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PDF do PROFESSOR EUSTAQIO PRESLEY Epp 001

01 RAMÓN SAMPEDRO E O DIREITO DE MORRER


02 O PADRE EVANGELISTA E O CELIBATO
03 O PASTOR EVANGÉLICO E O PADRE PRESOS
04 A FÉ DE MONTESQUIEU TARGINO ALVES
05 ELIZIO CALIMAN E O DIREITO DA MULHER
06 O AUMENTO DO JUDICIÁRIO E O JORNALISTA AZEDO
07 ROBERTO MATOU SEU IRMÃO GERALDO P...
08 DEUS MATOU O EX-JOGADOR SÓCRATES?
09 O HOMICÍDIO DO JUIZ E O TRIBUNAL DO JÚRI DE MATO G...
10 SÓCRATES, GARRINCHA E O ALCOOLISMO
11 CAPA
12 SOBRE ESSE PDF
RAMÓN SAMPEDRO E O DIREITO DE MORRER
Você, amigo leitor, gosta de assistir a filmes? Se a resposta
for positiva, indico-lhe então um filme verdadeiramente lindo e
comovente. Chama-se “Mar Adentro”, de Alejandro Amenábar.
Dezembro passado, encaminhei a meus leitores alguns
artigos em que fiz comentários acerca da eutanásia. Um leitor
amigo me indicou o filme mencionado acima, dizendo-me que os
meus argumentos a favor da eutanásia aparecem nessa película
cinematográfica espanhola. Confesso, caro leitor, que fiquei
curioso para ver o filme. Dias depois, fui a uma locadora bem
perto de minha residência. Para a minha alegria, encontrei
facilmente o filme. Chegando ao meu apartamento, coloquei o
disco dvd no blue-ray, e fiquei perdidamente apaixonado pelo
filme. Gostei tanto que resolvi gravá-lo. Há, no disco dvd, uma
informação de que se trata de uma história real, vivenciada pelo
espanhol Ramón Sampedro Cameán. O filme foi produzido com
base no livro “Cartas do inferno”, de autoria do próprio Ramón
Sampedro. E esse filme ganhou o Oscar em 2005, na categoria de
melhor filme estrangeiro. No dia seguinte, após assistir ao filme
por 2 vezes, fui à Livraria Cultura que fica situada na Casapark,
bem próxima ao Parkshopping. Não encontrei o livro, porém fiz o
pedido. 4 dias depois, a Livraria Cultura me comunica, por e-mail,
que o livro havia chegado. Na mesma hora, já fui buscá-lo. Em
duas tardes, li-o por completo. Dois dias depois, também em
duas tardes, reli-o. Na capa do livro, está a foto real do Ramón
Sampedro.
Ramón Sampedro, caro leitor, nasceu no dia 5 de janeiro de
1943 em Xuño, uma pequena aldeia da província de La Coruña,
na Espanha. Quando ele tinha 22 anos de idade, embarcou como
mecânico em um navio mercante norueguês, e, como
marinheiro, percorreu 49 portos do mundo inteiro. Ramón esteve
também no Brasil, no porto de Fortaleza, capital do Ceará. No dia
23 de agosto de 1968, com 25 anos de idade, Ramón, de um
rochedo, pulou na água do mar apenas com o intuito de tomar
um gostoso banho. A maré havia baixado e o choque de sua
cabeça contra a areia produziu uma fratura na 7ª vértebra
cervical. Ramón ficou tetraplégico. Apenas mexia a cabeça. Nada
de braços, de pernas, de ombro, enfim, de todo o seu corpo.
Viveu durante 30 anos sua tetraplegia, lutando pelo direito de
morrer dignamente por meio da eutanásia. A Justiça espanhola
não lhe deu esse direito. Em janeiro de 1998, com 55 anos de
idade, Ramón, com a ajuda de uma mão amiga, conseguiu seu
intento.
O filme “Mar Adentro” mostra o sofrimento e a luta de
Ramón Sampedro para pôr um fim à sua própria vida.
Tetraplégico, após a morte de sua querida mãe, que cuidava dele,
Ramón foi morar na humilde casa de seu irmão José, casado com
Manuela, localizada bem próxima ao rochedo de onde Ramón
saltou para a sua tetraplegia. Ele não queria mais viver. Passava
todo o tempo deitado numa cama. A cada 3 horas, Manuela tinha
que movimentar o corpo dele para mudar de posição. Para
escrever, Ramón colocava a caneta na boca, já que seus braços e
mãos não tinham movimento algum. Seu sobrinho, Javi, filho de
José e Manuela, digitava o que seu tio escrevia com sacrifício.
Apesar de querer morrer, Ramón era um homem brincalhão e
gozador. Mais tarde, seus escritos foram reunidos formando o
livro “Cartas do inferno”. Nesse livro, pois, estão presentes as
poesias e as cartas feitas por Ramón em resposta às inúmeras
cartas que ele recebia, umas contra a eutanásia, outras, a favor.
Inclusive, no final do livro, encontra-se a última carta, de
despedida, que ele fez para a sua família.
Ramón era um homem muito inteligente. Percebe-se essa
qualidade pela força de seus argumentos a favor da eutanásia.
No início do filme, ele recebe, em seu quarto, a jovem Júlia que
veio para fazer uma entrevista. Eis, amigo leitor, uma parte da
conversa entre os dois:
JÚLIA --- “Ramón, por que morrer?”
RAMÓN --- “Bem... Eu quero morrer porque a vida para
mim, neste estado... A vida assim não é digna. Entendo que
outros tetraplégicos possam se ofender quando eu digo que a
vida assim é indigna. Mas eu não julgo ninguém. Quem sou eu
para julgar os que querem viver? Por isso, peço que não me
julguem, nem quem me ajude a morrer.”.
Na metade do filme, aparece a cena em que Ramón recebe a
visita do padre Francisco, também tetraplégico. Padre Francisco
em sua cadeira de rodas motorizada não consegue subir ao
quarto de Ramón. Pede a Andrés, outro padre, que suba a fim de
dar lições de ânimo a Ramón. As cenas são, realmente,
engraçadas. O padre Andrés, de tanto subir e descer, levando
recados e respostas, fica cansado. Ramón, então, resolve, de sua
cama, falar bem alto a fim de que o padre Francisco o escute. Eis,
caro leitor, um pouco do debate entre o padre Francisco e Ramón
Sampedro:
RAMÓN - “Por que a Igreja mantém, com tanta paixão, essa
postura de medo da morte? Porque sabe que perderia a
freguesia se as pessoas perdessem o medo do além. Padre
Francisco, está me ouvindo?”
PADRE FRANCISCO: - “Sim. Escuto você, Ramón!”
RAMÓN - “Por que misturar as coisas? Espero que não tenha
vindo fazer demagogia. Pois isso, vocês, jesuítas, sabem muito
bem.”.
PADRE FRANCISCO: - “Não. Claro que não! Mas, já que você
falou em demagogia, Ramón, não acha que demagógico é dizer
“morrer com dignidade”? Por que não deixa os eufemismos e diz,
em alto e bom som, com toda crueldade, que vai se matar? E
pronto!”
RAMÓN - “Não deixa de me surpreender que mostre, ante
minha vida, tanta sensibilidade, considerando que a instituição
que o Senhor representa aceita, hoje em dia, a pena de morte, e
condenou, durante séculos, à fogueira os que não pensavam
‘corretamente’?
PADRE FRANCISCO – “Agora, você está sendo demagógico!”
RAMÓN - “Claro! Mas deixemos os eufemismos, como você
disse. Isso é o que teriam feito comigo, não? Queimar-me vivo
por querer a liberdade!”
PADRE FRANCISCO - “Ramón, meu amigo! Uma liberdade
que elimina a vida não é uma liberdade!”
RAMÓN - “E uma vida que elimina a liberdade não é vida! E
não me chame de amigo! E deixe-me em paz!”.
Outra parte muito bonita do filme ocorre quando o
advogado de Ramón Sampedro o defende no Tribunal, perante os
juízes de Direito:
“Em um Estado que se declara laico, que reconhece a
propriedade privada, e cuja Constituição protege o direito de
não ser torturado, nem sofrer maus-tratos, cabe deduzir que
alguém que se sinta degradado, como Ramón Sampedro, possa
dispor de sua própria vida. De fato, ninguém que tenta o
suicídio e falha é processado depois. Entretanto, quando é
preciso a ajuda de outra pessoa para morrer com dignidade,
então o Estado interfere na independência das pessoas e diz que
não pode dispor de sua própria vida. Isso, meritíssimo, só se faz
baseado em crenças metafísicas, quer dizer, religiosas. Em um
Estado, repito, que se declara laico! Senhores, peço uma decisão
jurídica, mas, sobretudo, racional e humana.”
O advogado, de forma brilhante e racional, deu uma lição de
sabedoria e lógica. Infelizmente, os juízes não a captaram.
Negaram, pois, o direito de Ramón Sampedro ser submetido à
eutanásia.
No final do filme, Ramón vira a cabeça para a esquerda,
pegando com a boca um canudo que está dentro de um copo. No
copo, água misturada com cianureto de potássio. Alguém,
obviamente, preparou tudo a pedido de Ramón. Com certeza, foi
sua grande amiga Rosa. E Ramón pediu-lhe que sua morte fosse
filmada. Antes de ingerir o poderoso veneno, Ramón, em sua
cama, diante de uma filmadora, diz que foi uma criança que
preparou tudo. Ele, é óbvio, assim agiu com o objetivo de afastar
qualquer responsabilidade penal sobre sua grande amiga Rosa. E
deu certo! Ramón morreu feliz, e ninguém foi responsabilizado
penalmente.
A história de Ramón Sampedro é realmente fantástica. E o
filme a retratou muito bem. O ator que interpretou Ramón, Javier
Bardem, é simplesmente maravilhoso. Eis, caro leitor, um filme
lindo e empolgante.
O livro “Cartas do inferno”, que deu origem ao filme “Mar
Adentro”, escrito pelo próprio Ramón Sampedro, é mais
maravilhoso do que o filme. Como é óbvio, há coisas ali que não
foram mostradas na película cinematográfica. O mais
emocionante se encontra no final do livro: a carta original de
despedida de Ramón endereçada a seus familiares. O título
“Cartas do inferno” foi uma escolha do próprio Ramón. Inferno
porque foi escrito durante a sua tetraplegia, um autêntico inferno
para Ramón.
No início do livro, na página 17, Ramón escreve:
“No dia 23 de agosto de 1968 fraturei o pescoço ao
mergulhar em uma praia e bater com a cabeça na areia. Desde
esse dia sou uma cabeça viva e um corpo morto.”
Cabeça viva e um corpo morto porque Ramón, devido à
tetraplegia, só conseguia mexer a cabeça. O resto do seu corpo
estava morto, sem movimento algum. A cada 3 horas, sua
cunhada, Manuela, o empurrava para mudar de posição. E
Ramón usava sondas.
Mais à frente, na mesma página, ele escreve:
“Se eu fosse um animal, teria recebido um tratamento de
acordo com os sentimentos humanos mais nobres. Teriam posto
fim à minha vida porque lhes pareceria desumano deixar-me
nesse estado pelo resto da vida. Às vezes é um azar ser um
macaco degenerado!”
Veja, amigo leitor! Que belíssima lógica utilizada pelo Ramón
Sampedro! Em artigos passados, comentei acerca dela. Fico feliz
por saber que o meu ponto de vista foi ventilado por Ramón.
Como já afirmei, no Brasil, a prática da eutanásia é proibida. Só
que essa proibição é maluca e ilógica por vários motivos. E um
desses motivos está aqui. O Ramón tem toda razão. O Estado
brasileiro, a exemplo da Espanha do tempo em que viveu Ramón,
pratica a eutanásia em animais irracionais, porém nega sua
prática a seres humanos. Que hipocrisia! Que estupidez! Veja,
amigo leitor, por exemplo, um cavalo de corrida. Se um cavalo de
corrida tiver, por exemplo, duas pernas quebradas, ele pode ser
sacrificado a fim de que não sofra durante o resto de sua vida. Ou
seja, o Estado brasileiro permite a prática da eutanásia porque
não suporta ver o sofrimento do pobre cavalo. A mesma coisa,
amigo leitor, ocorre com um cachorro, que também é um animal
irracional. Se um cachorro qualquer for atropelado por um carro,
e, levado a um veterinário, for constatado que não poderá
sobreviver, o Estado permite que o veterinário pratique a
eutanásia no cãozinho para que ele não fique sofrendo muito
inutilmente. Ora, porra, se o Estado brasileiro permite a
eutanásia em animais irracionais porque não aguenta ver os
bichinhos sofrendo, com mais razão ainda deveria permitir a
eutanásia em seres humanos porque, com certeza, é mais
gritante o sofrimento de uma pessoa. Percebeu, caro leitor, a
loucura do Estado brasileiro? Diante do sofrimento de um animal
irracional, o Estado diz:
“Mate o bichinho para que ele não sinta dor
desnecessariamente!”.
