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Nessahan Alita - Como Lidar Com Mulheres
Nessahan Alita - Como Lidar Com Mulheres
ALITA, Nessahan (2005). Como Lidar com Mulheres: Apontamentos sobre um Perfil Comportamental
Feminino nas Relações Amorosas com o Homem. In: O Sofrimento Amoroso do Homem - Vol. I. Edição
virtual independente de 2008.
Resumo:
A arte de lidar com as mulheres no amor exige do homem um estado interior apropriado, que lhe
permita resistir aos encantos e fascínios femininos, e um conhecimento estratégico, que permita desarticular
trapaças amorosas e tentativas de indução de apaixonamento.
Palavras-chave:
1
A TENÇÃO !
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Advertência
Esta obra deve ser lida sob a perspectiva do humor e da
solidariedade, jamais da revolta.
Este livro ensina a arte da desarticular e neutralizar as
artimanhas femininas no amor e como preservar-se contra os danos
emocionais da paixão, não podendo ser evocado como incentivo ou
respaldo a nenhuma forma de sentimentos negativos. Seu tom
crítico, direto, irônico e incisivo reflete somente o apontamento de
falhas, erros e artimanhas.
Esta obra não apoia a formação de nenhum grupo sectário. As
artimanhas aqui denunciadas, desmascaradas e descritas
correspondem a expressões femininas, inconscientes em grande
parte, de traços comportamentais comuns a ambos os gêneros. O
perfil delineado corresponde somente a um tipo específico de mulher:
aquela que é regida pelo egoísmo sentimental. O autor não se
pronuncia a respeito do percentual de incidência deste perfil na
população feminina dos diversos países.
O autor também não se responsabiliza por más interpretações,
leituras tendenciosas, generalizações indevidas ou distorções
intencionais que possam ser feitas sob quaisquer alegações e nem
tampouco por más utilizações deste conhecimento. Aqueles que
distorcerem-no ou utilizarem-no indevidamente, terão que responder
sozinhos por seus atos.
O autor é um livre pensador e não possui compromissos
ideológicos com nenhum grupo político, relig io so, sectário ou de
outro tipo.
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C OMO L IDAR COM M ULHERES
A PONTAMENTOS SOBRE UM PERFIL COMPORTAMENTAL FEMININO
NAS RELAÇÕES AMOROSAS COM O HOMEM
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As críticas aqui contidas não se aplicam às mulheres sinceras.
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Í ndice
I ntr oduç ão
1. Car ac ter ístic as do fa ls a me nte c hama do "s e xo fr ági l"
2. As e ta pas do trab alh o de e ncant ame nto de mul here s r efr atár ia s e arre dia s
3. C uida dos a t o mar qua ndo lid a mo s co m mulh e res es per tinh as q ue tenta m tr a pa ce ar n o
a mor
4. C o mo s ob r evi ver no difí cil jo go d as fo r ça s ma g nét ica s da s ed uçã o que en volvem
fê mea s tr apac eir as
5. S obr e o de s ejo da mu l her
6. As t or turas ps ic oló gic as
7. A ultr a pas sa ge m da s de fes as e mo c ion ais
8. P or q ue não de ve mos di sc utir e ne m po le mi z a r
9. S obr e a imp os s ibil ida de de do mi na r o "se xo fr á gil "
10 . A al ter nân cia
11 . P or que el as n os obse r va m
12 . Co mo lida r c o m mu lhe res q ue foge m
13 . A i mpo s s ib ili dad e de neg oci aç ão
14 . P or que é necess ár io ocu ltar no ss os s e nti me nt os e nos sa co ndut a
15 . O mis er á ve l s e nti me nto da paixão
16 . Os tes tes
17 . O círculo s oc ia l e s túpi do
18 . P or que é i mpo r tan te s er mos h ome ns de cid idos
19 . Co mo des tr o çar os jogu inho s emo cio nai s
20 . S o br e o t ipo de segur ança bus cada
21 . As ment ir as
22 . A infi de lida de
23 . A infa nt ilid ade
24 . O bs er vando - as c o m r eal is mo
25 . A pr is ion and o-as a n ós pe los senti ment os
26 . A ilusã o do a mor
27 . Co mo ser fa s cin ant e
28 . A o te le fone
29 . A nex os
Co ncl usõe s
Re fe r ênc ia s bibl iogr áfic as /E pí gr afe s /F il me s me nci ona dos /S uges tões bi blio gr áfi ca s
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Introdução
Aquele que abrir este livro deve ter sempre em conta o fato de que
estou descrevendo um tipo específico de mulher – a trapaceira amorosa
espertinha – e de que as características apontadas são, na maioria das vezes,
inconscientes. Os indícios desta inconsciência são as fortes reações
femininas de resistência contra todas as tentativas de comunicar-lhes esta
realidade: indignação, surpresa, fúria ou a negação sumária. Não estou me
ocupando neste livro com as mulheres sinceras e tudo o que explico, detalho
e descrevo não passa de uma de uma grande hipótese e nada mais. Não se
trata de uma verdade absoluta e imutável que não possa ser questionada ou
da qual seja proibido duvidar. Descrevo aqui a forma feminina assumida por
características humanas pertinentes a ambos os sexos. Se não me ocupo com
a forma masculina assumida por tais características em sua manifestação, é
simplesmente por não ser a meta deste livro e também porque já foram
escritos muitíssimos livros a respeito. Espero não ter que repetir isso um
milhão de vezes. Já estou cansado de tanto reforçar estes pontos.
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Algumas vezes, atormentam-nos, com seus jogos contraditórios e
incoerências, nos levando à loucura. Quando as vencemos, elas nos
presenteiam com os segredos maravilhosos e delícias que reservam aos
eleitos. Não são inerentemente más, são apenas humanas, como nós.
Como tenho visto muitos homens sofrerem nas mãos dessas deliciosas
criaturas, resolvi compartilhar o conhecimento que adquiri em duras
experiências.
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superior. Esta porção parece ter sido banida para o inconsciente 1. Muitas
parecem identificar-se com seu lado sinistro, com a face tenebrosa
claramente apontada nas mitologias e foi isso o que me chamou a atenção.
Podemos dizer que a culpa por nosso sofrimento é somente nossa e a culpa
por elas serem assim é somente delas. Poderiam existir outros caminhos se
fôssemos diferentes... Infelizmente a humanidade prefere o mal. Nossa
parcela de responsabilidade por sofrermos nas mãos delas consiste na
debilidade de nos entregarmos ao desenfreio de nossas paixões animalescas
e ao sentimentalismo. Portanto, não temos e nem devemos ter nada contra as
mulheres mas sim contra nós mesmos: contra nossa ingenuidade e
ignorância em não enxergarmos a realidade e em nos iludirmos.
1
N o c a mp o e s t r i t a me n t e a m o r o s o , o b v i a me n t e .
2
A d i mi n u i ç ã o d e c o n f l i t o s i n t r a - p e s s o a i s r e p e r c u r t e n a d i m i n u i ç ã o d o s c o n f l i t o s i n t e r - p e s s o a i s
d e g ê n e r o , o q u e , p o r s u a v e z , c o n t r i b u i r á p a r a e n f r a q u e c e r o c o mp o r t a m e n t o v i o l e n t o e n t r e
casais.
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lado positivo, não será tratado neste livro, apesar de existir e ser muito
importante, simplesmente porque desviaria o foco de nosso interesse. Não
as criei, apenas as descrevo como me parecem, sem máscaras ou evasivas. O
complexo e confuso mundo feminino precisa ser abordado de forma crua,
direta, realista e objetiva para ser compreendido. Entretanto, que o leitor se
lembre que este é apenas um ponto de vista pessoal a mais e nada além
disso. Não se trata de uma verdade acabada, inquestionável ou da qual não
se possa duvidar; são idéias expostas à discussão para aprimoramento
contínuo e não dogmas. As diversas discussões sucitadas pelas edições
anteriores permitiram grande avanço e apontaram caminhos para
aprofundamento. As críticas são sempre bem vindas.
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O q u e s i g n i f i c a q u e s o me n t e a s m u l h e r e s q u e s e e n c a i x a m n o p e r fi l a q u i d e s c r i t o t e r i a m
a l g u ma r a z ã o p a r a s e s e n t i r e m a l u d i d a s .
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O s ma c h i s t a s e s c l a r e c i d o s s ã o t o t a l me n t e d i f e r e n t e s d o s ma c h i s t a s d o g má t i c o s . F o r a m e s t e s
ú l t i mo s r e s p o n s á v e i s p o r v á r i a s d i s t o r ç õ e s d e me u s t e x t o s . A o s e d e p a r a r e m c o m mi n h a
linguagem divertida e irônica, cuja única intenção era aliviar a descrição de uma realidade
d o l o r o s a , mi n i m i z a n d o o i mp a c t o d e s u a t r a g i c i d a d e , a c r e d i t a r a m e l e s t e r e n c o n t r a d o u m
e s c r i t o r q u e r e s p a l d a s s e s u a s v i s õ e s a b s u r d a s e t r a u m á t i c a s . U m ma c h i s t a mi s ó g i n o e u m a
f e mi n i s t a a n d r o f ó b i c a - m i s â n d r i c a s ã o , n o f u n d o , i d ê n t i c o s e c a e m n o s me s mo s e r r o s : p r a t i c a m a
intolerância intelectual e de gênero, além de adotarem uma postura unilateral, fixa e acrítica.
Nunca escrevi para essas pessoas.
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Este não é um manual de sedução, mas sim uma reflexão filosófica
sobre a convivência e o poder do homem (adulto) sobre si mesmo. É um
ensaio bem humorado, mas que às vezes dá asas ao desabafo, sobre o
comportamento feminino e sobre o auto-poder masculino. Se em alguns
momentos forneço informações estratégicas sobre a conquista, o faço
simplesmente para ajudar aqueles que sofrem dificuldades para obter ou
manter uma companheira adequada, já que elas muitas vezes possuem um
sistema de valores invertido que as leva a preferir os piores homens, fato
que as prejudica.
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E pode mesmo se dar o caso de um dia a hipótese inteira ser abandonada se a realidade assim o
exigir.
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(generalizações a partir de alguns casos particulares). Preferi optar pela via
da dedução, tecendo conclusões provisórias a partir de inferências por
premissas socialmente aceitas, validáveis pela experiência comum, ou
defendidas por autores que sempre admirei e que influenciaram fortemente
minha visão de mundo. Não são hipóteses científicas mas sim hipóteses de
um tipo mais filosófico e de inspiração espiritualista e religiosa. Os
conceitos adotados na elaboração do modelo e das conclusões, sempre
provisórios, foram e continuarão sendo elaborados a posteriori (pós-
conceitos) e não a priori (pré-conceitos). Lembre-se de que os preconceitos
não são mais do que pré-conceitos prejudiciais, hostis, fixos e imutáveis. O
preconceito se distingue totalmente da crítica. Esta visa apontar e denunciar
erros e aquele visa prejudicar.
O leitor deve ter em conta que não sou adepto do racionalismo e que,
quando critico a racionalidade feminina, o faço desde o ponto de vista de
quem considera a inteligência emocional e a intuição superiores ao intelecto
racional linear e frio, tipicamente masculinos.
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1. Características do falsamente chamado “sexo frágil” 1
1
O e x p o s t o a q u i n ã o s e a p l i c a a t o d a s a s mu l h e r e s d a T e r r a a o l o n g o d e t o d a a h i s t ó r i a p a s s a d a ,
p r e s e n t e e f u t u r a d a h u ma n i d a d e m a s a p e n a s à s e s p e r t i n h a s q u e g o s t a m d e t r a p a c e a r n o a mo r .
S u s p e i t o q u e a s e s p e r t i n h a s s e j a m ma i o r i a n o s d i a s a t u a i s ma s n ã o e s t o u c e r t o d i s s o p o i s n u n c a
t i v e a c h a n c e d e o b s e r v a r t o d a s a s f ê m e a s d o h o m o s a p i e n s q u e r e s p i r a m a t u a l me n t e s o b r e o
nosso aflito planeta.
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A p a l a v r a é a q u i e mp r e g a d a a p e n a s n o s e n t i d o d e u m a p e s s o a d e s o c u p a d a e o c i o s a , t a l c o mo a
definem os dicionários Aurélio (FERREIRA, 1995) e Michaelis (1995), e não em qualquer outro
s e n t i d o . P a r a m i m , t o d a p e s s o a q u e b r i n c a c o m o s s e n t i m e n t o s a l h e i o s é u ma p e s s o a v a d i a ,
i n d e p e n d e n t e me n t e d o s e x o e d o n ú me r o d e p a r c e i r o s s e x u a i s . E o q u e ma i s p o d e r i a s e r a l g u é m
q u e b r i n c a c o m a s i n c e r i d a d e d o s o u t r o s s e n ã o d e s o c u p a d o p o r n ã o t e r a l g o ma i s i m p o r t a n t e a
f a z e r ? A q u i , a p a l a v r a t e m u m e mp r e g o ma i s o u m e n o s p r ó x i mo a o d a p a l a v r a " m e g e r a " e
t a mb é m e é q u a s e u m e q u i v a l e n t e f e mi n i n o d a p a l a v r a " c a f a j e s t e " , mu i t o c o m u m e n t e u t i l i z a d a
p a r a d e s i g n a r h o me n s q u e t r a p a c e i a m n o a mo r . E n q u a d r a m - s e n e s t e t e r mo a q u e l a s p e s s o a s q u e
c o m e t e m a d u l t é r i o s e m o c ô n j u g e me r e c e r , q u e i n d u z e m u m a p e s s o a a o a p a i x o n a m e n t o c o m o
exclusivo intuito de abandoná-la em seguida, que retribuem uma manifestação de amor sincero
c o m u m a a c u s a ç ã o c a l u n i o s a d e a s s é d i o s e x u a l e t c . E s t a p a l a v r a n ã o é e mp r e g a d a c o m o me s mo
sentido pejorativo em todos os países de língua portuguesa e nem possui somente o significado
que lhe dá algumas vezes a cultura popular. Um exemplo típico de "vadia" é a personagem
T e o d o r a , d o r o ma n c e " A m o r d e S a l v a ç ã o " , d e C a m i l o C a s t e l o B r a n c o . N e s t e r o m a n c e , T e o d o r a ,
u ma e s p e r t i n h a d i s s i m u l a d a e ma n i p u l a d o r a , s e a p r o v e i t a d o s h o me n s q u e a a ma m e o s l e v a a o
d e s e s p e r o e à r u í n a . A f o n s o , u m a d e s u a s v í t i ma s , a f u n d a - s e n o s v í c i o s e c h e g a à b e i r a d e u m
s u i c í d i o , m a s é s a l v o d a d e s t r u i ç ã o a mo r o s a p o r s u a p r i ma , u m a mu l h e r v i r t u o s a e s i n c e r a .
10. Não amam em simples retribuição ao fato de serem amadas mas
por algum interesse.
16. Tentam nos induzir a correr atrás delas para terem o prazer de
nos repudiar.
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E s s a s " t o r t u r a s " me n t a i s s ã o a s i m p e r t i n ê n c i a s d o a n i m u s f e mi n i n o s o b r e a a n i m a ma s c u l i n a .
S e g u n d o J u n g ( 1 9 9 6 ) e S a n f o r d ( 1 9 8 6 ) , o a n i m u s f e mi n i n o t e m u m p o d e r o s o e f e i t o d e a f e t a r a
a n i m a m a s c u l i n a , p r o v o c a n d o n o h o me m s e n t i me n t o s n e g a t i v o s q u e , e m a l g u n s c a s o s , p o d e m
l e v á - l o à r u í n a . D a í a i m p o r t â n c i a d o h o me m a s s i mi l a r e i n t e g r a r s u a a n i ma . A a n i ma é a p a r t e
f e mi n i n a ( e m o t i v a ) d o p s i q u i s mo d o h o me m e o a n i m u s a p a r t e ma s c u l i n a ( l o g ó i c a ) d o
p s i q u i s mo d a mu l h e r ( J U N G , 1 9 9 5 e J U N G , 1 9 9 6 ) .
4
E , p o r t a n t o , n ã o s ã o i n f e r i o r e s c o mo s u p õ e m o s ma c h i s t a s d o g m á t i c o s r a d i c a i s , m a s
simplesmente diferentes.
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21. Desistem dos jogos de engano e manipulação quando as
ludibriamos habilmente, deixando-as supor que realmente o estão
conseguindo.
31. Querem que o homem esconda seu desejo sexual até o momento
da entrega.
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I n f e l i z me n t e . N e s s a h a n A l i t a n ã o g o s t a d i s s o m a s n a d a p o d e f a z e r a n ã o s e r d e n u n c i a r p a r a o
bem de todos.
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34. Tornam-se inacessíveis após a conquista para que o homem
preserve o sentimento que geraram 6.
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E s t a c a r a c t e r í s t i c a é e x a u s t i v a me n t e t r a t a d a p o r F r a n c e s c o A l b e r o n i ( 1 9 8 6 / s e m d a t a ) . G r a n d e
parte das características que apontadas neste capítulo são na verdade apenas ampliações e
i m p l i c a ç õ e s o b r i g a t ó r i a s d e s u a t e o r i a d a c o n t i n u i d a d e . P a r a A l b e r o n i , a mu l h e r b u s c a
i n c e s s a n t e m e n t e a c o n t i n u i d a d e d o i n t e r e s s e ma s c u l i n o , i s t o é , s e r i n i n t e r r u p t a m e n t e a ma d a e
d e s e j a d a . A s s i m, o e r o t i s mo f e mi n i n o s e r i a c o n t í n u o , e n q u a n t o o e r o t i s m o m a s c u l i n o s e r i a
d e s c o n t í n u o , j á q u e o h o me m p e r d e t e m p o r a r i a me n t e o i n t e r e s s e p e l a mu l h e r a p ó s o a t o s e x u a l .
A d e s c o n t i n u i d a d e d o m a s c u l i n o t e r i a o e f e i t o d e f e r i r a mu l h e r n o s s e n t i me n t o s .
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E o f a z e m c o m r a z ã o p o i s a p e r d a d o c o n t r o l e e mo c i o n a l p o r p a r t e d o h o me m o t r a n s f o r ma e m
u m mo n s t r o s u i c i d a . D a í a i m p o r t â n c i a d a s l e i s q u e d e f e n d a m a i n t e g r i d a d e f í s i c a d a m u l h e r .
E s t a mo s c a r e n t e s , p o r é m, d e l e i s q u e p r o t e j a m a i n t e g r i d a d e e mo c i o n a l d o s h o me n s . O s c a s o s d e
h o me n s c a s a d o s o u s e p a r a d o s q u e s e q u e s t r a m e a s s a s s i n a m s u a s e s p o s a s e f i l h o s , s u i c i d a n d o - s e
e m s e g u i d a , o u d e j o v e n s s o l t e i r o s q u e ma t a m v á r i o s c o l e g a s d e e s c o l a ( n o s p e r i g o s o s s u r t o s d a
“battered man syndrome”) apontam para essa necessidade urgente. Se nada for feito, esses casos
15
46. Fogem e resistem para evitar que sua entrega provoque o
desinteresse do “perseguidor”.
i r ã o s e i n t e n s i f i c a r p e r i g o s a me n t e . O m a l i n s i s t e e s e f a z n o t a r a t é q u e s e j a e n c a r a d o
f r o n t a l me n t e .
8
E i s u m d o s mo t i v o s p e l o q u a i s r e p r o v o t o t a l m e n t e a c o n d u t a m a s c u l i n a a s s e d i a d o r a . O
assediador obtém resultados opostos aos almejados.
9
En tr etan to, sã o e xtrema me nte r á pida s par a r eag ire m corr e ta ment e à s su as pr ópr ias
ne ces si dades e moc iona is .
16
55. Não se compadecem pelo sofrimento masculino ocasionado pela
insatisfação sexual (consideram "frescura" ou "sem-
vergonhice").
56. Uma vez relacionadas com um homem, ficam atrás dele somente
se ele resistir mais do que elas, evitando buscar contato e sexo.
61. São atraídas pelo macho "diferente" que seja superior aos outros
em vários sentidos, principalmente na possibilidade de oferecer
segurança.
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68. Nos submetem e manipulam sem percebermos.
69. Nunca admitem que dão abertura para que outros a cortejem.
71. Não têm medo de jogar até o limite porque consideram que, se o
cara romper a relação, a ruptura aconteceu porque ele já não
prestava mesmo.
72. São afetadas pela nossa perda apenas depois que ela realmente se
efetiva.
77. Querem ser amadas por aqueles que sejam melhores em todos os
sentidos.
10
E s t a é u ma c a r a c t e r í s t i c a q u e t e n h o o b s e r v a d o mu i t o e m n o s s o s t e m p o s e u m a d a s r a z õ e s
p r i n c i p a i s p e l a s q u a i s o s c a s a m e n t o s n ã o d u r a m ma i s . A o u t r a r a z ã o p r i n c i p a l é a i n s a t i s f a ç ã o
d o h o m e m , q u e v a l o r i z a a s mu l h e r e s p e l a b e l e z a e p e l o d e s e mp e n h o s e x u a l .
11
R e f i r o - me à s c o n t r a d i ç õ e s a u t ê n t i c a s , q u e e s t ã o f o r a d o p o d e r d e c o n t r o l e c o n s c i e n t e , e n ã o à s
c o n t r a d i ç õ e s a p a r e n t e s , a l g u ma s d a s q u a i s s ã o s i mu l a d a s i n t e n c i o n a l m e n t e , a l g u m a s v e z e s d e
f o r ma c o n s c i e n t e e o u t r a s d e f o r m a i n c o n s c i e n t e .
18
80. Detestam adaptações 12.
12
D a í a i mp o r t â n c i a d e n ã o f o r ç á - l a s . R e j e i t a r mu d a n ç a s é u m a c a r a c t e r í s t i c a d o e g o .
19
2. As etapas do trabalho de encantamento de mulheres refratárias e
arredias
1
F o i E l i p h a s L é v i ( 1 8 5 5 / 2 0 0 1 ) q u e m p r i m e i r a me n t e me c h a m o u a a t e n ç ã o p a r a e s t e f a t o .
2
D e v o l v o , a s s i m , a s p r o v o c a ç õ e s d e K a r e n S a l m a n s h o n ( 1 9 9 4 ) q u e n o s c o mp a r a , e m s e u l i v r o
i n t e i r o , a c ã e s q u e d e v e m s e r d o me s t i c a d o s ( e l a o f a z d e f o r m a e x p l í c i t a e l i t e r a l ) . A p e s a r d e
t u d o , e s t o u me r e f e r i n d o s o m e n t e à s mu l h e r e s f ú t e i s , a q u e l a s q u e c o s t u m a m d e s p r e z a r o s
20
corresponderão serão apenas as muito “feias” e chatas 3 que se sentem
rejeitadas e não as melhores 4. Somente as desesperadas aceitam homens
assediadores.
Uma vez que tenha procedido assim, você a terá incomodado, como
poderá notar pelos seus gestos e movimentos (mexer os cabelos,
movimentar-se mais, mexer na roupa, falar alto para ser notada etc.).
Começará a ser observado, com a visão periférica ou focal. Surpreenda-a,
cumprimentando-a de forma ousada, destemida, antes que haja tempo para
pensar e olhando nos olhos de forma extremamente séria porém ainda assim
com certa indiferença. Se conseguir flagrá-la te olhando, não haverá outra
saída além de corresponder ao seu cumprimento. O contato terá sido
estabelecido. Em seguida, se quiser principiar uma conversa, fale em tom de
comando, com voz grave, e sempre atento a “contragolpes” emocionais,
brincadeirinhas de mau gosto, cinismo etc. Se perceber abertura, faça as
investidas mas com o cuidado de não ir além ou aquém do permitido. Se a
barreira ainda continuar em pé, isto é, se a mulher ainda assim manter-se
fechada, não dando nenhum sinal de abertura para uma investida, discorde
h o me n s s i n c e r o s , e n ã o à s d e ma i s . L i m i t o a i n d a e s t a o b s e r v a ç ã o e x c l u s i v a m e n t e a o c a m p o
a mo r o s o e n ã o a e s t e n d o p a r a o u t r o s c a mp o s .
3
Segundo as convenções sociais. Como a beleza não existe de um ponto de vista objetivo,
e n t e n d a - s e p o r “ fe i a s ” a q u e l a s q u e n ã o s e c o n s i d e r a m a t r a e n t e s a o p o n t o d e d e s p r e z a r e
d e s d e n h a r d o a mo r s i n c e r o d o s “ d e s i n t e r e s s a n t e s ” o u “ a p a g a d o s ” .
4
S e g u n d o a s me s ma s c o n v e n ç õ e s s o c i a i s . A s o c i e d a d e mo d e r n a s u p e r v a l o r i z a a b e l e z a f e m i n i n a
e c u l p a s o me n t e o s h o me n s p o r i s s o . M a s e m v e r d a d e , a s mu l h e r e s q u e s e o l h a m n o e s p e l h o e s e
c o n s i d e r a m “ b o n i t a s ” mu i t a s v e z e s s ã o a s p r i me i r a s a d e s p r e z a r e m e s e s e n t i r e m s u p e r i o r e s à s
mulheres e homens comuns.
5
N ã o s e t r a t a d e s i m u l a r ma s d e a d q u i r i r u m e s t a d o i n t e r n o d e n e u t r a l i d a d e v e r d a d e i r a q u e s e
revelará em suas atitudes.
21
de suas opiniões, provoque uma discussão mas não termine. Então ofereça
um número de telefone ou e-mail para continuá-la, dando prazo de espera.
6
O p r i me i r o a u t o r q u e m e n c i o n o u e s t a e s t r a t é g i a d a “ h o r r o r i z a ç ã o ” , p e l o q u e me l e mb r o , f o i
E l i p h a s L é v i . V á r i a s v e z e s p e n s e i e m s u b s t i t u i r e s t e t e r mo , p e l a s c o n f u s õ e s q u e p o d e s u s c i t a r ,
ma s a i n d a n ã o e n c o n t r e i e m n o s s a l í n g u a u m e q u i v a l e n t e ma i s a me n o . S e u s i g n i f i c a d o p r e c i s o ,
a q u i , é o d e s i mp l e s me n t e c o n t r a r i a r a s c o n v i c ç õ e s f e mi n i n a s a r e s p e i t o d o b e l o o u d o c o r r e t o e
n u n c a , j a ma i s , o d e a m e a ç á - l a o u e x p ô - l a a q u a i s q u e r p e r i g o s r e a i s o u i ma g i n á r i o s . E s t a
c o n t r a d i ç ã o d e v e t e r s e mp r e u m r e s u l t a d o f i n a l b e n é f i c o o u i n o f e n s i v o à mu l h e r e n u n c a
p r e j u d i c i a l . T r a t a - s e d e a l g o s e me l h a n t e a o q u e f a z e m o s m e n i n o s p o r i n s t i n t o p a r a i mp r e s s i o n a r
a s m u l h e r e s n a e s c o l a q u a n d o s i m u l a m q u e i r ã o c o m e r s a p o s , l a g a r t i x a s e t c . E l a s g r i t a m,
c o r r e m . . . e r i e m . N o f i l me “ C o n s e l h e i r o A mo r o s o ” ( T E N N A N T , 2 0 0 1 ) , c o m W i l l S m i t h , a
“ h o r r o r i z a ç ã o ” c a l c u l a d a e i n o f e n s i v a é d e s c r i t a p e l o t e r mo “ c h o q u e ” , i g u a l m e n t e p r o p e n s o a
má s i n t e r p r e t a ç õ e s , e h á u m e x e mp l o m u i t o i n t e r e s s a n t e a r e s p e i t o .
7
E portanto não estarão sendo sinceros e nem verdadeiros.
8
Sem exagero.
9
L é v i e s t á a p e n a s d e s c r e v e n d o o p r o c e s s o d a s e d u ç ã o / c o n q u i s t a , t a l c o mo s e d á n a v i d a r e a l ,
i n d e p e n d e n t e me n t e d o p e r p e t r a d o r t e r o u n ã o e s c r ú p u l o s , e n ã o r e c o me n d a n d o q u e s e c a u s e
p r e j u í z o s e mo c i o n a i s à p e s s o a s e d u z i d a . E m o u t r a s p a l a v r a s , e s t á a f i r m a n d o q u e a q u e l e q u e v a i
s e d u z i r i m p r e s s i o n a o p s i q u i s mo d a p e s s o a d e s e j a d a , d e f o r m a b o a o u má , i n o f e n s i v a o u
prejudicial.
22
po r mei o d a a bne ga ção e do pe r dã o; a s e guir, a va ida de s ecr eta l hes dirá qu e s er ia
e nca nta dor c onq uis tar o a mor de u m L ove lac e, a má - lo e lhe r es is ti r ; a o dizer q ue
qu is er a a má - lo, enr ube sc e, r en unc ia a i ss o mil v ez es mai s e a ca ba por a má - lo mi l ve ze s
ma is ; p os ter i or men te, q uan do chega o mo me nto s upre mo, se es quece d e res is tir- l he. "
( LÉ VI , 1855 /200 1, p. 337)
10
Sem ser agressivo e nem descontrolado.
11
I s s o s e r i a a s s é d i o . I n v e s t i r c o n t r a a g u a r d a f e c h a d a d e u ma mu l h e r é o me s mo q u e t e n t a r
f o r ç a r s u a v o n t a d e o u v i o l e n t a r s e u l i v r e a r b í t r i o , a l g o d e t e s t á v e l e q u e t e m c o mo e f e i t o a
aversão.
23
continuamente nos casamentos ou em outras relações duradouras. Em todas
as fases é preciso driblar as resistências 12 e devolver-lhe as conseqüências
de suas próprias decisões. A passagem das fases poderia ser sintetizada
mais ou menos dividida como segue:
12
N ã o i n s i s t i n d o c o n t r a a s me s ma s e b u s c a n d o c a mi n h o s a l t e r n a t i v o s .
24
3. Cuidados a tomar quando lidamos com mulheres espertinhas que
tentam trapacear no amor
Ob s. 1. N unc a ut ili ze es te s c onh ec ime ntos pa r a o mal ( se duz ir vár ias ao me s mo t e mpo,
e nga nar jo ven s vir gens, s e duz ir me no r es de idade etc .). Não qu eir a ban car o “ mac ho-
a lfa” ga ranh ão q ue c ome tod as poi s o des ti no de s te é s er a ssa ssi nado, c ontrair d oen ças
ve nér eas ou tor nar -s e i mp ote nte e m to dos o s s ent idos , in clusive o se xual, e s er
s ubs ti tuíd o p or ma cho s- b eta e m a s ce ns ão.
Ob s. 2. Es tas in for ma ções v isam a pe nas aj udar os be m i nte nci ona dos que são
de s favo r ec idos na ac irr a da c o mpe tiç ão pe las fê me as e não e st i mula r a pr o mis cu ida de
ma sc uli na. Se vo cê as util izar de for ma err a da, a c ulpa se rá t oda s ua.
4. Seja misterioso.
1
Sem enganá-la, contudo. Adquira verdadeiramente estas características.
2
E n ã o a t r a i ç o e . E s t e j a à a l t u r a d a c o n f i a n ç a q u e l h e f o r d e p o s i t a d a p a r a ma n t e r a r a z ã o d o s e u
lado caso ela atraiçoe os seus sentimentos.
25
11. Deixe-a falar sobre sexo, caso queira, e demonstre grande
conhecimento a respeito.
26
4. Como sobreviver no difícil jogo das forças magnéticas da sedução que
envolvem fêmeas 1 trapaceiras 2
1
A s e x p r e s s õ e s “ f ê me a ” , “ f ê me a h u ma n a ” , “ ma c h o ” , “ ma c h o h u m a n o ” e t c . s ã o u t i l i z a d a s e m
s e n t i d o b i o l ó g i c o e a n t r o p o l ó g i c o , t a l c o mo a s u t i l i z a m D e s mo n d M o r r i s , T h e o d o s i u s
D o b z h a n s k y ( 1 9 6 8 ) e o u t r o s a u t o r e s . E n t e n d o q u e o s s e r e s h u m a n o s p e r t e n c e m a o r e i n o a n i ma l e
f a z e m p a r t e d a c l a s s e d o s m a m í f e r o s ( ma ma l l i a ) e d a o r d e m d o s h o mi n í d e o s .
2
M a i s u ma v e z , r e f i r o - me a p e n a s à s t r a p a c e i r a s a m o r o s a s e n ã o à s d e ma i s .
3
P o i s o s s e r e s h u ma n o s d e a mb o s o s s e x o s , i n c l u i n d o o s d o s e x o f e m i n i n o , s ã o i n e r e n t e me n t e
infiéis. A infidelidade se origina de um desequilíbrio entre as forças do Id e do Superego, ou
s e j a , e n t r e o s i mp u l s o s d o i n c o n s c i e n t e e a s c a p a c i d a d e s d o e g o ( u s u a l ) d e r e s i s t i r - l h e .
27
9. Quando ela furar nos encontros, aceite as desculpas mentirosas e
furadas que receber no dia seguinte e faça de conta que
acreditou, ignorando, ou então vá para o outro extremo e
desmascare-a.
