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A Coreia do Norte alegou nesta quarta-feira (6) ter realizado seu primeiro teste com bomba de

hidrogênio.
A bomba de hidrogênio, também conhecida como bomba H ou bomba termonuclear, é uma arma
nuclear até mil vezes mais potente que a bomba atômica comum.
Enquanto a bomba atômica gera energia a partir da fissão, ou divisão, dos núcleos de átomos, a bomba
de hidrogênio utiliza a fusão de átomos, liberando uma quantidade maior de energia. Esse é o mesmo
tipo de reação utilizado pelo Sol e pelas outras estrelas para gerar energia.
FUNCIONAMENTO
Para produzir uma grande explosão, as bombas de hidrogênio fundem átomos de deutério e trítio,
isótopos do hidrogênio. A reação dá origem a nêutrons e átomos de hélio, emitindo pouca radiação. O
deutério é encontrado na água do mar e o trítio, raramente encontrado na natureza, é formado durante a
própria explosão da bomba a partir de reações com deutério e lítio.
Para fundir esses átomos em uma reação em cadeia, é necessária uma grande quantidade de energia (50
milhões de graus para fundir deutério com trítio e 400 milhões de graus para fundir dois átomos de
trítio). Nas bombas de hidrogênio, essa energia costuma ser gerada pela explosão de uma bomba
atômica.
Dessa forma, as bombas de hidrogênio costumam ter, em seu núcleo, uma bomba atômica, envolta por
combustível nuclear composto de deutério e lítio, e geralmente encapada por uma grossa camada de
material físsil. Na explosão, a energia liberada pela fissão dos átomos da bomba atômica dá início à
reação de fusão do combustível termonuclear.
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TESTES ANTERIORES
O primeiro teste com bomba termonuclear foi realizado pelos Estados Unidos em 1952, nas ilhas
Marshall. No ano seguinte, a União Soviética explodiu um dispositivo do tipo, seguida por Reino
Unido, França e China.
A bomba de hidrogênio mais poderosa a ser utilizada até hoje foi a "Bomba-Czar", testada pela URSS
em 1961 no arquipélago de Novaya Zemlya, no Círculo Polar Ártico. Sua explosão teve um poder de
destruição equivalente a 50 milhões de toneladas de dinamite, sendo 3.000 vezes mais poderosa que a
bomba atômica derrubada em pelos Estados Unidos sobre Hiroshima, no Japão, em 1945.
Há dúvidas com relação à alegação da Coreia do Norte com relação ao teste de uma bomba de
hidrogênio. Especialistas em Defesa dizem ser provável que a Coreia do Norte tenha realizado, de fato,
um teste nuclear nesta quarta, mas afirmam que, com base nos níveis de energia registrados, o
explosivo testado seria uma bomba atômica comum, e não uma bomba de hidrogênio.
"Essa arma provavelmente tinha o tamanho da bomba dos Estados Unidos lançada sobre Hiroshima [no
Japão, em 1945], mas não foi uma bomba de hidrogênio. Ela usou tecnologia de fissão", disse Bruce
Bennet, especialista da corporação Rand ouvido pela BBC. "A explosão deveria ter sido dez vezes
maior do que a registrada."
O regime norte-coreano realizou testes com bombas nucleares em 2006, 2009 e 2013. O país mantém
sob segredo seu programa atômico, sob o pretexto de exercer seu direito soberano à defesa, e por isso é
alvo de sanções internacionais.
No início de dezembro, o governo de Pyongyang indicou que o país estava em fase avançada de
desenvolvimento da bomba de hidrogênio, o que gerou ceticismo em adversários como os EUA e a
Coreia do Sul.

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