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UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTE

FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN


MAESTRÍA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

A INCLUSÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

Ana Cleide Araújo de Moraes

Presidente Dr. Manuel Franco, Paraguay


2019
UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTE
FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN
MAESTRÍA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

A INCLUSÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO


.

ANA CLEIDE ARAÚJO DE MORAES

Tesis presentada para la obtención del título de


Máster en Ciencias de la Educación

Tutor: Dr. Felisa

Aprobado por:

___________________________________________ ______________
Presidente Firma

___________________________________________ ______________
Secretario/a Firma

___________________________________________ ______________
Vocal Firma

Calificación: ____ ( ______________ )

Fecha: ____ / ____ / ____


DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE E
RESPONSABILIDADE

Eu, Ana Cleide Araújo de Moraes, portadora do documento de


identidade nº 1986440-0, de nacionalidade brasileira, declaro que os
resultados obtidos na pesquisa que eu apresento como dissertação final,
antes de obter o título de MESTRE EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, são
absolutamente original, autêntico e pessoal.

Declaro que o conteúdo, as conclusões e os efeitos legais e


acadêmicos decorrentes do trabalho de pesquisa proposto e após a
redação deste documento são e serão da minha exclusiva responsabilidade
jurídica e acadêmica.

Ana Cleide Araújo de Moraes

C.I. Nº 1986440-0

iii
DEDICATORIA

A toda minha família,


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX

iv
AGRADECIMIENTOS

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXX

v
INDICE

vi
LISTA DE TABELAS

vii
LISTA DE GRÁFICOS

viii
LISTA DE SIGLAS

ix
RESUMO

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXX

Palavras chaves:

x
RESUMEN
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXxx

Palabras claves:

xi
CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Ao falar de inclusão na educação aborda-se antes a questão de


inclusão social. Discutir e refletir sobre a inclusão desde a educação infantil,
suas necessidades específicas, quando se fala em crianças tão pequenas,
no ambiente escolar, traz uma esperança no redimensionamento e na
reorganização dos programas de intervenção precoce. Discutir estratégias
para a elaboração de projetos de inclusão nas escolas brasileiras faz-se
necessário e urgente.
Neste trabalho discutiremos a respeito da importância que a
Educação Inclusiva tem para as escolas, as famílias e a sociedade como
um todo, pois o processo educativo é um tema muito abrangente e inúmero
são as publicações sobre esse assunto, principalmente para lidar com as
diferenças existentes nas salas de aula dos dias atuais.
Professora eu posso falar um pouco da inclusão social no meu
município aqui na introdução?
PROBLEMA DE PESQUISA:

O tema Inclusão Social está sendo, nos últimos anos, abordado com
mais ênfase. No geral, o que se discute são meios e formas de aproximar
o poder público e a sociedade à discriminação sofrida por Portadores de
Necessidades Especiais no seu dia a dia
Hoje são inúmeras discussões que temos visto a respeito de
inclusão social, em suas diversas formas, cada vez mais este assunto nos
leva a alguns momentos de grande reflexão. Quando falamos em inclusão
escolar, estamos buscando a inserção e a permanência destes alunos com
deficiência no ensino regular e não mais seu confinamento em escolas
especiais.
Para que isto ocorra de forma adequada é fundamental a
participação da família, da sociedade e do nosso principal objeto para
este estudo: a escola e seus educadores, pois sabemos que não se trata
somente de acolhimento a este aluno e sim da criação de condições
ideais para que o mesmo tenha condições de desenvolver suas
capacidades, independentemente de suas limitações
Sabemos ainda que temos um grande caminho a ser percorrido, cheio
de lacunas, paradigmas e questionamentos, principalmente por parte
daqueles que em sua grande maioria são pegos de surpresa quando chega
em sua classe um aluno deficiente

QUESTÕES DA PESQUISA:

1. Quais são os tipos Necessidades Especiais dos alunos das Escolas


Públicas Municipais de Novo Airão? Que recursos precisam essas
escolas para permitir a inclusão dos alunos com necessidades
especiais?
2. Que atividades as escolas desenvolvem para que este problema
seja minimizado?
3. Que preparação requer o professor para atender esses alunos com
necessidades especiais?
4. Que alternativas poderiam ser desenvolvidas para minimizar essa
problemática?

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:
Identificar os possíveis impactos da inclusão e da educação
inclusiva, mostrando à sociedade em geral a importância dos Portadores
de Necessidades Especiais oferecendo uma estrutura escolar de qualidade
ao seu pleno desenvolvimento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1. Indagar os tipos de Necessidades Especiais que os alunos das


Escolas Municipais de Novo Airão apresentam.
2. Analisar os recursos necessários que as escolas precisam para
permitir a inclusão de alunos com necessidades especiais.
5. Verificar quais atividades as escolas desenvolvem para que este
problema seja minimizado?
3. Estudar que preparação requer o professor para atendimento de
alunos com necessidades especiais.

HIPÓTESE:

A partir do momento que as políticas educacionais começam a


desenvolver suas ações visando, não apenas o acesso e permanência da
criança e do jovem com necessidades especiais na escola, mas na
qualidade do ensino público, essas ações evidenciam os resultados e os
benefícios dessa ferramenta importante para a construção de uma
sociedade inclusiva, livre de preconceito e discriminação. Para esse fim,
criar Política Educacional para a Educação Especial Inclusiva depende do
governo e do apoio político do legislativo para a aprovação de projetos que
viabilizem os recursos necessários para a prática das ações.

Identificação das variáveis:

Variável independente:
Sociedade inclusiva ( o que eu posso acrescentar nesse item?)

Variável dependente: ( o que eu posso acrescentar nesse item?)


Escolas públicas
Recursos necessários
Política Educacional
FUNDAMENTAÇÃO

Esta pesquisa pretende também elucidar as políticas públicas de


inclusão, suas propostas, ações e avaliações como componente
fundamental na construção de uma educação de qualidade. Para isso,
pretende utilizar os documentos oficiais mais referendados nas pesquisas
e nos estudos sobre a inclusão: a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação, as Diretrizes Nacionais Curriculares para a
Educação Infantil, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental, a Declaração de Salamanca, os Parâmetros Curriculares
Nacionais: Adaptações para a Educação Especial e outros. Esses
documentos têm por objetivo propor caminhos para a inserção das pessoas
com deficiência na escola regular.
E para dar garantia completa do cumprimento de todas as leis e
regulamentos que o ministério de Eduacação e outras organizações
procurarão os recursos necessários e preparem orientando aos assistentes
para a atenção ao aluno com necessidades especiais
ANTECEDENTES

Aprovada pelo Conselho Permanente na sessão realizada em 26 de


maio de 1999, na Guatemala, a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas
Portadoras de Deficiência citada na (Convenção da Organização dos

Estados Americanos) define em seu Artigo I que :

O termo deficiência significa uma restrição física, mental ou


sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a
capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da
vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e
social. (1999)

Da antiguidade aos tempos modernos, o tratamento destinado aos


portadores de deficiência, pela sociedade, assumiu aspectos distintos que
variam de acordo com a época, interesse econômico, cultura e religião. Em
tempos remotos, entre os povos primitivos, os deficientes eram
exterminados, pois se acreditava que causariam perigo à sobrevivência do
grupo. Segundo Otto, autor de A Epopeia Ignorada – A Pessoa Deficiente
na História do Mundo de Ontem e de Hoje, cita que durante a Roma Antiga,
a Lei das XII Tábuas permitia que o pai matasse seus filhos (Otto, 1981).
Observa-se que a vida das pessoas portadoras de deficiência, ao
longo da história, assumiu as mais variadas formas de tratamento, ora com
o repúdio preconceituoso, com a segregação caridosa. Somente após as
duas Grandes Guerras Mundiais, que produziram um número expressivo
de mutilados, não só de militares, mas também de civis, é que começa a
surgir a preocupação em dar uma vida social digna aos deficientes
(SANTOS, 2004). O fato de essas pessoas terem ido à guerra – não por
vontade própria, mas por uma vontade nacional, que a fez cumprir um
dever cívico para com os seus países – gerou um dever do Estado para
com elas. Ou seja, os países envolvidos nas guerras começaram a
elaborar, no contexto jurídico, as primeiras leis e constituições federais, que
passam a ter contornos de proteção, reintegração e, principalmente, de
inclusão social na sociedade da pessoa portadora de deficiência. (SOUZA,
1995).
Em 9 de dezembro de 1975, durante a Assembleia Geral da ONU, foi
aprovada a Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de
Deficiência, que dispõe, em seu artigo

3º: As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por


sua dignidade humana. As pessoas deficientes, qualquer que
seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os
mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma
idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma
vida decente, tão normal e plena quanto possível. (FERREIRA,
CHAUVEL e FERREIRA, 2006, p. 06).

Em 1994, em Salamanca, na Espanha, teve lugar a Conferência


Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade,
em que foi elaborado o documento fundamental para a educação inclusiva,
a Declaração de Salamanca, com orientações de ações e de políticas
públicas, visando à inclusão, nas escolas regulares das redes de ensino,
das pessoas com necessidades educacionais especiais, inclusive os
superdotados.
O Decreto 6.571, que dispõe sobre o atendimento educacional
especializado e regulamenta o artigo 60 da LDBEN, acrescenta dispositivo
ao Decreto n.º 6.253, de 13.11.2007 (anexo J), em seu artigo 1.º, fazendo
menção expressa aos indivíduos com altas habilidades ou superdotados:

Art. 1º A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas


públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar
a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de
ensino regular (art. 5.º, Dec. 7.611/11).