10. Nunca se iluda acreditando que descobrirá o que ela sente por
meio de perguntas ou conversas diretas sobre isso.
11. Seja indiferente aos jogos de aproximar e afastar que elas fazem
para nos deixar loucos.
4
E s t a c a r a c t e r í s t i c a t a mb é m e s t á p r e s e n t e n o s h o m e n s m a s p o r o u t r o s m o t i v o s e s o b o u t r a s
r o u p a g e n s . A c r e d i t o q u e h á , e m t o d o s e r h u ma n o c o mu m, u m l i m i t e n a c a p a c i d a d e d e s u p o r t a r a
v e r d a d e e d o q u a l s e o r i g i n a u m l i m i t e n a c a p a c i d a d e d e e x p r i mí - l a .
28
18. Adote conscientemente um comportamento que a agrade mas não
se condicione.
29. Não seja sempre grosseiro ou mal educado nos modos e reações,
somente um pouco e de vez em quando 6.
5
O q u e é l í c i t o p o i s , l e mb r e m- s e , e s t a m o s t r a t a n d o d e u ma mu l h e r t r a p a c e i r a n o a mo r e n ã o d e
u ma mu l h e r s i n c e r a .
29
33. Não entre de cabeça na relação, NUNCA!
35. Não fique atrás dela e nem se deixe ser atraído. Seja fascinante
para que ela fique atrás de você.
6
E n t r e t a n t o , j a ma i s d e v e mo s c e d e r à s p r o v o c a ç õ e s e a g r e d i r a mu l h e r p o r q u e i s s o n o s t i r a
t o t a l m e n t e a r a z ã o . E u ma v e z q u e n ã o t e n h a mo s m a i s a r a z ã o d e n o s s o l a d o , c o mo p o d e r e mo s
r e c l a ma r o u e x i g i r a l g o ?
7
Ou seja, não seja e nem se sinta o dono.
8
É u ma e x i g ê n c i a e mo c i o n a l d e l a s me s ma s . S e d e s c o b r e m q u e n ã o s ã o c a p a z e s d e f a s c i n a r o
h o me m, t o r n a m- s e t r i s t e s ( A L B E R O N I , 1 9 8 6 / s e m d a t a ) .
9
N ã o s e e n f u r e ç a l e i t o r , é a p e n a s u ma b r i n c a d e i r a . . .
30
42. Observe-a "de fora" (sem identificação) tentando captar seus
sentimentos.
10
É e x a t a me n t e e s t a a e x p r e s s ã o u t i l i z a d a p e l a e s c r i t o r a fe m i n i s t a K a r e n S a l ma n s h o n ( 1 9 9 4 ) ,
q u e r e c o me n d a l i t e r a l e e x p l i c i t a me n t e à s mu l h e r e m q u e a d e s t r e m o s h o me n s c o mo s e f o s s e m
cães.
31
58. Seja um espelho sem lhe dar muita abertura.
11
P o r t a n t o , j a ma i s t e n t e r e p r i m í - l a . Q u a l q u e r t e n t a t i v a d e p r o i b i r o u r e p r i mi r o c o mp o r t a m e n t o
f e mi n i n o o f e r e c e m o t i v o s i me d i a t o s p a r a e f i c i e n t e s p r o t e s t o s v i t i mi s t a s . V o c ê s e r á t a c h a d o d e
cruel, ditador, opressor etc. Não dê motivos, apenas devolva conseqüências. Tenha como meta
pessoal a adaptação absoluta à realidade.
32
5. Sobre o desejo 1 da mulher
1
E s t e c a p í t u l o s e r e f e r e a d e s e j o s i n c o n s c i e n t e s ma s q u e s e f a z e m s e n t i r p e n o s a m e n t e n a
c o n s c i ê n c i a d o h o me m p o r s e u s e f e i t o s c o n c r e t o s . M a i s u ma v e z , n ã o d e v e mo s g e n e r a l i z a r . A s
c o n c l u s õ e s a q u i d e s c r i t a s s e l i mi t a m a u m a p e r s p e c t i v a a m a i s d a r e a l i d a d e a s e r c o n s i d e r a d a .
Devo lembrar ao leitor que o inconsciente, em ambos os sexos, é a fonte de onde brotam os
p e s a d e l o s d o i n f e r n o e o s s o n h o s ma r a v i l h o s o s d o c é u .
2
O p r ó p r i o F r e u d c o n f e s s o u s u a i mp o t ê n c i a p e r a n t e e s t e p r o b l e m a .
3
Entretanto, esta ocultação nem sempre é consciente. Parece-me que na maioria das vezes a
p r ó p r i a m u l h e r a s n e g a p a r a s i m e s ma .
4
A c o mp a r a ç ã o c o m o u t r o s ma m í f e r o s p a r e c e - me i n e v i t á v e l . P o d e mo s i d e n t i f i c a r s e me l h a n ç a
e m c o mp o r t a m e n t o s d e g ê n e r o e n t r e o s v á r i o s m a mí f e r o s , p a r t i c u l a r me n t e e n t r e o s p r i ma t a s e o
33
homens excluídos do critério seletivo das mulheres são como os cavalos
rejeitados que jamais se acasalam. Algo muito semelhante acontece entre
leões, entre os gorilas e outros animais.
h o me m. O m e s m o c o mp o r t a m e n t o a q u i d e s c r i t o e n t r e o s e q ü i n o s é a t r i b u í d o p o r D O B Z H A N S K Y
( 1 9 6 8 ) a o s h o m i n í d e o s a n c e s t r a i s d o h o me m. D o b z h a n s k y a c r e s c e n t a a i n d a q u e , n e s s e s c a s o s , o s
ma c h o s - b e t a f i c a m à m a r g e m d o g r u p o , à e s p e r a d o mo me n t o e m q u e p o s s a m a t a c a r o ma c h o -
a l fa e d e s t r o n á - l o . U ma h i p ó t e s e m u i t o p r ó x i ma f o i d e f e n d i d a p o r F r e u d ( 1 9 1 3 / 1 9 7 4 ) .
34
de função e utilidade. Nossa falta não é sentida fora de um contexto
utilitarista.
35
sem fazer barulho e nem esforço, como se não quisesse fazê-lo. Seja mais
temível do que amável 5. Impressione-a sem alarde, por caminhos contrários
àqueles que todos trilham. Aproxime-se sem medo mas com indiferença,
olhe fixamente nos olhos para atemorizar 6 e em seguida dê alguma ordem
protetora, ignore partes interessantes do corpo à mostra, discorde, ataque
seus pontos de vista equivocados, espante-a, “horrorize-a” 7 com seus
argumentos sólidos, escandalize-a, deixe-a emocionalmente indefesa 8 e
surpreenda protegendo com indiferença. Não tema a aproximação e nem a
perda. Arrisque-se. Saiba dosar a exposição à perda com maestria. Amarre-
a 9, faça com que pense continuamente em você. Habite seus pensamentos e
suas lembranças como um fantasma, 10 como ela faz com você. Não tente
atravessar as barreiras pelos caminhos que todos tentam, penetre a fortaleza
pelas passagens que estão desguarnecidas por não serem notadas pelos
idiotas. Saiba perceber o momento de se aproximar e de afastar, de mostrar
desinteresse e interesse, de repudiar e acolher. Não se mecanize em um
padrão como se fosse um robô. Acima de tudo, esteja seguro e ame a si
mesmo.
5
A r e s p e i t o d o t e mo r e a mo r , v e j a - s e M a q u i a v e l ( 1 5 1 3 / 1 9 7 7 ; 1 5 1 3 / 2 0 0 1 ) e E l i p h a s L é v i
(1855/2001).
6
D e f o r ma s a u d á v e l . V i d e a n o t a s o b r e a “ h o r r o r i z a ç ã o ” c a l c u l a d a .
7
R e f i r o - me à “ h o r r o r i z a ç ã o ” c a l c u l a d a .
8
R e f i r o - me a p e n a s a o c a s o e m q u e i s s o s e j u s t i f i c a c o mo l e g í t i m a d e f e s a e mo c i o n a l , o u s e j a ,
q u a n d o e l a t e n t a r r e b a i x a r s u a a u t o - e s t i ma , r i d i c u l a r i z á - l o , d e s p r e z á - l o e t c .
9
P e l o s s e n t i m e n t o s , f a z e n d o e l a g o s t a r d e v o c ê . “ A mu l h e r t e a c o r r e n t a a t r a v é s d e t e u s d e s e j o s .
Sê senhor dos teus desejos e acorrentarás a mulher.” (LÉVI, 1855/2001, p. 73)
10
O b v i a m e n t e , t r a t a - s e d e u ma m e t á f o r a .
11
A b a i x a e s t a t u r a p a r e c e s e r l i d a p e l a s mu l h e r e s c o mo u m s i n a l d e i n f e r i o r i d a d e ma s c u l i n a ,
infelizmente. Isso significa que os homens baixos terão que compensar esta característica com
o u t r a s q u e e x e r ç a m e f e i t o d e a t r a ç ã o . E n t r e d o i s h o me n s q u e l h e p a r e ç a m a b s o l u t a m e n t e i g u a i s
e m t u d o , a mu l h e r o p t a r á p e l o ma i s a l t o .
36
superioridade: as operárias desejam o dono da empresa, as pacientes
desejam o médico, as alunas desejam o professor, as fãs desejam o artista,
as baixas desejam os altos e as altas desejam os mais altos ainda! As alemãs
desejavam Hitler e as russas, Stalin (ALBERONI, 1986/sem data). Quanto
maior for a distância, maior será o desejo, o que explica os gritos histéricos
e desmaios de mulheres em shows. Os “inferiores” 13 são rejeitados. A
superioridade é definida pelo contexto social.
12
À s v e z e s u t i l i z o t e r m o s “ c r u s ” p o r q u e me u p ú b l i c o a l v o s ã o o s h o m e n s h e t e r o s s e x u a i s
adultos. Não tenho porque ser delicado.
13
A o s o l h o s fe m i n i n o s , o b v i a m e n t e .
14
Os cafajestes são autênticos estelionatários emocionais. Nessahan Alita não aprova a sua
c o n d u t a m a s i n f e l i z me n t e o b s e r v o u q u e e l e s s ã o b e m s u c e d i d o s c o m a s mu l h e r e s . P r o v a v e l me n t e
p o r mo t i v o s i n c o n s c i e n t e s , e l a s p a r e c e m t e r p r e d i l e ç ã o e s p e c i a l p o r e s t e t i p o d e h o me m, f a t o
que as prejudica.
37
de ser compreensivo por não se importar com o que sua parceira faz ou com
quem anda, já que possui muitas outras e não quer compromisso. A procura
somente para o sexo e a esquece por um longo tempo em seguida, fazendo-a
oscilar entre a esperança e o desespero. Não a bajula, não é pegajoso. É
distante e misterioso, já que precisa ocultar sua vida, suas intenções e o que
faz. Tem todos os ingredientes de um amante perfeito e mau-caráter,
infelizmente.
15
É i s s o o q u e a o b s e r v a ç ã o l i v r e d e p r e c o n c e i t o s t e m m e r e v e l a d o a t é o mo me n t o ( e e s t o u
a b e r t o e mo d i f i c a r e s t a c o n c e p ç ã o d e s d e q u e me p r o v e m ) . S e n d o a s s i m, o h o m e m q u e f a l a e m
t o m d e c o m a n d o n ã o a s e s t á a g r e d i n d o e mo c i o n a l me n t e m a s a t e n d e n d o a u ma s o l i c i t a ç ã o .
38
casamento são procurados os bons, fiéis, honestos e trabalhadores. Logo, a
melhor parte muitas vezes é destinada aos que não prestam e a pior é
destinada aos politicamente corretos.
39
a atenção e gentilezas deste. Se enfurecem e se irritam terrivelmente porque
o desejo insatisfeito de rejeitá-lo e, ao mesmo tempo, não serem rejeitadas
as traga vivas por dentro 16.
16
E s t a t e n d ê n c i a i n c o n s c i e n t e l h e s é e x t r e ma me n t e p r e j u d i c i a l p o r q u e a s i mp e l e a p e r s e g u i r
a q u e l e s q u e a s r e j e i t a m e , a o me s mo t e mp o , i mp e d e q u e s e s i n t a m a t r a í d a s p o r a q u e l e s q u e a s
a ma m e d e s e j a m . S e e s t e s ú l t i m o s d e s p e r t a s s e m v i o l e n t a me n t e o d e s e j o f e m i n i n o , o e n c o n t r o
d o s s e n t i me n t o s , t ã o s o n h a d o p e l a h u ma n i d a d e d e s d e o s p r i m ó r d i o s , s e r i a p o s s í v e l . P o r é m, s o u
incapaz de antever que conseqüências isso teria.
40
A necessidade de se sentirem desejadas as mobiliza para o clássico
jogo de atrair e repelir, provocar e rejeitar.
17
Para prejudicar a relação e torná-la pior.
18
R e fi r o - m e a o d o mí n i o d a l i d e r a n ç a , c o n v e r g e n t e c o m o s d e s e j o s e n e c e s s i d a d e s d a mu l h e r e
não à coerção física ou psicológica que se contrapõe a estes. Trata-se de um domínio liderante e
c o n s e n t i d o , q u e a l e v a a s e n t i r - s e p r o t e g i d a e s e g u r a c o mo u m a c r i a n ç a . P a r a f i c a r ma i s c l a r o :
u ma f o r ma d e d o m í n i o a u t o r i z a d o e m q u e o h o me m o r d e n a e x a t a m e n t e a q u i l o q u e a mu l h e r
n e c e s s i t a e o f a z p a r a o b e m d e l a . A t e n t a t i v a d e d o mi n a ç ã o c o e r c i t i v a p o r p a r t e d o h o me m
l e g i t i ma i n f e r n i z a ç õ e s e m o c i o n a i s p o r p a r t e d a mu l h e r c o mo f o r ma d e d e f e s a . O e x e r c í c i o n ã o
c o n s e n t i d o o u e g o í s t a d o p o d e r ma s c u l i n o i n t e n s i f i c a o s d r a ma s e m o c i o n a i s e p i o r a a r e l a ç ã o .
Q u a n t o a o e x e r c í c i o c o n s e n t i d o d o p o d e r , é o q u e c o n s a g r a t o d a s o c i e d a d e d e mo c r á t i c a ( o c a s a l
é u ma f o r ma d e s o c i e d a d e ) . O c o n t r á r i o d i s s o s e r i a a a n a r q u i a . S a b e - s e q u e t o d a s a s s o c i e d a d e s
h u ma n a s d e mo c r á t i c a s a d o t a m o e x e r c í c i o c o n s e n t i d o d o p o d e r , p o s s u e m h i e r a r q u i a s e
a u t o r i d a d e s , a s q u a i s e x e r c e m o d o m í n i o q u e l h e s c a b e . A r e c u s a e m e x e r c e r e s t e d o mí n i o , p o r
p a r t e d a s a u t o r i d a d e s , c a r a c t e r i z a r i a u ma o mi s s ã o q u e p r o v o c a r i a p r o t e s t o s e a t é o c a o s s o c i a l .
É n e s t e s e n t i d o q u e a B í b l i a ( I C o r í n t i o s , 7 , 1 - 4 0 ; I P e d r o , 3 , 3 - 7 e I T i mó t e o , 2 , 1 - 1 5 ) o r d e n a
à s m u l h e r e s q u e s e j a m s u j e i t a s a o s m a r i d o ( e n ã o e m u m s e n t i d o o p r e s s o r c o mo i n t e r p r e t a m
e r r o n e a m e n t e o s i n i mi g o s d o c r i s t i a n i s mo ) e p r e v ê p u n i ç õ e s p a r a o a b u s o d e p o d e r d e s t e ú l t i m o .
O p o d e r d e v e s e r e x e r c i d o c o r r e t a me n t e , v i s a n d o o b e m c o mu m ( d a s o c i e d a d e c o mo u m t o d o , d a
f a mí l i a o u d o c a s a l ) p o r p a r t e d a q u e l e q u e l i d e r a . É s a b i d o q u e , n a g í r i a p o p u l a r , a s m u l h e r e s
rotulam como “bananas” aqueles que se recusam a exercer o poder que lhes cabe na relação a
d o i s , p r e fe r i n d o s u b me t e r - s e e o b e d e c e r a p a r c e i r a . A s s i m, d i z e m, “ f u l a n o é u m b a n a n a p o i s
d e i x a q u e e u ma n d e e d e s m a n d e n e l e ! ” E s t a q u a l i f i c a ç ã o d o s s u b m i s s o s c o mo “ b a n a n a s ”
e v i d e n c i a a s o l i c i t a ç ã o d e u ma p o s t u r a m a s c u l i n a d o mi n a n t e . É a e s t a mo d a l i d a d e d e d o m í n i o
q u e m e r e f i r o e m me u s l i v r o s e n ã o a o d o mí n i o c o e r c i t i v o e n e m o p r e s s o r . É u m d o m í n i o
e x e r c i d o s o b r e a mu l h e r , p o r s e u s e f e i t o s , m a s a n t e s d i s s o é e x e r c i d o s o b r e o p s i q u i s mo d o
h o me m. A s mu l h e r e s s ã o u n â n i me s e m a f i r ma r q u e d e t e s t a m s e r l i d e r a d a s , ma s s e c o n t r a d i z e m
q u a n d o t o ma m a t i t u d e s q u e i n f e r n i z a m o h o m e m s u b mi s s o , s o l i c i t a n d o d o mí n i o e l i d e r a n ç a , e
q u a n d o s e m o s t r a m v i o l e n t a me n t e a t r a í d a s p e l o s l í d e r e s e , d e f o r m a g e r a l , p o r t o d o s o s h o me n s
q u e s e d e s t a q u e m c o mo o c e n t r o d o c í r c u l o s o c i a l n o q u a l e s t ã o i n s e r i d a s . É m u i t o ma i s c ô mo d o
e seguro ser liderado do que liderar. Os riscos e perigos da responsabilidade pesam muito mais
sobre os líderes do que sobre os liderados e esta é uma das razões pelas quais as mulheres
e x i g e m o d o mí n i o ma s c u l i n o e s e n t e m d e s p r e z o p e l o s c a p a c h o s . E n t r e t a n t o , s e a l i d e r a n ç a f o r
desastrosa, aquele que a exerceu será infernizado até a beira da loucura. É um duplo peso: além
d e a r c a r c o m o i n c ô m o d o d a l i d e r a n ç a , a q u e l e q u e l i d e r a n ã o p o d e c o me t e r e r r o s a o d o m i n a r e
liderar.
41
Quando um povo invade e conquista o território de outro, dominando-
o, as fêmeas do povo dominado se entregam ao povo dominador. O fazem
não somente por serem obrigadas à força, como parece à primeira vista, mas
também por se sentirem atraídas pelos machos que detém o poder. Isto pode
ser comprovado ao se observar, por exemplo, como as brasileiras se
comportam em relação a turistas norte-americanos ou europeus. O inverso
não ocorre: as fêmeas do povo dominante não se sentem muito atraídas
pelos machos do povo dominado. Excetuando-se os casos especiais, a
tendência geral confirma minha hipótese.
19
Eis outra prova de que as características descritas aqui são inconscientes.
42
sua ausência e não sentirá nenhuma saudade ou falta de sexo a menos que se
veja exposta a algum perigo ou dificuldade. O apaixonado não é valorizado
porque está sempre disponível. O mesmo vale para o assediador.
20
N ã o me r e f i r o a o s p s i c o p a t a s q u e a s s e d i a m s e m s e r e m p r o v o c a d o s e i n s i s t e m c o n s c i e n t e me n t e
c o n t r a o s d e s e j o s e v i d e n t e s d a mu l h e r d e ma n t ê - l o s d i s t a n t e s ma s s i m a o s h o me n s d e s a s t r a d o s
q u e o f a z e m p o r a c r e d i t a r e m q u e e s t ã o a g r a d a n d o o u q u e t e n h a m a l g u m a c h a n c e c o m a mu l h e r
d e s e j a d a . G e r a l me n t e t a l c o n f u s ã o o c o r r e p o r d o i s mo t i v o s : a ) o a s s e d i a d o r i n t e r p r e t a
e r r o n e a m e n t e o s s i n a i s e n v i a d o s p e l o c o mp o r t a m e n t o f e m i n i n o ; b ) a mu l h e r e n v i a ,
p r o p o s i t a l me n t e o u n ã o , s i n a i s i n d i c a n d o e s t a r i n t e r e s s a d a q u e m a n t ê m, a s s i m , a s e s p e r a n ç a s d o
infeliz.
21
A s o c i e d a d e c o n v e n c i o n o u , i n f e l i z me n t e , q u e a s mu l h e r e s p e r d e m a b e l e z a à m e d i d a e m q u e
envelhecem e até hoje se recusa a relativizar o belo.
43
servem para nada além de trabalhar, prover e levar chifres. Ao assumirem
um papel passivo na relação, comunicam que são exemplares inferiores 22 da
espécie, portadores dos piores genes e, portanto, inadequados ao
acasalamento. Conseqüentemente, as fêmeas não sentem pelos mesmos
nenhuma excitação sexual. Quando os submissos se casam, recebem apenas
uma quantidade racionada de favores eróticos, o mínimo para não se
rebelarem contra o adestramento.
22
T r a t a - s e d e u m a ma n i f e s t a ç ã o d o p r o c e s s o d e s e l e ç ã o n a t u r a l d e s c r i t o p o r D a r w i n .
23
P o i s o i n c o n s c i e n t e n ã o s e g u e o q u e c o n v e n c i o n a mo s s e r a l ó g i c a .
44
Há duas formas de frieza e domínio: a protetora e a exploradora-
opressora. A primeira as beneficia e é desejada por atender às necessidades
biológicas e sociais da mulher. A segunda as atemoriza, provoca ódio e
repulsa. Abusamos da segunda forma no passado 24 e hoje sofremos as
conseqüências terríveis. Somos odiados porque, quando tivemos o poder na
mão, o utilizamos de forma errada. Só nos resta agora corrigir o erro.
24
E s t e f o i o e r r o d o m a c h i s mo e x t r e m i s t a . A o f a z ê - l o , f o r n e c e u r a z õ e s d e s o b r a à r e b e l d i a d a s
mu l h e r e s . O r e s u l t a d o d a e v o l u ç ã o d e s t e p r o c e s s o d e a b u s o d e p o d e r f o i o n a s c i me n t o d o
f e mi n i s m o .
25
P a r a e v i t a r q u a i s q u e r c o n f u s õ e s , d i f e r e n c i e m o s t o t a l me n t e o d o m í n i o d a d o m i n a ç ã o . N e s t e
l i v r o , s u g e r i mo s a o h o m e m a p e n a s o d o mí n i o d e s i , d a s i t u a ç ã o q u e e n v o l v e a a mb o s o s
p a r c e i r o s , d a r e l a ç ã o e , q u a n d o s o l i c i t a d o e c o n s e n t i d o , d a mu l h e r ( n o s e n t i d o p u r a me n t e
a mo r o s o d a p a l a v r a e e m n e n h u m o u t r o – s o u t o t a l me n t e c o n t r á r i o à d o m i n a ç ã o d a me n t e a l h e i a
c o m q u a i s q u e r f i n s q u e s e j a m) . E s t a i d é i a d e d o mí n i o ( e n ã o d e d o mi n a ç ã o ) s u s c i t o u m u i t a s
c o n t r o v é r s i a s . O d o mí n i o c o n s e n t i d o , t r a t a d o a q u i , é n a v e r d a d e r e s u l t a d o n a t u r a l d a r e n ú n c i a à
d o mi n a ç ã o c o e r c i t i v a . A d o mi n a ç ã o c o e r c i t i v a é o p r e s s o r a . A o r e n u n c i a r m o s d e f o r ma c o m p l e t a
e v e r d a d e i r a à d o m i n a ç ã o c o e r c i t i v a , g e s t a - s e n a mu l h e r u m s e n t i me n t o d e v u l n e r a b i l i d a d e
( d e s p r o t e ç ã o ) q u e a l e v a a s o l i c i t a r i n c o n s c i e n t e me n t e p o s t u r a s ma s c u l i n a s d o mi n a n t e s . E s t a
s o l i c i t a ç ã o s e e x t e r i o r i z a s o b a f o r ma d e c o mp o r t a me n t o s p r o v o c a t i v o s , d e s a f i a d o r e s e
irritantes. Isso parece ter relação com o complexo de Elektra ou, pelo menos, estar de alguma
f o r ma v i n c u l a d o à q u e s t ã o p a t e r n a .
26
C o mo a c o n t e c i a q u a n d o e l a e r a c r i a n ç a e m r e l a ç ã o a o p a i . N o v a me n t e o m e s m o c o mp l e x o .
45
que são portadores dos melhores genes no sentido da sobrevivência animal,
uma vez que não buscam o amor de ninguém para serem felizes 27. Isto
explica porque os vilões, mafiosos, famosos, empresários inescrupulosos e
poderosos possuem tantas mulheres lindas. Explica ainda porque os bons
maridos normalmente recebem apenas um mínimo em termos sexuais e
porque as esposas não sentem por estes últimos grandes paixões ou
excitações.
27
T r a t a - s e d e u ma r e m i n i s c ê n c i a a n c e s t r a l d o s p r i m a t a s h o mi n í d e o s , e n t r e o s q u a i s o m a i s
poderoso e inteligente para fazer frente ao mundo hostil e selvagem era o melhor protetor
(DOBZHANSKY, 1968). Suspeito que vida civilizada tenha invertido ou destoe o sentido do
c r i t é r i o s e l e t i v o f e mi n i n o .
46
quando mas também, e talvez principalmente, fazê-las chorar com certa
freqüência.
28
H á u ma i l o g i c i d a d e a p a r e n t e e u m a i l o g i c i d a d e r e a l . A mb a s p o d e m s e r o u n ã o s e r
i n c o n s c i e n t e s e i n t e n c i o n a i s . H á c a s o s e m q u e a mu l h e r q u e r a p e n a s p a r e c e r i l ó g i c a s e m s ê - l o
d e fa t o , ma s n ã o e s t á c o n s c i e n t e d e t a l d e s e j o . N e s t e c a s o , a i l o g i c i d a d e s e r v e a u ma m e t a
lógica mais profunda. Há outros casos em que ela é realmente ilógica. Este último caso resulta
d e d e s e j o s c o n t r a d i t ó r i o s e mu t u a m e n t e e x c l u d e n t e s . M a s e m a mb o s o s c a s o s p o d e m h a v e r
r e s í d u o s v a r i á v e i s d e c o n s c i ê n c i a . N ã o p o d e m o s s a b e r n a d a s o b r e a c o n s c i ê n c i a i me d i a t a d o
outro.
47
6. As torturas psicológicas
“A os t rez e a nos, o corre u ma r eve la dora dife r enç a e ntre os sexo s: as me n ina s s e
to r na m ma i s ca pazes do q ue os me nino s de pla ne jar ar dil os as tát ic as agr es si va s c o mo,
po r e xe mpl o, i so lar os out r os, faz er fut r icas e co me te r v ing anc inh as dis s i mula da s. Os
me nino s, e m ge r al , c ont inua m b r igue nto s, ig nor a ndo a uti liz ação de es tr a té gias mai s
s uti s. Ess a é a pen as uma da s mu i ta s fo r mas co mo os me n inos – e, d epo is, os ho me ns –
s ão me nos s ofi st ica dos que o sexo opos to nos at alh os da vida a fet iva . ” ( GOLEMAN,
19 97, p. 145 )
1
Essa s "t or tu r as " s ão uma da s ex pres s õe s do amo r s ádi co de scr ito por Fr o mm ( 1976 ).
2
R e f i r o - me a o d o mí n i o e mo c i o n a l q u e r e s u l t a n a t u r a l me n t e d a r e n ú n c i a ma s c u l i n a a t o d a f o r m a
d e d o mi n a ç ã o c o e r c i t i v a .
3
R e f i r o - me à s e v e r i d a d e q u e o h o m e m d e v e e x e r c e r s o b r e s i m e s m o p a r a e d u c a r s u a v o n t a d e .
48
é na verdade um simples mortal comum. Ela então se desencanta e perde o
interesse. Desiludida, passa a detestá-lo e a atormentá-lo psicologicamente
(ALBERONI, 1986/sem data):
4
P o r mo t i v a ç õ e s i n c o n s c i e n t e s j á q u e o i n c o n s c i e n t e n ã o o b e d e c e à s r e g r a s mo r a i s .
49
Por serem psicológicas, as estratégias femininas de ataque e
retaliação raramente são admitidas. Ocultam-se muito bem dos olhos
comuns que apenas sabem enxergar o externo, o físico. Não obstante, são
altamente eficazes na indução do sofrimento alheio.
5
No sentido dado pelos dicionários Michaelis(1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
50
Uma forma muito comum de torturar é por meio de atitudes suspeitas
que provocam ciúmes. As etapas desse processo de tortura mental são as
seguintes:
6
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
51
mantê-lo neste estado durante os próximos dias. É que elas gostam de nos
ver assim, desesperados, porque isso lhes dá um mórbido prazer associado à
sensação de que há um trouxa que as esperará por toda a vida. Entretanto,
esta modalidade de prazer não as preenche enquanto mulheres e você será
considerado um macho secundário e desinteressante caso se mostre assim,
um mero sobressalente guardado de reserva para o último caso. O primeiro
da lista será aquele que não der muita bola sem se deixar polarizar na
frieza. Se você cometeu este erro de ser ciumento, para corrigí-lo é
necessário desfazer a crença que foi criada. Este padrão comportamental
feminino de afastar-se quando o macho está enciumado ou carente também
pode ser muito útil quando você estiver de saco cheio e quiser sossego por
alguns dias: basta simular uma cena assim e você será deixado em paz. Mas
não se esqueça: se com o passar dos dias você não confirmar com sinais
adicionais a crença que induziu, sua companheira virá desesperada atrás de
você.
52
Em síntese, os mecanismos de tortura consistem em atiçar nossa
dúvida, nosso impulso sexual e nossos sentimentos amorosos ao máximo
mas nunca satisfazê-los. Quando resolvem satisfazê-los, o fazem por se
sentirem ameaçadas 7, movidas pela idéia de que estão perdendo o domínio,
mas mantendo a expectativa de que mais à frente poderão nos lançar na
insatisfação prolongada novamente. O desejo erótico e o sentimento de
amor (entendido aqui como apaixonamento e apego) são normalmente as
principais ferramentas usadas, sendo as demais raramente empregadas a não
ser em associação direta com estas ou em casos excepcionais. A excitação
não satisfeita promove um estado de desconforto que pode ser prolongado
ao máximo. É por este motivo que o ódio, a rejeição ou a indiferença reais
por parte do homem as atemoriza: as tornam impotentes. O ódio não é
recomendável 8. A indiferença 9 sim e esta pode ser conquistada quando
eliminamos todos os egos relacionados com paixão, apego, luxúria, afeto
etc.
7
Em seu poder sobre nós
8
F a ç o q u e s t ã o d e s u b l i n h a r e s t a r e c o me n d a ç ã o . O ó d i o é o r i g e m d e i n ú me r a s p s i c o p a t o l o g i a s e
a q u e l e s q u e o c u l t i v a m, i n d e p e n d e n t e m e n t e d e e s t a r e m o u n ã o c o m a r a z ã o , c o n d e n a m - s e a v i v e r
o i n f e r n o n a a l ma . O s i s t e ma n e r v o s o e o s i s t e m a i mu n e s e i n f l u e n c i a m r e c i p r o c a me n t e
( G O L E M A N , 1 9 9 7 ) , o q u e fa z c o m q u e e m o ç õ e s n e g a t i v a s , t a i s c o mo o ó d i o , a l t e r a m a
qualidade e a intensidade da resistência corporal, provocando doenças. Um estudo no Reino
U n i d o r e v e l o u q u e a s d e s i l u s õ e s a mo r o s a s a u me n t a m o í n d i c e d e d o e n ç a s c a r d í a c a s ( B U S T V ,
2007)
9
Nos casos em que isso se justifica pela tentativa da outra pessoa brincar com os nossos
s e n t i me n t o s .
10
O u s e j a , s e m d e i x a r - s e d i s s u a d i r p o r ma n i p u l a ç õ e s s e n t i m e n t a i s .
11
O q u e é m u i t o ma i s n o b r e e n ã o é c o v a r d e c o mo o a t o a g r e d i r .
53
desmascarar com a velocidade de um raio. Se a denúncia for adiada, se
transformará em mera discussão e a oportunidade terá sido perdida. Não
deixe jamais o desmascaramento para depois porque não surtirá o mesmo
efeito devido às artimanhas femininas para evasão dos problemas da relação
amorosa. O problema aqui consiste no fato de que somos lentos, por sermos
mais racionais, enquanto nossas amigas são velozes por se moverem e se
motivarem apenas por sentimentos 12. Para superar esta deficiência de
velocidade, basta que nos acostumemos a esperar o pior 13. Deste modo,
estaremos um passo à frente, adiantados na percepção das artimanhas
alheias.
