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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

GUILHERME ANTONIO MENDES DE LIMA

RELATÓRIO FINAL
(Período no qual esteve vinculado ao Programa 08/2018 a 08/2019)

PROGRAMA ( ) PIBITI ( ) Fundação


DE IC​: MODALIDADE​: Araucária
( X ) PIBIC ( X ) CNPq ( ) Voluntária
( ) PIBIC Af ( ) UFPR TN
( ) PIBIC EM

BEATMAKERS: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO MUSICAL EM CURITIBA.

Relatório apresentado à Coordenação de Iniciação Científica e Tecnológica da Universidade Federal


do Paraná como requisito parcial da conclusão das
atividades de Iniciação Científica ou Iniciação em
desenvolvimento tecnológico e Inovação - Edital 2018
Orientador(a): Prof.(a). Edwyn Pitre-Vásquez
Título do Projeto: BEATMAKERS: uma análise da produção musical em Curitiba.

CURITIBA
2019
RESUMO

Pesquisa procura, a partir do impacto e prestígio nacional e internacional


dos compositores curitibanos dentro da prática musical chamada de Beatmakers, que são
compositores que com auxílio de computador, produzem os beats, também conhe. mapear,
e, assim, entender a organização da produção musical dentro do gênero musical rap (em
inglês, abreviação para rhythm and poetry, ritmo e poesia), com foco nos beats (batidas
eletrônicas ou instrumentais), que são base para a poesia. Assim, através de análise,
visa-se observar a trajetória e o processo criativo dos produtores (beatmakers) e Djs, além
da analisar aspectos e gêneros musicais produzidos e suas influências.

Palavras-chave: Beatmaker, rap, gênero musical.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 6
1.1 JUSTIFICATIVA 6
1.2 OBJETIVOS 6
2 REVISÃO DE LITERATURA 8
2.1 GÊNERO MUSICAL 8
2.2 IDENTIDADE MUSICAL 8
3 MATERIAL E MÉTODOS 9
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 10
5 D 24
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 24
REFERÊNCIAS 25
APÊNDICE 1 – TÍTULO DO APÊNDICE 26
ANEXO 1 – TÍTULO DO ANEXO 27
1 INTRODUÇÃO

Observando o impacto e prestígio nacional e internacional alcançado pelos


compositores curitibanos no começo do século XXI, inseridos da prática musical
RAP (​ em inglês, abreviação para rhythm and poetry, ritmo e poesia), que é um dos
quatro elementos da prática cultural popular do ​HIP HOP,​ iniciada nos Estados
Unidos da América, na cidade de Nova Iorque, em meados de 1980. Chamados
também de ​beatmakers,​ podem ser compositores ou atribuir a função de DJ (do
inglês: ​disc jockey​, profissional que seleciona e reproduz composições previamente
gravadas) em caso de performance. Eles utilizam, geralmente, o computador, além
de uma variedade de ​softwares​ como seu principal instrumento de composição.
Assim eles produzem os ​beats,​ termo conhecido como “batidas”, música
instrumental ou eletrônica, que serve de plano de fundo para os MCS, mestres de
cerimônia, inserirem suas falas rimadas. Em curitiba essa prática musical tem
ganhado destaque e neste trabalho analiso a participação de três
beatmakers/compositores locais, Tássio Pesch, Bruno Cee e Ganesh Toresin.

1.1 JUSTIFICATIVA

Curitiba ao longo do começo do séc XXI ganhou destaque com a prática


musical produzida pelos Beatmakers, eles são responsáveis por compor a batida
que embala as canções de Rap , essa prática pouco estudada e de um favor cultural
e social imensuráveis.

1.2 OBJETIVOS

Partindo de uma pesquisa etnográfica de entrevistas e depoimentos dos


beatmakers​, em que descrevem sua trajetória, sua formação musical, formal ou
informal, do início das atividades até os dias atuais, com foco nas descrição dos
gêneros e influências musicais além dos ​samples​ (do inglês amostras: trecho ou
fragmento, retirado de outras músicas), ​drum machines​(do inglês, máquina de
ritmos, aparelho eletrônico que busca imitar sons de bateria e elementos
percussivos), sequenciadores, sintetizadores, toca-discos e instrumentação ao vivo,
utilizados para a confecção de suas composições. A pesquisa netnográfica se
debruça sobre o levantamento de um acervo online desses artistas.
2 ​REVISÃO DE LITERATURA

