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8 do Mercado
Henrique Lang
Sócio de Pinheiro Neto Advogados desde 2000. Atua na área empresarial e lidera a área de
mercado de capitais do escritório. Possui ampla experiência representando companhias e
bancos de investimento em transações de destaque, várias delas premiadas como “deal of
the year” no Brasil e na América Latina por “Latin Lawyer”, “American Lawyer” e outras
publicações. Reconhecido repetidamente como advogado líder em mercado de capitais e
governança corporativa no Brasil por “Chambers”, “IFLR”, “The International Who’s Who
of Lawyers”, “The Legal 500”, “Practical Law” e outras publicações. Associado estrangeiro
do escritório Davis Polk & Wardwell LLP em Nova York (1996). Formado em Direito pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991).
A Lei n° 6.385 de 7 de dezembro de 1976 (“Lei nº 6.385/76”), que dispõe sobre o mercado
de valores mobiliários e criou a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), disciplina o
sistema de distribuição de valores mobiliários, que compreende: (i) as instituições finan-
ceiras e demais sociedades que tenham por objeto distribuir emissão de valores mobili-
ários: (a) como agentes da companhia emissora; (b) por conta própria, subscrevendo ou
comprando a emissão para a colocar no mercado; (ii) as sociedades que tenham por obje-
to a compra de valores mobiliários em circulação no mercado, para os revender por conta
própria; (iii) as sociedades e os agentes autônomos que exerçam atividades de mediação
na negociação de valores mobiliários, em bolsas de valores ou no mercado de balcão; (iv)
as bolsas de valores; (v) entidades de mercado de balcão organizado; (vi) as corretoras de
mercadorias, os operadores especiais e as Bolsas de Mercadorias e Futuros; e (vii) as enti-
dades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários.
A Lei n° 6.385/76 dispõe ainda, em seus demais artigos, outros agentes participantes
do mercado de valores mobiliários, tais como, as companhias abertas, os administra-
dores de carteiras e custodiantes de valores mobiliários, os auditores independentes,
consultores e analistas de valores mobiliários.
Apresentamos neste capítulo uma visão geral dos principais agentes participantes do
mercado de valores mobiliários:
Por outro lado, em regra, caso um potencial emissor deseje fazer uma emissão públi-
ca de seus valores mobiliários, tanto o emissor quanto a emissão em si dependerão
de registro prévio na CVM, conforme previsto nos artigos 19 e 21 da Lei n° 6.385/76.
Além disso, a distribuição pública deverá ser realizada por meio do sistema de distri-
buição de valores mobiliários, conforme o artigo 15 da Lei n° 6.385/76.
Companhia aberta é uma sociedade por ações (S.A.) que, mediante a obtenção do
registro perante a CVM, está autorizada a ter seus valores mobiliários negociados
publicamente, tanto em bolsas de valores, quanto no mercado de balcão, organi-
zado ou não. O processo de registro inicial de companhia aberta é disciplinado
basicamente pela Instrução CVM nº 480, de 7 de dezembro de 2009 (“Instrução
CVM 480”).
Fundos de Investimento
As regras específicas de cada fundo estão contidas no seu respectivo regulamento que
dispõe, dentre outros assuntos, acerca de quem ocupa o cargo de seu administrador,
de gestor (se aplicável) e do custodiante, a espécie do fundo (aberto ou fechado), prazo
de duração, política de investimento, reuniões de quotistas e taxas e despesas.
Investidores
Os investidores são as pessoas, físicas ou jurídicas, que acessam o mercado para ne-
gociar valores mobiliários de emissores, por meio das entidades integrantes do siste-
ma de distribuição ou privadamente.
Os investidores podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Salvo exceções, tanto inves-
tidores locais como estrangeiros podem acessar o sistema de distribuição brasileiro.
Uma mesma pessoa pode assumir o papel de investidora e emissor. Por exemplo, um
fundo de investimento pode emitir cotas para captar investimentos (emissor), e utili-
zar os recursos captados para fazer investimentos no mercado (investidor).