12
A i n t e l i g ê n c i a e m o c i o n a l é m u i t o ma i s r á p i d a d o q u e a i n t e l e c t u a l e a s mu l h e r e s s u p e r a m o s
h o me n s n e s s e c a m p o . O i n t e l e c t o é l e r d o , r e t a r d a t á r i o . L o g o s é u ma f u n ç ã o p r e d o m i n a n t e n o
h o me m e E r o s a f u n ç ã o p r e d o m i n a n t e n a mu l h e r ( J U N G , 2 0 0 2 ) .
13
D e o u t r a f o r m a , t a l v e z m a i s a c e r t a d a , p o d e r í a mo s d i z e r : e s p e r a r t u d o , t a n t o n o q u e s e r e f e r e
a o b e m c o mo n o q u e s e r e f e r e a o ma l , o u e n t ã o n ã o e s p e r a r n a d a , o q u e é q u a s e a m e s m a c o i s a .
A a g r e s s i v i d a d e é u ma f u n ç ã o i n c o n s c i e n t e h u ma n a n a t u r a l ( F R E U D , 1 9 1 3 / 1 9 7 4 ) e m s u a s v á r i a s
mo d a l i d a d e s . T o d o s o s s e r e s h u ma n o s a g r i d e m , a i n d a q u e n ã o s a i b a m d i s s o o u n ã o a c e i t e m .
14
I s s o j á n ã o é a t u a l me n t e ma i s v á l i d o p a r a a l g u n s p a í s e s . E n t r e t a n t o , a s l e i s a i n d a n ã o
r e c o n h e c e m a v i o l ê n c i a e mo c i o n a l a mo r o s a p e r p e t r a d a p o r mu l h e r e s c o n t r a h o me n s , m a s a p e n a s
p o r h o me n s c o n t r a m u l h e r e s . É u m r e f l e x o d o p r e c o n c e i t o g e n e r a l i z a d o c o n t r a o g ê n e r o
ma s c u l i n o ( C R E V E L D , 2 0 0 4 ) .
15
Q u e s e r e l a c i o n a e s t r e i t a me n t e a o c o mp l e x o d a i n v e j a d o P ê n i s ( F r e u d ) .
54
as verá elogiando a importância que temos ou admitindo a dependência que
possuem de nossa proteção. Conclui-se, portanto, que nossas manipuladoras
sofrem inconscientemente com ódio e inveja, não aceitando sua natural
condição diferente da masculina, e sentem um prazer sádico em nos
atormentar, razão mais do que justa para nos defendermos mediante a
eliminação de nossas fraquezas internas e dar-lhes algumas liçõezinhas.
55
7. A ultrapassagem das defesas emocionais em mulheres fechadas à
aproximação e ao contato
1
R e f i r o - me à s a r r o g a n t e s e e s n o b e s e n ã o à s h u m i l d e s , g e n t i s e s i n c e r a s .
56
Vejamos o que acontece. Dada a duplicidade do significado atribuído
ao sexo, diante do desejo masculino as fêmeas visualizam duas
possibilidades: uma que desejam e outra contra a qual sentem um horror
instintivo. A possibilidade que desejam é a de serem amadas e a que
detestam é a de serem violentadas(ALBERONI, 1986/sem data). Esta última
é a que as torna tão propensas à histeria. O medo inconsciente de serem
violentadas é que as leva a rejeitar os fracassados, os incapazes de seduzí-
las, os tímidos, os pegajosos, os infantilizados e, de um modo geral, todo
assediador ou perseguidor (ALBERONI, 1986/sem data). Esta contradição
as torna desconcertantes pois temem e desejam ao mesmo tempo
(ALBERONI, 1986/sem data). A contradição de sentimentos, inerente à
contradição das possíveis conseqüências do desejo masculino, as leva a agir
de um modo paradoxal que não nos permite saber o que realmente querem.
A mínima suspeita de alguma intenção de violência sexual pode
desencadear uma crise histérica que originará uma cadeia social hostil
contra o assediador. Todo cuidado é pouco para não sermos confundidos
com um fracassado e aí reside o problema pois temos que nos aproximar,
travar contato e conquistá-las sem assediar 2. Daí a importância de sabermos
ler corretamente os sinais, de jamais insistir contra as resistências, de
sabermos nos aproximar com certa dose de hipocrisia (LÉVI, 1855/2001) 3,
sem transmitir que estamos desesperados, e nunca forçarmos absolutamente
nada. Temos que atravessar apenas as passagens que nos são abertas. Mas as
passagens não serão abertas se não ocultarmos nosso desejo. O desejo
masculino explícito causa medo, aversão e nojo (ALBERONI, 1986/sem
data), ao contrário do que pensam os ignorantes. É repulsivo. É por isso que
se você mostrar seu pênis em público irá para a cadeia imediatamente
enquanto que sua vizinha, se tirar a roupa no centro da cidade, será apenas
levada ao médico carinhosamente 4. O desejo masculino explícito fecha a
passagem à intimidade.
2
E sem violentar suas emoções.
3
R e f e r e - s e a u m a f o r ma d e h i p o c r i s i a s a u d á v e l , c o n h e c i d a p o p u l a r m e n t e p o r “ c a r a - d e - p a u ” .
4
“ O h o me m mo s t r a o p ê n i s p a r a e x c i t a r e a mu l h e r g r i t a ” ( A L B E R O N I , 1 9 8 6 / s e m d a t a )
57
Na mente feminina há uma abertura constante, uma passagem que
nunca se fecha. Um sedutor hábil rapidamente a identifica e a utiliza. Trata-
se da abertura para a intimidade "sem malícia" com um homem que
convença que é desinteressado, sem segundas intenções, sem objetivos
sexuais mas ao mesmo tempo protetor e dominante. Paradoxalmente, quanto
mais ocultamos a intenção sexual, mais abertura para uma intimidade
"inocente" conseguimos. É por isso que você deve desconfiar dos
amiguinhos inocentes de sua esposa.
5
T r a t a - s e d e u ma e x p r e s s ã o m e t a f ó r i c a .
58
mulher se abra e se entregue aos poucos. O mesmo sucede com os
psicoterapeutas, para os quais elas revelam segredos que jamais revelariam
a ninguém e muito menos aos maridos. No fundo, as fêmeas querem se
sentir acolhidas, compreendidas e aceitas tal como são, sem que nenhum
favor sexual seja exigido em troca. Querem se sentir seguras, ter um porto
no qual podem atracar.
6
Creio que era a isso que Nelson Rodrigues se referia em suas frases sobre os ginecologistas.
7
R e f i r o - me a o d o m í n i o c o n s e n t i d o e s o l i c i t a d o p e l a p r ó p r i a m u l h e r .
8
R e f i r o - me à d e f e s a e mo c i o n a l l e g í t i ma .
59
desejam. Estou afirmando que a intenção escancarada afugenta e a
indiferença atrai.
9
C A L I G A R I S d i z , a r e s p e i t o d e s t e p o r me n o r , q u e a e n t r e g a s e x u a l t o t a l é b l o q u e a d a p e l o m e d o
d a r e p r e s s ã o p a t r i a r c a l e mu i t a s v e z e s é v i v i d a s o me n t e n a p r o s t i t u i ç ã o . P a r e c e - me q u e e s t e
me d o é t r a n s f e r i d o p e l a m u l h e r a d u l t a n a r e l a ç ã o c o m o ma r i d o .
60
é a única via possível de aproximação que sobra além da “horrorização”
calculada, a qual deve ser entendida como o ato de escandalizar e chocar da
forma correta (e inofensiva, obviamente), recurso que não convém utilizar
com muita freqüência mas apenas quando todos os demais falharem.
10
P o i s a s s i m s e r e mo s ma i s v e r d a d e i r o s
11
T u d o i s s o d e v e s e r v e r d a d e i r o e n ã o s i m u l a d o . N ã o u t i l i z e e s t e c o n h e c i me n t o p a r a o ma l .
61
As defesas emocionais femininas são atravessadas através de atitudes
que comuniquem indiferença, desinteresse sexual específico pela “presa” e,
ao mesmo tempo, orientação, comando e proteção. A imagem a representar é
mais ou menos a de alguém desinteressado sexualmente em quem comanda
mas não assexuado de forma geral (tome cuidado!). Não pode haver
titubeação, vacilação ou dúvidas no trato. Com este caminho adentra-se ao
mundo até das mulheres mais proibidas e difíceis. Há homens que
seduziram mulheres impensáveis apenas com este procedimento.
62
8. Porque não devemos discutir e nem polemizar
1
Q u a n t o ma i s o h o me m t e n t a r v i o l e n t a r o l i v r e - a r b í t r i o d a c o mp a n h e i r a , n a v ã t e n t a t i v a d e
f o r ç á - l a a a l t e r a r o c o mp o r t a m e n t o o u a a d mi t i r s e u s e r r o s , ma i s f o r ç a e s t a r á l h e d a n d o . A b r i r á
espaço para ser acusado de coerção, violência emocional, ditatoriedade etc. Perderá a razão e
s e r á v i s t o c o m o u m mo n s t r o p o r s i me s mo , p e l a e s p e r t i n h a e p o r t o d a s a s p e s s o a s q u e e s t i v e r e m
p r e s e n c i a n d o o c o n f l i t o . C o mo e s c r e v e u E s t h e r V i l a r ( 1 9 7 2 ) : “ a mu l h e r t e m o p o d e r q u e o
h o me m l h e d á . ” ( t r a d . mi n h a ) . P o r e s t e e o u t r o s mo t i v o s é q u e c o n fe r i r t o t a l l i b e r d a d e à mu l h e r
é m u i t o ma i s c o n v e n i e n t e d o p o n t o d e v i s t a d a d e f e s a e m o c i o n a l . O ma i s i n d i c a d o é q u e o
h o me m a d e i x e a b s o l u t a m e n t e l i v r e p a r a f a z e r o q u e q u e i r a , s e m j a m a i s p r o i b i r n a d a , m a s
d e v o l v e n d o - l h e t o d a s a s c o n s e q ü ê n c i a s e r e s p o n s a b i l i d a d e s q u e l h e c a b e m. I s s o e x i g e
d e s a p a i x o n a me n t o e a d a p t a b i l i d a d e t o t a i s o u , p e l o me n o s , e m n í v e i s m a i s a l t o s d o q u e a q u e l e s
que correspondem ao homem comum, violento, passional e descontrolado.
2
A r e s p e i t o d e s t e p o r m e n o r , G o l e m a n ( 1 9 9 7 ) n o s d i z q u e a s mu l h e r e s s e a n g u s t i a m q u a n d o o s
h o me n s s e fe c h a m, r e c u s a n d o - s e a t o ma r p a r t e n a s p o l ê mi c a s c o n f l i t i v a s , e q u e a s me s ma s s e
a c a l ma m q u a n d o e l e s o f a z e m . A i n d a s e g u n d o G o l e ma n , o s h o m e n s s e f e c h a m c o m o m e c a n i s mo
d e d e f e s a c o n t r a a i n u n d a ç ã o e mo c i o n a l . Q u a n d o u m h o me m s e f e c h a e m u ma s i t u a ç ã o d e
c o n f l i t o , s e u s b a t i me n t o s c a r d í a c o s s e a c a l ma m ma s o s d a e s p o s a s e a c e l e r a m . Q u a n d o s e a b r e à
d i s c u s s ã o , o s b a t i m e n t o s d a e s p o s a s e a c a l m a m e o s d e l e s e a c e l e r a m. F o r ma - s e a s s i m u m j o g o
63
Ao invés de polemizar, é melhor tomarmos uma atitude radical e
inesperada que a encurrale e deixe desconcertada a nosso respeito. Uma
atitude muito desconcertante que funciona bem é simplesmente aceitar a
opinião contrária e indesejável. A aceitação de certas opiniões absurdas a
respeito de fidelidade, entretanto, é muito difícil em certos casos por exigir
desapaixonamento total. A experiência me mostrou que quando
incentivamos seriamente à mulher que está flertando com outro cara a ficar
com ele, a mesma fica desesperada se estiver apenas tentando nos irritar.
Esta é uma boa forma de vingança porque, na maioria das vezes, o outro não
a quer seriamente, deixando-a no final sozinha, sem ninguém e poderemos
rir. Por outro lado, se o cara a quiser de verdade, a aceitar e ela também,
isto apenas significará que você já deveria tê-la tratado como uma “vadia 3”
desde o início e que, caso a tenha considerado sua namorada, o erro foi
somente seu por não ter percebido que tipo de pessoa tinha ao lado.
o s c i l a t ó r i o d e t r a n s mi s s ã o d e a n g ú s t i a d e u m l a d o p a r a o u t r o . P o r t a n t o , a m u l h e r n e c e s s i t a d a
p a r t i c i p a ç ã o ma s c u l i n a n o c o n f l i t o p a r a q u e s e u s b a t i me n t o s c a r d í a c o s n ã o s e a c e l e r e m. S e e l a
se sentir barrada, boicotada pelo homem que se recusa a dar prosseguimento ao conflito, será
inundada por sentimentos de impotência, frustração, raiva etc (GOLEMAN, 1997). Conclusão:
e l a s g o s t a m d e v e r o c í r c u l o p e g a r f o g o e d e s a b e r q u e e s t a mo s l o u c o s . R e c u s e mo s a e l a s e s t e
prazer mórbido.
3
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
4
T o d a s a s f o r m a s d e e n c u r r a l a me n t o p s i c o l ó g i c o d e s c r i t a s n e s t e t r a b a l h o p o s s u e m s o m e n t e o
e f e i t o d e l e v a r a mu l h e r d e c o m p o r t a me n t o a m b í g u o a r e v e l a r o q u e v e r d a d e i r a me n t e s e n t e p o r
n ó s e s u a s r e a i s i n t e n ç õ e s , s e n d o t o t a l me n t e i n e f i c a z e s c o m o f o r ma d e ma n i p u l a ç ã o v i s a n d o a
s a t i s f a ç ã o d o s d e s e j o s p e s s o a i s d o h o me m. A q u e l e s q u e t e n t a r e m u t i l i z á - l a s p a r a e s t e f i m
excuso, sofrerão as conseqüências do tiro que sairá pela culatra e cairão em situações ridículas.
S e r ã o f i s g a d o s p e l o p r ó p r i o a n z o l e b e b e r ã o s e m s a b e r o v e n e n o q u e d e s t i l a r a m. C o m o s e t r a t a
d e c o n t r a - ma n i p u l a ç ã o ( d e s a r t i c u l a ç ã o d e a r t i ma n h a s ma n i p u l a t ó r i a s ) e n ã o d e ma n i p u l a ç ã o , s u a
e f i c á c i a s e v e r i f i c a s o me n t e n o s c a s o s d e d e fe s a e mo c i o n a l l e g í t i ma , n o s q u a i s a r a z ã o e s t á d o
n o s s o l a d o . E m o u t r o s c a s o s é i n e f i c a z , j á q u e a mu l h e r é ma i s h á b i l n a m a n i p u l a ç ã o d o s
64
(sem discutir mas apenas fazendo observações seguras, claras, diretas e
fechadas) sem o menor medo de perdê-la e sem vacilar. Para que o
desmascaramento atinja o sentimento e surta o efeito desejado, as palavras
utilizadas devem ser de facílimo entendimento, adequadas à pouca
inteligência racional 5, e ao mesmo tempo absolutamente exatas, para
promover o encurralamento certeiro. Esteja preparado porque, nestes casos,
as reações femininas costumam ser violentas e você precisará estar
presciente para segurar as pontas de uma fêmea em surto de loucura por ter
sido desmascarada à força e se sentir subitamente nua. Mas isso logo
passará se você for o mais forte e mais frio dos dois e se mantiver centrado.
Não tema alaridos, gritos ou choros. Não se afete por tempestades de
palavras. Mantenha-se firme e decidido em sua posição. O fluxo de energia
que você disparou logo se esgotará.
s e n t i me n t o s d o q u e o h o me m. T e n t a r s u p e r a r a mu l h e r n a s a r t i ma n h a s ma n i p u l a t ó r i a s d o a m o r é
q u a s e o m e s mo q u e e x i g i r q u e e l a s n o s s u p e r e m e m f o r ç a f í s i c a , o u s e j a , u m a b s u r d o .
5
P o i s o d i s c e r n i me n t o d e s a p a r e c e n o s m o m e n t o s d e i n u n d a ç ã o p o r e mo ç õ e s n e g a t i v a s . I s s o v a l e
p a r a a mb o s o s s e x o s . T e n t a r d i a l o g a r r a c i o n a l me n t e c o m u m a p e s s o a q u e e s t e j a p o s s e s s a p o r
s e n t i me n t o s n e g a t i v o s é p e r d e r o t e m p o .
65
que percebemos e as atitudes que tomaremos em conseqüência, recusando-
nos a discutir. Entretanto, se você blefar, prometendo um “castigo” 6 sem
cumprí-lo, estará perdido. Prometa apenas o que pode cumprir.
6
E n t e n d a - s e p o r “ c a s t i g o ” a r u p t u r a d a r e l a ç ã o o u , a o me n o s , d o c o m p r o mi s s o d e f i d e l i d a d e p o r
parte do homem.
7
S e g u n d o F r e i r e ( 2 0 0 0 ) , o h o me m a m a d u r e c i d o a c e i t a a s o p i n i õ e s c o n t r á r i a s à s s u a s e n ã o t e n t a
violentar o ponto de vista alheio; a capacidade de aceitar a divergência corresponde ao quarto
e s t á g i o d o a ma d u r e c i me n t o d a c o n s c i ê n c i a .
8
D e v o l v o a s s i m, a s p r o v o c a ç õ e s d o s a u t o r e s q u e q u a l i f i c a m o g ê n e r o ma s c u l i n o c o mo
i n e r e n t e me n t e m e n t i r o s o .
9
Embora nem sempre estejam cientes disso. Esta angústia gesta-se em níveis profundos da
p s i q u e e s e t o r n a v i s í v e l s o b a f o r m a d e s e n t i m e n t o s d e v u l n e r a b i l i d a d e . P a r e c e - me q u e o a t o d e
o c u l t a r l h e s p r o p o r c i o n a u m a s e n s a ç ã o d e s e g u r a n ç a , c o mo s e e s t i v e s s e m a b r i g a d a s d e a l g o q u e
t e me m . O m a i s p r o v á v e l é q u e e s t e t e mo r d o m a s c u l i n o s e j a o t e mo r d a f i g u r a p a t e r n a a p o n t a d o
tantas vezes por Freud em suas obras.
66
linguagens ambíguas, aprendendo a nos orientar em meio ao caos que criam,
ao invés de ficarmos brigando, discutindo e polemizando.
10
E s t e s i mp a c t o s n ã o d e v e m s e r e n t e n d i d o s c o mo d a n o s e n e m m u i t o m e n o s c o mo a g r e s s õ e s ma s
s i m c o m o s e n s i b i l i z a ç õ e s q u e mo b i l i z a m s e n t i m e n t o s .
11
A d e s p e i t o d e s e r c o mu m s e a f i r ma r o c o n t r á r i o , a c r e d i t o q u e i s s o s e j a q u a s e u n i v e r s a l . A s
d i s c u s s õ e s t u r v a m o e n t e n d i m e n t o , s e j a e l e r a c i o n a l o u e mo c i o n a l .
12
Dentro do limite da boa-educação e da civilidade, obviamente. Não retroceda ao paleolítico.
13
R e f i r o - me a o d o mí n i o d a s i t u a ç ã o e n ã o d a me n t e o u d o c o r p o a l h e i o s .
14
E m o u t r a s p a l a v r a s : c h i c o t e i e a s i me s mo c o m o l á t e g o d a v o n t a d e p a r a d o ma r o a n i ma l
i n t e r i o r e e v i t a r a p o s s e s s ã o p o r s e n t i me n t o s e p e n s a me n t o s n e g a t i v o s . S o b r e e s t e p o r me n o r ,
l e i a - s e N i e t z s c h e ( 1884-1885/1985 ) .
67
erros ou a assumir de forma explícita, verbalmente, qualquer coisa que seja.
O reconhecimento de erros e a aceitação das responsabilidades são
conseguidos deixando-as ser o que são e devolvendo-lhes as
conseqüências 15. Devolvemos a responsabilidade e as conseqüências
simplesmente não as assumindo, não as tomando para nós. Reforce sempre
que as opiniões dela serão respeitadas. As realidades emocionais do marido
e da esposa são distintas e paralelas (GOLEMAN, 1997), motivo pelo qual é
uma perda de tempo tentar forçá-las a compreender o nosso ponto de vista
e, menos ainda, tentar obrigá-las a assimilar nossa visão de mundo e nossa
idiossincrassia.
15
D e s t e mo d o , e m a l g u n s c a s o s , e l a s c h e g a m a t o ma r c o n s c i ê n c i a d a s c a r a c t e r í s t i c a s n e g a t i v a s .
O b s e r v e i q u e a l g u ma s c h e g a m me s mo a mu d a r d e a t i t u d e p o r v o n t a d e p r ó p r i a , d e p o i s q u e o s
efeitos de suas atitudes inconseqüentes retornam sobre elas mesmas. A tomada de consciência
dos próprios erros é algo muito individual e não se pode obrigar o próximo a fazê-lo. Na
v e r d a d e , e s t e é p i l a r c e n t r a l d e mi n h a t e o r i a : a a c e i t a ç ã o a d a p t a t i v a a b s o l u t a . N a d a m a i s
p o d e m o s f a z e r a n ã o s e r d e i x á - l a s fa z e r t u d o o q u e r e m d e s u a s v i d a s ( ma s n ã o d a n o s s a ,
o b v i a me n t e ) e e s p e r a r q u e s a b o r e i e m a s c o n s e q ü ê n c i a s b o a s e má s d o s c a mi n h o s q u e e s c o l h e m.
N ã o n o s i l u d a mo s : e l a s n ã o v o l t a r ã o a o l a r e n e m s e n t i r ã o , n u n c a ma i s , o r g u l h o e m t e r o s s e u s
s e r v i ç o s d o m é s t i c o s r e c o n h e c i d o s e r e mu n e r a d o s p e l o s ma r i d o s . T a mb é m n ã o s e n t i r ã o o r g u l h o
p o r s u a s c a r a c t e r í s t i c a s f e mi n i n a s t r a d i c i o n a i s e d i f e r e n c i a n t e s : s a i a s , v e s t i d o s , d e l i c a d e z a ,
b e l e z a , s u a v i d a d e , e mo t i v i d a d e s u p e r i o r e t c . A t e n d ê n c i a q u e s e a p o n t a p a r a o s d i a s d e a ma n h ã
é a d e s e t o r n a r e m ma i s e m a i s s e me l h a n t e s a o s h o m e n s e , p o r t a n t o , ma i s e ma i s
d e s i n t e r e s s a n t e s . O f u t u r o é s o mb r i o . E s p e r o e s t a r e r r a d o .
16
O u s e j a , e n t e s q u e n ã o c o n h e c i d o s e a o s q u a i s n e c e s s i t a - s e o b s e r v a r , c o n h e c e r e c o mp r e e n d e r .
68
desentendimentos 17. É necessário resistir aos encantos e aos feitiços (LÉVI,
2001), às provocações de todas as naturezas, tanto boas quanto más,
mantendo a lucidez e a calma em momentos que faltarão à outra parte: ser
superior em compreensão, paciência, frieza e amabilidade, condições
somente conquistadas por aqueles que dissolveram seus egos.
“A mu lhe r l ouc a [ e não a lúc ida , po r tan to] é alvo r oça dora; é nés c ia e não s a be
c ois a alg u ma” (Pr o vér b ios , 9:13) .
17
Que Goleman (1997) denomina “inundações de sentimentos”.
18
R e f i r o - me a d e s t r u i ç ã o d e a l g u n s p o u c o s e n g a n o s e e r r o s q u e p o d e m s e r e l u c i d a d o s n e s s e s
mo me n t o s t ã o d i f í c e i s .
69
9. Sobre a impossibilidade de dominar o "sexo frágil"
Se você tem uma namorada ou esposa já deve ter percebido que ela
costuma resistir contra quase tudo o que você quer, principalmente em dar
sexo exatamente na hora em que você está precisando. Esta resistência é
natural e não devemos protestar e nem muito menos forçar. São obstáculos
que seu inconsciente nos coloca para ver se conseguimos superá-lo e provar
nosso valor masculino.
1
E mb o r a e s t a s e j a r e l a t i v a e v a r i e e m s e u s i g n i f i c a d o d e u ma c u l t u r a p a r a o u t r a e a t é d e u m
h o me m p a r a o u t r o . I n d e p e n d e n t e me n t e d e s e u s c o n c e i t o s s o b r e b e l e z a , u m h o m e m t e n d e r á a
f r a q u e j a r m a i s p o r a q u e l a s q u e , s e g u n d o s e u s c r i t é r i o s , l h e p a r e c e r e m b e l a s . N o q u e a mi m d i z
respeito, não compactuo com os critérios e padrões estereotipados do século XX (juventude,
f o r ma s c o r p o r a i s e t c . )
70
loucas 2. Esta é a razão pela qual tentam nos dominar ao invés de se
submeterem passivamente.
Eliphas Lévi (1855/2001) nos diz que as mulheres nos acorrentam por
nossos desejos 6. Os desejos de estar junto, de receber sexo, carinho e amor
etc. são pontos fracos por onde as fêmeas tomam os machos e os derrubam.
2
Por que são seres de orientação emocional.
3
R e f i r o - me à d o mi n a ç ã o c o n s e n t i d a q u e r e s u l t a n a t u r a l me n t e d a r e n ú n c i a à d o mi n a ç ã o
coercitiva.
4
A velha e conhecida frase de Maquiavel (1513/1977; 1513/2001) retrata esta impossibilidade:
“ A s o r t e é m u l h e r e , p a r a d o m i n á - l a , é p r e c i s o b a t e r - l h e e f e r i r - l h e . ” . E s t a n ã o é u ma f r a s e
mi s ó g i n a e n e m v i o l e n t a , m a s s i m u m a c o mp a r a ç ã o e n t r e a mu l h e r e a s o r t e , b a s e a d a n o fa t o d e
q u e a p r i m e i r a n ã o s e d e i x a d o mi n a r . A i n t e n ç ã o d a c o m p a r a ç ã o , n o e n t a n t o , é mo s t r a r q u e a
s o r t e s o me n t e p o d e s e r d o mi n a d a q u a n d o n e l a b a t e mo s , d o me s mo mo d o c o m o f a z i a m o s h o me n s
i g n o r a n t e s n a é p o c a d e M a q u i a v e l c o m a s m u l h e r e s , mo v i d o s p e l a f ú r i a d e s e s p e r a d a . M a q u i a v e l
n ã o e s t á r e c o me n d a n d o q u e s e b a t a n a mu l h e r m a s s i m n a s o r t e . U t i l i z a a mu l h e r e m s u a f r a s e
a p e n a s p a r a c o m p a r a ç ã o c o m o i n t u i t o d e i l u s t r a r q u e a mu l h e r n ã o s e d e i x a d o mi n a r .
5
I s s o s e r e f e r e e s p e c i f i c a me n t e a o c a mp o a m o r o s o e c o r r e s p o n d e a p e n a s a o s e n t i d o f o r ma l
( r a c i o n a l ) d a l ó g i c a . E n t r e t a n t o , o s s e n t i me n t o s t a mb é m p o s s u e m u ma o u t r a l ó g i c a , d i s t i n t a d a
linear racional, que é o fundamento da inteligência emocional e da intuição.
6
Tr a ta -s e d a c onh ec ida e já cit ada fr ase : “ A mu l h e r t e a c o r r e n t a a t r a v é s d e t e u s d e s e j o s . S ê
s e n h o r d o s t e u s d e s e j o s e a c o r r e n t a r á s a mu l h e r . ” ( L É V I , 1 8 5 5 / 2 0 0 1 , p . 7 3 )
71
Acrescento que, além dos desejos, elas nos acorrentam por nossos
sentimentos. Logo, se eliminarmos os sentimentos e desejos, as lançamos
em seus próprios calabouços mentais. O tiro sairá pela culatra devido ao
efeito especular que lança o feitiço de volta àquele que o enviou. A mulher
então cairá no próprio inferno mental-emocional no qual tentou nos jogar 7.
O motivo é muito simples: como as espertinhas necessitam contínua e
loucamente comprovar que sofremos por elas, são obrigadas a encarar a
própria frustração quando verificam o contrário.
7
O q u e c o n s t i t u i u ma l e g í t i ma d e f e s a e m o c i o n a l e f u n c i o n a a p e n a s n o c a s o d a m u l h e r s e r u m a
espertinha que tenta nos trapacear no amor. Se a mulher for honesta e sincera na relação, não
h a v e r á fe i t i ç o a l g u m p a r a s e r d e v o l v i d o e e l a n ã o s e r á a t i n g i d a e mo c i o n a l me n t e p o r n a d a p o i s a
razão estará com ela.
8
L u t a n d o c o n t r a n ó s me s mo s e n ã o c o n t r a e l a s .
72
A mulher ofecerá seus tesouros àquele que vencê-la em seus próprios
domínios:
Que vo ss a hon r a s ub sista e m vo ss o a mor ! Gera lme nte a mul he r po uco en ten de de
ho nr a. Que vos s a honra sej a a mar ma is do que for de s a ma da e nu nca fic ar e m s eg undo
lu gar. " ( NIE TZS C HE, 1884 - 1885 /198 5, gr ifo me u )
Ela não dará seus tesouros e jamais amará mais do que é amada se
não for vencida em suas resistências. Mas não será vencida se não temer por
algo: a perda de um homem especial e diferente.
9
De espírito.
10
P a r a f i c a r ma i s c l a r o : é c o mo s e f o s s e u ma c o mp e t i ç ã o e m q u e c a d a u ma d a s p a r t e s t e n t a
s u p e r a r a o u t r a n a c a p a c i d a d e d e a u t o - d o mí n i o . A q u e l e q u e c o n s e g u i r s u p o r t a r ma i s e v e n c e r
c o m ma i o r p r o f u n d i d a d e o i n f e r n o e mo c i o n a l i n t e r n o , é o v e n c e d o r .
11
Interior
12
D e v o l v o ma i s u m a v e z a p r o v o c a ç ã o d a e s c r i t o r a S a l ma n s h o n ( 1 9 9 4 ) .
73
até quebrar a resistência. Então, quando a fêmea se submeter, recompense-a
com carinho e outras bobagens, cartinhas de amor, flores etc. retornando em
seguida ao seu distanciamento. Nunca se polarize na distância ou no
carinho, alterne.
Vejo muitos caras achando que as mulheres vão se apaixonar por eles
apenas por piedade. Acreditam que basta dar-lhes amor e, assim, a
retribuição será automática. Estão perdidos.
13
R e f i r o - me à a u t o r i d a d e p r o t e t o r a e c o n s e n t i d a .
14
Em Espírito.
74
Se realmente ignorarmos estes jogos, o que lhes sobrará serão apenas
os próprios sentimentos. Terão jogado em vão e sozinhas. Se sentirão
solitárias, com medo de nos perderem para sempre e, talvez, venham até nós
sem que precisemos chamá-las. Mas nem isto é certo no mundo desses seres
enigmáticos, absurdos e ilógicos 15 (do ponto de vista que aprendemos).
Poucas coisas dão tanto prazer à fêmea quanto saber que há um macho
que sofre por elas. Paradoxalmente, este mesmo macho é considerado
desinteressante e fraco, não proporcionando as emoções fortes que as
deixam fascinadas. Servirá, no máximo, para ser um marido cornudo.
Quanto maior for o sofrimento do infeliz, maior será a sua satisfação e,
contraditoriamente, seu desinteresse. É por isto que não sentem pena
daqueles que se suicidam por uma grande dor de amor. O homem que se
mata por amor está comunicando que é um fraco e, com isto, seu sacrifício
fica sem sentido.
A capacidade de tratar a mulher como ela nos trata nos permite agir
como se fôssemos seu espelho. Seus comportamentos, e não sua fala, serão
os elementos que regerão a relação.
15
R e f i r o - me à i l o g i c i d a d e n o c a m p o a mo r o s o e n o s e n t i d o l ó g i c o - r a c i o n a l d a p a l a v r a .
75
aos cântaros e acredite apenas nas atitudes que testemunhar. Acima de tudo
guie-se pelos comportamentos concretos e não pelas falas inúteis e
enganosas. Não corra atrás do que elas dizem porque você estará sendo
observado ao cair nesta fraqueza.
16
R e f i r o - me a o d o mí n i o c o n s e n t i d o p r o t e t o r r e s u l t a n t e d a r e n ú n c i a à d o mi n a ç ã o c o e r c i t i v a .
17
D e s d e q u e e l a c o n s i n t a o u s o l i c i t e , d e m o n s t r a n d o i s s o p o r me i o d e a t i t u d e s .
