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Susileine Kusano
INTRODUÇÃO
Como bem assevera Gama (2008, p. 5), “[...] não há como reconhecer um
modelo único de família universal, hermenético, estanque e intocável”. Ou seja,
é incabível afirmar que o modelo de família adotado durante os primórdios no
mundo Ocidental, era o mesmo no Oriental, afinal, os costumes, as crenças, os
regimes políticos, enfim, a sociedade era – e é – em muito diferentes.
E segundo explica Venosa (2008, p. 3), com o passar dos tempos, na vida
primitiva, “[...] com as guerras, a carência de mulheres e talvez uma inclinação
natural, os homens passaram a buscar relações com mulheres de outras tribos,
antes que em seu próprio grupo”. Este fenômeno, “[...] os historiadores fixam
como a primeira manifestação contra o incesto no meio social”. Levando o
homem a constituir relações mais estáveis com as mulheres, com caráter de
quase exclusividade, que fora o nascedouro das relações individuais, ou seja,
da monogamia.
Gama (op. cit. p. 17) ainda acrescenta ainda a terceira influencia pela qual teria
sofrido o direito em Roma, qual seja, o Direito Bárbaro – ou mais conhecido por
direito germânico. No que tange ao instituto da família, este possuía uma
estrutura muito semelhante ao da família romana, divergindo-se esta quanto à
posição da mulher na sociedade conjugal, pois, aqui, ela já não era mais vista
apenas como um objeto de posse de seu marido, haja vista possuir agora “[...]
uma posição moralmente elevada”.
O casamento, que era apenas religioso, passa a ser celebrado também por um
juiz, representante do povo que, em suma, fora o nascedouro da origem do
casamento civil, tendo agora a participação direta de um representante do ente
Estatal. O casamento, a partir de então, era celebrado no civil e no religioso,
atingindo vários países, como o Brasil, que até hoje assim o celebra (GAMA,
2008). Dias (2009, p. 28), resume com perfeição esta fase patriarcal da família:
Referido modelo familiar por muito tempo subsistiu no mundo Ocidental, até no
final do século XVIII, quando ocorreu a Revolução Industrial, e a estrutura
familiar começou a se transformar, pois com o início das atividades industriais e
com a grande demanda de serviços fez-se aumentar, por conseqüência, a
necessidade de mão-de-obra, fator este que contribui para a inserção da
mulher no mercado de trabalho.
“O modelo patriarcal descrito por Freire foi considerado por várias gerações de
estudiosos (historiadores, antropólogos e sociólogos brasileiros) como critério e
medida de valor para compreendermos a vida familiar ao longo do tempo
(Samara, 2002). Da Matta (1987) e Almeida (1987) enfatizam a dominância
patriarcal não só na sociedade colonial, como também no período da
Independência, da República até a história moderna e contemporânea
brasileira. Segundo eles, não só como modelo dominante, mas servindo como
referencial para as demais configurações familiares.”
E como não poderia deixar de ser, face ainda à grande influência do direito
canônico, houve uma grande aproximação da igreja no ambiente familiar, na
qual o catolicismo, que era a religião oficial de Portugal, também se tornou a do
Brasil, contribuindo com dogmas religiosos do matrimônio, como a
impossibilidade da dissolução do vínculo conjugal, uma vez que o casamento
era considerado um sacramento, sendo o concubinato rechaçado pela Igreja. E
ao casamento religioso eram reconhecidos os efeitos civis.
“O que se nota, ainda nessa fase, é que, apesar da República e das mudanças
que estavam ocorrendo, a vida continuou girando em torno da família e que a
legislação reforçou, uma vez mais, o privilégio masculino. O marido continuava,
legalmente, com a designação de chefe de família, como no velho Código
Filipino (1870), compilado em Portugal em 1603. O Código Civil de 1916
reconheceu e legitimou a supremacia masculina, limitando o acesso feminino
ao emprego e à propriedade. As mulheres casadas ainda eram, legalmente,
incapacitadas e apenas na ausência do marido podiam assumir a liderança da
família”.
