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CENTRO DE 1 STRUÇÃO TÉCNICA

R ADIO • EL EC RICIDADE • TELEVISÃO

LIÃO N9.9

DESCRIÇÃO DUM RECEPTOR UPERHETERODINO DE TRANSISTORES.

Na fig.74 e apr sentado o esquema dum receptor


de transistores para duas bandas de onda (longa e média),
constituído por um tota de 7 transistores e 2 diodos de
germânio, distribuídos elos seguintes andares:
Conversor e oscilador: 0C44
19.andar de MF: 0C45
29.andar de MF: 0C45
19:andar de BF: 0071
22.andar de BF: 0071
Andar de saída: 2xOC72
Detecção: 0A79
CAG: 0A79
Andar conversor
Em ondas medias - O sinal e sintonisado pela bo
bina Ll e pela secção C 1 do condensador variável e aco
piado 'a base do transi tGr conversor OC44, atraves.do
secundário L3. A base deste transistor e polarizada pe-

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2

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3,51.0

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3,3
42 Kl 0.0 i0r

Fig.74
Lição N2.9

divisor de tensão 10 K - 2,2 K, (pie e desacoplado pa


ra as componentes alta alas da corrente de base por um
condensador de 0,91F.
Para a criação a oscilação local em ondas medi
as, a corrente do colec or percorre o primário L9 da bo
bina osciladora de onda medias, alimentando o secunda-
rio L8 sintonisado pela secção 02 do condensador variá
vel. Um outro secundári L10 acopula as oscilações deter
minadas. pelo circuito'r ssonante ao emissor do transis-
tor, realizando a reali entação positiva necessária ao
avanço e permanência da oscilações.
Em série com o missor e colocada uma resistên-
cia de 18 Q, cuja única função e evitar sobre-oscilações
parasitas em frequência* altas, e uma resistência de
2,2 K que realiza a compensação de temperatqra.
Em ondas longas - A parte indutiva do circuito
sintonisado e constituída pelas bobinas Ll e L2 em serie,
sendo a sintonia feita, como em ondas medias, pela sec-
ção CV1 do condensador ariáVel.
Na secção oscil dora, o acoplamento Colector/e-
missor e realizado pelo primário L5 e secundário L7 da
bobina osciladora de on as longas, sintonisada pela sec
ção CV2 do condensador ariável.
• Quer em ondas m dias quer em longas, uma resis-
tência de 3 KQ provoca queda de tensão necessária 'a
correcta polarização do colector.

1°.andar de MF

O primário do transformador T1 acopula o sinal


de MF circulante no col ctor do transistor 0C44 a um se
Cundário sintonisado na frequência de MF, o qual por sua
vez transmite o sinal p ra a base do l°.transistor ampli
ficador de MF através dum outro enrolamento.
Este triplo enrolamento do 12.transformador e ne
cessário para isolar, so lbo aspecto de tensões' continuas,
o circuito sintonisado, de forma a poder extrair dele a
tensão de CAG, conforme explicaremos posteriormente.

- . 4 - Lição N°.9

A base do 12.transistor de MF e polarizada pelo


divisor formado pelas resistências 27 K e 2 K e o emis-
sor compensado em temperatura por uma resistência de
470 Sá desacopulada por um condensador de 0,1,./KA base e
também polarizada pela tensãode CAG.A neutralização do
andar e feita por um condensador de 56 pf em serie com
uma resistênciade 1 K.
0 22.andar de MF e idêntico ao primeiro, diferin
do apenas em que a base não recebe polarização da tensãode
CAG,. As resistências do divisor de tensão da base também
tem valores diferentes, pois que, como este andar já re
cebe o sinal amplificado, necessita uma polarização mais
elevada. ,0 secundário do transformador T3 tem um enrola-
rio para'o fornecimento da tensão de realimen-
mento próp
tação..

Detecção

A detecção e realizada por um diodo 0A79 ligado


ao secundário do transformador T3. Um potenciOmetro de
50 K constitui a carga da detecção, fechando-se o cir-
cuito detector através da resistência de 2 K do divisor
de tensão da base do 12.andar de MF. O próprio condensa
dor de desacoplamento deste divisor de tensão realila a
filtragem da componente de RF da detecção.

