Você está na página 1de 6

ANA

I- Introdução
a) 1 Samuel 1: 1,2
b) Dividia o esposo com outra.
O nome Ana significa , "afabilidade". Penina significa "a de cabelo abundante".
Neste período da história do mundo se considerava legítima a poligamia, e Deus a
permitia (isso não declara que ele aprovava). Entretanto, devido a restrições
financeiras, tão só as classes acomodadas e os reis parecem ter praticado a
pluralidade de casamentos. Os governantes procuravam assegurar a paz enviando
uma princesa ao harém de outro monarca. Mas em vez de proporcionar paz, a
prática da poligamia com frequência suscitava complicações, ciúmes e fracassos
tanto para o harém real como para o lar privado. Nos tempos do NT a poligamia
desqualificava a um homem para qualquer cargo religioso (1 Tim. 3: 2, 12).
c) Esterilidade por sua parte e fertilidade da rival
Constituía grande desastre e indignidade uma mulher não ter filhos, não
tomando parte na continuação do nome e da herança da família. Quanto a essa
conexão, ver Gên. 16.2. Era comum que um homem continuasse vicariamente a sua
linhagem por meio de outra mulher, embora os filhos resultantes dessa união não
fossem biologicamente filhos da primeira. Muito curiosamente, essa questão está-se
tornando um problema de nossos dias, quando mulheres têm bebês através de
outras mulheres, as chamadas mães de aluguel, através de manipulações
científicas.

II- Uma solução humana para o problema apenas o intensifica


a) 1Samuel 1: 4,5. Porção dobrada o sacrifício.
Literalmente, "uma porção de duas caras". Elcana fazia tudo o que podia em
altares da unidade, dando uma "parte" a cada membro de sua família. Para mostrar
publicamente que não desejava que Ana fora estéril, dava-lhe uma parte dobro
como se tivesse tido um filho.
b) Tornava mais visível o problema.v.6,7
O proceder da Penina se devia, em parte, a bem intencionada generosidade de
Elcana. Assim como aconteceu com Satanás no céu, o ciúmes devidos às cuidados
brindadas a outro -já seja no lar ou em outra parte- criam uma malignidade
zombadora e lhe exasperem que se manifesta a cada passo em expressões de
ridículo. Tais provocações não só tiravam o apetite a Ana, mas também faziam que
se abstivera de participar da festa. Era porque se sentia indigna, como Arão depois
da morte de seus filhos Nadabe e Abiú? (Lev. 10: 19). Não necessitava acaso ainda
mais as bênçãos espirituais da festa em tais circunstâncias? Também poderia fazê-
la pergunta: Quanto da bênção da festa tinha recebido Penina posto que se tomava
a liberdade de zombar de sua companheira? Uma situação tal era comparável a que
mencionou Cristo no relato do fariseu e o publicano (Luc. 18: 10-14). Entretanto, ao
igual ao publicano, Ana não pagava com a mesma moeda, mas sim ocultava sua
amargura e chorava em silêncio.
c) Nada substitui um filho para uma mulher. V.8
Elcana sabia bem que a razão principal da tristeza e do choro de Ana era a
ausência de filhos. Mas fez a estúpida observação de que ele valia tanto quanto dez
filhos para ela. Mas ter marido não solucionava todos os problemas de uma mulher
em Israel. Ela era uma espécie de pária da sociedade, um objeto de ridículo, por não
conseguir gerar filhos, e isso por razões que já foram oferecidas nesta exposição. O
amor e a atenção de um marido não conseguiam remover o opróbrio sofrido por uma
mulher estéril. A observação de Elcana foi “tocante", conforme diz uma de minhas
fontes informativas; mas de modo algum resolvia o verdadeiro problema.
O número “dez" pode ser apenas um exagero da linguagem, para indicar uma
família numerosa; ou pode subentender que a provocadora Penina tinha dez filhos,
conforme supuseram algumas fontes judaicas, incluindo Jarchi.