O conceito de inclusão ainda é novo e está relacionado à educação


para todos, isto é a educação que visa mudar o trajeto do termo exclusão.
A educação inclusiva é uma conquista que aconteceu de maneira nada
fácil, ela é fruto de muita luta que perpassa por várias dimensões que
englobam áreas humanas, sociais e políticas.
Encontramos em alguns estudos características da educação
inclusiva, mas elas se mostram mais de acordo com as exigências dos
estudos atuais da educação inclusiva na visão do professor Sassaki,
(1997)As características da escola inclusiva citadas são: Um senso de
pertencer: Filosofia e visão de que todas as crianças pertencem à escola e
a comunidade e de que podem aprender juntas; Liderança: O diretor
envolve-se ativamente com a escola toda no provimento de estratégias;
Padrão de Excelência: Os altos resultados educacionais refletem as
necessidades individuais dos alunos; Colaboração e cooperação:
Envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de
iguais, sistema de companheiro, aprendizado cooperativo, ensino em
equipe. Co ensino equipe de assistência aluno-professor, etc.); Novos
papéis e responsabilidades: Os professores falam menos e assessoram
mais; psicólogos atuam junto aos professores nas salas de aula; todo o
pessoal da escola faz parte do processo de aprendizagem; Parceria com
os pais: Os pais são parceiros igualmente essenciais na educação dos
filhos; Acessibilidade: Todos os ambientes físicos são tornados acessíveis
e, quando necessário, é oferecida tecnologia assistiva; Ambientes Flexíveis
de aprendizagem: Espera-se que os alunos se promovam de acordo com
o estilo e ritmo individual de aprendizagem e não de uma única maneira
todos; Estratégias baseadas em pesquisas: Aprendizado cooperativo,
adaptação curricular, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco,
treinamento em habilidades sociais; Novas formas de avaliação escolar:
Dependendo cada vez menos de testes padronizados, a escola usa novas
formas de avaliar o progresso de cada aluno rumo aos respectivos
objetivos; Desenvolvimento profissional continuado: Aos professores são
oferecidos cursos de aperfeiçoamento continuo visando a melhoria de seus
conhecimentos e habilidades para melhor educar seus alunos.
Essas características citadas por (Sassaki,1997) demonstra como a
escola tem que mudar, se adaptar a nova realidade da educação. Isto
mostra que o que está acontecendo é uma verdadeira reforma educativa
em nosso meio educacional. A escola tem que se reestruturar em todos os
sentidos, a visão de educação está em constante mudança, vemos através
da enorme quantidade de materiais sobre inclusão que está sendo
produzido atualmente pela nossa classe acadêmica. E também números
incontáveis de leis, decretos e portarias sobre a educação inclusiva.
Nosso desafio como profissionais da educação será o de trabalhar
por uma escola inclusiva, com qualidade de ensino, pois se sabe da
importância da educação básica. A educação básica é a mola mestra do
desenvolvimento econômico e social de um país. É claro que ela não está
só neste desafio. Necessitamos de uma justiça que funcione, de uma saúde
que abrigue a todos e de uma política comprometida com o cidadão.
“Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão, mais
cedo se completará a construção de uma verdadeira sociedade para todos,
a sociedade inclusivista” [SASSAKI (1997, p.42)]
Mas o que se tem de novo nessa educação especial, agora também
chamada de inclusiva? Começamos recordando um pouco de como era a
educação especial antes da Declaração de Salamanca, publicada em 1994.
O objeto alvo da educação especial há uns vinte e três anos mais ou
menos, eram as pessoas portadoras de necessidades especiais que eram
acolhidas em escolas separadas do ensino regular, pois eram consideradas
incapazes de serem inseridas em escolas comuns. Nessas escolas essas
crianças ficavam separadas das outras crianças ditas “normais” em
diferentes paralelos, de um lado ficava a educação regular com suas
crianças normais, e de outro lado o ensino especial e suas crianças com
suas limitações. Isso terminava por segregar, ou seja, separar esses
alunos. Pois os mesmos tanto de um lado, quanto do outro, eram impedidos
de interagirem perdendo oportunidades de compartilhar conhecimentos
que não somente o da leitura e da escrita
Depois da publicação da Declaração de Salamanca, a educação
especial ficou focada em dois polos de ensino: Integração X Inclusão.
Enquanto que na inclusão a escola e a sociedade é que tem que se
adaptarem para acolher a criança com suas limitações, no processo de
integração usada anteriormente na educação especial a criança é que teria
que se adaptar e se adequar as imposições da escola e da sociedade.
Agora se percebe que já existe um compromisso do estado com a
educação inclusiva, até mesmo, por causas das inúmeras leis, decretos e
portarias já publicadas. Também pelo fato de que as pessoas estão mais
esclarecidas sobre os seus direitos, principalmente, familiares de crianças
especiais.
A educação inclusiva está focada em alguns objetivos para que
possa ter um planejamento melhor, embora alcançá-los totalmente ainda
irá precisará de bastante tempo. A Declaração Universal dos Direitos do
Homem, elaborada pela Organização das Nações Unidas, divulgada pela
primeira vez pela viúva do Presidente dos Estados Unidos, Eleanor
Roosevelt, e publicada em 1948, representa os valores universais e os
Direitos Humanos Fundamentais, a serem defendidos e exercidos por
todos os seres humanos, indistintamente, em todos os países atualmente.
CAPITULO II
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
2.1 A Inclusão Social

O processo de inclusão social caracteriza-se pelo oferecimento, aos mais


necessitados, de oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um
sistema que beneficie a todos e não apenas aos mais favorecidos no
sistema que reina no país. A sociedade Brasileira tem uma experiência
ainda pequena em relação à inclusão social, com pessoas que ainda
criticam a igualdade de direitos e não querem cooperar com aqueles que
fogem dos padrões de normalidade estabelecidos por um grupo que é a
maioria. Ainda é um assunto muito complexo e de pobre compreensão, pois
não quebrou todos os paradigmas necessários e grande parte da
sociedade não absorveu as intenções da inserção das pessoas
consideradas diferentes.
O termo inclusão é utilizado ao fazer referência às pessoas com
alguma diferença, ou até mesmo pessoas consideradas excluídas aos
olhos da sociedade, sendo assim, impedidos de frequentarem escolas e o
mercado de trabalho, por motivos como: raça, condições sócio–
econômicas, deficientes em geral (auditivos, visuais, cadeirantes, mentais,
autistas, etc.), gênero, idade (idosos) e até mesmo pela opção sexual.
Os termos conhecidos de acessibilidade e de inclusão social estão
ambos muito conectados. O termo acessibilidade possibilita maior
independência às pessoas, e isto é indispensável para o processo de
inclusão social, e ganha cada vez mais espaço e respeito na sociedade
devido ao aumento das discussões sobre o tema. É importante salientar
que a acessibilidade é um dos principais pilares de inclusão, a qual não tem
a ver só com pessoas com deficiência, mas com todo grupo minoritário que
não faz parte dos padrões de uma sociedade.
O indivíduo com necessidade especial deve como qualquer pessoa
ter acesso a uma educação de qualidade e a todas as estruturas
necessárias para que seu aprendizado seja possível em qualquer
instituição de ensino, tanto comum quanto instituições especiais. Neste
contexto, para que ocorra a inclusão de portadores de necessidades
especiais nas escolas fazem-se necessárias adaptações e adequações do

12
espaço escolar, preparação e atualização dos funcionários, professores e
administração, para que esses alunos tenham direito a educação de
qualidade em busca do sucesso tanto na vida pessoal quanto profissional.
Entre a década de 80 e 2000, reconheceu e regulamentou a Língua
Brasileira de Sinais ou Libras e assim, foi reconhecida pela Lei nº.
10.436/02 (Brasil, 2002) como a língua oficial das pessoas surdas sendo
esta lei regulamentada em 2005 pelo Decreto 5.626/05, onde dispõe:

O sistema educacional federal e sistemas educacionais


estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a
inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de
Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e
superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como
parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs,
conforme legislação vigente (BRASIL, 2005).

Na educação dos alunos surdos por exemplo, no que se diz respeito


ao desempenho na aprendizagem, a sua linguagem pode constituir uma
barreira, portanto há necessidade de que os surdos tenham uma educação
de qualidade e respeitando suas diferenças. A aprendizagem é
consequência de uma escola inclusiva, andando no ritmo de seus alunos,
ajudando-os na melhora da sociedade. A língua de sinais é a chave para
essa comunicação, é com linguagem que o aluno surdo se comunicara com
os demais, portanto quanto mais capacitado os professores estiverem,
melhor será a comunicação e a inclusão de seus alunos em suas aulas,
podendo assim fazer com que eles se sintam bem, gostem de participar
das aulas e fazer ‘novos’ amigos. A partir da década de 90 começa-se a
falar em inclusão no Brasil, como efeito da promulgação da Constituição
Federal de 1988. Assim, nesse contexto, surgem documentos oficiais
tratando da temática, como a Lei de Diretrizes e Base da Educação

Nacional: Lei no 9.394, de 1996. Internacionalmente, há a propositura de


outros documentos, com o enfoque voltado, mais especificamente, para a
questão da inclusão, como o caso da Declaração de Salamanca, de 1994.

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Temos das propostas oficiais para as políticas de inclusão, os seguintes
aspectos:

Constituição Federal (1988) Art. 205. A educação, direito de


todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a elaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 208. O dever do estado com a Educação será efetivado
mediante garantia de atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência preferencial na rede regular de
ensino.

Os artigos referentes à educação especial que constam da Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) também merecem
destaque no momento:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para efeitos desta


Lei, a modalidades de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
§ 1o Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades
da clientela de educação especial.
§ 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas
ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3o A oferta de educação especial, dever constitucional do
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de
ensino, independentemente do apoio às instituições previstas
neste artigo. (LDB)

É preciso ressaltar que os Parâmetros Curriculares Nacionais


cumprem papel fundamental na educação, no desenvolvimento das
pessoas e da sociedade, ampliando ainda mais seu despertar no milênio e
apontando para a necessidade de se construir uma escola voltada para a
formação de cidadãos.
Também sobre a educação especial, Monte, Siqueira e Miranda
(2001, p. 119) especificam que: “a diretriz atual é a da plena integração das
pessoas com necessidades especiais em todas as áreas da sociedade.