Circuito de Controle Automático de Ganho

Fazendo-se com que a corrente da detecção percor


ra a resistência de 2 K do divisor de tensão do 12.tran-
sistor de MF, desenvolve-se nesta resistência uma tensão
de valor proporcional à intensidade'do sinal detectado e
que fica aplicada directamente à base, polarizando-a.Co-
mo essa tensão e positiva (observe-se o sentido de monta
gem do diodo), contraria a polarização fixa negativa da: —
base,ixndogah rtnomaisqu
forte for o sinal detectado.
Este sistema, muito semelhante ao CAV dos recep-
tores de válvulas, tem no caso dos transistores o incon-
veniente de carregar demasiado o circuito detector,baixan
do o ganho e a selectividade do Ultimo transformador de
Lição N2.9

MF. Tenha-se present que nos receptores de válvulas a


tensão de CAV e aplicada 'as grelhas de controle que não
consomem corrente, enquanto nos transistores a tensão
CAG lá aplicada 'as bases, que consomem uma apreciável cor-
rente devido 'a sua baixa resistência de entrada.
Cai-se, portal nto, no seguinte problema: ou se a-
plica a tensão CAG a um unico andar para não carregar ex
plica ,
....
cessivamente o detec or, mas nesse caso o controle auto-
mático e insuficient ou, como nos receptores de válvu-
las, se liga a tensa CAG a todos os andares de RF e en-
tão o Ultimo transfo mador de MF fica pr'aticamente sem
selectividade.
Sai-se deste dilema por um processo muito enge-
nhoso: liga-se a ten ao CAG apenas 'a base do l2.transis-
tor e aproveitam-se =s variações das tensões continuasque
ele provoca no circuito do colector do mesmo transistor
para variar a selectividade do 12.transformador *de MF.
Para melhor estudo deste assunto, apresentamos
na fig.75 o circuito de variação de selectividade dese-
nhado separadamente de forma mais clara. Para maior
simplicidade, foram liminadoS deste esquema os condensa
. dores de desacopulam nto para as componentes alternadas.
Na ausência e sinal ou na captação de sinais
fracos, o divisor de tensão (5,9'lí e 12 K) e a resistên-
cia de carga do cole tor (2,7'K) estão calculados de for
ma tal que o ponto“( ) fica menos positivo que o ponto
(2), ou seja, o pote cial em (2) e superior ào potencial
em (1) e o,diodo 0A7 fica - polarizado no sentido da não
condução. Logo, o ci cuito ligado em paralelo com o cir
cuito sintonisado fica em aberto, e este, sem carga, a-
presenta-secom o máx mo de selectividade e ganho.
Logo que, devido 'a captação dum sinal forte, a
tensão CAG torne mais positiva a base do transistor, a
corrente continua do colector diminui, a queda de tensão
através da resistência de 2,7 K diminui também e o ponto
(1) torna-se mais po itivo que o ponto (2), isto e,o dio
do fica polarizado n sentido da condução. Em consequên-
cia, o circuito ligado em paralelo com o circuito sinto-
nisado fica fechado este, carregado, diminui a selecti
6 Lição N9.9

vidade e o ganho.
Observe-se que este engenhoso sistema, alem de
conseguir um óptimo controle de ganho sem carregar exces
sivamente o circuito detector, proporciona maior largura
de banda na recepção de sinais fortes, que desta forma
são escutados com melhor qualidade sonora pois não são a
tenuadas as frequências altas das bandas laterais de mo-
dulação.

Fig.75

Andar amplificador de tensão

O acoplamento do sinal de baixa frequência, do


circuito detector para o andar amplificador de tensão, e
feito através dum condensador electrolitico de 25/JF. Es
te andar utiliza um transistor 0071 com a base polariza-
da pelo divisor de tensão 120 K/22 K e o colector carre-
gado por uma resistência de 5,6 K. Uma resistência de
2,7 desacopulada por um condensador electrolitico de 15mF
assegura ao transistor a necessária compensação de tempe
ratura.

Andar excitador

Para se obter a energia de sinal necessária para


excitar o "push-pull" classe AB de saída, intercala-se
Lição N°.9 - 7

entre este e o andar zmplificador de tensão mais um an


dar amplificador mont do com outro 0071. Observe-se que
o divisor de tensão d base deste transistor (12 K/15 K)
lhe proporciona maior s polarizações negativas que a ba
se do amplificador de tensão, o que e necessário devido
a maior amplitude do final de excitação, já amplificado
pelo andar anterior. amplificação introduzida pelo an
dar excitador e por i so bastante reduzida e ele desem-
penha essencialmente função de adaptador de impedânci
as.

Andar de potência

O andar de saída deste receptor e constituído


por dois transistores 0072 montados em classe AB.
O sinal de excitação e introduzido neste andar
pelo transformador de adaptação T4, em cuja tomada me-
dia do secundário e initroduziáa a polarização das bases
pelo divisor de tensão 4,7 K/100 Q.
Uma resistência de 14 Q ligada em série com os_
emissores e não desacppulada provoca uma ligeira reali-
mentação que torna mais estável o funcionamento do andar
e produz uma certa compensação de temperatura.
Do secundário do transformador de saída e extrai
da uma tensão de realimentação que, através duma resis-
tência de 51 K, e injectada na base do andar excitador.
Note-se que, enquanto nos amplificadores a válvu
las as realimentações são um acessório destinado a melho
rar a qualidade do sinal, nos amplificadores a transiste
res, pelo contrário, fazem parte integrante dos circui-
tos para contrariar a extrema tendência para a oscilação
destes elementos.
RCE 251
E.GUEDES -Lisboa

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