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Gregos ............................................................................................................................. 10
Roma............................................................................................................................... 11
Dos antepassados .................................................................................................................................. 11
Do Estado.............................................................................................................................................. 11
Relação com os gregos ......................................................................................................................... 12
Relação com helenismo ................................................................................................................... 12
Ética ...................................................................................................................................................... 12
1
Lei das doze tábuas ............................................................................................................................... 12
Direito processual romano .................................................................................................................... 13
Privatismo ....................................................................................................................................... 13
Era de ouro ...................................................................................................................................... 14
Público: Sistema do cognitio extraordinarium ................................................................................ 16
Nota rápida sobre a jurisprudência .................................................................................................. 16
Direito penal romano ............................................................................................................................ 17
Da família para o Estado ................................................................................................................. 17
Exército ........................................................................................................................................... 17
Delitos ............................................................................................................................................. 17
2
Século XVIII ......................................................................................................................................... 28
Le chapelier .......................................................................................................................................... 28
Codificação ........................................................................................................................................... 28
Constituições do cidadão ................................................................................................................. 29
Código Napoleão ............................................................................................................................. 29
BGB................................................................................................................................................. 29
Corrente brasileira ........................................................................................................................... 30
Codificação comercial ..................................................................................................................... 30
Codificação processual .................................................................................................................... 30
Direito Penal .................................................................................................................................... 30
Século XX ...................................................................................................................... 31
Início e fim ............................................................................................................................................ 31
Constituições e fascismo ....................................................................................................................... 31
Desiguais............................................................................................................................................... 32
Positivação ............................................................................................................................................ 32
Mais mudanças ..................................................................................................................................... 33
A praga ............................................................................................................................................ 33
Novas tendências .................................................................................................................................. 33
3
A aequitas e a aplicação do Direito em Roma ...................................................................................... 40
Objetivo e Aristóteles ...................................................................................................................... 40
Direito romano e atividade pretoriana ............................................................................................. 40
4
Lei das doze tábuas ............................................................................................................................... 56
Magna Carta.......................................................................................................................................... 64
Carta del lavoro ..................................................................................................................................... 75
Rápida introdução
A disciplina tem por objetivo traçar um esboço histórico para
explicar nosso sistema jurídico. Com nosso quer-se dizer: sistema jurídico
ocidental.
Direito romano
Pergunta: teve o Direito romano codificado por Justiniano aplicação
no império romano?
Não na parte ocidental do império (que estava caindo), todavia
ele teve aplicação no oriente.
Como então ele chegou até nós?
Graça aos glosadores na idade média, que ficavam estudando
Direito Romano nas universidades (essas nascidas no século
XI).
5
compilações do Direito romano, sendo que alguma delas continuou tendo
aplicação até o século XIV.
Codificação
Façamos um quadro do século XVIII, shall we:
6
Valorização
Sistematização
das ciencias e Iluminismo
do saber da razão.
Valorização da
Humanismo e
Filosofia politica igualdade,
liberdade, etc. contratualism
Vamos Afastamento do
acabar Direito medieval.
Lembrando que
com o para o iluminsmo
Contra o Direito antigo
Direito a idade média é
idade das trevas
romano.
Vontade de criar Deve-se criar um
um Direito Direito posto,
baseado na razão sistematizado em um
humana natural. único corpo para ser
Vamos criar um novo mais facilmente
Teremos as coompreendido pelo
Direito codificações povo. Esse Direito
(código seráposto pelos
prussiano, por monarcas para
exemplo). centralizar seu poder
O que estudar
A história do Direito estuda as fontes jurídicas do passado,
procurando entender como eram, porque surgiram/desapareceram. Nós
vamos partir das fontes jurídicas (objeto primário de estudo), as quais se
subdividem em principais (lei, jurisprudência, costumes) e secundárias
(contratos, testamentos).
7
historiador vai se por explicá-la essas fontes, o pensamento do jurista da
época, o porquê a fonte foi transitória, qual a eficácia das fontes, etc.
Por que
Por que estudar história do Direito?
... Porque é interessante... Falando sério1: o estudo de história
do Direito permite compreender melhor os institutos jurídicos,
sua mudança histórica, permitindo uma boa aplicação dos
mesmos.
Só que a vida não era tão simples assim; havia conflitos entre as
pessoas. Conflitos de todos os tipos: sobre coisas (propriedade não, pois
essas sociedades eram coletivas) Para resolver esses conflitos surge o
Direito.
Código de Hamurabi
Esse é o código existente mais antigo, sendo ele um marco no
Direito. Não pense que ele era um código no sentido moderno; código vem
de códex que significa tábua/pedra.
1
(Tanto quanto consigo faze-lo;)
8
sentado no trono). Logo o próprio código indicava uma legitimidade divina
no próprio desenho.
1. Hamurabi fica dizendo o quão foda ele é e diz: deus quis que eu
estivesse aqui, e eles me deram esse código divino.
2. Se alguém aparece com uma coisa sem que haja
testemunha/prova que você comprou, você roubou e vai morrer.
3. Se você rouba o ouro, animais, barco, escravo de um burocrata,
paga-se 30 vezes o valor; se for outro, paga-se 10 vezes; se não
tem como pagar morre.
4. Se fizer x... Será morto. Se você rouba uma casa em chamas, será
lançado ao fogo.
5. No Oriente médio a questão de alimentação é imprescindível. Se
você compra um terreno e não cultiva; você deve devolver o
imóvel e dar para o vizinho o equivalente ao que você não
produziu e ele produzira.
9
a. A doutrina diria que isso seria o inicio da função social da
propriedade.
6. Se uma taberneira deixa uns malfeitores entrar no boteco e não os
denuncia, ela morre.
7. Se uma sacerdotisa do palácio entra em um bar para beber, ela é
queimada.
a. Se fulano aponta o dedo do meio para a sacerdotisa do
palácio, ou para esposa alheia, ele será arrastado na frente
do juiz e terá metade do cabelo raspado.
8. Largou à esposa, ela vai para a casa alheia pronto.
a. Se voltar e ela tiver filhos com outrem, ela volta para o
casamento original e os filhos ficam com o outro.
9. Transou com a mãe: morreu.
10.Transou com a esposa do filho. Ela morre.
11.Mata, mata morte, morte.
Gregos
Eles viviam isolados nas cidades estados. A matriz da civilização
grega é a matriz creto minóica, que tinha as leis de Gortina.
10
dentro das pessoas. Logo elas deveriam ser apreendidas pela educação, que
tinha a função de internalização das normas e de controle social; ele
também teria abolido as artes (dever-se-ia desenvolver atividades para o
bem estar de todos), além disso, as crianças eram vistas como propriedade
do Estado. Criticava a legislação dos outros povos por valorizarem mais os
animais que as esposas e dizia que isso é o que Plutarco destacou de
Licurgo.
Roma
Dos antepassados
Para os romanos um dos valores centrais é o apego aos antepassados.
Tanto que uma lei feita por um antepassado jamais era revogada (com os
problemas óbvios que isso gerava).
Do Estado
Roma se delimitava a duas coisas:
11
a. Manutenção da lei e da ordem.
b. Cobrança de tributos.
Ética
As relações interpessoais eram pautadas na ética. Quando se pedia
algo a um romano ele se sentia obrigado a fazer.
Curiosidade: elas eram originalmente 10, mas viraram doze. Houve uma
adição de duas. Recomendo que leia(m) pelo menos uma vez ela (para a
prova... Da vida).
2
Não se sabe se elas eram uma conquista dos plebeus sobre os patrícios, se foi uma coletânea de
costumes gregos e romanos.
12
Direito processual romano
O Direito romano foi construído ao longo dos séculos através de
práticas processuais. Sua formação não possuía a ideia de direito subjetivo,
já que eram povos não afeitos à abstração.
Logo quando alguém se sentia prejudicada ela entra com uma ação.
Claro que vimos que Direito subjetivo existia para os romanos; todavia a
ideia de que ação está vinculada ao direito objetivo em Roma devido a
interpretações pelo Savigny. Ressalta-se que hoje nos temos a separação do
direito objetivo e subjetivo, sendo que você pode entrar com ação sem ter
Direito algum.
Privatismo
A justiça romana é em sua maioria privada (isso chega a nós pelas
institutas do Gaio). Essa fase privada se chama Ordo Iudiciarum
privatorum. Com o passar do tempo ela é substituída por uma justiça
pública.
13
Relação partes, pretor e Iudex
Era de ouro
Já no segundo momento (segundo Gaio) tínhamos as fórmulas (primeiro
eram orais, depois ficavam marcadas em tábuas brancas), que com as
seguintes partes (dependendo do caso, claro):
Depois Tivemos o edito perpetum (com sentido de eterno) que era uma
coletânea de editos. Com ele o pretor ficou proibido de criar novos editos.
3
NÃO É DOL Y.
15
Público: Sistema do cognitio extraordinarium
No Direito romano temos um processo de publicização. Isso é
exemplificado, por exemplo, com o paterfamilis; esse tinha poder de vida
ou morte sobre a família e resolvia os problemas em casa. Com o passar
dos anos a solução de conflitos passa a ser assumido pelo Estado.
