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OFICINA DE

MINISTRAÇÃO

IGREJA BATISTA AVANÇAR - PR THIAGO LEAL


SUMÁRIO
PARTE 1

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 4
PARA COMPREENDER A TAREFA ................................................................................................ 4
A RELAÇÃO ENTRE A HOMILÉTICA E OUTRAS DISCIPLINAS ............................................... 4
DEUS NOS TEM FALADO ATRAVÉS DA PREGAÇÃO ............................................................... 4
O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA HOMILÉTICA ............................................................. 5
OS PROBLEMAS DA HOMILÉTICA ................................................................................................ 6
O PREGADOR E SUA MISSÃO ....................................................................................................... 6
INTERDISCIPLINARIDADE, ESTUDOS E VIDA ............................................................................ 6
HUMILDADE: DO CORAÇÃO PARA A RELEVÂNCIA.................................................................. 7
DEPENDÊNCIA E PIEDADE ............................................................................................................. 7
ORAÇÕES E EXEMPLO .................................................................................................................... 7
PREGANDO EM TODO LUGAR E A TODA HORA ....................................................................... 7
A BASE SÓLIDA DA PREGAÇÃO.................................................................................................. 10
TEXTO BÍBLICO: AUTORIDADE E NOSSA RENOVAÇÃO ....................................................... 10
COMO PREGAR SEM ATRAPALHAR O CULTO ........................................................................ 10
Sermões que atrapalham o culto: ............................................................................................... 11
QUALIDADES DO PREGADOR ..................................................................................................... 11
APROVEITE O MEDO ...................................................................................................................... 11
PARTE 2

CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES: .............................................................................................. 12


ESCOLHENDO O TEXTO PARA A PREGAÇÃO ........................................................................ 12
UMA TÉCNICA EXEGÉTICA........................................................................................................... 14
PASSOS NECESSÁRIOS PARA UMA BOA INTERPRETAÇÃO .............................................. 16
PROSSEGUINDO NA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO ............................................................... 17
A CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................................ 18
A TESE ............................................................................................................................................... 18
O PROPÓSITO BÁSICO (PB) ......................................................................................................... 19
O PROPÓSITO ESPECÍFICO (PE) ................................................................................................ 19
COMO ESTABELECER O PROPÓSITO BÁSICO? ..................................................................... 19
COMO DETERMINAR O PROPÓSITO ESPECÍFICO? .............................................................. 20
COMO CONSEGUIR UM BOM TÍTULO? ...................................................................................... 21
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TÍTULO ............................................................................. 22
1
VANTAGENS DE UM BOM TÍTULO .......................................................................................... 22
PRINCÍPIOS DO ESBOÇAR ........................................................................................................... 22
ILUSTRAÇÕES ................................................................................................................................. 26
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 26
CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA INTRODUÇÃO ............................................................... 26
TIPOS E FORMAS DE INTRODUÇÃO ...................................................................................... 27
TIPOS DE INTRODUÇÃO DIRETA ............................................................................................ 28
TIPOS DE INTRODUÇÃO INDIRETA ........................................................................................ 28
FRASE DE TRANSIÇÃO.................................................................................................................. 29
CORPO DO SERMÃO ...................................................................................................................... 30
O número ideal de tópicos de um sermão ................................................................................. 30
Como anunciar os tópicos ............................................................................................................ 30
APLICAÇÃO....................................................................................................................................... 31
Tornando a aplicação relevante .................................................................................................. 31
CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 31
AS TRÊS FORMAS PRINCIPAIS DE SERMÃO .......................................................................... 32
O SERMÃO TEMÁTICO................................................................................................................... 32
Vantagens do sermão temático: .................................................................................................. 32
Desvantagens desse tipo de sermão: ........................................................................................ 33
Esboço de sermão temático..................................................................................................... 33
O SERMÃO TEXTUAL ..................................................................................................................... 33
Vantagens do sermão textual: ..................................................................................................... 34
Desvantagens do sermão textual: ............................................................................................... 34
Esboço de sermão textual ........................................................................................................ 34
O SERMÃO EXPOSITIVO ............................................................................................................... 35
Vantagens do sermão expositivo: ............................................................................................... 35
Desvantagens do sermão expositivo: ......................................................................................... 35
O FALSO SERMÃO EXPOSITIVO ......................................................................................... 35
Esboço de sermão expositivo .................................................................................................. 36
APELO ................................................................................................................................................ 36
Por que fazer o apelo?.................................................................................................................. 36
Características do apelo que atinge seu objetivo. .................................................................... 37
OS BONS HÁBITOS NA PREGAÇÃO ........................................................................................... 37
A PREPARAÇÃO ESPIRITUAL DO PREGADOR........................................................................ 38
ESTRUTURA FINAL DO SERMÃO ................................................................................................ 39

2
PARTE 3

O QUE É ORATÓRIA? ..................................................................................................................... 39


MELHORANDO SUA ORATÓRIA .................................................................................................. 39
O QUE SE DEVE EVITAR EM UMA PREGAÇÃO? ..................................................................... 42
LIÇÕES PRATICAS PARA ORATÓRIA DE PREGADORES ..................................................... 42

3
PARTE 1

INTRODUÇÃO
Nesta Oficina de ministração temos como intuito apresentar as ferramentas
necessárias para preparação de esboços e ministração em publico. Para isso
utilizaremos como ferramenta principal as técnicas de Homilética.

PARA COMPREENDER A TAREFA


• Definição de Pregação

Pregar é uma das mais árduas e gloriosas tarefas reservadas ao ser humano, é
expor a mensagem de Deus ao seu povo.

• Definição de Homilética

É a ciência que se ocupa com o estudo da comunicação da Palavra de Deus. Ou


seja, é a ciência que se ocupa com a pregação e, de modo particular, com a
prédica(discurso) proferida no culto, no seio da comunidade reunida.

Vista ainda sob outro prisma, a Homilética é também arte, uma vez que trabalha
artesanalmente, passo a passo, os elementos que formam o sermão. Homilética,
portanto, é a arte da pregação.

A RELAÇÃO ENTRE A HOMILÉTICA E OUTRAS DISCIPLINAS


Como disciplina teológica, a homilética pertence à teologia prática. As disciplinas
que mais se aproximam da homilética são a hermenêutica e a exegese.

Enquanto a hermenêutica é a ciência, arte e técnica de interpretar corretamente a


Palavra de Deus, e a exegese a ciência, arte e técnica de expor as idéias bíblicas, a
homilética é a ciência, arte e técnica de comunicar o evangelho. A hermenêutica
interpreta um texto bíblico à luz de seu contexto; a exegese expõe um texto bíblico à
luz da teologia bíblica; e a homilética comunica um texto bíblico à luz da pregação
bíblica. Não se pode ignorar o perigo de substituir a pregação do evangelho pelas
disciplinas seculares e de adaptar a pregação do evangelho às demandas do
secularismo.

A relação entre a homilética e as ciências modernas é de caráter secundário e


horizontal; pois as Escrituras Sagradas são a fonte primária, a revelação vertical, o
fundamento básico de toda a homilética evangélica.

DEUS NOS TEM FALADO ATRAVÉS DA PREGAÇÃO


É missão da igreja a proclamação da palavra de Deus.

“Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se
envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).

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Quanto melhor o pregador conhece o texto básico de sua mensagem, tanto mais
condições têm de explaná-lo e ilustrá-lo, aplicando suas verdades à vida dos
ouvintes.

Lembre-se: Jesus Cristo não é só a pessoa de quem o pregador fala, mas é a


pessoa que fala por intermédio do pregador. Assim, a autoridade da pregação está
na sua cristocentricidade.

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA HOMILÉTICA


O modelo predominante no período profético era a palavra vinda diretamente do
Senhor "assim diz o Senhor" que os profetas anunciavam e ilustravam em suas
próprias vidas: uma prostituta como esposa (Oséias); nomes dos filhos (Is 7.3, 8.3);
cinto (Jr 13.1- 11); o vaso do oleiro (Jr 18.1-17); a botija quebrada (Jr 19.1-15); a
morte da mulher de Ezequiel (Ez 24.15-27).

Após o exílio, desenvolveu-se a homilia primitiva, em que passagens das Escrituras


Sagradas eram lidas em público ou nas sinagogas (Ne 8.1-18).

Jesus, no entanto, pregou o evangelho do reino de Deus com simplicidade,


utilizando principalmente parábolas (Mt 13.34s.; Mc 4.10-12, 33, 34) e aplicando
textos do Antigo Testamento à Sua própria vida (Lc 4.16-22).

Uma análise do livro de Atos revela cinco elementos básicos comuns às mensagens
apostólicas: o Messias prometido no Antigo Testamento; a morte expiatória de Jesus
Cristo; Sua ressurreição pelo poder do Espírito Santo; a gloriosa volta de Cristo; e o
apelo ao ouvinte para que se arrependesse e cresse no evangelho.

A maioria dos cristãos antigos, portanto, seguiu o exemplo da sinagoga, lendo e


explicando de modo simples e popular as Escrituras do Antigo Testamento e do
Novo. Não se percebe muito esforço em estruturar um esboço homilético ou um
tema organizador.

As primeiras teorias homiléticas encontram-se nos escritos de Crisóstomo (345-407


A. D.), o mais famoso pregador da igreja primitiva. A primeira homilética foi escrita
por Agostinho, em De Doctrina Christiana. Agostinho dividiu-a em de inveniende
(como chegar ao assunto) e de proferendo (como explicar o assunto). Na prática,
esta divisão sistemática corresponde hoje às homiléticas material e formal.

A grande inovação da Reforma Protestante foi tornar a Bíblia o centro da pregação.


Os discursos éticos e litúrgicos foram substituídos pela pregação evangélica das
grandes verdades bíblicas, versículo por versículo. Martinho Lutero e João Calvino
expuseram quase todos os livros da Bíblia em forma de comentários que, ainda
hoje, possuem vasta aceitação acadêmica e espiritual. Os líderes da Reforma
Protestante deram à pregação um novo conteúdo (a graça divina em Jesus Cristo),
um novo fundamento (a Bíblia Sagrada) e um novo alvo - a fé viva.

5
OS PROBLEMAS DA HOMILÉTICA
A palavra de Deus afirma que "a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de
Cristo" (Rm 10.17). Como é possível, então, que surjam dificuldades quando esta
palavra é proclamada?