Assim, apesar das pequenas conquistas alcançadas nesta época, ela não
deixa de ser um marco de grande valia, pois a partir de então, a família passa a
ter a mulher também como fonte de subsistência, tornando-se nuclear,
restringida à figura do pai, da mãe e sua prole, diferentemente do que ocorria
até então, vivendo agora em espaços menores, fator que contribui para
estreitar os laços afetivos entre os entes que a compunham (DIAS, 2009).
Diante disso torna-se possível afirmar que, hoje, seja qual for o modelo de
família, ela não mais se restringe às constituídas pelos laços consanguíneos ou
de matrimônio, mas se valem principalmente dos vínculos de afetividade, amor
e companheirismo entre os entes que as compõem. Nas palavras Gama (2008,
p. 27):
O direito evolui à medida que a sociedade evolui. Porém, a sociedade pode ser
comparada a um trem elétrico, enquanto o direito é o trem a vapor. Novas
situações sempre surgem, já clamando por solução ou amparo no
ordenamento jurídico brasileiro, resposta esta, nem sempre encontrada na letra
da lei. Família e sociedade se entrelaçam, pois esta é fruto daquela. E o direito
de família nos últimos anos é um dos ramos que mais tem sofrido alterações, e
que, provavelmente, ainda passará por muitas.
Com a Proclamação da República em 1889, fase marcada por uma nova época
social, política e econômica, segundo Gama (2008), houve a retomada por
parte do Estado, do controle das pessoas naturais, pois a Igreja até então era
quem regulava os termos de casamento, nascimento e dos óbitos.
No que tange ao Direito de família, o Código Civil de 1916, como fora feito no
século XIX, período em que a sociedade vivia ainda no modelo de família
patriarcal, a matéria nele disciplinada não poderia deixar de ser fruto do reflexo
da sociedade da época, ou seja, baseado nas regras discriminatórias e com
fundo eminentemente patrimonial que vigiam (BRASIL, 1916).
Outra grande preocupação do legislador, segundo Alves (op. cit.), fora acerca
do regime matrimonial, sendo dedicados nada menos que 59 (cinqüenta e
nove) artigos para discipliná-lo, e nos institutos destinados ao amparo da
pessoa, como a tutela, curatela e ausência, que deveriam ter como prioridade a
salvaguarda dos interesses do incapaz, havia preocupação prioritariamente
com os bens do interdito.
Gama (op. cit.) ainda faz a importante ressalva de que esta Carta fora a que
constitucionalizou a família e na qual, pela primeira vez, foi a ela conferida
proteção especial do Estado. No entanto, todo o conteúdo desta Constituição
foi apenas transcrito - sem alteração significativa alguma -, nas Constituições
de 1937, 1946 e 1967.
Assim, a área da família, sem dúvida, era a que mais clamava por mudanças,
afinal, a norma jurídica maior do Estado já não conseguia mais cumprir a
função que lhe era atribuída, qual seja, a de regular a vida em sociedade, pois
grande era a disparidade dos acontecimentos que vinham ocorrendo no meio
social, desde os que buscavam reconhecimento de suas uniões não advindas
do matrimônio, das mães que sozinhas criavam os filhos sem proteção alguma
do Estado, aos filhos frutos de relacionamentos fora do casamento que lutavam
pelos seus direitos de reconhecimento e de tratamento igualitário.