A CVM, que tem como um dos principais mandatos legais a proteção dos investi-
dores, estabelece na Instrução CVM 539, 13 de dezembro de 2013 (“Instrução CVM
Por sua vez, os investidores qualificados são: (i) investidores profissionais; (ii) pessoas
naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1
milhão e que atestem por escrito sua condição de investidor qualificado; (iii) pessoas
naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam
certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autôno-
mos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e (iv) clubes de investimento (cuja
carteira seja gerida por um ou mais cotistas que sejam investidores qualificados).
Com base nessa classificação, a regulação da CVM limita o acesso de investidores não
qualificados, ou investidores de varejo, a investimentos de maior risco, bem como
dispensa a verificação da adequação do produto, serviço ou operação.
Em outras palavras, para que um emissor possa acessar a poupança popular e obter
recursos através do mercado de capitais para financiar suas atividades, tal emissor
precisará, salvo determinadas exceções, que uma instituição autorizada a desempe-
nhar esse papel faça a distribuição dos valores mobiliários que ele deseje ofertar.
Bancos de Investimento
Vale ressaltar que, nos termos do art. 56, §1º da Instrução CVM 400, a instituição
líder de uma distribuição pública (em uma distribuição pública de valores mobiliá-
rios pode haver uma única instituição intermediária ou mais de uma, formando um
sindicato) deve tomar todas as cautelas e agir com elevados padrões de diligência para
assegurar a correção, consistência e suficiência das informações prestadas pelo ofer-
tante e das informações fornecidas ao mercado durante a distribuição e que venham
a integrar o prospecto. A instituição líder poderá ser responsabilizada pela falta de
diligência ou omissão no cumprimento de tais deveres.
Por exemplo, para que um investidor possa realizar operações em bolsas de valores,
ele precisa abrir uma conta em uma entidade autorizada a intermediar estas opera-
ções (tal como uma corretora). A entidade, por sua vez, dispõe da infraestrutura e
sistemas adequados para receber ordens de investimento e executá-las em bolsa con-
forme instruído pelo seu cliente.
Nos termos do parágrafo único de tal artigo 5º, as características mencionadas nos
itens (i), (iii) e (iv) acima somente são admitidas por mercados de balcão organizado
que operem por meio de registro de operações previamente realizadas, sem a par-
ticipação direta de intermediário integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários, desde que, nos termos previstos no regulamento, a liquidação da ope-
ração seja assegurada contratualmente pela entidade administradora do mercado de
balcão organizado, ou seja realizada diretamente entre as partes da operação e, por
fim, a entidade administradora do mercado de balcão organizado torne disponíveis
informações sobre cada negócio realizado, incluindo preço, quantidade e horário.
Mercados de Bolsa
Como na segunda forma o registro da operação é feito apenas após a sua realização,
a divulgação das suas características ocorre apenas quando a operação já está conclu-
ída, diferentemente dos mercados de bolsa, em que a divulgação é imediata (com no
máximo 15 minutos de atraso).
Depositário Central
A Instrução CVM 541 trata das atividades de depósito centralizado de valores mobi-
liários que compreende: (i) a guarda dos valores mobiliários pelo depositário central;
(ii) o controle de titularidade dos valores mobiliários em estrutura de contas de de-
pósito mantidas em nome dos investidores; (iii) a imposição de restrições à prática
de atos de disposição dos valores mobiliários, pelo investidor final ou por qualquer
terceiro, fora do ambiente do depositário central; e (iv) o tratamento das instruções
de movimentação e dos eventos incidentes sobre os valores mobiliários depositados,
com os correspondentes registros nas contas de depósito.
1. http://www.cvm.gov.br/noticias/arquivos/2013/20131220-1.html
Assim, o depósito centralizado procura garantir que determinado valor mobiliário esteja
bloqueado (imobilizado) e efetivamente detido por determinado ente, por meio da aquisi-
ção da propriedade fiduciária do valor mobiliário pela instituição financeira depositária.