O problema não está na Palavra de Deus, mas em sua proclamação, quando feita
por pregadores que não admitem suas imperfeições homiléticas pessoais!

1. Falta de preparo adequado do pregador.

2. Falta de unidade corporal na prédica.

3. Falta de vivência real do pregador na fé cristã.

4. Falta de aplicação prática às necessidades existentes na igreja.

5. Falta de equilíbrio na seleção dos textos bíblicos.

6. Falta de prioridade da mensagem na liturgia.

7. Falta de um bom planejamento ministerial.

O PREGADOR E SUA MISSÃO


A realidade é que quanto mais tempo passamos, em oração, estudo, meditação e
interpretação da Palavra, quanto mais nos dedicarmos à elaboração da mensagem,
tanto mais condições temos de pregar com objetividade, clareza e síntese.

Dica: Um bom sermão é o resultado de um bom tempo de estudo e preparo diante


de Deus.

• IMPORTANTÍSSIMO

Como pregadores da Palavra, precisamos lembrar que somos porta-vozes do


Senhor, simples instrumentos: a mensagem é do Senhor; é Ele quem determina o
que devemos pregar; a inspiração e a capacitação vêm dEle; e sem Ele, qualquer
pregador, por mais preparado que se julgue e por mais eloquente que pareça ser,
estará fazendo barulho.

INTERDISCIPLINARIDADE, ESTUDOS E VIDA


Não basta apenas ler para elaborar um bom sermão. A vida do pregador deve ser de
constante estudo, portanto: “domine os seus livros. Leia-os completamente […] Leia-
os e releia-os, mastigue-os, e digira-os”. Porque o estudo da Homilética deve nos
ensinar que quanto mais aprendemos, mais precisamos aprender. Por mais que
saibamos, ainda sabemos pouco.

NECESSIDADE PRINCIPAL: É NECESSÁRIO ESTARMOS COM A VIDA NO


ALTAR.

6
HUMILDADE: DO CORAÇÃO PARA A RELEVÂNCIA
O pregador, por mais preparado que seja, precisa ter em mente que a finalidade da
pregação não é agradar aos homens, mas ao Senhor.

Você pode dominar as técnicas, ter vasto conhecimento do texto, mas se você não
deixar o Espírito Santo agir, sua pregação será como uma pedra de gelo no coração
dos ouvintes.

Pregar é a mais honrosa missão reservada ao homem, mas o pregador por mais
erudito e eloquente que julgue ser, se não for capaz de descer até o mais humilde e
inculto ouvinte, jamais terá condições de pregar com relevância.

DEPENDÊNCIA E PIEDADE
• Primeiro passo para um bom sermão:

Preparo Espiritual: Sem preparo espiritual, a pregação como proclamação da


verdade divina torna-se impossível e o pregador não poderá falar como homem de
Deus. Somente na dependência de Deus é que podemos ser autênticos profetas.

• Segundo passo para um bom sermão:

Conhecer o ser humano: precisamos ter uma visão clara das necessidades do
homem.

ORAÇÕES E EXEMPLO
Spurgeon declarou que o pregador precisa se distinguir de todas as demais pessoas
como um homem de oração.

DICA: PRIORIZE A PRÁTICA DA ORAÇÃO EM SUA AGENDA DIÁRIA.

PREGANDO EM TODO LUGAR E A TODA HORA


O que pregar?

Idéias para a pregação:

Na Bíblia, nos livros, no dia-a-dia e sua próprias experiências

1. A Palavra de Deus é a mais preciosa e inesgotável fonte de idéias.

2. Um bom programa de leitura variada também é importante, uma vez que muitas
idéias estão nas páginas dos livros e são localizadas quando os lemos.

3. Os fatos do dia-a-dia são uma excelente fonte de idéias para sermões, razão por
que, como pregadores, precisamos estar atentos aos acontecimentos que nos
cercam.

4.Coletânea de experiências pessoais, da família, do trabalho e das demais pessoas


que o cercam.
7
Algumas sugestões de séries, com as principais doutrinas das Escrituras:

1. Doutrinas bíblicas

➢ Revelação;
➢ Deus;
➢ Criação;
➢ Fé;
➢ Pecado;
➢ Encarnação;
➢ Jesus Cristo;
➢ Espírito Santo;
➢ Trindade;
➢ Igreja;
➢ Graça
➢ Vida Futura;

2. Pactos de Deus

➢ Com Adão;
➢ Com Noé;
➢ Com Abraão;
➢ Com Moisés;
➢ Com os Israelitas;
➢ A Nova Aliança.

3. Indagações nos Salmos

➢ “Até quando, Senhor, até quando?” (6.3);


➢ “De onde me vem o socorro?” (121.1);
➢ “Mas agora, Senhor, que hei de esperar?” (39.9);
➢ “Por que você está assim tão triste, ó minha alma?” (42.5);
➢ “Senhor, por que estás tão longe?” (10.1);
➢ “Que é o homem, para que com ele te importes?” (8.4);
➢ Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo?” (116.12);

4. Afirmações nos Salmos:

➢ “Mas os meus olhos estão fixos em ti” (141.8);


➢ “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu
caminho” (119.105);
➢ “Grandes são as obras do Senhor” (111.2);
➢ “O Senhor é a minha luz e a minha salvação” (27.1);
➢ “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza” (22.2);
➢ “Mas o Senhor preocupa-se comigo” (40.17);
➢ “O meu socorro vem do Senhor” (121.2).

5. Bem-Aventuranças nos Salmos:

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➢ Do homem firme (1.1);
➢ Do pecador perdoado (32.1; 128.1);
➢ Do homem íntegro (32.2);
➢ Do homem bom (41.1);
➢ Do homem equilibrado (119.1);
➢ Do homem seguro (1.1);
➢ Do homem piedoso (119.2);
➢ Do homem que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos (128.2);
➢ Dos pais (127.5);
➢ Do homem que busca refúgio em Deus (146.5);
➢ Da nação (32.12);
➢ Do povo (149.15).

6. Deus nos Salmos:

➢ Amor (30);
➢ Criador (19);
➢ Esperança (39.7);
➢ Infinito (90);
➢ Luz (27.1);
➢ Misericordioso (103);
➢ Onipotente (90);
➢ Onipresente (139);
➢ Pastor (23);
➢ Presente (90);
➢ Refúgio e Fortaleza (46).

7. Pedidos nos Salmos:

➢ “Liberta-me da minha aflição” (25.17);


➢ “Apressa-te em responder-me, Senhor!” (143.7);
➢ “Ouve, Senhor, a minha oração” (143.1);
➢ “Livra-me de todas as minhas transgressões” (39.8);
➢ “Livra-me, Senhor, dos maus” (140.1);
➢ “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração” (139.23);
➢ “Olha para minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus
pecados” (25.16).

8. Propósitos nos Salmos:

➢ Agradecer ao Senhor (138.1);


➢ Bendizer ao Senhor (34.1);
➢ Cantar ao Senhor (30.1);
➢ Louvar ao Senhor (145.2).

9. Outras séries:

➢ A família;
9
➢ A oração do Pai Nosso;
➢ A segunda vinda de Jesus;
➢ As parábolas de Deus ao homem;
➢ As promessas de Jesus;
➢ As sete igrejas da Ásia;
➢ As sete palavras da cruz;
➢ Céu;
➢ Homens do Antigo Testamento;
➢ Jovens do Antigo Testamento;
➢ Jovens do Novo Testamento;
➢ Mães do Novo Testamento;
➢ Meninos da Bíblia;
➢ Milagres no Antigo Testamento;
➢ Mulheres do Antigo Testamento;
➢ Mulheres do Novo Testamento;
➢ Os apóstolos de Jesus;
➢ Os ricos em Lucas;
➢ Passos para a realização na vida cristã.

A BASE SÓLIDA DA PREGAÇÃO


Pregação é a comunicação da Palavra de Deus, com aplicação para o presente e
desafios para o futuro. Sem a interpretação da Palavra de Deus, sem aplicação e
sem desafios, não há pregação.

O “Assim diz a Palavra do Senhor” é basilar a todo sermão.

Ao comunicar a Palavra de Deus, a pregação usa textos escritos no passado;


contextualizando-a e aplicando-a ao momento atual, ela se ocupa com o presente; e,
ao desafiar as pessoas para mudanças de vida, ela se preocupa com o futuro.

TEXTO BÍBLICO: AUTORIDADE E NOSSA RENOVAÇÃO


Nenhuma outra literatura dá à mensagem a autoridade de Palavra de Deus.

Alerta: Pregadores que se impressionam em demasia com o pensamento de


teólogos e filósofos e tentam usar palavras no púlpito, mais que a Palavra de Deus,
vão demonstrado fracasso no ministério da pregação.

COMO PREGAR SEM ATRAPALHAR O CULTO


Sempre que a pregação for vazia e sem poder, atrapalhará o culto. Algumas vezes,
um sermão mal preparado e sem conteúdo começa a torturar os adoradores com
frases repetitivas e de pouco sentido, destruindo todo o clima espiritual criado no
culto.

Parece exagero dizer que o sermão prejudica o culto, mas a Bíblia adverte contra
pastores que apascentam tão mal que fazem as ovelhas fugir: "Portanto assim diz o
10
Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós
dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes...“ (Jr 23.2).

Sermões que atrapalham o culto:


1. O sermão comédia
2. O sermão de terror
3. O sermão drama
4. O sermão "reality show“
5. O sermão virtual
6. O sermão anestésico
7. O sermão insípido
8. O sermão óbvio
9. O sermão indiscreto
10. O sermão-reportagem
11. O sermão de marketing
12. O sermão-metralhadora

QUALIDADES DO PREGADOR
“A boca fala do que o coração está cheio. (Mt 12.34b) "

O bom orador, especialmente o pregador, precisa ter qualidades técnicas e um estilo


de vida elevado. Juntas, essas qualidades lhe darão estrutura pessoal.

➢ Caráter
➢ Entusiasmo
➢ Determinação
➢ Inspiração
➢ Sensibilidade
➢ Observação
➢ Capacidade de síntese
➢ Imaginação e criatividade
➢ Memória
➢ Boa aparência
➢ Vocabulário
➢ Humildade

APROVEITE O MEDO
Diante do medo, existem duas alternativas: fugir ou enfrentar. Se você escolher a
primeira, nunca será um orador. Se escolher a segunda, você tem tudo para ser um
orador.