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Assim, refere-se à integração, e não à inclusão, bem como à educação
comum em escolas regulares, e não à educação em escolas inclusivas.
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) colocam
como a existência de em torno de 10% da população com necessidades
especiais, e dados estatísticos de matrículas de alunos com tal
classificação recebendo atendimento na educação básica, em 1998,
conforme informações do MEC/Inep. Percebe-se nos textos citados, que, a
política educacional brasileira tem como prioridade a formação das pessoas
com deficiência preferencialmente na escola regular.
Lima (2006) afirma que:

O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional


inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação
para Todos e ao mostrar consonância com os postulados
produzidos em Salamanca (Espanha). (LIMA, VIEIRA, 2006,
p.11)

Segundo Lima (2006, p.12) inclusão significa responsabilidade


governamental, ou seja, reestruturação da escola que hoje existe. Uma
forma em que a escola se adapte de acordo com seus alunos, se
desenvolva com as necessidades educacionais de todos seus alunos e
professores, podendo assim ser um local onde todos se sintam bem em
aprender e ensinar.
A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento do seu
aluno, quanto mais eficiente é seu método de ensino, método de lidar com
alguém que tenha uma dificuldade, deficiência, melhor será o
desenvolvimento do aluno, podendo exercer a ele um ótimo ensino e assim
fazer não só mais uma pessoa, mas sim um cidadão.
Sendo assim Lima (2006) afirma que:

É importante ter a clareza de que o que faz a diferença na


educação do surdo não é se a escola é especial ou se é escola
comum, mas sim a excelência de seu trabalho. Portanto, o mais
importante é que a escola tenha um programa pedagógico que
atenda às necessidades do aluno com surdez, que ofereça
capacitação para a comunidade escolar, que busque parcerias
e que tenha em seu quadro de profissionais todos os elementos

15
necessários para o desenvolvimento do trabalho, de forma a
educar um indivíduo socialmente ajustado, pessoalmente
completo, autônomo e competente, ou seja, um cidadão. (LIMA,
VIEIRA, 2006, p.12)

O papel da escola inclusiva deve ser reorganizar seus métodos de


ensino, para uma melhora curricular, beneficiando todos que busquem
aprender para uma melhora de vida. (ALVES E BARBOSA, 2006, p.21)
Assim como citamos, a constituição brasileira de 1988 (art.205)
garante o acesso de todos a um ensino de qualidade, sendo que portadores
de necessidades especiais devem receber um melhor atendimento que
garanta ao aluno especial uma escola regular com ensino de qualidade.
Segundo Godói (2006, p.24) “Atender as necessidades de alunos
com deficiência, é um trabalho cooperativo, que requer adaptações na
forma de educar, a escola precisa ter uma postura em relação a melhorar
o aprendizado.”
Assim, os alunos devem e podem sugerir atividades que
beneficiem e ajudem seu desenvolvimento, no propósito de melhorar o
currículo da escola, assim cada aluno, tenha ele alguma dificuldade ou não,
mostrará suas competências e capacidades. Provavelmente o maior
desafio da escola vai ser em desenvolver uma pedagogia que prevaleça o
aluno com deficiência, seu currículo deve ser adaptado de acordo com seus
alunos.
Almeida (2012) do Instituto Inclusão Brasil, consultora em
Educação, acredita em que:

Para que os alunos com dificuldades para ao aprendizado


realmente sintam-se incluídos é necessário que tenham um
atendimento ao nível dos desenvolvimentos reais que
apresentam ou que teriam condições de acompanhar. Ou
melhor, necessitam que haja professores especializados para as
salas de aulas regulares e/ou atendimento em salas de recursos
especializados, ou ainda, atendidos em um programa de
enriquecimento e aprofundamento curricular, a aceleração de
estudos, ou mesmo a combinação desses (ALMEIDA, 2012,
s/p.).

16
Segundo a autora, ao fazer-se uma retrospectiva da educação
inclusiva, vê-se que, em 1990, em Jomtien, na Tailândia, o Poder Público
Brasileiro assumiu o compromisso oficial de erradicar o analfabetismo e de
universalizar o ensino fundamental, perante a comunidade internacional,
na Conferência Mundial sobre Educação para Todos. Assim a educação
inclusiva vai abrindo caminhos para uma sociedade mais igualitária e justa,
pois somente através de leis, decretos e portarias não se faz uma
sociedade melhor.

2.2 Um panorama das políticas educacionais e inclusivas no Brasil no


século XX

Inclusão Escolar, tema bastante discutido atualmente. Quando se


fala sobre esse assunto a presente proposta tem a pretensão ou, quem
sabe a esperança ousada de tornar possível a inclusão das pessoas com
diferenças, tirando-as da prisão das especialidades, permitindo-lhes a
participação em um mundo mais democrático, sem identidades pré-fixadas,
que os diferencia e exclui pela deficiência, negando-lhes o direito a uma
educação compartilhada com seus semelhantes.
Para que isso realmente seja possível os profissionais da área
educacional precisam ser corajosos, não só para romper com o que já
sabem, diante de um conhecimento novo, mas para anunciar e denunciar
a necessidade de mudança no domínio em que atuam. Tudo isso implica
novos desafios e vontade de superá-los, que de certa forma é trabalhoso.
Isso porque a diferença incomoda, desestabiliza, desequilibra e mexe com
as velhas ideias e práticas pedagógicas que acalentamos durante anos,
surgindo assim a esperança de um novo modo de tratar as pessoas com
necessidades especiais.
Com a ideia de compreender melhor a educação inclusiva brasileira
optou-se por buscar na legislação aquilo que de avanço e de lei existe para
este segmento. Procurei compreender a partir de documentos como ocorre
está prática na sala de aula e para tanto procurei pesquisadores que tratem

17
da prática do educador. Para facilitar a compreensão de ambos estes estão
separados, mas de maneira que se completam.
Para iniciar-se um estudo sobre a inclusão, é necessário que se
conheça quando está ideia teve início. A ideia de integração escolar tinha
por objetivo apenas inserir os alunos “especiais” na escola. Mas com o
passar do tempo essa ideia foi abandonada dando lugar à inclusão que
busca incluir o aluno na escola e não apenas integrá-lo. Quando se fala em
esperança, acredita-se que todos os profissionais envolvidos, por meio de
suas ações, podem tornar possível uma inovação e promover as mudanças
necessárias. Ao longo da história da humanidade, o destino das crianças
“diferentes” era a indiferença, o abandono e em alguns povos, culturas e
épocas, até a morte.
Nos dois últimos séculos podem-se observar mudanças em vários
aspectos, culturais, sociais entre outros. Infelizmente a ignorância,
superstição, exclusão e preconceito ainda têm contribuído para a
marginalização e exclusão das pessoas com diferenças, impedindo o
desenvolvimento pleno da cidadania. Quando se fala em vida escolar,
inclusão e sociedade, não há como não falar do mestre Paulo Freire,

A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão


pouco a sociedade muda. Se opção é progressiva, se não estar
a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça,
do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não
de sua negação, não se tenha outro caminho senão viver a
opção que se escolheu, encarná-la, diminuindo, assim, a
distância entre o que se diz e o que se faz. (FREIRE, 1999, p.18)

Esta visão contribui para que se tenha uma maior clareza do que se
pode fazer no enfrentamento das questões sócio – educativas e da
convivência com o diferente, pois para que a escola seja inclusiva é preciso
um exercício diário de cooperação e da fraternidade.
O aluno com deficiência visual, por exemplo, necessita de
orientações verbais precisas, com constante descrição do que está
acontecendo ao seu redor. Sendo assim, instruir os colegas do grupo para
informar os pontos que fazem, ou quando alguém realiza uma troca de

18
unidades para dezenas ou dezenas para centena, é uma atitude que
favorece ao aluno cego o acompanhamento das jogadas dos colegas. As
atividades de jogos relacionados com o ganhar são bastante estimulantes
para ele e ajudam a mantê-lo interessado, além de ansioso.
Foi a partir das décadas de 1950 e 1960 que a educação especial,
hoje chamada educação inclusiva, começou a fazer parte das políticas de
educação no Brasil. Sabemos que a existência de pessoas com deficiência
tem todo um contexto histórico e social, desde a Idade Média aos dias
atuais.
Se recorrermos às fontes históricas, vamos encontrar que esses
sujeitos vivenciaram vários processos, que vão desde a negação de sua
existência ao abandono em asilos ou internatos, lugares nos quais eram
deixados como inúteis para a sociedade, até a segregação, o que, hoje,
com a inclusão tem diminuído.
Em um grande período da história, o internato passa a assumir a
função de espaço educacional, ou seja, onde as pessoas poderiam
aprender a ler, a escrever, fazer atividades de vida autônoma, dentre outras
coisas. Nesses espaços, a maioria das crianças, dos jovens e dos adultos
ficava longe do seio familiar, porém, tinham a possibilidade de estar com
pessoas em comum.
Segundo Mazzotta (2001), a primeira escola para cegos foi fundada
no Rio de Janeiro, em 1854, por D. Pedro II, por meio do Decreto Imperial

no 1.428. Atualmente, é chamada Instituto Benjamin Constant, e, por ser


uma escola secular, vivenciou todo o processo de evolução da educação
inclusiva ao longo dos anos.
Temos que o primeiro cego brasileiro estudou no Instituto Real dos
Meninos Cegos, em Paris, que foi fundado por Valentin Hauy. Por outro
lado, Álvares de Azevedo trouxe o Braille1 para o Brasil, e, em sua

1 Convém ressaltar que Braille é o primeiro sistema de leitura e escrita utilizado por
pessoas cegas, criado e desenvolvido por Louis Braille.

19
homenagem, o dia 8 de abril, por ser a data de seu aniversário, foi instituído

como o Dia Nacional do Braille pela Lei no 12.266, de 21 de junho de 2010.

Foi D. Pedro II que, por meio da Lei no 839, de 26 de setembro de


1857, três anos depois da criação do Instituto Benjamin Constant, fundou,
também no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, que, cem

anos mais tarde, pela Lei no 3.198, de 6 de julho de 1957, passaria a


denominar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). Dentre
tantas instituições a serem criadas em âmbitos locais e federais, merece
destaque, por sua influência, a atualmente conhecida, nacional e
internacionalmente, Fundação Dorina Nowill para Cegos. Conforme
dispunham seus estatutos, anteriormente conhecida como a Fundação
para o Livro do Cego no Brasil, caracterizava-se como uma organização
particular, sem fins lucrativos, e, em coerência com sua denominação, de
abrangência nacional.2
Com isso, o atendimento às pessoas com deficiência passou a ser
assumido pelo Governo Federal a partir dos anos 1950. Nesse período, a
legislação usava o termo “excepcional” para falar das pessoas com
deficiência.
As instruções para sua organização e execução foram objeto da

Portaria Ministerial no 114, de 21 de março de 1958, publicada no Diário


Oficial da União de 23 de março de 1958. A primeira campanha a ser
instituída foi a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro (Cesb), pelo

Decreto Federal no 42.728, de 3 de dezembro de 1957. Após essa, outras


campanhas, em áreas específicas, foram sendo instituídas. Diante das
necessidades, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) criou o Centro
Nacional de Educação Especial (Cenesp)3, com a “finalidade de promover,

2 Declarada de utilidade pública federal pelo Decreto no 40.269, de 15 de fevereiro de


1957, obteve também declaração como entidade de utilidade pública municipal por meio
do Decreto no 4.644, de 25 de março de 1960, e de utilidade pública estadual pela Lei n o
8.059, de 13 de janeiro de 1967.
3 Por meio do Decreto no 72.425, do presidente Emílio Garrastazu Médici, em 3 de julho

de 1973.