76
com outros machos 18, e, secundariamente, no caso dela resistir ao domínio,
passar ao extremo oposto, lançando-a à liberdade total 19. Em ambos os casos
não poderemos estar apaixonados e nem sequer amar 20 muito a mulher. O
ideal é gostar apenas o suficiente para suportarmos sua companhia 21 e
desfrutarmos dos benefícios do sexo. O amor, neste sentido 22, é o pior
envilecimento do homem e um defeito grave.
18
T r a t a - s e a p e n a s d e u ma t e n t a t i v a , p a r a v e r i f i c a r s e é e s t a p o s t u r a d o m i n a n t e o q u e e l a e s t á
querendo e buscando em nós.
19
Atendendo assim à solicitação recém-descoberta.
20
R e f i r o - me a o a mo r e mo c i o n a l e n ã o a o a m o r c o n s c i e n t e .
21
C o m o t e mp o , p o d e d a r - s e o c a s o d e l a s e t o r n a r u ma c o m p a n h i a t ã o a g r a d á v e l e i m p o r t a n t e
q u a n t o u ma g r a n d e a mi g a o u i r m ã .
22
A m o r e mo c i o n a l o u p a i x ã o r o mâ n t i c a .
23
P o r q u e e r a e x a t a me n t e i s s o o q u e e s t a v a m b u s c a n d o e m n ó s .
24
É o c a s o d a q u e l a s q u e e x i g e m c o m p r o mi s s o e mo c i o n a l e f i d e l i d a d e d o h o m e m ma s o f e r e c e m,
e m t r o c a , s o me n t e c o mp o r t a m e n t o s c o n t r a d i t ó r i o s e d ú v i d a s a r e s p e i t o d a f i d e l i d a d e . A d ú v i d a
p r o v o c a u m a i r r i t a ç ã o e m o c i o n a l e é p o r i s s o q u e b u s c a mo s a s c e r t e z a s ( P E I R C E , 1 8 8 7 / s / d ) .
77
suscetíveis a influências para operar sobre seus ânimos. Quando estão
fechadas, temos que esperar até que mudem.
25
P o i s a p r o i b i ç ã o t e m o e fe i t o d e e s t i mu l a r o d e s e j o a o i n v é s d e c o n t ê - l o .
78
10. A alternância
1
“ A p e r p e t u i d a d e d a s c a r í c i a s g e r a l o g o a s a c i e d a d e , o t é d i o , a a n t i p a t i a , d o me s mo mo d o q u e
u ma f r i e z a o u u ma s e v e r i d a d e c o n s t a n t e s d i s t a n c i a m e d e s t r ó e m g r a d a t i v a me n t e a a f e i ç ã o ”
(LËVI, 2001, p. 226).
2
R e f i r o - me à c o mp e t i ç ã o p o r a u t o - d o mí n i o j á e x p l i c a d a .
3
O u s e j a , e m d i r e ç ã o à q u i l o q u e e l a e s t á t e n t a n d o f a z e r , à a t i t u d e o u c o mp o r t a me n t o
i n d e s e j á v e i s q u e e l a e s t á t e n t a n d o a s s u mi r . N ã o f o r ç a r e mo s , p o r t a n t o , o l i v r e - a r b í t r i o f e mi n i n o
a o a d o t a r mo s e s t a p o s t u r a .
79
Exemplo: quando uma mulher tece um comentário elogioso sobre
outro homem na frente do marido ou namorado, ou fica conversando com
algum imbecil com cara de bonzinho por uma hora em uma festa, em geral
espera que o esposo reaja com ciúmes e sofra, dando-lhe satisfação 4. Se o
marido, ao contrário, forçar (com atitudes reais) uma aproximação dela com
o cara, terá duas vantagens:
2) a deixará desorientada.
4
A s a t i s f a ç ã o p r o v e n i e n t e d o c i ú me s e d e v e à c o n s t a t a ç ã o d e q u e o m a r i d o s o f r e p e l o
s e n t i me n t o d e a p e g o e d e q u e a i n d a s e n t e p e l a mu l h e r o a mo r e mo c i o n a l d a p a i x ã o r o m â n t i c a .
5
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
6
Em geral, a espertinha nega totalmente qualquer possibilidade de envolvimento com o
" b a b a c a " a o q u a l d e d i c a s u a a t e n ç ã o e x c l u s i v a ma s , n o fu n d o , c o n h e c e m u i t o b e m a s
i m p l i c a ç õ e s d e c o r r e n t e s d o a t o d e s e c o n c e d e r m u i t a a t e n ç ã o a u m ma c h o h e t e r o s s e x u a l a d u l t o
s e x u a l me n t e a t i v o . E mb o r a s i m u l e e a l e g u e d e s c o n h e c i me n t o , e l a n ã o i g n o r a q u e , s e f i c a r n u a ,
ele saltará sobre ela.
7
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
80
focalizado aqui encontra-se na falta de sinceridade em brincar com os
sentimentos alheios tentando esquivar-se das conseqüências e não em optar
pela multiplicidade de parceiros e nem tampouco na escolha que as pessoas
fazem para suas vidas. Reforçando: as prostitutas não são “vadias” no
sentido em que tratamos aqui porque parecem ser as mulheres mais sinceras
que existem, já que não tentam nos enganar fingindo-se de púdicas e, além
disso, mantêm-se ocupadas em tempo integral. As prostitutas não vivem no
ócio. Na Grécia Antiga existiam inclusive cortesãs profissionais, as
hetairas, que cultivavam a beleza física e o refinamento psicológico,
elevando-se acima das mulheres comuns (JOHNSON, 1987).
81
oscilações propositais dos joguinhos femininos: quando o comportamento
de sua namorada não te agradar, dê um gelo e ignore-a. Você a verá então
desesperada tentando descobrir o que está acontecendo. Não revele ou
perderá o domínio da situação. Encontre um meio de mostrar-lhe que está
sendo rejeitada pela má conduta e resista até que ocorra a mudança da
forma que você quer 9. Então a premie com muito carinho, bilhetinhos, seja
amigo, compreensivo e protetor mas mantenha-se à espera, em alerta
10
porque logo o problema voltará. Adestre-a assim aos poucos mas alterne o
padrão de vez em quando para não ficar previsível ou será você o dominado.
8
R e f i r o - me a u ma a g r e s s i v i d a d e l e v e n o s mo d o s , t í p i c a d e m a c h o s , e n ã o a u m a c o n d u t a
violenta.
9
D e s d e q u e i s s o s e j a j u s t o , o b v i a me n t e .
10
C o mo r e c o m e n d a S a l ma n s h o n ( 1 9 9 4 ) à s m u l h e r e s p a r a q u e f a ç a m c o m o s h o me n s .
11
P o r t e r a a r t i ma n h a ma n i p u l a t ó r i a d e s a r t i c u l a d a .
12
P o s s i v e l me n t e p o r t e r s e g u n d a s i n t e n ç õ e s e e s t a r i n t e r e s s a d a e m o u t r a s c o i s a s ( c a r r o ,
d i n h e i r o , e x i b i r - s e , t e r u m e s c r a v o e mo c i o n a l e t c . ) e n ã o n a p e s s o a d o h o m e m e m s i .
13
C o mo e l a s fa z e m c o n o s c o .
82
nessa a não ser que queiram simular um estado de fúria porque se trata de
uma forma de teste que lhes confirma o nosso grau de submissão às suas
manipulações.
83
arrastados pela paixão desencadeada (LÉVI, 1855/2001). Para embriagar
sua fêmea de amor, você deve simular estar absolutamente louco de paixão
porém, ao mesmo tempo, não deverá estar realmente. O perigo aqui consiste
em simular a loucura da paixão e efetivamente apaixonar-se no transcurso
da simulação, o que lança o candidato a sedutor em uma situação ridícula:
“A ss i m, o o pera dor igno r ante s e esp ant a s e mpr e por a tin gir r e s ulta dos c ont r ár ios
à que les a os qua is se pr opôs, pois n ão sa be cr uzar e n em a lte r na r s ua a çã o; des e ja
e nfei tiç ar se u ini mi go e é e le me s mo qu e se c au sa d es gra ça e s e põe e nfer mo; q uer
fa ze r- se a mar e se a paixon a l ouc a, mis er avelme nt e, por mu lhe r es qu e z o mba m de le
(...) . ” (LË VI, 20 01, p.227, gr i fo me u)
Por outro lado, um homem temível que atenua sua severidade extrema
temperando-a esporadicamente com atos de bondade, utilizando-a para
proteger e dar segurança à mulher, se torna fascinante pois estará altenando
e cruzando sua ação.
14
Jung trata disso em seu livro "Misterium Conjunctionis".
15
R e f i r o - me a f ú r i a s , ma l d a d e s e c r u e l d a d e s mo d u l a d a s , d i r i g i d a s c o n s c i e n t e m e n t e c o n t r a a s
c o i s a s e r r a d a s d a v i d a . O q u e n o r m a l me n t e c h a m a mo s d e “ ma l ” s ã o a s f o r ç a s i n s t i n t i v a s
a n i ma i s d e s l o c a d a s d a r e a l i d a d e h u m a n a c i v i l i z a d a p o r s e r e m a u t ô n o ma s e p o r n ã o e s t a r e m s o b
o c o n t r o l e d a c o n s c i ê n c i a . E s t e d e s a j u s t e d e s a p a r e c e q u a n d o a s a s s i mi l a mo s t o t a l m e n t e n a
c o n s c i ê n c i a . S o b r e e s t e p o r me n o r , l e i a - s e S a n f o r d ( 1 9 8 8 ) e N i e t z s c h e ( 1 8 8 6 / 1 9 9 8 ) .
84
11. Porque elas nos observam
1
A s u p e r f i c i a l i d a d e d o h o me m s e m a n i f e s t a p o r o u t r a s c a r a c t e r í s t i c a s q u e n ã o s e r ã o d e t a l h a d a s
aqui por não ser esta a meta do livro.
2
C o m o e l a s fa z e m c o n o s c o .
85
É um grande perigo nos mecanizarnos em nossas expectativas,
acreditando que as reações femininas serão as esperadas. Como em um
combate, seremos atingidos e desconcertados por investidas que não
prevemos e contra as quais não temos reações-resposta imediatamente
prontas para serem desferidas. Neste nível, o homem tende a perder o jogo
por buscar as respostas intelectualmente ao passo que a mulher as emite por
impulsos emocionais, o que as torna muito mais velozes 3 do que nós mas
não invencíveis, como veremos.
3
E portanto superiores nesse campo.
4
A s q u a i s s o me n t e d e v e m s e r u t i l i z a d a s c o m o m e i o d e d e f e s a e m o c i o n a l l e g í t i ma . E s t e u s o s e
j u s t i f i c a s o m e n t e q u a n d o a e s p e r t i n h a c o mp r o v a d a me n t e t o ma a i n i c i a t i v a d e n o s a t a c a r e f e r i r
nos sentimentos.
86
Nosso sofrimento amoroso as deixa felizes por elevar-lhes a auto-
estima. Este sofrimento pode ser oriundo da irritação, da carência afetiva,
da carência sexual e da saudade. Trata-se de uma necessidade que possuem
e que, quando não satisfeita, as deixa imensamente tristes, perturbadas, por
se sentirem incompetentes para atrair e prender um homem.
5
Isso ocorre quando não temos a razão de nosso lado e estamos errados ou não estamos agindo
h o n e s t a m e n t e e m l e g í t i m a d e f e s a . T a mb é m o c o r r e q u a n d o q u e r e mo s c a u s a r d a n o e m o c i o n a l o u
n ã o n o s l i mi t a mo s à me t a d e a p e n a s p r e s e r v a r a i n t e g r i d a d e d e n o s s o s s e n t i me n t o s s e m a g r e d i r
g r a t u i t a me n t e o u p o r m o t i v a ç õ e s e g o í s t a s . A o p r o c e d e r a s s i m , o a g r e s s o r e mo c i o n a l t r a n s f e r e a
razão à outra parte e se torna injusto, sofrendo as conseqüências do tiro que sairá pela culatra.
87
Uma forma muito comum de sermos provocados até a loucura consiste
em sermos estimulados (por promessas de encontros celestiais, sexo
maravilhoso etc.) e frustrados em seguida. Este é um processo muito
interessante em que elas costumam nos atrair com promessas implícitas
(muito raramente explícitas) em suas condutas, criando em nós certas
expectativas, para em seguida nos surpreender, frustrando-nos sob as mais
diversas alegações, geralmente emocionais, enquanto nos observam. Para
invertermos este jogo, basta aplicarmos de volta o mesmo procedimento,
oferecendo e frustrando ou, se isto não funcionar, criando situações que a
deixem sem saída. Também costuma dar resultado observar todo o processo
para desmascará-lo.
88
12. Como lidar com mulheres que fogem
1
Alberoni (1986/sem data) nos diz que esta fuga repentina tem o intuito de aprisionar o homem
a ma n d o - a e d e s e j a n d o - a p o r t o d a a v i d a .
2
O i n c o n s c i e n t e p o s s u i me t a s e i n t e n ç õ e s .
89
alegando medo do marido. Não obstante, vivia lhe telefonando e dizendo
que estava apaixonada etc. para atraí-lo e confundí-lo. De repente, no
momento em que o infeliz se mostrava mais interessado e apaixonado, a
sacana parou de atender as ligações. Sempre que o coitado ligava e se
identificava, a “vadia 3” desligava o telefone imediatamente. Estava medindo
seu grau de persistência.
3
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
4
P o i s a d ú v i d a c r i a u m a i r r i t a ç ã o e m o c i o n a l n o s e r h u ma n o ( P E I R C E , 1 8 8 7 / s / d ) i n s u p o r t á v e l .
90
suas fugas e esquivas funcionem como uma definição pelo fim da relação.
Vejamos um exemplo hipotético:
5
A i n t e n ç ã o d e s t e u l t i ma t u m n ã o é f o r ç a r a mu l h e r a n o s d e s e j a r e n e m t a mp o u c o mo d i f i c a r
s e u s s e n t i m e n t o s a n o s s o r e s p e i t o ma s s i m d e s c o b r i r a r e a l i d a d e q u e s e o c u l t a p o r t r á s d o
c o m p o r t a me n t o a p a r e n t e m e n t e c o n t r a d i t ó r i o p a r a q u e p o s s a m o s d a r u m r u m o a d e q u a d o a n o s s a s
91
tecnológica mais utilizada pelas espertinhas em seus joguinhos. Só para
ficar mais claro, as infernizações de fujonas por telefone costumam ser as
seguintes:
• não retornar aos seus recados ou não atender quando você liga,
mesmo estando ali ao lado do aparelho;
v i d a s . N ã o é u ma e s t r a t é g i a d e ma n i p u l a ç ã o m a s s i m d e c o n t r a - ma n i p u l a ç ã o , i s t o é , d e
d e s a r t i c u l a ç ã o d e a r t i ma n h a s ma n i p u l a t ó r i a s .
6
Pois ela o está ferindo antecipadamente.
92
atitude desencadeará os efeitos opostos, levará um choque, ficará confusa e
sem saída. Você terá criado uma dissonância cognitiva. A sentença deve ser
clara, direta e terrível, não dando margem a nenhuma outra interpretação.
Deve deixar a fujona sem outra alternativa além de procurá-lo dentro de um
prazo curto. Nenhuma outra alternativa deve sobrar pois, se isso acontecer,
ela não irá procurá-lo. Se ainda assim a fujona não retornar, então é porque
realmente nunca prestou e devia ter sido desprezada como resto desde o
começo. Alguns exemplos de mensagens que podem ser enviadas por
telefone, carta ou comunicação pessoal em tais casos são os seguintes:
“Se você não me procurar até (data definida por você) é porque
nunca prestou e não te procurarei nunca mais!”
“Se você não me procurar até (data), não me procure nunca mais.”
“Te dou uma última chance de voltar para mim até (data), se não o
fizer, desapareça da minha vida para sempre.”
7
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
93
volta. Uma forma de fazer isso é medir o tempo de duração da recusa e
oficializar este ritmo, comunicando que nos demais dias nada será esperado,
colocando isso como uma decisão dela. Costuma ser muito eficiente também
comunicar de maneira explícita que, ao recusar o sexo, a fujona está nos
autorizando moralmente a trocá-la por outra, mesmo que o negue e não
articule formalmente tal autorização. Então a imaginação feminina irá
trabalhar com os ciúmes e talvez a situação se inverta.
"A fel ici dad e do ho me m se ch a ma 'E u q uer o '. A fe lic ida de d a mul h er s e cha ma
' El e quer '. " ( NI ET ZS C HE , 1884- 1885 /199 5)
94
Assim, destroçamos as dúvidas que tentam inculcar em nossa mente,
devolvendo-lhes o feitiço. A dinamite é jogada de volta nas mãos de quem
acendeu o pavio.
95
13. A impossibilidade de negociação
96
Quando as condições para o relacionamento são comunicadas de modo
absolutamente claro, não há saída para a mulher. Para qualquer lado que
tentar se mover estará se revelando. Assim descobriremos se a mesma é uma
santa, uma boa esposa, uma simples amiga sexual ou uma “vadia 1”
ludibriadora.
Mas para não ter medo é preciso não se apaixonar. Eis porque a morte
do ego 3 é imprescindível. Será incapaz de impor condições sem vacilar
1
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
2
N o h o m e m , o c a r á t e r d i a b ó l i c o n ã o s e p r o c e s s a d e f o r ma t ã o i n t u i t i v a . E m a l g u n s c a s o s , e s t a
c a p a c i d a d e f e mi n i n a d e i n t u i r o u p r e s s e n t i r o s s e n t i m e n t o s d o h o me m, i s t o é , s e e l e s o f r e d e
a mo r , s e s e n t e s a u d a d e s e s e e s t á a n s i o s o p o r v ê - l a e t c . p a r e c e a t é s u p e r a r a s b a r r e i r a s d o
e s p a ç o , b e i r a n d o a p a r a n o r ma l i d a d e .
3
P o r mo r t e d o ( s ) E g o ( s ) d e v e m o s e n t e n d e r a d i s s o l u ç ã o ( a s s i mi l a ç ã o ) d o s a g r e g a d o s p s í q u i c o s
o u c o mp l e x o s a u t ô n o mo s . E m c e r t a c o n f e r ê n c i a , c u j a r e f e r ê n c i a p a r a c i t a ç ã o n ã o m e r e c o r d o
a g o r a , J u n g a f i r mo u q u e o s c o mp l e x o s s ã o c o n s t i t u í d o s p o r a l g u ma e s p é c i e d e e g o e é
e x a t a me n t e i s s o o q u e a f i r ma o V . M . S a ma e l A u n W e o r . T a n t o o E g o u s u a l d a p s i c o l o g i a , c o mo
o s c o mp l e x o s a u t ô n o mo s d o i n c o n s c i e n t e , o E g o , o S u p e r e g o e o I d d e F r e u d ( 1 9 2 3 / 1 9 9 7 ) e o s
c h a ma d o s A l t e r - E g o o u E u S u p e r i o r s ã o , n o f u n do , s o me n t e d i s t i n t a s f o r ma s d e E g o , à s q u a i s
necessitam ser dissolvidas para que a alma se libere e seus vários impulsos unilaterais,
compulsivos e opostos sejam assimilados e fusionados. A visão egóica é uma distorção da
realidade pois os múltiplos “eus” subjetivam as percepções (SAMAEL AUN WEOR, s/d). Por
me i o d a c o mp r e e n s ã o , c o r r i g i mo s g r a d a t i v a me n t e a d i s t o r ç ã o c o g n i t i v a i n e r e n t e à c a d a v i s ã o
compulsivamente unilateral, objetivando, assim, a visão que temos do objeto de desejo ou
aversão.
97
aquele que for emocionalmente dependente. A mulher, através do instinto,
pressentirá sua fraqueza e lhe resistirá até dobrá-lo. Quanto mais cedermos,
mais teremos que ceder, até ficarmos completamente loucos.
98
14. Porque é necessário ocultar nossos sentimentos e nossa conduta
1
I s s o n ã o i mp l i c a e m i n f e r i o r i d a d e ma s a p e n a s e m d i f e r e n ç a . C o mo d i z K a n t ( 1 9 9 3 / 1 7 6 4 ) , e l a s
t e m ma i o r v o c a ç ã o p a r a o b e l o d o q u e p a r a o s u b l i me . O q u e d e f i n e a b e l e z a é a a g r a d a b i l i d a d e
a o s s e n t i me n t o s . O s t r a b a l h o s l ó g i c o s e x a u s t i v o s s ã o a g r e s s i v o s à fe mi n i l i d a d e . Q u a n d o u m a
mu l h e r s e t o r n a e x a g e r a d a me n t e r a c i o n a l e c e r e b r a l , d e i x a d e s e r a t r a e n t e a o s h o me n s . O s
ma c h o s h u ma n o s n ã o s e s e n t e m a t r a í d o s s e x u a l m e n t e p o r u m c é r e b r o l ó g i c o ( n o s e n t i d o r a c i o n a l
da palavra) porque sua dona não lhes proporciona a sensação agradável proporcionada por uma
mu l h e r c u j o c é r e b r o t o r n a d e l i c a d a , m e i g a e i n t u i t i v a ( K A N T , 1 9 9 3 / 1 7 6 4 ) . S e u ma mu l h e r
q u i s e r a t r a i r h o m e n s , d e v e r á d i f e r e n c i a r - s e d e l e s a o m á x i mo , t o r n a n d o - s e o m a i s f e m i n i n a
p o s s í v e l . S e u s p e n s a me n t o s , s e n t i me n t o s , mo v i m e n t o s , e x p r e s s õ e s f a c i a i s , t o n s d e v o z ,
v e s t i me n t a s e t c . d e v e m s e r t í p i c o s d e m u l h e r e e s t e c o n s e l h o d e v e r á a j u d a r a q u e l a s q u e n ã o s e
enquadram nos estereótipos ditatoriais de beleza. Esta tipificação feminina da conduta possui
d o i s p ó l o s : o p o s i t i v o e o n e g a t i v o . O m u n d o f e mi n i n o é o m u n d o d a s c o i s a s l e v e s e a g r a d á v e i s
e n ã o o d a s c o i s a s l ó g i c a s , a s q u a i s s ã o e x a u s t i v a s e p e s a d a s p a r a a me n t e . P a r a a m u l h e r ,
“ e r r a d o ” o u “ r u i m” é a q u i l o q u e c a u s a s e n t i me n t o s d e s a g r a d á v e i s . I s s o n ã o s i g n i f i c a q u e e l a s
s e j a m i l ó g i c a s n o s e n t i d o a mp l o e a b s o l u t o d a p a l a v r a ma s a p e n a s n o s e n t i d o u s u a l d a me s ma , o
qual implica em racionalidade linear. No sentido comum da palavra lógica, isto é, da lógica
c o m o p r o c e s s o s m e n t a i s l i n e a r e s , f o c a i s , p e s a d o s , e x a u s t i v o s e r i g o r o s o s , a s mu l h e r e s s ã o
i l ó g i c a s . E n t r e t a n t o , n o s e n t i d o e m o c i o n a l d a p a l a v r a l ó g i c a , s i g n i f i c a n d o o e n c a d e a me n t o
c o e r e n t e d e s e n t i m e n t o s e m r e l a ç ã o a c e r t o s f i n s ( n e m s e mp r e a l t r u í s t a s ) , e l a s s ã o t o t a l me n t e
l ó g i c a s e c o e r e n t e s . E m o u t r a s p a l a v r a s , a s m u l h e r e s s ã o l ó g i c a s e m s e n t i d o e mo c i o n a l e n ã o e m
sentido racional comum. Ser racional não é sinônimo de ser inteligente (GOLEMAN, 1997). A
i n t e l i g ê n c i a e mo c i o n a l é mu i t o ma i s r á p i d a d o q u e a r a c i o n a l n a s o l u ç ã o d e s e u s p r o b l e ma s e
penetra campos impenetráveis ao intelecto. A ilogicidade feminina desconcerta e confunde o
i n t e l e c t o m a s c u l i n o , o q u a l é i l ó g i c o d o p o n t o d e v i s t a e mo c i o n a l , e d e s e n c a d e i a s u c e s s i v a s
v i t ó r i a s p a r a e l a s n a g u e r r a d a p a i x ã o . A c o n s i d e r a ç ã o d a mu l h e r c o m o d i f e r e n t e d o h o m e m e
ma i s p r o p e n s a a o e mo c i o n a l , a o b e l o e a o a g r a d á v e l d o q u e a o r a c i o n a l e a o l ó g i c o ( n o s e n t i d o
u s u a l d a p a l a v r a ) n ã o e n c e r r a i d é i a d e i n f e r i o r i d a d e s e n ã o p a r a a q u e l e s q u e e q u i v o c a d a me n t e
e n d e u s a m o i n t e l e c t o c o m o me i o d e c o g n i ç ã o p o r e x c e l ê n c i a . N ã o h á i d e n t i d a d e e n t r e i n t e l e c t o
e i n t e l i g ê n c i a . E x i s t e m p e s s o a s e x t r e ma me n t e i n t e l e c t u a i s e , s i m u l t a n e a me n t e , e s t ú p i d a s ,
incapazes de encontrar soluções para problemas simples da vida real. Certa vez, conheci um
g r a n d e e r u d i t o , d a q u e l e s q u e p a r e c e m b i b l i o t e c a s v i v a s , q u e e r a a l t a m e n t e l i mi t a d o e m
inteligência, sendo incapaz de apreender coisas óbvias e simples do cotidiano. Portanto,
qualquer acusação de preconceito que possa ser imputada a este ponto de vista, será na verdade
o reflexo do preconceito que o próprio acusador carrega dentro de si e o projeta, muito
p r o v a v e l me n t e s o b f o r ma v i t i mi s t a . D a me s ma f o r ma , a a c u s a ç ã o d e m i s o g i n i a i m p u t a d a a K a n t
é t o t a l me n t e i n f u n d a d a e n ã o p a s s a d e u ma a r t i m a n h a f a l a c i o s a p a r a p o u p a r o p e r f i l f e m i n i n o d a
c r í t i c a f i l o s ó f i c a r e a l i s t a , i n c i s i v a , d i r e t a e a b s o l u t a me n t e s i n c e r a , u m e n g o d o p a r a i mp e d i r q u e
s e r e f l i t a d i a l e t i c a me n t e a r e s p e i t o d o f e m i n i n o . E x i s t e m f o r ma s l e v e s e n ã o - r a c i o n a i s d e
inteligência. Os dados estatísticos apresentados por Van Creveld (SCHELP, 2006), que
a p r e s e n t a m o h o m e m c o m Q I ma i s e l e v a d o d o q u e a s m u l h e r e s , mu i t o p r o v a v e l m e n t e f o r a m
levantados tomando-se em consideração somente a inteligência racional usual.
D i t o d e o u t r a ma n e i r a , p a r a n ã o e s c a n d a l i z a r t a n t o , p o d e r í a mo s a f i r m a r q u e a r a c i o n a l i d a d e e a
l ó g i c a f e m i n i n a s s ã o p a r a d o x a i s , n o s e n t i d o d a d o p o r F r o mm ( 1 9 7 6 ) a e s t a p a l a v r a . D e f a t o , o
q u e a c i v i l i z a ç ã o o c i d e n t a l mo d e r n a c o n s i d e r a " i r r a c i o n a l " e " i l ó g i c o " c o r r e s p o n d e
s i m p l e s m e n t e a f o r ma s d e r a c i o c í n i o e l ó g i c a n ã o l i n e a r e s , n ã o f o c a i s e n ã o e x c l u i d o r a s d e
o p o s t o s . E n q u a n t o a me n t e ma s c u l i n a e x c l u i , f o c a , p e n e t r a e a p r o f u n d a , a me n t e f e m i n i n a
abrange e articula.
99
ilusão e na mentira (SCHOPENHAUER, 2004). Isto é próprio da natureza
feminina 2.
2
E t a mb é m d a m a s c u l i n a . C o n t u d o , a q u i e s t a m o s t r a t a n d o d a f o r ma f e m i n i n a p e l a q u a l s e
e x p r i m e a t e n d ê n c i a h u ma n a , q u e p a r e c e s e r u n i v e r s a l , d e me n t i r e d e n ã o s u p o r t a r a r e a l i d a d e .
3
D e s d e o p o n t o d e v i s t a ma s c u l i n o l ó g i c o - r a c i o n a l , o b v i a me n t e . L e m b r e mo s q u e e s t e l i v r o f o i
e s c r i t o p a r a h o me n s h e t e r o s s e x u a i s a d u l t o s .
4
Conduzindo-as na direção de seus próprios sentimentos e desejos. Como já foi explicado
a n t e r i o r me n t e , n ã o s e t r a t a d a e g o í s t a d o mi n a ç ã o c o e r c i t i v a m a s d a c o n d u ç ã o d o s d e s e j o s
f e mi n i n o s p r é - e x i s t e n t e s , s e m v i o l a ç ã o a l g u ma d o l i v r e a r b í t r i o . P o r q u e a p a l a v r a “ d o mi n a r ” ?
P o r q u e a q u i l o q u e a m u l h e r d e s e j a s e t o r n a p a s s í v e l d e s e r n o s s a me t a t a m b é m q u a n d o
d e s t r u í mo s o s e u s , e mb o r a s e m o c o n d i c i o n a m e n t o l i b i d i n a l a n t e r i o r . A o n ã o t e r m o s m a i s
d e s e j o s , o s d e s e j o s f e mi n i n o s s ã o a c e i t o s p o r n ó s s e m r e s i s t ê n c i a e c h e g a m a t é a s e t o r n a r p a r t e
d e n o s s o s o b j e t i v o s . I s s o i mp l i c a e m u m d o m í n i o p o r q u e , a p a r t i r d e s s e mo m e n t o , a q u i l o q u e a
o u t r a p a r t e q u e r f a z e r é e x a t a me n t e a q u i l o q u e q u e r e mo s q u e e l a f a ç a . T r a t a - s e d e u m d o m í n i o
r e f l e x o d o d o mí n i o d e s i m e s m o e d a r e n ú n c i a à d o m i n a ç ã o d o o u t r o . A i n d a q u e p a r e ç a
c o n t r a d i t ó r i o , q u a n d o d e i x a mo s u ma p e s s o a a b s o l u t a m e n t e l i v r e p a r a f a z e r o q u e q u i s e r e
p r e f e r i mo s m u d a r a n ó s me s mo s , d i s s o l v e n d o o s n o s s o s d e s e j o s e m r e l a ç ã o a e l a , e s t a mo s
e x e r c e n d o u m d o mí n i o , n o s e n t i d o d e q u e e s t a mo s n o t o t a l c o n t r o l e d a s i t u a ç ã o e d e q u e
e s t a mo s p e r mi t i n d o , e a t é i n c e n t i v a n d o , q u e a o u t r a p e s s o a s e j a c o n d u z i d a p o r s e u s p r ó p r i o s
d e s e j o s . A mo r t e d o s e g o s t o r n a o h o m e m l i v r e d o s c o n d i c i o n a me n t o s v o l i t i v o s e d e s e n v o l v e
u ma c a p a c i d a d e d e a d a p t a ç ã o e x t r e m a . C o mo , a p ó s e s s a mo r t e , n ã o h á o p o s i ç ã o e n e m c o n f l i t o
e n t r e o s d e s e j o s d e l a s e o s n o s s o s , p o i s n ã o t e mo s m a i s d e s e j o s p a r a c o n f l i t a r , r e s u l t a e n t ã o
q u e o s d e s e j o s f e mi n i n o s p a s s a m a s e r a c e i t o s s e m r e s i s t ê n c i a d e n o s s a p a r t e . L o g o , a q u i l o q u e
a mu l h e r d e s e j a r á f a z e r c o i n c i d i r á t o t a l me n t e c o m a q u i l o q u e a c e i t a mo s , e a t é d e s e j a mo s , q u e
e l a fa ç a . E n t r e t a n t o , c o mo e s t a r e mo s l i v r e s d o c o n d i c i o n a me n t o v o l i t i v o e a p a r c e i r a n ã o , e l a
e s t a r á c o n d i c i o n a d a a f a z e r a q u i l o q u e d e s e j a e n q u a n t o n ó s e s t a r e mo s d e s c o n d i c i o n a d o s . N o s s o
ato de aprovação e aceitação da conduta feminina antes indesejável, e agora aceitável, será um
a t o c o n s c i e n t e e v o l u n t á r i o . O r e s u l t a d o f i n a l é q u e e s t a r e mo s e x e r c e n d o u m d o mí n i o s o b r e a
s i t u a ç ã o e n v o l v e n d o a p a r c e i r a e a t r a v é s d e s e u s p r ó p r i o s d e s e j o s , s e m v i o l e n t a r d e mo d o a l g u m
s u a l i b e r d a d e . I ma g i n e m o s q u e u m h o m e m t e n h a o f o r t e d e s e j o d e q u e s u a m u l h e r c a mi n h e p a r a
a esquerda, embora o desejo dela seja o de se dirigir à direita. Se este homem dissolver seu
d e s e j o , n ã o o p o r á ma i s r e s i s t ê n c i a à t e n d ê n c i a d e s u a c o mp a n h e i r a e m i r p a r a a d i r e i t a . S e e s t e
d e s e j o , q u e é u m d e f e i t o , f o r d i s s o l v i d o r e a l me n t e , o mo v i m e n t o e m d i r e ç ã o à d i r e i t a s e r á n ã o
s o m e n t e a c e i t o ma s , d e p e n d e n d o d o g r a u d e d i s s o l u ç ã o d o e u e m q u e s t ã o , a t é me s mo
incentivado. O homem estará livre de condicionamentos volitivos e poderá fazer com que os
a t o s d a m u l h e r s e j a m c o n v e r g e n t e s c o m s u a s d e t e r mi n a ç õ e s e d e c i s õ e s . E l e n ã o t e n t a r á
mo d i f i c a r o u r e p r i mi r o s a t o s d a p a r c e i r a ma s s i m s u a s p r ó p r i a s d e t e r mi n a ç õ e s e d e c i s õ e s , p o r
me i o d a d i s s o l u ç ã o d o s e u s d e f e i t o s . A p a r t i r d e e n t ã o , h a v e r á u m d o mí n i o ma s c u l i n o p o i s o
ato da parceira e a vontade do homem estarão voltados para a mesma direção. A vontade
ma s c u l i n a , l i v r e , p o d e s e r e mp r e g a d a n a me s ma d i r e ç ã o p a r a a q u a l t e n d e m o s c o mp o r t a m e n t o s
f e mi n i n o s . D i z - s e q u e o d o m í n i o e m t a i s c a s o s é ma s c u l i n o , e n ã o f e mi n i n o , s i mp l e s me n t e
p o r q u e q u e m e s t a r á d e s c o n d i c i o n a d o v o l i t i v a m e n t e é o h o m e m e n ã o a mu l h e r . S e o c o n t r á r i o s e
v e r i f i c a r , i s t o é , s e a m u l h e r d i s s o l v e r s e u s d e s e j o s e o h o m e m n ã o , o d o mí n i o s e r á f e mi n i n o
p o i s a q u e l e q u e d o mi n a a s i me s mo é o q u e t e m ma i s c h a n c e s d e c o n t r o l a r a s i t u a ç ã o .