E, diante do sofrimento de um ser humano, o Estado diz:
“Não matem esse filho da puta! Deixem esse filho da puta
morrer naturalmente com dor intensa!”
Que loucura! Que hipocrisia! Ramón Sampedro toca nesse
ponto acima. E, bastante gozador, diz que foi um azar ele ter
nascido um macaco humano pelo fato de o ser humano ser
parente do chimpanzé. Se o Ramón fosse um macaco autêntico,
por exemplo um chimpanzé, e tivesse quebrado a coluna, o
Estado permitiria que ele fosse submetido à eutanásia. Já que ele
não é um macaco autêntico, mas um ser humano, então o Estado
não lhe permite a Eutanásia, ou seja, ele tem que se lascar até o
dia em que a morte chegar. Que loucura! Que insensatez!
Nas páginas 52 a 55, Ramón responde à carta de Belén, uma
jovem que o aconselha a desistir de morrer por intermédio da
ação de terceiros. Ela, pois, critica a eutanásia, sem apresentar
fundamentação lógica. Num certo trecho (página 55), Ramón diz:
“A eutanásia é uma forma racional e humana de ajudar.
Sacralizar o sofrimento me parece ser a forma mais cruel de
escravidão, e só as pessoas aterrorizadas pelo mito do pai e sem
critério próprio podem acreditar em tamanha barbaridade. Meu
corpo sobrevive graças aos medicamentos modernos, e a uma
sonda para poder urinar, além da dedicação e do sacrifício de
uma ou duas pessoas que se esforçam para manter-me com
vida, limpo e alimentado.”
Com razão, Ramón! A eutanásia é uma forma racional e
lógica de ajudar. À luz da razão e do Direito, a vida de uma pessoa
pertence exclusivamente a ela própria. Cada pessoa é dona de
sua vida. Cada pessoa pode livremente fazer o que quiser com
sua vida, sem dar satisfação a alguém. Se uma pessoa qualquer
tenta se suicidar e não consegue, jamais será alvo de inquérito
policial e, muito menos, de ação penal. Por quê? Porque ela
tentou tirar a própria vida, e isso não é crime perante o
ordenamento jurídico brasileiro. E por que não é crime? Não é
crime porque a vida é da própria pessoa, e de mais ninguém.
Assim, uma pessoa pode tirar a própria vida, mas não pode tirar a
vida de outra pessoa porque aquela vida pertence a outrem. Se
uma pessoa mata outra, vai responder por homicídio. Se uma
pessoa tenta se matar e não consegue, não responderá por crime
algum. Percebeu, caro leitor, como a vida de uma pessoa só
pertence a ela, e a ninguém mais? Ramón afirma que a eutanásia
é uma forma racional e humana de ajudar porque apenas ela
poderia tirá-lo da vida infernal que ele levava, com imobilidade
corporal, utilização de sondas para urinar, ingestão de
medicamentos e o sacrifício de pessoas da família. E Ramón diz
também que a sacralização do sofrimento é uma barbaridade. E é
mesmo, caro leitor! Sacralizar o sofrimento significa dizer que o
sofrimento existe porque é uma punição de Deus. Quer dizer que
o sofrimento é algo sagrado. Que absurdo! Que burrice! Na
verdade, sofrimento nada tem a ver com sagrado. Seres vivos (o
homem e os animais irracionais) sofrem naturalmente. Não há
deuses que causam nos seres humanos e nos animais irracionais
pragas, doenças e acidentes. Essas desgraças surgem
espontaneamente porque seres vivos são suscetíveis a elas.
Nas páginas 60 a 64, Ramón responde à carta de outra
jovem, Maria. Maria faz uso da religião para repudiar o desejo de
morrer latente em Ramón. Ele, na página 61, escreve a ela:
“Não me levanto, como você faz. Acordo às oito e meia da
manhã. Escuto notícias ou música até nove e meia ou dez horas.
Tomo café, e depois tenho algumas horas determinadas para
ler, escrever o que penso. Enquanto trocam minha posição, a
cada três horas --- mais ou menos ---, vou observando o que as
autoridades inventam para que as nações e as massas olhem na
direção que elas querem (...) Depois virão os espertalhões para
nos oferecer suas religiões protetoras, com todo tipo de seitas e
deuses diversos. O que deveria nos ser ensinado, desde que
nascemos, é o espírito crítico. Deveriam nos explicar a teoria da
origem da vida e a evolução das espécies. Seríamos melhores
crentes. Seríamos mais humildes e muito mais humanos.”
Com certeza! Ramón diz a verdade! É fácil explicar por que
ele diz a verdade. Ao longo de sua história, o homem sempre
criou deuses, os mais diversos. Basta analisar qualquer civilização
humana. Os egípcios, por exemplo, criaram vários deuses. Eram,
pois, politeístas. Os gregos, também, inventaram seus deuses,
com características diferentes. Os hebreus, o povo da Bíblia,
criaram apenas um Deus, Jeová, que também é adorado pelos
cristãos. Os hebreus eram monoteístas. E os cristãos são também
monoteístas. Os fenícios também tiveram os seus deuses. E, hoje,
ainda há civilizações humanas que são politeístas. É fácil perceber
que os deuses não são iguais. Ao contrário, são diferentes. Por
quê? Porque cada civilização, cada povo, pensa de forma
diferente. Ramón afirma que a humanidade deveria estar
mergulhada na Ciência, e não nas religiões. Com certeza, os seres
humanos seriam melhores. Ora, amigo leitor, a história das
religiões é marcada pelo fanatismo e intolerância. A quase
totalidade de todas as guerras havidas na história do homem é de
cunho religioso. É o homem religioso que pratica as piores
barbaridades, as piores maldades. As civilizações humanas, por
causa da religião, matam seus semelhantes simplesmente porque
adoram deuses diversos. Cada civilização vê seu deus ou seus
deuses como verdadeiros. Por isso, os outros também devem
acreditar neles. Se forem desobedientes, devem morrer. As 3
maiores religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e
islamismo) torturaram e mataram milhões de pessoas inocentes.
Diante da maldade dessas 3 religiões, Adolf Hitler, um monstro,
parece até que foi um ser inocente. Ramón diz à Maria que,
desde a infância, deveria ser ensinado ao homem o espírito
crítico, o espírito científico, em vez da religião. Com certeza, o
mundo seria muito melhor. Por causa da religião, por motivos
religiosos, seres humanos ainda hoje se matam.
Nas páginas 86 a 94, Ramón escreve à sua querida amiga
Laura. Há, no livro, muitas cartas dedicadas à Laura. Na página
87, Ramón diz:
“O dia que me lancei ao mar --- melhor dizendo, que caí ---
estava pensando, justamente, em outro amor: em um que durou
apenas vinte e dois dias. Ela tinha dezoito anos e eu, vinte e
quatro. Isso havia sido quase um ano antes, em um pequeno
porto de Fortaleza (Brasil).”
Nesse texto, Ramón revela que esteve no Brasil, em
Fortaleza, capital do Ceará, onde, de passagem, como
marinheiro, teve um caso amoroso com uma jovem. Isso ocorreu
em 1967, um ano antes de Ramón ter mergulhado para sempre
em sua tetraplegia.
Na página 186, Ramón escreve:
“O Estado e a religião, em sua condição de grupos e castas
institucionalizadas para dominar, não têm razões de alcance
ético e moral para negar o direito da pessoa de pôr termo a sua
vida. A vontade pessoal é mais nobre porque o que a razão
busca não é terminar com a vida, mas sim com a dor, que não
tem sentido para a vida. O que o Estado e a religião perseguem
é impor o princípio da autoridade. Mas um princípio que anula a
liberdade de consciência é um princípio totalitário, imoral.”
Mais uma vez, com razão, Ramón! O Estado e a religião não
têm ética e moral para negar o direito da pessoa de pôr um fim à
sua vida. O Estado mata seres humanos inocentes, que querem
viver. E a religião também mata seres humanos inocentes, que
querem viver. Onde está a ética? Onde está a moral? Veja, leitor
amigo, o Estado brasileiro. Ele nega a prática da eutanásia a um
ser humano que sofre, mas, por outro lado, mata seres humanos
inocentes que querem viver. Que hipocrisia! Que ausência de
ética! A Justiça brasileira, ao negar a eutanásia, se ampara no
artigo 5º, “caput”, da Constituição, que diz:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”
A Justiça brasileira nega a eutanásia a um paciente que
sofre, afirmando que, segundo a Constituição, o direito à vida é
inviolável. Ora, cacete, porém essa mesma Justiça manda matar
um ser inocente que realmente quer viver. Trata-se do aborto em
razão de um estupro. Segundo o Código Penal brasileiro, se uma
mulher engravida em decorrência de um estupro, querendo, a
Justiça pode determinar que aquele ser humano que está dentro
do útero materno, vivo, seja exterminado, morto. Que hipocrisia!
Que falta de ética! Se a própria Justiça defende a inviolabilidade
do direito à vida, não deveria permitir a prática do aborto em
qualquer modalidade. Mas não só defende, como realmente
manda matar um ser inocente. Ou seja, nesse caso, a
inviolabilidade do direito à vida vai parar numa lata de lixo.
Percebeu, caro leitor, a insensatez, a hipocrisia e a loucura da
Justiça brasileira quando nega a eutanásia com apoio no mesmo
princípio constitucional? Ou seja, a regra vale para a eutanásia,
mas não vale para o aborto, que é gravíssimo, já que aqui o ser
humano quer viver e goza de toda saúde.
Veja outro exemplo, leitor amigo! O Estado brasileiro não
permite a eutanásia, mas aceita que pessoas inocentes morram à
míngua. Em todo o Brasil, nos hospitais públicos, crianças,
mulheres e idosos morrem por falta de assistência médica. E
morrem na calçada dos hospitais, sem atendimento, porque
faltam médicos e leitos. Todos os dias, os noticiários de televisão
mostram essa realidade. Onde está, pois, a garantia
constitucional da inviolabilidade do direito à vida? Onde? Onde?
Será que cidadãos inocentes que procuram hospitais públicos não
têm direito a viver um pouco mais? Se têm, esse direito está na
lata de lixo porque cidadãos estão morrendo todos os dias por
falta de atendimento hospitalar. O Estado brasileiro, somente o
Estado brasileiro, é o responsável pela ocorrência dessas mortes.
Está matando pessoas inocentes que querem continuar vivendo.
Como, então, proibir a eutanásia a um paciente que sofre, que
realmente quer morrer para se livrar do sofrimento? Pura
hipocrisia, não é mesmo, amigo leitor?
Nas páginas 245 e 246, Ramón desabafa:
“O conhecimento liberta o indivíduo da superstição e do
temor (...) As religiões são pragas que a razão deve eliminar,
mas temo que para resolver a crise elas tentarão fazer o que
sempre fizeram: matar os mestres da razão científica pura com
a alegação absurda de que são filhos (as) de um selvagem
Satã.”
Com razão, Ramón! Na página 262, ele mostra o quadro do
inferno em que vivia há 27 anos:
“Hoje se passaram vinte e sete anos. Hoje, vinte e sete anos
depois, o inferno segue sendo minha morada. Tenho ao meu
redor seres que me amam. Eles cuidam de mim com paciência,
respeito e carinho, mas não posso tocá-los, nem lhes agradecer
com uma carícia de minha mão. Sigo no inferno porque ouço a
chuva, mas sei que não pode acariciar meu corpo, como antes
fazia. Sigo no inferno porque não posso expressar o amor a uma
mulher como meu cérebro deseja. Ela diz que com a minha boca
lhe basta (...) Ela não é capaz de entender o que significa não
sentir nada sexualmente. Vi e senti as chamas do inferno
quando Rosita, a menor de minhas queridas sobrinhas --- tinha
então três meses --- foi deixada sozinha comigo. Manuela,
minha cunhada, a pessoa que torna mais suportável essa vida
que não aceito viver, me disse que se a nenê chorasse a única
coisa que deveria fazer era falar um pouco com ela. A nenê
começou a chorar e eu lhe falava, lhe falava e, quanto mais
coisas lhe dizia, mais ela chorava. Depois começou a tossir; eu
percebi como ela engasgava, e, diante de minha impossibilidade
de acalmá-la com minhas palavras, achei mais prudente me
calar. Fiquei aterrorizado com a possibilidade de que se
asfixiasse, e eu deitado em minha cama sem poder fazer nada.
