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Lucas Lima Batista

M etodologi a

Janaúba
2018
INTRODUÇÃO

O curso de Segurança Pública elabora, coordena e implementa programas e políticas


que visem à redução da violência e à garantia da paz. Pela Constituição, a segurança pública é
assunto de responsabilidade dos governos federal e estaduais. O Ministério da Justiça é o órgão
máximo responsável pela elaboração e implantação de estratégias de combate à violência e à
criminalidade. Responde a esse ministério, por exemplo, a Polícia Federal, que investiga crimes
nacionais, o tráfico de drogas, a corrupção e o contrabando.
Aos Estados e ao Distrito Federal cabe a execução das ações de segurança, no comando
das polícias Militar (repressão e prevenção) e Civil (investigação). As prefeituras não têm, pela
Constituição, responsabilidade pela segurança pública, mas algumas cidades instituíram a
Guarda Civil Municipal para auxiliar as demais polícias na manutenção da ordem pública. Para
atuar em qualquer esfera de governo (federal, estadual ou municipal), o estudante deve conhecer
os problemas de segurança do país, levando em consideração os interesses da sociedade ,
questões como direitos humanos e cidadania. É sua função analisar a evolução das taxas de
violência e assuntos relacionados à segurança ambiental e à defesa civil. É possível ingressar
na área com a formação de tecnólogo.
A violência policial, a repressão e a punição são algumas das questões relacionadas à
segurança pública que ganham destaque no Brasil e no mundo. A necessidade de uma nova
visão social da segurança pública, preventiva, focada na mediação de conflitos e que leve em
conta questões sociais e econômicas, abre boas perspectivas para o bacharel e o tecnólogo.
A maior parte das ofertas de trabalho vem do setor de segurança privada, em alta no
país. Há boas oportunidades também em secretarias públicas federais, estaduais e municipais,
onde o profissional atua na elaboração e revisão de políticas para o setor. A área de defesa
civil, onde o graduado pode integrar equipes responsáveis pelo combate às enchentes ou ao
atendimento às vítimas de desastres, também abre vagas.
DESENVOLVIMENTO

Segurança é a percepção de se estar protegido de riscos, perigos ou perdas. A segurança


tem que ser comparada e contrastada com outros conceitos relacionados: Segurança,
continuidade, confiabilidade. A diferença chave entre a segurança e a confiabilidade é que a
segurança deve fazer exame no cliente das ações dos agentes maliciosos ativos que tentam
causar a destruição. A segurança, como bem comum, é divulgada e assegurada por meio de um
conjunto de convenções sociais, denominadas medidas de segurança. Na doutrina pátria
encontra-se a seguinte definição de segurança pública por De Plácido e Silva:

