Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VEGETARIANISM
por Purushatraya Swami
Dedicado a:
Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta
Swami Prabhupada
Acarya-Fundador da ISKCON e BBT
2
Sumário
Capa
Sumário
Além do
Capítulo 1 ·
Vegetarianismo
Que mal há em
Capítulo 2 ·
matar os animais?
Capítulo 3 · Proteção das Vacas
Autor
3
Obras de Sua Santidade
Purushatraya Swami
Sanidade Espiritual - Reflexões do Aqui e do Porvir
O Monge e o Aposentado - Reencontro de Dois Amigos de
Infância
Disponíveis em:
sankirtana.com.br
4
A Sociedade Internacional para a
Consciência de Krishna (ISKCON) convida
os interessados no assunto a se
corresponderem ou visitarem um Templo,
Comunidade ou Centro de Estudos.
Acesse:
iskcon.com.br
Instituto Jaladuta
Rua Dr. Abdias da Silva Campos, 122, Novo
Bodocongó
Campina Grande, Paraíba, Brasil
Fone: +55 (83) 3333-7044
institutojaladuta.com
Goura Vrindávana
Rodovia Rio-Santos, BR 101, KM 562,
5
Graúna
Paraty, Rio de Janeiro, Brasil
goura.com.br
6
Direitos Autorais 2006
Autor: Purushatraya Swami
Organizador: Sankirtana Dasa
ISBN
Primeira edição e-book: Novembro de 2017
versão 1.0 - 15.11.17
Estamos aproveitando bem o fato de termos adotado uma
dieta karma-free? Estamos aperfeiçoando nosso
vegetarianismo? Estará nosso vegetarianismo contribuindo
realmente para nossa saúde? Estamos, realmente, dando um
exemplo do melhor que o vegetarianismo pode apresentar?
Nosso vegetarianismo resume-se somente em evitar comer
carne? Abster-se de alimentos de origem animal é muito
positivo, mas será o auge? Os tipos mais comuns são o ovo-
lactovegetariano (não utiliza carne, mas ingere leite e
derivados e ovos), o lactovegetariano (apenas leite e
derivados), o vegetariano estrito (não come nenhum alimento
de origem animal) e o vegano (vegetariano estrito que
também não utiliza nenhum produto, seja roupas ou
cosméticos, que tenham na sua composição animal ou que
foram testados em animais).
7
Capítulo 1
ALÉM DO
VEGETARIANISM
Pioneirismo
8
marca Superbom, mas a mesma foi
vendida a um grupo poderoso não
comprometido diretamente com a
dieta vegetariana.
9
Prasada e vegetarianismo nunca
estarão dissociados. A questão que
queremos analisar é: Estamos
aproveitando bem o fato de termos
adotado uma dieta karma-free?
Estamos aperfeiçoando nosso
vegetarianismo? Estará nosso
vegetarianismo contribuindo
realmente para nossa saúde? Ou é
somente parte da doutrina religiosa,
como um ritual ou um tabu? Estamos,
realmente, dando um exemplo do
melhor que o vegetarianismo pode
apresentar? Ou nosso vegetarianismo
resume-se somente a evitar comer
carne, peixes e ovos?
10
Congresso Vegetariano Mundial, em
Florianópolis, que pela primeira vez
foi realizado no Brasil. A questão dos
transgênicos foi um dos temas mais
debatidos e alguns querem tomar
posturas políticas para lidar com o
assunto.
11
Dois grupos foram as “vedetes” do
congresso: os crudívoros, liderados
por um jamaicano rastafári, e o
pessoal dos alimentos vivos ou, como
eles chamam, biochips. O jamaicano
dizia: “Quem come arroz cozido e
quem come churrasco está no mesmo
nível. A alimentação tem que ser
totalmente crua”. O pessoal ficou
impressionadíssimo. Suas
apresentações eram verdadeiras
performances e atraíam muita gente.
12
consideramos ser muito mais realista.
Temos, no entanto, que aprender a
usar corretamente essa dieta para
podermos usufruir de todos os
benefícios que a dieta vegetariana
tem a oferecer.
