02 O PADRE EVANGELISTA E O CELIBATO 03 O PASTOR EVANGÉLICO E O PADRE PRESOS 04 A FÉ DE MONTESQUIEU TARGINO ALVES 05 ELIZIO CALIMAN E O DIREITO DA MULHER 06 O AUMENTO DO JUDICIÁRIO E O JORNALISTA AZEDO 07 ROBERTO MATOU SEU IRMÃO GERALDO P... 08 DEUS MATOU O EX-JOGADOR SÓCRATES? 09 O HOMICÍDIO DO JUIZ E O TRIBUNAL DO JÚRI DE MATO G... 10 SÓCRATES, GARRINCHA E O ALCOOLISMO 11 CAPA 12 SOBRE ESSE PDF RAMÓN SAMPEDRO E O DIREITO DE MORRER Você, amigo leitor, gosta de assistir a filmes? Se a resposta for positiva, indico-lhe então um filme verdadeiramente lindo e comovente. Chama-se “Mar Adentro”, de Alejandro Amenábar. Dezembro passado, encaminhei a meus leitores alguns artigos em que fiz comentários acerca da eutanásia. Um leitor amigo me indicou o filme mencionado acima, dizendo-me que os meus argumentos a favor da eutanásia aparecem nessa película cinematográfica espanhola. Confesso, caro leitor, que fiquei curioso para ver o filme. Dias depois, fui a uma locadora bem perto de minha residência. Para a minha alegria, encontrei facilmente o filme. Chegando ao meu apartamento, coloquei o disco dvd no blue-ray, e fiquei perdidamente apaixonado pelo filme. Gostei tanto que resolvi gravá-lo. Há, no disco dvd, uma informação de que se trata de uma história real, vivenciada pelo espanhol Ramón Sampedro Cameán. O filme foi produzido com base no livro “Cartas do inferno”, de autoria do próprio Ramón Sampedro. E esse filme ganhou o Oscar em 2005, na categoria de melhor filme estrangeiro. No dia seguinte, após assistir ao filme por 2 vezes, fui à Livraria Cultura que fica situada na Casapark, bem próxima ao Parkshopping. Não encontrei o livro, porém fiz o pedido. 4 dias depois, a Livraria Cultura me comunica, por e-mail, que o livro havia chegado. Na mesma hora, já fui buscá-lo. Em duas tardes, li-o por completo. Dois dias depois, também em duas tardes, reli-o. Na capa do livro, está a foto real do Ramón Sampedro. Ramón Sampedro, caro leitor, nasceu no dia 5 de janeiro de 1943 em Xuño, uma pequena aldeia da província de La Coruña, na Espanha. Quando ele tinha 22 anos de idade, embarcou como mecânico em um navio mercante norueguês, e, como marinheiro, percorreu 49 portos do mundo inteiro. Ramón esteve também no Brasil, no porto de Fortaleza, capital do Ceará. No dia 23 de agosto de 1968, com 25 anos de idade, Ramón, de um rochedo, pulou na água do mar apenas com o intuito de tomar um gostoso banho. A maré havia baixado e o choque de sua cabeça contra a areia produziu uma fratura na 7ª vértebra cervical. Ramón ficou tetraplégico. Apenas mexia a cabeça. Nada de braços, de pernas, de ombro, enfim, de todo o seu corpo. Viveu durante 30 anos sua tetraplegia, lutando pelo direito de morrer dignamente por meio da eutanásia. A Justiça espanhola não lhe deu esse direito. Em janeiro de 1998, com 55 anos de idade, Ramón, com a ajuda de uma mão amiga, conseguiu seu intento. O filme “Mar Adentro” mostra o sofrimento e a luta de Ramón Sampedro para pôr um fim à sua própria vida. Tetraplégico, após a morte de sua querida mãe, que cuidava dele, Ramón foi morar na humilde casa de seu irmão José, casado com Manuela, localizada bem próxima ao rochedo de onde Ramón saltou para a sua tetraplegia. Ele não queria mais viver. Passava todo o tempo deitado numa cama. A cada 3 horas, Manuela tinha que movimentar o corpo dele para mudar de posição. Para escrever, Ramón colocava a caneta na boca, já que seus braços e mãos não tinham movimento algum. Seu sobrinho, Javi, filho de José e Manuela, digitava o que seu tio escrevia com sacrifício. Apesar de querer morrer, Ramón era um homem brincalhão e gozador. Mais tarde, seus escritos foram reunidos formando o livro “Cartas do inferno”. Nesse livro, pois, estão presentes as poesias e as cartas feitas por Ramón em resposta às inúmeras cartas que ele recebia, umas contra a eutanásia, outras, a favor. Inclusive, no final do livro, encontra-se a última carta, de despedida, que ele fez para a sua família. Ramón era um homem muito inteligente. Percebe-se essa qualidade pela força de seus argumentos a favor da eutanásia. No início do filme, ele recebe, em seu quarto, a jovem Júlia que veio para fazer uma entrevista. Eis, amigo leitor, uma parte da conversa entre os dois: JÚLIA --- “Ramón, por que morrer?” RAMÓN --- “Bem... Eu quero morrer porque a vida para mim, neste estado... A vida assim não é digna. Entendo que outros tetraplégicos possam se ofender quando eu digo que a vida assim é indigna. Mas eu não julgo ninguém. Quem sou eu para julgar os que querem viver? Por isso, peço que não me julguem, nem quem me ajude a morrer.”. Na metade do filme, aparece a cena em que Ramón recebe a visita do padre Francisco, também tetraplégico. Padre Francisco em sua cadeira de rodas motorizada não consegue subir ao quarto de Ramón. Pede a Andrés, outro padre, que suba a fim de dar lições de ânimo a Ramón. As cenas são, realmente, engraçadas. O padre Andrés, de tanto subir e descer, levando recados e respostas, fica cansado. Ramón, então, resolve, de sua cama, falar bem alto a fim de que o padre Francisco o escute. Eis, caro leitor, um pouco do debate entre o padre Francisco e Ramón Sampedro: RAMÓN - “Por que a Igreja mantém, com tanta paixão, essa postura de medo da morte? Porque sabe que perderia a freguesia se as pessoas perdessem o medo do além. Padre Francisco, está me ouvindo?” PADRE FRANCISCO: - “Sim. Escuto você, Ramón!” RAMÓN - “Por que misturar as coisas? Espero que não tenha vindo fazer demagogia. Pois isso, vocês, jesuítas, sabem muito bem.”. PADRE FRANCISCO: - “Não. Claro que não! Mas, já que você falou em demagogia, Ramón, não acha que demagógico é dizer “morrer com dignidade”? Por que não deixa os eufemismos e diz, em alto e bom som, com toda crueldade, que vai se matar? E pronto!” RAMÓN - “Não deixa de me surpreender que mostre, ante minha vida, tanta sensibilidade, considerando que a instituição que o Senhor representa aceita, hoje em dia, a pena de morte, e condenou, durante séculos, à fogueira os que não pensavam ‘corretamente’? PADRE FRANCISCO – “Agora, você está sendo demagógico!” RAMÓN - “Claro! Mas deixemos os eufemismos, como você disse. Isso é o que teriam feito comigo, não? Queimar-me vivo por querer a liberdade!” PADRE FRANCISCO - “Ramón, meu amigo! Uma liberdade que elimina a vida não é uma liberdade!” RAMÓN - “E uma vida que elimina a liberdade não é vida! E não me chame de amigo! E deixe-me em paz!”. Outra parte muito bonita do filme ocorre quando o advogado de Ramón Sampedro o defende no Tribunal, perante os juízes de Direito: “Em um Estado que se declara laico, que reconhece a propriedade privada, e cuja Constituição protege o direito de não ser torturado, nem sofrer maus-tratos, cabe deduzir que alguém que se sinta degradado, como Ramón Sampedro, possa dispor de sua própria vida. De fato, ninguém que tenta o suicídio e falha é processado depois. Entretanto, quando é preciso a ajuda de outra pessoa para morrer com dignidade, então o Estado interfere na independência das pessoas e diz que não pode dispor de sua própria vida. Isso, meritíssimo, só se faz baseado em crenças metafísicas, quer dizer, religiosas. Em um Estado, repito, que se declara laico! Senhores, peço uma decisão jurídica, mas, sobretudo, racional e humana.” O advogado, de forma brilhante e racional, deu uma lição de sabedoria e lógica. Infelizmente, os juízes não a captaram. Negaram, pois, o direito de Ramón Sampedro ser submetido à eutanásia. No final do filme, Ramón vira a cabeça para a esquerda, pegando com a boca um canudo que está dentro de um copo. No copo, água misturada com cianureto de potássio. Alguém, obviamente, preparou tudo a pedido de Ramón. Com certeza, foi sua grande amiga Rosa. E Ramón pediu-lhe que sua morte fosse filmada. Antes de ingerir o poderoso veneno, Ramón, em sua cama, diante de uma filmadora, diz que foi uma criança que preparou tudo. Ele, é óbvio, assim agiu com o objetivo de afastar qualquer responsabilidade penal sobre sua grande amiga Rosa. E deu certo! Ramón morreu feliz, e ninguém foi responsabilizado penalmente. A história de Ramón Sampedro é realmente fantástica. E o filme a retratou muito bem. O ator que interpretou Ramón, Javier Bardem, é simplesmente maravilhoso. Eis, caro leitor, um filme lindo e empolgante. O livro “Cartas do inferno”, que deu origem ao filme “Mar Adentro”, escrito pelo próprio Ramón Sampedro, é mais maravilhoso do que o filme. Como é óbvio, há coisas ali que não foram mostradas na película cinematográfica. O mais emocionante se encontra no final do livro: a carta original de despedida de Ramón endereçada a seus familiares. O título “Cartas do inferno” foi uma escolha do próprio Ramón. Inferno porque foi escrito durante a sua tetraplegia, um autêntico inferno para Ramón. No início do livro, na página 17, Ramón escreve: “No dia 23 de agosto de 1968 fraturei o pescoço ao mergulhar em uma praia e bater com a cabeça na areia. Desde esse dia sou uma cabeça viva e um corpo morto.” Cabeça viva e um corpo morto porque Ramón, devido à tetraplegia, só conseguia mexer a cabeça. O resto do seu corpo estava morto, sem movimento algum. A cada 3 horas, sua cunhada, Manuela, o empurrava para mudar de posição. E Ramón usava sondas. Mais à frente, na mesma página, ele escreve: “Se eu fosse um animal, teria recebido um tratamento de acordo com os sentimentos humanos mais nobres. Teriam posto fim à minha vida porque lhes pareceria desumano deixar-me nesse estado pelo resto da vida. Às vezes é um azar ser um macaco degenerado!” Veja, amigo leitor! Que belíssima lógica utilizada pelo Ramón Sampedro! Em artigos passados, comentei acerca dela. Fico feliz por saber que o meu ponto de vista foi ventilado por Ramón. Como já afirmei, no Brasil, a prática da eutanásia é proibida. Só que essa proibição é maluca e ilógica por vários motivos. E um desses motivos está aqui. O Ramón tem toda razão. O Estado brasileiro, a exemplo da Espanha do tempo em que viveu Ramón, pratica a eutanásia em animais irracionais, porém nega sua prática a seres humanos. Que hipocrisia! Que estupidez! Veja, amigo leitor, por exemplo, um cavalo de corrida. Se um cavalo de corrida tiver, por exemplo, duas pernas quebradas, ele pode ser sacrificado a fim de que não sofra durante o resto de sua vida. Ou seja, o Estado brasileiro permite a prática da eutanásia porque não suporta ver o sofrimento do pobre cavalo. A mesma coisa, amigo leitor, ocorre com um cachorro, que também é um animal irracional. Se um cachorro qualquer for atropelado por um carro, e, levado a um veterinário, for constatado que não poderá sobreviver, o Estado permite que o veterinário pratique a eutanásia no cãozinho para que ele não fique sofrendo muito inutilmente. Ora, porra, se o Estado brasileiro permite a eutanásia em animais irracionais porque não aguenta ver os bichinhos sofrendo, com mais razão ainda deveria permitir a eutanásia em seres humanos porque, com certeza, é mais gritante o sofrimento de uma pessoa. Percebeu, caro leitor, a loucura do Estado brasileiro? Diante do sofrimento de um animal irracional, o Estado diz: “Mate o bichinho para que ele não sinta dor desnecessariamente!”