Sempre lembrarei daquele dia como o auge da impotência.
Como naquela tarde em que minha mãe ---- morreu de pena
pelo que me acontecera, mas os médicos lhe diagnosticaram um
câncer --- caiu no meio do corredor. Também estávamos
sozinhos. Ela havia desmaiado e eu, a dois passos dela, não
podia ajudá-la. Pensei em sua morte e se repetiu a imagem de
minha cabeça unida ao peso de um corpo morto, só ela
funcionava.”
Que triste relato!
Não conheço, amigo leitor, sequer, um argumento contra a
prática da eutanásia que seja racional, lógico e humano. Não
conheço. O advogado de Ramón Sampedro foi notável diante do
Tribunal:
“De fato, ninguém que tenta o suicídio e falha é processado
depois. Entretanto, quando é preciso a ajuda de outra pessoa
para morrer com dignidade, então o Estado interfere na
independência das pessoas e diz que não pode dispor de sua
própria vida.”
Aqui está a verdade, amigo leitor! Eis a prova incontestável
de que a vida de uma pessoa só pertence a ela, e a mais ninguém.
Repito: se um cidadão brasileiro resolve se suicidar, não obtendo
êxito, jamais será indiciado em inquérito policial ou processado
no Poder Judiciário porque não cometeu crime algum. E não
cometeu crime algum justamente porque resolveu tirar a própria
vida. Nesse caso, pode. Ora, se, no Brasil, uma pessoa pode tirar
sua própria vida, não sofrendo punição alguma caso o suicídio
não se realize, o mesmo direito deveria ser estendido a um
médico que realiza a eutanásia a pedido de um paciente
enfermo. Se um paciente não pode fisicamente mover braços e
mãos para pôr um fim à sua vida, o que não acarretaria punição
penal alguma, então o médico não deveria ser responsabilizado
por esse ato, já que apenas substituiu braços e mãos do paciente
paralítico. Isso é óbvio! Ou seja, o Estado brasileiro diz à pessoa
que deseja suicidar-se:
“Você pode tentar o suicídio. Se escapar, não será punido
jamais. A vida é um direito, e não uma obrigação.”
E esse mesmo Estado, diante de uma pessoa que deseja
suicidar-se, mas não pode mover o corpo para realizar o ato, diz:
“Você não pode obter ajuda de alguém para morrer. Se um
médico fizer isso, será processado por homicídio. Você pode fazer
a ação. Terceiros, não! Já que você não pode fisicamente realizar
o ato, uma vez que não move seu corpo, sinto muito. Acaba de
perder o direito de suicidar-se”
Que loucura! Que insensatez! Que ausência de lógica!
Num dia qualquer de janeiro de 1998, após sofrer com sua
tetraplegia durante 30 anos por causa da ignorância humana,
Ramón Sampedro, em segredo, diante de uma filmadora, virou
sua cabeça para a esquerda, alcançando com a boca o canudo
por meio do qual o veneno entrou em seu estômago. Deixou de
sofrer poucos minutos depois. Morto, ele já estava desde 1968
quando ficou tetraplégico.
O PADRE EVANGELISTA E O CELIBATO
Anteontem, segunda-feira, dia 2, encaminhei aos meus
leitores um artigo em que comentei as prisões do padre
Evangelista Moisés de Figueiredo, católico apostólico romano, e
do pastor evangélico Rubens Ferreira de Moraes, da Igreja Batista
Central de Brasília.
Ontem, terça-feira, dia 3, assisti ao DFTV que começa
exatamente às 12h15. E vi o padre Evangelista. Confesso, amigo
leitor, que fiquei com dó dele. Eu sei muito bem que ele praticou
sexo com crianças. Eu sei disso. Porém, repito, fiquei com dó
dele.
Ao ser preso em sua casa situada no Condomínio Del Rey,
ele sofreu uma agressão inútil e ilegal. Policiais civis do Distrito
Federal colocaram nele algemas e, pior ainda, correntes em suas
pernas. Isso é um absurdo! O padre, em momento algum, ficou
revoltado com sua prisão. Permaneceu sempre calado e
cabisbaixo. Não havia, pois, necessidade de colocação de algemas
e, pior ainda, de correntes em suas pernas. Os policiais só fizeram
essa desgraça porque se trata de um padre. Se fosse um
banqueiro, por exemplo, o Daniel Dantas, com certeza não teria
sido algemado atualmente, após as novas prescrições sobre o uso
de algemas. E se fosse também um deputado federal ou senador,
jamais isso teria ocorrido. Como se trata de um padre, não há
problema. Algemas são colocadas e, pior ainda, correntes. Que
absurdo! Na realidade, como afirmei acima, as algemas e
correntes colocadas no padre Evangelista foram inúteis e ilegais.
Inúteis porque não serviram para nada, já que ele não reagiu
contra sua prisão, e ilegais porque ferem a nova disposição
acerca do uso de algemas.
O padre Evangelista, na verdade, é uma vítima. Isso mesmo,
caro leitor! Ele é mais uma vítima da ignorância religiosa cristã
católica. A Igreja Católica Apostólica Romana impõe aos seus
sacerdotes o celibato. Ou seja, os sacerdotes católicos romanos
não podem se casar. Como a Igreja Católica, loucamente, amarra
o casamento ao sexo, conclui-se que os sacerdotes católicos
romanos não podem fazer sexo. Se não podem se casar, é óbvio
que também não podem fazer sexo. Isto é, seres humanos
católicos romanos devem rejeitar o uso de órgãos naturais do
corpo humano: o pênis e a vagina. Essa loucura católica romana
nem sempre existiu. Antes, papas, padres, cardeais e bispos se
casavam. Já que eles constituíam famílias, com obrigações civis,
entre elas a herança, a Igreja Católica resolveu pôr um fim a essa
situação, já que trazia prejuízos financeiros à instituição. Por isso
se dizia que alimentar um padre era muito mais econômico do
que alimentar uma família inteira. E aí a Igreja Católica Apostólica
Romana resolveu impor a desgraça do celibato.
O padre Evangelista Moisés de Figueiredo é um ser humano.
Entre as pernas dele, um pouco acima do ânus, existe um órgão
natural do corpo humano chamado pênis. É um órgão natural
porque faz parte da anatomia humana. Se o pênis está ali, ligado
ao padre Evangelista, então deve ter alguma finalidade. Isso é
óbvio. E para que serve o pênis? A resposta é lógica, fácil e
científica: o pênis do padre Evangelista, como qualquer outro
pênis, serve para ser enfiado em algum buraco. Ele existe para
ser colocado em algum buraco. Por isso mesmo é que o pênis fica
duro. Se ele estiver mole, não vai entrar em buraco algum. E o
pênis fica duro naturalmente. O que leva o pênis a ficar duro? A
resposta também é fácil: o desejo sexual, a atração sexual. O
desejo sexual, como é óbvio, nasce no cérebro. E o cérebro envia
o comando para o pênis. E o pênis fica duro. Tudo isso é um
processo normal e sadio do próprio corpo humano. O desejo
sexual nasce no cérebro e é sadio que ele seja realizado por meio
do pênis. O que estou escrevendo agora, amigo leitor, é a pura
verdade. Somente um fanático religioso não percebe essa
verdade tão cristalina e pura.
O celibato, esse verme, é uma falsa parede que tenta
inutilmente neutralizar o desejo sexual. É uma ignorância, um
ataque ao corpo humano sem precedentes. É um desrespeito à
própria fisiologia humana. Proibir um ser humano de fazer uso de
um órgão natural do próprio corpo humano se resume num
autêntico atestado de ignorância e fanatismo. Proibir um ser
humano de usar o seu pênis ou sua vagina, é o mesmo que
proibi-lo de usar sua boca, seus olhos, seu nariz, seu ânus etc. E
essa loucura é propagada pela religião cristã católica. O celibato
não interfere no desejo sexual, na atração sexual. O desejo sexual
surge no cérebro, involuntariamente, e é natural e sadio. Já o
celibato surgiu na cabeça doentia de cristãos, voluntariamente, e
é artificial, convencional. Ou seja, pura doença humana!
O padre Evangelista, pois, tem um pênis, e sente também
desejo sexual, como é normal. Ele é, pois, igual a mim. A
diferença entre mim e ele é que eu tenho uma mulher para fazer
sexo. E posso propagar livremente esse meu relacionamento
sexual. O padre, não! Ele não tem liberdade sexual porque uma
organização religiosa doentia decidiu, a partir de certa época, que
os padres não podem fazer sexo. Que loucura! Que ignorância!
Que monstruosidade!
Já que o padre Evangelista estava proibido de fazer sexo por
entendimento louco de sua Igreja, como então lidar com o desejo
sexual que brota natural e sadiamente de seu cérebro? Ora, o
desejo sexual nasce para ser satisfeito. E só será satisfeito se o
homem ou a mulher sentir o orgasmo. Esse processo do corpo
humano é lindo e natural. O padre Evangelista, inicialmente, para
saciar esse desejo natural, recorria à masturbação. Só que a
masturbação é uma prática sexual solitária. Ela não preenche o
vazio que fica. A relação sexual só é satisfatória quando há, no
mínimo, duas pessoas envolvidas. A Natureza é bela. Ela criou um
pênis que fica duro justamente para entrar em algum buraco. É
normal, pois, que um pênis penetre em algum buraco. E é
anormal, doentio e monstruoso proibir um ser humano de utilizar
seu pênis para o fim a que ele se destina. O padre Evangelista
tentou, em vão, seguir a louca norma de sua Igreja. Passou a
fazer sexo com uma fiel católica, sua ex-auxiliar. Quando os
policiais civis chegaram à sua casa para prendê-lo, ele estava
deitado na cama, ao lado de sua amante que se encontrava
completamente nua. Ou seja, o padre já estava preparado para
fazer a coisa mais normal do mundo, ou seja, fazer sexo com uma
mulher. Por pura ignorância religiosa, uma coisa que é normal se
torna anormal: é um absurdo um padre fazer sexo, dizem os
religiosos católicos.
O desejo sexual do padre Evangelista não ficou restrito
apenas à sua amante. Ele resolveu satisfazer seu apetite sexual
recorrendo também a crianças, filhas de fiéis de sua igrejinha.
Aqui mora o problema, caro leitor. À luz da legislação brasileira, o
padre Evangelista pode fazer sexo com qualquer fiel que
frequenta sua igreja. Pode fazer sexo com uma mulher ou com
um macho católicos. Não há problema. Ele pode até “comer” a
mulher do sacristão. Nada acontecerá ao padre. Nada de
processo. Nada de inquérito policial. O padre só não pode transar
com crianças. Fazer sexo com crianças. Por quê? Porque as
crianças não podem dispor do próprio corpo por causa de sua
ingenuidade. Fazer sexo com crianças é uma coisa deplorável,
repugnante e é crime no Brasil. No Brasil, inúmeros padres fazem
sexo com fiéis católicas, maiores de 18 anos. Fiéis sabem dessa
realidade, mas não metem o dedo na ferida. Ano passado, contei
aos meus leitores o caso do Padre Hosana que matou o bispo
Dom Expedito de Sobral, minha terra natal. Padre Hosana tinha
casos amorosos com várias mulheres. Todo mundo sabia, porém
não atrapalhava a vida sexual do clérigo católico. O bispo
sobralense resolveu estragar a vida sexual do padre. Não deu
outra. Padre Hosana matou o bispo com o uso de um revólver. E,
no Brasil, vários padres fazem sexo com crianças. De vez em
quando, um desses casos vem a público. E aí o alvoroço é grande.
As crianças são vítimas sexuais de alguns clérigos católicos
por várias razões. A principal delas é a facilidade. Conquistar uma
criança é algo muito fácil. Basta dar-lhe 1 real, uma balinha, um
chiclete ou uma bonequinha. A pobre criança cai como um
patinho. No Natal passado, o povo de Brasília vivenciou um caso
desse. A criança Beatriz Silva do Nascimento, com apenas 9 anos
de idade, foi estuprada e assassinada pelo pedreiro Francisco
Cosme Leal da Silva, 39 anos, no domingo de Natal. Veja, amigo
leitor, como foi fácil o miserável pedreiro conquistar a criança.
