeira epistola do apostolo Paulo aos Coríntios, no capitulo 13:13 "Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade".
Outra vez, na epistola do apostolo Paulo aos Colossenses, no capitulo 3:14 "E, sobre tudo isto,
revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição” Novamente, na primeira epistola do
apostolo João, no capitulo 4:8 "Aquele que ·não ama não conhece a Deus, porque Deus é
caridade''.
11

ESTRATÉGIA PROPOSTA PELO SENHOR

Quando então percebemos a grandiosidade do sentimento do verdadeiro amor, quando


atentamos para as riquezas, para as grandes virtudes que emanam da caridade, uma pergunta se
levanta naturalmente em nossos coraç õ e s : como faremos para adquiri-la? Qual é a estratégia
traçada por Deus para nós, seres humanos, atingirmos essa condição sublime? A resposta a essa
pergunta nos remete de volta ao valor da obediência a doutrina de Jesus Cristo, lembrando-nos
do mérito que se alcança por intermédio da submissão à Palavra da Vida. Examinem
minuciosamente a revelação do Espírito de Deus, a qual nos dá a conhecer pela leitura da
Bíblia que, andar segundo os estatutos do Senhor é a forma de se alcançar a
caridade de Deus; conforme se encontra escrito na segunda epistola do apóstolo João, no
capitulo 1:6 "E a caridade e esta: que andemos segundo os seus mandamentos". Com a
compreensão em nossos espíritos de que a obediência a Deus é quem nos aproximara do
Senhor, e que devemos buscar cumprir em nossas vidas a doutrina de Cristo; gradualmente, de
acordo com o nosso amadurecimento, adquirindo no exercício de realização da sua vontade mais
amor e graça. As Escrituras Benditas possuem, contidas nelas, tudo quanto o homem precisa para a
sua salvação e felicidade, conforme podemos cientificar pelas palavras do apóstolo Paulo, em sua
segunda carta destinada a Timóteo, no capitulo 3:16 "Toda Escritura divinamente inspirada é
proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça ".

FORMA DE CRESCIMENTO

O crescimento do corpo de Cristo acontece quando seguimos a verdade em caridade, naquele


que é a nossa cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado p e l o auxílio de todas
as juntas faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor. Segundo aprendemos com a
leitura da Bíblia, existe um caminho a ser percorrido desde o momento da conversão, do milagre
maravilhoso decorrente do crer inicial, até a maturidade que nos elevará a estatura de varão
perfeito, habilitando-nos a reaver a semelhança perdida em Adão, aformoseando-nos com o
maravilhoso caráter de Cristo. Atentem para esse alvo, examinem minuciosamente esse
objetivo divino proposto na epistola do apóstolo Paulo destinada aos Efésios, no capitulo 4:13 "até
que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à
medida da estatura completa de Cristo”. Entretanto, o caminhar é composto de passos e não de
saltos, e a direção dessa jornada é a intimidade com Deus, pai de todos os espíritos, por
intermédio de quem nos foi franqueada entrada ao santuário, pelo sangue do sacrifício de Jesus.
Devemos, portanto, crescer de luz em luz e de valor em valor ate que a estrela da alva apareça
em nossos corações e cheguemos a ser dia perfeito; desfazendo as sombras do homem velho pelo
brilho de Deus em nosso espírito, para iluminação do conhecimento da glória do Pai Eterno, na
face de Jesus Cristo.

IMPORTÂNCIA DA BIBLIA

Todo o nosso aprendizado nasce de conhecer e aceitar a Vontade de Deus expressa na Bíblia,
assumindo os compromissos que essa vontade celestial acarreta. Portanto, não oferece dúvidas o
fato que a Palavra de Deus não pode ser falseada, não pode ser torcida ao saber de nenhuma
corrente filosófica, devendo ser respeitada como de fato Ela é; a expressão do Deus todo
poderoso e a descrição de sua relação como povo escolhido. Cremes que a 3Bíblia, coleção de

3
A Bíblia é composta de 66 livros e se divide em duas partes: Antigo Testamento (39 livros) e Novo
Testamento (27 livros). 0 Antigo Testamento foi escrito em Hebraico, com exceção de alguns trechos escritos
em Aramaico, sendo o Novo Testamento escrito em Grego.
12

livros santos e proféticos, seja divinamente inspirada pelo Espírito de Deus, não sendo escrita
por injunção política ou interesse humano, sendo o poder de Deus manifestado aos homens. O
apóstolo Pedro bem testificou acerca da natureza das Escrituras em sua segunda epistola
universal no capitulo 1:20 "sabendo primeiramente isto: e nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". Pela Leitura
das Sagradas Escrituras, percebemos a beleza das palavras excelsas proferidas pela boca de
nosso Deus todo poderoso; deparamo-nos com seus feitos; atestamos suas misericórdias;
encontramos seus momentos de ira, forma pela qual se processa sua justiça, e
confinamos o seu grande amor por nós, manifestado na pessoa de seu unigênito filho, Jesus. A
Bíblia, embora divinamente inspirada, não possui registradas unicamente ocasiões que retratam
fatos resultantes da vontade de Deus; não são todas as passagens ali narradas que
revelam a índole do Senhor. Antes, encontramos nesse livro, juntamente com as revelações
sublimes, com os milagres e prodígios, o testemunho do caráter humano e de suas
fraquezas. Na leitura das Sagradas Escrituras, podemos constatar que o Senhor Deus não age
como agem os príncipes desse mundo, não encobre com · subterfúgios os problemas do seu
povo amado, não dissimula as mazelas humanas nem tampouco as aponta com o intento de
ridicularizar ou diminuir. Antes, as expõe, como um pai que deseja o acerto de seus filhos,
indicando onde e quando os erros aconteceram, e quais as consequências e formas de
reconciliação cabíveis para cada situação.

CONCLUSÃO

Cremos, e estamos alicerçados nessa fé, que o conjunto de livros que compõe a Bíblia não
foram adulterados, não foram acrescentadas tampouco omitidas palavras, sendo as
Santas Escrituras a expressão final da carta magna de Deus destinada a nós, seres humanos.
Estamos bem firmes na certeza que, dado a singular importância da Bíblia para o nosso
processo de salvação, o Senhor jamais teria permitido que o homem a tivesse adulterado. Se
tal pudesse ocorrer, seria um crime irremediável para com os seus fiéis e, raciocinando pelo
absurdo, uma prova de incapacidade do Deus supremo em preservar a sua própria palavra
escrita, para conhecimento da posteridade, a quem as promessas haviam sido feitas. Ora,
temos pleno conhecimento da onisciência, da onipresença e da onipotência do nosso Deus
bendito, que colocou a sua palavra acima de seu próprio nome, conforme lemos no livro
de Salmos, no capitulo 138:2 "lnclinar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o teu
nome, pela tua benignidade e pela sua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de
todo o teu nome". Outra vez, encontramos essa mesma certeza nas palavras de Nosso Senhor,
relatadas no evangelho segundo Lucas, no capitulo 21:33 "Passará o céu e a terra, mas as
minhas palavras não hão de passar”
13

REFERÊNCIAS

Na vinda do nosso Senhor a esse mundo, por sua vontade e obra, foi confirmada a total veracidade
das Santas Escrituras, sendo cumpridas as profecias vaticinadas pelos santos do passado
no tocante a missão do Messias e o estabelecimento de seu reino, como se pode compreender
pela leitura das passagens abaixo:

I.)Mateus 2:17 "Então, se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: Ouviu-se
um clamor em Rama, pranto, choro e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e
inconsolável porque não mais existem".
2.) Mateus 13:14 "De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaias: Ouvireis com os ouvidos e
de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis”.

3.) Marcos I: 2 "Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis ai envia diante da tua face o
meu mensageiro, o qual preparara o teu caminho".
4.) Marcos 12:10 "Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os edificadores rejeitaram, esta
foi posta por cabeça da esquina".
5.)Marcos 15:28 "E cumpriu-se a Escritura que diz: E com os malfeitores foi contado".
6.) Lucas 4:21 "Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”.
7.) Joao 2:22 "Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de
que lhes dissera isso; e creram na Escritura e na palavra que Jesus tinha dito”.
8.) João 7:38 "Quem c r ê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu
ventre".
9.) João 10:35 "Pais, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e
a Escritura não pode ser anulada)”.
10.) João 13:18 "Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se
cumpra a Escritura: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar".
11.) Joao 17:12 "Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado
aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a
Escritura se cumprisse”.
12.) João 19:24 "Disseram. pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes
sobre ela, para ver de quem será. Isso foi assim para que se cumprisse a Escritura, que diz:
Dividiram entre si as minhas vestes· e sobre a minha túnica lançaram sortes. Os soldados,
pois, fizeram essas coisas”.
13.) João 19:28 "Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que
a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede".
14.) João 19:36 "Porque isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
Nenhum dos seus ossos será quebrado".
15.) João 19:37 "E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram”.

16.) João 20:9 "Porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que
ressuscitasse dos mortos".
17.) Atos 1:16 "Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito
Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a
Jesus".

18.) Atos 3:18 "Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas
havia anunciado: que o Cristo havia de padecer".
19.) Atos 8:32 "E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o
matadouro; e, como esta mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a
sua boca".
20.) Atos 8:35 "Então, Filipe. abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a
14

Jesus".
21.) Atos 13:32 "E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu
a nos, seus filhos, ressuscitando a Jesus".
22.) Romanos 4:3 "Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça".
23.) Romanos 9:17 "Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti
mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra".

24.)Romanos 10:11 "Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido".

25.)Romanos 11:2 "Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o
que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo".
26.) Gálatas 3:8 "Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os
gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em
ti".
27.)Gálatas 3:22 "Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa
pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes".
28.) Gálatas 4:30 "Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque, de
modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre ".
29.) Tiago 2:8 "Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu
próximo como a ti mesmo, bem fazeis".

30.)Tiago 2:23 "e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso
imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus".
31.)Tiago 4:5 "Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espirito que em nos
habita tem ciúmes?. ".
32.) I Pedro 2:6 "Pelo que também na Escritura se contém:. 'Eis que ponho em Sião a
pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido ".
15

IMPORTÂNCIA DA FÉ

INTRODUÇÃO

0 inicio da vida espiritual, o começo de uma longa jornada em direção as moradas eternas
preparadas pelo Pai Celeste acontece o nascimento da fé em nossos coraç õ e s , sendo esse
excelente sentimento responsável por desencadear todo um maravilhoso processo,
envolvendo-nos gradativamente em um relacionamento mais estreito com Deus. O crer está, de
algum modo, ligado a independência de nosso desejo pessoal, encontra-se, dentro do
espirito humano, intimamente correlacionado a liberdade de aceitação da autoridade divina. E
uma forma prática de livre arbítrio, pois, cremos, por opção particular, na pessoa de seu filho
Jesus Cristo. Profundamente ligado pela afeiçã o e pela confiança, alicerçados, portanto, nesse
sentimento, podemos crescer sadios, sendo esse credito no Senhor a base em que se podem
acrescentar valores tais como virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, amor fraternal e,
finalmente, chegarmos até ao estado perfeito de amor, que é a caridade. Observem essa
revelação lendo a segunda epístola do apóstolo Pedro, no capitulo 1 :5 "e vós também, pondo nisto
mesmo toda a diligência, acrescentai a vossa fé a virtude, e a virtude, a ciência, e a ciência, a
temperança, e a temperança, a paciência, e a paciência, a piedade, e a piedade, o amor
fraternal, e ao amor fraternal, a caridade". Para nos achegarmos a Deus é, portanto, necessário
que creiamos em Seu filho Jesus Cristo, em quem temos o direito de receber a adoção de filhos,
conforme se pode entender pela leitura da epistola do apostolo Paulo aos Gálatas, no capitulo 3:26
"Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus". Pela confiança no Senhor, poderemos
galgar espaços mais nobres em sua presença, ligados pelo vínculo dessa segurança íntima,
conforme podemos entender pela leitura da epístola do apostolo Paulo aos Romanos, no capitulo
1:17 "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrita: Mas o Justo
vivera da fé". Novamente, atentem no capitulo 5:l "Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz
com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo". Outra vez, na epístola destinada aos Hebreus, no
capitulo 10:38 "Mas o justo vivera da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele'' . Ainda
outra vez na epístola aos Hebreus, no capitulo 11:6 " Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o
buscam" .

FÉ VERDADEIRA

0 Senhor Jesus Cristo e o Único nome deixado pelo Pai eterno para ser invocado em benefício
da salvação dos homens, conforme testificamos pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no
capitulo 4:12 "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos". Novamente, na primeira
epístola do apóstolo Pedro, no capitulo 1:9 "alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma”
Por essa razão, a rejeição ao nome do Senhor Jesus, ou a tentativa de se aproximar de Deus por
outro mestre é maligna e acarreta, como consequência, graves enganos .sobre aqueles que assim
procedem, conforme declaração do próprio Senhor, contida no evangelho segundo Mateus, no
capitulo 21:42 (Marcos 12:10) "Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os
edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isso e é
maravilhoso aos nossos olhos?". Novamente, na epístola destinada aos Romanos, no capitulo
9:33 (I Pedro 2:6, I Pedro 2:7) "como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de
tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido"_ Ainda
mais uma vez, na epistola destinada aos Efésios, no capitulo 2:20 "edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo e a principal pedra da esquina".
Ele, o Senhor, foi colocado por Deus como uma pedra angular, como rocha de fundamento,
sobre a qual toda a construção espiritual da humanidade deve ser edificada. 0 próprio
Mestre declarou-nos que todos quantos vieram antes Dele - pretendendo conduzir os
homens até a Deus - eram impostores, conforme testificamos pela leitura do evangelho segundo
16

o apóstolo João, no capitulo 10:8 "Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e
salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido". E, para que não pairasse dúvidas sobre os
futuros falsos mestres, afirmou que somente Ele era apto a conduzir a humanidade até as
moradas eternas. Novamente leiam no mesmo evangelho o capitulo 14:6 "Disse-lhe Jesus: Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". É interessante
observar que o Senhor não dizia "ninguém vai ao Pai" e sim "ninguém vem ao Pai".
Naturalmente, Ele e o Pai sendo uma só pessoa, participam da mesma essência e, muito embora
Jesus estivesse temporariamente habitando num corpo humano, jamais deixou de ser o Verbo, a
Palavra, o principio de tudo, a segunda pessoa da trindade santa. Leiam na primeira epistola do
apóstolo João, no capitulo 5:7 "Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o
Espírito Santo; e estes três são um". Concluímos, seguramente, que a fé em Jesus nos
recomenda a inclinar nosso coração diante da superioridade inominável de Deus e, principalmente
sabendo de Seu absoluto e soberano poder, nos proporciona a compreensão de que todas as coisas
lhe são possíveis e que tudo subsiste pela sua boa influência e domínio.

APARENTES CONTRADIÇÕES ENTRE OBRAS E FÉ

Não obstante saibamos da suma importância da fé, percebemos algumas contradições que se opõem
a ela, advindas de doutrinas que pretendem conduzir os homens a Deus pela via das obras pessoais.
Esse vem sendo um erro primário praticado por muitos, pois é equívoco de conhecimento do
evangelho ter atrevimento de se afirmar que a fé seja resultado de obras e valores humanos. O
Senhor deixou bem claro que, por intermédio de obras pessoais, o homem não consegue, jamais,
alcançar a graça; não sendo possível aos filhos dos homens assumir espaços tão sublimes,
tampouco realizar obras tão magnificas, a ponto de habilitá-los a auto-salvação. Se assim fosse,
todo o sacrifício 4vicário de Cristo seria nulo, sem valia se, afinal, os homens fossem capazes de se
aperfeiçoarem a si mesmos. Por sobre toda a face da terra não existia ninguém capaz, ninguém
justo ante os olhos santos de Deus, por intermédio de quem a salvação pudesse ser dispensada,
conforme entendemos pelas palavras do apóstolo Paulo em sua epistola destinada aos Romanos,
no capitulo 3:9 "Pois que? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pais já dantes
demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito:
Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a
Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há
nem um só". Por conseguinte, considerar obras pessoais como bastantes para a santificação é
raciocínio maligno, por demais soberbo, pois bem sabemos que somente seremos justificados
perante Deus pela crença em Jesus Cristo, como bem disse o apóstolo Paulo em sua epistola aos
Romanos, no capítulo 3:26 "para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele
seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus". Novamente, no capitulo 4:16 "Portanto,
é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a
posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de
todos nós". 0 dilema que surge quando tratamos da relação entre obras e fé, decorre do fato de
se achar escrito que a fé sem obras é morta, conforme testificou o apóstolo Tiago, em sua epistola
universal, no capitulo 2:26 "Porque, assim como o corpo sem o espirito está morto, assim também
a fé sem obras é morta". O próprio Mestre, em sua linguagem metafórica, correlacionava o fato de
cada árvore produzir os frutos próprios de sua natureza. Ou seja, Ele dizia que pelos frutos das
árvores poderíamos avaliar o seu valor; querendo dizer com isso que, pelas obras dos homens,
poderemos conhecer a essência de cada um deles, podemos discernir, a partir do seu
testemunho de vida, o que lhe vai ao coração. Confiram essas palavras, narradas no evangelho
segundo Mateus, no capitulo 7:16 "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vem até vós
vestidos como avelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis.
Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa
4
Sacrifício que Cristo realizou em nosso Lugar, tomando nossos pecados na cruz.
17

produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus
frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não da bom fruto corta-se e lança-se
no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis". Agora, notem com atenção que o Senhor
requer tanto a fé quanto as obras, para o aperfeiçoamento de sua igreja; para se alcançar a salvação,
ambas são necessárias. 0 Senhor demonstrou, pelo apóstolo dos gentios, que obras somente não são
suficientes para promover a salvação; nem sequer obras grandiosas tais como aquelas propostas na
epistola do apóstolo Paulo, destinada aos Coríntios, no· capitulo 13:1 "Ainda que eu falasse as
línguas dos homens e das anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino
que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes. e não
tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos
pobres, e ainda que entregasse o meu carpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada
disso me aproveitaria”. Aqui, nesse capítulo, se requer a caridade, o amor segundo Deus, para que a
obra tenha serventia a vida espiritual. Ou seja, não bastam as obras boas para se alcançar a
salvação. É necessária, aos olhos do Santo Deus, que as mesmas obras sejam originadas por
sentimentos de amor, pois, em última instância, são eles, os sentimentos, que justificam todas as
boas obras. Ora, esse é um ponto de aparente contradição. De um lado, entendemos que o justo
deve viver pela fé - e tudo quanto fizer para Deus deve ser feito por intermédio da fé para poder
agradá-lo definitivamente, a justificação se da mediante a fé em Jesus; por outro lado, percebemos
que existem partes das escrituras requerendo obras nascidas da fé: Afinal, como harmonizar essa
questão, sabedores que somos que a Palavra de Deus não se contradiz? A resposta é simples, e
pode ser compreendida quando entendemos que a fé, provocando mudanças em nosso homem
interior, altera os nossos sentimentos para melhor, elevando nossos valores a uma escala celeste.
Nesse ponto, com fé e sentimento de amor em nossos corações, realizamos as obras de Deus,
necessárias para não ficarmos estéreis no conhecimento do Todo Poderoso. Leiam o evangelho
segundo o apóstolo João, no capitulo 6:28 "Disseram-lhe, pois: Que faremos para
executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: que
creiais naquele que ele enviou". Dessa forma entendemos que as obras são de fundamental
importância, entretanto, as obras que nascem de um coração modificado pela fé e pelo amor.
Atentem que nesse capítulo esta claro que as obras segundo Deus assentam seus pilares na fé
em Jesus. Por isso, temos ciência que a f é pode trazer-nos o amor e as obras que Deus
reclama. Entretanto, a recíproca não é verdadeira, não nos sendo possível promover a fé pelas
nossas obras. Lembremo-nos que se quisermos apresentar nossas obras perante o Senhor, para
nos justificarmos por elas, cairemos na sentença pronunciada pelo apóstolo Paulo, em sua epistola
destinada aos Romanos, no capitulo 4:4 "Ora, aquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o
galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, aquele que não pratica, porem crê
naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe e imputada como justiça”. Dessa sorte, se tivermos a
presunção de mostrarmos nossas obras a Deus para nossa justificação pessoal, ser-nos-á
apresentada a conta de nossos pecados, já definitivamente pagos pela fé em Jesus Cristo.

FÉ, INSTRUMENTO MINISTERIAL

Os teólogos, os sacerdotes das igrejas evangélicas, rechaçam categoricamente a que se autorizem


leigos na condução doutrinaria da igreja, não permitindo a ordenação de- presbíteros sem uma
formação acadêmica mínima. O 5postulado que existe por detrás dessa conduta é que, sem uma
formação acadêmica em Teologia, um dirigente espiritual não poderá exercer bem o seu cargo.
Há, entendem eles, de lhe faltar informações cruciais para a condução adequada de seu ministério.
Ao refletirmos, em comunhão com as Sagradas Escrituras, sobre essa "lei religiosa", uma pergunta
se levanta das entranhas das Santas Escrituras e brada alto em nossas consciências: a se entender
que o conhecimento de Deus deverá ser aprendido pelas vias das escolas humanas, onde está o

5
Fato reconhecido como verdade sem, contudo - nesse particular - respaldo doutrinário. Isto é, sem aval das santas escrituras.
18

poder da fé? É esse o instrumento de que se serve o Espirito Santo para instruir os servos do
Senhor na Terra? A linha de formação universitária sustentada pela 6Teologia teria o poder de
investir de autoridade um ministro de Cristo, tão somente pelo seu mérito intelectual, de lograr a
obter um título em nível de terceiro grau em um curso dessa natureza? Um diploma que registra a
capacidade de absorção mental do conteúdo de certas disciplinas por parte de um aluno é
instrumento bastante para se formar um porta-voz de Deus nas igrejas? Onde ficam todas as
belas e verdadeiras dispensações prometidas pelo Senhor aqueles que o temem, como afiançadas
pelo Espírito Santo contidas na epistola do apostolo Tiago, no capitulo 1 :5 "se algum de vós tem
falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á
dada"? Quem fez a boca não é apto a colocar nela palavras? Em qual evangelho, em qual carta
apostólica temos menção a esse tipo de pré-requisito para a escolha de 7presbíteros de Cristo? A
resposta é que os quesitos fundamentais para o ministério da doutrina, da Palavra de Deus, podem
ser conhecidos pela leitura das epístolas do apóstolo Paulo. Primeiramente vejamos a carta do
apóstolo destinada a Tito, no capitulo 1:5 "Por esta causa te deixei em Creta, para que pusessem
em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros,
como já te mandei: aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fieis,
que não possam ser acusados de dissoluç ã o nem são desobedientes. Porque convém que o
8
bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem
dado ao vinho, não espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado a hospitalidade,
amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como
para convencer os contradizentes". Observem que os requisites são absolutamente espirituais,
estrutura espiritual é o que se requer do despenseiro da casa de Deus.
REQUISITOS DO 9PRESBITERIO

Continuando a buscar na Bíblia as condições necessárias para o despenseiro da igreja, outra


vez deparamo-nos com as recomendações dos requisitos que deveriam ser procurados no homem
de Deus para ocupar cargo de Bispo nas igrejas de Cristo, quando lemos a primeira epistola do
apostolo Paulo, destinado a Timóteo, no capitulo 3:2 "Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado,
não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em
sujeição, com toda a modestia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá
cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na
condenação do diabo. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora,
para que não caia em afronta e no laço do diabo" . Vejam bem! Nada de contorno humano nos
requisitos estabelecidos pelo mestre para a formação de seu ministério, nada de perfil intelectual,
absolutamente nada exigido, se não unicamente as qualidades de caráter, os valores espirituais
que permitem o operar de Deus em seus 10sacerdotes. Mas, dirá alguém, aquela época não
existia a Teologia, ciência como conhecemos hoje, e, precisamente por isso, não era requerida
essa forma no corpo ministerial. Ora, os escribas judaicos eram homens estudados, conhecidos
como "doutores da lei" Mosaica, além de serem versados nas tradições religiosas de Israel. Eles, os
escribas e fariseus, foram chamados pelo Senhor como edificadores, como aqueles que
possuíam a chave da ciência nas mãos, exatamente por serem os responsáveis pela edificação
moral e intelectual de Israel; entretanto, não a usavam para abrir, senão para fechar o caminho dos
homens até Deus. Leiam e confiram essa verdade no evangelho segundo Mateus, no capitulo 23:13
(Lucas 11:44) "Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o
6
Segundo o dicionário Aurélio teologia significa: "Estudo das questões referentes ao conhecimento da divindade, de
seus atributos e relações com o mundo e com os homens, e a verdade”
7
Leia o capitulo: Títulos Ministeriais.
8
Leia o capitulo: Títulos Ministeriais
9
Leia o capitulo: Títulos Ministeriais
10
Leia o capitulo: Títulos Ministeriais
19

Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando". Também o
apóstolo Pedro alertava sobre o fato lastimável dos edificadores de Israel haverem rejeitado a
doutrina simples e santa do Mestre; pelo fato da doutrina do Senhor não lhes dar prestigio pessoal
e engrandecer unicamente a Deus. Confiram as palavras registradas sobre essa matéria em sua
primeira epistola, no capitulo 2:7 "E assim para vós, os que credes, é preciosa, más, para os
rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina’’ Atestamos,
com fundamentos sólidos, que o conhecimento religioso ou intelectual não é, e nunca foi,
suficiente para promover mudanças no coração do homem, tampouco vai de encontro a nenhum
anseio do Senhor Jesus Cristo, na relação de exigências que Ele fez para os servos serem
escolhidos para assumirem o ministério da doutrina. Naturalmente que a formação em
Teologia não transformará o homem em santo, tampouco o inviabilizara para o
sacerdócio, pois que os dons de Deus são independentes dessas abordagens terrenas do
saber. Todavia, exigir dos ministros de Cristo formação acadêmica para o exercício do ministério
é conflitante com a verdade do evangelho, muito embora seja bastante agradável ao padrão culto
de uma sociedade. Estruturar uma religião nessas bases é afrontar a Palavra de Deus. Assentar a
construção do ministério espiritual, de todo o corpo ministerial de Cristo, pelo instrumento da
formação acadêmica, passando-se por cima das verdadeiras exigências do Mestre, é desvario. A
igreja do Senhor nunca foi levantada nesses pilares, rudimentos de conhecimentos humanos!
Lembrem-se das palavras do apóstolo Paulo, homem de formação intelectual esmerada; instruído
sob a luz intelectual de Gamaliel, doutor da lei e venerado por todos em Israel, declarada em sua
primeira epístola destinada aos Coríntios, no capitulo 2:4 "A minha palavra e a minha pregação
não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espirito
e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus”.

EXEMPLOS VIVOS

Quando da formação de igreja primitiva a quem procurou o Mestre? Foi Ele em busca de homens
doutos de Judá? Chamou Ele sábios de Israel para Si? Ou, antes escolheu homens simples, porém,
em cujos espíritos houvesse predisposição a aceitação dos valores propostos por Deus? Não foram
por ventura homens sem preparo intelectual os escolhidos para o apostolado? Pois que, não
poderiam os discípulos do Senhor Jesus ter estudo, não poderiam seus apóstolos gozar de preparo,
em conformidade com o ensino dos doutores judaicos ou, até mesmo, serem eles ilustrados e toda
a ciência de Roma? Sim, claro; como é o caso do apostolo 11Paulo e de Lucas, o qual era
12
médico. Todavia, o critério, e isso é bem claro nas Escrituras, a razão da escolha, pesou na
questão dos valores morais, no teor da sinceridade que possuíam, na qualidade de sentimentos
que seus discípulos demonstravam e não na formação intelectual ou na extensão de
conhecimentos humanos que porventura possuíssem. Foi o Mestre quem os escolheu, não pelo
que traziam na mente e sim pelo que apresentavam em seus corações. Isso porque com o
coração é que se crê, e a fé é o começo de toda a vida espiritual. Vejam a grandiosidade da fé
explicada no evangelho segundo Marcos, no capitulo 11:23 "porque em verdade vos digo que
qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração,
mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito". Nesse mesmo
evangelho podemos verificar o peso do amor, do sentimento, aos olhos de Deus, por intermédio
da leitura do capítulo 12:33 "e que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a
alma, e de todas as forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os
holocaustos e sacrifícios".

ORDEM DE APRENDIZADO
0 falar do Mestre penetra profundamente em nossos corações e, depois, calmamente eleva-se até a
nossa mente e a ilumina, de luz em luz. Primeiramente, nosso espírito precisa da excelente

11
Atos 22:3 “ Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel,
instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois”
12
Colossenses 4:14 “ Saúda-vos Lucas, o médio amado, e Demas’
20

claridade produzida pela fé, para, em seguida, termos também a nossa razão humana iluminada
pelo conhecer segundo Deus. Atentem que o nosso Mestre, escolhendo a seus discípulos, não
lhes expunha fundamentos complexos da doutrina, não lhes descortinou os segredos da criação do
mundo tampouco os arrebatou as profundezas de sua ciência, com o intuito de convertê-los a
Deus. Antes, Ele se revelava aos seus escolhidos pelos sinais de fé que realizava e pelas
palavras de Sua pregação, que tratavam sempre de questões ligadas à vida eterna. Quando, por
exemplo, Pedro conheceu Jesus Cristo, recebeu Dele um sinal, posto que Jesus lhe ordenou que
lançasse a sua rede ao mar, onde passara toda a noite trabalhando sem conseguir pescar nada.
Contudo, ao obedecer a voz de Jesus, para a inteira surpresa de Pedro, pescaram uma enorme
quantidade de peixes, a ponto de quase não poderem carregar para o barco. A pregação da vida
Pedro já escutara um pouco antes, no barco, entretanto, quando Pedro atentou para o milagre dos
peixes creu de todo o coração. Foi nessa altura, após o milagre, quando o coração de Pedro se
quebrantou diante do Senhor, que o Mestre lhe disse para o seguir como discípulo. 0 Senhor, para
chegar ate ao coração de seus servos, não usou de nenhum convencimento com bases em teorias
profundas ou através de conhecimentos privilegiados segundo a ótica humana, senão pelo poder da
fé em Sua pessoa. Leiam essa passagem no evangelho segundo Lucas, no capitulo 5:5 "E,
respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos;
mas, porque mandas, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de
peixes, e rompia-se lhes a rede". Completando, no capitulo 5:7 "E fizeram sinal aos
companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram e encheram
ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-
se aos pês de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador.
Pois que o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca que
haviam feito, e, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram
companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante, serás
pescador de homens. E, levando os barcos· para terra, deixaram tudo e o seguiram". Noutra
ocasião, quando o Senhor Jesus apresentou-se no caminho de Emaús a dois discípulos, não
lhes revelou a sua natureza humana, tampouco a divina. Encobriu deles a Sua pessoa, não
permitindo um reconhecimento a partir da feição física que ostentava naquele encontro. Entretanto, ·
enquanto falava com eles, o coração daqueles discípulos percebia alguma virtude, o espirito deles,
não a mente, recebia a comunicaç ã o de alguma grandeza incompreensível à inteligência
humana. Essa virtude, essa graça maravilhosa é comunicada dessa forma aos homens até os dias de
hoje. É o Espirito de Deus quem deve ministrar os conselhos e a palavra da vida no coração
dos fiéis. E, para tanto, necessitamos de santificação e não de Teologia. Leiam essa passagem,
narrada no evangelho segundo Lucas, no capítulo 24:32 "E disseram um para o outro:
Porventura, não ardia em nos o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos
abria as Escrituras?".

ESTUDO DA BÍBLIA

Não queremos com essa introdução desmerecer o estudo da Bíblia. Nunca! A prática da leitura
da Bíblia é de grande importância. 0 conhecimento das Sagradas Letras ajuda grandemente a
formação do crente, relativamente à compreensão da palavra de Deus. Somente ouvir as
pregações nos dias de cultos, incontestavelmente é insuficiente para se aprofundar na ciência dos
fundamentos contidos nas Sagradas Escrituras. Mas, não nos enganemos, a leitura da Bíblia, por
mais extenuante que seja, por si só não é bastante para formar no espírito do servo de Deus a
ciência proposta pelo Senhor Jesus. É necessário que esse exercício de leitura seja acompanhado de
santificaç ã o , de orações e súplicas ao pai das luzes, sem a intervenção de quem, jamais seremos
verdadeiramente iluminados. Doutra sorte, ao final dos estudos, teremos percebido apenas os
sinais gráficos, teremos apreendido unicamente a dimensão literal da Palavra de Deus, sem
sentirmos, revelados em nosso íntimo, a dimensão profunda e maravilhosa da virtude que emana das
Sagradas Letras. E importante calibrar o foco, é imprescindível ajustarmos a compreensão espiritual,
daquilo que seria a forma correta da "leitura da Bíblia". Há, e há em abundância, em nosso Senhor
21

Jesus Cristo, humildade, ciência, conselho e sabedoria, de sorte a comunicar essas mesmas virtudes
aos seus seguidores, pela luz do seu próprio Espirito.

EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO PELOS DONS

Onde aprendeu Pedro, um simples pescador, as palavras que pronunciou de forma a compungir
o coração de quase três mil almas, convertendo-as a Deus, senão pelo Dom de Espírito?
Examinem o episódio de conversão narrado em Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:41 “ De
sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se
quase três mil almas”. Aliás, as revelações do Senhor eram dadas preferencialmente aos humildes de coração, aos que tinham baixa estatura
intelectual, por serem esses os que mais se entregavam, sem muitas reservas, aos Seus ensinamentos. Meditem nas palavras do
mestre, narradas no evangelho segundo Lucas, no capítulo 10:21 “ Naquela mesma hora, se alegrou
Jesus no Espírito Santo e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste
essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelastes às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te
aprouve”. Para o bem da verdade, não podemos nos esquecer da enorme diferença que existe entre
doutorar-se perante os homens por intermédio de estudos filosóficos e teológicos em contrapartida a
aquisição de conhecimentos divinos e, sobretudo, intimidade com o Senhor, alicerçados numa busca
interior, pelo Espírito Santo, em comunhão com o Deus eterno e uno. Essa é a forma que entendemos
que as sagradas escrituras devam ser estudadas, para o verdadeiro aumento do conhecimento da
verdade em nossos corações.

VERDADEIRA FONTE DO CONHECIMENTO

Quem distribui o conhecimento segundo Deus é o seu próprio Espírito Santo, e isso em resposta à
procura espiritual do crente. Qualquer dúvida a esse respeito pode ser dirimida com a leitura da
primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 12:8 “ Porque a um, pelo espírito, é
dada a palavra da sabedoria, e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência” Aliás, não
somente o conhecimento, mas se crermos e buscarmos orientação do Pai, Ele nos guiará na escolha
de todo o ministério de sua igreja uma vez Ele, o Senhor, prometeu eleger os ministros, pela via da
dispensação de dons. Leiam a epístola do apóstolo Paulo aos Efésios, no capítulo 4:11 “ E ele mesmo
deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a
varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Adiante, outra vez encontramos o
apóstolo Paulo mostrando qual era a maneira adequada do homem de Deus se “encher” do
conhecimento do Senhor, quando fazemos a leitura da sua epístola destinada aos Colossenses, no
capítulo 1:9 “ Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por
vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência
espiritual”. Novamente encontramos o santo apóstolo revelando que a sabedoria, segundo Deus, é
fruto de busca interior, ministrada pelo Espírito Santo, quando realizamos a leitura da epístola
destina aos Efésios, no capítulo 1:17 “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os
olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as
riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobre excelente grandeza do seu poder sobre
nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder.”
É evidente que a leitura, o estudo da Bíblia e de grande utilidade, mas, como percebemos bem, quem
nos abre as portas do conhecimento celeste não é o ato de estudar, tampouco as escolas teológicas
ou alguma sistematização de aprendizado, senão o próprio Senhor. Lembremo-nos das palavras do
22

santo Apostolo Pedro, em sua primeira epistola, no capitulo 4:10 “Cada um administre aos outros o
dom como recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale
segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá,
para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para
todo o sempre Amém!”. A verdade é que o ministério de Cristo não necessita de professores para
formá-lo em escolas bíblicas, formatando o conhecimento de Deus segundo a inteligência humana,
redarguindo as escrituras à luz de discursos históricos, apoiando a Palavra de Deus em víeis
filosóficos, estabelecendo-se dogmas e credos, por vezes conflitantes com certos fundamentos
escriturais que se sustentam na simplicidade.

CIÊNCIA DIVINA

A fé, quanto mais intensa tanto mais soa como loucura diante da razão humana, por buscar alicerces,
fundamentos, numa outra ciência, não decodificada na mente do sábio desse século, senão na mente
de Cristo somente. Observem o que diz o apóstolo Paulo em sua primeira epístola, destinada aos
Coríntios, no capítulo 1:20” Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste
século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como, na sabedoria de
Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pala
loucura da pregação”. Por essa razão, o crente deve perfeitamente orar e ler - nessa ordem - e,
numa busca interior alcançar ciência divina, através de um convívio santo com Deus. Contanto que o
Espírito Santo esteja em nós. Ele ministrará o saber pela via da santificação, conforme se pode ler no
Evangelho segundo o apóstolo João no capítulo 14:26”Mas aquele Consolador, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quando vos
tenho dito”. Pode parecer um pouco estranho que falemos em tomar posse de conhecimento através
do Espírito de Deus, todavia, a escritura nos recomenda isso claramente, basta ter fé. As Sagradas
Escrituras atestam essa verdade em vários livros. A título de exemplo, quando Salomão pediu ao
Senhor Deus sabedoria, foi lhe concedida na mesma noite, sem preparação, sem a pedagogia dos
mestres do palácio, conforme se vê no primeiro livro dos Reis, no capitulo 3:12”eis que fiz segundo
as ruas palavras, eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e
depois de ti igual se não levantará”.
Por essas razões - a Palavra de Deus não estimula o estudo de Teologia para composição de seu
corpo ministerial - visto aqui Teologia como curso preparatório para formação de sacerdotes -
tampouco recomenda a busca de seus presbíteros com base em requisitos dessa ordem, por entender
que esse não é o eixo referencial edificado por Cristo para constituição de seu ministério. Não
obstante existirem Presbíteros santificados, que possuem formação teológica, a razão de seus
atributos espirituais não são, com certeza, o fato de possuírem algum título acadêmico em Teologia.
Não nos enganemos, a falsa sensação de conhecimento, a vaidade do conhecer puramente literário,
resultado de estudos sem santificação, frequentemente combate - até em forma de ciência de Deus-
contra a salvação pela graça, obra da fé, que nos foi dada pelo nosso Sumo Pastor.

IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA HUMANA

Obviamente não somos contra a ciência em nenhuma de suas varias linhas de conhecimento, sendo a
expressão legítima do saber humano. Até porque dependemos dela para a nossa vida terrena.
Entretanto, a ciência humana não pode ser adotada como pré-requisito para que um crente venha a
conhecer a Deus, saber sua vontade, possuir ministério tampouco provar as virtudes do século
vindouro. Ora, a amizade com Deus é fruto de santificação e não de conhecimento, conforme está
escrito na epístola aos Romanos, no capitulo 12:3”Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um
dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a
medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Vejam que o Senhor impôs limites na aquisição do
conhecimento, todavia deu uma ordem clara acerca da santificação, na primeira epístola do apóstolo
Pedro, no capitulo 1:16 ”porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”. No mundo
23

moderno, o fascínio da ciência e o brilho da tecnologia, associados à falta de estrutura espiritual do


homem contemporâneo, vêm transformando crentes em incrédulos, aniquilando neles o desejo de
alcançarem dons de Deus, de dedicarem a suas vidas ao Senhor Jesus, pelo trajo de um espírito
simples e de uma forma de vida honesta, livre de contaminações; que somente podem ser obtidos
evitando-se as concupiscência carnais. O santo apóstolo Paulo já recomendava precaução acerca
desses perigos em sua primeira epístola a Timóteo, no capitulo 6:20 ”Ò Timóteo, guarda o depósito
que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e ás oposições da falsamente
chamada ciência; a qual professando-as alguns se desviaram da fé”.