O b s e r v a n d o a s s i t u a ç õ e s d o c o t i d i a n o , p a r e c e - me q u e a s m u l h e r e s s u p o r t a m m a i s o s
100
seremos nós os dominados. Aí reside o perigo e a necessidade de não nos
apaixonarmos. A tendência à negação veemente da realidade cria na mente
masculina um inferno porque nós, os machos, somos lógicos (do ponto de
vista do que a mentalidade ocidental considera ser "lógico", isto é, da
racionalidade causal linear excluidora dos opostos). Portanto, o desejo de
sempre saber a verdade sobre a mulher (com quem anda e o que faz quando
está longe de nós, o que sente realmente etc.) é uma debilidade.
c o m p o r t a me n t o s i n d e s e j á v e i s d o h o me m e o d o m i n a m d o q u e o c o n t r á r i o . O s h o me n s s ã o
d o mi n a d o s e a r r a s t a d o s p o r e l a s p a r a t o d a s a s d i r e ç õ e s , f i s g a d o s p e l o s p r ó p r i o s d e s e j o s c o mo
um peixe no anzol.
5
Mas não as outras.
6
O q u e t o r n a m u i t o d i fí c i l a i d e n t i f i c a ç ã o d a s v e r d a d e i r a m e n t e s i n c e r a s .
7
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
8
A p e s s o a i n t e n s a m e n t e a p a i x o n a d a é d o mi n a d a p o r s e u d e s e j o d e a g r a d a r a o u t r a e , d e s t e
mo d o , f a z t u d o o q u e a o u t r a d e s e j a . Q u a n d o u m h o me m s e e n c o n t r a n e s t e e s t a d o s e r v i l , a s
101
sentimentos do outro. Por isso essas mulheres somente revelam o quanto
necessitam de nós em situações extremas, sob a real iminência de nos
perderem ou quando sentem que somos inacessíveis. Paradoxalmente,
voltam à soberba indiferença inicial quando nos entregamos após se
revelarem. O amor, o sexo e o carinho somente serão oferecidos enquanto
não lhes dermos muita importância, recebendo-os como algo natural que nos
é obviamente devido, sem nos identificarmos. O motivo para tanto é que são
ferramentas de domínio 9, ou seja, seu oferecimento é absolutamente
hipócrita e visa nos domesticar, amansar, submeter, enfraquecer e
sensibilizar por meio da paixão e de modo a nos induzir a revelar o que
sentimos. É por isto que são oferecidos somente aos imprestáveis 10 ou aos
homens superiores 11 que eliminaram da alma todas as sombras do amor
passional, do apego e do sentimentalismo.
Se você for homem de verdade e não tiver medo de descobrir o pior 13,
poderá testar a fidelidade e a intensidade do amor de sua parceira para
conhecer o teor real dos seus sentimentos. Se o pior se revelar, isto
significará simplesmente que você se equivocou, que o erro foi seu. Esteja
pronto para tudo.
mu l h e r e s c o s t u m a m d i z e r q u e e l e “ e s t á c o m e n d o a q u i n a mi n h a m ã o ” , e m u m a a l u s ã o d i r e t a a o
c o m p o r t a me n t o d o d ó c i l c a c h o r r o v i r a - l a t a .
9
É a i s s o q u e s e r e f e r e S a l ma n s h o n ( 1 9 9 4 ) . T o d o o s e u l i v r o é d e d i c a d o a e s t a h a b i l i d a d e
feminina de adestrar o homem como um cão.
10
I n f e l i z me n t e , p o i s o s i m p r e s t á v e i s n ã o p o s s u e m e s c r ú p u l o a l g u m e m e n g a n a r e , a l é m d o ma i s ,
s ã o i n s e n s í v e i s a o s o f r i me n t o e m o c i o n a l a l h e i o .
11
P a r e c e - m e q u e a s mu l h e r e s c o s t u ma m c o n f u n d i r o s d o i s t i p o s d e h o me n s .
12
É a m a i o r i n t e l i g ê n c i a e mo c i o n a l f e mi n i n a q u e l h e s p e r mi t e d a r a n ó s e s s e s b a i l e s n a g u e r r a
da paixão.
13
Por estar emocionalmente desenvolvido.
102
Dizem que os japoneses contratam sedutores profissionais para
testarem a fidelidade de suas esposas. Não sei se precisaríamos chegar a
tanto...porém, ter provas da verdade não faz mal a ninguém e obtemos boas
provas do quanto somos valorizados quando as deixamos livres e quando as
ignoramos, lançando de volta sobre elas as conseqüências de suas próprias
atitudes.
Não lhe conte o que você sabe sobre a mente feminina e sobre os
meios de que se vale. Não espere compreensão. Seus problemas não
interessam a ninguém. Não espere compaixão, piedade. O único sentimento
que você conseguirá ativar com isso é a repulsa, a aversão.
103
decisivas que nos mostrem de uma vez por todas o que sentem e quem são
de fato. O apaixonado é, infelizmente, um miserável condenado a ser
escravo e a carregar chifres 15.
14
Sem simular mas transformando-se realmente.
15
A mu l h e r n ã o s e s e n t e r e a l i z a d a q u a n d o d e s c o b r e q u e s e u h o m e m é u m s i mp l e s e s c r a v o
e mo c i o n a l . P o d e r á c o n t i n u a r c o m e l e p o r c o n v e n i ê n c i a ma s c o n t i n u a r á à p r o c u r a d e o u t r o q u e a
faça sentir-se segura.
104
15. O miserável sentimento da paixão
105
desapaixonamento. Como toda a civilização ocidental moderna está doente,
não são poucas as pessoas afetadas por insanidades amorosas.
106
Essência do outro mas sim a seus atrativos físicos, econômicos ou
comportamentais. Na prática, evidenciamos que as mulheres (e também os
homens) não estão de modo algum à altura do amor verdadeiro, apesar de
seus sonhos absurdos com romances cor-de-rosa, e não o merecem. Quando
sonham alucinadamente com romances, na verdade estão sonhando com si
mesmas pois não há nada que enxerguem além de seus próprios sentimentos.
Observem que os galãs imbecis dos ridículos romances femininos em filmes
e livros dão tudo de si e recebem muito pouco em troca, no máximo
algumas poucas relações sexuais do tipo papai-mamãe sem graça, além de
alguns beijos inúteis. Este é o absurdo sonho romântico que contagia os
meninos e os torna débeis quando adultos, fazendo-os acreditar que
receberão amor, carinho e sexo de ótima qualidade se forem bonzinhos,
corretos, fiéis, trabalhadores, honestos e sinceros.
Por que ela fica incólume após brigar com você? Por que não se
perturba? Simplesmente porque habilmente lê em seu comportamento, por
meio de sinais, que você está preso, emocionalmente dependente. São sinais
que comunicam dependência emocional: ciúmes, raiva, tristeza, curiosidade
sobre a conduta, medo da perda, incômodo com as roupas curtas, decotes
ousados etc. Ao invés de se incomodar, simplesmente demonstre não dar
valor àquelas que se expõem aos desejos masculinos estando comprometidas
com você.
1
O a p a i x o n a d o e s t á t o m a d o p o r u m a i n c a p a c i d a d e c o g n i t i v a q u e n ã o l h e p e r mi t e e n x e r g a r a
pessoa real pela qual se apaixonou. Em seu lugar, vê a projeção de uma imagem arquetípica
i d e a l i z a d a e c r ê f i r m e m e n t e q u e o o b j e t o d o s e u a mo r c o r r e s p o n d e à s u a fa n t a s i a .
107
Portanto, a paixão ou amor romântico é o ponto nevrálgico da
escravização psíquica do macho. A principal e mais poderosa arma que sua
parceira possui contra você são os seus próprios sentimentos. Elimine-os
para deixá-la impotente ou você será jogado em um movimento oscilatório,
alternado, exatamente como o rato entre as garras do gato, como uma bola
de pingue-pongue. As damas habilmente acendem em nós sentimentos
contraditórios sem o menor medo de nos perderem: provocam ciúmes, nos
bajulam em seguida etc.
108
Quando não está instalada, a servidão passional é mais fácil de ser
evitada. Porém, uma vez que esteja instalada, apenas pode ser removida
com muita dificuldade e sofrimento. Como diz Nietzsche (citado por
SOUZA, 2003), o fraco e o escravo são negados e destruídos dentro do
sábio quando age o crivo seletivo do tempo circular. É claro que isso dói
muito, mas o prêmio compensa o esforço. O homem se torna forte e
superior:
“S u per i or, no filó so fo, é que m c ons e gue ir alé m de s i mes mo e co nviv er c o m
s eu s li mi tes ( d oen ça s, s ofr i ment o e tc .) se m n e nhu m pr ob le ma . O q u e car ac te riza u m
for t e? ‘ Dur ez a e s er eni dad e’ .
109
A tentativa feminina de encantar o macho na verdade é um teste:
aquele que não se entrega demonstra ser o melhor.
2
S e g u n d o S a ma e l A u n We o r , t o d o s e r h u ma n o é m a i s o u me n o s b r u x e s c o p o r t e r d e n t r o d e s i o
e u d a b r u x a r i a . L É V I ( 1 8 5 5 / 2 0 0 1 ) n o s d i z q u e a v a m p i r i z a ç ã o o c o r r e n o r m a l me n t e e n t r e o s
s e r e s h u ma n o s e m t o d o s o s c í r c u l o s s o c i a i s , i n d e p e n d e n t e m e n t e d o s e x o . E n t r e t a n t o , a q u i n o s
i n t e r e s s a s o m e n t e a f o r ma c o m o e s t e i n t e r e s s a n t e p r o c e s s o s e v e r i f i c a d e s d e a mu l h e r e m
d i r e ç ã o a o h o me m. E n q u a n t o o h o m e m a p a i x o n a d o d e f i n h a d i a a p ó s d i a v i t i m a d o p o r s u a p r ó p r i a
p a i x ã o , a e s p e r t i n h a s e s e n t e c a d a v e z me l h o r . A l g u ma s p a r e c e m c h e g a r me s mo a p r e s s e n t i r o
s o f r i m e n t o ma s c u l i n o à d i s t â n c i a d e ma n e i r a q u a s e p a r a n o r m a l . N e m s e mp r e e s t e s o f r i m e n t o s e
l i mi t a à a n g ú s t i a e mo c i o n a l ; h á c a s o s e m q u e o h o m e m a d o e c e f i s i c a me n t e o u s o f r e a c i d e n t e s . O
que se passa é um acontecimento sincrônico acompanhado por influências psicossomáticas
r e c í p r o c a s r e v e r s a s : e l a f i c a a c a d a d i a me l h o r e e l e f i c a a c a d a d i a p i o r . N ã o s ã o p o u c o s o s
casos de homens que falecem logo após descobrirem que suas ex-esposas se casaram novamente.
O ma r i d o t r a í d o o u a b a n d o n a d o q u e s e e n t r e g a a o á l c o o l p r i n c i p i o u u m s u i c í d i o ; o j o v e m q u e d á
u m t i r o n a c a b e ç a a p ó s t e r p e r d i d o s u a n a mo r a d a p e r d e u o j u í z o . A mb o s a d o e c e r a m
e s p i r i t u a l me n t e . D e n t r o d a s m u l h e r e s p o d e h a v e r u ma f e m m e s a v a n t , u m a f e m m e f a t a l e , u m a
femme fragile e uma femme vamp.
110
não exercermos o domínio, no sentido já explicado, serão elas que nos
dominarão. Em seguida, procurarão outros machos mais fortes e dominantes
pois o que lhe interessa é o melhor, o mais forte, aquele que resiste a todos
os encantos e feitiços. 4 Quando nos deixamos arrastar pelo perigoso
magnetismo feminino em suas variadíssimas formas, inclusive as
românticas (que considero mais perigosas do que a luxúria bruta), não
acumulamos energia, apenas dissipamos força até o enfraquecimento total e
a ruína.
"E is q ue o mu n do a ca ba de se t or na r per feit o!" - ass i m p ens a tod a mu lhe r qua ndo
ob ede ce de t odo cor aç ão.
3
Vide notas anteriores sobre o domínio.
4
M i n h a h i p ó t e s e p a r a e x p l i c a r e s t e c o m p o r t a me n t o c o n t r a d i t ó r i o , n o q u a l a mu l h e r p r o v o c a o
h o me m, d e s a f i a n d o - o a a s s u m i r p o s t u r a s d o m i n a n t e s p a r a s e r e b e l a r c o n t r a a s m e s m a s l o g o e m
s e g u i d a , é a s e g u i n t e : t r a t a - s e d e u m me c a n i s m o a n c e s t r a l d e s e l e ç ã o p a r a o a c a s a l a me n t o d a s
f ê me a s h o mi n í d e a s . A o d e s a fi a r e p r o v o c a r o ma c h o , a f ê me a t r a v a c o m e l e u ma l u t a mo r a l . S e
o ma c h o a v e n c e r , o i n c o n s c i e n t e f e mi n i n o d i r á q u e é u m b o m p o r t a d o r d o s g e n e s d a e s p é c i e . S e
p e r d e r e a s s u mi r p o s t u r a s s u b mi s s a s , s e r á c o n s i d e r a d o u m e s p é c i m e d e c a t e g o r i a i n fe r i o r , ú t i l
apenas para funções desvinculadas da fecundação. Ao desafiar, ela na verdade o está testando e
o h o me m q u e a v e n c e r n e s t a g u e r r a i n t e r i o r n ã o e s t a r á v i o l a n d o s e u l i v r e a r b í t r i o m a s , a o
c o n t r á r i o , e s t a r á i n d o a o e n c o n t r o d e s u a s me t a s ma i s p r o f u n d a s .
111
As damas sentem aversão e raiva, ao invés de pena, dos homens que
descem ao nível mais vil da humilhação suplicando para serem amados e se
oferecendo em obediência. O apaixonado se desespera, apega-se ao objeto
de adoração como uma tábua de salvação e se torna detestável. Embora
neguem de pés juntos, elas preferem aqueles que as lideram porque se
sentem confortáveis e seguras sob suas sombras protetoras. E o apaixonado
não oferece esta segurança.
Note que o cafajeste não tem ciúmes porque não se apaixona. Sua
característica principal é ver toda mulher como objeto e tratá-la como
prostituta 5. Ao mesmo tempo, é completamente fingido.
5
I s s o s e d e v e a o f a t o d e q u e o c a f a j e s t e p o s s u i v á r i a s a m a n t e s s i mu l t â n e a s e n ã o d i s p õ e d e
t e mp o p a r a d e d i c a r - s e e x c l u s i v a me n t e a n e n h u ma . O c a f a j e s t e j u r a a m o r e f i d e l i d a d e , p r a t i c a
u m s e x o s e l v a g e m e d e s a p a r e c e , r e a p a r e c e n d o d e f o r m a i mp r e v i s í v e l a p ó s f a z e r o me s m o c o m
s u a s o u t r a s p a r c e i r a s . N e l s o n R o d r i g u e s p a r e c e t e r i n t u í d o i s s o e m s e u s t r a b a l h o s e , e mb o r a e u
112
forçar o macho a revelar seu grau de dependência afetiva etc. Aquele que
amar mais e mais apegado, revelará inevitavelmente sua fraqueza. A força
consiste em não se entregar e em ser capaz de administrar os sentimentos do
outro.
n ã o c o n c o r d e c o m o s e u p o s i c i o n a me n t o n o q u e c o n c e r n e à mo r a l i d a d e , d e v o a d mi t i r q u e e l e
113
como lhe convém, como algo que lhe é obviamente devido. Confiante, não
vacila na idéia de que a satisfação no erotismo lhe é pertinente por
natureza. O macho verdadeiro busca o sexo e não o carinho. A carência
afetiva é para os fracos e pouco masculinos. O amor e o carinho da mulher
são para seus filhos e não para seus machos. Não busque carinho e nem
amor, busque somente o sexo intenso, ardente e selvagem. Então o carinho e
o amor lhe serão oferecidos. Deixe-os vir, receba-os mas não se fascine,
não se identifique: ignore-os.
Nossas parceiras não dão agulhadas sem dedal. Nos oferecem amor e
carinho com segundas intenções: nos amansar, deter o ímpeto de nossas
cóleras justas, nos tornar dependentes, induzir-nos a acreditar em suas
mentiras etc. Eis porque não devemos correr atrás dessas bobagens pois não
existe amor desinteressado entre um macho e uma fêmea 6 mas apenas
atração animal. O amor inexiste, muito menos enquanto retribuição, porque
somente somos valorizados quando rejeitamos e somente valorizamos
quando somos rejeitados 7. No amor, nossos atos de bondade, longe de serem
reconhecidos como atos nobres que devem ser retribuídos à altura, são
vistos como sinais de que somos otários e como oportunidades de
aproveitamento da boa fé alheia que não devem ser desperdiçadas. Os
orientais e indígenas normalmente não se apaixonam (JOHNSON, 1987) e
fazem muito bem. O casamento é, para eles, mais um acordo e um negócio
sincero, que deve ser conveniente para ambas as partes, do que qualquer
outra coisa. Com isso se livram de muitos problemas.
"O s en gan os que o s de se jos er ót icos nos p r epara m de ve m s e r c o mpa r ad os a cer tas
e st átuas que, e m vi r tude de s ua p os içã o, conta m- se e ntr e as que so me nte d eve m s e r
vi st as de fr en te e, ass im, par e ce m be la s, ao pass o que por t r ás ofe rece m u ma vis t a fei a.
t i n h a r a z ã o e m mu i t o d o q u e escreveu.
6
S e x u a l me n t e a t i v o s e q u e s e e n c o n t r e m n o e s t á g i o d e d e s e n v o l v i me n t o e s p i r i t u a l mé d i o d a
h u ma n i d a d e , d o q u a l o a u t o r também não se exclui.
7
P l a t ã o , e m F é d r o n , a f i r ma q u e v a l o r i z a mo s a s p e s s o a s e t e n t a m o s p r e s e r v á - l a s a o n o s s o l a d o
quando as perdemos.
114
De ma nei r a p are cida é a qui lo q ue a pai xão nos pr ep ar a: e nqua nto a pr ojeta mo s e a
ve mos c o mo a lgo vin dour o, é u m p ara ís o da delí cia , mas , q uan do p as sa mos p ara o o utr o
la do e , por co ns egu inte, a v e mos por tr ás, el a s e mos tr a c o mo a lgo fú til e s e m
i mp or tâ nci a, qua ndo não t ota l me nt e r ep ugna nte ." ( SC HOPE NH AUE R, 20 04, p. 53)
115
16. Os testes
1
A s s i m c o mo o ma c h o , p o r é m s o b o u t r a f o r m a . R e f i r o - m e a q u i a o c a r á t e r t r a i ç o e i r o c o n t i d o n o
a t o d e e x i g i r a m o r p r e t e n d e n d o n ã o d á - l o e m t r o c a . C o n v é m l e mb r a r m a i s u m a v e z q u e t r a t a mo s
d e c a r a c t e r í s t i c a s d a s q u a i s a m a i o r i a d a s mu l h e r e s n ã o d e mo n s t r a m e s t a r e m c o n s c i e n t e s .
2
N a t r a i ç ã o ma s c u l i n a , é mu i t o m e n o s f r e q ü e n t e e s t a s o l i c i t a ç ã o i n c e s s a n t e d a e n t r e g a d o s
s e n t i me n t o s s e g u i d a p o r a b a n d o n o e d e s i n t e r e s s e . A t r a i ç ã o ma s c u l i n a t e m c o m o e i x o a e n t r e g a
s e x u a l e n ã o a e n t r e g a s e n t i me n t a l . O h o m e m t r a i p o r q u e q u e r o s e x o e m s i . A mu l h e r t r a i
p o r q u e q u e r e x p e r i m e n t a r s e n t i me n t o s i n t e n s o s .
3
O d e s e j o f e mi n i n o t e m d u a s f a c e s . U ma f a c e c o r r e s p o n d e a o d e s e j o d e s e r f e c u n d a d a p e l o
p o r t a d o r d o s me l h o r e s g e n e s , i s t o é , t e r s e x o . A o u t r a f a c e c o r r e s p o n d e a s e r p r e s e r v a d a c o n t r a
t u d o o q u e s e j a d e s a g r a d á v e l e , d e mo d o g e r a l , p e r i g o s o . N e s t e s e g u n d o c a s o , o d e s e j o é o d e
s e r p r o t e g i d a , t e r u m p r o v e d o r , u m e s c r a v o e m o c i o n a l e t c . A o h o me m s e r á d e s t i n a d o u m o u
o u t r o p a p e l c o n f o r m e s e u p e r fi l e c o n d u t a .
116
débeis e isto lhes mostrará duas coisas: 1) que acreditamos que o outro
pode fasciná-la mais do que nós; 2) que temos medo de não encontrar outra
fêmea melhor e, portanto, somos incompetentes enquanto homens. Logo, é
necessário não termos ciúmes. Mas isso não será possível enquanto
sentirmos amor passional. Por este motivo, e somente por isto, devemos
evitar totalmente o amor e o apaixonamento. Tais sentimentos são
debilitantes e tornam o homem desinteressante, ainda que seja dito o
contrário.
4
Diz Alberoni (1986/sem data) que “Para atingir seus objetivos, o sedutor não pode ter
s e n t i me n t o s s i n c e r o s , p r e c i s a s e m p r e f i n g i r . ” ( p . 1 6 7 ) e a c r e s c e n t a : “ O s h o m e n s n ã o
c o m p r e e n d e m , e m g e r a l , p o r q u e a s mu l h e r e s s e s e n t e m t ã o a t r a í d a s p e l o s s a l a f r á r i o s , p o r q u e s ã o
tão intolerantes com eles e tão indulgentes com o grande sedutor.” (p. 74)
5
D e f e n d o a h i p ó t e s e d e q u e t a l t e n d ê n c i a s e d e v e à u ma p e r c e p ç ã o i n v e r t i d a d a r e a l i d a d e q u e a s
leva a confundir o bem com o mal e o certo com o errado. O julgamento fica obscurecido pela
i n v a s ã o d o s i n s t i n t o s e s e n t i me n t o s .
117
Ha ja val ent ia e m v os so a mo r ! C o m a ar ma de vos s o a mor d eve is a fr onta r a que le
qu e v os insp ir e med o. (NI ETZS C HE , 1 884- 1 885/ 1985 , gr ifo meu)
“S e os a njos for a m ta mbé m mul her e s, c o mo os rep resen ta o mis ti cis mo mode r no,
J eo vá a giu co mo u m pa i ba s tan te pr ude nte e bas ta nte sá bio qua ndo pôs S atã à por ta do
c éu. U ma g r an de dece pçã o para o a mor pr ópr io das mulh e res honr ada s é s ur pree nder
c o mo b o m e ir re pre ensível , n o â ma g o, o ho me m pel o qu al ha via m s e apa ixo nad o, qua nd o
o tinh a m c on si der a do co mo u m b an dido . O a njo aba ndo na en tão o bo m h o me m co m
de s pr ez o, d ize ndo- lhe: ‘ tu n ão é s o D iab o!’ Dis fa rça pois , de Di abo , o ma i s
pe r fei ta me n te poss íve l, tu qu e quer es se duz ir u m an jo. Na da s e permi te a u m ho me m
vi r tuos o. ‘ Por que m, a fi nal , es te ho me m n os t o ma? ’ – dize m a s mul h ere s – ‘ Acre dit a,
s er á, que temo s me nos mor a lid ade d o qu e e le? ’ Tu do s e per doa, con tudo , a u m lib er ti no.
‘ Qu e q uer es e sperar de me lhor de um t al s er? ’ O pap el do ho me m dos gr an des pr inc ípio s
e car áter in ata cá ve l só p ode con st itui r u m po der co m mu lhe r es qu e j a ma is tive ra m
ne ces si dade d e s er e m s e duz ida s [as d es es perad as que os ho me ns r e jei ta m] ; tod as as
de mai s, s e m exceç ão, ado r a m o s home ns ma us .” ( p. 33 7).
Se você acha que basta ser bonzinho para ser amado, mude de idéia.
Caso contrário, o inferno em vida irá te esperar. Se for verdadeiramente
malvado, terá muitos problemas e uma vida curta. Esteja além do bem e do
118
mal. Extraia o bem que há no mal e o tome para si. Retire o mal que há no
bem e jogue-o fora.
Quanto mais você a pressionar para te amar, dar sexo e ficar ao seu
lado, mais repulsivo será. É que a dinâmica da mulher é regida pelo
seguinte princípio: seus amores são dirigidos apenas àqueles que delas não
necessitam, de preferência em nenhum sentido, pois querem os melhores
genes. Quanto mais você correr atrás, pior será.
6
A t é m e s m o a ma l d a d e d a c r u e l d a d e e d a i n s e n s i b i l i d a d e s ã o r e l a t i v a s , j á q u e e s s e s a t r i b u t o s
p o d e m s e r d i r e c i o n a d o s p a r a c o mb a t e r o ma l . A í e s t á a o r i g e m d o c r i t é r i o s e l e t i v o i n v e r t i d o q u e
rege de forma confusa a mente feminina. Elas sabem por instinto, e não pelo raciocínio, que tais
c a r a c t e r í s t i c a s p o d e m s e r u t i l i z a d a s e m s e u f a v o r ma s n ã o s e d e i x a m f r e a r p e l o f a t o d e q u e , a o
me s mo t e m p o , p o d e m t a m b é m l h e s s e r p r e j u d i c i a l e m a l t o g r a u .
119
porque se sentirá excitada sem entender o motivo. E você nunca deve dizê-
lo, obviamente.
7
É u m ó d i o c u j a s o r i g e n s s e v i n c u l a m a e x p e r i ê n c i a s d e s a g r a d á v e i s c o m o ma s c u l i n o a o l o n g o
da vida, principalmente na infância. Não descarto a hipótese de ser um traço arquetípico
a t i v a d o a p a r t i r d o c o n t a t o c o m o p a i . S e o m e s m o n ã o e x i s t i s s e c o mo p o s s i b i l i d a d e l a t e n t e
a n t e r i o r à m a n i f e s t a ç ã o , n ã o s u r g i r i a n a p s i q u e f e mi n i n a .
8
Vide notas anteriores sobre o domínio.
120
17. O círculo social estúpido
121
18. Porque é importante sermos homens decididos
1
P a r a P e i r c e ( 1 8 8 7 / s / d ) , a d ú v i d a c r i a u m e s t a d o e mo c i o n a l d e i r r i t a ç ã o q u e p e r t u r b a o
e n t e n d i me n t o e n o s i mp e l e a b u s c a r o a l í v i o p r o p o r c i o n a d o p e l a c e r t e z a .
122
indefinição. Trata-se de uma sofisticada tortura mental instintiva que visa
quebrar a resistência do macho para forçá-lo a cair em uma posição de quem
precisa mas não merece e, deste modo, induzí-lo a correr atrás eternamente.
2
Com a intenção de apenas descobrir a verdade e mais nada.
3
B r u c e L e e , e m s e u s e x c e r t o s f i l o s ó f i c o s , r e c o me n d a q u e s e j a m o s a d a p t á v e i s e ma l e á v e i s e m
t o d a s a s c i r c u n s t â n c i a s d a v i d a e a f i r ma q u e a s m e s m a s s e a s s e me l h a m a c o mb a t e s c o r p o r a i s e m
mu i t o s a s p e c t o s ( L E E , 1 9 7 5 / 2 0 0 4 ; L E E , 1 9 7 5 / 1 9 8 4 ) .
123
mesmo você poderá fazer caso ela queira andar por aí com algum amiguinho
"sem maldade", como elas dizem. Coloque as condições sem medo: "Então
não temos mais compromisso um com outro" ou “Portanto, você acabou de
me autorizar a sair com outra, quer queira ou não”. As respostas
indefinidas tornam-se definidas quando as tomamos por esta via.
Tenha a razão sempre do seu lado, nunca a deixe ser tirada de você.
Seja sempre justo e faça tudo de forma limpa e correta até o momento em
que a mulher jogue sujo (se jogar), o que pode acontecer mais cedo ou mais
tarde. Aquele que joga sujo fornece ao outro razões de sobra para castigá-lo
moralmente, humilhá-lo e submetê-lo (emocionalmente falando, é claro) e é
por isso que você deve fazer tudo direito. Se você perder a razão e fazer
coisas erradas (perder o controle, gritar, xingar etc.), terá dado motivos de
124
sobra para sua parceira se rebelar e se vingar, estará perdido. Por outro
lado, se ela for desonesta, não devolva a desonestidade com desonestidade e
nem com humilhação para não se igualar. Seja superior, desmascare-a com
justiça e castigue-a moralmente com a retidão de sua conduta.
125
19. Como destroçar os joguinhos emocionais
126
nossos padrões, resistências, necessidades, desejos, temores, fraquezas e os
instrumentalizam em seu favor.
• A mulher te telefona mas diz que quer ter apenas uma "amizade";
• A pilantra finge que quer transar com você mas fica te enrolando,
adiando os encontros sem se comprometer com nenhuma data
definida;
Observe que em todos estes casos ela está jogando com três elementos
básicos: a contradição, a indefinição e os opostos. O atrai e, quando você
1
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
127
vai ansioso ao encontro, se afasta para atormentá-lo e induzí-lo a manter-se
na perseguição para ser frustrado. A intenção é criar uma situação infernal
de dúvida para que o homem fique preso pelo próprio desejo, sem saber o
que fazer, e acredite que apenas ele deseja os encontros e a mulher não.
Trata-se de um jogo sujo e insincero, no qual os nossos sentimentos e
desejos masculinos são pisoteados. Entretanto, tal jogo sujo serve para
selecionar os melhores machos: aqueles que os desarticulam.
2
C o n s i d e r a n d o q u e s e t r a t a a p e n a s d e l e g í t i ma d e f e s a , n ã o h a v e r á i n j u s t i ç a n e s s a d e v o l u ç ã o .
C o n t u d o , a q u i l o q u e i r r i t a o h o m e m e m g e r a l n ã o t e m o m e s m o e f e i t o s o b r e a mu l h e r e a t é p o d e
t e r o e fe i t o o p o s t o a l g u ma s v e z e s . M u i t a s v e z e s , o s i m p l e s f e c h a me n t o e e m u d e c i me n t o d o
h o me m ( n ã o - a ç ã o ) t e m ma i s e f e i t o d o q u e mi l p a l a v r a s o u a t i t u d e s .
128
Para estraçalhar estes odiosos jogos emocionais, um caminho é
reagirmos de forma contrária à esperada. Ao invés de insistirmos para que a
relação se aprofunde, devemos, ao contrário, assumir como normal e até
desejável o pólo do problema que elas imaginam que para nós é o
desinteressante. Tenha na manga uma carta (uma resposta ou reação) para o
caso de ser rejeitado após ser atraído. Antecipe-se e dispense-a primeiro,
ferindo-lhe o amor próprio e frustrando-lhe o desejo de rejeitá-lo. Quando
pressentir o mínimo esboço de rejeição, ao invés de insistir 3, tome a
dianteira e comunique algo que atinja sua auto-estima fazendo-a se sentir
desinteressante. Seja "impiedoso" e terá sucesso. Ocorre que as fêmeas
humanas se comportam como se não precisassem dos machos mas precisam
e muito, apesar de nos ocultarem tal fato. Nos joguinhos imbecis que fazem,
esta necessidade é encoberta por um comportamento simulado que transmite
a impressão de que apenas a parte masculina precisa do encontro, do sexo e
do amor. Tudo se passa como se apenas o macho precisasse da fêmea 4.