Como lidar com o medo?

1. Lembre-se de que você não é o único.


2. Não tenha medo do medo.
3. Aproveite o seu medo.
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4. Resolva correr o risco.
5. Use a descontração.
6. Prepare-se
7. Mantenha pensamentos positivos
8. Seja perseverante

PARTE 2

CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES:


No que concerne à relação da estrutura do sermão com o texto, o sermão pode ser
classificado de Temático, Textual e Expositivo.

1) Sermão Temático ou Tópico: O tema é extraído de um texto e as divisões de


outros. Assim, a sua idéia central é decorrente do texto lido; no entanto, a
argumentação é buscada em outros textos bíblicos.

2) Sermão Textual: “É aquele cuja estrutura corresponde à ordem das partes do


texto”. O tema e as divisões estão no texto ou são derivados dele. Neste caso o
texto utilizado é pequeno, não devendo ultrapassar 4 versículos. Aqui, o texto é que
controla todos os pontos a serem tratados no sermão.

3) Sermão Expositivo: É aquele em que tema e as divisões são extraídos de um


texto que tenha um numero elevado de versículos, ou até capítulos inteiros e ou
livros. Basicamente o que o distingue do sermão textual é a extensão do texto
bíblico utilizado.

ESCOLHENDO O TEXTO PARA A PREGAÇÃO


1. Vivendo em comunhão como o Senhor.

Como pregadores, somos instrumentos de Deus. A mensagem não é do pregador,


mas do Senhor da pregação. E nenhum porta-voz desempenha bem sua função se
não procurar conhecer profundamente aquele a quem serve.

2. Procurando conhecer a Palavra de Deus.

Saiba manejar a palavra. “termos prazer na lei do Senhor e na sua Palavra meditar,
de dia e de noite (Sl 1.2). ”

A EXEGESE DO TEXTO DO SERMÃO


O árduo trabalho de preparação da mensagem bíblica começa com a transparência
do texto escolhido. O processo que gera essa transparência chama-se exegese.
Exegese é um termo técnico teológico empregado para definir o trabalho de
exposição de um texto bíblico.

O texto bíblico apresenta-se numa língua estrangeira (hebraico, aramaico ou grego)


e inserida numa cultura, história e contexto social totalmente diferente da realidade
brasileira.
12
A fim de expormos com objetividade, temos de interpretar o texto no horizonte de
seu autor, com seu contexto e sua cultura, para depois aplicá-lo ao horizonte do
ouvinte do século XXI. Todos os textos bíblicos têm suas características específicas,
dadas por Deus.

A mensagem bíblica encontra-se no texto bíblico em si, não em nós. Somos apenas
portadores da mensagem divina presente na Bíblia. Por isso, temos de bombardear
o texto bíblico com perguntas, analisá-lo, expô-lo e interpretá-lo, se quisermos
comunicá-lo.

Tomemos como exemplo a Parábola do Semeador, em Mateus 13. Por que o


semeador semeia à beira do caminho e em solo rochoso? Será que o semeador é
negligente ou mal treinado nas técnicas agrícolas? Quanto à Parábola das Dez
Virgens, em Mateus 25, podemos perguntar: quais são as tarefas das virgens? Por
que algumas têm óleo e outras não? Atos 8 relata a história do encontro de Filipe
com o eunuco. Onde fica a Etiópia? Quem é o eunuco? Por que ele era eunuco? Por
que viajou para Jerusalém? Qual a distância entre a Etiópia e Jerusalém? Lemos em
Lucas 2 que os pais de Jesus puseram-no numa manjedoura. O que é uma
manjedoura? Por que os pais não usaram uma rede ou uma esteira?

O ponto de partida da exegese é o texto. Seu alvo é uma exposição bíblica


compreensível para os ouvintes. A finalidade da exegese é dispor os elementos a
serem expostos de maneira clara, lógica, seqüencial, progressiva e estética, de sorte
a formar um conjunto convincente. O alvo da exegese é duplo: compreensão por
parte do pregador e compreensão por parte do ouvinte.

BÍBLIA ------------------» PREGADOR --------------------» OUVINTES

Aspectos da exegese:
O Texto: O primeiro passo é escolher o texto, determinar a sua extensão e confirmar
a sua integridade através de suas variantes textuais.

A extensão do texto deve ser determinada pela sua especificidade; devemos ter em
mente o assunto tratado, que pode estar em um capítulo ou em alguns versículos
que não estejam necessariamente limitados a um capítulo.

Vale a pena observar também as seguintes regras práticas na escolha de seu texto:

1. Escolha-o com, pelo menos, uma semana de antecedência;


2. Evite optar por textos difíceis, polêmicos ou de linguagem pomposa e
extravagante;
3. Não se limite apenas ao Novo Testamento, como faz a maioria dos
pregadores;
4. Varie os livros bíblicos, a fim de não negligenciar nenhum dos 66; e
5. Uma vez escolhido o texto, não mude mais, a não ser que o Espírito Santo
assim indique claramente.

O Contexto: Os textos bíblicos não são fragmentos isolados; eles ocorrem dentro de
um contexto histórico, estando integrado com o que foi registrado antes e depois.
13
Portanto, analise o contexto, leia o(s) capítulo(s) anterior(es) e posterior(es),
examine as referências paralelas, as introduções, resumos, consulte os aspectos
históricos, geográficos e culturais. Reflita sobre o contexto bíblico e teológico.

Analise Gramatical: Analise também os substantivos, adjetivos, verbos, a ênfase


do texto na ordem que se apresenta.

Faça perguntas ao texto:

➢ Quando aconteceu?
➢ Quem fez acontecer?
➢ Por que aconteceu?
➢ Quem?
➢ Quando?
➢ Por que?
➢ Que mais aconteceu?
➢ Em que lugar?
➢ Sob quais circunstâncias?
➢ Quais as razões?
➢ Qual a ênfase do autor, suas proposições principais e conceitos?
➢ Quais as implicações disso?

Tome uma afirmação do texto e indague o seu porquê.

UMA TÉCNICA EXEGÉTICA


1. Leia o texto em voz alta e em espírito de oração várias vezes (o grande
pregador Dr. Campbell Morgan costumava ler pelo menos 50 vezes a passagem que
ia expor), comparando-o com versões bíblicas diferentes para obter uma maior
compreensão de seu conteúdo.
2. Reproduza o texto com suas próprias palavras, sem olhar na Bíblia, para
verificar se realmente entendeu o conteúdo.
3. Observe o contexto imediato e o remoto.
4. Verifique a forma literária do texto (história, milagre, parábola, ensino,
advertência, promessa, profecia, testemunho, oração, introdução etc.) e tente
estruturá-lo.
5. Determine o significado exato de cada palavra básica, com sua origem e seu
uso pelo autor e no restante do testemunho bíblico.
6. Anote peculiaridades do texto (palavras que se repetem, contrastes,
seqüências, conclusões, perguntas, teses) e faça uma comparação sinótica, caso o
texto pertença aos evangelhos.
7. Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (época, país, povo,
costumes, tradição;
8. Elabore as mensagens de cada versículo ou termo principal por meio de
versículos paralelos (em palavras e assuntos), de seu núcleo, de sua relação com a
história da salvação, de perguntas didáticas (quem, o que, por que etc.) e de
comentários bíblicos, léxicos, dicionários e manuais bíblicos.
14
9. Estruture o texto conforme seu conteúdo principal e organizador e suas
seções secundárias.
10. Resuma o trabalho exegético feito até este ponto com a frase: O assunto mais
importante deste texto é...

Considere o que o diz o texto: Sem que o pregador interprete o texto, jamais
chegará ao conhecimento de seu sentido claro. É preciso compreender que o texto
teve uma significação para seus primeiros destinatários. A preocupação inicial do
pregador deve ser descobrir esse significado primário.

Somente conhecendo a significação do texto no passado, podemos contextualizá-lo


e corretamente aplicá-lo ao momento presente.

Exemplo: Mateus 8.1-4

Use as dez regras didáticas expostas anteriormente para elaborar esta exegese.

1. Em espírito de oração, leia o texto em voz alta diversas vezes. Em seguida, anote
o primeiro impacto que a passagem causou em você.

2. Agora, repita o texto com suas próprias palavras, sem olhar na Bíblia, para
verificar se realmente compreendeu seu conteúdo.

3. Observe os contextos imediato e remoto.

4. Verifique a forma literária do texto e tente estruturá-lo.

5. Determine o significado exato de cada palavra básica, assim como sua origem e
seu uso na Bíblia.

6. Anote as peculiaridades do texto (palavras que se repetem, contrastes,


seqüências, conclusões, perguntas, teses) e faça uma comparação sinóptica com
Marcos 1.40-45 e com Lucas 5.12-16.

7. Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (época, país, povo, costumes,


tradições) desse texto.

a. O que era a lepra na época neotestamentária?


b. Qual a função do sacerdote com respeito à lepra?
c. Qual a responsabilidade do sacerdote num caso de cura da lepra?
d. Que povo presenciou o milagre da cura de um leproso?

8. Desenvolva o significado de cada versículo ou tema principal.

v. 1: "seguiram"

a. O que significa o verbo "seguir" no Novo Testamento?


b. O que significa o verbo "seguir" aqui?

v. 2: "eis"

15
a. Como o Novo Testamento emprega esse termo?
b. Qual seu significado aqui?

v. 2: "adorou-o"

a. Qual o significado do verbo "adorar" na Bíblia?


b. Como se deve adorar? (Consulte dicionários e comentários bíblicos, a chave
bíblica)
c. Que atitude é expressa na adoração?

v. 2: "se quiseres"

a. O que o leproso quis dizer com essa frase?

v. 2: "purificar-me"

a. Qual o significado da purificação na Bíblia?


b. Qual a importância da purificação na lei de Moisés?
c. Por que o leproso desejava ser purificado?

v. 3: "tocou-lhe"

a. Que atitude de Jesus é expressa por esse verbo?


b. Qual o significado desse verbo para o leproso?

v. 3: "quero"

a. O que Jesus quer?


b. Qual é a vontade de Jesus?

v. 3: "imediatamente"

a. Qual o significado dessa palavra?


b. Quantas vezes aparece no evangelho de Mateus?

v. 4: "não digas a ninguém"

a. Por que Jesus fez essa proibição?


b. Isso acontece em outras ocasiões no Novo Testamento?

v. 4: "fazer a oferta"

a. Por que esta oferta é necessária?


b. Qual sua finalidade?
c. Será que o Novo Testamento também relata esse costume em outras partes?