. E, diante do sofrimento de um ser humano, o Estado diz: “Não matem esse filho da puta! Deixem esse filho da puta morrer naturalmente com dor intensa!” Que loucura! Que hipocrisia! Ramón Sampedro toca nesse ponto acima. E, bastante gozador, diz que foi um azar ele ter nascido um macaco humano pelo fato de o ser humano ser parente do chimpanzé. Se o Ramón fosse um macaco autêntico, por exemplo um chimpanzé, e tivesse quebrado a coluna, o Estado permitiria que ele fosse submetido à eutanásia. Já que ele não é um macaco autêntico, mas um ser humano, então o Estado não lhe permite a Eutanásia, ou seja, ele tem que se lascar até o dia em que a morte chegar. Que loucura! Que insensatez! Nas páginas 52 a 55, Ramón responde à carta de Belén, uma jovem que o aconselha a desistir de morrer por intermédio da ação de terceiros. Ela, pois, critica a eutanásia, sem apresentar fundamentação lógica. Num certo trecho (página 55), Ramón diz: “A eutanásia é uma forma racional e humana de ajudar. Sacralizar o sofrimento me parece ser a forma mais cruel de escravidão, e só as pessoas aterrorizadas pelo mito do pai e sem critério próprio podem acreditar em tamanha barbaridade. Meu corpo sobrevive graças aos medicamentos modernos, e a uma sonda para poder urinar, além da dedicação e do sacrifício de uma ou duas pessoas que se esforçam para manter-me com vida, limpo e alimentado.” Com razão, Ramón! A eutanásia é uma forma racional e lógica de ajudar. À luz da razão e do Direito, a vida de uma pessoa pertence exclusivamente a ela própria. Cada pessoa é dona de sua vida. Cada pessoa pode livremente fazer o que quiser com sua vida, sem dar satisfação a alguém. Se uma pessoa qualquer tenta se suicidar e não consegue, jamais será alvo de inquérito policial e, muito menos, de ação penal. Por quê? Porque ela tentou tirar a própria vida, e isso não é crime perante o ordenamento jurídico brasileiro. E por que não é crime? Não é crime porque a vida é da própria pessoa, e de mais ninguém. Assim, uma pessoa pode tirar a própria vida, mas não pode tirar a vida de outra pessoa porque aquela vida pertence a outrem. Se uma pessoa mata outra, vai responder por homicídio. Se uma pessoa tenta se matar e não consegue, não responderá por crime algum. Percebeu, caro leitor, como a vida de uma pessoa só pertence a ela, e a ninguém mais? Ramón afirma que a eutanásia é uma forma racional e humana de ajudar porque apenas ela poderia tirá-lo da vida infernal que ele levava, com imobilidade corporal, utilização de sondas para urinar, ingestão de medicamentos e o sacrifício de pessoas da família. E Ramón diz também que a sacralização do sofrimento é uma barbaridade. E é mesmo, caro leitor! Sacralizar o sofrimento significa dizer que o sofrimento existe porque é uma punição de Deus. Quer dizer que o sofrimento é algo sagrado. Que absurdo! Que burrice! Na verdade, sofrimento nada tem a ver com sagrado. Seres vivos (o homem e os animais irracionais) sofrem naturalmente. Não há deuses que causam nos seres humanos e nos animais irracionais pragas, doenças e acidentes. Essas desgraças surgem espontaneamente porque seres vivos são suscetíveis a elas. Nas páginas 60 a 64, Ramón responde à carta de outra jovem, Maria. Maria faz uso da religião para repudiar o desejo de morrer latente em Ramón. Ele, na página 61, escreve a ela: “Não me levanto, como você faz. Acordo às oito e meia da manhã. Escuto notícias ou música até nove e meia ou dez horas. Tomo café, e depois tenho algumas horas determinadas para ler, escrever o que penso. Enquanto trocam minha posição, a cada três horas --- mais ou menos ---, vou observando o que as autoridades inventam para que as nações e as massas olhem na direção que elas querem (...) Depois virão os espertalhões para nos oferecer suas religiões protetoras, com todo tipo de seitas e deuses diversos. O que deveria nos ser ensinado, desde que nascemos, é o espírito crítico. Deveriam nos explicar a teoria da origem da vida e a evolução das espécies. Seríamos melhores crentes. Seríamos mais humildes e muito mais humanos.” Com certeza! Ramón diz a verdade! É fácil explicar por que ele diz a verdade. Ao longo de sua história, o homem sempre criou deuses, os mais diversos. Basta analisar qualquer civilização humana. Os egípcios, por exemplo, criaram vários deuses. Eram, pois, politeístas. Os gregos, também, inventaram seus deuses, com características diferentes. Os hebreus, o povo da Bíblia, criaram apenas um Deus, Jeová, que também é adorado pelos cristãos. Os hebreus eram monoteístas. E os cristãos são também monoteístas. Os fenícios também tiveram os seus deuses. E, hoje, ainda há civilizações humanas que são politeístas. É fácil perceber que os deuses não são iguais. Ao contrário, são diferentes. Por quê? Porque cada civilização, cada povo, pensa de forma diferente. Ramón afirma que a humanidade deveria estar mergulhada na Ciência, e não nas religiões. Com certeza, os seres humanos seriam melhores. Ora, amigo leitor, a história das religiões é marcada pelo fanatismo e intolerância. A quase totalidade de todas as guerras havidas na história do homem é de cunho religioso. É o homem religioso que pratica as piores barbaridades, as piores maldades. As civilizações humanas, por causa da religião, matam seus semelhantes simplesmente porque adoram deuses diversos. Cada civilização vê seu deus ou seus deuses como verdadeiros. Por isso, os outros também devem acreditar neles. Se forem desobedientes, devem morrer. As 3 maiores religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) torturaram e mataram milhões de pessoas inocentes. Diante da maldade dessas 3 religiões, Adolf Hitler, um monstro, parece até que foi um ser inocente. Ramón diz à Maria que, desde a infância, deveria ser ensinado ao homem o espírito crítico, o espírito científico, em vez da religião. Com certeza, o mundo seria muito melhor. Por causa da religião, por motivos religiosos, seres humanos ainda hoje se matam. Nas páginas 86 a 94, Ramón escreve à sua querida amiga Laura. Há, no livro, muitas cartas dedicadas à Laura. Na página 87, Ramón diz: “O dia que me lancei ao mar --- melhor dizendo, que caí --- estava pensando, justamente, em outro amor: em um que durou apenas vinte e dois dias. Ela tinha dezoito anos e eu, vinte e quatro. Isso havia sido quase um ano antes, em um pequeno porto de Fortaleza (Brasil).” Nesse texto, Ramón revela que esteve no Brasil, em Fortaleza, capital do Ceará, onde, de passagem, como marinheiro, teve um caso amoroso com uma jovem. Isso ocorreu em 1967, um ano antes de Ramón ter mergulhado para sempre em sua tetraplegia. Na página 186, Ramón escreve: “O Estado e a religião, em sua condição de grupos e castas institucionalizadas para dominar, não têm razões de alcance ético e moral para negar o direito da pessoa de pôr termo a sua vida. A vontade pessoal é mais nobre porque o que a razão busca não é terminar com a vida, mas sim com a dor, que não tem sentido para a vida. O que o Estado e a religião perseguem é impor o princípio da autoridade. Mas um princípio que anula a liberdade de consciência é um princípio totalitário, imoral.” Mais uma vez, com razão, Ramón! O Estado e a religião não têm ética e moral para negar o direito da pessoa de pôr um fim à sua vida. O Estado mata seres humanos inocentes, que querem viver. E a religião também mata seres humanos inocentes, que querem viver. Onde está a ética? Onde está a moral? Veja, leitor amigo, o Estado brasileiro. Ele nega a prática da eutanásia a um ser humano que sofre, mas, por outro lado, mata seres humanos inocentes que querem viver. Que hipocrisia! Que ausência de ética! A Justiça brasileira, ao negar a eutanásia, se ampara no artigo 5º, “caput”, da Constituição, que diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...” A Justiça brasileira nega a eutanásia a um paciente que sofre, afirmando que, segundo a Constituição, o direito à vida é inviolável. Ora, cacete, porém essa mesma Justiça manda matar um ser inocente que realmente quer viver. Trata-se do aborto em razão de um estupro. Segundo o Código Penal brasileiro, se uma mulher engravida em decorrência de um estupro, querendo, a Justiça pode determinar que aquele ser humano que está dentro do útero materno, vivo, seja exterminado, morto. Que hipocrisia! Que falta de ética! Se a própria Justiça defende a inviolabilidade do direito à vida, não deveria permitir a prática do aborto em qualquer modalidade. Mas não só defende, como realmente manda matar um ser inocente. Ou seja, nesse caso, a inviolabilidade do direito à vida vai parar numa lata de lixo. Percebeu, caro leitor, a insensatez, a hipocrisia e a loucura da Justiça brasileira quando nega a eutanásia com apoio no mesmo princípio constitucional? Ou seja, a regra vale para a eutanásia, mas não vale para o aborto, que é gravíssimo, já que aqui o ser humano quer viver e goza de toda saúde. Veja outro exemplo, leitor amigo! O Estado brasileiro não permite a eutanásia, mas aceita que pessoas inocentes morram à míngua. Em todo o Brasil, nos hospitais públicos, crianças, mulheres e idosos morrem por falta de assistência médica. E morrem na calçada dos hospitais, sem atendimento, porque faltam médicos e leitos. Todos os dias, os noticiários de televisão mostram essa realidade. Onde está, pois, a garantia constitucional da inviolabilidade do direito à vida? Onde? Onde? Será que cidadãos inocentes que procuram hospitais públicos não têm direito a viver um pouco mais? Se têm, esse direito está na lata de lixo porque cidadãos estão morrendo todos os dias por falta de atendimento hospitalar. O Estado brasileiro, somente o Estado brasileiro, é o responsável pela ocorrência dessas mortes. Está matando pessoas inocentes que querem continuar vivendo. Como, então, proibir a eutanásia a um paciente que sofre, que realmente quer morrer para se livrar do sofrimento? Pura hipocrisia, não é mesmo, amigo leitor? Nas páginas 245 e 246, Ramón desabafa: “O conhecimento liberta o indivíduo da superstição e do temor (...) As religiões são pragas que a razão deve eliminar, mas temo que para resolver a crise elas tentarão fazer o que sempre fizeram: matar os mestres da razão científica pura com a alegação absurda de que são filhos (as) de um selvagem Satã.” Com razão, Ramón! Na página 262, ele mostra o quadro do inferno em que vivia há 27 anos: “Hoje se passaram vinte e sete anos. Hoje, vinte e sete anos depois, o inferno segue sendo minha morada. Tenho ao meu redor seres que me amam. Eles cuidam de mim com paciência, respeito e carinho, mas não posso tocá-los, nem lhes agradecer com uma carícia de minha mão. Sigo no inferno porque ouço a chuva, mas sei que não pode acariciar meu corpo, como antes fazia. Sigo no inferno porque não posso expressar o amor a uma mulher como meu cérebro deseja. Ela diz que com a minha boca lhe basta (...) Ela não é capaz de entender o que significa não sentir nada sexualmente. Vi e senti as chamas do inferno quando Rosita, a menor de minhas queridas sobrinhas --- tinha então três meses --- foi deixada sozinha comigo. Manuela, minha cunhada, a pessoa que torna mais suportável essa vida que não aceito viver, me disse que se a nenê chorasse a única coisa que deveria fazer era falar um pouco com ela. A nenê começou a chorar e eu lhe falava, lhe falava e, quanto mais coisas lhe dizia, mais ela chorava. Depois começou a tossir; eu percebi como ela engasgava, e, diante de minha impossibilidade de acalmá-la com minhas palavras, achei mais prudente me calar. Fiquei aterrorizado com a possibilidade de que se asfixiasse, e eu deitado em minha cama sem poder fazer nada. Sempre lembrarei daquele dia como o auge da impotência. Como naquela tarde em que minha mãe ---- morreu de pena pelo que me acontecera, mas os médicos lhe diagnosticaram