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GEOMETRIA ANALÍTICA

Prof. Sergio Ricardo

Duque de Caxias
2013
Geometria Analítica 1

CAPÍTULO 1
O ponto no plano

1 - Estudo do Ponto no Plano (no R2)

1.1 - Par Ordenado e Coordenadas Cartesianas

A notação (a, b) é usada para indicar o par ordenado de números reais a e b, no qual o
número a é a primeira coordenada (ou abscissa) e o número b é a segunda coordenada (ou
ordenada). Assim o par (3, 4) é diferente do par (4, 3), pois no primeiro a abscissa é 3 e a
ordenada é 4, enquanto que no segundo a abscissa é 4 e a ordenada é 3.

1.2 - Produto Cartesiano

O produto cartesiano XxY de 2 conjuntos X e Y é o conjunto formado pelos pares


ordenados (x, y) cuja primeira coordenada x pertence a X e cuja segunda coordenada y pertence a
Y.
X x Y = {(x, y) ; x∈X e y∈Y}

Exemplo:
O produto cartesiano AB x CD entre 2 segmentos de reta AB e CD é um retângulo.

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1.3 - Sistema de Eixos Ortogonais

Um sistema de eixos ortogonais é constituído por dois eixos perpendiculares Ox e Oy, que possuem
a mesma origem O. Esses eixos são orientados e utilizam a mesma unidade de medida.

1.4 - Plano Cartesiano (Plano R2)

Chamamos de Plano Cartesiano (ou Plano ℝ 2 = ℝxℝ ) a um plano munido de um sistema


de eixos ortogonais, onde qualquer um de seus pontos P = (x, y) possui uma abscissa x ∈ ℝ e
uma ordenada y ∈ ℝ .
Os eixos ortogonais dividem o plano cartesiano em 4 quadrantes numerados no sentido
anti-horário.

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Os pontos P do eixo x são da forma P(x, 0), ou seja, possuem ordenada nula.
Os pontos P do eixo y são da forma P(0, y), ou seja, possuem abscissa nula.
Os pontos P do 1o quadrante são da forma P(x, y) com x > 0 e y > 0 : (+, +)
Os pontos P do 2o quadrante são da forma P(x, y) com x < 0 e y > 0 : (−, +)
Os pontos P do 3o quadrante são da forma P(x, y) com x < 0 e y < 0 : (−, −)
Os pontos P do 4o quadrante são da forma P(x, y) com x > 0 e y < 0 : (+, −)

Exemplo:
Localize no plano cartesiano os pontos A(4, 1), B(1, 4), C(−2, −3), D(2, −2), E(−1, 0), F(0, 3) e
O(0,0).
Solução

1.5 - Bissetrizes dos Quadrantes

A reta r que passa por todos os pontos cuja ordenada é igual à abscissa é a bissetriz dos
quadrantes ímpares, ou seja : r = {( x,y ) ∈ ℝ 2 : y = x}

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A reta s que passa por todos os pontos cuja ordenada é simétrica da abscissa é a bissetriz
dos quadrantes pares, ou seja : r = {( x,y ) ∈ ℝ 2 : y = − x}

1.6 - Ponto Médio de um Segmento

Considere no ℝ 2 , o segmento de reta AB, cujos extremos são os pontos A = (xA, yA) e
B = (xB, yB). Representemos o ponto médio desse segmento AB por M = (xM, yM).

Da congruência dos triângulos retângulos ADM


e MEB, conclui-se que as coordenadas xM e yM
do ponto M, são :

xA + xB yA + yB
xM = e yM =
2 2

1.7 - Distância entre dois pontos

Considere no ℝ 2 , os pontos A = (xA, yA) e B = (xB, yB).

Aplicando o Teorema de Pitágoras ao


triângulo retângulo ADB, vem :
d(A, B)
xB − x A
d (A,B) = (x − x ) 2 + (y − y ) 2
B A B A

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1.8 - Ponto que divide um segmento em uma razão dada

Considere no ℝ 2 , o segmento de reta AB, cujos extremos são os pontos A = (xA, yA) e
B = (xB, yB). Dada uma razão r, desejamos as coordenadas do ponto S = (xS, yS) que divide o
AS
segmento AB na razão r, ou seja : =r
SB
→ →
Como AS = r ⋅ SB, também AS = r ⋅ SB
Daí, temos sucessivamente :
S − A = r (B − S) = r B − r S
S+rS=A+rB
S (1 + r) = A + r B
A + rB
S=
1+r
Portanto :

x + rx y + ry
A B A B
xS = e yS =
1 + r 1 + r

OBS :
a) Se r > 0, S está entre A e B (em particular, se r = 1, S é o ponto médio de AB)
b) Se r < 0 (r ≠ −1), S é externo a AB (à esquerda de A, se −1< r < 0 e à direita de B se
−∞ < r < −1)

Baricentro (centro de Gravidade) de um Triângulo

Seja ABC um triângulo do ℝ 2 , cujos vértices são os pontos A = (xA, yA), B = (xB, yB) e
C = (xC, yC). As 3 medianas de ABC passam por um mesmo ponto G = (xG, yG) chamado
baricentro do triângulo.
Da semelhança dos triângulos FGD e AGC segue-se
que : AG/GD = AC/FD = 2
"""# """#
Assim AG = 2 ⋅ GD e também AG = 2 ⋅ GD
Daí, temos sucessivamente :
G − A = 2 (D − G) = 2 D − 2 G
3G=A+2D
Mas, 2 D = B + C, pois D é médio de BC
Logo : 3 G = A + B + C
A + B + C
G=
3
Portanto :

x + x +x y + y +y
A B C A B C
xG = e yG =
3 3

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2. Atividades
Exercício 1
Um ponto P tem coordenadas (2x − 6, 7) e pertence ao eixo das ordenadas. Determine x.

Exercício 2
Os pares ordenados (2x, y) e (3y − 9, 8 − x) são iguais. Determine x e y.

Exercício 3
Sabe-se que o ponto A(3k−1, 2−k) pertence à bissetriz dos quadrantes pares de um plano
cartesiano. Determine o valor de k.

Exercício 4
Sendo A = (−4, 7) e B = (6, −8), determine as coordenadas do ponto médio M do segmento AB.

Exercício 5
Os vértices de um triângulo ABC são os pontos A = (4, −3), B = (7, −1) e C = (−5, 4). Sendo E o
ponto médio da mediana AD, determine as suas coordenadas.

Exercício 6
Num paralelogramo ABCD tem-se A = (−2, −1) e B = (1, 4). Sabe-se, também, que suas diagonais
encontram-se no ponto G = (3, 2), determine as coordenadas dos vértices C e D.

Exercício 7
Determine a distância entre os pontos A = (−4, 5) e B = (2, −3).

Exercício 8
Calcule o perímetro do triângulo ABC em que A = (2, 2), B = (5, 4) e C = (3, 6).

Exercício 9
Determine o(s) ponto(s) do eixo das abscissas, cuja distância ao ponto A = (2, 3) vale 5.

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Exercício 10
3
Determine o comprimento da mediana AM de um triângulo ABC cujos vértices são A = (−3, ),
2
B = (1, 5) e C = (6, −1).

Exercício 11
2
Determine o ponto S, que divide o segmento AB na razão r = , sendo A = (−1, 6) e B = (4, −4).
3

Exercício 12
Dado o segmento AB, onde A = (4, 3) e B = (−8, −1), determine as coordenadas do ponto S,
colinear com A e B, tal que AS = 3⋅SB.

Exercício 13
Os pontos A = (4, 1), B = (−1, 2) e C = (3, 7) são vértices de um triângulo. Determine as
coordenadas de seu baricentro.

