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NOME DO PARTICIPANTE
CAPÍTULO 1 – METALÚRGIA
METALÚRGIA
Índice
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
2 ESTRUTURAS CRISTALINAS .................................................................................................. 5
2.1 Cúbica de face centrada (CFC)................................................................................................6
2.2 Cúbica de corpo centrado (CCC) .............................................................................................6
2.3 Hexagonal compacta (HC) .......................................................................................................7
2.4 Tetragonal de corpo centrado (TCC)........................................................................................7
3 ALOTROPIA DO FERRO........................................................................................................... 8
4 LIGAS METÁLICAS – FASES................................................................................................... 9
4.1 Solução sólida ........................................................................................................................10
4.2 Composto químico..................................................................................................................11
4.3 Mistura Mecânica....................................................................................................................12
5 NUCLEAÇÃO........................................................................................................................... 12
5.1 Formação e Crescimento de Grão .........................................................................................12
5.2 Contorno de grão....................................................................................................................14
6 IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS E MOVIMENTOS ATÔMICOS............................................ 14
6.1 Discordâncias .........................................................................................................................15
6.2 Difusão....................................................................................................................................16
7 DIAGRAMA DE FASE ............................................................................................................. 16
7.1 Regra da Alavanca .................................................................................................................24
8 QUADRO RESUMO ................................................................................................................. 27
9 DIAGRAMAS FORA DO EQUILÍBRIO.................................................................................... 27
9.1 Curvas TTT – tempo, temperatura e transformação ..............................................................27
9.2 Curvas CCT – transformação sob resfriamento contínuo ......................................................37
10 CONSIDERAÇÕES METALÚRGICAS DURANTE A SOLDAGEM........................................ 39
11 APORTE TÉRMICO E ENERGIA DE SOLDAGEM ................................................................ 42
12 FLUXO DE CALOR.................................................................................................................. 43
12.1 Ciclo térmico da soldagem .....................................................................................................43
12.2 Repartição Térmica ................................................................................................................46
12.3 Fatores de influência ..............................................................................................................46
13 ELABORAÇÃO DA ZONA FUNDIDA ..................................................................................... 47
13.1 Volatilização............................................................................................................................47
13.2 Reações Químicas .................................................................................................................48
13.3 Precipitação de compostos de solução sólida e fases pré-fusíveis .......................................49
14 SOLIDIFICAÇÃO DA ZONA FUNDIDA................................................................................... 50
14.1 Processo de Epitáxia ..............................................................................................................50
14.2 Crescimento Competitivo .......................................................................................................51
14.3 Técnica Passe Simples e Multi-passe....................................................................................51
15 FISSURAÇÃO .......................................................................................................................... 52
15.1 Fissuração a frio .....................................................................................................................52
15.2 Fissuração a quente ...............................................................................................................56
15.3 Fissuração Lamelar ................................................................................................................56
15.4 Fissuração por corrosão sob tensão ......................................................................................57
16 PRÉ-AQUECIMENTO E PÓS-AQUECIMENTO...................................................................... 58
Elaborado por: Prof. Eng. Manuel Saraiva Clara e M. Eng. Claudinei Ferreira
Revisão: Prof. Eng. Manuel Saraiva Clara
O estudo da metalurgia física dos metais é de extrema importância uma vez que as
propriedades físico-químicas dos metais, e especialmente as propriedades mecânicas
e metalúrgicas são sobremaneira influenciadas pela estrutura cristalina e pela estrutura
metalográfica.
Todos os metais possuem características que precisam ser consideradas com muito
cuidado antes da soldagem, pois se forem desprezadas podemos ter como resultado:
trinca, porosidade, e uma solda que não atende aos requisitos de resistência mecânica
e descontinuidades aceitáveis, ou num caso mais extremo uma junção de dois ou mais
defeitos que tenham como conseqüência a ruptura da junta soldada, quando em
serviço.
Os processos metalúrgicos que ocorrem durante a soldagem são semelhantes aos que
ocorrem durante a fabricação da maioria dos produtos siderúrgicos e metálicos, sendo
eles:
• Fusão e solidificação;
• Acúmulo de tnsões e contração;
• Oxidação, contaminação e purificação – refino;
• Correção do banho metálico através da introdução de elementos de liga que auxiliam
as propriedades desejadas;
• Mudanças de temperatura, mudança de fase;
• Desgaseificação, etc.
