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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

GRADUAÇÃO EM DIREITO

A DISCRIMINAÇÃO RACIAL INSTITUCIONALIZADA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA O


RACISMO NO SÉCULO XIX AOS TEMPOS HODIERNOS

BRUMADO
OUTUBRO/2018

A DISCRIMINAÇÃO RACIAL INSTITUCIONALIZADA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA O


RACISMO NO SÉCULO XIX AOS TEMPOS HODIERNOS.
Trabalho solicitado pela Profa.,
como método de avaliação da
disciplina Direito e movimentos
sociais, realizado pelos discentes
do VII semestre do curso de
Direito.

RESUMO

Em 1° de janeiro de 1863, entrava em vigor o Ato de Emancipação


assinado pelo então presidente Abraham Lincoln. Nesse sentido, o ponto
nevrálgico da lei era a libertação de cerca de 4.000.000 (quatro milhões) de
escravos, negros. Por essa égide, a segregação racial nos Estados Unidos,
como um termo geral, inclui a segregação fundamentada em discriminação
racial em espaços e departamentos públicos e privados, serviços e
oportunidades (a moradia, cuidados médicos, educação, emprego e
transporte). Desse modo, a expressão é aplicada em situações onde a
separação de raças foi imposta de forma legal - no âmbito da lei - ou por
imposição social. Ela, a segregação, é também aplicada para situações
normais de discriminação e racismo pela comunidade branca contra os não-
brancos. Para além disso, O racismo no Brasil tem sido um grande problema
desde a era colonial escravocrata imposta pelos colonizadores oriundos de
Portugal. Com isso, uma pesquisa divulgada em 2011 adverte que 63,7% dos
brasileiros consideram que a raça, cor da pele interfere na qualidade de vida
dos cidadãos. Para a maioria dos 15 mil entrevistados, a diferença entre a vida
dos brancos e de não brancos é evidente no trabalho (71%), em questões
relacionadas à justiça e à polícia (68,3%) e em relações sociais (65%). O termo
apartheid social tem sido utilizado para descrever diversos aspectos da
desigualdade econômica, entre outros no Brasil, traçando um paralelo com a
separação de brancos e negros na sociedade sul-africana, sob o regime do
apartheid. O resultado da pesquisa, elaborada em 2008, demonstra que,
apesar de compor metade da população brasileira, os negros elegeram pouco
mais do que 8% dos 513 representantes escolhidos na última eleição.

Palavras chaves: Racismo, Emancipação, Segregação Racial, Discriminação.

ABSTRACT

On January 1, 1863, the Act of Emancipation signed by then-President


Abraham Lincoln came into force. In this sense, the neuralgic point of the law
was the liberation of about 4,000,000 (four million) black slaves. In this sense,
racial segregation in the United States, as a general term, includes segregation
based on racial discrimination in public and private spaces and departments,
services and opportunities (housing, medical care, education, employment and
transportation). In this way, the expression is applied in situations where the
separation of races was legally imposed - under the law - or by social
imposition. It, the segregation, is also applied to normal situations of
discrimination and racism by the white community against the nonwhites. In
addition, racism in Brazil has been a major problem since the colonial slave era
imposed by colonizers from Portugal. Thus, a survey released in 2011 warns
that 63.7% of Brazilians consider that race, skin color interferes with the quality
of life of citizens. For most of the 15,000 respondents, the difference between
white and nonwhite lives is evident at work (71%), justice and police (68.3%)
and social relations (65%). The term social apartheid has been used to describe
various aspects of economic inequality, among others in Brazil, drawing a
parallel with the separation of whites and blacks in South African society under
the apartheid regime. The results of the survey, developed in 2008, show that,
despite making up half of the Brazilian population, blacks elected slightly more
than 8% of the 513 representatives chosen in the last election.

Keywords: Racism, Emancipation, Racial Segregation, Discrimination.

I. INTRODUÇÃO
Em 1° de janeiro de 1863 (mil oitocentos e sessenta e três), entrava em
vigor o Ato de Emancipação assinado pelo então presidente Abraham Lincoln.
O ponto central da lei era a libertação de cerca de 4 milhões de escravos
negros.