Gama (2008, p. 63) explica que, “[...] os Princípios traduzem, como se sabe,
mandados de otimização, com caráter deontológico, relacionando-se com a
idéia do ‘deverser’”, tendo, ainda, um certo grau de generalidade, devendo ser
interpretado pelo aplicador do direito para ser aplicado ao caso concreto, pois a
deontologia jurídica, nas palavras de Reale (2002) “[...] é a teoria da justiça e
dos valores fundantes do direito [...]”, ou seja, o Princípio é um valor
fundamental, é o valor do justo. Reale (2002, p. 309) finaliza explicando que,
“[...] a Justiça nada mais é do que um composto harmônico de valores sociais,
de maneira que cada homem possa realizar a plenitude de seu ser, e a
sociedade atingir o máximo de bem-estar, compatível com a convivência
pacífica e solidária”. Ou seja, o Princípio transcende o “ser”, ele é a idealização
do perfeito, do objetivo que a sociedade deve buscar sempre. Superada esta
primeira conceituação, os Princípios Gerais Constitucionais aplicados ao
Direito de Família são (Gama, 2008): a) O Princípio fundamental da dignidade
da pessoa humana (art. 1°, inc. III) impõe um dever geral de respeito e
proteção ao indivíduo, devendo ser estendido a todos os cidadãos, o que na
esfera familiar significa promover o respeito de todos os familiares, para
propiciar uma existência digna e em comunhão de cada um para com todos. b)
O Princípio da tutela especial à família (art. 226, caput): A família hoje é tida
como o local de realização existencial, o lugar em que se busca afirmar a
dignidade de cada um dos seus integrantes, e ao Estado cabe propiciar os
meios para a realização do indivíduo no seio familiar, elaborando, para isso,
meios de tutela a todas as espécies de famílias. c) O Princípio do pluralismo
democrático no âmbito dos organismos familiares (art. 1, inc. V) é
simplesmente a liberdade de escolha do indivíduo pela família que quer
compor, pois o que se busca é a realização do indivíduo no seio familiar, seja
ela qual for, conjugal, parental ou outra. d) O Principio da igualdade material de
todos os partícipes da família (art. 5, e inc. I) é a que se harmoniza com o
direito à diferença, uma vez que o Princípio da Igualdade não deve ter sua
aplicabilidade absoluta, pois, todos devem ser tratados iguais na medida de
sua igualdade e desigualmente, na medida de suas desigualdades, como as
diferenças naturais, culturais. Assim, referido princípio deve respeitar tais
diferenças para sua justa aplicação. e) O Princípio da liberdade, da justiça e da
solidariedade nas relações familiares (art. 3, inc. I), significa que a entidade
familiar tem a liberdade em sua composição e manutenção, diante do Estado e
da sociedade, liberdade esta estendida a cada ente da família diante dos
demais integrantes que a compõem. f) O Princípio da beneficência (art. 3, inc.
IV) impõe o dever de respeito e auxílio dos partícipes do organismo familiar, de
um para com o outro, buscando, assim, o desenvolvimento das suas
potencialidades, com base no sentimento de solidariedade que, se espera,
deva existir entre as pessoas.
A partir de então, toda norma jurídica aplicável à família, exige, para sua
validade, a presença do preceito constitucional consubstanciado pelos novos
princípios supra mencionados, específicos e gerais. E, com isso, o Código Civil
de 1916 tornou-se ainda mais inadequado para a época e em total desacordo e
contradição com a nova ordem jurídica constitucional vigente.
Ou seja, o Projeto de Lei do Novo Código Civil foi elaborado ainda segundo a
Constituição de 1967, e na época em que ocorriam todas aquelas mudanças
sociais e políticas, e, somando agora os novos preceitos constitucionais, o
Projeto teve de ser totalmente reformulado, tendo recebido apenas o livro de
direito de família, cerca de 140 (cento e quarenta) emendas e, ainda, algumas
sugestões legislativas dos jurisconsultos Washington de Barros Monteiro em
co-autoria com Álvaro Villaça de Azevedo sendo, inclusive, acolhidas algumas
pelo Senado Federal, com sua redação aprovada e publicada em dezembro de
1977 (MONTEIRO, 2007).
Ainda nesta fase, ressalta Monteiro (op. cit., p. 14), o Instituto Brasileiro de
Direito de Família (IBDFAM), enviou outras sugestões à Comissão Especial da
Câmara dos Deputados, referentes ao Livro de Família, apontado a existência
de inconstitucionalidades e também algumas normas que entraram em vigor
durante todo o longo processo legislativo.
Posto que agora, face aos princípios constitucionais que regem o direito de
família, todas as normas, seja ordinárias ou infraordinárias, devem ter ser por
eles pautadas, motivo pelo qual muitos autores denominam o Direito Civil em
Direito Civil Constitucional.
Pois como bem ressalta Farias (2007, p. 36), essas discussões estéreis e
infrutíferas, servem somente para “lavar a alma” de quem foi vencido no jogo
do amor e pretende dar o troco no processo judicial. E ainda complementa:
A família atual em muito difere das antigas formas no que concerne a suas
finalidades, composição e papel de pais e mães. Dias (2009) define a entidade
familiar como aquela disposta em uma estruturação psíquica em que cada um
ocupa um lugar e possui uma função (pai, mãe ou filho), sem, no entanto,
estarem necessariamente ligados por laços sanguíneos.
