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Potência Hidráulica

Observemos novamente a fórmula para cálculo da potência mecânica, produto da


força pela velocidade:

N= F.v

Como vimos anteriormente, a força (F) de um atuador será resultante do produto pressão
(P) pela área de atuação (A); da mesma forma, sua velocidade (v) será definida pela
relação vazão (Q) pela mesma área (A). Assim sendo, a potência será:

N = P. A. Q
A
ou simplesmente:

N= P.Q

Portanto, para sabermos a potência de acionamento de um motor elétrico, o qual acionará


a bomba do circuito hidráulico, precisamos saber a pressão máxima a ser regulada nesse
sistema e a vazão fornecida pela bomba.

Potência do Motor Elétrico

N(CV) = P (bar) . Q (l/min)


450 . η

sendo:

N = potência a ser fornecida pelo motor


P = Pressão máxima ajustada
Q = Vazão fornecida pela bomba
450 = fator de conversão
η = rendimento **

Considerando um rendimento de 80% **, teremos a fórmula simplificada:

N(CV) = P (bar) . Q (l/min)


360

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Para cálculo da potência em Kilowatts (Kw), teremos:

N(Kw) = P (bar) . Q (l/min)


600 . η

Nas unidades inglesas, nossa fórmula será assim definida:

N(HP) = P (psi)
psi) . Q (GPM)
1714 . η

Exemplo:

Determinar a potência do motor elétrico a ser utilizado no sistema abaixo:

N(CV) = P (bar) . Q (l/min)


380

N(CV) = 160 bar . 2,9 (l/min)


380

N = 1,22 CV
No circuito em questão, optou-se pela instalação de um motor elétrico com potência
nominal de 1,5 CV (comercial).

** Observação:

É necessário um cuidado muito grande no cálculo da potência de acionamento, com


respeito ao rendimento a ser empregado. Na prática, muitos projetistas confundem o
rendimento volumétrico de uma bomba (o qual ocorre em função das perdas de vazão
pelas folgas de seus componentes) com o rendimento mecânico de acionamento. O ideal,
portanto, é que esse dado seja levantado diretamente dos catálogos dos fabricantes, os
quais mostram, através de ensaios de bancada, os valores reais de vazão e potência de
acionamento.

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A tabela ao lado, extraída do catálogo da bomba de engrenagens AZPF da Bosch-
Rexroth, nos mostra a queda da vazão em função do aumento da pressão de trabalho,
bem como a potência de acionamento necessária.

Por exemplo, a bomba TN-20 (deslocamento volumétrico Vg = 20,9 cm3/rev) possui uma
vazão teórica de 36,6 l/min @ 1.750 rpm, calculada utilizando-se a relação:

Q(teórica) = Vg x n

onde:

Vg = deslocamento volumétrico (cm3/rev)


n = velocidade de acionamento (rev/min)

Portanto:

Q = 20,9 cm3/rev x 1.750 rev/min (rpm)


Q = 36.575 cm3/min ou aprox. 36,6 l/min

Bomba AZPZ - Dados de catálogo:

- cortesia Bosch-Rexroth -

Tabela Vazão Efetiva X Potência de Acionamento

Velocidade de acionamento: 1.750 rpm


Fluido: Óleo Mineral
Viscosidade: 36 mm2/s @ 50 °C

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No exemplo da bomba TN-20 (Vg = 20,9 cm3/rev), verificamos que a vazão fornecida é de
35 l/min para uma pressão de 10 bar; considerando-se uma pressão de operação de 50
bar, teremos uma queda da vazão para 34,8 l/min. Na pressão máxima de operação
permitida para essa bomba, que é de 250 bar, a vazão efetiva será de 32,6 l/min.

Dividindo-se a vazão efetiva de 32,6 l/min pela vazão teórica de 36,6 l/min teremos o
rendimento volumétrico da bomba na pressão de 250 bar:

ηvol = __Qreal__ x 100


Qteórica

ηvol = 32,6 l/min x 100


36,6 l/min

ηvol = 89% @ 250 bar

Os valores de potência necessários para acionamento da bomba em função da pressão


de trabalho e do rendimento global do sistema (volumétrico + mecânico) são também
indicados.

Tomando-se novamente a bomba TN-20 como exemplo, a potência de acionamento para


essa bomba na pressão de 250 bar corresponde a 19,05 kW.

Considerando-se a fórmula da potência de acionamento, o rendimento global para essa


bomba, nas condições de vazão e pressão especificadas, será:

N(Kw) = P (bar) . Q (l/min)


600 . η

η = P (bar) . Q (l/min) x 100


600 . N(Kw)

η = 250 (bar) . 32,6 (l/min) x 100


600 . 19,05(Kw)

η = 71,3 %

Ou seja, o rendimento é abaixo daqueles 85% normalmente considerado como valor


padrão nos projetos hidráulicos. Na prática, percebemos que boa parte dos motores
elétricos instalados opera em uma potência acima da nominal e, apesar do sistema
hidráulico ainda "funcionar", as consequências são um maior consumo de corrente
elétrica, aumento da temperatura de trabalho e menor vida útil do motor.

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