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por Marcéli Paulino

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Índice
INTRODUÇÃO
PERSONAL STYLIST: SUA REAL DEFINIÇÃO................................................................................................................5

CAPÍTULO 1
CONHECENDO UM POUCO SOBRE MODA E UM POUCO SOBRE SERES HUMANOS...............................8

CAPÍTULO 2
SOBRE TENDÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE PASSARELAS E VIDA REAL.................................................13
AFINAL, O QUE SIGNIFICA “TENDÊNCIA”? ...................................................................................................................14

CAPÍTULO 3
APRESENTANDO A MODA AO CLIENTE........................................................................................................................18
PARA COMEÇAR: FÓRMULAS BOAS PARA COLOCAR EM PRÁTICA..............................................................20

CAPÍTULO 4
O TRABALHO DE UM PERSONAL STYLIST E SUAS VERTENTES....................................................................25
PLANEJAMENTO FINANCEIRO.........................................................................................................................................27
UM POUCO DE PSICOLOGIA ...............................................................................................................................................28
A DIFERENÇA ENTRE ‘STYLIST’ E ‘PERSONAL STYLIST’ ...................................................................................29

CAPÍTULO 5
ALIANDO CONSUMO E AUTO-ESTIMA............................................................................................................................31
DEFEITOS FÍSICOS – ELES EXISTEM, MAS VOCÊ PODE CONVIVER COM ELES......................................32
VALORIZANDO AS QUALIDADES FÍSICAS...................................................................................................................34
DESCOBRINDO SEU BIÓTIPO E COMO FAVORECÊ-LO..........................................................................................34
A REAL FUNÇÃO DO SALTO ALTO....................................................................................................................................39
COMO IDENTIFICAR O ‘PESO VISUAL’............................................................................................................................40

CAPÍTULO 6
EXERCÍCIO DE STYLING: COMBINANDO CORES.......................................................................................................44
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TABELA DE CORES...................................................................................................................................................................45

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ACERTANDO COMBINAÇÕES – PARA TODOS OS TONS DE PELE.....................................................................47
OS EFEITOS DAS CORES.......................................................................................................................................................55
CONJUNTO ESSENCIAL DE CORES PARA SE TER NO ARMÁRI.......................................................................56

CAPÍTULO 7
ELEMENTOS DE ESTILO........................................................................................................................................................59
LOOKS PARA ACADEMIA......................................................................................................................................................65
LOOKS PARA O TRABALHO..................................................................................................................................................67
LOOKS PARA A BALADA.......................................................................................................................................................68
LOOKS PARA A PRAIA/PISCINA.......................................................................................................................................70
LENÇOS: COMO INCREMENTAR O LOOK COM ELES.................................................................................................71

CAPÍTULO 8
ORGANIZANDO O GUARDA-ROUPA DE MANEIRA FUNCIONAL.......................................................................76
A LEI DA SUBSTITUIÇÃO.......................................................................................................................................................76
O MOMENTO DA ORGANIZAÇÃO.......................................................................................................................................77
UM GUARDA-ROUPA COM A NOSSA CARA................................................................................................................79
FÓRMULAS PARA COMPOR LOOKS................................................................................................................................80
ROUPA BOA PODE – E DEVE – SER REPETIDA.......................................................................................................82
ROSTO: PARTE DO CORPO PRINCIPAL..............................................................................................................................84
TECIDOS NATURAIS x TECIDOS SINTÉTICOS.............................................................................................................84
ESCOLHENDO UMA MALHA MAIS REFINADA...........................................................................................................87
IDENTIFICANDO TIPOS DE FIBRAS.................................................................................................................................87
SAIBA CONSERVAR AS PEÇAS..........................................................................................................................................89

CAPÍTULO 9
A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DAS ROUPAS..................................................................................................91
DECIFRANDO A ETIQUETA..................................................................................................................................................93
A IMPORTÂNCIA DO FORRO (E DO ACETATO)............................................................................................................94
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TIRANDO MANCHAS SEM DETONAR A ROUPA.........................................................................................................94

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ACABANDO COM AS “BOLINHAS”....................................................................................................................................95
LAVAGENS PARA CADA TIPO DE TECIDO...................................................................................................................96
ALGUMAS DICAS PARA MINIMIZAR O TRABALHO AO PASSAR ROUPA......................................................97

CAPÍTULO 10
APRENDENDO A COMPRAR MENOS E MELHOR....................................................................................................100
COMPRANDO ONLINE...........................................................................................................................................................105
O ERRO DE COMPRAR HOJE PARA SER MAGRA AMANHÃ................................................................................110
TAMANHO É DOCUMENTO....................................................................................................................................................111

CAPÍTULO 11
BOAS ATITUDES – PARA REFLETIR E ADQUIRIR.....................................................................................................115
COMPORTAMENTO EM FILAS E PLATÉIAS.................................................................................................................118
ALGUNS CÓDIGOS DE ETIQUETA DE MODA E COMO LIDAR COM ELES .....................................................119

CAPÍTULO 12
COMO ORGANIZAR A MALA DE VIAGEM......................................................................................................................124
BAGAGEM DE MÃO.................................................................................................................................................................129
MALAS PARA DIVERSOS TIPOS DE VIAGEM..............................................................................................................131

CAPÍTULO 13
ESTILO PARA TODA HORA..................................................................................................................................................135
INVESTIGANDO ESTILOS PARA UMA IDENTIDADE VISUA................................................................................136
MENOS IGUALDADE E MAIS PERSONALIDADE.......................................................................................................137
QUAL O OBJETIVO DE ESTAR SEMPRE APRESENTÁVEL?...............................................................................138
A EXPECTATIVA CERTA........................................................................................................................................................140

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
O mundo da moda vem sido destrinchado em vários segmentos nos quais há cada vez mais
interessados em atuar. Além da própria atuação em si, estar na moda é praticamente um cartão
de visitas para qualquer ocasião e isto faz com que as pessoas procurem maneiras de conseguir
entrar para esta grande ‘tendência’. Esta, portanto, é uma das razões porque o ramo de personal
stylist, em especial, ganha diariamente diversos adeptos – seja para contratar o serviço, seja para
prestar. O meio em que vivemos encara a imagem cada vez mais como um dos pontos principais
de um indivíduo, seja qual for a ocasião em que ele se encontre, porque através dela é possível
passar diversas mensagens e transmitir muitas sensações.
Mas mais importante que uma imagem é o que está dentro dela. Faça as seguintes perguntas a si
mesmo: você se conhece? Do que você gosta? O quê te define?? Exercer a profissão de personal
stylist é uma tarefa muito mais complexa do que se imagina porque exige, tanto do profissional,
quanto do cliente, um grande exercício de auto-conhecimento. E conhecer-se muito bem é a
premissa para entrar no universo do ‘se vestir bem’.

PERSONAL STYLIST: SUA REAL DEFINIÇÃO

A expressão, originariamente inglesa, pode ser traduzida e adaptada para o português como
“profissional que visa cuidar de seu estilo pessoal”. Assim como existe o personal trainer, que
cuida, durante um período de tempo, de seus treinos físicos com um determinado objetivo
(emagrecer, ganhar definição muscular e etc.), o personal stylist dedica seu tempo a montar um
guarda-roupa com um estilo que tenha a ver com a sua personalidade.
Para entender melhor, vamos esmiuçar cada passo relacionado à profissão, desde o auto-
conhecimento, onde há um estudo de personalidade que é feito com cada cliente para descobrir
seus gostos nos mínimos detalhes e, então, definir seu estilo, até os conhecimentos básicos sobre
moda e styling – no que diz respeito a vestuário, proporções, biótipos, coordenações de cores,
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ilusões de ótica e muito mais.


Estudar melhor o universo de um personal stylist (ou consultor de moda) é, também, uma

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forma de encontrar o caminho certo para identificar e entender a si mesmo. Afinal, alguém que
identifica o estilo do outro para, então, adequar a moda a ele, pode perfeitamente aplicar esta
prática a si mesmo. Não acham?
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CAPÍTULO 1
Conhecendo um pouco sobre moda e um pouco
sobre seres humanos
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CAPÍTULO 1
CONHECENDO UM POUCO SOBRE MODA E UM POUCO SOBRE SERES HUMANOS

Lidar com pessoas pode parecer uma tarefa simples, mas não é. E toda essa complexidade
está relacionada ao fato de sermos seres completamente distintos uns dos outros, com
gostos diferentes, opiniões diferentes, formações e criações diferentes. Tudo isso implica em
personalidades que precisam ser estudadas e entendidas para poder se chegar a um objetivo
que, para o personal stylist, é adequar a moda ao gosto e, principalmente, à vida de seu cliente –
e, fazê-lo, por consequência, ficar satisfeito com esta adequação (ser feliz com ela).
Você já entendeu conhecer o cliente é um dos pré-requisitos principais e tudo começa com uma
boa e longa conversa. Uma boa maneira de dar início a esse conhecimento e a identificar seus
gostos, além do bate-papo, é elaborando um mini-questionário.
Comece com perguntas básicas e vá até as mais pessoais, gradativamente. Por exemplo:

»» Idade (apesar de ser considerado uma indiscrição, saber a idade neste contexto é

fundamental);

»» Profissão;

»» Local de atuação de trabalho;

»» Meio de transporte mais usual (até o trabalho e para outros lugares);

»» Casado(a)?

»» Tem filhos?

»» Cidade em que residente

»» Peso

»» Altura
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»» Pratica esporte?

»» Cor(es) favorita(s)

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»» Prato(s) favorito(s)

»» Filme(s) favorito(s)

»» O que faz nos momentos de lazer?

»» É admirador de algum tipo de arte?

»» Costuma ler algum meio de comunicação que fale sobre moda?


Se nós mesmos respondermos a este pequeno questionário acima, apenas por brincadeira,
podemos identificar uma tendência em nossa personalidade para algum segmento de moda,
dentro de todo esse contexto; a partir daí, fica mais fácil saber o estilo da pessoa e com quais
referências sua personalidade pode se encaixar melhor. Por exemplo: uma dançarina de ballet
que tem preferência por cores claras pode se encaixar em um estilo romântico com referência
aos anos 50. Um vocalista de uma banda de pop-rock, que mora em uma capital e gosta de cores
escuras, claramente se identifica com o estilo grunge e muito provavelmente é adepto do preto,
da estampa xadrez e de modelagens básicas e confortáveis (já que o corre-corre de uma cidade
grande exige, acima de tudo, conforto).
Estes, obviamente, são exemplos básicos e simplificados para ilustrar o objetivo do questionário.
Mas em se tratando se seres humanos, a complexidade de gostos e de um estilo (que pode
ser até mais de um) vai muito além disso; a avaliação de uma personalidade pode exigir muito
mais conversa, muitas referências, a pessoa pode ter muitas dúvidas ou até pré-conceitos para
serem dissolvidos, o que resulta em um minucioso trabalho de análise para, com calma, chegar
ao objetivo principal: um guarda-roupa com a cara e com a vida de seu dono.
Neste primeiro estágio de conhecimento, o questionário é importante, mas não é o suficiente.
Ele serve como uma introdução; uma vez tendo o questionário respondido e devidamente
avaliado, parte-se para a parte prática, que é visitar o cliente para conhece-lo e conversar (mais)
pessoalmente. Discuta seus gostos descritos no papel, conheça um pouco sobre sua vida, seu
cotidiano e seu humor. O humor, aliás, é um fator que influencia muito no que diz respeito a
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preferências; quando uma pessoa é bem-humorada e passível de aceitar sugestões, passa-se a


ter mais liberdade para sugerir, por exemplo, uma inovação em seu guarda-roupa, arriscar uma

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mudança. Já aquela que é mais reservada pode não gostar de mudar o foco daquilo que já está
acostumada e de que sabe que gosta, e nesse caso, é preciso limitar sugestões e pensar em
combinações que não fujam de seu contexto.
Depois de conhecer bem seu cliente e estar certo de seus gostos e preferências, chega a hora
de aliar a personalidade dele ao seu conhecimento em moda – mais especificamente, em
tendências. Para orientar alguém a se vestir de forma atual, é preciso conhecer de todos os
estilos um pouco – ao longo da história e do presente. A experiência também conta muito, o
que significa que trabalhar com um primeiro cliente nunca será igual a trabalhar com o 30º,
por exemplo; a cada trabalho aprende-se mais – nessa área ou em qualquer outra. Mas ter o
conhecimento em primeiro lugar é fundamental.
Há, hoje, diversos livros que contam de forma breve e resumida a história da moda. Para se situar
em termos como “ancas”, new look, modelagem evasé e tweed, só para citar alguns, é importante
dedicar seu tempo a este tipo de leitura – caso não tenha este conhecimento; pesquisas na
internet também são válidas para se aprofundar um pouco no tema. Geralmente, todo personal
stylist tem uma “biblioteca” particular na qual se baseia para aperfeiçoar a profissão e para a qual
recorre quando surgem dúvidas – e, na maioria das vezes, um livro nunca é o suficiente. Abaixo,
segue uma breve lista de publicações que podem interessar aqueles que querem ingressar na
profissão:

»» “A Linguagem das Roupas”, por Alison Lurie – editora Rocco;

»» “Cinquenta Vestidos que Mudaram o Mundo”, um projeto do Design Museum – editora

Autêntica;

»» “Decifrar pessoas”, por Jo-Ellen Dimitrius e Mark Mazzarella – editora Alegro;

»» “...Ismos: Para entender a Moda”, por Mairi Mackenzie – editora Globo;

»» “O Código do Vestir”, por Toby Fisher-Mirkin – editora Rocco;

»» “Tecidos: História, Tramas, Tipos e Usos”, por Dinah Bueno Pezzolo – editora Senac São
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Paulo.

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Quanto mais estudo o profissional possuir, mais a fundo entenderá a relação entre moda e
sociedade, algo que é fundamental para se ter como base na profissão de personal stylist – que
lida tanto com moda, quanto com seres humanos.
Se você já descobriu de onde veio, já sabe para onde pode ir. Conhecer a história da moda e todas
as suas excentricidades dá o passe livre para você estudar o que acontece no presente. Quais
são as tendências do momento, o que é mostrado nas ruas, o que dizem as revistas e os blogs e,
principalmente, o que realmente funciona no dia-a-dia. Todo meio de comunicação é válido para
se atualizar, mas a prática é que vai mostrar realmente o que acaba por se tornar preferência – as
famosas “apostas queridinhas” - e o que se encaixa em
um armário da vida real.
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CAPÍTULO 2
Sobre tendências e diferenças entre passarela
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e vida real

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CAPÍTULO 2
SOBRE TENDÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE PASSARELAS E VIDA REAL

As semanas de moda costumam apresentar novas ideias - ou renovar ideias antigas em formato
de releitura – para nos direcionar ao que chamamos de “tendências”. Acontece que, para que um
estilista escolha uma proposta para exibir em sua passarela, é necessário que ele pesquise. Você
já percebeu que o primeiro passo para atuar na área de moda é pesquisar, e muito.
Todos os acontecimentos na sociedade ao longo do tempo, de certa forma, definem o que será
tendência. Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, o luxo dos tecidos mais nobres foi deixado
de lado para dar lugar a tecidos mais baratos e looks mais sucintos e sisudos, por consequência;
o glamour das saias rodadas saiu de cena para que as saias de corte reto passassem a ser “a
modelagem da moda”. Isto porque a economia estava em queda e as fábricas não disponibilizavam
de recursos para criar roupas tão elaboradas – e nem a população disponibilizava de grande
poder aquisitivo para consumi-las.
Este ciclo infinito de “acontecimentos na sociedade = tendências de moda” é eterno e, por isso,
todo designer precisa olhar para o mundo e pensar o que é viável para a sociedade consumir
naquele momento específico; em tempos de crise econômica, por exemplo, não é prudente
colocar na passarela algo que despenda de muito investimento. Se pegarmos um exemplo atual
de “moda econômica”, temos as infindáveis parcerias entre marcas conceituadas e lojas de fast-
fashion (as famosas redes de departamento). Desde que começaram, fizeram tanto sucesso
que cada vez mais grifes no Brasil e ao redor do mundo apostam nesse estilo de trabalho. As
empresas, com o intuito de gerar mais renda, encontraram uma maneira de disponibilizar para
a grande massa de consumidores peças de roupa com melhor qualidade por um valor mais
acessível; o resultado é um volume muito maior de vendas,
onde todos saem ganhando.
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Mas é claro que nem tudo o que se vê nas passarelas e nos editoriais é passível de

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ser aplicado na vida real. Apesar de existir todo um estudo em torno do que é viável

vender, existe uma coisa que se chama ‘conceito’; para os estilistas, moda conceitual

é algo cada vez menos presente – mas, ainda assim, existe. Este conceito gira em

torno de diversos objetivos, que podem ser um protesto, uma homenagem a algum

ícone, uma referência exagerada a algum acontecimento, entre outros. A moda-

conceito não é feita necessariamente para ser vendida (ao menos para “pessoas

reais”), mas para passar uma mensagem.


Para o styling do dia-a-dia, no entanto, o profissional – que vai trabalhar o estilo de alguém “de
verdade” – precisa focar na moda real, que é aquela que vende e que é ideal para o cotidiano, que
complementar a vida de quem a usa, que faz parte de uma personalidade real.
Ainda assim, essa moda-conceito teve sua queda; a praticidade que nosso dia-a-dia cada vez
mais atribulado exige foi transformando as passarelas de ‘conceituais’ para ‘reais’. E assim, cada
vez mais marcas se empenham em criar coleções que agradem ao público - e que vendam. O
personal stylist, agora conhecendo bem a personalidade de seu cliente, mira nestas coleções e
seleciona, entre tudo o que ele vê, aquilo que pode se encaixar no guarda-roupa em questão e
discute com o cliente o que mais pode lhe agradar e lhe ser útil (isto, é claro, depois de saber
quais peças dentro deste guarda-roupa precisarão ser substituídas).

AFINAL, O QUE SIGNIFICA “TENDÊNCIA”?

Uma palavra que se tornou tão “arroz com feijão” no dia a dia de quem lida com moda merece
ser explicada – até porque, muita gente que a usa não tem a mínima ideia de seu real significado:
de forma bem resumida, uma ‘tendência’ é chamada assim porque saiu das passarelas e
rapidamente conquistou as ruas; virou ‘febre’. Para citar bons exemplos atuais de tendências,
temos as peças assimétricas, os sneakers, os moletons usados com peças mais sofisticadas (de
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alfaiataria, por exemplo), as t-shirts com caras de bichos, as saias plissadas, os jeans rasgados,
entre tantas outras. O chamado mood sporty, que pega referências emprestadas do guarda-

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roupa esportivo, também têm aparecido com mais frequência nos looks de rua e, portanto, pode
ser considerada uma tendência atual – é o caso das calças jogging, dos shorts evasé de tactel, das
regatas vasadas, etc. Vale lembrar que nem tudo que é tendência é legal de se usar – e todas elas,
sem exceção, precisam ser filtradas e analisadas se cabem em nosso guarda-roupa.
Em suma, moda para a vida real é tudo aquilo que cabe usar no dia-a-dia, que é funcional. A
principal tática do personal stylist é aliar roupas da moda (“tendências”) com a praticidade do
dia a dia da pessoa; ele precisa passar para seu cliente que, acima de um lindo look de passarela,
precisa existir uma roupa prática e versátil para o cotidiano, que possa funcionar em seu guarda-
roupa em diversas ocasiões.

ROUPA É COADJUVANTE E QUEM A VESTE É O PERSONAGEM PRINCIPAL


Já não é novidade que nos dias de hoje e, cada vez mais, a moda tenta se impor cada em nosso
dia a dia, se mostrando tão essencial quanto o ar que se respira, quase; e para quem ama moda
– e ama estar bem-vestido -, a moda é realmente algo bem próximo disso. Mas não podemos
esquecer até que ponto a moda é importante para nossa vida e como podemos usufruir dela da
melhor forma.
Quem procura por um personal stylist, normalmente é porque está preocupado(a) com a própria
imagem e quer melhorar a aparência, quer ser mais feliz no seu dia a dia e em frente ao espelho;
acontece que só uma roupa bonita ou um look bem montado não é o suficiente se a pessoa não
encarar isso de uma forma muito mais profunda que uma simples roupa legal; quem realmente
importa é quem a está vestindo: para qual ocasião serve esta roupa? Que utilidade ela terá no
meu dia a dia? Estes são exemplos de pontos importantes nos quais a maioria das pessoas deixa
de pensar, para dar total foco apenas na roupa em si. À medida que o trabalho do personal stylist
evolui, fica mais fácil identificar a importância de cada coisa em seu lugar – e a olhar para dentro
de si, identificando o que é valioso de verdade e o que é um complemento disto.
Quando nos referimos a ‘moda para a vida real’ queremos dizer que o que está na passarela
não pode ser um sonho; o sonho de fato é nossa realização pessoal de trabalho, de família, de
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relacionamentos em geral, e a roupa irá apenas complementar esse sonho – e nos tornar bem-

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vestidos para vivê-los! A pessoa precisa, primeiramente, se enxergar e se conhecer, para então
descobrir o que, no universo da moda, irá complementa-la, torna-la ainda melhor, mais atraente,
enriquecer seus atributos. Adquirir uma boa aparência e uma boa imagem é importante como
complemento, como primeiro passo, mas não é o essencial, nem a base. A base e o personagem
principal é você.
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CAPÍTULO 3
Apresentando a moda ao cliente
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CAPÍTULO 3
APRESENTANDO A MODA AO CLIENTE

Em alguns casos, a pessoa com quem você vai trabalhar pode não ter o costume de acompanhar
revistas de moda e outros meios de comunicação que abordem o tema (embora hoje em dia isto
seja pouco comum, pode acontecer). Ela, então, o contratou para ajuda-la com seu vestuário, mas
não tem muito (ou nenhum) conhecimento sobre tendências. Seu papel, neste caso, é introduzir
o tema aos poucos para o cliente, para que ele conheça e escolha, junto com você, aquilo com
o que mais se identifica – trata-se, de certa forma, de uma educação de styling. O profissional e
o cliente, juntos, vão estudar tudo ao redor e identificar as possibilidades dentro daquilo que já
existe e que pode existir.
À medida em que o cliente eleger suas preferências, você irá contrabalancear suas escolhas com
aquilo que é mais apropriado. Pense em alguns pré-requisitos:

»» Idade

»» Proporção

»» Ocasião

»» Clima

»» Fatores Econômicos

Partimos, então, do princípio de que um guarda-roupa de uma jovem de 20 anos não pode ser
o mesmo que o de uma mulher de 50 (ao menos, dentro do conceito do ‘bom senso’). Quando
uma cliente diz gostar de certo vestido - por exemplo -, de comprimento super curto, você deve
procurar uma alternativa que se encaixe ao seu perfil – no caso de uma mulher de 50 anos,
um modelo de comprimento midi (vulgo “altura dos joelhos”). Se a cliente em questão tiver
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preferência por peças que mostrem o corpo, dê-lhe alternativas inteligentes para satisfazer essa
sua necessidade: roupas com recortes, que podem ser assimétricos, podem ter decotes, porém

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moderados – e aí, entramos no quesito “proporção” – que sejam proporcionais ao seu biótipo.
Pensando em ‘biótipos’, sempre ofereça aquilo que valorize o corpo do cliente (e isso será uma
consequência e uma atitude automática depois de uma longa conversa e de feita uma análise
com ele). Uma mulher com quadris largos precisa de alternativas que os disfarcem; alguém com
seios muito grandes, também; já uma pessoa magra demais pode querer ideias de looks que
valorizem seu corpo e que o faça parecer mais curvilíneo. A proporção é muito mais importante
do que se pensa, pois é ela que vai moldar e definir a função da roupa no look. Este ponto também
é importante pelo quesito ‘ponto de vista’: às vezes o que o cliente quer, não é o que ele precisa.
O trabalho do personal stylist também está em mostrar a ele, na prática, aquilo que lhe cabe
melhor e que lhe tornará mais apresentável (e mais ‘de bem’ com o espelho).
O terceiro ponto importante é a ocasião: trabalho, lazer, eventos profissionais, e por aí vai. Pense
em peças de roupa que possam transitar o máximo possível por situações como essas e, assim,
facilitar a vida do seu cliente. Mais importante que dizer a ele que “é preciso comprar uma peça
X” é ensiná-lo a usar essa peça de diversas formas.

Quer um exemplo? Uma camisa branca de chiffon pode ser composta por uma calça

jeans e um blazer com sapatilhas e temos aí um look pronto de trabalho. Troque o

blazer e a calça por um short de renda ou de alfaiataria com sandálias flat e surge uma

combinação para o lazer. Para eventos profissionais que pedem mais sofisticação,

escolha a primeira opção de look acrescentando a ele scarpins e uma make mais

elaborada – ou, ainda, troque a calça jeans por outra de alfaiataria. Pronto: uma camisa

fez parte de três looks diferentes, para ocasiões diferentes.


Fatores climáticos também são extremamente importantes na escolha do guarda-roupa e
isto envolve o local onde se mora e todas as estações do ano que este local recebe, com suas
respectivas temperaturas. Pensando em nível de Brasil, o cliente pode morar, por exemplo, em
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Recife, uma capital que fica localizada em uma região extremamente quente do país. No guarda-
roupa deste cliente deverá conter peças de tecidos leves e, neste caso, você deve pensar em

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materiais como linho, algodão, ou laisé. Em Recife é muito comum chover no meio do ano, com
temperaturas um pouco mais amenas – e assim é considerada a estação de inverno da região.
Para esta época, pense em jeans, brim, peças de malha leve e moletons. Não é aconselhável,
por exemplo, que o cliente invista em uma peça em couro ou pele (sintética), porque muito
dificilmente ele irá usá-lo, a não ser em viagens; aconselhe-o a dar preferência por aquilo que
será mais usual em seu dia-a-dia. Imaginando que seja um cliente muito fã do material e que
gostaria muito de ter uma peça em couro, indique-o algo sintético – que além de ser mais em
conta, já que não usará tanto, torna-se mais viável para ocasiões
do seu dia-a-dia.
Ninguém disponibiliza de todos os recursos financeiros do mundo; por isso mesmo, os fatores
econômicos também entram nos pré-requisitos importantes. Um personal stylist não deixa de
ser, também, pela metade do tempo, um consultor financeiro. Isto porque ele precisa pensar
no que o cliente realmente necessita e no que, para ele, vale a pena investir. Pegando o gancho
do mesmo exemplo acima - da peça em couro -, pensemos hipoteticamente que este cliente,
que é morador de Recife, tem trabalho fixo e pouco viaja. Ele mora em um local que faz calor
praticamente o ano inteiro e raramente vai a outros lugares, o que significa que investir R$ 2
mil, por exemplo, em uma jaqueta de couro legítimo torna-se inviável e desnecessário. Em uma
situação como essa, o profissional entra em cena para oferecer uma alternativa mais em conta
e mais versátil – como uma jaqueta de material sintético ou de outro material que possa encher
os olhos dele e fazê-lo esquecer-se de seu primeiro desejo. Seja amigo do seu cliente e oriente-o
a fazer escolhas inteligentes. Seu trabalho será mais completo e mais reconhecido. Além disso,
pensar dessa forma não deixa de ser um treino para ser colocado em prática consigo mesmo:
todos saem ganhando.

PARA COMEÇAR: FÓRMULAS BOAS PARA COLOCAR EM PRÁTICA


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Embora cada pessoa tenha um biótipo e uma preferência de cor e estilo, existem fórmulas que o
personal pode fornecer ao cliente como ferramentas que o ajudarão a direcionar suas escolhas

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de looks do dia a dia. Estas fórmulas podem ser usadas uma de cada vez ou combinadas entre
si – desde que a pessoa tenha em mente que é possível escolher sempre uma delas como
‘protagonista’ e reservar as outras para serem complementos. Para quem está começando a
conhecer seu estilo pessoal, estas são algumas boas premissas:

Buscar fontes de inspiração e estudar muitas referências:


salvas algumas exceções, a maioria das pessoas nos dias de hoje, sejam homens ou mulheres,
têm o hábito de ler revistas, ver blogs e outros meios de comunicação. Durante essa leitura, é
bom que nos acostumemos não só a ler em si, mas a separar referências, observar o que, em
cada uma delas, pode se repetir, prestar atenção em cores, texturas e proporções – tudo isso
para procurar reproduzir, da forma que der, em nosso próprio guarda-roupa. Se achar melhor,
recorte a imagem cuja referência mais lhe atraiu, faça um álbum de inspirações com aquelas que
achar mais impactantes, mais cheias de informação, para poder revisar, posteriormente, cada
imagem e usá-la como fonte de inspiração para uma produção. Tudo aquilo que nos fascina,
que faz nossos olhos ‘brilharem’ é sempre muito importante na construção do estilo pessoal e
pode ser a “liga” entre quem sempre fomos e quem queremos ser – além de facilitar e muito
um trabalho futuro com um personal stylist, que já conseguirá analisar de forma bem mais clara
seus gostos e preferências.
→ Coordenar cores de maneiras originais: um bom exemplo para começar efetuando essa dica é
trocar o preto, por exemplo, que é um neutro tão comum e tão ‘batido’ (embora muito querido)
por outro neutro mais original; isso já faz que o look se destaque em meio a uma multidão,
transmitindo o efeito de “básico+colorido” de uma maneira bem mais interessante. No lugar do
preto dá para usar, por exemplo, marinho, marrom, cinza, verde-escuro ou roxo-escuro ; no
lugar do branco, dá para usar o bege, o camelo, o cinza-gelo e outros tantos tons claros mais
neutros que sempre funcionam.
Estas coordenações de cores são fáceis e divertidas de criar – porque exercitam nossa capacidade
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de combinações variadas – e proporcionam um impacto bem mais bacana no look como um


todo.

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Monocromáticos, por exemplo, podem ser valorizados através de peças com design diferente;
peças lisas podem ser bem mais interessantes quando coordenadas com cores mais vibrantes;
para ter uma visão mais ampla das possibilidades de combinações, é legal montar no photoshop
– ou com lápis de cor – uma cartela de cores neutras (claras e escuras) e outra colorida, dentre
todos os tons preferidos, para estudar, consultar e concluir o que melhor combina com o quê.

Acrescentar texturas e estampas para personalizar o look:


coordenar um mesmo material para toda a produção torna-a sem graça; quanto mais materiais
diferentes tivermos no look, mais informação ele carrega. Superfícies diferentes quase sempre
têm texturas, brilhos e caimentos diferentes – e saber coordená-los de forma harmoniosa gera
pontos positivos no quesito ‘originalidade’. Texturas diferentes fazem boa imagem em looks
monocromáticos e deixam até looks informais com uma carinha mais sofisticada. E não é porque
tem textura que não pode ter estampa: um ou outro já é válido, mas os dois juntos também pode
– para treinar com mais ousadia à medida que a personalidade permitir.