Exercício 14
Em um triângulo ABC são dados o vértice A = (4, 1), o baricentro G = (−2, 0) e o ponto M = (2, −1)
médio do lado AB. Determine as coordenadas do vértice C.

Exercício 15
No triângulo ABC, cada lado é dividido em 3 partes iguais como indicado na figura abaixo. Sendo
P = (8, 3), Q = (11, 4) e R = (9, 2), determine as coordenadas do ponto M.

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3. Gabarito
1) x = 3
2) x = 3 e y = 5
1
3) k =
2
1
4) m = (1,− )
2
3 5 3
5) D = (1, ) e E ( ,− )
2 2 4
6) D = (5,0) e C (8,5)
7) d ( A, B ) = 10

8) Perímetro = 13 + 8 + 17
9) p1 = (−2,0) e p 2 (6,0)

7 170
10) m = ( ,2) e d ( A, B) =
2 2
11) S = (1,2)
12) S = (−5,0)
10
13) G = (2, )
3
14) C = (−10,2)
15) A = (−1,−4); B (5,2); C (14,5); S (4,−1); N (3,0) e M (1,−2).

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CAPÍTULO 2
Vetores no ℝ 2 e ℝ 3

1 - Conceito de Segmento de Reta Orientado


Consideremos um segmento de reta AB e suponhamos que nele foi estabelecido um
sentido de percurso: por exemplo, sempre de A para B; concebemos, então, o segmento orientado
""#
AB .
B
A ""# ""#
Os segmentos de reta orientados AB e CD (abaixo), são tais que:
B D
A C

! possuem módulos iguais, pois dist (A,B) = dist (C,D).


! possuem direções iguais (ou são paralelos), pois suas retas suportes são paralelas.
! possuem sentidos iguais, pois são paralelos e suas setas apontam para o mesmo rumo
geral.

OBS: A rigor só procede comparar sentidos de vetores paralelos

2 - Conceito de Vetor
Consideremos um conjunto formado por todos os segmentos de reta orientados que
possuem determinado módulo, determinada direção e determinado sentido :

Esse conjunto define um único vetor, ou seja, qualquer segmento orientado desse conjunto,
independente da sua posição no plano, representa o mesmo vetor.

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3 - Vetores Simétricos ou Opostos


São vetores que possuem mesmo módulo, mesma direção, mas sentidos contrários.
""# ""#
Os vetores AB e BA abaixo são simétricos:

4 - Soma Geométrica (ou Resultante) de 2 Vetores


Para se obter geometricamente a soma de 2 vetores, podemos deslocar um dos vetores de
modo que seu início coincida com o final do outro. O vetor soma é o vetor que liga o início do vetor
que ficou fixo ao final do vetor que foi deslocado.

Pode-se também usar a Regra do Paralelogramo: Desloca-se um dos vetores de modo


que seus inícios coincidam. O vetor soma inicia nesse mesmo ponto e é a diagonal do
paralelogramo cujos lados são os vetores.

5 - Soma Geométrica (ou Resultante) de vários Vetores


Para se obter geometricamente a soma de vários vetores, usamos o primeiro processo de
forma generalizada. A colocação sequencial dos vetores é arbitrária (a ordem dos vetores não altera
a soma)

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6 - Subtração Geométrica de Vetores


# # # #
Para efetuar a subtração vetorial v1 − v2 basta escrevê-la na forma v1 + (− v2 ) e fazer
essa soma.
# #
Lembro que o vetor − v2 é o simétrico do vetor v2
Veja o procedimento na figura a seguir:

# # #
Se representarmos os 2 vetores com início comum, o vetor diferença v = v1 − v2 tem
#
início coincidindo com o fim do vetor subtraendo (v2 ) , e fim coincidindo com o fim do vetor
#
minuendo (v1 ) .

# # # # # #
Observe na figura que v2 + v = v1 , ou seja, v = v1 − v2

7 - Vetor expresso por suas coordenadas


a) No ℝ 2 ""#
Dados A(a1, a2) e B(b1, b2), o vetor AB é
""#
definido por AB = B – A = (b1 − a1, b2 − a2)

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b) No ℝ 3
→ →
Dados A(a1, a2, a3) e B(b1, b2, b3), o vetor AB é definido por AB = B – A = (b1 − a1, b2 − a2, b3 − a3)

8 - Produto de um Escalar (Número Real) por um Vetor


#
Seja t ∈ ℝ e v um vetor do ℝ 2 ou do ℝ 3 .
# # #
Se v é do ℝ 2 , digamos v = (a, b), t⋅ v = t⋅(a, b) = (t⋅ a, t⋅ b)
# # #
Se v é do ℝ 3 , digamos v = (a, b, c), t⋅ v = t⋅(a, b, c) = (t⋅ a, t⋅ b, t⋅ c)
# #
Características de t⋅ v com t≠ 0 (se t= 0, t⋅ v é o vetor nulo)
#
direção : sempre a mesma de v
# #
sentido : o mesmo de v , se t > 0 e contrário ao de v , se t< 0.
#
módulo : |t| vezes o módulo de v

9 - Módulo de um Vetor em função de suas coordenadas


a) No ℝ 2
# # #
Se v = (a, b), o módulo de v (indicado por v ) é dado por :

#
v = a2 + b2

b) No ℝ 3
# # #
Se v = (a, b, c), o módulo de v (indicado por v ) é dado por :

#
v = a2 + b2 + c2

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9.1 - Propriedades do Módulo, Vetor Unitário e Vetor Nulo


#
a) v ≥ 0
# #
b) k ⋅ v = |k|⋅ v
# #
c) Se v = 1, o vetor v é chamado vetor unitário
# #
d) Se v = 0, o vetor v é chamado vetor nulo. A direção e o sentido do vetor nulo são
indefinidos.

10 - Versor de um Vetor
# #
O versor de um vetor não-nulo v é o vetor unitário u com o mesmo sentido e direção de
#
v.
#
# v
u = #
v

Exemplo:
#
O versor do vetor v = (− 1, 3, 6 ) é o vetor

#
v ( − 1, 3, 6)  
= − 1 , 3, 6 
#
u = # =
v
( −1)2 + (3)2 + ( 6)2  4 4 4

10.1 - Vetores Unitários Canônicos de mesma direção e sentido dos eixos coordenados
a) No ℝ 2
"""# ""#
Os vetores unitários canônicos de mesma #direção e sentido que os eixos coordenados OX e OY
#
serão representados respectivamente por i = (1, 0) e j = (0, 1)

# # #
Qualquer vetor w = (x, y) do R2 pode ser escrito em termos dos vetores i e j . Com efeito:
# # #
w = (x, y) = (x, 0) + (0, y) = x ⋅ (1, 0) + y ⋅ (0, 1) = x ⋅ i + y ⋅ j

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b) No ℝ 3
"""# ""#
Os vetores unitários canônicos de mesma direção e sentido que os eixos coordenados OX , OY
""# # # #
e OZ serão representados respectivamente por i = (1, 0, 0) , j = (0, 1, 0) e k = (0, 0, 1)

# # # #
Qualquer vetor w = (x, y, z) do R3 pode ser escrito em termos dos vetores i , j e k . Com efeito:
#
w = (x, y, z) = (x, 0, 0) + (0, y, 0) + (0, 0, z) = x ⋅ (1, 0, 0) + y ⋅ (0, 1, 0) + z ⋅ (0, 0, 1)
# # #
= x⋅ i + y⋅ j + z⋅ k

Exemplos:
# # # # #
1) O vetor w = (4, 1, − 6) pode ser escrito como w = 4 i + j − 6 k
# # # # #
2) O vetor w = − 7 i − 3 j + 5 k pode ser representado como w = (− 7, − 3, 5)