REFERÊNCIAS
Para aquisição de conhecimento de Deus não são necessários cursos preparatórios. As escrituras
mostram inequivocamente o caminho correto para sermos plenos dessas virtudes, conforme pode se
constatar em diversas passagens da sagrada escrituras tais como:
1) Êxodo 31:3” e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em
todo artifício”.
2) Salmos 111:10 “O temor do Senhor é o principio da sabedoria”.
3) Provérbios 2:6”Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o
entendimento”.
4) Provérbios 2:7”Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos”
5) Provérbios 2:10”Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será
suave á tua alma”.
6) Provérbios 9:10”O temor do Senhor é o principio da sabedoria, e a ciência do Santo, a
prudência”.
7) Provérbios 14:6”O escarnecedor busca sabedoria e não a acha, mas para o prudente o
conhecimento é fácil”.
8) Atos 4:13” Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens
sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado
com Jesus”
9) Atos 6:3”Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do
Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”.
10) Atos 6:9”Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos
cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estevão; e não
podiam resistir á sabedoria e ao Espírito com que falava”.
11) Atos 7:10” E livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante a
Faraó”
12) 1 Coríntios 1:12”Porque a nossa gloria é esta: o testemunho da nossa consciência, de que,
com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus,
temos vivido no mundo e maiormente convosco”.
13) 1 Coríntios 1:30”Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.
14) 1 Coríntios 2:4”A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavra
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do espírito e de poder, para que a
vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”
15) 1 Coríntios 12:8”Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo
mesmo Espírito , a palavra da ciência”.
24

16) 2 Coríntios 4:6”Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem
resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo”.
17) 2 Coríntios 10:4”Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas
em Deus, para destruição das fortalezas, destruindo os conselhos e toda altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento á obediência de
Cristo”
18) Colossenses 2:2”Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade
e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do ministério de Deus-
Cristo”.
19) Colossenses 2:3”em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”.
20) Efésios 4:13”até que todos cheguemos á unidade da fé e do pleno conhecimento do filho de
Deus, ao estado de homem feito, á medida da estatura da plenitude de Cristo”.
21) Tiago 3:17”Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem
hipocrisia”.
22) 1 João 2:20” E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo”.
25

DOUTRINA APLICADA AOS 13NEÓFITOS


PRIMEIROS RUDIMENTOS
Logo após o batismo, no início da vocação celestial, somente deverá ser requerido dos novos
convertidos, por parte do ministério, que se abstenham dos ídolos, da carne sufocada, do sangue e da
prostituição, não lhes devendo o ministério colocar nenhum outro encargo, conforme o Espírito
Santo determinou numa assembleia apostólica, realizada em Jerusalém, para tratar dessa matéria
doutrinal e encontra- se relatado no livro de Atos dos Apóstolos, no capitulo 15:28 (Atos 15:20)”Na
verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas
coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada e da fornicação”. Comprovem, pela leitura da passagem acima, que o jugo da Lei Mosaica
não era mais requerido dos recém cristãos. Outra vez, encontramos essa mesma ordenança no livro
de Atos dos Apóstolos, no capítulo 21:25”Todavia, quanto aos que creem dos gentios, já nós
havemos escritos e achado por bem que nada disto observem; mas que só se guardem do que se
sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado, e da prostituição”. Pela leitura dessas, proibições
básicas, determinadas pelo Espírito Santo, pode-se compreender, com bastante clareza, que
quaisquer exigência adicionais impostas sobre os recém batizados são improcedentes, não possuindo
respaldo escritural.” Atentem para as palavras do Espírito de Deus:” Na verdade, pareceu bem ao
espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias”. Ou seja,
o ministério não deve exigir mudanças de trajes, de costumes, de corte de cabelos, enfim,
absolutamente nada, senão que os novos convertidos se abstenham “das coisas safricadas ais ídolos,
e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação”. Todas as requisições doutrinárias adicionais
devem ser fruto de um processo de conversão gradual e sem imposições rudes do presbitério,
lembrando-se sempre que, em hipótese alguma, o ministério poderá ser mais exigente do que o
Espírito de Deus. Naturalmente que esse requisito mínimo é direcionado somente para os neófitos,
isto é, para os novatos na fé, não se aplicando aos servos de Deus já amadurecidos no convívio com
o Cristo, entendamos que é lentamente, pela exposição inspirada da Palavra de Deus nas igrejas, que
os novos membros irão, adquirido uma nova consciência14 no Espírito Santo e tornando-se adultos
no entendimento. Dessa forma, irão deixando os alimentos de crianças e procurando alimento sólido,
conforme lemos na primeira epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios, no capitulo 14:20”
Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no
entendimento”. Novamente, confirmamos essa determinação de amadurecimento na epístola
destinada aos Hebreus, no capitulo 5:13”Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está
experimentado na palavra da justiça, porque é menino”. Assim, à medida de crescimento espiritual,
mediante busca pessoal e apoiado pela doutrina ministrada nas igrejas, os sevos de Deus irão se
enchendo do Espírito Santo e adentrando os espaços propostos para serem ocupados pelos filhos de
Deus. Os frutos do Espírito nos tornarão amados de Deus, segundo o que entendemos da leitura da
epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas, no capitulo 5:22”Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.

13
Aquele que foi recentemente convertido ao cristianismo
14
Romanos9:1”Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo)”.
26

PROIBIÇÕES BÁSICAS
SANGUE
O sangue é a vida de nosso corpo físico, sendo responsável, através da sua circulação - no coração,
artérias e veias - pela alimentação no nível das células, irrigando com vida todo o organismo animal.
Isso é tanto verdade que nas regiões onde o sangue para de circular, ocorre a necrose, a morte do
tecido, então na condição de enfarto. O próprio Deus refere-se ao sangue como sendo a vida do
corpo físico animal, conforme podemos confirmar na leitura do livro do Gênesis, no capítulo 9:4”A
carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis”. Partindo dessa compreensão,
entendemos o motivo pelo que o Senhor proibiu ao homem alimentar-se de sangue, visto que o
sangue guarda uma relação direta com a essência da vida, e sempre foi usado por Deus nos
cerimônias como elemento purificador. Por isso, desde a Lei Mosaica, no principio da criação, o
Senhor Deus estabeleceu que o sangue não deveria ser tomado como alimentação humana. Mas
adiante, nas epístolas pastorais, o apóstolo Paulo explicou com mais detalhes sobre essa interdição e,
em particular, ensinou que essa proibição era relacionada com a consciência do crente e não
propriamente com o sangue, em si mesmo. Ou seja, não é necessário que o servo de Deus procure
saber se a carne que está comprando no açougue foi sangrada ou não. Se formos advertidos que a
carne é sufocada, isto é, possui em si o sangue, não derramado, então não a podemos ingerir. Leiam
as palavras contidas na epístola destinada aos Coríntios, capitulo 10:25”Comei de tudo quando se
vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência”.
FUNDAMENTO ESPIRITUAL
A razão dessa proibição guarda relação com a queda do homem em Adão, a partir de quando Deus
amaldiçoou o corpo do homem, bem como a Terra. Essa sentença se encontra relatada no livro de
Gênesis, no capitulo 3:17”E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos á voz de tua mulher e comeste
da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor
comerás dela todo os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do
campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes á terra; porque dela foste
tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”. Observem essa maldição sendo evocada pelo
apóstolo Paulo em sua primeira epístola destina aos Coríntios, no capítulo 15:50 ”E agora, digo isto,
irmãos; que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a
incorrupção”. Vejam que exatamente o sangue e a carne amaldiçoados pela proibição de entrarem
no céu, são tratados pelo nosso Mestre como sendo o alimento dos crentes na Santa Ceia. Isto é,
nesse evento espiritual, estamos revitalizando nosso corpo espiritual em Cristo nosso Senhor.
Por essa razão, o Espírito Santo, proibia a ingestão do sangue, pois que apontava para um sacramento
futuro, denominado Santa Ceia, estabelecido quando da vinda do Senhor Jesus. Nessas ocasiões, o
crente, tomando do cálice, beberia do sangue do Senhor Jesus e, por conseguinte, receberia a vida de
Jesus como alimento. Lembremo-nos que o sangue é a vida do corpo físico, por isso, o sangue de
Cristo sendo a vida de Seu corpo espiritual à igreja, torna-se alimento para a alma do crente. Atentem
para as palavras do apóstolo João, no capitulo 6:54”Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é
comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim, e eu, nele”.
27

PURIFICAÇÃO COM SANGUE


Uma síntese da prática de se purificar com sangue, pode ser vista na epístola aos Hebreus 9:18”Pelo
que também o primeiro não foi consagrado sem sangue; porque, havendo Moisés anunciado a todo
o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água,
lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo, dizendo: Este é o sangue
do testamento que Deus vos tem mandado. E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo
e todos os vasos do ministério. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e
sem derramamento de sangue não há remissão”.
Referências Bíblicas ao poder purificador do sangue podem ser vistas em Êxodo 24:8, Êxodo 29:21,
Êxodo 30:10, Levítico 3:17, Levítico7:2, Levítico 7:26, Levítico 8:15, Levítico 14:14, Levítico
14:17, Levítico 16:18, Levítico 16:19, Levítico 17:11, Levítico 19:26, Deuteronômio 12:16,
Deuteronômio 12:23, Efésios 2:13, Efésios 6:12, Colossenses 1:14, Colossenses 1:20, Hebreus 2:14,
Hebreus 9:7, Hebreus 9:12-14, Hebreus 9:18-22, Hebreus 9:25, Hebreus 10:4, Hebreus 10:19,
Hebreus 10:29, Hebreus 11:28, Hebreus 12:4, Hebreus 12:24, Hebreus 13:11, Hebreus 13:12,
Hebreus 13:20, 1 Pedro 1:2, 1 Pedro 1:19, 1 João 1:7.

CARNE SUFOCADA
A carne sufocada é aquela que ainda possui o sangue dentro de si, que não foi sangrada. Isto é, cujo
sangue encontra-se sufocado dentro de suas veias e artérias. Observem essa modalidade de
transgressão praticada por Israel e repreendida pelo rei Saul, relatada no Primeiro livro de Samuel,
capítulo 14:33” E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo peca contra o Senhor, comendo
com sangue. E disse ele: Aleivosamente, procedestes, revolvei-me hoje uma grande pedra. Disse
mais Saul: Derramai-vos entre o povo e dizei-lhes: Trazei-me cada um o seu boi, e cada um a sua
ovelha, e degolai-os aqui, e comei, e não pequeis contra o Senhor, comendo com sangue. Então,
todo o povo trouxe de noite, cada um com à sua mão, o seu boi, e os degolaram ali”. No demais, os
fundamentos apresentados acerca do sangue aplicam-se as carnes sufocada.
IDOLATRIA
Devemos ter em nós bem clara a compreensão da enorme diferença de significado que existe entre a
palavra criatura e Criador. Ora, a palavra de Deus é utilizada para nomear o Criador do universo, o
formador do macro e do microcosmo; sendo empregada para designar o formador de todas as coisas
que existem vistas como um todo, tanto as de natureza, física quanto as de natureza imaterial. Ele,
Deus, é quem sustenta o universo, sendo eterno, infinito, supremo, único e incriado. Muito embora
seja espírito com identidade própria, subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Sua natureza é Santa, sendo justo e amoroso e em cujo sentimento terno de afeto congrega todo o
bem. Por essa razão, buscar salvação em criaturas de Deus é um desvario enorme. Prestem bem
atenção na excelsa plenitude da glória do nosso Criador, para quem nem os anjos mais excelentes
jamais excederão a condição de criaturas advindas de suas mãos sagradas. “ Vejam e atentem ao que
se encontra escrito na epístola aos Hebreus, no capítulo 1:7” E, quando aos anjos, diz: O que de seus
anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo”. Novamente, meditem nas palavras de
exultamento do apóstolo Paulo, quando discorria a respeito da grandeza de nosso Deus, em sua
epístola, destinada aos Romanos, no capítulo 11:33”Ó profundidade das riquezas, tanto da
sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os
seus caminho! Porque quem compreende o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou
28

quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele
são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!”.

O VERDADEIRO INTERCESSOR
Jesus Cristo é o único nome dado por Deus aos homens para ser nosso mediador. Em virtude disso,
foram excluídos pelo Pai Eterno todos e quaisquer outros nomes, tanto na terra como no céu, por
intermédio do qual possamos ser salvos. Portanto, suplicar a qualquer servo de Deus ao invés de se
orar ao próprio Deus, em nome de Jesus, é desvio doutrinário grave, que vai contra os ensinamentos
do Senhor, sendo proibido pala Palavra de Deus! Atentem que o Senhor Jesus recomendou que não
orássemos diretamente a Ele, antes, determinou que as orações fossem dirigidas as Senhor Deus em
Seu nome, conforme se confirma pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo
15:16”Não me escolheste vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos
conceda”. Vê- se nitidamente nesse versículo a preocupação do nosso mestre em honrar o nome de
Deus sobre o seu próprio nome; muito embora o seu nome seja de valor inigualável e sempiterno,
conforme podemos verificar pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 4:12” E em
nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro há, dado entre os
homens, pelo qual devemos ser salvos”. Novamente podemos confirmar essa mesma afirmação na
primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 2:5”Porque há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”. Novamente, na epístola destina aos
Hebreus, no capítulo 12:24” e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão,
que fala melhor do que o de Abel”. Outra vez, na primeira epístola do apóstolo João, no capítulo
2:1” Meus filhinhos, estas coisas vós escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. Outra vez, ainda no capítulo 2:12”Filinhos,
escrevo-vos porque, pelo seu nome, vos são perdoados os pecados”. Ponham atenção no cuidado do
nosso Mestre em glorificar ao Pai e não a si mesmo, lendo a epístola destinada aos Hebreus, no
capítulo 5:5 ”Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote,
mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei”.

O QUE SÃO OS IDOLOS?


A idolatria é um crime abominável na avaliação de Deus, e não a adoração de ídolos; ou seja, não se
encontra limitada a prática de adoração de imagens15 em semelhança daquilo que está no céu, na
terra ou nas águas. Esse grave desvio não está, definitivamente, restrito a adoração de imagens feitas
de madeira, pedra, argila, metal, etc. As variações são amplas, existem pessoas que adoram o poder,
outras adoram artistas, uns adoram a fama, outros conhecimento humano, uns a beleza física, outros
o corpo humano, uns natureza, outros o dinheiro, além de tantas outras formas de se consagrar,
desgraçadamente, o coração, feito para adorar unicamente ao Deus bendito. O apóstolo Paulo
alertava para uma modalidade diferente de idolatria, escondido na figura do excessivo apego ao
dinheiro, conforme se encontra relatado na epístola destinada aos Colossenses, no capítulo
3:5”Mortificai, pois os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite
desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é Idolatria”. No passado, o Senhor Deus

15
Êxodo 20:4” Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em
baixo na terra, nem nas águas debaixo da terá. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus,
sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e
faço misericórdia em milhares aos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.”
29

classificava essas transgressões de adultérios espirituais, e as condenavas veemente, conforme


podemos constatar no livro do profeta Ezequiel, no capítulo 23:37”Porque adulteram, e sangue se
acha nas suas mãos; com os seus ídolos adulteram, e até os seus filhos, que de mim geraram,
fizeram passar pelo fogo, para os consumirem”. Novamente, encontramos essa mesma referência no
livro de Apocalipse, no capítulo 2:14” Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os
que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de
Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituísse”.

REFERÊNCIAS

Abaixo se encontram relacionadas diversas passagens que relatam a condenação da idolatria por
parte do Senhor.

1) 1 Coríntios 5:11 “Mas, agora, escrevi que não vos associes com aquele que, dizendo-se
irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com
o tal nem ainda comais”.
2) 1 Coríntios 6:10 “Não erreis, nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os
efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”.
3) 1 Coríntios 8:7 “Mas nem em todos há conhecimento; porque algum até agora comem, no
seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca,
fica contaminada”.
4) 1 Coríntios 8:10 “ Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado á mesa no tempo
dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas
aos ídolos?”.
5) 1 Coríntios 10:7 “Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito:
O povo assentou-se a comer e a beber e beber e levantou-se para folgar”.
6) 1 Coríntios 10:28 “ Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais,
por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor e
toda a sua plenitude”.
7) 1 Coríntios 10:14 “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”.
8) 1 Coríntios 10:19 “ Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao
ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos
demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis
beber o cálice do Senhor e da mesa dos demônios”.
9) 2 Coríntios 6:16 “ E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o
templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo”.
10) Gálatas 5:19 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias coisas semelhantes a estas,
acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não
herdarão o Reino de Deus”.
11) Efésios 5:5 “Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento, o qual
é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus”.
30

12) 1 Tessalonicenses 1:9 “Porque eles mesmo anunciam de nós qual a entrada que tivemos
para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e
verdadeiro”.
13) 1 João 5:21 “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém”
14) Apocalipse 2:20 “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa,
ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da
idolatria’’.
15) Apocalipse 9:20” e os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se
arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro,
e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem
andar”.
16) Apocalipse 21:8 “Mas, quando aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos
homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a
sua arte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.
17) Apocalipse 22:15 “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, e os que se prostituem, e os
homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.
31

PROSTITUIÇÃO

A prostituição, a fornicação e o adultério são crimes espirituais perante os olhos santos do Senhor.
Essas impurezas provocam uma queda espiritual, rompendo a comunhão do crente com Deus,
podendo levá-lo a condenação eterna. Essa afirmação está assentada nas declarações contidas na
primeira epístola do apóstolo Paulo, destinada aos Coríntios, no capítulo 6:10 “Não erreis, nem os
devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões,
nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de
Deus”. Também verificamos essa mesmo asseveração na epístola do apóstolo Tiago, no capítulo 4:4
“Adúlteros e adúlteras, não sabeis vos que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?
Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Outra vez,
encontramos a referência ao crime da fornicação na primeira epístola do apóstolo Paulo destinado a
Timóteo, no capítulo 1:9 “Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e
obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e
matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de
homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina”. Mais uma
vez ainda, no livro de Apocalipse, no capítulo 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os
mentirosos, a sua arte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

No contexto das Escrituras Sagradas, o significado da palavra prostituição16 é bastante extenso,


abrangendo a fornicação e o adultério. A fornicação é o ato sexual fora do casamento, praticado por
pessoas solteiras; já o adultério, é o ato sexual fora do casamento, praticado por pessoas Casadas.
Para melhor compreensão dessas palavras e suas implicações espirituais, leiam o capítulo
“Divórcio”, onde o presente assunto é tratado com mais profundidade.

16
Por essas razões, a palavra prostituição, dependendo da tradução da Bíblia, vem sendo trocada para abranger essa
significação escritural conhecida, como é o caso da Tradução Revista e Atualizada”(RA), na qual a palavra prostituição é
substituída por “ relações sexuais ilícitas”. Já na versão “Nova Tradução na Linguagem de Hoje”(NTLH), traduzida pela
Sociedade Bíblica do Brasil, a palavra prostituição é substituída por “adultério”.
32

REFERÊNCIAS

1) Mateus 5:32 (Mateus 19:9)” Eu, porem, vos digo que qualquer que repudia e sua mulher, a
não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a
repudiada comete adultério”.
2) 1 Coríntios 6:13 “Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém,
aniquilará tanto uns como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o
Senhor, e o Senhor para o corpo”.
3) 1 Coríntios 6:18 “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo;
mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo”.
4) 2 Coríntios 12:21 “que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe para convosco, e eu
chore por muitos daqueles que dantes pecaram e não se arrependeram da imundícia, e
prostituição, e desonestidade que cometeram”.
5) Gálatas 5:19 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição,
impureza, lascívia”.
6) Efésios 5:3 “Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre
vós, como convém a santos”.
7) 1 Tessalonicenses 4:3 “Porque está é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos
abstenhais da prostituição”.
8) Hebreus 13:4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que
se dão a prostituição e aos adultérios Deus os julgará”.
9) Apocalipse 2:21 “E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se
arrependeu”
10) Apocalipse 9:21 “E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das sua feitiçarias, nem
da sua prostituição, nem das suas ladroíces”.
11) Apocalipse 19:2 “porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande
prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o
sangue dos seus servos”.
33

DONS DO ESPÍRITO

INTRODUÇÃO

No Antigo Testamento, o Senhor estabeleceu algumas festas (Êxodo 34:22, Deuteronômio 16:10,11
Crônicas 8:13), as quais possuem uma significação alegórica com certas dádivas celestes,
manifestadas no tempo da dispensação da graça. Observem que a festa da colheita era denominada
festa Pentecostes. Ora, a palavra pentecostes é de origem grega e significa quinquagésimo dia; pelo
fato dessa festa ser comemorada cinquenta dias após a festa da Páscoa. Nesse ponto há sabedoria,
pois atentando bem na data da primeira dispensação do Espírito de Deus aos homens, profetizada
pelo profeta Joel17, entendemos que foi durante a festa de Pentecoste - após cinquenta dias da
crucificação do Senhor - que essa profecia se cumpriu, conforme podemos confirmar pela leitura do
livro de Atos dos apóstolos, capítulo 2:1” Cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas
repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santos lhes concedia que
falassem”. Mas, afinal, qual é o real sentido dessas festas e datas? O sentido é que a páscoa
prefigurando o sacrifício de Jesus18 antecedia a festa dos Pentecostes em sete19 semana. Pentecostes
era a festa das colheitas dos campos de Israel. Nessas ocasiões, os filhos de Deus colhiam os
primeiros grãos dos campos e ofertava parte dessa colheita ao Senhor. A razão desse movimento era
devido aos judeus não poderem ainda receber o Espírito Santo, devido ao alto grau de
embrutecimento de seus espíritos. Por causa disso, Deus requeria suas ofertas de lavoura como uma
forma de se prestar louvor ao seu santo nome, até a chegada das verdadeiras ofertas espirituais. Foi
exatamente o que sucedeu após a sua morte e subsequente ressurreição. Após cinquenta dias que o
nosso Senhor havia sido crucificado, Ele enviou o Espírito Santo consolador aos corações dos seus
servos, dando-lhes o dom de falar novas línguas, não aprendidas pela inteligência humana. A partir
desse momento em diante, os filhos de Deus passaram a entregar um louvor espiritual aos Senhores,
colhendo os primeiros frutos dos campos de Jerusalém celestial e ofertando esses frutos ao sumo
sacerdote, Jesus, conforme temos registro em Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:11 “todos os temos
ouvidos em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”

ULTIMOS FRUTOS DA TERRA

Pela exposição feita, compreendemos que os dons do Espírito marcaram o inicio da distribuição das
riquezas do Senhor aos seus servos. No entanto, devemos olhar novamente para as escrituras e
analisarmos aquelas festas cerimônias judaicas, as quais tem alguma informação a passar-nos, senão
vejamos. Havia uma terceira festa celebrada em Israel por ordenança divina no sétimo mês, que em
hebraico chama-se Etanim, Essa festa tinha o propósito de lembrar o tempo em que os antepassados
dos israelitas haviam morado em barracas, na viagem pelo deserto, do Egito á Terra Prometida.
Começava no dia 15 e durava uma semana, consistindo, entre outras coisas, de ofertas ao Senhor,
provenientes do último frutos dos campos de Israel. Entendamos que nesses últimos tempos em que a

17
Joel 2:28 “E há de ser, que depois, derramei o meu espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”. Outra vez, em Atos dos Apóstolos, no
capitulo 2:17 “E nos últimos dias acontecera, diz Deus derramei o meu espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e
vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões os vossos velhos sonharão sonhos”.
18
O cordeiro de Deus
19
Cinquenta dias.
34

igreja de Cristo vive grandes tribulações espirituais, receberemos se cremos e buscarmos os últimos
dons do Espírito, à semelhança dos primeiros dispensados em Pentecostes, colhido dos campos altos
de Jerusalém de cima, para apresentarmos ao sumo sacerdote da ordem de Melquisedeque, Jesus
Cristo, Nosso Senhor.

FUNDAMENTAÇÃO

Durante sua existência terrena, os filhos de Deus deverão buscar de coração se enriquecer dos dons
do Espírito, prometidos a todo aquele que crer, pois, uma igreja sadia certamente vivenciará a
experiência com os melhores dons, para fortalecimento de todo o corpo de Cristo, o qual somos nós,
que vivenciamos Sua Palavra. A ordem dada nessa direção é bem clara e pode ser verificada em
diversas passagens bíblicas tais como:

1) Atos 2:38 “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e, cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
2) Atos 10:45 “E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam- se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios”.
3) 1 Coríntios 12:31 “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um
caminho ainda mais excelente”
4) 1 Coríntios 14:1 “segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente o de profetizar”.
5) 1 Coríntios 14:12 “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar
neles, para edificação da igreja”.
6) Efésios 4:8 “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”.
7) Hebreus 2:4 “testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias
maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?”.
8) 1 Pedro 4:10 “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus”.

UTILIDADE DOS DONS

Não devemos nos enganar, não há duvidas, por mais que conheçamos a Palavra, por mais que
estudemos a Bíblia, seremos sempre raquíticos e carnais se em nós não houver derramamento do
Espírito; se não nascermos de Deus, se não provarmos das virtudes eternais. O discernimento
unicamente intelectual nunca nos fará verdadeiros conhecedores de Deus, pois é necessário que o
próprio Senhor ministre a sua ciência em nós, conforme podemos testificar pela leitura da primeira
epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 8:14 “Porque todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”. Novamente, na epístola do mesmo apóstolo aos
Coríntios, no capítulo 2:10 “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra
todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do que
homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus”. Os dons distribuídos aos crentes são manifestações diversas de um
mesmo Espírito, para o propósito daquele que nos chamou a essa vocação sublime.

IDENTIFICAÇÃO DE ALGUNS DONS

Muito embora tenhamos referência de alguns dons descortinados no “Novo Testamento”, não
devemos entender que os dons de Deus se resumam aqueles ali descritos. Pelo contrario, Jesus Cristo
prometeu a quem cresse Nele, dispensar uma porção de Espírito tão maravilhosa, capaz de realizar
35

obras mais excelentes do que as que Ele havia realizado até então. Naturalmente que se requer
consagração, santificação, para se alcançar essas benções garantidas; sendo restritas àqueles que
buscam a face de Deus de continuo. Não obstante disso, o evangelho nos assevera o direito de
recebermos a riquezas espirituais em forma de dons e milagres de Deus, conforme consta do
evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 14:12 “Na verdade, na verdade vos digo que aquele
que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou
para meu Pai”.

REFÊNCIAS

Entendida essa questão, relacionamos abaixo alguns dons citados no evangelho do nosso Senhor
Jesus.

1) Atos 2:4 “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.
2) Atos 2:17 “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre
toda a carne; e os vossos filho e as vossa filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e
os vossos velhos sonharão sonhos”.
3) Atos 6:10 “E não podiam resistir á sabedoria e ao Espírito com que falava”.
4) Atos 7:55 “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória
de Deus e Jesus, que estava á direita de Deus”.
5) Atos 8:17 “Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo”.
6) Atos 8:39 (Atos 9:17) “E Ananias foi, e entrou na casa, e impondo-lhe as mãos, disse: Irmão
Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que
tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”.
7) Atos 11:12 “ E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando; e também estes seis
irmãos foram comigo, e entramos em casa daquele varão”
8) Marcos 3:15 “e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os
demônios”
9) Marcos 6:7 “Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois a dois, e deu-lhes poder
sobre os espíritos imundos”.
10) Romanos 1:11 “Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de
que sejais confortados”.
11) Romanos 12:6 “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada; se é
profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar,
haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o
com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. O
amor seja não fingido”.
12) 1 Coríntios 1:7 “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso
Senhor Jesus Cristo”.
13) 1 Coríntios 12:4 “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade
de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo
Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que
for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a
36

outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedades de línguas; e a outro a


interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer”.
14) 1 Coríntios 12:8 “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro pelo
mesmo Espírito , a palavra da ciência; e a outro pelo mesmo Espírito , a fé, e a outro pelo
mesmo Espírito ,os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, variedade de línguas; e a
outro, interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer”.
15) 1 Coríntios 12:28 “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar,
profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos,
variedade de línguas”.
16) 1 Coríntios 12:29 “Porventura, são todos apóstolos? São todos profeta? São todos doutores?
São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas
línguas? Interpretam todos?
17) 1 Coríntios 13:13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a
maior destas é a caridade”.
18) 1 Coríntios 14:1 “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente o de profetizar. Porque o que fala línguas estranhas não fala aos homens,
senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas o que
profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala línguas
estranhas edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos
vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior
do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja
receba edificação. E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando línguas estranhas, que vos
aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou
da doutrina”.
19) 1 Timóteo 4:14 “não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a
imposição das mãos do presbitério”.
20) 2 Timóteo 1:6 “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti
pela imposição das minhas mãos”.
37

CONCLUSÃO

Da leitura acima, entendemos que, afora novos dons que Deus dispensa como deseja á igreja,
podemos reconhecer as manifestações do Espírito de Deus ministrando diversidade de dons, tais
como:

1) Fé.
Número de ocorrência muito elevado, sendo, por essa razão, mostradas somente os livros
de referência (Mateus, Marcos, Lucas, Atos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2
Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, Judas, apocalipse).
2) Ministério (quando escolhido da parte de Deus pela infusão do seu Espírito).
Referências: 1 Coríntios 12:4, 1 Coríntios 12:28, Romanos 12:6
3) Operação de Milagres.
Referência: 1 Coríntios 12:8, 1 Coríntios 12:28-29.
4) Palavra da ciência (Doutores, segundo o Espírito)
Referências: 1 Coríntios 12:28-29.
5) Palavra da sabedoria
Referências: 1 Coríntios 12:8, Atos 6:10.
6) Expulsão de demônios
Referências: Marcos 3:15, Marcos 6:7.
7) Cura (Imposição de Mãos para)
Referências: 1 Coríntios 12:8, 1 Coríntios 12:28-29.
8) Dispensação de dons (Imposição de Mãos para)
Referências: Atos 8:17, Atos 8:39, Atos 9:17, 1 Timóteo 4:14, 2 Timóteo 1:6.
9) Operação de maravilhas.
Referências: 1 Coríntios 12:8, 1 Coríntios 12:28-29.
10) Profecia.
Referências: Atos 2:17, Romanos 12:6, 1 Coríntios 12:4, 1 Coríntios 12:28-29, 1 Coríntios
14:1, 1 Timóteo 4:14.
11) Discernimento dos espíritos.
Referências: 1 Coríntios 12:4, 1 Coríntios 12:8.
12) Variedade de línguas
Referências: Atos 2:4, 1 Coríntios 12:4, 1 Coríntios 12:8, 1 Coríntios 12:28-29, 1 Coríntios
14:1
13) Interpretação das línguas.
1 Coríntios 12:4, 1 Coríntios 12:8, 1 Coríntios 12:28, 1 Coríntios 14:1.
14) Governos (Administração da igreja pela direção do Espírito Santo)
Referências: Romanos 12:6, 1 Coríntios 12:28.
15) Visão.
Referências:
Atos 2:17, Atos 9:10, Atos 10:17-19, Atos 11:5, Atos 16:10, Atos 18:9, 2 Coríntios 12:1.
38

INÍCIO DA VIDA ESPIRITUAL

PRIMEIRO ATO DE FÉ

Uma vez que o homem tenha crido no Senhor Jesus, deverá ser batizado para perdão do seus pecados
conforme se encontra determinado no evangelho segundo Marcos, no capítulo 1:4 “Apareceu João
batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão do pecados”.
Encontramos novas referências escriturais relativas à ordenança do batismo, no evangelho segundo
Lucas, no capítulo 3:3 “E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de
arrependimento, para o perdão dos pecados”. Novamente, verificamos a necessidade do batismo no
livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:38”E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo”. Outra vez, no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:24”tendo primeiramente João,
antes da vinda dele, pregando a todo povo de Israel o batismo do arrependimento”. Em outra parte
da Escritura, na primeira epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 3:21 “que também, como uma
verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da
indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo”.

FUNDAMENTO DO BATISMO E CIRCUNCISÃO

O batismo, vide referências acima citadas, é um sacramento destinado a perdoar os pecados dos
homens, sendo, portanto, muito importante no processo de salvação do crente e, embora não salve o
homem como um ato isolado em si mesmo, compõe o inicio do processo de salvação, absolvendo o
crente de suas transgressões pregressas.

SIMBOLOGIA DO BATISMO NA CIRCUNCISÃO

Ao buscarmos nas escrituras a fundamentação espiritual para entender a aliança simbolizada no


batismo, vamos dar conta que essa mesma aliança já era utilizada no passado, desde Abraão, sob a
figura do preceito da circuncisão20. A circuncisão, símbolo da aliança dos hebreus com o Deus
eterno, sendo uma alegoria ao batismo que viria a ser requerido pelo Senhor, cuja proposta é a de
criar no coração do homem novos sentimentos para com Deus e para com o próximo. Desde os
profetas antigos o Senhor vinha sinalizando que não queria sua aliança apenas como a realização
formal de um ato físico. Desejava, em verdade, que os filhos de Israel mudassem seus sentimentos.
Vejam o que já dizia o profeta Jeremias no capítulo 4:4 “Circuncidai-vos para o Senhor e tirai os
prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que a minha
indignação não venha a sair como fogo e arda de modo que não haja quem apague, por causa da
malícia das vossas obras”. Adiante, na dispensação do conhecimento de Cristo, encontramos o
apóstolo Paulo alertando aos Judeus sobre o significado dessa aliança, quando lemos a sua epístola
endereçada aos Romanos, no capítulo 2:29 “Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é
do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus”. Outra vez
o apóstolo Alerta sobre a mesma matéria, em sua epístola destinada aos Colossenses, no capítulo
2:11 “no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do
corpo da carne; a circuncisão de Cristo”. E ainda, outra vez, o mesmo apóstolo nos aparece
mostrando essa verdade em sua carta dedicada aos Filipenses, no capítulo 3:3 “Porque a circuncisão
somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na
carne”.
20
Rito de iniciação, que consiste em cortar o prepúcio. Os meninos israelitas eram circuncidados no oitavo dia após o
seu nascimento. A circuncisão era sinal da aliança que Deus fez com o povo de Israel.
39

LIBERTAÇÃO DO PECADO

A libertação do homem do terrível jugo do pecado se dá pela fé e pelo batismo, porquanto está
escrito no evangelho segundo Marcos, no capítulo 16:16 “Quem crer e for batizado será salvo; mas
quem não crer será condenado”. No batismo praticado pela fé em Jesus Cristo, o homem morre para
o mundo, ressurgindo para uma nova vida, segundo valores propostos por Deus. Exatamente dessa
morte respectivo renascimento espiritual é que ocorre significativa mudança espiritual na vida do
crente, recebendo o recém convertido um novo coração, uma nova vestidura, advinda do Espírito
Santo. Doutra sorte, com o coração repleto de sentimentos de ódio e concupiscência carnais, não
haveria espaço para o Senhor colocar a sua doutrina, conforme se acha bem esclarecido no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 9:19 “Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque
semelhante remendo rompe a veste, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres
velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho e os odres estragam-se; mas deita-se vinho
novos em odres novos, e assim ambos se conservam”. Nessa parábola, o odre21 simboliza o coração
humano e o vinho a doutrina bendita do Nosso Senhor. No passado, quando os homens colocavam
vinho novo em odres novos, o vinho, ao fermentar, produzia gazes e dilatava as paredes daqueles
sacos feitos de pele de animais. Por essa razão, se após se utilizar um odre, fosse novamente
colocada outra quantidade de vinho no interior, esse vinho, ao fermentar produziria gazes e, ao
expandir, romperia as paredes daquela espécie de cantil, já dilatada uma vez, perdendo-se todo o
vinho do decante sacerdócio levítico, repletos de hipocrisia, violência e adultério. Aliás, o Mestre
alertava sobre os maléficos do fermento da hipocrisia que estava no interior daqueles homens,
conforme podemos testificar pela leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 12:1 “Ajuntando-
se, entretanto, muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a
dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus, que é a
hipocrisia”. Por isso, por não poder colocar a Sua doutrina naqueles corações contaminados, o
Senhor, lhes disse ser necessários trocar o coração, receber um coração novo, um odre novo e, após
essa troca bendita - fruto da fé no Senhor, pelo batismo - receber o novo vinho da sua doutrina Santa.

VIRTUDES DO BATISMO

Ora, que o batismo, como resultado de um ato movido pela fé operando no coração do crente absolve
pecados, é indubitável, não cabendo nenhum espaço para incertezas. Encontramos essa certeza, entre
outras evidências escriturais, pelas palavras pronunciadas pelo discípulo do Senhor Jesus, Ananias,
quando exortou a Paulo que se batizasse para sua limpeza; “diante de que te deténs? Levanta-te, e
batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor”. E, para que essa matéria fosse bem
apreendida pelo nosso espírito, o apóstolo João repetiu as palavras de Jesus Cristo, por intermédio
das quais o mestre deu peso a esse sacramento, e é facilmente constato pela leitura em seu
evangelho, no capítulo 3:5 “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer22 da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”. Tenhamos segurança, o batismo
é uma forma do homem se revestir do poder de Deus, sendo o primeiro passo provocado pela fé na
pessoa sagrada de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme podemos confirmar na epístola do Apóstolo
Paulo aos Gálatas, no capítulo 3:27 “porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos
revestistes de Cristo”.

21
Saco feito de pele e destinado ao transporte de líquidos.
22
Nesse capítulo se entende que nascer da água, isto é, da palavra de Deus, significa obediência aos sacramentos divinos.
40

FORMA DO BATISMO

Somos batizados na morte de Jesus Cristo, pois sua morte e não o seu nascimento que nos trouxe a
reconciliação com Deus. Por essa razão, cremos no batismo feito por imersão, a semelhança do
sepultamento, que simbolizava a morte do velho homem, quando é imerso23 nas águas, e o seu
respectivo nascimento, quando é emerso24 das águas. O apóstolo Paulo descreve essa alegoria em sua
epístola destinada aos Romanos, no capítulo 6:3 “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados
em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte. De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo
na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós
também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da
sua morte, também o seremos o da sua ressurreição”. Outra vez o apóstolo desvenda a forma de se
batizar, quando declara que devemos ser sepultado com Jesus no batismo, em sua epístola aos
Colossenses, no capítulo 2:12 “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé
no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”. O ministério de Cristo, ao imergir nas águas o
servo de Deus, deverá pronunciar as palavras recomendadas para esse sacramento quais sejam: ”te
batizo em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo”, em conformidade com a instrução contida no
evangelho segundo Mateus, no capítulo 28:19 “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as
em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo”.

CONCLUSÃO

Sepultamento, como se sabe, quer dizer cobrir-se completamente com terra, enterrar, submergir,
soterrar. Exatamente assim que se sepulta o crente no batismo; quem crer deve ser completamente
imerso sob as águas, deixando de respirar por alguns segundo, nesse momento, ocorre sua morte
simbólica e, em seguida, ao se reerguer das águas, volta a respirar, simbolizando o seu novo
nascimento para uma nova vida com Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo foi batizado dessa mesma
maneira, sob as águas do rio Jordão, dando-nos o exemplo. Vejam como está relatado no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 3:16 “E, sendo Jesus batizado, saiu logo das águas, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vendo sobre ele”.