Direito Romano
16
O imperador augusto selecionou cinco deles para dar caráter de lei
oficial as suas opiniões. Sobre mais desse tópico vide o manual do
AZEVEDO das páginas 66-80.
Exército
O direito penal romano tinha algumas questões particulares em
relação ao exército:
Delitos
O principal era o perduellio (mal guerreiro): inimigo de Roma. O
representante de Roma era o imperador (maiestatis - imagens) e aqui nasce
o crime de lesa-majestade (lesa maiestatis). Nessa categoria foram sendo
incorporadas outras condutas criminosas:
17
a) Heresia.
b) Homicidio
c) Falsificação
d) Delitos sexuais.
e) Compulsão: exigir vantagem sendo funcionário público.
f) Etc.
Como toda guerra feita pelos romanos era justa, perduellio era
inimigo da pátria. Para isso a pessoa: poderia ser desertora, ter relações
sexuais com inimigo, fomentar desnecessariamente uma guerra contra
Roma, dar aos edifícios públicos o próprio nome, recursar-se ao serviço
militar, atrasar-se para o senso, insubordinação, má gestão da coisa pública,
recusar entrega do mandato no fim do ano. A pena aqui era de morte.
Outros crimes: heresia (não prestar culto aos deuses romanos, depois
ficou como não prestar culto a Jesus); peculato e compulsão (crimes contra
a administração pública- quando funcionários públicos realizavam
extorsões ou eram corrompidos) para estes havia até uma actio pública para
recuperar o dinheiro público.
Direito visigótico
Roma caiu?
De um lado a estrutura romana se manteve com a queda do império
ocidental. No oriente nós tínhamos o Direito bizantino que era uma
fotografia da fase final. O que caracterizou a parte final do Direito romano
foi:
1. O aumento tributário.
2. Formação de leis para controle de preço.
3. Combate na falsificação de moeda
4. O aumento da intervenção estatal na vida pública.
5. Venda de cargos pelos magistrados.
18
Nesse sentido o império romano passou a ser uma monarquia (em Roma
tínhamos imperadores, no império bizantino tínhamos verdadeiros reis).
Assim o império vai decaindo. Com ele vai embora o comércio intenso de
Roma, sua glória... E temos o domínio por outros povos.
Invasão?
Roma não foi “absolutamente invadida”. O que tivemos foi à
migração de outros povos para Roma que foram sendo assimilados e
modificaram a cultura de Roma.
Bárbaros?
Não chame os outros povos de bárbaros (pois bárbaro é aquele que
balbucia, não fala as coisas). Depois bárbaros passaram a serem aqueles
que faziam invasões; essa noção foi reforçada no século XIX para fazer
segregações.
Visigodos
Os visigodos era um reino dentro do império romano. Eles eram um
povo germânico com valores e regras próprias, que valorizavam muito os
costumes e a comunidade4 e que, para conviverem com o Direito romano,
tínhamos o principio da personalidade.
Conflitos de normas
Os visigodos tinham leis próprias copiladas. Tivemos algumas
compilações legislativas dos visigodos (código de Eurico, breviário de
Alarico, código visigótico [liber iudiorum], etc).
4
Tanto que procurava-se evitar a vingança privada; e uma pena grave para esse povo era o afastamento
do indivíduo da comunidade.
19
Visigothorum (código de Alarico) para os visigodos e a lex Visigothorum
Romanum que se aplicava aos romanos.
Código visigótico
O Código visigótico que foi preservado na obra fuero juzgo (século
XIII, versão em castelhano do código). Durante muito tempo este foi o
corpus iuris civilis ocidental (o outro é o oriental). Esse código servirá de
inspiração para legislações como a lex salica, entre outras.
Comentários5:
Idade média
Pois bem... Barões... Caos e etc.
5
Não vou ficar pondo artigos do código aqui, esses são apenas comentários que eu anotei do manual.
6
Pode acreditar que esse código permitia todo tipo de pena cruel e desumana.
20
processo no qual ela soltava nas mãos de deus). Tínhamos uma mistura de
rituais pagãos com cristianismo para a resolução de controvérsias.
Direito Canônico
Introdução
Na Idade Média, já que o caos rolava solto, era necessária uma
autoridade terrena que cuidasse da resolução de conflitos entre partes. Essa
criatura pacificadora era o bispo (procurava trazer a paz ao seu rebanho).
7
Exemplo dado em aula.
21
omnisciente/onipotente temos um direito que deveria estar presente “nas
almas” da pessoa.
Tribunais episcopais
Ele se (pré)inicia já durante os séculos I a III d.C. com o
estabelecimento dos tribunais episcopais. Estas permitiam a apelação; o
contraditório e probiam que se julgassem os ausentes (Azevedo, 2013,
p.103). Com o imperador Constantino esses tribunais poderiam julgar as
causas cíveis quando as partes em processo civil romano apelassem à eles.
Alternativa
Os casos da justiça real eram voltados para o homicídio, pois apelar
às cortes era caro e os reis estavam distantes dos servos. Então se apelava
ao bispo (que tinha dinheiro; estava próximo do povo; não tinha a coisa dos
ordalios e propunham a conciliação entre as partes).
Kanoon e fontes
As regras que constituem o direito canônico se chama o Kanoon.
Esse direito tem como fontes:
22
servia para todas as questões (já que ele não trata do espírito santo;
se a mãe de deus era santa ou não; se o futuro estaria escrito nas
estrelas, só que se o destino está escrito, why Jesus came here to
save me If I was going to hell anyway, and why he had to die in that
cross8?; se deus é omnisciente, como eu posso ter livre arbítrio se
ele sabe o que eu vou fazer?; há ou não reencarnação?). Com o
passar do tempo isso ficou uma bagunça.
B. Direito novo (Graciano até Trento): Na virada da alta para a baixa
idade média criou-se um jurista canônico chamado Graciano que
organizou um documento chamado: decreto de Graciano (em três
livros: concórdia discordantium kanoonum), ele organizou os
kannons discordantes e daí nasce o direito canônico. Que tratava dos
sacramentos, negócios da igreja.
a. No século XIII tivemos uma segunda estabilização do direito
canônico que se dá com as decretais de gregorium nonico.
Ela está divida em cinco livros: o primeiro trata do processo;
o segundo trata do procedimento; o terceiro trata do clero; o
quarto trata do casamento; e o quinto trata dos crimes.
b. O Papa Bonifácio oitavo exigiu que se fizesse um livro sexto
que resumisse os outros livros.
C. Direito novíssimo (concilio de Trento): inovações quanto à missa,
etc.
a. No século XX o direito canônico passa a ser o direito oficial
da igreja. Ele só tem validade no vaticano, sendo que temos
dois códigos: 1917 e 1983 (revogou o anterior); sendo que só
se pode advogar em tribunais eclesiásticos quando bacharelar
e passar na OAV (como o professor chama a prova para poder
advogar no direito canônico).
b. Esse direito só lida com os divórcios e com questões
envolvendo santos. Quando um grupo quer que alguém seja
canonizado, abre-se um processo para que isso ocorra. Já para
o Divórcio, se casar uma vez não pode se separar (tanto que o
divórcio é feito perante deus que, como todo bom
cardiologista sobrenatural, vê o coração das pessoas9 e sabe
da vontade delas de se manterem casadas); só sendo
8
Felipe, por que você anotou em... Don’t ask!
9
Ele não falou isso em aula, a brincadeira é minha.
23
permitido se casar uma segunda vez, chama-se um advogado
para defender que no fundo as partes (ou um dos conjugues)
não queriam, estavam coagidos de modo que não há vontade
e deus viu tudo isso e a igreja só deve formalizar o
procedimento10.
i. Como aumentou o número de casamentos decidiu-se
que a despeito da reserva mental, a igreja deus quis que
o casamento se mantivesse.
Inovações
As principais contribuições se dão no direito processual e no direito
de família. Naquele temos os fins das provas irracionais, estabeleceu-se a
conciliação, se estabeleceu um sistema de provas; etc. Neste se criou
praticamente tudo (sendo que o nosso direito de família foi por muito
tempo o direito canônico).
10
É uma reserva mental do direito canônico.
24
O terceiro ponto é a ideia de justiça gratuita. O bispo era rico e não
cobrava pelo processo; e temos a figura dos advogados que se dispunham a
defender as causas dos mais pobres (Advocati Pauperum - um antecessor
da defensoria pública).
Magna Carta
Dieu et mon droit
Lema comum na Inglaterra de hoje. Faz mais sentido quando se
lembra que, no fim da idade média, um grupo de franceses, com a ajuda do
Papa, invadiu a região da Inglaterra e tomaram algumas regiões,
estabelecem uma monarquia do rei William por lá que imperava sobre os
senhores feudais ingleses. Só que surgem conflitos do rei com os senhores
feudais, formando jogos de poder entre eles.
Ela determina que a igreja será livre, terá suas liberdades invioláveis;
que nenhuma viúva será obrigada a casar enquanto ela preferir ficar sem
marido; se tomou uma grana dos judeus e morreu sem pagar, sobre essa
divida não se incidem juros até o atingimento da maioridade; Londres (e as
outras cidades) terão o direito à agua.