"Não haverá tranquilidade nem sossego na América


enquanto o negro não tiver garantidos os seus direitos de
cidadão… Enquanto não chegar o radiante dia da
justiça… A luta dos negros por liberdade e igualdade de
direitos ainda está longe do fim", declarou Martin Luther
King na lendária marcha pelos direitos civis rumo a
Washington em 1963. (Baker, p. 120.).

Essa era a conjuntura nos Estados Unidos da América 100 anos após a
abolição da escravatura através da chamada Emancipation Proclamation, que
vigoraria a partir de 1° de janeiro de 1863 pelo presidente Abraham Lincoln.
Assim, desde o começo da colonização, em 1619, quando os então
primeiros escravos chegaram a Jamestown, os problemas e adversidades da
escravidão e a luta pela libertação dos negros marcaram a história dos EUA e,
muitas vezes, dividiram a nação.
Para além disso, às vésperas da Guerra da Secessão - 1861–1865,
8.000.000 de brancos e 4.000.000 de negros (cerca de 500 mil livres) viviam no
Sul dos EUA. A estrutura agrária servia de argumento para se afirmar a
necessidade da escravidão na região. Desse modo, a discriminação racial era
justificada sob o ponto de vista da crença na suposta desigualdade entre os
seres humanos.

II.ESTOPIM DO CONFLITO

Quando o Congresso vetou oficialmente a entrada de escravos em 1808,


ninguém imaginava que os descordos entre o Norte movido pela
industrialização e o Sul movido pela agricultura fossem se agravar tanto, a
ponto de culminar numa guerra civil. A escravidão foi o estopim do conflito, mas
suas causas foram um complexo emaranhado de fatores socioeconômicos e
político-culturais.
Na primeira fase do conflito, o Norte lutou pela unidade da nação e não
pela abolição da escravatura. Tanto que o presidente Abraham Lincoln
escreveu a um jornalista: "Se eu pudesse salvar a união sem libertar um único
escravo, eu o faria".
Ao perceber que os nortistas não conquistavam vitórias decisivas,
Lincoln assentiu às reivindicações dos republicanos radicais e abolicionistas, e
transformou a guerra contra os "Estados rebeldes" numa luta contra a
escravidão.

III.PROIBIÇÃO TARDIA

Os Estados do Norte vincularam ao Ato de Emancipação de 1° de


janeiro de 1863 uma reestruturação do sistema social do Sul. Os negros
passaram a ser recrutados pelo exército nortista, mas a proclamação de
Lincoln não significou uma abolição institucionalizada da escravatura.
Os 4.000.000 milhões de negros ainda tiveram de esperar até dezembro
de 1865, quando o Congresso proibiu oficialmente a escravidão nos Estados
Unidos através da 13ª Emenda Constitucional.

Com a Emenda Constitucional, pelo artigo suplementar 14, os negros


passaram a ter direitos iguais aos brancos em 1868. Dois anos mais tarde, em
1870, o artigo 15 garantiu-lhes a igualdade de direito eleitoral. Estados como
Carolina do Sul, Mississippi e Louisiana, porém, deram um jeito de burlar os
direitos dos escravos libertados, mantendo restrições legais, os
chamados black codes.
Alguns Estados e municípios, não só no sul dos EUA, encontram ainda
hoje meios e caminhos para "manter o negro em seu lugar". Vinculam, por
exemplo, o direito de votar a complicadas provas ou inatingíveis patamares de
renda mínima.

IV.IGUALDADE NÃO CONCRETIZADA


Todavia, uma situação que persiste até a atualidade, segundo Martin
Luther King, filho do líder negro assassinado:

"Naturalmente, hoje temos liberdade de opinião, imprensa


e religião. Mas algumas outras liberdades faltam. Basta
pensar, por exemplo, nos altos escalões empresariais,
claramente dominados por homens brancos. Por isso,
temos de nos esforçar para sermos a nação que
pretendemos ser". (Baker, p. 148.).