3
É e x a t a me n t e e s t e o e r r o d o a s s e d i a d o r . E m s u a i g n o r â n c i a , e l e i n v e s t e c o n t r a a r e s i s t ê n c i a
f e mi n i n a , i n s i s t i n d o c o n t r a a b a r r e i r a .
129
tempo ela demora para ceder e, em seguida, se antecipe dizendo-lhe: "Tenho
certeza de que você vai querer sexo novamente comigo daqui há tantos
dias". É importante que o número de dias que você comunica nesta
mensagem seja maior do que o número de dias que você realmente espera e
que ela pense que este seja o tempo de sua espera. Assim, a mulher terá que
esperar todo este tempo antes de começar a desfrutar das sensações do jogo
idiota e ficará desconcertada pois terá dado motivos de sobra para você
trocá-la por outra.
4
F o r a m o s p r ó p r i o s h o m e n s q u e c r i a r a m e s t a s i t u a ç ã o , t r a t a n d o - a s c o mo p r i n c e s a s d u r a n t e
séculos.
130
indesejável, destruiremos o jogo. Então a conquistaremos ou, na pior das
hipóteses, descobriremos que na verdade estávamos sendo apenas enrolados.
5
P r i n c i p a l me n t e n o s mo m e n t o s d e c o n f l i t o , e m q u e t o d a r a c i o n a l i d a d e d e s a p a r e c e . C o m o a
i n t e l i g ê n c i a f e mi n i n a é ma i s e mo c i o n a l d o q u e i n t e l e c t u a l , a s t e n t a t i v a s d e e n c u r r a l á - l a s p or
me i o d a l ó g i c a s ã o c o mo g o l p e s d e s f e r i d o s a o a r . O c o r r e t o é a t i n g í - l a s e mo c i o n a l me n t e .
131
são idênticas às primatas do paleolítico inferior: querem o melhor macho, o
melhor macaco do bando 6.
6
V i d e n o t a a n t e r i o r s o b r e o s h o mi n í d e o s e m D o b z h a n s k y ( 1 9 6 8 ) .
7
P o r me i o d a a q u i s i ç ã o d e u m c o mp o r t a m e n t o r e a l e n ã o s i m u l a d o .
8
Não se deve negligenciar este aspecto, o qual tem sua origem na invasão da anima na psique
consciente. Sanford (1987) descreve a história trágica de Marco Antônio que, apaixonado por
C l e ó p a t r a , a r r u i n o u - s e c o mp l e t a me n t e . N a B í b l i a , t e m o s h i s t ó r i a s s e me l h a n t e s e n v o l v e n d o D a v i ,
S a l o mã o e S a n s ã o . H á a i n d a a s l e n d a s d e C i r c e e M o r g a n a . T o d o s e s s e s s í mb o l o s a d v e r t e m a
respeito dos perigos aos quais se expõem os homens que se deixam invadir no coração.
132
que ela terá piedade de você algum dia porque elas são impiedosas com os
fracos. Essa é a natureza delas, pelo menos de boa parte das fêmeas.
9
P o r me i o d e u m a e v i d e n c i a ç ã o i n e s c a p á v e l d a r e a l i d a d e .
133
seja pelo fim da relação ou pela continuidade dentro dos nossos critérios,
nos lança em um estado de alívio e certeza. É por isso que a definição é
evitada continuamente pelas espertinhas.
10
D e s t e mo d o d o mi n a mo s a s i t u a ç ã o s e m d e s f e r i r u m s ó g o l p e c o n t r a o l i v r e - a r b í t r i o a l h e i o .
134
Enquanto se mantém indefinidas, as espertinhas nos enganam e fazem
as culpas parecerem nossas. Mas o que importa agora neste capítulo não são
somente as nossas crenças mas também as delas.
135
O que importa não é tanto o que é comunicado à consciência mas sim
o que é comunicado ao inconsciente. Esteja atento ao conteúdo subliminar
das conversas e contatos. Subliminarmente, qual das duas partes está
comunicando que está querendo, precisando da outra? Ao invés de perguntar
"Posso te ver amanhã?" diga "Amanhã te espero até tal hora". Na língua
inglesa, a idéia de perguntar e pedir são expressas por uma mesma palavra
("ask"). Exceto quando incisiva e hostil, a pergunta é uma forma de petição
e comunica submissão, súplica, dando ao outro a chance de recusar sem se
responsabilizar por nada. A comunicação objetiva dentro de exatas
condições, ao contrário, encurrala ao criar uma situação em que a
responsabilidade pelos efeitos da recusa não pode ser imputada a nós mas
apenas a quem recusou.
11
D e v o l v o a q u i m a i s u ma p r o v o c a ç ã o d e S a l m a n s h o n ( 1 9 9 4 ) .
136
onde a fêmea queira, como um cão atrás de um osso 12. Para destroçá-lo,
entre no ritmo feminino de aproximação e afastamento, simulando ter
mordido a isca, e comece a conduzir este movimento em seu favor,
afastando-se quando ela se aproximar e aproximando-se quando ela se
afastar, sem medo de perdê-la e sem alterar o ritmo, apenas tornando-se
agora elemento ativo e não mais passivo do processo. Você deve dominar o
jogo sem ser percebido pela atormentadora, a qual deve apenas sentir o
efeito sem saber direito o que está acontecendo. Se proceder assim, criará
uma situação insuportável até um ponto em que a deixará emocionalmente
vulnerável, aberta. Então poderá tomá-la para o sexo sem a menor
resistência 13. Normalmente, os homens se aproximam quando a dama se
aproxima e continuam tentando se aproximar mais ainda, desesperados,
quando ela se afasta. Deste modo são estupidamente manipulados sem
nenhum resultado positivo.
12
S a l ma n s h o n ( 1 9 9 4 ) e n s i n a e s t a a r t i m a n h a à s s u a s l e i t o r a s .
13
D e m o n s t r o , a s s i m, c o mo d e s a r t i c u l a r a t á t i c a d e a d e s t r a me n t o “ s a l ma n s h o n i a n a ” e v o l t á - l a
c o n t r a a p r ó p r i a ma n i p u l a d o r a .
137
desinteressante. O ceticismo com relação às intenções, palavras, lágrimas
etc. é uma defesa imprescindível.
138
indefinição desapareça. O próprio desejo feminino de rejeitá-lo é que irá
empurrá-la para você! A necessidade de confirmar a perturba tanto que a
obriga a dissipar a incerteza insinuando-se mais. Aceite estas insinuações e
as aproveite, mas simule não estar muito interessado no sexo.
139
Daí a importância de jogarmos com ambos os extremos. Em outras palavras:
ela não deve saber se venceu ou perdeu o jogo mas deve desconfiar que
perdeu. Perturbe esta última desconfiança com sinais contraditórios.
140
destroça os planos de brincar conosco e, geralmente, as encurrala,
obrigando-as a nos informarem onde estão, com quem e fazendo o que.
14
“ O a mo r c o m e ç a s e n d o ma g o e a c a b a s e n d o b r u x o . D e p o i s d e h a v e r c r i a d o a s me n t i r a s d o c é u
s o b r e a t e r r a , c o n c r e t i z a a s d o i n f e r n o . S e u ó d i o é t ã o a b s u r d o q u a n t o s e u e n t u s i a s mo p o r q u e é
passional, isto é, está submetido a influências letais para si” (LËVI, 2001, p. 297)
141
atormentadoras “se enforquem com a própria corda”, isto é, caiam na
própria armadilha que inventaram, sem que fiquemos gastando energia e
tempo em vãs tentativas de convencê-las de que estão erradas, as quais
apenas tornam as situação ainda piores. Tais mecanismos devolutivos
possuem duas características básicas:
15
N ã o me r e f i r o a q u i d e mo d o a l g u m a q u a i s q u e r a t i t u d e s q u e o c a s i o n e m d a n o s f í s i c o s o u
p s i c o l ó g i c o s à o u t r a p e s s o a m a s s i m à a t i t u d e r e f r a t á r i a d e s i mp l e s me n t e d e v o l v e r , p o r me i o d a
n ã o - a ç ã o o u d e r e a ç õ e s c o r r e t a s , a s c o n s e q ü ê n c i a s d o s a t o s l e s i v o s a q u e m o s e mi t i u . P a r a
tanto, basta concordar com tudo e não fazer nada, acompanhando o curso dos fatos sem detê-los,
t a n g e n d o - o s e i mp u l s i o n a n d o - o s a t é q u e u l t r a p a s s e m o l i mi t e d a s u p o r t a b i l i d a d e p a r a q u e m o s
i n i c i o u . É o q u e e n s i n o u J e s u s C r i s t o : “ S e o t e u i n i m i g o q u e r fa z e r - t e c a mi n h a r u ma l é g u a , v a i
c o m e l e d u a s . ” S e e s s e i n i mi g o m a c h u c a r o s p é s n a c a m i n h a d a d e t a n t o a n d a r , a c u l p a t e r á s i d o
dele e não nossa... Não foi ele que quis caminhar? Esses são os castigos ou punições
mo r a l me n t e j u s t i f i c á v e i s . E x . S e a mu l h e r n ã o q u e r t e d a r a t e n ç ã o , r e j e i t e a a t e n ç ã o d e l a ; s e e l a
não quer ser fiel, dispense a fidelidade; se ela não quer estar junto, rejeite sua companhia.
H a v e r á u m mo m e n t o e m q u e e s p e r t i n h a c h e g a r á a o l i mi t e e r e v e l a r á a t é o n d e é c a p a z d e i r e m
seus abusos. Esta será a pessoa real com a qual você se relaciona.
142
flertes sutis não admitidos e exposições não assumidas ao desejo de outros
machos passem em branco, sem uma retaliação à altura, vigorosa e decidida.
Seja impiedoso e não perdoe. Se o fizer, sua bondade não será reconhecida
mas sim vista como um indicador de que você é um otário que nasceu para
ser enganado. Saiba devolver as conseqüências dos erros “sobre a cabeça”
de quem os comete. A melhor forma de castigar pelas traições é ignorar e
decidir pela ruptura do compromisso. Não perca tempo tentando forçá-las a
admitir o óbvio porque elas nunca assumem o evidente.
Os joguinhos partem, via de regra, das mulheres. Logo, tudo deve ser
feito de modo a ficar evidente que não é você que está tomando a iniciativa
mas sim sua companheira. Deve ficar claro que a culpa é toda dela e não
sua pois não foi você que começou tudo e, portanto, não sente culpa
alguma. Explique que você gostaria de ter uma relação diferente, honesta,
clara, livre, democrática e igualitária mas ela não o permitiu. Você está
apenas desarticulando armações, resolvendo problemas que foram criados
para você. É legítima defesa emocional.
Para nossas parceiras, o amor é uma guerra que não suportam perder
jamais. Sofrem terrivelmente quando a perdem. Querem é ganhá-la. É por
isto que ficam depressivas quando desgostamos definitivamente e as
rejeitamos para sempre. Esta forte obsessão vincula-se estreitamente ao
complexo da inveja do pênis. Trata-se de uma vingança por se sentirem
inferiores 16 pois a guerra dos sentimentos é realmente o único campo em
16
E m b o r a n ã o o s e j a m. E s t e c o m p l e x o d e i n f e r i o r i d a d e t r a d u z - s e p o r u m a e s p é c i e d e v e r g o n h a
p o r s e r e m m u l h e r e s e p o r u m a ma r c a d a t e n d ê n c i a d e i m i t a r o h o m e m e m t u d o , r e i n v i n d i c a n d o
i g u a l d a d e a o i n v é s d e r e s p e i t o à d i f e r e n ç a . N o f u t u r o , é b e m p o s s í v e l q u e a s mu l h e r e s i n v e n t e m
um pequeno pênis de borracha para ser usado no dia a dia por baixo das calças, para fazer
v o l u me . D i r ã o e n t ã o q u e s e t r a t a d e u m “ p ê n i s f e mi n i n o ” . N e s s e d i a , n ã o e n c o n t r a r e m o s m a i s
mu l h e r e s c o m c a r a c t e r í s t i c a s f e mi n i n a s a c e n t u a d a s , p a r a n o s s a d e s g r a ç a .
143
que podemos ser derrotados. Neste aspecto somos mais fracos devido à
nossa dependência por sexo e amor. Podemos vencê-las facilmente em uma
batalha intelectual 17 mas nas batalhas emocionais costumamos perder. No
campo de batalha da paixão, vence aquele que subjuga o outro, que o faz
implorar de joelhos por carinho, e perde aquele que suplica para ser amado
e se humilha para estar perto. O indiferente, aquele que rejeita e evita, é o
vencedor. O perdedor é aquele que entrega o coração, que se apaixona e tem
sua alma roubada. O vitorioso se torna objeto de desejo, é perseguido e
rejeita. Temos que destroçar esta guerra de nervos ridícula vencendo a nós
mesmos.
17
D e s d e q u e a m b o s t e n h a m o m e s m o g r a u d e i n s t r u ç ã o e t e n h a m s e s u b m e t i d o à s me s ma s
d i s c i p l i n a s . T e n h o c o n f i r ma d o e x a u s t i v a me n t e q u e a s mu l h e r e s , e m p o l ê mi c a s t e ó r i c a s ,
r a p i d a me n t e i n s e r e m c o mp o n e n t e s e mo c i o n a i s d e m a n e i r a a l t a m e n t e e f e t i v a , c o n f u n d i n d o e
144
ciúmes, na tristeza ou na vergonha e nem tampouco os que se sentem
pequenos, diminuídos, ridículos ou com medo de perder o objeto amado mas
sim aquelas que tentaram nos lançar em tais estados detestáveis. Trata-se de
uma defesa emocional legítima na medida em que não é nossa a iniciativa
de atormentar emocionalmente a quem, ao menos em teoria, se ama.
desconcertando os interlocutores. Elas se sentem muito mais à vontade rebatendo teorias com
frases depreciantes e provocativas do que com a lógica pura.
145
AMABILIDADE mas fale de forma clara e decidida. A mulher irá surtar em
fúria, devido ao encurralamento, mas seja superior em paciência. Não tema
gritos, não amoleça com choros. Fale com paciência infinita, como se
estivesse explicando a teoria da relatividade a um débil mental 18, mas seja
direto e curto. Não siga e nem se distraia com as besteiras que forem ditas,
ignore a fala ludibriadora. Então você a obrigará a reconhecer a própria
desonestidade, jogando-lhe na cara os infernos e armadilhas que haviam
sido criados para você. Paradoxalmente, será visto como um homem
diferente de todos os outros, pois ninguém faz isto. Será considerado
especial, superior, único.
18
Pois elas teimam em fingir não entender nada apesar de entenderem tudo.
146
20. Sobre o tipo de segurança buscada
147
São características que transmitem a idéia de segurança do homem
por si mesmo: firmeza, determinação, objetividade, coragem, desapego,
independência, liderança, insensibilidade, proteção, severidade, crueldade
(que deve ser direcionada em favor das coisas boas e contra as coisas más) 1,
falta de piedade, força e concentração, entre outras. Por outro lado,
transmitem à mulher a idéia de que o homem é inseguro: romantismo,
sensibilidade, passividade, emotividade, fragilidade, carência afetiva,
apaixonamento, dependência, assédio, apego, medo, timidez, bondade,
temor de perder e a submissão. A crise dos valores masculinos pela qual a
humanidade passa atualmente e que as atinge tão fortemente se origina da
confusão dos papéis. A confusão, por sua vez, provém da fragilização do
masculino ainda na infância.
1
P o i s o q u e c o n v e n c i o n a mo s c h a m a r d e “ m a l ” são as forças instintivas e naturais do
inconsciente que não encontram o seu lugar na consciência do homem moderno (SANFORD,
1 9 8 8 ) . A v i d a “ c i v i l i z a d a ” n ã o p e r mi t e a e x p r e s s ã o d e t o d o s o s i m p u l s o s c o m o s q u a i s a
n a t u r e z a n o s d o t o u . E s s e s i mp u l s o s , b a n i d o s p a r a o i n c o n s c i e n t e , c o n s t i t u i r ã o a s o mb r a e s e
148
antes que sua companheira dispare a reclamar, oportunidades que elas não
perdem. As mulheres são muito reclamonas e, se você for molengão, te
farão correr atrás das reclamações absurdas e contraditórias até enlouquecer
totalmente. Sugiro ainda que nunca grite e não a deixe gritar com você. Não
faça ameaças que não possa cumprir e nunca blefe. Perca todo o medo. Não
a considere invulnerável. Se você disser que não irá mais atrás dela, não vá
realmente e mate a vontade de vê-la dentro de si.
e x p r e s s a r ã o s o b f o r m a a u t ô n o m a e c o mp u l s i v a . U m m e s m o t r a ç o c o mp o r t a m e n t a l s e r á b o m e m
149
desfrutaram em relação aos machos ao longo da história (CREVELD, 2004)
se devem a esta capacidade de despertar em nós solidariedade e vontade de
protegê-las e ajudá-las. A fragilidade é a força feminina. A única forma
possível de anular os efeitos negativos desta força sobre nosso psiquismo é
não nos entregarmos emocionalmente. Então a tornamos impotente contra
nós e a dominamos, direcionando seu fluxo positivamente.
150
animais, direcionando seus ameaçadores e pontiagudos chifres a quem suas
donas ordenem. Se você os superar em segurança, os ultrapassará e poderá
ser o dono de suas donas! Obviamente, não há mal algum em ser alto e forte
(na verdade isso beneficia muito) mas sim em ser estúpido e infantilizado.
Há muitos homens altos, fortes, sensatos, amadurecidos e inteligentes. Mas
há outros que não o são...Entre vários homens absolutamente iguais em tudo
mas diferentes fisicamente, os maiores serão os preferidos. Entretanto,
força e tamanho não bastam e, se você é um brutamontes, sugiro que não
negligencie o desenvolvimento intelectual e emocional. Se você é baixo,
sugiro que invista no desenvolvimento de comportamentos que superem esta
deficiência. Não há uma regra fixa e qualquer tipo de homem pode ser
trocado por um tipo oposto. Tenho visto homens ricos serem trocados por
pobres, pobres por ricos, altos por baixos, baixos por altos, velhos por
jovens, jovens por velhos etc. O motivo desta ausência de regra é que a
psique feminina inconsciente é caótica e as impele a insatisfação contínua,
levando-as, como observou van Creveld (2004), a reclamar sempre, ainda
que todas as suas reinvindicações tenham já sido atendidas.
151
Observe que os vilões dos contos são mais seguros, frios e decididos
do que os mocinhos mas são menos inteligentes, menos sensíveis e menos
românticos. O homem completo possui os dois lados: é a síntese do herói
com o vilão. É superior a ambos porque está além do bem e do mal
(NIETZSCHE, 1886/1998). Seja superior ao cafajeste e ao bom dono de
casa. Estude-os. Retenha o que há de bom em cada um deles e dispense o
que há de ruim.
2
N ã o e s q u e ç a mo s q u e t o d a e s t a d i n â m i c a d e d e s e j o s é i n c o n s c i e n t e o u , q u a n d o mu i t o , s e mi -
c o n s c i e n t e , mo t i v o p e l o q u a l n ã o d e v e mo s n o s r e v o l t a r .
152
21. As mentiras
153
Uma mul he r to tal ment e ver dadeira e nã o diss i mula da é tal vez alg o i mpos s íve l.
E xa ta me nte po r is s o e las per ce be m fac il me nte a di ss i mu laç ão al heia, de for ma qu e não é
a con se lhá vel te nt ar u sá-la peran te el as (s ic)." (p . 2 4)
1
H á u m l i mi t e n a c a p a c i d a d e d o s s e r e s h u m a n o s , i n c l u i n d o o s d o s e x o f e mi n i n o , s u p o r t a r e m e
e x p r i m i r e m a r e a l i d a d e e m a t o s e p a l a v r a s . A l é m d e s t e l i m i t e r e i n a a m e n t i r a . E n t r e t a n t o , c o mo
e m q u a s e t u d o n a v i d a , s o mo s mu i t o ma i s i n c o n s c i e n t e s d o q u e c o n s c i e n t e s d e s s a t e n d ê n c i a .
N e s t e c a p í t u l o e s t a mo s t r a t a n d o d o f o r m a f e mi n i n a d e e x p r e s s ã o d a u n i v e r s a l t e n d ê n c i a h u m a n a
d e me n t i r .
154
Comumente, não convém correr atrás de mentiras para desmascará-
las. O desgaste energético pode ser alto e a satisfação da bruxinha será total
ao vê-lo ser manipulado feito um imbecil. Prefira aceitá-las e incentivá-las
até um ponto tão insustentável que se torne ridículo, evidenciando que você
sempre soube de tudo e nunca se deixou enganar, ou então até um ponto em
que aquela mentira seja útil.
"A s mulh er e s, s obr etudo, que s ã o e s se nc ial ment e e se mpr e co med i an tes e q ue
go st a m de s e i mpr es s ion ar i mp r ess iona ndo os de mais , e qu e s ão as pr i meir a s a s e
e nga nar q uando d es e mp enh a m s e us me l odr a mas ne r vos os, as mulh er e s - r epeti mos - s ão
a v er da de ir a ma gia neg ra do ma gne ti s mo. A ss im, se r á imp os sí vel p ara os
ma gne tiz ado r es nã o inici ado s nos s upr e mos a rca nos e não ass is tid os pe las l uze s da
c aba la, do mi nar se mpr e e st e e le me nto fuga z e r e fr at ár io. P ar a ser s enh or da mu lhe r, é
pr eci so dis tr a ir- la e ludi br iá- la habil me nte , d eix and o-a su por qu e é e la pr ópr i a que e s tá
e nga nan do. E ste con se lho, q ue ofe r ecemo s aq ui e s pec ia l me nte aos mé d ico s
ma gne tiz ado r es , po der ia t a mbé m, t a lve z, s er út il na vid a c onju gal ." (LÉ VI, 185 5/20 01,
p. 22 5)
2
Pois assim elas, ou melhor, o inconsciente delas, descobre quem são os mais inteligentes que
n ã o s e d e i x a m e n g a n a r e o s s e l e c i o n a m.
155
atingidos emocionalmente por isto demonstram serem mais fracos e tendem
a ser trocados. Aquela que menos tentar enganá-lo deve ser a mais propícia
para uma relação estável.
156
Nutrimos muitas expectativas falsas com relação ao sexo feminino.
São expectativas que nos foram inculcadas desde a infância e que apenas
nos fazem mal. Temos que arrancar a raiz do mal do nosso coração. A raiz
principal é a paixão mas há muitas outras.
3
No homem, esta tendência para ludibriar o próximo se verifica menos freqüentemente no
c a m p o a mo r o s o e ma i s f r e q ü e n t e me n t e e m o u t r o s c a m p o s .
157
Nunca se esqueça: elas mentem quando descrevem o homem ideal.
158
22. A infidelidade
1
Veja-se a nota anterior sobre a simulação de ingenuidade e desentendimento.
159
As razões que as motivam a se envolverem conosco são múltiplas e
não apenas o amor como costumam mentir. Geralmente, o amor é o último
dos motivos pelos quais estabelecem compromisso, noivado ou casamento.
Analisemos melhor.
"C asar -se s igni fic a fa ze r o pos s ível pa ra se torna r rep ugnante u m a o out r o." ( p.
62 )
"A mai or ia dos ho me ns s e d eix a seduz ir por um r os to b onit o; p ois a nat urez a o s
in duz a se u nir e m à s mu lhe r es na me dida e m que e la mo st ra de u ma vez todo o l ado
br i lha nte de las ou deixa atu ar o ' efeit o te at ral' ; mas e s con de vá r ios ma le s, qu e e la s
c ons eq üen teme nte tr a zem, e ntr e e les t ar e fas inter mi náv eis , preo cup aç ões c o m cr i anç as,
te i mos ia , capr i chos, e nve lhe ci men t o e fe iúr a após al guns an os, tra paças, c olo caçã o de
c or nos , i nqui eta ções, a taq ues hi st ér ic os, a mant es, in fern o e di abo. P or es sa r a zã o,
de s igno o ca sa men to c o mo u ma dívi da, que foi co ntr a ída na j uve ntud e e paga na
ve lhi ce. " (p . 6 7)
160
1) proporcionar segurança material e emocional;
3) levar chifres.
2
Alberoni (1986/sem data) nos diz que as mulheres não sentem remorso nesses casos porque
c o n s i d e r a m q u e o s s e n t i me n t o s i n t e n s o s j u s t i f i c a m mo r a l me n t e o a t o .
161
da paixão com o amante seja mais intensa devido ao risco oriundo da
proibição e também para preservar os benefícios que o casamento lhes
proporciona. Evitam assumir sua promiscuidade para se esquivarem das
conseqüências que isto provocaria. Querem adicionar ao seu ninho
matriarcal o maior número possível de machos em uma escala hierárquica
definida pela intensidade das paixões que cada um provoca. Trata-se de uma
herança pré-histórica que se contrapõe à tendência patriarcal, igualmente
arraigada em um remoto passado.
3
Caligaris nos diz que as mulheres possuem necessidade inconsciente da entrega sexual total
ma s s ã o r e p r i m i d a s p e l o m e d o d o m a r i d o , o q u a l r e p r e s e n t a s i m b o l i c a me n t e a f i g u r a r e s t r i t i v a
do pai. Segundo ela, isso estaria vinculado ao ato de prostituir-se e ao adultério.
4
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
162
pois, se assim não fosse, os colocaria para correr. Os recursos que possuem
para desestimular quaisquer pretendentes indesejáveis são muitos e, se não
os utilizam, é simplesmente porque não querem. Para justificar a
imobilidade, alegam geralmente inocência, simulando não entender 5 o que
se passa e as intenções dos pretendentes.
5
V i d e n o t a a n t e r i o r s o b r e s i mu l a ç ã o d e d e s e n t e n d i me n t o .
6
Vide notas anteriores sobre a punição.
7
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
163
"A meta ha bitu al d a a ss i m c ha mad a carr eir a do s ra pa ze s n ão é out ra s en ão a de
s e tor na re m o b urr o de car ga de u ma mu lhe r . J un to d os me lhor es dele s, a mul her apa rec e
e m r eg r a como u m pec ad o d a j uve ntud e" (S C HOP E NHA UE R, 200 4, p. 8 6)
164
problema está na trapaça amorosa e não no fato de uma mulher trocar de
parceiro ou manter mais de um relacionamento simultâneo. As espertinhas
fazem isso para evitar as más conseqüências de suas próprias ações e para
desfrutar da intensificação das emoções na realização de um ato proibido.
165
não a uma possível "superioridade" dos outros machos em relação a nós.
Obviamente, o homem esperto e cuidadoso (que elas chamam de
"ciumento") não é inseguro com relação ao seu próprio valor mas sim com
relação à sinceridade e honestidade de sua parceira pois não queremos cair
em armadilhas montadas por “vadias 8”. Para destroçar este sistema mental,
use seu intelecto para quebrar todos os argumentos femininos sem piedade e
sem medo de perdê-la. Não vacile em sua posição masculina ou sua dúvida
será pressentida e você continuará a ser atormentado. Além disso, este
engenhoso estratagema inconsciente também serve para revelar se você é
burro, caindo na armadilha, ou inteligente. Se você desistir e se deixar
persuadir, estará revelando que é um macho de categoria inferior. Se
perceber tal jogo e desprezá-lo, estará mostrando ser um macho superior.
8
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
9
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995)..
166
traem ou não. Um homem experiente tira conclusões a partir das atitudes
que vê e não se deixa comover gratuitamente pela fala ou por lágrimas.
167
23. A infantilidade
168
e para o mal, no caso da manipuladora egoísta. A freqüência com que é
utilizada para o mal não é pouca.
I sso ac ont ec e mu ito po r c ulp a d os ind ivíd uos qu e v ê m ali me nt and o e ss e ab sur do,
te men do oca s ionar ma i or es pr o blemas se d eix are m de a mp a r á- las. Ma s é o con tr ár io,
ju st a me nte . S e to dos a gis s e m da me s ma for ma , p r es s ionando a mul her a se r ma is ma dur a
e a ass u mir s e us err os co mo o ho me m te m q ue fa ze r, t er ía mos u ma g r and e me l hor a na
s oc iedade em g er a l [ inc lui ndo o ca mpo a mo r os o, obje to d e i nter es s e de s te l ivr o] ."
( P AC HE CO, 19 87, p. 58)
169
Confesso que sou cético com relação à possibilidade de que todos os
homens um dia possam agir como Cláudia Pacheco sugere acima. Isso
exigiria deles uma vitória sobre si mesmos que seria única na história.
"A mu lhe r te m s ido p r ote gida por u m [ fa ls o] 'hal o' de sant ida de n os lare s e na
s oc iedade. Cha ma da de ' se xo fr á gil' , i nde fes a, sí mbo lo de afeto , fide lid ade , e
a bne gação , fo i p oupa da de t er que s ofr er a co nsci ênc ia de s ua pa tol ogi a q ue é
i me ns a me nt e gra ve. I ss o fo i o qu e a ca bou de afu nda r a mul her . Ali ena da de s eus
pr o ble mas , foi d ia a d i a de ca ind o, s e m tr a ba lha r c o m a c ons ciên cia de s eu s er ros q ue
nã o s ã o c orrig idos há muito te mpo. " ( P AC HE CO, 19 87, pp .42- 43)
170
As traições e infernizações emocionais devem ser vistas como
traquinagens infantis e não como tragédias. Não é à toa que alguns
ocultistas comparam as mulheres a elementais (gnomos, duendes, fadas).
171
24. Observando-as com realismo
A mulher não sabe muito sobre si mesma. Não se oriente pelo perfil
masculino idiota dos heróis dos filmes de amor e dos romances cor-de-rosa
e nem tampouco pelo tipo de "homem interessante" que elas descrevem. O
homem que as domina 1 emocionalmente não corresponde de modo algum ao
que dizem. Na verdade, tais descrições apenas servem para atrair os mais
fracos à subserviência e marcá-los para a rejeição, uma vez que tais imbecis
se apressam na tentativa de se enquadrar nesses modelos estúpidos. Em
geral, aquilo que as atinge na emoção fazendo-as se apaixonarem é
justamente o contrário do que as escutamos dizer a todo momento. Daí a
1
R e f i r o - me à d o m i n a ç ã o c o n s e n t i d a , i s e n t a d e v i o l ê n c i a s d e q u a i s q u e r e s p é c i e s . V i d e n o t a s o b r e
o d o mí n i o .
172
importância de não temermos perdê-las para que possamos contradizê-las à
vontade.
173
sofrimento está se originando das infernais contradições comportamentais.
Elas são muito hábeis em enganar e dissimular o que realmente querem,
fazem e sentem. Observe-a em ação e descubra o que ela realmente sente e
quer. Se ela não te dá sexo com boa qualidade e com freqüência, se não
aparece nos encontros, se fica adiando os compromissos que assumiu, se
não telefona ou apresenta justificativas pouco convincentes para a ausência,
estes são sinais inequívocos de que a relação é superficial e não serve para
nada, apenas para encontros casuais e bem espaçados. A despeito do que ela
diga, são os fatos e as atitudes que mostram e temos sempre que nos render
aos mesmos.
174
Quando estudamos e compreendemos o aspecto tenebroso do
feminino, criamos contra seu magnetismo fatal uma resistência oriunda da
aversão. Trata-se de uma resistência semelhante à que elas possuem contra
nós. Esta resistência nos protege e nos permite desfrutar sem riscos dos
prazeres do sexo e do amor.
175
25. Aprisionando-as a nós pelos sentimentos
176
Seja passivo na relação e também levará chifres. Seja ativo para o
mal e será igualmente traído. Seja ativo para o bem, firme, dominante,
condutor, liderante, protetor e terá grandes chances de receber amor, sexo
de boa qualidade e fidelidade.
177
As fêmeas gostam de falar olhando para cima. Não é à toa que gostam
de homens grandes: se entregariam a homens de quinze ou vinte metros de
altura, se existissem. Querem ser carregadas, sentir-se pequenas. Mas há
várias formas de sermos grandes e não apenas na estatura do corpo. Há
homens altos e baixos que são estúpidos e infantis, outros são inertes, sem
iniciativa. Tais atributos independem do tamanho. Se você é alto, isso é
uma vantagem e deve ser aproveitada. Mas esta mesma vantagem será
desperdiçada e se transformará em desvantagem se você negligenciar seu
desenvolvimento total. Por outro lado, se você é baixo, velho, barrigudo,
careca, pobre e ainda por cima sem carro, terá que desenvolver outros
atributos comportamentais para compensar essas deficiências. Supere os
rivais nas características corretas e tomará a frente. No campo da
convivência, os principais atributos a desenvolver são os comportamentais,
embora os atributos físicos também contem. Há, inequivocamente, um
preconceito generalizado com relação às pessoas menos dotadas fisicamente
de ambos os sexos mas pode-se vencer este preconceito desenvolvendo as
características comportamentais corretas.
