- Compreender o objetivo da consolidação das demonstrações contábeis; - Conhecer os princípios para a apresentação e elaboração das demonstrações contábeis consolidadas; - Entender os principais conceitos pertinentes para a consolidação das demonstrações contábeis.
Estrutura do Conteúdo
Do ponto de vista conceitual, as demonstrações
individuais só deveriam ser divulgadas publicamente para o caso de entidades que não tivessem investimentos em controladas. No caso de existência desses investimentos, as entidades deveriam divulgar somente as demonstrações consolidadas, conforme estabelecido nas normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB. Todavia, a legislação societária brasileira e alguns órgãos reguladores determinam a divulgação pública das demonstrações contábeis individuais de entidades que contêm investimentos em controladas, mesmo quando essas entidades divulgam suas demonstrações consolidadas; inclusive, a legislação societária requer que as demonstrações contábeis individuais, no Brasil, sejam a base de diversos cálculos com efeitos societários (determinação dos dividendos mínimos obrigatórios e total, do valor patrimonial da ação, etc.). Enquanto vigente a determinação legal para divulgação das demonstrações individuais da controladora, requer procedimentos contábeis específicos para as demonstrações individuais das controladoras. Ressalta-se, primeiramente, que a equivalência patrimonial corresponde a uma forma simplificada de consolidação; por meio dela é consolidado no ativo da investidora o valor não de cada ativo e de cada passivo da entidade investida, mas apenas seu ativo líquido (patrimônio líquido) constituindo o valor patrimonial do investimento e determinado pela participação efetiva da investidora no patrimônio líquido da investida; e é consolidada no resultado da investidora não cada receita e cada despesa da investida, mas apenas a parte do resultado líquido pertencente à investidora em uma única linha (ICPC 09; R2, 2014). O objetivo da consolidação das demonstrações contábeis é apresentar as demonstrações da companhia controladora e de suas controladas como representativas de uma unidade econômica (FERREIRA, 2014). Apesar de serem pessoas jurídicas diferentes, a controladora e suas controladas pertencem a um mesmo grupo, e, portanto, formam uma unidade econômica. Na consolidação, essas sociedades são tratadas como se suas demonstrações representassem o patrimônio de uma única entidade (grupo econômico), permitindo, assim, a análise da atuação geral da controladora e de suas controladas. Neste sentido, o CPC 36 (R3) aborda o assunto acerca de demonstrações consolidadas. Objetivo da norma O objetivo do CPC 36 (R3) é estabelecer princípios para a apresentação e elaboração de demonstrações consolidadas quando a entidade controla uma ou mais entidades. Para atingir esse objetivo, o CPC 36 (R3): a) Exige que a entidade (controladora) que controle uma ou mais entidades (controladas) apresente demonstrações consolidadas; b) Define o princípio de controle e estabelece controle como a base para a consolidação; c) Define como aplicar o princípio de controle para identificar se um investidor controla a investida e, portanto, deve consolidá-la; d) Define os requisitos contábeis para a elaboração de demonstrações consolidadas; e e) Define entidade de investimento e estabelece uma exceção para a consolidação de controladas específicas de entidade de investimento. O CPC 36 (R3) não trata dos requisitos contábeis para combinação de negócios e seus efeitos sobre a consolidação, incluindo ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) resultante de combinação de negócios. Ressalta-se que o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) só deve ser classificado no subgrupo de intangíveis no balanço consolidado, nunca no balanço individual, onde deve permanecer integrando o saldo contábil do investimento, o qual é apresentado no subgrupo de investimentos; afinal, o goodwill assim calculado é pertinente à adquirida, pago pela adquirente (nos casos em que houve compra, por exemplo) e para esta, individualmente, representa parte do custo de seu investimento, mesmo que sujeito a impairment. Definições Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de grupo econômico, em que os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade econômica. Controle de investida: um investidor controla a investida quando está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder sobre a investida. Entidade de investimento é a entidade que: (a) obtém recursos de um ou mais investidores com o intuito de prestar a esses investidores serviços de gestão de investimento; (b) se compromete com os seus investidores no sentido de que seu propósito comercial é investir recursos exclusivamente para retornos de valorização do capital, receitas de investimentos ou ambos; e (c) mensura e avalia o desempenho de substancialmente todos os seus investimentos com base no valor justo. Grupo econômico é a controladora e todas as suas controladas. Participação de não controlador é a parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora. Controladora é uma entidade que controla uma ou mais controladas. Controlada é a entidade que é controlada por outra entidade. Poder são direitos existentes que dão a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes. Atividades relevantes: para o CPC 36 (R3), atividades relevantes são atividades da investida que afetam significativamente os retornos da investida.
Aplicação Prática Teórica
Exercício 01. (CESPE/2011) As demonstrações
contábeis consolidadas apresentam informações relativas ao grupo econômico como uma única entidade econômica. ( ) Certo ( ) Errado
Exercício 02. Julgue a afirmativa a seguir: ( ) O objetivo do CPC 36 (R3) é estabelecer princípios para a apresentação e elaboração de demonstrações consolidadas quando a entidade controla uma ou mais entidades. Além disso, trata também dos requisitos contábeis para combinação de negócios e seus efeitos sobre a consolidação.