9. Estruture o texto conforme seu conteúdo principal e organizador e de acordo com


as seções secundárias.

a. O leproso pede ajuda:


• ele se prostra diante de Jesus
• ele confia na vontade e no poder de Jesus
16
b. Jesus concede a cura:
• Ele toca o leproso
• Ele cura o leproso
• Ele envia o leproso ao sacerdote

10. Resuma o trabalho exegético desenvolvido até aqui com a seguinte frase: O
assunto principal desta passagem é... (ou esse texto fala sobre... )

PASSOS NECESSÁRIOS PARA UMA BOA INTERPRETAÇÃO


1. Ore pedindo que a Palavra do Senhor nos fale com profundidade para que,
compreendendo-a de forma correta, possamos explaná-la aos ouvintes.
2. Ler o texto, o máximo de vezes possível, em todas as traduções ao alcance.
3. Anotar os vocábulos e expressões que mais se destacam, comparando-os
com as traduções lidas, usando também uma chave linguística.
4. Meditar profundamente no texto, anotando as verdades e desafios que mais
se destacam.
5. Preparar um esboço analítico de cada verso, destacando sujeito, verbos e
complementos.
6. Considerar o gênero do texto em estudo.
7. Trabalhar uma passagem do Antigo Testamento, interpretando-a a luz do
Novo Testamento.
8. Considerar a importância da revelação progressiva.
9. Procurar a razão de ser do texto.
10. Personalizar a leitura do texto.
11. Fazer uma pesquisa histórica sobre o texto.
12. Buscar os detalhes geográficos relacionados ao texto;
13. Pesquisar o porquê da localização do texto na Bíblia.
14. Ler o texto com “olhos homiléticos”, procurando descobrir o que mais fala ao
momento atual.
15. Escrever um resumo do texto, expressando-o no máximo em 16 palavras.
16. Pesquisar em comentários bíblicos, e em toda literatura pertinente, o que
outros pregadores e estudiosos afirmaram sobre o texto.
17. Elaborar a idéia central do texto, destacando a verdade básica do texto.

PROSSEGUINDO NA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO


A idéia central do texto (ICT) é uma frase breve, de 16 a 18 palavras no máximo,
capaz de traduzir a mensagem como expressão exata da que o texto original
encerra; ela é, por isso, imprescindível à unidade, objetividade e síntese na
pregação.

Uma ICT tem como características: ser uma frase com sentido completo; ter o
verbo principal no pretérito; ser clara, concisa e objetiva; ser comunicativa e,
principalmente, ter a capacidade de identificar o texto em pauta.

17
TEXTO LUCAS 15.11-16
FOCO DO TEXTO A falta de limites do filho pródigo.
IDÉIA CENTRAL DO O filho pródigo, ignorando seus limites, afastou-se do
TEXTO pai e tentou exceder, mas fracassou terrivelmente.
CONTEXTUALIZAÇÃO A opção por uma vida de excessos conduz ao mais
terrível fracasso.
DESAFIO Viver com moderação diante de Deus.

A CONTEXTUALIZAÇÃO
A pregação não pode ficar limitada à interpretação; se não houver contextualização
não há pregação. Vimos que a interpretação é indispensável à boa pregação;
entretanto, não basta interpretar o texto, é preciso contextualizá-lo, trazendo sua
mensagem do passado para o presente.

“o abismo entre a igreja e o mundo secular já é tão grande que restam poucas
pontes pelas quais esses dois mundos possam entrar em contato”. (John Stott)

Nossas perguntas quanto ao contexto são estas:

1. Como a passagem se relaciona com o material a seu redor e com o contexto


remoto?
2. Como a passagem se relaciona com o restante do livro?
3. Como a passagem se relaciona com a Bíblia como um todo?
4. Como a passagem se relaciona com a cultura, o momento histórico e o
pensamento teológico da época em que foi escrita?

A TESE
Como deve ser a tese?

A Tese é o resumo de tudo quanto se pretende transmitir no púlpito. A tese reponde


às perguntas:

1. O que diz o texto para nós hoje?


2. Qual a aplicação do texto?

Portanto, uma tese deve:

1. Ser coerente com o texto bíblico.


2. Ser dirigida ao momento contemporâneo.
3. Ter o verbo no presente.
4. Ter uma frase com um sentido completo.
5. Ser clara e objetiva.
6. Ser breve e enfática.
7. Ser pertinente ao texto bíblico.
8. Ser um resumo da ideia a ser pregada.
18
9. Tornar-se fundamental à elaboração do sermão.
10. Ser indispensável à unidade do sermão.
11. Ser essencial à objetividade do sermão.
12. Ser a reposta à pergunta “o que diz o texto hoje?

Exemplos da obtenção da tese:

Texto: 2 Tm 2.15: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não
tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

ICT – Paulo desafiou Timóteo a viver dignamente e pregar diligentemente para ser
aprovado por Deus.

Tese – Somente com uma vida digna e uma pregação diligente somos aprovados
por Deus.

Texto: Lc 15.13-15a: “…lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.


Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele
começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos
daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.”

ICT – Vivendo desenfreadamente, o pródigo caiu no mais completo fracasso, sendo


mandado a apascentar porcos.

TESE – Quem vive desenfreadamente caminha para o mais completo fracasso.

O PROPÓSITO BÁSICO (PB)


É o rumo a ser seguido na mensagem, a linha sobre a qual os elementos funcionais
(explanação, ilustração e aplicação) caminharão para que o propósito específico
seja realmente alcançado.

O PROPÓSITO ESPECÍFICO (PE)


É o ponto de chegada da mensagem, o alvo a ser alcançado. Enquanto a ICT está
no pretérito e a tese está no presente, o PE estará no futuro, pois, é o alvo a ser
alcançado.

COMO ESTABELECER O PROPÓSITO BÁSICO?


O propósito básico é estabelecido, considerando os três itens seguintes:

1. As necessidades dos ouvintes;


2. O texto bíblico;
3. A verdade apresentada na tese.

A identificação do propósito é feita geralmente com uma destas seis palavras:


evangelística, devocional, missionário, pastoral, ético e doutrinário. É válido observar
que alguns sermões recebem mais de um propósito básico.

19
Ajuda os pecadores a firmarem um compromisso com Jesus,
EVANGELÍSTICO aceitando-o como Senhor e Salvador pessoal. É a mensagem de
salvação.
Motiva os crentes a aprofundar seu relacionamento com Jesus,
DEVOCIONAL amando-o mais e mais e buscando crescer na graça e
conhecimento dele; apresenta os desafios do seguir a Cristo. É a
mensagem da comunhão com Deus.
Desafia os crentes a uma entrega de seus dons e talentos a serviço
MISSIONÁRIO do Senhor, a uma resposta missionária. É a mensagem de
consagração.
Apresenta o bálsamo de Cristo nos momentos de dificuldades e
PASTORAL crises; tem um grande alcance. Deve ser pregado sempre e não
apenas nas catástrofes. É a mensagem de alento ou conforto.
Persuade a uma melhor comunhão com o próximo, pelo exemplo
ÉTICO de Cristo, desafiando os ouvintes a vivenciarem o amor e a justiça
em seus relacionamentos. É a mensagem do amor ao próximo.
Enfoca, de modo especial, uma doutrina bíblica. Tem sido
DOUTRINÁRIO chamado de informativo, uma vez que visa informar, esclarecer,
infundir convicção bíblica. É a mensagem elucidadora.

PB: EVANGELÍSTICO

Necessidade dos ouvintes: Salvação


Texto: (João 3.16) “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Tese: Deus ama a todos os homens e quer que sejam salvos pela fé em Jesus.
PB: DEVOCIONAL

Necessidade dos ouvintes: Comunhão plena com Jesus.


Texto: (2 Pe 3.18) “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo”.
Tese: A nossa comunhão com Cristo deve crescer sempre.

COMO DETERMINAR O PROPÓSITO ESPECÍFICO?


Para determinar o propósito específico, o pregador precisa considerar os mesmos
itens relevantes para estabelecer o propósito básico e mais o próprio PB.

PB: EVANGELÍSTICO
Necessidade dos ouvintes: Salvação
Texto: (João 3.16) “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Tese: Deus ama a todos os homens e quer que sejam salvos pela fé em Jesus.
PE: Persuadir os não-crentes a aceitar o amor de Deus, assumindo um compromisso
com Jesus.
PB: DEVOCIONAL
Necessidade dos ouvintes: Comunhão plena com Jesus.
Texto: (2 Pe 3.18) “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo”.
Tese: A nossa comunhão com Cristo deve crescer sempre.
20
PE: Incentivar os crentes a crescerem na graça e no conhecimento de cristo.

COMO CONSEGUIR UM BOM TÍTULO?


Bons títulos podem ser obtidos a partir de palavras do próprio texto básico.

Exemplos, todos no Salmo 23:

1. (v.1) – O Senhor é o meu pastor;


2. (v.1) – De nada terei falta;
3. (v.4) – Por um vale de trevas e morte;

O pregador pode estabelecer o título a partir de uma frase do texto que fala de um
modo especial, enunciando-o não mais com as palavras do texto, mas com suas
próprias palavras.

1. (v.1) – Quando o Senhor é o pastor;


2. (v.1) – Pode nada nos faltar?;
3. (v.4) – Andando pelo vale sombrio;

O pregador deve ter em mente que o título precisa:

1. Ser extraído da pesquisa;


2. Ser um resumo da tese;
3. Ser capaz de traduzir, de modo claro, o pensamento do texto para o momento
atual;
4. Ser atraente;
5. Ser esboçável;
6. Ser honesto;
7. Ser capaz de comunicar o que vai ser explanado, ilustrado e aplicado no
sermão.