Elas querem ser submetidas pela própria paixão e por isso é que
infernizam, desafiam, provocam e se rebelam tanto contra o domínio
coercitivo. Elas não querem ser submetidas por meio de nossas paixões, o
que as obrigaria a satisfazê-las, mas sim por meio das paixões delas
mesmas. Do ponto de vista feminino, todo o mundo deve girar em volta das
paixões e sentimentos pessoais. Nossos sentimentos, paixões, desejos e
vontades não as interessam senão na medida em que possam ser utilizados
para satisfazer os delas. Grande parte das pessoas do sexo feminino somente
enxergam a si mesmas:
"O nar c is ismo e a meg a lo ma nia s ão c ara ct er íst ica s co mu n s às mul her e s de t oda s
a s cu ltur a s. Cer ta me nte , el es se r eve st e m de di sfa r ces difer e nte s de p ovo para pov o"
( P AC HE CO, 19 87, p . 40)
178
A maior dificuldade feminina é ir contra si mesma, isso as violenta
emocionalmente. Jamais invista por aí. Quando você se deparar com uma
resistência, não insista. Ao invés disso, excite a imaginação e espere os
resultados naturais, dentro da dinâmica dos desejos dela e não dos seus.
Aguarde pacientemente e você verá os obstáculos cederem aos poucos. A
excitação imaginativa é semelhante à excitação sexual, é lenta mas pode ser
profunda.
179
desejadas e protegidas. Note bem: isto não significa que queiram amar ou
desejar o homem, como alguns acreditam. Não querem retribuir, querem
apenas receber e usufruir. E um idiota a mais que se entregue será bem-
vindo. Querem construir um clã matriarcal composto por inúmeros infelizes
apaixonados eternamente dispostos a dar proteção e amor sem nada
receberem em troca. Sentem prazer em saber que são desejadas (Nietzsche,
1884-1885/1985) porque por meio do desejo masculino conseguem o amor e
a proteção, além das inúmeras vantagens que se desdobram dos mesmos.
180
relação apenas quando sentem que seu objeto de uso não está muito
acessível ou está se distanciando. Quando o objeto está acessível, não há
problema e a tendência é relaxar, descuidar. Se você oferecer seu amor ou
interesse a uma mulher gratuitamente, não haverá necessidade de trabalho
para obtê-lo pois aquilo que é mais interessante já estará entregue. A
continuidade da dedicação requer a continuidade da indefinição, da dúvida e
da insegurança. Deixe-a insegura e você será objeto de carícias, tentativas
de sedução etc. com o intuito de submetê-lo. Desfrute e não permita a
polarização.
181
O apaixonado está carente do amor alheio e quer suprir sua carência.
É repulsivo, por um lado, porque não oferece o que as fêmeas necessitam
mas é atrativo, por outro, por ser um possível escravo emocional.
Quanto mais quisermos que nossas parceiras nos desejem, nos amem,
nos tratem bem etc. menos preocupadas as deixaremos e menos dedicação
receberemos. O amor feminino é refratário à pressão. Pressione sua
companheira para amá-lo e ela o detestará, criará aversão. O manterá preso
apenas para ser escravo e buscará outro que a ignore e despreze para se
oferecer e se entregar. Tentar obrigar as mulheres a nos amarem é uma
perda de tempo:
"O a mor é co mo a fé : não s e dei xa for ç ar" (S CHOP E NHAUE R, 200 4, p.4 1)
182
e nunca cumprindo totalmente o prometido, como elas fazem conosco. Para
preservar o desejo devemos não satisfazê-lo totalmente.
183
intenção) receberemos, o que pode ser estrategicamente utilizado para que
disponhamos da subserviência emocional feminina das espertinhas quando
precisarmos (inversão), como acontece conosco em relação a elas. Esta
estranha lógica se explica pelo fato de que as fêmeas precisam de proteção
e somente os durões são capazes de oferecê-la. Que segurança ou proteção
poderiam ser oferecidas pelos bondosos, românticos e sensíveis que se
satisfazem com um hipócrita amor “espiritual”? Estes não são sequer
capazes de protegerem a si mesmos, necessitam do amor alheio para serem
felizes e não proporcionam felicidade a ninguém.
O perfil do homem ideal que faz frente aos feitiços femininos pode
ser sintetizado como sendo frio, distante, misterioso, impenetrável,
silencioso, concentrado, ativo, liderante, ousado, corajoso, indiferente e
protetor. É como o nada, como o vazio ou a água na qual todos os ataques
se anulam 1.
1
Parafraseando Bruce Lee (1975/2004; 1975/1984).
184
26. A ilusão do amor
"A s 'r ain has ' [a s mulh ere s] quer em enc ont r ar os s eus 'pr ínc ipe s enca nta dos ' e
c o m e les orga niz ar o s eu 'r ei nad o do lar ' ". ( p. 40)
1
Essa é a fac e s o mbr ia do ma sc uli no.
185
feminina. A mulher está sempre à procura do "melhor" (o mais destacado
socialmente) que alcance para enfeitiçá-lo e prendê-lo a si mesma.
186
amor com amor, a dedicação com dedicação, que nos amariam
espontaneamente ao perceberem que as amamos e nos esforçamos para
atender a seus gostos. Trata-se de uma mentira que ocasionou a adoção de
padrões comportamentais errôneos. Agora, estamos condicionados e
precisamos adotar um novo comportamento para atingir os fins que
almejamos mas para tanto é necessário antes conhecê-lo com clareza.
187
27. Como ser fascinante aos olhos das mulheres
Ob s. Es te ar t igo fo i esc r ito n a dé ca da d e 90 e nã o ha via si do pu blica do at é a pri me ir a
e diç ão vir tua l des te livr o. Re vise i-o, d eta lhe i-o e c la r ifiqu ei os pon tos que p ermi t ia m
má s inte r pre taç ões, leitur as ten dencio sas e dis tor ções in tencio nai s.
Todas as fêmeas são altamente seletivas mas isto não significa que
sejam naturalmente fiéis ou monogâmicas. Querem oferecer seu sexo apenas
1
R e f i r o - m e à s f e m i n i s t a s r a d i c a i s , d o g má t i c a s , u n i l a t e r a i s e e x t r e m i s t a s e n ã o à s f e mi n i s t a s
esclarecidas.
188
àqueles que parecem melhor aos seus olhos. São altamente criteriosas na
escolha e ficam com o melhor que conseguem. Não são como nós, que
parecemos porcos e comemos qualquer lixo.
2
E n ã o q u a n d o a me s ma é j o v e m e i n t e l i g e n t e , f a t o q u e t a m b é m s e v e r i f i c a . E s t a e s t u p i d e z s e
r e f e r e e x c l u s i v a me n t e a o c r i t é r i o s e l e t i v o a mo r o s o e a n e n h u m o u t r o c a m p o . I n s p i r e i - me e m
l i v r o s f e mi n i n o s n o s q u a i s e s t e o b s e r v a ç ã o a p a r e c e c o m o e x p r e s s ã o d e i n d i g n a ç ã o d a s m u l h e r e s
p e l o f a t o d o s h o m e n s a s v a l o r i z a r e m p e l a b e l e z a e p r e fe r i r e m a s m a i s “ b o n i t a s ” , a d e s p e i t o d a
sinceridade.
3
O b v i a me n t e , a q u e l a s q u e n ã o d e s p r e z a m o s b o n s e s e r e c u s a m a a d m i r a r o s p i o r e s n ã o s e
e n q u a d r a r i a m n e s t a d e fi n i ç ã o . P o r o u t r o l a d o , h á h o me n s j o v e n s i g u a l m e n t e t o n t o s c o m
cérebros igualmente pobres.
4
Portanto, ela é a maior prejudicada por sua própria falta de bom senso.
5
D e v o l e mb r a r o l e i t o r q u e , c o mo d i s s e T o l s t ó i , o s c r i t é r i o s d e b e l e z a s ã o r e l a t i v o s , n ã o
e x i s t e m d e u m p o n t o d e v i s t a o b j e t i v o e v a r i a m e n o r me me n t e a o l o n g o d o t e m p o , d o e s p a ç o , d a s
c u l t u r a s , d o e s t a d o e mo c i o n a l e d o s i n d i v í d u o s . E n t e n d a - s e a q u i p o r “ f e i a s ” a q u e l a s q u e n ã o s e
enquadram nos padrões ditatoriais de beleza adotados pelos próprios “playboys” preferidos e
q u e a s d e s p r e z a m p o s t e r i o r me n t e . A i n d a a s s i m, e s s a s me s ma s mu l h e r e s p o d e m s e r c o n s i d e r a d a s
“bonitas” por homens que adotem outros critérios. A beleza existe apenas do ponto de vista
s u b j e t i v o , e m d e p e n d ê n c i a d o e s t a d o i n t e r i o r d a q u e l e q u e c o n t e mp l a . N ã o e n t e n d e mo s q u e
fulana é linda e sim o sentimos pois a beleza não é algo racional. “Bela” é a mulher por quem
u m h o me m s e a p a i x o n o u , i n d e p e n d e n t e m e n t e d e s u a s f o r ma s “ o b j e t i v a s ” ( e u n ã o c r e i o n a
objetividade da matéria). A paixão transfigura seu objeto. Como disse Schopenhauer (2004), são
o s i n s t i n t o s q u e l e v a m o h o m e m a c o n s i d e r a r b e l a a mu l h e r , o u s e j a , a mu l h e r n ã o é , e m s i , b e l a
o u f e i a . U ma mu l h e r s e r á c o n s i d e r a d a “ b e l a ” q u a n d o s e v e s t i r o u s e c o mp o r t a r d e d e t e r mi n a d o s
189
palavras: os emocionalmente honestos comem o resto rejeitado pelos
playboys e cafajestes.
mo d o s e “ f e i a ” q u a n d o n ã o c o r r e s p o n d e r a o s m e s m o s p o i s , c o m o d i z o d i t o p o p u l a r , “ a b e l e z a
e s t á n o s o l h o s d e q u e m v ê ” . A i n d a a s s i m, a s o c i e d a d e c o n s i d e r a a b e l e z a i m p o r t a n t e e i s s o m e
l e mb r a a f a mo s a f r a s e d e V i n í c i u s d e M o r a e s : “ Q u e m e p e r d o e m a s f e i a s , m a s b e l e z a é
fundamental!” Esta frase traduz o valor que nós, os homens, damos à beleza feminina,
v a l o r i z a ç ã o e s t a q u e n ã o me p a r e c e d e t o d o i n j u s t a , v i s t o q u e a s mu l h e r e s t a m b é m c o s t u ma m
nos valorizar por nossas posições na hierarquia social e não por nossa beleza interior. O
r e c o n h e c i me n t o d o v a l o r d a b e l e z a i n t e r i o r s o me n t e e x i s t e e m u m m u n d o d e s o n h o s o u e m c a s o s
e x c e p c i o n a i s . O q u e g e r a l m e n t e é c h a m a d o d e “ b e l e z a d e mu l h e r ” s ã o a s c a r a c t e r í s t i c a s
f e mi n i n a s a c e n t u a d a s n o s t r a ç o s f í s i c o s e n o s m o d o s .
6
E m o u t r a s p a l a v r a s : n ã o e x i s t e r e l a ç ã o a l g u ma e n t r e c a r á t e r e a l t u r a . U m h o me m a l t o p o d e t e r
c a r a c t e r í s t i c a s c o m p o r t a me n t a i s a t r a e n t e s p a r a a s mu l h e r e s e o u t r o h o m e m d a me s ma a l t u r a
p o d e n ã o t ê - l a s . O me s mo é v á l i d o p a r a o s h o me n s b a i x o s . A l g u n s h o m e n s b a i x o s s ã o a l t a me n t e
desinteressantes para as mulheres enquanto outros não o são.
7
P o i s , c o m o e s c r e v e u A l b e r o n i ( 1 9 8 6 / s e m d a t a ) , o q u e e l a s b u s c a m s ã o a s e mo ç õ e s i n t e n s a s .
190
considera especial. Então, se você quer alguma, o que tem que fazer é
destacar-se aos seus olhos de um modo positivo, preferencialmente, ou
negativo, se não dispor de outro recurso. Mas é preciso habilidade para
fazer isso. Não vá sair ostentando porque elas simplesmente zombarão e
você ficará com cara de idiota.
“O i nte lec to é u m b elo ser vo, mas u m mes tr e terr í vel. É o i ns tr u me nt o d e p ode r
da noss a s ep ara tivi dade. ” ( DASS, 199 7, p. 201)
191
capacidade de intuir está relacionada à sensibilidade (KANT, 1992), a qual
é altamente desenvolvida nas mulheres, o que não significa que esta
faculdade cognitiva seja intrinsecamente altruísta.
8
E m o u t r a s p a l a v r a s , e l a s s i mu l a m d e s e n t e n d i m e n t o , i n g e n u i d a d e e i n o c ê n c i a , f a z e n d o - n o s
a c r e d i t a r q u e n ã o c o m p r e e n d e m c e r t a s c o i s a s q u a n d o l h e s c o n v é m. A f r a s e s e r e f e r e à
inteligência emocional voltada para fins egoístas.
192
estude-o porque aí está a chave. Este é o "macaco principal do bando". Não
se iluda achando que a bondade será reconhecida.
“A obs er v aç ão o bje tiva e s e m pr ec onc ei tos da r ea lid ade nos mos tr a que ex is te m
a pen as al guma s c at ego r ias de home ns que po ss ue m mulh ere s belíss i ma s : os líd ere s
c ar is má tic os , os mil ion á r ios, os as tr o s fa mos os , o s gran des a tore s, os gr a nde s dire tore s
e os Gâng stere s.
A b ele za, a gr an de bel ez a, é ine xora ve l men te a t r aída pel o po der, e o pode r t end e,
in exo rave l me nte , a mon o poli zá- la. É es s e l ia me pr o fundo , a nces tr al, ma s se mpr e viv o e
r e nova do, qu e t or na os ho me ns co muns pr ude nte s. ” ( AL BERO NI, 1986/s e m dat a, p. 32)
193
observação o revelará com exatidão matemática. Observe que os machos
mais ricos ficam com aquelas que os outros gostariam de ter. Verifique tal
fato e depois conclua por si mesmo se estou mentindo ou não a respeito.
Mas não se iluda: se você tiver apenas dinheiro e mais nada, também levará
chifre porque ela não estará preenchida. Caso você queira apenas se divertir
sem compromisso não haverá nenhum problema, mas não invente de se
casar porque estará sendo usado apenas para ser provedor material e outros
caras a levarão ao motel.
Esses caras que ficam mexendo com mulheres nas ruas, assediando-as
em todo lugar, perseguindo-as ou passando-lhes a mão sem que elas
autorizem não passam de umas bestas incompetentes. É por causa deles que
é tão difícil conquistar as mais gostosas, que acham que os homens são
todos parecidos.
194
ser amigo de verdade e ir aos poucos se tornando mais e mais íntimo. Para
deixá-la louca para te dar o sexo, é preciso ir conversando com ela sobre ela
mesma, compreendendo-a mais e mais. Logo ela estará contando-lhe suas
intimidades. Não a atraiçoe.
9
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
195
Um sexto atributo é a fala. Procure entonar sua voz e utilizar as
palavras de uma forma bem masculina e superior mas não grosseira. Evite
falar palavrões ou falar como se fosse caipira ou analfabeto. Se o seu grau
de instrução for baixo, tome vergonha, treine e comece a ler para enriquecer
seu vocabulário (sem usar palavras que soem esquisitas) 10. Evite também
uma fala desmasculinizada. Se você convive muito com mulheres, tome
cuidado para não introjetar inconscientemente entonações e expressões
femininas na fala.
10
N ã o s o u p r e c o n c e i t u o s o c o n t r a h o me n s d e p o u c a i n s t r u ç ã o . O i n c o n s c i e n t e f e mi n i n o é q u e o
é...
11
P a r a me l h o r c o mp r e e n d e r e s t e a s p e c t o , s u g i r o a o l e i t o r q u e a s s i s t a o u l e i a a p e ç a “ B o n i t i n h a
ma s O r d i n á r i a ” , d e N e l s o n R o d r i g u e s .
12
L e m b r e mo s q u e a f e i u r a é s e m p r e r e l a t i v a . U ma p e s s o a j a ma i s s e r á a b s o l u t a m e n t e “ f e i a ” m a s
s i m r e l a t i v a me n t e “ fe i a ” . S e r á “ f e i a ” s o b d e t e r mi n a d o p o n t o d e v i s t a o u a s p e c t o e e m r e l a ç ã o a
a l g o . U ma m u l h e r p o d e s e r “ f e i a ” p a r a u m h o m e m e l i n d a p a r a o u t r o , p o d e r á s e r “ f e i a ” o u
“ l i n d a ” p a r a s i m e s m a o u p a r a a s o u t r a s mu l h e r e s , p o d e r á s e r “ fe i a ” e x t e r i o r m e n t e o u
interiormente etc. Meu ponto de vista é o de que todas as pessoas, incluindo as do sexo
f e mi n i n o , s ã o s i mu l t a n e a me n t e l i n d a s e h o r r í v e i s s o b mú l t i p l o s a s p e c t o s . N a f r a s e e m q u e s t ã o ,
e s t o u me r e f e r i n d o à q u e l a s q u e s e a u t o - c o n s i d e r a m n ã o - e n q u a d r á v e i s n o s e s t e r e ó t i p o s
c o n v e n c i o n a i s d o s é c u l o X X I . P a r a mi m, e s t a s s ã o ma i s f á c e i s d e l i d a r e ma i s c o mp r e e n s i v a s .
O b v i a me n t e , e s t a s me s ma s mu l h e r e s p o d e m s e r c o n s i d e r a d a s l i n d a s s o b v á r i o s a s p e c t o s o u p o r
v á r i o s h o me n s , d e p e n d e n d o d a s i t u a ç ã o . O h o me m s a b e e n c o n t r a r b e l e z a e m u ma m u l h e r q u a n d o
a d e s e j a ( A l b e r o n i , 1 9 8 6 / s e m d a t a ) . A b e l e z a e m s i n ã o e x i s t e , é u ma s i m p l e s f o r ma m e n t a l
p r o j e t a d a . E u , p o r e x e m p l o , a c h o u ma mu l h e r k u h i k u r u m u i t o ma i s l i n d a e d e s e j á v e l d o q u e
q u a l q u e r t o p m o d e l e j a m a i s t r o c a r i a u ma p e l a o u t r a . U ma m u l h e r n ã o é b e l a o u f e i a e m s i e p o r
si mesma, mas sim para aquele que a contempla. São os instintos que falseiam a percepção do
h o me m, i n d u z i n d o - o a v e r a m u l h e r c o mo “ o b e l o s e x o ” ( S C H O P E N H A U E R , 2 0 0 4 )
196
machos melhores do que você se aproximam 13. A mulher “feia” é mais
adequada ao casamento porque, como não tem opção, reluta mais em trair,
apesar de também terem a ancestral tendência natural à prostituição
inconsciente. Eliane Calligaris descreve esta tendência do inconsciente de
forma interessante:
“A fant as ia da pr o st itu içã o p er mit e que a mulh er des e nvolva su a se xua lid ade se m
a s a mar r as do pa i e se en treg ue à rel aç ão c o m u m h o me m o u mes mo c o m u ma mu lhe r”
( C all igar is, 2 006, s /p)
“S e ela est abe le cer, para outr o ho me m, o mes mo v alor de des e jo q ue atr i buiu ao
pa i, ter á de se r s ó u ma da ma – e não s e e ntre gar s e xua lme n te a e le [ o qu e ex plic a a
qu eix a d os ma r idos d e que as es pos a s se ma nt é m di st an tes ], pois a últi ma c ois a qu e q uer
pe r de r é o a mo r [ rec eb ido unil ate ral ment e, en tret ant o]. Mas a mu l her pode ta mbé m
e nte nder o co ntrá r io. Quan do de ve su per ar o de s ejo pel o pa i, sen te- se tr aída e pe ns a o
s eg uint e: quer o t odos os ho mens no l uga r d e u m. En tão , el a e sc olh e ou tr a o pção, a da
pr o st ituta. Nã o a pr ost itui çã o r eal , ma s a ent rega p ara ho me ns de s con he cidos [e,
po r tan to, é a que le que nã o s e de ixa con hec er, o mi st er ioso , o que de s per t a a atr aç ão
s ex ual, e n ão o s in ce r o q ue se mo st r a e se de ixa c onhec er].” ( C al ligar is , 2006 , s/ p)
13
Esta realidade está retratada em “O Fausto”. Quando o herói encontra Helena, a Beleza, é
a l e r t a d o q u e d e v e r á m a n t e r - s e s e mp r e p r o n t o a d e fe n d ê - l a p e l a s a r ma s p o r s e r e l a a ma i s b e l a
197
enganando a ninguém. Nenhum homem poderia protestar contra uma
prostituta, acusando-a de trair seus sentimentos por ter mantido relações
sexuais com outros homens, isso seria simplesmente ridículo. Neste sentido,
elas são muito honestas, ao contrário das espertinhas que querem parecer
ingênuas, puras, santas e fiéis.
Tais mulheres são invejosas e malvadas. Os caras que acham que vão
conquistá-las sendo bonzinhos só se danam. Elas os torturam e os levam à
loucura. Conheço alguns que até se mataram por isso. E você pensa que elas
ficaram com dó?
( G O E T H E , 1 8 0 6 e 1 8 3 2 / 2 0 0 6 ) . A d i s p u t a d o s ma c h o s p e l a s ma i s b e l a s c o s t u m a s e r a c i r r a d a .
14
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
15
No sentido dado pelos dicionários Michaelis (1995) e Aurélio (FERREIRA, 1995).
198
finalidade de ver as reações do homem. O mais interessante é o joguinho de
aproximar e afastar que fazem para deixar o homem confuso, inseguro e
louco. Por tudo isso, é extremamente importante não se apaixonar mas, às
vezes, fingir com perfeição que se está apaixonado, pelo menos até firmar
bem o vínculo. O apaixonado é visto como um moribundo digno de piedade
e as mulheres não sentem atração por coitados.
Se você não for apaixonado, passará por todos esses testes e a mulher
se entregará, vencida. Mas para isso é importante que você tenha eliminado
pelo menos uma boa parte dos agregados psíquicos envolvidos na paixão
para poder aguentar, senão irá arriar. Quando ocorrerem os joguinhos,
acompanhe-os sem perturbação. Quando ela se aproximar, receba-a e
quando se afastar fingindo desprezá-lo, ignore-a até que ela volte.
199
O que faz algumas serem tão ávidas pelos machos melhores é sua
natureza invejosa e sua tendência natural à prostituição inconsciente.
Querem os machos mais destacados para exibí-los e para obterem garantias
materiais. O amor feminino cheira a bens materiais e exibicionismo.
Observem que não existem mendigos encantados mas apenas príncipes
encantados. Já notaram?
200
28. Ao telefone
Não telefone antes de ter em mente o que vai dizer de forma clara e
decidida. Seja amável porém firme. Diga o que tem a dizer e se retire. Se
você ficar esticando o contato sem necessidade, será visto como um fraco,
carente. Planeje o que vai dizer, telefone, diga de forma clara e direta, e se
retire.
201
Não espere ela terminar a conversa. Tome a iniciativa de desligar
primeiro. Preserve a "vontade de conversar mais" para outra oportunidade.
As espertinhas querem desligar na nossa cara, então roube-lhe a sensação
da vitória desligando primeiro.
1
N o f i l me “ A B a t a l h a d e R i d d i c k ”
202
que o interessado é você e não ela. Ao sugerirem isto, estão se colocando
como um prêmio. Esta sugestão subliminar não deve ser aceita e precisa ser
desmontada. Para desarticulá-la, basta criar uma situação que a force a
revelar se realmente está interessada ou não, de maneira a eliminar qualquer
sombra de dúvida. Se ela começar a brincar com você, enviando sinais
contraditórios para confundí-lo, crie resolutamente, sem a menor hesitação
ou medo, uma situação definitiva comunicando-lhe algo mais ou menos
assim: "Telefone somente quando estiver realmente interessada em mim. Se
você (a espertinha) não me telefonar em n dias (prazo definido por você)
saberei que nunca esteve interessada e não esperarei mais". Em seguida,
desligue na cara dela. Com este procedimento você a obriga a revelar suas
verdadeiras intenções e desarticula o joguinho pois a situação não permite
nenhuma espécie de confusão. A própria tentativa de confundir irá
desmascará-la. Se a mulher não telefonar, terá se revelado e se telefonar
também! Ao agir assim, você estará se mostrando um homem decidido e
determinado, que não hesita em seus objetivos. Obviamente, o tiro sairá
pela culatra se você estiver apaixonado ou apegado pois trata-se de
“explodir uma bomba” que atinge somente aquele que estiver mais
apaixonado, apegado e necessitar mais do outro.
203
29. Anexos
Ob s. 1 S e gue m a gor a uma e ntr e vis ta e al gu ma s men sa ge ns e letr ônic as env iad as a ami gos .
Ne s ta ter ceir a ed içã o vi r tua l, s ubs ti tuí a lgumas pa lav ras por s in ôni mo s p ar a ma io r
c lar e za e par a i mpe dir dis torç ões int enc ion ais e i nte r pr etações ten den cio sa s por par te de
le ito res uni lat er a is. T oda s as observa ções aqu i co ns tan tes, co mo as dema is d o liv ro, se
r e fere m ap ena s às mul h ere s que c orr es po nde m ao pe r fil c omp o r ta me nt a l c o m o qu a l no s
oc upa mos .
Ob s. 2 A pre se nte e ntre vis ta nu nca fo i pu blic ad a for a des te l ivr o. F oi fe ita por u ma
le ito ra fe mi nis ta, po r su ges tã o min ha, co m o f i m de e s clar ec er p onto s c onfu so s q ue s e
or i ginar a m dur a nte u ma ca óti ca disc us são vir tual. Ap ós mu it as te nta ti vas i nfr utí fera s de
fa ze r co m q ue u m pe qu e no gr upo de mul her e s en ten des s em meu s pon t os de vi st a, e vis to
qu e a con fus ão so men t e a u men ta v a, so lic itei- lh es que e nvia sse m as ob jeçõe s so b a
for ma de p er gu ntas. A ide nti dad e da entrevi s tad or a foi ma nt ida e m s igi lo.
Ob s. 3 A s pr ese ntes c orr es po ndê nci as s ã o, e m su a maio r ia, re sp os tas a mens a gen s de
vá r ia s fe mi nis ta s hos tis que me e sc rev ia m a tac an do meu s p onto s de vis ta. T a mb é m há
r esp os tas a al gu ma s pe s so as que soli ci tar a m mi nha s op i niõ es a r espe ito da s s it uaç ões
pe la s qua is pa ssa va m. A i den tida de dos c orr esp onde nt es foi man tida e m s igil o e m tod os
os c as os .
204
Anexo 1. Entrevista com o autor
P - Você afirma que a mulher não sabe o que quer ser (amiga, mulher
"ficante" de sexo casual, amante, namorada ou esposa). Nunca pensou que
isso acontece porque os homens não demonstram nenhum interesse e não
tem segurança, sendo que nós precisamos disso e, se não temos, caímos
fora?
Sim. Eu analiso. É por isto que recomendo ao homem que defina a relação
conforme a mulher age e se comporta e não a partir do que ela diz.
P - Por que os homens se fecham quando estão com problemas? E por que
acham que seus pensamentos são a única verdade?
205
lógica e para nos convencer é preciso ser racional 1. Não mudamos de
opinião quando há falha lógica, assim porque sim.
P - Por que vocês são tão preconceituosos e nunca se abrem para outras
opiniões?
P - Se um homem possui uma filha jovem que fica grávida, ele não dirá
nada pelo fato de que "é inútil discutir problemas com mulheres pois elas
tem a opinião formada e homens não são de falar", nada sendo dito ou
resolvido? Nada importará?
Não. Neste caso ele deve orientá-la corretamente a respeito do que fazer e
não discutir, deixando-a arcar com as conseqüências caso não queira
concordar. Jamais deve obrigar à força.
1
N o c a mp o d o s c o n f l i t o s a mo r o s o s . M e u p o n t o d e v i s t a é o d e q u e d i s c u t i r a r e l a ç ã o p i o r a t u d o .
S e n d o a s o p i n i õ e s fe mi n i n a s f u n d a me n t a d a s n o s s e n t i me n t o s , t o d a t e n t a t i v a d e e n q u a d r á - l a s
e m u m s i s t e ma l ó g i c o q u e s e j a r a c i o n a l , e n ã o e mo c i o n a l , r e s u l t a r á e m a u m e n t o d e c o n f u s ã o . O
me s mo é v á l i d o p a r a a s o p i n i õ e s d e h o m e n s t o ma d o s p o r u m a e mo c i o n a l i d a d e e x a g e r a d a . O f a t o
d o h o me m s e r ma i s r a c i o n a l n ã o s i g n i fi c a q u e e l e s e j a ma i s i n t e l i g e n t e . P r i n c i p a l me n t e n o q u e
206
P - No caso desta filha (que também poderia ser a namorada, a esposa, ou a
mãe) estar depressiva e o HOMEM se fechar supondo que a tristeza acabará
por si mesma: ele nada faz ou apenas diz: "Isso não é nada demais, logo
passará" ? Será que passará realmente?
s e r e f e r e a p r o b l e ma s a m o r o s o s , a r a c i o n a l i d a d e a t r a p a l h a , p o i s o q u e e n t r a e m j o g o s ã o o s
s e n t i me n t o s : c a p a c i d a d e d e s u p e r a r a s p r ó p r i a s d e b i l i d a d e s e mo c i o n a i s .
2
No sentido já tratado neste livro, isto é, de evitar conflitos.
3
V i d e n o t a s a n t e r i o r e s s o b r e d o mí n i o . P o r “ d o m í n i o ” , d e v e m o s e n t e n d e r a c a p a c i d a d e d e ma n t e r
um controle consentido da situação de modo a evitar que a parceira sustente conflitos.
207
Conversamos de forma concentrada e buscando objetividade, em geral sobre
nossas conquistas e reveses amorosos. Tais conversas são extremamente
importantes para o aprimoramento de nossas habilidades, principalmente no
que se refere a estratégias de sedução, ataque e defesa nos jogos de
sentimentos e atração com as mulheres. São reflexões. A fala das mulheres 4
não é concentrada, é dispersa, vaga e superficial 5. Por serem muito
parecidas com crianças, conversam sobre coisas bobas: o que fez fulano, o
que aconteceu à esposa de beltrano etc. Não há análises, apenas descrições
superficiais marcadas por um tom de fundo emocional.
P - Por que vocês ficam falando tanto sobre mulheres ou acusando homens
que não pegam ninguém de serem gays?
P - Por que vocês homens se desesperam quando a mulher vai embora para
sempre se vocês mesmos dizem que "há muitas por aí"?
4
Com as quais nos ocupamos neste livro.
5
E mb o r a a b r a n g e n t e . O p o d e r d e p e n e t r a r p o n t u a l e p r o f u n d a me n t e e m u m t e ma , e x c l u i n d o t o d o
o r e s t o , é p r e d o m i n a n t e me n t e ma s c u l i n o e n ã o f e mi n i n o . O h o m e m é l i mi t a d o e m a b r a n g ê n c i a .
6
O u u m c a s o o u o u t r o ( o u d i s f u n ç ã o o u p r e fe ê n c i a , e n ã o a mb a s a s c o i s a s s i m u l t a n e a m e n t e ) . A
fase não está estabelecendo relações de causalidade entre disfunção e identidade de gênero.
7
R e f i r o - me à s e s n o b e s e e s p e r t i n h a s .
8
N o c a mp o d o s s e n t i me n t o s e d o s e x o . I s s o n ã o s i g n i f i c a q u e a mu l h e r c o r r e s p o n d a a o s p a d r õ e s
estereotipados de beleza.
208
Porque vocês astuciosamente nos prendem emocionalmente dando carinho
para que sintamos falta nessas horas. Obviamente, um homem amadurecido
está imune por já ter caído nessas armadilhas muitas vezes no passado.
Há vários tipos. O mais comum é o da mulher que "vai ser como a minha
mãe", isto é, uma santa no dia a dia. Mas além disso deve ser uma fêmea
fatal 9 conosco, e somente conosco, à noite na cama.
Porque é uma porta para transar com outro que a mulher não quer fechar. Os
maiores amores nascem das amizades. Os contatos próximos e estreitos são
uma passagem para uma relação amorosa e a mulher que se recusa a rompê-
los está se recusando a destruir possibilidades de uma traição. Nenhuma
mulher sonha com um homem que tenha um pênis de quatro metros...vocês
9
Na edição anterior eu havia utilizado a expressão "deusa pornô" mas preferí substituí-la por
" f ê me a f a t a l " p o r s e r ma i s p r ó x i ma d o s e n t i d o o r i g i n a l q u e d e s e j e i e x p r i m i r .