Dar guarida legislativa à família parental não seria mais do que reconhecer
uma situação que de fato já é presente na atualidade. A Constituição não
hierarquizou um modelo de família em detrimento de outra, pelo contrário, a
todas as espécies de entidades familiares a Carta Maior atribui a mesma
dignidade e igual merecimento de tutela (PEREIRA, R. 2007).
“[...] a família tem seu quadro evolutivo atrelado ao próprio avanço do homem e
da sociedade, mutável de acordo com as novas conquistas da humanidade e
descobertas cientificas, não sendo crível, nem admissível, que esteja
submetida a idéias estáticas, presas a valores pertencentes a um passado
distante, nem a suposições incertas de um futuro remoto. É a realidade viva,
adaptada aos valores vigentes.”
“Na medida em que a família deixa de ser encarada sob a ótica patrimonialista
e como núcleo de produção e passa a ser tratada como instrumento para o
desenvolvimento da pessoa humana, realçados seus componentes mais
próximos à condição humana, tem-se, sem dúvida, uma democratização da
estrutura familiar.”
Não se fala mais em família, mas sim em famílias, pois hoje, o que mais se
“Art. 5°. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a
comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em
qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo
único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual” (grifo nosso).
A afetividade é o elemento que une os entes de uma família. Não há mais que
se falar em obrigação imposta por Igreja ou Estado que faça uma família
perdurar como antigamente. Se hoje há uma família unida, certamente lá se
encontra o afeto, amor, carinho e compreensão de um para com os outros,
caso contrário, não há o porquê de sua existência.
Então hoje, a família contemporânea pode ser conceituada como sendo aquela
decorrente dos laços da consangüinidade, da afinidade e da afetividade, que é
o elemento principal, caracterizador e comum a todas as espécies de famílias
(DIAS, 2009), pois, a família, independentemente do modelo que possua,
continuará desempenhando o papel pelo qual foi criada, que é promover a
dignidade dos seus membros.
“(...) e de uma forma bastante simplificada, pode-se dizer que, para Kant, o
homem é o fim em si mesmo - e não uma função do Estado, da sociedade ou
da nação – dispondo de uma dignidade ontológica. O Direito e o Estado, ao
contrário, é que deverão estar organizados em beneficio dos indivíduos.”
Como exemplo da relevância desse Princípio, Nunes (2009) aduz em sua obra
que, o Direito à vida pressupõe o Princípio da dignidade humana, explicando
que, dependendo do ponto de vista em que os dois são conflitados, um pode
se sobrepor ao outro.
Mas, afinal, o que vem a ser a dignidade humana? Nas palavras de Moraes
(2007, p. 46):
É possível então dizer que, a dignidade é inata ao ser humano, nasce com ele,
não podendo ser ela restringida - mas excepcionalmente, como no exemplo
anteriormente mencionado, pode ela ser limitada, quando da imposição de uma
pena de restrição de liberdade, pois, pelo simples fato de ter nascido, possui
intrínseco em si, a dignidade.
Mas ela não pode ser considerada exclusivamente como fator inerente do ser
humano, pois como explica Sarlet (2007, p. 48) em sua conceituação acerca da
dignidade humana, ela possui também um sentido cultural, e assim, para que a
dignidade seja efetivamente aplicada, é necessário que Estado e comunidade a
veja como limite e tarefa.
E acertadamente concluiu Sarlet (op. cit.) evidenciando que não se pode negar
o fato de que, a dignidade nasce com o indivíduo, mas se não houver o
trabalho conjunto do Estado e da comunidade para garantir a aplicabilidade
deste princípio, ele seria letra morta, e não passaria de belas palavras ao ser
aplicado em uma história de conto de fadas.
Não há dúvida de que o programa tem um belo objetivo, mas, quando da sua
aplicabilidade, o legislador o destinou apenas aos familiares consanguíneos e
os por afinidade, restringindo-o, como se a pobreza e a fome atingissem
apenas a esses. Hoje existem as mais variadas estruturas de famílias e a
dignidade, para ser verdadeiramente aplicada, deve atingir a todos, sem
distinções ou preconceito.