13
Agradecer a Deus pelo alimento que
consumimos é um sinal de gratidão
ou, pelo menos, de boa educação. Ao
recebermos um favor, um simples
“Muito obrigado” harmoniza o
ambiente e todos ficam felizes. Se
ajudamos uma pessoa e não
recebemos nenhum sinal de
agradecimento, ficaremos em dúvida
se devemos ajudar em outra ocasião,
pois não sabemos se nossa ajuda foi
bem recebida ou não.
14
Ele de nós.
15
que o alimento que é ingerido é o
resultado do milagre da vida: cresceu
de uma pequena sementinha, foi
nutrido por elementos minerais e
orgânicos do solo – que, por sua vez,
são subprodutos de outras entidades
vivas – captou o prana do éter e a
energia proveniente do Sol e ficou
completamente dependente da chuva
providencial ou de uma rega
generosa. Podemos assim apreciar
todo processo sistêmico que
harmoniza os inúmeros ciclos de vida
que interagem entre si. Quem tem
esse contato com a Natureza e tem
visão holística pode apreciar essas
maravilhas e, naturalmente, elevar
sua consciência para Deus por ter
sido agraciado por essas dádivas.
16
Vida Artificial
17
urbano fica, em muitos casos,
envolvido nessa cultura de
supermercado. É, portanto,
fundamental expandir nossa
consciência e ir além do
vegetarianismo de motivação pura e
simplesmente corpórea.
Vegetarianismo e Consciência de
Deus
18
alimentar, levado às últimas
consequências e minúcias, a meta
principal da vida. Tornam-se, muitas
vezes, fanáticos, similares a alguns
grupos religiosos dogmáticos e
sectários. Isso acontece também em
outras atividades, tidas como
humanistas, como ecologia, política
(no bom sentido), trabalho social,
indigenismo, psicanálise etc. A
atividade caracterizadamente secular
é revestida de uma aura que sugere
um quê de sectarismo religioso.
19
enfoque primordial é a conexão
amorosa com a Transcendência, sem
motivações materialistas e egoístas.
20
Todos os dias, no final da tarde, seu
servente buscava um copo de leite
das vaquinhas do goshala (curral) da
vizinhança. Um dia, uma pessoa
mundana e materialista estava
presente quando o servente foi pegar
o leite e, para sentir-se generoso, fez
questão de pagar o copo de leite do
homem santo. Dessa forma, algumas
moedinhas foram economizadas e o
materialista ficou com a consciência
de ter feito uma grande caridade.
Porém, quando o sadhu tomou o
primeiro gole do leite, sentiu que
havia algo estranho e desagradável
naquele leite, diferente da costumeira
vibração sattva-guna de seu leitinho
diário. O servente contou então que
tal pessoa tinha pagado, no que o
21
renunciante rejeitou tomar aquele
leite. Embora sem diretamente ter
tocado, a vibração pesada do
materialista tinha impregnado o leite
e interferiu na harmonia, pureza e
amor que envolvia essa singela
atividade cotidiana. Esse é, sem
dúvida, um exemplo de extrema
sensibilidade, mas podemos entender
como uma vibração sutil no éter pode
afetar o alimento.
22
Bhakti-yoga na Cozinha
23
de “dedão” na panela para
experimentar. O oferecimento do
alimento requer um pequeno
momento de reflexão e até um
pequeno ritual com algum mantra,
hora em que a consciência eleva-se a
Deus num ato de amor e devoção.
Após isso, podemos então satisfazer
nossos apetites, demandas corpóreas
e desfrutar das delícias do sabor. O
alimento assim oferecido a Deus é
chamado “prasada”, palavra em
sânscrito que significa “satisfação”
ou “misericórdia”.
24
essa não é a etiqueta apropriada.
Damos sempre a primazia para quem
convidamos. Da mesma forma,
quando oferecemos o alimento a
Deus, evitamos qualquer tipo de
antecipação de desfrute sensório.
Desfruta-se, e muito, quando o
alimento passa a ser prasada. Esse é
um “segredinho” importante no
processo de bhakti-yoga, o yoga da
consciência.
25
compulsivo da língua. Como diz o
ditado: “O peixe morre pela boca”.
Isso vale também para muitos
humanos.
26
divulgadas recentemente. Todos esses
devotos saíram desse mundo
prematuramente, pois não tinham
idades avançadas.