Combinar ao menos três peças em cada look:


um vestido usado sozinho ou conjuntinho de saia+blusa ou jeans+camiseta podem fazer uma boa
figura, no entanto, é sempre bom trazer o máximo de interessância possível para o look e para se
destacar. A certeza de atingir este objetivo é acrescentando uma terceira peça à produção, como
casaquetos, cardigans, lenços, coletes, boleros, golas, faixas, enfim, a gama de opções é muito
vasta.

Uma dose de feminilidade (para elas): não precisa sair fantasiada de “mulherzinha”;
a feminilidade de um look pode ser transmitida através de um tecido macio de se tocar, de um
caimento leve, de um decote bonito nas costas, de um comprimento um pouquinho mais curto
ou de uma coordenação suave de cores, para citar só alguns exemplos.

Acessórios com personalidade:


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o acessório é sempre um complemento fundamental do look e, muitas vezes, o que o levanta


e que dá a ele uma ‘cara’ diferente. Bolsas, sapatos, colares, brincos, braceletes, relógios, óculos,
todos estes (e mais muitos outros) são os responsáveis pela boa finalização de um visual; sem

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eles, parece que falta alguma coisa.
Todos esses elementos mencionados aqui são apenas uma “prévia” de tudo o que importa, em
questão de detalhes, para se ter uma identidade visual. São as primeiras noções dadas a alguém
que está à procura de melhorar ou aperfeiçoar seu estilo; as primeiras direções para começar a
olhar e a enxergar o que é necessário. Mais para frente, cada um destes tópicos serão esmiuçados
e detalhados mais a fundo, para que os interessados a ensinar ou a aprender se autoeduquem
em relação aos detalhes para chegar no objetivo principal.
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CAPÍTULO 4
O trabalho de um personal stylist e suas vertentes
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CAPÍTULO 4
O TRABALHO DE UM PERSONAL STYLIST E SUAS VERTENTES

Já deu para perceber que todo o trabalho de um personal stylist é, resumidamente, uma delicada
jornada de conhecimento e a adaptação de quem esta pessoa é ao que ela precisa (em questão
de guarda-roupa). Principalmente pessoas que nunca se interessaram muito por moda tendem
a ser mais incompreensíveis quando o assunto é ‘vestir-se com bom senso’; o personal está ali
para oferecê-lo auxílio, portanto, alguém que contrata seus serviços deve estar ciente de que
precisa ouvir suas sugestões. Além do mais, nenhum profissional vai querer seu nome vinculado
a uma pessoa que faz péssimas escolhas na hora de se apresentar à sociedade – e é por isso que
tem que acontecer muita conversa e muita análise antes de chegar à prática do trabalho. E este
é o primeiro ponto porque você precisa se empenhar.
O termo “ser amigo do cliente” deve ser levado a sério, primeiro, porque mostra a honestidade
do seu trabalho; em segundo lugar, porque com toda calma você irá explica-lo por que, por
exemplo, usar um blazer preto é melhor para ele ou ela disfarçar a barriguinha que uma túnica
branca com transparência. A lei da proporção só é totalmente compreendida quando mostrada
na prática, por isso, um bom profissional faz questão de fazer experimentações, de acompanhar
seu cliente às lojas para ajuda-lo com as escolhas e de orientá-lo melhor quando ele fizer
compras. Principalmente a parte de ‘experimentações’ é muito importante: fazer sugestões do
que ele pode experimentar para visualizar em si mesmo a diferença entre as peças de roupa é
essencial para provar o que fica bem e o que não (para tirar a ideia da cabeça).

E então vem a parte da “consultoria financeira”: indique a ele lugares em que seja possível
encontrar o que se precisa sem gastar os turbos – quando se tratar de “modinhas”. Eduque-o
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a pesquisar, a rodar bastantes lugares e principalmente a pensar antes de levar uma peça,
mesmo que tenha gostado dela de cara. As peças chamadas de atemporais podem e devem
ter qualidade alta e, portanto, são naturalmente mais caras – é o caso da camisa de seda ou de

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chiffon, do blazer de alfaiataria e da jaqueta de couro. As “modinhas” a que nos referimos são
peças de roupa que só serão usadas de tempos em tempos, quando a moda delas voltar à tona.
Nestas não vale a pena investir tanto dinheiro.
Brinca-se com a relação entre a profissão de personal stylist e a de consultor financeiro porque,
no sentido figurado, você possivelmente aconselhará seu cliente sobre suas compras na
questão de ‘custo-benefício’ e o ajudará a planejar seus gastos. Obviamente não se trata de uma
consultoria financeira propriamente dita, mas haverá o momento em que você irá orientá-lo
sobre o que vale a pena adquirir e o que vale reaproveitar do guarda-roupa. Um ótimo exemplo
de reaproveitamento são as tão famosas peças ‘vintage’. A palavra, traduzida para o português,
significa ‘antigo’ e ‘de boa qualidade’. Logo, juntando seus dois significados pode-se concluir
que, quando dizemos que uma peça é vintage, significa que ela é de uma época passada e se
mantém em estado conservado. E esse tipo de roupa é ótimo para compor produções com
muita criatividade, sem contar o fato de que, possivelmente, retornarão ao leque de tendências
contemporâneas em algum momento. Exemplos? Jardineiras, vestido evasé e batas com
estampa étnica e motivos indianos, para citar alguns. Considerando a seguinte hipótese: a cliente
é amante incondicional de referências dos anos 70 e quer muito investir em uma bata indiana
de algodão. Você já analisou seu guarda-roupa e avistou uma peça muito semelhante àquela
que ela deseja, e que está guardada há muito tempo - o que significa que ela é antiga. Seu papel
como profissional é aconselhá-la a reaproveitar essa peça, por dois motivos:

- Não há necessidade de gastar dinheiro com algo semelhante;

- Fazer uso de roupas vintage é muito mais atual do que se pensa e transmite mais

personalidade ao look.
Pense: é mais legal ter a “imitação” de uma bata indiana de época ou ter a própria bata, que era
daquela época?
Quando alguém contrata um personal stylist é porque deseja repaginar seu estilo, dar uma nova
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cara à sua imagem. Alguém que espera por isso, naturalmente espera ter um guarda-roupa
mais atual, com peças que estão na moda. Seu cliente quer estar na moda. Por isso, é importante

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que você, aos poucos, ensine-o a pensar como alguém que está por dentro do assunto. Você
irá atualiza-lo do tema e, aos poucos, vai orientá-lo a pensar de uma maneira “antenada”, e não
como um leigo.
Poucos se lembram de que mudar o estilo – ou melhor, melhorá-lo – significa alavancar a auto-
estima, automaticamente. Muitas vezes não sabemos por que estamos para baixo, o que nos falta
para motivar o dia a dia e, de repente, quando repaginamos o guarda-roupa, sentimos que essa
motivação retornou à nossa rotina. Exemplo disso em nosso contidiano – principalmente para o
público feminino – é fazer algumas compras. Seja para o closet em si ou para um ambiente da
casa, o fato de comprar e renovar algo já dá uma sensação de alívio e libertação.
Sentir-se na moda tem um significado muito mais profundo do que apenas os de ‘futilidade’
e ‘aparência’. Por menos ligada a coisas materiais que a pessoa seja, a verdade é que todos
querem se sentir bem e aceitos. É da natureza do ser humano (e de todo ser) tentar se adaptar
ao meio em que se vive. Se, portanto, melhorar a aparência significa que um indivíduo atrairá
mais olhares, será mais admirado ou até mesmo mais respeitado e bem-aceito em sociedade, é
obvio que ele irá querer essa mudança. E no fim das contas, todos têm o direito de se sentirem
melhor, primeiramente, consigo mesmos. Mudar o estilo pode significar uma mudança de
vida – mas não é, necessariamente, um sinônimo de falência. Não é necessário esgotar suas
economias para renovar todas as suas peças – até porque, muito provavelmente, algumas (ou
muitas) coisas do seu atual closet lhe servirão muito bem e a longo prazo (como o caso das peças
vintage, mencionado anteriormente). Basta saber como usá-las (falaremos mais a fundo sobre
organização de guarda-roupa no capítulo 8).

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Tendo muito ou pouco dinheiro, todo mundo precisa planejar mensalmente o quanto pode
gastar. Quando já se sabe do que precisa, dá para destinar um valor dentro do orçamento para
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as compras e dá para definir parte deste valor que possa ser gasto em cada peça ou acessório.
Para pensar de maneira mais lógica a moda do dia a dia, é preciso olhar primeiro para o seu

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cotidiano: você passa a maior parte do tempo trabalhando? Se sim, a maior parte das peças
de roupa vão pertencer ao guarda-roupa profissional; se você costuma ir à praia todo fim de
semana, biquíni pode ser a peça-chave do armário (e na qual será destinado parte do dinheiro
para investir); se você tem uma vida social super agitada, talvez não seja necessário esperar
aquela liquidação para comprar o vestido de balada que tanto se quer (e de que se precisa).
E funciona desta forma: o dinheiro investido em uma peça de roupa deve ser diretamente
proporcional à sua rotina de uso. Dá para dividir a vida em atividades e então distribuir o budget
seguindo esta divisão.

UM POUCO DE PSICOLOGIA
O trabalho do personal é minucioso e detalhista, porque alia vertentes muito complexas que estão
direta ou indiretamente relacionadas. São elas: relacionamento interpressoal, moda – uma vez
que você precisa entender o estilo da pessoa e adapta-lo à moda atual, ajudando-a a enxergar
isso de maneira que a favoreça –, finanças – já que, de algum modo, será necessário balancear
o que o cliente pode e não pode gastar – e psicologia - que é aprender, ao longo da convivência
pessoal e profissional, do quê exatamente seu cliente precisa. A psicologia está justamente aí, em
entender a vontade do cliente e realiza-la ao máximo,
com responsabilidade e honestidade.
Esse trabalho começa lá no questionário, onde o cliente é obrigado a olhar para si mesmo para
poder responder às perguntas, que irão moldar sua personalidade; com estas e outras muitas
perguntas, aliadas a conversas e a uma boa análise de seu guarda-roupa, fica mais fácil entender
como ele pensa, como ele enxerga a vida, do que ele realmente gosta e do que ele precisa.
Aos poucos, constroe-se para o cliente uma nova visão do que é ele mesmo. Cada passo do
trabalho do profissional consultor vai transformando, na prática, a personalidade do indivíduo
em versões muito interessantes de quem ele é (e que ele nem sabia que era possível conseguir!).
É um trabalho de reforço da auto-estima, acima de qualquer outro.
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A DIFERENÇA ENTRE ‘STYLIST’ E ‘PERSONAL STYLIST’
Quem não tem tanta familiaridade com áreas de moda e, principalmente, com estas profissões
mais específicas – como stylist e personal stylist – encontra uma facilidade enorme de confundir
as duas terminologias, o que é normal.
Tanto o stylist quanto o personal stylist trabalham com mensagens que as roupas podem passar
através de quem as veste; a roupa nada mais é que uma linguagem usada pelos dois profissionais
para narrar uma identidade/história visual. A diferença mesmo está na forma em que cada um
deles conta essa história: os stylists fazem narrações efêmeras, “de mentirinha”, com personagens
(que são as modelos) e cenários específicos (que são as passarelas, as luzes e a música que
envolve todo o contexto). Essa “história” contada pelo stylist não exige um look montado para
a vida real – e, por isso, leva o adjetivo de ‘efêmero’ –, é algo passageiro, feito ali para aquele
momento, para aquela coleção, da temporada em questão. Por isso, a roupa pode ser presa por
alfinetes, pode estar colada com fita-crepe, pode não ser tão confortável, nem tão maleável.
Stylists contam as histórias de moda, traduzindo por meio dos looks de passarelas tendências
relacionadas à estação, temas e inspirações do estilista e transmitindo essas inspirações para o
público.
Já os Personal Stylists precisam contar histórias de verdade: quem contrata esse serviço já tem
algo pra contar (história de vida), com uma ambientação que é real e não cenográfica, que pode
ser a casa, o local de trabalho, a rotina, os hobbies, os deslocamentos , etc; a roupa, portanto, tem
que funcionar para a realidade e de todas as formas (e não para uma passarela), em qualquer
luz, em todos os ambientes – e muitas vezes, durante um ida inteiro. Personal stylists fazem a
inspiração fornecida pelo stylist se materializar, acontecer de verdade dentro do guarda-roupa
do cliente e se transformar para a vida real; são profissionais que ensinam a amar mais o pé do
que o sapato; a amar mais a si próprio que a roupa que está vestindo. E assim por diante.
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CAPÍTULO 5
Aliando consumo e auto-estima
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CAPÍTULO 5
ALIANDO CONSUMO E AUTO-ESTIMA

Muito provavelmente você já ouviu a recorrente frase: “fiz umas comprinhas para melhorar
minha auto-estima”. Seguindo a linha de raciocínio exposta anteriormente, o ser humano
sente naturalmente uma grande necessidade de ser aceito. Muitas vezes essa necessidade de
aceitação é a grande causadora da “moda em massa”, que nada mais é que aquela moda que
todo mundo usa, mas ninguém realmente entende por que (e chega até a sentir vergonha de
si próprio, futuramente, ao se ver em uma foto antiga usando certa tendência). Por que isso
acontece? Primeiro, porque essa ‘aceitação’ tem que partir primeiro de você mesmo: aceite-se
e ame-se para que todo o redor o faça. Em segundo lugar, porque aquela tendência que você
e outros tantos saíram por aí usando a doidado claramente não condizia com a personalidade
de quem as estava vestindo. O que todos fizeram foi reproduzir em si mesmos(as) o que viram
nas passarelas, nas revistas ou pela rua, sem parar pra pensar se aquilo realmente tinha a ver
consigo; sem filtrá-las.
Para evitar vergonhas alheias de si próprio futuras, o personal stylist auxiliará e fará o cliente
analisar, sozinho, o que realmente traduz da forma visual quem ele é. Desta forma, torna-se
possível usar tudo aquilo de que se gosta sem medo de parecer ridículo daqui a alguns anos.
Pense em ‘consultoria de moda/estilo’ como uma jornada de auto-conhecimento; no início, o
consultor (ou personal) será um guia, mas, aos poucos, ele vai dando espaço para que o cliente
caminhe sozinho, à medida em que for aprendendo – e se gostando!
Muitas vezes, o consumo desenfreado do cotidiano, vendido por marketings a todo o tempo ao
nosso redor, nos criam uma expectativa quase que certeiramente frustrante. Porque, obviamente,
não podemos comprar tudo aquilo que vemos e de que gostamos. Essa falsa expectativa é
que nos faz sair por aí à procura de algo que não precisamos e que, muito provavelmente, não
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iremos usar. No final da história, acabamos por ter peças perdidas no guarda-roupa, que lá ficam
encostadas por um bocado de tempo, com as quais às vezes nos deparamos e pensamos: “pra

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quê eu comprei isso?”.
Enxergar a si próprio e investir em expectativas duradouras, como a auto-estima, é a chave
para evitar estas frustrações consumistas. Toda a análise detalhista do guarda-roupa e da
personalidade do cliente feita em conunto com um profissional serve para alcançar este objetivo.
Aos poucos, o consultor desbrava as dificuldades que o cliente encontra para com sua imagem
e o proporciona ferramentas que o ajudam a valorizar o que ele tem de bom (e esconder algo
que ele tenha de “ruim”).

DEFEITOS FÍSICOS – ELES EXISTEM, MAS VOCÊ PODE CONVIVER COM ELES

Apesar da existência de tantas beldades


no mundo, todos sabemos claramente
que ninguém é perfeito. E mais: a
perfeição é relativa, uma vez que, para
um, a atriz X é perfeita fisicamente e,
para outro, esta X tem o “nariz torto” e
a atriz Y, que tem o nariz menor, é que
é perfeita. Este exemplo banal serve
para explicar, com simplicidade, que
a perfeição é relativa e que, muitas
vezes, alguém pode não gostar de algo
em si mesmo que para outra pessoa
passa despercebido. Afinal de contas,
a imperfeição é que nos faz seres-
humanos e cada característica do nosso
corpo define quem somos. Não é?
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Exercitar a auto-estima é algo complexo e demorado, com o qual o personal stylist irá trabalhar
– do começo ao fim de sua jornada com o cliente. E o cliente, por sua vez, terá defeitos físicos
dos quais não gosta e com os quais não sabe lidar. O primeiro passo (e talvez o mais difícil) é que
ele consiga identificar esses defeitos e abri-los ao profissional – e aí entra a brincadeira de dizer
que o personal vira psicólogo; a partir daí, todo o trabalho de renovação e reaproveitamento do
guarda-roupa será direcionado a esconder esses ‘defeitos’ e valorizar aquilo de que o cliente
mais gosta em si mesmo – que o personal também deverá descobrir. Daí em diante, todo o
trabalho de consultoria de estilo é construído em torno deste ciclo:
Personalidade + moda → valorizar defeitos → disfarçar qualidades = autoestima em dia.
O resultado, que aos poucos se vê, é o desaparecimento de toda aquela falsa expectativa criada
por fatores externos e uma autorealização muito grande. Pois se o cliente está bem-resolvido
consigo mesmo e se aceita, naturalmente ele não sentirá necessidade de ser aceito por ninguém
– porque isso acontecerá como consequência. Isto também fará com que ele aprenda, ao lado
do profissional, a consumir com mais consciência, pensando de uma forma mais eficiente, que
funcione para o seu guarda-roupa (e não mais consumir por ansiedade, na tentativa de suprir
uma expectativa que nem ele conhece). Alguns primeiros exemplos de styling, que, na prática,
auxiliam o disfarce optico de algumas características físicas:

Quadris largos: modelagens evasé, saias e vestidos amplos, calças de boca mais larga
(também chamadas de ‘flare’);

Seios grandes: decotes em “V” (moderados!), casacos de corte reto e bem

estruturados, camisas de botão em cores escuras;

Barriguinha: roupas em cores escuras no geral, peças de cintura alta, casacos e

camisas de corte mais longo, que ultrapassem a

altura do quadril.
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Todo esse exercício de “disfarçar as imperfeições” precisa ser feito aos poucos e em conjunto.
Isto significa que, o profissional, ao lado do cliente, vai estudar seu guarda-roupa (novamente!)
com o intuito de identificar e mostrar a ele o que vai funcionar para esse objetivo e o que não.

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Todo o biótipo e a personalidade analisados lá no primeiro capítulo entram de fato em prática
aqui, pois é onde tudo se encaixará para começar a dar forma e efetividade ao
trabalho do consultor.

VALORIZANDO AS QUALIDADES FÍSICAS

A fase de identificar defeitinhos fisicos e treinar como escondê-los (por meio do vestuário) vem
à tona agora, neste momento: chegou a hora de auxiliar o cliente a valorizar suas qualidades. O
ser humano é, por si só (na maioria das vezes) muito autocrítico, o que torna essa tarefa bem
difícil; neste caso, o papel do personal é ainda mais necessário, porque com olhos profissionais e
de bom senso, ele vai dizer ao cliente o que ele tem de melhor e que poderá ser valorizado. Isto
pode ir desde lábios bem-desenhados, que podem ser ressaltados por meio de um batom cuja
cor está em alta, até altura, busto, pernas, enfim: qualquer característica física que o consultor
julgue boa para ser colocada em evidência.
Vamos a um exemplo prático: sua cliente tem quadris muito largos, que não ficam bem com
qualquer tipo de roupa, mas é alta. Se apropriar de sua altura com looks de efeito alongador
(como conjuntinhos ou um vestido longo de saia ampla, por exemplo) são uma ótima saída para
dois bons resultados: o disfarce de um defeito e o realce de uma qualidade.
Outro exemplo: uma cliente é baixinha, mas tem um corpo muito bom, sem gordurinhas. O
profissional vai ajudá-la criar uma altura legal visualmente – por meio de saltos e looks alongadores
de silhueta (macacão, calça flare com camisa de cores próximas, estampas alongadoras, etc) –
e, já que se trata de um corpo bonito, lançar mão de combinações que o valorize de maneira
elegante – com vestidos justos numa boa proporção, conjuntos com peças cropped, entre outros.

DESCOBRINDO SEU BIÓTIPO E COMO FAVORECÊ-LO

Para ampliar um pouco mais a ideia de disfarçar defeitos e valorizar qualidades, vamos abordar
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um pouco sobre os tipos de corpo femininos (também chamados de ‘biótipos’) e analisar algumas
maneiras boas de lidar com cada um deles no que diz respeito a vestuário. Vale lembrar que estes

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biótipos servem apenas como base teórica para a pessoa identificar seu formato de corpo, mas,
na prática, os formatos podem variar muito mais que apenas estes biótipos que serão citados.
Em primeiro lugar, você precisa descobrir qual é seu tipo de corpo, caso ainda não saiba. Para isso,
basta medir a largura dos seus ombros, da cintura e da parte mais larga dos quadris, atentando
para não dar a volta completa, ou seja, meça apenas a medida de uma
lateral à outra.
Depois, compare estas medidas: se seus ombros, quadris e cintura tiverem o mesmo tamanho
ou medidas bem próximas, seu biótipo é retângulo; se a cintura tiver medida menor que os
ombros e quadris – e estes dois últimos tiverem medidas iguais ou próximas -, seu biótipo é
ampulheta; quadris mais largos que ombros e cintura fina designa um biótipo pêra; se os ombros
forem maiores que todo o resto (cintura e quadris), o biótipo é triângulo invertido; e por último,
se ombros e quadris tiverem medidas menores que a cintura, este biótipo é oval. Cada biótipo
precisa de uma solução de styling diferente que vai disfarçar uma área e evidenciar outra; essas
soluções são feitas através de peças de roupa específicas e a maneira correta de usá-las:

Roupas para corpo tipo ampulheta: as formas deste biótipo são conhecidas como ideais,

porque ombros e quadris estão na mesma linha. Os seios são, normalmente, médios e

as curvas são suaves e proporcionais. O ponto forte deste tipo de corpo é a cintura mais

fina; neste caso, donas deste biótipo precisam valorizar suas formas, que são bonitas e

harmônicas por natureza (tomando cuidado apenas para não modificá-las).

Invista em:
• Cintos ou faixas (para deixar a cintura em evidência em vários tipos de looks);
• Tecidos fluídos;
• Produções monocromáticas (que alongam a silhueta);
• Calças e saias de tecidos leves;
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• Vestidos cache-coeur;
• Modelagens de cintura alta ou marcada.

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Evite:

»» Peças estruturadas;

»» Abotoamento duplo;

»» Roupas coladas ou muito largas;

»» Calças amplas ou afuniladas demais.

»» Blusas curtas (ou, na linguagem atual, ‘cropped’);

»» Casacos retos, sem cintura marcada.

→ Roupas para corpo tipo pêra: este é o famoso “corpo violão”, com ombros menores que os
quadris, cintura e braços finos e bem desenhados e seios de tamanhos que podem ir do pequeno
ao médio. O truque mais importante para esta silhueta é equilibrar o tamanho dos ombros com
os quadris e atrair os olhares para a parte de cima do corpo. É fundamental também marcar a
cintura, mesmo que de maneira sutil, pois isto tornará seu visual aparentemente mais magro;
outra preocupação para se ter é alongar o corpo, especialmente para quem está acima do peso
ideal.

Invista em:

»» Decotes e detalhes horizontais (na parte superior);

»» Blusas e blazers acinturados;

»» Sobreposições;

»» Colares na altura dos seios (para criar a ilusão de volume);

»» Saias levemente afuniladas ou em “A” e de tecidos firmes.

Evite:

»» Camisas com punhos chamativos;


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»» Bolsos volumosos (na região dos quadris);

»» Bolsas à tira-colo;

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»» Calças e saias muito justas;

»» Cintos caídos na altura dos quadris.

→ Roupas para corpo tipo retângulo: ombros, quadris e cintura estão na mesma linha e as formas
deste biótipo costumam ser magras e com poucas curvas. As pernas normalmente são finas e,
se ganhar uns quilinhos, eles se distribuem de maneira equilibrada. Para este tipo de corpo, o
ponto de ação deve ser focado na falta das curvas; é possível tanto apostar em artifícios para
criar uma ilusão de formas e uma imagem mais curvilinea, quanto usar as roupas para desviar
os olhares de áreas como, por exemplo, a cintura. Além disso, por causa das formas retas, é
importante deixar aparência mais feminina.

Invista em:
- Saias rodadas;
- Modelagens de cintura levemente baixa;
- Vestidos-casaco;
- Calças com pregas ou bolsos;
- Pantalonas;
- Blusas feitas de tecidos fluídos.

Evite:
- Golas altas;
- Roupas muito largas (de modelagem ampla);
- Estampas exageradas;
- Blusas muito justas ou muito curtas;
- Calças de cós largo ou cintura alta;
- Cintos que contrastam com a roupa.
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→ Roupas para corpo tipo triângulo invertido: o volume maior da silhueta neste formato está
concentrado na parte de cima do corpo. Os ombros são sempre mais largos que os quadris, a

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cintura tende a ser reta, a barriga saliente, as costas largas e as pernas longas e finas (porém,
bem definidas). Para equilibrar tudo isso, é preciso suavizar o peso do tronco, fazendo os ombros
parecerem menores e os quadris mais volumosos. Outra saída é desviar os olhares do alto do
corpo, valorizando seu ponto forte: as pernas.

Invista em:
- Blusas com babados na barra (ou de modelagem ‘peplum’);
- Decotes em “V”;
- Detalhes verticais, como lenços;
- Mangas de punho amplo;
- Calças volumosas;
- Saias estampadas.

Evite:
- Camisas e casacos estampados;
- Blusas com bolsos aparentes;
- Mangas elaboradas e com ombreiras;
- Casacos com abotoamento duplo;
- Leggins, calças skinny e saias feitas de material colante;
- Decote canoa e detalhes horizontais.

→ Roupas para corpo tipo oval: geralmente, a mulher de silhueta oval está acima do peso ideal
para sua altura. As linhas do corpo são curvas e o pescoço é largo; já a cintura pode ser maior ou
alinhada com a mesma largura dos ombros e dos quadris. Donas deste biótipo precisam afinar
a silhueta, esconder a barriguinha e chamar a atenção para as áreas mais finas do corpo, como
pulsos, colo e tornozelos – além de criar uma falsa cintura. Outra proposta interessante é chamar
a atenção para o rosto e também valorizar as pernas.
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Invista em:
- Looks monocromáticos;

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- Tecidos encorpados;
- Decotes em “U” ou em “V”;
- Saias e calças retas;
- Lapelas estreitas;
- Blusas compridas (até a metade da altura dos quadris);
* Evite:
- Tecidos volumosos e colantes;
- Roupas de modelagem muito larga;
- Saias rodadas;
- Bolsos e botões exagerados;
- Colares curtos;
- Sandálias de tiras finas.

Além da prática, o mais importante em valorizar as qualidades físicas é assimila-las. O personal


stylist vai, além de orientar a realçar essas qualidades, fazer com que o cliente se sinta bem com
elas, esquecendo-se dos defeitos – ou, ao menos, não dando a eles tanta importância assim.
Depois de esmiuçar alguns detalhes das funções práticas de um personal stylist já é possível notar
que a profissão está muito menos ligada à moda do que se pensa e, sim, muito mais relacionada
ao exercício de autoconhecimento e de autovalorização. A teoria da moda, em si, é importante no
ponto em que o cliente está se familiarizando com tendências ao seu redor, para ficar por dentro
do “geral”, do que “está em alta”. Mas logo esse conteúdo vai se transformando, com o auxílio
do profissional, em uma rica ferramenta que ele poderá usar para se identificar visualmente –
para si mesmo e para os outros – pelo resto da vida. Então, a moda passa a ser usada à favor da
personalidade do cliente (e não o contrário).

A REAL FUNÇÃO DO SALTO ALTO


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Colares compridos, golas coloridas e maquiagem bem-feita são elementos que podem ser

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alongadores de silhueta super eficazes por chamar a atenção para o rosto e, assim, fazer com
que as pessoas olhem para nós com este movimento “para o alto”. Partindo desta premissa, o
contrário disto também pode ter efeito equivalente, quando o que mais chama a atenção em um
biótipo está na parte de baixo. Se a atenção está para baixo, logo, a propensão é o achatamento
da silhueta – o que não é legal – e é o que normalmente acontece com donas de quadris mais
largos.
Por isso quem tem biótipos cujo formato já “puxa” os olhares para sua parte de baixo podem
fazer uso de saltos para mudar esta percepção. É claro que existem os truques visuais, que
você conferiu no tópico anterior, que são certeiros para disfarçar diversos tipos de corpo – e
para quadris largos não é diferente. Mas como informação nunca é demais e salto alto faz parte
do universo feminino (ou, ao menos, do cotidiano da maioria das mulheres), vale se interar
um pouco mais sobre os truques de styling possíveis com eles, para arrematar a produção e
acrescentar a ela alguns centímetros visuais. Se a questão é quadril largo, dá para se valer do
salto nas seguintes combinações:
→ com calça de corte reto e barra comprida: a barra pode ultrapassar um pouco a altura e sobrar
um pouco em cima dos pés; neste caso, o sapato não é o objeto principal do look e está ali só para
alongar a silhueta. Opte por tons iguais ou semelhantes aos da calça em questão, para o ‘efeito
alongador’ ser ainda maior.
→ com saias longas/vestidos longos: a tática é bem parecida com o uso de calças, porém, saias
longas para quem tem quadril largo devem ser levemente rodadas – pois quanto mais justas,
mais marcam o desenho do quadril e mais o colocam em ênfase.
→ com minicomprimentos: neste caso, o sapato é que estará em ênfase, e uma boa tática
alongadora de silhueta é se apropriar de tons próximos à cor da pele, para parecer uma coisa só
e não fatiar a silhueta.

COMO IDENTIFICAR O ‘PESO VISUAL’


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Vimos cinco biótipos diferentes que podem ser classificados mediante as medidas do corpo e

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as respectivas maneiras de ameniza-los ou de valoriza-los; embora estas sejam classificações
usadas como base para saber nosso formato e o que é bom para o nosso corpo, fica difícil
generalizar todas as formas corporais em apenas cinco protótipos. Ou seja, podem existir variações
destes tipos de corpo, como: um tipo “pêra” com ombros mais largos, um corpo retangular com
barriguinha, uma ampulheta que pode ter pernas mais curtas, enfim, a diversidade é muito
grande.