23
Afundando, submerso
24
Sair de onde estava mergulhado
41

PÁSCOA E SANTA CEIA

INTRODUÇÃO

A Santa Ceia deve ser celebrada uma vez por ano e, nessas ocasiões, consagra-se o cálice e não o
conteúdo do cálice, pois, que o Senhor disse: (Mateus 26:27,Marcos 14:23, Lucas 22:17, 1Coríntios
10:16) “E tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos”. Nessas datas, todos
os domésticos da fé cristã deverão participar do sacramento da Santa Ceia, mediante o qual, a aliança
individual de cada um deles, feita com Cristo, é renovada a cada ano relembrando-se a morte do
Senhor até que Ele volte (Lucas 22:19 e 1Coríntios 11:24). Esse sacramento anual é obrigatório a
todos os filhos de Deus, sendo a abstenção de participação nessa Ceia espiritual uma transgressão
celeste tão grave, a ponto de o Senhor declarar que aquele que, sendo cristão, não participar dessa
solenidade de amor, não terá nele a vida eterna. E, acrescenta, que todo aquele que como Sua carne
(o pão) e bebe o Seu sangue (participa do cálice) permanece Nele. Confirmam esses fundamentos
pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 6:53 “Jesus, pois, lhes disse: Na
verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do filho do Homem e não beberdes o
seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem
a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e
o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe, o meu sangue
permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim
quem de mim se alimenta também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Porque isto é o
meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos
pecados”.

RESPONSABILIDADES PESSOAIS NESSE SACRAMENTO

Entretanto, se por um lado a participação legítima na Santa Ceia é uma forma de se alimentar de
Jesus Cristo e permanecer no Seu amor, acostar-se a mesa do Senhor e tomar parte do sangue e do
corpo do Senhor, indignamente, é delito passivo de punição grave. Por essa razão, cabe a cada
crente de per si não sendo, portanto, função do ministério, se examinar diante de Deus a ver se
encontra em si mesmo condição espiritual para participar do ritual do pão e do cálice. Doutra sorte, o
sacramento de memória do Novo Testamento, ao invés de renovar a vida do servo de Deus, trará
maldição sobre ele segundo o que lemos na primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no
capítulo 11:27 “Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente,
será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Por cauda disso, há entre vós muitos fracos e
doentes e muitos que dormem”. Como se percebe com clareza, compete, portanto, a cada crente o
dever de se examinar, não sendo essa atribuição repassada ao ministério espiritual da igreja e, por
conseguinte, não competindo ao presbitério descobrir as condições dos fies, ás épocas dessas
solenidades espirituais, com o objetivo de autorizá-los ou proibi-los de se acostarem à mesa da Ceia
do Senhor.

ORIGEM DA SANTA CEIA

Em hebraico, o nome da festa da páscoa é Pessach. Essa era uma festa instituída pelo Senhor Deus,
como um símbolo a ser guardado pelas gerações dos israelitas, durante a qual recordava-se a grande
libertação da escravidão egípcia do povo Hebreu, pelas mãos de Deus eterno. Essa festa caia sempre
no dia 14 de Nisã (mês do calendário israelita), equivalente, mais ou menos ao nosso primeiro de
abril, sendo, por conseguinte, celebrada religiosamente uma vez a cada ano. Na noite de Nisã era
assado um cordeiro, juntamente com ervas amargas, cujos ossos não podiam ser quebrados,
42

tampouco poderiam levar para fora alguma sobra daquele cordeiro. Nessas ocasiões havia uma
ordem expressa da parte de Deus para com Israel, determinando que os pais de família contassem aos
seus filhos qual era o significado daquele culto, conforme relatado no livro de Êxodo, no capítulo
12:26 “E acontecerá que, quando vosso filhos vos disserem: Que culto é este vosso? Então direis:
Este é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando
feriu aos egípcios e livrou as nossas casa”. Para que possamos elaborar uma analise isenta e
amadurecida dessas cerimônias e suas implicações, iremos fazer algumas considerações, assentadas
sobre as revelações contidas nas Sagradas Escritura.

LEIS NO ANTIGO TESTAMENTO

No Antigo Testamento existiam três leis distintas, cada uma das quais objetivando uma esfera de
admoestação e auxilio ao povo de Israel. Havia uma lei moral, sintetizada nos dez mandamentos,
orientando os israelitas através de um conjunto de determinações, capazes de torná-los melhor em
suas relações com o próprio Deus e entre eles mesmos, melhorando a qualidade de seus
relacionamentos pessoais. Havia uma lei cerimonial, alicerçada sob a forma de ofertas, sacrifícios e
rituais que somente foi estabelecida pela ausência do Espírito Santo no coração do povo. Eram
formas alegóricas de se cultuar a Deus até a plenitude dos tempos, quando ocorreria a dispensação do
Espírito Santo sobre os homens. E, por último, havia uma lei civil que regulamentava os negócios e a
forma de vida social daquela época entre os israelitas.

NOVO TESTAMENTO

Após a vinda do Senhor Jesus, a lei moral foi resumida em duas leis, as quais possuem em si mesmas
poder para gerar em nossos corações todas as virtudes e sentimento que deve existir na relação entre
os homens (relacionamento homens-homens), bem como na relação entre Deus e os homens
(relacionamento homens - Deus). Nosso mestre ensinou isso com palavras simples e objetivas,
conforme relatado por Mateus, no capítulo 22:37 “E Jesus disse-lhes: Amarás o Senhor, teu Deus,
de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro grande
mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desse dois
mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. As leis civis, contidas no Antigo Testamento,
foram entregues aos homens e não mais compõem a relação de compromissos da igreja de Deus. A
lei cerimonial foi completamente cumprida, sendo o último cerimonial realizado por Jesus por
intermédio de Sua subida ao altar de sacrifício, na forma do cordeiro de Deus, puro e imaculado,
abrindo-nos o caminho para uma nova vida debaixo da graça. Essa verdade foi revelada pelo próprio
Senhor e está apontada no evangelho segundo Lucas, no capítulo 16:16 “A lei e os Profetas duraram
até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar
nele”.

CORDEIRO PASCAL, SIMBOLOGIA.

O cordeiro Pascal simbolizava o Senhor Jesus Cristo, o qual seria ofertado por Deus para nossa
libertação da escravidão do pecado, alegoricamente representado no cerimonial da páscoa como
escravidão, sob trabalhos forçados e escravos no Egito. Podemos constatar isso pelas palavras
escritas pelo apóstolo João, no capítulo 1:29 “No dia seguinte, João via a Jesus, que vinha para ele,
e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Também, quando o etíope, eunuco,
mordomo-mor da rainha de Candace, lia o profeta Isaías, Filipe o abordou explicando que o cordeiro
relatado naquele texto era Jesus Cristo; conforme se constata pela leitura do livro de Atos dos
apóstolos, no capítulo 8:32 “E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para
43

o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca”.
Em ponto da Escritura, na epístola do apóstolo Pedro, percebe-se a exposição comparativa do
pagamento de nossa dívida de pecado pelo preço do sangue do cordeiro de Deus, conforme escrito
no capítulo 1:18 “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o
precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

ERVAS AMARGAS, SIMBOLOGIA.

As ervas amargas representavam os assombrosos sofrimentos suportados pelo Senhor Jesus por
nossa culpa. Esses sofrimentos extrapolavam, e muito, o plano físico da dor, atingindo dimensões
que o homem não é apto a ponderar. Afora as traições, as afrontas, os bofetões, as punhadas no rosto,
o desprezo, as calúnias, a coroa de espinhos, os cravos, a dor da “via crucis” e o lento martírio da
cruz havia a desmedida dor de se ver separado do Pai, exatamente Ele, seu filho unigênito, que se faz
um com o Deus bendito. Essa, possivelmente, tenha sido sua mais terrível dor, antecipada pela Sua
onisciência e relatada no evangelho segundo Lucas, no capítulo 22:44 “E, posto em agonia, orava
mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até o chão”.
Mais adiante no tempo, no culminar de todo o seu sofrimento, encontra-se a descrição clara do
momento de maior angustia do nosso Senhor Jesus, nas palavras narradas no evangelho segundo
Mateus, no capítulo 27:46 “E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli,
lema sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Para que ele morresse por
nós era necessário que o Espírito de Deus se ausentasse dele, doutra sorte como morreria?

ALEGORIAS

O Senhor Jesus foi crucificado na época da festa da páscoa judaica, exatamente como estabelecia o
Espírito Santo, em alegoria ao cordeiro pascal celebrado como festa de libertação da escravidão, do
qual não se podia quebrar nenhum osso. Encontramos essas figuras no evangelho segundo o apóstolo
João, no capítulo 19:36 “Porque isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
Nenhum dos seus osso será quebrado”. Pode-se conferir a data da crucificação do Senhor pela
leitura de diversas passagens, tais como a relatada no evangelho segundo o apóstolo João, no
capítulo 18:28 “Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para a audiência. E era pela manhã cedo.
E não entraram na audiência, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa”. Podemos
constatar a coincidência da crucificação do mestre com a páscoa no evangelho segundo Mateus, no
capítulo 26:2 “Bem sabeis que, daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue
para ser crucificado”.

Com a sua morte, o Senhor Jesus libertou-nos da escravidão do pecado, fato esse que Paulo
sabiamente demonstra, declarando que, aquele que serve ao pecado é escravo do pecado; conforme
se pode ler em sua epístola endereçada aos Romanos, no capítulo 6:16 “Não sabeis vós que a quem
apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daqueles a quem obedeceis, ou do pecado
para a morte, ou da obediência para a justiça?”

CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

Vejamos bem que a Páscoa compunha o conjunto de cerimoniais da lei mosaica e, no Novo
Testamento, não existe nenhuma menção de se celebrá-la após a morte do Senhor. Antes, em seu
lugar foi instituída a Santa Ceia, conforme se pode confirmar na primeira epístola do apóstolo Paulo
44

aos Coríntios, no capítulo 5:7 “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova
massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. Ora,
se Cristo se fez páscoa por nós, atentem ao que está escrito acima: “Cristo, nossa páscoa”, por
conseguinte, a celebração de sua morte tornou-se um sacramento em substituição a celebração da
páscoa, cujo cordeiro, Jesus, se ofereceu uma vez somente, sendo isso suficiente para limpar
definitivamente nossas consciências do pecado. Pelas explicações expostas entende-se nitidamente
que não faz sentido algum, sob a orientação da Palavra de Deus, celebrar a páscoa, ritual vazio de
significado para os tempos atuais, onde prevalece a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Concluímos assim, que a Santa Ceia é memória, lembrança, da morte do Senhor Jesus, da mesma
forma que a Páscoa era memória, lembranças da libertação do povo de Israel das mãos de Faraó, no
Egito. À semelhança da páscoa, celebrada uma vez por ano, relembramos a morte do Senhor Jesus
celebrando a Santa Ceia uma vez por ano. É um aniversário de sua morte, rememorado a cada ano
até que Ele volte.

FREQUÊNCIA DA SANTA CEIA

No tocante ás palavras ditas pelo apóstolo Paulo em sua primeira epístola aos Coríntios, a qual faz
alusão a frequência de celebração, analisemos toda a instrução doutrinal contida á partir do capítulo
11:23 “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que
foi traído, tomou o pão; e tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que
é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o
cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
beberdes em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este
cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão ou
beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-
se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice. Porque o que como e
bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem”. Ponham atenção nos
seguintes versículos, retirados desse capítulo mesmo: “fazei isto, todas as vezes que beberdes, em
memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão ou beberdes este cálice, anunciais a
morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do
Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor”. O que se entende
evidentemente aqui é que todas as vezes que for realizada da Santa Ceia e, consequência natural, o
crente for beber do cálice, estará participando do corpo e do sangue de Cristo e anunciando a Sua
volta. Obviamente que esse trecho não nos recomenda a prática da Santa Ceia todos os dias. Se assim
fosse, a se evocar essa compreensão sob uma ótica estritamente literal e desfocada do contexto,
dever-se-ia, então, celebrar a Santa Ceia pelo menos três vezes ao dia, e em nossas próprias casas;
tendo em vista ser esse o número mínimo de refeições que uma família mediana faz diariamente;
porquanto está escrito: “fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim”. Ademais
disso, o homem deveria estar com a sua consciência inteiramente limpa, sem nenhuma contaminação
passageira, nenhuma magoa, nada que pudesse condená-lo. Isto é, três vezes ao dia o crente seria
pesado na balança da consciência e, caso fosse achado em falta, estaria correndo o risco de se tornar
culpado da morte do Senhor Jesus. Senão vejamos: “Portanto, qualquer que comer este pão ou
beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-
se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e
bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem”. Mas, voltando ao texto
45

bíblico, observem novamente os versículos: “Porque o que come e bebe indignamente come e bebe
para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós
muitos fracos e doentes e muitos que dormem”. O pão que simboliza o corpo do Senhor Jesus, é o
pão consagrado a Deus Pai pelo presbitério, da mesma forma o cálice. Não é, com certeza, todo o
pão nem todo o cálice. A ordem de se fazer isto, de consagrá-los, todas as vezes que bebermos
obviamente se refere ás cerimônias espirituais, a todas as vezes que, nas igrejas, pelas ocasiões
desses sacramentos, venhamos beber desse cálice.

CONCLUSÃO

Finalizando, a oração feita pelo cálice é retrato da instrução de nosso Mestre, que nos informou
acerca da figura do cálice, o qual representa o Novo Testamento no seu sangue, derramado por amor
à nossas almas; conforme se confirma no mesmo trecho bíblico acima, que diz: “Semelhantemente
também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue”.
Prestem bem atenção e confiram que a oferta é santificada pelo altar, conforme podemos confirmar
nas palavras no próprio Senhor, narradas no evangelho segundo Mateus, no capítulo 23:19
“Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar, que santifica a oferta?”. Reflitam, não é
óbvio que se o ministério orar pelo cálice, todo o conteúdo colocado dentro dele, mesmo quando
necessitar ser novamente preenchido é santificado pela sagração do cálice?
46

JEJUM

INTRODUÇÃO

O jejum é a prática de abstenção de alimentação por certo tempo - tempo esse determinado pelo
crente de per si com Deus - devendo-se ter cuidado de não demonstrar às pessoas em volta que se
está em abstinência alimentar; conforme podemos ter ciência pela leitura dos evangelhos segundo
Mateus, no capítulo 6:16 “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas,
porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já
receberam o seu galardão”. O jejum não pode ser visto como sacrifício - o último sacrifício exigido
pela lei mosaica foi cumprido por Cristo na cruz - e sim, como uma forma de mortificação
temporária de nosso corpo animal; objetivando a santificação pessoal. Por essa razão, o jejum não
deve exceder os limites pessoais de nosso organismo a ponto de se tornar uma tortura. A sua prática
pode ser de grande valia na vida do crente, existindo testemunho nas Santas Escrituras de obras
magníficas alcançadas pelo auxilio desse expediente espiritual, como é o caso de Cornélio, a quem o
Senhor enviou um anjo a lhe falar, conforme testificamos pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos,
no capítulo 10:30 “E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em
minha casa à hora nona. E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes
resplandecentes e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida e as tuas esmolas estão em memória
diante de Deus”. O jejum, quando realizado em harmonia de sentimentos para com Deus, é poderoso
para enfrentarmos as hostes do mal, sendo mesmo a única arma eficaz para derrotarmos - associadas
às orações - castas de demônios; conforme o Mestre ensinou, e se encontra narrado no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 17:21 (Marcos 9:29) “Mas esta casta de demônios não se expulsa
senão pela oração e pelo jejum”. O nosso Mestre afirmou que os seus discípulos haveriam de jejuar
quando Ele lhes fosse tirado pela morte de cruz, conforme podemos confirmar pela leitura do
evangelho segundo Marcos, no capítulo 2:19 (Marcos 2:20, Lucas 5:35) “E Jesus disse-lhes: Podem,
porventura, os filhos das bodas jejuar, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o
esposo, não podem jejuar. Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão
naqueles dias”.

REFERÊNCIAS

Os santos homens do passado praticavam o jejum para dar cumprimento as suas missões, como se
pode verificar no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:2 “E, servindo eles ao Senhor e
jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. Novamente,
poderemos verificar essa prática, narrada na segunda epístola do apóstolo Paulo destinada aos
Coríntios, no capítulo 11:27 “em trabalhos e fadiga, e vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em
jejum, muitas vezes, em frio e nudez”. Novamente, no livro de Atos dos apóstolos, no capítulo 27:9
“Passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois também o jejum já tinha passado,
Paulo os admoestava”.
47

USO DO VÉU NA IGREJA

INTRODUÇÃO

Muitos teólogos divergem quanto ao trajo feminino do véu recomendado às igrejas, com a
justificativa de que essa doutrina era destinada exclusivamente às irmãs de Coríntios, não se
aplicando as demais igrejas em outras localidades. Segundo creem ensinam, essa era um
aconselhamento restrito àquela região e especificamente aquela igreja. Outro raciocínio que levantam
contra o preconceito do véu, apoia-se em relatos históricos, correlacionados a uma antiga religião
grega, praticada na cidade portuária denominada Coríntio. Naquela cidade havia culto a uma deusa
conhecida como Diana dos efésios, deusa da fertilidade, e, nas ocasiões dos referidos cultos, sempre
estavam presentes prostitutas rituais, parte das quais, segundo dizem, usavam as cabeças rapadas. De
posse dessa informação histórica, alguns teólogos deduziram que o apóstolo Paulo, quando
transmitiu o ensinamento relativo ao uso do véu, teria elaborado essa doutrina tão somente com o
objetivo de diferenciar as irmãs daquelas prostitutas de Corinto. Teria feto isso apenas para protegê-
las de serem confundidas com aquelas meretrizes, emitindo um conselho circunstancial. Também
publicam controvérsias contra essa verdade evangélica, declarando que o véu, para que fosse
devidamente utilizado, deveria cobrir toda a cabeça e não somente parte dela. Há grupos que
ensinam a não utilização do véu devido ao fato do véu no templo ter sido rasgado na morte do
Senhor Jesus, indicando, dizem eles, o término de sua validade. Outros grupos, por sua vez, atestam
veementemente às igrejas que o véu são os cabelos da mulher e, em decorrência dessa compreensão,
instruem as irmãs a não utilizá-los.

CONSTESTAÇÕES

Primeiramente, o dicionário Aurélio nos ensina que véu, originário do latim, “velu”, significa “tecido
com que se cobre qualquer coisa”, ou ainda “tecido transparente com que as mulheres cobrem a
cabeça e/ou o rosto em determinadas circunstâncias”. Estabelecidas essas considerações inicias,
examinemos a Palavra de Deus, pois cuidamos ter nelas a vida eterna, revelada a nós pelo nosso
Senhor Jesus.

A contestação infantil de que a cortina do templo ao ser rasgada sinalizou o fim da doutrina do véu,
não reclama respostas prolongada. Ora, vejam que depois do segundo véu estava o tabernáculo
denominado santo dos santos, onde o sumo sacerdote podia entrar, dando nisso a entender o Espírito
Santo que o caminho do santuário não estava liberado a humanidade. O santo dos santos simbolizava
o verdadeiro céu, cujo acesso esteve interditado ate a morte do Senhor Jesus quando pelo véu da sua
carne ferida, rasgada na cruz, abriu-nos caminho a Deus. Quando da sua morte, o pano que impedia
alegoricamente a entrada ao santuário, figura do verdadeiro céu, foi rasgado, indicando a direito dado
aos homens de adentrarem nos espaços celestiais. Reveja o evangelho segundo o apóstolo Mateus, no
capítulo 27:51 “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e
fenderam-se as pedras” agora, irmãos, leiam a epístola aos Hebreus, no capítulo 9:6 “Ora, estando
essas coisas preparadas a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo
os serviços; mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia
por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisso a entender o Espírito Santo que ainda o
caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro
tabernáculo”. Concluam esse assunto, lendo a mesma epístola, no capítulo 10:19 “Tendo, pois,
irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele
nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
48

No tocante a contestação que a doutrina do véu teria sido forjada meramente para defender as irmãs
de serem confundidas com as prostitutas de Corinto, não resiste a uma análise superficial à luz das
santas escrituras; senão, vejamos. Ponderem atentamente que a cidade de Éfeso era a região onde
estava edificado o templo dessa deusa mitológica, denominada Diana; edificação essa considerada
como uma das sete maravilhas do mundo antigo. A cidade de Éfeso, guardadora do referido
templo, era uma das maiores cidades do Império Romano; sendo a capital da província chamada
Ásia Menor; cujo território pertence atualmente à Turquia, e encontra-se localizada às margens do
rio Caistro. Diana dos efésios era também denominada pelos gregos, Artemisa, segundo a mitologia
clássica. Reza a historia que essa Diana tomou as características de uma deusa mãe da fertilidade
cultuada na Ásia Menor, e servida por sacerdotisas prostitutas, sendo sua adoração levada a efeito
por sacerdotes eunucos, cognominados “megabyzoi”. De fato, encontramos relato bíblico que
comprova a prática idolátrica a “Diana dos efésios” em Atos dos Apóstolos, no capítulo 19
(versículos 28 e 34) quando os ourives de Éfeso, se sentido prejudicados pela doutrina anunciada
pelo apóstolo Paulo, provocaram enorme tumulto na cidade, pois viviam do comercio realizado com
pequenos nichos de prata dessa deusa. A exposição da palavra de Deus, feita por Paulo ao povo,
revelava a inutilidade das imagens utilizadas naqueles cultos pagãos, o que levou aos artesãos
daquelas estatuetas, com temor de perdem o seu sustento, a esbravejarem contra a palavra de Deus,
gritando: “grande é a Diana dos Efésios”. Com base na premissa de que a doutrina do véu,
apresentada na carta do apóstolo Paulo, foi escrita em virtude dos cultos idolátricos prestados à deusa
Diana em Corinto, levanta-se uma pergunta óbvia: porque então o apóstolo Paulo não escreveu
essas mesmas recomendações para as irmãs que residiam em Éfeso, se temos uma epístola dele
dedicada aquela igreja? Exatamente lá, em Éfeso, é que estava o centro de toda a idolatria
relacionada á deusa Diana, cuja imagem, segundo eles, teria descido diretamente de Júpiter;
conforme se pode constatar no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 19:35 “Então, o escrivão da
cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões efésios, qual é o homem que não sabe que a
cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana e da imagem que desceu de
júpiter?”. Teria faltado cuidado do apóstolo para o local mais nevrálgico desses cultos pagãos?
Teria se esquecido disso, quando escreveu a epístola aos Efésios, somente se lembrando novamente
quando escreveu aos Coríntios?

FUNDAMENTAÇÃO ESCRITURAL

Não nos enganemos, a Bíblia não se presta a nenhum interesse humano em particular, sendo uma
fonte inesgotável de conhecimentos espirituais e contendo a proposta pedagógica de instruir os
homens no caminho do reino de Deus. Por essa razão, as instruções nela contidas não podem ser
tratadas como manifestações de ordem pessoal ou vistas sob um prisma faccioso, histórico ou
meramente filosófico. Ratifiquem essa compreensão lendo a segunda epístola do apóstolo Paulo a
Timóteo, no capítulo 3:16 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”. Novamente investiguem a epístola do apóstolo
Pedro, no capítulo 1:20 “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
49

RAZÃO DE UTILIZAÇÃO DO VÉU

O uso do véu, por parte das mulheres na igreja, é revestido de um significado especial dentro da
relação da mulher com Deus, sendo praticado desde tempos muitos antigos. O seu significado
escritural prende-se a hierarquias espirituais, conforme revelado ao apóstolo Paulo, sendo “sinal
de autoridade por causa dos anjos”. Seu uso é anterior ao Novo Testamento, podendo se verificar
isso pela leitura de um episódio narrado no livro de Gênesis. Nesse livro está registrado o momento
quando Rebeca foi encontra-se com Isaque a qual, ao vê-lo, cobriu-se com vê, conforme se lê no
capítulo 24:65 “e disse (Rebeca) ao servo: Que é aquele varão que vem pelo campo ao nosso
encontro? E o servo disse: Este é meu Senhor. Então, ela tomou o véu e cobriu-se”. Continuando, ao
analisarmos a relação estabelecida por essas figuras humanas, vislumbramos Abrão representando o
Senhor Deus, Rebeca, representando a figura da igreja, como noiva/esposa de Isaque e o próprio
Isaque, por sua vez, prefigurando a pessoa sagrada do Senhor Jesus. Aqui se vê a alegoria entre
Cristo (figura de Isaque) e a igreja (figura de Rebeca) na qual o véu é posto como sinal nessa
hierarquia. Essas figuras são tão vivas, que o Senhor Deus pediu a Abraão o seu único filho, exigiu
que ele o sacrificasse sobre um altar de holocausto; simbolizando o que ele, o Senhor Deus bendito,
realizaria em favor da humanidade, por intermédio da oferta solene de seu unigênito filho Jesus
Cristo, imolando-o no altar de martírio na cruz. Uma conclusão que se obtém imediatamente da
leitura desse episódio é que Rebeca tinha o hábito de usar véu, pois, de outra forma, de onde ela o
teria tirado? E não somente Rebeca. Ao se ler o livro do profeta Isaias comprova-se que o uso do
véu compunha a prática da vida das mulheres de Israel.

REFERÊNCIAS

Referência inequívoca dessa realidade está registrada no capítulo 3:23 “os espelhos, e as capinhas de
linhos finíssimas, a as toucas, e os véus”. Para confirmar o fato de a igreja ser tratada muitas vezes
como esposa e/ou noiva de Cristo, podemos mencionar diversas passagens do Novo Testamento, tais
como:

1) Mateus 25:1 “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lâmpadas, saíram a encontra-se com o noivo”.
2) Mateus 25:6 “Mas, à meia- noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!”
3) Marcos 2:19 “Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o
casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o
noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles
dias, sim, jejuarão”.
4) João 3:29 “Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o
ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está
cumprida”.
5) Apocalipse 19:7 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as
bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou”.
50

CARÁTER DAS CARTAS APOSTÓLICAS

Irmãos, a Bíblia jamais poderá ser enxergada como um livro de relatos históricos ou um conjunto
desordenado de livros e epístolas, redigidos sem unidade de corpo, sem inspiração divina. Todas as
epístolas apostólicas possuem em comum o caráter atemporal - não foram escritas apenas para uma
época - e o caráter universal - possuem aplicação em qualquer região geográfica do planeta -
porque se destinam aos seres humanos, e não um povo em particular. De outra forma, todas elas
poderiam ser prontamente descartadas, considerando-se que já passaram quase dois mil anos de sua
concepção. Ademais disso, não somos nós mencionados como destinatários em nenhuma
daquelas santas cartas inspiradas pelo Espírito de Deus. Incontestavelmente, a epístola do apóstolo
Paulo aos Coríntios não poderia, jamais, ser exceção á essa regra. Todavia, para que não pairasse
nenhuma dúvida sobre essa matéria, o Senhor Jesus, previamente sabedor de todas as controvérsias
que viriam a se levantar, inspirou o santo apóstolo a acrescer algumas palavras significativas no
prefácio de sua epístola aos Coríntios. Por elas, comprova-se, enfaticamente, a abrangência da
primeira carta aos Coríntios, carta essa que trata a doutrina do véu. Logo no início, no versículo dois,
o Espírito Santo evidencia toda a universalidade dos destinatários da epístola de forma inequívoca:
“à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com
todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.
Ou seja, nota-se sem sombras de dúvidas que esse não era um ensinamento restrito unicamente aos
irmãos de Corinto e sim uma vontade expressa de Deus para se observar em todas as igrejas do
Senhor Jesus.

ANÁLISE DAS RECOMENDAÇÕES DO APÓSTOLO

Para que compreendamos melhor essa matéria, passemos em seguida ao exame das mensagens
doutrinárias contidas nessa epístola. No capítulo onze da primeira epístola do apóstolo Paulo aos
Coríntios, existem versículos esclarecedores. Foquemos o versículo quatro, onde está escrito: “Todo
homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça”. Encaixe-se nessa
leitura uma primeira pergunta. Se o véu fosse o cabelo, como argumentam alguns, qual seria o
significado de se asseverar que o homem que ora com a cabeça descoberta desonra sua própria
cabeça? Se o cabelo fosse véu, a única forma do homem não usá-lo seria rapando a cabeça!
Prosseguindo, na primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 11, versículo cinco está escrito assim:
“Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça,
porque é como se estivesse rapada”. Outra vez cabe uma pergunta: se fosse o cabelo o véu, em quais
circunstâncias a mulher estaria orando com a cabeça descoberta senão quando ela rapasse a
cabeça, ficando calva? Doutra sorte, nunca estaria sem o véu. Mais adiante, na primeira epístola
aos Coríntios, no capítulo 11, versículo sete está escrito assim: “O varão, pois, não deve cobrir a
cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão”. Se o cabelo fosse
véu como então os varões fariam para obedecer à recomendação de não cobrirem a cabeça? Seriam
todos carecas? Continuando, na primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 11, versículo seis está
escrito assim: “Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquei-se também. Mas, se para a
mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu”. Notem que aqui diz que a
mulher que não se cobre com véu deve então rapar a cabeça. Novamente entendemos que se
fosse o cabelo o véu como ela cobrir-se-ia com ele? Se o véu fosse o cabelo ela nunca estaria sem
ele e, portanto, nunca teria de se cobrir, pelo simples fato de estar forçosa e permanentemente
coberta com o véu dos seus cabelos. Outra vez, em 1 Coríntios 11, versículo quinze está escrito
assim? “Mas ter a mulher de cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar
do véu”. Aqui se vê a intermediação da misericórdia de Deus para com as irmãs, tratando o cabelo
51

como um substituto para o véu, para quando a mulher não estiver em condições de usá-lo, em
situações tais como em viagens, nas ruas, em ambientes públicos etc. Nessas ocasiões, o cabelo serve
como véu, não requerendo o Senhor o seu uso. Todavia, irmãos, lembremo-nos de que nesse caso
um substituto não se transforma em titular, jamais.

Quando ao argumento que se ouve, segundo o qual Paulo afirma que a igreja de Deus não tinha
costume de usar o véu; e isso com base no último versículo do capítulo acima citado, não oferece
resistência a mais simples leitura, dispensando considerações adicionais. Ora irmãos, esse versículo,
isolado do contexto, nos levaria a dedução que o santo apóstolo Paulo teria perdido toda a guia do
Espírito Santo e entrando em contradição frontal com todo os versículos precedentes, estabelecendo-
se enorme confusão e não conhecimento nas igrejas. Essa tese não merece, absolutamente, contra
argumentação por ser absurda e não corresponder, em nada, com todo a limpidez do discurso dessa
epístola.

CONCLUSÃO

A conclusão que se segue é que não existe contradição alguma na doutrina do Senhor, mas antes, o
santo apóstolo discorreu orientado pelo Espírito Santo, com clareza, pela luz da ciência abundante
que lhe foi outorgada para o exercício de seu apostolado em defesa do evangelho de Cristo.
Lembremo-nos queridos que Paulo foi constituído doutor nas escrituras, não segundo os homens ou
pela vontade humana, mas segundo a escolha de Deus, através das revelações recebidas por
intermédio de Nosso Senhor Jesus. Por isso mesmo, tinha esclarecimento da parte de Deus para
clarear os ensinamentos, os quais expunha para serem obedecidos e não discutidos, conforme se
pode constatar na mesma epístola, no capítulo 11, versículo dezesseis “Mas, se alguém quiser ser
contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”. Ou seja, o recado direto desse
versículo é esse: não temos o costume de contender, de contrapor nossas vontades com as
determinações do Senhor.
52

CABELOS LONGOS

INTRODUÇÃO

O uso de cabelos crescido por parte das irmãs nas igrejas de Cristo pode ser bem compreendido com
base no capítulo que discorre sobre o uso de véu. O cabelo, para quando a mulher não se encontra em
condições de usar o véu, como em viagens, na rua, ambiente público etc, serve com véu. Por essa
razão as irmãs devem usar os cabelos longos. Na primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios,
no capítulo 11:15 está escrito assim: “Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o
cabelo lhe foi dado em lugar do véu”. Também entendemos que as filhas de Deus usavam cabelos
longos, conforme pode ser testificado pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo
11:2 “E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento e lhe tinha enxugado os pés com
os seus cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo”. Outra vez, no mesmo evangelho, no capítulo
12:3 “Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de
Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento”.
Encontramos no livro de Apocalipse referência à natureza dos cabelos das mulheres, sempre
crescidos, diferentemente dos cabelos masculino, conforme se pode confirmar no capítulo nove,
versículo oito onde se lê: “E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de
leão”.
53

ÓSCULO SANTO

INTRODUÇÃO

Argumenta-se que não devemos manter o hábito de ósculo porquanto ele foi contaminado por Judas
Iscariotes quando, para identificar Jesus perante os príncipes dos judeus, saudou-o com um beijo; ao
que o Senhor replicou dizendo: “com um beijo trais o Filho do Homem?”. Outro raciocínio contrario
a prática do ósculo é a afirmação de que esse costume é estritamente oriental, não tendo
aplicabilidade às igrejas do mundo ocidental.

FUNDAMENTAÇÃO ESCRITUAL

Durante a sua peregrinação terrena, o Nosso Senhor Jesus estruturou uma modalidade de convívio
entre os seus discípulos marcada fortemente pela sinceridade e pelo amor. O verdadeiro amor,
afetuoso e santo, com o qual aproximou os homens entre si pela sua pessoa, consoante está narrado
no evangelho segundo João, no capítulo 15:13: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar
alguém a sua vida pelo seus amigos”. O príncipe de Deus, filho de Seu amor, adotou como regra de
saudação fraternal o ósculo santo, valendo-se dessa expressão amiga para estabelecer uma marca de
convívio entre seus seguidores. O Senhor exortava esse hábito entre seus discípulos por intermédio
do seu próprio exemplo, firmando essa prática e reclamando-a. Observem que o evangelho segundo
São Lucas (Lucas 7:45), mostra-nos Jesus, certa feita, queixando-se da falta do ósculo, quando esteve
na casa de um certo fariseu, denominado Simão, dizendo: “E, voltando-se para a mulher, disse a
Simão: Vês tu está mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; está, porém, regou
os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos: não me deste ósculos; ela entretanto,
desde que entrei não cessa de me beijar os pés”. Percebemos aqui que no mestre cobrou o ósculo
daquele anfitrião, mesmo a desrespeito do fato dele não ser seu seguidor, mostrando dessa forma
como devem se saudar os filhos de Deus.

VIGÊNCIA DO ÓSCULO

Ora, tomem em consideração que a plenitude do conhecimento espiritual, concedida por revelação à
igreja, veio pela dispensação do espírito Santo, enviado após o Senhor Jesus ter subido aos céus, de
onde nos mandou o consolador. É ele, segundo o beneplácito de Deus, quem nos ensina todas as
coisas da parte do Pai, conforme se pode confirmar pela leitura do evangelho segundo o apóstolo
João, no capítulo 14:26 “Mas aquele Consolador, o espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Agora tenham
atenção que, o Espírito Santo, através da inspiração ministrada aos apóstolos para escreverem as
epístolas, todas redigidas após a morte e ressurreição do Senhor Jesus, continua requerendo a prática
do ósculo em todas as igrejas. Ou seja, após a traição de Judas nada mudou no tocante à
recomendação para os discípulos do Senhor se saudarem mutuamente com o santo ósculo. Tampouco
essa saudação ficou vinculada a qualquer grupo de irmãos residentes no oriente. Ponderem as
passagens abaixo descritas, como tratam dessa prática, expostas na condição de ordem doutrinaria e
não apresentadas como mero costume oriental:

1) Romanos 16:16 “Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos
saúdam”.
2) 1 Coríntios 16:20 “Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo
santo”.
54

3) 2 Coríntios 13:12 “Saudai-vos a todos os irmão com ósculo santo”.


4) 1 tessalonicenses 5:26 “Saudai a todos os irmãos com ósculos santo”.
5) 1 Pedro 5:14 “ Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade. Paz seja com todos vós
que estais em Cristo Jesus. Amém”.

DOUTRINA DIRIGIDA AO MUNDO OCIDENTAL

Notem que o santo apóstolo Paulo doutrinava os irmãos acerca desse preceito fraterno,
recomendando a todos eles se saudarem mutuamente com ósculo santo, dirigindo-se nominalmente à
igreja de Coríntio, de Roma e da Tessálica para determinação dessa prática universal. Constata-se
conclusivamente essa doutrina, pela leitura da carta do apóstolo Paulo, destinada aos Romanos, no
capítulo 16:16, onde o apóstolo torna manifesto que essa saudação era comum a todas as igrejas de
Cristo, declarando: “as igrejas de Cristo vos saúdam”. Se não bastasse isso, notemos também o santo
apóstolo Pedro, em sua primeira epístola Universal, no capítulo cinco, fazendo a mesma
recomendação, a todos os irmãos em Cristo Jesus. Tenhamos atenção no cunho universal das
epístolas, mesmo aquelas dirigidas a uma igreja em particular. Isso irmãos, porque somos sabedores
que o conteúdo doutrinário, as recomendações espirituais contidas nas cartas apostólicas
aplicam-se a todas as igrejas. Por essa razão, quando uma epístola não possuía um destinatário
especifico, era denominadas automaticamente universal; como se constata na carta do apóstolo
Pedro, acima citada. Não somente essa carta, senão que as epístolas escritas pelos apóstolos João,
Judas e Tiago são também cognominadas universais. Vejam que os destinatários das epístolas acima
citada (Coríntios, Romanos e Tessalonicenses), não eram habitantes do mundo oriental.
Observemos que tanto Roma, cidade da Itália, quanto Corinto e Tessálica, cidades Gregas,
pertenciam ao mundo oriental. Aliás, foi somente no ano 330 que Constantino, o Grande, mudou a
capital do império Romano para a antiga colônia grega de Bizâncio, mudando o seu nome par
Constantinopla. A divisão do império em duas partes, uma ocidental e outra oriental, ocorreu
somente em 395, quando a Grécia passou a fazer parte do império romano do oriente. Época em que
essas cartas já haviam sido inspiradas pelo Espírito Santo e escritas há tempos.

CONCLUSÃO

Entender que as recomendações de saudação com ósculo santo são simples legados de um costume
oriental, que se tratava de um hábito emprestado, e utilizado sem objetivo espiritual, é raciocinar pelo
absurdo; seria não darmos credito nem gravidade a Palavra de Deus. Sabemos que os santos
apóstolos jamais apresentaram seus próprios sentimentos para estabelecerem doutrina na igreja do
Senhor Jesus, doutra sorte, seria assentamento de doutrina humana e não instituição dos preceitos de
Cristo. Nas raras ocasiões - todas devidamente confessadas para que a verdade do evangelho não
fosse maculada - que o apóstolo Paulo emitiu opiniões pessoais, deixou isso evidente, mesmo a
despeito do fato dele sentir que a sua opinião estava clareada pelo espírito do Senhor. Nessas poucas
vezes, foi honesto e santo, não se estribando na certeza de ter sido ele levantado como doutor no
evangelho, tampouco em haver sido separado em particular pelo rei da glória par cumprir sua
missão, de quem, afinal, recebeu todo conhecimento da graça Divina. Verificamos ser isso assim na
primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 7:12 “Mas, aos outros, digo eu, não o
Senhor, se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe”. Em
seguida, no versículo 25 “Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o
meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”. Novamente devemos
nos recordar que todas as epístolas apostólicas possuem em comum o caráter atemporal por não
terem sido escritos apenas para uma época, e o caráter universal, por possuírem aplicação em
55

qualquer região geográfica do planeta, porque se destinam aos seres humanos e não um povo em
particular.
56

DÍZIMO

INTRODUÇÃO

A maioria dos religiosos não concorda com doutrinas que incentivem seu corpo ministerial ao
trabalho 25secular para não dependerem do dízimo para o seu sustento. Apresentam, via de regra,
argumentos escriturais, afirmando que o Senhor Jesus estabeleceu o uso do dízimo. Para provarem
isso, destacam passagens tais como as registradas no evangelho segundo Lucas(11:42) e Mateus, no
capítulo 23:23 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do
endro e do caminho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis,
porém, fazer essas coisas e não omitir aquela”.