20
em todo o território nacional, a expansão e melhoria do atendimento aos
excepcionais” e que implantou políticas públicas com a criação de escolas
e classes especiais.
Segundo Glat e Fernandes (2005, p.12): “os anos 70 representaram
a institucionalização da educação especial em nosso país, com a
preocupação de se garantir o acesso à escola”. Ainda conforme as autoras,
em 1978, o MEC propôs o projeto prioritário de reformulação de currículos
para a educação especial para cada área de deficiência.
Nesse contexto, a oferta de atendimento ao excepcional poderia
ocorrer em escolas regulares, clínicas ou centros de reabilitação. As lutas
pela escolarização das pessoas com deficiência podem ser analisadas sob
várias perspectivas. Nas políticas inclusivas, os anos 1980 foram marcados
por inúmeros acontecimentos. Diante dos investimentos na educação
especial, a década de 1980 ficou conhecida como a década das pessoas
com deficiência. Muitos movimentos ganharam força nessa época e muitas
ações foram desenvolvidas, com a finalidade de promover a cidadania para
as pessoas portadoras de deficiência. Durante muitos anos as crianças
portadoras de deficiências eram mantidas afastadas do convívio social,
sendo muitas vezes vítimas de abandono e de maus tratos. Apenas uma
pequena parcela quando frequentava o ambiente escolar era em escolas
denominadas escolas especiais. Para mudar este contexto, cada vez mais
estão acontecendo movimentos organizados afim de acabar com este
processo de exclusão.
No Brasil, estes movimentos tomam forma, a partir da década de
1980, ano em que se teve uma mobilização internacional em defesa de
reestruturações políticas que propiciassem a inserção do deficiente na
sociedade. Progressivamente estamos avançando nos processos de
inclusão ao longo dos anos e também, se preocupando na formação dos
professores que atenderão aos alunos com este perfil. (SCÜNZEN;
RINALDI; SANTOS, 2011).
No ano de 1996, foi publicada a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, n.9694 de 1996 (LDBEN 9694/96) onde prevê a

21
educação escolar dos alunos com deficiência no ensino regular de ensino
e apresenta a necessidade de uma formação sólida aos profissionais de
educação, para que consigam exercer suas atividades com conhecimento
dos fundamentos científicos e sociais referentes ao seu trabalho para
garantir de forma plena o acesso do aluno com deficiência aos conteúdos
programados.
Ao se falar em pessoas com deficiência auditiva, aqui no Brasil,
tivemos um outro decreto, assegurando a Educação Bilíngue, o ensino
escolar realizado por meio da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS, como
primeira língua e da Língua Portuguesa como segunda língua. Isto tudo,
com o auxílio de um tradutor/Intérprete de LIBRAS que o acompanhe
durante suas atividades escolares.
A própria bibliografia acerca da Educação Especial é carente de estudos
educacionais e as bases das políticas públicas provém de teorias
relacionadas a psicologia e biologia, essas que não podem dar o
diagnóstico pedagógico do aluno e até mesmo com o auxílio das ciências
sociais o efeito que a marginalidade da sua condição o colocou.

2.3 Cenário Escolar e Transformações

O cenário escolar, na atualidade, vem sofrendo inúmeras


transformações. O currículo, em suas múltiplas faces, tem procurado
atender às demandas sociais nas mais variadas modalidades, citando

assim Moreira, ao afirmar que :

Nossas sociedades contemporâneas são inegavel-mente


multiculturais. Nelas, as diferenças derivadas de dinâmicas
sociais como classe social, gênero, etnia, orientação sexual,
cultura e religião expressam-se nas distintas esferas sociais.
(MOREIRA, 2001, p.15)

22
No caso dos alunos com necessidades de educação especial, por
muito tempo, entendeu-se que esses alunos, por serem especiais, sua
convivência não deveria ser com os “comuns” produzindo assim lugares
para adequados para recebê-los ou até mesmo escondê-los.
Tal atitude revela uma grande falha, pois sua deficiência significa a
falta de algum atributo, sua classificação então passa a ser realizada pelo
seu limite ou falta dele. Caso diferente do EJA (Ensino de jovens e Adultos),
por exemplo, que visa alunos já com certa idade.
Nessa perspectiva José Romero Ferreira defende que:

A Educação Especial, tal como o deficiente, é segregada,


isolada, em vários aspectos. Seus alunos, seus profissionais,
suas instalações e às vezes suas próprias reflexões vivem um
espaço comum, mas separado. Em parte, para atender as
expectativas, em parte para sua própria afirmação, ela surge
como um corpo aparentemente autônomo, autossuficiente, que
se anuncia como especializado, e pressionado, de um lado, pela
demanda das deficiências objetivamente produzidas por
condições de miséria; de outro pelas expectativas que ajude a
detectar e atender pessoas cuja deficiência se recusa a ser
detectada por não iniciados. (FERREIRA, 1993, p.67)

Acrescentando o comentário anterior, entendesse que até mesmo a


inclusão de alunos especiais no ensino regular pode gerar uma segregação
entre os professores “comuns” e “especiais”. A política de inclusão deve
abarcar toda a estrutura educacional e não selecionar alguns profissionais
para desempenhar tais funções. Mostrando o tanto que essa questão
educacional é ampla.
De acordo com a Declaração de Salamanca (Brasil, 1994a), em
seus pressupostos, A inclusão é um direito a todos, lutar e conseguir ser
incluso. Não dependendo só da escola, de acordo o documento, mas sim
de todo um ambiente, onde os pais e colegas são parte dessa inclusão.

23
A aprendizagem é consequência de uma escola inclusiva, andando
no ritmo de seus alunos, ajudando-os na melhora da sociedade. A língua
de sinais é a chave para essa comunicação, é com linguagem que o aluno
surdo se comunicara com os demais, portanto quanto mais capacitado os
professores estiverem, melhor será a comunicação e a inclusão de seus
alunos em suas aulas, podendo assim fazer com que eles se sintam bem,
gostem de participar das aulas e fazer ‘novos’ amigos.
A partir da década de 90 começa-se a falar em inclusão no Brasil,
como efeito da promulgação da Constituição Federal de 1988. Assim,
nesse contexto, surgem documentos oficiais tratando da temática, como a

Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional: Lei n o 9.394, de 1996.


Internacionalmente, há a propositura de outros documentos, com o enfoque
voltado, mais especificamente, para a questão da inclusão, como o caso
da Declaração de Salamanca, de 1994.
Temos das propostas oficiais para as políticas de inclusão, os seguintes
aspectos:

Constituição Federal (1988) Art. 205. A educação, direito de


todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a elaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 208. O dever do estado com a Educação será efetivado
mediante garantia de atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência preferencial na rede regular de
ensino.
Os artigos referentes à educação especial que constam da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) também merecem
destaque no momento:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para efeitos desta


Lei, a modalidades de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.

24
§ 1o Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades
da clientela de educação especial.

§ 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas


ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3o A oferta de educação especial, dever constitucional do


Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de
ensino, independentemente do apoio às instituições previstas
neste artigo. (LDB)

É preciso ressaltar que os Parâmetros Curriculares Nacionais


cumprem papel fundamental na educação, no desenvolvimento das
pessoas e da sociedade, ampliando ainda mais seu despertar no milênio e
apontando para a necessidade de se construir uma escola voltada para a
formação de cidadãos.
Os PCNs foram elaborados procurando, de um lado, respeitar as
diversidades regionais, culturais e políticas existentes no País, tendo a
necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo
educativo, e, de outro, considerar a diversidade que se verifica entre os
educandos nas instituições escolares, o que requer medidas de
flexibilização e de dinamização do currículo, para atender, efetivamente, às
necessidades educacionais especiais dos que apresentam deficiências,
altas habilidades (superdotados), condutas típicas de síndromes ou
condições que venham a diferenciar a demanda de determinados alunos
com relação aos demais colegas.
Essas condições exigem a atenção da comunidade escolar para
viabilizar a todos os alunos, indiscriminadamente, o acesso à
aprendizagem, ao conhecimento e ao conjunto de experiências curriculares

25
disponibilizados no ambiente educacional, a despeito das necessidades
diferenciadas que possam apresentar. Esse documento contempla
significativas experiências desenvolvidas no País, constituindo-se em
providências possíveis e recomendáveis a serem utilizadas com êxito pelo
sistema escolar brasileiro na perspectiva de assegurar a todos alunos
educação com qualidade.
Buscando subsidiar os professores brasileiros em sua tarefa de
favorecer seus alunos na ampliação do exercício da cidadania, a Secretaria
de Educação Fundamental e a Secretaria de Educação Especial, em ação
conjunta, produziram o material didático-pedagógico intitulado “Adaptações
Curriculares”, que compõe o conjunto dos PCNs, inserindo-se na
concepção da escola integradora defendida pelo Ministério da Educação e
do Desporto .Esses são alguns dos discursos que ganham força no cenário
nacional.
Diante do exposto, o Plano Nacional de Educação assume um papel de
destaque na estruturação das políticas inclusivas. Ele tem como objetivos:

1. Nas diretrizes para o ensino fundamental, o plano define prazo


de cinco anos para sua universalização, considerando a
indissociabilidade entre acesso, permanência e qualidade da
educação escolar.
2. Entre os objetivos e metas consta a observância das metas
estabelecidas pela educação especial, nos termos em que
aparecem no capítulo a ela destinado.
3. Estabelece o prazo de um ano para “elaborar padrões
mínimos nacionais de infraestrutura, incluindo adaptação dos
edifícios escolares para o atendimento dos alunos portadores de
necessidades especiais”. (MONTE; SIQUEIRA; MIRANDA,
2001, p. 88)

Com relação à educação especial, Monte, Siqueira e Miranda (2001,


p. 119) especificam que “a diretriz atual é a da plena integração das
pessoas com necessidades especiais em todas as áreas da sociedade.