11 - Paralelismo entre 2 Vetores


# # # # # #
Dois vetores v e w são paralelos (indica-se por : v // w ), se existir t∈R, tal que v = t⋅ w

12 - Produto Escalar (ou Produto Interno) de 2 Vetores


a) No ℝ 2
# # # # # #
Dados 2 vetores v = (a, b) e w = (c, d) , o produto escalar entre v e w (indica-se por v ⋅ w )
é o número real obtido através da expressão :
# #
v ⋅w = a ⋅ c + b ⋅ d

b) No ℝ 3
# # # #
Dados 2 vetores v = (a, b, c) e w = (d, e, f), o produto escalar entre v e w (indica-se por
# #
v ⋅ w ) é o número real obtido através da expressão :
# #
v ⋅w = a ⋅ d + b ⋅ e + c ⋅ f

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12.1 - Propriedades do Produto Escalar


# # # #
a) Comutatividade : v ⋅ w = w ⋅ v
# # # # # # #
b) Distributividade : u ⋅ (v + w) = u ⋅ v + u ⋅ w

# # #
c) v ⋅ v = v 2.

13 - Ângulo entre 2 Vetores


# #
O ângulo θ (0o ≤ θ ≤ 180o) entre 2 vetores u e v é o mesmo formado por 2 de seus
representantes construídos a partir de uma origem comum e arbitrária O.

13.1 - Expressão do Produto Escalar de 2 Vetores em termos de seus módulos e do ângulo


formado
# #
Consideremos 2 vetores u e v formando entre si um ângulo θ. Demonstra-se que o
produto escalar entre eles também é dado por :
# # # #
u ⋅ v = u ⋅ v cos θ

Assim, uma interpretação geométrica para o produto escalar de 2 vetores é a determinação do


ângulo formado por eles.
# #
u ⋅ v
cos θ = # #
u ⋅ v

Portanto :
# # # #
1) u ⋅ v = 0 equivale a dizer que u e v formam um ângulo reto
# # # #
2) u ⋅ v > 0 equivale a dizer que u e v formam um ângulo agudo
# # # #
3) u ⋅ v < 0 equivale a dizer que u e v formam um ângulo obtuso

13.2 - Lei dos cossenos

Em qualquer triângulo ABC, com lados BC = a, CA = b e AB = c, vale a relação :

a2 = b2 + c2 – 2 b.c.cos θ

onde θ é o ângulo formado pelos lados AB e AC.

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OBS:

A fórmula acima é válida, ainda que o ângulo θ seja reto ou obtuso. Sendo θ reto, a fórmula se
reduz à relação de Pitágoras: a2 = b2 + c2 (pois cos θ = cos 90o = 0).

Se, todavia, θ > 90o, o seu cosseno relaciona-se com o cosseno de seu suplemento, através da
expressão: cos (θ) = - cos (180o - θ). Assim: cos 120o = - cos 60o, cos 150o = - cos 30o , etc.

IMPORTANTE:
Na aplicação da lei dos cossenos para a determinação do módulo da soma de 2 vetores, o ângulo θ
é, na realidade, o suplemento do ângulo φ formado pelos vetores. Veja, na ilustração abaixo, a
razão para isto:

Observe que é no triângulo sombreado que se aplica


a lei dos cossenos:
# 2 "# 2 ""# 2 "# 2 ""# 2
v = v 1 + v 2 − 2 v 1 v 2 .cos θ
onde θ = 180o - φ (suplemento do ângulo φ formado
pelos dois vetores a somar)

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14. Atividades
Exercício 1
# # # #
Na figura, os vetores u , v e u + v estão representados sobre os lados do triângulo ABC, retângulo
#
em  e o vetor w está sobre a mediana relativa à hipotenusa. Só para lembrar, a mediana
relativa a um lado de um triângulo divide esse lado em 2 segmentos congruentes. No caso particular
da mediana relativa à hipotenusa, a mediana e os 2 segmentos determinados sobre a hipotenusa
são todos congruentes.
# #
Os módulos de u e v são respectivamente, 1 e 3 .
Responda :
# #
a) Qual o módulo do vetor u + v ?
#
b) Qual o módulo do vetor w ?
# # #
c) Qual o ângulo formado pelos vetores v e u + v ?
# #
d) Qual o ângulo formado pelos vetores v e w ?
# # #
e) Qual o ângulo formado pelos vetores w e u + v ?

Exercício 2
#
Se o vetor v = (−2, 6) estiver aplicado no ponto início P (7, 7), quais as coordenadas de seu ponto
fim Q?

Exercício 3
#
Se o vetor v = (−2, 6, 8) estiver aplicado no ponto início P (1, 3, 7), quais as coordenadas de seu
ponto fim Q?

Exercício 4
Dados os pares ordenados A(2, 3), B(3, 5) e C(2, −4) obtenha :
""# ""# ""#
a) as coordenadas dos vetores AB , BC e AC
""#
b) as coordenadas do vetor BA
""# ""# ""#
c) as coordenadas do vetor 3⋅ AB − 2⋅ BC + AC

Exercício 5
Dados os ternos ordenados A(2, 7, 3), B(−1, 4, 5) e C(1, 3, −2), determine números reais x e y,
""# ""# ""#
tais que x⋅ AB + y⋅ AC = BC

Exercício 6
# #
Determine o valor de a, para que os vetores v = (a, 3) e w = (2, − 6) sejam paralelos.

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Exercício 7
O vetor (a, b) é paralelo ao vetor (4, 1). Determine esse vetor, sabendo que o seu módulo é igual a
3 17 .

Exercício 8
O vetor (a, b, c) é paralelo ao vetor (2, 5, 7). Determine esse vetor, sabendo que o seu módulo é
igual a 3 78 .

Exercício 9
# # # #
Determine o produto escalar entre os vetores u e v , sabendo que u = 5, v = 2 e que formam
entre si um ângulo de 60o .

Exercício 10
# #
Determine o ângulo formado pelos vetores u = ( 3 , 1) e v = (3, 0).

Exercício 11
Determine o ângulo interno ABˆC do triângulo cujos vértices são A (−3, 1), B (0, −2) e C (1, 4).

Exercício 12
# #
Determine o ângulo formado pelos vetores u =(1,1,4) e v = (-1,2,2).

Exercício 13
#
Sabendo que o vetor u =(2,1,-1) forma um ângulo de 60° com o vetor AB determinado pelo pontos
A ( 3,1-2) e B ( 4,0,m), calcular o valor de m.

Exercício 14
# #
Calcular a e b de modo que os vetores u =(4,1,-3) e v (6,a,b) sejam paralelos.

Exercício 15
Verifique se os pontos A(-1,-5,0), B(2,1,3) e C(-2-7-1) são colineares.

Exercício 16
Determine os ângulos internos do triangulo ABC, sendo A(3,-3,3), B(2,-1,2) e C(1,0,2).
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3. Gabarito
1)

a. u+v =2 b. w = 1 c. 30° d. 30° e. 120° ou 60°

2) Q = (5,13)
3) Q = (−1,9,15)
4)

a. AB(1,2); BC (−1,9); AC (0,−7) b. BA(−1,−2) c. (5,17)


5) x = −1 e y =1
6) a = −1
7) (a, b) = (12,3)
8) (a, b, c) = (6,15,21)
9) u ⋅ v = 5
10) Q = 30°
11) Q = 125°54´
12) θ = 45°
13) m = −4
3 9
14) a = e b=−
2 2
15) Sim
16) Â = 10°53´; B = 150° e C = 19°7´

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CAPÍTULO 3
Produto de vetores e suas aplicações

1 - Projeção de um Vetor sobre outro


!
! ! ! ! ! v
Dados 2 vetores w , v e sendo u o versor do vetor v , isto é: u = ! , o vetor projeção de
v
! !
w sobre v é o vetor: ! ! ! !
p = ( w ⋅ u ). u

2 - Produto Vetorial
! ! ! ! ! !
Dados 2 vetores u e v do ℝ 3 , o produto vetorial de u por v (indica-se por u x v ) é um
vetor que possui as seguintes características:
! ! ! !
a) direção de u x v : perpendicular ao plano definido por u e v
! !
b) sentido de u x v : dado pela regra da mão direita
! ! ! ! ! ! ! !
c) módulo de u x v : | u x v | = u ⋅ v ⋅ senθ, onde θ é o ângulo entre u e v .