25
Habeas corpus entre outras clausulas importantes
A carta determinava que ninguém será preso sem que tenha passado
por um julgamento de seus pares e conforme o direito da terra (não o
direito do rei). Tínhamos também a liberdade de circulação de
mercadorias; etc.
Vida curta
Esse documento teve vigência de três meses, pois quando o John viu
que o castelo caiu ele foi ao papa e pediu perdão. O papito anulou a magna
carta (é claro que tivemos outras cartas depois e antes). Essa carta só ficou
para a história quando, com a revolução gloriosa, ocorreu um uso político
da história (a magna carta foi usada no século XVII para se opor ao
absolutismo da coroa inglesa).
Volta do direito
Com o passar do tempo começa a surgir a necessidade do imperador
de se impor sobre os barões e a botar ordem na casa. Para tanto é
necessário um dos melhores instrumentos de dominação existentes: o
Direito.
26
Brocardos, glosas, comentários e Bartolo
Nas aulas todo mundo ficava em uma sala e uma criatura ficava
ditando o texto (lexio ou texto do digesto). O professor ficava na sala, lia o
mesmo, fazia uma interpretação literal do texto (era um megalente) e assim
foram sendo produzidas máximas ou brocardos cuja maioria veio da
idade média.
Nas provas os alunos vinham com os textos dos digestos anotados
com palavras curtas (glosas – palavras chaves que se tornaram brocados;
poderiam ser interlineares [entre linhas] ou marginais [nas margens dos
textos]). Esse movimento de interpretações literais dos textos romanos com
anotações entrelinhas ou laterais.
Mos Gallicus
Esta era uma escola de pensamento francês que estudava o Direito
como texto literário. Eles visavam limpar o texto, preocupando-se apenas
com o aspecto literário; o pensador mais importante dessa escola foi: Cuja.
27
Direito comum
Não se esqueçam que ao lado do Direito Romano tínhamos um
direito comum11 (Direto nascido da difusão do Direito Romano aplicado às
situações particulares europeias). Quando os indivíduos iam estudar o
direito romano nas universidades, eles voltavam as suas terras e julgavam
conforme o Direito Romano. Logo o que tivemos na baixa idade média
foi uma redescoberta do Direito Romano, que ocorre depois do movimento
do direito canônico.
Direito contemporâneo
Século XVIII
Nesse século temos os iluministas que defendiam uma ideia de
progresso, ou seja, os trilhos do trem da história vão em direção ao melhor.
Melhor no sentido de mais igualdade, liberdade.
Le chapelier
Lei famosa por abolir as corporações de ofício, o que significa que
qualquer um pode exercer uma liberdade económica. Ela foi revogada em
1815 e dai voltaram as corporações.
Codificação
O salto evolutivo desses tempos se dá com a codificação. Ele
simboliza a noção de progredir o Direito, de se criar algo novo; não mais
11
Não é a mesma coisa que Common Law.
28
somente um Direito Romano ou canônico estáticos. O código é uma lei que
regulamenta a matéria de modo sistemático.
Constituições do cidadão
Os códigos eram chamados de constituições dos cidadãos. Porque ele
regulamentava a liberdade dos cidadãos entre si.
Código Napoleão
Esse é o código que se difundiu mundo afora como sendo o primeiro
(apesar de não sê-lo) “verdadeiro código”. Ele é um código liberal (trata da
autonomia das vontades; ignorou a boa fé; permitia locação da força de
trabalho, etc.); havendo dúvida se era jusnatural ou positivo.
BGB
Esse é o código civil alemão que tinha algumas diferenças do code
civile:
29
voga o neo-pandectismo: doutrina que estudava o direito romano como
direito vigente.
Corrente brasileira
A corrente brasileira, liderada por Teixeira de Freitas, foi a terceira
grande corrente de codificação. Essa codificação infelizmente não foi ao
fim, já que este enlouqueceu. Todavia ela foi retomada pelo código civil
argentino (revogado ano passado – 2014).
Codificação comercial
Já que tínhamos liberdade de comércio e igualdade, então
precisávamos eliminar as corporações de ofícios. Isso se da com a lei le
chapelier acima e com o Código Comercial francês que nos trouxe a teoria
dos atos de comércio (é comerciante aquele que pratica profissionalmente a
atividade comercial). Assim temos a ruptura com o passado de economia
de alvarás e de corporações de oficio com regulamentação própria.
Codificação processual
Deve-se também regulamentar as atividades dos juízes. No Brasil,
com o Código Comercial é promulgado o decreto 737 que praticamente
regulariza a atividade dos juízes do comércio sendo que ele recepciona o
que estava nas ordenações filipinas e não recebeu a influencia francesa.
Direito Penal
O que tínhamos de direito penal era aquilo que vinha de Roma,
ordálias e a contribuição do Direito Canônico. Com o iluminismo surgem
30
pensadores para os quais esse tipo de Direito Penal não funcionava. Aqui
temos alguns pensadores importantes como Beccaria e Bentham; cujas
ideias e valores vão levar a formação dos códigos criminais.
Século XX
Início e fim
O século XX começa com 1917 e termina com 1990.
Constituições e fascismo
No século XX o Estado passa a crescer demais12. Isso vai afetar até o
movimento constitucionalista (antes eram cartas de direitos que visavam
reduzir a intervenção estatal) com a constituição alemã que permitia a
intervenção estatal na economia. Temos também o crescimento de normas
de Direito Público dizendo o que os particulares (não) podem fazer (por
exemplo: não se podem cobrar taxas de juros sobre empréstimos de mais de
12% ao ano).
12
Lembre-se do país em que você vive: o Estado deve dar uma solução à tudo.
31
Nessa época surge também a noção de il dominio puro e semplice
dello stato su tutti e su tutto. Esse era o movimento fascista corporativista.
que tem como marco importante a carta del lavoro13 (1927) que, em 1942,
o preambulo passou a incluir a ordem de que ela fosse interpretada segundo
as regras do regime fascista.
Desiguais
Perde-se a noção antiga de igualdade. Passam-se as considerar a
diferença de força entre as partes nos negócios jurídicos e, para reduzi-las,
o Estado passa a regulamentar a vida económica (com o Direito do trabalho
e do consumidor). Temos o desenvolvimento do Direito do trabalho com:
Positivação
O século XX tem também o crescimento brutal do movimento
positivista. Esse passará a identificar o Direito com norma e o estudo do
13
O documento (em italiano) está no fim do caderno. Preferi por o original em italiano, pois: a língua não
é tão difícil (e o vocabulário dos fascistas ainda por cima não era dos mais amplo) e a língua italiana é
muito bonita.
32
mesmo passou a ser a leitura do código (então se você estiver zangado com
os professores que leem o código e só, culpa do século XX).
Mais mudanças
O direito de família passa a ter uma infusão de ordens públicas. Por
exemplo: a proibição do divórcio.
A praga
Hoje qualquer texto de Direito civil deve estar de acordo com a
constituição. Isso é uma praga, já que a constituição é meio inútil para
muitas coisas (quem pensa na constituição quando se vai comprar uma bala
no café cultura).
Novas tendências
No século XXI temos a volta da balança. Volta-se a valorização do
Direito privado; acabam-se as normas de direito público no direito de
família; valorização da autonomia privada em face dos direitos da
personalidade.
Aristóteles: retórica
Tipos de lex
Aristóteles divide as leis em dois tipos: as particulares (do povo, ou
direito positivo) e as comuns (universais ou direito natural). Sendo que para
Aristóteles existiria uma justiça natural chamada de equidade que estaria
acima da nossa justiça positivada, tanto que atos equitativos devem ser
perdoados.
33
Observação: para Aristóteles é delito grave violar as leis não escritas.
A equidade exige eventualmente o não seguimento da lei; o mesmo
se dá quando as razões que levaram a existência da lei deixarem de
existir.
Justiça
Para Aristóteles você sofre uma injustiça quando é vitima de
tratamento injusto (danos causado pelo agir premeditado do outro – isso
está no outro texto). Para corrigir essa situação a justiça exige castigo e
remédio (reparação) a quem cometera a injustiça.
Proporcionalidade
A justiça distributiva funcionaria segundo uma proporção
geométrica. Isto significa que se deve se dar proporções iguais aos iguais
naquilo que são... Já sabe. Só que se deve considerar a proporcionalidade
34
da relação (seja ao atribuir uma punição ou realizar uma troca mercantil).
Para tanto utiliza-se de dinheiro.
35
de paradigma para que fosse redigido um documento (iudicium) no qual era
fixada a demanda e ela seria julgada pelo iudex.
Direito subjetivo?
Para o Direito romano não havia direito subjetivo senão o direito de
ação (o direito subjetivo deles era o direito de ação). Sendo que tinha actio
somente àquele que tivesse demonstrado a existência do direito objetivo.
36
Ações da Processo
lei formular
permitia ser instaurados
quando uma parte fosse
Só cidadãos romanos peregrino, ou
permitindo um iudex
peregrino
37
• Processo instaurado por
Iudicium
romanos para romanos com
legitimum
iudex romano.