Beatriz, que morava no Areal, situado em Taguatinga Sul, no
domingo de Natal saiu de casa e foi, a pedido da família, a uma
vendinha para comprar pão. No meio do caminho, encontra o
marginal Francisco Cosme. O maldoso homem conversa com ela,
prometendo-lhe doces e brinquedos. Caso ela tivesse interesse
em adquiri-los, deveria acompanhá-lo até uma mata fechada. A
pobre criança não teve maturidade suficiente para perceber a
desgraça que estava por trás daquele falso convite. Passou a
acompanhar o marginal. O vídeo exibido pela televisão mostra
que ela estava muito feliz, caminhando ao lado do safado
assassino. Pensava, na sua inocência, que realmente iria ganhar
doces e brinquedos. Coitada! Ela não conhecia o marginal, porém
acreditou piamente na conversa fiada dele. Percebeu, leitor
amigo, como é fácil enganar uma criança? Se a pobre Beatriz caiu
facilmente na lábia de um criminoso desconhecido, feio e mal
vestido, o que se diria se ela estivesse diante de um padre
pedófilo, com boa aparência, bem vestido e falando sempre
acerca de Deus e de amor! A facilidade, pois, é a primeira arma
utilizada por padres pedófilos para abater sexualmente suas
vítimas infantis. A segunda arma é a garantia do segredo. Regra
geral, as crianças não revelam nada aos pais. Elas ficam
quietinhas. E os pedófilos contam com esse silêncio. O padre
Evangelista não foi traído pelas suas vítimas infantis. Nada disso.
O caso só foi descoberto porque uma mãe católica procurou a
30ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal para registrar a
ocorrência. Essa Senhora estava desconfiando do
comportamento de seus filhos e do padre. Não deu outra. Os
menores foram ouvidos por policiais especializados. E,
pressionados, revelaram tudo. Quando o caso veio ao
conhecimento público, outros pais católicos procuraram também
a Polícia para que seus filhos fossem ouvidos, já que conviviam
diariamente com o padre. E choveram vítimas. Assim, a facilidade
e o segredo são as principais armas utilizadas por padres
pedófilos. Se um padre faz sexo com uma mulher acima de 18
anos, o risco de ser descoberto é enorme. A mulher, com certeza,
vai revelar o segredo para a amiga mais próxima. E a amiga mais
próxima para outra amiga. E, daqui a pouco, toda a cidade vai
ficar sabendo. Com as crianças, isso não ocorre.
Com certeza, se os padres pudessem se casar, constituir
saudavelmente uma família, ter filhos, o número de pedofilia na
Igreja Católica Apostólica Romana sofreria uma redução
considerável. Nem todos os clérigos católicos romanos têm força
suficiente para serem fiéis à ignorância religiosa chamada
celibato. Todos têm desejo sexual, mas nem todos suportam a
abstinência porque ela é contrária e imoral à natureza humana.
Só mesmo um fanático religioso é capaz de colocar na cabeça
uma monstruosidade desse quilate.
O cristianismo é mais uma religião, uma superstição. Quem
conhece a fundo sua história sabe muito bem que ele elevou o
sexo à condição de pecado. A maior prova dessa realidade está
no próprio livro “sagrado” dos cristãos: a Bíblia. Essa coletânea de
livros foi dividida pelos cristãos em Velho Testamento e Novo
Testamento. Na verdade, não existe Velho Testamento. O
“Velho” Testamento, para os judeus, nada tem de velho. E ele,
em sua maior parte, é peça constituinte de sua Bíblia judaica. Na
Bíblia cristã, o cristianismo não está no Velho Testamento. Não
há ligação alguma entre Velho Testamento e Jesus. Os líderes
cristãos mentem aos fiéis. Na verdade, o cristianismo se restringe
ao Novo Testamento. Se você, caro leitor, quer ler alguma coisa
acerca de Jesus, abra então o Novo Testamento que se inicia no
evangelho segundo Mateus, apesar de o primeiro evangelho a ser
escrito tenha sido o de Marcos. No Velho Testamento, você,
leitor, não encontrará nada sobre Jesus. Os líderes cristãos
mentem aos fiéis.
Veja, amigo leitor! As diferenças entre o Velho e o Novo
Testamento são gritantes. O Deus do Velho Testamento está a
milhões de quilômetros de distância do Deus do Novo
Testamento. No caso em discussão neste artigo, o celibato, ou
seja, a abstinência sexual, os pontos de vista do Velho e do Novo
Testamento são completamente diferentes, antagônicos,
contrários. No Velho Testamento, o sexo é apresentado como
uma coisa maravilhosa, uma dádiva do Deus hebraico, que deve
ser praticado todos os dias por todos os seres vivos. Por isso
mesmo, nas sociedades hebraica e judaica, o adulto que não fazia
sexo era criticado veementemente pelos sacerdotes. Assim, eles
se casavam muito cedo para dar cumprimento à vontade de
Deus, já que fez os órgãos genitais para esse fim. Ou seja, quem
praticava sexo estava realizando a vontade de Deus. Se você,
amigo leitor, abrir a Bíblia no livro de Gênesis, logo no primeiro
capítulo, vai descobrir facilmente o que afirmei acima. Em
Gênesis 1:21 e 22, está escrito:
“21. Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos
os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas,
segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas
espécies. E viu Deus que isso era bom. 22. E Deus os abençoou,
dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos
mares; e, na terra, se multipliquem as aves.”
Nesse relato lendário bíblico, Deus criou os grandes animais
marinhos, os animais que rastejam e as aves. Quando Deus
acabou de fazê-los, o que Ele disse? Ora, Deus determinou que
esses animais fossem fecundos, ou seja, que se multiplicassem e
enchessem os mares e a Terra. E essa fecundação e multiplicação
ocorrem por meio do sexo, ou seja, da relação sexual, com a
introdução do pênis na vagina. Deus, então, deu ordem para que
os animais marinhos e as aves fizessem sexo. Nada, portanto, de
abstinência sexual. Em Gênesis 1: 27 e 28, está escrito:
“27. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28. E Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a
terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.”
Deus, no sexto e último dia da criação, fez o homem e a
mulher. Quando Deus terminou de fazê-los, o que Ele disse? Ora,
Deus disse que o homem e a mulher fizessem sexo para que
houvesse a multiplicação da espécie humana, enchendo, dessa
forma, o planeta Terra. Isso foi ordem de Deus. Para isso, Deus
colocou um pênis no Adão, e uma vagina na Eva. E Deus
determinou que o pênis de adão ficasse duro para que pudesse
penetrar na vagina de Eva. Portanto, Deus deu ordem para que o
homem e a mulher fizessem sexo. Nada, portanto, de abstinência
sexual. E assim, amigo leitor, as relações sexuais são abençoadas
em todo o Velho Testamento.
E o Novo Testamento? Será que as relações sexuais são
vistas como uma bênção de Deus? Não, amigo leitor! Claro que
não! É por isso que eu digo que o cristianismo elevou o sexo à
condição de pecado. Qualquer estudioso de religião sabe disso.
Como mostrei acima, no Velho Testamento, o sexo é uma coisa
abençoada por Deus. E não só abençoada, mas uma ordem de
Deus. Os seres vivos, portanto, deveriam fazer sexo. Coisa bem
diferente é defendida no Novo Testamento. Aqui, o sexo é uma
coisa imunda, pecadora, que deve ser evitada. Ou seja, o
cristianismo joga na lata de lixo uma determinação de Deus que
surgiu ainda no Jardim do Éden. Por considerar o sexo uma coisa
imunda, um pecado, o cristianismo inventou que Maria, mãe de
Jesus, ficou grávida por ação do “Espírito Santo”, e não por meio
de uma relação sexual normal. Que loucura! Na fantasia religiosa
cristã, se Jesus era o Cristo tão esperado, então ele não deveria
vir ao mundo por meio do sexo, já que este era nojento e
imundo. Daí, atribuíram a paternidade de Jesus ao “Espírito
Santo”. Ou seja, fizeram a maior sacanagem com o pobre José,
pai de Jesus.
Em todo o Novo Testamento, o sexo é visto como uma coisa
imunda, nojenta e pecadora. Pura ignorância cristã! Os eunucos,
pessoas que não praticavam sexo, eram vistos como pessoas
puras e maravilhosas, dignas de respeito. Inventaram também
que Jesus jamais praticou relações sexuais porque não iria
cometer esse terrível pecado. O apóstolo Paulo de Tarso
praticava abstinência sexual e durante toda a vida se manteve
casto. Fazia propaganda contra a prática da relação sexual até
entre as pessoas casadas. Um autêntico neurótico sexual! Em 1
Coríntios 7: 1 e 2, está escrito:
“1. Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem
não toque em mulher; 2. mas, por causa da impureza, cada um
tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.”
Veja, caro leitor! No Velho Testamento, Deus determinou
que o homem e a mulher fizessem sexo. Aqui, no Novo
Testamento, na religião cristã, Paulo de Tarso prega que não é
bom que o homem toque em mulher. Para aquele lunático
cristão, o homem não deveria fazer sexo, não deveria tocar em
mulher. E, no versículo 2, ele diz que, por causa da impureza
(desejo sexual), o homem deve procurar uma esposa. Ou seja, o
que era “impureza” para aquele neurótico sexual cristão, era uma
pureza para o Deus hebraico, o Deus do Velho Testamento
bíblico. E, mais à frente, nos versículos 8 e 9 do mesmo capítulo,
ele diz:
“8. E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se
permanecessem no estado em que também eu vivo. 9. Caso,
porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar
do que viver abrasado.”
O neurótico sexual Paulo de Tarso prega, mais uma vez, que
o homem não deve fazer sexo, permanecendo casto por toda a
vida. Ora, esse lunático cristão viveu há 2 mil anos. Já pensou,
amigo leitor, se todos os homens daquela época tivessem
seguido o louco conselho dele? Com certeza, não haveria hoje
um só judeu vivo na face da Terra. A civilização judaica teria
desaparecido da Terra em razão da não multiplicação da espécie,
já que deixaram de fazer sexo. Uma loucura, não é mesmo?
O padre Evangelista Moisés de Figueiredo é, ao mesmo
tempo, réu e vítima. Réu, em relação à pedofilia; e vítima da
ignorância religiosa cristã católica que impôs a abstinência sexual
aos seus sacerdotes, contrariando a ordem emanada do Deus
hebraico.
O PASTOR EVANGÉLICO E O PADRE PRESOS
Hoje, segunda-feira, dia 2 de janeiro, por volta das 20h20,
cheguei a Brasília, vindo de Caldas Novas, onde passei 3
maravilhosos dias mergulhado nas águas quentes. Ao chegar,
encontrei à minha espera 4 exemplares do jornal Correio
Braziliense. Devorei-os rapidamente. Para elaborar este artigo,
escolhi duas matérias de caráter religioso.
O Correio Braziliense, sábado passado, dia 31 de dezembro,
o último dia do ano 2011, na página 23, trouxe a matéria
intitulada
“PADRE PRESO POR PEDOFILIA”
A reportagem jornalística ocupou por completo a página 23
do supracitado jornal. Duas fotos se destacam: a do padre
Evangelista Moisés de Figueiredo e a da Paróquia São Francisco
de Assis, onde o missionário católico apostólico romano rezava
missas.
A foto do padre me deixou inquieto. Ele aparece sendo
conduzido por policiais. Além das algemas, policiais civis do
Distrito Federal colocaram correntes nas pernas do padre. Com
certeza, um absurdo, tendo em vista as mais recentes normas
acerca do uso de algemas. Ora, o padre foi preso em sua casa, no
Condomínio Del Rey, sem esboçar reação alguma. Não havia,
pois, a necessidade do uso de algemas e, pior ainda, de correntes.
Se o padre fosse uma pessoa negra, eu iria até pensar que se
tratava de um escravo brasileiro que morava em alguma senzala.
Padre Evangelista, 49 anos de idade, atuava há 18 anos. Na
Igreja de São Francisco de Assis, na região de Tororó, no Jardim
Botânico, em Brasília, ele já estava há 10 anos. Ao ser preso em
sua casa, por volta das 6h, ele foi flagrado por policiais civis
deitado na cama ao lado de uma mulher nua, ex-auxiliar do
pároco católico. Como se vê, caro leitor, o padre tinha um bom
gosto. Existe algo melhor que uma mulher nua e gostosa ao lado
de um homem numa cama? Claro que não, não é mesmo? Sua
amante, uma fiel católica, após a missa, caía perdidamente nos
braços do padre. Eu, sinceramente, não vejo problema algum
nisso. O padre é um ser humano, e um ser humano sente atração
sexual natural por outra pessoa. Isso é normal! O anormal é
colocar na cabeça dos padres que eles não podem fazer sexo.