26
Assim, refere-se à integração, e não à inclusão, bem como à educação
comum em escolas regulares, e não à educação em escolas inclusivas.
Quando se fala em esperança, acredita-se que todos os profissionais
envolvidos, por meio de suas ações, podem tornar possível uma inovação
e promover as mudanças necessárias. Ao longo da história da humanidade,
o destino das crianças “diferentes” era a indiferença, o abandono e em
alguns povos, culturas e épocas, até a morte.
Nos dois últimos séculos podem-se observar mudanças em vários
aspectos, culturais, sociais entre outros. Infelizmente a ignorância,
superstição, exclusão e preconceito ainda têm contribuído para a
marginalização e exclusão das pessoas com diferenças, impedindo o
desenvolvimento pleno da cidadania. Quando se fala em vida escolar,
inclusão e sociedade, não há como não falar do mestre Paulo Freire,

A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão


pouco a sociedade muda. Se opção é progressiva, se não estar
a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça,
do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não
de sua negação, não se tenha outro

caminho se não viver a opção que se escolheu, encarná-la,


diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se faz.
(FREIRE, 1999, p.18)

Respeito às diferenças implica em mudança, e diante dessas


mudanças a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu
redor, anulando a marginalização, as diferenças nos processos por meio
dos quais se forma e instrui os alunos. Se o momento é o de enfrentar as
mudanças provocadas pela inclusão escolar, logo distorcemos o sentido
dessa inovação, até mesmo no discurso pedagógico.
Acredita-se que é nas relações de interação que o ser humano se
transforma, e que na prática docente inclusiva vivenciada no cotidiano
escolar que os preconceitos serão desconstruídos. Não basta apenas falar
de inclusão e de respeito à diversidade, conviver com pessoas com

27
deficiência nos faz perceber que elas podem ser olhadas e entendidas
como diferentes enquanto aparência, enquanto forma de comunicação,
mas são iguais às demais se forem dadas oportunidades de avançarem no
desenvolvimento de suas potencialidades.
No ano 2007 foi criado pela Secretaria de Educação Especial
(SEESP), o Programa Escola Acessível que tem como objetivo adequar o
espaço físico das escolas estaduais e municipais, para que as crianças com
necessidades especiais tenham acesso às escolas da rede pública.
Acredita-se que este seja um ponto importante no quesito inclusão, visto
que ter consciência de que estes alunos não são iguais aos outros e que,
portanto, não devem ter o mesmo tratamento.
Werneck (1997) já afirmava sobre inclusão que:

Incluir não é tratar igual, pois as pessoas são diferentes! Alunos


diferentes terão oportunidades diferentes, para que o ensino
alcance os mesmos objetivos. Incluir é abandonar estereótipos.
(WERNECK, 1997, p.51)

É possível observar um avanço em relação à ideia de inclusão. Com


o decorrer do tempo as pessoas começaram a compreender que apenas a
integração não era suficiente para atender todas as necessidades das
crianças. Sendo assim foi necessário quebrar barreiras para se iniciar a
ideia de inclusão, iniciando-se uma luta pela igualdade.
Mantoan (2006, p.78) nos diz que “o argumento mais frequente dos
professores, quando resistem à inclusão, é não estarem ou não terem sido
preparados para esse trabalho”. Os professores muitas vezes não têm ao
menos informações sobre o aluno que se encontra em sua sala.

partindo do seu contexto cultural, dessa forma o aspecto


fundamental a ser analisado está na valorização dos conhecimentos
prévios e no conhecimento popular. E busca o respeito às pessoas de uma

28
mesma cultura que possuam linguagem própria, com características
definidas.

Na escola a valorização deve ser feita do conhecimento que o


aluno traz para a sala, das influencias que tem recebido de sua
comunidade, proveniente do seu social como exemplo os vendedores de
rua, padeiros, pedreiros, comerciantes, donos de casa, artesões
empresários, pescadores entre outros.

2.3.1 Perspectivas Do Ensino De Libras No Brasil

Para o desenvolvimento humano é fundamental a linguagem, e a


falta dela causa grandes dificuldades no desenvolvimento social, intelectual
e humano para as pessoas. No caso dos surdos a linguagem é feita através
de sinais, mais conhecida como Libras. (ZANETTE, 2010).
Na educação dos surdos, a linguagem é uma barreira no
desempenho da aprendizagem, por isso os surdos precisam, não somente,
de assistências as necessidades linguísticas, como também de uma
educação que respeite as diferenças. Através da Língua de sinais, a
pessoa surda tem a possibilidade de uma melhor compreensão entre
surdos e ouvintes, desenvolver habilidades afetivas, cognitivas e
emocionais, promover a comunicação e interação entre os mesmos.
A Libras diferencia-se de linguagem por possuir todos os requisitos
que a conferem como Língua, tais como: aspectos fonológicos,
morfológicos, sintaxe, semântica e pragmática. Dessa forma, as línguas de
sinais assim como as línguas orais, "também são organizadas em níveis
hierárquicos em que os sinais são constituídos em sequências de unidades
mínimas, o que corresponde à fonologia". (NANTES, 2010, p.120)
A Linguagem Brasileira de Sinais torna-se um obstáculo na
comunicação dos pais de pessoas surdas, por desconhecerem a
importância dela para o desenvolvimento e conhecimento das pessoas
surdas. Libras é uma modalidade de comunicação, por isso é importante
que os pais de crianças surdas estabeleçam contato com a Língua de

29
Sinais o mais cedo possível, possibilitando o atendimento as suas
necessidades, anseios e expectativas, o atraso pode acarretar prejuízos no
desenvolvimento emocional, cognitivo e da comunicação surda. Quando a
criança surda tiver a chance de, no início do seu desenvolvimento, contar
com pais dispostos a aprender a língua de sinais, adultos surdos, colegas
surdos, quando ela narrar em sinais e tiver escuta em sinais, a dimensão
do seu processo educacional será outra. (QUADROS, 2005).

2.3.2 Dificuldade Relacionada À Prática E Ao Ensino De Libras No Brasil

O objetivo final da inclusão é oferecer o direito a escolarização e


integração das pessoas com necessidades especiais o mais próximo
possível do dito normal, neste contexto vale salientar que no que diz
respeito à inclusão de surdos há muitas dificuldades na concretização do
ensino inclusivo, embora o tema tenha sido muito discutido e passado por
diversas transformações. A dificuldade é tanto por parte das escolas quanto
dos próprios educandos surdos; tais como: a falta de intérpretes, a falta de
políticas públicas para facilitar o acesso à educação, os investimentos são
poucos ou nenhum, principalmente em escolas inclusivas, falta de método
de ensino compatível, preconceito, mas a principal dificuldade é o problema
linguístico cognitivo.
Geralmente a criança surda demora a receber estímulos auditivos,
logo não consegue aprender a língua oral, com isso impossibilita o
desenvolvimento de uma linguagem em decorrência da falta da
compreensão da língua falada. Com a falta de estímulos iniciais comuns a
todas as crianças surdas, embora na maioria tenham seu intelecto
preservado, acarretam-se dificuldades em compreender e conviver com
outras crianças de mesma idade.

A língua oral é o principal meio de comunicação entre os


seres humanos, e a audição participa efetivamente nos
processos de aprendizagem de conceitos básicos, até a

30
leitura e a escrita. Além disso, influi decisivamente nas
relações interpessoais, que permitirão um adequado
desenvolvimento social e emocional. (SANTOS, LIMA,
ROSSI, 2003, p.71).

Outras dificuldades encontradas são: falta de divulgação da


linguagem de sinais, escassez de educando capacitado com fluência e falta
de recursos audiovisuais. Destaca-se também a dificuldade na adaptação
de muitos educandos surdos em virtude do despreparo das próprias
escolas e da inaptidão do processo comunicativo por parte dos outros
alunos, que desconhecem Libras.
Para que a socialização aconteça, para qualquer ser humano, é
preciso sentir-se integrado e aceito ao sistema escolar, com isso as escolas
inclusivas para surdos priorizam conhecimentos mais específicos e
concretos, que além de propiciar um ambiente integrado, educa o surdo
nas situações do cotidiano. Em compensação, nas escolas inclusivas para
surdos há ausência de uma língua comum e falta de um contato maior pelo
educando, pois há presença de um interprete ocasionando, muitas vezes,
o distanciamento entre o educando e o educador por falta do conhecimento
da linguagem de sinais.
A inclusão de surdos nas escolas regulares possibilita a
socialização, interação, troca de experiência e aprendizagem entre o aluno
surdo e o aluno regular. Em virtude disso, a inclusão de surdos em escolas
regulares de ensino tem passado por mudanças, com a finalidade de
beneficiar com eficácia tanto os alunos surdos quanto os ouvintes.
Para que o processo educativo da criança com deficiência visual
se desenvolva, são necessárias a utilização de recursos específicos e a
adaptação de material, sempre pensando em como oferecer a atividade
para que ela possa ser realizada por meio da exploração tátil, auditiva ou
olfativa, possibilitando, desse modo, a acessibilidade curricular

31
2. 4 Contexto da educação infantil

Sabemos que a ideia de infância está permanentemente em


construção na nossa sociedade. Como bem defendem Pinto e Sarmento
(1997), autores que discutiram acerca do atual olhar sobre a infância,
colocando-a enquanto tema de interesse internacional, o que reflete a
relevância social da infância nestes tempos, abordando também a ideia da
infância como uma construção cultural, diferentemente da ideia de criança
– termo que há tempos existe – expondo diversas questões, como, por
exemplo, os paradoxos da infância, a atual preocupação internacional
sobre ela, afirmando ser esta atenção “globalizada” reflexo das novas
circunstâncias e condições de vida das crianças e à inserção social da
infância.
Evidentemente este processo de transformação conceitual está
envolvido em diversos interesses sobre o que se pode esperar destes
sujeitos. Esta transformação da representação da criança é constante.
Antes do século XVIII, os pequenos homens e pequenas mulheres não
tinham visibilidade nenhuma – pois a sociedade não diferenciava as
crianças dos adultos, sendo assim se vestiam como tal, os acompanhavam
a lugares inadequados, ou, ficavam sozinhos nas ruas até a volta dos pais,
como aponta Áries (1981).
Tempos depois, com o delineamento da diferença entre a criança e
o adulto, surgiu a necessidade de um local para mantê-los; a educação da
criança passa a ser confiada às oficinas ou à igreja. Situação que foi
alterada substancialmente com a industrialização e, portanto, com a
necessidade da mão de obra da população, incluindo a das mulheres e
crianças. Oliveira (1997) salienta que:

Assim, enquanto os filhos das camadas médias e dominantes


eram vistos como necessitando um atendimento estimulador de
seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, às crianças mais
pobres era proposto um cuidado mais voltado para a satisfação
de necessidades de guarda, higiene e alimentação. (OLIVEIRA,
1997, p. 17)

