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CONCEITOS DE CRIANÇA E DE ADOLESCENTE

Artigo 2 ECA – Criança é a pessoa com até 12 anos incompletos.


Não se submete a medida socioeducativa, somente a medida de
proteção.
Adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos. Submete-se a medida
socioeducativa e a medida de proteção.

Incidirá também excepcionalmente em pessoas com idade entre


18 e 21 anos incompletos, no que concerne às medidas
socioeducativas de semiliberdade e de internação do
adolescente, cujo cumprimento deve necessariamente findar até
os 21 anos da pessoa, respeitado o período máximo de 3 anos. É
imprescindível que o ato infracional tenha sido praticado antes
de a pessoa tornar-se imputável, ou seja, completar 18 anos.

DIREITO À VIDA E À SAÚDE


Artigo 8 a 10 do ECA – os documentos do parto tem que ficar
arquivados por um período de 18 anos.
O ECA estabelece também alguns direitos pensando na mãe,
pois proteger a criança é proteger a mãe. É muito comum que a
mãe tenha depressão pós parto, também chamado de estado
puerperal. Assim, o ECA assegura tratamento psicológico, ainda
que a mãe queira entregar o filho para adoção. É assegurado o
tratamento psicológico ainda que a mãe deseje entregar o filho
para adoção, como forma de atenuar as consequências do estado
puerperal.
O ECA também da direito ao alojamento conjunto para a
gestante e para o bebe.
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE
Artigo 16 ECA – direito de ir, vir e permanecer nos logradouros
públicos e espaços comunitários, observadas as restrições
legais. Se não tivesse a frase observadas as restrições legais não
poderia por exemplo fechar parque público a noite.
PROIBIÇÕES DO ECA
Artigo 77 a 82 e 250 ECA – Criança e adolescente não podem ir
para hotel, motel, pensão ou congênere, salvo: acompanhado
dos pais ou responsáveis; por autorização dos pais ou
responsável; se houver autorização judicial. A ideia é combater
a prostituição infantil. A violação disso é infração
administrativa. Criança e adolescente não podem ir a local que
explore comercialmente jogos de bilhar ou similares, nem com
a autorização dos pais. Vale dizer que é comerciante, assim se
no seu prédio tem uma mesa de bilhar não tem problema e eles
podem frequentar, pois não é explorado comercialmente.
No caso de lanhouse e locais que explores diversões eletrônicas:
nessa situação, pode frequentar e depende de regulamentação
do juiz da infância local.

Pode vende fogos de artifícios à criança e adolescente? Fogos de


artificio não podem ser vendidos, salvo se pelo reduzido
potencial lesivo não possam causar dano em caso de uso
inadequado.

Criança e adolescente não podem comprar bilhetes de loteria ou


similares.

Autorização para viajar


a) Viagem nacional: artigo 83 – o adolescente não precisa de
autorização para viajar, quem precisa é a criança. Essa
autorização é valida por um período de 2 anos. A criança não
precisa de autorização nas seguintes hipóteses:

1. Se estiver acompanhada dos ascendentes ou colateral maior


até o terceiro grau (tio) comprovado documentalmente.

2. Se houver autorização por escrito dos pais ou responsável

3. Caso se trate de comarca contigua na mesma unidade da


federação.

b) Viagem internacional: artigo 84 – criança e adolescente


precisam de autorização judicial, salvo se estiverem
acompanhados de ambos os pais ou responsável ou se estiver
acompanhado de um dos pais com autorização por escrito com
firma reconhecida do outro.
FAMÍLIA
MODALIDADES DE FAMÍLIA
Família natural: artigo 25, caput ECA – comunidade
constituída pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Família extensa ou ampliada: artigo 25 ECA – comunidade
formada pelos parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente tenha convivência, afinidade ou afetividade. Além
dos pais e filhos ou o núcleo formado pelo casal, contempla
também parentes próximos, como por exemplo tio. A família
extensa tem preferência na adoção.
Família substituta: artigo 28 ECA - medida excepcional que será
determinada diante de situações em que a permanência da
criança ou do adolescente junto à sua família natural torna-se
inviável. Comporta três modalidades: guarda, tutela e adoção.
a) Guarda: artigo 33 – visa regularizar situação de fato. Não
necessariamente ela gera o afastamento com os pais biológicos.
A guarda gera direitos previdenciários. Trata-se de medida
provisória, ou seja, depois de concedida, a criança ou o
adolescente poderá retornar à sua família natural ou
permanecer sob guarda até ser encaminhado para uma família
substituta definitiva, assim pode ser revogada a qualquer tempo
mediante ato judicial.
b) Tutela: artigo 36 -a tutela pressupõe a perda ou suspensão
do poder familiar. Somente será deferida a pessoa com até 18
anos incompletos. É conferido ao tutor amplo direito de
representação, que deverá administrar bens e interesses do
pupilo.
c) Adoção: artigo 39 a 52 ECA - é a única modalidade
irrevogável. É a única que o estrangeiro pode usar. É a
modalidade de colocação da criança ou do adolescente em
família substituta que tem o condão de estabelecer o parentesco
civil entre adotando e adotado. Pode ser unilateral, em que
permanecem os vínculos de filiação, com apenas um dos pais
biológicos; bilateral, vinculo de filiação rompe-se por completo.
- Idade do adotante: deve ser maior de 18 anos. Deve haver 16
anos de diferença entre adotante e adotado.