um câncer --- caiu no meio do corredor. Também estávamos sozinhos. Ela havia desmaiado e eu, a dois passos dela, não podia ajudá-la. Pensei em sua morte e se repetiu a imagem de minha cabeça unida ao peso de um corpo morto, só ela funcionava.” Que triste relato! Não conheço, amigo leitor, sequer, um argumento contra a prática da eutanásia que seja racional, lógico e humano. Não conheço. O advogado de Ramón Sampedro foi notável diante do Tribunal: “De fato, ninguém que tenta o suicídio e falha é processado depois. Entretanto, quando é preciso a ajuda de outra pessoa para morrer com dignidade, então o Estado interfere na independência das pessoas e diz que não pode dispor de sua própria vida.” Aqui está a verdade, amigo leitor! Eis a prova incontestável de que a vida de uma pessoa só pertence a ela, e a mais ninguém. Repito: se um cidadão brasileiro resolve se suicidar, não obtendo êxito, jamais será indiciado em inquérito policial ou processado no Poder Judiciário porque não cometeu crime algum. E não cometeu crime algum justamente porque resolveu tirar a própria vida. Nesse caso, pode. Ora, se, no Brasil, uma pessoa pode tirar sua própria vida, não sofrendo punição alguma caso o suicídio não se realize, o mesmo direito deveria ser estendido a um médico que realiza a eutanásia a pedido de um paciente enfermo. Se um paciente não pode fisicamente mover braços e mãos para pôr um fim à sua vida, o que não acarretaria punição penal alguma, então o médico não deveria ser responsabilizado por esse ato, já que apenas substituiu braços e mãos do paciente paralítico. Isso é óbvio! Ou seja, o Estado brasileiro diz à pessoa que deseja suicidar-se: “Você pode tentar o suicídio. Se escapar, não será punido jamais. A vida é um direito, e não uma obrigação.” E esse mesmo Estado, diante de uma pessoa que deseja suicidar-se, mas não pode mover o corpo para realizar o ato, diz: “Você não pode obter ajuda de alguém para morrer. Se um médico fizer isso, será processado por homicídio. Você pode fazer a ação. Terceiros, não! Já que você não pode fisicamente realizar o ato, uma vez que não move seu corpo, sinto muito. Acaba de perder o direito de suicidar-se” Que loucura! Que insensatez! Que ausência de lógica! Num dia qualquer de janeiro de 1998, após sofrer com sua tetraplegia durante 30 anos por causa da ignorância humana, Ramón Sampedro, em segredo, diante de uma filmadora, virou sua cabeça para a esquerda, alcançando com a boca o canudo por meio do qual o veneno entrou em seu estômago. Deixou de sofrer poucos minutos depois. Morto, ele já estava desde 1968 quando ficou tetraplégico. O PADRE EVANGELISTA E O CELIBATO Anteontem, segunda-feira, dia 2, encaminhei aos meus leitores um artigo em que comentei as prisões do padre Evangelista Moisés de Figueiredo, católico apostólico romano, e do pastor evangélico Rubens Ferreira de Moraes, da Igreja Batista Central de Brasília. Ontem, terça-feira, dia 3, assisti ao DFTV que começa exatamente às 12h15. E vi o padre Evangelista. Confesso, amigo leitor, que fiquei com dó dele. Eu sei muito bem que ele praticou sexo com crianças. Eu sei disso. Porém, repito, fiquei com dó dele. Ao ser preso em sua casa situada no Condomínio Del Rey, ele sofreu uma agressão inútil e ilegal. Policiais civis do Distrito Federal colocaram nele algemas e, pior ainda, correntes em suas pernas. Isso é um absurdo! O padre, em momento algum, ficou revoltado com sua prisão. Permaneceu sempre calado e cabisbaixo. Não havia, pois, necessidade de colocação de algemas e, pior ainda, de correntes em suas pernas. Os policiais só fizeram essa desgraça porque se trata de um padre. Se fosse um banqueiro, por exemplo, o Daniel Dantas, com certeza não teria sido algemado atualmente, após as novas prescrições sobre o uso de algemas. E se fosse também um deputado federal ou senador, jamais isso teria ocorrido. Como se trata de um padre, não há problema. Algemas são colocadas e, pior ainda, correntes. Que absurdo! Na realidade, como afirmei acima, as algemas e correntes colocadas no padre Evangelista foram inúteis e ilegais. Inúteis porque não serviram para nada, já que ele não reagiu contra sua prisão, e ilegais porque ferem a nova disposição acerca do uso de algemas. O padre Evangelista, na verdade, é uma vítima. Isso mesmo, caro leitor! Ele é mais uma vítima da ignorância religiosa cristã católica. A Igreja Católica Apostólica Romana impõe aos seus sacerdotes o celibato. Ou seja, os sacerdotes católicos romanos não podem se casar. Como a Igreja Católica, loucamente, amarra o casamento ao sexo, conclui-se que os sacerdotes católicos romanos não podem fazer sexo. Se não podem se casar, é óbvio que também não podem fazer sexo. Isto é, seres humanos católicos romanos devem rejeitar o uso de órgãos naturais do corpo humano: o pênis e a vagina. Essa loucura católica romana nem sempre existiu. Antes, papas, padres, cardeais e bispos se casavam. Já que eles constituíam famílias, com obrigações civis, entre elas a herança, a Igreja Católica resolveu pôr um fim a essa situação, já que trazia prejuízos financeiros à instituição. Por isso se dizia que alimentar um padre era muito mais econômico do que alimentar uma família inteira. E aí a Igreja Católica Apostólica Romana resolveu impor a desgraça do celibato. O padre Evangelista Moisés de Figueiredo é um ser humano. Entre as pernas dele, um pouco acima do ânus, existe um órgão natural do corpo humano chamado pênis. É um órgão natural porque faz parte da anatomia humana. Se o pênis está ali, ligado ao padre Evangelista, então deve ter alguma finalidade. Isso é óbvio. E para que serve o pênis? A resposta é lógica, fácil e científica: o pênis do padre Evangelista, como qualquer outro pênis, serve para ser enfiado em algum buraco. Ele existe para ser colocado em algum buraco. Por isso mesmo é que o pênis fica duro. Se ele estiver mole, não vai entrar em buraco algum. E o pênis fica duro naturalmente. O que leva o pênis a ficar duro? A resposta também é fácil: o desejo sexual, a atração sexual. O desejo sexual, como é óbvio, nasce no cérebro. E o cérebro envia o comando para o pênis. E o pênis fica duro. Tudo isso é um processo normal e sadio do próprio corpo humano. O desejo sexual nasce no cérebro e é sadio que ele seja realizado por meio do pênis. O que estou escrevendo agora, amigo leitor, é a pura verdade. Somente um fanático religioso não percebe essa verdade tão cristalina e pura. O celibato, esse verme, é uma falsa parede que tenta inutilmente neutralizar o desejo sexual. É uma ignorância, um ataque ao corpo humano sem precedentes. É um desrespeito à própria fisiologia humana. Proibir um ser humano de fazer uso de um órgão natural do próprio corpo humano se resume num autêntico atestado de ignorância e fanatismo. Proibir um ser humano de usar o seu pênis ou sua vagina, é o mesmo que proibi-lo de usar sua boca, seus olhos, seu nariz, seu ânus etc. E essa loucura é propagada pela religião cristã católica. O celibato não interfere no desejo sexual, na atração sexual. O desejo sexual surge no cérebro, involuntariamente, e é natural e sadio. Já o celibato surgiu na cabeça doentia de cristãos, voluntariamente, e é artificial, convencional. Ou seja, pura doença humana! O padre Evangelista, pois, tem um pênis, e sente também desejo sexual, como é normal. Ele é, pois, igual a mim. A diferença entre mim e ele é que eu tenho uma mulher para fazer sexo. E posso propagar livremente esse meu relacionamento sexual. O padre, não! Ele não tem liberdade sexual porque uma organização religiosa doentia decidiu, a partir de certa época, que os padres não podem fazer sexo. Que loucura! Que ignorância! Que monstruosidade! Já que o padre Evangelista estava proibido de fazer sexo por entendimento louco de sua Igreja, como então lidar com o desejo sexual que brota natural e sadiamente de seu cérebro? Ora, o desejo sexual nasce para ser satisfeito. E só será satisfeito se o homem ou a mulher sentir o orgasmo. Esse processo do corpo humano é lindo e natural. O padre Evangelista, inicialmente, para saciar esse desejo natural, recorria à masturbação. Só que a masturbação é uma prática sexual solitária. Ela não preenche o vazio que fica. A relação sexual só é satisfatória quando há, no mínimo, duas pessoas envolvidas. A Natureza é bela. Ela criou um pênis que fica duro justamente para entrar em algum buraco. É normal, pois, que um pênis penetre em algum buraco. E é anormal, doentio e monstruoso proibir um ser humano de utilizar seu pênis para o fim a que ele se destina. O padre Evangelista tentou, em vão, seguir a louca norma de sua Igreja. Passou a fazer sexo com uma fiel católica, sua ex-auxiliar. Quando os policiais civis chegaram à sua casa para prendê-lo, ele estava deitado na cama, ao lado de sua amante que se encontrava completamente nua. Ou seja, o padre já estava preparado para fazer a coisa mais normal do mundo, ou seja, fazer sexo com uma mulher. Por pura ignorância religiosa, uma coisa que é normal se torna anormal: é um absurdo um padre fazer sexo, dizem os religiosos católicos. O desejo sexual do padre Evangelista não ficou restrito apenas à sua amante. Ele resolveu satisfazer seu apetite sexual recorrendo também a crianças, filhas de fiéis de sua igrejinha. Aqui mora o problema, caro leitor. À luz da legislação brasileira, o padre Evangelista pode fazer sexo com qualquer fiel que frequenta sua igreja. Pode fazer sexo com uma mulher ou com um macho católicos. Não há problema. Ele pode até “comer” a mulher do sacristão. Nada acontecerá ao padre. Nada de processo. Nada de inquérito policial. O padre só não pode transar com crianças. Fazer sexo com crianças. Por quê? Porque as crianças não podem dispor do próprio corpo por causa de sua ingenuidade. Fazer sexo com crianças é uma coisa deplorável, repugnante e é crime no Brasil. No Brasil, inúmeros padres fazem sexo com fiéis católicas, maiores de 18 anos. Fiéis sabem dessa realidade, mas não metem o dedo na ferida. Ano passado, contei aos meus leitores o caso do Padre Hosana que matou o bispo Dom Expedito de Sobral, minha terra natal. Padre Hosana tinha casos amorosos com várias mulheres. Todo mundo sabia, porém não atrapalhava a vida sexual do clérigo católico. O bispo sobralense resolveu estragar a vida sexual do padre. Não deu outra. Padre Hosana matou o bispo com o uso de um revólver. E, no Brasil, vários padres fazem sexo com crianças. De vez em quando, um desses casos vem a público. E aí o alvoroço é grande. As crianças são vítimas sexuais de alguns clérigos católicos por várias razões. A principal delas é a facilidade. Conquistar uma criança é algo muito fácil. Basta dar-lhe 1 real, uma balinha, um chiclete ou uma bonequinha. A pobre criança cai como um patinho. No Natal passado, o povo de Brasília vivenciou um caso desse. A criança Beatriz Silva do Nascimento, com apenas 9 anos de idade, foi estuprada e assassinada pelo pedreiro Francisco Cosme Leal da Silva, 39 anos, no domingo de Natal. Veja, amigo leitor, como foi fácil o miserável pedreiro conquistar a criança. Beatriz, que morava no Areal, situado em Taguatinga Sul, no domingo de Natal saiu de casa e foi, a pedido da família, a uma vendinha para comprar pão. No meio do caminho, encontra o marginal Francisco Cosme. O maldoso homem conversa com ela, prometendo-lhe doces e brinquedos. Caso ela tivesse interesse em adquiri-los, deveria acompanhá-lo até uma mata fechada. A pobre criança não teve maturidade suficiente para perceber