TEXTO: (Fp 1.21) “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”.
ICT: O apóstolo Paulo apresentou Cristo como a razão do seu viver.
TESE: Cristo é a razão do viver de todos quantos nele confiam como Senhor e
Salvador.
PB: Devocional
PE: Motivar os crentes a terem em Jesus Cristo a razão do viver.
TÍTULO: Cristo, razão do viver!
TEXTO: (Fp 4.4) “Alegrem-se no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!”
ICT: Paulo aconselhou os crentes em Filipos a se alegrarem sempre no Senhor.
TESE: É em Cristo que devemos nos alegrar sempre.
PB: Ético.
PE: Desafiar os ouvintes a se alegrarem sempre em Cristo.
TÍTULO: Cristo, alegria do viver!

21
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TÍTULO
➢ Biblicidade
➢ Atualidade
➢ Honestidade
➢ Divisibilidade
➢ Novidade
➢ Comunicabilidade
➢ Simplicidade
➢ Objetividade
➢ Brevidade

VANTAGENS DE UM BOM TÍTULO


1. Serve com alicerce na construção do sermão.
2. Desperta a atenção do ouvinte.
3. Valoriza a mensagem.
4. Ajuda o pregador a não se desviar do assunto.

PRINCÍPIOS DO ESBOÇAR
Há alguns princípios que ajudam o pregador a dividir o sermão em tópicos,
possibilitando assim a elaboração de um trabalho bíblico, claro, lógico e objetivo.

➢ Só é possível dividir bem o sermão quando o título resume a tese.

A pesquisa do texto possibilita a ICT, da ICT vem a tese e da tese vem o título. Ex.:

1. Boas divisões vêm do título.

O título funciona como um alicerce sobre o qual será erguida a estruturação


necessária ao desenvolvimento da mensagem.

2. Nenhuma divisão é igual à outra.

Fazer divisões diferentes ajuda a eliminar a repetição desnecessária, já que não é


necessário repetir a mesma verdade com palavras diferentes.

22
INSATISFAÇÃO INCOMPREENSÃO INGRATIDÃO
3. Tópicos, divididos devem criar duas ou mais partes.

É impossível efetuar-se uma divisão sem se obter duas ou mais partes. Dividindo os
três tópicos no exemplo, temos três subdivisões em cada tópico.

PEDRAS NO UNGIDO DO SENHOR


ATIRADAS PELA ATIRADAS PELA ATIRADAS
INSATISFAÇÃO INGRATIDÃO PELA INCOMPREENSÃO
• Motivada pelo • Formando conceitos • Nos momentos mais
saudosismo. injustos. difíceis.
• Determinada pela • Apedrejando quem • Das formas mais cruéis.
rejeição. antes era idolatrado. • Com resultados
• Convertida em • Motivando o líder a surpreendentes.
benção. reagir positivamente.

4. Nenhum tópico deve conter mais que uma idéia. Basta uma idéia por tópico.
Havendo mais de uma idéia, novos tópicos surgirão. No exemplo a seguir, vemos
somente uma ideia em cada tópico.

PEDRAS NO UNGIDO DO SENHOR


ATIRADAS ATIRADAS ATIRADAS
PELA INSATISFAÇÃO PELA INGRATIDÃO PELA INCOMPREENSÃO

5. Cada subtópico deve explicar o tópico do qual é divisão. A razão de ser do


subtópico é tornar claro o pensamento do tópico.

PEDRAS NO UNGIDO DO SENHOR


ATIRADAS PELA INSATISFAÇÃO Pensamento
Saudosismo e rejeição são
• Motivada pelo saudosismo. sintomas da insatisfação e essa
• Determinada pela rejeição. insatisfação pode ser convertida
• Convertida em benção. em bênção.
As três idéias dos subtópicos
explicam o tópico do qual fazem
parte.
ATIRADAS PELA INGRATIDÃO Pensamento
O ingrato forma conceitos injustos
• Formando conceitos injustos. e apedreja quem antes era
• Apedrejando quem antes era idolatrado. idolatrado, mas quem está sendo
• Motivando o líder a reagir positivamente. vítima da ingratidão pode reagir
positivamente.
ATIRADAS PELA INCOMPREENSÃO Pensamento

23
• Nos momentos mais difíceis. A incompreensão vem nos
• Das formas mais cruéis. momentos mais difíceis e das
• Com resultados surpreendentes. formas mais cruéis, entretanto,
pode ter resultados
surpreendentes, dependendo do
modo como reagimos.

6. O conjunto das divisões deve completar o assunto em pauta.

Mesmo que as divisões não consigam esgotar plenamente o assunto, a ideia


apresentada na tese deve ser satisfatoriamente desenvolvida no corpo do sermão.
Observe, através dos dois tópicos (A e B), a partir do esboço a seguir, que o
conjunto das divisões completam o assunto em pauta – o que tornou possível que a
tese se tornasse clara.

APROVADOS POR DEUS


TEXTO: 2 Tm 2.15: ICT – Paulo desafiou Timóteo a
“Procure apresentar-se a Deus aprovado, como viver dignamente e pregar
obreiro que não tem do que se envergonhar e diligentemente para ser aprovado
que maneja corretamente a palavra da por Deus.
verdade.” TESE – Somente com uma vida
digna e uma pregação diligente
somos aprovados por Deus.

A. APROVADOS POR DEUS, VIVENDO DIGNAMENTE


Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se
envergonhar…
Observe que, o 1º tópico, VIVENDO ▪ Apresentar-se;
DIGNAMENTE traduz uma parte da verdade ▪ Aprovado.
central da mensagem, expressa na tese.
Somado ao segundo tópico, completará o
assunto proposto.
B. APROVADOS POR DEUS, PREGANDO DILIGENTIMENTE
“Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se
envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.”

Observe que o segundo tópico, PREGANDO ▪ Maneja bem;


DILIGENTEMENTE, traduz a outra verdade ▪ A Palavra da verdade.
central da mensagem expressa na tese. A
soma dos dois tópicos completa o assunto
proposto.

7. O conteúdo de uma divisão não deve ser muito maior do que o da outra.

O conteúdo de uma divisão não deve ser muito maior do que o da outra. As divisões
não precisam ser exatamente iguais, mas nenhuma dever ser tão grande a ponto de
sacrificar o tempo das demais. Para que as divisões tenham um parâmetro, mais ou
24
menos uniforme, devemos trabalhar os elementos funcionais: explanação, ilustração
e aplicação em cada tópico.

PEDRAS NO UNGIDO SENHOR


ATIRADA PELA • Insatisfação motivada pelo saudosismo:
INSATISFAÇÃO • Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
• Insatisfação motivada pela rejeição:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
• Insatisfação que pode ser convertida em benção:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
ATIRADAS PELA • Que leva o homem a forjar conceitos injustos sobre
INGRATIDÃO o próximo:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
• Que leva o homem a apedrejar quem antes era
idolatrado:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
• Que pode motivar o servo do Senhor a agir
positivamente:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
ATIRADAS • Nos momentos mais difíceis:
PELA INCOMPREENSÃO • Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
• Das formas mais cruéis:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.
• Com resultados surpreendentes:
• Elementos funcionais: explanação, ilustração e
aplicação.

8. As divisões devem ser expressas de forma simétrica.

PEDRAS NO UNGIDO DO SENHOR


ATIRADAS ATIRADAS ATIRADAS
PELA INSATISFAÇÃO PELA INGRATIDÃO PELA INCOMPREENSÃO
Observe que os enunciados dos tópicos são uniformes e que o uso da aliteração
facilita a memorização.

9. A Ordem das Divisões deve ser Crescente. Do negativo ao positivo, do menor


ao maior, do inferior ao superior, do passado ao presente e futuro, da pergunta à
resposta, do problema à solução.

25
PEDRAS NO UNGIDO SENHOR

ATIRADA PELA • Insatisfação motivada pelo saudosismo: negativo.


INSATISFAÇÃO • Insatisfação motivada pela rejeição: negativo.
• Insatisfação que pode ser convertida em
benção: positivo.
ATIRADAS PELA • Que leva o homem a forjar conceitos injustos sobre o
INGRATIDÃO próximo: neg
• Que leva o homem a apedrejar quem antes era
idolatrado: neg
• Que pode motivar o servo do Senhor a agir
positivamente: pos.
ATIRADAS • Nos momentos mais difíceis: negativo.
PELA INCOMPREENSÃO • Das formas mais cruéis: negativo.
• Com resultados surpreendentes: positivo.

ILUSTRAÇÕES
As ilustrações são, muitas vezes, a parte do sermão que mais fica gravada no
coração e na mente dos ouvintes; por essa razão é preciso cuidado ao selecioná-
las. Uma boa ilustração é aquela história cuja história está de acordo com a tese e o
propósito específico da mensagem. Por mais que uma história seja excelente, se a
lembrança dela não tornar mais clara a verdade central da mensagem e seu apelo,
não terá sido válida a sua inserção no sermão.

As melhores histórias não estão nos livros de ilustrações, mas ao nosso redor no
dia-a-dia. Precisamos de perspicácia para ver tudo quanto está acontecendo e daí
tirar nossas ilustrações.

INTRODUÇÃO
A melhor fórmula para juntar os ingredientes que fazem uma boa introdução é
recorrer à pesquisa, com os passos para a preparação do sermão, ou seja:

O Texto + ICT + TESE + TÍTIULO = A INTRODUÇÃO.

CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA INTRODUÇÃO


1. BIBLICIDADE.
2. ATRATIVIDADE
3. BRANDURA
4. CUMPLICIDADE
5. HONESTIDADE
6. CONCISÃO
7. BREVIDADE
8. MODÉSTIA
9. BOM SENSO
10. CLAREZA

26
11. OBJETIVIDADE
12. PLANEJAMENTO

O que você deve evitar na introdução:

1. PEDIR DESCULPAS
2. SENSACIONALISMO
3. PIADAS
4. FALSA HUMILDADE
5. JARGÕES E EXPRESSÕES ROTINEIRAS
6. DOGMATISMO

Dicas de uma boa introdução

1. Ela deve estar ligada ao assunto do sermão;


2. Ela deve ser proporcional. Deve ocupar + ou - 15% do tempo do sermão;
3. Ela deve ser clara e simples. O pregador deve evitar palavras difíceis, ou
demonstrar ser um grande intelectual;
4. Ela deve ser interessante. Quando mal apresentada, impressiona mal os
ouvintes;
5. Ela não deve ser improvisada. Deve ser muito bem preparada.