Procedimento
São quatro as etapas de o processo formular:
38
c. Para a defesa do réu se davam as exceptiones e as iudicium
contrarium (caso a controvérsia fosse pro socium, mandati e
negotiorum gestio).
d. O réu poderia simplesmente fazer uma confessio e acabar com
a ação aí.
3) Nomeação do juiz e redação da fórmula.
a. Não havendo confessio, indefesio (quando o réu desaparece;
ela vale como se o réu se considerasse culpado) ou outra
hipótese que acabasse ao processo na fase dois; vai-se escolher
(as partes e o magistrado escolhem) um magistrado geralmente
de um elenco de cidadãos que serviriam para tanto.
b. O magistrado então redige a fórmula com as partes. Elas
deveriam litigar nos limites desta.
4) Litis contestatio.
A cidade antiga
Morreu?
O autor descreve a crença de povos antigos (no caso os povos greco-
romanos muito antes dos filósofos famosos) sobre a alma e a morte. Pondo
em miúdos: acreditava-se que os mortos estavam “vivos”; no sentido que se
realizados os devidos rituais no enterro, a alma dos mortos continuava
presa nos corpos dos mesmos mantendo-os “vivos”.
Tão forte era essa crença que se enterrava os indivíduos com roupas,
comida, joias, vinho, etc. para que os mortos não ficassem tristes ou
sentissem fome.
Mas e se...
Eu sei o que passa pela cabeça durante a leitura... E a resposta é: se
não se enterra o defunto, ou fizesse algo de errado no enterro, a alma saia
do corpo e ficava infernizando os vivos (deixando-os doentes ou coisa
parecida).
39
Curso elementar de Direito romano de Reynaldo Porchat
Capítulo III – justiça
O texto fala da ideia de justiça de Justiniano como atividade
constante e perpétua de dar a cada um o que é seu. Logo a justiça está
relacionada a uma atividade, exercida constantemente e não em atos
isolados; ela deve ser guia da criação normativa e não se resume à
subsunção dos fatos às normas.
§16 – Equidade
A equidade aqui é apresentada de duas formas:
41
f. Com o passar do tempo o pretor vai tendo sua liberdade de
criação reduzida pelas leis imperiais, o que nos leva ao...
3. Período pós-clássico: aqui temos a atividade pretoriana altamente
reduzida e o inicio dos projetos de sistematização e estudo abstrato
do Direito que afastam o Direito do ideal da equidade.
a. Na era clássica tínhamos um Direito Romano profundamente
voltado para as nescessidades sociais.
b. Na era pós-clássica temos um Direito romano fundamentado
na vontade do imperador; a ser aplicado literalmente e a
equidade virou uma adoçante da aplicação da lei.
Perguntas/objeções/soluções
Sobre a justiça devemos versar sobre o Direito, a justiça em si
mesma, a injustiça e o julgamento.
15
No fim das contas acabamos por ter um resumo do resumo
42
? O Direito se separa entre natural e positivo?
Não haveria direito natural. Só há Direito positivo,
posto pela ação humana e localmente determinado; este
Direito seria definido conforme a vontade humana e o
Direito divino não é positivo e nem natural (excede a
natureza humana).
Para Aquino quando algo é devido à alguém por sua
natureza, temos Direito natural; se for devido por
convenção, temos Direito positivo. Só que o Dirieto
natural não se confunde com o Divino.
? O Direito natural é igual ao Direito das gentes?
Sim já que aquele não é positivo (como o natural); se
aplica a todos os povos e permite a escravidão.
O Direito natural é adequado a outras coisas com base
em sua natureza (como o homem é adequado à fêmea16)
e ele é conhecido pelos homens, os quais tentam
transpor lhe ao Direito positivo. Logo o Direito natural é
o Direito das gentes
? Deve-se distinguir o Direito paterno do Direito do Senhor?
Como a razão da justiça é a lei (que visa o bem comum)
e o Direito é objeto da justiça (que visa a dar a cada um
o que é seu) então o Direito pertence a todos e não deve
haver tal distinção.
Para Aquino os Direitos são distintos. A relação entre
pai e filho e a de senhor e escravo tem peculiaridades
que exigem Direitos distintos. Cada um tem uma
condição própria merecendo o que lhe é próprio.
? O que é justiça?
Justiça é o hábito pelo qual praticamos atos justos e pelo
qual fazemos e queremos coisas justas; a justiça é uma
retidão; só em Deus há justiça; a justiça só existe no
chefe (que dá a cada um o que é seu); amor que só serve
à deus.
O objeto da justiça são os atos relativos à outrem
(lembrando que quem orienta as ações voltadas à
16
O exemplo é do Aquino não meu, só para deixar claro.
43
outrem é o Direito). Ela é um hábito, ou melhor, a
justiça é um hábito pelo qual, com vontade constante e
perpétua, atribuímos a cada um aquilo que lhe pertence.
Quando fazemos isso estamos servindo a deus.
Escolástica e liberdade
O objetivo desse texto é estudar o desenvolvimento do pensamento
político associado à escolástica principalmente nas obras de Bartolo e
Marsílio. Estes foram famosos não somente pela retomada da obra
aristotélica, como também pelo desenvolvimento da noção moderna de
soberania.
República (romana)
Para Marsílio a melhor forma de governo era a república (salvo para
as grandes cidades estado); tese similar era defendida por Ptolomeu que
acreditava ser o melhor governo aquele de leis e não de tiranos (apesar de
sua defesa da monarquia quando “boa”). O que contradizia Aquino, para o
qual a melhor forma de governo era sempre a monarquia.
44
Tudo isso indica que o espírito da época era estranhamente
republicano. Os escolásticos citados tinham grande apreço pela ideia de
república, o que vai diretamente contra e a favor da sociedade italiana da
época; já que essa se dividia em uma série de cidades estado, ao mesmo
tempo em que ela se encontrava fragmentada em fações conflituosas.
Paz
Para os escolásticos o principal objetivo da república e do governo
era garantir a paz social. Sendo que o oposto desta (a discordância e o
conflito) eram as principais ameaças as cidades estado da época.
Do governo do povo
Bom, já que o objetivo é garantir a paz social e o bem comum, deve-
se então garantir o bom treinamento dos governantes e... Não!
Para tanto o governo deve residir no povo como um todo, o que nos
leva a ideia de quem tem a soberania. Para Thomas a soberania é alienada
do povo para os governantes. Já para os escolásticos (mais especificamente
Bartolomeu e Marsílio) esta se encontra sempre nas mãos do povo, sendo
45
ela apenas delegada por razões práticas, mas o povo sempre se impõem
sobre o legislador.
Tópica e escolástica
O importante aqui é saber o seguinte: tópica. Qual foi a forma de se
estudar o Direito Romano pelos Pós-glosadores? Tópica! Qual era o
método de trabalho da escolástica? Tópica! Qual.... Tópica, Tópica, Tópica.
Antinomias e lacunas
Até o Direito romano sistematizado tinha que ter um monte de
incongruências e buracos. Para resolver isso usa-se tópica e classificações.
46
Segundo o texto os estudiosos do Direito Romano classificavam os
diversos elementos encontrados nas leis estudadas; isso significava que
cada elemento conflitivo ganhava uma esfera de validade e o processo era
guiado pelos topois gerais da semelhança e diferença (p. 68). Isso é
tremendamente arbitrário e não tem nada a ver com o método sistemático
dedutivo de se estudar o Direito!
Do estilo de reflexão
O autor também fala do grande estilo de reflexão de Bartolus era...
Tópica. O raciocínio era assim:
1. Estabelecimento do problema.
2. Definição de pontos de vistas próximos.
3. Definição de pontos de vista contrários.
4. Solução.
17
Pelo menos é isso que aparentemente o autor quis dizer.
47
Características
introdutórias
Esclarecimento de termos
e outras preliminares.
subdivisão do
pensamento contido no
texto
Leitura de texto e
interpretação.
Fundamentação da
decisão.
Sucessão de ulteriores
observações.
Réplicas e controvérsias,
cujo valor principal estava
na dialética escolástica.
18
Eu compreendi como um catalogo de topoi, mas o autor chama as generalizações de tópico.
48
As universidades como corporação de alunos e professores se
iniciam no século XII. Elas são geradas pelo desenvolvimento da teologia
cientifica, estudo do Direito Romano.
Mudanças
Com o movimento humanista, a reforma protestante e,
posteriormente, o iluminismo e a revolução francesa a faculdade se
modifica. Ela perde o seu caráter cristão universal (de ensino religioso e
comum por todo o continente europeu) e passam a ter caráter nacional;
diferenciado.
Da função da universidade
49
IV. Jusnaturalismo: aqui se estuda o Direito Romano tendo em vista o
Direito Natural advindo da razão. Isso significa que esse movimento
conflitava o Direito Romano com o Dirieto Natural advindo da razão
e selecionava as normas do daquele que estivessem de acordo com
este, excluindo as outras.