27
A causa mais frequente das doenças
fatais entre devotos é o câncer.
Problemas no trato intestinal, fígado e
coração, assim como diabete e
obesidade, são igualmente comuns.
Isso nos leva a questionar: Qual seria
a causa dessas doenças, visto que o
estilo de vida adotado pelos devotos é
supostamente o mais saudável
possível? Embora sem nenhum dado
concreto em mãos, arrisco dizer que,
na maioria dos casos, a causa da
doença foi a alimentação inadequada.
Mas como? Alguém pode argumentar
que muitos deles comeram toneladas
de maha-prasada durante suas vidas.
Mesmo sendo um alimento
santificado, se não tivermos um
critério rígido do que ingerimos,
28
teremos inevitavelmente problemas
com o corpo.
29
corpo, quando essa energia
contaminada encontra um bloqueio
ou um órgão debilitado, ali vai
aparecer um foco de doença. Dessa
forma, uma indigestão pode provocar,
por exemplo, um tumor no cérebro.
30
autocontrole preserva muito mais sua
saúde. Toda alimentação deve ser
feita na hora certa e sem ansiedades.
Muitos engolem a comida sem
mastigar. Uma coisa é certa: quando
ficamos dominados pela gula e pelo
prazer da língua, nossa saúde fica
totalmente comprometida.
Cultura Védica
31
rejeita terminantemente. Leite, para
eles, só de soja. Já para os devotos, o
leite da vaca é muito apreciado.
32
Além disso, é dito que um copo leite
quente ao dormir produz um efeito
que nenhum outro alimento produz:
alimenta as células da área cerebral
que lida com assuntos espirituais. Na
cultura védica, a vaca e o boi são os
animais mais próximos à sociedade
humana. A convivência entre esses
animais e o homem é completamente
natural e harmoniosa. Contudo, em
nossa sociedade moderna, eles
perderam essa posição para a classe
canina, que funciona como expansão
do ego da pessoa.
Mamãe Vaca
33
Assim como a mãe biológica
amamenta o bebê com leite materno,
a vaca também fornece seu leite para
a sociedade humana. É dito por
alguns opositores do consumo de leite
que tirar o leite da vaca seria um ato
desumano, que o leite pertence ao
bezerro e não se deixa praticamente
nada para ele. Isso certamente pode
ser que ocorra entre pessoas muito
gananciosas e materialistas e deve ser
repudiado.
34
hormônios e remédios que eram
investidos nelas. Sei também que
vacas leiteiras da melhor qualidade
são usadas como reprodutoras. Assim
que o feto começa a se desenvolver
em seu ventre, ele é retirado por meio
de uma cesariana e introduzido no
ventre de outras vacas de menos raça
que a mãe original. Com isso o tempo
da gravidez da vaca reprodutora
diminui sensivelmente e ela, ao invés
de parir uma cria por ano, produzirá
dez. Pode ser que esse procedimento
aumente os lucros do produtor, mas é
o suprassumo da ganância, maldade e
insensibilidade.
35
o bezerro beber todo o leite diário que
sua mãe produz, ele vai sofrer de
diarreia. Por outro lado, se não
extraímos todo o leite do úbere da
vaca, ela sofrerá e terá problemas nas
tetas. Dessa forma, o consumo de
leite pela sociedade humana é algo
completamente natural. No lado
masculino, o boi deve ser empregado
para atividades que exigem força,
como tração e aração. Hoje em dia,
com a mecanização das atividades
rurais, o boi perdeu sua função para o
trator. Só resta mesmo mandá-lo para
o matadouro.
36
animais no curral sabe que cada vaca
tem uma personalidade e um
temperamento particular. Esses
animais, apesar de enormes, são
muito sensíveis e relacionam-se
perfeitamente com os seres humanos.
Já tenho presenciado coisas
impressionantes: vi, por exemplo,
numa fazenda do Movimento Hare
Krishna, uma vaca que por oito anos
fornecia leite sem ter crias. Ela vivia
tão feliz que seu leite nunca parava de
ser produzido e assim ela podia
satisfazer muita gente.
Terapia da Vaca
37
excremento, ao invés de ser nojento e
repugnante como de todos os
animais, humanos incluídos, pode ser
manuseado e é dito que tem,
inclusive, propriedades antissépticas.
