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10 Regras Basicas Sobre Um Aquario
10 Regras Basicas Sobre Um Aquario
A ideia de que «se alguma coisa puder correr mal, irá certamente correr mal» não
necessita obrigatoriamente de se aplicar aos aquários. Quanto mais nós soubermos
acerca do nosso tanque, menores serão as probabilidades de os nossos peixes
morrerem.
Convém no entanto referir que, apesar de no plano teórico a estrita observância destas
leis ajudar a criar as condições para que peixes e plantas possam disfrutar de uma vida
saudável e vigorosa, elas dependem sempre de factores incertos. Dependem
nomeadamente das condições específicas do aquário durante as semanas seguintes à
sua instalação - a chamada fase de «arranque» - e dependem também de todas as
ocorrências posteriores que envolvam a comunidade de seres vivos, pois se um peixe
for constantemente agredido por outro, poderá ficar doente e transmitir esse problema a
todos os outros... Mas também nestes casos a atenção aos detalhes ajudará a prevenir
em vez de ter de se remediar...
E em que é que consiste a convecção? Na explicação dada pelo Dicionário Porto Editora,
é a «transferência da energia calorífica através de um líquido ou de um gás, efectuada à
custa do movimento do próprio fluido». Simples, não é? Se o aquecimento for
processado por meio de um termostato imerso no aquário, por exemplo - como é vulgar
verificar-se -, apenas a água é aquecida, permanecendo o substrato à temperatura
ambiente do sítio onde o tanque estiver colocado. Ou seja, haverá sempre diferenças de
temperatura não recomendáveis.
Uns meses depois, o mais provável é que o substrato comece a ficar sujo e muito
escuro, quase negro, e que as raízes das plantas não consigam desempenhar a função
que lhes compete... O resultado é que as plantas começam lentamente a definhar e
acabam por morrer. Ao invés, um sistema de aquecimento enterrado no substrato ajuda
a simular no aquário as correntes subterrâneas que existem em todas as águas naturais
com algum movimento. E como o calor sobe, a água fica rapidamente à mesma
temperatura, obtendo-se um clima mais ou menos uniforme.
Há quem pense que uma circulação eficaz da água equivale a falar de uma forte
circulação da água, mas na realidade não é bem assim. A circulação deverá estar
ajustada às necessidades das espécies de peixes e plantas que queremos colocar no
aquário. No entanto, para esses será certamente mais prejudicial uma circulação
deficitária do que ligeiramente superavitária. O que temos que ter sempre presente é
que uma boa movimentação da água é essencial pelas seguintes razões:
A luz assume uma dupla função para o sistema dentro do aquário: ilumina a pequena
cópia do mundo aquático de uma forma adequada aos olhos humanos e fornece
simultaneamente a energia de que as plantas necessitam para fazerem a fotosíntese e
crescerem. Na verdade, esta segunda função da iluminação afigura-se como um
aspecto muito importante no seio do processo químico e biológico completo do aquário
e muitas vezes, designadamente quando já são velhas, as lâmpadas ainda conseguem
assegurar a primeira função em condições satisfatórias mas já não a segunda.
Com efeito, a luz precisa de fornecer energia e é dessa energia que as plantas precisam
para terem um óptimo metabolismo. A luz é, por assim dizer, o «motor» que faz andar a
vida no aquário: ajuda as plantas a regularem as suas exigências de nutrientes, a
produzirem oxigénio e a controlarem assim as descargas de dejectos orgânicos que são
produto dos seus metabolismos e dos dos outros seres vivos que com elas coabitam. E
também aqui não é só a quantidade, mas também a qualidade, da luz que conta. Por
isso, a iluminação deve estar tanto adaptada às dimensões do aquário - incluindo a
profundidade - como à água e as condições de vida do seu meio ambiente.
A pré-condição mais importante para que haja um crescimento saudável das plantas
dentro do aquário é que elas tenham sempre disponíveis todos os nutrientes de que
necessitam, incluindo os elementos residuais. Contrariamente às águas tropicais onde
essas plantas habitam, a água da torneira apresenta grandes deficiências nesse
domínio: faltam-lhe muitos nutrientes importantes e elementos residuais, tendo
inclusivamente alguns deles sido extraídos da água durante os processos a que ela foi
sujeita na estação de tratamento para consumo doméstico.
A título complementar, refira-se uma outra lei de Liebigs, a «Lei dos Factores
Limitativos», segundo a qual há seis factores que afectam o crescimento e a produção
das plantas; são eles o ar, a água, a luz, a temperatura, o solo e os nutrientes que
estiverem disponíveis no meio ambiente. De acordo com esta lei, «a produção de uma
colheita é restringida pela falta de um único elemento, mesmo que possam todavia
existir quantidades suficientes de todos os outros nutrientes essenciais».
Tal como sucede no ambiente terrestre, também no aquário a criação das melhores
condições de vida exige uma boa vegetação. Para se manterem em óptimas condições,
os aquários devem ter uma densa quantidade de plantas saudáveis e que nele cresçam
vigorosamente. Desde logo porque, entre várias outras, um tanque bem plantado
apresenta as seguintes vantagens:
As plantas libertam oxigénio para a água e para o substrato, prevenindo desse modo
que o substrato fique preto
As plantas removem detritos orgânicos
Algumas plantas em especial são capazes de destruir germes causadores de doenças...
...e até remover substâncias tóxicas da água
Uma vegetação densa e com forte crescimento é a melhor protecção contra todos os
tipos de algas...
...e ajuda a criar bons esconderijos e lugares de procriação para os peixes
Estamos agora a chegar à parte mais interessante. Como é que conseguimos cuidar dos
peixes recriando condições compatíveis com as que eles encontram nos trópicos?
Muito simples: em primeiro lugar recolhendo informação sobre isso, ou seja, estudando.
O resto é a parte mais fácil: os peixes dependem de uma alimentação equilibrada, rica
em vitaminas e que possam digerir com facilidade para gozarem de uma boa saúde e
terem um comportamento naturalmente activo no longo prazo, tal como os restantes
animais. E esse tipo de alimentação é hoje em dia fácil de encontrar nas lojas da
especialidade.
Aliás, como a maioria dos peixes tropicais provêm de águas com níveis de salinidade
muito reduzidos, essas comidas já asseguram que eles apenas recebam uma dieta com
muito pouco teor de sal, caso contrário a ocorrência de doenças intestinais seria algo
praticamente inevitável. Assim, resta pouco com que se preocupar ao aquariófilo neste
domínio: é só ver se os flocos, o granulado ou as tabletes são adequadas ao tipo de
peixes - dependendo se eles se alimentam à superfície, se comem no fundo, etc - e à
dimensão das suas bocas. Ocasionalmente, pode variar a dieta dando-lhes comida
congelada de fonte fidedigna...