Assim, a Declaração de Emancipação de Lincoln não conseguiu acabar,


de maneira rápida, com a humilhação da raça negra a raça afro-americana. E
nesse sentido, ela também não impediu a violência contra os negros. Ao
contrário, motivou até mesmo a criação de sociedades secretas, como na
organização dos Ku Klux Klan, que estabeleceram como objetivo manter a
hegemonia branca no Sul do país. Uma prova do êxito desse tipo de
organização é que somente em 1967 foram anuladas as últimas leis de
proibição de casamentos mistos.
O movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos foi a campanha
por direitos civis e igualdade para a comunidade afro-americana nos Estados Unidos.
Os negros foram escravizados nos EUA, de 1619, trazidos da África por colonos
ingleses, até 1863, com o fim da Guerra Civil, a Proclamação de Emancipação e o
início da Reconstrução Americana. A escravidão foi a base da economia dos estados
do Sul, e marcou profundamente as relações sociais nessa região.

Todavia, a situação legal dos negros permaneceu por longo tempo


inferior à dos demais cidadãos, com as leis Jim Crow, a segregação racial, a
doutrina "separados, mas iguais" e a atuação da Ku Klux Klan. Embora
a Constituição americana garantisse direitos fundamentais a todos os cidadãos
desde 1787, os negros tinham prerrogativas legais negadas por legislações
estaduais, com base no princípio dos direitos dos estados.

A doutrina da incorporação, a partir de 1873, levou à gradual extensão


dos direitos constitucionais fundamentais para todos os cidadãos. Na virada do
século, ativistas como W. E. B. Du Bois criaram a Associação Nacional para o
Progresso de Pessoas de Cor, em defesa da igualdade racial e do progresso
da comunidade negra. A decisão do caso Brown v. Board of
Education na Suprema Corte americana, em 1954, foi o fundamento legal para
o fim da segregação racial. Rosa Parks liderou, no ano seguinte, o boicote aos
ônibus de Montgomery.

Na década de 1960, Malcolm X, com um discurso mais virulento,


e Martin Luther King, Jr., um pacifista, reclamaram o fim da discriminação
institucional. A marcha sobre Washington e a concessão do Prêmio Nobel da
Paz a King em 1964 trouxeram atenção mundial para a causa afroamericana.
A Lei de Direitos Civis de 1960 e a Lei dos Direitos ao Voto de 1965, ambas
promovidas pelo presidente Lyndon B. Johnson, do Partido Democrata,
codificaram as conquistas dos negros. Elas asseguraram o fim da segregação
racial em espaços públicos, ainda que sejam propriedade privada, e o voto
universal, independentemente de nível educacional ou condição social.

V. POPULAÇÃO NEGRA APÓS ABOLIÇÃO

O último país a abolir a escravidão foi o Brasil. Esse fato histórico deixou
profundas marcas na sociedade brasileira. Para entendê-las, é preciso não
esquecer os navios negreiros e os objetos de tortura. É necessário sempre
lembrar que o processo de abolição foi lento. É preciso perceber o lugar que a
ciência ocupou na consolidação do preconceito contra os negros. Para que se
lute contra o racismo é preciso primeiramente reconhecer que ele existe.

A esperada cidadania não aconteceu após abolição, pois está apenas


garantiu a liberdade jurídica, até hoje há uma luta constante em que é a
desigualdade social é nítida, e ainda existem diversas tentativas de apagar as
memorias das barbáries cometidas no período da escravidão são constantes,
sejam essas pela eliminação de documentos, ou até mesmo pela disseminação
do mito da democracia racial.

Mudam as aparências, mas a essência em si nunca muda e é


perceptível nas relações sociais, o Estado sempre foi omisso em relação ao
negro “liberto”, miséria material, discriminação e as humilhações sofridas pela
população negra em regra de baixa renda, reduzida a culpa dos mesmos,
devido a manobra ideológica que transforma o que é da esfera das relações de
poder em algo natural, que é pertinente a raça.

VI. RACISMO “CIENTÍFICO”

São cientistas que tentam justificar suas ideologias racistas pela


ciência e com isso justificaram as ações imperialistas, mas devemos por em
mente que hoje a ciência desmente qualquer racismo.

“Temos o direito de ser iguais quando nossa diferença


inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa
igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade
que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza,
alimente ou reproduza desigualdades.” (BOAVENTURA DE SOUZA
SANTOS).

