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RESUMO: As BEFC têm sido construídas com frequência crescente em todo mundo. Apesar disso,
os critérios de projeto são ainda predominantemente empíricos, baseados na experiência prática
obtida de obras já construídas. A utilização da análise numérica ainda não é uma ferramenta usual
para o desenvolvimento e dimensionamento desse tipo de barragem. Contudo, o presente trabalho
propõe uma metodologia para análise do comportamento desse tipo de barragem e
dimensionamento estrutural da laje, baseada nos seguintes aspectos: análise numérica
tridimensional; comportamento conjunto do maciço e face de concreto; utilização de elemento de
interface para representar o contato entre essas estruturas; simulação da laje com elementos de
placas sobre base elástica. Nessas análises o enrocamento foi modelado com modelo elastoplástico
Cam-Clay modificado, a laje com o modelo elástico linear e a interface foi representada por um
modelo elástico-perfeitamente plástico com critério de ruptura de Drucker-Prager. Os resultados
permitiram observar a influência das condições de contorno impostas, como geometria do vale e
carregamentos, no comportamento da barragem e da laje, resultando em um dimensionamento da
laje mais otimizado em termo de taxa e posicionamento da armadura.
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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.
2 METODOLOGIA ADOTADA
(a) Tianshengqiao I (b) Xíngó
A metodologia adotada, proposta por Frutuoso
(2007), consiste em estudar o comportamento
da barragem de enrocamento com face de
concreto e dimensionamento da laje da face de
monstante, em três etapas principais, de acordo
com o fluxograma apresentado na Figura 2.
1ª Etapa
(c) Campus Novos (d) Barra Grande Análise Tridimensional
MEF (Allfine)
δv, Fv, kv
2ª Etapa
Análise Estrutural da laje
MEF (SAP 2000)
(e) Mohale
Figura 1. (a), (b) Trincas no maciço de enrocamento; (c), Esforços Solicitantes
(d), (e) trincas e ruptura das lajes. M, Q, N
3ª Etapa
Segundo Veiga Pinto (1979), Frassoni et al. comp.
Dimensionamento Critério Empírico
(1982), Materon (1983) e Saboya Jr. (1993), os estrutural da Laje
movimentos sofridos pelo maciço de
Figura 2. Metodologia Proposta.
enrocamento dependem de vários fatores
intervenientes, como: fatores geométricos;
Na primeira etapa é feita uma análise do tipo
particularidades construtivas, como
de tensão-deformação a partir da simulação da
zoneamento e compactação; e os relacionados
barragem sob condições tridimensionais
com as características dos materiais
utilizando o método dos elementos finitos
empregados.
(MEF), com o programa ALLFINE (Farias,
Segundo Mori (1999) a ocorrência de trincas
1993). Esta simulação fornece os campos de
na laje de concreto estão associadas três
tensões, deformações e deslocamentos.
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essa fase.
4.1 Tensões
ki
(kPa)
y'
x' z' Jusante
4
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(kPa)
Jusante
Montante
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Elevação (m)
651,00 4.4 Estudo de dimensionamento da laje
N.A. 3
639,00
628,00
617,00 As Figuras 12 e 13 apresentam os diagramas de
606,00
595,00
N.A. 2 momentos fletores obtidos. Nota-se que os
584,00
573,00
momentos máximos são mais pronunciados na
562,00
551,00
região inferior da laje, ou seja, no “arranque”.
540,00
N.A. 1
Os valores máximos foram Mx',máx = - 27,29
529,00
518,00 kN.m e Mz',máx = - 207.75 kN.m para o arranque
507,00
496,00
e Mx',máx = 4,79 kN.m e Mz',máx = 220,86 kN m
481,00 para a laje principal.
466,00
0,
10
1o Enchimento 0,
20
2 o Enchimento 0,
3 o Enchimento 30
0,
40
0,
50
0,
60
0,
70
Deslocamento Normal (m)
Elevação (m)
651,00
N.A. 3
639,00
628,00
617,00
606,00
N.A. 2
595,00
584,00
573,00
562,00
551,00
N.A. 1
540,00
y'
529,00 z'
x'
518,00
507,00 Mz'
Mx'
496,00
481,00
466,00
1o Enchimento 0,
0,
20
10 Figura 12. Diagrama de momento fletor na direção x'
2 o Enchimento
3 o Enchimento 0,
0,
30 para o painel de Laje 20.
40
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0.30
0.30 0.25
0.25
recomenda pelos critérios empíricos, armadura 0.20 0.20
0.22
0.00
0.00
Direção x' Direção z'
Tabela 4. Armadura calculada versus critério empírico e Direção x' Direção z'
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