Então, para quem passou pelo tópico de


biótipos e não se identificou exatamente
com nenhum dos exemplos ali
mencionados, tem outra regrinha muito
boa e prática que ajuda nos truques de
styling do dia a dia, que é identificar o
peso visual sem medidas – que, nada
mais é, que uma área da silhueta que
chama mais a atenção, que “pesa” mais
ao olhar. Esse peso pode estar na parte
de cima, no meio ou na parte de baixo e
descobri-lo é uma questão de analisar;
feita esta análise, parte-se para a prática
de montar looks que possam equilibrar o
peso dessa área chamativa e disfaçar o
que se quer (é uma técnica bem parecida
com a identificação de biótipos, só que
mais simplificada).
* Dispensando a fita métrica
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De frente para o espelho com a postura


correta – e com o auxílio de um cadarço

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ou de uma fita de cetim –, mede-se a extensão frontal do corpo em relação à cintura. O espaço
maior é exatamente onde o peso visual da silhueta está. Quem tem quadril e glúteos grandes,
por exemplo, geralmente tem ombros mais estreitos e seios menores, o que significa que o peso
visual está na parte de baixo; quem tem seios grandes, ombros largos, pescoço curto e mais largo
geralmente tem quadril estreito ou reto, pouco bumbum e pernas mais finas – significa que o
peso visual está na parte de cima.
A solução mais simples e prática para esse desequilíbrio é, na hora de montar um look, tirar o
máximo de informações possível das áreas pesadas e colocar o maior número de informações
nas áreas leves (para chamar a atenção para o local que tem menos volume). Por exemplo: o
biótipo exemplificado anteriormente, de ombros largos, seios grandes e pernas finas vai equilibrar
suas proporções deixando a área da cintura para cima sem muitos elementos – com peças lisas
e neutras, nada de babados ou drapeados e nada de estampas chamativas – enquanto a área da
cintura para baixo vai poder chamar a atenção à vontade – aí sim, é hora de abusar de babados,
drapeados, volumes, estampas e cores vibrantes.
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CAPÍTULO 6
Exercício de styling: combinando cores
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CAPÍTULO 6
EXERCÍCIO DE STYLING: COMBINANDO CORES

Para entender de forma prática o trabalho do personal stylist, podemos dizer que este nada mais
é que unir ideias de moda em um look real, para o dia a dia. Um stylist que trabalha com desfiles,
por exemplo, tem a função de pegar as criações do estilista para a coleção da temporada em
questão e montar, com elas, looks de passarela, que encham os olhos daqueles que assistem ao
desfile (sejam estes consumidores, sejam críticos de moda) e não têm, necessariamente, uma
preocupação em adaptar esses looks para a vida real. E este trabalho, quando trazido para fora
da passarela – que é o trabalho de personal stylist em si -, faz com que os looks que “enchem
os olhos” sejam os nossos (ou do cliente). Pinçar informações que caibam para nós, como cores,
modelagens, acabamentos e texturas, é importante para identificar aquilo que vai servir para
o nosso cotidiano. É um trabalho de styling com o nosso próprio guarda-roupa (e não com a
coleção do estilista).
Entendendo essa essência mais forte do trabalho do consultor, então, é possível mirar na prática
mais mecânica da coisa, que gira em torno de combinações. A começar pelas cores, uma análise
do guarda-roupa do cliente pode ser feita através delas: quais destas cores presentes neste
guarda-roupa vão funcionar bem com os mínimos detalhes de seu “dono”. Estes detalhes vão
desde a personalidade até os tons de pele e cabelo.
É importante estudar minuciosamente qual tom valoriza a cor de pele e de cabelo do cliente e
qual(is) tom(ns) desvaloriza(m) – para sugerir dispensá-lo(s) –, qual(is) textura(s) combinam
melhor para certos tipos de cores e estampas, e por aí vai. A lista é bem extensa e, na verdade, o
profissional só consegue realmente desenvolvê-la depois de estudar muito bem o guarda-roupa
em questão e, depois, experimentar na prática o resultado – só assim ele poderá concluir o que
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ali serve e o que não. Para exemplificar esta etapa de uma maneira mais objetiva, podemos
começar com algumas noções básicas:

Peles claras → tons pastéis e escuros;

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Peles amareladas → tons neutros, escuros e terrosos;

Peles negras → cores claras e cores fortes e impactantes.


Incialmente, separamos estes padrões para melhor especificar a “reciclagem” do guarda-
roupa do cliente mediante aquilo que melhor lhe serve: em se tratando de alguém com a pele
branquinha, os tons pastéis (que também ganharam os codinomes “tons sorbet” ou “cores
assorvetadas”) e os tons mais escuros são os mais indicados para valorizar e dar contraste. A cor
de cabelo também influencia muito, portanto, vamos a um exemplo ainda mais específico: sua
cliente tem cabelos loiros e pele bem clara; o consultor deve pensar em alternativas de cores
que valorizem sua aparência – que podem ser baseadas dentro das especificações da pequena
tabelinha acima. Portanto, pode se pensar em: azul, verde, laranja, rosa e lilás, por exemplo (para
tons pastéis) e marinho, vinho, petróleo, marrom e preto (para tons escuros). Os tons neutros
como o nude, o branco e o bege ficam em stand by para combinações com outras tonalidades –
pois, se combinados sozinhos, podem morrer no visual.
Para ilustrar melhor a ideia, é bacana que o profissional apresente uma tabelinha feita
especificamente para seu cliente – para que tanto um quanto o outro possa visualizar melhor as
possibilidades e ter uma referência mais ampla do que é legal usar e o que não é:

TABELA DE CORES

Tom de pele/ Cores claras Cores escuras Cores em Cores para NÃO
cabelo ‘stand by’ usar
* Branco * Azul * Azul Marinho * Bege * Amarelo
(caucasiano) * Laranja * Azul Petróleo * Branco
* Cabelos loiros * Lilás * Marrom * Creme
* Rosa * Preto * Nude
* Verde * Vinho
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É importante que o cliente dê bastante atenção às cores que não são indicadas a ele usar, isto
porque seu tom, por algum motivo, desvaloriza o visual. No caso das loiras de pele branquinha,

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que já têm o tom amarelo no cabelo, a cor normalmente morre no look – principalmente se
usada na peça de cima. É claro que tudo é uma questão de conversar e discutir pontos de vista e
é o caso, inclusive, de fazer experimentos, para conferir o resultado na prática.
A tabela acima tem o intuito apenas de ilustrar e exemplificar e não é para ser seguida à risca;
o ideal é um desenho mais completo, mostrando as diversas tonalidades de cada cor, tanto
das escuras, quanto das claras – e aí, em cada tonalidade, podem ser mostradas as diversas
possibilidades de combinações. Além disso, o exemplo da cor amarela é relativo, pois os tons
de louro podem variar muito. Há o tom louro platinado, por exemplo, que é quase branco, que
pode combinar muito bem com uma roupa de cor amarelo-gema. O personal stylist nunca pode
generalizar regras quando se trata de cores e de tons, pois cada caso é um caso e cada cliente é
único.
O estudo de cada guarda-roupa é muito particular. Por isso, o personal (ou consultor) vai avaliar
tudo o que o cliente tem e, com o balanço feito através desta tabela de cores, vai mostrar possíveis
combinações dentro daquelas peças que ele já possui – e descartar peças de cores que não têm
a ver com o todo. Depois, se achar necessário, vai sugerir novas aquisições – e aí voltamos ao
tópico falado no capítulo 4 sobre a função de “consultor financeiro” que o personal assume. É
de bom tom que o profissional acompanhe seu cliente às compras, porque mais importante
que as peças que serão levadas para casa, será a experimentação feita na própria loja. Além de
ajudar seu cliente a controlar os gastos, o personal stylist vai ajudá-lo a expermentar e analisar
looks variados no provador; isto nada mais será que uma aula prática da teoria de moda passada
anteriormente para ele (falamos disso no capítulo 3). E aí, tudo se torna mais claro: se, de repente,
seu cliente tinha uma ideia de combinação com listras a qual ele achava que ficaria ótima – e na
teoria você explicou para ele que esta combinação não caberia ao seu biótipo, porque ampliava
ainda mais a silhueta –, na prática você poderá mostrar esse resultado insatisfatório com mais
propriedade e convencê-lo disto.
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Se, por outro lado, seu cliente tinha uma ideia ruim sobre combinações com cores fluo, por não
gostar de tons muito fortes, será possível mostrar a ele na prática que duas cores alegres podem
cair muito bem quando usadas juntas – não se esquecendo de eleger tons que combinem com

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a pele e com o cabelo do cliente.

ACERTANDO COMBINAÇÕES – PARA TODOS OS TONS DE PELE

Apesar das premissas mostradas em tabela e baseadas em tons de pele no tópico anterior,
existem tonalidades que cabem para todos os tons de pele – e combinações boas para cada uma
destas tonalidades. Quem está aprendendo pode começar a se orientar por elas.
→ Mostarda: cor polêmia e, até pouco tempo, esquecida no limbo fashion, essa ramificação de
amarelo nunca foi dos tons mais fáceis de combinar. Apesar de alguns ‘contras’ – como deixar
a aparência amarelada –, é um tom que aos poucos foi conquistando seu espaço no pantone e,
hoje, é considerado até mesmo um neutro. Apesar de um bom resultado só ser comprovado
mediante a experiência (ou seja, o cliente tem que fazer experimentação!), existem alguns
caminhos para começar. Com a cor mostarda, dá para tentar as seguintes coordenações:
*Mostarda+neutros elegantes
Além dos chamados ‘neutros universais’ – que são o preto e o branco –, dá para tentar usar a cor
com outros tons equivalentes. O que ficaria bom com branco, por sua vez pode funcionar com
nude, gelo, creme, salmão e pérola; e o que funciona super bem com preto também tem grandes
chances de dar certo combinado ao azul-marinho, ao vinho, ao cinza-chumbo, ao marrom e ao
petróleo, que são neutros equivalentes. O resultado é um look super descolado, já que o próprio
mostarda não é um tom padrão e está sendo coordenado a esses neutros mais originais.
*Mostarda+ acessórios metalizados
Já tem um tempo que as cores metálicas entraram para o leque de apostas – principalmente
de inverno. Com acessórios a coisa não é diferente e, nada mais certeiro para levantar uma cor
(e um visual monocromático), que investir em acessórios de peso em tons como o dourado, o
prateado e o bronze. Com a cor mostarda não é diferente e, de quebra, este pode ser um jeito
ótimo de montar um look para a balada.
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Mostarda+ cores vivas


O tom mostarda não deixa de ser um amarelo bem vivo e, como toda cor viva, encontra seu lugar

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em uma combinação com outra cor igualmente ‘acesa’. Se considerarmos que ele pode ser um
tom bem próximo do ouro, dá para pensar em looks combinados com outras cores semelhantes
às de pedras preciosas. Para quem gosta de ousar, pense em coordenações com vermelho-rubi,
roxo-ametista, azul-safira, verde-esmeralda, entre outros.

Preto
O integrante dos neutros universais é fácil de combinar com toda a cartela do pantone e, também,
com todos os tons de pele. Sua fama de neutro, no entanto, pode ser contestada por meio de
elementos interessantes que transformam o look no ato. Vamos ver algumas ideias:

Preto+ recortes e acabamentos interessantes


Um look todo em preto pode, normalmente, passar a mensagem de “mantenha a distância”. Se
um cliente é fã da cor, mas não quer transmitir a mensagem de sobriedade excessiva, dá para
equilibrar o visual com detalhes interessantes e divertidos, como um babado, uma renda bem
meiga e feminina, drapeados, tachas, assimetria e por aí vai. Acessórios também super contam
na hora de montar todo o visual: quanto mais criativos forem, melhor.

Preto+outros neutros
Apesar de a maioria das pessoas pensarem logo em jogar uma cor super forte para equilibrar
a seriedade do preto em um primeiro momento, a boa funcionalidade desta cor (ou “não-
cor”) é muito maior com outros neutros claros – branco, gelo, creme, bege. Isto porque, o que
primeiramente era apagado, se acende e se torna muito mais elegante e mais fácil de ser
visualizado. Esta é, também, uma forma de montar um look automaticamente mais elegante – o
que vai definir o teor da ocasião é o recorte das peças.

Branco:
É o outro neutro universal que também pode ser totalmente transformado se as táticas usadas
forem as corretas. Principalmente no verão, as calças brancas são bastante procuradas para, por
exemplo, fazer parte de looks de trabalho. E dá para quebrar a monotonia e manter a elegância
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com alguns truques bem fáceis:

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Branco+neutros femininos
Ao contrário do efeito causado com a cor preta, a cor branca combinada a outros neutros claros
deixa o look suave e delicado no ato e é uma boa para produções diurnas. Alguns tons certeiros
para experimentar são o nude, o bege-claro, o creme, o rosé, o caqui e o gelo. Ainda que a ocasião
seja trabalho, dá para se manter formal mesmo com cores claras (de novo: o que define o teor da
ocasião do look, além da cor, é a modelagem e o corte!). Outra boa vantagem de coordenar um
look todo com cores claras é a longelineadade da silhueta: se não há contraste, não há quebra
óptica e o visual se mantém todo linear. Se, pelo contrário, a ocasião não é tão formal e dá para
descontrair um pouco mais, outras ramificações de “clarinhos” podem entrar em ação, indo para
a cartela de tons assorvetados. Dá para montar: branco+rosa, branco+azul, branco+amarelo, nos
tons sorbet. Tudo leve e bem feminino.

Branco+cores acesas
Mais apropriado para lugares e ocasiões informais, a combinação do branco com tons mais vivos
deixa uma produção bastante moderna. Pessoas de pele mais escura ainda têm a vantagem de
ter o branco de cara como uma cor de contraste e podem abusar dessa tática para se divertir
ainda mais experimentando muitos tons. O único cuidado a se ter é com a quebra da silhueta
(assunto mencionado no tópico anterior); se o branco aliado a tons neutros alonga, o oposto pode
acontecer quando se está coordenado-o a cores impactantes. Para evitar um visual achatado,
por exemplo, é bacana investir em peças de corte reto e alturas equivalentes – um macacão
branco com um blazer amarelo; um conjuntinho todo branco com cardigan em outra cor (pink,
por exemplo!) cuja altura seja equivalente à barra da peça de baixo; um minivestido com blazer
ou jaqueta azul-royal – e assim sucessivamente.

Petróleo
Localizado no pantone bem entre o verde-escuro e o azul-escuro, seu tom permite um bocado
de combinações interessantes com diversas cores. Alguns o consideram neutro, outros dizem
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que é um escuro ousado, já que, quando combinado a tons vibrantes, passa uma mensagem
cheia de personalidade e modernidade. Para inspirar, aqui vão algumas sugestões:

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Petróleo+neutros (cinza, marinho e marrom)
Além do branco e do preto que, obviamente, podem ser facilmente coordenados ao tom, os
neutros citados no título deste tópico vão tirar o look do lugar comum mas, de alguma forma,
ainda o manterão discreto. Principalmente para o inverno, um ótimo exercício é montar visuais
fazendo uso deste trio aliado ao petróleo. Combina com a temperatura, alonga a silhueta por não
ter um contraste visual e, ainda por cima, é muito elegante (para todas as idades!).

Petróleo+cores vibrantes (amarelo, verde, laranja, azul e roxo)


As possibilidades desta coordenação são infinitas, no entanto, podemos direcionar as primeiras
tentativas com algumas cores primeiramente mais interessantes que outras. Se o petróleo se
localiza entre o verde e o azul no pantone, naturalmente qualquer tom de azul e de verde irão
combinar com ele. Já o laranja e o amarelo tornam o visual bem mais ousado – mas, se bem
coordenados, o resultado pode ser muito alegre e criativo; o roxo proporciona aquele famoso
efeito de “esconde-revela”, por ser vibrante mas, ao mesmo tempo, escuro, - e assim não se
destaca tanto.

Petróleo+metalizados
Aqui, ao contrário da cor mostarda, que se restringe mais à coordenação de metálicos nos
acessórios, dá para abusar e levar esse contraste para as próprias peças de roupa (uma saia de
paetês prateada, por exemplo). A proposta é bem mais sofisticada – e se sofistica ainda mais
dependendo dos complementos com os quais for coordenar –, mas ainda assim é harmônica.
Se pensarmos em acessórios, dá para ir pelo mesmo caminho: dourado-escuro e prata (os mais
discretos) e rosado, acobreado e dourad-claro para proporcionar destaque.

Vinho:
Neutro, mas nem tanto, assim como o petróleo, o vinho traz as mesmas mensagens de elegância
e adequação quanto outros tons escuros – e permite ainda mais possibilidades:

Vinho+neutros (claros e escuros)


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Por ser um “clássico, mas nem tanto”, o vinho passeia muito bem por duas vertentes de
coordenação de cores: em se tratando de neutros, fica bem mais sóbrio se usado com escuros

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– preto, cinza, marrom e marinho – e bem mais gracioso quando coordenado a clarinhos – rosé,
salmão, rosa-claro, bege, nude ou pérola. Dependendo da peça em questão, dá para adequar
ao look um equilíbrio bem legal: imaginando que o cliente em questão tenha uma calça de
alafaiataria na cor vinho e queira usá-la de uma forma mais descontraída para o inverno, dá para
pensar em uma combinação com um tricô rosinha. Continua formal e sóbrio, porém alegre e
feminino.

Vinho+cores vibrantes
E como vinho é uma cor escura e fechada com uma leve tendência a colorir o visual, também
fica bom quando coordenado a alguns tons mais fortes, como os avermelhados (mais puxados
para o tomate, para quem quer se sobressair), alaranjados, arroxeados e rosados. Uma tendência
que apareceu há alguns anos nas passarelas de inverno e que se firmou, posteriormente, nos
looks de rua, foi a combinação com tons de verde. Para quem quer ousar, vale a tentativa, apesar
de ser um pouco mais arriscada.

Vinho +metálicos
Assim como o petróleo está para o prateado, o vinho está para o dourado e o acobreado. O legal
aqui é dar preferência para os chamados “tons velhos”, que pendem mais para o tom da cor
em questão (e não fatiam a silhueta!). Rosas metálicos também estão super incluídos à lista e
causam uma boa harmonia visual.

Rosa:
É, disparada, a cor mais feminina de todo o arco-íris, o que torna, também, uma das cores
mais difíceis de ser usada por adultos, por medo de parecer que a roupa é emprestada da
filha adolescente. Por incrível que pareça, é possível montar produções que passem longe do
visual caricato de “Barbie” e coordenar o tom a outros que parecem improváveis – mas não são.
Exemplos:

Rosa+surtons
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Esta é a combinação mais óbvia – e talvez a mais evitada. Apesar de parecer infantil, dá para
abusar das ramificações do rosa – nude, rosé, salmão – de forma mais adulta: basta apostar em

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peças de recortes mais sóbrios e tecidos nobres (seda, algodão, tricô e linho, para citar alguns). A
harmonia no quesito ‘tonalidade’ é certa.

Rosa+tons neutros (escuros)


Assim como todas as cores do pantone, o rosa obviamente combina com preto – e é uma forma
bem acertiva de deixar a cor ganhar um equilírio mais ‘maduro’, digamos. Mas a coordenação
com outros neutros escuros também é válida e muito interessante: dá para tentar com marrom,
vinho, cinza-chumbo e azul-marinho.

Rosa+cores vibrantes
Aqui o cuidado deve ser maior, uma vez que a própria cor usada como ponto de partida já tende
a ser mais infantil; logo, dependendo da segunda cor escolhida, o visual pode ficar infantil ao
quadrado. Alguns tons que podem ser combinados sem medo são o laranja-terroso, o vermelho
(‘pink & red’ foi tendência algumas estações atrás) e o lilás. E quando falamos em combinações
com estas cores, não precisa ser, necessariamente, com peças de roupa (por exemplo, calça +
blusa); é mais bacana até, dependendo do tom, investir nos famosos pontos de cor – por meio
de acessórios – ou, até mesmo, em uma estampa.
→ Bege: este neutro claro que também já ganhou a denominação “cor-da-pele” pode ser mais
versátil do que se imagina no que diz respeito a ‘visuais para o dia a dia’. São três as formas de
coordená-lo de modo a levantar a personalidade do look e, ao mesmo tempo, tirar o arzinho de
careta que a cor pode proporcionar. Veja:

Bege+laranja
Embora o laranja seja, de cara, uma cor muito chamativa, vale lembrar que neste tópico todos os
tons são válidos – inclusive os mais claros. Por estarem na cartela de cores quentes, o bege e o
laranja se complementam muito bem – e a cor mais viva pode ser a salvação para aquele casaco
que, supostamente, parecia apagado demais.

Bege+verde oliva
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Pegando o gancho da atmosfera militar que dominou as apostas de algumas temporadas atrás,
o bege e o verde-oliva (ou verde-militar, para quem preferir), é outra saída de combinação para

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tirar o tom neutro da monotonia. E não há necessidade de deixar o visual caricato: um duo de
peças com as cores já é o suficiente para deixar o look mais interessante – por exemplo: uma
calça de alafaiataria combinada a um tricô. Nada de estampas camufladas!

Bege+amarelo
Das ramificações do tom, o amarelo-claro é o mais bem-vindo. Mais uma vez, é uma cor que
também fica localizada na catela de tons quentes e, por isso, é outro convidado bem-vindo na
combinação com o bege, que pode fazer as vezes de um surton. Vale, inclusive, para ser usado
em acessórios.

Laranja:
é uma das cores mais polêmicas do pantone mas, ainda assim, fácil de combinar – se pensarmos
que é um tom “irmão” do vermelho e do amarelo, cores com as quais muita gente tem facilidade
para coordenar. É um tom muito apropriado e bonito para o verão, porque não chega a ser tão
intenso quanto o vermelho, mas também não é tão eletrizante quanto o amarelo. Aqui vão
algumas ideias:

Laranja+neutros
Já que é uma cor super “acesa”, ela funciona muito bem com neutros, porque equilibra-os; desta
seleção podem fazer parte tanto os claros, quanto os escuros – marinho, marrom, terracota,
cinzas claros e escuros, creme, nude, rosê, caramelo ou cáqui.
*Laranja+coloridos escuros
É uma cor que também funciona bem com roxo-escuro, com verde-pinho e com vinho-fechado
– tons mais escuros e fechados, ainda que coloridos, funcionam melhor poque dialogam em um
contraste harmonioso entre o tom luminoso e o tom opaco, sem ficar over.

Laranja+coloridos claros
Apesar de serem coordenações mais ousadas, quem gosta de arriscar e chamar a atenção pode
apostar na combinação do laranja com rosa-pink, com vermelho, com verde-esmeralda, com
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azul-turquesa, com azul-bic (vulgo ‘royal’) e com lilás.

Laranja+estampas
Para a combinação com este tom, as padronagens mais indicadas e mais difíceis de errar são
oncinha e leopardo – porque possuem tons de bege e de marrom que são neutralizados pelo
laranja, valendo como tom-sobre-tom. Vale a tentativa!

Laranja+metálicos
Os metálicos funcionam melhor nos complementos, que podem ser em em dourado e bronze,
para agregar um valor sexy, descolado e elegante, respectivamente; já o turquesa e o lápis-lazuli
(em se tratando de acessórios como jóias), coordenados da maneira correta e sem poluir o visual,
também podem formar uma combinação bem interessante.

Verde:
Pouco explorado, o verde é uma cor que também combina com todos os tons de pele e pode
render combinações muito interessantes, que vão além do preto e do branco.

Verde+neutros
Os neutros aqui combinados ao verde podem ser subclassificados em “elegantes”, como marinho,
cinza e nude, “impactantes”, como o vinho e o roxo-escuro e “básicos” se a coordenação for com
branco, com caramelo e com areia.

Verde+coloridos
O verde-bandeira tem passe livre também para ser coordenado a tons alegres, entre eles o
laranja, o vermelho, o salmão – para cores quentes – e o turquesa, o azul bic e outros tons de
verdes para formar visuais surtons – para cores frias.

Verde+metálicos
Principalmente para acessórios, os metálicos são ótimos aliados do verde-bandeira: em dourado
deixa o look super glamuroso, em prateado fica chique e sóbrio; pérolas, pedras translúcidas,
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turquesa e coral também podem formar combinações e contrastes bem-vindos (para acessórios).

Tons para não combinar


Evite combinações do verde com: marrom (para passar longe do visual “árvore”), rosa (Mangueira

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só no Carnaval, se você gostar) e amarelo (a menos que seja Copa do Mundo).

OS EFEITOS DAS CORES


Um dos importantes trabalhos do personal stylist em relação a este assunto (cores) é educar
o cliente e fazê-lo(a) entender o que lhe cai melhor – e o objetivo é encontrar, nessa gama
imensa de tonalidades, quais delas irão favorecer mais como moldura deste “quadro” que é o
rosto do cliente. A cor não pode chamar mais atenção do que quem as usa e nem apagar o visual
totalmente – sua função é complementar.
Independente das orientações de combinação dadas aqui, é bacana exercitar e descobrir (juntos
= cliente+profissional) qual tom mais combina com a personalidade de quem vai usá-lo. E dá
para se orientar por alguns detalhes: se o indivíduo gosta mais de azul, roxo, rosa e beterraba, ele
é uma pessoa de cores frias. Se, ao contrário, a pessoa se sente melhor usando laranja, amarelo,
vermelho e salmão, esta é uma pessoa de cores quentes; e sempre existe aquela que não tem
tanta restrição e gosta de tudo, então, faz parte da função do profissional sempre encontrar um
equilíbrio. Outra dica bacana é dar preferência pelo uso de cores perto do rosto; por exemplo,
numa combinação entre uma cor nude e outra abóbora, dê preferência para que a cor nude
seja a da peça de baixo, porque uma cor mais vibrante sempre vai iluminar mais o semblante da
pessoa que irá usá-la. Também existem cores que não valorizam tanto mas que, mesmo assim,
gostaríamos de usar: aí é o momento de deixar esses tons mais “problemáticos” reservados às
peças de baixo (e fazer o oposto de quando a cor é legal para abusar de suas propriedades).
* Texturas e estampas
Texturas e estampas também são importantes no jogo de combinações, não somente pelo fator
“cor” (para estampas), como também pelo fator “clima” (para texturas). Mais uma vez, retornamos
a um tópico já mencionado – no capítulo 3: o local onde o cliente mora certamente irá influenciar
na escolha dos tecidos. Peças de tecido que não condizem com o clima do local de moradia são
válidas para viagem, mas não devem ser priorizadas. Em se tratando de combinação, as texturas
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– e também as estampas – falam muito mais que uma peça “lisa”, de apenas uma cor. Por isso,
costumamos dizer que para cada peça estampada é preciso de, ao menos, uma peça neutra. À

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menos que sua cliente seja uma pessoa muito ousada que goste fazer combinações com mais
de uma estampa em um mesmo look (o que é possível, mas leva um tempo para aprender e
assimilar), o uso de uma estampa pede automaticamente o uso de outra peça neutra,
junto com ela.
Depois de avaliar todas as cores e de balancear tudo aquilo que combina entre si, chega a vez da
mesma avaliação acontecer com as texturas e as estampas. É importante lembrar que vão existir
momentos em que o personal vai encontrar uma peça ou outra no guarda-roupa do cliente que
se destoa das outras e não combinará com nada; então, é a hora de sugerir que ele a descarte.
Com paciência, o profissional vai explicar que a(s) peça(s) em questão não se encaixam com
nada em seu armário e que, muito provavelmente, elas não serão usadas futuramente (isso
costuma acontecer com aquelas compras feitas por impulso). O objetivo de todo esse trabalho é
otimizar o guarda-roupa do cliente, fazendo com que tudo combine com tudo (ou quase tudo);
e este é o verdadeiro segredo de styling.