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! ! !
Para os vetores unitários dos eixos coordenados: i , j e k , temos:
! ! ! ! ! ! !
| i x i | = | i |⋅| i |⋅ sen 0º = 1 ⋅ 1⋅ 0 = 0, de modo que i x i = 0
! ! ! ! ! ! !
| j x j | = | j |⋅| j |⋅ sen 0º = 1 ⋅ 1⋅ 0 = 0, de modo que j x j = 0
! ! ! ! ! ! !
| k x k | = | k |⋅| k |⋅ sen 0º = 1 ⋅ 1⋅ 0 = 0, de modo que k x k = 0
! ! ! ! ! ! !
| i x j | = | i |⋅| j |⋅ sen 90º = 1 ⋅ 1⋅ 1 = 1, de modo que i x j = k
! ! ! ! ! ! !
| i x k | = | i |⋅| k |⋅ sen 90º = 1 ⋅ 1⋅ 1 = 1, de modo que i x k = − j
! ! ! ! ! ! !
| j x i | = | j |⋅| i |⋅ sen 90º = 1 ⋅ 1⋅ 1 = 1, de modo que j x i = − k
! ! ! ! ! ! !
| j x k | = | j |⋅| k |⋅ sen 90º = 1 ⋅ 1⋅ 1 = 1, de modo que j x k = i
! ! ! ! ! ! !
| k x i | = | k |⋅| i |⋅ sen 90º = 1 ⋅ 1⋅ 1 = 1, de modo que k x i = j
! ! ! ! ! ! !
| k x j | = | k |⋅| j |⋅ sen 90º = 1 ⋅ 1⋅ 1 = 1, de modo que k x j = − i

2.1 - Expressão Analítica do Produto Vetorial


! !
Dados 2 vetores u = (u1, u2, u3) e v = (v1, v2, v3) do ℝ 3 a expressão analítica do produto
! !
vetorial de u por v é:
! ! !
i j k
! !
u x v = u1 u2 u3
v1 v2 v3

! ! ! ! ! ! ! !
O produto vetorial não é comutativo: u x v ≠ v x u (A rigor : u x v = − v x u )

2.2 - Interpretação Geométrica do Módulo do Produto Vetorial


! !
a) Área do Paralelogramo em que 2 lados adjacentes são os vetores u e v

! !
S = u h e h = v . senθ
! ! ! !
Portanto S = u . v . senθ, ou seja, S = | u x v |

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Geometria Analítica 22

! !
b) Área do Triângulo em que 2 de seus lados são os vetores u e v

! !
S = 1 u h e h = v .sen θ
2
! ! ! !
Portanto S = 1 u . v .sen θ, ou seja, S = 1 | u x v |
2 2

3 - Produto Misto
! ! ! ! ! !
Dados 3 vetores u , v e w do ℝ 3 , o produto misto entre u , v e w (indica-se por
! ! ! ! ! !
[ u , v , w ]) é um número real dado por : u ⋅ ( v x w )
Assim:
! ! ! ! ! !
[u ,v ,w ] = u ⋅ ( v xw )

O valor do produto misto de 3 vetores não se altera quando submetemos os vetores a uma
permutação circular (figura abaixo). Assim:

! ! ! ! ! ! ! ! !
[u ,v ,w ] = [v ,w ,u ] = [w ,u ,v ] .

3.1 - Expressão Analítica do Produto Misto


! ! !
Dados 3 vetores u = (u1, u2, u3) , v = (v1, v2, v3) e w = (w1, w2, w3) do ℝ 3 , a expressão
! ! !
analítica do produto misto entre u , v e w é:

u1 u2 u3
! ! !
[u ,v ,w ] = v1 v2 v3
w1 w2 w3

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Geometria Analítica 23

3.2 - Condição para Coplanaridade de 3 Vetores do R3


! ! ! ! !
Consideremos 3 vetores coplanares u , v e w do ℝ 3 . Como v x w é perpendicular ao
! ! ! ! ! !
plano que contém v e w , necessariamente v x w também é perpendicular a u (pois u é um vetor
do plano). Portanto:
! ! !
u ⋅ ( v x w ) = 0.

Assim 3 vetores do ℝ 3 são coplanares , se e somente se o seu produto misto for nulo.

3.3 - Interpretação Geométrica do Módulo do Produto Misto


! !
a) Volume do Paralelepípedo em que 3 arestas concorrentes em um vértice são os vetores u , v e
!
w

Sendo S a área do paralelogramo da base, temos que o volume V = S ⋅ h. Todavia,


! ! ! ! ! !
S = | v x w | e h = u |cos α| (onde α é o ângulo entre v x w e u ), de modo que
! ! !
V = | v x w |. u .|cos α| , ou seja:

! ! ! ! ! !
V = u ⋅ (v x w) = [u , v , w]

! ! !
b) Volume do Tetraedro em que 3 arestas concorrentes em um vértice são os vetores u , v e w .
! !
A diagonal que liga as extremidades dos vetores v e w e a diagonal correspondente na outra
base definem um plano que decompõe o paralelepípedo do item anterior em 2 prismas triangulares
de mesmo volume (mesma altura e bases congruentes). Além disso, cada um desses prismas
triangulares pode ser decomposto em 3 pirâmides triangulares (tetraedros) de mesmo volume,
totalizando 6 tetraedros de mesmo volume. Portanto, o volume de cada um desses tetraedros é a
sexta parte do volume do paralelepípedo :
! ! ! ! ! !
V = 1 ⋅ u ⋅ (v x w) = 1 ⋅ [u , v , w]
6 6

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Geometria Analítica 24

4. Atividades
Exercício 1
! !
Determine o vetor projeção do vetor w = (−4, 3) sobre o vetor v = (2, −1)

Exercício 2
! !
Determine o vetor projeção de w = (2, − 5, 1) sobre v = (2, 3, 6)

Exercício 3
! ! !
Dados os vetores a = (3, −1, 2) e b = (2, 0, 0), determine o vetor v , tal que:
! !
v ⋅ a = −2
! !
v ⋅ b = 2
 v! = 11

Exercício 4
! !
Dados os vetores u = (2, 3, − 1) e v = (− 1, 4, 2), calcule:
! !
a) u x v
! !
b) v x u

Exercício 5
! !
Dados os vetores u = (2, − 1, 3) e v = (1, 0, − 2), calcule:
! !
a) o módulo do produto vetorial u x v
! !
b) o seno do ângulo formado por u e v
! !
c) um vetor unitário que seja perpendicular a u e a v

Exercício 6
! !
Determine a área do paralelogramo definido pelos vetores u = (−1, 0, 5) e v = ( 2, −1, 3)

Exercício 7
Os pontos A (1, 2, −4), B (2, 1, 3) e C (0, 4, −2) são vértices consecutivos de um paralelogramo
ABCD. Determine:
a) o vértice D

b) a área do paralelogramo

Exercício 8
Qual a área do triângulo cujos vértices são os pontos A (1, 1, 3), B (2, 0, −4) e C (3, 5, 1)?

Exercício 9
! ! ! ! ! !
Dados u = (2, 1, 0), v = (− 1, 3, 2) e w = (− 1, 2, 1), determine o produto misto [ u , v , w ]
! ! !
a) pela definição u ⋅ ( v x w )
b) pelo determinante

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Geometria Analítica 25

Exercício 10
! ! !
Verifique se os vetores u = (2, 1, 8), v = (− 1, − 3, − 7) e w = (1, 4, 1) são coplanares.