Além de anormal, é loucura, é doentio e idiotice!
O problema do Evangelista Moisés de Figueiredo é que ele
fazia sexo também com crianças. Eis, aqui, o grande problema!
Em razão disso, apenas disso, foi preso. Se ele tivesse feito sexo
apenas com a sua fiel católica, não teria sido preso. Jamais! O
calcanhar de Aquiles do padre é que ele foi se envolver com
crianças, com pedofilia.
Padre Evangelista foi preso sob acusação de ter abusado
sexualmente de seis crianças com idades entre 5 e 14 anos. Ele
vinha praticando esses abusos há um ano. Todas as vítimas, de
origem pobre, são filhas de fiéis da Igreja. No meio católico, é
público e notório que o padre goza de confiança total. Os pais das
crianças abusadas deixavam-nas com o padre Evangelista, em
qualquer lugar, depositando confiança total no clérigo católico.
Valéria Raquel Martirena, delegada-chefe da Delegacia de
Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), disse que o padre
Evangelista
“dizia às vítimas que ajudaria com tarefas escolares ou lhes
daria dinheiro, entre R$ 20 e R$ 30, mas nunca cumpria a
promessa. O acusado cometia vários tipos de abusos, desde
apalpar as crianças até realizar práticas sexuais”.
Padre Evangelista colocou no seu telefone celular um vídeo
pornográfico. Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito
Federal, delegado Onofre de Moraes,
“Evangelista mostrava as cenas pornográficas às crianças
antes de abusá-las. Todas as vítimas afirmam ter visto o vídeo”.
Evangelista é cearense. Nasceu em Brejo Santo, cidadezinha
do interior cearense, e agora ele foi realmente para o brejo, e um
brejo que nada tem de santo. Foi ordenado em 1993 e pertence à
Congregação de São Camilo de Lélis, da qual faz parte a Igreja São
Francisco de Assis. Trabalhou durante oito anos na Igreja São
Camilo, localizada na 303 Sul, em Brasília. Teve também rápida
passagem pela Paróquia do Divino Espírito Santo, na 905 Norte.
Elma das Neves Branco, vigilante e vizinha do padre
Evangelista disse ao Correio Braziliense que
“Ele bebia até cachaça pura, chegava bem ruim mesmo”.
E, católica fervorosa, ela disse que está com a féabalada:
“Eu deixei de ir sempre à Igreja justamente por causa de
absurdos assim. Espero que essa investigação sirva para alguma
coisa”.
E a católica Germana Batista, que mora na região, disse que
o padre Evangelista
“era um homem muito bom. Não dá para confiar em mais
ninguém mesmo”.
Ora, amigo leitor! Como afirmei acima, o padre Evangelista é
um ser humano. E qualquer ser humano sente naturalmente
atração sexual por outra pessoa. A Igreja Católica Apostólica
Romana, depois de muito tempo, criou a desgraça do celibato.
Ou seja, passou a proibir que os missionários católicos se
casassem, isto é, que eles fizessem sexo. Ora, leitor amigo, o que
é mais forte: uma coisa natural do ser humano (sexo) ou uma
coisa simplesmente convencional (celibato), inventada pelo ser
humano? Claro que o sexo é mais forte! A desgraça do celibato
não elimina o ardor sexual, a vontade de fazer sexo. Como é
óbvio, muitos clérigos católicos não conseguem suportar a
desgraça do celibato. E o padre Evangelista Moisés de Figueiredo
é um bom exemplo dessa realidade. Ele não suportou a ausência
de sexo. Transava com sua ex-auxiliar, uma fiel católica. Até aí
tudo bem! O problema é que ele fazia sexo também com algumas
crianças. A distância entre o celibato e a pedofilia é curta, muito
curta. Muitos padres fazem sexo com crianças porque confiam na
ingenuidade natural delas. As crianças não saem pelo mundo
afora contando facilmente as coisas que os adultos lhes fazem.
Por causa dessa ingenuidade infantil, muitos padres abusam de
crianças. Eles evitam mulheres adultas porque elas espalham
rapidamente suas aventuras amorosas. Com as crianças, isso
geralmente não acontece. Percebeu, caro leitor, como é curta a
distância entre a desgraça chamada celibato e a pedofilia? O
celibato é um câncer que tenta inutilmente eliminar o natural
desejo sexual de um ser humano. Pura burrice! Pura idiotice!
O Correio Braziliense de hoje, segunda-feira, dia 2 de
janeiro, o segundo dia do ano 2012, na página 18, traz uma
reportagem com o título:
“PASTOR PRESO POR ESTELIONATO”
Na matéria inicial, o destaque foi um padre. Nesta, um
pastor evangélico da Igreja Batista Central de Brasília, fundada
pelo pastor Vilarindo. Ali, um pedófilo. Aqui, um estelionatário.
Sobre a Igreja Batista Central de Brasília, que fica localizada
na 603 Sul, em Brasília, escrevi alguns artigos. No dia 11 de
outubro do ano passado, encaminhei aos meus leitores o artigo
intitulado “Weslian Roriz e a Igreja Batista Central”. Ali, comentei
a reportagem do Correio Braziliense datado de domingo, dia 30
de outubro de 2010, na página 30, com o título “O aborto chega à
campanha”. Os meus leitores ficaram sabendo que os pastores da
Igreja Batista Central de Brasília transformaram o templo cristão
em palanque político a favor de Weslian Roriz e de sua filha
Jaqueline Roriz, hoje deputada federal. Os pastores Vilarindo
Lima, Ricardo Espíndola e Chancerley ofereceram um café da
manhã à Weslian Roriz e à sua filha Jaqueline Roriz, candidatas
respectivamente ao cargo de governadora do Distrito Federal e
ao de deputada federal. Weslian perdeu. Jaqueline foi eleita. A
Igreja Batista Central de Brasília ficou azul, a cor preferida da
família Roriz. Nos fundos do salão principal, os pastores
estenderam uma enorme faixa de cor azul, cor preferida pelo
Roriz, em que estava escrito: “Sou contra o aborto. Sou família.
Voto Weslian Roriz”. Num imenso telão, foram exibidos 2 vídeos.
Aos fiéis foram mostradas imagens de fetos sendo abortados e de
homossexuais trocando carícias. Enquanto as imagens eram
mostradas, um pastor, ao fundo, emitia comentários. Num
determinado momento, Lula aparece abraçado a Fidel Castro, e
Dilma Rousseff, numa montagem criminosa, surge ao lado do
nazista Adolf Hitler. E a estrela vermelha do PT é carimbada com
a tarja “abortista”. E tudo isso patrocinado pelos pastores
cristãos da Igreja Batista Central de Brasília.
Pois bem, caro leitor! Mais uma vez, a Igreja Batista Central
de Brasília volta a ser manchete de jornal. O pastor Rubens
Ferreira de Moraes, com 51 anos de idade, foi preso por policiais
civis da 1ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, localizada
na Asa Sul, em Brasília. Segundo o jornal, o pastor evangélico tem
passagens pela polícia por 16 (dezesseis) crimes, entre eles:
estelionato, receptação, falsificação de documentos etc. E há 5
mandados de prisão em aberto contra ele. Enquanto a Polícia
procurava prender o pastor, ele ministrava aulas na escola
dominical em que crianças e adolescentes aprendiam as
diretrizes da religião evangélica. Que diretrizes!
O pastor Rubens é paranaense. Passou a freqüentar a Igreja
Batista em 2000. Cursou teologia e estava concluindo o último
semestre de Direito. Ele ajudou na fundação das igrejas Batistas
do Guará II e de Ceilândia Norte.
A aposentada Iara Queiroz, 60 anos de idade, fiel da Igreja
Batista, disse ao Correio que o pastor Rubens
“parecia bem sério. Inclusive, quando o meu pai ficou
doente, deu um grande suporte espiritual. É difícil crer que ele
tenha feito mal a alguém”.
Outra fiel, a jornalista Lúcia Matos, 56 anos de idade, que o
considerava radical em suas pregações, disse que
“Ele chegava a chorar quando via algo errado. Falava que as
pessoas fora da igreja eram bandidas, entre outras coisas que
defendia com firmeza”.
Veja, caro leitor! O pastor Rubens pregava aos pobres fiéis
da Igreja Batista Central de Brasília que as pessoas de fora da
igreja eram bandidas, pilantras, safadas. Na verdade, os pilantras
e os estelionatários estão, em maior número, dentro das igrejas,
atrás dos púlpitos, iludindo milhões e milhões de pessoas. O
próprio pastor Rubens é um exemplo dessa realidade. Tem
contra si inúmeros mandados de prisão.
Já pensou, amigo leitor, se houvesse mandados de prisão
contra estelionatos religiosos praticados a cada dia? Qual igreja
estaria aberta hoje?
A FÉ DE MONTESQUIEU TARGINO ALVES
Montesquieu Targino Alves, morador do Lago Norte, em
Brasília, escreveu o artigo intitulado “Sócrates”, que foi publicado
no Correio Braziliense, no dia 9 do corrente mês, numa sexta-
feira, na página 14. Ei-lo na íntegra:
“A cada dia que se passa, infelizmente, estou mais
descrente de tudo e de todos. De certa forma, essa tendência é
justificável, pelos fatos que se sabe por intermédio da mídia.
Assim, de repente fico imaginando, ou melhor, me indagando,
sobre a morte do Dr. Sócrates, aquele cara que todos gostariam
de ter ao lado para ouvir. Nesse momento é que vem à tona a
descrença: o cara do bem foi levado sem a gente querer,
enquanto corruptos sobrevivem a tudo e demoram ser
chamados para o julgamento final.”
Caro leitor! Tudo indica que o Montesquieu Targino Alves é
uma pessoa cristã. Não dá para perceber se ele é evangélico,
protestante ou católico.
Montesquieu diz que está perdendo a fé cristã porque não
consegue entender como o ex-jogador de futebol Sócrates, que
era uma pessoa boa, morreu tão cedo, enquanto inúmeros
corruptos safados estão aí com idade avançada, esbanjando
saúde e riqueza material. Segundo Montesquieu, Sócrates foi
“levado” muito cedo para o “julgamento final”.
Ora, amigo leitor! O cérebro do Montesquieu Targino Alves
está infestado de superstições. A religião cristã colocou na cabeça
dele que, após a morte, haverá um julgamento final. Os líderes
cristãos, loucos por dinheiro, pregam essa bobagem para que os
fiéis fiquem com medo, não saindo dessa forma das igrejas. Cada
fiel representa a certeza de um dízimo, de uma oferta ou de uma
doação. Qualquer teólogo sério sabe muito bem que nunca
haverá esse “julgamento final”. O livro de Apocalipse, que está no
Novo Testamento, foi escrito há mais de 2 mil anos, e foi escrito
para aquele tempo, e não para os dias atuais. O “fim dos
tempos”, pregado pelos cristãos na época de Jesus, era esperado
para aquela época, e não para milhares de anos depois. Como ele
não veio, os líderes religiosos atuais mudaram o disco, pregando
falsamente que o fim ainda virá. Pura sacanagem com os fiéis!
Montesquieu diz que Sócrates foi “levado”. Ora, Sócrates
não foi levado para canto algum. Sócrates morreu, e não existe
mais. Na verdade, seu corpo foi realmente levado para o
cemitério. E foi levado por seus amigos, e não por Deus ou por
algum anjinho celestial. E ponto final.
Montesquieu está puto de raiva porque uma pessoa boa
como o Sócrates morreu tão jovem, enquanto políticos e
autoridades corruptas duram muito tempo. O Montesquieu,
coitado, pensa que os céus protegem ou punem alguém. Essa
falsa proteção celestial é propaganda pelos líderes religiosos. Não
existe proteção celestial alguma, como também não existe
punição celestial alguma. Pessoas boas ou más morrem
naturalmente. Quando uma pessoa morre, não existe Deus algum
por trás disso. O Sócrates, segundo Montesquieu, era uma pessoa
boa. E morreu aos 57 anos de idade. Isso não é novidade alguma.
Faz parte do processo natural da vida. Em todo o mundo, todos
os dias, morrem milhares de crianças muito mais inocentes do
que o Sócrates. Há crianças que morrem quando ainda estão no
útero materno, ou seja, não viram sequer o planeta Terra, não
cometeram crime algum, mas já nascem mortas. E há também
pessoas más que morrem muito cedo. Basta que você, caro leitor,
veja a relação dos políticos brasileiros, por exemplo, que
morreram recentemente. Muitos morreram com idade mais nova
do que a do Sócrates.