CONJUNTO ESSENCIAL DE CORES PARA SE TER NO ARMÁRIO

Um bom hábito para adquirir (e para o profissional educar seu cliente) é trabalhar grupos coesos
de cores nos armários. O primeiro passo, já mencionado no começo deste capítulo, é trabalhar
aquele grande grupo de cores que favorecem o tom de pele+cabelo da cliente, que a torna
visivelmente mais bonita; depois, pensa-se em quais cores secundárias podem combinar (e
formar um look harmônico) com estas primeiras. Seguindo essa tática, de escolher novas peças
a cada compra baseadas nas cores primárias e secundárias já selecionadas, dá para construir um
guarda-roupa coerente.
Um exercício bom para organizar cores e planejar futuras compras – que dá para ensinar aos
clientes e colocar em prática até no próprio armário –, é fazer uma lista de partes de baixo e de
partes de cima que estão lá (que são os mais usados). Paralelamente a essa lista, faz-se outra
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anotando as cores destas peças (tanto de partes de baixo, quanto de partes de cima). Ao final
das duas listas, de partes de cima e de baixo, separa-se, na prática, tudo em cores neutras e em

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cores coloridas. Por exemplo:

12 partes de baixo → 8 cores neutras → 4 coloridas

20 partes de cima → 18 cores neutras → 2 coloridas


Tomando este exemplo acima pela prática, este seria um armário que precisaria urgentemente
de partes de cima coloridas, certo? Aí, a dona dele se programaria com mais certeza para as
próximas compras, porque ela já sabe do que precisa. Outro exemplo:

15 partes de baixo → 10 coloridas → 5 neutras

12 partes de cima → todas coloridas


Neste caso, o armário em questão precisaria de um planejamento para comprar mais partes de
cima neutras, para fazer render esse monte de partes de baixo coloridas.
Essa divisão de guarda-roupa ainda pode ser feita por temperatura (peças de frio e de calor), por
cores claras e escuras, por texturas, estampas e peças lisas, por formalidade (peças mais formais
e looks mais despojados), enfim, mil variações. Todas estas subdivisões ajudam a enxergar o
que falta no acervo e direciona para as próximas aquisições, além de renderem ideias novas de
coordenação.
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CAPÍTULO 7
Elementos de estilo
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CAPÍTULO 7
ELEMENTOS DE ESTILO

Além das cores, das texturas e das estampas, para formar um bom visual é necessário todo
um processo de harmonização entre os elementos que compõem um look. Para isso, o ponto
de partida é a combinação entre peças de roupa; depois, passa-se pela escolha do sapato, dos
acessórios e, finalmente, da make e do cabelo. Mesmo que o cliente tenha uma preferência
por algum estilo específico, é normal do ser humano gostar de variar – até porque, as ocasiões
do cotidiano tornam necessárias essas mudanças. Ou seja, uma hora queremos parecer mais
formais, outra hora mais despojados, tem momentos que preferimos aparentar mais elegância
e outros – para mulheres – mais feminilidade.
Todas essas possiblidades complexas determinam o trabalho do personal em formar um guarda-
roupa versátil, não só pela combinação de peças existentes entre si, mas para tornar possível a
proposta que o cliente possa vir querer. Neste capítulo, vamos exemplificar alguns estilos mais
comuns (e mais pedidos) e dividi-los em etapas, para esboçar melhor qual caminho seguir na
hora de optar por cada um deles.
*Parecendo mais feminina
No caso das mulheres, querer parecer feminina parece algo óbvio, mas não é. Isto porque existem
mulheres que não são tão femininas por natureza e estão acostumadas a um estilo de vida que,
de repente, exige um vestuário do dia a dia mais sóbrio e sisudo. A cliente que pede ao profissional
por looks que a tornem mais feminina quer, literalmente, parecer “mais mulherzinha”. A busca
do personal para este objetivo é por peças com cores claras, “adocicadas”, com estampas florais
e tudo que possa remeter a um visual mais romântico, mas sem parecer “menininha” demais.
Então, faz-se uma listinha dos princípios básicos nos quais investir para alcançar o objetivo:
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→ Roupas em tons pastéis: rosa, liás, azul, amarelo, verde, salmão... Eles podem ser combinados
em uma produção monocromática ou podem funcionar em uma combinação color blocking.
→ Estampas florais: outro elemento básico para uma produção feminina; as flores rementem

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automaticamente a um visual mais romântico e podem ser coordenadas com os tons pastéis,
mencionados anteriormente. O personal pode (e deve!) se apropriar dos tons da estampa floral
em questão para explorar ricas combinações com outras peças lisas, que tenham uma tonalidade
próxima. Deixa o look bem interessante.
→ Tecidos fluídos: são chamados assim roupas cujos tecidos têm um caimento que parece nos
abraçar, encaixar no corpo como uma luva, valorizando as formas femininas. É o caso da seda,
do chiffon, do chamois, do voil e da renda de algodão, só para citar alguns. Quanto mais fluído o
tecido, mais leve e romântico pode ser o visual.
→ Cintura marcada: os anos 50 são ponto passivo para exaltar o visual feminino. A cintura
marcada é, portanto, um passe livre para deixar o look mais “mulherzinha” (e é o elemento
marcante da época). Ela pode ser alcançada por meio de peças como saias evasés, calças de
cintura alta e modelagem flare ou vestidos em “A”. Tudo depende também da forma como se
coordena, portanto, é de bom tom que o personal oriente que, por exemplo, a combinação ideal
com uma saia evasé para um dia de trabalho é uma camisa de botões (que pode ser de chiffon)
e não uma regata super decotada. Outro ponto importante é que uma peça feminina sozinha
não faz milagre quando combinada, por exemplo, a um maximoletom. É preciso ter bom senso.
→ Acessórios: detalhes românticos são o toque final que podem transformar um look inicialmente
básico em super feminino. São alguns deles: laços e corações (que podem aparecer em cintos, em
estampas, em arcos, em correntes), renda (que pode aparecer no acabamento de alguma peça
de roupa ou no sapato) e babados. A hora de eleger os complementos é bacana porque dá para
fazer várias experimentações e, ao mesmo tempo, se divertir descobrindo novas possibilidades.
* Parecendo mais elegante
Assim como aquela cliente que anda sempre mais esportiva pode querer parecer super feminina
vez ou outra, também a mulher que vive despojada ou básica demais pode querer ter momentos
de muita elegância. E a “elegância” a que nos referimos aqui não é aquela de comportamento, é
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a visual – embora uma esteja automaticamente ligada à outra. Neste contexto, o “elegante” seria
um look mais sóbrio, mais sério, mais... comportado. Para isso, é bom investir em alguns truques
de styling:

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→ Monocromia: um visual elegante está ligado diretamente a uma silhueta mais longelínea,
portanto, tudo que puder alongar é bem-vindo – e é o caso do look monocromático (ê-se
‘de uma cor só’). Aliada a essa monocrimia, as cores neutras são as mais pedidas – alguns
exemplos: branco, nude, bege, preto e marrom. Você pode escolher usar tudo em um mesmo
tom e equilibrar com acessórios de outra cor (para evitar uma produção chata), pode explorar
as combinações em surtons (um tom claro e um tom escuro de uma mesma cor) ou, ainda,
escolher cores diferentes para usar em um mesmo tom. Por exemplo: verde escuro +bege
escuro, nude+branco, cinza escuro+azul escuro e assim por diante. Além dos tons sóbrios é bom
investir em tecidos de qualidade (assunto já foi mencionado anteriormente, pois é um princípio
básico da boa compra a longo prazo). Ou seja, nada de materiais “descartáveis” para compôr
uma produção elegante. O personal precisa alertar ao cliente, neste quesito, a prestar atenção
aos acabamentos, ao toque da roupa, ao encaixe do acessório. Para ser elegante, é necessário ter
qualidade (e isto não depende necessariamente do preço).
→ Complementos clássicos: elegância e tradição estão relativamente ligados - a mulher clássica é,
automaticamente, considerada elegante. Por isso, para arrematar um look neste estilo, devemos
pensar em escarpins, pérolas, trench coats, camisas de seda, lenços, cardigans e caxemires. Tudo
que seja atemporal – que o profissional vai logo identificar, caso exista algum elemento com esta
referência no guarda-roupa de seu cliente.
* Parecendo mais despojada (a famosa ‘chique-sem-esforço’)
A premissa aqui é a seguinte: conforto não está diretamente relacionado a desleixo. Se o cliente
tem um evento para o qual não precisa estar super arrumado e precisa de conforto (um churrasco,
por exemplo), isto não significa que ele precisa sair mal arrumado. Se, por outro lado, seu trabalho
é cansativo e exige que você esteja arrumado ao longo do dia – mas você também quer estar,
ao mesmo tempo, confortável, há uma solução para isso. O chamado “chique-sem-esforço” é
um visual que dificilmente consegue ser alcançado por muitos, justamente pela mentalidade
de achar que estar confortável é sinônimo de estar mal vestido. Vamos acabar com este pré-
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conceito fazendo uso dos seguintes elementos:


→ Tecidos naturais com caimento fluído: aqui voltamos ao tópico mencionado no “parecendo

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feminina”, pois os tecidos fluídos também têm a função de proporcionar conforto. Ou seja, nada
que aperte e que exija manutenção de hora em hora é bem-vindo, seja qual for a ocasião. Aqui,
o personal pode sugerir – além dos materiais já mencionados – o algodão, o linho e a lã, em
modelagens amplas, que vistam bem mas dêem certo espaço ao corpo.
→ Acessórios fáceis: entendemos por ‘acessórios fáceis’ aqueles que são práticos e não forcem
a pessoa a fazer malabarismo para carregá-los – no caso dos sapatos, o malabarismo está em
se equilibrar em cima deles (para as mulheres). Sendo assim, os itens bem-vindos aqui: bolsas
com alças grandes, para usar penduradas (nada de bolsas de mão ou clutches), sapatos flat (que
não têm salto ou, se tiver salto, preferência por anabela, que não cansa); complementos leves –
correntes fininhas, brincos pequenos, detalhes que não pesem no look.
→ Atenção aos detalhes: passando longe do desleixo, um visual confortável e despretencioso
exige sim atenção a: unhas feitas (no caso dos homens – barba feita ou bem aparada), pernas
depiladas, dentes escovados e limpos, cabelos bem-lavados e bem-penteados e todo aquele
asseio que é obrigação de qualquer pessoa. Algo fora do lugar já passa a mensagem de desleixo,
então, é bom tomar cuidado. Esta, aliás, é uma dica que o cliente deve assimilar e levar com ele
para a vida, independentemente do estilo que ele queira assumir. De nada adianta estar com a
roupa e os acessórios impecáveis se detalhes como estes estiverem em falta.
* Parecendo mais sexy
Principalmente as mulheres sentem necessidade de parecer mais atraentes – assim como
querem parecer mais femininas – de vez em quando (ou sempre que puder). A tarefa não é tão
fácil quanto parece, em especial porque, na mentalidade de algumas pessoas, para ser sexy é
preciso ser vulgar e/ou apelativa. Nada disso. Quando um cliente diz ao personal que “quer um
look sexy para a ocasião X”, a primeira coisa que ele precisa esclarecer é que dá para ‘se mostrar’
sem mostrar demais – e este, no fim das contas, é o verdadeiro visual atraente. Há quem evite
certos tipos de roupa por achar que é demasiada indecente, mas a verdade é que, sabendo
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equilibrar, dá para fazer de tudo um pouco, inclusive, parecer sensual. Vejamos:


→ O jogo de esconde-revela: usado pela moda quase desde os primórdios (ou desde que a
modernidade e a liberdade de expressão ascenderam na sociedade), este truque é o beabá para

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quem quer sugerir mais sensualidade. E “sugerir” é exatamente a palavra que o profissional
deve usar para explicar ao seu cliente como ele deve fazer. Troque, por exemplo, um decote
hiper profundo e revelador por uma blusa com transparência (comedida!); substitua o bandage
dress por um vestido de modelagem que acompanhe a silhueta, sem estar agarrada a ela de
forma tão óbvia. Na hora de combinar duas peças, combine umablusa sem decote a uma saia
com minicomprimento; se um vestido tem um mega decote nas costas e a barra, da saia que é
midi, for transparente, não faça a bainha desta saia para ela ficar mais curta. Mantenha sempre
o equilíbrio.
→ Pontos de cor: enquanto a ‘feminina’ e a ‘elegante’ são adeptas das cores assorvetadas e neutras,
a mulher sexy adora chamar a atenção – e, por isso, investe em cores fortes. Isto obviamente não
significa sair por aí com um microvestido amarelo-neon superdecotado e, sim, eleger peças que
formem um ponto de cor no look. Algumas cores para investir: rosa pink, vermelho, laranja. Não
é necessário usar tudo junto e, aqui, o personal precisa enfatizar que as cores neutras também
são importantes para fazerem um contraponto. Se o cliente não é fã de cores fortes na roupa,
sugira a ele (no caso, a ela) que adote uma cor mais alegre nos acessórios. Um colar com pedras
coloridas, por exemplo, pode ser o toque final usado em cima de uma camisa de cor neutra
levemente aberta, combinada a uma saia-lápis: sexy sem ser vulgar!
→ Sapatos abertos: muitos não sabem, mas os pés são fortes símbolos de fetiche. Logo, deixá-los
à mostra é mais um ponto para um visual mais sexy. Em uma balada, por exemplo, vale investir
em uma sandália de tiras bem finas que deixa o pé quase à mostra; para ambientes profissionais,
uma sandália flat gladiadora cumpre bem o papel e de forma mais comedida.
→ Postura: mais uma vez, o personal dá uma de psicólogo neste tópico e explica que, muito além
de um look sexy formado por roupas, é a postura que define se o indivíduo realmente o é. Ou
seja: nada apelativo demais e nem tão reprimido. Uma pessoa naturalmente sexy é aquela que
age com naturalidade, que tem suas próprias convicções e opiniões, mas sabe respeitar a do
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próximo; que não faz nada para chamar a atenção, nem para ‘forçar a barra’ – ela chama atenção
naturalmente, pelo que ela é e pelas coisas boas que transmite. E agindo assim, o look torna-se
apenas um (bom) complemento.

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* Parecendo mais moderna
Ser criativo(a) na hora de se vestir não está necessariamente ligado à modernidade. Esta
característica, no entanto, é muito desejada pelas pessoas porque passa a mensagem de que
se tem personalidade. E quem não quer se destacar por um visual diferente, não é mesmo?
Existem detalhes no look que podem transformá-lo em mais criativo – e, consequentemente,
mais moderno:
→ Formas geométricas e arquitetônicas: normalmente antagônico à feminilidade, o estilo
‘moderninho’ traz formas retas e minimalistas, baseado na androginia – que, atualmente, está
muito em alta. Sendo assim, um estilo moderno baseia-se em cortes mais simples, que passam
sobriedade e, ao mesmo, tempo, personalidade. É o caso das saias-trapézio, dos tops de gola reta
e das calças estruturadas.
→ Constraste de cores: o moderno também é conhecido por ousar, por isso, o cliente que deseja
seguir esta linha deve ser aconselhado pelo profissional a, aos poucos, lançar mão de combinações
contrastantes no que diz respeito a cores – mas isto não significa andar “carnavalesco”. Alguns
exemplos: chumbo X branco, preto X bege (para tons neutros) e abóbora X marinho, roxo X pink
e verde-escuro X coral (para tons vibrantes); nada que é classificado como “moderno” é sutil ou
delicado demais.
→ Formas diferenciadas: se o cliente em questão não gostar de ousar no quesito ‘cores’, há outra
saída – mais dinâmica e mais discreta –, para modernizar o visual, que é apostar em modelagens
estratégicas e bem-localizadas. É o caso das fendas, dos decotes assimétricos, das transparências
sutis e de eventuais dobraduras que o tecido de uma peça possa ter. A pessoa moderna dispensa
acessórios e estampas em excesso e prioriza o formato da roupa, que pode falar muito bem por
si.
→ Texturas metalizadas: o brilho é uma textura que enche os olhos de quem pensa em
modernidade, seja em acessórios ou em roupa. Mas não é o brilho de um lurex ou de um paetê e,
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sim, o brilho de um verniz e de um metal – tons metálicos têm tudo a ver com futurismo! E uma
vez que a veia futurista está diretamente ligada à modernidade, é certo que peças que tragam
essas características farão parte do look de uma pessoa dona de estilo moderno – mas tudo com

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moderação!
* Parecendo mais jovem e criativa
Apesar de cada cliente ter sua característica e personalidades adquiridas que refletem e definem
automaticamente seu estilo de vestir, aos poucos e com a ajuda do consultor, esse estilo pode
ganhar diversas versões. Outra boa versão e que é bastante procurada – principalmente por
pessoas mais velhas -, é o jovem e criativo.
Para parecer mais jovem não há necessidade de se vestir como um(a) adolescente. Há alguns
itens do vestuário que permitem uma sutil renovação no look, sem precisar forçar a barra. São
alguns deles:
→ Muitas cores: jovens em geral e pessoas naturalmente mais criativas têm muita facilidade em
misturar cores. Começar por porções pequenas e tons mais amenos é a forma mais acertiva de
dar o primeiro passo: pense em surtons, neutro com algo mais colorido, escuro com claro, uma
peça com estampa e outra lisa e assim por diante.
→ Estampas divertidas: tudo que remeta ao humor torna automaticamente o visual mais jovem.
T-shirts com frases irônicas e imagens de bichos personificados, por exemplo, estão em alta e
são a aposta certeira. Para não parecer caricato, vale a coordenação de uma peça como essa
junto a um blazer ou uma jaqueta, para equilibrar a sobriedade. Cabe ao personal stylist orientar
seu cliente da melhor forma.
→ Acessórios que fazem pontos de cor: outra forma de levantar o visual e torná-lo mais jovial
e criativo é investindo em acessórios coloridos. Uma blusa com listras e calça jeans pode,
por exemplo, ser arrematado por uma sapatilha de cor vibrante. Uma bolsa amarela pode
desneutralizar um look composto por peças nude e preto; ou, ainda, para um visual em preto-e-
branco pode-se adicionar uma jaqueta colorida.

LOOKS PARA ACADEMIA


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Normalmente, coordenar looks de academia pode ser mais difícil do que se pensa. Principalmente
para quem treina pela manhã, antes do trabalho, pensar em looks coordenáveis “só” para se

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exercitar pode exigir muito mais do que se está disposto a fazer, considerando o horário e a
preguiça. Apesar de tudo isso, dá para montar conjuntos de peças apropriadas e coordenáveis
entre si e para ser você mesmo(a) o máximo pessível – ainda que você não seja fã de roupas de
ginástica.
Existem algumas direções bacanas para pegar como ponto de partida e aplicar na escolha da
roupa de malhar. Vejamos:
→ cor clara aumenta visualmente e cor escura diminui – mas isto não quer dizer que seja
necessário sempre usar preto ou branco para alcançar estes efeitos. Ou seja, dá para escolher
com consciência tonalidades mais escuras ou mais claras em quaisquer outras cores para cobrir
partes de baixo e de cima da silhueta. Aplique esse truque nas áreas em que quer disfaçar (com
cores escuras) e nas que quer evidenciar (com cores claras/alegres).
→ se a modalidade permitir, dá para trocar leggins e bermudas de estilo ciclista (que são mais
justas e evidentes) por calças mais folgadas – como as de modelo ‘bailarina’ – e shorts mais
soltinhos; estas são peças que diminuem consideravelmente o quadril.
→ ao usar legging, é bom atentar para a altura da calça: é melhor que ela cubra toda a extensão
da perna, até o tornozelo, ou então que ela seja bem curtinha, logo abaixo do joelho. Modelos
intermediários que cobrem até metade da batata da perna passam a ilusão de ótica de que se é
muito mais baixa (para mulheres).
→ quem quer disfarçar a barriguinha pode se apropriar de peças (blusas) com detalhes na
diagonal, que afinam a silhueta e criam uma cintura ilusória muito boa.
→ mulheres de seios grandes podem se sentir à vontade usando camisetas e tops mais decotados
do que com modelos super fechados até o pescoço; experimente usar um top justo e bem firme
por baixo de camiseta decotada e de modelagem mais larga, por cima.
→ se você tem preferência por cores fortes e por estampas pode levar isso para a academia junto
com você; é uma maneira de se motivar a malhar com elementos que lhe agradam e reforçam
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seu estilo – e o mesmo se aplica para quem gosta de cores mais fechadas e neutras.
→ a lei do ‘monocromático’ para alongar silhueta também funciona na hora da academia; se sua
intenção é disfarçar gordurinhas, pode lançar mão deste truque de styling para treinar, usando

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cores escuras próximas ou fazendo o famoso ‘surton’ (tom sobre tom).
→ Não há necessidade de comprar número menor ao que se usa quando o assunto é roupa de
academia (aliás, em nenhum tipo de roupa); as peças precisam ser confortáveis e, de preferência,
ficarem até um pouco mais largas, para permitir o movimento do exercício. Sem contar que toda
a movimentação ao se exercitar pode fazer com que as gordurinhas pulem para fora se a roupa
estiver muito apertada, por isso, nada de tentar disfarçar o número do manequim.
→ não é porque se trata de roupa de ginástica que há necessidade de se vestir maltrapilha: mesmo
ao ir à academia, assim como para todo lugar em que se vai e que é bacana estar apresentável,
a roupa que se escolhe ajuda a construir seu estilo pessoal e a tornar você identificável para o
mundo, perante o olhar dos outros. É claro que a ocasião é diferente, uma vez que se trata de
roupa para se exercitar, mas, ainda sim, dá para mostrar cuidado com si próprio – e essa é uma
das partes mais importantes do visual. Por isso, roupa detonada, rasgada ou desbotada não é
roupa de academia; roupa doada (como de propaganda eleitoral, brinde de empresa ou abadá)
também não é roupa de academia.

LOOKS PARA O TRABALHO

E se para a academia estar apresentável (na medida em que a situação permite) é importante,
para o trabalho a premissa é a mesma. Quem trabalha de uniforme e, por consequência, não pode
mudar o look, pode fazer uso de elementos de estilo por meio de acessórios, de maquiagem e de
cabelo – dentro do possível. Quem trabalha em banco, em mercado financeiro ou com o poder
judiário, por exemplo, não tem necessariamente um uniforme, mas tem uns pré-requisitos para
vestir que não podem ser quebrados – e, normalmente, a opção que prevalece são conjuntinhos.
Nestes casos, também vale a pena incrementar o look com acessórios e complementos, para
injetar um pouco da sua personalidade.
Dependendo da formalidade do meio profissional, alguns truques de styling podem fazer parte
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dos looks do dia a dia. Primeiro, é importante valorizar as formas do corpo (vide capítulo 5) e,
então, eleger peças-chave que vão compôr uma produção apropriada para a ocasião. Alguns

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lembretes importantes:
→ camisas são sempre boas aliadas para locais de trabalho. A lei das cores fortes, claras ou
vibrantes para aumentar e cores escuras para diminuir também prevalecem aqui, por isso,
mulheres de seios maiores e ombros largos, por exemplo, devem optar pela segunda opção.
→ Tecidos leves e finos são preferência para o calor e tecidos mais grossos para o frio; então,
mesmo para looks profissionais, dá para se apropriar de peças elegantes que não pesem tanto.
Pense em camisas de linho, algodão e chiffon para o verão, por exemplo, e em lã e caxemira para
o inverno.
→ Nem sempre o salto é sinônimo de elegância; dá para ser elegante com os pés no chão
– principalmente porque o corre-corre de todos os dias deixa os pés super cansados, o que
contribui para um rendimento mais baixo. Por isso, sempre que possível, é muito válido trocar o
escarpin pela sapatilha, a bota de salto pela flat e sandálias por rasteirinhas. Basta caprichar nos
complementos para que o sapato baixo não deixe o look simples demais.
→ Dias de pressa e de horário apertado contribuem para um look não tão caprichado; para evitar
não estar apresentável, é sempre bom lembrar de levar uma nécessaire com batom, blush,
corretivo e máscara pelo menos para dar aquele retoque que faltou ao sair de casa com atraso.
→ Épocas de meia-estação, em que não se sabe se vai chover, esfriar ou esquentar, pedem
precaução: por isso, leve sempre com você um lenço, uma pachimina ou um casaqueto na bolsa.
Pior que não estar bem-vestida é passar frio ou se molhar por causa de uma mudança brusca
de temperatura.
→ Hora de trabalhar não é hora de descontrair, nem de se exibir para a sociedade; portanto,
nada de decotes profundos (seja nas costas, seja no busto), nem de mincrocomprimentos. Deixe
estes elementos de apelo ‘sexy’ para a balada e invista em looks que podem sim ser femininos,
mas que dialoguem com o meio em que se está no momento. Algumas peças-chave: saia lápis,
saia em “A”, camisas de botão de textura levemente transparente, casacos acinturados, vestidos
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rodados de comprimento moderado (mínimo dois dedos acima do joelho) e calças skinny.
LOOKS PARA A BALADA
Neste momento de lazer e de diversão, é imprescindível que tanto homens, quanto mulheres

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estejam bem apresentáveis. Afinal, é o momento em que, melhor que qualquer outro, a pessoa
vai se curtir, falar de coisas que gosta de fazer e provavelmente conhecer pessoas novas. Por quê
não estar bem arrumado para uma ocasião como estas, não é mesmo?
Para estar de acordo com a situação, não é necessário vestir a peça mais cara ou mais bonita
e, sim, vestir aquela peça que transmite quem você é e do quê gosta (aquela história de “roupa
é coadjuvante e quem a veste é que é o personagem principal”, abordada lá no capítulo 2). E
mesmo para a balada, é bom lembrar de alguns detalhes importantes:
→ Dá para sensualizar sem mostrar demais; aqui, a lei da compensação é muito importante,
principalmente para as mulheres: se quer arrasar no decote, o comprimento da saia ou do
vestido deve ser mais comedido e vice-versa; se o cabelo está super produzido, a maquiagem
pode ser um pouco mais leve. Se o batom for ultra “cheguei”, os olhos e o blush podem ser mais
moderados – e assim por diante.
→ Existem outros elementos atuais que caracterizam um look como ‘sexy’ sem ser apelativo
e que podem ser usados em ocasiões de balada, como: ombros à mostra, fendas, recortes
interessantes, tecidos com transparência e tecidos em couro. Para aderir a estes elementos com
sucesso, é só lançar mão da lei do equilíbrio explicada no tópico anterior. Lembre-se do mantra
“insinuar é muito melhor que mostrar de uma vez”.
→ Este tópico também serve para “looks de academia”: roupa muito apertada compromete a
circulação, além de tornar mais fácil que gordurinhas pulem, ao invés de difarça-las como se
deve. Por isso, nada de querer se enganar e comprar numeração de roupa menor: ser honesto
consigo mesmo é a melhor forma de ter um look coerente e proporcional ao que se é, além de
disfarçar áreas das quais não se gosta com mais êxito. Roupa apertada não faz parecer mais
magra, nem mais elegante, nem mais confortável.
→ Para situações como baladas, coquetéis e festas em geral, um salto alto é sempre bem-vindo:
transmite ideia de elegância, e de que a pessoa se preocupou em estar bem apresentável para a
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ocasião em questão; nestes casos, o salto é um ótimo complemento. Aquelas que não gostam ou

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não sabem usar, podem começar por alturas mais baixas e por modelos que tenham plataforma
na frente, que torna o pisar mais fácil e mais seguro. Comprimentos muito muito curtos também
pedem um salto não tão alto, para não passar a ideia de ‘apelação’. Saiba coordenar.
→ Tênis, sneakers e botinhas têm “licença poética” para diversas ocasiões em que a intenção é
mostrar personalidade forte e certa transgressão ao ambiente (como, por exemplo, semanas de
moda); mas balada não é, definitivamente, o lugar de sapatos como estes. Se optar por modelos
flat, melhor investir nas sandálias, sapatilhas, sleepers e botas.
→ Bolsas grandes também devem ficar fora de locais como festas e afins. Ainda que vá se fazer
uma viagem após a confraternização, é conveniente deixar a bolsa maior no carro e levar a
pequena, de mão, para a festa.

LOOKS PARA A PRAIA/PISCINA

Esta é uma ocasião perigosa, porque a maioria das pessoas encara o lazer como “momento de
desleixo” e acha que só porque estão com menos roupas e em locais arejados, há espaço para se
vestir de qualquer jeito. Não!
A praia, assim como as outras ocasiões, também precisa de uma produção coerente com a
situação, onde o look que você usa vai falar sobre você. Principalmente nos tempos de hoje,
look de praia/piscina não é mais feito de forma tão simplória; marcas nacioinais investem cada
vez mais na matéria-prima para confeccionar uma peça de banho, seja maiô, seja biquíni, que
servião não só para estes locais de destino em si, como para esticar até um restaurante, ou um
passeio na orla. Portanto, é bom atentar para alguns detalhes importantes:
→ Verifique o estado das roupas de banho: maiôs, sungas e biquínis com cores desbotadas,
rasgados, laceados ou com bolinhas estão bons para ir para o lixo.
→ Para entrar e sair do local, as mulheres podem investir em saídas de praia, vestidos (longos ou
curtos) de tecido levemente transparente, macaquinhos ou minishorts/minissaias e blusas ou
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camisas; homens podem investir em bermudas e camisetas (regatas ou de meia manga).


→ Acessórios como chapéus, bonés e óculos de Sol são bem-vindos, tanto para se proteger do

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Sol quanto para incrementar o look. Não se esqueça deles.
→ Para as mulheres, bolsa de praia é indispensável, para carregar itens como o óculos, o protetor
solar, uma garrafa de água, chaves, carteira, celular e outros objetos importantes. Modelos de
ráfia, palha e plástico impermeável são os mais aconselhados para a ocasião.
→ Abadás, camisetas de propaganda eleitoral ou de corrida (ou qualquer peça que tenha sido
brinde de alguma coisa) não são roupas de ir à praia.
→ Chinelos são os calçados ideais para praia ou piscina, mas não precisam estar em seu pior
estado; tiras soltando, estampas gastas e material rachado por causa do longo tempo de uso são
indícios de que seu par está na hora de ser substituído. As mulheres podem aderir às ‘rasteirinhas’
como uma segunda opção (e caso a programação conte com uma ida a um restaurante ou a
algum outro local mais arrumado pós-praia).
→ Maiôs sofisticados podem se transformar em um look muito elegante se colocado com calça
e sandália; se a programação contar com uma ida a algum local que pede mais sofisticação, esta
combinação é a pedida certeira para estar bem-arrumada de maneira prática.

LENÇOS: COMO INCREMENTAR O LOOK COM ELES

Seja para o verão, seja para o inverno, os lenços, que podem ser feitos de diversos materiais e
estampas, são os acessórios mais versáteis na hora de compôr um look. Eles podem tanto fazer
parte da roupa, substituindo um colar, ou fazendo as vezes de um colete, por exemplo, quanto
incrementar um acessório. Quem quer repaginar o guarda-roupa e torná-lo mais versátil deve
pensar em investir em, pelo menos, dois lenços de estampas e cores diferentes.
* Amarrando lenço sem deixar tanto volume
O jeito mais tradicional de se amarrar lenços é aquele em que ele é dobrado na diagonal, em
forma de triângulo, e fica sobre o colo de quem o está usando. As pontas são passadas para trás
do pescoço e depois para frente de novo para, então, dar um nó logo abaixo do pescoço. O único
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“porém” deste tipo de amarração é que rende muito volume perto dos ombros e dos seios – e
para quem é grande da cintura para cima não é favorável, pois pesa ainda mais a região.