V. Reforma Pombaliana: O marques de Pombal tentou reformar a
educação do Direito da sua época; isso significa ele tentou focar o
ensino do Direito no Direito português e do Direito Romano
conforme seu uso moderno e “pela legislação das nações cristãs”
(p.51).
VI. Temos depois o conflito entre duas concepções sobre o estudo do
Direito Romano que de certa forma dão o tom do século XIX e XX.
a. Na França, após o Código de 1804, questiona-se o estudo do
Direito romano nas universidades (questionando-se sua
praticidade, seu caráter antigo).
b. Na Alemanha floresce o estudo do Direito Romano nas
universidades principalmente com a escola histórica de
Savigny. Aqui o Direito Romano é visto como importante para
a compreensão dos institutos jurídicos modernos.
VII. Ao longo do século XX (por razões relacionadas a sua utilidade e por
questões utilitárias) se questiona o ensino do Direito romano nas
universidades; tendo um movimento pendular de ida e volta do
mesmo das universidades.
VIII. Por fim o Direito Romano deve ser ensinado nas universidades com
base no seu valor essencial para a formação cultural (espiritual,
humanística, que seja) do jurista.
50
Historicismo e escola histórica
Ele se inseriria em um período em que florescia o pensamento
(oposto ao iluminismo) do historicismo. Esse era marcado por: definir o
homem por sua dimensão social histórica e não por um ideal abstrato; a
definição do sentido da história como movido pela emoção e não pela razão
conforme definia o iluminismo; o pessimismo histórico (a moda de Burke)
em oposição ao otimismo iluminista; o elogio a tradição e ao passado em
oposição ao “inovacionismo” do iluminismo.
51
Espírito da codificação
O espírito da codificação era a busca de uma legislação que fosse
racional, universal, justa, simples, claras e acessíveis a todos em um corpo
só sistematizado. Esse seria o espírito que, meio que guiaria a formação do
código de napoleão.
Abortos
Atenção à palavra guiaria. Tivemos três tentativas de codificação; a
primeira foi a mais guiada pelas ideias do jusnaturalismo. E isso se
manifestou no Código Napoleão que perdeu suas raízes jusnaturalistas e
teve grande influencia de Pothiers. Todavia ele manteve os objetivos dos
projetos de codificação.
Para esta obra prima temos uma escola exegese própria de estudo do
mesmo.
Exegese
Essa escola acreditava que todas as decisões devem ser determinadas
com base na vontade do legislador, que se atinge pelo código, que tem
resposta a todos os problemas. Ela surge com base no: próprio movimento
da codificação; principio da autoridade do legislador; com a doutrina da
separação dos poderes (o juiz é a boca da lei); certeza do Direito (só a lei
pode nos dar certeza do permitido e do proibido).
52
Philosophia do Direito de Pedro Lessa
Iluminismo, Thibaut e conflitos
A Europa estava no seu momento de iluminismo e isso vai se passar
no Direito. Havia a busca de se criar um Direito Positivo, racional, simples,
igual para todos e que simplesmente se separasse do Direito costumeiro
antigo. Esse movimento teve como expoente na Alemanha o jurista
Thibaut.
53
permitiria ao mesmo diferenciar o certo do errado) e consciência nacional;
sendo que o Direito evoluiria (como se fosse uma língua, se modificando
conforme as mudanças culturais19).
Ultima critica
Para Lessa o Direito costumeiro não nasce do seio do povo. Ele
nasce com as imposições de governante/sacerdotes que inventavam um
Direito de inspiração divina e esse acabaria por se tornar costumeiro.
Iluminismo e direito
Surge no século XVII um movimento racionalista cientifico. Este
visava superar as visões de mundo teológicas pela ciência e vai influenciar
o Direito com o surgimento da ideia do Direito natural racional.
19
Esse exemplo não está escancarado no texto, mas acho que ele faz sentido principalmente quando se
considera a (irônica) critica de Lessa á escola histórica, no que concerne á sua falta de universalismo.
54
Assim a lei passa a ser a principal fonte do Direito e este busca guiar
a construção de uma sociedade reduzida em complexidade e sem o ius
commune.
Codificação e igualdade
Esse Direito Natural ideal e universal vai guiar a codificação e o
igualitarismo jurídico do século XVIII. Este pregava a igualdade perante a
lei; aquele visava abolir a multiplicidade dos Direitos e derrubar o Direito
Romano como pilar do Direito europeu da época enquanto se volta para o
futuro.
Experiências de codificação
55
Por fim o texto fala que não se conseguia adotar o Código Napoleão
em Portugal entretanto a Doutrina fez uma grande divulgação do mesmo.
Documento em anexo
Lei das doze tábuas
TÁBUA PRIMEIRA
Do chamamento a Juízo
3. Se procurar enganar ou fugir, o que o citou poderá lançar mão sobre (segurar) o
citado.
4. Se uma doença ou a velhice o impedir de andar, o que o citou lhe forneça um cavalo.
7 . O rico será fiador do rico; para o pobre qualquer um poderá servir de fiador.
10. Depois do meio-dia, se apenas uma parte comparecer, o pretor decida a favor da que
está presente.
TÁBUA SEGUNDA
1. ... cauções ... subcauções ... a não ser que uma doença grave..., um voto ..., uma
ausência a serviço da república, ou uma citação por parte de estrangeiro, dêem margem
56
ao impedimento; pois se o citado, o juiz ou o arbitro, sofrer qualquer desses
impedimentos, que seja adiado o julgamento.
2. Aquele que não tiver testemunhas irá, por três dias de feira, para a porta da casa da
parte contrária, anunciar a sua causa em altas vozes injuriosas, para que ela se defenda.
3 . Se alguém cometer furto à noite e for morto cm flagrante, o que; matou não será
punido.
4. Se o furto ocorrer durante o dia e o ladrão for flagrado, que seja fustigado e entregue
como escravo à vítima. Se for escravo, que seja fustigado e precipitado do alto da rocha
Tarpéia.
5. Se ainda não atingiu a puberdade, que seja fustigado com varas a critério do pretor, e
que indenize o dano.
6. Se o ladrão durante o dia defender-se com arma, que a vítima peça socorro cm altas
vozes e se, depois disso, matar o ladrão, que fique impune.
7. Se, pela procura cum lance licioque, a coisa furtada for encontrada na casa de
alguém, que seja punido como se fora um furto manifesto. 8. Se alguém intentar ação
por furto não manifesto, que o ladrão seja condenado no dobro.
9. Se alguém, sem razão, cortar árvores de outrem, que seja condenado a indenizar à
razão de 25 asses por árvore cortada.
10. Se alguém se conformar (ou se acomodar, transigir) com um furto, que a ação seja
considerada extinta.
TÁBUA TERCEIRA
l. Se o depositário, de má fé, praticar alguma falta com relação ao depósito, que seja
condenado em dobro.
2. Se alguém colocar o seu dinheiro a juros superiores a um por cento ao ano, que seja
condenado a devolver o quádruplo.
57
4. Aquele que confessar dívida perante o magistrado, ou for condenado, terá 30 dias
para pagar.
5. Esgotados os 30 dias e não tendo pago, que seja agarrado e levado à presença do
magistrado.
6. Se não pagar e ninguém se apresentar como fiador, que o devedor seja levado pelo
seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com cadeias com peso máximo de 15 libras;
ou menos, se assim o quiser o credor.
7. O devedor preso viverá à sua custa, se quiser; se não quiser, o credor que o mantém
preso dar-Ihe-á por dia uma libra de pão ou mais, a seu critério.
8. Se não houver conciliação, que o devedor fique preso por 60 dias, durante os quais
será conduzido em três dias de feira ao comitium, onde se proclamará, em altas vozes, o
valor da dívida.
9. Se não muitos os credores, será permitido, depois do terceiro dia de feira, dividir o
corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores, não importando cortar
mais ou menos; se os credores preferirem poderão vender o devedor a um estrangeiro,
além do Tibre.
TÁBUA QUARTA
l. É permitido ao pai matar o filho que nasceu disforme, mediante o julgamento de cinco
vizinhos.
2. O pai terá sobre os filhos nascidos de casamento legítimo o direito de vida e de morte
e o poder de vendê-los.
3. Se o pai vender o filho três vezes, que esse filho não recaia mais sob o poder paterno.
4. Se um filho póstumo nascer até o décimo mês após a dissolução do matrimônio, que
esse filho seja reputado legítimo.
TÁBUA QUINTA
58
2. Se o pai de família morrer intestado, não deixando herdeiro seu (necessário), que o
agnado mais próximo seja o herdeiro.
4. Se um liberto morrer intestado, sem deixar herdeiros seus, mas o patrono ou os filhos
do patrono a ele sobreviverem, que a sucessão desse liberto se transfira ao parente mais
próximo da família do patrono.
8. Se alguém tornar-se louco ou pródigo e não tiver tutor, que a sua pessoa e seus bens
sejam confiados à curatela dos agnados e, se não houver agnados, à dos gentis.
TÁBUA SEXTA
3. O escravo a quem for concedida a liberdade por testamento, sob a condição de pagar
uma certa quantia, e que for vendido em seguida, tornar-se-á livre, se pagar a mesma
quantia ao comprador.