a desgraça que estava por trás daquele falso convite. Passou a acompanhar o marginal. O vídeo exibido pela televisão mostra que ela estava muito feliz, caminhando ao lado do safado assassino. Pensava, na sua inocência, que realmente iria ganhar doces e brinquedos. Coitada! Ela não conhecia o marginal, porém acreditou piamente na conversa fiada dele. Percebeu, leitor amigo, como é fácil enganar uma criança? Se a pobre Beatriz caiu facilmente na lábia de um criminoso desconhecido, feio e mal vestido, o que se diria se ela estivesse diante de um padre pedófilo, com boa aparência, bem vestido e falando sempre acerca de Deus e de amor! A facilidade, pois, é a primeira arma utilizada por padres pedófilos para abater sexualmente suas vítimas infantis. A segunda arma é a garantia do segredo. Regra geral, as crianças não revelam nada aos pais. Elas ficam quietinhas. E os pedófilos contam com esse silêncio. O padre Evangelista não foi traído pelas suas vítimas infantis. Nada disso. O caso só foi descoberto porque uma mãe católica procurou a 30ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal para registrar a ocorrência. Essa Senhora estava desconfiando do comportamento de seus filhos e do padre. Não deu outra. Os menores foram ouvidos por policiais especializados. E, pressionados, revelaram tudo. Quando o caso veio ao conhecimento público, outros pais católicos procuraram também a Polícia para que seus filhos fossem ouvidos, já que conviviam diariamente com o padre. E choveram vítimas. Assim, a facilidade e o segredo são as principais armas utilizadas por padres pedófilos. Se um padre faz sexo com uma mulher acima de 18 anos, o risco de ser descoberto é enorme. A mulher, com certeza, vai revelar o segredo para a amiga mais próxima. E a amiga mais próxima para outra amiga. E, daqui a pouco, toda a cidade vai ficar sabendo. Com as crianças, isso não ocorre. Com certeza, se os padres pudessem se casar, constituir saudavelmente uma família, ter filhos, o número de pedofilia na Igreja Católica Apostólica Romana sofreria uma redução considerável. Nem todos os clérigos católicos romanos têm força suficiente para serem fiéis à ignorância religiosa chamada celibato. Todos têm desejo sexual, mas nem todos suportam a abstinência porque ela é contrária e imoral à natureza humana. Só mesmo um fanático religioso é capaz de colocar na cabeça uma monstruosidade desse quilate. O cristianismo é mais uma religião, uma superstição. Quem conhece a fundo sua história sabe muito bem que ele elevou o sexo à condição de pecado. A maior prova dessa realidade está no próprio livro “sagrado” dos cristãos: a Bíblia. Essa coletânea de livros foi dividida pelos cristãos em Velho Testamento e Novo Testamento. Na verdade, não existe Velho Testamento. O “Velho” Testamento, para os judeus, nada tem de velho. E ele, em sua maior parte, é peça constituinte de sua Bíblia judaica. Na Bíblia cristã, o cristianismo não está no Velho Testamento. Não há ligação alguma entre Velho Testamento e Jesus. Os líderes cristãos mentem aos fiéis. Na verdade, o cristianismo se restringe ao Novo Testamento. Se você, caro leitor, quer ler alguma coisa acerca de Jesus, abra então o Novo Testamento que se inicia no evangelho segundo Mateus, apesar de o primeiro evangelho a ser escrito tenha sido o de Marcos. No Velho Testamento, você, leitor, não encontrará nada sobre Jesus. Os líderes cristãos mentem aos fiéis. Veja, amigo leitor! As diferenças entre o Velho e o Novo Testamento são gritantes. O Deus do Velho Testamento está a milhões de quilômetros de distância do Deus do Novo Testamento. No caso em discussão neste artigo, o celibato, ou seja, a abstinência sexual, os pontos de vista do Velho e do Novo Testamento são completamente diferentes, antagônicos, contrários. No Velho Testamento, o sexo é apresentado como uma coisa maravilhosa, uma dádiva do Deus hebraico, que deve ser praticado todos os dias por todos os seres vivos. Por isso mesmo, nas sociedades hebraica e judaica, o adulto que não fazia sexo era criticado veementemente pelos sacerdotes. Assim, eles se casavam muito cedo para dar cumprimento à vontade de Deus, já que fez os órgãos genitais para esse fim. Ou seja, quem praticava sexo estava realizando a vontade de Deus. Se você, amigo leitor, abrir a Bíblia no livro de Gênesis, logo no primeiro capítulo, vai descobrir facilmente o que afirmei acima. Em Gênesis 1:21 e 22, está escrito: “21. Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. 22. E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves.” Nesse relato lendário bíblico, Deus criou os grandes animais marinhos, os animais que rastejam e as aves. Quando Deus acabou de fazê-los, o que Ele disse? Ora, Deus determinou que esses animais fossem fecundos, ou seja, que se multiplicassem e enchessem os mares e a Terra. E essa fecundação e multiplicação ocorrem por meio do sexo, ou seja, da relação sexual, com a introdução do pênis na vagina. Deus, então, deu ordem para que os animais marinhos e as aves fizessem sexo. Nada, portanto, de abstinência sexual. Em Gênesis 1: 27 e 28, está escrito: “27. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.” Deus, no sexto e último dia da criação, fez o homem e a mulher. Quando Deus terminou de fazê-los, o que Ele disse? Ora, Deus disse que o homem e a mulher fizessem sexo para que houvesse a multiplicação da espécie humana, enchendo, dessa forma, o planeta Terra. Isso foi ordem de Deus. Para isso, Deus colocou um pênis no Adão, e uma vagina na Eva. E Deus determinou que o pênis de adão ficasse duro para que pudesse penetrar na vagina de Eva. Portanto, Deus deu ordem para que o homem e a mulher fizessem sexo. Nada, portanto, de abstinência sexual. E assim, amigo leitor, as relações sexuais são abençoadas em todo o Velho Testamento. E o Novo Testamento? Será que as relações sexuais são vistas como uma bênção de Deus? Não, amigo leitor! Claro que não! É por isso que eu digo que o cristianismo elevou o sexo à condição de pecado. Qualquer estudioso de religião sabe disso. Como mostrei acima, no Velho Testamento, o sexo é uma coisa abençoada por Deus. E não só abençoada, mas uma ordem de Deus. Os seres vivos, portanto, deveriam fazer sexo. Coisa bem diferente é defendida no Novo Testamento. Aqui, o sexo é uma coisa imunda, pecadora, que deve ser evitada. Ou seja, o cristianismo joga na lata de lixo uma determinação de Deus que surgiu ainda no Jardim do Éden. Por considerar o sexo uma coisa imunda, um pecado, o cristianismo inventou que Maria, mãe de Jesus, ficou grávida por ação do “Espírito Santo”, e não por meio de uma relação sexual normal. Que loucura! Na fantasia religiosa cristã, se Jesus era o Cristo tão esperado, então ele não deveria vir ao mundo por meio do sexo, já que este era nojento e imundo. Daí, atribuíram a paternidade de Jesus ao “Espírito Santo”. Ou seja, fizeram a maior sacanagem com o pobre José, pai de Jesus. Em todo o Novo Testamento, o sexo é visto como uma coisa imunda, nojenta e pecadora. Pura ignorância cristã! Os eunucos, pessoas que não praticavam sexo, eram vistos como pessoas puras e maravilhosas, dignas de respeito. Inventaram também que Jesus jamais praticou relações sexuais porque não iria cometer esse terrível pecado. O apóstolo Paulo de Tarso praticava abstinência sexual e durante toda a vida se manteve casto. Fazia propaganda contra a prática da relação sexual até entre as pessoas casadas. Um autêntico neurótico sexual! Em 1 Coríntios 7: 1 e 2, está escrito: “1. Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; 2. mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.” Veja, caro leitor! No Velho Testamento, Deus determinou que o homem e a mulher fizessem sexo. Aqui, no Novo Testamento, na religião cristã, Paulo de Tarso prega que não é bom que o homem toque em mulher. Para aquele lunático cristão, o homem não deveria fazer sexo, não deveria tocar em mulher. E, no versículo 2, ele diz que, por causa da impureza (desejo sexual), o homem deve procurar uma esposa. Ou seja, o que era “impureza” para aquele neurótico sexual cristão, era uma pureza para o Deus hebraico, o Deus do Velho Testamento bíblico. E, mais à frente, nos versículos 8 e 9 do mesmo capítulo, ele diz: “8. E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. 9. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.” O neurótico sexual Paulo de Tarso prega, mais uma vez, que o homem não deve fazer sexo, permanecendo casto por toda a vida. Ora, esse lunático cristão viveu há 2 mil anos. Já pensou, amigo leitor, se todos os homens daquela época tivessem seguido o louco conselho dele? Com certeza, não haveria hoje um só judeu vivo na face da Terra. A civilização judaica teria desaparecido da Terra em razão da não multiplicação da espécie, já que deixaram de fazer sexo. Uma loucura, não é mesmo? O padre Evangelista Moisés de Figueiredo é, ao mesmo tempo, réu e vítima. Réu, em relação à pedofilia; e vítima da ignorância religiosa cristã católica que impôs a abstinência sexual aos seus sacerdotes, contrariando a ordem emanada do Deus hebraico. O PASTOR EVANGÉLICO E O PADRE PRESOS Hoje, segunda-feira, dia 2 de janeiro, por volta das 20h20, cheguei a Brasília, vindo de Caldas Novas, onde passei 3 maravilhosos dias mergulhado nas águas quentes. Ao chegar, encontrei à minha espera 4 exemplares do jornal Correio Braziliense. Devorei-os rapidamente. Para elaborar este artigo, escolhi duas matérias de caráter religioso. O Correio Braziliense, sábado passado, dia 31 de dezembro, o último dia do ano 2011, na página 23, trouxe a matéria intitulada “PADRE PRESO POR PEDOFILIA” A reportagem jornalística ocupou por completo a página 23 do supracitado jornal. Duas fotos se destacam: a do padre Evangelista Moisés de Figueiredo e a da Paróquia São Francisco de Assis, onde o missionário católico apostólico romano rezava missas. A foto do padre me deixou inquieto. Ele aparece sendo conduzido por policiais. Além das algemas, policiais civis do Distrito Federal colocaram correntes nas pernas do padre. Com certeza, um absurdo, tendo em vista as mais recentes normas acerca do uso de algemas. Ora, o padre foi preso em sua casa, no Condomínio Del Rey, sem esboçar reação alguma. Não havia, pois, a necessidade do uso de algemas e, pior ainda, de correntes. Se o padre fosse uma pessoa negra, eu iria até pensar que se tratava de um escravo brasileiro que morava em alguma senzala. Padre Evangelista, 49 anos de idade, atuava há 18 anos. Na Igreja de São Francisco de Assis, na região de Tororó, no Jardim Botânico, em Brasília, ele já estava há 10 anos. Ao ser preso em sua casa, por volta das 6h, ele foi flagrado por policiais civis deitado na cama ao lado de uma mulher nua, ex-auxiliar do pároco católico. Como se vê, caro leitor, o padre tinha um bom gosto. Existe algo melhor que uma mulher nua e gostosa ao lado de um homem numa cama? Claro que não, não é mesmo? Sua amante, uma fiel católica, após a missa, caía perdidamente nos braços do padre. Eu, sinceramente, não vejo problema algum nisso. O padre é um ser humano, e um ser humano sente atração sexual natural por outra pessoa. Isso é normal! O anormal é colocar na cabeça dos padres que eles não podem fazer sexo. Além de anormal, é loucura, é doentio e idiotice! O problema do Evangelista Moisés de Figueiredo é que ele fazia sexo também com crianças. Eis, aqui, o grande problema! Em razão disso, apenas disso, foi preso. Se ele tivesse feito sexo apenas com a sua fiel católica, não teria sido preso. Jamais! O calcanhar de Aquiles do padre é que ele foi se envolver com crianças, com pedofilia. Padre Evangelista foi preso sob acusação de ter abusado sexualmente de seis crianças com idades entre 5 e 14 anos. Ele vinha praticando esses abusos há um ano. Todas as vítimas, de origem pobre, são filhas de fiéis da Igreja. No meio católico, é público e notório que o padre goza de confiança total. Os pais das crianças abusadas deixavam-nas com o padre Evangelista, em qualquer lugar, depositando confiança total no clérigo católico. Valéria Raquel Martirena, delegada-chefe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), disse que o padre Evangelista “dizia às vítimas que ajudaria com tarefas escolares ou lhes daria dinheiro, entre R$ 20 e R$ 30, mas nunca cumpria a promessa. O acusado cometia vários tipos de abusos, desde apalpar as crianças até realizar práticas sexuais”. Padre Evangelista colocou no seu telefone celular um vídeo pornográfico. Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, delegado Onofre de Moraes, “Evangelista mostrava as cenas pornográficas às crianças antes de abusá-las. Todas as vítimas afirmam ter visto o vídeo”. Evangelista é cearense. Nasceu em Brejo Santo, cidadezinha do interior cearense, e agora ele foi realmente para o brejo, e um brejo que nada tem de santo. Foi ordenado em 1993 e pertence à Congregação de São Camilo de Lélis, da qual faz parte a Igreja São Francisco de Assis. Trabalhou durante oito anos na Igreja São Camilo, localizada na 303 Sul, em Brasília. Teve também rápida passagem pela Paróquia do Divino Espírito Santo, na 905 Norte. Elma das Neves Branco, vigilante e vizinha do padre Evangelista disse ao Correio Braziliense que “Ele bebia até cachaça pura, chegava bem ruim mesmo”. E, católica fervorosa, ela disse que está com a féabalada: “Eu deixei de ir sempre à Igreja justamente por causa de absurdos assim. Espero que essa investigação sirva para alguma coisa”. E a católica Germana Batista, que mora na região, disse que o padre Evangelista “era um homem muito bom. Não dá para confiar em mais ninguém mesmo”. Ora, amigo leitor! Como afirmei acima, o padre Evangelista é um ser humano. E qualquer ser humano sente naturalmente atração sexual por outra pessoa. A Igreja Católica Apostólica Romana, depois de muito tempo, criou a desgraça do celibato. Ou seja, passou a proibir que os missionários católicos se casassem, isto é, que eles fizessem sexo. Ora, leitor amigo, o que é mais forte: uma coisa natural do ser humano (sexo) ou uma coisa simplesmente convencional (celibato), inventada pelo ser humano? Claro que o sexo é mais forte! A desgraça do celibato não elimina o ardor sexual, a vontade de fazer sexo. Como é óbvio, muitos clérigos católicos não conseguem suportar a desgraça do celibato. E o padre Evangelista Moisés de Figueiredo é um bom exemplo dessa realidade. Ele não suportou a ausência de sexo. Transava com sua ex-auxiliar, uma fiel católica. Até aí tudo bem! O problema é que ele fazia sexo também com algumas crianças. A distância entre o celibato e a pedofilia é curta, muito curta. Muitos padres fazem sexo com crianças porque confiam na ingenuidade natural delas. As crianças não saem pelo mundo afora contando facilmente as coisas que os adultos lhes fazem. Por causa dessa ingenuidade infantil, muitos padres abusam de crianças. Eles evitam mulheres adultas porque elas espalham rapidamente suas aventuras amorosas. Com as crianças, isso geralmente não acontece. Percebeu, caro leitor, como é curta a distância entre a desgraça chamada celibato e a pedofilia? O celibato é um câncer que tenta inutilmente eliminar o natural desejo sexual de um ser humano. Pura burrice! Pura idiotice! O Correio Braziliense de hoje, segunda-feira, dia 2 de janeiro, o segundo dia do ano 2012, na página 18, traz uma reportagem com o título: “PASTOR PRESO POR ESTELIONATO” Na matéria inicial, o destaque foi um padre. Nesta, um pastor evangélico da Igreja Batista Central de Brasília, fundada pelo pastor Vilarindo. Ali, um pedófilo. Aqui, um estelionatário. Sobre a Igreja Batista Central de Brasília, que fica localizada na 603 Sul, em Brasília, escrevi alguns artigos. No dia 11 de outubro do ano passado, encaminhei aos meus leitores o artigo intitulado “Weslian Roriz e a Igreja Batista Central”. Ali, comentei a reportagem do Correio Braziliense datado de domingo, dia 30 de outubro de 2010, na página 30, com o título “O aborto chega à campanha”. Os meus leitores ficaram sabendo que os pastores da Igreja Batista Central de Brasília transformaram o templo cristão em palanque político a favor de Weslian Roriz e de sua filha Jaqueline Roriz, hoje deputada federal. Os pastores Vilarindo Lima, Ricardo Espíndola e Chancerley ofereceram um café da manhã à Weslian Roriz e à sua filha Jaqueline Roriz, candidatas respectivamente ao cargo de governadora do Distrito Federal e ao de deputada federal. Weslian perdeu. Jaqueline foi eleita. A Igreja Batista Central de Brasília ficou azul, a cor preferida da família Roriz. Nos fundos do salão principal, os pastores estenderam uma enorme faixa de cor azul, cor preferida pelo Roriz, em que estava escrito: “Sou contra o aborto. Sou família. Voto Weslian Roriz”. Num imenso telão, foram exibidos 2 vídeos. Aos fiéis foram mostradas imagens de fetos sendo abortados e de homossexuais trocando carícias. Enquanto as imagens eram mostradas, um pastor, ao fundo, emitia comentários. Num determinado momento, Lula aparece abraçado a Fidel Castro, e Dilma Rousseff, numa montagem criminosa, surge ao lado do nazista Adolf Hitler. E a estrela vermelha do PT é carimbada com a tarja “abortista”. E tudo isso patrocinado pelos pastores cristãos da Igreja Batista Central de Brasília. Pois bem, caro leitor! Mais uma vez, a Igreja Batista Central de Brasília volta a ser manchete de jornal. O pastor Rubens Ferreira de Moraes, com 51 anos de idade, foi preso por policiais civis da 1ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, localizada na Asa Sul, em Brasília. Segundo o jornal, o pastor evangélico tem passagens pela polícia por 16 (dezesseis) crimes, entre eles: estelionato, receptação, falsificação de documentos etc. E há 5 mandados de prisão em aberto contra ele. Enquanto a Polícia procurava prender o pastor, ele ministrava aulas na escola dominical em que crianças e adolescentes aprendiam as diretrizes da religião evangélica. Que diretrizes! O pastor Rubens é paranaense. Passou a freqüentar a Igreja Batista em 2000. Cursou teologia e estava concluindo o último semestre de Direito. Ele ajudou na fundação das igrejas Batistas do Guará II e de Ceilândia Norte. A aposentada Iara Queiroz, 60 anos de idade, fiel da Igreja Batista, disse ao Correio que o pastor Rubens “parecia bem sério. Inclusive, quando o meu pai ficou doente, deu um grande suporte espiritual. É difícil crer que ele tenha feito mal a alguém”. Outra fiel, a jornalista Lúcia Matos, 56 anos de idade, que o considerava radical em suas pregações, disse que “Ele chegava a chorar quando via algo errado. Falava que as pessoas fora da igreja eram bandidas, entre outras coisas que defendia com firmeza”. Veja, caro leitor! O pastor Rubens pregava aos pobres fiéis da Igreja Batista Central de Brasília que as pessoas de fora da igreja eram bandidas, pilantras, safadas. Na verdade, os pilantras e os estelionatários estão, em maior número, dentro das igrejas, atrás dos púlpitos, iludindo milhões e milhões de pessoas. O próprio pastor Rubens é um exemplo dessa realidade. Tem contra si inúmeros mandados de prisão. Já pensou, amigo leitor, se houvesse mandados de prisão contra estelionatos religiosos praticados a cada dia? Qual igreja estaria aberta hoje? A FÉ DE MONTESQUIEU TARGINO ALVES Montesquieu Targino Alves, morador do Lago Norte, em Brasília, escreveu o artigo intitulado “Sócrates”, que foi publicado no Correio Braziliense, no dia 9 do corrente mês, numa sexta- feira, na página 14. Ei-lo na íntegra: “A cada dia que se passa, infelizmente, estou mais descrente de tudo e de todos. De certa forma, essa tendência é justificável, pelos fatos que se sabe por intermédio da mídia. Assim, de repente fico imaginando, ou melhor, me indagando, sobre a morte do Dr. Sócrates, aquele cara que todos gostariam de ter ao lado para ouvir. Nesse momento é que vem à tona a descrença: o cara do bem foi levado sem a gente querer, enquanto corruptos sobrevivem a tudo e demoram ser chamados para o julgamento final.” Caro leitor! Tudo indica que o Montesquieu Targino Alves é uma pessoa cristã. Não dá para perceber se ele é evangélico, protestante ou católico. Montesquieu diz que está perdendo a fé cristã porque não consegue entender como o ex-jogador de futebol Sócrates, que era uma pessoa boa, morreu tão cedo, enquanto inúmeros corruptos safados estão aí com idade avançada, esbanjando saúde e riqueza material. Segundo Montesquieu, Sócrates foi “levado” muito cedo para o “julgamento final”. Ora, amigo leitor! O cérebro do Montesquieu Targino Alves está infestado de superstições. A religião cristã colocou na cabeça dele que, após a morte, haverá um julgamento final. Os líderes cristãos, loucos por dinheiro, pregam essa bobagem para que os fiéis fiquem com medo, não saindo dessa forma das igrejas. Cada fiel representa a certeza de um dízimo, de uma oferta ou de uma doação. Qualquer teólogo sério sabe muito bem que nunca haverá esse “julgamento final”. O livro de Apocalipse, que está no Novo Testamento, foi escrito há mais de 2 mil anos, e foi escrito para aquele tempo, e não para os dias atuais. O “fim dos tempos”, pregado pelos cristãos na época de Jesus, era esperado para aquela época, e não para milhares de anos depois. Como ele não veio, os líderes religiosos atuais mudaram o disco, pregando falsamente que o fim ainda virá. Pura sacanagem com os fiéis! Montesquieu diz que Sócrates foi “levado”. Ora, Sócrates não foi levado para canto algum. Sócrates morreu, e não existe mais. Na verdade, seu corpo foi realmente levado para o cemitério. E foi levado por seus amigos, e não por Deus ou por algum anjinho celestial. E ponto final. Montesquieu está puto de raiva porque uma pessoa boa como o Sócrates morreu tão jovem, enquanto políticos e autoridades corruptas duram muito tempo. O Montesquieu, coitado, pensa que os céus protegem ou punem alguém. Essa falsa proteção celestial é propaganda pelos líderes religiosos. Não existe proteção celestial alguma, como também não existe punição celestial alguma. Pessoas boas ou más morrem naturalmente. Quando uma pessoa morre, não existe Deus algum por trás disso. O Sócrates, segundo Montesquieu, era uma pessoa boa. E morreu aos 57 anos de idade. Isso não é novidade alguma. Faz parte do processo natural da vida. Em todo o mundo, todos os dias, morrem milhares de crianças muito mais inocentes do que o Sócrates. Há crianças que morrem quando ainda estão no útero materno, ou seja, não viram sequer o planeta Terra, não cometeram crime algum, mas já nascem mortas. E há também pessoas más que morrem muito cedo. Basta que você, caro leitor, veja a relação dos políticos brasileiros, por exemplo, que morreram recentemente. Muitos morreram com idade mais nova do que a do Sócrates. Montesquieu está equivocado quando diz que somente as pessoas boas morrem com idade baixa. Adolf Hitler (1889 – 1945), por exemplo, que era muito mau, morreu aos 56 anos de idade, ou seja, viveu menos do que o dr. Sócrates. Já o arquiteto brasileiro ateu Oscar