COMPREENDENDO MELHOR ESSA QUESTÃO

Dízimo é uma palavra originária do latim, décimo, cujo significado é décima parte. Era a requisição
que Deus fazia sobre as posses dos israelitas, e se aplicava tanto ás colheitas quanto aos animais que
os judeus ofereciam a Deus. Após a introdução da lei mosaica, o dízimo passou a ser usado
primariamente para o sustento dos Levitas; todavia, era importante também para o sustento dos
estrangeiros, órfãos e viúvas. A rigor, sua observação antecede em, pelo menos, quatrocentos e trinta
anos a lei mosaica, sendo narrada sua prática no livro de Gênesis, quando Abraão pagou o dízimo ao
sacerdote eterno Melquisedeque, conforme descrito no capítulo 14:20 “e bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhes o dízimo de tudo”.

RECOMENDAÇÕES DA LEI

Deixamos bem esclarecido que cobrar dízimo é escritural e não estaremos nesse capítulo condenando
aqueles que se sustentam por ele. Entretanto, o que se deve notar é que, muito embora o dízimo seja
bíblico, ele não é obrigatório. Antes, essa prática, nos tempos da graça, subsiste como uma mera
herança da Lei Mosaica. Por essa razão, as ordenanças oriundas da Lei acerca do dízimo-
amplamente descritas e determinadas em diversos livros do Antigo Testamento - não serão aqui
debatidas por entendermos que, embora sejam legítimas, não se aplicam mais aos tempos da
dispensação da plenitude do conhecimento do filho de Deus. A saber, Jesus, Nosso Senhor, por
quem temos acesso ao Pai, por intermédio da fé e não pelas obras da Lei. A rigor, os mandamentos
da lei prevaleceram somente até a vinda de João Batista, entretanto, quando alguns religiosos
discursam, atinentes ao dízimo às primeiras citações apontadas de cofre, para polemizar, são sempre
passagens como a descrita no livro do profeta Malaquias, no capítulo 3:8 “Roubará o homem a
Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas”.
Entendedores que somos que a Lei foi integralmente cumprida por Cristo, não nos deteremos, para
efeito de exames, em preceitos referendados restritivamente por Cristo, não no deteremos, para efeito
de exames, em preceitos referendados restritivamente no Antigo Testamento e que não tenham sido
corroborados pelo Senhor Jesus por intermédio de seu Evangelho, no Novo Testamento.

CONSIDERAÇÕES

Assim, passemos a análise dos trechos que reportam à prática de dízimos, cujas referências possam
servir de base para a elucidação da vontade de Deus a respeito desse imposto, cobrado sobre os bens
materiais dos crentes. Tomemos por referência inicial a afirmativa na qual se apoiam muitos teólogos
25
Nesse contexto, trabalho profissional visando à auto-sustentação.
57

para a manutenção do dízimo, contida no evangelho narrado por Lucas(11:42) e por Mateus(23:23),
segundo a qual o Senhor Jesus afirmava ser necessário aos israelitas ofertarem o dízimo de suas
rendas. Para que possamos adquirir uma perfeita compreensão desse texto, devemos nos lembrar que,
àquela época, o Senhor Jesus não havia cumprido a Lei; até então a Graça de Deus não estava
dispensada aos crentes, visto que Ele, o Mestre, ainda encontrava-se presente entre os homens. Isto é,
a salvação não estava completa; a sua missão não estava consumida na cruz, conforme se entende
pelas palavras do apóstolo João, em seu segundo evangelho, no capítulo 16:7 “Todavia, digo-vos a
verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu
for, enviar-vo-lo-ei”. Fica evidente por essa leitura, que a mercê, os benefícios advindos do Novo
Testamento, as novas ordenanças da graça, ocorreriam exclusivamente quando o Senhor fosse ao Pai.
Esta era, com toda a certeza, a razão pela qual o Senhor lhes dizia que era necessário dizimar, para
cumprirem as ordenanças da Lei, pois, até aquele tempo, vigorava a Lei Mosaica. Contudo, já pelo
anúncio de sua paixão anteriormente profetizada, assinalava-se o final da vigência da Lei,
demarcando-se um novo período, relativo ao reinado de Cristo, regido por novas regras de proceder,
conforme se pode verificar no evangelho segundo Lucas, no capítulo 16:16 “A Lei e os Profetas
duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para
entrar nele”. É importante ressaltar que a verdade chegou até nós por intermédio de nosso Senhor
Jesus, e não pala Lei Mosaica. Essa é uma afirmativa que podemos assegurar de modo absoluto, com
base no evangelho segundo o apóstolo João no capítulo 1:17 “Porque a lei foi dada por Moisés; a
graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”. Ora, se a verdade nos foi revelada por Jesus, ficaremos
nós então nos batendo em direitos que são legados da lei, tais como observância de sábados,
pagamento de dízimos e coisas semelhantes a essas? Ou não sabemos que a lei atuou como uma
espécie de preceptor da humanidade, e isso somente até a chegada da Graça? Vejam essa
confirmação na epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas 3:24 “De maneira que a lei nos serviu de aio,
para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificado”. Não nos enganemos, quem
justifica o homem é a fé. E isso sem as obras da Lei, conforme se percebe claramente na epístola do
apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 3:28 “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé,
sem as obras da lei”. Quem, pois, deseja guardar os preceitos da Lei Mosaica deve se lembrar que a
real obediência à lei nos leva ao evangelho de Cristo. Essa convicção pode ser adquirida pela
declaração do apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, no capítulo 10:4 “Porque o fim da lei é
Cristo para justiça de todo àquele que crê”.de outra sorte, estaríamos destruindo em nós mesmos a
Graça de Deus, conforme nos ensinou o mesmo apóstolo, em sua epístola aos gálatas, no capítulo
2:21 “Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu
debalde”.

EXAME DE CONTEÚDO

Avançando um pouco mais em nossa pesquisa, percebemos que a matéria doutrinal relativa ao
dízimo poderá ser esclarecida por intermédio da leitura das epístolas do apóstolo Paulo, dais quais
emanam divinais orientações relativamente a esse conteúdo, e são destinada à formação do corpo
ministerial da igreja. Passemos, portanto, ao exame dessas cartas, para que possamos formar juízo
referendado em fundamentos escriturais revelados com o intuito de servirem de orientação à nossa
conduta. De início, convém, expormos de forma transparente e honesta as épocas e situações que
retratam o uso de dízimo pelo apóstolo Paulo, paradoxalmente ao que se ensina nesse capítulo. A
bem da verdade, aos irmãos de Corinto, o apóstolo confessa já haver se beneficiado financeiramente
de algumas igrejas em certas ocasiões de sua vida. Essa declaração encontra-se na segunda epístola
destinada aos Coríntios, no capítulo 11:8 “Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo
delas salário; e quando estava presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado”.
58

Entretanto, ao lermos com atenção todas as suas cartas, entendemos claramente que as aludidas
ocasiões nas quais Paulo dependeu de algumas igrejas, foram exceções ao longo de seu apostolado.
Ele aceitou salário somente no inicio de sua missão, quando ainda não se sustentava pelo seu
próprio trabalho. A compreensão da ajuda, a qual se refere o apóstolo Paulo na supracitada epístola
aos Coríntios, pode ser entendida quando efetuamos a leitura de sua carta destinada aos Filipenses,
no capítulo 4:15 “E, bem sabeis vós, ó Filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da
Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e receber, senão vós somente.
Porque também, uma e outra e vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure
dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta. Mas bastante tenho recebido e tenho
abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como
cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus”. Podemos nos assegurar que o auxilio
ao qual se referia Paulo, recebido da parte dos irmãos filipenses, constituiu-se numa notória exceção
em sua carreira, conforme se desprende por intermédio da declaração acima citada: “nenhuma igreja
comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente”. Posto isso para clareza, que
o apóstolo relata ter recebido salário de algumas igrejas de 26Filipos para não ser pesado aos
Coríntios, suas explanações acerca desse tema são bem evidentes e objetivas. Por elas, podemos
entender indubitavelmente que ele não fez do dízimo a sua forma de sustento.

LEGADO DA LEI E LEGADO DA GRAÇA

Segundo suas próprias exposições, o apóstolo demonstra que, pela lei Mosaica poderia requerer o
dízimo dos Coríntios, ou de qualquer outra igreja (vide 1 Timóteo, 5:17. Repetição de Coríntios 9:9),
quando cita na sua primeira epístola, destinada aos daquela nação, no capítulo 9:9 “Porque a lei de
Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura, tem Deus cuidado dos
bois? Ou não diz certamente por nós?” entretanto, irmãos, notem qual é a postura do apóstolo,
descrita nessa mesma epístola, no capítulo 9:18 “Logo, que Prêmio que tenho? Que evangelizando
proponha de graça o evangelho de Cristo, para não abusar do meu poder no evangelho”. Outra
vez Paulo deixa-nos entrever a sua postura inequívoca, de não aceitação do dízimo, dizendo em
seguida na mesma epístola, no capítulo 9:13 “Não sabeis vós que os que administram o que é
sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do
altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.
Mas eu de nenhuma destas coisas tenho usado. Nem escrevo isto para que assim se faça comigo;
porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã está minha glória”. É límpida a leitura que
faz desses textos, a qual nos aponta os direitos sacerdotais no tocante ao dízimo, ao mesmo tempo
em que reconhecem sua origem na Lei Mosaica, não os restabelecendo na Graça de Nosso
Senhor Jesus Cristo, na forma de obrigação. Doutra sorte o apóstolo Paulo estaria errado não os
praticando e ainda sugerindo que o imitássemos. Nessa altura é conveniente citar que outros
discípulos do Senhor punham em prática o mesmo procedimento espiritual de não cobrar dízimo,
conforme se vê escrito na segunda epístola aos Coríntios, no capítulo 12:18 “Roguei a Tito e enviei
com ele um irmão. Porventura, Tito se aproveitou de vós? Não andamos, porventura, no mesmo
espírito, sobre as mesas pisadas?”. E não somente em Corinto, senão que em diversas regiões por
onde Paulo passava adotava a mesma conduta, trabalhava, para não ser pesado a ninguém, mostrando
que, independentemente do direito concedido a ele pela Lei mosaica para cobrar dízimo, ele não se
utilizava dessa prerrogativa, para que o evangelho de Jesus Cristo pudesse ser pregado com mais
26
Cidade da Macedônia fundada por Felipe II, pai de Alexandre, o Grande, no ano 358 a.C. foi a primeira cidade da
Europa que ouviu a pregação de um missionário Cristão.
59

liberdade. Essa afirmação encontra-se sustentada pelas declarações contidas na primeira epístola do
apóstolo Paulo aos tessalonicenses, no capítulo 2:9 “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso
trabalho e fadiga; pois trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos
pregamos o evangelho de Deus”. Novamente, em sua segunda carta destinada aos Tessalonicenses, o
santo apóstolo relembra a sua forma de vida e conduta, declarando sua independência das receitas do
dízimo, esclarecendo isso no capítulo 3:7 “Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos,
pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós, nem, de graça, comemos o pão de homem
algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de
vós. Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos
imitardes”. Paulo abandonou esses direitos que a lei Mosaica lhe conferiam para cumprir seu
apostolado eficazmente e, conforme constatamos na leitura supracitada, para seu sustento não
dependia de dízimos, antes exercia a profissão de artesão de tendas, podendo isso verificar em Atos
dos Apóstolos, no capítulo 18:2: “E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto,
que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos
os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles, e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e
trabalhava; pois tinham por ofício tendas”.

O VERDADEIRO USÚARIO DO DÍZIMO

Muito embora o dízimo sacerdotal, legado da lei Mosaica, não tenha sido o sustento da vida dos
apóstolos, observamos que o Senhor Jesus recomendava aos 27evangelistas se alimentarem às
expensas das casas onde se hospedassem, sem preocuparam em como obter os seus mantimentos,
considerando-se que isso era o mínimo que se poderia oferecer a quem se ocupasse dessa missão
gloriosa. Essa determinação está relatada no evangelho segundo Lucas, capítulo 10:5 (Mateus 10:10)
“E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. E, se ali houver algum
filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós. E ficai na mesma casa,
comendo e bebendo do que eles tiveram, pois digno é obreiro de seu salário”. Aqui, nessa
passagem, fala-se do alimento necessário ao sustento dos evangelistas e não trata nada acerca do
dízimo sacerdotal. Uma passagem, narrada na epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo
6:6 “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus com aquele que o instrui”, nos chama
atenção. Aqui se trata da comunicação dos bens materiais da parte dos irmãos, com aqueles que
exercem o ministério da palavra. Contudo, irmãos, vejam com atenção que não se trata de dízimo, até
porque se fala de repartir todos os bens e não de doar a décima parte. Aliás, essa era uma prática
comum entre os discípulos, no início da formação da igreja, conforme se pode constatar em atos dos
Apóstolos, no capítulo 2:44 “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”.
Amados observem que o apóstolo Paulo, trabalhando diariamente para o seu próprio sustento,
recomenda, não mais aos Coríntios, tampouco somente aos Efésios, senão ao corpo ministerial da
igreja, exortando-os a adotar a sua maneira de agir, encomendando-os ao trabalho para o sustento
pessoal e aconselhando-os a ignorarem os atrativos financeiros do dízimo. Confiram essa
incumbência no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 20, no versículo 33: “De ninguém cobicei
prata, nem ouro, nem vestes. Vós mesmos sabeis que estas mãos proveram as minhas necessidades
e as dos que estavam comigo. Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário
socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa
mais bem-aventurada é dar do que receber”.

27
Pregador que vai de lugar anunciando a boa-nova de Jesus Cristo
60

Finalizando, o próprio Senhor Jesus fez uma advertência especial com reação à missão ministerial
dos doze apóstolos, conforme se pode ler no evangelho segundo Mateus no capítulo 10:8 “Curai os
enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de
graça daí”.

CONCLUSÃO

Pelos esclarecimentos acima expostos, ficam notórias quais são as referências que amparam a prática
do ministério não assalariado. Entendemos ser essa uma forma excelente de consagração ao Senhor
Jesus, trabalhando de maneira voluntaria e desinteressada, e assumindo o ministério como vocação
espiritual e não como estratégia de sustento. Essa deverá ser a opção da igreja que ansiar um maior
grau de perfeição, de acordo com a proposta feita pelo Apóstolo Paulo, o qual recomenda a que
sejamos seus imitadores. Vide epístola destinada aos Filipenses, no capítulo 3:17 “Mas, naquilo a
que já chegamos, andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo. Sede também meus
imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim
andam”. Outra vez leiam a primeira epístola destinada aos Coríntios, no capítulo 4:16 “Admoesto-
vos, portanto, a que sejais meus imitadores”. Novamente, no capítulo 11:1 “Sede meus imitadores,
como também eu, de Cristo”. Ousamos, portanto, atestar que na graça de Nosso Senhor Jesus não se
requer mais o pagamento de dízimo, imposto aos moldes da estrutura da lei mosaica, existindo vários
capítulos, em diversas epístolas, que tratam esse tema. Na epístola aos Hebreus, por exemplo, se
pode entender que a ordenança advinda da lei mosaica, referente à prática de dízimo, não era mais
cabível, na plenitude do sacerdócio de Cristo, Nosso Senhor. Ali se vê claramente a demarcação do
fim da Lei, pelo levantamento de um outro sacerdócio, mais sublime, segundo uma ordem de
sacerdotes eternos; a ordem de Melquisedeque, a saber. Ponham atenção na explicação contida na
epístola aos Hebreus, no capítulo 7:11 “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico
(porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se
levantasse segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”. Marca-se
aqui o intervalo de tempo da vigência do dízimo, o qual perdurou desde Abraão ate o sacerdócio
levítico. Em seguida, vê-se no mesmo capítulo, no versículo 18: “Pois, com efeito, o mandamento
anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade”.
61

OFERTAS VOLUNTÁRIAS

INTRUDUÇÃO

Mesmo a despeito de entendermos que a prática do dízimo não seja ordenança da graça de Cristo,
importa-nos ressaltar que todas as igrejas debaixo do sol necessitam de recursos financeiros para
atender aos necessitados - nossos irmãos não podem mendigar o pão - para construções de templos,
manutenção das igrejas e etc. Doutra sorte, nenhuma igreja teria como subsistir juridicamente. Por
essa razão, é natural que o ministério exorte à irmandade a que deem ofertas voluntariamente; as
quais devem ser canalizadas para a obra da piedade (atendimento dos necessitados), manutenção dos
templos, viagens missionárias (ajuda para o ministério, quando não estão - ou não possuem -
condições financeiras suficientes para esse gasto) e construção. Essas ofertas devem ser sempre
anônimas, porquanto está escrito no evangelho segundo Mateus, no capítulo 6:3 “Mas, quando tu
deres esmola, não saiba a tua Mão esquerda o que faz a tua direita”. Esses valores não podem
jamais ser destinados a pagamentos de nenhuma atividade ministerial em nenhum escalão, porquanto
todo o corpo sacerdotal de Cristo deve abdicar-se de ser remunerado para o exercício ministerial.

CONCLUSÃO

A prática de coletas voluntárias começou nas igrejas primitivas, conforme podemos constatar na
epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 15:25 “Mas, agora, vou a Jerusalém para
ministrar aos santos. Porque pareceu bem á Macedônia a á Acácia fazerem uma coleta para os
pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são
para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também
ministrar-lhes os temporais. Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá,
passando por vós, irei á Espanha”. Outra vez encontramos referências a essas coletas na primeira
carta aos Coríntios, no capítulo 16:1 “Ora, quanto á coleta que se faz para os santos, fazei vós
também o mesmo que ordenei ás igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós
ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas
quando eu chegar”. Outra vez ainda encontramos referências a essas coletas na segunda carta aos
Coríntios, no capítulo 9:5 “Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que,
primeiro, fossem ter convosco e preparassem de antemão a vossa benção já antes anunciada, para
que esteja pronta como benção e não como avareza”.
62

ORAÇÃO

INTRODUÇÃO

A oração é em si mesma uma forma de louvor excelente, sendo um ato de confissão de pecados, de
adoração, de comunhão, de combate, de gratidão e de intercessão. As orações devem ser sempre
elevadas a Deus em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme recomendou o mestre e
encontramos descrito no evangelho segundo o apóstolo João, nos capítulos 14:13 “E tudo quanto
pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma
coisa em meu nome, eu o farei”.; capítulo 15:16 “Não me escolheste vós a mim, mas eu escolhi a
vós e vos nomeei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto
em meu nome pedirdes ao Pai vos conceda”; capítulo 16:23 “E, naquele dia, nada me perguntareis.
Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo há
de dar”; capítulo 16:24 “Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a
vossa alegria se cumpra”; capítulo 16:26 “Naquele dia, pedireis em meu nome, e não vos digo que
eu rogarei por vós ao Pai”.

FORMA DA ORAÇÃO

A oração pode ser em qualquer local e tempo, atingindo seu objetivo final quando existem
sinceridade e humilhação no coração daquele que a pratica. O caso de Jonas é um exemplo clássico
da aceitação, por parte do Senhor, de uma prece mesmo em estado de desobediência e aflição - Jonas
clamou ao Senhor em condições e lugar bastante inadequado para prática de oração - no entanto, do
fundo do mar, sua voz foi prontamente ouvida e sua petição atendida pelo Senhor, conforme se pode
ler no livro de Jonas, capítulo dois versículo um: “Então, Jonas do ventre do peixe, orou ao Senhor,
seu Deus”. Isso sem mencionar o perdão alcançado pelo rei Ezequias, descrito no II livro de Reis, no
capítulo 20:2 “Então, virou o rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor! Sê servido
de te lembrar de que andei diante de ti em verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos
teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Sucedeu, pois, que, não havendo Isaias ainda saído do
meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo? Volta e dize a Ezequias, chefe do meu povo:
Assim diz o Senhor, Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te
sararei; ao terceiro dia subirás á Casa do Senhor”. Por essas passagens, entre outras mais, se pode
entender que Deus não deixa de escutar seus servos quando, com um coração honesto, a Ele
imploram auxilio.

IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

Posto isso, que Deus escuta a quem quer e quando quer, aprofundemo-nos um pouco mais nessa
questão, que envolve o relacionamento do homem com Deus. Confessamos, para a glória de Deus,
que oração é tão fundamental para o espírito dos crentes como a alimentação o é para seu corpo
físico, sendo sua prática uma questão de sobrevivência do homem espiritual na fé, visto que estamos
de pé é por grande misericórdia. Como está escrito em primeiro coríntios diz: “Aquele, pois, que
cuida estar em pé, olhe que não caia”. Diversas passagens demonstram essa verdade, tais como:

1) Mateus 21:22 “e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis”.


63

2) Marcos 14:38 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca”.
3) Filipenses 4:6 “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”.
4) Colossenses 4:2 “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”.
5) 1 Pedro 3:12 “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atento ás
suas orações”.

O apóstolo Paulo chama a atenção para o poder da oração conclamando ajuda em seus combates
espirituais: Romanos 15:30 “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do
Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus”. Também o Apóstolo Tiago
exorta ao poder da oração dizendo, no capítulo cinco de sua epístola: “Confessai as vossas culpas
uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em
seus efeitos”. Concluímos que oração é uma forma de combate, repleta de atos espirituais
associados, sendo de enorme importância em nosso processo de salvação. Por isso, deve ser feito da
melhor forma, de sorte a oferecermos ao Senhor sempre o mais sublime. Essa é a razão pela qual
nós, crentes no Senhor Jesus, sempre que possível, devemos orar a Deus de joelhos, humilhando-nos
de corpo e coração ante a face de Deus.

CONCLUSÃO

Isso não quer dizer, de forma nenhuma, que jamais poderemos orar de pé. Oramos, se não houver
alternativa, até andando pelas ruas, pois temos plena consciência que o Senhor nos ouve e atende não
pelo ato físico de se estar de joelhos. Aliás, quando visitamos hospitais e pronto-socorro, devemos
orar de pé, em obediência às normas sanitárias. Irmãos pesem essa questão na balança do evangelho,
relembrando que o próprio Senhor Jesus orava a Deus de joelhos. Amados, se Ele, sendo mestre e
Senhor, elevava suas preces ao pai eterno de joelhos, porque justamente nós agiríamos em
desconformidade com o mestre? Testifiquem essa verdade, lendo o evangelho segundo Lucas, no
capítulo 22, versículo 40: “Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não
entreis em tentação. Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava”. A
oração de joelhos - desde de que feita com o coração limpo e uma consciência purificada de todo o
mal - é uma excelente maneira do homem humilhar-se debaixo das potentes mãos do Criador; sendo
praticada sistematicamente pelos profetas e apóstolos do passado. Esses homens de Deus praticavam
as preces de joelhos como expediente humilde de reconhecimento de suas próprias insignificâncias
pessoais. Além disso, tinham-na como um meio de confessar a grande necessidade que sentiam da
misericórdia Divina. São muitos os relatos bíblicos que confirmam o fato dos servos de Deus
fazerem suas preces de joelhos, sendo atualmente essa prática recusada e em desuso, não pela
vontade do Senhor, senão pela soberba que ronda os corações humanos, que a têm por desnecessária,
reputando-a por incômoda, por ser revestida de muita simplicidade.
64

SERVOS QUE ORAVAM DE JOELHOS

Algumas referências acerca dessa matéria podem ser verificadas em passagem como essas abaixo
enumeradas:

1) I Reis 8:54 “Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer a Senhor esta oração e esta
súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do
altar do Senhor”.
2) Esdras 9:5 “E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já
rasgando a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o
Senhor, meu Deus”.
3) Salmos 95:6 “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos
criou”.
4) Daniel 6:10 “Daniel, pois, quando soube que escritura estava assinada, entrou em sua casa
(ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se
punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes
costumava fazer”.
5) Atos 7:60 “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este
pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”.
6) Atos 9:40 “Mas Pedro, fazendo-ao sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para
o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e , vendo a Pedro, assentou-se”.
7) Atos 20:36 “E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles”.
8) Atos 21:5 “E, havendo passado ali aqueles dias, salmos e seguimos nosso caminho,
acompanhando-nos todos, cada um com sua mulher e filhos até fora da cidade; e, postos de
joelhos na praia, oramos”.
9) Mateus 17:14 “E, quando chegaram à multidão, aproximou-se lhes um homem, pondo-se de
joelhos diante dele e dizendo”.
10) Marcos 1:40 “E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhes e pondo-se de joelhos
diante dele, lhes dizia: Se queres, bem podes limpar-me”.
11) Romanos 14:11 “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará
diante de mim, e toda língua confessará a Deus”.
12) Efésios 3:14 “Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
13) Filipenses 2:10 “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e
na terra, e debaixo da terra”.
65

DIVÓRCIO

INTRODUÇÃO

No princípio, no começo da vida do homem sobre a terra, o Senhor Deus criou uma companheira,
uma ajudadora para Adão, de sorte a não deixa-lo solitário, tendo alguém para estar ao seu lado todos
os dias, numa condição de amizade divina. A expressão dessa decisão encontra-se narrada no livro
de Gênese, no capítulo 2:18 “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei
uma adjuntora que esteja como diante dele”. Novamente, vamos encontrar as palavras do Altíssimo
no mesmo livro, no capítulo 2:22 “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma
mulher; e trouxe-a a Adão. Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será
chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua
mulher; e não se envergonhavam”. Se Adão e Eva tivessem se mantidos fieis ao Senhor, nunca
teriam experimentado os sofrimentos decorrentes do afastamento de Deus, tampouco morreriam,
nem existiriam tantas sortes de males sobre a face da terra. O casamento - a união em Deus de um
homem e uma mulher - cria condições especiais de afeto e carinho no relacionamento mútuo,
propiciando um nível de intimidade, somente possível aos olhos de Deus sob as bênçãos do
matrimônio. O desejo do Senhor sempre foi que os homens fizessem do casamento uma instituição
santa e honesta, consubstanciada do amor, e de tal forma vivenciada, que se transformasse em abrigo
não somente para o casal, mas também para os filhos. Atentem para a recomendação feita na epístola
destinada aos Hebreus, no capítulo 13:4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem
mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”. Quando o casal vive
em harmonia, eles abrem espaço para receberem as riquezas de Deus e propiciam a que os filhos,
observando o bom comportamento dos pais, encontrem em quem se mirar, para seguirem exemplo de
vida e se fortalecerem no sentimento familiar. Nunca foi propósito de Deus, nem sequer em plano
secundário, que a família se desfizesse, que os homens se dessem à pratica de divórcio, conforme
podemos tomar ciência pela leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo
7:10 “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido.
Se porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não
deixe a mulher”. O próprio Mestre explicou isso, respondendo a alguns que o tentavam acerca da
aprovação da separação, conforme se entende pela leitura do evangelho segundo Mateus, no capítulo
19:3 (Marcos 10:4) “Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o dizendo-lhe: É lícito ao
homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não
tendes lido que, no principio o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem
pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão ambos uma só carne? Assim não são dois, mas uma só
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. Disseram-lhe ele: Então, por que
mandou Moises dar-lhe carta de divorcio e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moises, por causa da
dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao principio, não foi assim”.
Pelo que se lê e entende, não existe nenhuma possibilidade de se aceitar quebra do vínculo
matrimonial por questões tais como incompatibilidade de gênios, desnível cultural, desequilíbrio
intelectual, postura, comportamento social, desonestidade, aparência física, doença etc. Caso alguém
se separe por quaisquer dessas razões ficara, tanto ele quanto sua esposa, na condição de não
poderem se casa novamente, sob pena de cometerem adultério se assim procederem. Ademais disso,
violam o mandamento do Senhor, que determina que o homem não separe o que Ele ajuntou. Essa
ordem se encontra escrita no evangelho segundo Mateus, no capítulo 19:6 “Assim não são mais dois,
mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”.
66

QUEBRA DO VÍNCULO MATRIMONIAL

Entretanto, a justiça de Deus e seu sobre excelente poder não ficam escondidos, pois existem
ocasiões nas quais o projeto divino do matrimonio sofre abalo permanente. A única razão pela qual o
casamento poderá ser desfeito é quando uma das partes comete o adultério. Nesses casos, fica
caracterizada alta traição, nessa sociedade de sentimentos e de corpos, além de ferir um direito
estabelecido por Deus, haja vista que os corpos dos casados pertencem aos seus respectivos
companheiros, não podendo ser desrespeitados pela prática sexual fora do matrimonio. Percebam
essa verdade pela leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios, no capítulo
7:4 “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da
mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher”. Nessa
altura é necessária a cautela e a compreensão da Palavra de Deus, para que possamos fazer a leitura
correta de certas consequências acarretadas pelo pecado de adultério no relacionamento do casal e na
relação do casal com o Senhor. Observem a mensagem contida na primeira epístola do apóstolo
Paulo, destinada aos Coríntios, no capítulo 6:18 “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem
comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo”. Portanto, a partir
dessa leitura se entende que o pecado de 28adultério contamina o corpo e, por conseguinte, contamina
o cônjuge, em virtude da forma de convívio intima do casal. O matrimônio torna ambos os espíritos
participantes de um só corpo, conforme temos ciência pelas palavras escritas no evangelho segundo
Mateus, no capítulo 19:6 “Assim não são dois, mas uma só carne”. Por essa razão é que o Senhor
afirmou que quaisquer formas de união sexual que acontecesse fora do primeiro casamento seriam
caracterizado como Adultério. Mesmo que as pessoas tenham se divorciado e casado novamente;
pois um segundo casamento não é autorizado pela Palavra de Deus. A única exceção a essa lei
universal é quando uma das partes comete o crime espiritual de adultério, pois que a infidelidade
conjugal quebra o vínculo do amor e respeito mútuo. Prestem atenção ao que diz o Mestre, narrado
no evangelho segundo Mateus, no capítulo 5:32 “Eu vos digo, porem, que qualquer que repudiar sua
mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comente adultério; e o que casar
com a repudiada também comete adultério”. Percebam que o Mestre deixou aqui um escape para o
homem e para mulher sincera que tiverem a infelicidade de se casar com quem não mantenha uma
vida casta e decente, optando por contaminar o seu corpo com a prática da relação sexual ilícita. A
palavra proferida pelo nosso Senhor é que não pode haver separação a não ser por causa de relação
sexual ilícita, conforme se pode confirmar: “não sendo por cauda de prostituição”.

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

Segundo a tradução de dicionários, a palavra prostituição significa comércio sexual do corpo.


Entretanto, no contexto das Escrituras Sagradas, o significado dessa palavra é mais extenso
abrangendo a fornicação e o adultério. A fornicação é o ato sexual fora do casamento, praticado por
pessoas solteiras; já o adultério, é o ato sexual fora do casamento, praticado por pessoas casadas. Por
isso mesmo, na Bíblia traduzida segundo a versão “Revista e Atualizada”(RA), a palavra prostituição
é substituída por “relações sexuais ilícitas”. Já na versão “Nova Tradução na Linguagem de Hoje”
(NTLH), traduzida pela sociedade Bíblica do Brasil, a palavra prostituição é substituída pela palavra
“adultério”. Confiram essa verdade ao lerem duas referências num mesmo livro, ambas em Atos dos
Apóstolos, e observem que num dos capítulos o Senhor se refere à palavra fornicação e em outro
capítulo se refere à palavra prostituição, e isso para dizer a mesma coisa.

28
Prostituição é uma palavra utilizada de forma genérica para adultério e fornicação. Ou seja, para relacionamento sexual
ilícito, conforme explicado no capítulo: Requisitos de Fé.
67

 Atos 15:29 “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá”.
 Atos 21:25 “Todavia, quanto aos que creem dos gentios, já nós havemos escritos e achado por
bem que nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do
sangue, e do sufocado, e da prostituição”.

Atentem bem na primeira epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios, no capítulo 7:2 “mas,
por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio
marido”. Notem que o santo apóstolo recomenda o casamento para se evitar a prostituição. Ora,
nesse contexto, o sentido óbvio é que se deseja evitar na igreja alguma relação sexual ilícita,
adultério ou fornicação, não a prostituição, enquanto significando comércio sexual com o corpo.
Ainda outra vez tenham atenção no evangelho segundo Mateus, no capítulo 5:32 (Mateus 19:9) “Eu,
porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que
ela cometa o adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério”. Uma mulher
casada, praticar a venda de seu corpo para ganhar dinheiro não parece algo muito razoável de se
conceber na igreja. Aqui, novamente, a referência é ao ato de adultério, com certeza, e não a prática
de prostituição nos moldes que conhecemos.

CONCLUSÃO

Nada mais justo. Seria de estranhar que o Senhor prendesse um homem de tal forma num
relacionamento que, mesmo que sua adjuntora persista no adultério e deseje o afastamento do
relacionamento marital, ele não pudesse se separar, tampouco se casar novamente. Aliás, não são
todos que podem viver sozinho, sem o relacionamento propiciado pelo casamento, sendo essa
matéria tratada também pelo nosso Mestre, no evangelho segundo Mateus, no capítulo 19:12
“Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos
homens; e há eunucos que se castram a si mesmo por causa do Reino dos céus. Quem pode receber
isso, que o receba”. Notem que o Senhor disse: “quem pode receber isso, que receba”, pois Ele sabia
que nem todos podiam receber. Também o apóstolo Paulo, revelado da parte do Senhor sobre esse
assunto, ministrava ensinamentos à igreja de Coríntios, conformes lemos em sua primeira epístola
aos daquela nação, no capítulo 7:7 “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo;
mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra. Digo, porém,
aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-
se. Porque é melhor casar do que abrasar-se”. Aqui, mais uma vez, o santo apóstolo relembrava
que cada pessoa recebe de Deus o seu próprio dom. Completando, recomendava o casamento para
todos quantos percebessem a necessidade de uma vida conjugal. Por essas explicações fica claro que,
caso alguém se separe, por decorrência de seu companheiro, ou companheira, conforme o caso, haver
se tornado desleal, infiel no relacionamento matrimonial, a parte ofendida estará livre para se casar
novamente, desde que seja no Senhor. Proibir esse novo matrimônio equivalerá a lançar o crente
numa situação propícia ao pecado do relacionamento sexual ilícito, por intermédio do qual se perde
as 29bênçãos de Deus e a comunhão com o Espírito Santo. Devemos nos lembrar que nem todos
podem viver na condição de solteiros sem se abrasarem.

29
Veja o capítulo relativo a Pecado
68

SÁBADO

INTRODUÇÃO

É bom ressaltar que não devemos condenar a nenhuma igreja que, entendendo que deve guardar
certas ordenanças da Lei Mosaica, impõem esses preceitos aos seus fies. O bom desejo deles é o de
servir a Deus dentro de suas compreensões humanas. Entenderemos que, à medida que a
compreensão espiritual do crente vai adquirindo formas mais próximas ao modelo proposto pelo
Senhor Jesus, a sua nova consciência, adquirida no Espírito Santo, amplia seus próprios horizontes
em Deus, tornando-o mais tolerante, mais aberto a dialogar com as diferenças e menos propenso a
condenar, a maldizer. Esta é a razão pela qual o apóstolo Paulo ensinou aos irmãos na cidade de
Roma, a não condenarem os que viviam em desconformidade com o pleno conhecimento da Graça
de Deus, em Jesus Cristo, Senhor de todos. Isto é, apesar dos cristãos saberem que poderiam comer
carne de qualquer animal, considerado imundo pela lei judaica, de terem convicção de que não se
requeria mais a guarda dos sábados, além de outras ordenanças, vinculadas à Lei, não deveriam
desprezar quem as observasse praticando-as por não compreendê-las em toda a sua extensão, esses,
no íntimo, estavam procurando agrada a Deus e, sendo assim, porque condená-los? Tenha atenção
nas palavras do apóstolo na epístola aos Romanos, no capítulo 14:5 “Um faz a diferença entre dia e
dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio
ânimo. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come, porque
dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a Deus”. Outra vez leiam
na mesma epístola, no capítulo 14:13 “Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes,
seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmãos. Eu sei e estou certo no Senhor
Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imundo; para
esse é imunda. Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor.
Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu”.

HISTÓRIA DA CRIAÇÃO

O dia de sábado foi o sétimo dia da criação, quando então o Senhor Deus terminou de realizar todas
as suas obras e, então, santificou esse dia descansando de todo o seu trabalho. Esse “dia” deve ser
entendido como um elemento figurativo, e não como uma sucessão de horas relativa à cronologia
humana. É apenas uma forma alegórica, um linguajar de Deus, para descrever veladamente a duração
de sua obra. Confirmamos facilmente ser isso verdade ao lermos o livro de Salmos, no capítulo 90:4
“Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite”. E,
novamente demonstramos a natureza simbólica dessa marcação de datas, quando atentamos no
conteúdo das palavras do apóstolo Pedro, escritas em sua segunda epístola, no capítulo 3:8 “Mas,
amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um
dia”. Apesar do Senhor haver abençoado e santificado o sétimo dia da criação, é relevante recordar
que o preceito de se guardar o dia de sábado - figura do sétimo dia - foi estabelecido depois de
passados 2.537 anos da sua criação; ocasião em que foi entregue as tábuas da Lei a Moisés, no monte
denominado Sinai, e nelas, escritas a expressa recomendação de se lembrarem do dia de sábado, para
o santificar. Durante todo esse período de tempo, isto é, acima de dois milênios e meio, o Senhor
Deus jamais requereu, nem se quer fez menção, de se guardar o dia de sábado.
69

PROMESSA ANTECEDE A LEI

A promessa da santificação dos homens, da frutificação da herança espiritual de Deus na terra bem
como do estabelecimento do reino de Cristo, foi feita a Abraão, muito antes da Lei que fixou a
guarda dos sábados; foi prometida estando Abrão na incircuncisão, não foi da Lei, conforme
verificamos na epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 4:13 “Porque a promessa de
que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela
justiça da fé. Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada”.
Durante esse tempo, inclusive durante o período da vigência das “Leis de Moisés”, a humanidade
encontrava-se debaixo do domínio do pecado, do reinado da morte. Evocar a figura do sábado, agora
que nos encontramos debaixo da Graça de Cristo, é querer voltar ao jugo da morte, senão vejamos o
que nos ensina o apóstolo Paulo em sua epístola aos Romanos, no capítulo 5:14” No entanto, a morte
reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de
Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir”. Procuremos entender irmãos, que o dia de sábado,
na qualidade de sétimo dia da criação, guarda uma relação alegórica com o descanso final, proposto
por Deus aos seus fieis, o qual ocorrerá na segunda volta de Cristo, profetizado no livro de
Apocalipse, no capítulo 20:6 “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo
e reinarão com ele mil anos”. Para desfrutar desse longo dia de descanso, o Senhor atrairá para si
todos quantos possuírem o nome escrito no livro da vida, profeticamente descrito na epístola do
apóstolo Paulo aos Tessalonicenses, no capítulo 4:16 “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”.

FIGURAS

Percebemos toda a extensão da figura representada pelo dia de sábado, com a leitura de Gêneses.
Nesse livro está registrada a existência de um homem justo, amigo de Deus, denominado Enoque, o
qual foi transladado para o Céu, para não ver a morte. Esse servo de Deus foi o sétimo homem, na
genealogia bendita, assim como Lameque foi o sétimo da linhagem maligna, tendo vivido 365 anos.
Vejam essa narração na epístola aos Hebreus, no capítulo 11:5 “Pela fé, Enoque foi transladado
para não ver a morte e não foi achado, porque Deus o trasladara, visto como, antes da sua
transladação, alcançou testemunho de que agradar a Deus”. Observem na epístola do apóstolo
Judas, como ele chama atenção ao fato de Enoque ser o sétimo homem da geração benigna, dizendo
no capítulo 1:14 “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é
vindo o Senhor com milhares de seus santos”. Esse Enoque representa a igreja de Cristo, a qual, à
entrada do sétimo milênio, será arrebatada aos ares para estar sempre com o Senhor no sábado
milenar.