Nas zonas rurais na Índia, é comum
espalhar o esterco do gado pelo chão
e paredes. Outra prática comum é
amassar o esterco e formar umas
“bolachas” achatadas, que são
secadas ao Sol e usadas como
material combustível para a cozinha.
Diz-se que produz a melhor chama
para se cozinhar.
38
poderosos efeitos terapêuticos. O ghi,
então, pode fazer milagres. Qualquer
raça bovina produz o ghi, que é usado
na culinária e na medicina. Todavia,
existe uma raça específica que produz
o ghi mais poderoso. São as vacas
branquinhas de Vrindavana, um tipo
de raça nerole. Essas vacas dão pouco
leite e, ainda por cima, ralo. Mas o
ghi produzido desse leite tem um
valor terapêutico tremendo. Quanto
mais velho o ghi, mais ativo. Pode
ficar enterrado por dez anos ou mais,
e, assim, seu poder terapêutico será
mais ativo.
39
quantidades. Para neutralizarmos a
tendência de produzir mucos, deve-se
acrescentar o turmeric, ou cúrcuma
em pó, que tem coloração amarela.
Aqui no Brasil é chamado de açafrão.
O uso do leite deve ser bem
moderado. É um alimento forte e, em
excesso, trará distúrbios ao
organismo. O queijo consumido em
excesso faz os mesmos estragos no
organismo que a carne. Tenho
presenciado lacto-vegetarianos
promovendo verdadeiras orgias de
queijos. Pode ser que seja um festival
para a língua, mas força muito o
aparelho digestivo e produz ama,
resíduos não digeridos que
apodrecem dentro do organismo.
Leite Industrializado
40
Uma coisa que concordamos cem por
cento com o pessoal vegan é que o
leite industrializado é de péssima
qualidade. Primeiro porque, como
todo alimento industrializado, possui
conservantes químicos que
definitivamente devem ser evitados o
máximo possível. Segundo porque as
vacas, para que suas produções sejam
aumentadas, são tratadas com
produtos químicos (hormônios,
remédios contra vermes e carrapatos,
e outros produtos da indústria
veterinária) e com rações que contêm
produtos muito duvidosos para a
saúde dos animais. O maior
escândalo que o mundo assistiu
recentemente foi a epidemia das
“vacas loucas”, causada pelo uso de
41
rações que eram recheadas com
sangue e ossos dos animais já
abatidos. A Natureza naturalmente
rebelou-se contra esses abusos.
42
valor que as cooperativas de leite
pagam ao produtor é muito baixo, de
modo que o preço final ao
consumidor seja compatível ao bolso
das classes menos favorecidas.
Ninguém sobrevive comercialmente
apenas com o leite. O lucro, então,
vem de onde? Dos bezerros machos
que são mandados para a engorda e,
posteriormente, para o matadouro.
Isso implica em que o leite
industrializado carrega esse karma
embutido nele.
43
legislação contém normas para
regular as cotas de venenos que são
utilizados na agricultura, mas quem
garante que isso é respeitado e qual
órgão do governo pode controlar
isso?
44
agrotóxicos e fungicidas. A coisa
ainda vai longe...
45
comprometermos nossos princípios e
manter certo padrão de pureza,
essencial para a manutenção da
saúde.
46
nossa experiência presente e com o
uso de toda a nossa capacidade de
bom senso.
47
Prabhupada com essa contribuição.
48
Capítulo 2
QUE MAL HÁ
EM MATAR OS
ANIMAIS?
Como é sabido, os devotos de
Krishna não mandam as vacas e os
bois ao matadouro. Depois de
passarem suas vidas oferecendo seus
serviços ao homem—a vaca,
procriando e fornecendo o precioso
alimento, o leite, e o boi, oferecendo
sua força no campo, em trabalhos de
tração e aração—, consideramos que
49
é mais do que justo e, sobretudo, é
um ato de humanidade, que esses
animais tenham melhores condições
para o período da velhice.
Normalmente, nessa fase esses
animais são considerados
economicamente improdutivos no
campo, e são, invariavelmente,
enviados ao matadouro.