- Consentimento dos pais biológicos: é necessário e é colhido em


audiência. No caso da gestante o consentimento só vale após o
nascimento do filho. O consentimento pode ser retirado até a
publicação da sentença. Exceção: não precisa do
consentimento dos pais biológicos se eles foram destituídos do
poder familiar ou quando foram desconhecidos.
- Restrições para adoção: Não pode adotar por procuração, pois
trata-se de ato personalíssimo, assim o ascendente não pode
adotar o descendente (avos, irmãos).

- Modalidades de adoção:

1. Adoção monoparental: feita pela pessoa sozinha.

2. Adoção conjunta: feita por duas pessoas. Só pode adotar


conjuntamente se forem casadas ou se viverem em união
estável. Podem também adotar conjuntamente os divorciados,
os judicialmente separados e os ex companheiros, desde que
concordem com a guarda e o regime de visitas e contando que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
período de convivência e que seja comprovada a existência de
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da
guarda que justifique a medida.

3. Adoção unilateral: é a adoção pelo padrasto ou madrasta.

4. Adoção póstuma ou post mortem: é a adoção que ocorre


quando o adotante falece no curso da adoção. Terá continuidade
se ficou claro o desejo de adotar. O adotado pode, após
completar 18 anos, ter o direito de conhecer sua origem
biológica, bem como o de obter o acesso irrestrito ao processo
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes. Se
ainda não atingiu 18 anos, deve ser assegurada assistência
jurídica e psicológica.

5. Adoção homo afetiva: ECA não prevê, mas a justiça autoriza.


Casal de namorado gay não pode adotar pois eles são namorados
e namorado não pode adotar, precisa de união estável.
6. Adoção por casais separados ou divorciados: é possível desde
que o estágio de convivência tenha se iniciado durante a
constância da união e que haja acordo quanto a guarda e visita.
7. Adoção internacional: artigo 51 – é a adoção que ocorre
quando o adotante é domiciliado ou residente fora do Brasil. A
adoção realizada por estrangeiros, por si só, não se qualifica
como internacional. O critério empregado é o local de domicilio
dos postulantes. Brasileiros residentes no exterior submetem-se
às regras da adoção internacional, embora tenham primazia
diante dos estrangeiros. Estrangeiros residentes no brasil
submetem-se às regras da adoção nacional. Não tem a ver com
nacionalidade e sim domicilio. A adoção nacional tem
preferencia sobre a internacional. Assim, o pai que estiver
morando no Brasil tem preferencia sobre a adoção. O brasileiro
tem preferencia na adoção internacional. O cumprimento do
estágio de convivência é obrigatório.

8. Adoção intuito personae: é a adoção fora da fila do cadastro.

- Estágio de convivência: é o período em que a criança ou o


adolescente fica com o adotante para verificar a formação dos
laços sócio afetivos. A adoção nacional não tem prazo mínimo.
Já a adoção internacional tem prazo mínimo de 30 dias, a ser
cumprido em território nacional. Poderá ser dispensado na
hipótese de o adotando já estar sob guarda legal ou tutela do
adotante durante tempo suficiente para se avaliar a convivência
da constituição do vinculo.
Regras gerais da família substituta
Artigo 28.

1. Concordância da criança ou do adolescente: depende da


idade. Se for menor de 12 anos, será ouvido sempre que possível.
Se for maior de 12 anos, é imprescindível o consentimento
colhido em audiência.

2. Irmão devem ficar preferencialmente juntos, salvo situação


excepcional plenamente comprovada.