Essas mesmas figuras podem ser encontradas em forma da festa do ano de Jubileu, estabelecido por
Deus como uma grande festa de remissão de dívidas e recuperação dos bens perdidos, assinalando
profeticamente a missão de Jesus Cristo. Esse era o ano de libertação e restauração, comemorado de
sete em sete semanas de anos, em Israel. Nesse ano a terra não era cultivada; todas as terras vendidas
ou confiscadas eram devolvidas aos seus donos anteriores; e todos os escravos eram libertados. Isaías
profetizou uma nova modalidade de Jubileu, que Jesus realizou com a sua vinda. Atentem às
palavras proféticas de Isaías, anunciando a vinda de Cristo Jesus, conforme se lê no capítulo 61:1 “O
Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos
70

mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e


abertura de prisões aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso
Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhe dê ordenamento
por cinzas, óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se
chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado”. Para uma
compreensão mais aprofundada desses eventos, notem algumas datas:

1) Primeira contagem (30primeira geração)

1.3) De Adão (pós-pecado) até o dilúvio, passaram-se 1656 anos.

1.4) Do dilúvio até Abraão passaram-se 427 anos.

1.5) Somam, de Adão até Abraão, 2.083 anos (+/- 2.000 anos)

2) Segunda contagem (segunda geração)

2.3) De Abraão até o êxodo judeu passaram-se 430 anos.

2.4) Do êxodo até o reino de Saul passaram-se 396 anos.

2.5) Duração do Reino, 508 anos.

2.6) Da queda de Jerusalém até Cristo passaram-se 587 anos.

2.7) Somam, de Abraão até Cristo, 1.921 anos(+/- 2.000 anos).

3) Terceira contagem (terceira geração)

3.3) De Cristo a Cristo +/- 2.000 anos.

CONTAGEM SIMBÓLICA

Somando-se esses intervalos, isto é a primeira, a segunda e a terceira geração, iremos encontrar
aproximadamente seis mil anos. Isto é, contando-se de Adão até Cristo, à sua segunda vinda, em
glória. Obviamente temos ciência de que o dia e a hora da volta do Senhor Jesus é um assunto que se
encontra em 31segredo com Deus, e ninguém conhece essa data; podendo acontecer antes, ou depois
do ano seis mil, acima explicado. Aliás, pelas datações supracitadas, pode-se ver que na chamada
primeira geração o intervalo de tempo foi de 2083 anos, na segunda o intervalo foi de 1921 e, na
terceira geração, pode ser menos ou mais. Todavia, entendemos que seu retorno, não fugira muito
dessa marca, com base nas alegorias da Palavra de Deus. Atentem para a descrição da volta do
mestre, segundo suas próprias palavras, relatadas no evangelho segundo Mateus, no capítulo 24:29
“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas
cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do
Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as
núvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta,
os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.

30
Aqui não se trata de geração de sangue e sim de uma geração alegórica.
31
Mateus 24:36 “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu
Pai”.
71

Aprendei, pois, esta parábola da figueira; quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam
folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele
está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passara esta geração sem que todas essas
coisas aconteçam”. A que geração se refere o Senhor? Não certamente uma geração de sangue, não
uma sucessão de descendentes em linha reta, pois já se passaram quase dois mil anos e Ele ainda não
voltou. Revejam as marcas de tempos acima enumeradas e reflitam. Continuando, observem que,
segundo o calendário Hebraico, estamos vivenciando o ano de 5.763, contados desde a queda de
Adão até o ano atual (o calendário hebraico vai de setembro a setembro, sendo que o ano de 5763
equivale, agora, ao ano de 2003, em nosso calendário). Percebam que se aproxima o ano seis mil no
calendário Judaico. Aqui há sabedoria, porquanto no livro do profeta Zacarias, existe uma profecia
descrevendo a época do retorno do Senhor, conforme se pode ler no capítulo 14:6 “E, acontecerá,
naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão. Mas será um dia conhecido do
Senhor; nem dia nem noite será; e acontecerá que no tempo da tarde, haverá luz”. Dessa descrição
que aqui se lê, fica nítido que será à tarde, antes do anoitecer do milênio, que o Senhor Jesus
retornará. Ora irmãos, os judeus, até hoje, guardam o sábado ao entardecer da sexta-feira, quando as
primeiras estrelas da noite despontam no céu. Seguindo esse mesmo raciocínio, cremos que antes de
chegar à noite milenar (“nem dia nem noite será”), isto é, antes entardecer do milênio relativo ao ano
6.000, segundo o calendário Israelita, seremos arrebatados aos céus, entrando no dia de descanso, no
sábado de núpcias com Cristo. Cremos que a volta do Senhor acontecerá antes de findar o milênio,
antes de entrarmos no sábado milenar, segundo a contagem hebraica, à partir de Adão pós queda.

RAZÃO DO SÁBADO

Antes do pecado, Adão e Eva viveram tempos incontáveis, bilhões de anos talvez, num estado de
delícias e livres da morte, desfrutando de todas as excelentes obras e sentimentos da criação
imaculada, que existiam no jardim do Éden. Seus corpos físicos possuíam uma outra natureza,
diferente dessa que hoje vestimos, porque havia, revestindo as suas naturezas físicas, uma benção
especial de Deus, que lhes conferia a graça da imortalidade. Somente após o pecado foi dada a
sentença da morte ao homem - descrita em Gêneses - quando o Senhor Deus irritou-se com a grave
transgressão que cometeram contra sua lei e disse-lhes, no capítulo 3:19 “No suor do teu rosto,
comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te
tornarás”. O pecado, a partir de então, tomou lugar entre os homens, alterando a sua forma de se
relacionarem entre si, de se relacionarem com Deus, deformando seus sentimentos, afastando-os da
inocência. Perdeu-se a imagem e a semelhança com Deus, bênçãos herdadas no inicio da criação. Era
necessário recuperar-se a inocência perdida, era vital reaver o convívio rompido com Deus. Era
imposto ao homem conseguir recupera a santificação sem a qual ninguém pode conviver com Seu
Espírito. Por essa razão, foram criados certos artifícios, dentro da Lei Mosaica, para que o homem
não se contaminasse de forma irreversível, como aconteceu nos tempos de Noé, e se tornasse em
extremo abomináveis aos olhos santos de Deus. Essa é a razão pela qual Deus estabeleceu a guarda
do sábado, que deveria ser dedicado, entre os judeus, ao descanso e à adoração. Essa foi uma
alternativa, adotada pelo Pai Eterno, para afastar o homem do pecado, uma vez por semana, trazendo
sobre eles o descanso e exigindo adoração. Nessas ocasiões os israelitas, por não praticarem
nenhuma atividade, não pecavam em seus negócios, dedicando-se a adoração e culto. O sábado,
irmão, atuou no tempo da lei, com uma espécie de mediador, por intermédio do qual Deus
santificava os israelitas, para que sua ira não se levantasse de todo contra seu povo. Era um sinal
permanente para as tribos de Israel, conforme se constata no livro do profeta Ezequiel, no capítulo
72

20:12”E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles, para que
soubessem que eu sou o Senhor que os santifica”. Devido aos dias de sábado, alternavam-se
momentos de louvores e descansos nas semanas, com as constantes e graves faltas praticadas pelos
judeus ao longo de sua história. Em verdade, quem santificava o homem não era propriamente o
sábado, mas o Senhor, conforme Ele mesmo declara em Êxodo, no capítulo 31:13 “Tu, pois, fala
aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre
mim e vós nas nossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica”.

DURAÇÃO DO SÁBADO

A despeito da perpetuidade desse mandamento, segundo ordenanças da lei mosaica, sua


obrigatoriedade terminou, quando da dispensação do Espírito Santo nos corações dos gentios. Não
somente esse mandamento perpetuo perdeu aplicabilidade para os cristãos senão que também outros
mandamentos perpétuos, tais como Páscoa, Circuncisão, Festa das Primícias e Festa dos
Tabernáculos. Essas ordenanças só prevalecem debaixo do primeiro concerto, da Lei Mosaica, não se
estendendo à Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Contudo, os que se colocam sob a Lei perdem a
Cristo, conforme está bem explicado na epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo 2:21
“Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provem da lei, segue-se que Cristo morreu
debalde”. Outra vez no capítulo Gálatas 5:4 “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais
pela lei; da graça tendes caído”. Em Cristo os mandamento da lei Judaica não prevalecem, antes foi
estabelecido pelos apóstolos que, aos novos convertidos dentre os gentios, dever-se-ia exigir poucas
coisas, conforme se pode comprovar no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 15:28 “Na verdade,
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas
necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e da fornicação”. O apóstolo Pedro testificou também acerca dos nãos judeus, dizendo
que o próprio Deus eterno avia dado testemunho favorável aos gentios, derramando sobre eles do
Seu próprio Espírito e, determinado que não se cobrasse deles a guarda dos preceitos da Lei. Essa
verdade pode ser constatada em atos do Apóstolo, no capítulo 15:8 “E Deus, que conhece os
corações, lhe deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós, e não fez
diferença a alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. Agora, pois, por que tentais
a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos
suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também”.
Vejam, nessa passagem acima, que o jugo da Lei Mosaica não era mais requerido dos recém
cristãos, não se aplicava mais à observância dos sábados, portanto. O sábado era somente uma figura,
uma sombra, do poder purificador de Deus, personificado em Jesus Cristo, e que ainda não havia se
manifestado aos homens. Era apenas uma sombra da figura majestosa de Cristo, na pessoa de quem
nosso descanso é garantido. Atentem para as palavras do apóstolo Paulo que destaca a natureza
alegórica, para o significado comparativo desses preceitos da Lei, em sua epístola aos Colossenses,
no capítulo 2:16 “Portanto, ninguém vos julguei pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de
festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são das coisas futuras”.
73

CONCLUSÃO

Agora, na plenitude da Graça, descansemos no verdadeiro mediador entre Deus e os homens, já


manifesto e revelado à igreja, que é Cristo, Nosso Senhor, conforme se pode averiguar na primeira
epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 2:5 “Porque há um só Deus e um só mediador
entre Deus e os Homens, Jesus Cristo, homem”. Outra vez, na carta aos Hebreus, no capítulo 8:6
“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quando é mediador de um melhor
concerto, que está confirmado em melhores promessas”; no capítulo 9:15 “E, por isso, é Mediador
de um Novo Testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia
debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna”; outra vez no
mesmo livro, no capítulo 12:24 “e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da
aspersão, que fala melhor do que o de Abel”. Na relação Deus com os homens a figura do sábado era
o ponto intermediário, prefigurando a Cristo, quem realmente intermédia todo o nosso
relacionamento com Deus, conforme descrito pelo apóstolo João, em sua primeira epístola, no
capítulo 2:1 “ Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. O concerto, que colocou o sábado como
figura intermediaria, já ficou velho, conforme se entende e claramente se percebe na epístola aos
Hebreus, no capítulo 7:11 “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob
ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo
a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o
sacerdócio, necessariamente se faz, também mudanças da lei”. Outra vez no mesmo livro, no
capítulo 8:7 “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o
segundo”. Outra vez mais, na mesma epístola, no capítulo 9:9 “Então, disse: Eis aqui venho, para
fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo”. É muitíssimo importante
ressaltar que não existe nenhuma recomendação à guarda dos sábados em nenhum carta apostólica, e
não houve nenhum recomendação pessoal do Senhor Jesus sobre esse preceito da Lei Mosaica. A
bem da verdade do evangelho, o concerto estabelecido pela lei mosaica foi desfeito pelo próprio
Deus. E isso se encontra relatado na epístola aos Hebreus, no capítulo 8:9 “segundo o concerto que
fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, como não
permaneceram naquele meu concerto, eu para ele não atentei, diz o Senhor”.
74

NATAL

INTRODUÇÃO

O nascimento do Senhor Jesus, em sim mesmo, não provou nenhuma mudança na história da
humanidade, não sarou nossas enfermidades espirituais, não nos dispensou o Espírito Santo, não nos
reconciliou com Deus tampouco nos deu direito da vida eterna. A importância de seu nascimento é
inquestionável, quando vista como o inicio de um maravilhoso projeto de salvação, vindo da parte de
Deus pai para com os homens. Entretanto, a realidade espiritual desse magnífico plano divino é que,
a reconciliação entre o homem e Deus, não foi obra do nascimento de Jesus Cristo e, sim, obra de seu
sacrifício; culminando com a sua morte na cruz, conforme se vê mencionado na epístola aos
romanos, no capítulo 5:10 “Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela
morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. Outra vez
percebemos o poder remidor do sangue inocente do Senhor, na leitura do livro de Apocalipse, no
capítulo 7:14 “E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os vieram de grande
tribulação, lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.

SIGNIFICADO DA MORTE

Nossa consciência foi lavada pelo sangue do sacrifício do senhor, que abriu-nos caminho ante a face
de Deus, rasgando o véu da incredulidade que estava posto sobre os nossos corações. Isto é, a sua
carne, ferida e rasgada, habilitou ao homem entrar no santuário, denominado figurativamente no
sacerdócio Levítico como Santo dos Santos. Esse tabernáculo não podia ser adentrado por nenhum
Levita, senão unicamente pelo sumo sacerdote, somente uma vez por ano, sendo esse local uma
figura do verdadeiro santuário, que é os céus, onde entrou novamente nosso mestre após ser
martirizado e assassinado a mandado dos príncipes dos judeus. Por aquele véu, posto antes do
tabernáculo, denominado Santo dos Santos, o Espírito Santo mostrava que ainda a relação entre o
homem e Deus estava impedida, ainda o caminho do santuário não estava descoberto. Por essa razão,
entende-se que quando o Senhor Jesus entregou o seu Espírito a Deus, o véu do templo se abriu em
duas partes, começando a rasgar-se a partir de cima, sinalizando que o caminho aos céus estava
aberto aos homens, conforme relatado no evangelho segundo Marcos, no capítulo 15:38 “E o véu do
templo se rasgou em dois, de alto a baixo”. A partir disso, isto é, da sua morte, foi derrubada a
parede que nos separava de Deus, conforme explicado na epístola aos Hebreus, no capítulo 10:20
“pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne”.

CONCLUSÃO

A conclusão que se faz acerca dessa matéria é esclarecedora. Foi a morte, e não o nascimento de
Jesus que nos tornou filhos de Deus, legitimados em seu vitupério, conforme consta da epístola do
apóstolo Paulo aos Colossenses, no capítulo 1:21 “A vós também, que noutro tempo éreis estranho e
inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua
carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis”. Outra
vez, entendemos a mesma doutrina, contida na epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo
6:3 “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte?”. E, ainda uma vez mais, encontramos essa declaração na epístola do apóstolo Paulo aos
Filipenses, no capítulo 3:8 “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência
75

do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as
considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nele, não tendo a minha
justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé de Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé;
para conhecê-lo, e a virtude da ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito
conforme a sua morte”. Com base nessas explicações, podemos compreender que uma celebração
de nascimento não possui embasamento doutrinário. Essas festas são, em verdade, costumes
religiosos, sendo trabalhadas em alto requinte pela indústria e pelo comercio, trazendo fortes apelos
sentimentais e religiosos não gerando, entretanto, nenhum fruto para vida eterna. Na Bíblia inteira,
não existe, em nenhuma parte sequer, uma recomendação doutrinaria para a prática desses festejos
religiosos. Antes, pelo contrario, a doutrina cristã recomenda-nos, e isso pelas palavras do próprio
Senhor Jesus, a celebrarmos a sua morte, pela figura da Santa Ceia. O mestre ordenou dizendo
acerca da Santa Ceia: “fazei isso em memória de mim até que eu volte”.
76

MINISTÉRIO FEMININO

INTRODUÇÃO

A Bíblia nos aponta diversas etapas na história do povo de Deus, durante as quais, a presença
feminina é de importância ativa, diferentemente da passividade que sempre marcou, grosso modo, as
atividades das mulheres em Israel. Logo após a saída do povo de Israel do Egito, durante sua
peregrinação pelos desertos, encontramos a presença feminina de Miriã, profetiza, Irma de Arão,
auxiliando-o na condução do sacerdócio, conforme se pode verificar no livro de Êxodo, no capítulo
15:20 “Então, Miriã, a profetiza, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres
saíram atrás dela com tamboris e com dança”. No tempo dos 32Juízes, por exemplo, existiu uma
Juíza, por nome Débora, profetiza, que julgou Israel e, pela sua conduta espiritual e revelação, deu
vitória de Israel contra os inimigos de seu povo. Certa feita profetizou a destruição do exército de
Jabim, rei de Canaã, o qual possuía novecentos carros de ferro que reinava em Hazor; e oprimiu
Israel por vinte anos. Por sua condução, o Senhor entregou a Sísera, capitão do exercito de Canaã,
nas mãos de Jael, mulher de Héber, que o matou com uma simples estaca de madeira. Encontramos
outra figura feminina, profetiza, de grande respeito e importância para a casa de Israel, atuando como
porta voz, da parte de Deus bendito. No segundo livro de 33Reis, encontra-se narrada a reação do rei
Josias, ao tomar conhecimento da vontade expressa de Deus, por intermédio da leitura do Livro da
Lei encontrado pelo sumo sacerdote Hilquias, na casa do Senhor. Como rasgou suas vestes por
perceber o grau de desobediência do seu povo à vontade de Deus, dando ordens para que Hilquias, e
Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías fossem consultar ao Senhor, pela boca da profetiza Hulda. No
antigo testamento, encontramos narrado o grande livramento que uma mulher sábia fez a cidade
denominada Abel-Bete-Maaca, quando Joabe buscava a morte de um homem do monte de Efraim,
cujo nome é Seba, filho de Bicri, por ter levantado a mão contra o rei Davi. Ela prudentemente,
conduziu a negociação de sorte que repassou para o povo da cidade o problema e, a própria gente
daquela cidade cortou a cabeça de Seba, filho de Bieri, e a lançaram a Joabe evitando-se a destruição,
já decreta, daquela cidade. Tudo isso sem mencionar mulheres sábias como Ester, por cujo
comportamento os Judeus foram poupados de uma destruição sumária, pelas mãos do inimigo Hamã.

NOVO TESTAMENTO

No passado, mesmo conhecedores que somos da grandeza confessada nas Santas Escrituras, de
algumas mulheres, elas ainda penavam sob as agruras da Lei. Foi Nosso Senhor Jesus quem resgatou
a honra da mulher, elevando a sua condição diante dos homens e de Deus, haja visto que sob a
tolerância da Lei Mosaica, o homem poderia possuir diversas mulheres; e não somente poderia
possuí-las, como poderia desprezá-las aos seus pais sob o argumento banal de terem encontrado no
corpo físico delas algo que lhes desagradasse. Eram as mulheres, sob essa lei, como objetos de uso
masculino, sem identidade e sem voz. Atentem para essa verdade relatada no livro de Deuteronômio
24:1 “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar
graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lha dará na sua
mão, e a despedirá da sua casa”. A primeira honra conferida a mulher, mesmo antes da vinda de
Nosso Senhor Jesus ao mundo, aconteceu quando o anjo Gabriel foi ter com Maria revelando a ela
uma missão nobre, conforme se vê relatado no evangelho segundo Lucas, no capítulo 1:27 “E, no

32
Vide livro de Juízes, no capítulo quatro.
33
Vide capítulo vinte e dois.
77

sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma
virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era
Maria. E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu
entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que
saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de
Deus, e eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus”.

As promessas de infusão do Espírito Santo dizem respeito a todos, tanto homens quanto mulheres,
para os quais foram prometidos dons, conforme se constata no livro de Atos dos apóstolos, no
capítulo 2:17 “E nos últimos dias acontecera, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a
carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos
velhos sonharão sonhos”. Na era cristã, tempo do Novo Testamento, encontramos mulheres santas,
como a profetisa 34Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser que se consagrou ao Senhor, servindo-o
durante toda a sua vida, orando no templo, dando mostras claras de sua integridade para com Deus.
Deparamo-nos com o breve relato da coragem de Priscila, e Áquila seu esposo, os quais se
expuseram à morte para defender a vida de Paulo; sendo companheiros de trabalho, esforçando-se
bastante no evangelho do reino.

REFERÊNCIAS

E não somente essas, mas verificamos em diversas passagens referências a mulheres comprometidas
com o reino de Deus, ativas no trabalho espiritual, conforme se pode verificar nas passagens abaixo:

1) Atos 21:8 “No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós eu com ele estávamos, chegamos a
Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelho, que era um dos sete, ficamos com ele.
Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam’’.
2) Lucas 8:3 “e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que
o serviam com suas fazendas”.
3) Atos 18:2 “E, achando um certo judeu por nome de Áquila, natural do Ponto, que havia
pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos
os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles”.
4) Lucas 8:1 “E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em
aldeia, pregando e anunciado o evangelhos do Reino de Deus; e os doze iam com ele, e
também algumas mulheres que haviam sido curadas de espírito malignos e de
enfermidades: Maria chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher
de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas
fazendas”.
5) Filipenses 4:3 “ E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas
mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros
cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida”.
6) Romanos 16:15 “Saudai a Fiólogo e a Júlia, a Nereu e a sua Irma, e a Olimpas, e a todos os
santos que com eles estão”.
7) Romanos 16:12 “Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalharam no Senhor. Saudai à
amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor”.

34
Lucas 2:36 “E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, tinha vivido
com o marido sete anos, desde a sua virgindade”.
78

8) Romanos 16:1 “Recomendo-vos, pois, Febe, nossa Irmã, o qual serve na igreja que está em
Cencréia”.
9) Romanos 16:3 “Saudai a Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus”.
10) Romanos 16:6 “Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós”.

CONSIDERAÇÕES APOSTÓLICAS

Não resta-nos dúvidas alguma acerca da dispensação do espírito de Deus às mulheres santas, e de
suas diversas atividades espirituais e, isso, desde os primórdios do cristianismo; conforme
podemos verificar, com base nas referências enumeradas anteriormente. Entretanto, mesmo a
despeito das irmãs auxiliarem os apóstolos com suas rendas, de rendas, de cooperarem com eles
no evangelho, de trabalharem no evangelho como evangelistas, de profetizarem de se
santificarem em pureza de alma a favor do reino de Deus, em nenhum momento da historia da
igreja cristã, a nenhuma delas foi dada missão doutrinaria. Isto é, não encontramos em
nenhuma epístola, em nenhum dos quatro evangelhos, tampouco encontramos em Atos dos
Apóstolos, que alguma mulher tenha sido colocada como apóstola, presbítera, ou pastora de
alguma igreja. Não existe nenhuma referência a esse ministério por parte de mulheres,
ficando bem claro que a missão de doutrinar, de formar conhecimento na igreja é obra do
Espírito Santo que se realiza por intermédio dos presbíteros, levantados em cada igreja. Irmãos,
existe alguma carta apostólica escrita por alguma Irmã? Algum evangelho narrado segundo
alguma santa no passado? Algumas doutrina revelada às igrejas por intermediário da doutrina, é
da própria Palavra de Deus. O Senhor declarou-nos a hierarquia da igreja através da primeira
epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 11:3 “Mas quero que saibais que Cristo é a
cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo”. Outra vez
encontramos essas declarações na carta do mesmo apóstolo aos Efésios, no capítulo 5:23 “porque
o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o
salvador do corpo”. Essa mesma recomendação de obediência hierárquica, determinada por
Paulo, pode ser encontrada na primeira epístola universal do apóstolo Pedro, no capítulo 3:1
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso marido, para que também, se algum
não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra”. Atentem que
o santo apóstolo proíbe que mulheres dêem ensinamentos ministeriais, que preguem nas
igrejas, assim como as proíbe de usarem de autoridade sobre o marido. Essa doutrina pode ser
confirmada na primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 2:11 “A mulher
aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use
de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão
depois Eva”. Notem que esse mandamento está repetido na primeira epístola do mesmo apóstolo
destinada aos Coríntios, no capítulo 14:34 “As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque
lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem
aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que
as mulheres falem na igreja”.
79

COMPOSIÇÃO MINISTERIAL

Porque razão os apóstolos colocaram evidente que o ministério do Bispo (ou Presbítero) deveria
ser executado somente por homens? Esqueceram-se eles em definitivo de mencionarem as irmãs?
Não se lembraram disso nem uma vez sequer? Observem o que explica Paulo acerca dos
requisitos necessários para ordenação dos presbíteros, em sua carta a Tito, no capítulo 1:5 “Por
esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de
cidade em cidade, estabelecesses presbíteros como já te mandei: aquele que for irrepreensível,
marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem
são desobedientes”. Novamente deparamo-nos com as mesmas recomendações acerca do
ministério da palavra, e, outra vez ainda, essas recomendações são dirigidas somente aos irmãos.
O apóstolo teria, sistematicamente, esquecido de relacionar as irmãs? Olhem que as ordens
doutrinarias não deixam dúvidas que se objetivam aos homens e não as mulheres. Confiram às
palavras do apóstolo, ensinando quais devem ser os atributos dos bispos á serem colocados nas
igrejas, em sua primeira epístola a Timóteo, no capítulo 3:2 “Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigiante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar”.

DISPENSAÇÃO INDISTINTA DOS DONS

Tenham atenção irmãos que, acerca dos dons espirituais, fica patente que seria dispensado tanto a
homens quanto as mulheres, conforme citamos acima, nesse capítulo, e descrito em Atos dos
Apóstolos, no capítulo 2:17 “vossos filho e as vossa filhas profetizarão”. No tocante a afirmação
que se ouve com frequência acerca da elevada capacitação intelectual das mulheres
contemporâneas é inegável, é público e notório. Hoje as mulheres ocupam todos os ramos de
atividades, outrora exclusivamente masculinas e, diga-se, com competência. Todavia, devemos
voltar nossa visão para os aspectos espirituais envolvido nessa questão. Não é a mente do sábio,
do letrado, do cientista que anda buscando o Senhor para o seu ministério. Antes, Deus atenta
para o coração dos seres humanos, seja ele sábio ou não. Observem as palavras do Senhor,
narradas no evangelho segundo Mateus, quando percebeu a alegria de seus discípulos por verem
que os espíritos maus se lhes sujeitavam, no capítulo 11:25 “Naquele tempo, respondendo Jesus,
disse: graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e
instruídos e as revelaste aos pequeninos”. Se a razão do Senhor Jesus, e razão de seus apóstolos
posteriormente, não haverem encarregado nenhuma mulher no ministério da palavra estivesse
ligado somente a aspectos culturais, à falta de uma formação intelectual delas naqueles tempos,
então Pedro, homem rude de conhecimento, sem estudo algum, jamais poderia ser escolhido
para apóstolo. Aliás, não somente apóstolo senão também coluna dos Judeus. E vejam que
juntamente com Pedro, na mesma condição intelectual, se encontrava João, seu companheiro, e
íntimo de Jesus Cristo. Pode-se confirmar isso em Atos dos Apóstolos, no capítulo 4:13 “Então,
eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos,
se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus”. A bem da
verdade, a esmagadora maioria dos discípulos e apóstolos de nosso Senhor Jesus eram homens
indoutos; sem preparos intelectuais, sendo eles pescadores, artesãos, cobradores de impostos e
assemelhados. Não que o sábio, o cientista não possa ser convertido, transformado pela palavra
de Deus. Claro que isso é possível e, graças a Deus, acontece. A Deus tudo é possível. Todavia, o
inchaço provocado pela exagerada valorização do “eu”, ocasiona um afastamento da
80

simplicidade que há em Cristo, levando o homem a não se conformar com a singela forma de
doutrina que vivenciamos na graça de Jesus. Atentem as palavras do apóstolo Paulo, em sua
primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 1:6 “Porque vede irmãos, a vossa vocação, que não
são muito os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos os nobres, que são
chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus
escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis
deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma
carne se glorie perante ele”. Uma exceção clara a essa regra refere-se ao próprio apóstolo Paulo,
homem muito bem preparado intelectualmente e instruído aos pés de 35Gamaliel. Entretanto,
nesse particular, encontramos, em suas próprias palavras, o reconhecimento de que toda a ciência
que conferia as igrejas era fruto de revelações da parte de Jesus Cristo, e nunca consequência de
sua formação intelectual ou cultural. Atentem bem as suas palavras, ditas na primeira epístola
destinada aos Coríntios, no capítulo 2:3 “E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, em
grande tremor. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas
de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder para que a vossa fé não se
apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”. Na relação de cristãos cultos,
destacados como homens preparados intelectualmente, defrontamo-nos com um médico,
denominado Lucas, autor de um evangelho e do livro de Atos dos Apóstolos; vemos um senador,
cognominado José de Arimatéia e, por último, encontramos Zenas, doutor da Lei.

CONCLUSÃO

Finalizando, não entendemos que a mulher seja inferior ao homem. Absolutamente, antes
entendemos com base nas escrituras, que ambos se completam, conforme ensinou o apóstolo
Paulo em primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 11:11 “Todavia, nem o varão é sem a
mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor”. E, outra vez, esclarece a mesma verdade na
epístola aos Efésios, no capítulo 5:25 “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo
amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. Outra vez, na mesma carta, encontramos no
capítulo 5:28 “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo.
Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo”. Na igreja do senhor as irmãs dever ser respeitadas
como santas de Deus, podendo possui ministério tais como de Diaconisa etc. Entretanto,
quando ao ministério da Palavra, do doutrinamento da igreja, não lhes é permitido. E isso, devido
a nossa compreensão espiritual da organização da igreja de Cristo, revelada nas cartas inspiradas
contidas do Novo Testamento. Nossas bases, nossos argumentos espirituais, nossas referências
escriturais, estão bem expostas nesse capítulo sem se macularem com nenhuma conotação
sectarista ou discriminatória.

35
Gamaliel era da religião dos Fariseus, doutor da lei, venerado por todo o povo.
81

CASAMENTO

INTRODUÇÃO

Segundo o dicionário Aurélio, casamento, significa ato solene de união entre duas pessoas de sexos
diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil. Atentem que quem legitima o
casamento não é fato de ser ou não religioso, até porque, ele pode ser somente civil.

CONCEITO DIVINO

O casamento é uma instituição divina pela qual um homem e uma mulher se unem por amor numa
comunhão social e legal, com o propósito de estabelecerem uma família. Essa união integra os
planos de Deus, acerca da sociedade humana, desde o princípio da humanidade, quando o Senhor
decidiu que o homem não deveria mais ficar só, criando-lhe uma companheira, conforme detalhado
no livro de Gêneses, no capítulo 2:18 “ E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”. Outra vez, no mesmo livro, no capítulo 2:24
“Portanto, deixara o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se á à sua mulher, e serão ambos uma
carne”.

CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

A esmagadora maioria dos religiosos entende que deve haver casamentos religiosos os quais, dizem
eles, devem ser celebrados nos templos das igrejas. Argumentam que a Bíblia oferece
recomendações claras dessa prática, instituída doutrina, referindo-se eles às bodas em Caná da
Galiléia, relatada pelo apóstolo João, no capítulo 2:1 “E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em
Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus”. Ora, realmente o Senhor esteve presente nas bodas
de Caná e, naquela festa deu mostras claras ao povo de sua natureza divina, realizando lá o primeiro
milagre de sua carreira celestial. Mas, o que exatamente significa isso? Qual é o significado da
palavra bodas? Bodas significa festa de casamento. Festa, núpcias, recepção, e não o ato religioso
do casamento em si. Aliás, as festas de bodas de casamento eram costumes antigos em Israel. Desde
a época dos juízes encontramos relatos dessas festas nupciais, conforme podemos conferir pela
leitura do livro de juízes, no capítulo 14:12 “Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos darei um enigma a
adivinhar, e, se nos sete dias das bodas mo declarardes e descobrirdes, vos darei trinta lençóis e
trinta mudas de vestes”. Aqui se percebe o relato de sete dias de festas! Observem com atenção,
relativamente ao significado de bodas, pela parábola proferida pelo Senhor Jesus e escrita no
evangelho segundo Mateus, no capítulo 22:2 “O reino dos céus é semelhante a um certo rei que
celebrou as bodas de seu filho. E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e
estes não quiseram vir. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho
o meu jantar preparado, os meus bois cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas”. Olhem
bem irmãos! A respeito das bodas preparadas pelo referido rei (alegoria do próprio Deus), o convite
era para jantar, ele dizia que os bois cevados já estavam mortos e prontos para serem servidos
à mesa.
82

VALOR DO MATRIMÔNIO

A importância do casamento é inquestionável, sendo fundamental até para formação da igreja do


Nosso Senhor. O matrimônio, portanto, deve ser santificado entre nós pela conduta com pureza entre
os casais, conforme se pode verificar na epístola aos Hebreus, no capítulo 13:4 “Venerado seja entre
todos os matrimônios e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros,
Deus os julgará”. É tão importante o casamento para Deus que o Senhor não estabeleceu essa união
para ser temporária, conforme podemos ler no evangelho segundo Mateus, no capítulo 19:6 “Assim
não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”. Posto
isso para clareza da doutrina do nosso Senhor, que devemos honrar o casamento e os termos como
instituição divina, não podendo ser manchado nem desfeito e somente podendo ser desfeito com a
morte ou com a prática do adultério. Por essa razão, no corpo da igreja somente a morte ou a
infidelidade conjugal pode aniquilar o casamento. Se algum casal se divorciar, por razões diversas
dessas expostas, não poderão casa-se novamente, sob pena de pecarem diante de Deus.

A referência doutrinal que autoriza a quebra desse vínculo do casamento pela 36infidelidade (vide
capítulo Divórcio) é esclarecida no evangelho segundo Mateus, no capítulo 5:32 “Eu, porém, vos
digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa
adultério; e qualquer que casa com a repudiada comete adultério”. No mesmo evangelho, voltamos
e encontramos esses preceitos, no capítulo 19:9 “Eu vos digo, que qualquer que repudiar sua mulher,
não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casa com a
repudiada também comete adultério”.

A referência doutrinal que autoriza a quebra desse vínculo do casamento pela morte, deixando a
viúva (ou o viúvo) livre para novas núpcias, é esclarecida na primeira epístola do apóstolo Paulo aos
Coríntios, no capítulo 7:39 “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido
vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no
Senhor”.

CONCLUSÃO

Conforme demonstramos nesse capítulo, casamento foi estabelecido por Deus, sendo determinando
por toda a vida do casal e não para um tempo somente. Vimos também que as bodas, as festas de
casamento, são praticadas desde longa data pala comunidade dos filhos de Deus. Entretanto, irmãos,
não encontramos em nenhuma passagem do Novo Testamento, em nenhuma sequer, doutrina relativa
a realização de casamento religiosos na forma de sacramento. Em momento algum é mencionado o
ato de casamento na condição de ato cerimonial religioso, a cargo do ministério da igreja. Antes, o
casamento é um ato civil que organiza e dá forma à ordem divina que diz para os homens crescerem
e multiplicarem, segundo lemos em Gênesis, no capítulo 9:7 “Mas, vós, frutificai e multiplica-vos;
povoai abundantemente a terra e multiplica-vos nela” afora disso, não existe na Palavra de Deus
doutrina para se celebrar casamento dentro dos templos das igrejas cristãs, bem como inexiste
qualquer regra de proceder espiritual - constituída pelos apóstolos ou pelo Senhor Jesus -
determinando que esse cerimonial componha as atribuições do presbitério. Por essa razão, por não
encontrarmos fundamentação escritural no Novo Testamento sustentando a prática de casamentos
religiosos dentro das igrejas, é que o presbitério não deve celebrar essas festas na qualidade de
atividade ministerial. Isso não quer dizer, de maneira alguma, que não devam orar pelos noivos.
36
Na tradução Revista e Atualizada (RA), a palavra prostituição é substituída por “relações sexuais ilícitas”. Já na Nova
Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), traduzida pela Sociedade Bíblica do Brasil, a palavra prostituição é substituída
por “adultério”.
83

Antes, o ministério deve interceder a Deus pelos nubentes que possuam um bom testemunho de vida.
A questão que se destaca - como vimos nas Sangradas Escrituras - é que essa prática nunca deverá
ser vista como sacramento á ser celebrado dentro dos templos. Nunca deverá ser tratada com o
caráter religioso que se apregoa na maioria das igrejas evangélicas; pois o ministério não deverá
firmar casamento em Deus. Quem os firmará serão os próprios fiéis, os quais deverão se casar
perante Deus em consciência, na instância civil.
84

MORTE

INTRODUÇÃO

A morte, segundo a concepção humana, é a cessação da vida, a interrupção da vida humana, animal
ou vegetal. Contudo, quando a morte sob a revelação da doutrina cristã, percebemos que existem
duas naturezas distintas de morte: uma física, no plano biológico e outra espiritual, no plano
imaterial, que se manifesta afetando a relação do homem com Deus. A primeira morte de que temos
notícias, ocorreu no Éden, no jardim de Deus, estabelecendo o fim da vida natural, o término do
corpo biológico de todos os viventes por decorrência do pecado praticado por Adão e por Eva. A
segunda morte, mais terrível e assustadora, é a morte espiritual, que não consiste na cessação da
existência, e sim na separação eterna do convívio com Deus bendito. Essa forma de morte, a segunda
morte, é profetizada no livro de apocalipse, no capítulo 20:6 “Bem-aventurado e santo aquele que
tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão
sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos”. Outra vez, no capítulo 20:14 “E a
morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte”. Vários livros da Bíblia
alertam sobre essa maldição horrenda, como no evangelho segundo Mateus, no capítulo 13:29
“Assim será na consumação dos séculos: virão anjos e separarão os maus dentre os justos. E lançá-
lo-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes”.

SONO DA MORTE

A santa Palavra de Deus nos ensina que aqueles que estão em Cristo, não morrem, tendo já
alcançado o direito à imortalidade, por intermédio do sacrifício de Jesus. O próprio Senhor garantiu-
nos a vida ao invés da morte, pela fé em seu nome, conforme constatamos no Evangelho segundo o
apóstolo João, no capítulo 8:51 “Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha
palavra, nunca verá a morte”. Outra vez, no mesmo evangelho, no capítulo 11:25 “Disse-lhes
Jesus: eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morte viverá, e todo
aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?”. O sono da morte não passa de uma
linguagem alegórica, não sendo, contudo, ausência de consciência do crente em relações a esse
mundo físico, não sendo uma forma de expressar a ausência de consciência nos espaços celestiais.
Após a morte física, o crente sincero passa a habitar numa outra dimensão, num lugar espiritual
denominado paraíso, ou terceiro céu, onde será confortado e amparado com as bênçãos de Nosso
Senhor. Não existe morte nem sono, no sentido da ausência total de consciência. A Palavra da Vida
dá provas inequívocas dessa verdade em vários de seus livros. Atentem à promessa de Nosso Senhor
Jesus, dirigida àquele ladrão chamado Dimas, da cruz, narradas no evangelho segundo Lucas, no
capítulo 23:43 “E disse-lhes Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. Ora,
se o Senhor afirmou que Dimas estaria com Ele naquele mesmo dia no paraíso, como isso se daria,
caso Dimas estivesse dormindo? No sono, a consciência não se manifesta, não participa de nada e,
por conseguinte, se Dimas dormisse o Mestre não poderia afirmar que ele estaria junto de Si no
paraíso. Mas, esse não é o único exemplo acerca dessa matéria, atentem bem que quando da
transfiguração do Senhor, o profeta Moisés e o profeta Elias apresentaram-se diante de Pedro, Tiago
e João, e falavam da agonia da morte do Senhor Jesus, conforme se pode ver no evangelho segundo
Lucas, no capítulo 9:29 (Mateus 17:2, Marcos 9:2) “E, estando ele orando, transfigurou-se a
aparência do seu rosto, e as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes. E eis que estavam
falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e falavam
da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém”. Ora isso, Elias havia sido arrebatado vivo
aos céus, mas Moisés não, Moisés morreu aos cento e vinte anos de idade (Deuteronômio 34:7),
85

como então poderia estar dialogando com o mestre diante dos apóstolo? A resposta é bem simples, a
morte não mais existe para aqueles que estão no Senhor. Aliás, o nosso Mestre testificou que ante
Deus, os seus santos não estão mortos, mas vivos em sua presença, conforme podemos nos certificar
pela leitura do evangelho segundo Mateus, no capítulo 22:31 (Marcos 12:26) “E, acerca da
ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo : Eu sou o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas sim dos vivos”.
Atentem que o Senhor Deus afirma que quando Ele se intitula Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó,
deve-se entender que esses patriarcas estão vivos. Doutra sorte, o Senhor não é Deus de mortos. A
verdade é que quando o homem recebe em si mesmo o Espírito Santo pela fé em Jesus Cristo,
durante o tempo que esse tal homem permanecer fiel ao Senhor, a morte não terá domínio sobre ele,
estando a vida pós-morte assegurada no sacrifício de Jesus, conforme entendemos pela leitura
Evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 10:28 “e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de
perecer, e ninguém as arrebatará das minha minhas mãos”. Outra vez, na primeira epístola do
apóstolo João, no capítulo 3:14 “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos
os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte”. Ainda outra vez, na primeira epístola
do apóstolo João, no capítulo 5:11 “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta
vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a
vida”. Outra vez, na segunda epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 1:10 “e que é
manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à
luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho”. Também no último livro da Bíblia podemos encontrar
o clamor dos justos assassinados pelo amor da palavra de Deus os quais, muito embora já tivessem
morrido, não obstante isto levantavam as suas vozes pedindo vingança ao Senhor. Atentem essa
verdade lendo o livro de Apocalipse, no capítulo 6:9 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do
altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que
deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não
julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra”.