50
senhor da natureza, com irrestritos
direitos de explorá-la. Não existe o
devido respeito às formas inferiores
de vida, assim como à Natureza como
um todo. A natureza e os animais são
vistos através das lentes do lucro—
esse é o único referencial. A vida
urbana artificial embruteceu a
consciência das pessoas. Perdeu-se a
visão holística do mundo e o coração
das pessoas endureceu.
51
destinados a virar bife, dieta
considerada essencial para os seres
humanos. Sem o bife, pensam elas, a
pessoa debilita-se devido à
deficiência de proteínas. Portanto, o
destino natural dos bovinos é o
matadouro. Que mal há nisso? Tanto
o Estado quanto a Igreja não
questionam, e dão luz verde. Além
disso, é uma atividade econômica
bastante lucrativa. Isto por si só já
justifica. Quanto dinheiro está
envolvido nessa atividade! Quantas
famílias mantém-se com essa
atividade, quantas divisas entram para
o país, poderiam argumentar.
52
tradicional em que o animal leva uma
marretada na cabeça, é içado pelas
patas, e estripado, mesmo ainda vivo.
Outros argumentam que não são eles
que matam, alguém faz esse trabalho
sujo. E outros afirmam que a carne é
essencial na alimentação do homem,
e citam até trechos de escrituras para
justificar-se.
53
‘inocentemente’ à distancia, é
cúmplice deste ato desumano.
Alguém pode ainda argumentar que
comer vegetais, como o alface, é
também um ato de violência, pois a
planta é sacrificada. Quanto a isso,
temos que considerar que os vegetais,
cereais e frutas são os alimentos
destinados aos seres humanos. Um pé
de alface que é comido cumpriu com
a sua função nessa vida. Sem dúvida,
existe violência nesse ato. O simples
fato de caminhar ou respirar, por
exemplo, está sempre sujeito a
alguma violência, pois podemos pisar
em formigas ou inspirar algum germe
no ar. Portanto, a conclusão é que,
para viver, a violência é inevitável.
54
violência desnecessária. Devemos
evitar a todo o custo essa violência
desnecessária. A matança de animais
deve ser evitada pois é desnecessária,
uma agressão à harmonia do universo
e um ato de covardia. Quanto à
violência aos vegetais, como por
exemplo, ao alface, nós devemos
estar conscientes desse fato. Devido a
isso, é recomendado nas escrituras,
que, antes de comermos, nós
ofereçamos o alimento a Deus, a fim
de purificá-lo e espiritualizá-lo.
Ademais, oferecer os alimentos é um
ato de devoção, amor a Deus.
55
uma das características mais
marcantes da cultura védica da Índia
milenar. É considerada uma atividade
altamente piedosa, e até mesmo
religiosa.
56
e que o povo indiano deveria
descartá-la, e acatar os padrões da
cultura ocidental, muito mais
‘racional e progressista’.
57
natureza, a maravilhosa criação de
Deus. Existe o respeito pela entidades
vivas em corpos inferiores ao
humano. Existe harmonia entre o
homem e os animais, enfim, com toda
a natureza.
58
nascimento de uma criança, acontece
da mãe morrer. A criança sobreviverá
se houver por perto uma vaca que a
alimentará com seu leite. Com esse
conceito em mente, quem mandaria
sua mãe ao matadouro?
59
amor.
60
rápidas e eficientes, produzem, entre
outras coisas, a compactação do solo,
dificultando a infiltração da água no
solo e alterando a estrutura biológica
da terra, e, conseqüentemente,
causando o empobrecimento e
desertificação do solo. Já o trabalho
da terra com os bois faz com que a
vida do solo intensifique-se.
61
regiões no Brasil, costuma-se
espalhar o excremento pelas áreas de
serviço—isso dá um ar de limpeza na
casa.
62
A vaca tem, também, uma profunda
significação à nível espiritual. As
escrituras védicas chamam o leite de
“religião líquida”. É dito que o leite,
consumido quente e antes de dormir,
além de acalmar a mente e propiciar
um bom sono, nutre certas células no
cérebro que abrem os canais da
consciência para o entendimento da
realidade espiritual transcendental.