Objetivos da Introdução:

A introdução visa despertar a atenção, o interesse e a simpatia.

a) A Atenção: A atenção significa a direção ou a concentração da mente num


objeto. As primeiras palavras são fundamentais.
b) O Interesse: O interesse alimenta a atenção. A introdução está voltada para
prender a atenção do ouvinte através da apresentação da relevância do assunto;
algo que se mostre digno de ser ouvido.
c) Simpatia: Como o sermão é proferido através de uma personalidade, é
relevante conquistar a simpatia do auditório na introdução. Qualquer afetamento ou
atitude pretensiosa, além de inadequado, poderá criar um clima de antipatia por
parte dos ouvintes, o que o impedirá de ouvir o sermão.

TIPOS E FORMAS DE INTRODUÇÃO


Vários são os tipos de introdução e algumas vezes o pregador usa uma associação
de mais de um tipo.

➢ Afirmação
➢ Dramatização
➢ Ilustração
➢ Interrogação
➢ Música
➢ Negação
➢ Ocasião especial
➢ Poética
➢ Recurso visual
27
➢ Situação real
➢ Tese
➢ Textual

TIPOS DE INTRODUÇÃO DIRETA


Introdução ousada

O pregador entra diretamente na idéia central, sem preparação, mas com ousadia,
de maneira que surpreende o auditório. É um tipo difícil de prender a atenção porque
o assunto precisa ser realmente interessante, ou ser dito de maneira interessante
para poder causar impacto.

Introdução temática

Essa já começa explicando a importância do tema. Para ficar interessante, não


basta se referir ao assunto, mas precisa usar frases de efeito para tornar o assunto
atraente.

Introdução textual

O pregador inicia direto com a leitura de um texto bíblico. Essa introdução parece
não ser atraente. Contudo, é bom lembrar que uma leitura bíblica bem-feita, com
boa voz e entonação, possui um elemento de poder por ser a Palavra de Deus.

Esta por si só é respeitada como a voz de Deus. Essa leitura tem de ser seguida de
um comentário interessante e diferente sobre o texto lido, para manter presa a
atenção/Essa introdução também pode começar com uma citação, pensamento ou
provérbio, mas é preciso que seja algo realmente interessante.

TIPOS DE INTRODUÇÃO INDIRETA


Introdução circunstancial

Essa introdução se dirige às circunstâncias em que o sermão é proferido, como o


local, as pessoas ou a própria ocasião da reunião.

Introdução histórica

Essa introdução poderia ser uma referência à época ou à região em que foi escrito o
texto a ser usado. Difere da introdução textual pelo fato de a história vir antes do
texto. É preciso ter cuidado porque temas históricos tendem a ser meio cansativos.
Para ficar interessante, deve haver elementos de comparação entre a história e o
presente.

Introdução com suspense

Aqui o pregador usa números e informações incomuns para causar impacto e


suspense na congregação. O objetivo é fazer afirmações diferentes que
surpreendam como, por exemplo: "Cada minuto, cinco crianças morrem de fome no
Brasil". Ou: "De cada dois casamentos hoje, um termina em divórcio". Tenha o
cuidado de usar fontes fidedignas para não cair no ridículo.
28
Introdução centralizado num problema

Você pode começar o sermão levantando um problema, ou alguns problemas, para


então falar de possíveis soluções. Se usar problemas comuns à maioria das
pessoas, certamente vai prender a atenção de todos. Você poderia começar, por
exemplo, dizendo assim: "Ontem recebi meu salário, e hoje o dinheiro acabou". E
com um pouco de bom humor, você poderia acrescentar: "Isso já aconteceu com
vocês alguma vez na vida?". Esse tipo de comentário tem uma vantagem adicional,
pois, quando o orador brinca com si mesmo, demonstra uma abertura pessoal que
tende a conquistar a confiança do auditório. O ouvinte sente que o orador não está
num pedestal de superioridade, mas sofre os mesmos problemas que qualquer outra
pessoa, sendo, portanto, igual a todos.

Introdução ilustrativa

Em certo sentido, toda introdução é ilustrativa. Mas aqui diz respeito à ilustração
como história, incidente ou experiência.

Introdução com entrevista

Começar um sermão entrevistando alguém pode ser uma maneira poderosa de


atrair a atenção. As pessoas gostam de ouvir sobre outras pessoas, e uma
entrevista funciona como uma ilustração ao vivo.

Introdução com pergunta

Uma boa maneira de introduzir o sermão é fazer perguntas direcionadas ao


auditório, buscando respostas relacionadas com o tema do sermão. É claro que as
perguntas devem ser planejadas e bem-feitas para evitar respostas inconvenientes e
embaraçosas. As melhores perguntas são aquelas que já oferecem as opções de
resposta, a fim de prevenir surpresas desagradáveis.

FRASE DE TRANSIÇÃO
Deve-se fazer a transição entre as divisões do sermão. A frase de transição ela liga
a introdução do sermão, e a apresentação do tema-tese, ao restante do discurso. O
pregador introduz o tema, e com esta frase prepara a Igreja para seguir o seu
raciocínio, e chega a mesma conclusão que ele chegou ao estudar o assunto, tudo
ligado pela frase de transição.

Ex.: Na proposição "A Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa" podemos incluir a
seguinte interrogativa: "Quais são os motivos que nos levam a considerar que a Vida
Cristã é uma Vida Vitoriosa?“.

Frase de Transição: "Vejamos cinco motivos pelos quais podemos afirmar que a
Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa". A palavra motivo é a palavra- chave da transição.

29
CORPO DO SERMÃO
Esta deve ser a principal parte do sermão. Aqui o pregador irá expor idéias e
pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisões devem ter
significados para os ouvintes e, não devem se desviar da mensagem principal que é
a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.

O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento . “Cada divisão, subdivisão, e


até ilustrações e explicação, tem que apontar na direção do alvo e em ordem de
interesse”. Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja
repetição.

Resumindo...

1. Devem ter unidade de pensamento.


2. Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão.
3. Elas ajudam os ouvintes a recordarem-se dos aspectos principais do sermão.
4. Elas devem ser distintas umas das outras.
5. Elas devem originar-se da proposição e desenvolvê-la progressivamente até o
clímax do sermão.
6. Elas devem ser uniformes e simétricas.
7. Cada divisão deve Ter apenas uma idéia ou ensino.
8. O número das divisões deve, sempre que puder, ser o menor possível.
9. Deve girar em torno de uma única idéia principal da passagem, e as divisões
principais devem desenvolver essa idéia.
10. As divisões podem consistir em verdades sugeridas pelo texto.
11. As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em seqüência
lógica e cronológica.
12. As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do sermão,
desde que elas se refiram à idéia principal.

O número ideal de tópicos de um sermão


Pode variar dependendo do assunto. Mas o ideal é que tenha de 2 a 5, embora a
maioria dos sermões possuam 3 tópicos.

Obs.: Não existe sermão com apenas 1 tópico.

Como anunciar os tópicos


a) O método tradicional: “em primeiro lugar...; em segundo lugar...; em terceiro
lugar”
b) “Uma das idéias que encontramos no texto é...”
c) Relacionando com o que irá tratar. Ex.: “Um primeiro sentimento...”, “Uma
primeira qualidade...”, “Um primeiro dom...”, “Um primeiro fruto do Espírito...” etc.

Exemplo:

Tema: “Que farei de Jesus chamado Cristo?”


Texto: Mateus 27:11-14 e 54
Objetivo Geral: Evangelístico

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Objetivo Específico: Meu ouvinte reconhece Jesus como filho de Deus e o recebe
em sua vida como Senhor e Salvador.
Frase de Transição: “Que farei de Jesus chamado Cristo?”
Introdução
Corpo (Tópicos)
Ignorá-lo-ei (v. 17)
Rejeitá-lo-ei (vv. 21-22)
Reconhecê-lo-ei (v. 54)
Conclusão

APLICAÇÃO
O Sermão que alcança na atualidade é aquele cuja mensagem fala à vida do
ouvinte. Quanto mais nos aproximamos do ouvinte tanto mais condições temos de
fazê-lo aproximar-se da mensagem.

A aplicação é importante por tornar a mensagem pessoal. Um sermão sem


aplicação, por mais bem elaborado e apresentado que seja, não passa de um
discurso distante e impessoal. O pregador evangélico deve ser sábio em aplicar. “A
aplicação precisa demonstrar por que a pessoa deve ouvir o sermão e responder,
indicando como pode o ouvinte receber a verdade nele apresentada e viver de
acordo com ela.”

Tornando a aplicação relevante


1. Pelo conhecimento dos ouvintes.
2. Pela proximidade com os ouvintes.
3. Pela intimidade com o texto bíblico. (Quanto mais o texto fala ao coração do
pregador, mais condições tem de falar aos ouvintes.)
4. Pela simplicidade da mensagem
5. Pela objetividade da mensagem.
6. Pelo uso de uma boa ilustração.
7. Pelo equilíbrio do sermão

Quando a aplicação começa a ocorrer desde a introdução, a mensagem tem muito


mais poder de atração, por estar apresentando realidades vivas e não apenas
conceitos abstratos.

CONCLUSÃO
Um sermão não precisa ser interminável para ter valores eternos. […] Alguns
pregadores não sabem parar quando, na realidade, já terminaram.

Encerrar no momento certo é uma das grandes habilidades que o pregador deve
desenvolver.

A importância da conclusão

a) A conclusão é a parte do sermão que deve receber mais atenção por parte do
pregador durante a sua pregação;

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b) A conclusão é como o acabamento de um prédio. Ela deve encerrar toda a
beleza do sermão e animar o ouvinte a seguir pelo caminho determinado pelo
objetivo do sermão.

Como deve ser a conclusão?

1 Apontar o objetivo específico da mensagem;


2 Clara e específica;
3 Resumo do sermão (o sermão em poucas palavras)
4 Aplicação direta a vida dos ouvintes;
5 Pequena;
6 Faça um desfecho inesperado

Erros a serem evitados na conclusão:

1 Não introduzir na conclusão pensamentos novos;


2 Não dar a impressão de vai terminar quando não vai;
3 Não deve pedir desculpas na conclusão;
4 Não deve ficar mexendo demais com objetos como: relógio, cantor, óculos
etc;
5 Não tenha medo de falar diretamente ao coração dos ouvintes na conclusão.