Para que atue como depositária central, uma entidade deve ser uma pessoa jurídica
autorizada pela CVM, constituída sob a forma de sociedade por ações ou de asso-
ciação, que demonstre dispor de condições financeiras, técnicas e operacionais, bem
como de controles internos e segregação de atividades adequados e suficientes ao
cumprimento das obrigações estabelecidas na Instrução CVM 541.
2. (i) cotas de fundos de investimento abertos; (ii) cotas de fundos de investimento fechados não admitidos à negociação
em mercado secundário; (iii) certificados de operações estruturadas - COE não admitidos à negociação em sistema
centralizado e multilateral mantido por entidade administradora de mercado organizado; e (iv) valores mobiliários de
emissão de sociedades empresárias de pequeno porte distribuídos com dispensa de registro de oferta pública por meio
de plataforma eletrônica de investimento participativo, de acordo com regulamentação específica.
Custodiante
A Instrução CVM 542 trata das atividades de custódia de valores mobiliários, que
também só podem ser prestadas por pessoas devidamente autorizadas pela CVM,
dentre os bancos comerciais, múltiplos ou de investimentos, caixas econômicas, so-
ciedades corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários, e entidades
prestadoras de serviços de compensação e liquidação e de depósito centralizado de
valores mobiliários.
Além disso, os serviços de custódia são prestados para emissores de valores mobi-
liários não escriturais, visando (i) a guarda física dos valores mobiliários não escri-
turais; e (ii) a realização dos procedimentos e registros necessários à efetivação e à
aplicação aos valores mobiliários do regime de depósito centralizado.
Escriturador
Cada titular de valor mobiliário possui uma conta de valores mobiliários individua-
lizada, na qual, durante o período de vigência do contrato de escrituração de valores
mobiliários, as informações relativas à titularidade dos valores mobiliários devem
ser inseridas.
Para que uma ação possa ser negociada em bolsa de valores, ela deve sair do sistema
escritural, ser transferida para uma conta de custódia em uma corretora de valores
(assim, a ação estará sob a custódia da corretora de valores) e a corretora de valores
fará a interação com a bolsa de valores para dar as ordens de compra e/ou venda.
Gestor de Recursos
Registro; Requisitos
A pessoa natural que desejar obter este registro deve cumprir uma série de requisitos,
dentre os quais: (i) ser domiciliado no Brasil; (ii) ser graduado em curso superior; (iii)
ter sido aprovado em exame de certificação com metodologia e conteúdo previamen-
te aprovados pela CVM; e (iv) ter reputação ilibada, dentre outros.
Excepcionalmente, os requisitos dos itens (ii) e (iii) acima poderão ser dispensados
pela CVM caso o requerente possua comprovada experiência profissional de no mí-
nimo sete anos em atividades diretamente relacionadas à gestão de carteiras, ou no-
tório saber e elevada qualificação em área de conhecimento que o habilite ao exercício
da atividade. Como se pode ver, a CVM estabelece requisitos bastante elevados para
a obtenção deste registro.
O diretor responsável pela administração de carteiras não pode ser responsável por
nenhuma outra atividade no mercado de capitais, em qualquer instituição, exceto por
consultoria de valores mobiliários. Tal restrição permite não só que o gestor se dedi-
que essencialmente às atividades de gestão de carteiras, mas também busca prevenir
que o gestor se veja em situações de conflito de interesses.
Prestação de Informações
Regras de Conduta
Desta forma, a Instrução CVM 558 determina que o administrador de carteiras deve-
rá exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade em relação
aos seus clientes. Deve ainda desempenhar suas atribuições de modo a buscar atender
os objetivos de investimento dos clientes e evitar práticas que possam ferir a relação
fiduciária com os clientes.
Vedações
Além disso, o administrador de carteiras também não poderá negociar com valores mobili-
ários das carteiras sob gestão com a finalidade de gerar receitas de corretagem ou de rebate.