Por sua vez, o leite, na forma de ghi,
é o principal ingrediente em todos os
rituais de sacrifício e oferendas a
Deus. Mesmo hoje em dia, existem
muitos templos na Índia que mantém
uma goshala, ou curral de vacas, na
área do complexo do templo.
63
karma, a lei da ação e reação. Uma
atividade piedosa trará como reação
satisfação, inteligência, saúde, e toda
a sorte de benefícios, enquanto que
uma atividade perversa ou contrária
às leis de Deus, trará,
conseqüentemente, sofrimento.
64
irão beneficiar muitas pessoas; e, por
fim, f) proteger as vacas. Portanto,
pessoas conscientes disso estão
sempre prontas para investir em seu
próprio karma.
65
lo aos demais. Essa deve ser a missão
de nossas vidas.
66
pessoa desenvolve consciência
espiritual pura, e torna-se um
receptáculo da misericórdia de
Krishna, condição essencial para
fazer de nossa vida um sucesso.
67
mentalidade do homem moderno.
Com o objetivo de se produzir mais
carne e ter mais lucro, as vacas foram
alimentadas com um tipo de ração da
pior qualidade. A ração, além de
produtos químicos e hormônios
artificiais, continha entre outras
coisas, víceras de animais já
sacrificados, devidamente
processados para dar gosto atrativo.
Esta ração era considerada a mais
balanceada e mais barata, portanto, as
oportunidades de lucro eram
enormes. Mas, qual foi o resultado?
Uma séria epidemia nos animais e
contaminações alimentares aos que
consumiram sua carne. Como
conseqüência, mais de cinqüenta mil
vacas foram estupidamente
68
sacrificadas e, sabe-se lá quantas
pessoas foram contaminadas com
agentes cancerígenos que irão
manifestar-se no decorrer do tempo,
além de prejuízos de milhões, que
poderiam ser utilizados para o
benefício da humanidade. Esse é
somente um entre muitos exemplos
que acontecem no mundo
considerado civilizado.
69
Hoje em dia, nos grandes centros
urbanos, as sofisticadas churrascarias
são símbolos de status social. Para os
menos gastadores, as conhecidas
redes de fast-foods dos shoppings,
com seus hamburgueres e salsichas,
são a atração para língua.
70
está carregado com uma vibração
muito negativa de violência e
impiedade. O pior de tudo é que
mesmo muitas pessoas de boa índole,
ao terem conhecimento disso, não
conseguem desvencilhar-se do hábito
de comer carne. O comer carne torna-
se sua segunda natureza, como se
fosse um vício impossível de se
descartar. Recentemente a revista
Super Interessante, que trata de
tópicos científicos, teve como matéria
de capa, um artigo que dava a
conclusão de um congresso mundial
de medicina provando que a carne é o
maior agente cancerígeno. Quantos se
sensibilizaram com essa informação e
pararam com o consumo da carne
71
transcendental védico, existe uma
relação direta entre a matança de
animais e a violência. Dentre todos
problemas que assolam nosso planeta,
a violência é um dos principais.
Tomamos conhecimento diariamente
de absurdos que acontecem em todo
mundo—atentados, assassinatos
coletivos, massacres, guerras com
extermínio étnico, torturas, assassinos
infantis, e muitos outros horrores.
Recentemente um criminoso paulista,
o ‘moto-boy’, matou nove ou dez
namoradas. Depois de preso, ele
declarou que seu maior prazer na
adolescência era freqüentar um
matadouro. Ele absorveu a vibração
de violência em sua consciência e
tornou-se insensível ao ato de matar.
72
Violência, definitivamente, só pode
gerar violência. Essa é a lei do karma.
73
campo. Com programa de proteção
das vacas de Goura-Vrindávana, nós
estamos dando uma oportunidade
para os moradores das cidades
participarem e estarem conscientes da
realidade da vida no campo. Essa
integração irá certamente quebrar a
rotina artificial urbana e acrescentar
um toque de natureza na vida
cotidiana.
74
de preservar o pouco de florestas
nativas que restaram, e proteção de
espécies em vias de extinção, como
baleias, focas, tartarugas, mico-leão,
e outras, mas praticamente nada foi
feito até agora para frear a exploração
e matança dos bovinos. Portanto,
alguém tem que se preocupar com
isso e fazer alguma coisa.
