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CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA DA UNIÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO
I - RELATÓRIO
RUA DACONSOLAÇÃO, N.º 1.875, 14º ANDAR – CEP 01410-900 – SÃO PAULO – SP
TELEFONE: 3506-2100 - ENDEREÇO ELETRÔNICO: CJU.SP@AGU.GOV.BR
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II - PONDERAÇÕES ADICIONAIS
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1 - O que é o cadastro de contas julgadas irregulares (Cadirreg)?
O Cadirreg é um cadastro histórico que reúne o nome de todas as pessoas, físicas ou jurídicas, vivas ou
falecidas, detentoras ou não de cargo/função pública, que tiveram suas contas julgadas irregulares pelo
TCU.
A “lista de responsáveis com contas julgadas irregulares” – ou simplesmente “lista”- que o Tribunal deve
encaminhar à Justiça Eleitoral nos anos eleitorais é a relação das pessoas físicas com contas julgadas
irregulares, não falecidas, cuja decisão que julgou suas contas não teve sua eficácia prejudicada pela
interposição tempestiva de recurso ou sentença judicial favorável ao interessado e o trânsito em julgado
dessa decisão tenha ocorrido nos oito anos imediatamente anteriores à realização de cada eleição.
Excetuam-se dessa “lista” os nomes dos responsáveis cujas contas julgadas irregulares ainda persistam
sob apreciação deste Tribunal, bem como aqueles que tiveram os acórdãos tornados insubsistentes por
decisão do Poder Judiciário.
Em 2012, o primeiro turno será no dia 7 de outubro. Portanto, a "lista" deve contemplar todos os
responsáveis que se enquadrem nos requisitos legais (Lei Complementar nº 64/90) e cuja decisão que
julgou suas contas irregulares, no período compreendido entre 7 de outubro de 2004 e 7 de outubro de
2012, não teve sua eficácia prejudicada pela interposição tempestiva de recurso ou sentença judicial
favorável ao interessado.
http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/responsabilizacao/irregulares/perguntas_fre
quentes
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Art. 2º. É delegada competência aos titulares das OM a seguir, para aprovar,
quanto à conveniência e oportunidade, e assinar, e, nome do Comandante da
Marinha, os acordos e atos abaixo indicados, inclusive seu documentos
decorrentes, obedecidas as disposições legais em vigor, estas diretrizes e as
instruções específicas que regulem sua elaboração:
(...)
Art. 5º A celebração de convênios de natureza financeira, nos termos da
Instrução Normativa nº 1/STN, de 15 de janeiro de 1997, está sujeita à prévia
aprovação do Comandante da Marinha, por proposta da OM celebrante,
ouvidos o COMIMSUP, o respectivo ODS, a Secretaria-Geral da Marinha e o
Estado-Maior da Armada.
§ 1º A proposta de convênio deverá detalhar, além do objeto a ser pactuado,
as saídas e os ingressos de recursos previstos, discriminados por Projeto do
Plano Diretor.
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JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo,
Dialética, 11ª Edição, 2005, p. 661.
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20. Diante das lições doutrinárias acima referidas, aplica-se, ao caso dos
Convênios, o disposto no art. 116 da Lei Federal nº 8.666/1993, verdadeira norma
geral relativa aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres
celebrados por órgãos e entidades da Administração. Aplica-se, outrossim, o
previsto no Decreto federal nº 6.170/2007.
21. Ademais, o TCU por meio do Acórdão nº 522/2006 – Plenário, no
Subitem 9.2.3, firmou o entendimento de que “ sendo pelo menos um dos
convenentes entidade/órgão federal deve ser observada, na celebração e na
condução do convênio, a legislação federal incidente sobre a matéria ”.
22. Com efeito, dispõe a Lei nº 8666/93:
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Maria Sylvia Zanella Di PIETRO. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005, 18ª edição, p. 297-
298.
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TORRES, Ronny Charles Lopes de. Lei de Licitações Públicas Comentadas. Salvador, Juspodivm, 2008,
1ª Edição, p. 313.
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V - cronograma de desembolso;
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termos de parceria celebrados com entidades privadas sem fins lucrativos até a
publicação do Decreto nº 7.586, de 16 de setembro de 2011.
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IV.e) Da Justificativa
33. Outro ponto que deve ser apreciado com o devido resguardo é a
delegação do Poder de Polícia.
34. De início, a doutrina administrativista se posicionava de forma
contrária a delegação do Poder de Polícia. Contudo, com a evolução dos conceitos
tradicionais, permite-se que alguns atos jurídicos relacionados ao Poder de Polícia
sejam delegados. A propósito decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
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35. Nessa ordem de ideias, o Egrégio STJ deixou pontuado que são
delegáveis no âmbito do poder de polícia, os atos de consentimento e fiscalização.
De outra parte, os atos legislativos e sancionatórios são indelegáveis.
36. Na mesma linha leciona Diogo de Figueiredo Moreira Neto:
“A TRANSFERÊNCIA LEGAL
Pode-se conceituar a transferência legal como espécie de
cometimento de atividade de interesse público que faz o
legislador a entes da sociedade para o exercício de
determinadas competências normativa ou administrativa ou de
ambas, originariamente atribuídas ao Estado.