O profissional responsável pela gestão de riscos deve exercer sua função com
independência, não podendo atuar em funções relacionadas à administração de
carteira, distribuição ou consultoria de valores mobiliários ou outra atividade
que limite sua independência.
A atividade de analista de valores mobiliários está prevista nos artigos 1º, inciso VIII,
e 27 da Lei nº 6.385/76. A regulamentação da atividade, por sua vez, está contida na
Instrução CVM nº 483, de 6 de julho de 2010 (“Instrução CVM 483”).
Apenas pessoas físicas podem ser analistas de valores. A atividade de analista pode
ser exercida (i) de forma autônoma, (ii) vinculada a um integrante do sistema de dis-
tribuição, (iii) vinculada a uma pessoa que exerça a função de administrador de car-
teira ou consultor de valores mobiliários; ou (iv) vinculada a uma pessoa jurídica que
exerça exclusivamente a atividade de análise de valores mobiliários.
Se o analista atuar de forma vinculada a uma pessoa jurídica, tal pessoa terá o dever
de supervisionar as atividades do analista e implementar regras e controles internos
para assegurar o cumprimento pelo analista com os seus deveres, conforme descritos
abaixo, inclusive comunicando a CVM caso qualquer infração seja verificada.
Relatórios de Análise
Credenciamento
Vedações
Neste sentido, é vedado ao analista de valores emitir relatórios de análise com finali-
dade de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou omitir informação sobre
conflito de interesses a que possa estar sujeito.
O descumprimento pelo analista das normas emitidas pela CVM e demais normas
aplicáveis poderá sujeitar o infrator às penalidades administrativas previstas no ar-
tigo 11 da Lei nº 6.385/76. Além disso, o exercício irregular da atividade de analista
sem o devido registro constitui crime, conforme o artigo 27-E da mesma lei.
A atividade de consultor de valores mobiliários está prevista nos artigos 1º, inciso
VIII, e 27 da Lei nº 6.385/76. A regulamentação da atividade está contida na Instru-
ção CVM nº 43, de 5 de março de 1985 (“Instrução CVM 43”) e, de forma temporária,
na Decisão do Colegiado da CVM de 19 de agosto de 2008.
3. http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/prestadores_de_servicos/consultores.html
Revisão da Regulamentação
Definição
O agente autônomo será sempre uma pessoa natural, mas poderá constituir uma pes-
soa jurídica, inclusive com outros agentes autônomos. Em qualquer caso, a pessoa
jurídica poderá prestar apenas os serviços inerentes à atividade de agente autônomo.
Para poder prestar os seus serviços, seja como pessoa física ou por meio de pessoa
jurídica, o agente autônomo precisa necessariamente firmar um contrato escrito com
uma instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários. Exceto
na hipótese do agente autônomo atuar na distribuição de cotas de fundos de inves-
timento, o agente autônomo poderá manter contrato com apenas uma instituição
integrante do sistema de distribuição. Por óbvio, se a pessoa jurídica firmar contrato
com uma instituição, o sócio pessoa física não poderá firmar contrato com outra.
Credenciamento
O agente autônomo deve agir com probidade, boa-fé e ética profissional, empregando
todo o cuidado e diligência esperados de um profissional em sua posição, tanto em
relação aos clientes como à instituição que o contratou.
Quaisquer materiais utilizados pelo agente autônomo deverão ter sido previamente
aprovados pela instituição contratante, e deverão expressamente identificar de forma
clara a posição do agente autônomo como um contratado da instituição integrante
do sistema de distribuição.
A atividade do agente autônomo está sujeita a algumas vedações, que delimitam a sua
esfera de atuação. Uma das mais importantes é a vedação à realização de atividades
de administração de carteira, consultoria ou análise de valores mobiliários. Em ou-
tras palavras, embora o agente autônomo possa prestar informações sobre produtos
e serviços oferecidos pela instituição contratante, ele não poderá prestar serviços de
análise ou recomendação de investimentos.