CONCLUSÃO

Concluímos que a morte é a cessação da vida unicamente no plano material, não sendo verdade
entendermos que exista um sono real, ou uma ausência de 37sentidos no mundo dos salvos por Cristo,
nos lugares deleitosos onde eles estão, aguardando a recompensa final. Temos por certo que a
essência eterna humana, sua porção inteligente, imaterial e imortal, denominada 38espírito (ou alma),
habita temporariamente num corpo de carne enquanto o fôlego está presente no corpo humano.
Entretanto, terminando o fôlego de vida, o espírito volta para de onde saiu. Isto é, retorna para Deus,
pai de todos os espíritos, conforme testificamos pela leitura do livro de Eclesiastes, no capítulo 12:7
“e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Outra vez, no livro se
Salmos, no capítulo 31:5 “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste Senhor, Deus da
verdade” e capítulo 146:4 “Sai-lhes o espírito, e eles tornam para sua terra; naquele mesmo dia,
perecem os seus pensamentos”.

37
Novos sentidos nos serão facultados no novo corpo de glória.
38
As palavras espírito e alma são usadas na maioria das vezes de forma indistinta nas sagradas escrituras, ainda que tenha
diferenças entre si.
86

SALVAÇÃO, A QUEM PRETENÇE?

INTRODUÇÃO

Todos os homens sinceros de corações e honestos com as suas consciências alcançarão, na pessoa
que Nosso Senhor Jesus, a vida eterna, independentemente de sua religião intelectual, raça, tribo ou
língua. A vida eterna proposta por Deus, a ser desfrutada num ambiente de delícias infindáveis e
repletas de sentimentos excelentes, nesse lugar maravilhoso, denominado cidade santa, não entrará
nada que contamine e cometa abominação e mentira ou traga tristeza, porquanto está escrito no livro
de Apocalipse, capítulo 21:4 “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte,
nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas”. Nessa nova cidade
preparada 39pessoalmente pelo Senhor Jesus, serão aceitos como moradores unicamente os que estão
inscritos no livro da Vida do Cordeiro, salvos pela graça por meio da fé; não sendo isso uma
conquista própria, como que um mérito humano, advindo de virtudes pessoais, mas uma dádiva de
Deus.

CAUTELAS

A despeito disso, da salvação ter se realizado na pessoa do Senhor Jesus, e ter sido consumada em
sua morte, o Mestre estabeleceu algumas condições mínimas para o crente usufruir dessa salvação,
requerendo primeiramente fé em seu nome, como está escrito em Romanos primeiro: “o justo viverá
da fé”. Ora, é fundamental que haja fé no coração do crente, bem como plena aceitação da doutrina
do Senhor Jesus, por cuja prática obtém-se de Deus mudança na escala de valores humanos -
gravemente desfigurada pelo pecado - bem como aquisição de uma nova compreensão espiritual da
vida. A Fé habilita o homem a buscar a imagem e a semelhança com Deus, perdidas na queda em
Adão. É justamente por intermédio dos ensinamentos existentes na palavra de Deus, que um novo
homem é moldado, pela intervenção do Espírito Santo em seus corações, conforme se pode ver no
evangelho segundo João, no capítulo 5:24 “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha
palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da
morte para a vida”. Todavia, não basta ao homem acreditar em parte ou apenas por um pouco de
tempo, é necessário perseverança, como mostra o Senhor no evangelho segundo Mateus, no capítulo
19:17: “E ele disse-lhes: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus. Se queres,
porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”. Não somente isso, que os mandamentos do
Senhor sejam guardados, mas praticado pelo crente, como maneira de mantermos em nós mesmos o
amor de Deus. O santo apóstolo de João revelou em sua primeira epístola a grande importância dos
mandamentos doutrinários de Cristo, expondo a seguinte revelação no capítulo 5:3 “Porque está é a
caridade de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados”
e completa, no capítulo 12, dizendo: “E sei que o seu mandamento é a vida eterna”. Vejam que a
palavra nos exorta a uma compreensão de que guardar os mandamentos de Deus é alcançar a
caridade e, continuando, mostra que o amor de Deus, para ser retido em nosso coração, requer que
guardemos os seus mandamentos.

POSIÇÃO MINISTERIAL

O corpo ministerial da igreja de Cristo deve buscar insistentemente isso, guardar os mandamentos do
Senhor Jesus, não se prestando de forma nenhuma ao sectarismo ou debates religiosos inúteis, dos
quais nascem contendas, suspeitas e, algumas vezes, até a maldição de Deus. Outros sim, o
39
João 14:2 “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos
lugar”.
87

ministério deve exortar aos fiéis a jamais dizerem palavras ofensivas contra qualquer denominação
religiosa, tampouco deverá praticar dissensão contra qualquer doutrina cristã, entendendo que cada
qual será julgado segundo o seu grau de compreensão e entendimento espiritual, alcançados nessa
peregrinação terrena. No passado, nos idos da instauração da graça de Cristo entre os homens, já
alguns apóstolos queriam formar facção, rejeitando servos de Deus que não pertencessem ao seu
grupo espiritual, chegando a ponto de proibi-los de realizarem milagres e sinais em nome do Senhor
Jesus. Era a manifestação de uma espécie doentia de ciúmes carnais. Entretanto, o Senhor Jesus,
quando foi informado de tudo o que estava acontecendo por intermédio dos próprios discípulos,
redarguiu-os dizendo que não deveriam agir dessa maneira. Essa passagem encontra-se narrada no
evangelho segundo Marcos, no capítulo 9:39 “João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que,
em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue.
Jesus, porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa
logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós”.

CONCLUSÃO

Devemos confessar que salvação não é propriedade de nenhuma denominação religiosa, nem em
verdade o poderia ser, sendo obra da graça divinal, das intervenções maravilhosas de Jesus, que pelo
seu sacrifício, abriu-nos a revelação de sua palavra e, por ela, franqueou-nos o acesso a Deus. Todos
os seres humanos - independentemente de religião - que crerem em Jesus Cristo, nosso Senhor, e
aceitarem-no como seu pessoal salvador, mantendo uma vida coerente com essa fé, serão salvos.
88

SALVAÇÃO, GARANTIA IRREVERSÍVEL?

INTRODUÇÃO

Analisemos a salvação, como nos demais capítulo, sob a iluminação benigna da Palavra de Deus,
buscando nas escrituras relacionar os textos que tratam essa bem-aventurança bem como a forma de
se alcança-la.

O sentimento de salvação, de direito à vida eterna, é uma maravilhosa sensação, dádiva fruto da fé,
concedida aos homens pela bondade divina, e manifesta na plenitude dos tempos pelo sacrifício do
cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Quando mais santificado está o crente na presença de Deus, tanto
mais possui essa segurança, recebendo em si mesmo as virtudes celestiais e se regozijando no
Espírito Santo. Durante o período de tempo em que o crente se encontrar nesse estado de graça,
nenhuma incerteza o atemorizará.

SOMBRA DA SOBERBA

Entretanto, não é prudente que o homem apregoe a si próprio como já salvo, que se garanta como
eleito irreprovável no reino dos céus. Essa não é a conduta construída em nossos corações pela
palavra de Deus. Atentamos ao que diz a recomendação conselheira do apóstolo na primeira epístola
aos Coríntios, capítulo 10:12 “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”. Vê-se
claramente a exposição de risco de queda nesse conselho. Ponham atenção na advertência clara,
contida no livro de Apocalipse, dirigida ao servo de Deus que respondia pela igreja de Filadélfia,
narrada no capítulo 3:11 “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a
rua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna do meu templo, e dele nunca sairá”. Aqui se vê
novamente uma admoestação quanto ao risco de queda grave na vida espiritual. Em particular, nesse
versículo, o Senhor exortava-o para que se cuidasse, para que não perdesse a sua coroa, prometendo
vitória a todo que vencer.

POSICIONAMENTO

Não devemos ter a menor desconfiança das promessas de salvação, pois elas são inúmeras; louvado
seja Deus por isso. Essas promessas benditas permeiam todos os textos do Novo Testamento, não
sendo por isso necessário citá-las nesse capítulo. Por elas temos viva confiança de alcançar o premio
almejado. Mas, existe uma grande diferença entre alguém se sentir salvo e declarar-se salvo, a revelia
de qualquer circunstância que possa macular o seu testemunho em caráter irreversível. Não devemos
poupar que já tenhamos alcançado a vida eterna irmãos. Miremos-nos em homens mais excelentes do
que nós, para não sermos achados soberbos ou inchados. Vejam com atenção que Paulo apóstolo
confessa não ter alcançado ainda o direito a ressurreição, em sua epístola aos Filipenses 3:11 “para
ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos. Não que já a tenha
alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para que fui também preso por
Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mm, prossigo
para o alvo, pelo premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. O que acham? É prova de
espiritualidade proclamar-se salvo? Notem bem que somente muito mais tarde, ao final de sua
carreira, já velho e avisando por revelação de sua partida, o santo apóstolo despede-se, como um
89

bom combate que encerra sua carreira, conforme podemos dar conta pela leitura da sua grande
epístola a Timóteo, no capítulo 4:6 “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e
o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia;
e não semente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.

CONCLUSÃO

Não nos enganemos, se bastasse ao homem crer uma vez e se batizar, para possuir o reino de Deus,
João Batista não teria dito com tanta dureza a multidão que vinha ser batizada por ele no rio Jordão,
relatado no evangelho segundo Lucas 3:7 “Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada
por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimentos e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai, porque
eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filho a Abraão”. Paulo, sendo o apóstolo que
mais trabalhou no evangelho, ensinou e confessou que o juízo ao Senhor pertence. Se julgássemos a
nós mesmos ninguém se condenaria, conforme está escrito em sua primeira epístola aos Coríntios,
capítulo 11:31 “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados”. Reparem
como o apóstolo aplicou essa compreensão da vida espiritual a si próprio, humildemente, na primeira
epístola escrita aos Coríntios, no capítulo 4:4 “Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso
me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor”. Como ficaria a situação do crente que se
julga salvo e adultera ou comete crimes ou pratica outras coisas semelhantes, isso depois de abraçar a
fé? A resposta está na epístola do apóstolo Tiago 2:10 “Porque qualquer que guardar toda a lei e
tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás
adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adúlteros, mas matares, estás feito
transgressor da lei”. Quem prática pecados que geram morte espiritual condena-se, aniquilando a fé,
conforme pode ser confirmado na primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 5:12
“tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé”. Se a salvação já estivesse
completa uma vez que o homem tivesse crido e se batizado, para que serviriam, afinal, as sérias
advertências o apóstolo Pedro em sua primeira epístola, no capítulo 5:8 “Sede sóbrios, vigiai, porque
o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa
tragar”. Tragar nesse texto significa matar, destruir.

REFERÊNCIAS

Observem os versículos que clareiam essa postura de preocupação que devemos adotar na Doutrina
Apostólica.

1) Mateus 5:22 “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu
irmãos será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raça será réu do Sinédrio; e
qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno”.
2) Mateus 5:29 “Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe
de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja
lançado no inferno”.
3) Mateus 5:30 “E, se a tu mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti,
porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado
no inferno”.
90

4) Mateus 10:28 “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei,
antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”.
5) Romanos 6:16 “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer,
sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a
justiça”.
6) Romanos 8:6 “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e
paz”.
7) 1 Coríntios 11:29 “Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para a sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor”.
8) 1 João 5:16 “Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para a morte, orará, e Deus
dará a vida àqueles que não pecarem para a morte. Há pecado para a morte, e por esse não
digo que ore”.
9) 1 Timóteo 3:6 “não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do
diabo”.
10) Hebreu 6:4 “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o
dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de
Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para
arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o
expõem ao vitupério”.
11) Tiago 5:12 “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem
façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim e não, para que não
caias em condenação”.
91

TITULOS MINISTERIAIS

INTRODUÇÃO

Existem diversas palavras que nomeiam a função que os sacerdotes exercem nas igrejas chamadas
evangélicas. Cada qual dessas palavras possui uma etimologia, trazendo consigo significados mais
ou menos particulares e um significado subjacente comum a todas. Examinemos as palavras e suas
significações.

 A palavra Pastor é derivada do latim “pastores” e, segundo o dicionário Aurélio, pode


significar: Guardador de Gado, Governante, Deus, Jesus e Ministro da igreja.
 A palavra Bispo, derivada do latim “episcopu”, significa dirigente da igreja cristã. Os bispos
dedicavam ao ensino da doutrina e à pregação do evangelho. Nos tempos apostólicos, o bispo
cuidava de uma igreja local e era também chamado de Presbítero.
 A palavra Presbítero, originária do grego “presbýteros”, significa: “Ancião”, pelo latim seria
“presbyteru”, referindo-se ao líder da igreja. Muito embora a palavra grega “presbyteros”
seja traduzida como “Ancião”, ela sempre foi utilizada para designar os lideres cristãos sem
qualquer alusão à idade.
 A palavra Ancião, derivada do hebraico, segundo o dicionário Aurélio, possui dois
significados: “Homem muito velho e respeitável” e “presbítero”.

CONCLUSÃO

Continuando essa análise, concluímos que as palavras Bispo, Pastor, Presbíteros e Ancião, são
termos sinônimos entre si e usados indistintamente nas Sagradas Escrituras. Isso se explica pelo fato
de existirem, entre os cristãos primitivos judeus, gregos e romanos. Os anciões inicialmente dirigiam
as sinagogas e, depois, as igrejas cristãs, conforme se pode ler em Atos 14:23 “E, havendo-lhes por
comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao
Senhor em quem havia crido”.

REFERÊNCIAS

Para que possamos corroborar a compreensão dos significados dessas palavras, analisemos diversos
textos bíblicos abaixo os quais, por si só, esclarecem o uso dos referidos títulos ministeriais de forma
indistintas.

1) Atos 14:23 “E, havendo-lhes por comum cosentimento eleito anciãos em cada igreja, orando
com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem havia crido”.
2) Atos 15:2 “Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles,
resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e
aos anciãos sobre aquela questão”.
3) Atos 15:4 “Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e
anciãos e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles”.
4) Atos 15:6 “Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considera este assunto”.
5) Atos 15:22 “Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger
varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber; Judas, chamado
Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos”.
6) Atos 15:23 “E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os
irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde”.
92

7) Atos 16:4 “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados,
os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém”.
8) Atos 20:17 “De Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja”.
9) Efésios 4:11 “E, ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outras para pastores e doutores”.
10) Hebreus 13:7 “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos
quais imitai, atentando para a sua maneira de viver”.
11) Hebreus 13:17 “Obedecei a vossos pastores e sujeita-vos a eles, porque velam por vossa
alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que a façam com alegria e não
gemendo, porque isso não vos seria útil”.
12) 1 Timóteo 5:19 “Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três
testemunha”.
13) 1 Pedro 5:1 “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbíteros
com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar”.
14) III João 1:1 “O presbítero ao amado Gaio, a quem, na verdade, eu amo”.
15) 1 Timóteo 4:14 “Não desprezes o dom que há em ti, o qual foi dado por profecia, com a
imposição das mãos do presbítero”.
16) 2 João 1:1 “O ancião à Senhora eleita e a seus filho, aos quais amo na verdade e não
somente eu, mas também todos os que têm conhecimento a verdade”.
17) 1 Timóteo 3:2 “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher,
vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”.
18) Tito 1:7 “Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus,
não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe
ganância”.
93

RESSUREIÇÃO

INTRODUÇÃO

A palavra de Deus nos garante que haverá ressurreição corporal dos mortos, crédulos e incrédulos,
bons e maus, salvos e perdidos, e que todos haverão de se apresentar perante o tribunal do Senhor
Deus e de seu filho Jesus. Ao examinarmos a santa Palavra de Deus, entendemos que sua linguagem
em tempo algum foi carnal, suas comparações falam, a partir de elementos humanos, das coisas
celestiais. Por essa razão não devemos deduzir que a ressurreição vá se dar de sorte a habilitar aos
homens o resgate de suas naturezas humanas, desfeitas pela morte na sepultura. Isso seria um
retrocesso, pois o espírito haveria de retornar a um corpo que recebeu a maldição divina; desgraça
registrada no livro de Gênesis, no capítulo 3:19 “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te
tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”. O infortúnio da
natureza humana encontra-se novamente declarado nas palavras do apóstolo Paulo, em sua primeira
epístola destinada aos Coríntios, no capítulo 15:50 “E, agora, digo isto, irmãos: que a carne e
sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção”. Sendo assim,
qual será a natureza que teremos quando ressuscitarmos? De forma alguma reaveremos nossos
corpos físicos, segundo poderíamos entender precipitadamente, a partir de uma leitura plana, do texto
encontrado no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 24:15 “Tendo esperança em Deus, como
estes mesmo também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, tanto dos justos como dos
injustos”. Não, de forma nenhuma, seria lastimável voltarmos a um corpo incapaz de ser
aperfeiçoado por decorrência do pecado que nele habita. Ponham atenção aos queixumes do apóstolo
Paulo atinentes ao corpo humano e suas fraquezas, em sua epístola destinada aos Romano, no
capítulo 7:24 “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a
Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus,
com a carne, à lei do pecado”.

CORPO RESSURETO

Na Bíblia fica evidente que o Nosso Senhor ressuscitou com o seu corpo biológico, ferido e
retalhado por decorrência do suplício de sua morte brutal. Quando o Mestre ressurgiu da sepultura,
não sarou suas feridas; poderia curá-las de imediato se desejasse, obvio quem tem poder para retomar
a vida, tratar suas chagas não representaria nenhuma dificuldade, ate porque Ele realizou essas obras
com incontáveis paralíticos, cegos, coxos, ressicados e doentes diversos. Retomou seu corpo
marcado pelo sofrimento físico para que seus discípulos o vissem como o haviam assistido padecer, e
a fé pudesse ser definida em seus corações, ao vê-lo ressurgido do reino da morte. Devemos nos
lembrar que os discípulos passavam por duras provações e cruéis perseguições após a morte do
Senhor Jesus na cruz. Uma certa feita, o Senhor chamou Tomé - porquanto Tomé havia duvidado de
sua ressurreição - e instou com ele para que lhe tocasse com o dedo nas chagas de seu corpo, isso
diante de todos os discípulos presentes, dando provas evidentes de que era realmente Ele, Jesus
Cristo, quem se manifesta, conforme podemos verificar pela leitura do evangelho segundo o apóstolo
João, no capítulo 20:27 “Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a
tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”. Adiante no tempo, o Senhor foi
elevado aos céus diante de uma grande nuvem de testemunhas com o seu corpo ressuscitado,
conforme podemos confirmar pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 1:9-11 “E,
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus
olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois
94

varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o
céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o
vistes ir”.

NATUREZA DO CORPO RESSUSCITADO

Devemos entender que o fato do Senhor recobrar o seu corpo entregue em holocausto por nós se
deve unicamente ao fato de ser esse corpo um testemunho vivo de sua obra de restauração do
homem. Todavia, a Sua verdadeira natureza excede, em limites não conhecidos do homem, a
aparência com a qual o Mestre se vestiu temporariamente. Atentem que o Nosso Senhor, quando
homem, era sem aparência alguma, conforme descreveu profeticamente Isaías no capítulo 53:2
“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem
formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos”. A
aparência, a estrutura natural de filho de homem deu lugar a glória que Ele sempre possuiu desde o
princípio, relatada claramente na epístola destinada aos Hebreus no capítulo 1:1-3 “Havendo Deus,
antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos,
nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
O qual, sendo o resplendor da sua gloria, e expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas
as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados,
assentou-se à destra da Majestade, nas alturas”. Notem bem que o Senhor é o “resplendor da glória
de Deus e a expressa imagem da sua pessoa” conforme se lê na carta acima mencionada. Por aqui
fixa evidente que entendermos que o Criador de todo o universo ressuscitasse para habitar num
tabernáculo semelhante aos que os filhos dos homens se prendem é não entender o verdadeiro
significado da eternidade nem reconhecer a extensão da majestade do Deus todo poderoso que
servimos. Ora isso, como Deus, sempiterno, e glorioso, se diminuirá tanto, a ponto de residir
definitivamente num corpo semelhante ao dos animais, quanto à forma física. Isto, se considerando
que o corpo transformado já não morreria nem estaria sujeito às leis físicas dessa dimensão material.
Nunca! Antes o Mestre no ensinou como se dará a transformação de nossos corpos, quando diz que
seremos semelhantes ao Senhor Jesus em sua majestade divinal. Sua promessa é a de construir para
nós um corpo completamente diferente desse que hoje nosso espírito veste, conforme se entende pela
leitura da epístola do apóstolo Paulo destinada aos Filipenses, no capítulo 3:21 “que transformará o
nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de
sujeitar também a si todas as coisas”. Aliás, quando Jesus Cristo apresentou-se diante de Paulo,
chamado Saulo até aquela ocasião, mostrou-se um pouco mais próximo de sua verdadeira natureza
excelso, derribando ao chão cavalos e cavaleiros, mostrando-se em forma de uma luz mais brilhante
do que o sol, conforme narrou o apóstolo Paulo e se encontra registrado no livro de Atos dos
apóstolos, no capítulo 26:13-15 “ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o
esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo. E, caindo nós todos por
terra, ouvi uma voz que me falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhoes. E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu
sou Jesus, a quem tu persegues”.

CONCLUSÃO

Após vencermos esse mundo, tomaremos posse de um novo corpo, imortal e glorioso, semelhante ao
corpo do Senhor Jesus Cristo. Podemos fazer essa afirmação com base na leitura da primeira epístola
do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 15:35 “Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os
95

mortos? E com que corpo virão? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não
morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de
trigo ou doutra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu
próprio corpo”. Novamente essa matéria é tratada com sabedoria divina, na mesma carta, no capítulo
15:40 “E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes, e outra, a dos
terrestres. Uma é a gloria do sol, e outra da lua, a glória das estrelas; porque uma estrela difere em
glória de outra estrela. Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção,
ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em
fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há
corpo animal, há também corpo espiritual”. Podendo ter certeza que a ressurreição afiançada pelo
nosso Senhor, ocorrerá nos facultando um corpo revestido de uma natureza completamente nova -
distinta da herança animal que ainda preservamos, como decorrência do castigo relativo à queda em
Adão - para queda, estamos buscando semelhança, ansiando adquirir as virtudes propostas no santo
evangelho. Certifiquem-se dessa revelação pela palavra do apóstolo Paulo em sua carta aos
Filipenses, no capítulo 3:21 “que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu
corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”. Haveremos,
portanto, de nos parecermos com o Mestre quando na sua manifestação de retorno, a buscar a sua
igreja, conforme encontramos referências na epístola do apóstolo Paulo dedicada aos Colossenses, no
capítulo 3:4 “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manietareis
com ele em glória”. Se alguma dúvida ainda permanece, concernente à natureza final dos filhos de
Deus; a ser recebida após a nossa morte física, essa incerteza pode ser desfeita pela leitura da
primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 15:42 “Assim também a ressurreição
dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção”. Finalizando, atentem
na beleza das palavras do mesmo apóstolo, em sua carta destinada aos Romanos, no capítulo 6:5
“Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos
na da sua ressurreição”. Isto é, receberemos como prêmio, uma natureza semelhante àquela que o
Senhor possui em sua glória. Com essas evidências escriturais, temos o consolo de saber que não
teremos de retornar para vivermos aprisionados em corpos humanos.
96

UNÇÃO

INTRODUÇÃO

Na doutrina do Senhor aprendemos, por intermédio do apóstolo Tiago, com referência à forma de
lidarmos com as doenças no corpo da igreja. Essas formas variadas de sofrimentos físicos são
resultados de ataques dos poderes de trevas. A rigor, todo o vastíssimo conjunto de doenças
existentes no planteta terra é administrado pelo inimigo de Deus, o qual recebeu direito de posse dos
reinos desse mundo bem como a propriedade da sua 40glória, conforme podemos tomar ciência pela
leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 4:5 “E o diabo, levando-o a um alto monte,
mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti
todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero”. Reparem
bem que desde tempos antigos o nosso inimigo vem impingindo no ser humano moléstias ruins
incontáveis e toda a sorte de sofrimento, tanto materiais quanto espirituais. Podemos confirmar isso
pela leitura do livro de Jó, no capítulo 2:4 “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó
de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça”. Leiam no primeiro livro de
Crônicas, no capítulo 21:1 “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a
Israel”. Novamente, no livro de Zacarias, no capítulo 3:1 “E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o
qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor”.

ORIGEM DAS DOENÇAS

Pelo que percebemos, o Senhor jamais coloca enfermidade no ser humano - obra de suas mãos -
muito menos ainda em seus filhos; sendo essa função funesta, atividade exclusiva do adversário. Por
decorrência disso, todas as enfermidades possuem uma origem imaterial, antes de se tornarem uma
questão medica ou sanitária; ocasião em que tomam corpo nos filhos dos homens. Indiscutivelmente,
é de conhecimento geral, os veículos, os agentes das doenças físicas e mentais são conhecedores da
ciência moderna, tais com vírus, bactéria e fungos; além de outros fatores tais com conflitos,
questões de ordem psicológicas, problemas mentais, estresses etc. o que se explica aqui são as
origens dessas hostes malignas - advindas do príncipes das trevas - desconhecidas por completo da
área de saúde, as quais tomam ocasião contra nós, pelo conhecimento que possuem de certas leis
celestiais que regem a vida, para produzir sofrimento nos homens.

CONCLUSÃO

Entendendo isso, compreenderemos também porque razão o apóstolo Tiago salienta que se entre a
irmandade alguém, poderia chamar os presbíteros da igreja, os quais, orando, ungiriam o enfermo
com azeite para que a sua saúde pudesse ser recobrada. O apóstolo ainda acrescenta ser necessário
que confessássemos as nossas culpas uns aos outros para sermos sarados de nossas enfermidades,
conforme podemos testificar pela leitura da epístola do Tiago, capítulo 5:14 “Está alguém entre vós
doente? Chame os prebísteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do
Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e se houver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas aos outros e orai uns pelos outros, para que
sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Observem nesse capítulo que a
medicina humana - enquanto um conjunto de conhecimentos relativos à manutenção da saúde, bem
como à prevenção, tratamento e cura das doenças, traumatismos e afecções - não é apta a explicar o

40
Glória nesse sentido refere-se aos requintes dos prazeres em suas mais variadas formas.
97

milagre da cura através de procedimentos tão singelos como oração e unção. Entretanto, são de
grande eficácia esses procedimentos celestes, pois encontram amparo no Senhor Jesus Cristo, que
tomou todas as nossas enfermidades sobre si mesmo; conforme se lê no evangelho segundo Mateus,
no capítulo 8:17 “para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou
sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças”. Novamente encontramos na primeira
epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 2:24 “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados
sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas
feridas fostes sarados”. Naturalmente que as enfermidades espirituais foram saradas em definitivo
pelo sacrifício da cruz, entretanto, temos o direito de receber também a cura de nossas moléstias
físicas. O único requisito é, que tenhamos fé e estejamos com o coração completamente limpo;
tenhamos paz com nosso próximo, irmãos e familiares.
98

ORIGEM DE NOSSOS MALES

INTRODUÇÃO

No princípio, quando Deus criou os seres inteligentes em sua glória, dotou-os com o direito de
escolha, tanto no plano dos pensamentos quanto no plano dos atos. Com isso, pela suprema e
irrevogável decisão tomada por Deus de estabelecer o livre arbítrio e infundi-lo nas consciências de
seus filhos, o Senhor confiou-lhes uma gigantesca responsabilidade, o peso da liberdade, provendo
neles assim uma marca de caráter eterna, que os tornou espontâneo desde o início de sua criação.
Esse foi o recurso empregado pelo Pai eterno para facultar a cada ser inteligente o sublime direito de
preferências. Nesse ponto se assenta um grande segredo da criação, pois o Senhor, embora deseje ser
amado da parte daqueles que formou, não quer que esse amor seja resultado de uma imposição, não
aceita que esse afeto seja mera consequência de sua autoridade suprema. Poderia Ele, se assim
desejasse, considerando-se a Sua onipotência, criar um amor incondicional dentro dos corações dos
anjos e não permitir outro sentimento, que não o amor divinal, emanasse deles. Todavia, percebemos
claramente no comportamento do nosso Pai eterno, a intenção de que esse sentimento terno de
afeição seja fruto de escolha individual, que essa faculdade de sentimentos ocorra como efeito da
vontade pessoal.

ESTUDO DE CASOS BÍBLICOS

Para entendimento dessa verdade basta observamos com atenção a maneira pela qual o Senhor
estabeleceu o Seu relacionamento com Adão, no Éden, logo no princípio da criação desse mundo
físico. De que maneira o Senhor Deus determinou que ele não comesse da árvore da ciência do bem
e do mal, sem colocar impedimento algum entre Adão e os frutos daquela árvore alegórica, senão
unicamente uma ordem expressa. O único obstáculo real a proibição feita pelo Senhor a qual
asseverava o castigo da morte como resultado da desobediência. Leiam essa história, narrada no livro
de Gênesis, no capítulo 2:16 “mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque,
no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Tomando um outro exemplo, atentem bem
para a relação que Deus estabeleceu com Abraão, com quem fez um concerto eterno, referência à
futura igreja de Cristo, prometendo-lhe abençoar a sua descendência. Notem no aparente, absurdo do
pedido do Senhor, o qual exigiu em sacrifício de holocausto o único filho de Abraão, gerado por
promessa no ventre de Sara, uma mulher de noventa anos. Quão grande deveria ser o amor no
coração de Abraão pelo seu filho, esperado por tantos anos e tão almejado a ponto de ser prometido
por um anjo. Pelos padrões humanos, seria inaceitável esse pedido. A princípio, essa ordem deveria
ser rechaçada como improcedente e sem nexo, a não ser que existisse no coração de Abraão um amor
por Deus maior do que o amor que ele nutria pelo seu filho Isaque. E, notem bem, não bastava isso,
era requerido não somente um enorme amor por Deus, mas, adicionalmente, associado a esse
sentimento, era vital uma confiança, Abraão até as montanhas de Moriá, onde deveria imolar o seu
filho com as próprias mãos. Está escrito que Abraão foi até as últimas consequências, a Bíblia relata
que somente quando ele já levantava o cutelo para 41sacrificar o seu único filho é que houve uma
intervenção divina para impedir sua oferta solene. Nessa altura, ele escutou um brado do céu
impedindo-o de consumar a morte do menino. Confirmem essa obra pela leitura do livro de Gênesis,
no capítulo 22:15 “Então, o Anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e

41
Para Deus é como se o ato tivesse se consumado. Ou seja, o amor do homem de Deus extrapolou todas as fronteiras do
amor humano.
99

disse: Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho,
o teu único, que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as
estrelas dos céus e como a areias que estão na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos
seus inimigos. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à
minha voz”. Aqui é muito importante nos lembrar que os povos daquele tempo tinham por hábito
sacrificar seus filhos sobre as rochas queimando-os com fogo, visando aplacar uma suposta ira dos
seus deuses sanguinários ou, meramente, buscando alcançar bênçãos materiais variadas. No livro do
profeta Jeremias, há uma denúncia do próprio Senhor contra essa prática, narrada no capítulo 19:5
“Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos em holocausto a Baal; o que
nunca lhes ordenei, nem falei, nem subiu ao meu coração”. Também, no livro do profeta Ezequiel,
encontramos essa indignação expressa do Senhor, no capítulo 23:37 “Porque adulteraram, e sangue
se acha nas suas mãos; com os seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que de mim geraram,
fizeram passar pelo fogo, para os consumirem”. Esses crimes hediondos, praticados normalmente
contra virgens e crianças indefesas, eram sempre levados ofertando-se vítimas humildes, filhos de
escravos, nunca filhos de sacerdotes, tampouco dos reis. Antes, eram eles, os principais do povo
juntamente com os sacerdotes, que desfilhavam as famílias menos abastadas, para alimentarem com
sangue, o ritual de suas religiões macabras. Essas liturgias não eram nem de longe, resultado de uma
opção de sacrifício voluntario, como foi o de Abraão. Eram crimes, praticados sem autorização dos
pais nem das pessoas sacrificadas. Foi nesse contexto, nesse mundo contaminado e conturbado, que
Deus mostrou ao nosso inimigo a capacidade, a envergadura, a grandeza do amor que existia no
coração de Abraão, tornando-o capaz de renunciar livremente ao seu filho amado em favor de seu
enorme amor por Deus. Ainda que Abraão cresse que o Senhor poderia recuperá-lo da morte, pois
que ele declarou ao moço que o acompanhava que tomaria com o seu filho conforme lemos no livro
de Gênesis, no capítulo 25:5 “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumentinho, e eu e
o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós”. Continuando em nosso exercício de
compreensão do livre arbítrio nos deparamos com outro momento de manifestação da liberdade
individual, quanto a um moço da instituição do 42ministério de Profetas. O Senhor, ao se dirigir pela
primeira vez a Samuel, ainda moço novo, chamou-lhe pelo nome por três vezes, todavia, Samuel, por
não conhecer ainda a voz do Senhor, não lhe respondeu, antes, sempre ia ter com Eli, lhe
perguntando porque ele o havia chamado. Somente da quarta vez que Deus o chamou, ocasião na
qual Samuel devidamente instruído pelo sacerdote Eli, que estava disposto a escutar o Senhor.
Unicamente depois dessa disposição voluntaria, foi que o Senhor lhe anunciou o futuro, revelando-
lhe seus propósitos de castigar Eli, por razão das abominações que seus filhos praticavam e ele,
sendo sacerdote, e conhecedor de todas aquelas transgressões, não tomava nenhuma providência. Por
que causa o Senhor não revelou todo o seu projeto acerca da casa de Eli logo de início a Samuel,
tendo lhe chamado pelo nome por quatro vezes? A resposta é simples. Por que falava a Samuel
voluntariamente dizer que estaria disposto a ouvir a voz do Senhor na condição de servo. Leiam com
atenção no primeiro livro de Samuel, no capítulo 1:10 “Então, veio o Senhor, e ali esteve, e chamou
como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve”. Ainda
atentos, em busca da compreensão do livre arbítrios, analisemos a forma da escolha executada por
Deus para ministério de profeta, recaída sobre o servo de Deus Isaías. Essa passagem está narrada
para nossa compreensão da natureza do relacionamento que Deus mantém com os seus filhos, e pode
ser observada quando um Serafim se apresenta ao profeta Isaías e lhe purifica os lábios com uma
brasa viva. Em seguida, após sua iniquidade ter sido tirada e seu coração haver sido purificado do
pecado, o Senhor lhe experimenta o desejo espiritual indagando-lhe qual pessoa poderia ser enviada
42
Muito embora os profetas existissem antes de Samuel, com ele foi instituído uma hierarquia, um sacerdócio de
profetas, ungidos para esse ministério.
100

da parte de Deus a casa de Israel? Confirmem a deliberação do profeta em aceitar a missão divina
lendo o capítulo de 6:8 do livro de Isaías “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem
enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim”. Finalizando,
resgatando apenas alguns, dos muitos exemplos contidos nas Escrituras Sagradas, deparamo-nos com
o nosso mestre Jesus Cristo, mostrando a liberdade de escolha que marca o Seu relacionamento com
seus discípulos, quando, certa ocasião, expunha a sua doutrina. Àquela época, muitos dos seus
discípulos começaram a retirar-se descontentes com o teor da pregação que escutavam. Observando
isso, o mestre experimentou seus seguidores dando-lhes a liberdade de renunciarem a vocação
sacerdotal da qual os estava revestindo, indagando-lhes se desejavam a liberdade de renunciarem a
vocação sacerdotal da qual estavam revestidos, indagando-lhes se desejavam desistir da carreira
ministerial, à semelhança de outros que haviam se retirado, abandonando o compromisso com o
reino. Atentem nessa passagem, narrada no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 6:65 “E
dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido.
Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. Então, disse
Jesus aos doze: Quereis vós também retira-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para
quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.

IMPORTÂNCIA DE NOSSA ESCOLHA

Entendemos, portanto, a grande importância que Deus atribui a liberdade que depende somente da
escolha, mesmo a despeito do fato desse direito ter custado tão caro aos anjos e a humanidade. Um
fato inconteste é que o Senhor não aceita nada forçado! João Batista já atestava que, se Deus
quisesse, faria as pedras se levantarem e, sem direito de opção contraria, glorificariam o Seu santo
nome. Confirmem essa verdade pela leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 3:8 (Mateus
3:9) “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos
Abraão por pai, porque vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão”.
Novamente notem as palavras segundo o evangelho de Lucas, no capítulo 19:38 “dizendo: Bendito o
Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas! E disseram-lhe dentre a multidão
alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos. E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos
que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão”.

Confiram, pois, as declarações que testificam que liberdade é destaque importante, um traço forte na
personalidade do Senhor e uma marca que acompanha toda a sua obra de redenção.

1) Romanos 8:21 “na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da
corrupção, para a liberdade da gloria dos filhos de Deus”.
2) II Coríntios 3:17 “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, ai há
liberdade”.
3) Gálatas 2:4 “E, isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente
entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em
servidão”.
4) Gálatas 5:1 “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a
meter-vos debaixo do jugo da servidão”.
5) Gálatas 5:13 “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da
liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade”.
101

6) Tiago 1:25 “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso
persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este será bem-aventurado no
seu feito”.
7) Tiago 2:12 “Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”.
8) João 8:36 “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, serei livre”.