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Para este público de silhueta do tipo ‘triângulo invertido’ (veja no capítulo 5.2), o ideal é usar o
lenço sem tanto volume (ou seja: sem muitas dobras ou amarrações) e esticá-lo de forma que
ele fique meio que na diagonal – para isso, é bom dar preferência para lenços mais compridos,
tipos echarpes, e de tecidos mais finos – e usá-lo ao redor do pescoço, esticando-o até um
pouco além do umbigo. Feito isto, basta dar um nó frouxo mais embaixo, perto do final de seu
comprimento, e usá-lo desta forma: mais comprido. O nó pode ser dado usando as duas pontas
do lenço separadamente ou jutando-as; dá também para prender o lenço usando o famoso ‘anel
de lenço’, feito especialmente para causar este efeito sem o nó – que fica bem harmonioso e
proporciona menos volume que o nó.
* Lenço usado como terceira peça no look
Outra forma de incrementar o look lançando mão deste acessório é usá-lo como terceira peça
– o ideal, para essa proposta, é usar um lenço de seda, que tem melhor caimento: dobre-o até
ficar no formato de uma faixa fininha e prenda as pontas dele na peça de baixo que for usar
(calça/saia/shorts), passando sua extensão atrás do pescoço. Como terceira peça, o ideal é que
ele fique em cima da camisa ou da blusa que estiver usando e por baixo do blazer/casaco que
vai por cima.
* Lenço sobre gola de casaco
Em tempos de frio, é bacana fazer uso do lenço ou da pachimina por cima da gola do casaco
(ao invés de usá-los por dentro, como é a forma mais comum). Para fazê-lo, basta esticar a
extensão do acessório e ir enrolando-a em volta do pescoço, deixando as pontas caídas; para
não dar aquela impressão de “enforcamento”, vale abrir um pouco o espaço entre o tecido e o
pescoço, deixando mais larguinho. Além de dar mais destaque ao lenço em sim, essa tática de
amarração chama mais atenção para todo o look da parte de cima, inclusive para o rosto. Um
detalhe importante: esse truque é mais bacana ser feito com blusas e casacos de bola rasa; evite
golas altas, que dão mais volume na região e podem causar uma ilusão de ótica ‘engordativa’.
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* Lenço amarrado em bolsas


Outra forma descolada e original de usar o lenço em um mix de estampas e/ou texturas é
amarrando-o às bolsas. Quem tem medo de experimentar esse truque de styling na roupa,

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pode se encorajar experimentando-o nos acessórios – e o bom de transformar a bolsa em um
complemento chamativo é que ela não fica fazendo parte do look o tempo todo; principalmente
para o trabalho, ela é deixada na mesa. Para começar a combinação vale pensar, então, nas
texturas, nas estampas e nas cores das bolsas e dos lenços separadamente para depois juntar
elementos em comum (ou totalmente contrários) e formar coodernações interessantes: linhas
retas ou linhas mais arredondadas, padronagens pequenas ou desenhos maiores, cores neutras
ou coloridas, imagens espaçadas ou mais juntas, conjunto mais escuro ou mais claro, textura
brilhante ou opaca, entre outros.
* Lenço usado como colar
Outra forma de aderir a combinações com lenço é amarrando suas pontas e usando-o no
entorno do pescoço, de forma mais larga. O nó faz com que o acessório ganhe outro volume,
tenha um caimento diferente e possa funcionar como um arremate superelegante – como um
colar grande, por exemplo. Este é um bom truque para quem tem o pescoço mais grosso ou o
rosto mais cheio – usar o lenço, pachimina ou echarpe caída ao longo do torso, sem a volta ao
redor do pescoço ou com uma volta bem folgada, abaixo da linha da ‘saboneteira’. Mulheres com
seios grandes podem usá-lo bem enrolado em volta do pescoço sem deixas as pontas caírem
muito para baixo, deixando o nó entre a altura das axilas.
* Lenços finos para o calor
Se a vontade de aderir aos lenços é grande mesmo no calor, dá para aproveitar truques lançando
mão de combinações com tecidos e texturas mais finas. Os modelos tipo echarpes ainda podem
funcionar neste tópico, assim como mos modelos mais retangulares. O truque é dobrar o acessório
no meio e envolver o pescoço, deixando as duas pontas juntas de um lado só; aí, o lado em que
sobraram as pontas, você enrola uma na outra, como se fosse uma trança e deixa um pedaço
sem enrolar sobrando; a outra ponta, onde fica a dobra, também deve ser enrolada; depois, é só
pegar as pontas que sobraram sem enrolar e colocar dentro do ‘buraco’ da outra ponta – uma
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por cima e a outra pelo outro lado, deixando-as presas. Para dar um acabamento mais legal,
deve-se abrir um pouco o espaço entre os “enrolados” do lenço. A aparência do resultado final é
semelhante a de um colar e com material fino fica algo leve para usar no calorão – em ambientes

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de ar-condicionado, por exemplo.
* Lenços palestinos: como usar?
Para quem não sabe, os lenços palestinos são feitos de algodão e trazem, normalmente, aquela
estampa em xadrez tipo tartan. Apesar de mais usuais no frio, alcançaram nos dias de hoje uma
versatilidade maior em relação ao seu uso nas temperaturas mais quentes, já que o algodão
torna-se mais fresco no verão e mais quente no frio.
Antes confeccionados só nas cores ‘preto-e-branco’ e ‘vermelho-e-branco’, hoje estes modelos
ganharam tonalidades novas e muito legais de se coordenar num look, seja neutro ou não.
Pensar nessas coordenações é um começo: os tons do quadriculado, por exemplo, podem ser
combinados a listras de outra peça do look que tenham a mesma cor; tons complementares
também podem ser um bom artifício na hora de criar visuais originais. Quanto mais colorido for
o lenço, mais atenção estará focada no rosto (já que é um acessório usado perto da região). Além
de ser uma boa tática para disfarçar donas de quadris grandes, é também um emagrecedor
visual.
Além disso, os lenços palestinos (mais do que qualquer outro tipo de lenço ou pachimina) tem a
vantagem de poder ter um outro acessório acrescentado a ele: como sua textura é mais grossa,
fica interessante prendê-lo por meio dos anéis de lenço, já mencionados, ou de broches, por
exemplo, ao invés do convencional nó.
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CAPÍTULO 8
Organizando o guarda-roupa de maneira funcional
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CAPÍTULO 8
ORGANIZANDO O GUARDA-ROUPA DE MANEIRA FUNCIONAL

Já mencionamos aqui que, antes de mais nada, o trabalho do personal stylist junto de seu cliente
é “reciclar” todo seu guarda-roupa, fazendo uma seleção daquilo que de jeito nenhum serve
para ele, daquilo que pode ser reaproveitado e daquilo que é muito bom e vai permanecer por
muito tempo ali. Muitos pensam que o fato de contratar um consultor de moda é sinônimo de
jogar todo o guarda-roupa fora e não é bem assim: renovar o guarda-roupa é justamente torná-
lo mais funcional e com a cara de seu dono, para que seu dia a dia seja mais prático e feliz –
afinal, nada mais bacana que poder abrir o armário e dar de cara com um monte de coisas que
combinam entre si e ficam bem na pessoa, certo?

A LEI DA SUBSTITUIÇÃO

Para se ter o “guarda-roupa dos sonhos” é preciso fazer uma limpa em tudo aquilo que já não
serve, ou seja, peças que não são mais do nosso tamanho, roupas manchadas, furadas, mal
conservadas ou, ainda, aquela famosa roupa do “põe-e-tira” toda vez que vamos sair (o que mostra
claramente que não nos damos bem com ela). Só com esta reciclagem, as peças que estavam
ocupando podem dar lugar às peças boas que sobraram e que, por sua vez, proporcionarão
maior visibilidade, que fará com que enxerguemos o que temos de bom ali. É aí que o número de
coordenações aumenta e as possibilidades se multiplicam: aquela velha frase do “nunca tenho
roupa” passará a não existir mais.
Após essa reciclagem, vem a chamada ‘lei da substituição’: ao comprar uma nova peça, uma
velha deve ir embora; se comprar duas novas peças, duas velhas devem sair e assim por diante.
Acostumando-se a pensar desta forma, evitamos comprar por impulso e passamos a ter um
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guardar-roupa conciso e atual sempre.


A peças chamadas de ‘básicas’ são aquelas super neutras que na certa combinarão com tudo

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que tiver de mais diferente no guarda-roupa. Comparadas ao segmento de arquitetura, são a
fundação de uma construção; são os básicos que vão ser a base do nosso guarda-roupa, que
servirão como ponto de partida para vários tipos de coordenações – e que darão estrutura para os
acessórios. São considerados ‘básicos’ peças como: camisetas lisas, calças retas (sem estampa),
calças jeans, suéteres, cardigans, bolsas ou sapatos em cores neutras. Todos estes funcionam
como uma tela em branco onde podemos “colorir” com a nossa personalidade.
O ideal é investir em bons básicos (no que diz respeito a acabamento, etc), respeitando o quesito
qualidade – que é mais importante que quantidade sempre. Afinal, se voltarmos à comparação
com a arquitetura, é preferencial ter um piso sólido e confiável para que o resto da estrutura
funcione. Comprar peças assim pode parecer uma tarefa chata, mas se houver dedicação em
encontrar materiais de qualidade, modelagens agradáveis e que tenham a nossa cara, e cores
neutras, mas não tão óbvias, torna a tarefa muito prazerosa.
No lugar de comprar uma camiseta branca, por exemplo, dá para pensar em uma cor off-white
de textura bem fina, quase transparente. A função é a mesma e o efeito também – até mais
interessante. O cardigan preto básico pode ser substituído por, por exemplo, um no tom azul
marinho com botões dourados; aquela bolsa marrom-escura sem graça pode ser substituída por
uma verde-musgo com design mais interessante e material todo em couro. E assim por diante.
A melhor parte de investir em básicos bons e de qualidade é que, no dia de pouca criatividade,
será possível vestir duas peças básicas (de cima e de baixo) e mesmo assim ter um visual incrível!

O MOMENTO DA ORGANIZAÇÃO

Uma fase que fatalmente entrará nesta jornada de auto-conhecimento e estilo (próprio e de
moda) é a organização do guarda-roupa. Ou seja, tudo aquilo que está sendo adquirido e/
ou reciclado precisa estar visível para quando precisarmos fazer a nossa seleção diária (lê-se
“escolher o look que vestiremos para enfrentar a ocasião do dia”). É certo que, no dia a dia da
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maioria das pessoas, dificilmente dá para conseguir um guarda-roupa superorganizado: com o


tempo e a quantidade de “mexidas” que fazemos nele, fica tudo uma grande confusão – o que

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resulta, às vezes, no esquecimento de alguma peça boa, que fica lá no fundo perdida e soterrada.
É possível, no entanto, reunir algumas dicas simples e boas que ajudam muito a conservar um
guarda-roupa arrumado e ‘limpo’, para que seja possível visualizar tudo o que se tem. Vamos a
algumas delas:
→ Gavetas ou cabides: qual usar?
Há quem tenha preferência por apenas dobrar suas roupas e há, por outro lado, aqueles que
só gostam de deixá-las penduradas. A resposta para este tópico é: ambos são importantes e
necessários. Isto porque há tecidos que amassam com a maior facilidade se ficarem dobrados,
como é o caso dos tecidos sintéticos (aquele momento em que você acorda atrasado(a) e pega a
primeira camisa que vê para vestir, mas a surpresa é que ela está tão amarrotada que parece ter
sido usada para dormir) e há outros que, por outro lado, laceiam se ficarem pendurados – como
é o caso da malha, que é um tecido pesado. Para cada tipo de tecido, portanto, é preciso dar um
tipo de tratamento. Esta é uma dica legal para o personal stylist frisar ao seu cliente na hora da
compra: se o guarda-roupa em questão tiver mais espaço para cabides, é interessante que ele
invista em tecidos que não se deformem com ele; ou se, ao contrário, a pessoa tiver preferência
por gavetas e não gostar de pendurar roupas, é interessante sugerir a ela que invista em tecidos
naturais, que não amassem ao serem dobrados.
→ Caixas versus saquinhos de sapatos
Embora o desejo da maioria das mulheres (e talvez dos homens) seja ter um armário gigantesco
para guardar cada par de sapato da forma mais à vista possível, as caixas e os saquinhos de
sapatos são importantes para a conservação do material, pois protegem de condições adversas
como poeira e atrito. O ‘contra’ destes dois itens, no entanto, é a pouca (ou nenhuma) visibilidade
que proporcionam – o que atrapalha na hora de olhar para o que temos e escolher o que vamos
vestir. A solução? Escolher saquinhos e caixas com transparência, que unem o útil (a proteção do
sapato) ao agradável ( visibilidade na hora de coordenar o look).
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→ Divisão por grupos e por cores


Depois de um minucioso estudo das cores e suas diversas combinações feito no capítulo anterior,
a prática da organização do guarda-roupa consiste em, também, organizar suas peças de roupa

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através delas (ou seja: ordem de cores!). Mas antes de chegar no quesito ‘cores’ é importante
separar as peças por, primeiramente, grupos (ou estações) – por exemplo: casacos de frio com
casacos de frio, minissaias e minishorts, blusas mais leves de verão, blusas meia-estação e assim
por diante. Feito isto, então, chega a vez de montar o dégradé de cada grupo ordenando-o pelas
cores: o legal é ir do mais claro ao mais escuro. Além de deixar a visão mais harmônica, dividir por
cores e por temperatura facilita um bocado na hora de selecionar o que vestir – e o que o cliente
está com vontade de usar naquele momento.
→ Divisão por ocasião
Se o cliente em questão tiver roupas de trabalho bastante específicas – por exemplo, só trabalhar
de terno e gravata ou tiver, até mesmo, um uniforme – este tópico é mais interessante para ele
que o anterior, porque vai facilitar mais sua vida no quesito ‘praticidade’. E aí, no lugar de dividir as
roupas por cores e por estações, a pessoa vai montar os grupos de roupas seguindo as premissas
de “ficar em casa”, “fim de semana”, “trabalho” e assim por diante. O lado ruim deste tipo de
divisão é que limita a versatilidade das roupas – a saia que de repente ficou no grupo do “fim de
semana” ficaria incrível combinada à camisa social do grupo “trabalho”, por exemplo.
Para evitar que essa versatilidade não aconteça, é interessante pensar também em divisão por
tecidos: os de blusas mais simples, que podem ser intitulados por “roupas de ficar em casa ou
para saídas mais descontraídas”, por exemplo, ficam juntos em um bloco só e, logo ao lado, ficam
as blusas mais arrumadas e de tecidos mais sofisticados. As roupas mais formais, como calças
de alfaiataria, tailleurs, blazers e afins também podem ficar todos juntos em um outro bloco
– e, nesse caso, vai do consultor ressaltar para seu cliente que, apesar deste tipo de divisão, é
completamente possível usar uma peça mais simples com uma mais sofisticada para ocasiões
que não sejam tão formais ou de trabalho.

UM GUARDA-ROUPA COM A NOSSA CARA


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Ter um guarda-roupa coerente com a nossa personalidade não significa, necessariamente, andar
de ‘uniforme’ todos os dias; também não significa ter as roupas mais fantásticas do mundo que

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não saem de dentro do armário.
Ter um bom guarda-roupa é, no mais, ter um monte de peças de roupa, acessórios e complementos
lindos que combinem com a vida que seu(a) dono(a) leva. O velho martírio do “não tenho roupa”
muitas vezes acontece porque o cliente em questão tem um monte de coisas legais no armário,
mas no fim das contas sempre tem a impressão de que não se tem nada – e acaba sempre por
usar as mesmas peças. E quanto mais compram, menos opções têm. Um diagnóstico certeiro
para isso é deixar de comprar roupas para uma vida que se sonha ter e passar a comprar para a
vida que se vive no presente; de quê adianta um cliente que passa metade da vida no trabalho
comprar roupas só para o fim de semana? Ou de alguém que mal sai à noite e só tem peças de
balada dentro do guarda-roupa? Quem está de fora consegue enxergar mais fácil estes “erros”
de compra – que passa a ser um trabalho do personal – e aí é o momento de avisar a essa
pessoa que boa parte de suas roupas atuais não terão uma real oportunidade de sair de casa,
simplesmente porque não combinam com sua vida.
Então, a pergunta crucial a se fazer para chegar no objetivo de ter um guarda-roupa funcional é:
“qual é a vida que levo?” - e, então, passar a direcionar as escolhas para um dresscode correto de
trabalho, para a programação de fim de semana, para as baladas que frequenta (se frequentar)
e se as peças devem ser mais diurnas ou mais noturnas. Isto não significa que uma pessoa
‘workaholic’ só possa ter peças neutras e em cores chatas, uma mãe de família que passa a
maior parte do tempo com crianças não possa ter um pouco de glamour em seu look, nem que
alguém que viva na balada só precise ter sapatos com salto 15. O desafio mais legal é conseguir
fazer funcionar o estilo de vida de alguém com a sua personalidade e gosto pessoal, mesmo com
a divergência de situações.

FÓRMULAS PARA COMPOR LOOKS

Feita a limpeza e a organização de peças – em quais lugares elas devem ser guardadas -, sobra
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espaço e ideias para montar bons looks para diversas ocasiões e diversos jeitos com o que sobra
dentro do guarda-roupa. A ideia é conseguir montar o maior número de looks no menor espaço

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de tempo possível; para isso, o personal vai tomar como direcionamento a personalidade da
cliente em questão, seguindo um breve passo-a-passo:
* Seleção de peças
A primeira coisa a se fazer nesta etapa é separar um número variado de partes de baixo, de acordo
com a intenção dos looks; roupas mais estruturadas e “comportadas” para looks de trabalho,
shorts jeans e peças descoladas para looks de finde e aquelas mais charmosas e sofisticadas
para baladas e afins. Para facilitar, é bacana selecionar 10 partes de baixo ao todo e dois ou três
vestidos; as partes de cima são selecionadas na sequência, escolhendo entre três ou quatro para
cada parte de baixo.
* Combinações
Como dito anteriormente, cada parte de baixo vai ter que combinar com, pelo menos, três partes
de cima diferentes e variadas. O bom é pensar em combinações que rendam, com as mesmas
partes de baixo, produções para as seguintes propostas:

→ looks de frio;

→ looks de calor;

→ looks em tons claros;

→ looks em tons escuros;

→ looks mais neutros;

→ looks mais coloridos;

→ looks mais formais;

→ looks mais informais;

→ looks com estampas;

→ looks lisos;
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→ looks para usar com salto;

→ looks para usar sem salto;

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→ looks com bolsas grandes (para o dia a dia e trabalho);

→ looks com bolsas pequenas.


As partes de cima são responsáveis pela variação dos temas/propósitos das produções. Depois
da primeira montagem, a segunda consiste em escolher terceiras peças para incrementar looks
de meia-estação ou mais formais.
Para os vestidos, que contam também como parte “de baixo” nesta seleção, a segunda combinação
é feita com peças como colete, cinto, lenço, meia-calça, cardigan, jaquetas, botas/sandálias, etc.
O mesmo vale para macacões (e macaquinhos): o importante é pensar em jeitos diferentes de
se usar uma mesma peça.
* Seleção de acessórios
Sapatos e bolsas podem ser colocados ao lado daqueles looks com os quais combinam, em uma
quantidade boa e variada. Vale, além destes complementos, separar também lenços, colares,
braceletes, broches e acessórios de cabelo; estes são os mais versáteis e variáveis e é através
deles que um look pode mudar.
* Sessão de fotos
Depois de montados os looks e feitas as devidas combinações, uma boa maneira de fazer valer
tudo isso na prática futuramente é fotografar esses looks vestindo a cliente. Cada proposta com
as partes de baixo, as de cima e os acessórios rendem um look diferente que a protagonista da
foto pode aproveitar para usar nas ocasiões devidas – e mais: lembrar o que pode ficar legal com
o quê e quais substituições podem ser feitas com tudo o que ela tem, baseado neste “álbum” que
ela terá em mãos.

ROUPA BOA PODE – E DEVE – SER REPETIDA

Uma vez com o guarda-roupa renovado, sobra espaço para aquelas peças chamadas de ‘poucas
e boas’. E em um tempo em que a moda voa mais rápido do que nossa capacidade mental (e
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física) consegue acompanhar, vale muito mais a pena investir em qualidade – como já dito
anteriormente – que em peças sazonais. Até porque, nem tudo que é sazonal (lê-se “está na

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moda”) tem a ver com nossa personalidade; é mais válido para nosso bolso e nosso acervo ter
peças atemporais que tenham super a ver com nossa personalidade que investir em um batalhão
de modinhas que nem têm tanto a ver assim com a gente. Em suma: menos quantidade e mais
qualidade, para poder repetir e versatilizar o uso destas peças por muitas temporadas.
Um dos trabalhos mais legais do personal stylist é saber (e ensinar) coordernar uma mesma peça
em diferentes propostas – e toda peça de boa qualidade merece ser repetida muitas vezes e por
muito tempo. Um bom exercício para começar é escolher uma peça de baixo neutra (uma calça
de sarja preta, por exemplo) e ir combinando ao menos três partes de cima com ela, montando
looks diferentes, pensando em ocasiões, formalidades e temperaturas diversas (este é, de
quebra, um truque muito bom para montar malas de viagem levando pouca coisa). E pensando
nestas diversidades, é possível montar, com esta mesma calça, um look para o trabalho – com
uma camisa mais fechada, por exemplo -, um look de balada – que ganha a combinação com um
top de renda – e um look passeio para um almoço de fim de semana – que pode ser arrematado
por uma regata mais descontraída. A diferença da ocasião pode ser definida por um detalhe ou
uma simples peça; com bom-senso e um pouquinho de criatividade (e ajuda do profissional!) dá
para fazer coisas incríveis.
Estampas e texturas, mencionadas no capítulo 6, entram em cena também com a finalidade de
variar a ocasião: elas podem divertir mais um look, diferencia-lo ou torná-lo mais formal: tudo
depende do que o cliente quer e do que é mais apropriado para a situação. No segmento de
acessórios a função é a mesma – mas, por serem mais detalhados, é possível explorar um pouco
mais.
A variedade de combinação é essencial para que a peça repetida em questão tenha “cara diferente”;
quanto mais criativas forem as combinações, menos vai parecer que você está repetindo a tal
peça – e isso não é tão legal?! Se a temperatura estiver mais baixa dá para incluir, ainda, uma
terceira peça – que faz toda a diferença num look. Um casaco estampado, por exemplo, muda
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totalmente a cara de uma calça preta básica.

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ROSTO: PARTE DO CORPO PRINCIPAL

Por mais que a peça de baixo seja maravilhosa, tudo aquilo que usamos perto do rosto é o que
fica gravado na memória das pessoas e o que é mais rapidamente notado: um colar diferente,
um brincão, um batom de cor super vibrante, uma blusa estampada, etc. Por isso, é legal
atentar para tudo o que é usado da cintura para cima – e, sempre que puder, dar preferência
para o destaque do look nesta região. Este é um truque que facilita muito a repetição de
roupas – principalmente se esta roupa for uma peça de baixo: imagina a mesma calça preta de
sarja, mencionada anteriormente como exemplo, sendo usada por cinco dias na semana em
combinações completamente diferentes de blusas, casacos, estampas e acessórios mil. Muito
dificilmente alguém notará que a calça é a mesma: a impressão que se passará é de que se usou
um look diferente por dia. E a ideia é justamente essa!
Se, por outro lado, a peça escolhida para se repetir for uma camisa, por mais que combinemos
peças super diferentes e estilosas embaixo dela, a impressão é de que usamos o mesmo look
a semana inteira. Pensando nesta percepção, surge a ‘matemática de styling’ – que o personal
vai aplicar ao guarda-roupa da cliente: para cada parte de baixo, a pessoa precisamos ter de três
a cinco peças de cima (entre elas, casacos, blusas, tops, cardigans, etc) para cada peça única
de baixo. O resultado desta conta é um guarda-roupa ainda mais versátil, montado com mais
variedade (e mais peças de cima em mais quantidade que as de baixo – já que estas não chamam
tanta atenção) e, assim, o treino de repetição de roupa fica mais agradável e divertido. Para
vestidos, a matemática é mais restrita: dê menos espaço a vestidos no seu guarda-roupa, porque
são peças que não permitem tanta (ou quase nenhuma) variedade. Isto influencia, inclusive, na
hora de comprar: ao nos depararmos com uma liquidação, precisamos olhar para nosso armário
e pensar: “do que mais preciso? Roupas de baixo ou de cima?” e, então, fazer a compra inteligente.

TECIDOS NATURAIS x TECIDOS SINTÉTICOS


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Valorizar o próprio guarda-roupa significa, também, dar valor ao que existe de melhor qualidade,
como já falamos – e, em se tratando de ‘moda’ e ‘roupa’, os tecidos estão diretamente ligados.
Para começar, é super válido se aprofundar um pouco mais no assunto, uma vez que lidamos

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com tecidos diariamente; conhecendo mais sobre eles, dá para identificar o que é de qualidade
e o que não é, o que usar e o que não usar em cada ocasião.
Todo tecido pode ser feito com fibras naturais ou artificiais (também chamadas de sintéticas).
Como representantes das fibras naturais temos o algodão, o linho, a lã e a seda – e só; a
característica mais evidente deles é o conforto e a flexibilidade – são duráveis, têm um toque
agradável, são práticos de se manter a longo prazo e, principalmente, todos eles são arejados
(não conservam nenhum odor). Os únicos ‘contras’ dos tecidos naturais é que amassam com
mais facilidade e acabam por desbotar com o tempo. Já os tecidos feitos com fibras artificiais
– viscose, raion, acetato, poliéster, acrílico e nylon – costumam secar muito rápido, são mais
resistentes e quase não amassam (o que os torna bons aliados para viagens). Seus ‘poréns’, no
entanto, é que não absorvem a transpiração do corpo – e por isso podem dar mau cheiro -, e
queimam com muita facilidade na hora de passar.
Como descobrir do que a peça que estamos comprando foi feita? Simples: todas as roupas
vendidas no mercado são obrigadas a trazerem consigo uma etiqueta no seu interior, onde
consta a porcentagem de cada tecido com o qual essa peça foi feita e as instruções de lavagem
e secagem. Ao ler a etiqueta da peça é possível fazer as seguintes avaliações:
*Peças com maior quantidade de tecido natural são mais frescas
Indicadas para o calor, as peças com tecidos naturais (algodão e afins, mencionados anteriormente)
são bem mais arejadas e dão menos sensação de “fritar em plena luz do dia” que aquelas feitas
com tecidos sintéticos – independente da cor. Quanto mais tecido natural conter na composição
desta peça em questão, mais alto será seu valor.
*Peças com maior quantidade de tecido sintético são mais quentes
Assim como os tecidos naturais são mais arejados e mais caros, o oposto acontece com os
sintéticos: malhas feitas em fios artificiais (indicadas para o inverno) são muito mais quentes e
também mais baratas. Aqui, a atenção deve ser redobrada para os valores: não vale a pena pagar
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um preço muito alto por uma peça de roupa de tecido 100% sintético, uma vez que seu material
não permite que ela seja tão durável.
*Peças com material natural transmitem mais elegância e são mais duráveis

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Apesar de seus ‘contras’, os materiais naturais não causam muitos dos contratempos chatos
recorrentes em materiais sintéticos, como bolinhas, áreas enrrugadas, costuras tortas ou cara de
muito usado após algumas poucas lavagens. Seu acabamento é muito superior, o que justifica
seu custo mais alto.
* Stretch/elastano X tecidos planos
Toda peça que tem stretch ou elastano tem certamente fios sintéticos em sua composição;
tecidos planos (que não esticam) podem ser feitos tanto de fios naturais quanto de sintéticos.
Malhas (como a viscolycra, o jérsei, o suplex, etc) podem ter porcentagens de tecido natural, mas
quase sempre levam muito mais do tecido sintético.
Mais uma vez, conhecer o estilo de vida do cliente e saber do que ele precisa é imprescindível
para orienta-lo a investir em certos tipos de tecido: quem viaja muito precisa de uma coisa,
quem vai a pé diariamente para o trabalho precisa de outra coisa, quem tem criança em casa
precisa de outra e assim por diante.
Na hora de escolher uma boa peça para nosso corpo e nosso guarda-roupa, vários elementos
devem ser levados em consideração: cor, textura, caimento, detalhes, decotes e recortes em
geral – mas tudo deve começar pelo tecido. E uma das dificuldades mais recorrentes do dia a dia
de uma compra é saber diferenciar o tecido plano de uma malha: o plano é aquele que não estica
(como a lã, a sarja, a seda e o tricoline); a malha é o tecido que deforma conforme a esticamos
(como a viscolycra, o algodão de camisa, o jérsei e o tricô). Ambos podem ser feitos tanto em
fibras sintéticas quanto em tecidos natuais – ou, ainda, uma mistura das duas coisas.
O que mais importa na prática é saber que estes dois tipos de tecidos transmitem mensagens
bem diferentes: o tecido plano quase sempre parece mais sofisticado e informal que a malha
que, por sua vez, é mais confortável e esportiva. Peças em malha não devem ser escolhidas
para eventos mais elegantes – como festas mais sofisticadas e casamentos – e também não são
adequadas para ambientes profissionais demasiadamente formais. Já as peças em tecido plano
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podem ir para qualquer lugar e, dependendo da ocasião, podem ser facilmente coordenadas às
outras mais informais. São, acima de tudo, muito versáteis.
Mas ao contrário do que possa parecer, a malha não é vilã; existem inúmeras situações em que

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ela é um investimento certeiro. Por ser malevável e bem mais confortável, a malha é uma ótima
companheira de viagem (como falamos anteriormente, sobre os tecidos sintéticos), porque
amassa menos e é mais fácil de passar – além de vestir bem em momentos em que todo o resto
do guarda-roupa fica ‘apertado’. É, inclusive, indicada para grávidas e para quem ganhou uns
quilinhos extras – desde que a peça seja levemente mais folgada; a malha também é indicada
para quem está amamentando, para passear com o cachorro no fim de semana e para outras
tantas atividades rotineiras que pedem conforto. Além disso, é um tecido que leva a vantagem
de ser mais barato.

ESCOLHENDO UMA MALHA MAIS REFINADA

Poucos sabem, mas existem maneiras de deixar a malha mais refinada. A peça em questão pode
ter uma modelagem mais interessante, pode ter uma textura mais fina ou uma leve transparência
e pode, ainda, ter cores mais neutras (ou mais vibrantes!). Existem muitas marcas atuais que têm
fabricado camisetas em malhas finas, por exemplo, com cortes e estampas que fazem com que
não se trate apenas de uma simples camiseta. E estas, normalmente, são as peças mais em
conta da coleção.
As peças em tecido plano também podem aparecer de maneira mais moderna, com modelagens
menos clássicas, em cores mais vivas, com estampas ou texturas diferentes ou até mesmo
mais opacas. Acabam por custar mais caro, mas lembre-se de que são, automaticamente, mais
duráveis.

IDENTIFICANDO TIPOS DE FIBRAS

Já disse, certa vez, um influente profissional do mundo da moda, que “vale mais investir no
melhor sintético que comprar o tecido natural mais barato”. Isto significa que, apesar de (vias
de regra) o tecido natural ser considerado o de mais qualidade, isto pode variar na vida real -
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dependendo do quanto o cliente está disposto a investir e dependendo do tipo de fibra, que varia
muito.

