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(UECE)
CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPARTAMENTO DE FÍSICA
1. INTRODUÇÃO
As mudanças climáticas influenciam diretamente nos sistemas naturais e humanos em
toda a terra. Os impactos mais severos ocorrem nos desprotegidos sistemas naturais, além
também de causar danos à dinâmica dos sistemas humanos (IPCC 2007; IPCC, 2014).
Envolvendo relações complexas, as mudanças climáticas vêm se tornando discussão central
para o futuro da humanidade, mesmo sendo objeto de estudo de longa data. O estudo da
atmosfera, é baseado intrinsecamente em características observacionais obtidas
diariamente sobre suas condições físicas. Conhecer a variável precipitação, possibilita o
planejamento tanto de atividades cotidianas comuns, quanto de atividades que requerem
maior importância ecológica ou financeira, tais como: calendários agrícolas, turismo,
projetos de riscos, obras de engenharia no geral, etc.
2. JUSTIFICATIVA
Figura 12. Exemplos de frente fria (a), ciclone (b) e sistemas convectivos de
mesoescala (c-e) atuando no extremo sul do Brasil. A imagem a) foi obtida das
nefoanálises do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina e b) do National
Aeronautics and Space Administration (NASA). Já as imagens c, d e foram
selecionadas no banco de dados da DAS/INPE por Fernandes (2010)
Os sistemas frontais correspondem à zona de encontro entre duas massas de ar com
propriedades térmicas distintas. Na ocorrência de frentes frias, a massa de ar frio força a massa
de ar mais quente a subir, uma vez que esta é menos densa. Isso favorece a formação de nuvens
e chuva. Após a passagem de uma frente fria sobre um determinado local, a massa de ar frio,
que segue a frente fria, acompanha a frente fria e as temperaturas tendem a cair, a precipitação
cessa e o tempo, em geral, fica ensolarado.
Isto porque a massa de ar frio como é densa e seca desfavorece a formação de nuvens. Nessas
situações (com o ar seco e ausência de nuvens), a temperatura durante a noite diminui
consideravelmente, pois a superfície terrestre emite praticamente toda radiação infravermelha
para o espaço. Quando isso ocorre, o vapor d’água presente no ar próximo da superfície pode
condensar formando o orvalho ou até mesmo congelar (situação em que o orvalho é chamado de
orvalho congelado). Quando o congelamento ocorre sem haver passagem da água pela fase
líquida tem-se as geadas. Esses fenômenos meteorológicos são bastante comuns no sul do Brasil
no outono e inverno.
Independente da época do ano, a chuva durante o dia nessa região pode ser
influenciada pela brisa marítima, enquanto à noite pela convergência (encontro) entre
a brisa terrestre com os ventos alísios de sudeste (Kousky, 1980). Neste processo,
linhas de instabilidade (conjunto de nuvens alinhadas) podem se formar e adentrar o
continente.
Região onde os totais pluviométricos são baixos, mas com um ciclo anual mostrando máximos
de precipitação no verão/outono e mínimos no inverno. No verão e outono, como a ZCIT está
localizada no Hemisfério Sul, favorece a precipitação na região, já no inverno a precipitação é
inibida pelos movimentos descendentes deste sistema, que agora se localiza no Hemisfério
Norte (Fig. 17) e também pelos movimentos descendentes da atividade convectiva que ocorre
no oeste-noroeste da Amazônia.
Outros sistemas como, por exemplo, frentes frias e VCANs quando chegam até o sertão
nordestino também podem causar chuva. É interessante ressaltar que os ventos alísios de leste
provenientes do oceano e carregados de umidade são importantes para a precipitação na (4.3),
mas não na (4.4). Uma explicação estaria associada com o relevo da região: o planalto da
Borborema é uma barreira topográfica para o escoamento atmosférico. Assim, sugere-se que
os ventos de leste, ao encontrarem a barreira topográfica, ascendam favorecendo precipitação
orográfica no lado leste da montanha e, dessa forma, os ventos de leste chegam secos na (4.4).
Entretanto, acredita-se que a causa dos baixos totais pluviométricos na nessa região esteja
mais associado com mecanismos dinâmicos de grande escala do que com a topografia regional.
4.5 Norte
No Norte do Brasil onde a precipitação é elevada durante todo o ano, mas ainda apresentando
maiores valores no inverno. Isto ocorre em função da ZCIT estar na sua posição mais norte, ou
seja, atuando diretamente na região. Já no verão, quando a ZCIT se desloca para o sul
desfavorece um pouco a precipitação em tal região. Além da ZCIT, ondas de leste, cavados em
altos níveis (Riehl, 1977), convecção local, CCM, circulação de brisa e linhas de instabilidade são
sistemas que contribuem para a precipitação nessa região.
MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia de cálculo para o estudo mostrada na seçao seguinte foi feita para
os intervalos de classes de precipitação diária definidos com: precitação muito fraca
>=0.01 mm e <= 5 mm, preciopitação fraca >5 mm <= 10 mm, precipitação moderada >
10 mm e <= 15 mm, precipitação forte > 15 mm e <= 20 mm, precipitação muito forte
>= 20 mm e <= 50 mm e precipitação extema > 50 mm. Todos os cálculos de
probabilidades e do T foram feitos usando os dados diários anuais para o período de
1982-2013 em cada ponto de grade interpolado.
Nos parágrafos abaixo são definidas algumas métricas que foram usadas nos
cálculos das variáveis do estudo e outras que serviram para análises dos resultados
An=x i− X m (2)
n
1 (3)
2
S = ∑ ( x −x )2
n−1 i=1 i m
Isto é, trata-se de uma medida de associação linear entre variáveis. Sua formulação
matemática é dada por:
Cov ( x,y )
r xy =r = (4)
σxσ y
unidade física que o defina. Os valores de estão limitados entre uma escala de -1 até
+1, onde o valor indica a direção da relação linear, geralmente, a força relativa de uma
relação linear, ou seja, a adequação com que a relação linear descreve os dados. Valores
Magnitude da Correlação
0,0 Nula
0,0 ≤ ≤ 0,3 Fraca
1,0 Perfeita
4. RESULTADOS DISCUSSÕES
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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