Alguns tipos de conclusão

1. Apelo direto
2. Aplicação.
3. Ilustração.
4. Interrogação.
5. Música.
6. Poética.
7. Sumária.

AS TRÊS FORMAS PRINCIPAIS DE SERMÃO


Tradicionalmente, as obras homiléticas diferenciam três tipos de sermão: o sermão
temático, cujos argumentos resultam do tema, independentemente do texto; o
sermão textual, cujos argumentos principais são tirados do texto bíblico; e o sermão
expositivo, cujos argumentos giram em torno da exposição exegética completa do
trecho bíblico em pauta.

O SERMÃO TEMÁTICO
É aquele cuja divisão é extraída do tema. Em outras palavras, divide-se o tema, não
do texto de onde o tema é tirado.

Vantagens do sermão temático:


1. É o de divisão mais fácil. De fato, é o mais simples. É mais fácil dividir um
tema do que um texto, visto que este é mais complexo.

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2. É o de lógica mais fácil. O sermão temático é o que mais se presta à
observação da ordem e da harmonia das partes.
3. Conserva melhor a unidade. A proporção entre o primeiro e o último ponto e a
relação de harmonia entre estes e o tema constituem o segredo de sua unidade.
Assim, é mais fácil ser mantido até o fim.
4. Presta-se melhor à discussão de temas morais, evangelísticos e ocasionais.
5. Adapta-se melhor à arte da oratória.

Desvantagens desse tipo de sermão:


1. Exige muito controle do pregador para evitar divagações ou generalidades
vazias e inexpressivas.
2. Requer um estilo mais apurado e formal do que os outros tipos.
3. Exige mais imaginação e vigor intelectual, visto que se presta mais ao uso de
símiles, metáforas e analogias.
4. Exige mais cultura geral e teológica, já que não está limitado à análise do
texto.
5. Exige mais conhecimentos da lógica e da dialética, pois tende a discussões
apologéticas.
6. Há perigo de desprezar o uso abundante das Escrituras.

Ex.: Tema: Deus perdoa a todos

➢ Perdoou a Davi
➢ Perdoou a Pedro
➢ Perdoa Você

Esboço de sermão temático


INTRODUÇÃO
➢ Ilustração
➢ Transição
1. DEUS PERDOA
A. Perdoou a Davi - SI 51.1
➢ O crime
➢ O adultério
2. PERDOOU A PEDRO - LC 22.62
➢ A negação de Cristo
➢ A blasfêmia
3. PERDOA A VOCÊ
➢ Os pecados passados
➢ Os pecados presentes
CONCLUSÃO
➢ Resumo aplicativo
➢ Apelo

O SERMÃO TEXTUAL
É o sermão cuja divisão baseia-se no texto. Neste caso, divide-se o texto e não o
tema.

Há três modalidades de sermão textual.


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O sermão textual natural ou puro é aquele cujas divisões são feitas de acordo com
as declarações originais do texto, tais como se encontram na Bíblia. Em
conseqüência, as subdivisões devem ser constituídas preferencialmente da citação
de textos.

O sermão textual analítico baseia-se em perguntas feitas ao texto, tais como:


Onde?Que? Quem? Por que? Para que? As respostas são dadas pelas declarações
ou frases de que o texto é constituído. Neste caso, os pontos principais expressam-
se em forma interrogativa.

No sermão textual por inferência, as orações textuais são reduzidas a uma


expressão sintética ou palavra que encerra o conteúdo, sendo, portanto, a essência
da frase ou declaração. Esta modalidade presta-se à análise de textos que não
podem ser divididos naturalmente.

Vantagens do sermão textual:


1. É profundamente bíblico.
2. Exige do pregador um conhecimento profundo das Escrituras.
3. Obriga o pregador a estudar constantemente a Bíblia.
4. É o que mais se presta à doutrinação dos cristãos.
5. É o que mais se adapta ao pregador de cultura mediana, mas com vasto
conhecimento das Escrituras e de certos tratados teológicos.
6. É muito apreciado pelo povo

Desvantagens do sermão textual:


1. O método não pode ser aplicado a todos os textos.
2. O texto pode conter mais idéias.
3. Risco de artificialismo
4. Risco de desinteresse.
5. Difícil aplicação prática.

Ex.: TEMA: Cristo é tudo para o crente (]o 14.6)

➢ Cristo é o caminho para o céu


➢ Cristo é a verdade que orienta
➢ Cristo é a vida que salva

Esboço de sermão textual


INTRODUÇÃO
➢ Ilustração
➢ Transição
1. CRISTO É O CAMINHO
➢ Caminho para o céu
➢ Caminho estreito
2. CRISTO É A VERDADE
➢ Verdade que ensina
3. CRISTO É A VIDA
➢ Vida que restaura
➢ Vida que salva
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CONCLUSÃO
➢ Resumo aplicativo
➢ Apelo

O SERMÃO EXPOSITIVO
O sermão expositivo tira da Palavra de Deus os argumentos principais da exegese
ou exposição completa de um trecho mais ou menos extenso.

O 'Sermão Expositivo' consiste da 'Exposição' mais aplicação e persuasão


(argumentação e exortação). Uma 'exposição' torna-se um sermão, e o mestre torna-
se pregador, no ponto em que é feita uma aplicação ao ouvinte, com vistas a alguma
forma de resposta, em termos de fé ou entrega.

O 'Sermão Expositivo' extrai os seus principais pontos, ou o subtítulo dominante de


cada ponto principal, do particular parágrafo ou capítulo do livro da Bíblia de que
trata.

Características do sermão expositivo:

1. Unidade. Não é um mero comentário de textos bíblicos e, sim, uma análise


pormenorizada e lógica do texto sagrado.
2. Presta-se melhor à exposição contínua de um livro bíblico inteiro ou de uma
doutrina.
3. É de grande valor para o desenvolvimento do poder espiritual e da cultura
teológica do pregador e de sua congregação.
4. Inclina-se mais à interpretação natural das Escrituras do que à alegórica.
5. É o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao estudo
diário e constante da Bíblia.

Vantagens do sermão expositivo:


1. Garante a mensagem de Deus.
2. Respeito ao texto bíblico.
3. Alimenta e desenvolve o pregador.

Desvantagens do sermão expositivo:


1. É mais difícil de preparar.
2. Exige mais tempo de preparação.
3. É mais difícil de aplicar à atualidade.
4. Se for mal preparado, afasta o ouvinte da Bíblia.

O FALSO SERMÃO EXPOSITIVO


Exegese. Em primeiro lugar, a pregação expositiva não é exegese versículo por
versículo, ao contrário do que alguns pregadores supõem.

Comentário bíblico. Em segundo lugar, o sermão expositivo não é um comentário


bíblico, uma explicação contínua ou uma seqüência de pensamentos sem nenhum
vínculo entre si.

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Esboço temático forçado. Finalmente, o sermão expositivo não é um esboço
temático baseado em um texto único. Ou seja, é preciso que o assunto provenha do
texto, e não que o texto seja arranjado para adaptar-se ao assunto que o pregador
tem na cabeça.

Ex.: TEMA: o cristianismo prático do centurião (lc 7.1-9)

➢ A reputação do centurião (v. 4)


➢ A humildade do centurião (v. 6)
➢ A fé do centurião (v.7)

Esboço de sermão expositivo


INTRODUÇÃO
➢ Ilustração
➢ Transição
1. A REPUTAÇÃO DO CENTURIÃO v.4
➢ "Ele é digno"
➢ Edificou a sinagoga
2. A HUMILDADE DO CENTURIÃO v. 6
➢ "Não sou digno"
➢ Não queria incomodar o Mestre
3. A FÉ DO CENTURIÃO v.7
➢ Pediu apenas "uma palavra"
➢ Tinha certeza da cura
CONCLUSÃO
➢ Resumo aplicativo
➢ Apelo

APELO
O sermão fica incompleto quando o pregador deixa de fazer um apelo direto ao
coração do ouvinte. Todo sermão, desde o seu início deve ser um apelo direto aos
ouvintes. Mas também há a necessidade de levar o pecador a uma manifestação
pública ao lado de Cristo, no final do sermão. O apelo foi definido por alguém como
“uma chamada à decisão depois de uma exposição clara do assunto pregado”. Não
só os sermões evangelísticos devem possuir apelo, mas também os demais
(Consagração, Ético, Doutrinário, Pastoral e Devocional).

Por que fazer o apelo?


1. O apelo é bíblico: há na Bíblia muitas exortações e apelos para que o homem
tome uma posição diante de Deus: Mat. 11:28-29; Apo. 22:17; At 2:40; 19:8; 26:28;
28:23.
2. O apelo é lógico e natural: se fizemos todo o esforço para convencer uma
pessoa acerca daquilo que estamos pregando, devemos também ajudá-la a dar o
primeiro passo.
3. O apelo é psicológico: Precisamos aproveitar aquele momento de emoção, de
vontade, de aspiração pelas bênçãos de Deus, por uma vida nova.
4. O apelo promove segurança: Quando o ouvinte atende o apelo ele se torna
seguro das garantias da Palavra de Deus (Mat. 10:32-33; Rom. 10:10).
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5. O apelo é prático: Facilita sua identificação – a igreja pode acompanhá-lo em
sua vida e necessidades espirituais; Fortalece a fé e motiva o bom testemunho; é
motivo de alegria e inspiração para a igreja.

Características do apelo que atinge seu objetivo.


1. Deve ser baseado no argumento mais forte do sermão.
2. Deve ser feito com otimismo (Is 55:11; Sl 126:6)
3. Deve ser claro e específico
4. Deve ser breve e positivo
5. Deve ser feito sem coação e com cortesia. O pregador não deve usar truques
nem métodos inconvenientes.
6. O pregador deve destacar os motivos da decisão (o perdão dos pecados, a
segurança, a nova vida em Cristo etc.).

Obs.: Fazer apelo é como procurar frutos em uma árvore, se balançamos


normalmente caem os maduros, mas se balançarmos demais, caem também os
verdes.

OS BONS HÁBITOS NA PREGAÇÃO


1º Usar linguagem simples e clara.
O grupo que nos ouve é por demais variado em seu grau de instrução, por isso
devemos ser simples para atingir a todos.

2º Usar o próprio estilo.


Não alterar a voz, nem imitar outros pregadores.

3º Falar de tal forma que todos possam ouvir.