QUEDA DOS ANJOS

Posto isso, entendemos que a despeito da grandeza que a liberdade inteligente proporciona aos filhos
de Deus, infelizmente, essa mesma faculdade divina tornou-se um privilégio, por intermédio do qual,
muitos 43anjos fizeram naufrágio no relacionamento com o Deus bendito. Isto é, pela grande abertura
que a prerrogativa do livre arbítrio estabelece, deu-se que, por ela, nem todos os Anjos souberam
manter-se fiel ao bem e a Verdade Suprema. Entretanto, mesmo alcançando-se a compreensão do
direito de escolha estabelecido por Deus, levanta-se um duvida atroz: onde começou tudo isso? De
onde nos adveio tantas pelejas, males e problemas se Deus é bom e seu intento é sempre amoroso e
pacifico? A resposta encontra-se, como sempre, nas Escrituras Sagradas e, paradoxalmente, as
explicações mais detalhadas no tocante a essa matéria encontram-se no último livro, em apocalipse.
Nesse livro, selado para ser plenamente aberto pelo sacrifício de Jesus, e repleto de símbolos
espirituais e figuras comparativas, encontramos a justificação final para a grande guerra espiritual na
qual toda a humanidade encontra-se imersa. Para adquirirmos compreensão da origem de nossos
males, tomemos em lembrança o fato do Senhor ter criado um reino, uma nova forma de ciência,
uma nova e desconcertante arma, denominada ciência do bem e do mal, o mal em separado de
Deus. Essa verdade é escritural e encontra-se revelada no livro do profeta Isaías, no capítulo 45:7
“Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas”.
A compreensão da natureza desse mal, referida pelo profeta Isaías, pode ser completada pela leitura
do livro de Gênesis, onde nos deparamos com Senhor proibindo terminantemente a Adão de comer
da árvore do conhecimento do bem e do mal, por intermédio de onde a morte entrou na terra.
Recordemos a ordem: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. O mal, sem duvida ,
adentrou no mundo pela via do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal. Arvores plantadas
por Deus no Éden, sentido figurado, mas criação do Senhor, dando forma concreta à declaração feita
por Deus, no ministério do profeta Isaías, que diz: “e crio o mal”. Por quais razões fez Deus uma
obra tão contraditória e tenebrosa, criando Ele mesmo o mal? A resposta é que foi feito dessa forma
para que os anjos pudessem, juntamente com o exercício de livre arbítrio, se deliciarem no enorme
prazer existente no bem, ao perceberem a terrível dimensão do mal e se verem, a si mesmo, imersos
na glória eterna, revestidos das luzes do bem. É, comparativamente falando, como alguém que
sentisse uma forte dor e, após um período de tempo, tivesse a sua intensa dor cessada por intermédio
de uma medicação eficaz. Imediatamente após o fim da dor, surge o prazer de não sentir mais aquela
sensação desagradável. Isso torna o sentimento de saúde mais agradável e faz perceptível o deleite de
não se ter o sofrimento como sensação constante. Foi esse sentimento de euforia que encheu o
coração dos Anjos leais a Deus ao optarem por não se aproximarem dessa fonte de saber
contaminada, exercitando positivamente o livre arbítrio. Com essa decisão, tomaram um potente
anestésico para a dor que sentiram, provocada pela ausência de Deus vislumbrada nas portas desse
reino até então desconhecido. Esses Anjos de bem, ao conhecerem os contornos da ciência misturada
de bem e de mal sofreram bastante por entenderem que essa ciência era um profundo abismo, um

43
Aqui nesse texto anjo não se refere a nenhuma hierarquia especial
102

ambiente de trevas e ausência do amor celeste e se tornara em perigo real no Céu, por possuir fortes
atrativos para os Anjos, embora sejam indescritíveis as nossas compreensões humanas. Por um
tempo, não mensurável em anos, algo nos espaços celestiais transformara-se em circunstancia que
prenunciava algum mal a ser evitado. Já, por outro lado, contrapondo aos anjos sinceros, Lúcifer, o
dragão, viu nessa ciência a sua grande oportunidade, pois que, embora esse ambiente o afastasse do
amor de Deus o aproximaria de um novo poder de uma nova forma de conhecimento e domínio,
tornando-o senhor de um novo tipo de reino. Foi precisamente a sua escolha por esse mal que o
tornou em monstro abominável e príncipe das trevas.

FRAGILIDADE

Ora, os anjos, independentemente de suas hierarquias celestiais, foram criados perfeitos para serem
anjos e apresentando falhas somente quando comparados com os poderes superiores do céu: Pai,
Filho e Espírito Santo. Ou seja, se cada um dos seres celestiais se mantivessem fieis aos seus
principados nunca teriam experimentado sofrimento ou queda alguma e estariam todos em pleno
gozo dos bens sublimes da glória. Essa verdade está atestada no livro do profeta Ezequiel, no
capítulo 28:15 “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em foste criado, até que se achou
iniquidade em ti”. O que ocorreu no céu foi que um dos Querubins de Deus, um anjo em honra e do
alto escalão celeste, viu na ciência do bem e do mal, o mal criado por Deus, uma forma de se
agigantar ainda mais, galgar espaços mais altos do que aqueles que se lhes havia sido franqueado
pela providencia divina, conforme profetizou Isaías, no capítulo 14:2 “Como caíste do céu, ó estrela
da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no
teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte
da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens
e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo”.
Novamente, no capítulo 14:13 “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas
de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do
Norte”. Vejam que esse Anjo, alegoricamente referenciado como rei da Babilônia nesse capítulo, não
é outro senão Satanás, o qual é tratado de diferentes formas na Bíblia, com o objetivo pedagógico de
nos mostrar a sua natureza contaminada. Uma outra vez leiam com atenção o livro do profeta
Ezequiel, observem como o Senhor descreve figurativamente a queda de Satanás, comparando-o com
rei de Tiro, no capítulo 28:12 “Filho do homem levanta um lamentação sobre o rei de Tiro e dize-
lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da mediada, cheio de sabedoria e perfeito em
formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura: a
sardônica, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o
ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram
preparados. Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus
estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em
que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comercio, se encheu o
teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profano, fora do monte de Deus e te farei
perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante
dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu
comercio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a
ti, e te tornarei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te veem. Todos os que te conhecem
entre os povos estão espantados de ti, em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para
103

sempre”. Cientifiquem que ele é cognominado de “querubim ungido”, título exclusivo das criaturas
celestes.

REVELAÇÕES FINAIS

No livro de Apocalipse encontramos o relato de uma grande guerra ocorrida nos céus, quando um
dos Anjos, um grande dragão vermelho, em rebelião contra Deus, se levanta em batalha e arrasta
alguns anjos para fora da presença de Deus. Leiam abaixo essa passagem narrada em Apocalipse, no
capítulo 12:3 “E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete
cabeças e dez chifres e sobre as cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte
das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à
luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. E deu à luz um filho, um varão que há de reger
todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. E a
mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada
durante mil duzentos e sessenta dias”. Esse dragão, novamente nomeando Satanás, possuía a sua cor
vermelha o símbolo da rebelião, da guerra, e a sua cauda representa a Ciência do bem e do Mal, da
qual ele lançou mão para se achar maior, para ensoberbecendo-se, elevar-se acima de todos os
demais seus pares, chamados de estrelas de Deus. Esse anjo foi vencido na primeira guerra
conduzida pelo arcanjo Miguel e seus anjos, companheiros fieis a Deus. Entretanto, embora tenha
sido subjugado e expulso dos espaços celestiais, trouxe consigo aquela ciência, o poder danoso,
figurativamente denominado cauda, no livro de Apocalipse. Esse nome advém do fato dessa ciência
não fazer parte da proposta original com os anjos, foi uma espécie de acréscimo, de apêndice e,
exatamente por isso, por ter sido acrescentada ao final da construção espiritual que Deus havia
realizado, foi chamada de 44cauda. Essa atitude animalizou completamente a sua essência e
contaminou a muitos anjos, seus simpatizantes, arrastando-os para fora das moradas eternas. Essa
decadência está figurativamente descrita na queda das estrelas do céu, lançadas em terra pela cauda
do dragão e narrado no livro de Apocalipse, acima citada. Podemos encontrar referências desse
castigo merecido, lendo a epístola do apóstolo Judas, no capítulo 1:6 “e aos anjos que não
guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em
prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”. Em outro ponto das escrituras, a um homem
dedicado ao Senhor, lhe foi revelado da parte de Deus acerca dos acontecimentos futuros,
envolvendo uma guerra espiritual, novamente provocada pelo sistemático opositor do bem, o dragão
há pouco mencionado. Esse homem é o profeta Daniel, o qual descreve, inspirado pelo Espírito
Santo, a soberba, o espírito rebelde e cruel do nosso inimigo e de como o astuto adversário eliminaria
o continuo sacrifício, instituído por Deus à casa de Israel. Esse sacrifício perene encontra-se descrito
no livro de Êxodo (vide Números 28:3) no capítulo 29:42 “Este será o holocausto continuo por
vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante o senhor, onde vos encontrarei para
falar contigo ali”. Atentem as palavras de Daniel, e de como ele faz menção dessa matéria, descritas
no capítulo 8:10 “E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das estrelas
deitou à terra e os pisou. E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o
continuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra. E o exército lhe foi entregue,
com sacrifício continuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra; fez isso e
prosperou”.

44
Segundo ao dicionário Aurélio, Prolongamento posterior, mais ou menos comprido, do corpo de alguns animais; rabo.
104

QUEDA DOS HOMENS

À semelhança de um ministro que perdeu o ministério, Satanás foi retirado de seu posto e teve
cassado os direitos especiais dos quais era portador. Foi privado de sua dignidade e despojado de sua
excelsa beleza, sofrendo a perda total das virtudes celestiais que vestia, referenciadas como pedras
preciosas no livro de Ezequiel, as quais cobriam a sua natureza espiritual. Confiram isso lendo o
livro de Apocalipse, no capítulo 12:7 “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam
contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu
lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e
Satanás, que engana todo o mundo; e ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados
com ele”. Assim, derribado, rebaixado e sem a grande honra que possuía no céu, esse anjo foi
plantado no Jardim do Éden com o nome figurativo de “Árvore de Ciência do Bem e do Mal”,
exatamente por causa de sua opção em lançar meio desse mal criado por Deus, quando ainda
habitava no céu. Deus o plantou lá no Éden para que ele concluísse todo o seu intento, para que
exercitasse plenamente a sua liberdade e, adicionalmente, peneirasse a nova criatura, recém
empossada no jardim que Deus havia criado na região do oriente. Era necessário, pelas leis celestiais
que regem o mundo material e imaterial, que Satanás enchesse toda a sua medida do mal e fosse
condenado com justiça e retidão. Concomitante, ele exercitaria nos homens o direito de escolha, a
persistente liberdade imposta pelo Senhor a suas criaturas de sorte a obrigá-las a optar entre o bem e
o mal.

AMADURECIMENTO NO BEM E NO MAL

Tanto a medida do bem quanto a medida do mal precisam ser completadas no espírito de cada
criatura de Deus. Isto é, os bons precisam se tornar puros o suficiente para poderem morar na nova
Jerusalém, edificada por Deus para habitação dos salvos. E, por outro lado, os sujos, necessitam se
sujarem o suficiente, a fim de serem condenados sem direito a recursos. Notem que o Senhor deixou
registrada essa lei em algumas passagens bíblicas, em certos livros nos deparamos com uma proposta
de medida a ser completada, conforme se pode verificar abaixo:

1) Gêneses 15:16 “E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos
amorreus não está ainda cheia”.
2) Mateus 23:32 “Enchei-vós, pois, a medida de vossos pais”.
3) Lucas 6:38 “Daí, e ser-vos-á dado; boa mediada, recalcada, sacudida e transbordando vos
darão; porque com a mesma mediada com que medirdes vos mediarão de novo”.
4) 1 Tessalonicense 2:16 “E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim
de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao
fim”.
5) Apocalipse 22:11 “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se anda; e
quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda”.

DECADÊNCIA DE SATANÁS E DOS HOMENS

Novamente o Senhor deixaria que sua criação inteligente seguisse o curso da escolha entre o bem e
mal, não mais permitindo, entretanto, que a guerra prosseguisse nos espaços superiores dos céus. A
peleja foi trazida para esse mundo material, sendo o espírito do homem criado para ser incrustado
105

dentro de um corpo biológico, físico, dentro do qual seria tentado e experimentado por aquele que já
havia tentado os anjos de Deus. Furiosamente na esfera celestial. Com bastante astucia, o Diabo, a
antiga serpente do Éden, cometeu o seu primeiro crime nesse mundo material, tirando a vida
espiritual de Eva e, em seguida matando também Adão. Daí em diante nunca mais cessou de
assassinar homens, maculando definitivamente a sua natureza, já completamente adulterada no
afastamento do céu. Esse ser abominável se consagrou como matador de homens e fonte de toda a
mentira e imundícia. Contudo, mesmo a despeito do fato dele ser um anjo caído, infelizmente ainda
conserva a sua inteligência e poder maligno e, sabendo que devera ir a juízo por todas as suas
violações e pela multidão de seus delitos, alimenta um ódio animalesco contra Deus e todos seus
filhos. Relembrem que o inimigo confessou o tormento que sente com a presença de nosso Senhor
Jesus e do pânico que o invade pelo pressentimento do ajuste de contas celestial que ocorrera no
tempo do Senhor. Por essa razão os espíritos de trevas tremiam diante do nosso mestre, conforme se
pode verificar pelos versículos abaixo:

1) Mateus 8:29 “E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus?
Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?”
2) Marcos 1:24 “Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste aqui destruir-nos? Bem sei
quem és: o Santo de Deus”.
3) Marcos 5:7 “E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus
Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes”.
4) Lucas 4:34 “dizendo: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Viste a destruir-nos?
Bem sei quem és: o Santo de Deus”.
5) Lucas 8:28 “E, quando viu a Jesus, prostou-se diante dele, exclamando e dizendo com alta
voz: que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes”.

FRUTO DO MAL

Porque a serpente não ceifou sumariamente a existência de Adão como vingança contra Deus? Por
qual razão não matou fisicamente todo um rodeio, que conhecemos pelas escrituras, levou-a
intencionalmente a optar pelo mal; pois conhecemos que após o pecado o corpo biológico dela
voltou a tornar pó? Se afinal ele possui tanto ódio, e temos ciência de que de fato possui, qual é lei
que o obrigou a provocar um mau desejo em Adão e Eva, por intermédio do qual conseguiu seu
intento e não os liquidou como um matador contumaz, haja vista o seu poder de guerra? A resposta é
que o livre arbítrio, quando exercitado para obedecermos a Deus, concede-nos uma poderosíssima
proteção especial. Torna a criatura de Deus imbatível. Contrapondo-se a obediência, percebemos que
a desobediência nos retira essa bendita proteção divina, tornando-nos alvos fáceis de ser atingido.
Observem como o povo de Deus, no passado perdia a proteção celeste por desobediência. Vejam
com atenção algumas passagens que retratam essa verdade, abaixo enumeradas.

1) Números, capítulo 14:40 “E levantaram-se pela manhã de madrugada e subiram ao cume do


monte, dizendo: Eis-no aqui e subiremos ao lugar que o Senhor tem dito, porquanto havemos
pecado. Mas Moises disse? Por que quebrantais o mandamento do Senhor? Por isso não
prosperará. Não subais, pois o Senhor não estará no meio de vós, para que não sejais feridos
diante dos vossos inimigos”.
2) Deuteronômio 23:9 “Quando o exercito sair contra os teus inimigos, então, te guardarás de
toda coisa má. Quando entre ti houver alguém que, por algum acidente de noite, não estiver
limpo, sairá do exercito; não entrará no meio do exercito”.
106

3) Deuteronômio 28:25 “O Senhor te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho
sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás diante deles, e serás espalhado por todos os
reinos da terra”.
4) Josué, capítulo 7:12 “Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus
inimigos; viraram as coisas diante dos seus inimigos, porquanto estão amaldiçoados; não
serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós”.
5) Juízes 2:14 “Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e os deu na Mao dos
roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor; e não
puderam mais estar em pé diante dos seus inimigos”.
6) I Samuel 4:2 “E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha, para sair de encontro a
Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, porque feriram na
batalha, no campo, uns quatro mil homens. E, tornando o povo ao arraial, disseram os
anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor, hoje, diante dos filisteus?”
7) I Samuel 12:10 “E clamaram ao Senhor e disseram: Pecamos, pois deixamos o Senhor e
servimos aos baalins e astarotes; agora, pois, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te
serviremos”.

CONCLUSÃO

Concluímos que o direito de escolha permeou toda a forma de relacionamento entre o homem e seu
Criador. O Senhor já havia advertido gravemente a Adão dos riscos que a ciência do bem e do mal
significava para a sua própria vida e para a sua amizade com Ele. Já o havia feito entender dos riscos
mortais existentes na filosofia, nas palavras venenosas que fluíam da boca da serpente, o diabo.
Contudo o Senhor manteve definitivamente a mesma regra de liberdade, preservando integralmente o
livre arbítrio em sua nova criatura. Confiram como o Senhor descreve a abordagem que esse anjo,
Satanás, a antiga serpente, fez a Eva, procurando inocular, a semelhança de uma víbora, o veneno
mortal de sua doutrina nela. Notem como, mentindo, a serpente induz em Eva um sentimento de
orgulho, se soberba, arrazoando que Deus não desejava q ue ela conhecesse as coisas com a
profundidade, as quais somente Ele conhecia, argumentando com ela que Deus desejava manter uma
reserva de domínio de conhecimentos pessoais, como que por ciúme, garantindo-lhe que não
morreria. Confirmam essa afirmação lendo o livro de Gênesis, no capítulo 3:4 “Então, a serpente
disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se
abrirão os vossos olhos e serei como Deus, sabendo o bem e o mal”. Com essa blasfêmia, o inimigo
levou Eva à loucura de comer do fruto daquela arvore proibida. Ou seja, ao dialogar com aquele anjo
caído, Eva acabou aprendendo a sua ciência, e esse conjunto de conhecimento misturados que ela
recebeu, abriu-lhe os olhos para o mal, contaminando-a, exatamente conforme satanás se contaminou
ao lançar mão dessa mesma ciência no passado, corrompendo parte dos anjos no céu.
107

PECADO

INTRODUÇÃO

Pecado é toda transgressão à lei de Deus, seja por conduta, pensamento ou palavra. As sagradas
escrituras utilizam vários termos para designá-lo, tais como, desobediência, transgressão, iniquidade,
mal, maldade, malignidade, perversidade, rebelião, rebeldia, engano, injustiça, erro, falta, impiedade,
concupiscência, depravidade, depravação. O pecado possui diferentes graus de severidade, segundo
um conjunto de variáveis que o provocam, tais como intenção, circunstancia, estrutura espiritual de
quem o pratica, estado de consciência do erro, etc. Deus, sendo onisciente, sabe aquilatar cada
transgressão, numa justa medida, jamais se equivocando em seu juízo.

CONDUTA COM PECADORES

O ministério da igreja deve procurar de todas as formas ser intolerante com o pecado, não com o
pecador, não admitindo o pecado reinar na igreja, em hipótese alguma. Quem transgredir as leis
divinais, seja do ministério ou não, deverá ser repreendido segundo o grau de seu erro, sempre no
amor de Cristo, nosso Senhor. Se o pecado praticado ferir, açular gravemente o testemunho de quem
o realizou e, se esse mesmo, for do ministério, por exemplo, deverá perder o direto de exercer o seu
ministério na igreja. Sempre devemos estar prontos a afugentar de nosso meio o pecado e suas
mazelas malignas, seja pela palavra da doutrina, seja pela palavra do conselho. Entretanto, não
podemos enxotar juntamente o pecador; não expulsar de nosso meio o decaído na fé, jamais. Tão
somente o repreendermos no amor, de sorte a que outros não o acompanhem, para que não entendam
que a gravidade de errar é atitude de pouca importância. Atentem ao que ensinou o apóstolo Paulo
acerca da conduta com os que pecarem, em sua primeira epístola a Timóteo, no capítulo 5:20 “Aos
que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor”.
Todavia, não devemos destratar a nenhum irmão em decorrência de seus erros, pois essas atitudes
seriam reprováveis ante a face de nosso Pai e, em nada, correspondem à conduta ministerial proposta
pelo Mestre.

CONSCIÊNCIA DO PECADO

Desde tempos remotos o Senhor vêm mostrando que existe uma relação direta entre a consciência do
erro e a punição consequente merecida, conforme podemos constatar em Jonas, no capítulo 4:11 “e
não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil
homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos
animais?”. Outra vez percebemos essa verdade nas palavras do Senhor, relatas no evangelho
segundo Lucas, capítulo 13:47 “E o servo que soube a vontade do seu Senhor, e não se aprontou,
nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que não soube e fez
coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado”. Essa é a razão pela qual o apóstolo
João explica que se pecarmos, não por vontade, mas por fraqueza, pecado que não seja para a morte,
humilhando-nos, alcançaremos misericórdia da parte de Deus pai. O Apóstolo João descreveu essa
benevolência do Senhor para com os homens, em sua primeira epístola, no capítulo 2:1 “Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado
para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. A absolvição está posta diante dos homens pela interseção
benéfica de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
108

GRAVIDADE MERECIDA

Tendo a ideia clara disso, do amor e da misericórdia infinita de Deus, convém examinarmos com
mais acuidade essa matéria, cuja significância afeta a vida de todos os seres humanos,
particularmente a dos fieis a Deus; para não formarmos em nós mesmos juízo temerário. Como fruto
desse exame podemos averiguar que, na relação do homem com Deus, a dimensão da consciência
adquire contornos bastante refinados, a ponto do Apóstolo Tiago dizer em sua epístola, no capítulo
4:17 “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado”. Interpreta a palavra pecado em
sua acepção ampla, podendo significar de uma transgressão pequena até condenação eterna; torna-se
vital investigar certos pontos doutrinários que envolvem essa matéria, á luz das escrituras sagradas.
Não devemos, sob pena de sermos reprovados por Deus, entender, a pratica da bondade do Senhor,
que poderemos sair impunes de todos os nossos pecados. Há um preço associado á cada transgressão,
segundo nosso grau de responsabilidade e conhecimento.

PECADOS MORTAIS

Com a escritura adiante, fica notória a existência de pecados que provocam a morte 45espiritual,
aniquilando o relacionamento do crente com Deus. O apóstolo João descreve com clareza essa
verdade em sua primeira epístola, no capítulo 5:16 “Se alguém vir seu irmão cometer pecado que
não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para a morte. Há pecado
para a morte, e por esse não digo que ore. Toda iniquidade é pecado, e há pecado que não é para a
morte”. Fazer agravo ao Espírito Santo, desonrado ao Espírito da Graça é crime celestial, sem
remissão, conforme se pode ler em Mateus 12:32 “Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho
do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso
perdoado, nem neste mundo nem no povir”. Da mesma forma, o pecado voluntario cometido pelos
que conheceram a verdade é, em si mesmo, uma condenação, conforme se lê na epístola ao hebreus,
no capítulo 10:26 “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento
da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e
ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moises, morre sem
misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo, cuidais vós
será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do
testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça”. Ora, se existem pecados
que geram morte, não convém, absolutamente, alardearmos que essas mesmas iniquidades não sejam
tão graves. Há quem argumente erroneamente que a fornicação e o adultério não provocam a morte
espiritual do crente, ensinando que esses pecados são facilmente reparados pela igreja. Não nos
deixemos enganar; observem que na epístola destinada aos Gálatas, o apóstolo Paulo mostrou que as
obras da carne impedem ao crente ter acesso ao reino dos céus, conforme se lê no capítulo 5:19:
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios,
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos
disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”.

45
Pecados mortais são aqueles que promoverão o afastamento em definitivo do convívio com o Senhor para quem os
tiver abraçado em seu coração.
109

RELAÇÃO DE PECADOS MORTAIS

1) Abominações (práticas de atos detestáveis por Deus)

1.1) Devassidão (desregramento de conduta, prostituição de valores)

1.2) Adultério (relação sexual fora do casamento por parte de casados)

1.3) Fornicação(relação sexual fora do casamento por parte dos solteiro)

1.4) Homossexualidade (relativo à afinidade, atração e/ou comportamento sexuais entre


indivíduos do mesmo sexo)

1.5) Lascívia (luxuria, libertinagem, sensualidade)

1.6) Impurezas (qualquer sorte de palavra ou ato capaz de manchar o espírito do homem)

1.7) Prostituição

1.8) Sodomia (união sexual ilícita)

2) Avareza (excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação)


3) Bebedices (uso de bebidas alcoólicas em demasia e de forma compulsiva)
4) Blasfêmia contra o espírito Santo (desonra a natureza santa e pura do Espírito de Deus)
5) Divergência no corpo de Cristo.

5.1) Dissensões (não combinar; estar em desarmonia)

5.2) Emulações (competição, rivalidade, concorrência)

5.3) Heresias (prática de doutrina contraria a que foi definido pelo Senhor Jesus)

5.4) Porfias (discussão ou contenda de palavras; polemica, competição, rivalidade; disputa)

5.5) Pelejas( briga, contenda, desavença)

5.6) Maledicência (difamação, murmuração, ladrado, maldizer)

5.7) Inimizade (falta de amizade; aversão, malquerença).

6) Glutonaria (comer muito e com avidez)


7) Homicídio (crime contra a vida humana, assassínio)
8) Idolatria (culto prestado a ídolos)
9) Feitiçaria (forma de Magia, Adivinha, Agouro, encantamento, Necromancia)
10) Incredulidade (descrença, falta de fé, ateísmo)
11) Inveja (desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem, desejo violento de possuir o
bem alheio)
12) Ira (cólera, raiva, indignação, desejo de vingança)
13) Mentira (habito de mentir, engano, impostura, fraude, falsidade)
14) Roubo
15) Timidez (acanhamento de assumir posição publica em favor doutrina do Senhor).
110

PERDÃO DIVINO

Quanto ao perdão, sem duvida alguma, o Senhor Deus é misericordioso e longânime, podendo
absolver a quem desejar, da mesma forma que, no passado, deu mostras dessa generosidade,
desculpando a tantos e tantas vezes. A parábola do filho prodigo retrata de forma clara a indulgencia
do nosso Pai eterno, perdoando ao filho que, por rebeldia, se desfez de seus dons espirituais se
entremetendo com meretrizes e se alimentando das baixezas do pecado, simbolicamente chamadas
“bolotas de porcos”. Atentem esse ato divino de amor pela leitura do evangelho segundo Lucas, no
capítulo 15:16 “E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai,
dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois,
o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda,
vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e
começou a padecer necessidade. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o
mandou para os seu campos a apascentar porcos. E desejava encher o seu estomago com as bolotas
que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de
meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e
dir-lhe-ei: Pai, pequei contra os céus e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-
me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ai estava longe,
viu-o seu pai, e se moveu de intima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. E
o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na
mão e sandálias nos seus pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos,
porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a
alegrar-se”.

A bem verdade, os únicos pecados sem perdão, descritos nas sagradas escrituras são: blasfêmia
contra o Espírito Santo (Mateus 12) e o pecado voluntario, levado a efeito com consciência e
conhecimento espiritual (Hebreus 6:4;10:26). Todos os demais podem, em princípio, ser perdoados
aos homens; mesmo os que são para a morte. Entretanto, encontramos alertas do alto risco dessas
violações à doutrina de Cristo, em passagens como exposta na epístola aos Hebreus 12:16 “E
ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de
primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a benção, foi rejeitado,
porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou”. Percebemos que
o apóstolo Paulo chama atenção para o fato da tentativa frustrada de arrependimento, da parte de
Esaú.

PARTICIPAÇÃO HUMANA

O pecado é sempre acompanhado da participação do homem, frequentemente, devido as suas


46
concupiscência carnais. A fornicação e o adultério são dois exemplos de pecados geradores de
morte, conforme se pode entender pela exposição do apóstolo Tiago, no capítulo 1:14 “Mas cada um
é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a
concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte”.
Adiante, no capítulo quatro, o apóstolo mostra a forma explicita a exatidão dessa doutrina, dando a
conhecer qual o tipo de morte ocorre, derivada desses erros espirituais, conforme se pode confirmar

46
Desejo intenso de bens ou gozos matérias
111

em Tiago 4:4 “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra
Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. As
propostas de santidade do Senhor Jesus são tão serias que a leitura do capítulo cinco do evangelho
segundo Mateus dispensa comentários adicionais, examine em Mateus 5:28 “Eu, porém, vos digo
que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela.
Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor
que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno”.

CONCLUSÃO

Concluindo, vejamos que o apóstolo Paulo identifica uma relação de pecados que impedem ao
homem de entrar no reino dos céus. Ora, essas falhas são tão graves que aniquilam a salvação em
seus praticantes, conforme se lê na primeira epístola aos Coríntios 6:10 “Não erreis: nem os
devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões,
nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de
Deus”. Também no livro de Apocalipse podemos encontrar elencado um rol adicional de pecados
que separam em definitivo o homem da cidade prometida, conforme se lê no capítulo 21:8 “Mas,
quanto aos tímidos e aos incrédulos, e as abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores , e aos
feiticeiros, e aos idolatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e
enxofre, o que é a segunda morte”. No capítulo 22:15 “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os
que se prostituem, e os homicidas, e os idolatras, e qualquer que ama e comete a mentira”. Por essa
exposição se pode ver que qualquer homem que se achar manchado no dia do juízo, encontrando-se
na condição de devasso ou idolatra ou adúltero ou efeminado ou sodomita ou ladrão, ou avarento ou
bêbado ou maldizente ou cão ou feiticeiro ou mentiroso ou fornicador não entrará no repouso do
Senhor. Quem tem prazer na pratica dessas infâmias nunca verá a face do nosso senhor, pois
pagamento do pecado é a condenação, conforme se pode ler em Romanos 6:23 “porque o salário do
pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, Nosso Senhor”.
112

INFERNO E CONDENAÇÃO

INTRODUÇÃO

Inferno é um lugar onde habitam espíritos em estado de castigo, sendo uma dimensão de angustias e
afastamento de Deus. Esse local é composto de cadeias espirituais onde estão em tormentos os anjos
caídos, e para onde vão todos os homens que terminarem a existência terrena contaminados com
pecados graves. Observem e testifiquem que lá estão também os demônios, conforme testifica a
segunda epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 2:4 “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que
pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou as cadeias da escuridão, ficando
reservados para o Juízo”. Tomem ciência que os homens condenáveis são, de fato, lançados nesse
ambiente terrível conforme faz saber o evangelho segundo Mateus, no capítulo 5:22 “Eu, porém, vos
digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer
que chamar a seu irmão de raça será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu
do fogo do inferno”. Revejam essa mesma sentença, pronunciada no mesmo evangelho, no capítulo
25:46 “E irão estes pra o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna”.

DURAÇÃO DO INFERNO

O inferno, muito embora seja malíssimo, não é eterno, não substituindo, portanto, após o juízo final.
O local definitivo de castigo, a cadeia que durará para sempre é denominada de “lago de enxofre”.
Nesse ambiente horripilante- dimensão de trevas espirituais densas e fogos devoradores, de onde
nunca mais se vislumbrará nenhuma luz bendita de Deus- serão lançados todos os condenados
juntamente com a besta, o falso profeta e o diabo. Até a morte e o próprio inferno serão lançados
nesse lugar de tormentas espirituais, conforme podemos certificar pela leitura do livro de apocalipse,
no capítulo 20:14 “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Essa é a segunda morte”.
Notem a destinação final determinada pelas profecias do livro de apocalipse no capítulo 19:20 “E a
besta foi presa e, com ela, o falso profeta que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que
receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente
lago de fogo e de enxofre”. Ainda no capítulo 20:10 “E o diabo, que os enganava, foi lançado no
lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados
para todo o sempre”. Novamente no capítulo 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idolatras e a todos os
mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.

QUANDO?

Uma pergunta que se levanta naturalmente dessa matéria é: quando os homens vão para o paraíso ou
para o inferno? A resposta é muito objetiva e simples. O homem, ao terminar a sua existência
terrena, ira para o descanso ou para a cadeia espiritual; isso tão logo quanto morra. Após a morte
estarão os homens reunidos em dois destinos distintos e profundamente distanciados. De um lado,
estarão os fies, que tiverem praticado a justiça da Palavra de Deus, os quais serão conduzidos a
lugares de descanso em Deus, chamado Paraíso. Do outro lado, triste sina, estarão os que se
contaminaram, que mancharam suas vestes, os quais serão arrastados ao inferno. Para essa
modalidade de morte, que é a separação do convívio com Deus, a pena é a distancia dos deleites
proporcionados pelo Pai das luzes, levando-se uma existência lamentável, em ambientes de penúrias
113

e angustias profundas. Para que não fique duvida sobre essa verdade, atentem que a Bíblia afirma
existirem mortos no inferno antes do acerto de contas divinal, conforme se entende pela leitura do
livro de Apocalipse, no capítulo 20:13 “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno
deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras”. Certa feita o
Mestre disse uma parábola que descreve a destinação humana dependendo da vida eu se levou, logo
após a morte, quando discorria sobre o rico e Lázaro, conforme se pode verificar no evangelho
segundo Lucas, no capítulo 16:21 “E desejava alimentar-se com as migalhas que caiam da mesa do
rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu e foi
levado pelo anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. E, no Hades,
ergueu os olhos, estando em um tormento, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. E,
clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a
ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”. Notem as
figuras que nosso Mestre utilizou acerca de Lázaro: “o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para
o seio de Abraão”, Referindo-se ao rico disse: “foi sepultado. E, no Hades, ergueu os olhos, estando
em tormentos”. Caso ainda persista alguma indagação, confiram que o habitante de Sodoma e
Gomorra estão no inferno desde a suas mortes, sofrendo a pena do fogo eterno, conforme se entende
pela leitura da epístola do apóstolo Judas, no capítulo 1:6 “e aos anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão em prisões eternas até o
juízo daquele grande Dia; assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que,
havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, forma postar por exemplo, sofrendo a
pena do fogo eterno”.
114

REENCARNAÇÃO

INTRODUÇÃO

A morte sempre trouxe sofrimento ao homem, o afastamento em definitivo do convívio familiar de


alguém que se ama, sempre foi um grande obstáculo à aceitação humana da cessação da vida. Numa
tentativa de se explicar o sofrimento, a morte e o nascimento, muitos povos do passado
estabeleceram dogmas de fé e aperfeiçoaram doutrinas assentando suas bases sobre a ideia de
reencarnação. A bem da verdade, a justificativa de se retornar várias vezes a terra, num círculo de
vidas e mortes, com vistas ao auto aperfeiçoamento parece lógico. Além disso, pelo prisma das
doutrinas que apregoam a reencarnação, o sofrimento presente é mero fruto de vidas pregressas, as
quais teriam sido conduzidas de forma indevida, refletindo castigos físicos na última existência
terrena, em forma de doenças, desastres e desgraças inumeráveis.

CONTRADIÇOES FACE AS ESCRITURAS

O Senhor Jesus é o único nome dado aos homens para que possamos, por intermédio Dele,
chegarmos até a Deus. Ele, o Senhor Jesus Cristo, foi o único que subiu ao primeiro céu, ao trono de
Deus, de onde, na verdade, saiu para se fazer homem como nós e nos reconciliar com o Pai eterno;
conforme podemos certificar pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 3:13
“Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que esta no céu”. Outra
vez, no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 14:6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e
a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Entendido isso, que não existe outro
salvador, outro remidor do ser humano, vamos saber que as doutrinas que professam a reencarnação
ensinam que os homens poderão se salvar pela via do auto-aperfeiçoamento, contradizendo a verdade
escritural, a qual nos confirma Jesus como único caminho de aproximação com Deus.

ARGUMENTOS CONTRADITÓRIOS

CASTIGOS VIDA APÓS VIDA

A Palavra de Deus declara que o homem morre somente uma vez - eliminando em definitivo a
hipótese de muitas vidas e muitas mortes- conforme lemos na epístola aos Hebreus, no capítulo 9:27
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”. Por essa
explicação, fica bem esclarecido que não existem bases legitimas para sustentar o ensinamento da
reencarnação, até porque essa filosofia fere uma ordem divina. Notem que esse assunto já havia sido
profetizado no Antigo Testamento, conforme podemos confirmar pela leitura do livro de Jó, no
capítulo 7:9 “Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura nunca tornará a
subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá”. Diga- se a propósito
que, ao atentarmos no teor das mensagens contidas nas Sagradas Escrituras, vamos encontrar uma
serie de passagens que contrariam categoricamente a crença em reencarnação, bem como em seus
castigos correlacionados, arrastados de uma a outras existência. Notem o dialogo travado entre o
Senhor Jesus e seus discípulos, quando se depararam com um homem cego de nascença, conforme
lemos no evangelho segundo João 9:1 “E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os
seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse
cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele
115

as obras de Deus”. Ora, eis aqui outro ponto de forte contradição dessa forma de doutrina. Para
melhor entendimento desse assunto, ponham atenção na explicação clássica das doutrinas que
professam a reencarnação, as quais afirmam serem as nossas doenças congênitas- nascidas com os
indivíduos- nascidas com os indivíduos- decorrentes de pecados praticados em vidas pregressas. No
entanto, contradizendo esse raciocínio, Jesus Cristo disse abertamente que o fato daquele homem ter
nascido cego não era consequência de nenhum pecado que ele tivesse cometido em outras vidas, nem
tampouco era culpa de pecados praticados pelos seus 47pais.

ELIAS E JOÃO BATISTA

Outra argumentação sustentada a favor da reencarnação refere-se à passagem escritural a qual afirma
que João Batista era Elias que havia reencarnado, conforme encontramos escrito no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 17:11 (Marcos 9:13) “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade
Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o
conheceram, mas fizeram-lhe, tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do
Homem. Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista”. De inicio, seja dito de
passagem, que no caso de Elias ter assumido um corpo humano na pessoa de João Batista, ele teria
simplesmente encarnado e não reencarnado, posto que Elias não provou a morte, sendo arrebatado
vivo aos céus, conforme narrado no segundo livro dos Reis, no capítulo 2:11 “E sucedeu que, indo
eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e
Elias subiu ao céu num redemoinho”. Outro ponto a se considerar é que durante a transfiguração,
mudança gloriosa da aparência de Jesus ocorrida na presença de três discípulos, apresentaram-se
diante deles Elias e Moises. Ora, um dos pilares da teoria evolucionista da reencarnação apoia a
certeza de que o ultimo nascimento de um homem corresponde ao seu ultimo grau espiritual
alcançado. Seguindo essa linha de raciocínio, vamos encontrar uma nova contradição dessa doutrina
com a Palavra de Deus, pois deveria ser João Batista quem deveria ter se manifestado no monte e
não Elias, visto que João Batista veio depois de Elias.

NICODEMOS

Argumenta também que Jesus tenha testificado da reencarnação, quando disse a um certo judeu que
ele precisava nascer novamente, para herdar o reino de Deus.

Segundo as Sagradas Escrituras, uma ocasião um homem Fariseu, príncipe e membro do Sinédrio,
procurou Jesus à noite reconhecendo que Ele, Jesus, era vindo de Deus, pelos sinais que realizava.
Durante o dialogo que se estabeleceu, o Senhor disse a Nicodemos ser necessário a ele nascer de
novo para se salvar. O Mestre referia-se ao nascer de novo pela Palavra de Deus, nascer da água da
palavra, água apta a purificar os corações e promover o nascimento para Deus.

NASCER ESPIRITUAL

Atentem bem que o apóstolo Tiago mostrou o significado de nascer novamente de que falava o
Mestre, explicando como ser gerado outra vez, pela palavra da verdade, em sua epístola, no capítulo

47
Deuteronômio 24:16 “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filho, pelos pais; cada qual morrerá pelo seu pecado.”
116

1:18 “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos
como que primícias das suas criaturas”. Vejam o apóstolo Pedro ensinando o significado desse novo
nascimento em sua epístola universal, no capítulo I Pedro 1:23 “tendo renascido, não de semente
corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece”. Também o
apóstolo João falou sobre essa forma de nascimento segundo Deus, em seu evangelho, no capítulo
1:12-13: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se
tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do varão, mas de Deus”. Também o apóstolo Paulo, deu ciência que aqueles que estão no
Senhor nascem novamente, são novas criaturas para viverem com Deus. Confiram essa afirmação em
sua segunda epístola destinada aos Coríntios, no capítulo 5:17 “Pelo que, se alguém está em Cristo,
nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

LAVAGEM PELAS ÁGUAS

No tocante a purificação promovida pelas águas da palavra de Deus, pode-se tomar conhecimento
dessa significação, pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 15:3 “Vós já
estais limpos pela palavra que vos tenho falado”. Novamente encontramos a explicação do poder de
lavagem, de limpeza, promovido pela palavra de Deus lendo a epístola do apóstolo Paulo destinada
aos Efésios, no capítulo 5:26 “a fim de santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela
palavra”. Ainda mais uma vez vamos nos deparar com o apóstolo Paulo ensinando a cerca da
propriedade de limpeza contida na palavra da Vida, em sua epístola destinada a Tito, no capítulo 3:5
“não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos
salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito santo, que ele derramou
abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, Nosso Senhor”.