4. A coisa vendida, embora entregue, só será adquirida pelo comprador depois de pago
o preço.
5. As terras serão adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse, as coisas
móveis depois de um ano.
59
6. A mulher que residir durante um ano em casa de um homem, como se fora sua
esposa, será adquirida por esse homem e cairá sob o seu poder, salvo se se ausentar da
casa por três noites.
7. Se uma coisa for litigiosa, que o pretor a entregue provisoriamente àquele que detiver
a posse; mas se se tratar da liberdade de um homem que está em escravidão, que o
pretor lhe conceda a liberdade provisória.
8 . Que a madeira utilizada para a construção de uma casa, ou para amparar a videira,
não seja retirada só porque o proprietário reivindicar; mas aquele que utilizou a madeira
que não lhe pertencia seja condenado a
TÁBUA SÉTIMA
Dos delitos
l. Se um quadrúpede causar qualquer dano, que o seu proprietário indenize o valor desse
dano ou abandone o animal ao prejudicado.
4. ....
5. Se o autor do dano for impúbere, que seja fustigado a critério do pretor e indenize o
prejuízo em dobro.
8. mas se assim agir por imprudência, que repare o dano; se não tiver
recursos para isso, que seja punido menos severamente do que se tivesse agido
intencionalmente.
60
9. Aquele que causar dano leve indenizará 25 asses.
10. Se alguém difamar outrem com palavras ou cânticos, que seja fustigado.
11. Se alguém ferir a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se houver acordo.
12. Aquele que arrancar ou quebrar um osso a outrem deverá ser condenado a uma
multa de 300 asses, se o ofendido for um homem livre; e de 150 asses, se o ofendido for
um escravo.
13. Se o tutor administrar com dolo, que seja destituído como suspeito e com infâmia;
se tiver causado algum prejuízo ao tutelado, que seja condenado a pagar o dobro ao fim
da gestão.
14. Se um patrono causar dano a seu cliente, que seja declarado sacer (podendo ser
morto como vítima devotada aos deuses).
16. Se alguém proferir um falso testemunho, que seja precipitado da rocha Tarpéia.
17. Se alguém matar um homem livre e; empregar feitiçaria e veneno, que seja
sacrificado com o último suplício.
18. Se alguém matar o pai ou a mãe, que se lhe envolva a cabeça e seja colocado em um
saco costurado e lançado ao rio.
TÁBUA OITAVA
3. A área de cinco pés deixada livre entre os campos limítrofes não poderá ser adquirida
por usucapião.
61
5. Lei incerta sobre limites
9. Se uma árvore se inclinar sobre o terreno alheio, que os seus galhos sejam podados à
altura de mais de 15 pés.
10. Se caírem frutos sobre o terreno vizinho, o proprietário da árvore terá o direito de
colher esses Frutos.
12. Que o caminho em reta tenha oito pés de largura e o em curva tenha dezesseis.
13. Se aqueles que possuírem terrenos vizinhos a estradas não os cercarem, que seja
permitido deixar pastar o rebanho à vontade. (Nesses terrenos).
TÁBUA NONA
Do direito público
1. Que não se estabeleçam privilégios em lei. (Ou que não se façam leis contra
indivíduos).
2. Aqueles que forem presos por dívidas e as pagarem, gozarão dos mesmos direitos
como se não tivessem sido presos; os povos que forem sempre fiéis e aqueles cuja
defecção for apenas momentânea gozarão de igual direito.
4. Que os comícios por centúrias sejam os únicos a decidir sobre o estado de uma cidade
(vida, liberdade, cidadania, família).
5. Os questores de homicídio...
62
6. Se alguém promover em Roma assembléias noturnas, que seja morto.
TÁBUA DÉClMA
Do direito sacro
6. Que o cadáver seja vestido com três roupas e o enterro se faça acompanhar de dez
tocadores de instrumentos.
8. Não retireis da pira os restos dos ossos de um morto, para lhe dar segundos funerais,
a menos que tenha morrido na guerra ou em país estrangeiro.
9. Que os corpos dos escravos não sejam embalsamados e que seja abolido dos seus
funerais o uso da bebida em torno do cadáver.
10. Que não se lancem licores sobre a pia de incineração nem sobre as cinzas do morto.
11. Que não se usem longas coroas nem turíbulos nos funerais.
12. Que aquele que mereceu uma coroa pelo próprio esforço ou a quem seus escravos
ou seus cavalos fizeram sobressair nos jogos, traga a coroa como prova do seu valor,
assim com os seus parentes, enquanto o cadáver está em casa e durante o cortejo.
13. Não é permitido fazer muitas exéquias nem muitos leitos fúnebres para o mesmo
morto.
14. Não é permitido enterrar ouro com o cadáver; mas se seus dentes são presos com
ouro, pode-se enterrar ou incinerar com esse ouro.
63
15. Não é permitido, sem o consentimento do proprietário, levantar uma pira ou cavar
novo sepulcro, a menos de sessenta pés de distância da casa.
16. Que o vestíbulo de um túmulo jamais possa ser adquirido porusucapião, assim como
o próprio túmulo.
2. Se alguém fizer consagrar uma coisa litigiosa, que pague o dobro do valor da coisa
consagrada.
3. Se alguém obtiver de má fé a posse provisória de uma coisa, que o pretor, para pôr
fim ao litígio, nomeie três árbitros, que estes condenem o possuidor de má fé a restituir
o dobro dos frutos.
4. Se um escravo cometer um furto, ou causar algum dano, sabendo-o patrono, que seja
obrigado esse patrono a entregar o escravo, como indenização, ao prejudicado.
Magna Carta
João pela graça de Deus rei da Inglaterra, senhor da Irlanda, duque da Normandia e da
Aquitânia, e conde de Anjou, aos seus arcebispos, bispos, abades, condes, barões,
justiceiros, florestanos, sheriffe, administradores, ministros, e a todos os outros oficiais
e leais súditos seus, Saudação.
Saibam que sob a inspiração de Deus, para o bem de nossa alma e daquela de todos os
nossos ancestrais e de nossos herdeiros, para a honra de Deus e a exaltação da Santa
Igreja, e para a melhor ordenação de nosso reino, com o conselho de nossos reverendos
padres Stephen, arcebispo de Canterbury, primado de toda a Inglaterra, e cardeal da
Santa Igreja Romana, Henry arcebispo de Dublin, William bispo de Londres, Peter
64
bispo de Winchester, Jocelin bispo de Bath e Glastonbury, Hugh bispo de Lincoln,
Walter bispo de Coventry, Benedict bispo de Rochester, mestre Pandulph sub-diácono e
membro da corte papal, irmão Aymerio mestre dos Cavaleiros Templários na Inglaterra,
William Marschal conde de Pembroke, William conde de Salisbury, William conde de
Arundel, Aland de Galloway condestável da Escócia, Warin Fitz Gerald, Peter Fitz
Herbert, Hubert de Brugh senescal de Poitou, Hugh de Neville, Matthew Fitz Herbert,
Thomas Basset, Alan Basset, Philip Daubeny, Robert de Roppeley, John Marschal, John
Fitz Hugh, e outros súditos leais:
1 – Em primeiro lugar, nós garantimos a Deus e por esta presente carta confirmamos,
para nós e para nossos herdeiros, perpetuamente, que a Igreja inglesa será livre e
desfrutará de todos os seus direitos e de suas liberdades sem que se possa diminuí-los,
permanecendo intactos e invioláveis. Que nós desejamos que isso seja observado,
ressalta do fato de que, de nossa própria e livre vontade, antes de se ter desencadeado a
presente disputa entre nós e nossos barões, nós havíamos garantido e confirmado, por
carta, a liberdade de eleições da Igreja – um direito reconhecido como o de maior
necessidade e importância para ela – submetendo-a à confirmação do Papa Inocêncio
III. Observaremos esta liberdade, e desejamos que ela seja observada de boa fé por
nossos herdeiros, perpetuamente. Garantimos igualmente a todos os homens livres de
nosso reino por nós e por nossos herdeiros, para sempre, todas as liberdades abaixo
enunciadas, para que as tenham e conservem para si e para seus herdeiros, de nós e de
nossos herdeiros:
2 – Se qualquer conde, barão, ou outra pessoa que possui terras diretamente da Coroa,
por serviço militar, morrer e, por ocasião de sua morte, seu herdeiro for maior e deva
um relief (1), este último terá a sua herança mediante o pagamento do antigo e
costumeiro relief. Isto é, o herdeiro ou herdeiros de um conde, 100 pelo baronato total
do conde; o herdeiro ou herdeiros de um barão, 100 pelo baronato total; o herdeiro ou
herdeiros de um cavaleiro, 100s., no máximo, pela totalidade dos direitos feudais de
cavaleiro; e aquele que possuir menos deverá pagar menos, de acordo com o antigo uso
dos feudos.
3 – Se, contudo, o herdeiro de qualquer das pessoas citadas for menor e estiver sob
tutela, que tenha a herança sem relief e sem multa quando atingir a maior idade.