Montesquieu está equivocado quando diz que somente as
pessoas boas morrem com idade baixa. Adolf Hitler (1889 –
1945), por exemplo, que era muito mau, morreu aos 56 anos de
idade, ou seja, viveu menos do que o dr. Sócrates. Já o arquiteto
brasileiro ateu Oscar Niemeyer, que é uma pessoa boa, está com
104 anos de idade. Qual será o político corrupto brasileiro ou a
autoridade corrupta brasileira que atingirá a idade do Niemeyer?
Muito difícil, não é mesmo, amigo leitor?
Entendo a frustração do Montesquieu. Ele queria que as
pessoas más morressem logo. Realmente, é triste a gente ver
corruptos agindo livremente, sem punição alguma, porque o
Sistema os protege. A gente vê o mal como se houvesse uma
punição correspondente. A fome de justiça está dentro das
pessoas que sofrem. Porém, lamentavelmente, o mal triunfa sem
punição alguma. E, como aquela justiça na Terra não se realiza, é
supersticiosamente transportada para “outros mundos”.
ELIZIO CALIMAN E O DIREITO DA MULHER
Pessoas há que fazem críticas de forma equivocada.
Elizio Nilo Caliman, que mora no Lago Norte, em Brasília,
escreveu um pequeno artigo intitulado “Direitos”, que foi
publicado no jornal Correio Braziliense, segunda-feira passada,
dia 12, na página 10. Eis, na íntegra, o seu artigo:
“Com frequência, certas campanhas para combater a
discriminação acabam produzindo efeito contrário. Folheto de
advertências distribuído pela Polícia Civil do Distrito Federal,
Departamento de Polícia Circunscricional, destaca: “Toda
mulher tem direito de viver sem violência”. E o homem, não tem
o mesmo direito? Senti-me discriminado. A Constituição Federal,
no inciso I do art. 5º, reza: “homens e mulheres são iguais em
direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”. Seria
acertado dizer: todo ser humano tem direito de viver sem
violência.”
Elizio Caliman, morador de Brasília, ao fazer a crítica acima,
escorregou em casca de banana. Sua crítica é equivocada. Ele
está mais por fora do que bunda de índio.
Elizio reclama de um folheto que foi distribuído pela Polícia
Civil do Distrito Federal. Esse folheto traz a frase
“toda mulher tem direito de viver sem violência”.
Ao ler esse enunciado, Elizio se sentiu discriminado,
inferiorizado, porque só se referia à mulher, deixando o homem
de fora. Invocando a Constituição, Elizio diz que o homem
também tem o direito de viver sem violência e que o certo seria
“todo ser humano tem direito de viver sem violência”, já que a
expressão “ser humano” contemplaria ao mesmo tempo a
mulher e o homem.
Como afirmei acima, a crítica de Elizio é equivocada. O
folheto distribuído pela Polícia Civil não merece correção alguma.
Não ofende a Constituição. E também não ofende homem algum.
Está, pois, perfeito.
Ora, o folheto agasalhou apenas a mulher por uma questão
de política criminal. Quem, em sua quase totalidade, é a vítima
da violência doméstica, o homem ou a mulher? A resposta, com
apoio nas estatísticas, é óbvia: a mulher é o eterno saco de
pancadas. Quem, em sua quase totalidade, é o agressor nos casos
de violência doméstica, o homem ou a mulher? A resposta
também, com base em estatísticas, é óbvia: o homem é o autor
das agressões físicas e morais.
Estou com 55 anos de idade. Durante todo esse tempo,
jamais vi uma esposa praticar violência física contra o marido. Ao
contrário, só vi esposos e namorados espancando sua esposa ou
namorada. Ou seja, somente a mulher é que diariamente vem
sofrendo horrores nas mãos dos machos. Por dia, no mínimo, 10
mulheres são assassinadas pelo esposo, namorado ou amante.
Essa desgraça ocorre todos os dias. E, com certeza, em cada
edifício residencial, há, no mínimo, uma mulher que apanha do
marido. Eu mesmo sou testemunha ocular dessas agressões. No
Gama, por exemplo, morei em edifício residencial e em casa
isolada. No Edifício Residencial Plaza Gama, situado no setor
central, conheci 3 homens que espancavam a esposa. Por pouco,
não dei uma surra em um deles no momento exato em que
agredia sua frágil esposa. Minha esposa começou a chorar
quando eu já estava abrindo a porta de meu apartamento para
dar uma lição naquele covarde. Ao sair do Plaza Gama, fui morar
no setor norte, numa casa em rua aberta. Os meus vizinhos, o da
casa direita e o da casa esquerda, batiam em sua esposa. À noite,
eu escutava os gritos femininos de socorro e as pancadarias. Pela
manhã, via hematomas nos rostos das mulheres. Coitadas!
A própria Polícia Civil do Distrito Federal, há poucos dias,
publicou estatísticas relativas aos crimes praticados no Distrito
Federal no período de 1º de janeiro a 29 de novembro do fluente
ano. Eis, caro leitor, uma delas:
“Latrocínio 52
Tráfico de drogas envolvendo crianças e adolescentes 585
Roubo com restrição de liberdade da vítima 615
Homicídio 674
Violência contra a mulher 10.171
Furto de veículo 5.024
Roubo de veículo 2.451
Roubo a banco 1”
Ora, as estatísticas não mentem. Os números acima
comprovam que a violência contra a mulher é o crime mais
comum, que ocorre com mais frequência, superando os demais.
Em razão dessa realidade, foi elaborado o folheto, destacando,
como é óbvio, apenas a mulher porque é ela que figura, em sua
quase totalidade, como vítima da violência doméstica. Isso, em
momento algum, significa que o homem não tenha os mesmos
direitos. É claro que a mulher tem o direito de viver sem
violência, e o homem também.
O leitor Elizio Caliman fez um raciocínio torto e equivocado.
Ele pensa que o folheto distribuído pela Polícia Civil agride a
Constituição, já que esta afirma que homens e mulheres são
iguais em direitos e obrigações. Não existe agressão alguma.
E o Elizio pensa também que essa igualdade em direitos e
obrigações entre homem e mulher é absoluta. Não, caro leitor,
não é! A própria Constituição concede direitos à mulher que não
são concedidos ao homem, apesar de ela afirmar que homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações. Se o Elizio soubesse
disso, iria ficar com dor de cabeça. Só para ilustrar, forneço
alguns exemplos.
Veja, amigo leitor! A prestação do serviço militar obrigatório
é uma obrigação. A mulher presta o serviço militar no Brasil?
Claro que não! Apenas o homem é que é obrigado a se alistar no
serviço militar quando atinge os 18 anos de idade. Portanto,
nesse caso, não há igualdade de obrigação entre o homem e a
mulher. A mulher sai beneficiada. No Brasil, o homem e a mulher
se aposentam nas mesmas condições? Claro que não! De acordo
com a própria Constituição, o tempo de serviço relativo à mulher
é mais curto, ou seja, a mulher se aposenta mais cedo do que o
homem. Portanto, mais um caso de desigualdade entre o homem
e a mulher, apesar de a Constituição afirmar que homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações. No âmbito da
Justiça do Trabalho, há vários direitos relativos à mulher que são
negados ao homem. Por exemplo, o empregador não pode
empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força
muscular superior a 20 quilos para o trabalho contínuo, ou 25
quilos para o trabalho ocasional. Portanto, mais um caso de
desigualdade entre o homem e a mulher, apesar de a
Constituição afirmar que os homens e a mulheres são iguais em
direitos e obrigações. Vê-se, pois, que a alegada igualdade em
direitos e obrigações entre homem e mulher não é absoluta.
O Elizio Caliman escorregou realmente em casca de banana.
O AUMENTO DO JUDICIÁRIO E O JORNALISTA AZEDO
Sr. Luiz Carlos Azedo
Em sua coluna publicada no Correio Braziliense ontem,
sexta-feira, dia 16, na página 6, sob o título “Sem aumento”, o
Senhor fez duas comparações entre os servidores do Poder
Judiciário e os empregados regidos pela CLT. Ei-las:
a) “Enquanto os trabalhadores regidos pela CLT receberão
aproximadamente 6,5% de aumento em 2012, os servidores do
Judiciário lutam por 56% de aumento.”;
b) “O salário médio dos trabalhadores CLT com carteira
assinada está em R$ 1.612. O salário médio dos servidores da
Justiça, segundo o governo, estaria em R$ 11.466.”.
Veja, Senhor Azedo!
Milhares de leitores bobos do Correio Braziliense, ao lerem
seu artigo, vão se posicionar contra o aumento salarial
reivindicado pelos servidores do Poder Judiciário. Eles vão
raciocinar da seguinte forma:
“Ora, que absurdo! Os celetistas com carteira assinada têm
um salário médio de R$ 1.612. Os servidores do Judiciário, R$
11.466. E esses caras ainda querem aumento! E os celetistas,
apesar do salário baixíssimo, só receberão 6,5% de aumento. Já
os servidores do Judiciário, que já ganham muito, ainda querem
56% de aumento. Que absurdo! Que injustiça!”.
Leitores bobos chegarão a essa infantil e falsa conclusão.
Ora, não se pode comparar salário de servidor do Poder Judiciário
com salário de empregado regido pela CLT. São naturezas
distintas. Celetistas devem ser comparados com celetistas. E
servidores do Poder Judiciário devem ser comparados com os
demais servidores federais, por exemplo, os do Congresso
Nacional e os do Tribunal de Contas da União. Ou seja, cada
macaco no seu galho.
É público e notório que os servidores do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados ganham os melhores salários do
funcionalismo federal. A remuneração de um analista legislativo é
superior, e muito, a recebida por um analista judiciário. E a
mesma coisa ocorre na Câmara dos Deputados, no Tribunal de
Contas da União e em muitas carreiras do Poder Executivo. Os
servidores dos órgãos acima citados, apesar de terem as
melhores remunerações, recebem facilmente aumentos anuais
sem a necessidade de greves. Já os servidores do Poder
Judiciário, que recebem muito menos, ficam sofrendo pressão
das mais variadas espécies. Por que um analista judiciário deve
ganhar mensalmente 6 mil reais, enquanto um analista legislativo
percebe 16 mil reais? Por que um técnico judiciário deve ganhar 4
mil reais, enquanto um técnico do Senado Federal fatura 13 mil
reais?
A remuneração dos servidores do Judiciário deve ser, pois,
comparada com a dos demais servidores federais, e não com o
salário percebido pelos celetistas. Os celetistas, que formam a
maior massa de trabalhadores, têm realmente um salário
extremamente miserável, incapaz para satisfazer suas
necessidades básicas. Porém, compará-lo com um servidor do
Judiciário, do Legislativo ou do TCU é uma autêntica insensatez. A
quase totalidade dos celetistas ganha um salário mínimo por
mês. E não tem carteira assinada. Ser contrário a um aumento
reivindicado pelos servidores do Judiciário apenas porque os
celetistas ganham uma miséria, é uma atitude ilógica e insensata.
O governo, como sempre, mente, Senhor Azedo! Há dinheiro
suficiente para atender a reivindicação dos servidores do Poder
Judiciário. O governo mente vergonhosamente. O próprio
deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), relator-geral do Projeto da
Lei Orçamentária de 2012, afirmou publicamente que o problema
não é a falta de dinheiro, mas a falta de acordo com o Palácio do
Planalto. Percebeu, Senhor Azedo?
A presidente Dilma e seus amiguinhos dizem, com assombro,
que o impacto será de 7 bilhões. O povão idiota ouve esse
discurso bobo e pensa que o país vai quebrar. O que são 7 bilhões
em bilhões e bilhões de dinheiro? Como disse Chinaglia, dinheiro
há. O que não está havendo é vontade política. A política
brasileira , Senhor Azedo, me causa ânsia de vômito.
ROBERTO MATOU SEU IRMÃO GERALDO POR
SOLIDARIEDADE
Ontem, domingo, dia 14, à noite, minha esposa me chamou
para que eu assistisse a uma matéria do programa
televisivo Domingo Espetacular, apresentado pelo Paulo
Henrique Amorim. Soltei temporariamente um bom livro e passei
a ver a manchete.
Em outubro passado, na pequena cidade de Rio Claro, no
estado de São Paulo, Geraldo Rodrigues de Oliveira, 23 anos,
tetraplégico, foi assassinado com dois tiros em sua cadeira de
rodas, dentro de sua casa. Quem o matou foi o seu próprio irmão
Roberto Rodrigues de Oliveira, 22 anos.
Por que Roberto disparou dois tiros fatais em seu irmão
Geraldo? Ora, Roberto matou seu irmão a pedido dele.