Nunes (2009) faz uma interessante ressalva acerca deste princípio, pois,
segundo o autor, tendo em vista que o homem é por excelência um ser social,
apesar de a dignidade lhe ser inata, ela é dita ilimitada até o momento em que
não violar a dignidade de outrem. Vale dizer, como no velho brocardo, “nosso
direito termina onde começa o do outro”.
Assim, para Nunes (op. cit.), o Princípio da Dignidade apresenta-se sob duas
concepções, uma de cunho individual, que é a inerente à pessoa humana; e
outra social, visto que a Constituição garante o direito a uma vida digna, assim,
faz-se necessário, para a realização desta, que haja o respeito mútuo entre as
pessoas. Nesta mesma linha, Moraes (2007, p. 46) preceitua que:
Sarlet (2007) o sintetiza com maestria, evidenciando que o indivíduo terá sua
dignidade respeitada quando seus direitos fundamentais forem preservados e
realizados, direitos estes que se traduzem no conjunto dos direitos individuais,
políticos e sociais que, por sua vez, dão origem aos direitos econômicos e
culturais.
E este preceito fundamental busca garantir esses direitos, que a todos, sem
iscriminação deve alcançar. E isso independe de raça, cor, sexo, basta para
isso, ser uma pessoa. Afinal, ter dignidade é ter uma vida digna, feliz e
completa.
E por mais que o elemento afetividade não esteja expresso na Lei Maior, este
certamente o incorpora pela enorme gama de valores éticos que constituem o
“[...] suporte axiológico dos princípios do direito das famílias [...]” (CALHEIRA,
2006, [s.p]). Torna-se possível afirmar que se trata de verdadeiro Princípio da
Afetividade (DIAS, 2009).
Não há como negar que hoje a família possui novo paradigma, ela é o
instrumento para se buscar a felicidade, a realização pessoal dos entes que a
compõem, no dizer de Farias (2007, p. 12), “[...] a família é o lócus privilegiado
para garantir a dignidade humana e permitir a realização plena do ser
humano”.
Não só por meio dos laços consanguíneos ou matrimoniais a família atinge seu
objetivo, mas independente destes, e certamente pelo afeto, pelo amor e
carinho é que a família consegue atingir seu fim último. Assim preceitua Diniz
(2005, p. 13):
E não é demais ressaltar que, como já dito, a afetividade não decorre dos laços
de sangue ou da formalidade de um casamento, ela é maior, transcendendo-
os. Então, para que nasça a afetividade, esta independe de qualquer vínculo
formal, ela nasce da convivência, das demonstrações de carinho de todos os
dias, dos cuidados e preocupações de uns com os outros, enfim, do amor.
Como bem ressalta Simões (2007) o direito de família busca agora zelar por
valores maiores, como a alegria, o amor e o respeito entre seus entes. E assim
vem decidindo os Tribunais, protegendo as relações que, mesmo não advindo
do vinculo sangüíneo, tem como base um elemento mais forte, o afeto:
Fachin (apud DIAS, 2009) aduz que a família busca construir uma história na
qual exista comunhão afetiva, e, se finda esta, implica sua falência, ou seja, se
pessoas se unem para terem uma vida em comum é porque nesta junção
encontraram o lugar ideal para buscar a felicidade, mas a partir do momento
em que dessa já não mais provêm a realização, o próprio Estado concede os
meios para desfazer tais laços.
A família é tutelada enquanto estiver desempenhando seu papel, caso
contrário, não há mais motivo para existir. Assim, clara a idéia do constituinte
de que, findo o afeto, o é também a família. Entende-se, portanto, que a família
tem como elemento formador o afeto.