32
O universo da criança e suas relações com outros semelhantes não
eram valorizados. Foi somente na década de 1960 que, devido ao discurso
corrente sobre as teorias de privação cultural, se começou a conceber a
creche como local privilegiado para compensar dificuldades da criança em
seu desenvolvimento e, em seguida, na década de 70 quando foram
retomados estudos sobre a interação entre as crianças, que se passa a ter
um olhar positivo acerca das creches. Assim, a creche ressurge como uma
responsabilidade não somente da família como também da sociedade e,
portanto, do Estado. (Oliveira, 1997)
As concepções de infância e de criança são mutáveis e alteradas de
acordo com seu meio social. Da necessidade de se trabalhar a ideia de
corpos fortes, sadios, limpos serem a identidade nacional, seres
preparados física e mentalmente para sua função, do espaço lúdico e a
atenção para o brincar; passa-se a buscar um local para se “pré-
escolarizar”, alfabetizar, cessar o brincar para priorizar conhecimentos
formais da educação. Outro exemplo que reflete a transformação dos
conceitos de acordo com o que se pretende das crianças, foram os
programas de Educação Compensatória, ideia inicialmente pensada no
século XIX com Pestalozzi (1959), Froebel (2001), Montessori (1983) e
McMillan (1982), cujo objetivo central era preparar as crianças de baixa
renda para a escola, auxiliando a educação, alimentação, assistência
médica e dentária, serviços de saúde mental, de assistência social e
educação de pais, ocorrendo a prática desta proposta no século XX
(OLIVEIRA, 1985).
No final do século XX, ocorreu um grande avanço no que concerne
à ideia de educação para crianças. Trata-se do documento da Política
Nacional da Educação Infantil – MEC / COEDI (1994/1995) – o qual propõe
uma política pedagógica – suas diretrizes – dos recursos humanos e
apresenta os objetivos da Educação Infantil. Assim, atualmente a meta nas
instituições de Educação Infantil é contemplar as especificidades das
crianças, não como seres que precisam ser cuidados maternalmente ou
cognitivamente, mas sim que precisam ter espaço e possibilidade de

33
constituírem suas identidades, construírem suas ideias, atuarem como
sujeitos de direitos e seres sociais respeitados pela produção cultural que
são capazes de construir e difundir, a partir da possibilidade, como Pinto e
Sarmento (1997) afirmam que é atribuído (as crianças) sentido às suas
ações, de produzirem simbolicamente e, também, de constituírem suas
representações e crenças em sistemas organizados. A esse respeito,
Kramer (1993) assinala:

Quando falamos em criança, devemos ter o compromisso de que


estamos falando de um ser humano que se desenvolve de
acordo com aquilo que lhe proporcionam, portanto, assistencial
ou/e preparatória, trata-se de um vínculo com o ser humano que
ainda está em desenvolvimento. (KRAMER, 1993, p. 23)

O educador da escola de educação infantil deve ter em mente que


ele é parceiro da criança na brincadeira, e que a brincadeira é uma
necessidade da mesma. Pode ser uma brincadeira livre, com fins
educativos ou mesmo uma possibilidade de conquistar a atenção dela para
a aprendizagem, mas nunca deve ser desprezada. Parafraseando Castilho
(2006): “Mais do que uma conquista cognitiva, o brincar, envolve emoções,
afetividade, laços e dinâmicas internas entre as pessoas.” (CASTILHO,
2006, p. 31). Observar as brincadeiras, os momentos de socialização e de
jogos deve ser a meta do professor. Esses são momentos preciosos para
uma possível intervenção, mais tarde, quando necessário. Uma
intervenção de conquista cognitiva, onde a afetividade e o companheirismo,
a parceria professor-aluno seja fortalecida.
Marcellino (1990) afirma que: “A escola deve resolver aprender do
jogo, do sonho, buscando pistas para a felicidade, é como meio para se
aprender algo fora dele: um fim exterior.” (MARCELLINO 1990, p.54).
Muitos educadores ainda não entenderam esta questão e a ludicidade
permanece fora da sala de aula, apenas por se achar que o jogo pode trazer
desordem, indisciplina e um ambiente pouco organizado, enquanto que as
crianças em jogo estão agitadas, mas pelo prazer de vencer e aprender a

34
perder, pela discussão das regras e o cumprimento delas, pela
possibilidade de acertar e errar, aprendendo sempre.
A criança hoje assume um papel de adulto antes mesmo de se
entender criança. Perdem momentos preciosos de lazer e diversão, apenas
aprendendo a serem adultos. Marcellino (2002) entende que a criança
deixou de viver o presente que deveria viver o de ser criança, e não a
preparação para um futuro de trabalho e problemas de adultos. Essa
aprendizagem não lhe pertence de verdade, pois assumir o papel de adulto,
perdendo a ludicidade da vida presente, modificará sua capacidade de
brincar, de criar, de emocionar.
Enquanto a criança cresce vão se formando imagens mentais que
ela utiliza no jogo simbólico, criando significados para os objetos e os
espaços utilizados ou não por ela. Assim, objetos variados passam a ser
pessoas em sua brincadeira, com funções atribuídas por ela. Cabos de
vassoura passam a ser cavalos, móveis são príncipes, reis e rainhas, o
armário da mamãe um grande tesouro a ser explorado. Para Kishimoto
(2000):

O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do


adulto, criador do objeto lúdico. No caso da criança, o imaginário
varia conforme a idade: para o pré-escolarde 3 anos, está
carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra
predominantemente elementos da realidade. (KISHIMOTO,
2000, p. 19)

É necessário ao educador da educação infantil conhecer a criança e


seus comportamentos, observando as etapas de seu desenvolvimento,
para que possam intervir de maneira pontual e oportuna, quando houver
necessidade. Hoje em dia, o brincar tornou-se importante na construção de
valores e na formação do ser humano em geral. Com a ajuda do brinquedo,
as brincadeiras estão mais voltadas à aprendizagem com prazer e com
significado, ajudando muitas crianças psicologicamente. Segundo
Kishimoto (2000):

35
Hoje a imagem de infância é enriquecida, também com o auxílio
de concepções, psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o
papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na
construção do conhecimento infantil. (KISHIMOTO, 2000, p.21)

Muitos educadores usam o brinquedo com propriedade, entendendo


a sua necessidade e a importância que ele tem em suas atividades para
que haja efetiva aprendizagem. Quando o brinquedo não é utilizado na
escola o desenvolvimento da criança sofre uma interferência, não
possibilitando a ela um momento de aprendizagem. O lúdico precisa ser a
escolha da escola para tornar a aprendizagem prazerosa e simples. Os
professores precisam ter o conhecimento de que o brincar proporciona ao
aluno um conhecimento mais concreto e real, construído por ele e seus
pares através das brincadeiras. A socialização, o desenvolvimento da
autonomia, o brincar, e o cuidar e o ensinar são objetivos fundamentais da
educação infantil e devem fazer parte do ensino em todas as etapas de
ensino, pois esta precisa ser prazeroso e além de formar cidadãos, para o
mercado de trabalho e para vida adulta

2.5 Relação da educação inclusiva com educação infantil

Sabemos que o principal objetivo da educação infantil está no cuidar


e no educar, desde que esses objetivos estejam relacionados levando a
criança a alcançar a sua socialização e autonomia. E cuidar, ensinar, e
tornar a criança um ser autônomo e sociável são também objetivos da
educação inclusiva. Tornar a educação inclusiva não é uma tarefa fácil,
nem para o governo, nem para escola e tão pouco para a sociedade.
Acreditamos que essa relação pode facilitar bastante a inclusão de crianças
pequenas com necessidades especiais na educação infantil. O processo
de inclusão escolar é muito complexo e, sua abordagem atinge três
perspectivas: Visão dos familiares: Mesmo após 16 anos presente na LDB,
ainda existem escolar que se recusam a trabalhar com alunos que tenham
necessidades especiais. Algumas escolas incluem o aluno especial em
sala, porém não dão o suporte em sala. Outras não formam. Não há visão
para as habilidades que os alunos especiais têm. Reformulação do trabalho

36
com este aluno, novas estratégias, respeitando suas singularidades. É
necessária que essa formação seja realizada com a parceria da família.
Visão docente: É um desafio. O docente deve buscar a compreensão do
problema/necessidade do aluno. Neste caso, em específico, o próprio
diretor não dá assistência a necessidade do aluno, ou pior, nem se
preocupa.
Desta maneira, o aluno especial fica fadado ao fracasso escolar,
pois os profissionais da educação não estão comprometidos com as
necessidades deste, mesmo que ele também tenha direito à educação. O
professor deve procurar todos os recursos possíveis para que essa
formação seja garantida e efetiva. Foi frisada, nesta entrevista, que a
dificuldade encontrada pelo professor está na falta do convívio com
pessoas especiais, já que eles são excluídos da sociedade; Visão do
coordenador (equipe técnica): A coordenadora articula os diferentes pontos
de vista, já que convivem com professores, familiares e alunos. Em seu
ponto de vista, o grande problema escolar está na falta de formação dos
professores, maior empenho nesta formação, o que acaba fazendo com
que o professor trabalhe mais associabilidade do que o educar. Fora isso,
também existe a dúvida familiar sobre o preparo e a formação dos seus
filhos. É necessário também o apoio dos profissionais da saúde, mas
entendendo que o espaço escolar é diferente do espaço clínico. Além de
tudo, ainda há pouco espaço para a visão do aluno, eles são pouco ouvidas
e é importante que eles sejam ouvidos e atendidos, para resolução dos
problemas cotidianos. (BOGDAN; BIKLEN, 1994)
Esses problemas são de toda escola, não apenas dos professores.
A típica homogeneização, impregnada historicamente no contexto escolar,
acaba apagando essa criança da escola e toda sua vivência. A inserção
destes alunos nas classes regulares, por si só, não garante, uma prática
inclusiva de ensino. Além dos problemas já citados ainda existem várias
barreiras que podem impedir ou atrasar o desenvolvimento das práticas do
ensino inclusivo: Atitudes negativas em relação à deficiência; Invisibilidade
na comunidade das crianças com deficiência que não frequentam a escola;

37
Custo; Acesso físico; Dimensão das turmas; Pobreza; Discriminação por
gênero; Dependência (alto nível de dependência de algumas crianças com
deficiência dos que as cuidam.
Segundo estudos o ensino inclusivo não deve ser confundido com
educação especial embora o contemple. No Brasil, a Política Nacional de
Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, assegura
acesso ao ensino regular a alunos com deficiência diversificada como:
mental, física, surdos, cegos, com transtornos globais do desenvolvimento
e a alunos com altas habilidades/superdotação, desde a educação infantil
até a educação superior. A relação do professor/aluno deve ser igual entre
os alunos, pois o que se faz necessário é respeitar as diferenças e
habilidades de cada aluno. Porém o profissional, atualmente, não se sente
preparado e por isso torna sua relação com o aluno especial de forma
diferente.
O professor da educação infantil que têm contato com as crianças
portadoras de necessidades especiais deve estabelecer um
relacionamento aberto e cordial com a família dessas pessoas para que
possam conhecer melhor as suas necessidades, seus hábitos e seus
comportamentos. Precisam conversar naturalmente e esclarecer dúvidas
ou mesmo, responder às perguntas dos colegas de sala de aula, de
trabalho e de convívio social. É importante que todos criem o hábito de
evitar a comunicação gestual e visual na interação com essas pessoas,
além de ser recomendável se evitar a fragilização ou a superproteção,
combatendo atitudes discriminatórias. (HODAPP, 1988).
O trabalho com a criança da educação infantil com qualquer
deficiência deve estar embasado na análise das questões sociais,
biológicas, psicológicas, e filosóficas, onde através da interdisciplinaridade,
pode discutir de forma completa essas questões que fazem parte do
universo escolar. (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Ele vai objetivar o
esclarecimento e a emancipação do ser humano, adotando como princípio
norteador a reflexão, a discussão contínua, aberta e crítica dos
Fundamentos do Conhecimento Humano, onde seu objetivo é a Educação.