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A lã, por exemplo, tem uma classificação bastante complexa e sua qualidade depende, entre
outros fatores, da região do corpo do animal de onde ela foi coletada. Uma lã que vem das patas
não pode ser comparada àquela que vem da parte de cima da ovelha. Claro que na hora de
comprar não há como perguntar para a vendedora de onde a lã veio – até porque ela nem saberia
dizer -, mas só com esta informação fica possível identificar os diversos tipos de lã que temos
no armário pelo toque (e saber por quê nem todas esquentam com a mesma intensidade nem
duram pelo mesmo tempo).
O fato é que não existe fibra ruim: o que existe é a fibra mais correta para cada uso e seu devido
cuidado para cada uma delas, sejam naturais ou sintéticas. “A verdade é que os tecidos sintéticos,
por serem mais baratos, muitas vezes não recebem o devido cuidado”, diz Tais Remunhão. “Uma
camisa de viscose que custa, por exemplo, R$ 100 precisa do mesmo cuidado que uma camisa de
seda que custou R$ 500, afinal, a viscose é a versão sintética da seda; ela imita a seda”. Isso explica
a provável não-duração de algumas peças sintéticas em nosso guarda-roupa: costumamos
lavar a camisa de seda em questão com todo o carinho do mundo, enquanto jogamos a versão
“genérica” dela na máquina de lavar. Depois pensamos que a camisa de fibra sintética detonou
mais rápido apenas porque era barata e não era feita de tecido natural, o que é um erro.
Para saber se um tecido sintético tem qualidade, é preciso reparar na trama – as mais fechadas
costumam ser melhores -, no toque – quanto mais sedoso, melhor – e no brilho. Em se tratando
deste último tópico (brilho), deve-se levar em consideração que plástico brilha, ou seja, quanto
mais opaco o tecido for, melhor. Outro mito comum no assunto ‘tecidos’ é o peeling (as famosas
‘bolinhas’) que pode aparecer com o tempo de uso e de lavagem e isto ser considerado um
sintoma de má qualidade do tecido: a formação de bolinhas é uma característica das fibras
curtas, segundo Taís, como a lã usada nos tricôs. Já os chamados ‘fios penteados’, que passam
por um processo mecânico de alongamento (intitulado ‘penteadeira’), têm menos tendência
para formar as tais bolinhas, como é o caso da lã fria.
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No Brasil é muito raro uma roupa ser fabricada com 100% da mesma fibra. Com exceção do
algodão, a tendência da indústria nacional é misturar diferentes materiais, o que torna a mistura
do tecido sintético com o natural uma opção bacana para quem não quer investir tão pesado.

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SAIBA CONSERVAR AS PEÇAS

Um mantra conhecido na área de consultoria de moda que todo profissional obrigatoriamente


deveria passar para seus clientes é: “cuide bem de suas roupas e elas cuidarão bem de você”.
Isto porque de nada adianta ter as roupas mais bacanas, os acessórios mais incríveis e montar
os looks mais admiráveis se todas as suas peças estão mal conservadas. Resultados do descuido
com suas peças de roupa são conferidos em características como manchas, bolinhas, linhas
soltas, fios puxados, pontos descosturados, esgarços, tecidos gastos, riscados ou amassados.
São detalhes que devem ser levados em conta pois, por menores que sejam, podem derrubar
uma produção bonita. Por isso a importância da etiqueta que acompanha cada peça de roupa
(já mencionada): para avaliar qual o jeito certo de lavar e passar antes mesmo de jogar tudo
na máquina de lavar. Além das roupas, os sapatos também precisam de cuidados: uma visita
periódica ao sapateiro se faz muito necessária de tempos em tempos.
Acomodar as peças do jeito certo é fundamental e, muitas vezes, isto requer a atenção sobre
alguns detalhes que podem até passar despercebidos. Atente para o que nunca fazer:
→ nunca guardar roupas sujas;
→ nunca acomodar peças em sacos ou capas de plástico;
→ não deixar de levar a peça de roupa ao tintureiro;
→ nunca passar a roupa com desatenção. Atente para as instruções na etiqueta e coloque-as em
prática.
Lembre-se de que uma roupa bem-cuidada passa a mensagem de elegância e arrumação,
mesmo que não tenha custado tão caro. Outra regrinha importante em relação a custo-benefício
da peça em questão: quanto mais o tecido for natural, menos trabalho para conserva-lo você
terá (uma vez que são mais resistentes); se, por outro lado, o valor da peça custou mais barato, é
sinal de que a maior parte do tecido é sintético e, portanto, exige mais cuidados.
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CAPÍTULO 9
A importância da manutenção das roupas
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CAPÍTULO 9
A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DAS ROUPAS

Já deu para entender que, independente do preço de uma roupa, é sua boa conservação que
vai dizer se ela parece boa ou ruim. Apesar de algumas dicas de conservação dadas no capítulo
anterior, vale aprofundar um pouco mais o tema para auxiliar a manter a qualidade daquilo que
já é bom – pois de nada adianta um guarda-roupa super atualizado, com peças lindas e ótima
organização, se a essência das peças está ruim (lê-se ‘mal-conservadas’).
Além da forma de guardar a peça, o processo de lavagem e secagem são determinantes para
a manutenção das roupas. Para facilitar a vida, existem alguns truques simples, considerados
meros detalhes, mas que o profissional pode passar para o cliente, já que são dicas que fazem
bastante diferença na questão da durabilidade.
→ Lavagem na água fria: em todos os tecidos, o mais indicado é usar água fria para a lavagem;
a água quente não é indicada pelo risco existente em soltar tinta (principalmente em tecidos de
algodão), encolher ou deformar (no caso dos tecidos sintéticos) ou mesmo ceder, no caso de
tramas de tricôs e malhas. Além disso, é importante dar uma geral na peça antes de colocá-la
para lavar: checar bolsos (e esvazia-los), fechar zíperes, desdobrar mangas e barras. Separar
as peças em grupos também é importante e super indicado – roupas claras, roupas escuras e
roupas coloridas são três grupos que não deviam se misturar jamais, nem na máquina, nem no
molho.
→ Módulos da máquina de lavar: os módulos mais simples e rápidos de centrifugação são
também os mais garantidos para a maioria dos casos. Atrito demais pode desgastar os tecidos,
desbotar cores, deformar costuras e promover o aparecimento de bolinhas; para lavar as peças
à mão, é recomendado retirar o excesso de água do enxágue apenas pressionando as peças –
jamais torcendo ou fazendo muita força.
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→ Cuidado ao pendurar para secar: quanto mais esticadas as peças ficarem, menos desgaste
elas sofrerão. No lugar de usar pregadores, experimente aderir aos cabides – e pendurá-los no

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varal. Assim, a peça já seca no jeito para ser guardada, sem sofrer dobras ou marcas e, assim,
também dispensa a pressão e alta temperatura do ferro de passar (que, quando muito alta,
prejudica tramas e tecidos). Também é importante que o varal seja instalado em um local com
boa ventilação, mas sem luz solar diretamente nas peças.
→ Passando as roupas: nesta etapa, será necessária a ajuda da etiqueta que vem no interior da
roupa (já mencionamos o assunto anteriormente). Os símbolos indicam modos e temperaturas
os quais deverão ser usados na peça em questão – e devem ser seguidos à risca. A regra básica
é que tecidos sintéticos (misturas com acrílico, poliéster, poliamida, etc) sejam passados em
temperaturas amenas e tecidos naturais (algodão, seda, linho) sejam passados em temperaturas
mais elevadas – mas não altas demais. Outra boa dica: virar a peça do avesso evita acidentes
corriqueiros como queimaduras e marcas de brilho.
→ Ventilação diária e maneiras de guardar: este é um tópico que também já foi mencionado, mas
vale ressaltar que há tecidos que podem ser dobrados e outros que, preferencialmente, devem
ser pendurados. Tricô e camisetas de malha, por exemplo, devem ser dobrados porque os fios e
as tramas podem deformar e ficar com o formato do cabide, marcado nos ombros; já camisas,
calças, vestidos e saias podem economizar o uso do ferro se forem pendurados bem esticados.
Além disso, roupas precisam de espaço para não amassarem e poderem respirar: evite guardar
tudo amontoado, pois além de atrapalhar a visualização e a escolha do que vestir, pode causar
mofo, bolor ou marcas de “guardado”. Também é importante deixar as portas do guarda-roupa
abertas ao menos duas horas por dia, para ventilar e deixar as peças “respirarem” - outra forma
de evitar o bolor.
→ Bolsas e sapatos: conservá-los também é preciso! As bolsas e os sapatos devem ser guardados
com um mínimo de ordem: couro com couro gera arranhões, deformidades e a sujeira de uma
pode passar para a outra. Prefira saquinhos – em TNT enão de plástico, que abafam o material – e,
em caso de dias de chuva, basta encher tanto a bolsa quanto o sapato molhados com jornal bem
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amassado ao chegar em casa e deixar passar uma noite. O jornal suga a umidade em excesso e
ainda mantém a forma das peças.

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DECIFRANDO A ETIQUETA

Depois de compreender a diferença entre tecidos naturais e tecidos sintéticos, está na hora de
entender um pouco sobre etiquetas – seus símbolos e o que cada um deles significam. Como
cada fibra vem de um lugar diferente e são manipuladas e trabalhadas de formas diferentes,
existem nomes criados para defini-las e diferencia-las como produto final. E são estes nomes
que aparecem nas etiquetas internas das roupas (localizadas, geralmente, na costura lateral)
que nos permitem conhecer a composição de tudo o que confecciona a peça. Para conhecer
uma roupa de forma certeira, então, é ideal saber o que cada nome significa. Alguns exemplos:
→ Tecidos feitos com fibras naturais
Algodão, linho,cânhamo, rami, lã, caxemira, angorá, mohair, alpaca e seda. Também contam
como fibras naturais o que não é tecido, mas também é possível confeccionar e transformar em
peças/detalhes/acessórios: peles, couro, camurça, nobuck, sisal e palha.
→ Tecidos feitos com fibras sintéticas
Poliamida (também denominada ‘nylon’), lycra, acrílico, poliéster, spandex (ou elastano),
microfibras e tactel.
Entre estes dois grupos existem ainda as fibras artificiais, que são intermediárias entre as
sintéticas e as naturais, porque levam um pouco de cada uma – tanto na maneira de extrair e
produzir, quando nas propriedades em si e na forma de serem usadas. Estas fibras são retiradas
das árvores, feitas de celulose, e são manipuladas com substâncias químicas para render tecidos
também:

→ Tecidos feitos com fibras artificiais


Raiom, acetato, triacetato, lyocell, viscose, modal e tencel.
Conhecendo estes nomes e sabendo o que cada um deles significa fica bem mais fácil escolher
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o tecido certo para cada temperatura, ocasião, combinação e estilo – e, no final, resultar na soma
certa da mensagem que se quer passar.
Outra vantagem é entender melhor a relação custo-benefício de cada peça e entender por quê

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uma é tão mais cara que a outra, no que vale a pena investir.

A IMPORTÂNCIA DO FORRO (E DO ACETATO)

Quase todas as roupas de inverno que demandam certo tipo de aquecimento levam forro:
paletós, jaquetas, casacos em geral e até algumas saias e bermudas. Para quem não sabe, os
forros têm a função de ajudar a estruturar a modelagem da roupa e de proteger tecidos ou
pele – dependendo do que está sendo forrado. Geralmente, os forros têm superfícies lisas e
escorregadias, para dar uma boa sensação quando em contato com a pele e para não desgastar
os tecidos quando usados em sobreposições (como o caso do paletó). E tecidos de forro são
quase sempre sintéticos, porque são bem mais baratos e também porque têm função térmica
(uma vez que sintéticos esquentam bem mais).
Os materiais mais comuns usados como forro são o poliéster e o acetato – este, em especial, foi
criado para imitar a seda e a viscose e, por isso, tem um toque melhor. Além disso, a chamada
entretela – nome dado à parte do forro que deixa golas e lapelas com toque mais duro – pode
deformar ou enrugar com o tempo quando em contato com o poliéster, mas com o acetato isto
não acontece; daí a escolha do material. O acetato ainda tem mais uma vantagem: aceita mais
lavagens e mais passadas, sem perder a qualidade.
Toda essa informação é de grande relevância para a compra; além de olhar a etiqueta para
verificar a porcentagem do material com o qual a roupa foi feita, é importante também atentar
para a composição do forro – e, assim, descobrir qual a melhor forma de lavagem do mesmo.

TIRANDO MANCHAS SEM DETONAR A ROUPA

Este tópico traz uma revelação muito importante mesmo para aquelas que não são donas de
casa, mas que se preocupam com a boa conservação das suas peças de roupa: a dupla mais
indicada para tirar manchas é a água fria e o gelo. Segundo Arlene Rocha Leão, primeiro, é
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essencial saber que manchas devem ser eliminadas antes da lavagem: o gelo deve ser esfregado

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no local da mancha para facilitar a remoção, pois quebra a estrutura das moléculas e facilita sua
retirada. Já a água quente não é indicada pelo simples fato de que abre o poro do tecido e pode
fixar ainda mais a mancha.

ACABANDO COM AS “BOLINHAS”

Alguma vez na vida todo mundo já se deparou com aquela peça favorita no guarda-roupa, usada
pela milionésima vez que, de repente, está cheia de bolinhas. Também chamadas de “peeling”,
este contratempo se dá devido a alguns fatores, que podem ser:
- acabamento da peça;
- construção ou composição do tecido;
- tipo de fio utilizado em sua confecção;
- uso do produto durante a lavagem também pode influenciar no aparecimento destas vilãs.
É claro que uma roupa, por mais bela que seja, acaba com o visual e destrói a elegância quando
possui estas famosas bolinhas. Normalmente, são mais recorrentes em tecidos que levam muito
poliéster na composição – por isso é sempre mais aconselhável investir em tecidos naturais que,
além de mais elegantes, duram mais e melhor.
Já no algodão, por exemplo, a chance do aparecimento dos peelings é muito menor, principalmente
se o seu fio for bem longo; isto porque fibras longas proporcionam maior durabilidade e conforto,
além de terem um toque mais macio. A quantidade de fios por polegada também conta: quanto
maior essa quantidade, mais nobre e refinado o produto será quando estiver acabado, além de
ter uma vida longa. Mas independente de todos estes fatores acima citados, o grande causador
do peeling é o atrito: ao aplicar produtos de lavagem ou durante seu uso, a fricção e o atrito
constante provocam bolinhas na superfície da peça em questão. Esfregar demais com as mãos
ao lavar ou mesmo fazer muito uso da máquina também contribuem para o desgaste.
A solução é o chamado “papa-bolinha”. Tenha um em casa: o custo não é alto e funciona muito
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bem em tricôs e malhas. Outra alternativa para elimina-las é usar a gilete bem de leve sobre a
peça, embora o risco de conseguir esburacar a roupa seja maior que o de eliminar o problema.

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Para prevenir, o ideal é lavar delicadamente a peça e tomar cuidado com detalhes em geral.

LAVAGENS PARA CADA TIPO DE TECIDO

Tecidos diferentes demandam lavagens diferentes – assim como acontece com o preço. Antes de
mais nada, é muito importante reforçar a ideia de que consultoria de moda não é apenas saber
se vestir bem: o processo é muito mais complexo do que se imagina e é dever do profissional,
ao dar estas dicas, explicitar que uma roupa bem-cuidada pode acrescentar mais informação ao
visual do que só o próprio look em si. De nada adianta uma bela blusa se está cheia de bolinhas;
ou retorcida; ou amassada. Ter uma roupa cara/bonita com detalhes feios que demonstram
descuido é como estar bem maquiada sem tomar banho. Até mesmo para quem não é tão
detalhista, esta é uma percepção inconsciente. Sendo assim:
→ Algodão: é um tecido natural e, portanto, precisa de água mais fria – uma vez que a alta
temperatura o faz encolher. Se a peça é colorida, é prudente lavar sozinha pelo menos da primeira
vez. Ao passar, a preocupação não deve ser tanta, já que o algodão é uma fibra que resiste muito
bem ao ferro quente.
→ Linho: também é natural, mas necessita impreterivelmente ser lavado somente à mão. Não
pode ser centrifugado, nem esfregado. Se acontecer de manchar, o mais indicado é levar à
lavanderia, para que profissionais cuidem da peça. Para passar, é preciso deixar o ferro em uma
temperatura baixa e sem vapor.
→ Acetato, rayom e viscose: por serem tecidos artificiais (nem 100% naturais, nem 100%
sintéticos), não podem ser centrifugados também – nem demasiadamente esfregados no
tanque.
→ Poliéster, nylon e lycra: são tecidos sintéticos e, por isso, muito sensíveis ao calor – podem até
derreter. Por isso, use no máximo água morna para lava-los e, para passar, o ferro deve estar em
temperatura bem baixa e também sem vapor.
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São muitos detalhes e muita informação para gravar e acertar de primeira mas a boa notícia é
que, na dúvida, a melhor opção é sempre a água fria e, ao lavar, separar peça por peça. Para lavar

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à mão, é interessante que, antes de começar a lavagem, o sabão seja completamente dissolvido
na água para, depois, colocar a roupa. Também não é indicado encher demais a lavadora: vale
mais separar por grupos menores, se a quantidade de roupas for muito grande. Na hora de
passar a roupa, é bom lembrar que a mudança de temperatura do ferro não é instantânea, logo,
ao mudar a temperatura, deve-se esperar alguns minutos.

ALGUMAS DICAS PARA MINIMIZAR O TRABALHO AO PASSAR ROUPA

Lavar e passar roupa nunca são trabalhos divertidos – se comparados a fazer compras e montar
looks legais em um guarda-roupa novinho em folha – mas, como já falado anteriormente, tudo
faz parte para se ter um conjunto bom e de qualidade na hora de se apresentar. A forma como a
roupa é guardada no armário contribui para a sua necessidade em ser passada: se o guarda-roupa
estiver abarrotado e as peças penduradas estiverem esmagadas umas nas outras, fatalmente
será necessário passa-las ao tirar para uso. O mesmo acontece com as roupas dobradas: se
estiverem mal colocadas e mal empilhadas, o ferro precisará entrar em ação.
Para quem usa máquina de lavar e máquina de secar, existem algumas dicas que ajudam a
desamassar o tecido previamente antes de ir para o ferro de passar. São elas:
→ Vinagre: acrescentar um pouco de vinagre à água de enxágue pode ajudar a remover alguns
pequenos amassados, o que facilita na hora de secar.
→ Diminua o excesso: colocar menos roupa a cada lavagem na máquina (a questão do “abarrotado”
mencionada anteriormente) evita que as peças se comprimam demais e, por consequência,
ficarão menos amassadas. Então, no lugar de lavar roupas a cada 15 dias, deixando acumular,
vale diminuir a frequência para duas vezes por semana.
→ Bolas de tênis: colocar bolas de tênis junto com a roupa na máquina pode ajudar a fazê-la secar
mais rápido e com menos rugas, porque o movimento das bolas em meio às peças proporciona
uma melhor ventilação.
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→ Evite pilhas bagunçadas: dobrar ou pendurar as roupas assim que elas acabam de sair da
máquina de secar é outra forma de evitar o excesso de amassado; amontoar tudo em pilhas

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bagunçadas piora a situação.
→ Toalha úmida: peças que já estão dobradas ou que já foram usadas (e precisam de um retoque)
podem ser colocadas diretamente na máquina de secar com o auxílio de uma toalha úmida por
cerca de dez minutos.
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CAPÍTULO 10
Aprendendo a comprar menos e melhor
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CAPÍTULO 10
APRENDENDO A COMPRAR MENOS E MELHOR

Voltando ao capítulo quatro, em que foi feita a brincadeira de que consultor de moda é também
um pouco consultor financeiro, aqui esmiuçaremos um pouco melhor o que é exatamente a
compra inteligente e econômica.
Existem alguns truques e comportamentos que, quando adquiridos, nos influenciam a investir
dinheiro de forma mais sábia no vestuário. Isto porque de nada vale ter um guarda-roupa lotado
de coisas que não se usa: é mais válido ter peças em menos quantidade e mais utilidade (e com
mais qualidade!), para que se possa fazer combinações diversas e interessantes. Portanto:
→ Informação é o primeiro passo: o personal stylist apresentará a moda a seu cliente e fará
com ele se familiarize com as tendências (como falamos no capítulo 3); mas mesmo quando
sozinho, é importante criar o hábito de pesquisar informações. Vale olhar revistas de moda, sites
de marcas favoritas – para conhecer as novas coleções -, blogs e todos os veículos que abordem
o tema. Também é bacana visitar sites de streetstyle internacionais, para ter uma ideia do que
está sendo levado para as ruas e o que é mais legal da moda para ser aplicada no dia a dia.
→ Estudar o guarda-roupa: antes de sair às compras é importante dar uma geral no que já se
tem, para evitar repetições e saber o que realmente se usa e o que fica lá parado.
→ Focar no que se precisa: um dos pontos mais importantes é sair de casa com foco. Enquanto,
para a maioria dos homens, comprar é uma questão de necessidade (e por isso seu guarda-roupa
é quase sempre bem mais funcional), as mulheres lidam com o shopping como uma desculpa
para encontros e passeios com as amigas; é quase que uma terapia. É preciso ter em mente as
peças favoritas do armário, aquelas que são campeãs de uso e o grupo de cores que se tem em
casa – para, assim, escolher peças que irão render muitas boas combinações com o que já se
100

tem.

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→ Pensar em look como um todo e não em peças específicas: na hora de comprar, é importante
visualizar aquela peça em questão em meio a um look montado com roupas que já se tem no
armário; além disso, esta peça precisa ser coordenável com pelo menos outras três ou quatro
peças que já se tenha. Isto vale tanto para estampas, quanto para cores no geral.
→ Usando a lingerie adequada: pode parecer um mero e dispensável detalhe mas, para as
mulheres, usar a lingerie adequada para o que se quer comprar é de grande ajuda. Para isso,
é bom pensar em algo que não marca e, ao mesmo tempo, que seja confortável. É importante
levar em consideração as luzes brancas e os espelhos cheios de deformidades dos provadores

– que atrapalham na maioria das vezes. Se


a peça desejosa em questão for um look ou
vestido de festa, é bom levar os sapatos da
ocasião para provar junto.
→ Sabendo variar peças versáteis: gostar muito
de uma peça não significa que você precisa
ter vinte versões dela, em cores diferentes.
Se o cliente em questão usar muito um tipo
de roupa – por exemplo, um jeans – em uma
frequência quase que diária, é válido ter uma
quantidade maior de jeans. Imaginando que
sejam seis calças jeans, apesar da versatilidade
da peça, não é legal que todos os modelos
sejam iguais. Pensar em um acabamento e
uma lavagem diferentes deixam o armário
mais interessante e, ainda assim, com peças
básicas para combinar de muitas formas.
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→ Variando as lojas favoritas: todo mundo


tem uma loja em que adora comprar, mas

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comprar sempre no mesmo lugar deixa o guarda-roupa com “cara de catálogo”; é bem mais
válido e original comprar um pouquinho em cada lugar e, então, montar looks e produções que
sejam só suas e tenham sua personalidade.
→ Roupas têm prazo de validade: em se tratando de peças básicas e atemporais, vale mais a pena
investir em tecidos mais caros, porque vão durar mais (como já falamos sobre a diferença entre
tecidos naturais e sintéticos). Se, por outro lado, a compra for algo provavelmente passageiro, uma
moda do momento e algo que não precisa durar para sempre no armário, não há necessidade de
grandes investimentos – e aí, sinal verde para as lojas de departamento e afins.
→ Provador é obrigatório: nunca se deve levar uma peça de roupa sem antes prová-la. E provar
roupas é uma tarefa bem mais complexa do que se imagina: precisa verificar o caimento de
frente, de costas, sentando, andando, “dirigindo” (simulando o ato de dirigir, no caso), dançando,
etc.
→ Se há dúvida, não há compra: ninguém compra nada que gera dúvida. Quando não se tem
certeza do que quer, é possível pedir à vendedora que reserve durante um tempo para olhar
outras lojas, espairecer, conversar (com o personal!) e, então, voltar para buscar a peça ou pedir
para retirar a reserva. Outra forma de medir a impulsividade e tirar a dúvida em relação à roupa é
esperar um dia. Se, ao reservar a peça, no dia seguinte a vontade de tê-la ainda for muito grande,
vale a compra. Se não, melhor desistir.
PERGUNTAS A SE FAZER ANTES DE IR ÀS COMPRAS
Vencer o impulso de comprar e sentir aquela sensação de satisfação imediata parece algo
impossível, principalmente, quando se compra para suprir alguma outra necessidade (isto é
mais comum do que imaginamos). Além de todos os tópicos já mencionados, que ajudam o
cliente a avaliar melhor uma compra antes mesmo de fazê-la, existem algumas perguntas bem
relevantes que devem ser feitas antes de sacar o cartão e ir em direção ao shopping. Como:
→ Eu posso pagar?
102

→ Vale a pena?
→ Já quitei todas as minhas contas deste mês?
→ Já quitei as dívidas do meu cartão de crédito (ou a maioria delas)?

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→ O preço é razoável ou muito acima da média para o material?
→ Eu ainda vou querer isso amanhã?
→ Isto veste bem o meu tipo físico?
→ É confortável?
→ É fácil de fazer a manutenção (lê-se: “ter cuidado”)?
→ Será possível usar por muitos e muitos anos?
→ Estou sendo honesta comigo mesma?
Em especial, esta última pergunta refere-se ao que já mencionamos: pessoas que compram
não pela necessidade de complementar seu guarda-roupa, mas para suprir alguma outra
necessidade que pode nem estar relacionada a roupas e estilo. Então, a pessoa se convence de
que precisa daquilo e de que pode pagar – e, muitas vezes, nenhuma das duas afirmativas são
verdadeiras. O principal ponto que deve ser entendido e reforçado, neste trabalho de personal-
consultor financeiro-e-psicólogo, é que comprar por carência não irá resolver o problema: irá
criar outro(s). É preciso fazer a peça valer muito a pena e, principalmente, exercitar a seletividade.
Se todas estas perguntas a ser fazer antes da compra é muito para decorar, dá para levar anotado
para nunca esquecer ou, ainda, resumi-las em outros três tópicos principais – que são os mais
importantes:
* Valer o investimento
*Ser adequado para quem somos
*Ter informação de moda e estilo
Se a compra em questão se encaixar nestes primeiros padrões, é possível que ela possa ser feita.
Quando dizemos que uma peça tem que ‘valer o investimento’, voltamos no assunto de tecido
‘versus’ acabamento que já falamos: é preciso medir quanto vale a peça e quantas vezes ela será
usada. É de usar todos os dias? O material vai durar? É resistente a lavagens e ao uso? É de tecido
natural, especial? O acabamento é precioso? Quanto maior a qualidade de uma peça, mais ela
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vai custar, mas terá maior durabilidade e conforto. É ter este cuidado consigo mesmo é muito
importante.
Adequar a peça para quem somos nada mais é que investir em algo que traduza nossa

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personalidade e nossa idade; em suma, a vida que levamos. A roupa precisa se encaixar em nossos
compromissos, desde o transporte que usamos para trabalhar, a posição em que mais ficamos,
que sacolas usamos para carregar, o ambiente em que vivemos, os lugares que frequentamos
e até os tipos de amigos que temos. A vida que levamos até o presente nos dá uma identidade
definida e isto reflete em estilo, portanto, tem que levar em conta também nossa idade e nosso
momento.
E por último, a informação de moda, que pode (e deve) existir até na peça de roupa mais básica.
Isto implica em formas diferentes e menos convencionais, materiais com texturas alternativas e
bem interessantes; ou a peça em questão pode fazer referência a algum filme ou personagem
do qual se gosta (e com o qual se identifica!), pode lembrar uma paisagem favorita, a vista de
uma viagem ou até mesmo um trecho de um livro. Subjetiva e complexa, a peça de roupa pode
muito bem carregar um valor material que vai muito além de uma simples imagem.
Quem compra um monte de roupas novas a cada estação não tem um estilo próprio e, sim,
a ‘cara da estação’. Adquirir menos roupa nova e dar mais valor ao que já se tem, inventando
combinações diferentes, auxilia na construção de uma identidade visual - e é aí que nasce o
estilo de uma pessoa. Por exemplo: para atualizar o guarda-roupa de inverno, podemos adquirir
seis peças novas (no lugar de vinte) e, para se atualizar para a estação, estas seis peças podem
ser divididas mensalmente (uma por mês) para serem compradas, até a chegada do frio. Destas
seis peças, podemos dividir em duas partes de cima, um casaco, duas partes de baixo e um
vestido e, se tudo neste conjunto for coordenável entre si – com tons coerentes, caimentos
similares, proporções que funcionam bem juntas -, esta é uma compra que, sozinha, já rende um
guarda-roupa (ou mala) pronto para a estação. Juntando este pequeno grupo de novas peças a
um guarda-roupa super funcional, o número de combinações e de looks de sucesso é infinito!
Com uma compra como esta, mencionada no exemplo, é possível usar roupa nova todos os dias,
uma peça nova por dia. Se sobrar dinheiro, dá para passar a fazer sempre desta forma: comprar
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em grupos de peças – ou programar mais de um grupo como este por estação. Para o inverno,
por exemplo, vale comprar seis peças para o trabalho e seis para a balada. E como um guarda-
roupa precisa ser atualizado não só com roupas, mas também com acessórios, estes também

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entram no planejamento. Vale pensar em botas de cano curto, sapatilhas, sapatos mais pesados,
sandálias abotinadas de inverno (para usar com meia) e em colares, pulseiras, brincos e broches.
Bolsas e carteiras também entram na check list.