Exercício 11
! !
Determine o volume do paralelepípedo definido pelos vetores u = (1, 0, − 2), v = (− 1, 1, 0) e
!
w = (2, 3, − 1)

Exercício 12
→ → →
Determine o volume do paralelepípedo de arestas AB , AC e AD , sendo A (0, 0, 4), B (2, 1, 8),
→ →
BC = (10, 10, 1) e DA = (2, 5, 3)

Exercício 13
Ache a área do triângulo com vértices em ( −2, 3, 1 ) , (1, 2, 3) e (3, − 1, 2) .

Exercício 14
Determine os ângulos do triângulo com vértices em A (2,1,3) , B (1, 0, −1) e C ( −1, 2, 1)

Exercício 15 #! ###! ##! ##! ! ##! ##! #! ##! ##! ##!


Dados os vetores u = 2e1 − e2 + e3 , v = e1 − e2 , w = −e1 + 2e2 + 2e3 , determine:

#! ! ! #! ##! #! ! #! ! #! ! #! #! ! #! ##!
a) w ×v b) v × (w −u) c) (u ×v ) ⋅ (u ×v ) d) (u ×v ) ⋅ w e) (u + v ).(u × w )

Exercício 16
Determine a área do quadrilátero cujos vértices são (1, −2,3) , ( 4, 3, − 1 ) , (5, 7, − 3) e (2,2,1 ) .

Exercício 17
#! ! #! #! ! !
Se u ×v = 3 3; u =3 e 60º é o ângulo entre u e v , determine v .

Exercício 18
#! ! #! ! #! ! #! !
Mostrar que se u e v são vetores tal que, u +v é ortogonal a u −v , então u =v .

Exercício 19 #! #! ! #! #! !
Mostrar que, se u é ortogonal a w e v , então u é também ortogonal a w +v .

Exercício 20
Para que valores de m os pontos A (m,1,2 ) , B (2, − 2,3) , C ( 5, − 1, 1) e D (3, − 2,2 ) são coplanares.

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Geometria Analítica 26

5. Gabarito
22 11
1) (− , )
5 5
10 15 30
2) (− ,− ,− )
49 49 49
!
3) v = (1, 3, −1) ou (1, −1, −3)
4)
a. (10, −3, −11) b. (−10,3, −11)
5)
#! 6 7 6 6
a. 3 6 b. 0,878 c. w = ( , , )
9 18 18
6) A▱= 195 u.a
7)
a. D = (−1,5, −9) b. A▱= 346 u.a

8) A△= 6 30 u.a
9)
a. – 3 b. – 3
10) Não
11) Vol = 9 u.a
12) Vol = 142 u.a

13) A△= 7 3 u.a

10 2 6 2
14) Â = arc cos ; B = arc cos ; C = arc cos ;
3 28 9 42
15)
a. (2, 2, −1) b. (−1, −1, 0) c. 3 d. 1

16) A▱= 89 u.a


17) 2
18) Mostrar
19) Mostrar
20) m = 4

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27
Geometria Analítica

CAPÍTULO 4
A Reta no Plano

4 – Estudo da reta no ℝ 2
4.1 - Condição de Alinhamento de 3 pontos no ℝ 2

Consideremos 3 pontos alinhados A = (xA, yA), B = (xB, yB) e C = (xC, yC) do ℝ 2 .

Da semelhança dos triângulos retângulos ADB e BEC, temos: BÂD = C Bˆ E .


yB − y A y c − yB
Como tg (BÂD) = x − x = tg (C Bˆ E) = x −x
B A c B

By −y
A c y −y
B
tem-se : x − x = x − x
B A c B

Daí : (yB − yA) ⋅ (xC − xB) = (xB − xA) ⋅ (yC − yB)

Desenvolvendo e simplificando, tem-se:


xA yA 1
xA yB + xB yC + xC yA − xA yC − xB yA − xC yB = 0 ou xB yB 1 = 0
xC yC 1

Como os passos usados na dedução foram de ida e volta (⇔), podemos afirmar que:

A condição necessária e suficiente para que 3 pontos A = (xA, yA), B = (xB, yB) e C = (xC, yC) do
xA yA 1
ℝ estejam alinhados é que seja nulo o determinante xB y B 1 .
2

xC y C 1
OBS: Este resultado é igualmente válido nos casos em que os pontos A, B e C pertencem a uma
reta paralela a um dos eixos coordenados.

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28
Geometria Analítica

4.2 - Equação geral da reta no ℝ 2

Uma reta r do plano cartesiano possui equação da forma a x + b y + c = 0, onde a, b, c∈ ℝ


com a e b não simultaneamente nulos (ou seja: a2 + b2 ≠ 0).

Esta equação a x + b y + c = 0 é chamada equação geral da reta.

Com efeito, consideremos sobre r dois pontos distintos A=(xA, yA), B=(xB, yB) e um ponto
genérico P=(x, y).

Como P, A e B estão alinhados, temos:

xA yA 1
xB yB 1 = 0
xC yC 1

Desenvolvendo o determinante, obtemos:


x yA + xA yB + y xB − xB yA − xA y − x yB = 0
ou (yA − yB) x + (xB − xA) y + (xA yB − xB yA) = 0

Fazendo: yA − yB = a , xB − xA = b, e xA yB − xB yA = c na última equação, obtemos:

ax+by+c=0

Casos Particulares

Como a e b não podem ser simultaneamente nulos, os possíveis casos particulares são:
1) a = 0 e b ≠ 0 (yA = yB e xA ≠ xB)
c
A equação fica da forma b y = − c ou y = − b = constante = yA = yB
Trata-se de uma reta paralela ao eixo x

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29
Geometria Analítica

2) b = 0 e a ≠ 0 (xA = xB e yA ≠ yB)
c
A equação fica da forma a x = − c ou x = − a = constante = xA = xB
Trata-se de uma reta paralela ao eixo y

4.3 - Coeficiente angular (declividade) de uma reta


Seja r a reta de inclinação α em relação ao eixo x, definida pelos pontos A = (x1, y1) e
B = (x2, y2). Chamamos de coeficiente angular (declividade) de r, o número real m = tg α. É claro
que se α = 90o (reta vertical), m não está definido (tg 90o não existe) e se α = 0 (reta horizontal),
m = tg 0o = 0.
Analisemos, então, os casos restantes: 0o< α < 90o e 90o< α < 180o

0o< α < 90o


0o< α < 90o
Δ y y2
tg α = Δ x
= x
2
y2 − y
Logo: m = x − x
2

É claro que nesse c

90o< α < 180o

Δ y y 2 − y1
tg (180o − α) = Δ x = x − x
1 2
y 2 − y1 y 2 − y1
tg α = − tg (180o − α) = − x − x = x − x
1 2 2 1
y 2 − y1
Logo: m = x − x
2 1

É claro que nesse caso m < 0

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30
Geometria Analítica

Conclusão: Se A = (x1, y1) e B = (x2, y2) são 2 pontos distintos de uma reta r, não paralela ao eixo
y (isto é : x2 ≠ x1), então o seu coeficiente angular (ou declividade) é o número:

Δ y y 2 − y1
m= Δ x
= x −x
2 1

4.4 - Coeficiente angular de uma reta expressa por sua equação geral

Seja r a reta definida pelos pontos A = (x1, y1) e B = (x2, y2), cuja equação geral é
a x + b y + c = 0. Se b = 0, r é vertical (m não está definido), de modo que resta considerar o caso
em que b ≠ 0.
Como A e B são pontos de r: a x1 + b y1 + c = 0 e a x2 + b y2 + c = 0.
Daí, a x1 + b y1 + c = a x2 + b y2 + c = 0 ou a (x2 − x1) = − b (y2 − y1).
y 2 − y1 a
Portanto: x 2 − x1 = − b

O coeficiente angular de uma reta r cuja equação geral é a x + b y + c = 0 (b ≠ 0), é dado por:

a
m=− b

4.5 - Equação da reta que passa por um ponto e cujo coeficiente angular é conhecido

Consideremos uma reta r que passa por um ponto A = (xo, yo) e cujo coeficiente angular
seja m.
Sendo P = (x, y) um ponto genérico da reta, temos:

y − y0
m = tg α = x − x ⇒ y − yo = m (x − xo)
0

Portanto a equação procurada é: y − yo = m (x − xo)

OBS:
a) Se a reta r é paralela ao eixo x, tem-se m = 0 e a equação fica y = yo.
b) Se a reta r é paralela ao eixo y, m não é definido e a equação fica x = xo.