2.1 GÊNERO MUSICAL

Tatit (1997), descreve como o que define que rap como conceito de gênero
musical é o que ele chama de “dicções”, sendo elas a tematização, relacionado ao
padrão rítmico, passionalização, voltada ao aspecto melódico; figurativização,
direcionando-se à voz presente na música. (TATIT, apud JANOTTI JUNIOR, 2006).
Janotti Junior (2006) agrega com o pensamento que “o gênero musical é definido por
elementos textuais, sociológicos e ideológicos” (JANOTTI JUNIOR, 2006).
Já para Shuker (1999), à necessidade de categorização e organização dos produtos
musicais, os gêneros e subgêneros servem para a identificação de ouvintes com
determinados artistas, e vice-versa. Janotti Junior (2005), explica que os gêneros,
além de tratarem de meios de classificação que formam a produção de sentido mas
também demarcam aspectos ideológicos.
Segundo Estivalet (2017), o gênero musical é uma construção social essa gerada
pelo meio que se pertence, sendo como na etnomusicologia onde não se separa a
música do contexto em que se encontra.
Assim concluo que, podemos encontrar identidades, regionalismos e cargas culturais
observando as “dicções”, características sonoras, mas como também na conjuntura
social a qual está incluída, assim se soma esses dois fatores para a construção do
que é o gênero musical.

2.2 IDENTIDADE MUSICAL

Pitre-Vásquez (2008) explica que existem elementos identitários musicais que


codificam um gênero musical e constituem, dessa forma, a identidade do gênero em
si. Tais elementos identitários são: o ritmo, a melodia, a harmonia, a instrumentação,
o andamento e a lírica. Seguindo nesse pensamento, o autor complementa que as
relações no território e nos comportamentos são fortalecidas pelos elementos
identitários musicais (PITRE-VÁSQUEZ, 2008:15).

3 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi constituída por análise etnográfica de tipo qualitativa, busca


do acervo digital, busca e análise de acervo não digital. Os personagens
entrevistados são beatmakers que residem na cidade de Curitiba capital do estado
do Paraná, os meios usados para essa pesquisa foi reinserção no convívio com os
mesmos além do acompanhamento direto e indiretamente desde 2008 assim dando
suporte para pesquisa de campo, material desta pesquisa é formado por entrevistas
ao vivo em formato de áudio e os exemplos musicais.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A partir dos estudos de etnomusicologia iniciados por John Blacking em seus


estudos de campo, trago para o território paranaense, especificamente em na capital
Curitiba, e na dimensão virtual onde os acervos se encontram, traço uma análise da
produção musical efetuadas pelo beatmakers. Iniciando com o trabalho de Tássio
Pesch que inicia sua trajetória musical como cantor e compositor em projetos do
seguimento do post-hardcore e skram, depois disso começou a produção digital e
individual de seu trabalho, de maneira autodidata e com baixos recursos no seu
estúdio em casa começou a produção musical utilizando como ferramenta o software
Renoise, um sequenciador de MIDI nos seguimentos de música ambient/drone, até
chegar aos beats por influência de amigos MCS que incentivaram e reconheceram
suas habilidades de composição, assim formou em meados de 2013 em parceria
com o MC Lync o projeto Big Black Opala, por vontade de produzir beats com
influências de jazz, e principalmente do jazz rap que foi produzido em nova york,
EUA, nos anos 90, como Just Row, Chaotics, Exemple. já em 2014 iniciou seu
projeto solo o senseloop com maior influência do downtempo e do trip hop, com
andamento mais lento e ideal atmosférico, em paralelos com outros projetos de
produção caseira e independente que flerta com o punk de um homem só, gravando
em tape decks e com distribuição alternativa. Sua produção se baseia nos gêneros
musicais drone, ambient e jazz principalmente hard-bop e seu processo de garimpo
de samples se define pela pesquisa por sites como rateyourmusic.com, last.fm e
discogs.com
Bruno Cee, designer de formação, que leva o nome artístico de Bface,
nascido em curitiba, inicia sua trajetória influenciado por o filme 8 miles do cantor
americano Eminem, além de a influência direta dos bboys e mcs que frequentavam
sua casa na Vila Fanny, bairro da periferia de curitiba, a trilha sonoras de jogos de
videogame como Tony Hawk Pro Skater, assim como alavancar dos amigos deu
início a escrita de poesia no primeiro momento e por uma distância da cena musical
do rap em curitiba, decidiu ingressar na prática de composição de beats para suprir a
demanda de rimas que guardava no processo de escrita, foi quando, por via de uma
revista publicada na época descobriu o FL studios, e ali começou seu processo de
prática de beatmaker, de forma autodidata e no processo de tentativa e erro, com a
chegada da internet de banda larga começou o processo de pesquisa e
levantamento de samples com base na mesma tríade de site já citados
anteriormente, levantando um acervo pessoal de músicas onde sai toda a sua de
estrutura das composições, no passar do tempo participou dos projetos Duplex,
GPK, hoje membro do coletivo Suite Music.
Ganesh toresin, iniciou sua carreira como autodidata, levado pela influência
do Fugees, o qual encontrou o disco na rua por acaso e lhe despertou todo o
interesse pelo rap e em suas palavras, o que já se liga diretamente a cultura oriunda
da jamaica o ​sound system que foi de onde o rap surge e que também carrega o
reggae com ela, formando assim sua trajetória até o dubstep que pega as dicções do
dub e altera buscando uma atmosfera densa e obscura, em suas palavras “e​sses
delay de fita infinitos, reverb carregado na caixa, aquela guitarra que o cara só sobe
o fader da mesa, e dá um pem pem pem infinito, que é muito diferente do reggae,
mas ainda é o reggae”​, esse interesse o levou a fazer o curso de produção musical
em uma escola particular para DJS em Curitiba e consequentemente a ingressar na
Universidade Federal do Paraná no curso de bacharelado em produção sonora o
qual conta agradecido a existência do curso que tem a finalidade de produção e
esse direcionamento voltado para a tecnologia, nos dias dessa descrição trabalha na
produção sonora e na edição em uma rádio de grande abrangência da capital
paranaense, além de uma produção beats no Ableton Live, com média de duas
composições por semana, vendas essas feitas para artistas nacionais e
internacionais lançados pela produtora própria chama Mão Santa.
5 DISCUSSÃO.
Os compositores tem por unanimidade o ingresso no fazer musical de
maneira autônoma e autodidata, com a construção do conhecimento dependente do
tempo de experiência nas plataformas de composição musical virtual, os elementos
identitários identificados na análise nos levam a três diferentes gêneros musicais
esses são a música eletrônica, jazz e o reggae todos são frutos de pesquisa em
lojas de discos e sebos ou essencialmente de maneira virtual com base na trindade
formada pelos sites rateyourmusic.com, last.fm e discogs.com.
6 ​CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse sentido, a utilização de recursos digitais permite aos