Aqui podemos retirar que desigualdade e diferente de diferenças, pois as


pessoas são diferentes, e quando falamos em igualdade não queremos
suprimir essas diferenças e sim que os seres humanos sejam iguais na
diferença, ou seja, que essas diferenças existam, mas que não signifiquem que
um seja melhor que o outro.

VII. DARWINISMO SOCIAL

E um pensamento racista, podemos citar alguns teóricos ligados a esses


pensamentos como: Herbert Spencer, Georges Couvier, Arthur de Gobineau,
Le bom.

Eles acreditam que cada raça teriam características comportamentais


culturais e morais diferentes. Nesse sentido surgiu a ideia de “superioridade de
raças”. Quer dizer aqui que o negro é diferente do branco não só na cor da
pele, mas também na moral, na cultura, na ciência, eles vão dizer que negro,
índio são moralmente inferiores, que tem tendência a serem criminosos, a
serem pobres.
Em outras palavras a distância entre uma raça e outra seria equivalente
a distância entre dois animais distintos, justificando assim o imperialismo.
Lourenço Filho (1987- 1970) concluiu com suas pesquisas que haveria uma
relação entre velocidade de aprendizagem e “cor”- defendeu que as crianças
pretas possuíram um déficit natural em relação ás brancas na capacidade de
aprendizagem, e isso deveria ser levado em consideração em conta da
composição das “salas seletivas” ou no “uso de mecanismos corretivos” no
processo de aprendizagem.

VIII. ANTROPOLOGIA CRIMINAL

Cesare Lombroso- L’uomo delinquente (O homem delinquente) de 1876


que foi usada em muitos lugares do Brasil propôs prender e exilar os
criminosos antes que a sociedade conheça o crime. Dizia assim que quem têm
tendência ao crime, seriam aqueles que tinham braços largos, testa baixa e
estreita, orelhas grandes, crânio espesso, maxilar protuberante, pelo
abundante no peito e sensibilidade reduzida à dor. Para ele, “raças inferiores”
como os negros e índios, tinham maior propensão ao crime.
Aqui o crime é uma questão biológica e não social. Deve-se notar que,
essa teoria separa o crime da pobreza, da desigualdade e da história e
infelizmente isso existe até hoje.

IX. EUGENIA

Cientista britânico Francis Galtom, na obra Herencia y eugenia, formulou


o termo eugenia. Na origem etimológica, eu, que significava bom, e genus, que
significa geração ou origem. A eugenia, assim, é a ideia de “melhorar a espécie
humana” através da genética, esterilização e reprodução controlada, na missão
de eliminar defeitos hereditários e, portanto, atacar os problemas morais de
decadência econômica, crime e do alcoolismo. Assim, sua finalidade era criar
as melhores sociedades possíveis.

IX. 1. EUGENIA “POSITIVA” E EUGENIA “NEGATIVA”.

A Eugenia positiva é aquela em que eles tentam melhorar a espécie


humana sem matar ninguém, isso foi feito no Brasil no caso da imigração, no
caso de alguns deputados do Estado de São Paulo em que eles diziam que
iriam trazer italianos para o Brasil, para melhorar a raça brasileira.
A Eugenia negativa, em que podemos usar como exemplo os espartas e os
nazistas, onde a destruição gerava a raça superior
Conde de Gobineau- Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas (1855):
Humanidade está fadada a degeneração. Ele previu o fim do Brasil em 200
anos caso não existisse o branqueamento da população.

Na Virgínia, na primeira metade dos anos 30, mais de 20 mil pessoas


“problemáticas” foram esterilizadas nos EUA. O nazismo foi à eugenia levada
nas últimas consequências, o extermínio.

X. RACISMO NO BRASIL

Não tem como pensarmos no racismo no Brasil, sem pensar na


escravidão. Após a abolição dos negros, não houve nenhuma politica de
governo para inclusão dos negros, pois estes foram libertados da escravidão e
não existiu nenhuma politica de governo para dar educação, trabalho etc. A
assim até hoje os negros são configurados mais pobres que os brancos no
Brasil, não por uma questão de inferioridade, mas por herança da escravidão.

Após a abolição da escravidão em que o negro é marginalizado se


concretiza o pensamento racista no Brasil, baseado muito no DARWINISMO
SOCIAL, onde esse pensamento penetra no Brasil e esse pensamento é mais
forte do que imagina.

