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A propósito:
"PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.
COMPLICAÇÕES DO PARTO. CONSEQÜÊNCIAS IRREVERSÍVEIS
PARA A CRIANÇA. AFERIÇÃO DO FATO DANOSO E DO NEXO
Documento: 7342119 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 01/12/2009 Página 3 de 5
Superior Tribunal de Justiça
CAUSAL. ART. 333, I, DO CPC. SÚMULA 07/STJ. REEXAME DE
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. ACÓRDÃO FUNDADO EM
ANÁLISE DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO
STF. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
(...)
4. In casu, restou assentado no acórdão proferido pelo
Tribunal a quo, verbis: 'A autarquia previdenciária, ora Apelante
principal, detém a responsabilidade objetiva, nos termos do art. 37, §
6º da CF, consistente na obrigação de indenizar terceiro em razão de
procedimento lícito ou ilícito de agente seu, bastando para tanto a
mera relação causal entre o comportamento e o dano sofrido, salvo
se comprovada a responsabilidade exclusiva da vítima'
5. A análise da existência do fato danoso, e o
necessário nexo causal entre a suposta conduta comissiva e os
prejuízos decorrentes da mesma implica em análise
fático-probatória, razão pela qual descabe a esta Corte Superior
referida apreciação em sede de recurso especial, porquanto é-lhe
vedado atuar como Tribunal de Apelação reiterada ou Terceira
Instância revisora, ante a ratio essendi da Súmula n.º 07/STJ,
verbis: 'A pretensão de simples reexame de prova não enseja
Recurso Especial'
6. Precedentes: AgRg no REsp 723893/RS DJ
28.11.2005; AgRg no Ag 556897/RS DJ 09.05.2005; REsp
351764/RJ DJ 28.10.2002.
7. In casu, assentou o Tribunal a quo, verbis: '(...) Na
hipótese, restou demonstrada a relação de causalidade entre o evento
danoso e o comportamento do agente público causador do dano,
ensejando, pois, a responsabilidade objetiva da autarquia
previdenciária, juntamente com o correspondente dever de indenizar,
sem que se possa falar em culpa da vítima pela ocorrência do fato.
Os relatórios juntados com a inicial demonstram que o menor, ao
nascer, sofreu danos físicos e seqüelas advindas da atuação dos
prepostos da Ré. Assim, provado o nexo de causalidade entre o dano
ocorrido e a prestação do serviço público, a procedência do pedido
indenizatório é medida que se impõe, devendo a autarquia/Apelante
arcar com a responsabilidade por ato de seu agente.'
8. A conclusão do Tribunal de origem, in casu, restou
fundada no conjunto probatório carreado nos autos, afirmando a
existência de relação entre o prejuízo experimentado pelo particular
e o ato omissivo ou comissivo da pessoa jurídica de direito público.
Consectariamente, analisar a existência de ofensa ao art. 333, inc. I,
do Código de Processo Civil implicaria o revolvimento de matéria
fática-probatória, o que é interditado a esta Corte Superior.
9. Recurso especial não conhecido." (REsp
1106829/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 19/05/2009, DJe 29/06/2009 - nossos os grifos).