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O segredo por trás do sucesso da Huawei

Nas Filipinas, Huawei é um nome relativamente novo no mercado de smartphones.


Eles só surgiram com o Huawei Ascend P1 em 2012 e seguido pelo primeiro phablet, o
Ascend Mate em 2013. Eu me lembro claramente da primeira vez que eu me sentei
com um representante da Huawei, que estava me mostrando seu primeiro
smartphone em 2012.
Nesse curto intervalo de tempo, a companhia Chinesa tornou-se um concorrente
sólido nos mercados local e global, colocando-a em segundo lugar na primeira metade
de 2017. Esse ranking pode não durar até o fim do ano, uma vez que a Apple está
pronta para o lançamento de seu iPhone 8 e o iPhone X para o décimo aniversário na
metade do ano.
No entanto, a posição única da Huawei no mercado faz com que seja uma forte
concorrente. Nossa viagem à Shenzhen, China, nos deu um vislumbre do tremendo
impacto da Huawei na indústria da telecomunicação e o caminho que está abrindo pra
si mesma, a fim de alcançar domínio de mercado.

O mercado de 3 núcleos
Huawei está envolvida com o mercado de 3 núcleos. Quando a empresa foi fundada
em 1987 por Ren Zengfhei, começaram fazendo centrais telefônicas. Eles
eventualmente expandiram seus negócios para a construção de redes de telecom e
essa é sua principal fonte de receita até hoje. Dos $75,1 bilhões de receita do grupo
em 2016, $41,8 bilhões vieram da Carrier Business Group. Huawei trabalha com cerca
de 1334 telcos em todo o mundo, atendendo mais de 1/3 da população mundial.
O segundo maior ramo de negócios é o Consumer Business Group, em que a Huawei
entregou mais de 139 milhões de smartphones em 2016. Seus aparelhos de primeira
linha, como o Huawei P10 e P10 Plus, bem como o Mate 9 foram bem recebidos em
muitos mercados, graças à sua forte parceria com Leica.
Huawei apresentou um aumento de 44% na receita do Consumer Business Group,
encerrando o ano com lucros de $25,9 bilhões.
O Enterprise Business Group é o mais novo, mas também o que apresenta crescimento
mais rápido. Os negócios cresceram 47% em 2016, gerando receita de $5,9 bilhões.
Juntos, esses três núcleos de mercado forneceram um forte crescimento à Huawei ano
após ano.
Privada e Pertencente aos empregados
Huawei é uma empresa privada desde seu início e uma de suas estruturas corporativas
essenciais é uma agenda de rotação dos 3 CEOs a cada 6 meses. Cada CEO tem seus
pontos fortes e competências, que colaboram para que a Huawei avance na conquista
de seus objetivos de longo prazo.
O próprio fundador, Ren Zengfhei, dirige apenas 1,42% da empresa. Huawei é
primariamente uma empresa pertencente aos empregados, com mais de 60% de seus
empregados chineses possuindo ações virtuais. Eles não possuem controle dessas
ações e nem podem vende-la, mas cada acionista recebe um dividendo baseado na
performance da companhia. A única advertência é que quando um empregado deixa a
empresa, suas ações são devolvidas à companhia.
Essa prática dá aos trabalhadores um grande senso de pertencimento que a Huawei
entende como motivador para que todos façam a companhia maior e mais bem-
sucedida.

Pesquisa e Desenvolvimento
Huawei investe muito em P&D e isso é evidente em sua prática corporativa. A
companhia tem uma contagem global de 180000 trabalhadores, com cerca de 80000
(ou cerca de 45%) envolvidos diretamente em P&D.
É um investimento enorme no futuro da companhia e Huawei já gastou cerca de $45
bilhões apenas em pesquisa e desenvolvimento nos últimos 10 anos.
Nos últimos anos alocaram no mínimo 10%, e um máximo de 15% de suas receitas em
P&D. Só em 2016 esses números chegaram a $11 bilhões ou 14,6%.
Huawei mantém 15 centros de P&D entre os 36 melhores conjuntos de inovação do
mundo. Entre esses laboratórios de pesquisa estão o Centro de Pesquisa Estética
Huawei em Paris, onde a companhia colabora com marcas de luxo francesas para
juntar moda e tecnologia e o Laboratório de Inovação Max Berek na Alemanha, onde
nasceu a parceria Leica.
Huawei é também uma das pouquíssimas concorrentes de smartphones a desenvolver
seu próprio processador móvel. Recentemente anunciaram o HiSilicon Kirin 970 na IFA
em Berlin, um chip que vem com capacidades de computação de IA embutidas.
A abordagem da Huawei é combinar IA nos dispositivos com IA na Nuvem para fazer
com que os smartphones futuros sejam muito mais “smart”. O próximo Huawei Mate
10, a ser anunciado em Outubro em Munique apresentará esse chipset.
O Kirin 970 é uma CPU de 8 núcleos com um GPU de 12 núcleos de última geração que
apresenta uma Unidade de Processamento Neural (NPU) dedicada. É construído com o
processo 10nm mais recente e abriga 5,5 bilhões de transistores. Em comparação, o
chip mais novo da Apple, A11 Bionic, tem apenas 4,3 bilhões de transistores.
Melhores marcas globais
Em 2014 Huawei se tornou a primeira empresa Chinesa a entrar nas “Melhores marcas
globais” da Interbrand, ocupando a 94ª posição. Ela subiu para a posição 88 no ano
seguinte e está atualmente na 72ª com um valor de marca de $5,835 bilhões.
O que era uma pequena concorrente de telecom 30 anos atrás, hoje é uma forte
fabricante de aparelhos com um impacto global em mais de 170 países. O Nome
Huawei é traduzido literalmente como “Conquista chinesa” e isso se tornou parte do
DNA da companhia.

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