3. Índios e quilombolas: ficarão preferencialmente no seio de


sua comunidade.
ATO INFRACIONAL – PARTE PENAL DO ECA
Artigo 103 ECA. Considera-se ato infracional a conduta que,
praticada por criança ou adolescente, é definida em lei como
crime ou contravenção penal. Se um adulto pratica é crime de
roubo, se um adolescente pratica é ato infracional, sanção,
medida socioeducativa. O que para o adulto é infração penal
para o adolescente é ato infracional. O ECA vai pegar do CP a
definição dessas condutas, somente vai trocar a consequência,
que no CP é pena e no ECA é medida socioeducativa.
a) Criança: menor de 12 anos. Se a criança praticar o ato
infracional, ela não pode receber medida socioeducativa, ela
somente pode receber as chamadas medidas de proteção que
não tem caráter de sanção e, entre elas não esta a FEBEM, pois
internação é medida socioeducativa e criança somente pode
receber as medidas de proteção previstas no
artigo 101 do ECA que são: encaminhamento aos pais ou
responsável; matricula obrigatória em ensino fundamental.
Para criança, nunca pode ser aplicada medida socioeducativa. A
criança é encaminhada ao Conselho Tutelar, para que ele
aplique as medidas de proteção.
b) Adolescente: O adolescente é encaminhado para a
autoridade judicial ou adolescente também pode receber as
medidas de proteção. Assim, o adolescente pode receber
medidas quaisquer. Somente pode receber as socioeducativas,
adolescentes que tenham praticado ato infracional.
A idade que importa é a do momento em que ocorreu o fato, a
idade no dia da ação ou omissão – Teoria da atividade.

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS – não privativas de


liberdade
Artigo 112 ECA – praticadas somente para os adolescentes.
São chamadas de medidas em meio aberto, pois não priva a
liberdade.

1. Advertência: artigo 115 ECA – consiste em uma admoestação


oral que será reduzida a termo.
2. Reparação dos danos: sanção por ato infracional. Promova o
ressarcimento dod ano, ou, por outra forma, compense o
prejuízo causado à vitima. Artigo 116 ECA.
3. Prestação de serviços comunitários: artigo 117 do ECA. O juiz
pode aplicar essa medida por no máximo 6 meses com jornada
semanal de oito horas.
4. Liberdade assistida: ainda não foi privado da liberdade,
apenas terá assistência. O juiz designa para ela um orientador
nomeado pelo juiz que vai acompanhar o adolescente na sua
vida familiar, comunitária e escolar. O prazo é de no mínimo 6
meses.

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS – privativas de


liberdade
Essas duas medidas podem transcender pessoas de 18 anos, ou
seja, pode se aplicar para pessoas acima dos 18 anos em casos
especial, para ate pessoas de 21 anos de idade. No momento da
aplicação da medida, o juiz as aplica sem prazo determinado,
prazo interno, em aberto. O tempo pode chegar a 3, mas é
aplicada sem prazo pois se a pessoa tiver bom comportamento
pode sair antes de 3 anos. Durante a execução da medida é que
ira avaliar o desenvolvimento da pessoa, podendo acabar com a
medida ou prorroga-la até 3 anos. Durante a execução, a lei
impõe que seja feita uma reavaliação da medida a cada no
máximo 6 meses. Não pode chegar a 6 meses sem que tenha tido
pelo menos uma medida. Depois do juiz reavaliar, surgira
quatro possibilidades:

1. Determinar ou decidir pela liberação do adolescente e


consequentemente extinguir a execução. Isso raramente
acontece após os primeiros 6 meses.

2. Substituição da internação por outra medida mais branda.


Chamada de progressão das medidas socioeducativas, pois ele
passou de uma medida mais intensa para uma mais branda.

3. Manter a medida, por tempo indeterminado, até a próxima


reavaliação. O juiz pode a cada reavaliação ficar mantendo, mas
o limite para a manutenção sucessiva das reavaliações é de 3
anos. 3 anos é limite de cumprimento e não prazo de aplicação.
Pode chegar a 3 anos desde que ele não complete 21 anos antes
disso, pois se completar 21 anos ainda que não alcançado os 3
anos, a liberação se torna compulsória.

a) Semiliberdade: privação parcial de liberdade. Parte do dia


solto e parte do dia recolhido na entidade socioeducativa.
Baseado em confiança e senso de auto responsabilidade. Vai se
recolher na entidade a noite e de fim de semana. Pode as vezes
a noite ir dormir na casa dos pais, mas todo dia precisa passar
parte do dia na entidade.

b) Internação na fundação casa – FEBEM: é a única medida que


tem cabimento taxativo, pois expressamente previsto em lei.
Depois dos 21 anos, surge a chamada liberação compulsória, ou
seja, quando completar 21 anos de idade o juiz será obrigado a
soltar a pessoa. Quem chega aos 21 anos esta cumprindo as
consequências do que ele praticou enquanto era adolescente,
isso é feito para que não haja garantia de punibilidade quando
se comete o crime próximo aos 18 anos. Se quando a pessoa
cometeu o crime ela já tinha mais de 18 anos, responderá como
adulto pelo CP.
Se o cara conseguir ficar foragido até os 21 anos, não pode mais
internar ele – prescrição etária.