75
o bife é uma necessidade nutritiva
como fonte de proteínas e a matança
dos animais é uma atividade
econômica normal, plenamente
aceitável na sociedade.
76
que têm o poder econômico na mão
não admitem serem desafiados e
contra-atacam de diferentes maneiras.
Mas nós temos Krishna e razão ao
nosso lado. Que haveríamos de
temer?
77
Proteção das vacas e a Economia
78
econômica desses empreendimentos?
Será que estão resolvendo os
problemas do homem?
79
Vemos, a partir desse dado, ‘uma luz
no fundo do túnel’, uma esperança de
que algum dia a comunidade
científica irá reconhecer a visão
ecológica e holística da Natureza, e
irá considerar a proteção dos bovinos
como a única saída para o verdadeiro
progresso e bem estar do planeta.
80
dos animais, que é uma atividade no
modo da bondade, e deve, inclusive,
ser economicamente produtiva, torna-
se um pesadelo. Se não há pastos
suficientes, o que os animais irão
comer? O que fazer com os animais
improdutivos?
81
animal, cursos técnicos para
treinamento dos devotos, instalações
para o beneficiamento do leite,
minhocário para produção de húmus
a partir do esterco, etc.
82
Capítulo 3
PROTEÇÃO DAS
VACAS
Srila Prabhupada exaustivamente
afirmou que a proteção das vacas
constitui a base da cultura
brahmínica. É a “marca registrada”
da cultura védica. Na verdade, não
podemos falar de cultura védica sem
considerar a proteção das vacas. O
que acontece é que para grande
maioria dos devotos seguidores de
Prabhupada essa afirmação é
meramente teórica. Pouquíssimos
83
devotos têm a noção do que proteção
das vacas realmente é.
84
trouxe a proteção das vacas para o
Ocidente. Um feito inédito até então.
Alguém tem dúvida quanto a isso?
85
Tive várias oportunidades em
programas públicos em me dirigir a
audiência da seguinte maneira:
“Muitas pessoas adotam cães e gatos,
e estão muito preocupadas em
proteger baleias, tartarugas,
golfinhos, mico-leão, etc. Nós, Hare
Krishnas, protegemos e cuidamos dos
bovinos”. “Em muitas culturas do
passado, os bovinos eram os animais
mais próximos dos humanos. Hoje
em dia, os gatos e cachorros
assumiram esse status”. “Com a
revolução industrial, os tratores
entraram no campo e os bois, usados
para tração e aração, tornaram-se
inúteis. O que fazer então com eles?
A solução foi comê-los. A sociedade
demanda cada vez mais quantidade
86
de leite para a confecção de
guloseimas e sorvetinhos. Para isso as
vacas são obrigadas a procriar. O que
fazer então com as crias machos?
Estabeleceu-se a cultura do
matadouro, uma poderosa indústria
da carne e o mito da carne como
alimento essencial para a saúde.”
Graças a Srila Prabhupada nos
livramos desse karma.
87
nascimento registrada, com nome do
pai e da mãe...” Fui calorosamente
ovacionado. Emocionante.
88
se um produto relativamente barato,
pois é subsidiado pela venda dos
animais machos ao matadouro. Por
sua vez, a vaca leiteira, depois de
alguns anos fornecendo o cobiçado
leite, é também mandada ao
matadouro quando sua produção
decresce e torna-se economicamente
inviável. Tudo isso está envolvido
numa atmosfera de violência. Uma
violência desnecessária. O fato é que
ao se consumir esse leite e derivados,
a pessoa fica irremediavelmente
relacionada karmicamente a essas
atividades, que são totalmente
contrárias ao dharma e consideradas
práticas pecaminosas.
89
foram retiradas várias substâncias
para confecção de produtos
derivados. Além disso, quando os
animais são tratados visando-se
somente o lado comercial, injetam no
animal um monte de remédios e
hormônios, cujos resíduos certamente
estarão presentes no leite. No leite
embalado em caixa, a situação é
inclusive pior, pois são adicionados
conservantes, como formol. Quando
o prazo de validade do produto expira
nas prateleiras do supermercado, ele é
recolhido para ser reciclado e, então,
volta de novo para a venda. Já não é
mais o leite como ele é.