Dias (2009, p. 62), com relação a isso, faz uma importante observação:
Ora, se a família tem como fim primordial promover a seus entes uma vida
digna, então a família que consegue atingir esse objetivo é certamente
merecedora da proteção especial do Estado, pois assim traz a redação
do caputdo art. 226 da Constituição Federal. Portanto, não há que se falar que
o rol do precitado artigo é taxativo, pois, como já demonstrado, não só as
famílias decorrentes do vínculo consangüíneo e do matrimônio atingem seu
fim. Calheira assim explica ([s.d], [s.p]):
Nesta mesma linha, sustenta Lôbo (2004, não paginado) explicando que o
artigo 226 da Constituição Federal é norma de inclusão das demais espécies
de famílias, posto que o constituinte suprimiu o termo constante na Carta de
1967, que restringia o conceito de família apenas àquelas decorrentes do
casamento:
Dias (2009, p. 62) faz uma crítica quanto à exclusão das demais espécies de
família, pois, dar tratamento diferenciado aos vários tipos de constituição de
família é indigno, uma vez que o Princípio fundamental da dignidade humana
significa oferecer “igual dignidade para todas as entidades familiares”.
Não se pode excluir uma realidade gritante por um mero detalhe formal. Não
estender a proteção estatal às outras várias espécies de famílias é fazer da
Constituição lei morta, é fechar os olhos para a sociedade, é simplesmente
regredir à sociedade moralista e hipócrita do século passado.
E como bem ressalta Farias (2007) de nada adianta modificar toda a estrutura
do direito de família, se a mudança não vier de dentro, das mentes e dos
corações dos operadores do Direito, pois só assim se terá uma sociedade
igualitária, justa e humana.
Segundo Dias (2009, p. 44) as uniões entre homem e mulher com fins
reprodutivos precedem à história, isto é, existiam antes mesmo de se inventar o
conceito de sociedade, de se formar o Estado. E estes, “[...] sob o pretexto de
manter a ordem social, passaram a regular estas uniões afetivas, de forma
conservadora e moralista, denominando-a de família, consagrando-a ainda,
como um sacramento e impondo a indissolubilidade do vínculo conjugal”.
Segundo Venosa (op. cit.) havia, ainda, outra forma de união além do
casamento, era a união que decorria de um negócio jurídico de compra e
venda, denominado mancipatio, na qual o pater, detentor do pátrio poder,
negociava a mulher como um objeto, ocorrendo também no Brasil, mas em
termos mais abrandados, porém, consistia igualmente em um negócio jurídico.
Porém, hoje, trata-se de uma escolha, seja pelo fim de relacionamento, seja
por uma viuvez, seja pela opção de ter um filho sozinha ou sozinho – afinal, a
monoparentalidade também é caracterizada pela vivência do pai com o filho -,
pela adoção ou até por uma inseminação artificial, mas independentemente da
forma pela qual se origine, ela é uma família e é pelo Estado protegida.
A união informal é tão antiga quanto o matrimônio, aliás, o precede, uma vez
que a essas uniões é que o Estado, por suas leis, passou a dar juridicidade,
resultando no matrimônio. As uniões informais, por muito tempo ficaram à
margem da lei, sem reconhecimento legal e sem amparo jurídico algum e,
segundo Monteiro (2007), eram fortemente combatidas porque se considerava
que essas uniões concorriam indiretamente para a desagregação da família
oriunda do matrimônio.
Porém, nas decisões mais recentes, os Tribunais têm entendido que, no que
tange ao requisito temporal, não existe prazo máximo nem mínimo para se
configurar a união, bem como é dispensável a convivência no mesmo lar, isso
segundo a Súmula 382 do STF que diz:
Dias (2009) faz uma crítica às leis infraconstitucionais que vieram a regular a
união estável, pois, segundo ela, fora apenas copiado o modelo do matrimônio,
transformando-a em um “casamento por usucapião” que, pelo decurso de
tempo, confere o estado de casado, não conferindo aos conviventes a
possibilidade de escolha alguma.
Porém, Gama (op. cit., p. 142) também faz uma interessante observação no
sentido de que as famílias, além das elencadas no rol do art. 226 da Carta
Maior, para receberem o status de família jurídica, “[...] deve-se, tão somente
observar a presença de condicionantes relativos a valores sociais e culturais
que admitam a recepção destas unidades de vivência”, então, vale dizer,
conforme o preconceito ou não da sociedade, o que culmina em verdadeira
discriminação, vedada pela Carta Maior.