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31
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4.6 - Equação reduzida da reta

A equação da reta que passa por um ponto A = (xo, yo), com coeficiente angular m é dada
por:
y − yo = m (x − xo)

No caso particular em que o ponto A é o ponto de encontro da reta com o eixo y, isto é:
A = (0, n) a equação fica:
y − n = m (x − 0) ou y = m x + n

Portanto a equação reduzida de uma reta é da forma y = m x + n, onde n é a ordenada do


ponto onde a reta intersecta o eixo y. O número n é conhecido como coeficiente linear da reta.

4.7 - Equação segmentária da reta

Considere uma reta r que não passa pela origem e que intersecta o eixo x no ponto P=(p, 0)
e intersecta o eixo y no ponto Q = (0, q).
Consideremos um ponto genérico R = (x, y)
desta reta. Como R, P e Q estão alinhados:
x y 1
p 0 1 = 0. Desenvolvendo o determinante,
0 q 1
obtemos: q x + p y − pq = 0
x y
Dividindo por p⋅q, obtemos: p + q −1=0

Portanto, a equação segmentária da reta r é:

x y
p + q = 1

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32
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4.8 - Equações paramétricas da reta

As coordenadas x e y dos pontos de uma reta r podem estar definidas por equações da
forma x = f(t) e y = g(t), onde f e g são funções do 1o grau em uma variável t chamada parâmetro.
Para se obter a equação geral de r, devemos eliminar o parâmetro (isolar t em uma das equações
paramétricas e substituir seu valor na outra).

4.9 - Vetor diretor e vetor normal a uma reta


"
Seja r uma reta arbitrária do plano. Um vetor diretor de r "é qualquer vetor t que possua a
mesma direção da reta e um vetor normal à r é qualquer vetor n perpendicular à reta.

Sejam A = (xA, yA) e B = (xB, yB) dois pontos distintos da reta r : a x + b y + c = 0


" →
Um vetor diretor de r é o vetor t = AB = B − A = (xB − xA , yB − yA).
yB − y A a
Mas m = x − x = − b , então:
B A
xB − xA yB − yA
= = k ou (xB − xA , yB − yA) = k ⋅ (b, −a)
b −a

Logo, o vetor (b, −a) é paralelo a AB = (xB − xA , yB − yA) e, portanto, também diretor de
r. .
É claro que a xA + b yA + c = 0 e a xB + b yB + c = 0, pois A e B são pontos da reta r.
Resulta daí que: a (xB − xA) + b (yB − yA) = 0 ou (a, b) ⋅ (xB − xA , yB − yA) = 0.
→ "
Assim, (a, b) ⋅ AB = 0; ou seja, n = (a, b) é um vetor normal à reta a x + b y + c = 0.

4.10 - Posições relativas de duas retas

Sejam r e s duas retas do plano. Dizemos que:


a) r e s são concorrentes se e somente se possuem apenas um ponto em comum: r ∩ s = {A}

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33
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b) r e s são paralelas distintas, se e somente se não possuem ponto em comum: r ∩ s = ∅

c) r e s são paralelas iguais ou coincidentes, se e somente se são a mesma reta: r ∩ s = r ou


r=s

4.10.1 - Retas concorrentes

Sejam r e s retas não verticais concorrentes, cujas equações reduzidas são:


r : y = m1 x + n1
s : y = m2 x + n2

Como as inclinações das retas são distintas (θ ≠ α), seus coeficientes angulares também são
distintos:
m1 ≠ m2

Os coeficientes lineares podem ser iguais ou não.

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34
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4.10.2 - Retas paralelas distintas

Sejam r e s retas não verticais paralelas distintas, cujas equações reduzidas são:
r : y = m1 x + n1
s : y = m2 x + n2

Como as inclinações das retas são iguais, seus coeficientes angulares também são
iguais; todavia os seus coeficientes lineares devem ser distintos.

m1 = m2 e n1 ≠ n2

4.11 - Posições relativas e equação geral

Se as retas r e s são dadas por suas equações gerais:

r : a1 x + b1 y + c1 = 0
s : a2 x + b2 y + c2 = 0

podemos dizer que:


a1 b1
a) r e s são concorrentes, se a ≠ b
2 2

a1 b1 c1
b) r e s são paralelas distintas, se a = b ≠ c
2 2 2

a1 b1 c1
c) r e s são paralelas coincidentes, se a = b = c
2 2 2

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35
Geometria Analítica

4.12 - Retas perpendiculares

Vimos na trigonometria circular, que:

sen (90o + α) = sen [180o − (90o − α)] = sen (90o − α) = cos α

cos (90o + α) = cos [180o − (90o − α)] = − cos (90o − α) = − sen α

De modo que:
sen(90º +α ) cos α 1
tg (90o + α) = cos(90º +α ) = = − cotg α = − tgα
−senα

1
Assim: tg (90o + α) = − tgα

Consideremos 2 retas r e s perpendiculares entre si e suponhamos que a inclinação da reta


s (α2) seja superior à inclinação da reta r (α1).

Como α2 é ângulo externo do triângulo retângulo APB: α2 = 90o + α1

1 1
Daí, tg α2 = tg (90o + α1) = − tgα , ms = − m ou ms ⋅ mr = − 1
1 r

Logo, 2 retas são perpendiculares sss o produto de seus coeficientes angulares for igual a − 1.

s ⊥ r ⇔ ms ⋅ mr = − 1

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36
Geometria Analítica

Poderíamos ter chegado a essa mesma conclusão, através de vetores.

Com efeito, se r: a x + b y + c = 0 e s : a* x + b* y + c* = 0 são perpendiculares, também são


perpendiculares os seus vetores normais (a, b) e (a*, b*), de modo que (a, b) ⋅ (a*, b*) = 0 .

a ⋅ a*
Daí : a ⋅ a* + b ⋅ b* = 0 , = −1
b ⋅ b*

 a  a 
*

 −  ⋅  − *  = − 1 ou mr ⋅ ms = − 1
 b  b 

4.13 - Ângulo entre 2 retas concorrentes

É o menor dos ângulos formados pelas 2 retas.

Há 4 casos a considerar

1o Caso: Uma reta é paralela ao eixo x (horizontal) e a outra paralela ao eixo y (vertical) ou então
uma possui coeficiente angular m1 e a outra m2, com m1 . m2 = − 1.

Em ambas situações as retas são perpendiculares, logo θ = 90o .

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37
Geometria Analítica

2o Caso: Uma reta é paralela ao eixo x (horizontal) e a outra tem coeficiente angular m = tg α.

Na figura acima s é transversal às paralelas r e x. Representemos o ângulo φ,


correspondente a α. Como φ = α (sempre), se α for agudo (m > 0), então φ também é agudo e
θ = âng (r, s) = φ. Se, ao contrário, α for obtuso (m < 0), então φ também é obtuso e
θ = âng (r, s) = (180o − φ).