COMPRANDO ONLINE

Se resurmirmos todos os passos que definem uma boa compra, podemos medir que, o método
ideal, consiste em: estudar o próprio armário, conscientizar necessidades, montar uam lista de
possíveis peças a serem incluídas no guarda-roupa e só então ir em busca de várias lojas, avaliar,
experimentar tudo de que gostou, escolher mentalmente e voltar no dia seguinte para comprar
só aquilo que se manteve persistente em nossa cabeça durante o dia todo. Desta forma, dá para
praticamente garantir que a compra será bem aproveitada e que não será feita por impulso.
Fatores como liquidação, namorado ou marido apressado, evento imperdível marcado de última
hora, vendedora convincente e lojas virtuais são, com certeza, pontos passivos para atrapalhar
esta metodologia científica de compra. Este último fator em especial – as lojas virtuais -, são os
piores porque descartam completamente a possibilidade de experimentar peças e, de quebra,
oferecem preços imbatíveis e a facilidade de poder comprar em lojas que não existem em nossa
cidade. Isto não quer dizer que comprar online é um ‘pecado mortal’; dá para aproveitar desta
tecnologia sem cair em prejuízos seguindo algumas dicas:
→ Ao optar por compras online, é bom lembrar que o segmento de acessórios é bem mais fácil
de se comprar virtualmente que roupas ou sapatos.
→ É importante ler sobre a política de troca da loja. Alguns sites só fazem trocas em caso de
avaria e outros não trocam produtos em promoção. Ou seja, isto impossibilita uma reclamação
no caso do tamanho vir errado ou porque simplesmente não se deu bem com o caimento da
peça.
105

→ Dar preferência a lojas que expõem o produto no manequim ou no corpo de uma modelo é
outra forma de evitar ‘ilusões de ótica’; desta forma, é possível visualizar o comprimento de uma
saia, por exemplo, ou o tamanho do colar e o caimento do vestido. Se o site mostra apenas fotos

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do produto em cima de uma bancada, não dá para avaliar nada disso.
→ Atentar para a forma como a loja virtual descreve seu produto e como fala da composição do
tecido (no caso de roupas) ou, ainda, do que é feito exatamente o sapato ou o acessório. Mostrar
zoom nas imagens também é importante, pois permite avaliar minuciosos detalhes.
→ Sites de lojas que já se conhece ao vivo são mais seguros. Desta forma, é possível já ter um
prévio conhecimento sobre numerações, caimento das peças e qualidade.
→ Se, por algum motivo, não foi possível seguir todas as dicas acima na hora de efetuar uma
compra online, isto configura uma ‘compra de risco’, o que é equivalente a uma loteria. Então,
só vale efetuar o pagamento desta loteria se o custo compensar a ‘aposta’ e se for possível arcar
com o eventual prejuízo sem grandes aborrecimentos.
IDENTIDADE VISUAL E A IMPORTÂNCIA DA LINGERIE
Um dos pontos principais da consultoria de moda é entender que não existe ocasião ou lugar para
estar mal arrumada; o cuidado consigo mesma precisa ser o mais constante possível, para que
quem está ao ser redor possa absorver a imagem que se quer criar de si mesma. Para conseguir
que todo mundo associe a você uma imagem de pessoa bonita e bem arrumada, é preciso de
fato ser assim – e não somente ficar “bonitinha(o)” quando precisa. Seria o mesmo que ser
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educada somente “quando precisa” e exigir que os outros a vejam como educada sempre. Não
dá, né?
Outro exemplo de característica efêmera é uma pessoa gordinha que sempre faz dietas loucas e
aparece magra em festas importantes. Qual a imagem que você tem desta pessoa: uma gordinha
ou uma magrinha?
O trabalho do personal stylist envolve, acima de tudo, identidade visual, que nada mais é que
manter um padrão de cuidado para consigo, para que todo mundo identifique aquela pessoa
daquela maneira. Se colocarmos as referências de styling em larga escala, podemos dizer
que quase todo mundo acha importante se arrumar para um festão; esta escala diminui
consideravelmente quando o assunto é sair para o fim de semana – ou seja, poucas pessoas
consideram isto importante -; menos pessoas ainda acham importante se arrumar para o
trabalho. Quem chegou no nível avançado de ‘cuidado consigo mesmo’ se importa com o que
vestir até para ir compra pão, para ir à academia, para ficar em casa e até para dormir.
Não se trata de futilidade e nem de importância fora de ocasião – até porque, o bom senso
avisa que não há necessidade de se maquiar, nem de fazer um penteado extravagante para ir à
academia, por exemplo. Trata-se de tomar cuidado com as roupas – o estado delas! - e o que é
ideal para cada situação. E nesta escala de importância, a lingerie é o último degrau: se importar
com a roupa de baixo é algo que pede muita atenção e mostra o quanto a pessoa é detalhista,
uma vez que é algo que ninguém vai ver (supostamente). Esta é uma das maiores provas de que
alguém realmente incorpora o zelo pessoal para si mesmo e para a vida e está se arrumando
não só para si, como para uma eventualidade. Há quem diga que usar lingerie “de verdade” é
também uma espécie de rito de passagem para a vda adulta. Jennifer Alfano diz que “lingerie
gera confinaça e muda a postura da pessoa”.
E para quem pensa que isto é uma ideia atual, está enganado: Christian Dior lançou um livro,
em 1954, dedicando algumas páginas para abordar a importância da roupa de baixo como um
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elemento que pode melhorar ou destruir o caimento de um vestido. Apesar de seu conteúdo ser
dedicado a um público com menos poder aquisitivo, o autor de designer frisa em seu livro que,
quando se trata de sutiã, não dá para pensar em economizar demais.

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Uma prova de que a lingerie é essencial para modelar o corpo é o sutiã pontudo os anos
80: lembram-se de Madonna, por exemplo? E todas as mulheres que aderiram ao modelo
aparentavam ter os seios ridiculamente pontudo. Em comparação aos modelos de hoje, o efeito
é totalmente outro, já que os sutiãs atuais têm uma forma arredondada e mais natural possível,
transformando o seio das mulheres em circunferências perfeitas.
Se depois destes exemplos você já se convenceu a olhar com mais carinho para sua gaveta de
lingerie, preste atenção em algumas dicas para comprar e conservar estas peças:
*Na loja:
→ Ao experimentar a peça escolhida, as alças do sutiã devem ficar centralizadas e ajustadas ao
ombro de maneira que não fiquem nem frouxas, nem apertadas. Alças largas demais deixam
o sutiã desajeitado e podem causar dores nos ombros e no pescoço. Já as muito apertadas
atrapalham a circulação.
→ Se estiver procurando um modelo para um decote específico, é prudente levar a roupa em
questão para ser experimentada junto com a peça de baixo, na loja.
→ Quem gosta de aumentar os seios visualmente pode aderir ao enchimento – sem exageros
e mantendo um certo padrão, para não precer que o tamanho muda todos os dias. Dica: sutiãs
com o fecho na frente une os seios e faz com que pareçam maiores, mesmo sem enchimento.

→ Seios grandes precisam de sustentação: opte por modelos com alças largas, costas e laterais
reforçadas, que são mais indicados.
→ Ao comprar um sutiã, é indicado que se compre, também, ao menos três calcinhas que
combinem com ele. Assim, dá para andar de conjuntinho sem precisar ter um sutiã para cada
calcinha.
→ A parte do sutiã responsável pela sustentação não é a alça, como todos pensam e, sim, a faixa
do tórax. Esta parte deve ser bem ajustada ao corpo: não pode ficar subindo nas costas ou na
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frente, nem fazer pressão demais.


→ É imprescindível ter algumas peças de lingerie em cores semelhantes ao tom de pele, para
poder usar com roupas claras. Quem não gosta do bege pode aderir ao nude, por exemplo.

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*Em casa:
Comprar uma lingerie bacana sem conservar não é um bom negócio; assim como as demais
roupas, a lingerie precisa de cuidados para ser mantida sempre impecável. Algumas dicas:
→ Lavar sempre as peças à mão, com água morna e sabão neutro. Pode até lavar durante o
banho, mas é bom se certificar de que o sabonete em questão é neutro. Do contrário, compre
algum produto específico para lavar lingerie no box.
→ Suitã com bojo não pode ser guardado de qualquer forma; é preciso manter as peças abertas
e encaixadas na gaveta, sem apertar demais.
→ Usar um protetor diário (como Carefree) ajuda a manter as calcinhas novas por mais tempo.
No entanto, antes de aderi-lo é bom consultar a ginecologista, uma vez que nem todas se dão
bem com o protetor.
→ Quando a peça ficar encardida e a alça (do sutiã) formar as famosas ‘bolinhas’ é porque está
na hora de trocar.
*Alça de silicone: para mostrar ou não?
Quando uma lingerie é feita da cor da pele ou, ainda, de material transparente (no caso, o silicone),
ela é feita justamente para não aparecer. Ambas são peças pensadas e confeccionadas para ficar
invisíveis em meio à roupa, para ser discretas, para dar a impressão de que não se está usando
nada. Se a intenção é justamente esta, não tem cabimento fazer o oposto e mostrar qualquer
pedaço que seja desta lingerie.
Para que haja graça em mostrar uma lingerie sob uma peça de roupa, ela tem que ter um
acabamento interessante, ser feita de um material mais sofisticado – como renda, por exemplo
– ou ter alguma aplicação diferente; desta forma, passa a ter sentido mostrá-la e então render
coordenações interessantes no look.
Portanto, alças bege ou de silicone são feitas para ficar escondidas por baixo da roupa. Para
não arriscar mostrá-las em nenhuma circunstância, é indicado evitar qualquer dos dois com
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peças de roupa largas, sob as quais correm o risco de aparecer. Porque mostrar alça bege pode
aparentar desleixo e alça de silicone aparenta vulgaridade. E não queremos isso, certo?

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O ERRO DE COMPRAR HOJE PARA SER MAGRA AMANHÃ

Para quem está em processo de mudança de corpo – como gravidez e emagrecimento -, as


dicas de compras podem ser ainda mais específicas e funcionais. Nestes casos, é bom pensar em
um guarda-roupa separado por duas categorias: “o que serve hoje” e “o que não serve” - porque,
convenhamos que passar nove meses olhando para um monte de peças que não vão servir não
é nada prático, além de ser torturante. Do grupo de “peças que não servem hoje”, vale fazer uma
limpa e se desfazer de roupas que não se gosta tanto assim – como aquelas compras estranhas
que fazemos e, após um mês, nos perguntamos onde estávamos com a cabeça.
A segunda parte deste processo eliminatório exige racionalidade: o cliente irá se desfazer das
peças que não vão caber em nenhum momento. Por exemplo: a pessoa sempre vestiu 38, mas
engordou e está vestindo 40. Ela está em processo de emagrecimento, mas sabe que é muito
mais provável que volte a vestir 38 e não 36 – sendo assim, o que aquela calça 36, que coube em
uma época remota da vida, faz ali no guarda-roupa? Eliminar esse tipo de peça encarada como
um ‘troféu’ tira um grande peso da consciência e acaba com prováveis frustações – já que a
pessoa não precisará mais encara-la como se estivesse sendo zombada pela roupa em questão
(toda mulher já passou por isso ao menos uma vez na vida). A partir daí, as peças aprovadas
neste processo eliminatório têm o direito de permanecer no armário até o fim da gravidez ou por
mais ou menos seis meses, quando um novo processo seletivo deverá ser realizado.
Por último, é importante lembrar que, durante a espera (para quem vai ser mãe), é normal que
o acervo de roupas fique muito reduzido, já que nada cabe – e ninguém vai montar um guarda-
roupa inteiro só para usar por nove meses. Durante este período, mais do que em qualquer outro,
será importante exercitar jeitos diferentes de combinar peças repetidas. Quando a gravidez acaba
ou a pessoa consegue emagrecer o que quer, é normal que tenha vontade de juntar aquelas
peças que antigamente serviam e fazer uma pequena fogueira com elas – e aí vale ponderar se
realmente não há riscos de ganhar peso ou engordar novamente.
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É importante respeitar o direito que cada um tem de comprar roupas legais no pós-gravidez (ou
pós-regime), assim que se consegue atingir um peso que considera bom – e o ideal é esperar

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voltar ao peso que se quer, mesmo. Por isso, é bom evitar comprar roupas que não se tem certeza
de que vão ficar legais após o parto – e esperar chegar nas medidas desejadas para fazê-lo. Esta
é uma forma de garantir que as compras darão mais certo e serão muito mais prazerosas.

TAMANHO É DOCUMENTO

Quando queremos aparentar menos peso (mais magros ou com tudo no lugar), a dica mais
certeira e valiosa de todas é comprar peças no tamanho certo. O que compramos em lojas não
são feitos especialmente para o nosso corpo e com as nossas medidas: tudo é feito em medidas-
padrão, o que significa que, normalmente, é preciso personalizar (quase) tudo que compramos
fazendo ajustes. Não tem jeito.
Há chances de determinada peça de roupa cair perfeitamente, mas não é o mais comum; e
quando se tem tempo, se sái com paciência e com disposição para achar o que o mercado oferece
de melhor – e aí, presta-se atenção em repuxados, preguinhas, ajustes que possam ser feitos e
muito mais. Mas, mesmo quem atenta para estes detalhes, se pega em dias ou em momentos
de pressa e de ansiedade, em que um monte destas “coisinhas” podem passar batidas dentro do
provador; para evitar que isso aconteça, existe uma lista com detalhes para lembrar na hora da
compra e não errar no tamanho – ou, saber como fazer o ajuste certo para a peça certa:
* A peça está muito grande quando:
→ os punhos ultrapassam demais a linha dos pulsos;
→ a costura dos ombros fica caída, para frente ou para trás;
→ fica muito tecido sobrando na parte da frente, na altura da virilha (principalmente para calças);
sobrar um pouco não tem problema, mas demais é ruim;
→ a costura lateral da peça, na altura do quadril, fica arredondada e muito longe do corpo;
→ faixas ou cintos fazem sobrar muito pano na altura da cintura;
→ a alça do sutiã fica à mostra no decote (à menos que a peça tenha sido feita para deixar os
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ombros à mostra);
→ o decote mostra mais do que deveria ou se abre, para a frente, quando você se senta;

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→ a linha da cintura fica muito abaixo da cintura de verdade;
→ você se olha no espelho e não consegue localizar seios, cintura ou virilha;
→ sobra tanto tecido na região das coxas que uma calça reta ou skinny fica parecendo uma calça
boyfriend ou ‘cenoura’;
→ alças de blusas ficam caindo os ombros o tempo todo;
→ a saia vai rodando na medida em que você anda/se move;
→ a peça forma uma prega enorme nas costas, logo abaixo da gola, com a sobra de tecido (o que
significa que a parte de baixo está muito longa ou que a gola está muito alta);
→ você consegue sair da peça sem abrir nenhum zíper, botão ou fecho.

* A peça está muito pequena quando:


→ a virilha fica marcada;
→ a roupa marca muito atrás, a ponto de se ver nitidamente a forma da calcinha ou do sutiã;
→ o tecido acompanha a volta do bumbum e segue grudado na parte de trás da coxa
(extremamente vulgar);
→ a cintura fica expremida dentro da peça e a barriga “explode” com volume a mais dos lados,
logo em cima;
→ os braços não se movem com liberdade e conforto;
→ as mangas longas ficam curtas;
→ as costuras dos ombros ficam mais perto do pescoço do que do braço;
→ as cavas ficam desconfortavelmente próximas das axilas de quem veste (e pode até machucar);
→ os botões da frente, quando fechados, formam buracos entre eles, sobre o busto ou sobre a
barriga, querendo “explodir”;
→ o busto fica achatado para conseguir caber dentro da modelagem;
→ a blusa/camisa salta para fora da calça/short/bermuda com um mínimo movimento (ou
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quando você simula um abraço e a camisa/blusa deixa a barriga à mostra);


→ a saia ou vestido sobe drasticamente quando você se senta;
→ a peça com cintura no lugar muda repentinamente para ‘cintura alta’ ao vesti-la;

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→ os bolsos nunca parecem fechados ou ‘assentados’;
→ as costuras repuxam ou parecem forçar (o que pode esgarçar o tecido);
→ o zíper fecha com dificuldade, precisando de força para subir (ou descer);
→ você não consegue respirar direito dentro da roupa.
* Mais algumas considerações em relação a tamanho e numeração de roupas para levar em
conta na hora de comprar:
→ as numerações (do 36 ao 44) variam muito de acordo com a confecção; alguém que veste 38
de uma marca X pode vestir 40 da marca Y e nem por isso significa que a pessoa engordou;
→ jamais se baseie em numerações para comprar uma peça e, sim, no seu caimento e efeito
visual. Não importa se você sempre usa 36; se a peça quem questão ficou boa em uma numeração
maior, é essa que você vai levar;
→ as medidas das lojas são feitas como uma base para um público muito extenso, o que não gera
muita exatidão nos padrões (principalmente em se tratando de marcas estrangeiras vendendo
no Brasil). Ou seja, o importante é medir a peça em você e fazer os ajustes, caso necessário, fora
da loja, para que caia perfeitamente no seu corpo.
→ no mais, independente de regimes ou metas de peso que envolvam seus objetivos, é a roupa
que precisa caber em você e não o contrário!
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CAPÍTULO 11
Boas atitudes – para refletir e adquirir
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CAPÍTULO 11
BOAS ATITUDES – PARA REFLETIR E ADQUIRIR

Já falamos em auto-estima, styling e elementos de estilo, três valiosos tópicos que podem
auxiliar na junção de boas ideias em um mesmo look, resultando em ótimas composições. Mas é
claro que quando falamos em ‘look’, não se trata apenas da roupa e dos acessórios que vestem
a pessoa e, sim, da pessoa que está vestindo tudo isso. No capítulo sete mesmo falamos sobre
algumas dicas de comportamento que servem para lembrar que de nada vale um visual bem
montado se a pessoa que está dentro dele não se porta de maneira ideal. Ser um consultor de
moda (ou um personal stylist) implica também em dar sutis aulas de etiqueta ao seu cliente,
caso ache necessário. Porque tudo o que somos é revelado naquilo que mostramos, seja por
meio de visual, seja por meio de atitudes. Certo?
Elegância, por exemplo, que é uma das características mais almejadas, principalmente por
mulheres, é muito difícil de definir. Normalmente utilizamos pessoas, personagens e situações
para exemplificar o que significa, na prática, esta palavra. Costanza Pascolato foi alguém que
já soube definir melhor seu significado através de palavras: “elegância é apuro do porte e das
maneiras. Tem muito mais a ver com aprimoramento pessoal do que com aparência. Por isso
depende de aprendizado contínuo, a vida inteira. Na prática, elegância consiste, sobretudo,
em fazer evoluir sua cota pessoal de engenho e inventividade. É uma forma de colocar-se em
harmonia com o universo, se superar, evoluir, viver alegrias e prazeres relacionados à criação.
Ser elegante em última análise é uma questão existencial, de como você pensa sua vida, como
se coloca no mundo”.
Se esmiuçarmos a definição escrita por Costanza, dá para aproveitar alguns ótimos pontos
positivos para nos motivar a, primeiro, aprender: elegância é algo que se aprende a vida toda e
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vai se aprimorando; é a evolução de nossas atitudes de forma a superar nossos bons modos; de
viver os prazeres da vida sem perder o porte e as boas maneiras. Ou seja, elegância não está única
e exclusivamente ligada ao vestuário de forma isolada e também não é definida apenas pela

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maneira como alguém se veste mas, sim, se esta maneira de se vestir condiz com a ocasião, se
os modos desta pessoa são condizentes com todo seu entorno, se aquela pessoa tem conteúdo
e se ela transmite admiração e por quê. É tudo um conjunto muito subjetivo e complexo que
precisa estar em harmonia.

Um outro termo que pode ser considerado equivalente ao ‘elegante’ e que é de mais fácil
compreensão é o ‘chic’, estereotipado por Gloria Kalil e usado com frequência em toda linguagem
que diz respeito a moda e a etiqueta nos tempos atuais. Ela mesma foi outra profissional da área
que já definiu bem a atitude de um ‘chic’ sem baseá-la apenas no vestuário: “(...) É modernérrimo
ser chic. Sempre foi e sempre será. Dá para prestar atenção na vida, ver como se comportam as
pessoas que a gente acha o máximo da elegância e do bom gosto; dá para ir atrás de informações
para se tornar mais culto ou um profissional melhor; dá para aprender a usar a moda a seu favor;
e sempre dá para ser uma pessoa mais sábia, mais charmosa, mais refinada (…)”.
Estas duas citações são ótimos pontos de partida para entender e exercitar o porte e a elegância,
que são essenciais para compôr um look, muito além das peças de roupa e dos acessórios;
isto implica também em conhecer alguns códigos de etiqueta e saber usá-los dentro de cada
situação. É claro que ninguém vai se especializar em etiqueta comportamental e se tornar um
perito no assunto; apenas se esforçar para praticar algumas gentilezas e bons modos no quesito
‘comportamento’ já é um grande passo para um bom look de modo geral. Alguns exemplos:
→ Acostume-se com a ideia de ouvir o outro; pessoas são diferentes e precisam ser respeitadas
e tratadas com igualdade, por mais que haja divergência de opiniões. Tenha educação e tato na
hora de mudar ou cortar o assunto. Sair andando ou atropelar a fala de alguém é de extrema
falta de educação e grosseria.
→ Disfarce seu narcisismo. É repugnante assistir a uma pessoa se adorar em frente ao espelho
constantemente, retocando a maquiagem ou arrumando o cabelo a todo o momento. Passa
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uma ideia extrema de futilidade e falta de conteúdo.


→ Assuntos pessoais não devem ser abordados em eventos corporativos ou em meio a uma
roda de pessoas com as quais não se tem tanta intimidade; pule assuntos como dietas, doenças,

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brigas familiares e afins. Discrição é um dos princípios da elegância.
→ A educação pede que, no convívio social, pessoas que eventualmente possam interagir em
um mesmo meio e não se conheçam devem ser apresentadas. Faça as devidas apresentações e,
se a pessoa a ser apresentada for você, não se ofenda caso o outro tenha um lapso de memória.
Ninguém é obrigado a se lembrar de ninguém, então, aceite a situação com bom humor e ajude
o outro dando suas informações.
→ Alguns princípios básicos da etiqueta também merecem citação pois, por mais impressionante
que isto pareça, alguns ainda os esquecem em pleno século XXI: comer de boca fechada (que
implica também em não falar ao comer), não apoiar os cotovelos na mesa, não gesticular com os
talheres, não usar a bebida em questão como líquido para gargarejo, não atropelar o outro que
ainda não terminou de se servir da comida, não palitar os dentes usando as unhas e nem largar
os talheres na mesa displiscentemente ao terminar de comer. Deixe-os no prato, pelo menos.
→ Por mais que você julgue sua conversa muitíssimo interessante e bem-humorada, limite-se a
conversar com as pessoas que estão ao seu redor, prestando atenção em você, e direcione o tom
de voz somente a elas. O restante do evento ou da festa em questão não são obrigados a ouvir
seus berros do lado oposto do local.
→ Por mais que o corre-corre do cotidiano possa nos impedir de sermos gentis, quando o assunto
é ‘entrada e saída’ de fluxo (como no elevador, no metrô, no cinema, no teatro e etc) a prioridade
é sempre de quem sai. Senão, entope! Neste caso, homens podem, sim, ter preferência sobre as
mulheres, pois o fluxo de pessoas fala mais alto. Saiba esperar a sua vez de entrar no local.
→ Coisas que nunca se deve falar ou fazer: perguntar a idade de alguém (seja homem o mulher).
Além de ser de péssimo tom, é falta de educação e de delicadeza; nunca repare se a pessoa
engordou ou se está abatida; não pergunte à uma mulher se ela está grávida sem ter certeza,
para evitar constrangimentos no caso de ela apenas estar forma de forma; não pergunte quanto
custou a roupa que alguém está usando; não fale o tempo todo de suas dificuldades financeiras
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– ou, do oposto: esbanjamento; perguntar se alguém fez ou não plástica, se colocou ou não botox
ou se fez lipo – é tão invasivo ou grosseiro quanto perguntar a idade.
→ Entrar em um lugar fumando ou fumar no carro dos outros (sem pedir permissão) é um

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vexame e uma grosseria sem tamanho. Ninguém tem obrigação de aturar o mau cheiro e a
fumaça incômoda exalada pelo fumante. O ideal mesmo é esperar por um local aberto para
então satisfazer o vício.
ATITUDES QUE REVELAM SEU TEMPERAMENTO
→ Como você reage após algumas taças de champanhe ou caiprinhas;
→ O modo de dirigir: você é do tipo ‘relax’ que presta gentilezas ou é impaciente e não dá
passagem para ninguém? No mundo estressante de hoje, são poucos os que exercitam um
pouco de educação no trânsito. Avalie melhor seus atos neste quesito;
→ A maneira como você coloca as compras na esteira do caixa do supermercado;
→ A maneira como você trata pessoas desconhecidas do dia a dia (porteiro, faxineiro, zelador,
secretária e etc);
→ A forma como você reclama de um serviço mal feito;
→ O estado em que você deixa o banheiro na hora em que sai (seja público, seja na casa dos
outros, seja na sua casa);
→ A forma como você abre e fecha portas e janelas;
→ Seu modo de agir quando precisa de algo de alguém e quando não precisa.

COMPORTAMENTO EM FILAS E PLATÉIAS

→ Exceto em casos de emergências hospitalares, respeitar fila é essencial; é prova de civilidade.


Sem fila o que prevalece é a selvageria, onde a força física é usada para disputar o lugar – como
exemplos temos os aeroportos ou antessalas de estádios, onde muitas vezes a primazia é à base
de cotoveladas.
→ É bom manter certa distância da pessoa que está à sua frente; é extremamente desagradável
estar em um caixa eletrônico com um estranho colado atrás de você.
→ Não se “guarda lugar” para ninguém; por mais que seja chato dizer “não” aos amigos que
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foram tomar um caféziho, mais chato ainda é ter que se desvencilhar de uma encrenca causada
pela folga deles. Uma forma de tentar evitar a briga é avisar logo a quem chegou atrás que você

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está acompanhado(a).
→ Cenas de mau humor não são vistas com bons olhos por ninguém – e normalmente o mau
humorado não se toca do quanto está sendo inconveniente.
→ Quando estiver em uma platéia, evite reservar uma fileira de lugares espalhando objetos como
bolsas, sacolas ou outros. Se o lugar não é numerado, o ideal (e de bom senso) é reservar apenas
um.
→ Conversar durante o espetáculo em questão não é legal, principalmente se o tom de voz for
aumentando; melhor deixar os comentários para depois da apresentação.
→ Joelhos e pés apoiados no encosto da cadeira da frente é o máximo da falta de educação e
grosseria; barulhos como papel de balada, risadinhas e beijos também não são bem tolerados.
→ Em peças de teatro e principalmente concertos ou espetáculos de música clássica, é de bom
tom esperar que o número termine completamente para aplaudir. No caso de não se ter certeza
do momento certo é prudente checar o programa e contar os movimentos da peça ou seguir o
que os outros fazem. Evita o mico de aplaudir sozinho e fora de hora.
→ Em locais de platéias silenciosas, um resfriado pode ser bastante incômodo – para você e para
os outros. É claro que, dependendo da ocasião (e do valor pelo qual se pagou o convite), você não
vai faltar ao evento; por isso, providenciar balas de hortelã e lenços de papel para evitar cirses de
tosse e idas ao banheiro (o que enfurece os vizinhos) é uma boa. É bom também evitar espirrar
alto – ninguém é obrigado a aturar barulho em meio à sua diversão.
ALGUNS DETALHES QUE AJUDAM A DERRUBAR O VISUAL
→ calcanhar rachado e cotovelo encardido;
→ unhas dos pés abandonadas;
→ unha grande do dedo mindinho;
→ camisa aberta que deixa o peito à mostra com colares em ênfase (para ele);
→ pêlos à mostra;
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→ cheiro de cigarro ou de charuto, principalmente em lugares fechados.

ALGUNS CÓDIGOS DE ETIQUETA DE MODA E COMO LIDAR COM ELES

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Você já entendeu que o comportamento conta muitos pontos em favor do look mas, eventos
mais sofisticados que pedem trajes específicos – como casamento, formaturas, condecorações
e etc -, é bom saber o que vestir para marcar presença. Este é o chamado ‘código de etiqueta de
moda’, que define o que é bacana usar em cada ocasião (e o que não é).
Com o passar do tempo e as mudanças que o mundo sofre, estes chamados ‘códigos’ também
sofrem adaptações; se compararmos um traje social de agora com um de 1530, constataremos
que há nítidas alterações, assim como nos códigos de etiqueta. Assim, no mundo atual, não
há necessidade de entrar em paranóia, imaginando que é necessário saber todas as regras de
vestuário e de comportamento e pensando em impressionar o tempo todo; basta se informar
do básico e transitar por estas regrinhas com naturalidade, sem pressão ou nervosismo (e sem
querer provar para o próximo o quanto você se esforça para isso; quem conhece as regras, sabe
reconhecer quem está se esforçando para segui-las).
Não é um vexame, por exemplo, usar o talher errado para comer um prato especial que você
nunca viu na vida; ou não ter uma panela específica para um tipo de comida em que vai se
usar numa única noite. Resolver estes pequenos ‘contratempos’ com bom humor, simplicidade
e improviso é a melhor saída para qualquer situação. Quando o assunto é roupa para se usar em
uma ocasião especial, também não é obrigação de ninguém conhecer todas as nomenclaturas;
ao se deparar com um termo que não conhece, pergunte para quem sabe. Em último caso (se
ninguém souber), vale ligar para o anfitrião e perguntar diretamente a ele.
Apesar de tantas dúvidas que podem vir a ocorrer, existem alguns princípios básicos no que diz
respeito a ‘tom da ocasião’ para começar a se orientar. Alguns deles:
→ Traje casual: é definido pela roupa do dia a dia, normalmente esportiva. Pode jeans, pode tênis,
não há muitas restrições.
→ Traje esporte fino: é aquele que fica entre o casual e o social, o famoso “meio-arrumado”.
120

Vale calça jeans com camiseta de gola careca e blazer, para os homens, e vale vestido fino com
jaqueta de couro, para as mulheres. Tudo aquilo que fique em um meio termo.
→ Traje fashion: existem convites com esta nomenclatura, que se refere ao público ‘moderninho’

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com roupas da moda, customizadas, compradas em brechó e com outras superproduções. É o
famoso ‘vale tudo’.
→ Traje escuro: é uma nomenclatura que nos dias atuais substitui o termo “passeio completo”,
que significa terno e gravata para eles e vestidos formais para elas.
→ Traje social: semelhante ao ‘traje escuro’, um convite para uma festa que pede este traje na
sua descrição refere-se a algo como um vestido preto com acabamento fino (como pérolas, por
exemplo) para elas ou um terno escuro para eles.
→ A touch of/ um toque de (…): termo criado para designar um tipo específico de cor ou estilo
de roupa. Exemplos: “a touch of fantasy” (para festas à fantasia), “a touch of sixties” (para roupas
no estilo anos 60) e assim por diante.
→ Black tie: é o ápice do traje arrumado, consistido por smoking (para eles) e vestidos cheios de
pompa (para elas). É o famoso ‘traje do Oscar’.
→ Creative black tie: termo criado pelos norte-americanos para permitir o smoking mais
descontraído, sem gravata borboleta ou com sapatos mais modernos.
É importante lembrar também que, nesse mundo de ‘códigos’ e de ‘roupas ideais para ocasiões
especiais’, existe o seu posicionamento em relação àquele grupo restrito de pessoas. Se, por
exemplo, a festa em questão pede traje social e você vai com um vestido fino ou de terno, é
sinal de que você está compartilhando dos mesmos interesses do grupo que estará presente no
evento. Se em meio a este traje social você resolveu acrescentar uma peça de personalidade sua
que descontraia um pouco o look, como uma jaqueta de couro ou um tênis moderno, é sinal de
que compactua com as ideias do meio, mas tem suas próprias opiniões que diferem um pouco.
Agora, se em meio a um evento social você decidir que vai usar o seu jeans mais surrado – e está
com plena convicção disto -, é sinal de que não concorda com as ideias do grupo ali reunido e
está deixando muito clara sua transgressão.
Transgredir uma regra de etiqueta de moda – neste caso, não ir a um evento com a roupa nele
121

especificada – é permitido, desde que a pessoa que o esteja fazendo tenha consciência disto, de
que o fez para se posicionar. Logo, esta pessoa não vai se importar com os olhares dos outros e
nem com eventuais comentários. Já não usar o traje adqueado por falta de informação, o que

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é bem diferente, torna a situação muito constrangedora para o desinformado em questão. Por
isso, é bom relembrar que é importante se informar em relação ao traje e quando tiver dúvidas
em geral.
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CAPÍTULO 12
Como organizar a mala de viagem
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CAPÍTULO 12
COMO ORGANIZAR A MALA DE VIAGEM

Arrumar uma mala para viagem parece algo atormentador quando não se tem um ponto de
partida por onde começar. Mas, com calma, dá para começar se guiando pelo tempo de duração
da viagem, em primeiro lugar – e com a ajuda do personal stylist (sim, esta também é uma
função incubida pela profissão!). Arrumar a mala para uma viagem de três dias, por exemplo,
pede uma coisa. Para uma viagem de uma semana ou dez dias, a fórmula é outra. Para viagem
de um mês é outra e assim por diante. Outro ponto de partida importante para pensar no que se
pode/deve levar é o clima e o tom do lugar – se é uma viagem a negócios, a lazer, se vai ter festa
mais sofisticada, se é um lugar de praia, entre outros.
Algumas referências de organização de guarda-roupa (vistas no capítulo oito) servem também na
hora de organizar malas: procurar peças em cores coerentes, num conjunto de aproximadamente
quatro cores por mala. Pessoas mais clássicas podem escolher três peças neutras e uma colorida;
as mais moderninhas e informais podem querer uma peça neutra e três coloridas. O importante
é que sejam coordenáveis entre si como, por exemplo: marinho, creme, vermelho e lilás; essa
tática é muito importante para versatilizar uma pequena quantidade de peças e fazer o pouco
render muito.
Pesquisar a temperatura do local de destino também é prudente – na dúvida do que levar no
quesito ‘roupas’ (e na ausência de um profissional para orientar), também é legal pesquisar em
blogs, sites e até mesmo no Instagram, o que as pessoas que costumam ir para o lugar em
questão usam -, para ter em mente o que dá e o que não dá para levar. Este também é um bom
motivo para exercitar a objetividade: não dá para levar para a viagem tudo que se tem no guarda-
roupa, então, se a temperatura for quente, por exemplo, a pessoa será obrigada a dispensar da
mala aquela jaqueta favorita.
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Dividindo os tipos de viagem em tópicos por duração de tempo, dá para pensar em uma maneira
prática de organizar a bagagem para cada um deles, assim:

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* Mala para viagem curta
(Fim de semana ou feriado)
→ 3 partes de baixo (calça, saia, bermuda/short, vestido);
→ 6 partes de cima (blusas, camisetas, jaquetas, cardigans, etc);
→ 2 pares de sapato diferentes um do outro e que combinem com os looks montados (pode ser
um par tênis e um de sapatilha ou sapatilha e sandália);
→ 2 bolsas (uma maior pra usar na viagem, outra média pra usar no destino).