90
dever dos vaishyas proteger as vacas
— go-rakshya. O guí é o elemento
mais importante nos yajñas. Nas
oferendas das deidades é impossível
se prescindir do leite. Principalmente
em grandes centros urbanos, como
vamos achar um leite confiável?
Devemos oferecer esse leite
comercial às deidades? E quando ao
consumo dos mesmos?
91
vegana. Um fato incontestável é que
o leite de vacas protegidas é
completamente vegano, pois não há
exploração e violência no processo da
produção.
92
argumentam dizendo que Prabhupada
aceitava esse leite e, mesmo embora
não fosse o ideal, se o leite é
oferecido com amor e devoção,
certamente Krishna o aceita. Esse
argumento tem normalmente sido
considerado como definitivo para a
solução desse impasse. Em vista de
tantas opiniões sobre esse assunto tão
delicado e controverso, como chegar
a um consenso? E agora? Como
resolver esse dilema? Qual seria uma
solução alternativa de consenso?
93
financeiramente os projetos de
proteção das vacas do movimento de
Prabhupada. Tal atitude espontânea
por parte dos devotos, mesmo
dispondo de pequena quantia,
fortaleceria tremendamente os
projetos dedicados à proteção das
vacas e, conseqüentemente,
fortaleceria o próprio movimento,
pois todos sabemos como Srila
Prabhupada amava e dava
importância a esse programa. Uma
doação regular, mesmo que pequena,
traria imensos benefícios espirituais
aos devotos e à missão de
Prabhupada.
94
um projeto simples. Na verdade, é
bastante complicado. É um projeto
que tem que ser totalmente
subsidiado. Não gera recursos.
95
superpopulação de animais e uma
fonte de ansiedades e problemas.
96
Outra despesa são os remédios.
Alguns meses atrás, a Vrinda, uma de
nossas vacas, estava a ponto de parir
e teve uma inflamação violenta em
uma das tetas. Seu úbere inchou
consideravelmente. A situação estava
crítica e urgente. Eu pessoalmente fui
até a cidade e recorri a um veterinário
que receitou antibiótico e outras
medicinas. Custo dos remédios: 120
reais. Em poucos dias a Vrinda estava
recuperada. Por aí, podemos ver que
não é muito barato manter esses
animais. Imaginem se não tivéssemos
uma reserva de lakshmi na hora para
cobrir um gasto urgente desses...
97
manutenção (roçada) dos pastos e das
cercas (moirões, arame farpado, etc.).
Esses são trabalhos custosos que
exige a contratação de pessoal
especializado para isso. Cada
operação como essa custa alguns
milhares de reais. A cada dois anos é
necessário fazer uma manutenção nos
pastos.
98
como alguns simpatizantes, têm
contribuído para esse programa. Mas,
mesmo assim, o montante ainda está
aquém dos gastos. Precisamos
fortalecer mais esse setor.
99
Várias áreas de pasto foram
irreversivelmente perdidas, pois
viraram capoeira. As medidas que
devem ser tomadas são urgentes. Se
todos os devotos e simpatizantes que
estão conectados com Nova Gokula
se conscientizarem de que é um dever
moral e espiritual de todos os
seguidores da cultura védica apoiar os
programas de proteção das vacas, a
administração de Nova Gokula
poderá facilmente resolver todos
esses problemas, que vêm se
arrastando sem solução por anos a
fio.
100
de proteção das vacas. Sabemos que
muitos devotos estão cooperando
financeiramente com os projetos
locais, mas ninguém vai empobrecer
se contribuir mensalmente nem que
seja com vinte reais para essa causa
tão valiosa. O importante é ter o
compromisso e a constância em suas
doações.
101
satisfação de nosso amadíssimo
acharya Srila Prabhupada.
102
Autor
103
filosofia em diversas instituições no
país. Paralelamente, estudou piano na
juventude e gravou dois CDs de
mantras com diversas participações
especiais, e viaja ao redor do mundo
dando palestras sobre a Filosofia
Védica.
104
105
106
107
108
Índice
Sumário 3
1- Além do
8
Vegetarianismo
2- Que mal há em matar os
49
animais?
3- Proteção das Vacas 83
Autor 103
109