Dessa forma podemos citar a Faculdade de Medicina da Bahia – médico


Nina Rodrigues, inspirado em Lombroso, escreve o livro as Raças humanas e a
responsabilidade penal no Brasil (1984), no qual propõe leis para brancos e
para negros, baseadas na “evolução de cada raça”. Gobineau “uma população
totalmente mulata, viciada no sangue e assustadoramente feia”. Renato Khel,
professor da Faculdade de Direito de São Paulo no século XIX, elogiava a
legislação racista do Sul dos Estados Unidos à África do Sul defendendo que “a
esterilização fará desaparecer os elementos menos capacitado da espécie
humana, ou melhor, sua proporção será reduzida”.
João Batista Lacerda, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro,
quando convidado a participar do primeiro congresso internacional de raças ,
realizado em julho de 1911, destacou que “O Brasil mestiço de hoje tem no
branqueamento em um século tem perspectiva, saída e solução”.

Nesse sentido Com esses exemplos pode-se dizer que esses


pensamentos racistas baseados no Darwinismo Social, Eugenia e Antropologia
criminal existiam no Brasil e existia também a possibilidade segundo supostos
intelectuais de se instaurar uma legislação racista no Brasil.

Temos em grande importância Gilberto Freire, apesar de ser muito


criticado, tem suas primeiras obras publicadas durante a era Vargas (1930 a
1945), ganha força uma nova teoria que é Democracia Racial.

E o marco da concretização do mito da DEMOCRACIA RACIAL, ou seja,


de que no Brasil não existe racismo ou preconceito, mas uma mistura de
democracia de raças sendo isso nossa virtude e que o Brasil e formado de
negros, brancos e índios e essa mistura salvo exceções são harmônicas, que a
nossa grande característica diferente dos Estados Unidos e que aqui não há
racismo enquanto nos Estados Unidos á, porem há criticas, pois hoje é
possível dizer que há racismo no Brasil, mas aqui queremos deixar evidente a
importância dessa ideia no contexto histórico.

Na década de 60, surge a critica á ideia de Gilberto Freire, a Escola


Paulista de Sociologia efetuará uma critica a essa ideia de democracia racial
dizendo que o Brasil não é uma democracia racial, afirmando que o Brasil é um
país racista sim, entretanto um racismo diferente do racismo nos Estados
Unidos, aqui e um racismo que existe, que e forte, que afeta as nossas
relações sociais e, entretanto nos o negamos, nos somos racistas e falamos
que não somos.

Aqui há um racismo escamoteado, disfarçado, coberto de escamas, que


diz que não é, mas acaba sendo. Que diz que não existe, mas existe afeta
nossas relações sociais, temos dificuldade de falar sobre ele e finalmente
dificuldade em combatê-lo.
A população negra é a mais afetada pela desigualdade e pela violência no
Brasil. É o que alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). No mercado
de trabalho, pretos e pardos enfrentam mais dificuldades na progressão da
carreira, na igualdade salarial e são mais vulneráveis ao assédio moral..

Homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais


vítimas de mortes violentas no País. A população negra corresponde a
maioria dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios.
Atualmente, de cem pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.
Diante disso é possível afirmar que os negros possuem mais chances
maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já
descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de
residência.

CONCLUSÃO

Contudo o racismo no Brasil vem de fatos históricos, que refletem nas


politicas que tem enfoque racial até os dias atuais.

Apesar de que com as ampliações de várias políticas sociais tenha


provocado impactos significativos na redução das desigualdades raciais,
politicas foram gradativamente deixando de ser considerados como os únicos
instrumentos necessários a serem adotados para se alcançar a redução das
desigualdades raciais.

Para a desconstrução do racismo, em no país, provocando a


desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos
diferentes segmentos da população do ponto de vista racial, e necessário
politicas publicas que ensejem a desracialização, mas também reflexões
acadêmicas de como operam esses mecanismos.

REFERÊNCIAS
Escravidão no Brasil. Disponível em:
<https://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm> Acesso em: 22
de outubro de 2018.

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<http:<//www.infoescola.com/historia/escravidao-no-brasil>. Acesso em: 22 de


outubro de 2018.

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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010365642006000100
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