* Mala para viagem média


(De uma semana a dez dias)
→ 6 partes de baixo;
→ 12 partes de cima;
→ 3 pares de sapato diferentes uns dos outros e que combinem com os looks;
→ 3 bolsas (uma maior de viagem, uma média e uma pequena para noite);
Pra estes dois tipos de malas anteriormente citados, coordena-se pelo menos dois looks
diferentes para cada parte de baixo – um para a noite e um par o dia, um mais claro e outro
mais escuro, um mais colorido e outro bem neutro, etc – para que as possibilidades de visuais já
estejam formadas.

* Mala para viagem longa


(Em torno de 15 dias ou mais)
→ 10 partes de baixo;
→ 10 partes de cima;
→ 5 pares de sapatos;
→ 3 bolsas.
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Nas malas maiores – para viagens mais longas – é possível considerar uma real e iminente
possibilidade de usar a lavanderia do hotel, para que seja possível repetir essa peça de roupa em

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questão (em especial, as partes de cima). Mesmo para este caso, de mala maior, a fórmula do
‘grupo de quatro cores para coordenar todas as peças de roupa’ é muito funcional; desta forma,
todas as dez partes de cima vão combinar com as dez partes de baixo, já que os tons combinam
entre si. Quem, por outro lado, ainda tiver alguma insegurança em tanta metodologia simplista
pode continuar adepto da fórmula ‘duas partes de cima para cada parte de baixo’; o único ‘porém’
aí vai ser a quantidade muito maior de roupa e, talvez, a necessidade de uma mala maior, para
caber tudo.
Outros participantes essenciais da mala de viagem são os acessórios: ocupam pouquíssimo
espaço e são ótimos aliados para variar a “cara” dos looks. Estes podem ser levados aos montes
– e, além deles, é bom também ter na mala, só por precaução, peças como biquíni ou maiô e
uma opção de casaco quente (para eventuais locais fechados com o ar-condicionado no talo ou,
ainda, mudanças bruscas de temperatura). Já o biquíni fica reservado para uma folga eventual,
em que dá para pegar uma praia ou fazer uma massagem/sauna no hotel.
* Mala para lugar com duas temperaturas
(Frio e calor no mesmo dia)
→ 2 calças quentes;
→ 2 calças meia estação;
→ 1 calça mais arrumada (de tecido mais sofisticado);
→ 6 camisetas de manga longa em cores variadas (e coordenáveis);
→ 4 camisetas de manga curta;
→ 4 tricôs (suéteres ou cardigans);
→ 1 vestido mais sofisticado;
→ 1 casaco para meia estação;
→ 1 jaqueta de couro;
→ 1 casaco mais pesado, para temperaturas frias;
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→ 1 jaqueta impermeável (para eventuais chuvas);


→ lenços (em cores coordenáveis com as roupas em questão);
→ 1 bota (em cor neutra, para combinar com tudo);

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→ 1 sapatilha (pense em uma cor que também seja fácil de combinar com o que está levando);
→ 1 tênis;
→ 1 sapato fechado de salto moderado;
→ 1 chinelo;
→ meia calça (em cores coordenáveis também);
→ 1 bolsa grande (que pode ser a que vai ser usada durante a viagem);
→ 1 bolsa média de todo dia (em material bom e cor neutra, também);
→ 1 bolsa pequena de sair;
→ pijama;
→ lingerie.
Outro ponto muito importante ao fazer a mala é levar dentro dela apenas aquilo que se ama usar,
que já se usou milhares de vezes e já se sabe que fica bom. Nunca deixe para levar uma roupa
nova para “testar” durante a viagem, pois você ficará longe do armário e não poderá procurar
outras opções, caso esta não fique boa. Vale mais dar preferência para o que já sabe que fica
ótimo, que vai arrancar um sorriso em frente ao espelho, sem erro.
DICAS DE LOGÍSTICA PARA UMA MALA PERFEITA
Saber o que levar para uma viagem de tempo, lugar e clima específicos é imprescindível. Mas
não só o conteúdo da mala como a forma de guardá-lo é muito importante; não é nada legal
chegar no local de destino e encontrar tudo amassado, retorcido e até quebrado – e este é um
risco que se corre, principalmente em viagens de avião. Por isso, é importante se preocupar com
a forma de guardar as roupas, os sapatos e os acessórios, de maneira que não se quebrem e nem
estejam em um estado deplorável no momento em que for usá-los. Para realizar essa tática,
existem algumas regrinhas de sucesso:
→ Nunca leve peças demais; como já foi falado anteriormente, nas dicas de mala para cada
período de tempo de uma viagem, a preferência sempre será para peças-chave, que sejam
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coordenáveis entre si.


→ Faça um check-list de tudo que vai precisar, assim a chance de esquecer de algo ou de exagerar
na quantidade é menor.

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→ Sapatos agregam grande peso à mala, por isso, devem ser levados em menor quantidade. A
seleção deles deve ser bem rigorosa e, ao mesmo tempo, versátil – escolha modelos que possam
combinar com todos os looks e com diversas ocaisões.
→ Já os acessórios ocupam menos espaço e podem mudar totalmente um visual, portanto, pode
levar bastante. Exemplos: lenços, colares, cintos, chapéus, pulseiras, brincos e etc.
→ Na hora de arrumar a mala, coloque os objetos mais pesados (como sapatos) embaixo, junto
com lingeries e meias – para estes, é bom separar um saquinho à parte.
→ Camisas, calças e jaquetas devem ser colocadas por último; para guardar blazers e casacos,
dobre-os pelo avesso, pois amassa menos. Bom também não se esquecer de esvaziar todos os
bolsos antes de colocar as peças na mala!
→ Uma forma inusitada que ajuda a promover mais espaço na mala é colocar os acessórios
dentro dos sapatos (como relógios, cintos e itens pequenos no geral) e, então, colocar os sapatos
dentro de um saquinho de flanela ou tecido, para proteger.
→ A melhor e mais prática maneira de guardar camisetas é enrolando-as, de forma bem justa.
Amassa menos e sobra mais espaço na mala para outros itens;
→ Para evitar que as calças também amassem, basta colocá-las bem esticadas, com as pernas
para forma da mala, e “preenche-las” com camadas de camisetas, saias ou shorts por cima
(enroladinhos); depois, é só dobrar as pernas da calça sobre esse volume.
→ Se quiser levar algum sapato pesado, o ideal é viajar com ele (lê-se “calçando-o”) e não se
esquecer de levar um par de meias bem quentes para os pés não congelarem em lugares com
ar-condicionado.
→ No caso de precisar levar xampus, cremes, sabonetes ou qualquer outro produto líquido,
é prudente separar um saquinho para guardá-lo (que pode ser plástico, no mesmo estilo do
‘ziploc’). Hoje existem frascos especiais de plástico em formatos para viagem, que também são
práticos. Além disso, é sempre bom levar sacos plásticos extras, para guardar roupas molhadas
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e sujas.
→ Casaco, biquíni e vestido/conjunto mais arrumado são três itens que precisam estar na mala,
independente do lugar para onde se vá, pois a temperatura sempre pode variar e uma ocasião

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especial sempre pode aparecer; é bom estar preparado.
→ Na bolsa de mão, que de preferência deve ser grande, é bom levar – além do casaco, para
não congelar no ar condicionado -, um lenço ou pachimina, um par de meias e um conjunto de
lingerie. Para quem vai viajar de avião, esta é uma precaução para o caso de extravio de bagagem
ou qualquer outro imprevisto.

BAGAGEM DE MÃO

Como já foi dito anteriormente, viagens longas, principalmente de avião, podem nos pegar de
supresa com alguns imprevistos – como extravio de bagagem, desvio de rota por condições
climáticas, por aeroporto lotado ou interditado, entre outros.
Principalmente de uns anos para cá, aumenta a cada dia o rigor na segurança em relação ao
que é transportado dentro das aeronaves em viagens internacionais (ou seja, nas bagagens de
mão). É proibido viajar com qualquer objeto cortante (incluindo pinça e agulha) e com frascos
contendo mais do que 100ml de qualquer produto de higiene ou cosmético (gel, pasta de dentes,
perfumes, etc). Ainda que se providencie miniaturas, os conteúdos precisam estar visíveis e
guardados em nécessaire transparente com medidas de 20 cm x 20 cm e a soma de todos os
líquidos transportados não podem exceder 1 litro.
Além de todos estes contratempos, é sempre bom se prevenir para não ter nenhum item de
beleza ou higiene confiscado e para garantir seu bem-estar por ao menos um dia em um hotel
inesperado (no caso de extravio de bagagem, ou dos outros exemplos anteriormente citados).
Por isso, aqui vai uma check-list com itens de bagagem de mão:
* Inverno:
→ 1 camisa branca;
→ 1 camiseta de mangas longas;
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→ meias soquetes e meia-calça;


→ cachecol;
→ 1 par de luvas;

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→ lingerie.

* Verão:
→ 1 vestido de jérsei e alcinhas ou 1 blusa de tecido leve;
→ 1 par de sandálias (flat, de preferência);
→ lingerie;
→ óculos escuros.

* Check-list pessoal dos itens indispensáveis que viajam junto com você
→ documento de identidade e passaporte;
→ passagens;
→ reservas dos hotéis;
→ carteira de motorista;
→ dinheiro, cheques de viagem, cartões de crédito;
→ um guia da cidade de destino;
→ um livro de bordo ou revista;
→ máquina de fotografar, celular, eletrônicos em geral e seus devidos acessórios (carregadores,
etc);
→ filtro solar em miniatura;
→ hidratante em miniatura;
→ desodorante em miniatura;
→ lenços umedecidos;
→ escova de dente e creme dental em miniaturas;
→ óculos (de grau e escuros ou kit lentes de contato);
→ medicamentos com receita médica (e alguns mais comuns por precaução);
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→ jóias (caso as leve).

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MALAS PARA DIVERSOS TIPOS DE VIAGEM

A melhor forma de fazer uma mala é encará-la como parte da viagem. Quando começamos
a separar as peças e os acessórios para levar, já estamos pensando no clima do destino, nos
programas de que vão rolar, na quantidade de caminhadas, festas, jantares, enfim, tudo o que será
vivenciado na programação. Mais acima mostramos fórmulas rápidas para viagens diferenciadas
por tempo de duração; agora, é a vez de conferir algumas fórmulas para viagens diferenciadas
por clima:
* Mala para aproximadamente 15 dias em um destino de calor
→ calças: 1 clara, 1 escura e 1 jeans;
→ 1 jaqueta leve para ocasiões mais formais;
→ 1 jaqueta “corta-vento” (para prevenir mudanças eventuais de temperatura);
→ 1 cardigan;
→ 2 blusas de tecido plano para o dia a dia;
→ 1 blusa mais sofisticada e versátil (que sirva tanto para o dia, quanto para a noite);
→ 2 bermudas ou shorts;
→ 1 saia versátil, que funcione tanto para o dia quanto para baladinhas;
→ 1 vestido bem confortável para o dia a dia;
→ 1 vestido mais sofisticado;
→ 2 blusas bem confortáveis, de modelagem mais solta;
→ 2 camisetas de algodão de manga curta;
→ 2 camisetas de algodão de manga ¾;
→ 2 regatas confortáveis de algodão;
→ 2 pares de sapatilhas confortáveis para andar por aí;
→ 1 sandália flat (vulgo “rasteirinha”);
→ 1 sandália com salto moderado a baixo;
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→ 1 tênis mais arrumado;


→ 1 par de chinelos;

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→ 1 bolsa grande;
→ 1 bolsa média de alça longa;
→ 1 bolsa pequena para a noite;
→ lenços bem leves;
→ mais: meias, lingeries, roupas de dormir, biquínis ou maiôs – se for o caso –, nécessaires, etc.
* Mala para aproximadamente 15 dias em um destino de frio (no campo):
→ 2 calças jeans (e uma terceira, que você vai no corpo);
→ 2 bermudas/ shorts;
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→ 2 saias;
→ 1 bota de montaria;
→ meias para a bota de montaria (da mesma cor) e meias brancas soquete;
→ 1 tênis;
→ 2 pares de sandálias confortáveis e de cores neutras;
→ 1 par de chinelo de borracha;
→ 1 pijama;
→ 2 lingeries para cada dia (pense nos decotes e nas formas das roupas que irá usar e não se
esqueça de acertar os sutiãs);
→ 1 ou 2 camisetas e blusinhas mais arrumadas para cada dia (se são 15 dias, pense de 20 a 30
peças);
→ 1 jaqueta jeans;
→ 1 jaqueta de nylon;
→ 2 (ou mais) conjuntos de academia, para prática de esportes;
→ 1 biquíni ou maiô + saída de banho, chinelos e chapéu;
→ 3 vestidos de malha ou sintéticos que não amassem (dois em cores neutras e um estampado);
→ Acessórios: colares, brincos, cintos, bolsas, lenços, pachiminas, óculos de Sol e de grau (se
usar).
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CAPÍTULO 13
Estilo para toda hora
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CAPÍTULO 13
ESTILO PARA TODA HORA

Retomando uma parte do que foi mencionado no capítulo anterior – sobre estar bem-arrumado
até mesmo para se exercitar na academia -, vale reforçar esta ideia para todas as outras
ocasiões do dia a dia. O trabalho do personal é, também, fazer o cliente enxergar que estar bem
apresentável em todos os setores e em todas as ocasiões permite que sua imagem perante
os outros e perante si mesmo seja construída com mais coerência e consistência, ao longo do
tempo.
Todo este processo é feito por meio de repetição de imagem: se todos os dias e em todo lugar
você estiver sempre bonita, bem-arrumada e com visual cuidado, esta ideia de coerência passa a
acompanhar você – e todos irão passar a reconhecê-la em um estilo único para identificar quem
você é. Por isso é importante pensar e colocar em prática a ideia de que não existe lugar, nem
ocasião para se andar mal arrumada. Não vale usar roupa detonada na praia, nem guardar itens
super antigos e feios para usar em casa, nem usar camisetas de propaganda na hora da ginástica.
Estilo pessoal precisa ser entendido como uma soma de preferências, do estilo de vida e da
personalidade de cada um de nós; por isso, o estilo pessoal também pode ser chamado de
identidade visual. Não se trata de algo estático; é algo que vamos aperfeiçoando à medida que
amadurecemos, ou que nos adaptamos diantes das variadas circunstâncias da vida. Assim como
nós, o estilo tem uma essência e evolui – em forma de aparência.
É possível visualizar elementos de estilo em referências do passado: a maneira como cada
pessoa foi criada, o jeito de vestir das mães, das tias e de colegas de infância e adolescência; o
que nos foi ensinado a enxergar valor; que tipo de vida levávamos e levamos hoje; quais meios
de transportes usamos, quais são nossos horários, nossa rotina e quais pessoas estão sempre à
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nossa volta e em quais ambientes. E, especialmente, o que nos inspira e o que faz nossos olhos
brilharem.
Desta forma, todo mundo tem estilo. Talvez essa identidade visual ainda não tenha sido descoberta

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ou mesmo ‘conscientizada’ ou, ainda, não tenha sido mostrada ou evidenciada; pode não estar
claro visualmente, mas o fato é que estilo existe para todo mundo que leva uma rotina, que tem
referências de vida e inspiração. As escolhas (não só de guarda-roupa) são, em sua maior parte,
guiadas pelo conjunto de sensações que envolvem referências do passado somadas à rotina, aos
horários, compromissos e companhias de cada um; isso, claro, somado ao que mais nos fascina.

INVESTIGANDO ESTILOS PARA UMA IDENTIDADE VISUAL

Sendo assim, a chave para investigar, identificar e construir um esitlo pessoal é procurar sentido
e importância nos ínfimos detalhes destes elementos. Na prática, o profissional ao lado do cliente
faz tudo muito bem pensado e programado para ter eficácia e uso real: o que se prefere agora,
mas também o que já foi preferido (e às vezes gostamos de variar, certo?); de que forma os
compromissos do dia a dia acontecem hoje e de que maneira eles evoluem; o que tem menos
importância e o que é prioridade; como somos, o que sentimentos, como nos sentimos, o que
queremos sentir e de que maneira queremos viver.
Outra coisa boa de gravar na mente para colocar em prática é que ninguém é imutável; nenhum
de nós somos algo completamente definido e inerte e, sim, estamos sendo, nos transformando.
Evoluímos, mudamos de opinião, consideramos pontos diferentes e, por consequência, nos
adaptamos a estilos diferentes. Não deixa de ser um exercício de vida, então, descobrir, identificar,
conscientizar e colocar para fora tudo o que nós somos por dentro. Assim como no rock n’ roll, em
que a premissa do estilo define uma revolta contra alguns costumes da sociedade, nós também
nos posicionamos quando aderimos a um estilo, quando usamos uma mera t-shirt com alguma
frase ou imagem de efeito. Nós somos a ideia, o conteúdo, e a roupa é que nos embala e nos
enfeita da forma como preferimos, tornando-se um “rótulo” autêntico, objetivo (ou subjetivo) e
eficaz.
136

* A arte de se vestir para traduzir um ‘discurso visual’


Em primeiro lugar já ficou mais do que claro que a primeira pessoa que devemos agradar ao
nos vestir somos nós mesmos. Acontece que, em um meio social que se vive, é importante

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também prestar atenção no outro – em quem vamos encontrar – o que nos ajuda a reunir boas
informações para construir nosso próprio look.
Isto não significa se vestir diferente ou deixar de ter personalidade; também não tem nada a ver
com se fantasiar; tem a ver com observar a ocasião, a formalidade, o estilo, os interesses e os
gostos da pessoa com quem vamos estar e montar uma versão-de-nós-mesmos para encontrar
essa pessoa. A principal sacada é incorporar no próprio look alguns elementos do vestuário que
o interlocutor reconheça com facilidade, que sejam confortáveis para ele, que façam parte do
seu universo de todo dia. Desta forma, qualquer suposta barreira de comunicação e qualquer
distância é derrubada e a pessoa que nos encontra fica mais à vontade e, automaticamente, já
se estabelece mais próxima.
Essa tática vale para ocasioes como uma reunião, um evento corporativo, um encontro com o
gerente de banco, uma apresentação de pessoas e até para encontros amorosos. Se a pessoa
com quem vamos nos encontrar é mais formal, podemos escolher tecidos planos e formas mais
tradicionais, por exemplo, no lugar das despojadas ou ‘fashion’ demais. Cores mais coloridas
ou mais neutras podem sinalizar mais frivolidade/animação ou discrição/rigidez – e tudo isso
pode trazer um resultado positivo ou negativo, depende do seu objetivo. Estampas (de vários
tipos, em muita quantidade ou em pouca) e caimentos (modelagem mais folgada, mais ajustada,
mais contida) e acessórios (divertidos, sóbrios, originais, clássicos) também ajudam a compôr a
aparência na proposta em que se quer, formando um discurso visual.

MENOS IGUALDADE E MAIS PERSONALIDADE

E aqui, a conotação de ‘igualdade’ está relacionada à cópia de estilos, à falta de personalidade


ao se vestir. Quantas tendências de moda lançadas frequentemente não são vistas nas ruas aos
montes, usadas pelas pessoas mais improváveis, por incansáveis vezes? Você já se deu conta de
que, às vezes, uma novidade de moda acaba perdendo a graça de tanto que é usada? Aí você
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pára e pensa: “não vou sair de casa assim, igual a todo mundo”.
Quando descobrimos e identificamos um estilo próprio, assim como foi falado anteriormente,

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esse sentimento de “cópia” não acontece, porque a pessoa (no caso, o cliente) já sabe aquilo que
serve para ele, que combina com sua personalidade. Ele se conhece e tem consciência de suas
ideias e de sua essência, então ele tem plena convicção de que tudo que ele usa é autêntico.
Quando alguém não faz nada disso e simplesmente olha na revista e copia, porque achou legal,
essa autenticidade é perdida e chega uma hora que a pessoa não sabe mais do que gosta e nem
por quê está usando alguma coisa.
E isso torna-se um ciclo vicioso, onde o indivíduo não conhece a si próprio, não se aprofundou
em uma análise de seu próprio cotidiano e personalidade – para então transforma-los em
identidade visual – e muito provavelmente não vai saber planejar uma boa compra (vide capítulo
10). Toda essa ansiedade em querer parecer fashion e estar na moda sem uma base construtiva
o fará comprar coisas de que não precisa e que provavelmente não irá usar.
Se pensarmos em estilo baseado mais pela imaginação que pela convenção, conseguimos criar
visuais com nossa própria cara e com bem mais criatividade – mas, ainda assim, dentro do que
é proposto na moda contemporânea. Tudo é uma questão de adaptar a moda à sua rotina e
de fazer com que tudo aquilo que é proposto para nos enlouquecer e nos fazer comprar sem
pensar, seja consumido de forma racional. Tudo com o intuito de individualizar a aparência, de
mostrar suas ideias ao mundo de um jeito que é só seu.

QUAL O OBJETIVO DE ESTAR SEMPRE APRESENTÁVEL?

Muitas vezes as expressões “bem-arrumada” e “apresentável” geram certo pré-conceito e até


certa revolta em algumas pessoas, que julgam ser futilidade se arrumar o tempo todo para
tudo; acham que é uma desnecessidade. O principal objetivo de se especializar em consultoria
de estilo/moda não é, como muitos pensam, fazer com que alguém seja inacreditável 24 horas
por dia, sete dias por semana e, sim, tornar cada situação uma chance para se vestir de forma
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apropriada – apropriada para cada lugar, para cada ocasião, cada horário e assim por diante.
Afinal, o primeiro e principal objetivo porque nos cuidamos de um modo geral é (ou deveria
ser) para agradar a nós mesmos; para nos sentirmos bem, nos sentirmos realizados. E só então,

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depois dessa autorealização (que também vem através do auto-conhecimento), mostramos o
nosso “eu” ao mundo, da forma que mais nos agrada.
Geralmente são poucas as pessoas do ‘mundo da moda’ que procuram por consultoria de estilo
pessoal. A grande maioria não trabalha no ‘mundinho’ e quando vão atrás deste tipo de serviço
é realmente com o intuito de se conhecer melhor, de se encontrar, amadurecer (visualmente),
determinar com a aparência quem se é e o que se quer da vida. É claro que, ao longo da vida,
podemos ter ajuda de marido, de mãe (que costumam ser as primeiras personal stylists das
nossas vidas) e de amigos e amigas, que reparam nos looks e dão pitacos; mas o cuidado com o
visual, a inteligência para comprar e para fazer boas composições é um ganho de quem adquire
a informação e a exercita.
Estas clientes não estão esperando que as pessoas ao redor reconheçam as marcas das peças que
estão usando ou que cite, em alguma conversa, a qual coleção um determinado look pertence.
Nada em relação ao que se veste deve ser esperado do outro; a grande preocupação é com o
que o espelho devolve e em querer aprender a trabalhar em parceria com ele – e apenas ele!
Mais importante é estar confortável consigo mesmo e encontrar versões mais aperfeiçoadas de
si, para se sentir tão bonito e de bem consigo mesmo o quanto possível. Aparentemente, quanto
mais nos envolvemos com o mundo da moda, mais importância nós damos àquilo que vestimos;
mas esta importância é vazia se não acompanhar nossa personalidade e tudo aquilo que somos.
E isso pode render uma frustração extra em relação àquelas expectativas ‘não-supridas’: se nos
vestimos para os outros, a expectativa depende da aprovação dos outros e não da nossa própria.
Uma vez que nos vestimos para nós mesmos, nos permitimos errar, experimentar e acertar
quantas vezes for necessário (em frente ao espelho) sem nos frustrar – até receber um sorriso
de volta, de auto satisfação! E quando a expectativa é gerada de nós para nós, não existe chance
para frustrações.
*Querer estar impecável para os outros é futilidade
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A ansiedade efêmera (que é gerada por essa expectativa nos outros) e única de querer estar
o tempo todo impecável é que traz a denotação de futilidade e parece ser coisa de quem não
tem outras atividades e preocupações para preencher sua existência: tanto tempo perdido se

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martirizando, se debatendo, se esforçando e se desperdiçando só por um look. Vestir-se faz
parte da vida, mas não é tudo pelo que vivemos. Nos vestimos para ficar incríveis sim, mas esse
“incrível” deve acontecer de dentro para fora, deve corresponder à vida que vivemos dentro da
roupa e não o contrário.

A EXPECTATIVA CERTA

Então, se criamos uma expectativa baseada em aparências, não temos a essência da coisa e
nos tornamos vazios. Isto também se aplica à idade: pessoas novas têm mais preocupação em
alcançar a famosa ‘beleza perfeita’, em questão não só de roupa, como de corpo, cabelo e rosto.
Passa-se tanto tempo da vida pensando em ter a “estampa” perfeita e muitas vezes esquece-se
do essencial, que é o conteúdo. Passados alguns anos, começamos a perceber que não dá para
ter tudo o que se imagina, mesmo em questão de aparência (pois os defeitos existem e nós
precisamos aprender a conviver com eles – lembram-se deste tópico, abordado no capítulo 5?) e,
então, nos resta olhar para dentro e ver o que de bom trazemos dentro de nós, para compartilhar
com o mundo. Se só aparência não basta – e se ter conteúdo também é importante –, passamos
a não criar uma expectativa em cima disso e, sim, nos preocuparmos com nossa essência.
Muito provavelmente você já ouviu esta frase de uma mulher mais velha: “eu queria ter vinte
anos com a cabeça que eu tenho agora”. A pergunta é: por quê querer ter outra aparência se o
que importa é quem você é no momento? Se você só conseguiu amadurecer aos trinta anos,
tudo bem; se só aos quarenta, tudo bem também. O importante é mudar e evoluir, independente
da idade ou da aparência que se tem (do tão adorado ‘frescor da juventude’). Se existe uma
expectativa certa para criar com relação a nós mesmos, que esta seja ser uma pessoa melhor no
interior e não ter uma aparência melhor; porque o que somos é o que realmente importa e todo
o resto que configura nossa imagem perante o mundo é uma consequência.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

»» ESTILO, Oficina de: Substitua Consumo por Autoestima. Disponível em: < http:// `

oficinadeestilo.com.br >. Acesso em: 10 a 24 de mar. 2014.

»» KALIL, Gloria. Chic[érrimo]: Moda e Etiqueta em um Novo Regime. Edição Atualizada.

São Paulo: Editouro, 2008.

»» MENEZES, Maria João Saraiva de. O Pequeno livro da Etiqueta e Bom Senso: 501

conselhos para você brilhar em qualquer ocasião. Porto: Leya, 2012.

»» MODA, Oficina da: Dicas para arrumar malas sem cometer exageros. Disponível em: <

http://www.oficinadamoda.com.br/dica_moda.php?cod_dica_moda=399 >. Acesso em:

24 de mar. 2014.

»» MULHER, M de: Descubra seu tipo de corpo e as peças que valorizam sua silhueta.

Editora Abril, 2013. Disponível em: < http://mdemulher.abril.com.br/moda/reportagem/

faca-e-use/descubra-seu-tipo-corpo-pecas-valorizam-sua-silhueta-749971.shtml >.

Acesso em: 22 mar. 2014.


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