MENSAGEM CIFRADA A NICODEMOS

Nicodemos não entendeu, no principio, a fala do Senhor e, argumentando, replicou-o dizendo: pode
um homem tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Diante dessa resposta Jesus disse: não
Nicodemos, não se trata de nascer novamente num corpo biológico porque, se isso fosse possível,
você seria um homem exatamente como é agora: carnal. O Senhor, continuando, explicou a ele
sobre o nascer para Deus, por fé, nas águas da doutrina eterna. Esse nascer espiritual faculta o direito
de crescimento, não na estatura física, como ocorre com as crianças quando nascem, mas sim nas
qualidades eternais, melhorando sua essência eterna pelo recebimento do Espírito Santo em seu
coração. Resumindo, a mensagem era que Nicodemos necessitava de se lavar nas águas da Palavra
de Deus e voltar ao ventre, a madre da mulher “igreja”, sendo imerso nas águas do batismo, para
receber o perdão dos seus pecados e, a partir dessa decisão iniciar o processo de amadurecimento, de
crescimento, segundo o desejo de Deus. Esse dialogo se encontra narrado no Evangelho segundo o
apóstolo João, no capítulo 3:3 “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um
homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus
respondeu. Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não
pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te maravilhes de ter dito: necessário vos é nascer de novo”.
117

NULIFICAÇÃO DOS SACRIFICIO DE JESUS

O pensamento desviado da verdade bíblica, segundo o qual os homens são aptos ao auto
aperfeiçoamento, anula o sacrifico 48vicário do Senhor que nos remiu do pecado e da pena eterna.
Ora, se fosse correto entender que os homens acabariam se salvando sozinhos, o Nosso Senhor Jesus
teria morrido em vão, tendo consumado uma obra desnecessária. Não nos enganemos, se não formos
justificados no sangue do sacrifício do Mestre, nunca alcançaremos a vida eterna, conforme deu
testemunho o próprio Senhor, narrado no evangelho segundo João, no capítulo 14:6 “Disse-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Nosso Deus
eterno sujeitou, dando domínio total sobre todas as criaturas nos céus e na terra, ao seu filho Jesus
Cristo. Ele é, portanto, o centro de todas as bênçãos e aperfeiçoamento humano, sem o qual nada do
que existe se fez. Atentem nisso pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo1:3
“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Outra vez, leiam a
primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 15:27 “Porque todas as coisas
sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que
se excetua aquele que sujeitou todas as coisas”. Ainda outra vez, na epístola do apóstolo Paulo aos
Efésios, no capítulo 1:22 “E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu
como cabeça da igreja”. Uma última vez, na epístola aos Hebreus, no capítulo 2:8 “Todas as coisas
lhe sujeitastes debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não
esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas”.

SINAIS PARTICULARES

GERAÇÃO SOBRE-HUMANA

O único ser humano que foi gerado pelo Espírito Santo foi Jesus Cristo, o qual nasceu de uma
mulher virgem. Por conseguinte, Maria foi mãe do corpo físico de Jesus, todavia, José, não tendo
participação alguma em sua geração biológica, nunca foi de fato seu pai. Por esse motivo, nunca
encontramos referencia que Jesus Cristo houvesse chamado a José de pai. Seu verdadeiro pai é o
Deus sempiterno, em cuja pessoa sempre revelou uma intimidade absoluta e conhecimento eternais,
conforme podemos confirmar pela leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 10:22 “Tudo por
meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pais
senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Outra vez, evangelho segundo João, no
capítulo 5:26 “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida
em si mesmo”. Ainda outra vez, no evangelho segundo João, no capítulo 5:37 “E o Pai, que me
enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouviste a sua voz, nem viestes o seu parecer”.
Novamente, no evangelho segundo João, no capítulo 10:30 “Eu e o Pai somos um”.

SINAIS REALIZADOS

Outra marca inigualável da procedência celestial de Nosso Senhor Jesus é o fato dele realizar tantos
sinais como nenhum outro jamais fez debaixo do sol; sarando doentes, curando atormentados,
expulsando demônios, devolvendo a vista aos cegos, ressuscitando mortos e convertendo os corações
dos pecadores a Deus. Seja dito para a gloria de Deus, que nenhum espírito pode ressuscitar mortos

48
Feito por Jesus em nosso favor.
118

ou curar cegos de nascença senão somente o Senhor. Dando provas disso às palavras contidas no
evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 9:32 “Desde o principio do mundo, nunca se ouviu
que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença”. Outra vez, no mesmo evangelho, no capítulo
10:21 “Diziam outros: Estas palavras não são de um endemoniado; pode, porventura, um demônio
abrir os olhos aos cegos?”. Encontramos, entre tantos outros, o momento em que um discípulo,
enterrado havia quatro dias, foi ressuscitado pela palavra do Mestre, conforme se encontra narrada no
evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 11:39 “Disse Jesus: tirai a pedra. Marta. Irma do
defunto, disse-lhe: senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe Jesus: não te hei dito
que, se creres, veras a gloria de Deus? Tiraram, pois a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o
céu, disse: Pais, graças te dou, por me haverdes ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu
disse isso por causa de vós: Lázaro, vem para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés
ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o-ir”.

PODER SOBRE A MORTE

E, por último, o nosso Senhor foi o único que doou a sua vida para nos salvar, tornando a tomar a sua
vida da mão da morte. Ninguém, jamais realizou obra como essa, testificada entre outras partes, no
livro de Atos dos apóstolos, no capítulo 22 “Varões israelitas, escutai estas palavras: a Jesus
Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele
fez no meio de vós, como vós mesmo bem sabeis; a este que foi entregue pelo determinado conselho
e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injusto; ao qual
Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela”.
Novamente, no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 10:18 “Por isso, o Pai me ama,
porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a
dou; tenho poder para dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai”.
Ainda outra vez, no evangelho segundo Mateus, no capítulo 28:6 (Lucas 24:6) “ele não está aqui,
porque já ressuscitou como tinha dito”.

CONCLUSÃO

Finalizando, Ele, o Senhor Jesus, é quem tem a vida eterna, o perdão de Deus outorgado aos homens,
e em nenhum outro poderemos encontrar virtudes tão excelentes, sendo uma blasfêmia afirmarmos
nossa salvação como resultado de um processo pessoal. Com certeza, todos morremos em Adão, não
obstante, a nossa vida está escondida em Jesus, conforme podemos verificar pela leitura da epístola
do apóstolo Paulo aos Colossense, no capítulo 3:3 “porque já estais mortos, e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus”. Por tudo isso, bem aventurados são todos os que aceitam a
aproximação com Deus pela intervenção benigna de Jesus, pois os tais alcançarão a vida, conforme
podemos ver no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 10:28 “e dou-lhe a vida eterna, e
nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos”.
119

INVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS

INTRODUÇÃO

Os homens buscaram exaustivamente explicações que os ajudassem a formar uma concepção


aceitável dos males da vida, bem como os auxiliassem a formular teorias que os habilitassem a
perceber, de forma razoável, os grandes enigmas que envolvem a morte física do corpo humano. Na
tentativa de compreender esses ministérios existenciais, no anseio de pôr fim ao maior pesadelo da
humanidade, alguns povos terminaram adorando os astros do céu e foram achados curvados em
presença de fenômenos da natureza e, até mesmo, se viram venerando certos animais, tido até hoje
como sagrados na cultura de algumas nações. Esse foi o lamentável resultado que essa investigação
sem bases espirituais legítimas produziu no espírito dos homens. É muito triste legado do filho do
temos ao desconhecido, associado a uma visão equivocada da essência de Deus. É o preço que se
paga quando se pretende entender a vontade de Deus sem o entendimento de sua santa Palavra- a
Bíblia Sagrada, a saber - de onde emanam todas as informações necessárias para que os homens
possam se aproximar do bendito Pai das luzes eternas. Obviamente muitos não tiveram acesso ao
maravilhoso conteúdo doutrinários da bíblia e, por isso mesmo, não puderam alcançar a ciência que
emana das sagradas letras; donde se deduz que essas tais pessoas não podem ser julgadas como nós,
a quem nos foi franqueado o acesso ao santo Evangelho. Contudo, mesmo a despeito do fato de
sabermos disso, de que muitos não conhecem a Palavra de Deus, não devemos nos esquecer que
nenhum benefício adveio àqueles que recorriam a expedientes marginais de adoração para saciar a
sede da eternidade. Antes, pelo contrário, lamentavelmente o que obtiveram foi uma deformação em
suas escalas de valores, estabelecendo-se até mesmo cultos sacrificais seguidos de holocaustos
humanos e coisas semelhantes a essas, as quais por si mesmas mostram sua verdadeira origem.

HISTÓRIA

Deus exortava aos judeus pelo ministério dos profetas, desde tempos remotos, acerca do grave erro
que representa a tentativa de se instituir comunicação com os mortos, proibindo a prática de
necromancia, feitiçaria, encantamentos, magia, adivinhação, bruxaria e, naturalmente, invocação de
pessoas falecidas. Por intermédio do Pentateuco, Deus recomendou expressamente a Israel a que se
abstivesse de consultar espíritos de adivinhação, conforme se entende pela leitura do livro de Êxodo,
no capítulo 22:18 “A feiticeira não deixarás viver”. À frente, deparamo-nos igualmente com a lei
acerca dessa matéria, no livro de Deuteronômio, no capítulo 18:10 “Entre ti se não achará quem faça
passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,
nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante,
nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao
Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante de ti”. Outra vez
poderemos averiguar essa interdição no livro de Levítico, no capítulo 19:31 “Não vos virareis para
os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor,
vosso Deus”. Nesse mesmo livro poderemos notar a sentença decretada para os adivinhadores,
descrita abertamente no capítulo 20:27 “Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um
espírito adivinho ou for encantador, certamente morrerão; com pedras se apedrejarão; o seu
sangue é sobre eles”. Amados, tenham o cuidado de perceber o grau de severidade desses crimes
espirituais, ao atentar que o Senhor prometeu erradicar do meio de seu povo quem se desse ao
exercício dessas transgressões, conforme se constata no livro de Levítico, no capítulo 20:6 “Quando
uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a
120

minha face contra aquela alma e a extirparei do meio do seu povo”. Está registrada novamente essa
proibição no quinto livro da Bíblia, Deuteronômio no capítulo 18:14 “Porque estas nações, que hás
de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porem a ti o Senhor, teu Deus, não
permitiu tal coisa”. Vamos novamente encontrar a reprovação dessas práticas religiosas no Segundo
livro dos Reis, no capítulo 17:17 “Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e
deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos olhos
do Senhor, para o provocarem à ira. Pelo que o Senhor muito se indignou contra Israel e os tirou de
diante da sua face; nada mais ficou, senão a tribo de Judá”. No mesmo livro, no capítulo 21:6 “E
até fez passar a seu filho pelo fogo e adivinhava pelas nuvens, e era agoureiro, e instituiu adivinhos
e feiticeiros, e prosseguiu em fazer mal aos olhos do Senhor, para o provocar a ira”. Uma vez
mais, lemos o adjetivo que nomeia esses hábitos, no mesmo livro, no capítulo 23:24 “E também os
adivinhos e os feiticeiros, e os terafins e os ídolos, e todas as abominações que se viam na terra de
Judá e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar as palavras da lei, que estavam escritas no
livro que o sacerdote Hilquias achara na Casa do Senhor”. Observem que quando o ministério dos
profetas era o único canal estabelecido por Deus para se comunicar com Israel, o Senhor continuava
a admoestá-los a se afastarem das consultas a pessoas mortas sob ameaças de maldição. Essa é uma
verdade facilmente constatável pela leitura do livro do profeta Isaías, no capítulo 8:19 “Quando vos
disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre
dentes; -não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À lei e
ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”.

ORIGEM DOS PROBLEMAS

Por qual razão o Senhor coibiu essas práticas? Ele as vetou as seu povo por serem caminhos de
engano, por expressarem vozes malignas, por serem o operador de espíritos de trevas, e não vozes de
espíritos de luz ou vozes de mortos. Existem relatos nas escrituras sagradas que mostram claramente
as interferências de espíritos de falsidade e de mentira falando na boca dos homens. A título de
exemplo lembramo-nos de que quando o Senhor determinou o mal a Acabe, por decorrência de seus
maus caminhos, a estratégia de se castigá-lo foi induzi-lo a destruição pelas palavras proferidas por
um espírito de mentira. Atentem no que se encontra descrito no segundo livro de Crônicas, no
capítulo 18:19 “E disse o Senhor: Quem persuadirá a Acabe, rei de Israel, a que suba e caia em
Ramote-Gileade? Disse mais: Um diz desta maneira, e outro diz de outra. Então, saiu um espírito, e
se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o persuadirei. E o Senhor lhe disse: Com quê? E ele lhe
disse? Eu sairei e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E disse o Senhor:
Tu o persuadirás e também prevalecerás; sai e faze-o assim”. Leiam o que se encontra escrito no
livro de Juízes, no capítulo 9:23 “enviou Deus um mau espírito entre Abimeleque e os cidadãos de
Siquém; e os cidadãos de Siquém se houveram aleivosamente contra Abimeleque”. Confiram o que
se encontra escrito no primeiro livro de Samuel, no capítulo 16:14 “E o Espírito do Senhor se retirou
de Saul, e o assombrava um espírito do mau, da parte do Senhor”. Examinem o que se encontra
escrito no segundo livro de Reis, no capítulo 19:7 “Eis que meterei nele um espírito e ele ouvirá um
ruído e voltará para a sua terra; à espada o farei cair na sua terra”. Analisem o que se encontra
escrito no livro de Jó, no capítulo 4:15 “Então, um espírito passou por diante de mim; fez-me
arrepiar os cabelos da minha carne”. Observem o que se encontra escrito no livro de Isaías, no
capítulo 19:14 “O Senhor derramou no meio deles um perverso espírito; e eles fizeram errar o
Egito com toda a sua obra, como o bêbedo quando se revolve no seu vômito”. Vejam o que se
encontra escrito no livro de Oséias, no capítulo 4:12 “O meu povo consulta a sua madeira, e a sua
121

vara lhe responde, porque o espírito de luxuria os engana, e eles se corrompem, apartando-se da
sujeição do seu Deus.” Não é de se admirar que esses espíritos tenham dialogado com o Senhor, pois
até a vinda de Jesus Cristo, Satanás ainda se apresentava perante o Senhor. Certifiquem-se disso na
leitura do livro de Jó, no capítulo 1:6 “E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se
perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então, o Senhor disse a Satanás: De onde vens?
E Satanás respondeu ao Senhor e disse: De rodear a terá e passear por ela”. Se tomarmos bastante
atenção, vamos nos deparar com o próprio Belzebu, príncipe do reino da escuridade, tentando
enganar o Senhor Jesus Cristo, buscando, com trapaças, como é de sua natureza, desviá-lo de realizar
o seu sacrifício por nós. Apliquem atenção nas palavras que esse embusteiro dirigiu ao mestre
falando pela boca do apóstolo Pedro, narrada no evangelho segundo Mateus, no capítulo 16:21
“Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer
muitos dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao
terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem
compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para
trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de
Deus, mas só as que são dos homens”. Analisando outras evidência dessa verdade, podemos notar
que numa certa feita, o apóstolo Paulo, revestido do Espírito de Deus, discerniu o caráter de um
espírito de adivinhação, o qual falava na boca de uma jovem, quando estavam em Filipos, na cidade
da Macedônia, atestando que eles eram servos do Deus Altíssimo. Ora, as palavras pronunciadas por
aquela mulher eram verdadeiras e deveriam de imediato alegrar aqueles homens de Deus. Entretanto,
Paulo se perturbou com aquelas declarações, não por não serem verdadeiras e sim, por procederem
de espíritos descaídos, de espírito de adivinhação, os quais, com aquele testemunho público,
objetivavam cria uma falsa aparência de suas verdadeiras índoles diante dos olhos dos homens. É a
velha astúcia de Satanás, que com a sua ciência de bem e de mal, mistura verdade com mentiras, com
o intuito de seduzir os homens à sua doutrina. Esse espírito, adivinhando as coisas pela boca daquela
mulher, estabelecia uma forma de sustento de certos cidadãos daquela localidade, os quais a tinham
por oráculo de Deus e enfureceram-se contra Paulo por tê-lo expulsado daquela jovem. Esse episódio
encontra-se descrito em Atos dos apóstolos, no capítulo 16:16 “E aconteceu que, indo nós à oração,
nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava
grande lucros aos seus Senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Este homens,
que nos anunciam o caminho da salvação, são servos de Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos
dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que
sais dela. E, na mesma hora, saiu”. Em outras ocasiões o santo apóstolo deparou-se com espírito
enganadores, os quais manifestando-se em algumas pessoas trapaceavam verdade com mentira,
conforme podemos verificar pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:6 “E,
havendo atravessado a ilha até pafos, acharam um certo judeu, mágico, falso profeta, chamado
Barjesus”. Outra vez, no livro de Atos dos apóstolos, no capítulo 13:8 “Mas resistia-lhes Elimas, o
encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul.
Todavia, Saulo, que também se chama Paulo, cheio do espírito Santo e fixando os olhos neles, disse:
Ó filho do diabo, cheio de todo engano e de toda a malícia, inimigo de toda justiça, não cessarás
de perturbar os retos caminhos do Senhor?”.
122

IDENTIFICANDO OS ESPÍRITOS

Os espíritos maus estão em todas as partes, são mensageiros de satanás, que como um leão, procura
nos devorar, conforme podemos confirmar pela leitura da primeira epístola universal do apóstolo
Pedro, no capítulo 5:8 “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. Entendendo esse perigo, devemos manter a
cautela com os espíritos enganadores, os quais, mentindo, ensinam enganos aos homens, conforme
podemos ler na primeira epístola do apóstolo João, no capítulo 4:1 “Amados, não creiais em todo
espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado
no mundo”. Todo servo de Deus deve estar atento para não ser iludido com doutrinas falsas, as quais
os homens, influenciados pelo príncipe das trevas, promovem na sociedade, conforme percebemos
pela leitura da epístola do apóstolo Paulo aos Efésios, no capítulo 4:14 “para que não sejamos mais
meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que,
com astucia, enganam fraudulosamente”. Eia novamente o santo apóstolo alertando novamente a
respeito desses espíritos enganosos em sua primeira epístola a Timóteo, no capítulo 4:1 “Mas o
Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a
espíritos enganadores e a doutrinas de demônios”.

Por tudo isso, por esses motivos reais, havemos de nos prevenir contra espíritos que alardeiam
conhecimento, luz divina, e negam a Jesus como unigênito filho de Deus, que se fez carne para nos
salvar. Esses tais espíritos são operadores de maldições, os quais bem podem ser discernidos pela
leitura da primeira epístola do apóstolo João, no capítulo 4:2 “Nisto conhecereis o Espírito de Deus:
todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não
confessa que Jesus Cristo veio da carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual
já ouviste que há de vir, e eis que está já no mundo”.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que invocar qualquer espírito- seja de adivinhação, familiar, agoureiro, feiticeiro,
encantador, mágico ou de morto- constitui uma transgressão grave aos mandamentos da lei de Deus,
implicando em sérios enganos e prejuízos de toda a ordem na vida daqueles que assim procedem.
Uma praga péssima de Deus está lançada sobre aqueles que se dão às praticas desses delitos
espirituais, para os quais a Bíblia mostra a condenação na figura da feitiçaria. Os recém convertidos
que se davam a prática de feitiçarias, entendendo o malefício desses poderes descaídos dos céus,
destruíam qualquer lembrança e livros que se reportassem a esses maus espíritos, conforme podemos
verifica pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 19:19 “Também muitos dos que
seguiam artes de mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a
conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de parta”. Aqui é importante
esclarecer o significado da palavra feitiçaria. Segundo o dicionário bíblico, “trata-se de uma ciência
oculta relacionada com a crença em poderes sobre-humanos. Por meio de certos atos e palavras e
com ajuda de espíritos e demônios, a feitiçaria pretende conhecer o futuro, encontra ajuda para os
problemas da vida e realizar coisas fora do comum. Nos tempos bíblicos a magia incluía
adivinhação, agouro, astrologia, encantamento, exorcismo, magia, necromancia, sonho e visão”.
Uma vez interpretada espiritualmente a palavra feitiçaria, atentem ao que diz o apóstolo Paulo sobre
essa matéria, em sua epístola destina aos Gálatas, no capítulo 5:20 “Porque as obras da carne são
manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias,
emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas
123

semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais
coisas não herdarão o Reino de Deus”. Leiam no livro de Apocalipse, no capítulo 18:23 “e luz de
candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus
mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas
feitiçarias”. Outra vez, no livro de Apocalipse, no capítulo 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idolatras
e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde fogo e enxofre o que é a segunda
morte”. Ainda uma última vez, no livro de Apocalipse, no capítulo 22:15 “Ficarão de fora os cães e
os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras e qualquer que ama e comete a
mentira”. Como se percebe bem, o grande infortúnio das pessoas que se entremetem com essas
castas de espíritos é serem impedidas de entrarem no reino de Deus.
124

MISSÃO DE MARIA

INTRODUÇÃO

Maria foi uma mulher santa, levando uma vida casta e integra diante de Deus, alcançando grande
graça ante os olhos do Senhor, por isso sendo escolhida para a missão de receber em seu ventre o
corpo físico de Cristo; nomeado Jesus a mandando do anjo Gabriel. Muito embora Maria tenha sido
uma mulher de vida pura e tenha se mantido fiel ao Senhor até a sua morte, ela nasceu e morreu
como todas as demais mulheres e encontra-se no paraíso, lugar de repouso dos santos do Senhor.
Atentem que a Bíblia afirma categoricamente que ninguém subiu as moradas das luzes eternas, onde
habita o nosso Pai celeste senão unicamente Jesus. Confirmem essa verdade no evangelho segundo o
apóstolo João, no capítulo 3:13 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do
Homem, que está no céu. E, como Moises levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho
do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele não pereça, mas tenha a vida eterna”. A
título de esclarecimento, devemos nos recordar que Paulo foi arrebatado até ao 49paraíso. Não foi,
entretanto, exaltado ao primeiro céu, ao trono de Deus. Assim também Dimas, crucificado ao lado do
Senhor, foi conduzido ao paraíso, mas lembremo-nos atentamente que, ao céu absoluto, unicamente
Jesus Cristo adentrou, pois, Ele tão somente retornou par a gloria que sempre usufruiu, conforme
podemos nos certificar lendo as palavras do evangelho segundo o apóstolo João, escritas no capítulo
1:1 “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Em seguida, no
capítulo 1:14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. Voltando à análise do evangelho segundo o
apóstolo João, atentemo-nos no texto em negrito, em destaque um pouco mais acima, relativo ao
capítulo três do citado evangelho. Nesse versículo, encontramos uma declaração elucidativa,
realmente muito esclarecedora: “ninguém subiu ao céu”. Essa afirmativa exclui em definitivo a
possibilidade de Maria ter sido elevada ao trono de Deus e, adicionalmente, elimina
irrevogavelmente a hipótese dela interferir nas decisões do comando supremo do céu. Aliás, nem
mesmo quando Jesus estava usando o trajo de um corpo humano, durante o tempo que se prendeu na
roupagem de filho de homem, Maria conseguiu dar-lhe ordens ou alterar as datas de realizações de
suas obras celestiais. Recordemo-nos do episódio ocorrido nas bodas de Caná, quando faltou vinho
na festa nupcial. Àquela altura, Maria provavelmente sabedora de que Jesus Cristo faria o seu
primeiro milagre e, justificada pela condição de mãe, foi até Ele exclamando que o vinho havia
terminado. Meditemos novamente sobre isso! Por qual razão ela se dirigiria a Jesus reclamando a
falta de vinho, se ela não era a anfitriã daquela desta e tampouco o era o seu filho? A resposta é que
ela requeria o “milagre da transformação” das mãos de seu filho por estar previamente infirmada da
parte de Jesus Cristo desse milagre. Contudo, não foi à voz de seu filho que ela escutou. Antes,
Maria ouviu a voz de seu Deus e Senhor, questionando sua tentativa de interferência no tempo de
realização daquele plano divino. Redarguiu-lhe Deus, não Jesus seu filho, com as seguintes palavras
(evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 2:4) “Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu
contigo? Ainda não é chegada a minha hora”. Observem nesse capítulo que Ele a chama de
“mulher” e não de mãe, o que seria forte agravo, a não se entender toda a extensão espiritual dessa
resposta pedagógica. Percebamos, irmãos, nessa passagem, o mestre manifestando a presciência da
confusão de valores que haveria de se levantar com relação ao nome da mãe de sua natureza
biológica. Por essa razão, com o intuito de evidenciar que era a sua natureza divina, sua identidade
eterna de Cristo, Criador de todos os homens, quem realizaria os milagres e não o filho do ventre de
Maria, é que Ele não a chama de mãe e sim, replicando, trata-a por “mulher”. Nada de anormal, pois

49
ou terceiro céu.
125

não era o filho de Maria quem falava com ela àquele momento, senão o Criador do universo, o
bendito formador de Maria. Entendamos com clareza que Deus esteve realmente como um homem
entre nós, mas, tenhamos ciência, pois Ele não nasceu de homens, tampouco adveio do ventre de
uma mulher! Quem nasceu foi a sua natureza humana, denominada Jesus. A promessa de que Deus,
50
Emanuel, habitaria entre homens estava alicerçada, entre outras profecias, pelas palavras do profeta
Isaías, descritas no capítulo 7:14 “Portanto, o mesmo senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”. Isso, entretanto, não quer dizer, em
hipótese alguma, que Deus viria a ser subordinado a uma mulher, um simples e limitado ser humano.
Novamente podemos cientificar, alicerçado nas sagradas letras, que a grande bem-aventurança de
Maria dói o fato dela ter crido e obedecido ao Senhor e não, isoladamente, o fato dela ter sido mãe da
natureza física de Jesus. A bem da verdade, o mestre afirmou certa feita que no realizar a vontade de
Deus, estava o segredo de tornar-se filho de Deus e herdeiro das promessas eternas. Vejam e
observem as palavras do Mestre, relatadas no evangelho segundo Mateus, no capítulo 12:46 “E,
falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo ele,
respondendo, disse ao que lhe falava: Quem é minha mãe e meus irmãos; porque qualquer que
fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este é meu irmãos, e irmã, e mãe”. Se restar ainda
alguma duvida a esse respeito, desfaçam-na com as palavras do Senhor Jesus, afirmando que “ouvir
e guardar a palavra de Deus” é mais importante do que ser mãe de seu corpo humano. Ou seja, traz
mais bem-aventurança, dá o direito de participar da suprema felicidade no céu, junto a Deus.
Atentem par essa verdade contida no evangelho segundo o apóstolo Lucas, no capítulo 11:27 “E
aconteceu que, dizendo ele essas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz disse:
Bem- aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste! Mas ele disse: Antes, bem-
aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardem”. Maria, ainda que santa, nada sabia de
muitos propósitos de Deus, e por muito tempo, permaneceu sem entender a conduta do Senhor Jesus,
por lhe faltar a luz do tocante a toda a extensão de poder do Senhor e do alcance de sua missão; ainda
que tudo isso lhe houvesse sido anunciado pelo Anjo. Observem como nem ela nem José
compreendiam algumas colocações primárias feitas pelo nosso mestre, descritas no evangelho
segundo Lucas, no capítulo 2:46 “E aconteceu que, passando três dias, o acharam no templo,
assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviram
admiravam a sua inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhes a sua
mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos. E
ele lhe disse: Por que é que me procurais? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu
Pai? E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia”. Onde está o poder, a compreensão
divinal atribuía a Maria? Percebam-na confusa com a resposta de Jesus. Paremos um pouco e
meditemos! O espírito da profecia de onde provem? Quem vaticinava por intermédio do profeta
Isaías? A resposta é simples, leiamos o que diz as escrituras na epístola do apóstolo Pedro, no
capítulo 1:10 “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram
da graças que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que
estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a
gloria que se lhes havia de seguir”. É patente que Cristo é quem se manifestava aos homens,
ministrando pelos profetas do passado o conhecimento de sua missão salvífica. Nesse tempo onde
estava Maria? Qual era a sua função nos tempos antecedentes a criação?

50
Deus conosco.
126

POSTULADOS TEOLÓGICOS

Maria nasceu debaixo do pecado, como toda a humanidade, e morreu como todos os demais mortais.
Aliás, homens muito superiores a ela morreram, tais como Abraão, Moises, Eliseu, Davi, Samuel,
Daniel, Pedro, Paulo, João, Tiago e João Batista, entre outros. Leiam o que afirma o apóstolo Paulo,
em sua epístola aos Romanos, no capítulo 3:23 “porque todos pecaram e destituídos estão da glória
de Deus”. Aqui se vê com nitidez que não houve exceção senão a de Jesus, pois está escrito que
todos pecaram. Como então Maria seria imaculada? De que forma ela nunca teria tido nenhuma
mancha sequer, se a escritura nos aponta a humanidade em pecado? Vejam a epístola do Apóstolo
Paulo aos Romanos, no capítulo 3:9 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma!
Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado”.
Atentem ao teor da revelação do apóstolo acerca do pecado que habita no corpo físico de todo o ser
humano, conforme se pode constatar ao se ler sua epístola destinada aos Romanos, no capítulo 8:10
“E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive
por causa da justiça”. Como excluir Maria dessa lei se o próprio apóstolo, colocado por Jesus como
coluna dos gentios, afirmava que ele mesmo se debatia contra essa natureza maligna da matéria,
confessando isso em sua carta destinada aos Romanos, no capítulo 7:22 “Porque, segundo o homem
interino, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei
do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável
homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo,
nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei
do pecado”.

CRISTO E JESUS

Amados, temos a ciência de que Cristo sempre existiu e, sendo Deus, nunca jamais teve começo de
vida, não podendo, portanto, ser considerado filho de Maria. Aliás, numa certa feita Jesus Cristo
declarou sua eterna pré-existência a todos, dizendo as turbas (João 8:58) “Disse-lhes Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou”. Ora se Ele já era, já existia
antes de Abraão como então Maria poderia ser sua mãe na acepção plena da palavra mãe, se Maria
nasceu quase dois mil anos após Abraão? O Senhor é sempiterno, não teve principio, e nunca terá
fim. Observem o alcance do sacerdócio de Cristo, na carta aos Hebreus, no capítulo 7:17 “Porque
dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque”. Outra
vez encontramos o Senhor tirando o véu do entendimento dos judeus, esclarecendo a sua pré-
existência e divinal poder, ensinando no evangelho segundo Lucas, no capítulo 20:41 “E ele lhes
disse: Como dizem que o Cristo é Filho de Davi? Visto como o mesmo Davi diz no livro dos salmos:
Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por
escabelo de teu pés. Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho?”. Ora, Davi, revelado pelo
Espírito Santo, reconheceu em Cristo, a segunda pessoa da trindade divina, chamando a Cristo de seu
Senhor. Tomem atenção no fato que Jesus é a Palavra de Deus, o verbo, conforme podemos verificar
no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 1:1 “No principio, era o Verbo, e o verbo está
com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por
ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era e luz dos homens”.
Amados, atentem que o apóstolo afirma nesse capítulo que o verbo, isto é Cristo, é Deus e, por
conseguinte, explica que “todas as coisas” foram feitas por Ele e nada do que existe se fez sem a sua
participação. Reflitam que na epístola aos Hebreu, no capítulo 3:3 “Porque ele é tido por digno de
127

tanto maior glória do que Moises, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou”
porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E, na
verdade, Moises dói fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam
de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão-
somente conservamos firme a confiança e a glória da esperança até o fim”. A bem verdade, a
própria Maria reconhecia sua total dependência de Deus, inclusive confessando sua necessidade de
ser salva, conforme podemos entender pela leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 1:46
“Disse, então, Maria: a minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito em Deus, meu
Salvador”. Podemos concluir com muita segurança que Maria nunca poderia extrapolar a condição
de criatura, de casa, de morada do Senhor. Ela, Maria, sendo um ser humano, jamais poderia dar
origem a quem sempre existiu e construiu todas as coisas antes dela se criada. Atentem que honra a
criatura mais do que o Criador é uma estratégia do maligno, com o intuito de provocar o afastamento
do coração humano do verdadeiro amor de Deus. Avaliem as palavras do apóstolo Paulo, em sua
carta destinada os Romanos, no capítulo 1:23 “E mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de repteis. Pelo que
também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu
corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura
do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!

DESVIO DE VALORES

Ademais disso, se existiu alguém cuja honra foi superior a dos demais homens, essa tal pessoa foi
João Batista, pois a ele o Senhor honrou sobre todos, e fez isso aberta e declaradamente, dizendo
(Mateus 11:11) “ Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu
alguém maior que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele”.
Ora, se Jesus Cristo afirmou que os que nasceram de mulher nenhum deles foi maior do que João
Batista, por exclusão, Maria foi inferior a João, uma vez que Maria nasceu de mulher e já era adulta
quando João nasceu.

SALVAÇÃO

Somente Jesus pode interceder junto ao Pai em favor da humanidade, por ser seu único mediador
entre Deus e os homens. Leiam a primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo (capítulo 2:5):
“Porque há um só Deus, e um Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual se
deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo”. A redenção é obra
exclusiva de Jesus Cristo, conforme podemos nos certificar pela leitura em Atos dos Apóstolo,
capítulo 4:12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome
ha, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvo”. É ele, o Senhor Jesus quem criou e levou a
ter a fé no coração dos homens, conforme poderemos dar por certo com a leitura da epístola destina
aos Hebreus, no capítulo 12:2 “olhando para Jesus, autor e consumado da fé, o qual, pelo gozo que
lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”.
Jesus Cristo é definitivamente o único nome edificado pelos poderes de Deus para ser respeitado
sobre tudo e sobre todos, conforme constatamos pela leitura da epístola do apóstolo Paulo aos
efésios, no capítulo 1:9 “descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneficio, que
propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da
128

plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra”. E, novamente, no
mesmo capítulo, no versículo 19: “e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que
cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos
mortos e pondo-o à se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as
coisas a seus pés e, sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja”.

FILHOS DE MARIA

Maria, como todas as mulheres, também teve filhos pelo processo natural, sendo Jesus o seu filho
unigênito. Primeiramente devemos nos lembrar que gerar filhos em nada desmerece a mulher, antes
pelo contrario, a justifica diante de Deus. Leiam como essa verdade encontra-se clara na primeira
epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 2:14 “E Adão não foi enganado, mas a mulher,
sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com
modéstia na fé, em caridade e na santificação”. Vejamos, à luz das escrituras, quão límpidas são as
declarações bíblicas que falam da existência dos filhos que Maria gerou após o nascimento de Jesus,
nosso Senhor. O apóstolo Paulo afirmou certa vez que havia encontrado com Tiago, irmão de Jesus,
segundo o que se encontra registrado na epístola aos Gálatas, no capítulo 1:19 “E não vi a nenhum
outro dos apóstolos, senão Tiago, irmão do Senhor”. Não bastasse essa referencia, observem no
evangelho segundo o apóstolo Mateus, o conteúdo do capítulo 12:46 “e, falando ele ainda á
multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém:
Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te” . Está obvio nesse capítulo que se
trata dos irmãos, filhos de Maria, pois disseram tua mãe e teus irmãos! Outra vez ainda encontramos
referencias escriturais a família carnal de Jesus, no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo
2:12 “Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe,e seus irmãos, e seus discípulo, e ficam ali
não muito dias”. Aqui podemos entender que os discípulos do Senhor não eram chamados se irmãos,
pois há uma separação entre irmãos e discípulo, no texto supracitado. No mesmo evangelho,
encontramos nova menção aos irmãos de Jesus, no capítulo 7:10 “Mas, quando seus irmãos já
tinham subi à festa, então subiu ele também não manifestante, mas como em oculto”. No evangelho
segundo o apóstolo Marcos, encontramos outra alusão inequívoca aos filhos de Maria, inclusive
tratando-se pelos respectivos nomes, segundo está escrito no capítulo 6:3 “Não é este o carpinteiro,
filho de Maria e irmão de Tiago, e de Jose, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas
irmãs? E escandalizavam-se nele”. Amados, Jesus foi o filho primogênito de Maria, isto é, o
primeiro filho. Pela leitura acima entendemos que Jesus foi o filho primogênito (primeiro) de Maria e
não seu unigênito (único filho). Atentem ao que diz o evangelho segundo o apóstolo Lucas, no
capítulo 2:7 “E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa
manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. Atentem no evangelho segundo o
apóstolo Mateus, no capítulo 4:21: “E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de
Zebedeu, e João seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os”.
Observem agora no evangelho segundo Marcos, no capítulo 10:35 “E aproximaram-se dele Tiago e
João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos”. Percebe-se
nessa leitura que se trata de irmãos sanguíneos e não de primos. Amados, João Batista, segundo a
genealogia humana, era primo de Jesus, considerando-se que Ele, João, era filho de Izabel, a qual por
sua vez era prima em primeiro grau de Maria. Todavia, em nenhum momento, o Senhor Jesus,
tampouco seus apóstolos, referiram-se a João Batista tratando-o como irmão de Jesus. Esse
parentesco encontra-se narrado no evangelho segundo Lucas, no capítulo 1:36 “E eis que também
129

Izabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era
chamada estéril”.

CONCLUSÃO

Ninguém se engane, o vinculo de “filho de Maria” terminou com a morte do Senhor e, para clareza
dessa verdade, o Mestre quando estava no martírio da cruz, ordenou a “mãe” que ficaria desfilhada
em pouco tempo pela sua crucificação, Maria, a saber, que adotasse um filho que estava sem mãe,
João. E, percebam que, mais uma vez, Jesus Cristo trata Maria de mulher, objetivando deixar claro a
sua natureza final dos vínculos carnais. Atentem no versículo que esclarece essa matéria, lendo o
evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 19:26 “Ora, Jesus, vendo ali sua mãe e que o
discípulo a quem ele amava estava presente, disse à sua mãe: Mulher, eis ai teu filho. Depois, disse
ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”.

REFERÊNCIAS

Leiam abaixo algumas passagens que nomeiam quem é verdadeiramente digno de honrarias
celestiais:

1) João 1:29 “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo”.
2) I Timóteo 6:16 “aquele que tem, ele ó, a imortalidade e habita na luz inacessível: a quem
nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amem!
3) I Pedro 5:10 “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna
glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará,
fortificará e fortalecerá. A ele seja a glória e o poderio, para todo o sempre. Amém!
4) II Pedro 1:17 “porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica
glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu filho amado, em quem me tenho
comprazido”.
5) Apocalipse 5:12 “que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber
o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças”.
6) Apocalipse 5:13 “E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e
que está no mar, e a todas as coisas que nele há, dizer: ao que está assentado sobre o trono e
ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre”.
7) Apocalipse 14:7 “dizendo com grande voz: Temei a Deus e daí-lhe glória, porque vinda é a
hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

Você também pode gostar