Niemeyer, que é uma pessoa boa, está com 104 anos de idade. Qual será o político corrupto brasileiro ou a autoridade corrupta brasileira que atingirá a idade do Niemeyer? Muito difícil, não é mesmo, amigo leitor? Entendo a frustração do Montesquieu. Ele queria que as pessoas más morressem logo. Realmente, é triste a gente ver corruptos agindo livremente, sem punição alguma, porque o Sistema os protege. A gente vê o mal como se houvesse uma punição correspondente. A fome de justiça está dentro das pessoas que sofrem. Porém, lamentavelmente, o mal triunfa sem punição alguma. E, como aquela justiça na Terra não se realiza, é supersticiosamente transportada para “outros mundos”. ELIZIO CALIMAN E O DIREITO DA MULHER Pessoas há que fazem críticas de forma equivocada. Elizio Nilo Caliman, que mora no Lago Norte, em Brasília, escreveu um pequeno artigo intitulado “Direitos”, que foi publicado no jornal Correio Braziliense, segunda-feira passada, dia 12, na página 10. Eis, na íntegra, o seu artigo: “Com frequência, certas campanhas para combater a discriminação acabam produzindo efeito contrário. Folheto de advertências distribuído pela Polícia Civil do Distrito Federal, Departamento de Polícia Circunscricional, destaca: “Toda mulher tem direito de viver sem violência”. E o homem, não tem o mesmo direito? Senti-me discriminado. A Constituição Federal, no inciso I do art. 5º, reza: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”. Seria acertado dizer: todo ser humano tem direito de viver sem violência.” Elizio Caliman, morador de Brasília, ao fazer a crítica acima, escorregou em casca de banana. Sua crítica é equivocada. Ele está mais por fora do que bunda de índio. Elizio reclama de um folheto que foi distribuído pela Polícia Civil do Distrito Federal. Esse folheto traz a frase “toda mulher tem direito de viver sem violência”. Ao ler esse enunciado, Elizio se sentiu discriminado, inferiorizado, porque só se referia à mulher, deixando o homem de fora. Invocando a Constituição, Elizio diz que o homem também tem o direito de viver sem violência e que o certo seria “todo ser humano tem direito de viver sem violência”, já que a expressão “ser humano” contemplaria ao mesmo tempo a mulher e o homem. Como afirmei acima, a crítica de Elizio é equivocada. O folheto distribuído pela Polícia Civil não merece correção alguma. Não ofende a Constituição. E também não ofende homem algum. Está, pois, perfeito. Ora, o folheto agasalhou apenas a mulher por uma questão de política criminal. Quem, em sua quase totalidade, é a vítima da violência doméstica, o homem ou a mulher? A resposta, com apoio nas estatísticas, é óbvia: a mulher é o eterno saco de pancadas. Quem, em sua quase totalidade, é o agressor nos casos de violência doméstica, o homem ou a mulher? A resposta também, com base em estatísticas, é óbvia: o homem é o autor das agressões físicas e morais. Estou com 55 anos de idade. Durante todo esse tempo, jamais vi uma esposa praticar violência física contra o marido. Ao contrário, só vi esposos e namorados espancando sua esposa ou namorada. Ou seja, somente a mulher é que diariamente vem sofrendo horrores nas mãos dos machos. Por dia, no mínimo, 10 mulheres são assassinadas pelo esposo, namorado ou amante. Essa desgraça ocorre todos os dias. E, com certeza, em cada edifício residencial, há, no mínimo, uma mulher que apanha do marido. Eu mesmo sou testemunha ocular dessas agressões. No Gama, por exemplo, morei em edifício residencial e em casa isolada. No Edifício Residencial Plaza Gama, situado no setor central, conheci 3 homens que espancavam a esposa. Por pouco, não dei uma surra em um deles no momento exato em que agredia sua frágil esposa. Minha esposa começou a chorar quando eu já estava abrindo a porta de meu apartamento para dar uma lição naquele covarde. Ao sair do Plaza Gama, fui morar no setor norte, numa casa em rua aberta. Os meus vizinhos, o da casa direita e o da casa esquerda, batiam em sua esposa. À noite, eu escutava os gritos femininos de socorro e as pancadarias. Pela manhã, via hematomas nos rostos das mulheres. Coitadas! A própria Polícia Civil do Distrito Federal, há poucos dias, publicou estatísticas relativas aos crimes praticados no Distrito Federal no período de 1º de janeiro a 29 de novembro do fluente ano. Eis, caro leitor, uma delas: “Latrocínio 52 Tráfico de drogas envolvendo crianças e adolescentes 585 Roubo com restrição de liberdade da vítima 615 Homicídio 674 Violência contra a mulher 10.171 Furto de veículo 5.024 Roubo de veículo 2.451 Roubo a banco 1” Ora, as estatísticas não mentem. Os números acima comprovam que a violência contra a mulher é o crime mais comum, que ocorre com mais frequência, superando os demais. Em razão dessa realidade, foi elaborado o folheto, destacando, como é óbvio, apenas a mulher porque é ela que figura, em sua quase totalidade, como vítima da violência doméstica. Isso, em momento algum, significa que o homem não tenha os mesmos direitos. É claro que a mulher tem o direito de viver sem violência, e o homem também. O leitor Elizio Caliman fez um raciocínio torto e equivocado. Ele pensa que o folheto distribuído pela Polícia Civil agride a Constituição, já que esta afirma que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Não existe agressão alguma. E o Elizio pensa também que essa igualdade em direitos e obrigações entre homem e mulher é absoluta. Não, caro leitor, não é! A própria Constituição concede direitos à mulher que não são concedidos ao homem, apesar de ela afirmar que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Se o Elizio soubesse disso, iria ficar com dor de cabeça. Só para ilustrar, forneço alguns exemplos. Veja, amigo leitor! A prestação do serviço militar obrigatório é uma obrigação. A mulher presta o serviço militar no Brasil? Claro que não! Apenas o homem é que é obrigado a se alistar no serviço militar quando atinge os 18 anos de idade. Portanto, nesse caso, não há igualdade de obrigação entre o homem e a mulher. A mulher sai beneficiada. No Brasil, o homem e a mulher se aposentam nas mesmas condições? Claro que não! De acordo com a própria Constituição, o tempo de serviço relativo à mulher é mais curto, ou seja, a mulher se aposenta mais cedo do que o homem. Portanto, mais um caso de desigualdade entre o homem e a mulher, apesar de a Constituição afirmar que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. No âmbito da Justiça do Trabalho, há vários direitos relativos à mulher que são negados ao homem. Por exemplo, o empregador não pode empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 quilos para o trabalho contínuo, ou 25 quilos para o trabalho ocasional. Portanto, mais um caso de desigualdade entre o homem e a mulher, apesar de a Constituição afirmar que os homens e a mulheres são iguais em direitos e obrigações. Vê-se, pois, que a alegada igualdade em direitos e obrigações entre homem e mulher não é absoluta. O Elizio Caliman escorregou realmente em casca de banana. O AUMENTO DO JUDICIÁRIO E O JORNALISTA AZEDO Sr. Luiz Carlos Azedo Em sua coluna publicada no Correio Braziliense ontem, sexta-feira, dia 16, na página 6, sob o título “Sem aumento”, o Senhor fez duas comparações entre os servidores do Poder Judiciário e os empregados regidos pela CLT. Ei-las: a) “Enquanto os trabalhadores regidos pela CLT receberão aproximadamente 6,5% de aumento em 2012, os servidores do Judiciário lutam por 56% de aumento.”; b) “O salário médio dos trabalhadores CLT com carteira assinada está em R$ 1.612. O salário médio dos servidores da Justiça, segundo o governo, estaria em R$ 11.466.”. Veja, Senhor Azedo! Milhares de leitores bobos do Correio Braziliense, ao lerem seu artigo, vão se posicionar contra o aumento salarial reivindicado pelos servidores do Poder Judiciário. Eles vão raciocinar da seguinte forma: “Ora, que absurdo! Os celetistas com carteira assinada têm um salário médio de R$ 1.612. Os servidores do Judiciário, R$ 11.466. E esses caras ainda querem aumento! E os celetistas, apesar do salário baixíssimo, só receberão 6,5% de aumento. Já os servidores do Judiciário, que já ganham muito, ainda querem 56% de aumento. Que absurdo! Que injustiça!”. Leitores bobos chegarão a essa infantil e falsa conclusão. Ora, não se pode comparar salário de servidor do Poder Judiciário com salário de empregado regido pela CLT. São naturezas distintas. Celetistas devem ser comparados com celetistas. E servidores do Poder Judiciário devem ser comparados com os demais servidores federais, por exemplo, os do Congresso Nacional e os do Tribunal de Contas da União. Ou seja, cada macaco no seu galho. É público e notório que os servidores do Senado Federal e da Câmara dos Deputados ganham os melhores salários do funcionalismo federal. A remuneração de um analista legislativo é superior, e muito, a recebida por um analista judiciário. E a mesma coisa ocorre na Câmara dos Deputados, no Tribunal de Contas da União e em muitas carreiras do Poder Executivo. Os servidores dos órgãos acima citados, apesar de terem as melhores remunerações, recebem facilmente aumentos anuais sem a necessidade de greves. Já os servidores do Poder Judiciário, que recebem muito menos, ficam sofrendo pressão das mais variadas espécies. Por que um analista judiciário deve ganhar mensalmente 6 mil reais, enquanto um analista legislativo percebe 16 mil reais? Por que um técnico judiciário deve ganhar 4 mil reais, enquanto um técnico do Senado Federal fatura 13 mil reais? A remuneração dos servidores do Judiciário deve ser, pois, comparada com a dos demais servidores federais, e não com o salário percebido pelos celetistas. Os celetistas, que formam a maior massa de trabalhadores, têm realmente um salário extremamente miserável, incapaz para satisfazer suas necessidades básicas. Porém, compará-lo com um servidor do Judiciário, do Legislativo ou do TCU é uma autêntica insensatez. A quase totalidade dos celetistas ganha um salário mínimo por mês. E não tem carteira assinada. Ser contrário a um aumento reivindicado pelos servidores do Judiciário apenas porque os celetistas ganham uma miséria, é uma atitude ilógica e insensata. O governo, como sempre, mente, Senhor Azedo! Há dinheiro suficiente para atender a reivindicação dos servidores do Poder Judiciário. O governo mente vergonhosamente. O próprio deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), relator-geral do Projeto da Lei Orçamentária de 2012, afirmou publicamente que o problema não é a falta de dinheiro, mas a falta de acordo com o Palácio do Planalto. Percebeu, Senhor Azedo? A presidente Dilma e seus amiguinhos dizem, com assombro, que o impacto será de 7 bilhões. O povão idiota ouve esse discurso bobo e pensa que o país vai quebrar. O que são 7 bilhões em bilhões e bilhões de dinheiro? Como disse Chinaglia, dinheiro há. O que não está havendo é vontade política. A política brasileira , Senhor Azedo, me causa ânsia de vômito. ROBERTO MATOU SEU IRMÃO GERALDO POR SOLIDARIEDADE Ontem, domingo, dia 14, à noite, minha esposa me chamou para que eu assistisse a uma matéria do programa televisivo Domingo Espetacular, apresentado pelo Paulo Henrique Amorim. Soltei temporariamente um bom livro e passei a ver a manchete. Em outubro passado, na pequena cidade de Rio Claro, no estado de São Paulo, Geraldo Rodrigues de Oliveira, 23 anos, tetraplégico, foi assassinado com dois tiros em sua cadeira de rodas, dentro de sua casa. Quem o matou foi o seu próprio irmão