38
O trabalho a ser desenvolvido na escola de educação infantil com
crianças portadoras de necessidades especiais deve ser feito através de
núcleos temáticos, onde os alunos possam trabalhar em conjunto com os
demais colegas, para que possa colaborar na formação de futuros cidadãos
que sejam atuantes na sociedade, além de demonstrar um maior esforço
no desenvolvimento de ações articuladas no intuito de enfatizar o saber
epistêmico universal. (DONADUZZI, 2011).
Ele vai dar base à estrutura humana no seu convívio social e
produtivo, promovendo a inclusão, pois a educação deve ser aquela que
leva a criança ao convívio social saudável e consciente, tornando-a
participante e construtora de sua história e da história de sua comunidade.
(BOGDAN; BIKLEN, 1994).
Assim, através do exposto, o trabalho interdisciplinar será a base da
formação do aluno da educação infantil, seja ele portador de necessidade
especial ou não e pode ser considerada a maior orientação do fazer diário
de todos aqueles que assumem a educação como profissão, pois são
constituídos por todos os aspectos formadores do ser humano, além de
que, esse profissional da educação precisa conhecer seu educando em
todos os aspectos que estão envolvidos nesses fundamentos,
principalmente para aqueles que vão trabalhar com a inclusão dentro de
suas salas de aula (HODAPP, 1988).
Portanto, para que se possa, realmente, educar com propriedade
faz-se necessário conhecer e discutir sobre: as dificuldades do ensino e
aprendizagem, os distúrbios de aprendizagem e todas as complexidades
que envolvem o indivíduo (DONADUZZI, 2011). Dessa forma, o professor
contemporâneo, que busca resultados positivos e eficazes, deve conhecer
seus alunos de forma completa, analisando-o de forma individual, para que
possa ajudá-lo de forma construtiva, guiando-o pelo caminho da
aprendizagem.

2.6 Acessibilidade Do Aluno

39
Para que o processo educativo da criança com deficiência visual se
desenvolva, são necessárias a utilização de recursos específicos e a
adaptação de material, sempre pensando em como oferecer a atividade
para que ela possa ser realizada por meio da exploração tátil, auditiva ou
olfativa, possibilitando, desse modo, a acessibilidade curricular.
Oliveira (2007) discorre que:

A política inclusiva objetiva oportunizar a educação democrática


para todos, considerando ser o acesso ao ensino público de
qualidade e o exercício da cidadania um direito de todos;
viabilizar a prática escolar da convivência com a diversidade e
diferenças culturais e individuais, e incluir o educando com
necessidades educacionais especiais no ensino regular comum.
Essa política de educação inclusiva aponta para a
democratização do espaço escolar, com a superação da
exclusão de pessoas apresentam necessidades especiais e da
dicotomia existente entre o ensino comum e a educação especial
por meio de suas classes especiais. (OLIVEIRA, 2007, p. 32)

Corroborando essa ideia, o Ministério de Educação afirma que,

Para o aprendizado ser completo e significativo, é necessário


que a criança cega seja estimulada a coletar informações do
ambiente por meio dos sentidos remanescentes. (SÁ; CAMPOS;
SIVA, 2007, p. 21).

Assim, de acordo com os autores, a audição, o paladar, o tato e o


olfato são os meios de entrada de dados e informações para a
aprendizagem. Desse modo, é fundamental criar um ambiente que estimule
a convivência e a interação com vários meios de acesso à leitura, à escrita
e aos conteúdos curriculares.
A ausência de qualquer uma dessas habilidades automaticamente
transforma o aluno em “outro” assim, não sendo “natural” está sujeito a
preconceito e especificidades devido ao fato de ser “portador de
necessidades educacionais especiais”4.

Segundo essa classificação a Professora Luciene Maria Da Silva diz que :

4Segundo Ross (1999, p.14) surgiu na década de 70 e se refere aos “problemas de


aprendizagem apresentados ao longo da escolarização, exigindo atenção específica e
maiores recursos educacionais do que os necessários aos colegas de sua idade”.

40
Por um lado tenta suavizar os aspectos de discriminação e
estigmatização, pois minimiza a exclusiva responsabilidade do
aluno pelo seu desenvolvimento, transferindo-a principalmente
para a sociedade, além de alterar terminologias preconceituosas
em relação às pessoas com deficiência, ampliando dessa forma
o espaço educacional e a compreensão da temática; por outro
lado, abstrai o sentido e a peculiaridade próprios das pessoas
com deficiências, necessários às orientações pedagógicas,
causando uma imprecisão na designação e corroborando uma
generalização que não explicita as evidências e especificidades
que diferenciam os indivíduos. (DA SILVA, p. 80)

A tentativa de minimizar o preconceito não esconde a necessidade


de cuidados especiais a este aluno. Nesse sentido cabe ao Estado garantir
a inclusão desse aluno consciente de que ele é “especial”, mas ao mesmo
tempo, assegurar que seu aprendizado não será diferente ou prejudicado
devido a suas especificidades.
O Ministério da Educação e Cultura publicou, em 2006, o volume
"Acessibilidade" onde há uma compilação de leis, decretos, portarias e
convenções sobre o tema. Este é um pequeno volume que deveria estar
conhecido e reconhecido pelas autoridades sociais afim de implantar ou
implementar no que ele está exposto. Talvez seja uma utopia, mas seria
formidável saber que todos, que têm direitos iguais, pudessem usufruí-los.
Outra obra que trata da inclusão escolar de PNEs é o livro "A
inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais",
também publicado pelo MEC em 2006, onde ele abrange desde um
histórico cultural dessas pessoas à apresentação de uma organização dos
Sistemas para atendimento aos deficientes físicos, Currículo e Avaliação.
Os autores colocam nele que "os sistemas de ensino devem prover
e promover mudanças em sua organização, a partir do projeto pedagógico
das escolas de forma que possam oferecer um atendimento educacional
com qualidade a todos, eliminando barreiras atitudinais, físicas e de
comunicação".

Na Lei 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989, dispõem que :

41
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo,
os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem
dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos
assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado,
tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes
medidas: I - na área da educação:
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial
como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a
pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e
reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de
diplomação próprios;
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas
especiais, privadas e públicas;
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em
estabelecimento público de ensino;
d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação
Especial a nível pré-escolar, em unidades hospitalares e
congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou
superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência;
e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios
conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar,
merenda escolar e bolsas de estudo;
f) a matrícula compulsória em cursos regulares de
estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras
de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de
ensino; (MEC, p. 23)

Nessa Lei o Estado peca ao garantir aos portadores de deficiência


os mesmos benefícios aos demais educandos. Pois um aluno com
deficiência visual não carece dos mesmos materiais que um aluno com
surdez. Carece ao Estado enxergar a singularidade de cada necessidade
para que, assim, possa efetivar políticas públicas abrangentes para cada
necessidade.
O aluno com necessidades especiais tem que ser visto como um
aluno de necessidades especiais, somos iguais nas nossas diferenças, por
isso cada um tem que saber da sua condição e necessidade para que
possa conviver bem com suas diferenças e assim interagindo com o meio
social que vive.
Na LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente, vale analisar a citação quanto a
educação:

Capítulo IV Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao


Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para
o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,

42
assegurando-se-lhes: Subsídios para a Gestão dos Sistemas
Educacionais
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às
instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades
estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
do processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a
seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo. ( MEC 35,36 e 37 )
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público
ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade
competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais
ou responsável, pela frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
obrigatório.
Direito à Educação
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços

43
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para
a infância e a juventude.

As condições devem ser iguais para a permanência de qualquer


aluno, tendo necessidades ou não, mas as condições que carecem para
que possa ser assegurado o desenvolvimento de suas habilidades são
variadas de tipos e tipos de alunos. O estado deve reconhecer a
singularidade de cada aluno, escola e região para que assim possamos
conseguir um ensino plural e abrangente.
A uniformidade do ensino é interessante apenas ao Estado, por
motivos ideológicos e financeiros, mas não é proveitoso a mais ninguém,
pois vivemos em um país culturalmente diversificado e territorialmente
vasto. Lembrando o respeito aos valores culturais, artísticos e histórico
próprios, citados no trecho acima. Nesse quesito faltou respeito aos alunos
com necessidades especiais. Pois é necessário que entenda o ritmo de
aprendizado de cada aluno, independentemente de sua condição. Ponto
crucial para tentar entender a “educação para todos” ela deve ser oferecida
a todos sim, mas abrange todos de diferentes formas e intensidade.
Díez (2010) ainda afirmar que:

A inclusão pode ser definida como um modelo de educação que


propões escolas onde todos possam participar e sejam
recebidos como membros valiosos delas. Trata-se de uma
filosofia e prática educativa que pretende melhorar a
aprendizagem e participação ativa de todo o alunado em um
contexto educativo comum. A educação inclusiva se concebe
como um processo inacabado que desafia a qualquer situação
de exclusão, procurando mecanismos para eliminar as barreiras
que obstaculizam uma educação para todos. (DIEZ, 2010, p.17)

Como também adiciona Clark acerca da integração:

[...] em vez de se sublinhar a ideia de integração, acompanhada


da concepção de que se devem introduzir medida adicional para
responder aos alunos especiais, num sistema educativo que se
mantém, nas suas linhas gerais, inalterado, assistiu a
movimentos que visam à educação inclusiva, cujo objetivo
consiste em reestruturar as escolas, de modo a que respondam
às necessidades de todas as crianças. (Clark et.al.apud
Ainscow, 1997, p. 13 grifos do autor).