Adotada essa modalidade, será sempre necessário definir o
alcance da delegação legal bem como a existência de algum
tipo de reserva de controle administrativo sobre a atividade
transferida.
Esta figura poderá se apresentar ainda mais inovadora e
suscitar maior polêmica quando a transferência de um serviço
público estiver conjugada com algum tipo de transferência de
exercício de poder de polícia.
Com efeito, já é conhecida de longa data a crise no conceito
de poder de polícia, outro mais que se encontra defasado, já
não se aceitando que possa continuar a ser definido como um
"poder administrativo", pois inegavelmente, sua titularidade não
se confina a um ramo orgânico do Estado mas se estende a todo
ele, de modo que, em última análise, quem o institui, para
harmonizar o uso e gozo dos direitos e liberdades individuais,
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Serviço Público e Poder de Polícia: Concessão e Delegação. Revista
Eletrônica de Direito do Estado. Nº 07/2006, p. 07 e seguintes.
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50. O Órgão elaborou uma minuta de convênio que vem sendo adotada
de forma padronizada nos processos encaminhados.
51. De início verificamos na Cláusula segunda (fl. XX), a delegação de
competência na qual o Vice-Almirante Liseo Zampronio, representante do Comando
8° Distrito Naval está devidamente investido de poder para praticar os atos
elencados na referida cláusula. Constatamos também que os Comandantes dos
Distritos Navais poderão delegar aos Municípios a fiscalização do tráfego de
embarcações.
52. Quanto ao objeto, este vem devidamente delineado na cláusula
quarta.
53. Na cláusula oitava constatamos que a vigência do ajuste será de 24
meses, contados a partir da data da assinatura do acordo, podendo tal período ser
renovado por igual período, mediante Termo Aditivo.
54. Constatamos, outrossim, na cláusula décima segunda – da Rescisão,
que o presente acordo poderá ser rescindido a qualquer época, por denuncia de
qualquer dos partícipes, resguardadas as responsabilidades pelas obrigações
decorrentes do período em que esteve em vigor.
55. Constatamos as fls. XX o “Termo de Colheita de dados infracionais”
que caracteriza que a atividade fiscalizatória do Município se restringe única e
exclusivamente à colheita de dados para posterior envio à Marinha. Referido ponto
vem devidamente descrito na cláusula décima, letra “d”.
56. Constatamos, outrossim, a inserção de clausula em que a Prefeitura
Municipal se responsabiliza pelos atos de seus servidores que ultrapassem a
delegação conferida no Convênio (cláusula décima – letra “j”).
57. Consideramos, portanto, nos limites da análise jurídica e excluídos os
aspectos técnicos e o juízo de oportunidade e conveniência do ajuste, que a minuta
padronizada do Convênio, encontra-se adequada aos parâmetros e intenções
descritos no presente parecer referencial.
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Art. 22 da Lei nº 9.784/99:
“Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua
realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.”
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59. Com efeito, no que pertine especificamente à licitação 11, bem como
contratos/convênios e outros ajustes12, o processo administrativo deverá observar
as normas que lhes são pertinentes, iniciando-se com a devida autuação, com a
correspondente protocolização e numeração, juntando-se, em sequência
cronológica, os documentos pertinentes, cujas folhas devem ser numeradas e
rubricadas, sendo que cada volume deverá conter os respectivos termos de
abertura e encerramento, contendo, na medida do possível, no máximo, 200
folhas13.
IV.j) Demais Sugestões para os casos abrangidos pela manifestação
referencial:
V- Da Conclusão
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Art. 38 da Lei nº 8.666, de 1993:
“O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente
autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto
e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
(...)”
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ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 2, DE 1º DE ABRIL DE 2009
Texto Enunciado: “OS INSTRUMENTOS DOS CONTRATOS, CONVÊNIOS E DEMAIS AJUSTES, BEM COMO OS
RESPECTIVOS ADITIVOS, DEVEM INTEGRAR UM ÚNICO PROCESSO ADMINISTRATIVO, DEVIDAMENTE
AUTUADO EM SEQÜÊNCIA CRONOLÓGICA, NUMERADO, RUBRICADO, CONTENDO CADA VOLUME OS
RESPECTIVOS TERMOS DE ABERTURA E ENCERRAMENTO.”
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Aplicáveis ainda, a Portaria Normativa SLTI/MPOG nº 5, de 2002 (no caso de órgãos integrantes do
SISG) e Portaria Normativa MD nº 1243, de 2006 (para os órgãos militares), que também dispõem sobre
procedimentos gerais referentes à gestão de processos, sendo recomendável também que o consulente
verifique se há disciplina própria reguladora no âmbito de seu órgão.
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61. Em face do exposto, uma vez que o órgão assessorado procure seguir
as orientações acima exaradas, é juridicamente possível dar prosseguimento ao
processo, formalizando o convênio de cooperação técnica, sem submeter os autos à
CJU/SP, consoante Orientação Normativa nº 55, do Advogado-Geral da União.
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Nomeado por concurso público para exercer as atribuições do cargo de “Advogado da União”
(Portaria AGU no. 25 de 07.01.00 publicada no Diário Oficial da União de 10.01.00) nos termos do art.
131 da Constituição Federal e da Lei Complementar 73 de 10.02.93.
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