III- Levando o problema para Aquele que pode resolver.


a) Sobe à casa do Senhor. V. 7
Embora mulheres não tivessem obrigação de fazer nenhuma das três
peregrinações anuais ao tabernáculo em Silo, Ana, seguindo o exemplo de seu
marido (vs, 3), mas também por sua própria vontade, fazia pelo menos uma
daquelas viagens ao lugar sagrado anualmente. Aquela era uma ocasião de tomar
votos e fazer promessas, a fim de que Yahweh lhe desse um filho. Penina, a outra
esposa de Elcana e rival de Ana, mostrava-se especialmente amarga e cortante
nessas ocasiões. Em certo ano, a perseguição movida por Penina foi tamanha que
deixou Ana em frangalhos, extremamente nervosa, a ponto de apenas conseguir
chorar, não lhe restando vontade nem ao menos de comer a porção dos sacrifícios
que cabia aos adoradores.
A jornada de Ramá a Silo era de cerca de 24 quilômetros. Assim, a distância
relativamente pequena permitia que a família se deslocasse anualmente naquelas
peregrinações, sem grandes perturbações.
b) Derrama-se em oração. V. 10,15.
Perseguida por Penina e esmagada em seu próprio coração, por causa de sua
esterilidade, Ana estava à beira da histeria e, em um ataque de choro, misturava
suas orações com sua imensa tristeza, implorando a Yahweh que revertesse a triste
condição de esposa sem filhos. Os hebreus não dispunham ainda de conhecimentos
científicos e métodos capazes de entender condições como a esterilidade; assim
sendo, Deus era o único tribunal de apelos em caso de problemas ginecológicos.
c) Fez um voto. 11
Ao aceitar Ana a dádiva espiritual que Deus lhe dava por meio da festa, se
sentiu impulsionada a suplicar que lhe concedesse um dom mais tangível: um filho,
prometendo ao mesmo tempo devolvê-lo imediatamente ao Senhor para ser
consagrado a seu santo serviço. Possivelmente Deus tinha esperado muito tempo
que houvesse tal entrega. Poderia lhe haver dado um filho antes, mas teria estado
lista então ela para assumir essa responsabilidade?
A sabedoria mundana ensina que não é essencial a oração, e que para ela não
pode haver uma verdadeira resposta, porque isso violaria a lei natural, e que não
pode haver milagres. É parte do plano de Deus conceder, em resposta à oração de
fé, o que não prodigalizaria de outra maneira (CS 579, 580). por que?
Porque é parte do plano do céu que o homem se entregue em forma voluntária
tão plenamente ao preenchimento interior e à obra externa do
Espírito Santo, como o fez Cristo quando esteve na terra. No que correspondia
a Deus, não era necessário que Abraão esperasse 25 anos o cumprimento do pacto
divino. Quando o patriarca chegou ao ponto em que pôde entrar plenamente no
plano que o céu tinha para ele, Deus converteu todos os fracassos passados em
degraus de bênçãos. Assim aconteceu no caso da Ana.
Mas Deus não lhe falou mediante um anjo. 456 Usou o meio estabelecido do
sacerdócio, embora era imperfeito e necessitava uma reforma. Deus reconheceu
que o desejo natural da Ana de ter um filho finalmente se converteu em uma paixão
por consagrar o mais precioso dos dons a Deus, e ele respondeu a sua petição
mediante Elí.
Ana fez um voto e estava disposta a cumprir este voto, não devemos fazer
votos a Deus a menos que estejamos dispostos a cumpri-lo(veja Eclesiastes 5:
4,5).

IV- Solução divina


a) Deus fala por meio de Eli. V.17.
A paz só sobrevém quando cessam as hostilidades, quando há uma vitória ou
uma entrega plenas. Quando Ana fez essa entrega ao Senhor, descobriu que a
inimizade da Penina e suas brincadeiras deixavam de feri-la. Podia dizer com seu
Salvador: "Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem" (Luc. 23: 34). Elí
rapidamente reconheceu a mão de Deus, e foi inspirado pelo Espírito Santo para
indicar a aprovação divina. Cristo exemplificou o verdadeiro espírito de amor e
discernimento, e repartirá esse mesmo espírito aos pastores que dependem dele.
Mas já seja que o recebam ou não, comuniquem-no ou não a outros, nada pode
impedir que a mais humilde ovelha do prado divino escute a voz de Deus e o siga.
Ana não dependia das circunstâncias. Deixou seu caso em mãos de Deus, e a
resposta veio imediatamente.
b) Ana teve fé nas palavras. V.18.
Ana agradeceu a Eli pelo interesse demonstrado e também por tê-la apoiado
em oração. Ela havia achado graça aos olhos do sumo sacerdote; e isso não era
coisa de somenos valor. Na verdade, a partir daquele instante, Ana convenceu-se de
que o pedido de para conceber um filho lhe havia sido concedido. Assim, em
confiança e alegria, pensando na dádiva que estava prestes a ser- lhe outorgada,
ela seguiu o seu caminho, alimentou-se e celebrou com júbilo. Ademais, o rosto dela
iluminou-se em deleitosa expectação. Ana lançou sobre o Senhor toda a sua
preocupação e partiu.
c) Deus cumpriu.v.20.
Deus foi fiel em cumprir a promessa.
O nome significa "ouvido Por Deus", e como outros nomes pessoais da Bíblia
estava cheio de significado. "Samuel" foi um recordativo do pedido de Ana ao
Senhor, um motivo de lembrança da promessa que fez e um reconhecimento da
aprovação de Deus. O tempo devia demonstrar a verdade de tudo isto. Desde sua
mais tenra infância, Samuel reconheceu que era servo do Senhor.

