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Divide-se a opinião acerca da natureza jurídica do sursis. Para alguns se trata de direito
subjetivo do réu e, para outros, forma de execução de pena. Consiste na suspensão da pena privativa de liberdade
por determinado tempo, no qual o condenado deve sujeitar-se a algumas condições e, ao término de tal prazo, não
tendo havido causa para a revogação, será declarada extinta a pena.
b) Que o condenado não seja reincidente em crime doloso. A condenação anterior à pena de multa, ainda que
por crime doloso, não obsta o benefício;
c) Que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e
as circunstancias do crime autorizem a concessão do benefício;
d) Que não seja indicada ou cabível a substituição por pena restritiva de direitos. Esse dispositivo perdeu sua
razão após o advento da Lei 9.714/98, que passou a permitir a substituição por pena restritiva de direitos
nas penas privativas de liberdade não superiores a 4 anos.
Sursis Especial
Audiência Admonitória
b) Frustração da execução da pena de multa (revogado pela nova redação do art. 51)
d) Descumprimento das condições do art. 78, §1º do CP (prestação de serviços à comunidade e limitação de
final de semana).
b) Se o condenado descumpre qualquer das condições do sursis especial imposta pelo Juiz;
c) Superveniência de condenação por contravenção penal ou por crime culposo, exceto se imposto a pena de
multa.
Se o condenado tiver idade superior a 70 anos ou tiver graves problemas de saúde e for
condenado a pena não superior a 4 anos, o Juiz também pode conceder o sursis, cujo período de provas será de 4 a 6
anos.
Distinção entre suspensão condicional da pena (sursis) e suspensão condicional do
processo
No sursis, o réu é condenado à pena privativa de liberdade e o Juiz suspende a pena. Caso
cometa novo crime, será considerado reincidente.
Na suspensão condicional do processo criada pelo art. 89 da Lei 9.099/95, o agente é acusado
de infração cuja pena mínima não excede a 1 na e desde que não esteja sendo processado, que não tenha condenação
anterior por outro crime e que estejam presentes os demais requisitos que autorizariam o sursis (art. 77 do CP),
deverá o Ministério Público fazer uma proposta de suspensão do processo, por prazo de 2 a 4 anos, no qual o réu
deverá submeter-se a algumas condições (reparação do dano, salvo impossibilidade; proibição de freqüentar
determinados lugares; proibição de ausentar-se da comarca; comparecimento mensal e obrigatório em Juízo).
Se a proposta for aceita pelo réu e seu defensor, o Juiz a homologará, entrando o réu em
período de proa e, ao final, caso não tenha havido revogação, decretara o Juiz a extinção da punibilidade. Caso o
Sujeito venha a cometer novo crime, não será considerado reincidente. A doutrina denomina tal suspensão de
“sursis processual”.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Existe alguma discussão doutrinária sobre a sua natureza jurídica. Para alguns (Damásio) trata-se de forma de
execução de pena. Para Celso Delmanto, trata-se de direito público subjetivo do condenado.
Difere do sursis, pois no livramento condicional o condenado inicia o cumprimento da pena e, posteriormente, tem o
direito de cumprir o restante em liberdade. No sursis suspende a pena, que sequer chega a ser inicialmente
cumprida.
REQUISITOS:
REQUISITOS OBJETIVOS:
- Se o condenado for reincidente específico em crimes elencados pela Lei n. 8.072/90, não tem
direito ao benefício.
REQUISITOS SUBJETIVOS:
d) Nos crimes dolosos cometidos mediante violência ou grave ameaça à pessoa, o benefício fica sujeito à
verificação da cessação de periculosidade – exame feito por psicólogos.
CONCESSÃO
O livramento pode ser concedido mediante requerimento do reeducando, de seu cônjuge ou parente ou por iniciativa
do Conselho penitenciário.
Colhe-se o parecer do Conselho Penitenciário, ouve-se o diretor do estabelecimento e, após, o Ministério Público.
PERÍODO DE PROVAS
Corresponde ao tempo de pena que resta ao liberado cumprir. Assim, se o liberado foi condenado a 6 anos e
cumpriu 2, o período de provas equivalerá a 4 anos.
Durante este tempo o liberado deve cumprir as condições impostas na sentença e não cometer nova infração, sob
pena de revogação e cumprimento da pena que se encontrava suspensa.
CONDIÇÕES JUDICIAIS (Art. 85 do CP): outras que o Juiz fixe a seu critério.
As causas de revogação do livramento também são conhecidas como condições negativas (a não dar causa à
revogação).
a) Condenação irrecorrível, por crime ou contravenção, a pena não privativa de liberdade (multa ou restritiva
de direitos), não importando se a infração foi cometida antes ou durante a vigência do benefício.
A legislação silenciou no caso de contravenções e a pena seja privativa de liberdade, não esclarecendo se seria causa
obrigatória ou facultativa de revogação.
EFEITOS DA REVOGAÇÃO:
- Não se desconta o tempo em que o sentenciado esteve solto e deve cumprir integralmente a sua
pena. Perde o tempo já cumprido como livramento.
- É descontado o tempo em que esteve solto, devendo cumprir preso apenas o tempo que falta para
completar o período;
- Tem direito de somar o que lhe resta da pena com a nova condenação, calculando-se o livramento
sobre o total das penas somadas (CP, art. 84, e LEP, art. 141).
- Não pode mais ser favorecido por novo livramento condicional em relação a esta pena.
PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA: Se ao término do prazo o agente está sendo processado por crime
cometido em sua vigência, considera-se prorrogado o período de prova. Se houver condenação, o Juiz decretará a
revogação do benefício. Se resultar absolvição, o Juiz decretará a extinção da pena.
Se até o término do prazo, o livramento não foi revogado (ou prorrogado), o Juiz devera declarar a extinção da pena
imposta.