Há muito tempo que Geraldo estava numa cadeira de rodas,
tetraplégico, em virtude de um acidente automobilístico. Ao ficar
eternamente sentado em uma cadeira de rodas, casado e pai de
um filhinho, o pobre Geraldo perdeu o sentido da vida. Para não
se tornar um peso para sua esposa, saiu de casa, deixando-a com
o seu querido filho. Foi morar com o irmão Roberto. Geraldo,
todos os dias, pedia que o seu irmão o matasse. Roberto, com dó
do sofrimento atroz do irmão, mudava de assunto, procurando
acalmá-lo. Porém, Geraldo não mudava o disco. Todos os dias,
implorava por sua morte. Pressionado pelo sofrimento do irmão,
Roberto, com muito custo, resolveu atender o seu pedido. Meteu
2 balas no corpo inerte do irmão. E semana passada foi preso
porque a polícia descobriu que ele praticou a eutanásia. E espero
que ele hoje já esteja solto.
Já escrevi muito acerca da eutanásia. Sou totalmente a favor
de sua prática. Infelizmente, neste país marcado pelo atraso,
corrupção e impunidade, a eutanásia não é permitida. Dessa
forma, o pobre Roberto vai responder por homicídio doloso, o
que é na lógica um autêntico absurdo. Ao contrário, ele deveria
receber uma medalha por ter praticado esse ato de solidariedade
humana. O jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho recebeu uma
medalha da Academia Brasileira de Letras. Não merecia. Já o
Roberto Rodrigues de Oliveira merece!
O Geraldo, amigo leitor, já não vivia. Vida para ele significava
vida real: fazer amor com sua esposa, correr com seu filhinho,
caminhar pelas ruas, urinar e cagar num vaso sanitário, vestir
sozinho suas roupas etc. Por causa de sua eterna paralisia, não
podia mais fazer as coisas mencionadas acima. Ele se sentia um
trapo, um verme, morrendo lentamente. Para que, então,
prolongar esse sofrimento sem fim?
Veja bem, caro leitor! A vida do Geraldo pertencia a quem?
Ora, de acordo com a própria legislação brasileira, a vida de uma
pessoa só pertence a ela, e a ninguém mais. Ora, se a vida de
uma pessoa pertence apenas a ela, e a ninguém mais, conclui-se,
pois, que uma pessoa pode dispor de sua vida a qualquer
momento. Isso é lógico! Tanto é lógico que uma pessoa pode se
suicidar quando bem entender. E, à luz da própria legislação
brasileira, uma pessoa que tentou se matar, ou seja, tentou
praticar suicídio, não pode ser punida. Isto é, não existe no Brasil
punição alguma que possa ser aplicada a uma pessoa que não
conseguiu se suicidar. Por quê? Ora, porque a vida pertence à
pessoa, e ela pode fazer o que quiser com ela. Se uma pessoa,
por exemplo, se corta profundamente com uma faca, jamais
poderá responder pelo crime de lesão corporal. Por quê? Porque
o corpo é dela, e de ninguém mais.
Geraldo não queria mais viver. Ele queria morrer! Não podia
se matar porque não conseguia mover seus braços. Se pudesse
fazê-lo, não teria feito esse triste pedido ao seu irmão Roberto.
Ele próprio teria praticado o suicídio. E hoje o Roberto não teria
tido problema algum com a Justiça. Já que Geraldo não movia
sequer os braços, Roberto apenas foi, na verdade, uma extensão
dos braços de seu irmão. Ele amava Geraldo, mas sofria muito
com a sua situação caótica. Levado por um sentimento de
solidariedade e amor, matou o irmão. Na verdade, esse verbo
“matar” não reproduz a realidade do fato. Matar significa tirar a
vida de alguém que não quer morrer. E o caso aqui é bem
diferente. Roberto, na pura acepção da palavra, não matou o seu
irmão, apenas o livrou de um sofrimento cruel e bárbaro. Por
que, então, punir Roberto?
Ora, a legislação brasileira pune quem pratica a eutanásia.
Um absurdo atraso! Alguns países já não a proíbem mais. E a
própria legislação brasileira, como já frisei em artigos, é
completamente louca ao proibir a prática da eutanásia. Por quê?
Porque, em casos mais graves em que uma pessoa não quer
morrer, ela permite que um médico tire a vida daquele inocente.
Por exemplo, quando uma mulher fica grávida em virtude de um
estupro, a legislação brasileira autoriza um médico a tirar a vida
do feto que se encontra em desenvolvimento no útero materno.
Aquele ser inocente nada fez de errado. Não saiu ainda do útero.
Ele quer viver também fora do útero. Porém, a lei brasileira o
manda matar. Ora, cacete, se a lei permite que um ser inocente
morra sem ter feito nada ilegal e um ser que realmente quer
viver, com mais razão ainda deveria permitir que um médico
matasse um ser humano adulto e consciente que quer morrer
por causa de sofrimentos físicos. Isso é óbvio! Porém, a legislação
brasileira nega loucamente a eutanásia, e agasalha loucamente a
morte de um feto. Que loucura! Que ausência de lógica!
Roberto vai enfrentar o Tribunal do Júri, que é composto por
cidadãos comuns. O Júri, pois, faz muita merda. E espero
ardentemente que ele continue cagando muito para absolver o
Roberto. Esse rapaz não pode ser condenado, apesar da
legislação em vigor. Como eu gostaria de defendê-lo perante os
bobos jurados! Sairia, com certeza, vitorioso!
Em homenagem ao Geraldo que deixou de sofrer, os
primeiros versos de uma canção de Fernando Mendes: “Cadeira
de rodas”.
“Sentada na porta em sua cadeira de rodas ficava
Seus olhos tão lindos
Sem ter alegrias
Tão tristes choravam
Mas quando eu passava
A sua tristeza chegava ao fim
Sua boca pequena no mesmo instante sorria pra mim...”
DEUS MATOU O EX-JOGADOR SÓCRATES?
Ontem, segunda-feira, dia 5, o jornal Correio Braziliense
trouxe uma matéria acerca do ex-jogador de futebol Sócrates, no
caderno de esportes, páginas 9 a 12.
Na capa do retrocitado jornal, uma foto do Sócrates vestido
com a camisa amarela da Seleção brasileira e um pequeno texto
intitulado “O revolucionário da bola”. Ei-lo na íntegra:
“O primeiro domingo de dezembro costuma ser o mais feliz
para os milhões de brasileiros apaixonados pelo futebol. Mas
Deus quis que um ateu e um dos maiores ídolos do esporte se
fosse justamente nesse dia. Ontem, às 4h30, o agora eterno
craque Sócrates morria no Albert Einstein, por causa de uma
infecção generalizada. Sócrates foi mais que um jogador de
futebol: foi o doutor (era formado em medicina), o camisa 8 das
inesquecíveis Seleções de 1982 e 1986 e o líder da democracia
corintiana. Crítico e Politizado, combateu a ditadura e brigou
pelas Diretas, já! Nos últimos tempos, lutava contra o
alcoolismo. O corpo do Paraense foi enterrado, ao som de violão
e do hino do Corinthians, em Ribeirão Preto, no interior de São
Paulo.”
Do texto acima, destaco:
“MAS DEUS QUIS QUE UM ATEU E UM DOS MAIORES
ÍDOLOS DO ESPORTE SE FOSSE JUSTAMENTE NESSE DIA.”

Religião é superstição! Os religiosos são extremamente


criativos. Cristãos, por exemplo, dizem que Deus está por trás de
tudo o que ocorre no mundo. Ou seja, as coisas ocorrem porque
Deus deseja realmente que elas ocorram.
Há poucos dias, encaminhei aos leitores um artigo que
abordava aquele acidente automobilístico que vitimou
fatalmente 10 fiéis católicos e feriu outros. Uma cristã católica,
Anatália Maria Franca, 56 anos, disse com fervor:
“Eu acho que Deus sabe o que faz. Não havia pessoas más na
excursão. Todo mundo amava Nossa Senhora. Tenho certeza de
que o Nosso Senhor sabe o que fez.”
Anatália, levada pela fantasia religiosa, diz que Deus causou
aquela desgraça, matando 10 pessoas, inclusive crianças, e
ferindo outras. Deus resolveu matar aquelas pessoas que, com
muito custo, juntaram um dinheirinho para fazer uma excursão
puramente religiosa. Os romeiros católicos foram visitar o
santuário católico de Aparecida, no estado de São Paulo. Quando
o ônibus estava retornando para Santo Antônio do Descoberto,
Deus resolveu agir num trecho da rodovia. Deu uma porrada no
braço do motorista, levando-o ao descontrole do veículo. O
ônibus bateu numa mureta e capotou. Caiu sobre várias pessoas,
esmagando-as. E isso aconteceu porque, segundo a católica
Anatália, Deus quis.
A mesma fantasia religiosa é repetida aqui, no caso da morte
do ex-jogador Sócrates. Quem escreveu a matéria acerca do
Sócrates é cristão porque afirma que Deus quis que o ateu
Sócrates morresse justamente no primeiro domingo de
dezembro, dia em que o seu clube Corinthians ganhou o
campeonato brasileiro.
Pura ilusão, caro leitor! Pura ilusão! A superstição cria na
cabeça das pessoas um mundo repleto de ilusões. Cada um pensa
do seu modo. E cada um escorrega na casca de banana.
Deus algum decidiu matar os 10 católicos que foram prestar
culto a Ele. E Deus algum matou o ateu Sócrates, ex-jogador de
futebol.
Sócrates morreu no primeiro domingo de dezembro de
2011. E daí? O que há de especial nesse dia? Ah, tá! O Corinthians
ganhou o campeonato brasileiro! Sim, e daí? E daí nada, caro
leitor! Nada! Apenas um festival de alucinações: Deus mata
Sócrates no dia em que o seu time é declarado campeão
brasileiro. Que loucura!
Ora, Sócrates faleceu no dia primeiro de dezembro porque é
normal que uma pessoa morra num dia qualquer. O dia primeiro
de qualquer mês é um dia, assim como o dia 2, o 3, o 4, o 15 e o
dia 31. Todos os dias são iguais. Sócrates morreu no dia primeiro
de dezembro do corrente ano. Ele foi a única pessoa a morrer
nesse dia? Não! Centenas de pessoas em todo o mundo
morreram também nesse dia. O Corinthians, paixão de Sócrates,
ganhou pela primeira vez um título nesse dia? Não! Já ganhou
vários títulos em outras datas. E Sócrates, como é óbvio,
sobreviveu a todas. Percebeu, amigo leitor, a infantilidade da
fantasia religiosa?
Deus algum destrói a vida de alguém. Deus algum salva a
vida de alguém. Em nossa existência, tudo se resume em
probabilidades. Não há interferência de deuses em nada. Os
deuses são frutos da imaginação humana. E a imaginação
humana é uma fábrica de superstições. Na realidade, tudo
conspira contra as superstições.
Ocorrem acidentes de carro não porque Deus assim o quer,
mas porque o índice de probabilidade é altíssimo em decorrência
do número excessivo de veículos e também por causa da
falibilidade humana. Aviões comerciais, por exemplo, dificilmente
caem. Por quê? Será que Deus protege os aviões, e não os
veículos? Nada disso! Os aviões são meios de transporte muito
mais seguros do que os veículos por vários fatores: não se
locomovem um ao lado do outro, não andam por estradas
precárias, os pilotos não o conduzem sob efeito de álcool, os seus
motores são mais potentes, não há muretas para eles colidirem
etc. Ou seja, o avião é um dos meios de transporte mais seguro
do mundo não porque Deus algum assim o quer, mas por vários
fatores.
O elevador é considerado o meio de transporte mais seguro
do mundo. Deus protege o elevador, abandonando os carros?
Nada disso! Não há Deus algum. O elevador é o mais seguro, o
mais confiável, por vários fatores: Só se locomove na vertical,
numa reta, sem curva alguma. Movimenta-se sozinho, num
espaço apenas seu, sem que haja outro elevador para a
ocorrência de choques. Sua velocidade é reduzidíssima, quase
parando, à moda de Rubinho Barrichello. E, se por alguma
irregularidade atingir uma velocidade maior, uma trava entra em
ação, segurando o elevador, para evitar que ele desabe. Por esses
fatores, o elevador é considerado o meio de transporte mais
seguro do mundo, e não porque Deus adora os elevadores.