Em qualquer dessas situações, o ângulo θ entre r e s é tal que: tg θ = |tg φ| = |tg α| = |m|

tg θ = |m|

3o Caso: Uma reta é paralela ao eixo y (vertical) e a outra tem coeficiente angular m = tg α.

1
Nesse caso, se α for agudo (m > 0), então θ = 90o − α (tg θ = cotg α = ), se ao contrário
m
1
α for obtuso (m < 0), então θ = α − 90o (tg θ = − cotg α = − )
m
1
Em qualquer das situações, o ângulo θ entre r e s é tal que: tg θ = |cotg α| =
m
1
tg θ =
m

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38
Geometria Analítica

4o Caso: As retas, de coeficientes angulares m1 e m2, não são paralelas aos eixos e, embora sejam
concorrentes, não são perpendiculares.

Temos: α = β + θ ou θ = α − β.
tgα − tg β mr − ms
Daí: tg θ = tg (α − β) = 1 + tgα ⋅ tg β = 1 + m ⋅ m
r s
Como θ é sempre o menor dos ângulos, ele é agudo e tg θ > 0. Portanto:

mr − ms
tg θ =
1 + mr ⋅ ms

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39
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4. Atividades
Exercício 1
Determine a, sabendo que os pontos A = (a, 2), B = (3, a) e C = (5, 0) estão alinhados

Exercício 2
Determine o valor de k de modo que os pontos (k, 4), (11, k) e (−1, 3) estejam alinhados.

Exercício 3
Determine os valores de k de modo que os pontos A = (k, −1), B = (−1, k) e C = (4, −2) sejam vértices de um
triângulo.

Exercício 4
#$"
Determine o ponto em que AB intersecta a bissetriz dos quadrantes pares, sendo A = (0, −8) e B = (5, 7).

Exercício 5
Determine a equação geral da reta que passa pelos pontos A = (5, 3) e B = (−2, −1)

Exercício 6
Uma reta r tem equação 4 x − y − 3 = 0 e uma reta s tem equação 3 x + y − 11 = 0. Determine o ponto
P = (x, y) de interseção dessas retas

Exercício 7
Determine os vértices do triângulo ABC conhecendo-se as equações das retas-suporte dos lados

AB : x − 3 y + 7 = 0

AC : x − y + 1 = 0

BC : x − 2 y + 5 = 0

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Geometria Analítica

Exercício 8
Sendo A = (−2, 3) e B = (4, −1), determine a equação da mediatriz do segmento AB (reta perpendicular ao
segmento AB e que contém o seu ponto médio).
Sugestão : Um ponto genérico P = (x, y) da mediatriz equidista de A e B : d(P, A) = d(P, B)

Exercício 9
Determine a área do triângulo hachurado da figura abaixo:

Exercício 10
Determine o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos:
a) A = (2, 3) e B = (4, 7)

b) P1 = (3, 2) e P2 = (3, −2)

c) P = (5, 2) e Q = (−3, 2)

Exercício 11
Determine o coeficiente angular de cada reta dada por sua equação geral :
a) 3 x − 2 y + 6 = 0

b) 2 x + y + 1 = 0

c) 3 y − 4 = 0

d) 5 x + 7 = 0

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Geometria Analítica

Exercício 12
Determine a equação da reta que passa pelo ponto A = (5, 3) e tem coeficiente angular − 2.

Exercício 13
Determine a equação da reta que passa pelo ponto A = (−1, 4) e tem coeficiente angular 2.

Exercício 14
Determine a equação da reta de inclinação α = 135o e que passa pelo ponto P = (4, 1)

Exercício 15
Qual é a equação da reta r da figura?

Exercício 16
Determine a equação da reta de declividade − 2 e que intersecta o eixo y no ponto A = (0, −3).

Exercício 17
Determine a equação segmentária da reta que corta os eixos coordenados em (5, 0) e em (0, −2).

Exercício 18
Uma reta r é definida parametricamente por x = t + 1 e y = 2 t.
Determine :
a) o ponto P da reta r associado ao valor t = 5 do parâmetro

b) a equação geral da reta r

Exercício 19
Dadas as equações paramétricas de r: x = 2 t − 1 e y = t + 2 ; determine :
a) a equação reduzida de r

b) a interseção de r com o eixo x


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Geometria Analítica

Exercício 20
Dada a reta r : 4 x − 5 y + 20 = 0, pede-se :
a) dois pontos A e B de r

b) um vetor diretor de r

c) um vetor normal à r

Exercício 21
Determine m, sabendo que o vetor (2, −7) é perpendicular à reta de equação m x + 3 y − 2 = 0.

Exercício 22
Verifique a posição relativa das retas dadas por suas equações:
a) r: 3 x − y + 2 = 0
x y
s: 4
+ 10
=1

2
b) r: y = 3
x−1
s: 4 x − 6 y + 5 = 0

c) r: x = 8
s: y − 5 = 3 (x − 4)

Exercício 23
Determine a equação geral da reta que passa pelo ponto P = (2, −3) e é paralela à reta de equação
5 x − 2 y + 1 = 0.

Exercício 24
Determine a equação geral da reta-suporte do lado AB do paralelogramo ABCD da figura abaixo.

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Geometria Analítica

Exercício 25
Se as retas (a + 3) x + 4 y − 5 = 0 e x + a y + 1 = 0 são paralelas, determine o valor de a .

Exercício 26
Dada a reta r: 3 x − 2 y + 4 = 0 e o ponto P = (1, −3), determine a equação da reta s que passa por
P e é perpendicular à reta r.

Exercício 27
Determine a equação da mediatriz do segmento de reta cujos extremos são os pontos A = (3, 2) e
B = (−2, −4).

Exercício 28
Determine, em cada caso, o ângulo formado pelas retas r e s:
a) r : y = 4 e s : x = 3

1
b) r : y = 2 x + 6 e s : y − 5 = − 2 (x + 4)

c) r : y = 5 e s : y − 2 = 3 (x + 4)

d) r : x = 4 e s : 2 x + 6 y − 1 = 0

x
  y
e) r : y − 4 = 3 (x − 5) e s :  7  + 7 =1
 
 2 

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Geometria Analítica

5. Gabarito
1) a = 4 ou a = 1
2) k = 5 ou k = − 3
3) k = 0
4) P = ( 4 , 4 )
5) 4 x − 7 y + 1 = 0
6) P = ( 2 , 5 )
7) A = ( 2 , 3 ); B ( − 1, 2 ); C (3,4 )

8) 3 x − 2 y − 1 = 0
20
9) AΔ =
11
= 1,8

10)
a. m = 2
b. Não está definido, pois a reta é perpendicular (90°) ao eixo x.
c. m = 0 ( nulo ) , pois a reta é paralela ao eixo x.

11)
3
a. m = 2 b. m = − 2 c. m = 0 ( nulo ) d. Não está definido.

12) 2 x + y − 13 = 0
13) 2 x − y + 6 = 0
14) x + y − 5 = 0
15) 2 x + y + 2 = 0
16) 2 x + y + 3 = 0
x y
17) 5 + − 2 = 1

18)
a. P = ( 6 ,10 ) b. 2 x − y − 2 = 0
19)
1
a. y=
2
( x + 5) b. P = ( − 5 , 0 )

20)
a. A ( 0 ,4 ) e B (5 ,0 ) b. v = (5 ,− 4 ) c. u = ( 4 ,− 5 )

6
21) m = − 7

22) F
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Geometria Analítica

a. Concorrentes b. Paralelas distintas. c. Concorrentes.