Roberto Rodrigues de Oliveira, 22 anos. Por que Roberto disparou dois tiros fatais em seu irmão Geraldo? Ora, Roberto matou seu irmão a pedido dele. Há muito tempo que Geraldo estava numa cadeira de rodas, tetraplégico, em virtude de um acidente automobilístico. Ao ficar eternamente sentado em uma cadeira de rodas, casado e pai de um filhinho, o pobre Geraldo perdeu o sentido da vida. Para não se tornar um peso para sua esposa, saiu de casa, deixando-a com o seu querido filho. Foi morar com o irmão Roberto. Geraldo, todos os dias, pedia que o seu irmão o matasse. Roberto, com dó do sofrimento atroz do irmão, mudava de assunto, procurando acalmá-lo. Porém, Geraldo não mudava o disco. Todos os dias, implorava por sua morte. Pressionado pelo sofrimento do irmão, Roberto, com muito custo, resolveu atender o seu pedido. Meteu 2 balas no corpo inerte do irmão. E semana passada foi preso porque a polícia descobriu que ele praticou a eutanásia. E espero que ele hoje já esteja solto. Já escrevi muito acerca da eutanásia. Sou totalmente a favor de sua prática. Infelizmente, neste país marcado pelo atraso, corrupção e impunidade, a eutanásia não é permitida. Dessa forma, o pobre Roberto vai responder por homicídio doloso, o que é na lógica um autêntico absurdo. Ao contrário, ele deveria receber uma medalha por ter praticado esse ato de solidariedade humana. O jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho recebeu uma medalha da Academia Brasileira de Letras. Não merecia. Já o Roberto Rodrigues de Oliveira merece! O Geraldo, amigo leitor, já não vivia. Vida para ele significava vida real: fazer amor com sua esposa, correr com seu filhinho, caminhar pelas ruas, urinar e cagar num vaso sanitário, vestir sozinho suas roupas etc. Por causa de sua eterna paralisia, não podia mais fazer as coisas mencionadas acima. Ele se sentia um trapo, um verme, morrendo lentamente. Para que, então, prolongar esse sofrimento sem fim? Veja bem, caro leitor! A vida do Geraldo pertencia a quem? Ora, de acordo com a própria legislação brasileira, a vida de uma pessoa só pertence a ela, e a ninguém mais. Ora, se a vida de uma pessoa pertence apenas a ela, e a ninguém mais, conclui-se, pois, que uma pessoa pode dispor de sua vida a qualquer momento. Isso é lógico! Tanto é lógico que uma pessoa pode se suicidar quando bem entender. E, à luz da própria legislação brasileira, uma pessoa que tentou se matar, ou seja, tentou praticar suicídio, não pode ser punida. Isto é, não existe no Brasil punição alguma que possa ser aplicada a uma pessoa que não conseguiu se suicidar. Por quê? Ora, porque a vida pertence à pessoa, e ela pode fazer o que quiser com ela. Se uma pessoa, por exemplo, se corta profundamente com uma faca, jamais poderá responder pelo crime de lesão corporal. Por quê? Porque o corpo é dela, e de ninguém mais. Geraldo não queria mais viver. Ele queria morrer! Não podia se matar porque não conseguia mover seus braços. Se pudesse fazê-lo, não teria feito esse triste pedido ao seu irmão Roberto. Ele próprio teria praticado o suicídio. E hoje o Roberto não teria tido problema algum com a Justiça. Já que Geraldo não movia sequer os braços, Roberto apenas foi, na verdade, uma extensão dos braços de seu irmão. Ele amava Geraldo, mas sofria muito com a sua situação caótica. Levado por um sentimento de solidariedade e amor, matou o irmão. Na verdade, esse verbo “matar” não reproduz a realidade do fato. Matar significa tirar a vida de alguém que não quer morrer. E o caso aqui é bem diferente. Roberto, na pura acepção da palavra, não matou o seu irmão, apenas o livrou de um sofrimento cruel e bárbaro. Por que, então, punir Roberto? Ora, a legislação brasileira pune quem pratica a eutanásia. Um absurdo atraso! Alguns países já não a proíbem mais. E a própria legislação brasileira, como já frisei em artigos, é completamente louca ao proibir a prática da eutanásia. Por quê? Porque, em casos mais graves em que uma pessoa não quer morrer, ela permite que um médico tire a vida daquele inocente. Por exemplo, quando uma mulher fica grávida em virtude de um estupro, a legislação brasileira autoriza um médico a tirar a vida do feto que se encontra em desenvolvimento no útero materno. Aquele ser inocente nada fez de errado. Não saiu ainda do útero. Ele quer viver também fora do útero. Porém, a lei brasileira o manda matar. Ora, cacete, se a lei permite que um ser inocente morra sem ter feito nada ilegal e um ser que realmente quer viver, com mais razão ainda deveria permitir que um médico matasse um ser humano adulto e consciente que quer morrer por causa de sofrimentos físicos. Isso é óbvio! Porém, a legislação brasileira nega loucamente a eutanásia, e agasalha loucamente a morte de um feto. Que loucura! Que ausência de lógica! Roberto vai enfrentar o Tribunal do Júri, que é composto por cidadãos comuns. O Júri, pois, faz muita merda. E espero ardentemente que ele continue cagando muito para absolver o Roberto. Esse rapaz não pode ser condenado, apesar da legislação em vigor. Como eu gostaria de defendê-lo perante os bobos jurados! Sairia, com certeza, vitorioso! Em homenagem ao Geraldo que deixou de sofrer, os primeiros versos de uma canção de Fernando Mendes: “Cadeira de rodas”. “Sentada na porta em sua cadeira de rodas ficava Seus olhos tão lindos Sem ter alegrias Tão tristes choravam Mas quando eu passava A sua tristeza chegava ao fim Sua boca pequena no mesmo instante sorria pra mim...” DEUS MATOU O EX-JOGADOR SÓCRATES? Ontem, segunda-feira, dia 5, o jornal Correio Braziliense trouxe uma matéria acerca do ex-jogador de futebol Sócrates, no caderno de esportes, páginas 9 a 12. Na capa do retrocitado jornal, uma foto do Sócrates vestido com a camisa amarela da Seleção brasileira e um pequeno texto intitulado “O revolucionário da bola”. Ei-lo na íntegra: “O primeiro domingo de dezembro costuma ser o mais feliz para os milhões de brasileiros apaixonados pelo futebol. Mas Deus quis que um ateu e um dos maiores ídolos do esporte se fosse justamente nesse dia. Ontem, às 4h30, o agora eterno craque Sócrates morria no Albert Einstein, por causa de uma infecção generalizada. Sócrates foi mais que um jogador de futebol: foi o doutor (era formado em medicina), o camisa 8 das inesquecíveis Seleções de 1982 e 1986 e o líder da democracia corintiana. Crítico e Politizado, combateu a ditadura e brigou pelas Diretas, já! Nos últimos tempos, lutava contra o alcoolismo. O corpo do Paraense foi enterrado, ao som de violão e do hino do Corinthians, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.” Do texto acima, destaco: “MAS DEUS QUIS QUE UM ATEU E UM DOS MAIORES ÍDOLOS DO ESPORTE SE FOSSE JUSTAMENTE NESSE DIA.”
Religião é superstição! Os religiosos são extremamente
criativos. Cristãos, por exemplo, dizem que Deus está por trás de tudo o que ocorre no mundo. Ou seja, as coisas ocorrem porque Deus deseja realmente que elas ocorram. Há poucos dias, encaminhei aos leitores um artigo que abordava aquele acidente automobilístico que vitimou fatalmente 10 fiéis católicos e feriu outros. Uma cristã católica, Anatália Maria Franca, 56 anos, disse com fervor: “Eu acho que Deus sabe o que faz. Não havia pessoas más na excursão. Todo mundo amava Nossa Senhora. Tenho certeza de que o Nosso Senhor sabe o que fez.” Anatália, levada pela fantasia religiosa, diz que Deus causou aquela desgraça, matando 10 pessoas, inclusive crianças, e ferindo outras. Deus resolveu matar aquelas pessoas que, com muito custo, juntaram um dinheirinho para fazer uma excursão puramente religiosa. Os romeiros católicos foram visitar o santuário católico de Aparecida, no estado de São Paulo. Quando o ônibus estava retornando para Santo Antônio do Descoberto, Deus resolveu agir num trecho da rodovia. Deu uma porrada no braço do motorista, levando-o ao descontrole do veículo. O ônibus bateu numa mureta e capotou. Caiu sobre várias pessoas, esmagando-as. E isso aconteceu porque, segundo a católica Anatália, Deus quis. A mesma fantasia religiosa é repetida aqui, no caso da morte do ex-jogador Sócrates. Quem escreveu a matéria acerca do Sócrates é cristão porque afirma que Deus quis que o ateu Sócrates morresse justamente no primeiro domingo de dezembro, dia em que o seu clube Corinthians ganhou o campeonato brasileiro. Pura ilusão, caro leitor! Pura ilusão! A superstição cria na cabeça das pessoas um mundo repleto de ilusões. Cada um pensa do seu modo. E cada um escorrega na casca de banana. Deus algum decidiu matar os 10 católicos que foram prestar culto a Ele. E Deus algum matou o ateu Sócrates, ex-jogador de futebol. Sócrates morreu no primeiro domingo de dezembro de 2011. E daí? O que há de especial nesse dia? Ah, tá! O Corinthians ganhou o campeonato brasileiro! Sim, e daí? E daí nada, caro leitor! Nada! Apenas um festival de alucinações: Deus mata Sócrates no dia em que o seu time é declarado campeão brasileiro. Que loucura! Ora, Sócrates faleceu no dia primeiro de dezembro porque é normal que uma pessoa morra num dia qualquer. O dia primeiro de qualquer mês é um dia, assim como o dia 2, o 3, o 4, o 15 e o dia 31. Todos os dias são iguais. Sócrates morreu no dia primeiro de dezembro do corrente ano. Ele foi a única pessoa a morrer nesse dia? Não! Centenas de pessoas em todo o mundo morreram também nesse dia. O Corinthians, paixão de Sócrates, ganhou pela primeira vez um título nesse dia? Não! Já ganhou vários títulos em outras datas. E Sócrates, como é óbvio, sobreviveu a todas. Percebeu, amigo leitor, a infantilidade da fantasia religiosa? Deus algum destrói a vida de alguém. Deus algum salva a vida de alguém. Em nossa existência, tudo se resume em probabilidades. Não há interferência de deuses em nada. Os deuses são frutos da imaginação humana. E a imaginação humana é uma fábrica de superstições. Na realidade, tudo conspira contra as superstições. Ocorrem acidentes de carro não porque Deus assim o quer, mas porque o índice de probabilidade é altíssimo em decorrência do número excessivo de veículos e também por causa da falibilidade humana. Aviões comerciais, por exemplo, dificilmente caem. Por quê? Será que Deus protege os aviões, e não os veículos? Nada disso! Os aviões são meios de transporte muito mais seguros do que os veículos por vários fatores: não se locomovem um ao lado do outro, não andam por estradas precárias, os pilotos não o conduzem sob efeito de álcool, os seus motores são mais potentes, não há muretas para eles colidirem etc. Ou seja, o avião é um dos meios de transporte mais seguro do mundo não porque Deus algum assim o quer, mas por vários fatores. O elevador é considerado o meio de transporte mais seguro do mundo. Deus protege o elevador, abandonando os carros? Nada disso! Não há Deus algum. O elevador é o mais seguro, o mais confiável, por vários fatores: Só se locomove na vertical, numa reta, sem curva alguma. Movimenta-se sozinho, num espaço apenas seu, sem que haja outro elevador para a ocorrência de choques. Sua velocidade é reduzidíssima, quase parando, à moda de Rubinho Barrichello. E, se por alguma irregularidade atingir uma velocidade maior, uma trava entra em ação, segurando o elevador, para evitar que ele desabe. Por esses fatores, o elevador é considerado o meio de transporte mais seguro do mundo, e não porque Deus adora os elevadores. Tudo, amigo leitor, se resume em probabilidade. Qual é, por exemplo, o índice de probabilidade que existe no fato de uma jumenta cair do céu na cabeça de um cristão ou de um ateu? O índice de probabilidade é zero! É zero porque não existe jumenta alguma passeando no céu da Terra. Jumenta, como é óbvio, não voa. E qual é o índice de probabilidade no fato de um passarinho cagar na cabeça de uma pessoa? O índice é baixo, mas existe. Muitas pessoas já tiveram a cabeça atingida por um pedaço de bosta soltado por um cu de pássaros. Eu mesmo já passei por isso. Estava no estádio do Gama, assistindo ao jogo do Gama e Grêmio. Num dado instante, senti uma coisa leve e quente em minha cabeça. Pensei até que a cabeça estava sangrando. Passei a mão e peguei uma coisa líquida. Olhei e vi que era bosta de um passarinho. Olhei para o céu e avistei alguns passarinhos passeando. Deus algum quis que aquele passarinho cagasse na minha cabeça. Caiu na minha cabeça por mera probabilidade. A minha cabeça é grande por ser cearense. Só aí já levo desvantagem em relação às outras pessoas. E o passarinho caga no ar, sem se preocupar com quem está lá embaixo. Ele não tá nem aí. Sócrates morreu no dia primeiro de dezembro de 2011 porque é normal que pessoas morram em qualquer dia. E o Corinthians ganhou o campeonato brasileiro nesse dia porque já era a data programada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para o jogo final. E o Corinthians foi um dos finalistas porque vinha apresentando um bom futebol. Havia, portanto, uma forte probabilidade de ele ser o campeão. O resto, amigo leitor, não passa de superstição! O HOMICÍDIO DO JUIZ E O TRIBUNAL DO JÚRI DE MATO GROSSO