Tudo, amigo leitor, se resume em probabilidade. Qual é, por
exemplo, o índice de probabilidade que existe no fato de uma
jumenta cair do céu na cabeça de um cristão ou de um ateu? O
índice de probabilidade é zero! É zero porque não existe jumenta
alguma passeando no céu da Terra. Jumenta, como é óbvio, não
voa. E qual é o índice de probabilidade no fato de um passarinho
cagar na cabeça de uma pessoa? O índice é baixo, mas existe.
Muitas pessoas já tiveram a cabeça atingida por um pedaço de
bosta soltado por um cu de pássaros. Eu mesmo já passei por
isso. Estava no estádio do Gama, assistindo ao jogo do Gama e
Grêmio. Num dado instante, senti uma coisa leve e quente em
minha cabeça. Pensei até que a cabeça estava sangrando. Passei
a mão e peguei uma coisa líquida. Olhei e vi que era bosta de um
passarinho. Olhei para o céu e avistei alguns passarinhos
passeando. Deus algum quis que aquele passarinho cagasse na
minha cabeça. Caiu na minha cabeça por mera probabilidade. A
minha cabeça é grande por ser cearense. Só aí já levo
desvantagem em relação às outras pessoas. E o passarinho caga
no ar, sem se preocupar com quem está lá embaixo. Ele não tá
nem aí.
Sócrates morreu no dia primeiro de dezembro de 2011
porque é normal que pessoas morram em qualquer dia. E o
Corinthians ganhou o campeonato brasileiro nesse dia porque já
era a data programada pela CBF (Confederação Brasileira de
Futebol) para o jogo final. E o Corinthians foi um dos finalistas
porque vinha apresentando um bom futebol. Havia, portanto,
uma forte probabilidade de ele ser o campeão.
O resto, amigo leitor, não passa de superstição!
O HOMICÍDIO DO JUIZ E O TRIBUNAL DO JÚRI DE MATO GROSSO

Justiça é uma piada neste país. E Tribunal do Júri, pior ainda!


No Tribunal do Júri, quem julga o réu é o cidadão comum.
Não é um juiz especializado em Direito. E o cidadão comum não
conhece Direito. É uma pessoa que se deixa levar facilmente pelo
teatro patrocinado por advogados.
Sexta-feira passada, dia 2, o Jornal da BAND, apresentado
por Ticiana Villas Boas, Ricardo Boechat e Joelmir Beting, noticiou
um julgamento realizado pelo Tribunal do Júri de Mato Grosso,
semana passada. Uma verdadeira piada! Eis o caso:
Em 1999, o juiz de Direito Leopoldino Marques do Amaral,
da Vara de Família de Cuiabá, com 55 anos de idade, foi
assassinado com 2 tiros na cabeça e ainda teve seu corpo
parcialmente carbonizado. Leopoldino vinha denunciando
irregularidades no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, tais como:
venda de sentenças, nepotismo, corrupção, fraude em concursos
públicos etc. Para calá-lo, meteram-lhe na cabeça dois tiros que
lhe tiraram a vida.
Veja, leitor. O crime bárbaro ocorreu em 1999. Portanto, há
12 anos. O julgamento só ocorreu semana passada. O empresário
Josino Guimarães foi acusado de ter sido o mandante do
homicídio. Agora, amigo leitor, vem a piada de autoria dos
julgadores, ou seja, das pessoas comuns que participaram do Júri,
cidadãos de Mato Grosso.
Diante do quesito acerca da materialidade do crime, isto é,
da certeza de que a vítima morreu, já que o corpo foi encontrado,
a maioria dos jurados decidiu que o juiz Leopoldino realmente
estava morto. Até aqui, caro leitor, tudo bem!
Ante o quesito que versava sobre a autoria do crime, os
jurados também, por maioria, decidiram que o empresário Josino
Guimarães realmente foi o mandante do homicídio. Até aqui,
caro leitor, tudo bem!
Agora vem a esculhambação: diante do último quesito que
indagava aos jurados se o réu era culpado ou inocente, os jurados
absolveram o réu Josino Guimarães!
Que absurdo! Que monstruosidade! Que loucura! Que
hediondez! Que imbecilidade! Que safadeza!
Ora, se a maioria dos jurados concluiu que o juiz está morto
(materialidade) e que o empresário Josino Guimarães foi o
mandante do homicídio (autoria), é óbvio que ele deveria ser
declarado culpado. É o óbvio. Eis o silogismo, caro leitor:
O juiz Leopoldino foi assassinado. (1ª premissa)
O empresário Josino Guimarães mandou matá-lo. (2ª
premissa) Logo, o empresário Josino Guimarães é
culpado. (Conclusão)
Pois bem! O “respeitadíssimo” corpo de jurados, pessoas
comuns, por maioria, decidiu que o juiz foi assassinado e que
Josino Guimarães foi o mandante do homicídio. Porém, concluiu
que Josino é INOCENTE! Como? Onde? Ora, se Josino foi
considerado o mandante do crime, é loucura afirmar que ele é
inocente! Pura loucura!
Essa decisão causou revolta em todo o Brasil.
O Ministério Público local já recorreu contra essa loucura.
SÓCRATES, GARRINCHA E O ALCOOLISMO
Você viu, leitor, o que aconteceu ontem, domingo, dia 24?
Morreu o grande ex-jogador de futebol Sócrates.
Eu vi esse moço jogando. Um craque! Um autêntico craque!
Sócrates, além de ser um excelente jogador, tinha duas
qualidades que faltam à quase totalidade dos jogadores
brasileiros: inteligência e cultura. Formado em Medicina, Sócrates
dava um show por onde passava. Nas concentrações, orientava
os outros jogadores, mostrando-lhes que deviam lutar por seus
direitos. Nas entrevistas, deixava gravadas sua inteligência e
cultura.
Faleceu ontem, com apenas 57 anos. Sócrates perdeu a luta
para o seu grande inimigo, o alcoolismo. Não, caro leitor, não
consigo entender por que um homem com a inteligência de
Sócrates, e ainda com formação em Medicina, decide enfiar a
cara no alcoolismo. Ele tinha consciência de que o álcool é uma
desgraça. Por que, então, entrar nesse labirinto sem saída?
O álcool é milhões de vezes pior do que o cigarro. O cigarro
também é outra praga, mas o álcool ganha dele em maldades. Há
uma forte propaganda contra o cigarro. Até a Rede Globo de
Televisão levanta a bandeira contra o cigarro. No
programa Fantástico, que na verdade nada tem de fantástico,
todos os domingos, o médico ateu Drauzio Varella sai pelo Brasil
afora na campanha Brasil sem cigarro. Drauzio sabe muito bem
que o álcool é pior do que o cigarro. Porém, ele tem que dançar
conforme a música. Se a campanha é apenas contra o cigarro,
então vamos lá. Em relação ao álcool, não há uma campanha
negativa qualquer. O desgraçado fica livre e solto, destruindo
vidas em todos os recantos do Brasil.
É fácil provar que o álcool é pior do que o cigarro. Basta
analisar o modo de vida do alcoólatra e o do fumante.
Você, leitor, já teve o desprazer de conversar com um
alcoólatra? Na verdade, é impossível conversar com um
alcoólatra. Ele só fala merda, merda pura. Parece até que anda
comendo bosta por aí. O alcoólatra fica repetindo palavras
desnecessárias. E, quando fala, fica cuspindo na cara do pobre
ouvinte. O pobre interlocutor sai com o rosto todo cuspido pelo
bêbado. Um desastre! Com o fumante, esse problema não existe.
Conversa normalmente, sem encher o saco de ninguém.
O bêbado só vive no mundo da lua. Ele percebe realmente
que a Terra está girando. Não consegue dar um passo sequer sem
titubear. Correr? Piorou, é impossível. Bêbado algum corre. Já o
fumante anda normalmente como qualquer pessoa. E corre
também dentro da normalidade.
Você já viu, caro leitor, algum fumante cagando na calça?
Você já viu algum fumante mijando na calça? Você já viu algum
fumante caído no chão, dormindo intensamente? Claro que não,
não é mesmo? Apenas o bêbado pratica essas coisas. O
divertimento maior do bêbado é cagar e mijar na própria calça.
Ele vai ao máximo. E quem lava a calça cagada e mijada é a pobre
mãe ou a esposa. O bêbado adora dormir nas ruas, nos esgotos,
na lama, no lixo etc. Ele não liga para essas coisas. O importante
mesmo é que seja o chão.
Você já viu, amigo leitor, um dono de bar enganar um
fumante? Cobrar, por exemplo, duas carteiras de cigarro quando
na verdade só vendeu apenas uma? Claro que não, não é
mesmo? Ora, dono de bar só engana o bêbado. Quando o
bêbado está pra lá de bagdá, vem o dono de bar e assalta-lhe o
bolso. Cobra-lhe, por exemplo, a quantia equivalente a 20
cervejas e 12 frangos a passarinho quando, na verdade, o
desgraçado do bêbado só bebeu 10 cervejas e comeu 7 frangos.
O bêbado paga e ainda agradece ao ladrão do bar.
Você já viu, leitor, algum moleque de rua meter o dedo em
cu de fumante? Claro que não, não é mesmo? Meninos de rua se
divertem quando encontram um bêbado caído ao chão. Metem a
mão nos bolsos das calças, retirando o dinheiro do miserável. E,
quando nada encontram, enfiam o dedo no cu do bêbado. Como
diz o ditado popular: "cu de bêbado não tem dono.".
Você já viu, leitor, o povo gozando da cara de um fumante?
Claro que não, não é mesmo? O povo adora gozar de bêbado.
Não existe palhaço melhor.
Você já viu, leitor, um fumante causar acidentes de carro
apenas porque está fumando? Claro que não, não é mesmo? E o
bêbado no volante de um carro? Ora, a desgraça é feia. Causa
inúmeros acidentes, vitimando pessoas inocentes. Você, caro
amigo, pegaria carona com um motorista bêbado? Claro que não,
não é mesmo?
Você, amigo leitor, já viu um fumante entrar num bar e criar
uma briga feia, resultando daí várias mortes, a tiros ou a facadas?
Claro que não, não é mesmo? Quem gosta de brigar e morrer em
bares é o bêbado. Todos os dias, os meios de comunicação (rádio,
jornal, revista e televisão) noticiam mortes hediondas ocorridas
em bares, envolvendo bêbados.
Você já viu, leitor, um fumante trazer preocupação à família
apenas porque gosta de fumar cigarros? Claro que não, não é
mesmo? O bêbado é que traz preocupação à mãe ou à esposa.
Seus parentes ficam preocupados porque não sabem aonde o
bêbado foi ou onde está.
Você já viu, amigo leitor, um fumante caído ao chão, e um
cachorro ao seu lado, lambendo-lhe a boca suja com farofa de
frango? Claro que não, não é mesmo? Cachorros de rua, sem
dono, vira-latas, adoram lamber boca suja de bêbado.
Você já viu, leitor, um fumante perder o respeito social
apenas porque está fumando? Claro que não, não é mesmo? Ora,
por incrível que pareça, o cigarro até deixa a pessoa mais
charmosa. E o álcool? Desde quando existe charme num bêbado,
com a calça toda mijada e cagada? É óbvio que o bêbado não tem
o respeito da sociedade. Ao contrário!
Você já viu, leitor, um fumante perder seu patrimônio por
causa do cigarro? Claro que não, não é mesmo? O bêbado adora
jogar ao vento seu patrimônio. Os parentes passam-lhe
facilmente a perna.
Você, leitor, entraria num avião com um piloto fumando?
Claro que sim, não é mesmo? E entraria na aeronave com um
piloto bêbado? Claro que não, não é mesmo? A não ser que você
seja um suicida.
Você já viu, leitor, um fumante espancar ou matar sua
esposa e filhos apenas porque está fumando? Claro que não, não
é mesmo? O bêbado é que quebra móveis de casa, espanca ou
mata esposa e filhos simplesmente porque está bêbado.
Creio que os exemplos acima são suficientes para confirmar
que o álcool é milhões de vezes pior do que o cigarro. Ademais, o
cigarro afeta principalmente um órgão do corpo humano: os
pulmões. O álcool, 3 órgãos: cérebro, fígado e intestino grosso.
O álcool matou Sócrates!
E matou também o melhor jogador de futebol do mundo:
Mané Garrincha!
Garrincha, o homem de Pau Grande (e tinha o pau grande
mesmo), morreu no dia 20 de janeiro de 1983. Havia passado por
oito internações em consequência do álcool. O álcool o atacou
com 4 armas: gastrite alcoólica hemorrágica, cirrose,
cardiomegalia e demência ocasional. Pouco antes de morrer,
estava só com pele e osso. Um estado deplorável. Sócrates
também!
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