A escola como todos sabem possuem um papel importante e


fundamental na formação do cidadão. Portanto, deve se preocupar em
formar cidadãos mais humanos, mais solidários, porque a educação se
processa no contato e na troca entre as pessoas. O ser humano, em geral
tende a pensar que a pessoa portadora de necessidades especiais não

44
precisa aprender, não precisa se formar e nem se informar. É necessário
refletir, repensar, reformular o significado da prática pedagógica para não
se cometer erros do passado quando os alunos com alguma deficiência
eram deixados à margem ou, quando integrados, classificados ou isolados
de acordo com a sua deficiência.
O processo educativo na escola inclusiva é entendido como um
processo social, onde toda a pessoa tem direito à escolarização com o
objetivo de atingir o máximo possível de seu potencial. Ao falar em escola
inclusiva, sabemos que o discurso e o direito é inquestionável, mas na
prática ela não se processa com toda essa perfeição. Esses conflitos
geram, nos profissionais, inseguranças, frustrações e certo medo, pois
quando começam os questionamentos temem perder sua função, seu
emprego, sua identidade e seu profissionalismo.
A passagem de uma escola exclusiva e excludente para a escola
inclusiva exige mudanças profundas em toda instituição escolar. Mudanças
nas instalações do espaço físico como rampas, corrimãos, banheiros
adaptados, carteiras adaptadas para que esses alunos não fiquem em
espaços isolados e possam transitar livremente. Para trabalhar com
inclusão fazem-se mudanças necessárias no agir e no pensar de todos os
envolvidos direta ou indiretamente, como profissionais e como seres
humanos. A inclusão exige mudanças de atitude, não só da equipe de
professores, mas de toda comunidade escolar, também da sociedade em
geral.
É preciso romper com preconceitos, a instituição escolar precisa se
reorganizar com suas grades curriculares, adaptar materiais pedagógicos,
fazer uso de alguns recursos em sala de aula e desenvolver projetos são
algumas maneiras de educadores ensinarem alunos com deficiência e
acolhê-los de forma especial, proporcionar maior ênfase formação humana
de seus professores, e aprimorando, envolvendo a família, propondo uma
prática coletiva, dinâmica e reflexiva, para atender essa nova realidade
educacional. Como se refere Kunc:

45
O princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização
da diversidade humana. Quando a educação é totalmente
abraçada, nos abandonamos a ideia de que as crianças devem
se tornar normais para contribuir para o mundo. (KUNC, 2003,
p.18).

3. A importância do professor na inclusão


Para que a aplicação e efetivação de uma educação inclusiva
aconteçam de fato, com prática e respostas da atuação dos supervisores,
é preciso que estes sejam capacitados, atendendo a qualidade que a
educação inclusiva merece. Lembrando que existem muitos desafios a
serem enfrentados no panorama da educação inclusiva, mas os caminhos
não são únicos. Não podemos deixar de lado também o olhar sobre as
diferenças que nos constituem como sujeitos únicos, inseridos num mundo
onde o aprendizado e o ensino é constante e fundamental.
Identificar o problema não é a maior dificuldade, esta aparece na
cultura de um país que nunca teve a educação tratada como prioridade. O
círculo viciado citado acima, não engloba apenas alunos e uma parcela
significativa dos professores, mas todo um país. Essa carência educacional
faz parte da cultura do Brasil e sua mudança, se feita, deve ocorrer através
das novas gerações consequentemente. Trabalho dificultoso e de longo
prazo, ou seja, sem interesse para nenhum político que vise a próxima
eleição. No que se refere ao atendimento, muitos estudos vêm sendo
realizados. Alguns afirmam que a inclusão está acontecendo; outros, que
ainda falta muito para que ela aconteça de fato.
Quando pensamos no contexto escolar, algumas atividades
predominantemente visuais devem ser antecipadamente adaptadas,
enquanto outras devem sofrer adaptações durante a sua realização por
meio de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa ou qualquer outra
referência que favoreça a configuração do cenário ou do ambiente pelo
portador de deficiência. É o caso, por exemplo, de exibição de filmes ou
documentários, ou de excursões e exposições. Em uma apresentação de
vídeo para um deficiente visual por exemplo, requer a descrição oral de
imagens, de cenas mudas e a leitura de legenda simultânea – nos casos
em que não houver dublagem –, para que as lacunas de compreensão

46
sejam preenchidas com dados da realidade, e não apenas com a
imaginação. Os esquemas, símbolos e diagramas presentes nas diversas
disciplinas devem ser descritos oralmente. Os desenhos, os gráficos e as
ilustrações devem ser adaptados e representados em relevo.
A formação continuada dos educadores, a preparação específica
deles para enfrentar a inclusão, as estruturas das escolas, do currículo, dos
métodos e os recursos que cada escola possui, são fatores determinantes
para a segurança do portador de deficiência em escolas comuns.
O aluno com deficiência visual, por exemplo, necessita de
orientações verbais precisas, com constante descrição do que está
acontecendo ao seu redor. Sendo assim, instruir os colegas do grupo para
informar os pontos que fazem, ou quando alguém realiza uma troca de
unidades para dezenas ou dezenas para centena, é uma atitude que
favorece ao aluno cego o acompanhamento das jogadas dos colegas. As
atividades de jogos relacionados com o ganhar são bastante estimulantes
para ele e ajudam a mantê-lo interessado, além de ansioso.
A avaliação do aluno com necessidades especiais é um ponto
interessante. O professor sem nenhuma especialidade para trabalhar com
esse aluno, saberá avalia-lo? Nesse ponto, a responsabilidade que sempre
recaí nas mãos dos profissionais da educação deve ser compartilhada com
profissionais especializados.
A escola como amplo centro de fluxo cultural e importância para
nossa sociedade deve estar com os profissionais das mais diversas áreas
presentes para auxiliar e garantir o crescimento do que virá a ser o futuro
do nosso país.
3.1 Supervisão
É na escola onde começam as vivências necessárias à evolução,
convivência e aprendizado, e é o pedagogo o profissional que rege este
processo de maneira que este seja um sucesso. As escolas dependem
desse profissional, que fará o papel de corresponsável, para orientar e
instruir professores, que serão a ponte entre as escolas, familiares,
profissionais especializados e órgãos estatais de educação.

47
A necessidade de supervisão de participar de cursos no trabalho
junto aos alunos com necessidades especiais e de grande importância, pois
mesmo os profissionais que recebem orientação, ainda não é suficiente
para atender às demandas surgidas durante o processo inclusivo. É
necessário que a supervisão conheça profundamente o grupo de
professores assim como, os alunos, realizando avaliações periódicas e
orientando toda a equipe de profissionais.
A supervisão na área da educação tem como objetivos, assegurar o
acesso, permanência e aprendizagem dos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação,
garantir o atendimento educacional especializado complementar e/ou
suplementar a formação escolar dos alunos, assim como promover cursos
de formação específica aos profissionais que atuam na educação especial,
entre outros.
Sendo assim, o papel do supervisor é de suma importância, uma vez
que tem na prática o exercício de equalizar as oportunidades de melhorar
o ensino na efetivação do desenvolvimento de projetos, promovendo
mudanças estruturais significativas e fundamentais, sendo o agente
modelador que lidera e medeia as metas e dificuldades, estando esse
profissional comprometido com a inclusão.
A preparação de seminários, palestras, grupos de estudos, debates,
análises das insuficiências e necessidades de todo o corpo docente é de
responsabilidade da supervisão e coordenação pedagógica. Assim como a
organização de material pedagógico que proporcione aos alunos maior
instrução, envolvimento e interesse. E também oferecer capacitação
didática aos professores dando oportunidade aos mesmos de se sentirem
seguros e obterem sucesso na inclusão dos alunos com necessidades
especiais.
É notável que o papel principal do supervisor tem sido comumente
invertido. A função principal deveria ser a pedagógica, porém, devido a
acumulação de várias tarefas sua função se torna burocrática, pois não há
como supervisionar as atividades pedagógicas, fazer implementação das

48
normas procedentes dos órgãos superiores, avaliar e analisar resultados e
realizar o planejamento político pedagógico sem que haja essa inversão de
prioridades. Porém, apesar de ser de extrema importância a
implementação de atividades administrativas é necessário que o supervisor
mantenha o equilíbrio das funções. Para que a atuação do supervisor
aconteça com eficácia e haja uma aplicação efetiva da educação inclusiva,
é necessário que aconteça reuniões periódicas, comunicação efetiva e
treinamentos entre o corpo docente para que estes sejam capacitados
atendendo a demanda que a educação inclusiva requer.
Para que a aplicação e efetivação de uma educação inclusiva
aconteçam de fato, com prática e respostas da atuação dos supervisores,
é preciso que estes sejam capacitados, atendendo a qualidade que a
educação inclusiva merece. Lembrando que existem muitos desafios a
serem enfrentados no panorama da educação inclusiva, mas os caminhos
não são únicos. Não podemos deixar de lado também o olhar sobre as
diferenças que nos constituem como sujeitos únicos, inseridos num mundo
onde o aprendizado e o ensino é constante e fundamental.
Atividades que podem ser desenvolvidas
O princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização
da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação
inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a ideia de
que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o
mundo. (KUNC, 1992).

 Mural Interativo – Este mural tem como objetivo de informar para


incluir; visando alunos, funcionários da escola, pais; comunidade
escolar.
Consiste em informações básicas e legais sobre as políticas públicas
para a educação especial. Informações sobre as várias deficiências
e seus avanços. O mural deve ser atualizado a cada semana.
 Filmes que Informam e Sensibilizam – Histórias verdadeiras causam
mais impacto. Este projeto ocorre com a exibição de filmes de
histórias reais a comunidade escolar, pais e filhos com deficiência

49
na escola, aprendem através do visual sobre as dificuldades
enfrentadas pelo deficiente.
 Visitas Especiais – Mostrar que o deficiente é capaz. Convidar
pessoas com habilidades específicas que causam impacto, para
quebrar barreiras ao se depararem com deficiente executando
tarefas que aos “olhos normais” parecem impossíveis, causa uma
mudança de pré-conceito.
 Aula Diferente – Levar para a sala de aula, instrutores de libras, para
trabalhar com os alunos e professores noções básicas da língua de
sinais.
 A Importância do Professor na Educação Inclusiva - A proposta é
que os professores levem para as salas de aula textos, vídeos,
documentos, testemunhos ou qualquer outra ação que envolva
direta ou indiretamente a inclusão.

50
CAPÍTULO III

METODOLOGIA
CAPÍTULO IV

RESULTADOS E DISCUÇÃO
CAPITULO V

CONCLUSÕES E PROPOSTAS
ANEXOS A
UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTE
FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN
MAESTRÍA EN CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO

Venho por meio deste solicitar autorização para a realização de


pesquisa sobre o tema: “A INCLUSÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO”, para
análise de resultados na dissertação final do curso de Mestrado Ciências
da Educação pela Universidade Privada Del Este-PY.
A coleta de dados será realizada pelo mestrando: ANA CLEIDE
ARAÚJO DE MORAES e será feita através de questionários aos
professores e alunos desta instituição.

Atenciosamente,

……………….......………………..
Pesquisador
Responsável

De acordo em 27 / Agosto /2019

________________________________________

(Nome, cargo / carimbo)

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