Deve pronunciar distintivamente as palavras. Não falar depressa demais. Tomar
cuidado na articulação das sílabas.

4º Falar diretamente aos ouvintes.


Para maior facilidade em atingir os ouvintes, devemos considerar que estamos
falando para um grupo de amigos. Nunca dar a idéia de superioridade ao falar. Olhar
para todas as partes do auditório, procurando um contato direto nos olhos dos
ouvintes.

5º Falar com o corpo solto.


O pregador deve utilizar as mãos, a cabeça, enfim todo o corpo para dar ênfase
àquilo que está falando. O corpo deve permanecer ereto apoiado em ambos os pés.

6º Falar com convicção.


Um auditório responde ao pregador que fala com convicção. Sem esta qualidade é
difícil atingir e convencer alguém daquilo que estamos falando.

7º Falar com entusiasmo.


Ainda que o assunto seja bom, se não houver entusiasmo, o sermão decresce
muito. O entusiasmo demonstrado na voz, na expressão facial e na maneira de falar.

8º Falar com amor.


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O pregador chama mais atenção naquilo que fala quando consegue irradiar gozo, a
paz e o amor do Senhor. Para isso o pregador deve ter uma atitude simpática e não
de condenação e superioridade.

9º Ser breve.
Aconselham os mestres em homilética que é preferível falar menos que o tempo
disponível do que ir além dele.

10º Pregar no poder do Espírito Santo.


Na observação deste item está o êxito de todo o pregador do evangelho (I Cor. 2:4-
5). “Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de
sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé
que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”

A PREPARAÇÃO ESPIRITUAL DO PREGADOR


O pregador deve preparar bem a sua mensagem na presença de Deus e em espírito
de oração.

1. Preparo do coração
Para o pleno êxito na entrega da mensagem, o pregador deve ter a mensagem no
coração e falar com o coração.

2. Oração e o preparo espiritual


A oração tem sido o segredo do êxito na preparação da boa mensagem. A unção é
uma das qualidades que distinguem a pregação cristã de todas as formas de
oratórias e discursos. A santidade é o segredo da unção e o resultado de uma vida
de oração, meditação na Palavra e serviço ao Reino de Deus.

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ESTRUTURA FINAL DO SERMÃO

PARTE 3

O QUE É ORATÓRIA?
Oratória: Conjunto de regras que constituem a arte do bem dizer, a arte da
eloqüência; retórica. Então quando estamos falando sobre oratória, estamos
comunicando sobre um conjunto de coisas que vai te ajudar a transmitir da melhor
maneira possível o conteúdo a seu público.

Trazendo isso para o mundo ministerial do pregador, oratória ajuda você a fazer
uma pregação de maneira que todos entendam. Essa oratória ao ponto da
pregação, se trata de algumas coisas que vai deixar a igreja mais apreensiva a
mensagem que você vai estar transmitindo na Palavra de Deus.

Alerta: O pregador que não reconhece a importância de uma boa oratória em sua
pregação, dificilmente vai pregar com excelência. Pois pregação não é apenas
conhecer bem o texto, mas também, saber transmitir com clareza o texto.

MELHORANDO SUA ORATÓRIA


1. Você vai facilitar sua oratória se estiver bem preparado.

Antes de pensar propriamente nos elementos que compões uma boa oratória. Você
deve pensar no conteúdo que vai estar transmitindo. Uma coisa é certa, quanto mais
a pessoa se prepara para transmitir o ensinamento bíblico, mais confiante ela chega

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no momento da pregação, e quanto mais confiança, melhor você vai acertar o seu
jeito de falar.

2. Comece cumprimentando o seu público.

Quando for começar uma pregação não se esqueça de saudar a igreja. Você
fazendo isso cria uma recepção maior dos seus ouvintes. Não chegue somente
falando, mostre que tem a educação necessária e cumprimenta o povo de Deus.
Procure fazer isso com um semblante feliz, porque ninguém gosta de alguém com
“cara fechada”.

➢ Cumprimente a igreja.
➢ Agradeça o convite que teve para estar pregando o evangelho.
➢ Expresse a felicidade de estar ali.
➢ Sempre com um semblante feliz.

É importante mencionar que você não deve gastar tempo demais nos cumprimentos
iniciais. É algo breve, mas que não deve ser descartado. Aliás, ninguém gosta
quando um pregador fala, fala, fala e nunca começa o sermão, né? Então seja breve
e objetivo.

3. A imposição de voz

Usar a voz de maneira adequada, infelizmente, é uma das coisas que os pregadores
mais erram. Alguns gritam demais, outros, nem demonstram entusiasmo. Você tem
que entender que está ali para pregar a palavra de Deus, e em alguns momentos
você realmente deve impor mais a voz, para demonstrar maior ênfase, contudo,
jamais gritando.

Treine seu jeito de falar, isso nada mais é do que se expressar corretamente. Você
precisar falar entusiasmado, mas sem gritar! Posso mencionar também sobre o
controle respiratório, tem pessoas que quando vão pregar parece que estão
morrendo sufocadas, pois respiram de forma difícil devido ao nervosismo, fazendo
barulhos estranhos no microfone. Por isso, controle bem sua respiração e
nervosismo que vai te ajudar a impor a voz de maneira correta.

4. Cuidado com os vícios de linguagem

Os vícios de linguagem é algo super comum em pregadores ou pessoas que falam


em público. Existem pessoas que se prendem no:

Né. Éééé… Ahnnn… Bom! Tá Bom! Amém! Aleluia! Louvado seja Deus… Tipo. Tipo
assim.

E entre outras palavras que entram nos meios das frases e nada mais são do que
um vício de linguagem, vencer isso vai precisar de uma dedicação pessoal sua em
ver quais são os seus. Às vezes, você pode pedir a opinião sincera de alguém que
está próximo de você para te ajudar a descobrir seus vícios de linguagem.

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É importante que você como pregador do evangelho tenha um bom domínio da
língua portuguesa, um jeito bom de se aperfeiçoar é bastante leitura. O pregador
deve estar estudando sempre, sendo assim melhore seu português.

5. Cuidado com os hábitos incomuns na hora da pregação

O que eu estou querendo dizer com “hábitos incomuns?” São aquelas que de uma
forma ou de outra, nosso corpo as vezes manifesta, contudo ficar fazendo isso na
hora da pregação é um erro.

Alguns exemplos são:

➢ Limpar a garganta no meio da sua fala.


➢ Ficar tossindo durante a pregação.
➢ Limpar os ouvidos.
➢ Ficar se coçando.
➢ Ficar com as mãos no bolso o tempo todo.

Tente ser o mais natural possível, dentro de uma gesticulação comum e não
incomum.

6. Se preocupe com sua maneira de gesticular

“O corpo fala”, nossas gesticulações também é uma forma de falar. Com isso, o
pregador deve se preocupar com os seus gestos quando está pregando. Tem
movimentos que atrapalham drasticamente seu sermão. O gesto correto é aquele
que tem as seguintes funções:

➢ Interpretar corretamente os sentimentos.


➢ Complementar a mensagem transmitidas pelas palavras.
➢ Determinar dentro da frase uma informação de maior importância.
➢ Corresponder ao tom de voz.
➢ Tomar o lugar de palavras não pronunciadas.

Deixe sempre os braços a frente do corpo, sem muita movimentação; gesticula com
eles, partindo do ombro, as mãos afastadas, prontas para corresponderem a
mensagem que está sendo transmitida. Tome cuidado também ao movimentar a
mão que está segurando o microfone, se possível pode deixá-la o mais fixa possível,
pois movimentando ela, você vai acabar atrapalhando o som da sua voz.

7. Cuidado com o seu olhar

O pregador jamais deve ficar com cabeça baixa durante uma pregação, isso
demonstra uma sensação nos ouvintes de que você não tem confiança no que está
falando. Algo que deve ser cultivado é o olho no olho durante um sermão. Procure
olhar ao máximo para seus ouvintes, para todos eles, e não apenas um!

Se estiver com vergonha na sua primeira pregação, escolha 3 pontos na igreja que
você possa estar olhando… Não é 3 pessoas e sim 3 pontos. Esses pontos têm que

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ser algo que está na direção do público, não adianta também escolher um ponto que
não está na direção dos ouvintes.

Mas, acima de tudo vai praticando o olho no olho e perdendo essa vergonha.
Quando ao falar você olha para alguém, dá uma sensação de impacto maior na
pessoa. Cuidado também ao proferir uma frase mais “dura”, pois se você olhar para
uma pessoa fixamente e demonstrar que está falando exclusivamente para ela, pode
acabar criando um constrangimento interno naquela pessoa.

O QUE SE DEVE EVITAR EM UMA PREGAÇÃO?


1. Movimentos alheios.
2. Apoiar-se sobre a mesa, cadeira, a tribuna (púlpito).
3. As mãos atrás das costas.
4. Mãos no bolso.
5. Braços cruzados.
6. Gestos abaixo da linha da cintura.
7. Roupas que não convém para o pregador (relógios chamativos, ternos
chamativos, roupas com decotes grandes demais e etc)
8. Uma postura que demonstra relaxo, uma falta de comprometimento ou
importância com o que se está sendo falado.

LIÇÕES PRATICAS PARA ORATÓRIA DE PREGADORES


1. Treine na frente do espelho.
2. Treine sua voz.
3. Treine sua respiração.
4. Descanse sua mente

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BIBLIOGRAFIA
MARINHO, M. Robson. A arte de Pregar – Como alcançar o ouvinte pós-
moderno. Vida Nova, 2008

MORAES, Jilton. Homilética. Da Pesquisa ao Púlpito. São Paulo: Vida Nova, 2005.

REIFLER, Hans Ulrich. Pregação ao Alcance de Todos. São Paulo: Vida Nova,
2008.

ROBINSON, Haddon. A arte e o ofício da pregação bíblica. São Paulo: Vida Nova,
2009

WILSON, Paul Scott. As quatro páginas do sermão: Um guia para a pregação


bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2020.

MARTYN, D; JONES, Lloyd. Pregação & Pregadores. São Paulo: Fiel, 1984

ROBINSON, Haddon. Pregação bíblica. O desenvolvimento e a entrega de sermões


expositivos. São Paulo: Shedd Publicações, 2002

STOTT, John. O perfil do pregador. São Paulo: SEPAL, 1989.

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