compositores que realizem seu trabalho ao mesmo tempo que agregam
conhecimento de maneira autodidata. Além disso, formam a base de pesquisa
de gêneros e o acesso às mídias digitais lhes fornecem o seu maior
instrumento, que é a coleta de sample para a produção de suas composições.
7 REFERÊNCIAS

BLACKING, John. Music, ​Culture, and Experience. Selected Papers​. Chicago:


University of Chicago Press, 1995. Comunicação, Campo Grande, 2001
ESTIVALET, F. V. ​Além da estética do frio: as dinâmicas culturais das canções
de Vitor Ramil​. 169 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Setor de Artes,
Comunicação e Design, Universidade Federal do Paraná, 2017.
FRITH, S. ​Music and Identity​. New York: Routledge, 1996.
JANOTTI JUNIOR, J. Entrevista – ​Will Straw e a importância da ideia de cenas
musicais nos estudos de música e comunicação​. Revista da Associação
Nacional dos Programas de Pós- Graduação em Comunicação/E-compós, Brasília,
v. 15, n. 2, 2012.
____. ​Música popular massiva e gêneros musicais: produção e consumo da
canção na mídia. Comunicação, mídia e consumo​. São Paulo, v. 3, n. 7, p. 31-47,
2006.
JANOTTI JUNIOR, J. ​Comunicação e estudos culturais.​ Salvador: EDUFBA,
2011. p. 147-161.
SHUKER, R. ​Vocabulário de Música Pop.​ São Paulo: Hedra, 1999.
STRAW, W. ​Systems of articulation, logics of change: scenes and communities
in popular music​. Cultural Studies v. 5, n.3, p. 361-375, 1991.
TATIT, L. ​Musicando a Semiótica.​ São Paulo: Annablume, 1997.
VÁSQUEZ, E. R. P. ​Veredas Sonoras da Cúmbia Panamenha: Estilos e
Mudança de Paradigma​. 151. Tese (Doutorado em Musicologia) – Escola de
Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
APÊNDICE 1 – QR CODES ACERVO DIGITAL

Música: WEED & Cito MC - Aprendendo Vivendo [Prod. Big Black Opala]
(2013).

Disco - Big Black Opala - 6 Faixas De Emoção E Adrenalina Com O Carro


Mais Querido Do Brasil (2014)
Site do selo Suite Music.
Mão Santa Produtora.
ANEXO 1 – ENTREVISTAS

Pasta contendo três entrevistas, uma com cada participante.

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