209
sonham com homens legais, que saibam se aproximar de vocês "sem
maldade" etc. [para assim tê-los como escravos]. Além disso, quando vocês
tem um amigo, somente vocês é que sabem de fato se algo rola ou não.
Deste modo, ocultam informações de seus parceiros para poderem dominar a
relação. Por isso não queremos compromissos com mulheres que tenham
amigos.
Não. Somente se a mulher agir como mulher "liberal". O problema não está
em ser liberal mas em não assumir, não admitir, dissimular, iludir o homem
dando a entender que será fiel etc.
P - Tudo que fazemos é insuficiente para agradá-los, nunca está bom. Então
diga, como é a mulher que vocês homens querem?
Queremos uma mulher deliciosa, que dê sexo e amor para nós e de todas as
formas que queiramos, que não tenha frescuras, que mantenha os outros
machos à distância, que policie seus atos com relação aos homens e não
faça nada que não gostamos sem o nosso consentimento. Por estranho que
pareça, também queremos o casamento, mas não com “vagabundas”. Há
muitas vadias que se casam disfarçadas de damas honradas e esta é nossa
preocupação 10.
Ele provavelmente sabia o que queria mas estava confuso pela condenação
da sociedade feminista atual às suas idéias. Além disso, estas características
masculinas que estou apontando são inconscientes na maioria das vezes.
Somente um estudioso as detecta, como é o meu caso.
10
E m o u t r a s p a l a v r a s , o s h o me n s e s t ã o à p ro c u r a d a s s i n c e r a s , h o n e s t a s e v i r t u o s a s .
210
P - De acordo com suas afirmações, a relação estável não deve ter amor
romântico. Então eles nunca terão relacionamentos de verdade?
Eles terão, porém a mulher é que irá amá-los por suas características
diferenciantes e atrativas, e não o contrário. A mulher não ama em
retribuição ao fato de ser amada, ao contrário do que querem dar a
entender. É por isto que não podemos amá-las: para que vocês nos amem 11.
O homem que ama (amor comum, romântico), se torna ciumento,
possessivo, dependente e pegajoso. A mulher se irrita e o rejeita. Esses são
aqueles infelizes que se matam ou que matam a esposa. Em troca, o homem
desapaixonado é frio, distante, inacessível, misterioso, inabalável,
indiferente e seguro. Então a mulher tenta testá-lo e atormentá-lo mas ele
nem nota ou, se nota, não dá importância ou acha graça 12. Este é o macho
interessante, que passa no teste de seleção natural das fêmeas. Para não ser
possessivo, pegajoso, ciumento, inseguro e dependente é preciso
primeiramente não estar apaixonado e não amar. As mulheres adoram
homens assim e os perseguem incansavelmente.
P - Qual é o inferno psicológico criado pela mulher que você cita várias
vezes?
11
E s t a é u ma e x i g ê n c i a d a s p r ó p r i a s m u l h e r e s .
12
É n e s t e s e n t i d o q u e e l e a d o mi n a , p o i s a v e n c e p e l o c a n s a ç o .
211
P - Por que vocês evitam se apaixonar? Por medo?
Que ele está desesperado por aquela mulher, que sem ela não vive e que não
suporta sua ausência. É um infeliz 14 infantilizado. Em nada se diferencia de
um moleque chorando pela falta da mãe.
13
P o i s e l e p o d e a q u a l q u e r mo me n t o d e i x á - l a .
14
O p t e i p o r t r o c a r a e x p r e s s ã o “ i mb e c i l ” , c o n s t a n t e n a p r i me i r a e d i ç ã o v i r t u a l , p o r “ i n f e l i z ” ,
a q u a l me p a r e c e m a i s a c e r t a d a .
212
Sim. E também para ter uma mulher que preste ao lado. Como é cada vez
mais difícil de achar, fugimos quando sentimos o cheiro de compromisso
pois o casamento na maioria das vezes é uma armadilha.
P - Porque vocês querem morrer quando a mulher trai sexualmente mas não
ligam muito quando ela trai apenas emocionalmente?
Porque, quando vocês dão sexo para outro, vocês fazem o que nunca
fizeram para nós na cama. Por exemplo: para o amante, a mulher faz tudo,
sexo oral, anal etc. de ótima qualidade, com vontade, carinho e amor. 15 Para
o marido nunca faz isso do mesmo modo pois o sexo no casamento é uma
obrigação e, portanto, uma tortura. Ou seja: o que tem de melhor a mulher
reserva para o outro macho que não se compromete e não para o infeliz 16
comprometido. O homem não sofrerá se não estiver apaixonado pela mulher
que se foi com outro.
P - Por que vocês querem morrer se não conseguirem transar por falta de
ereção?
Porque nos sentimos anulados como homens. O cara sente que não existe
mais pois o homem é um pênis ambulante, o resto é aderente 17. É por isso
que precisamos transar bastante enquanto temos força para isto.
P - Esta frase é sua: "Há uma diferença entre o fraco, que faz isto contra a
sua própria vontade por medo de perder a mulher etc. e o forte que faz isto
por não precisar dela. Somente este é que pode desfrutar do seu carinho."
Explique-a.
É que o homem forte não se identifica com a relação. Está dentro da relação
mas se mantém psicologicamente fora e isolado. Então deixa a mulher agir
15
N ã o e s t o u d e f e n d e n d o e n e m c o n d e n a n d o t a i s p r á t i c a s ma s e x p l i c a n d o q u e e s t e é u m d o s
f a t o r e s q u e a t o r me n t a m o s ma r i d o s t r a í d o s . P a r a o e s p o s o , o s e x o é o q u e a e s p o s a t e m d e m a i s
p r e c i o s o e o a t o d e d á - l o d a me l h o r f o r ma p o s s í v e l a o u t r o f e r e - o d o l o r o s a m e n t e n o s
s e n t i me n t o s . O e s p o s o q u e r e x c l u s i v i d a d e t o t a l d a p e r f o r ma n c e e r ó t i c a d a e s p o s a .
16
O p t e i , i g u a l me n t e , p o r t r o c a r a e x p r e s s ã o “ i d i o t a ” , c o n s t a n t e n a p r i m e i r a e d i ç ã o v i r t u a l , p o r
“ i n f e l i z ” , a q u a l me p a r e c e ma i s a c e r t a d a .
213
livremente para descobrir quem ela é e para que função serve. Já o homem
fraco deixa a mulher fazer o que quer por medo de perdê-la. 18
P - Vocês querem uma mulher que adivinhe suas necessidades sem que
vocês contem, como a mãe faz ao um filho pequeno?
Não. Queremos uma relação explicitamente definida desde o início para não
perdermos tempo esperando o que não virá. É por isto que os homens mais
fracos matam as mulheres, agridem etc. porque esperam uma coisa e vem
outra. Como são débeis, não conseguem exercer corretamente o domínio
sobre a mulher dominando a si mesmos e a única saída que encontram é a
agressão. Obviamente estão errados, deveriam crescer e se tornar HOMENS
de verdade mas não são totalmente culpados porque não temos em nossa
sociedade quem os ensine a sê-lo. Hoje a moda é ser homossexual e
"sensível". A masculinidade é vista como um defeito porque vivemos em
uma sociedade decadente (...) 19. O máximo que vemos são valentões que
pensam que a masculinidade está nos músculos dos braços e das pernas. São
ignorantes pois a masculinidade está no cérebro, no coração e no órgão
sexual.
Anexo 2. Correspondências
C a ro a migo
17
Sobre este ponto, leia-se Eugene Monick (1993A; 1993B)
18
Ou seja, são motivações diferentes para ambos os casos. Entretanto, há um terceiro caso: o do
fraco que tenta proibir. Elas então burlam todas as proibições e desfrutam da sensação de
t r i u n f o , z o mb a n d o d a i n c o mp e t ê n c i a d o c a n d i d a t o a p e q u e n o d i t a d o r .
19
O s v a l o r e s ma s c u l i n o s s ã o r i d i c u l a r i z a d o s , o b j e t o d e p r e c o n c e i t o e v ê m s o f r e n d o p r o g r e s s i v a s
tentativas de destruição por parte da moderna sociedade ocidental. Sobre este pormenor, leia-se
Farrel & Sterba (2007), Hise (2004), Monick (1993A), Sommers (2001), Young & Nathanson
(2002) e Young & Nathanson (2006).
20
A situação.
214
A p ri me ira coi sa q ue v o cê ne ce ssit a é de sgost a r de sta mu lhe r,
a nt e s d e m a is n ad a . É m u ito e v ide n t e q u e e la é i m p o r ta n t e p a r a v o cê e
pe r ce be isso . Q ua ndo vo cê tent a si mul ar d e sinte re sse , a mu lhe r
ra p id a men t e de sco b re se v ocê e s t á ou n ã o f i ng ind o, de mod o q ue ist o
nã o ad iant a. O ma is n e ce ss ár io é, em p rime i ro lug ar, de sg o st ar
realmente de la.
E la e st á f a ze n d o o clá ss i c o j o go d a ind e f in iç ão . Q u e r m an t ê - lo
pre so a e la a o mes mo t e mpo e m q ue n ã o d á nad a e m t r oc a. P ara e la
e stá, assim, tu do muito be m po is n ão há nen hu ma d úv i da que a
pe r t ur be . E la nã o o vê co mo u m v i t or io so a o q u al de v e r i a s e e n t r e g ar
po r que o vê c omo u m j ovem ap a ix onad o po r se r i matu ro. É ne ce ss ár io
in ve r t er e st a i m age m a ssu m in do out r a p o siç ão e out r os c om p o rt a me nt o s.
21
N o c a mp o d o s a t r i b u t o s i n t e r n o s ( c o mp r e e n s ã o , f i r me z a , a u t o d o mí n i o e t c . )
22
N o c a mp o d o a mo r
23
Um êxtase espiritual sentido na cabeça e na coluna vertebral.
215
de si nte ress e p rime i ra me nte pa r a que de p oi s e le se re ve le me scla d o co m
cu ida d o s.
P a ra de sg o st ar de la , su gi ro q ue a ve j a co mo ig u a is à s o u t ra s.
Assi m v o cê se l ib ert a de sse fe it iç o que te f a z cre r que e la é a me lho r d o
mun do.
* * ** *
O l á a mi go
216
O funda me nt a l é se r cad a ve z mai s o u sa do na s inve sti da s e ao
me smo temp o cad a ve z mais in d ifere nte . Ob se rve as re açõe s de la e v á
se gu in d o- a s.
* * ** *
10 /8 /2004 0 0: 49:23
N ão co n f u n d a boa a r g u me nt a çã o co m se u s a t a q ue s a pe la t ivo s
e m oc iona is p o rqu e a d if e re n ça é v i sív e l e f ica r i a r id ícu lo .
217
e la s f o r am e d ita das p ar a se re m re sp on d ida s. O que me re cus o é a t omar
pa rte no pan de mônio me nta l, e moc io na l e e scr it o p ara o qu a l v o cê que r
in ce ssa nte me nte me at ra i r co m se u mag ne tismo . Se que r re spo st a s
obje t iv a s, f a ça pe rgu nta s ob je t iv a s a o in vé s de la nç ar id é i as p e rd id a s
so br e mim em um br a ins to r m de sno r te ad o e co lo rid o ma s a lta me nte
magnético. De mane ira alguma correre i atr á s de s ua s co nfu sõe s p a ra
de sf a zê - l a s. Se que r cl a re z a, f or mu le pe r g u n t a s d e f or ma co r r e t a.
M an if e ste i - me , si m , co nt r a t od a e st a t e ndê n c ia de p s eu d o-
e sote r ist as eun uco s que ap re g oa m que o kund al in i so be quan do o ho me m
se e n t r e g a à pa i x ão e a o amo r r o mân t i co , ( is to q u an d o n ão d i ze m q ue
a ind a p or ci ma d e ve o ne ófit o a b ste r- se de se x o) . E sta é u ma me nti ra
de sc ar a da de mago s neg ros q ue envenen am as mente s com f a lsos
e nsi na me nto s e que v o cê s cla r a mente ad ot am, ape sar de di ze re m o
co nt rár io .
218
U m do s a t r ibut o s b ás ico s p ar a de s pe r ta r o kunda li ni é nã o se
e nt re g a r à f ata li dade do ma gne t ismo fe min ino. So me n te a p ós mu ita
e x p e r i ê n ci a co m m u lhere s é q u e o ho m e m a d q u i re t a l c a p a cid a de . É
pre ciso expe rien ciar em profundidade toda a falá cia e mentir a do eg o e
de se u s j ogo s e d isf a r ce s n a re la çã o amo rosa . S o mente aque le que
co m p r ov ou o c ar át e r i lu s ór io d o a mor r o m ân t i co , p od e rá d ir ig í- lo e d e le
di sp or p ar a f in s e sp ir it uai s. É po r is to que o s ca f aje ste s e a s pr o st ituta s
e stão ma is pe rto da ca st id a de autê nti ca q ue co ndu z ao e st ad o supe r-
hu mano do que os tímid os mast u rb a d or e s e as c as t r ad a s m u lhere s
in org ásmicas. Em nenh um momento co nside re i que "cafaje ste s" e
pr o st itut as e ste j am à al tu r a do h ome m autê nt ico . E nt re tanto , sã o
22
pe ss oa s que e x pe r ie nc ia m o ma l e m t od a a su a p le n itude e p or iss o o
compreende m me lhor d o que as almas ingênu as que se acre d it a m puras.
E m t o da s a s n os sa s m e n sa g e n s, t e mo s t r a t ado d o a m or e m su as
f or ma s i nf e r io re s. Não n o s c on ce n t r amo s n o e st ud o d o A m o r e m s u a
modalidade or ig in al e super ior . Tr atamo s a p e na s d e suas p e r v e r sõ e s
e gó ica s.
219
a norg á smi ca) , co mo v o cê s ( ... ) se o rgu lham de se r, ma s si m a nt i-
or g á smica e ist o é co mple ta me nte di fe re nte . E la s e xpe r ie n ci am um
23
or g a smo i n v e r t ido , al g o q u e v o cê s n un ca e n t en d e r ã o. Com p a re i- o a o
or g a smo v ag in al e m te r mo s de in t e nsi d a d e de p r a ze r e d e ê x t a se ma s
n ã o e m t e r m os d e d ir e cio n am ent o d o f l ux o ene rg é t ico . D e i x e m d e s e r
ig noran tes. Se ( ...) re alme nte conhece ss e m o ass u n t o n ão afi r m ar ia m
tan tas best e iras que provavelmen te ouviram de pseu do - mestre s.
220
pon t o le va nt ad o , fo i p or se r u ma te nt at iv a sua d e de sv iar o d iá lo go de
no sso o bje t iv o pr incip al p a ra que st õe s me r a me nte pe sso a is e p a ssio n a is.
Ade mai s, o s po nt os q ue le vante i e a se nho r a e vit ou f o r am mu it o s c omo ,
po r e xe mp lo , o e stupr o e m an ima is co nf ina d os sob e st re s se se xua l e a
te n dên cia d a s mul he re s e m i mit a r o s h om en s, e nt r e ou t ros.
A tent a mente
* * ** *
C a ro a migo
* * ** *
[ 8/ 8 / 2 00 4 11 :4 0 : 2 1
C a ra s co le g a s
221
par a que o home m quebre sua re sist ência 24, é iss o o que ela q u e r . Se o
home m não for ca paz de vencê - la, e la simp le sme nte e xpl ica r á o f a to p a ra
si me sma p o r me io da idé ia de que ele n ã o foi bom o suf icie nte e que
po rtan to n ã o f a r á fa lt a .
24
P s i c o l o g i c a me n t e
222
Obv ia me nte , tud o o que ve nh o lhe s d ize n do os ho me n s oc ult am.
Ja ma is um ho me m lhe s d iria tud o i sso se e st ive sse que re n do co nq ui st á-
la s e le v á- la s p a ra a ca m a. A o co ntr ár io , e x cit ar ia a s su a s f anta sia s e
paix õe s, deixan do v o cê s acred it a re m n o que be m qu is e ss e m, e condu zir ia
o p r oc e s so a t é a l ou cu ra e e nt r eg a t ot a l.
A tent a mente
* * ** *
C o le g a
M in h a in t en çã o h av i a sid o a j u da r , in t en çã o q ue n ã o v o lt a re i a t er .
25
P o r v i a u n i l a t e r a l , e n t r e t a n t o e n o r ma l m e n t e .
223
Ape na s da re i c on t inui dade ao fe cu nd o ( ape sa r d a i nt o le râ n cia ) e stud o
que te mos fe it o. Obv ia me nte pub li ca re i t odo s os e scr it o s me us.
26
"Vejamos agora uma estratégia muito engraçada para que os tímidos e complexados
consigam conquistar mulheres: Quando um homem sai acompanhado por uma mulher linda, as
outras mulheres passam a paquerá-lo por se sentirem inferiorizadas. As fêmeas humanas são
altamente competitivas. Portanto, basta pagar para uma amiga linda aparecer em público
conosco para que rapidamente as outras fiquem interessadas, se questionando sobre nossos
atrativos. Obviamente, as mulheres que lerem isso negarão tudo e irão deplorar esta divertida
e s t r a t é g i a , m a s e l a f u n c i o n a " ( me n s a g e m p o s t a d a e m b l o g p e s s o a l , e m 3 / 8 / 2 0 0 4 , à s 0 0 : 4 6 : 3 2 ) .
27
N ã o s e t r a t a d e s e n t i r o o r g a s m o e s i mu l t a n e a m e n t e r e t e r o s ê m e n m a s d e r e a l m e n t e s a c r i f i c a r
o o r g a s mo , u m a f u n ç ã o m e r a m e n t e a n i ma l , p a r a e x p e r i e n c i a r o u t r a mo d a l i d a d e d e ê x t a s e : o
espiritual.
28
R e f e r e - s e a u ma i n d a g a ç ã o a r e s p e i t o d a o c o r r ê n c i a d o e s t u p r o e n t r e o s a n i ma i s .
224
A f o rça da mulhe r co nsi st e p re c isa me nte e m su a f r agi lid a de . Sua
de li ca d e za , d o çu ra e me igu i ce q ue b r a m e su b m e t e m a f or ça f í sic a
ma scu lin a. N ós, ho me ns, po de mo s se r consi de ra do s be st as de ca rg a
a man sad as , d o me stica d as. Somo s d o ma do s p or n os sos pró pr io s des ej o s e
se nt ime n tos .
Atent a me nte
* * ** *
225
Olá
A cr ed it e i p o is v o cê h av ia di to que n ã o me e n g an a ria .
226
Os me nc io nad os a ni ma is c ome te ri am o e stupr o se e st ive sse m
co nf in ad os c om fê me a s e m um me smo e sp a ço. Obv ia me nte nã o co nhe ce m
ta l p a lav ra po is ani ma is n ão f a la m o po r tuguê s 28.
* * ** *
7 / 8/ 20 04 0 0:17:19
A s a d or áve i s me nina s se r e fe r ir a m re pe ti da s ve ze s a o se xo co mo
a lgo se cundá r io e m re la çã o ao am or, che g and o a se g lo rifica r e m p or su a s
in org as mia s.
A s t eo r ia s e v o l ut iv as a t u a lme n te a ce it as n ã o af i rm a m q ue o h o me m
pr ovém do macaco m as sim que ambos p rovê m de an ce st ra is c omuns.
227
re in o. Somos pr imat as, mam ífe ros e verte br a do s.
* * ** *
E st ima d o le it or
* * ** *
Olá
228
E sp e ro que tenh a sid o de sfe it a a co nfus ão em to r no da s
mensage ns . V ou exp ond o os te ma s gr ada t iv a mente . Ao s pou co s ac ho que
v a m o s n os e nt e n d e n do .
No me u ca so , eu a pe n as d a ri a cr é di to às v o ssa s a le gad as
su pe r io rida de s se conv ive sse co m a s re fe r idas pe sso a s p ar a co mpr o var
co mo r e age m ante as d ive rs as s it ua çõ e s. C o nhe ço m u ito s m it ô m an os q ue
se a c r e d it a m t r a n sc en d id os e crê e m que e l imin a ra m o e g o.
229
f og o.
* * ** *
Olá
230
co mpo r tame nt os op o stos , hab ili da de di sp on íve l ape na s ao
de sa p a ixonad o, e ad min ist r ar o s s e nt ime nto s fe mi nin o s si mul and o f aze r
a qu ilo que a mu lher que r p a ra ag rad á-la ma s n ão o f a ze nd o se mpre .
A té l og o .
* * ** *
[ 2/ 8 / 2 00 4 00 :4 9 : 0 0
C a ra se n ho ra
A s o b se r v a çõ e s f or a m d ir ig id as às v ár ia s q u e s tõ e s l ev a n t a d a s p or
se u grupo . Ac on te ce que os e - mai ls e st a v am um ca os e f azi a - se
ne ce ssá r ia u ma a tit ude masc ul ina or g aniz ad ora do e stu do . Vo cê s te m
id é i a s ge n ia is e i m p o r t an t e s m as as m ist u r a m e , à m e d id a e m que
su rge m ma is, o e stud o se p e rde . Ta mbé m ti ve que fa ze r a mu dan ça
p o r qu e mu it a s d a s r e sp o st a s e r a m ape n a s a pe lo s e m o cio n a is e v is av a m,
se m inte nçã o co n sc ie n te de v o ssa pa rte , me indu zir a cor re r at r ás d a
possibilid ade de "ven cê-las". Assim, mude i o curso dos t rab alhos e
29
Assim como o homem, porém aqui estávamos falando das mulheres.
30
E n t r e t a n t o , p o r s e r i n e r e n t e me n t e c o n t r a d i t ó r i a , s e n t e - s e a t r a í d a p e l o s ma i s p r o mí s c u o s e
pelos polígamos.
231
de sp o ten cie i o magne t ismo da s re sp o st as.
A c re n ça de que n ão so mo s a n ima is em ge ra l a ss in a la
de sc on hec ime nt o so b re n ós me smo s. Quando so mos j o g ad os em
sit u açõe s e x tre ma s, o an ima l d isf a r ça do se re ve la p ront am ente e m t od os
nó s so b a f or ma de mú lt ip la s v a r ia çõe s d o ins ti nt o : me do, g u la, t riste za ,
co bi ça e tc. O s t raç os a ni male sco s p o de m se re ve la r de for ma g r oss e i ra ,
qua nd o são fa cilme nte v isí ve is , ou sut il. Ne ste ú lt imo c as o t ornam - se
ma is p er ig o so s po r e st a re m ma is r e fin ad o s. Tod o s os no sso s e go s sã o
mo di fi ca çõ e s do ins ti nt o pela mente abstr ata e, en quanto os tenhamos,
se re mo s cr ia tu r as co nd icio n ada s e me c ân ica s q ue se move m por inst in to,
ou se ja , an ima is .
O a mor q u e v o cê s o cu lt a m so m e n t e é e nt re g u e à q u e le s q u e a s
v en ce m e m se u s pr ó p r io s d o m ín io s: o d o se n t ime n to . P ar a re ce b ê - lo é
pre ciso que, alé m dos atr ib utos que as enlou que ce m (que p ode m ser
sin te t iza do s n a di fe re nc ia çã o e m re laçã o a o s o ut r o s h ome n s), o ho me m
nã o se ja v it imad o pe lo s a t rib uto s fe min in o s en lou que ce d ore s, os q u ai s
232
po de m ser sin te t iza d o s e m trê s e le me nt o s b á sico s: a be lez a, a v o lúpi a e
o carinho. Some n te os home n s que vence m a atraçã o poderosa de ste s
trê s e le me nt o s p ode de le s d is po r e de sf rut a r.
* * ** *
1/ 8/ 2004 0 1 :1 7: 29
Q u e r i do s a m ig o s v ir tu a is
233
e m imi ta r o s h o me ns e m se u s co mp ort a me nt o s. A s g rande s mudan ça s e
in ov a çõe s co le tiva s p a rte m do s home n s e so me nte p o ste r io rmente sã o
a d ot ada s p e la s m u lhe re s. O s h o me n s f or am o s p r i me ir o s a u sa r ca lça s,
se nd o se gui do s pe la s mu lhe re s alguns sé cu lo s de po is; e li min aram a s
a rg o la s das or e lh as e co rt ara m o s c abe lo s n os id o s d o sé cul o 18 e 19,
se nd o i m it a do s p os te r io r me n t e p e la s m u l he r e s . A tu a lme n te , as f ê me a s
hu mana s se ma scu li niz ar a m e i mit am o s ma ch o s e m p r atic am e nte t odo s
os s e t o re s d e a t iv id a de s, a band on an do o s l a re s, as t a refa s ma te rnai s e o
pape l que desempenhav a m na e st ruturação e manutenção da família.
H á v á r io s t ip os d e a m o r , u m d o s qu a is é a p a ixã o . A p a ix ã o é u ma
modalidade amorosa na qual ent re ga mos t ota lme nte , se m re se rv a s,
n o sso co r aç ão e n ossa a lm a a o s e r a ma d o. A f o rma m a is e le v a d a d e amor
é aque la e m que que re mo s e l ut a mo s pe lo bem d o ou tro se m c ol oc ar
no ssa fe lic id ad e e m sua s mã os. Co mo que r que so mo s t odo s a ni ma is, nã o
é se n sa to d a r p é r ola ao s p o r co s. E n t r e g a r a al m a e o c or a çã o a u m
a n ima l i nt e le ct ua l é con d e n a r - se ao s of r ime n t o. Para que p o ssa m o s
a jud a r o s de s gr a ça do s e so f re d ore s se re s hu manó id e s, entre o s qua is n o s
in clu ímo s, ne ce ssi ta mo s a nte s de mai s na d a s e r mo s in vu lne ráve is e
su pe r io re s 31 a e le s, n a me d id a de n os sas c ap a cid a de s. Ca so co n t r ár io ,
te re mos é que s er ajuda do s.
31
E s p i r i t u a l me n t e .
32
Indo ao encontro, e não de encontro, às fantasias femininas. Esta invasão não decorre da
o p o s i ç ã o a o s d e s e j o s fe mi n i n o s ma s d a a l i a n ç a c o m o s me s mo s . E n t ã o n ã o h á c o mo r e s i s t i r .
234
h o me n s p ag a m u m p r e ço m u it o a lt o . A li á s, a f a ze m p ar e ce r a ss i m p a r a
me lh or se le cio n ar e e s co lhe r o s e u he r ó i, aque le que virá r apt á -la e m
se u co r a ção .
T e n te i s er a b r ange n te e co b r ir o s p on t os le v an t ad o s. Há m u i to o
q u e d i z e r a in d a. Ent r e t a n t o, a g u a r d o r ép li ca s e ob se rv a çõe s.
C a ro a migo
33
G r i f o d o a u t o r p a r a a t e r c e i r a e d i ç ã o v i r t u a l . N ã o c o n s t a n a me n s a g e m o r i g i n a l .
34
Veja-se Peirce (1887/ s/d).
235
um e st ado in de f in id o par a pro l ong ar a dú vida e n o s imob iliz ar . Por i st o é
que u m “u lt imatum” é impor t ante. Em qualque r caso você deve criar
sit u a çõe s q u e en curra lem e f o rc em a u ma d ef i n i çã o q u e n ã o p e r mit a
qualque r sombr a de dúvida.
H á ai n d a a q ue st ã o da p o siç ã o q ue c ad a u ma da s pa r te s a ss u me .
Em ge ra l, as mulhe re s nos in du ze m a vê - la s com o p rê mi os. F a la m
co no sco e n os tra t am co mo se n ós p re ci sá s se mo s d e la s e nã o
pre cisa ss e m de nó s. P ro cur e inve rte r e st a po si çã o mo d if ica nd o se u s
se nt ime n t os e a f or m a com o a v ê q u and o a en contr a. P rocu re se nti r q ue
v ocê é o prê mio , o p aga me nt o, o o bje t o a se r d e se j ad o e pe r se guid o e
nã o o cont rá r io.
A b ra ço s
* * ** *
C a ro le it or
C o n si de r o q u e o m el h o r mo me n t o p ar a o “at a qu e ” é aq u el e e m que
houver uma sin alização favoráve l. Este é o mome nto e m que a mu lher
e stá abe rta, vul ne ráve l. O pr ob le ma nã o pa re c e se r tanto o mo me nt o
ma s s im o mo d o de “ at aq ue” . U m “ ata que ” e r ra d o p r ov oca re cha ço e n t ã o
te mo s que sa be r com o “a t aca r” . Se e la f ix a o o lha r e n ão se de sv ia,
b a st a apr ox im ar - s e e b e ijá - l a. Se a ge de o ut r o m o d o, e nt ã o a
modalidade de “ataq ue” de ve ser dife re nte , pe n sa da de a co rd o c om a
sit u açã o.
236
Conclusões
São erros que não devem ser cometidos durante a leitura deste livro: a
generalização absoluta (acreditar que nossos postulados são universais,
recusando-se a relativizá-los e contextualizá-los), a literalização (tomar
237
nossas ironias e denotações em sentido literal), a parcialização (considerar
apenas um lado dos problemas apontados e recusar-se a reconhecer o outro
lado das contradições) e a extrapolação (estender nossas idéias para
contextos e situações que não sejam o dos relacionamentos amorosos).
1
Co mu n i c a ç ã o d e ú l t i ma e radical tentativa de reatar a relação antes de abandonar
d e f i n i t i v a me n t e a r e l a ç ã o
238
casos, em tratá-las como elas nos tratam (ação especular) e, em outros, de
forma superior (ação refratária, mais digna e mais nobre) à que elas nos
tratam. Há ainda, em alguns casos, a necessidade de agirmos de forma a
“arrancar-lhes” definições (ação encurralante) ou de desmascarmos suas
mentiras e trapaças (ação desmascarante).
239
verdadeira que se esconde por trás da aparência e não com uma figura
idealizada por nossos desejos e paixões.
240
Referências bibliográficas que fundamentam a teoria filosófico-
espiritualista desenvolvida neste livro:
ALBERONI, Francesco (sem data). O Erotismo: Fantasias e Realidades do
Amor e da Sedução (Élia Edel, trad.). São Paulo: Círculo do Livro.
(Original de 1986).
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JUNG, Carl Gustav (2002) . Cartas: 1946-1955 (Edgar Orth, trad; Editado
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(Original de 1975).
LÉVI, Eliphas (2001). Dogma e Ritual de Alta Magia (Edson Bini, trad.).
São Paulo: Madras. (Originalmente publicado em 1855). 5 ª edição.
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O Livro de Juízes. In: A Bíblia Sagrada: O Antigo e o Novo Testamento
(1993, João Ferreira de Almeida, trad.). Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil. 2 ª edição.
O Primeiro Livro dos Reis. In: A Bíblia Sagrada (1997-2004, João Ferreira
de Almeida, trad.). São Paulo: Scripturae Publicações. 2ª edição.
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Primeira Epístola do Apóstolo Paulo a Timóteo. In: A Bíblia Sagrada
(1997-2004, João Ferreira de Almeida, trad.). São Paulo: Scripturae
Publicações. 2 ª edição.
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First Edition.
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Entrada à Iniciação. Sol Nascente.
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[On line] Capturado em setembro de 2007. Available: virtualbookworm.com
Epígrafes:
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Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal. São Paulo: Escala.
Filmes mencionados:
TWOHY, David (16 de julho de 2004, dir.). A Batalha de Riddick (Chronics
of Riddick). EUA: Universal Pictures. (UiP, distrib.)[com Vin Diesel].
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Paulo: Paulus.
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FARRELL, PHD Warren (jan 9, 2001). The Myth of Male Power. Berkley
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FARRELL, PHD Warren (nov 8, 2000). Women Can't Hear What Men Don't
Say. Jeremy P. Tarcher, 1 ª st edition.
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Ivana Bentes, trads.). Rio de Janeiro: Espaço e Tempo.
SHANON, Rev. Lawrence (aug, 1992). The Predatory female: A field guide
to dating and the marriage-divorce industry. Banner Books. 2 a nd edition.
248
Sobre o autor:
O autor desta obra NÃO É PSICÓLOGO, sua formação profissional é
em outro campo. Ele NÃO É MESTRE e NÃO QUER DISCÍPULOS E NEM
SEGUIDORES. Ele NÃO É LÍDER DE NENHUMA RELIGIÃO. Ele apenas
gosta de pensar livremente sobre a questão amorosa e acha que possui esse
direito. Seus pareceres são PROVISÓRIOS E INDEPENDENTES. O autor
publicou suas idéias apenas para que as pessoas as estudassem e
discutissem criticamente e recomenda às pessoas que leiam outros livros
sobre o assunto. Suas idéias são somente um ponto de partida para
aprofundamento e pontes para outros autores e outros pontos de vista. Ele
NÃO DÁ ORDENS, apenas faz sugestões que devem ser recebidas
criticamente.
249