[...] é o afastamento, por meio de organizações próprias,


de todo o perigo, ou de todo o mal que possa afetar a ordem pública
em prejuízo da vida, da liberdade ou dos direitos de propriedade do
cidadão, limitando as liberdades individuais, estabelecendo que a
liberdade de cada cidadão mesmo em fazer aquilo que que a lei não lhe
veda, não pode ir além da liberdade assegurada aos demais,
ofendendo-a.
A segurança pública é o estado de normalidade que permite o usufruto de direitos e o
cumprimento de deveres, constituindo sua alteração ilegítima uma violação de direitos básicos,
geralmente acompanhada de violência, que produz eventos de insegurança e criminalidade. É
um processo, ou seja, uma sequência contínua de fatos ou operações que apresentam certa
unidade ou que se reproduzem com certa regularidade, que compartilha uma visão focada em
componentes preventivos, repressivos, judiciais, saúde e sociais. É um processo sistêmico, pela
necessidade da integração de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem
interagir a mesma visão, compromissos e objetivos. Deve ser também otimizado, pois
dependem de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. Sendo a ordem
pública um estado de serenidade, apaziguamento e tranquilidade pública, em consonância com
as leis, os preceitos e os costumes que regulam a convivência em sociedade, a preservação
deste direito do cidadão só será amplo se o conceito de segurança pública for aplicado. A
segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas de vigilância e repressiva, mas
como um sistema integrado e otimizado envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça,
defesa dos direitos, saúde e social. O processo de segurança pública se inicia pela prevenção e
finda na reparação do dano, no tratamento das causas e na reinclusão na sociedade do autor do
ilícito.
A segurança pública é um dos pilhares base da sociedade, ela que garante o estado de
direito de todos os cidadãos, mantém a ordem, a segurança, o bem-estar social, sem ela o país
entraria em um caos completo e desordem, com altos níveis de furtos, assaltos, assassinatos,
latrocínios. A Polícia Militar é o órgão público que se encontra mais intimamente ligado à
preservação e a manutenção da ordem pública. Isto porque dispõe de maiores recursos humanos
e materiais que qualquer outro órgão público ligado a área da ordem pública. Sua fatia do
orçamento anual do Estado somente é menor do que as áreas de saúde e educação. A sociedade
reconhece naturalmente a existência deste órgão e o aciona para qualquer tipo de contingência
ou problema que enfrenta. Neste capítulo, será analisada a abrangência das atividades de tal
órgão em face dos mandamentos constitucionais.
Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerada problema
fundamental e principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme
visibilidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates tanto
de especialistas como do público em geral. Os problemas relacionados com o aumento das taxas
de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros
urbanos, a degradação do espaço público, as dificuldades relacionadas à reforma das
instituições da administração da justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva
de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, degradação das
condições de internação de jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos custos
operacionais do sistema, problema relacionados à eficiência da investigação criminal e das
perícias policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso
do processo de consolidação política da democracia no Brasil.
A amplitude dos temas e problemas afetos à segurança pública alerta para a necessidade
de qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos atores, cenários e
paradigmas às políticas públicas. O problema da segurança, portanto, não pode mais estar
apenas adstrito ao repertório tradicional do direito e das instituições da justiça, particularmente,
da justiça criminal, presídios e polícia. Evidentemente, as soluções devem passar pelo
fortalecimento da capacidade do Estado em gerir a violência, pela retomada da capacidade
gerencial no âmbito das políticas públicas de segurança, mas também devem passar pelo
alongamento dos pontos de contato das instituições públicas com a sociedade civil e com a
produção acadêmica mais relevante à área. Trata-se na verdade de ampliar a sensibilidade de
todo o complexo sistema da segurança aos influxos de novas ideias e energias provenientes da
sociedade e de criar um novo referencial que veja na segurança espaço importante para a
consolidação democrática e para o exercício de um controle social da segurança.
A atual crise da segurança pública, que tem como consequência a falência do sistema
carcerário no Brasil, é resultado de anos de descaso do Poder Público para com essa questão.
O anúncio de falência dos presídios brasileiros já é ouvido há muito tempo, mas infelizmente
em nosso País não há o hábito de se fazer planejamentos a médio e longo prazo. Tanto que há
mais de 20 anos a questão carcerária tem sido renegada ao completo esquecimento. Na década
de 80, estudantes de direito já falavam de organizações criminosas como a Serpente Negra, da
penitenciária estadual de São Paulo. No entanto, nunca se fez absolutamente nada a respeito
disso. O fato é que uma lei penal, ainda que bem elaborada, não pode surtir os efeitos almejados
se não tivermos uma polícia bem equipada para prevenir e reprimir a violência, além de um
adequado sistema de execução da pena. Ora, de nada adianta obter uma sentença condenatória
após entrar com a ação se, na fase de execução da pena, o Estado não tem condições de dar
aplicabilidade à lei penal ou o faz através de um sistema penitenciário corrupto onde são
permitidos telefones celulares, armas, entorpecentes, dinheiro e os presos são resgatados por
helicópteros.
Sempre se alertou quanto à necessidade de construção de presídios de segurança
máxima, que isolassem criminosos de alta periculosidade, porém, isso nunca foi prioridade.
Não houve investimento do governo federal. Enquanto se dava esse descaso por parte das
autoridades federais, a população carcerária do Estado crescia com o grande número de prisões
realizadas pela polícia do Estado de São Paulo. O resultado não poderia ser outro: o sistema
carcerário explodiu. Os aglomerados de presos em uma única cela permitiram a formação dos
grupos criminosos que vêm provocando essa onda de crimes contra as instituições públicas e a
sociedade.

Deve-se ressaltar que há no Estado de São Paulo cerca de 700 líderes e cabeças de
organizações criminosas que estão completamente isolados. É urgente que mais membros de
organizações criminosas sejam submetidos ao regime de isolamento total, sem qualquer
comunicação com o mundo externo, sendo as visitas de familiares e advogados
permanentemente monitoradas. A situação requer ainda que sejam feitos mais investimentos no
setor, para dar garantias e estrutura aos agentes penitenciários. São funcionários de extrema
importância para a manutenção da ordem e disciplina nos presídios. Vale lembrar também que
o agente penitenciário que trabalha, permanentemente, no mesmo local, tende a ser aliciado
pelos presos com o passar do tempo. Assim, é necessário que haja um rodízio de agentes, de
forma que não permaneçam por muito tempo no mesmo estabelecimento carcerário, a fim de
evitar sua cooptação pelo crime organizado e de preservar sua integridade corporal.