Justiça é uma piada neste país. E Tribunal do Júri, pior ainda!
No Tribunal do Júri, quem julga o réu é o cidadão comum. Não é um juiz especializado em Direito. E o cidadão comum não conhece Direito. É uma pessoa que se deixa levar facilmente pelo teatro patrocinado por advogados. Sexta-feira passada, dia 2, o Jornal da BAND, apresentado por Ticiana Villas Boas, Ricardo Boechat e Joelmir Beting, noticiou um julgamento realizado pelo Tribunal do Júri de Mato Grosso, semana passada. Uma verdadeira piada! Eis o caso: Em 1999, o juiz de Direito Leopoldino Marques do Amaral, da Vara de Família de Cuiabá, com 55 anos de idade, foi assassinado com 2 tiros na cabeça e ainda teve seu corpo parcialmente carbonizado. Leopoldino vinha denunciando irregularidades no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, tais como: venda de sentenças, nepotismo, corrupção, fraude em concursos públicos etc. Para calá-lo, meteram-lhe na cabeça dois tiros que lhe tiraram a vida. Veja, leitor. O crime bárbaro ocorreu em 1999. Portanto, há 12 anos. O julgamento só ocorreu semana passada. O empresário Josino Guimarães foi acusado de ter sido o mandante do homicídio. Agora, amigo leitor, vem a piada de autoria dos julgadores, ou seja, das pessoas comuns que participaram do Júri, cidadãos de Mato Grosso. Diante do quesito acerca da materialidade do crime, isto é, da certeza de que a vítima morreu, já que o corpo foi encontrado, a maioria dos jurados decidiu que o juiz Leopoldino realmente estava morto. Até aqui, caro leitor, tudo bem! Ante o quesito que versava sobre a autoria do crime, os jurados também, por maioria, decidiram que o empresário Josino Guimarães realmente foi o mandante do homicídio. Até aqui, caro leitor, tudo bem! Agora vem a esculhambação: diante do último quesito que indagava aos jurados se o réu era culpado ou inocente, os jurados absolveram o réu Josino Guimarães! Que absurdo! Que monstruosidade! Que loucura! Que hediondez! Que imbecilidade! Que safadeza! Ora, se a maioria dos jurados concluiu que o juiz está morto (materialidade) e que o empresário Josino Guimarães foi o mandante do homicídio (autoria), é óbvio que ele deveria ser declarado culpado. É o óbvio. Eis o silogismo, caro leitor: O juiz Leopoldino foi assassinado. (1ª premissa) O empresário Josino Guimarães mandou matá-lo. (2ª premissa) Logo, o empresário Josino Guimarães é culpado. (Conclusão) Pois bem! O “respeitadíssimo” corpo de jurados, pessoas comuns, por maioria, decidiu que o juiz foi assassinado e que Josino Guimarães foi o mandante do homicídio. Porém, concluiu que Josino é INOCENTE! Como? Onde? Ora, se Josino foi considerado o mandante do crime, é loucura afirmar que ele é inocente! Pura loucura! Essa decisão causou revolta em todo o Brasil. O Ministério Público local já recorreu contra essa loucura. SÓCRATES, GARRINCHA E O ALCOOLISMO Você viu, leitor, o que aconteceu ontem, domingo, dia 24? Morreu o grande ex-jogador de futebol Sócrates. Eu vi esse moço jogando. Um craque! Um autêntico craque! Sócrates, além de ser um excelente jogador, tinha duas qualidades que faltam à quase totalidade dos jogadores brasileiros: inteligência e cultura. Formado em Medicina, Sócrates dava um show por onde passava. Nas concentrações, orientava os outros jogadores, mostrando-lhes que deviam lutar por seus direitos. Nas entrevistas, deixava gravadas sua inteligência e cultura. Faleceu ontem, com apenas 57 anos. Sócrates perdeu a luta para o seu grande inimigo, o alcoolismo. Não, caro leitor, não consigo entender por que um homem com a inteligência de Sócrates, e ainda com formação em Medicina, decide enfiar a cara no alcoolismo. Ele tinha consciência de que o álcool é uma desgraça. Por que, então, entrar nesse labirinto sem saída? O álcool é milhões de vezes pior do que o cigarro. O cigarro também é outra praga, mas o álcool ganha dele em maldades. Há uma forte propaganda contra o cigarro. Até a Rede Globo de Televisão levanta a bandeira contra o cigarro. No programa Fantástico, que na verdade nada tem de fantástico, todos os domingos, o médico ateu Drauzio Varella sai pelo Brasil afora na campanha Brasil sem cigarro. Drauzio sabe muito bem que o álcool é pior do que o cigarro. Porém, ele tem que dançar conforme a música. Se a campanha é apenas contra o cigarro, então vamos lá. Em relação ao álcool, não há uma campanha negativa qualquer. O desgraçado fica livre e solto, destruindo vidas em todos os recantos do Brasil. É fácil provar que o álcool é pior do que o cigarro. Basta analisar o modo de vida do alcoólatra e o do fumante. Você, leitor, já teve o desprazer de conversar com um alcoólatra? Na verdade, é impossível conversar com um alcoólatra. Ele só fala merda, merda pura. Parece até que anda comendo bosta por aí. O alcoólatra fica repetindo palavras desnecessárias. E, quando fala, fica cuspindo na cara do pobre ouvinte. O pobre interlocutor sai com o rosto todo cuspido pelo bêbado. Um desastre! Com o fumante, esse problema não existe. Conversa normalmente, sem encher o saco de ninguém. O bêbado só vive no mundo da lua. Ele percebe realmente que a Terra está girando. Não consegue dar um passo sequer sem titubear. Correr? Piorou, é impossível. Bêbado algum corre. Já o fumante anda normalmente como qualquer pessoa. E corre também dentro da normalidade. Você já viu, caro leitor, algum fumante cagando na calça? Você já viu algum fumante mijando na calça? Você já viu algum fumante caído no chão, dormindo intensamente? Claro que não, não é mesmo? Apenas o bêbado pratica essas coisas. O divertimento maior do bêbado é cagar e mijar na própria calça. Ele vai ao máximo. E quem lava a calça cagada e mijada é a pobre mãe ou a esposa. O bêbado adora dormir nas ruas, nos esgotos, na lama, no lixo etc. Ele não liga para essas coisas. O importante mesmo é que seja o chão. Você já viu, amigo leitor, um dono de bar enganar um fumante? Cobrar, por exemplo, duas carteiras de cigarro quando na verdade só vendeu apenas uma? Claro que não, não é mesmo? Ora, dono de bar só engana o bêbado. Quando o bêbado está pra lá de bagdá, vem o dono de bar e assalta-lhe o bolso. Cobra-lhe, por exemplo, a quantia equivalente a 20 cervejas e 12 frangos a passarinho quando, na verdade, o desgraçado do bêbado só bebeu 10 cervejas e comeu 7 frangos. O bêbado paga e ainda agradece ao ladrão do bar. Você já viu, leitor, algum moleque de rua meter o dedo em cu de fumante? Claro que não, não é mesmo? Meninos de rua se divertem quando encontram um bêbado caído ao chão. Metem a mão nos bolsos das calças, retirando o dinheiro do miserável. E, quando nada encontram, enfiam o dedo no cu do bêbado. Como diz o ditado popular: "cu de bêbado não tem dono.". Você já viu, leitor, o povo gozando da cara de um fumante? Claro que não, não é mesmo? O povo adora gozar de bêbado. Não existe palhaço melhor. Você já viu, leitor, um fumante causar acidentes de carro apenas porque está fumando? Claro que não, não é mesmo? E o bêbado no volante de um carro? Ora, a desgraça é feia. Causa inúmeros acidentes, vitimando pessoas inocentes. Você, caro amigo, pegaria carona com um motorista bêbado? Claro que não, não é mesmo? Você, amigo leitor, já viu um fumante entrar num bar e criar uma briga feia, resultando daí várias mortes, a tiros ou a facadas? Claro que não, não é mesmo? Quem gosta de brigar e morrer em bares é o bêbado. Todos os dias, os meios de comunicação (rádio, jornal, revista e televisão) noticiam mortes hediondas ocorridas em bares, envolvendo bêbados. Você já viu, leitor, um fumante trazer preocupação à família apenas porque gosta de fumar cigarros? Claro que não, não é mesmo? O bêbado é que traz preocupação à mãe ou à esposa. Seus parentes ficam preocupados porque não sabem aonde o bêbado foi ou onde está. Você já viu, amigo leitor, um fumante caído ao chão, e um cachorro ao seu lado, lambendo-lhe a boca suja com farofa de frango? Claro que não, não é mesmo? Cachorros de rua, sem dono, vira-latas, adoram lamber boca suja de bêbado. Você já viu, leitor, um fumante perder o respeito social apenas porque está fumando? Claro que não, não é mesmo? Ora, por incrível que pareça, o cigarro até deixa a pessoa mais charmosa. E o álcool? Desde quando existe charme num bêbado, com a calça toda mijada e cagada? É óbvio que o bêbado não tem o respeito da sociedade. Ao contrário! Você já viu, leitor, um fumante perder seu patrimônio por causa do cigarro? Claro que não, não é mesmo? O bêbado adora jogar ao vento seu patrimônio. Os parentes passam-lhe facilmente a perna. Você, leitor, entraria num avião com um piloto fumando? Claro que sim, não é mesmo? E entraria na aeronave com um piloto bêbado? Claro que não, não é mesmo? A não ser que você seja um suicida. Você já viu, leitor, um fumante espancar ou matar sua esposa e filhos apenas porque está fumando? Claro que não, não é mesmo? O bêbado é que quebra móveis de casa, espanca ou mata esposa e filhos simplesmente porque está bêbado. Creio que os exemplos acima são suficientes para confirmar que o álcool é milhões de vezes pior do que o cigarro. Ademais, o cigarro afeta principalmente um órgão do corpo humano: os pulmões. O álcool, 3 órgãos: cérebro, fígado e intestino grosso. O álcool matou Sócrates! E matou também o melhor jogador de futebol do mundo: Mané Garrincha! Garrincha, o homem de Pau Grande (e tinha o pau grande mesmo), morreu no dia 20 de janeiro de 1983. Havia passado por oito internações em consequência do álcool. O álcool o atacou com 4 armas: gastrite alcoólica hemorrágica, cirrose, cardiomegalia e demência ocasional. Pouco antes de morrer, estava só com pele e osso. Um estado deplorável. Sócrates também! ESSE PDF FOI PRODUZIDO POR MÁRCIO APARECIDO TADEI COM AUTORIZAÇÃO DE EUSTAQUIO PRESLEY CONHEÇA MEU TRABALHO CONHEÇA O BLOGGER DO EUSTAQUIO PRESLEY CONHEÇA O CANAL DO EUSTAQUIO PRESLEY CONHEÇA MEU CANAL NO YOU TUBE PODE COMPARTILHAR A VONTADE ESSE MATERIAL DESDE QUE O MESMO SEJA FEITO GRATUITAMENTE