4 – O curador da terra de um herdeiro menor não deverá tirar da terra do herdeiro senão
produto razoável, taxas razoáveis e serviços razoáveis, e isto sem destruição ou
desperdício de homens e bens; e se tivermos confiado a guarda das terras de tal menor
ao sheriff, ou a qualquer outro responsável perante nós pelos resultados, e ele tiver feito
destruição ou desperdício do que tem sob a sua guarda, cobraremos multas dele, e a
terra será entregue a dois homens dignos e prudentes desse feudo, que serão
responsáveis perante nós pelos resultados, ou perante aquele que designarmos. Se
tivermos dado ou vendido a guarda de qualquer destas terras a alguém e este tiver feito
65
destruição ou desperdício, perderá a dita custódia, a qual será transferida a dois homens
dignos e prudentes desse feudo, que serão igualmente responsáveis perante nós,
conforme ficou dito.
5 – Enquanto tiver sob sua guarda a terra, o curador conservará as casas, parques,
lugares para animais, viveiros de peixes, moinhos e outras instalações pertencentes à
terra, lançando mão das rendas da mesma terra; e entregará ao herdeiro arados e
ferramentas de lavoura, conforme o exigir o gênero de lavoura e a renda da terra puder
suportar razoavelmente.
6 – Os herdeiros poderão casar, mas nunca com alguém de condição social mais baixa.
Antes do casamento ter lugar, deverá ser conhecido pelo parente mais próximo, pelo
sangue, do herdeiro.
8 – Nenhuma viúva será compelida a casar, enquanto desejar viver sem marido. Mas ela
deve assegurar que não casará sem o consentimento real, se ela recebeu suas terras da
Coroa; ou sem o consentimento do senhor de quem ela recebeu as terras.
9 – Nem nós, nem qualquer de nossos meirinhos, embargarão qualquer terra ou renda
como pagamento de uma dívida, enquanto o devedor tiver bens móveis suficientes para
solver a dívida. Não se procederá contra os fiadores do devedor enquanto este for capaz
de solver sua dívida. Se, por falta de meios, o devedor for incapaz de solver sua dívida,
seus fiadores responderão por ela. Os fiadores, se desejarem, poderão gravar com
hipoteca as terras e as rendas do devedor até que eles tenham recebido satisfação pela
dívida que haviam pago em lugar daquele, a menos que o devedor possa provar que
tenha cumprido suas obrigações para com os fiadores.
11 – Se um homem morrer devendo dinheiro a judeus, sua esposa poderá ter o seu dote
sem que este em nada responda pela referida dívida. Se o falecido deixou filhos em
menoridade, as necessidades destes últimos deverão ser providas de conformidade com
66
o cuidado das terras que aquele possuía. A dívida deverá ser paga do restante, reservado
contudo o serviço devido aos seus senhores feudais. As dívidas pertencentes a outras
pessoas que não judeus deverão ser tratadas da mesma maneira.
15 – No futuro, não concederemos a quem quer que seja a permissão para cobrar
“ajuda” (2) de seus homens livres, salvo para o resgate de sua pessoa, para fazer
cavaleiro seu filho primogênito e, uma vez somente, para casar sua filha primogênita.
Para esses propósitos apenas uma “ajuda” rezoável pode ser cobrada.
16 – Nenhum homem será forçado a realizar maior serviço de que deve em virtude de
seu feudo de cavaleiro ou de qualquer outra posse livre de terra.
17 – Os processos comuns não virão ao nosso tribunal mas serão apreciados num lugar
fixado.
18 – As ações reais para recuperar terras de que os autores tenham sido recentemente
esbulhados, as ações dos herdeiros para recuperarem terras de que haviam sido
esbulhados seus descendentes, as ações para determinar o patrono de um benefício
eclesiástico, devem realizar-se somente nos tribunais do próprio condado. Nós ou, em
nossa ausência do reino, nosso grande Justiceiro, enviaremos dois justiceiros para cada
condado quatro vezes ao ano, e estes justiceiros, com quatro cavaleiros do condado
67
eleitos pelo próprio condado, reunir-se-ão na corte do condado, no dia e no lugar em
que a corte se reúne.
19 – Se qualquer das reuniões não puder ser realizada no dia do tribunal do condado,
deverão permanecer tantos caveleiros e livres detentores de terra que estiverem
presentes no tribunal do condado naquele dia quantos forem necessários para a
administração da justiça, tendo-se em vista o volume das causas em questão.
20 – Um homem livre não poderá ser multado por um pequeno delito a não ser em
proporção ao grau do mesmo; e por um delito grave será multado de acordo com a
gravidade do mesmo, mas jamais tão pesadamente que possa privá-lo de seus meios de
vida. Do mesmo modo, tratando-se de um mercador, deverá ter este resguardada a sua
mercadoria; e de um agricultor, deverá ter este resguardado o equipamento de sua granja
– se estes se encontrarem sob a mercê de uma corte real. Nenhuma das multas referidas
será imposta a não ser mediante o juízo de homens reputados da vizinhança.
21 – Condes e barões não serão multados a não ser por seus iguais, e em proporção á
gravidade de suas ofensas.
22 – Qualquer multa imposta a um clérigo pertencente a uma ordem religiosa deverá ser
estimada de acordo com os mesmos princípios sobre a sua propriedade secular, sem
tomar em consideração o valor de seu benefício eclesiástico.
23 – Nenhuma localidade ou pessoa será forçada a construir pontes sobre rios, exceto
aqueles com uma antiga obrigação a fazê-lo.
26 – Se, falecido um homem que possui um feudo laico em nome da Coroa, um sheriff
ou meirinho exibir certas patentes reais de intimação por dívida à Coroa, será legítimo
ao sheriff e ao meirinho arrestar e arrolar bens móveis do falecido, que se encontrarem
no feudo laico, até o valor da dívida, de acordo com a estimativa de homens dignos.
Nada poderá ser removido do lugar até que a totalidade da dívida seja paga, momento
em que o restante será entregue aos executores para procederem ao testamento do
falecido. Se não houver dívida para com a Coroa, todos os bens móveis serão
considerados propriedade do falecido, exceto as partes razoáveis que couberem á sua
mulher e filhos.
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27 – Se qualquer homem livre falecer intestado, seus bens móveis serão distribuídos
entre seus parentes mais próximos e amigos, sob a supervisão da Igreja. Os direitos de
seus credores serão resguardados.
31 – Nem nós nem quaisquer de nossos meirinhos poderão tomar madeira para nossos
castelos, ou para qualquer outro propósito, sem o consentimento do proprietário.
32 – Não reteremos as terras daqueles que foram condenados por felonia por mais de
um ano ou um dia, depois do que elas retornarão aos senhores dos feudos.
34 – O mandado chamado praecipe (4) não será para o futuro expedido contra ninguém,
a propósito de qualquer posse de terra se, ou conseqüência dele, um homem livre possa
ser privado do direito de demandar perante o tribunal do senhor em nome do qual ele
possui terras.
35 – Haverá em todo o reino uma única medida para o vinho, para a cerveja, e para o
trigo, o quarter de Londres. Haverá uma única largura para os tecidos tintos,
avermelhados, ou “halberjects”, a saber, duas varas entre as curelas. Os pesos serão
igualmente padronizados.
36 – Para o futuro nada será pago ou recebido como pagamento pela expedição de um
mandado de inquirição sobre a vida ou os membros. Ele será concedido gratuitamente, e
jamais será recusado.
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mediante serviço de cavaleiro – não teremos, em virtude dos três primeiros direitos, a
tutela de seu herdeiro, nem a custódia da terra que pertença a um feudo de outrem. Não
teremos a tutela do herdeiro de um homem, ou a custódia da terra que ele possui em
nome de qualquer outro senhor, em virtude de qualquer pequena posse que ele tenha da
Coroa por serviço de cutileiro, flecheiro, ou semelhante.
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44 – As pessoas que moram fora da floresta não necessitarão, no futuro, comparecer
diante de justiceiros reais da floresta por força de intimações gerais, a não ser que
estejam envolvidas em processos, ou que se tenham tornado garantidas para qualquer
pessoa que tenha sido detida por delito florestal.
46 – Todos os barões que fundaram abadias, em relação às quais possuem cartas dos
reis da Inglaterra ou uma antiga posse, poderão ter a custódia delas, quando não existe
abade, como lhes é devido.
51 – Logo que a paz for restabelecida, baniremos do reino todos os arqueiros, seus
subalternos, e os seus mercenários que, estrangeiros, contra ele lutaram com cavalos e
armas.
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iguais, por nosso Rei Henrique ou por nosso irmão Rei Ricardo, e este bem permaneça
em nossas mãos ou é possuído por outros sob nossa garantia, teremos prorrogação do
período comumente permitido aos cruzados, e menos que um processo tenha sido
iniciado, ou uma investigação tenha sido feita por nossa ordem, antes de termos tomado
a cruz como um cruzado. Em nosso retorno da cruzada, ou se nós a abandonarmos,
faremos imediatamente inteira justiça.