Sob o ponto de vista técnico, e não ideológico, o investimento privado seria medida
salutar para a solução da crise carcerária, e é justamente por isso que defendo a privatização
dos presídios. São imprescindíveis investimentos privados maciços na construção de casas de
albergados, colônias penais, de presídios modernos e estruturados, de forma a garantir tanto os
direitos dos presos quanto a segurança da sociedade. Precisamos de presídios de segurança
máxima, que possam abrigar adequadamente e com segurança membros de organizações
criminosas. O Estado, por outro lado, deve procurar uma forma de fazer com que aquele que
investe consiga obter remuneração mediante o trabalho dos presos. Ao lado da questão
carcerária, temos a crise dos órgãos de segurança pública. Com a falta de verba federal, os
policiais são destituídos de estrutura para o trabalho. Aliado a esse fato, recebem parcos salários
para combater uma criminalidade organizada. O Governo Federal ainda não se deu conta de
que não estamos mais diante de ladrões de galinha de ou trombadinhas, mas de criminosos
altamente organizados, que portam granadas e fuzis e praticam delitos graves como tráfico de
armas e de entorpecentes. Em episódios como esses que estão ocorrendo atualmente em São
Paulo em que a criminalidade organizada buscou a rendição das autoridades policiais por meio
de inúmeros atentados constatamos o grande valor das polícias para o zelo do Estado
Democrático de Direito. Por serem os verdadeiros guardiões desse Estado, não podem ser
relegados a um segundo plano. Assim, juntamente com o investimento nos presídios, constitui
ume medida salutar o investimento do Estado no material humano de nossas polícias. Embora
a Polícia Civil e a Militar tenham estruturas de inteligência bastante razoáveis, faz-se necessário
investir no policial em si. A oferta de infra-estrutura adequada ao policial, fornecendo
armamentos e viaturas, por exemplo, não pode ser a única medida adotada. É preciso introduzir
estratégias motivacionais que estimulem a produção do servidor público. Deixá-lo motivado
poderá trazer resultados ainda maiores.
É preciso atentar, enfim, para o fato de que não estamos dentro de um quadro normal
de criminalidade, ou seja, aquele esperado, tolerado pela sociedade. O Governo Federal não se
deu conta de que a política de segurança pública da qual dispomos serve para o combate de uma
criminalidade existente nos idos do século passado. Quando esse padrão de criminalidade
esperado extrapola os limites do tolerável e quando se constata que essa criminalidade busca a
rendição do Estado e não mais de vítimas isoladas, não podemos mais dispor dos mecanismos
CONCLUSÃO

A segurança pública é o pilar base da sociedade, sem ela vários outros setores não
funcionariam, é a precursora que mantém a ordem e o progresso da nação Mas é sabido que
no Brasil as verbas para segurança pública são cortadas constantemente, fazendo-a respirar
por aparelhos, sendo feito milagre por parte dos agentes da mesma, uma das consequências,
os impactos mais vistos são os crescentes aumentos nos números da violência.
É certo que o controle da criminalidade em sociedades historicamente violentas não é
problema de fácil solução: a violência é um fenômeno complexo e multidimensional que
perpassa as práticas de todas as classes e grupos sociais, assim como as instituições que
supostamente deveriam ser responsáveis pelo seu controle, além de atingir preferencialmente
aqueles que já são destituídos de quase todos os direitos, os invisíveis de sempre. Mas o que
pode ser feito no curto e no médio prazo, para reduzir a violência que mata mais de 60 mil
pessoas por ano no país, sem abrir mão do compromisso com a democracia, o Estado de Direito
e a observância dos direitos fundamentais?

REFERÊNCIAS
 CARIELO, Gabriel; GRILLO, Marco. Especialistas em Segurança Pública
apontam caminhos para a redução dos homicídios no Brasil. Disponível em:
< https://oglobo.globo.com/brasil/especialistas-em-seguranca-publica-apontam-caminhos-
para-reducao-dos-homicidios-no-brasil-22211529> Acesso em: 02/04/2018.
 Autora Coletiva do blog Congresso em Foco. Seis propostas para melhorar a
segurança pública no Brasil. Disponível em:
< http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/outros-destaques/seis-propostas-para-melhorar-
a-seguranca-publica-no-brasil/> Acesso em: 02/04/2018.
 Texto extraído do SITE JUS MILITARIS. OS CONCEITOS DE ORDEM
PÚBLICA E SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DE 1988 E SEUS REFLEXOS NO DESENVOLVIMENTO DAS
ATIVIDADES DA POLÍCIA MILITAR. Disponível em:
< http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/cf-segpubl-pm.pdf> Acesso em:
02/04/2018.
 LOUREIRO, Gabriela. 5 razões por trás da crise de segurança pública no
Brasil. Disponível em:
< http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38909715> Acesso em: 02/04/2018.
 BERTAZZA, João Marcello. Os caminhos da segurança pública no Brasil:
entre o fácil e o necessário. Disponível em:
< http://justificando.cartacapital.com.br/2017/11/22/os-caminhos-da-seguranca-publica-no-
brasil-entre-o-facil-e-o-necessario/> Acesso em: 02/04/2018.

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