Termo utilizado por Dias (2009, p. 49), a família pluriparental ou mosaico “[...]
resulta de uma da pluralidade das relações parentais, especialmente
provocadas pelo divórcio, pela separação, pelo recasamento, seguidos das
famílias não-matrimoniais e das desuniões”, ou seja, essa se constitui pela
reconstituição de outras famílias desfeitas.
Mas, a dúvida que surge: é possível tal união constituir uma entidade familiar e
ser merecedora de amparo legal por estarem presentes os requisitos da
convivência contínua, duradoura e do elemento afetividade? Esta é a discussão
que ultimamente tem trazido calorosos debates no mundo jurídico.
Dias (op. cit., p. 50), na mesma linha, alega que, presentes os requisitos legais,
o vínculo merece sim reconhecimento jurídico, uma vez que essas uniões
configuram a união estável, [...] sob pena de dar uma resposta que afronta a
ética, chancelando o enriquecimento injustificado”, e complementa que, “[...] é
descabido que, depois de anos de convívio, o varão deixe a relação sem
qualquer responsabilidade pelo fato de ele – e não ela – ter sido infiel,
enquanto o responsável é absolvido”.
Pereira (apud JALES, 2008) explica que a expressa diferenciação feita pelo
legislador acerca da união estável e do concubinato impuro existe em
decorrência do preceito da monogamia adotado pelo Estado Brasileiro, e
ademais, dar guarida jurídica a essa união em detrimento do casamento ou
união estável é “[...] instalar verdadeira insegurança jurídica no meio social, que
deve ser a todo custo evitada”, e complementa dizendo que:
Porém, conforme explica Nunes (2009), tendo em vista que o homem é, por
excelência, um ser social, a dignidade humana é dita ilimitada até o momento
em que não violar a dignidade de outrem, e, assim, é necessário que haja o
respeito mútuo entre as pessoas. Vale dizer, certamente que, convalidando-se
uma união paralela em detrimento do cônjuge que não tinha conhecimento de
tal fato, é violar sua dignidade, afinal, utilizando do mesmo brocardo “o direito
de um termina onde começa o do outro”.
Assim, por mais que o rol do artigo 226 da Constituição Federal não seja
taxativo, e, levando em consideração que a afetividade, a ostentabilidade e a
estabilidade são elementos que caracterizam a constituição de uma família, o
que, somado ao fato de que a dignidade da pessoa humana deve ser
preservada – mas sempre respeitando a dignidade de outrem – conclui-se que,
esses são os requisitos formadores de família.
Dias (2009, p. 54) define a família eudonista como sendo aquela em que “[...]
se enfatiza o sentido de busca pelo sujeito de sua felicidade”, ou seja, é a
busca individual da realização pessoal. Pois, com o deslocamento da proteção
estatal do instituto família para a família enquanto instrumento, a proteção é
agora em razão dos entes que a compõem, ou seja, do ser humano.
A família não mais se restringe àquele modelo tradicional, ela ganhou as mais
variadas estruturas, nas quais cada ente desempenha um papel não pré-
estabelecido, onde um tio para o sobrinho é tio e pai, um irmão mais velho é
também o pai dos demais irmãos, ou seja, cada um desempenha um papel
psicologicamente definido. E como bem ressalta Dias (op. cit. p. 48), “Não é a
verticalidade dos vínculos parentais em dois planos que autoriza reconhecer a
presença de uma família merecedora da proteção jurídica”.
Assim, a estrutura formada por vários irmãos que foram abandonados pelos
pais, que continuaram por muitos anos a viverem juntos, e tendo o primogênito
assumido as responsabilidades da figura paterna para com os demais irmãos,
dando amparo não só material, mas também emocional, de carinho, afeto,
amor e cuidados, constitui um dos possíveis modelos de família anaparental.