Outra vedação importante é a de receber ou entregar aos seus clientes dinheiro, títu-
los ou valores mobiliários. Embora o agente autônomo possa receber e transmitir or-
dens de investimento à instituição contratante, o efetivo recebimento, investimento
ou entrega de valores ou títulos será feito diretamente entre o cliente e a instituição,
sem a participação do agente autônomo.
O descumprimento pelo agente autônomo das normas emitidas pela CVM e demais
normas aplicáveis poderá sujeitar o infrator às penalidades administrativas previstas
no artigo 11 da Lei nº 6.385/76. Além disso, o exercício irregular da atividade de
agente autônomo sem o devido registro constitui crime, conforme o artigo 27-E da
mesma lei.
Agentes Fiduciários
Conceito
Somente podem ser nomeadas como agente fiduciário as instituições financeiras pre-
viamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil que tenham por objeto social a
administração ou a custódia de bens de terceiros.
A nomeação do agente fiduciário, bem como sua aceitação, seus deveres e responsabi-
lidades, sua remuneração, condições de substituição nas hipóteses de impedimentos
temporários, renúncia, intervenção, liquidação extrajudicial ou qualquer outro caso
de vacância, devem estar descritos na escritura de emissão, no termo de securitização
de direitos creditórios ou no instrumento equivalente.
Auditores Independentes
Definição
Os objetivos do auditor ao conduzir uma auditoria são: (a) obter segurança razoável
de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante,
independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que ele ex-
presse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos
os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro
aplicável; e (b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se
como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com suas constatações.
Independência
Além dos documentos exigidos pelo art. 5º da Instrução CVM 308, os requisitos para
que seja registrado como um auditor independente pessoa física estão no art. 3º da
mesma Instrução CVM 308 e consistem em: (i) estar registrado em Conselho Re-
gional de Contabilidade, na categoria de contador; (ii) haver exercido atividade de
auditoria de demonstrações contábeis, dentro do território nacional, por período não
inferior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data do registro em
Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador; (iii) estar exercendo
atividade de auditoria independente, mantendo escritório profissional legalizado, em
nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício da atividade, em condi-
ções que garantam a guarda, a segurança e o sigilo dos documentos e informações
decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus
Por sua vez, para o registro de uma pessoa jurídica como auditora independente,
além dos documentos exigidos pelo art. 6º da Instrução CVM 308, os requisitos para
seu registro estão dispostos no art. 4º da Instrução CVM 308. Os principais requisi-
tos, dentre outros, são: (i) que todos os sócios sejam contadores e que, pelo menos a
metade desses, sejam cadastrados como responsáveis técnicos; (iii) constar do con-
trato social cláusula dispondo que a sociedade responsabilizar-se-á pela reparação de
dano que causar a terceiros, por culpa ou dolo, no exercício da atividade profissional
e que os sócios responderão solidaria e ilimitadamente pelas obrigações sociais, de-
pois de esgotados os bens da sociedade; (iv) manter escritório profissional legalizado
em nome da sociedade, com instalações compatíveis com o exercício da atividade de
auditoria independente, em condições que garantam a guarda, a segurança e o sigilo
dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade
no relacionamento com seus clientes; e (viii) manter quadro permanente de pessoal
técnico adequado ao número e porte de seus clientes, com conhecimento constante-
mente atualizado sobre o seu ramo de atividade, os negócios, as práticas contábeis e
operacionais.
Definição
Conforme o mesmo artigo, a “classificação de risco de crédito, por sua vez, é a ativi-
dade de opinar sobre a qualidade de crédito de um emissor de títulos de participação
Conforme se verá abaixo, a principal preocupação da Instrução CVM 521 está rela-
cionada à manutenção da independência da agência de classificação de risco e trans-
parência quanto a eventuais conflitos de interesse que possam existir.
Regras gerais