23) 5 x − 2 y − 16 = 0
24) 2 x + 3 y − 19 = 0
25) a = − 4 ou a = 1
26) s : 2 x + 3 y + 7 = 0
27) 10 x + 12 y + 7 = 0
28)
a. α = 90 °
b. α = 90 °
c. α = 71 ° , 57 '
d. α = 71 ° , 57 '
e. α = 45 °

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Geometria Analítica 46

CAPÍTULO 5
A Circunferência no Plano

5 - ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA (NO ℝ 2 )

DEFINIÇÃO – Circunferência é o Lugar Geométrico dos pontos de um plano equidistantes


de um ponto fixo desse mesmo plano. O ponto fixo é chamado centro e a distância constante é o
raio.

O ponto O é o centro
OA = OB = OC é o raio

5.1 - Equação da circunferência

Sejam O(a, b) o centro, r o seu raio e P(x, y) um ponto genérico de uma circunferência.

Da definição do LG , temos:
d (P,O) = (x − a)2 + (x − b)2 = r
Logo, a equação é :

(x − a)2 + (x − b)2 = r2

OBS: No caso particular em que o centro da circunferência se encontra na origem, temos


a = b = 0, e a equação fica: x2 + y2 = r2.

5.2 - Equação geral da circunferência


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Geometria Analítica 47

Desenvolvendo-se a equação (x − a)2 + (x − b)2 = r2, obtém-se a equação geral da


circunferência:

x2 + y2 − 2 a x − 2 b y + (a2 + b2 − r2) = 0

OBS: Na equação geral da circunferência os coeficientes de x2 e de y2 são unitários.

5.2.1 - Obtenção do raio e do centro a partir da equação geral

5.2.1.1 - Método de completar quadrados


O objetivo desse método é obter, no lado esquerdo da equação geral, a expressão
(x − a)2 + (x − b)2 a partir das informações apresentadas.

Exemplo:
Vejamos como o método funciona na equação geral x2 + y2 − 2 x + 4 y − 4 = 0
1º passo:
Agrupam-se os termos em x e os termos em y, isolando no segundo membro o termo
independente.
É interessante deixar um espaço após os termos em x e os termos em y e dois espaços
após o termo independente.
x2 − 2 x + ___ + y2 + 4 y + ___ = 4 + ___ + ___
2º passo:
Somam-se a ambos os termos da equação valores convenientes, de modo que os termos
em x e os termos em y se transformem cada qual em um quadrado perfeito.
O número que completa o quadrado perfeito em x é o quadrado da metade do
coeficiente de x.
Como o coeficiente de x é − 2, esse número é (−1)2 = 1
Incorporando esse número a ambos os membros, temos:
x2 − 2 x + 1 + y2 + 4 y + ___ = 4 + 1 + ___
Analogamente, o número que completa o quadrado perfeito em y é o quadrado da
metade do coeficiente de y. Como o coeficiente de y é 4, esse número é (2)2 = 4.
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Geometria Analítica 48

Incorporando esse número a ambos os membros, temos:


x2 − 2 x + 1 + y2 + 4 y + 4 = 4 + 1 + 4
E a equação fica: (x − 1)2 + (y + 2)2 = 32.
Assim a equação geral x2 + y2 − 2 x + 4 y − 4 = 0 representa uma circunferência de centro
em (1, −2) e raio 3.

5.2.1.2 - Método da comparação


Nesse método comparam-se os coeficientes da equação dada e a teórica:
x2 + y2 − 2 a x − 2 b y + (a2 + b2 − r2) = x2 + y2 − 2 x + 4 y − 4
Daí, temos :
−2a = 2 ⇒ a = −1
−2b = 4 ⇒ b = −2
a2 + b2 − r2 = − 4 ⇒ 1 + 4 − r2 = − 4 ⇒ r2 = 9 ⇒ r = 3 (pois o raio é positivo)
Portanto, o centro da circunferência é (−1, −2) e o raio é 3.

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Geometria Analítica 49

5.3 - Atividades
Exercício 1
Determine a equação da circunferência cujo centro é o ponto A(5, 3) e cujo raio é de 2 cm.

Exercício 2
Determine a equação da circunferência com centro em O (−3, 1) e raio 3

Exercício 3
Determine a equação da circunferência que passa pelo ponto P (2, 3) e cujo centro é o ponto
A(1, −2).

Exercício 4
Verifique se a equação x2 + y2 − 4 x − 8 y + 19 = 0 representa uma circunferência.

Exercício 5
Verifique se a equação x2 + y2 + 2 x − 2 y + 6 = 0 representa uma circunferência. Em caso
afirmativo, dê as coordenadas do centro e o raio.

Exercício 6
Obtenha o raio e o centro da circunferência x2 + y2 + 6 x − 4 y − 12 = 0.

Exercício 7
O centro de uma circunferência é o ponto médio do segmento AB, sendo A(2, −5) e B(−2, −3).
Se o raio dessa circunferência é 2 , determine a sua equação.

Exercício 8
O ponto P(3, b) pertence à circunferência de centro C(0, 3) e raio 5. Calcule o valor da ordenada b.

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Geometria Analítica 50

Exercício 9
Determine a equação da circunferência com centro no ponto C(2, 1) e que passa pelo ponto A(1, 1).

Exercício 10
Qual é o centro e o raio da circunferência de equação x2 + y2 = 2 (x − y) + 1.

Exercício 11
Verifique se x2 + y2 + 2 x + 2 y − 2 = 0 representa uma circunferência. Caso positivo exiba seu
centro e seu raio.

Exercício 12
Determine uma equação da reta que passa pelo centro da circunferência de equação
x2 + y2 − 4 x − 4 y + 4 = 0 e é paralela à reta de equação 2 x + 3 y = 0.

Exercício 13
Quais são os valores que k pode assumir para que a equação x2 + y2 − 2 x + 10 y + 13 k = 0
represente uma circunferência?

Exercício 14
Considere P e Q os pontos de interseção da reta de equação 2y - x = 2 com os eixos coordenados x
e y, respectivamente.
a) Determine as coordenadas dos pontos P e Q.
b) Determine a equação da circunferência que tem o segmento PQ como diâmetro.

Exercício 15
Determine o(s) ponto(s) comum(ns) à circunferência L e à reta s:
a) L : x 2 + y 2 − 4x − 12 = 0 , s: x + y + 2 = 0

b) L : x 2 + y 2 − 6x − 12y + 25 = 0 , s: 2x – y = 0

c) x 2 + y 2 − 2x − 8 = 0 , s: 3x + 4y + 12 = 0

Exercício 16
Determine a(s) equação(ões) da(s) reta(s) tangente(s) à circunferência e que passa(m) por P:
a) P(-2, 5), L : x 2 + y 2 + 2x + 4y − 20 = 0

b) P(5, 3), L : x 2 + y 2 − 4x − 2y − 4 = 0

c) P(-1, -7), L : x 2 + y 2 − 4x + 6y − 12 = 0

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Geometria Analítica 51

5.4 - Gabarito
1) x 2 + y 2 − 10 x − 6 y + 30 = 0

2) x 2 + y 2 + 6 x − 2 y + 1 = 0

3) x 2 + y 2 − 2 x + 4 y − 21 = 0
4) Sim
5) Não
6) C = ( −3, 2); r = 5

7) x 2 + y 2 − 8 y + 14 = 0
8) b = 7 ou b = −1

9) x 2 + y 2 − 4 x − 2 y + 4 = 0

10) C = (1, −1); r = 3


11) Sim C = ( −1, −1); r = 2
12) 2 x + 3 y − 10 = 0
13) k < 2
14)
15)
a. P = (−2,0)

b. P1 = (1,2); P2 = (5,10)
12
c. P =( ,0 )
5
16)
a. x − 7 y + 37 = 0
b. 2 x + 3 y − 19 = 0
c. 3 + 4 y + 31 = 0

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