“seu reconhecimento na Carta Magna foi uma evolução legislativa, com o fim
de adequar a realidade a este fenômeno tão significativo. Embora a legislação
ordinária não tenha acompanhado tal iniciativa, a proteção decorrente do texto
constitucional prova o interesse em combater a discriminação e o preconceito e
auxiliar a integração dos membros destas famílias à sociedade. (...) A
monoparentalidade, independente do lugar de sua manifestação, vem, em
geral, atrelada a uma queda do poder aquisitivo dessas famílias, ou mesmo, à
uma situação de pobreza. Este e outros problemas, decorrentes da
monoparentalidade podem ser transitórios ou não, mas enquanto existirem,
precisam de soluções. A partir do reconhecimento jurídico da família
monoparental pela Constituição Federal, o Estado se tornou responsável pela
proteção destas famílias, e conseqüentemente, pela busca de repostas para
tais problemas.”
“Os alimentos devem obediência a uma perspectiva solidária (CF, art. 3°),
norteada pela cooperação, pela isonomia e pela justiça social – como modo de
consubstanciar a imprescindível dignidade humana (CF, art. 1°, inc. III). Nesta
linha de idéias, é fácil compreender que, comprometida em larga medida à
concretização dos direitos afirmados pelo Pacto Social de 1988, a obrigação
alimentar cumpre a relevante função de garantir a própria manutenção de
pessoas ligadas por vínculos de afeto que, eventualmente, não podem prover a
sua própria subsistência.”
Aduz o artigo 1.694 e parágrafos do Código Civil que, “[...] podem os parentes,
os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive
para atender às necessidades de sua educação”, devendo este ser fixado na
“[...] proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada”. Inicialmente, os legitimados a prover os alimentos são os parentes
em linha reta, que são os ascendentes e descendentes, os cônjuges ou
companheiros, pois a obrigação de alimentar se estende à união estável.
Assim, os irmãos já estão obrigados a prestar alimentos entre si, mas, com o
reconhecimento da família anaparental, eles passariam a integrar o rol dos
primeiros legitimados nessa obrigação. Já no que tange às amigas
aposentadas, quando da dissolução da convivência, são cabíveis por analogia
as disposições da união estável, isto é, o pedido de alimentos entre elas.
5.2. DA SUCESSÃO
Cahali (2008) exemplifica que, sendo três o número de filhos, multiplica-se este
número por dois e soma-se mais um pela sobrevivente, o que resulta no
número sete. Deste, dois sétimos vão para cada filho e um sétimo é a parte
que cabe à convivente. E igualmente se aplica a convivência entre os irmãos,
em caso do de cujus possuir filhos.
Diniz (2005) tem uma posição contrária. Entende ela que o Poder Público,
representado pela União, Estados e Municípios, por ser um sucessor irregular,
não é admissível que receba toda a herança, pois, se existente um herdeiro sui
generis, que é um sucessor regular, afasta-se assim o Poder Público da
condição de beneficiário.
“Por força da Lei n. 9.278/96, art. 7°, parágrafo único, e, analogicamente, pelo
disposto nos arts. 1.831 do Código Civil e 6° da CF (Enunciado n. 117 do STJ,
aprovado nas jornadas de Direito Civil de 2002), também terá direito real de
habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento,
relativamente ao imóvel destinado à residência da família; mas pelo Código
Civil, tal direito só é deferido ao cônjuge sobrevivente”.
A questão que Diniz (op. cit.) coloca é o fato de o referido direito ser aplicável
apenas ao cônjuge – conforme expressamente prevê o artigo 1.831 do Código
Civil – porém, para ela, resolve-se esse aparente problema com a aplicação da
analogia (LICC, art. 4°), que, em busca do justo (LICC, art. 5°; CF, art. 6° e
226, §3°), também se aplica à união estável.
Dias (2009) entende que, tendo o Código Civil se omitido sobre o direito real de
habitação, este não foi revogado e, tendo sido ele expressamente previsto no
artigo 1.831 do Código Civil como direito do cônjuge sobrevivente, nada
justifica sua não aplicação também à união estável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mas não há que se falar que se trata de elemento único para se constituir uma
família. Ele é sem dúvida o elemento que faz a família se manter unida, como
um verdadeiro basilar das estruturas familiares.
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Nota:
[1] Monografia apresentada ao Departamento do Curso de Direito da
Universidade Federal de Rondônia – Campus de Cacoal – como requisito
parcial para a conclusão do Curso de Direito, elaborada sob a orientação da
Professora MSc. Maria Priscila Soares Berro.