V- Fidelidade e gratidão
a) Uma entrega completa.v. 24-28
Não se conhece a idade do Samuel quando foi desmamado. É comum no
Oriente que um menino siga sendo amamentado até que tenha três anos e, por
exemplo, é muito possível que Isaac pudesse ter tido cinco anos quando Abraão
celebrou a festa na qual o converteu em seu herdeiro (ver Gén. 21: 8). Posto que
Ana não tinha assistido à festa do nascimento do Samuel, provavelmente Elí tinha
esquecido o incidente.
De acordo com este versículo, Ana não havia dito ao Elí a natureza de seu
pedido, mas então o fez com grande gozo. Ao expressar sua alegria se valeu da
palavra hebréia sha'ao, "pedir", usando diferentes forma do verbo. Traduzido
literalmente, este versículo reza: "A respeito deste menino, eu me interpus, e o
Senhor me deu meu pedido que pedi dele, e também estou constrangida a pedi-lo
para o Senhor. Enquanto ele viva, é pedido para o Senhor". Ana reconhecia com
gozo que sua dádiva para Deus foi primeiro a dádiva de Deus para ela.
b) Um hino de louvor. 2: 1-10.
O cântico de Ana é uma poesia da maravilhosa perfeição, cheia de ricos
pensamentos. Compões-se de paralelismos sinonímicos e sintéticos e é regido pelo
ritimo em que se mesclam os compassos de 2 e 3, e de seus múltiplos. Maria, mãe
de Jesus, devia ter conhecimento deste cântico, pois os dois poemas se
assemelham (Lc. 1:46-55)
c) Recompensa da fidelidade. 2: 20, 21.
Melhor, "empréstimo que ela cedeu ao Yahveh" (BJ). O que é cedido em
empréstimo ao Senhor, com segurança é devolvido com interesse composto. Ana
dedicou um filho ao Senhor e foi recompensada com outros cinco. Abraão fez assim
com Isaac, e Deus lhe prometeu uma descendência "como as estrelas do céu"(Gén.
22: 17). Cristo prometeu devolver cem vezes tão até nesta vida (Mat. 19: 29; Luc.
18: 30).

Conclusão
a) Devemos colocar nossas angustias nas mãos de Deus.
Assim como Ana foi a casa do Senhor, ali rasgou o coração a Deus. Hoje
somos convidados a ir a casa do Pai, rasgarmos o nosso coração diante de Deus,
reconhecer nossos pecados, nossas fraquezas e pedir dEle misericórdia e as
bênçãos que tanto precisamos.
b) Ter disposição para ser fiel a Ele.
Ana teve disposição em ser fiel ao voto feito a Deus. A entrega a Deus é
seguida de fidelidade, uma nova vida requer fidelidade aos princípios eternos de
Deus. Não se pode estar ao lado de Cristo e continuar seguindo as obras do mundo,
a maior prova de Amor e entrega a Cristo é a fidelidade a Seus mandamentos. João
14:21
c) Quando nos entregamos Ele nos dá o melhor.
Deus compensou a fidelidade de Ana dando a ela mais filhos, além de fazer de
Samuel O grande homem de Deus, usado para ungir O rei Davi, do qual um dia
Jesus seria chamado de “filho de Davi”. A benção de Deus é sempre maior do que a
que pedimos, quando nos entregamos a Ele e somos fiéis.

Apelo

Deus te convida a se colocar nas mãos dEle hoje, levando a Ele todos os
seus anseios. Hoje é o dia da sua decisão de ser fiel a palavra de Deus, de
entregar tudo de si a Ele e ter certeza que Ele te concederá o Melhor.

Fonte de Comentários:

Comentário Bíblico do Antigo Testamento de Russel n. Champlin

Comentário Bíblico Adventista em Espanhol.

Você também pode gostar