Se ele cometeu o crime aos 19 anos, pode internar.

As medidas socioeducativas de internação e semi liberdade são


aplicadas na sentença, sem prazo determinado, devendo a sua
necessidade ser reavaliada a cada no máximo 6 meses. A
aplicação se da sem prazo, mas o cumprimento pode chegar a 3
anos.

Por ocasião da reavaliação, a medida pode ser mantida,


sucessivamente ate o limite total de 3 anos e desde que o sujeito
não complete 21 anos antes disso.

Adolescentes portadores de doença ou deficiência mental


receberão tratamento individual e especializado, não serão
submetidos a medidas socioeducativas.
CABIMENTO TAXATIVO DA INTERNAÇÃO
Artigo 122 ECA. Só se aplica à internação, pois às demais são
livremente aplicáveis. É possível a internação quando se tratar
de ato:
1. Cometido ou praticado com violência ou com grave ameaça à
pessoa.

Ex: atos equiparados a crimes de roubo, homicídio, estupro.


Para ato equivalente a furto não é cabível internação como
medida socioeducativa, podendo ser aplicada qualquer uma das
outras cinco medidas. E se ele for pego praticando ato
equivalente à trafico de drogas? O trafico de drogas para o
adulto é crime equiparado ao hediondo, mas o requisito que
o ECA elege para poder caber ou não a internação é se tem
violência ou grave ameaça à pessoa e no caso do trafico de
drogas não existe essa violência. Juiz aplica sem prazo até o
limite de 3 anos.
2. Configurada reiteração no cometimento de atos graves: a
palavra reiteração, que é fazer de novo, é pensada do segundo
ato em diante. Assim, se praticar 3 atos ele pode ser internado.
Trafico de drogas entra nesse caso, mas somente depois de 3
vezes, no mínimo 2. Juiz aplica sem prazo até o limite de 3 anos.

3. Descumprimento reiterado e injustificável de outra medida


anteriormente aplicada: chamada de internação com prazo
determinado ou internação sanção. Assim, uma vez aplicada a
mediada por sentença em processo de conhecimento, cabe ao
adolescente a ela submeter-se, independentemente de sua
vontade. Se assim não o fizer poderá sujeitar-se à internação
sanção, cujo prazo de duração poderá chegar a 3 meses. A
reiteração pressupõe mais de 3 atos. Poderá internar em razão
do descumprimento reiterado e injustificável de outra medida
anteriormente aplicada. Se vai internar porque ele esta
descumprindo outra medida é porque a outra medida não era a
internação. A ideia é que na sentença o juiz aplicou uma medida
mais branca, mas o sujeito vem descumprindo a medida de
forma retirada, desse modo, o juiz decidira pela internação
breve a fim de fazer com que o sujeito seja obrigado a cumprir a
medida e conscientiza-lo, convence-lo de que ele deve cumprir
a medida anterior. Ira internar por no máximo 3 meses e depois
o sujeito volta a cumprir a medida anteriormente aplicada.
Antes do juiz aplicar a sanção ele deve ouvir o adolescente, pois
se isso é sanção por ter descumprido outra, não pode aplicar
nova sanção sem o contraditório e ampla defesa. Assim, deve-se
ouvir o adolescente em audiência para que ele possa justificar o
porque descumpriu a medida. Antes de aplicar a internação
sanção o juiz deve ouvir o adolescente permitindo assim que ele
possa justificar o descumprimento alegado, pois se esse
descumprindo foi justificado, não se aplica sanção.

4. Internação provisória: é aquela internação aplicada antes da


sentença e é provisória pois antecede a decisão definitiva. O
limite é o de 45 dias, se nesse período não sobrevier sentença o
juiz terá de soltar o adolescente. Esse prazo é improrrogável. Se
der o prazo tem que soltar o adolescente para que ele aguarde
em liberdade a sentença que lhe condenará.

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