54 – Ninguém será detido ou preso, a pedido de uma mulher, pela morte de qualquer
pessoa que não o seu marido.
55 – Todas as multas que nos foram pagas injustamente e contra a lei da terra, e todas as
punições por nós impostas injustamente, deverão ser inteiramente suspensas, ou a
matéria será decidida de acordo com o julgamento da maioria dos vinte e cinco barões
referidos abaixo, na cláusula para assegurar a paz, juntamente com Stephen, arcebispo
de Canterbury, se ele puder estar presente, e outros que ele desejar trazes consigo para
tal fim. Se o arcebispo não puder estar presente, o processo continuará sem ele, sob a
condição de que, se qualquer um dos vinte e cinco barões estiver, ele próprio, envolvido
em processo semelhante, seja afastado de seu próprio julgamento, e seja escolhido e
juramentado outro em seu lugar, como substituto para este caso particular, pelo restante
dos vinte e cinco barões.
57 – Nos casos em que um galês tenha sido esbulhado ou desapossado de qualquer bem,
sem o legítimo julgamento de seus iguais, por nosso pai Rei Henrique ou por nosso
irmão Rei Ricardo, e este bem permaneça em nossas mãos ou seja possuído por outro
sob nossa garantia, teremos prorrogação pelo período comumente concedido aos
cruzados, a menos que um processo tenha sido iniciado, ou uma investigação tenha sido
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feita sob nossa ordem, antes de termos tomado a cruz como um cruzado. Mas em nosso
retorno da cruzada, ou se nós a abandonarmos, faremos imediatamente inteira justiça de
acordo com as leis de Gales e das ditas regiões.
59 – Com relação á devolução das irmãs e reféns de Alexandre, Rei da Escócia, suas
liberdades e seus direitos, procederemos da mesma maneira que em relação a nossos
barões da Inglaterra, a menos que as cartas de seu pai William, anteriormente rei da
Escócia, as quais temos em nosso poder, estabeleçam que ele deva ser tratado de outro
modo. Esta matéria será decidida pelo julgamento de seus iguais em nosso tribunal.
60 – Todos estes costumes e liberdades que nós garantimos, devem ser observados em
nosso reino, tanto quanto nos concerne, em nossas relações com nossos súditos. Devem
ser observados, similarmente, por todos os homens de nosso reino, tanto clérigos quanto
leigos, em suas relações com seus próprios homens.
61 – Desde que concedemos todas estas coisas, por Deus, e para a melhor ordenação de
nosso reino, e para aquiescer a discórdia que se levantou entre nós e nossos barões; e
desde que desejamos que elas sejam desfrutadas em sua integridade, com eficácia
duradoura e para sempre – conferimos e afiançamos aos barões a seguinte garantia:
Os barões elegerão, entre si, vinte e cinco, para guardar, e obrigar a observar, com todo
o seu poder, a paz e as liberdades concedidas e confirmadas para eles por esta carta.
Qualquer homem que assim o deseje pode jurar obediência às ordens dos vinte e cinco
barões para a consecução destes fins, e juntar-se a eles para assaltar-nos com o máximo
de seu poder. Concedemos, pública e livremente, permissão a qualquer homem que o
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deseje, para prestar este juramento e, em tempo algum, proibiremos qualquer homem de
prestá-lo. Na verdade, compeliremos por nossa ordem a prestar tal juramento qualquer
de nossos súditos que não estiver inclinado a fazê-lo.
Se qualquer dos vinte e cinco barões morrer ou deixar o país, ou estiver impedido, por
qualquer outro motivo, de desempenhar suas obrigações, os demais escolherão outro
barão em seu lugar, que imediatamente prestará juramento como os outros fizeram.
Os vinte e cinco barões jurarão observar fielmente todos os artigos acima, e obrigação à
sua observância, com todo o seu poder.
Não procuraremos conseguir de ninguém, tanto por nossos próprios esforços quanto
pelos de outra pessoa, qualquer coisa pela qual alguma parte destas concessões ou
liberdades possa ser revogada ou diminuída. Se, entretanto, tal coisa foi conseguida, que
seja nula e sem eficácia, e dela jamais faremos uso, tanto pessoalmente quanto por
intermédio de terceiro.
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Dado por nossa mão na campina chamada Runnymede, entre Windsor e Staines, no
décimo quinto dia de junho do décimo sétimo ano de nosso reinado.
I. La Nazione italiana e un organismo avente fini, vita, mezzi di azione superiori a quelli
degli individui divisi o raggruppati che la compongono. È una unità morale, politica ed
economica, che si realizza integralmente nello Stato Fascista.
II. Il lavoro, sotto tutte le sue forme intellettuali, tecniche e manuali è un dovere sociale.
A questo titolo, e solo a questo titolo, è tutelato dallo Stato.
Il complesso della produzione è unitario dal punto di vista nazionale; i suoi obbiettivi
sono unitari e si riassumono nel benessere dei produttori e nello sviluppo della potenza
nazionale.
IV. Nel contratto collettivo di lavoro trova la sua espressione concreta la solidarietà fra i
vari fattori della produzione, mediante la conciliazione degli opposti interessi dei datori
di lavoro e dei lavoratori e la loro subordinazione agli interessi superiori della
produzione.
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VI. Le associazioni professionali legalmente riconosciute, assicurano la uguaglianza
giuridica tra i datori di lavoro e i lavoratori, mantengono la disciplina della produzione e
del lavoro e ne promuovono il perfezionamento. Le Corporazioni costituiscono
l'organizzazione unitaria della produzione e ne rappresentano integralmente gli interessi.
In virtù di questa integrale rappresentanza, essendo gli interessi della produzione
interessi nazionali, le Corporazioni sono dalla legge riconosciute come organi di Stato.
Quali rappresentanti degli interessi unitari della produzione, le Corporazioni possono
dettar norme obbligatorie sulla disciplina dei rapporti di lavoro ed anche sul
coordinamento della produzione tutte le volte che ne abbiano avuti i necessari poteri
dalle associazioni collegate.
VII. Lo Stato corporativo considera l'iniziativa privata nel campo della produzione
come lo strumento più efficace e più utile nell'interesse della Nazione.
L'organizzazione privata della produzione essendo una funzione di interesse nazionale,
l'organizzazione dell'impresa è responsabile dell'indirizzo della produzione di fronte allo
Stato. Dalla collaborazione delle forze produttive deriva fra esse reciprocità di diritti e
di doveri. Il prestatore d'opera - tecnico, impiegato od operaio - è un collaboratore attivo
dell'impresa economica, la direzione della quale spetta al datore di lavoro che ne ha la
responsabilità.
IX. L 'intervento dello Stato nella produzione economica ha luogo soltanto quando
manchi o sia insufficiente l'iniziativa privata o quando siano in giuoco interessi politici
dello Stato. Tale intervento può assumere la forma del controllo, dell'incoraggiamento e
della gestione diretta.
CONTRATTO DI LAVORO
X. Nelle controversie collettive del lavoro l'azione giudiziaria non può essere intentata,
se l'organo corporativo non ha prima esperito il tentativo di conciliazione. Nelle
controversie individuali concernenti l'interpretazione e l'applicazione dei contratti
collettivi di lavoro, le associazioni professionali hanno facoltà di interporre i loro uffici
per la conciliazione. La competenza per tali controversie è devoluta alla Magistratura
ordinaria con l'aggiunta di assessori designati dalle associazioni professionali
interessate.
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XI. Le associazioni professionali hanno l'obbligo di regolare mediante contratti
collettivi i rapporti di lavoro fra le categorie di datori di lavoro e di lavoratori, che
rappresentano.
Il contratto collettivo di lavoro si stipula fra associazioni di primo grado sotto la guida e
il controllo delle organizzazioni centrali, salvo la facoltà di sostituzione da parte
dell'associazione di grado superiore, nei casi previsti dalle leggi e dagli statuti.
Ogni contratto collettivo di lavoro, sotto pena di nullità, deve contenere norme precise
sui rapporti disciplinari, sul periodo di prova, sulla misura e sul pagamento della
retribuzione, sull'orario di lavoro.
XII. L 'azione del sindacato, l'opera conciliativa degli organi corporativi e la sentenza
della magistratura del lavoro garantiscono la corrispondenza del salario alle esigenze
normali di vita, alle possibilità della produzione e al rendimento del lavoro. La
determinazione del salario è sottratta a qualsiasi norma generale e affidata all'accordo
delle parti nei contratti collettivi.
UFFICI DI COLLOCAMENTO
XIX. Le infrazioni alla disciplina e gli atti che perturbino il normale andamento
dell'azienda, commessi dai prestatori di lavoro, sono puniti, secondo la gravità della
mancanza, con la multa, con la sospensione dal lavoro e, per casi gravi, col
licenziamento immediato senza indennità.
Saranno specificati i casi in cui l'imprenditore può infliggere la multa o la sospensione o
il licenziamento immediato senza indennità.
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uffici e hanno facoltà di scelta nell'ambito degli inscritti agli elenchi, dando la
precedenza agli inscritti al Partito, ai Sindacati Fascisti secondo la loro anzianità di
inscrizione.
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