2 ESTRUTURAS CRISTALINAS
Os metais são sólidos cristalinos, onde seus átomos no estado sólido estão arranjados
numa ordem de longo alcance de maneira a formar uma estrutura cristalina. Isto ocorre
pois seus átomos se organizam num arranjo espacial repetitivo e que surge de forma
progressiva durante o processo de solidificação. Os átomos vibram apenas em torno de
suas posições de equilíbrio, posições fixas na rede cristalinas.
No estado líquido os metais não possuem arranjo atômico, porém a medida que a
temperatura do metal líquido em dado processo de resfriamento se aproxima do ponto
de solidificação vai-se formando um certo arranjo atômico numa ordem de curta
distância em que a estrutura apresenta-se bastante similar a do sólido.
Possui 4 átomos por célula unitária (1/8 x 8) + (1/2 x 6) = 4. Apresenta o maior número
de planos de maior densidade atômica, de tal modo que os metais que apresentam este
sistema têm maior tenacidade que os metais do sistema CCC.
A célula unitária tetraédrica se difere da estrutura cúbica por possuir um dos eixos (eixo
c) alongado. A martensita, uma microestrutura obtida através do resfriamento rápido da
austenita (Fe γ) apresenta esta configuração de célula unitária.
3 ALOTROPIA DO FERRO
Forma
Constituinte Temperatura Estrutura Cristalina
alotrópica
Ferrita Até 910ºC Ferro α CCC
Austenita De 910ºC até 1390ºC Ferro γ CFC
Ferrita Delta De 1390ºC até 1534ºC Ferro δ CCC
Uma conseqüência imediata de adição dos átomos de soluto (Carbono), isto é, átomos
de natureza diferente na estrutura cristalina do metal puro (Ferro) é a distorção da
estrutura cristalina. Caso esta distorção torne mais difícil o deslocamento dos átomos, a
liga metálica formada estará mais resistente.
• Solução Sólida;
• Composto Químico;
• Mistura Mecânica.
Temos uma solução sólida quando o elemento soluto adicionado passa a fazer parte
integrante da fase sólida, respeitando o limite de solubilidade cristalina do solvente –
mistura homogênea.
Ocorre quando pequenos átomos do soluto se localizam nos interstícios entre átomos
maiores do solvente, figura 7.
Um exemplo bem conhecido é a solução sólida de carbono (C) no Ferro Gama (Feγ) –
estrutura CFC – denominado “austenita”, com máxima solubilidade de 2,06% de C a
1147ºC e estável acima de 723ºC, com teor de C variando conforme a composição da
liga Fe-C ou Fe-Fe3C e com a temperatura. É tenaz, apresentando boa resistência
mecânica e dutilidade.
Figura 8 - Ferrita
É uma fase constituída por átomos entre dois ou mais elementos químicos numa
proporção constante, isto é, com uma composição química constante a qualquer
temperatura e no domínio da fase.
Nas ligas ferrosas temos a cementita (Fe3C) com 6,67% de C, estrutura cristalina
ortorrômbica com 12 átomos de Fe e 4 átomos de C por célula unitária. Apresenta
dureza de aproximadamente 800 HB e é bastante frágil. É capaz de dissolver outros
elementos (Mn, Cr, Mo etc.) dando origem a carbonetos complexos.
A “perlita” é, no caso dos aços, uma mistura mecânica de 88% de Ferrita (Feα) e 12%
de cementita (Fe3C) formada a partir da decomposição da austenita (Feγ) com 0,8% de
C. Em condições de equilíbrio (resfriamento bem lento) essa transformação se dá a
temperatura eutetóide (A1), correspondendo a 723º C no diagrama de fase Fe-Fe3C.
Figura 9 - Perlita
5 NUCLEAÇÃO
A solidificação de um metal ou liga a partir do estado líquido pode ser descrito como um
processo embrionário, pois é a partir desses embriões sólidos que os primeiros núcleos
ou germes cristalinos são formados.
Para um dado volume de metal à medida que a porção solidificada aumenta, a porção
líquida diminui de forma proporcional, então passo a passo novos átomos da fase
líquida vão se agregando ao metal solidificado anteriormente com a mesma orientação
e estrutura cristalina estabelecida pela primeira porção de metal solidificado. É a etapa
de crescimento. Formam-se as dendritas com seus eixos principal, secundário, etc.
Vale a pena lembrar que a solidificação de um metal puro difere da solidificação de uma
liga, onde vários elementos solutos estão presentes. Dessa forma, cada núcleo cresce
ao longo de direções preferenciais, até ser obstruído pelo crescimento do núcleo dos
outros vizinhos.
Neste instante cessa o crescimento dando origem aos diferentes grãos ou cristais, em
cujo interior os átomos encontram-se arranjados segundo a mesma estrutura cristalina
e o mesmo espaçamento atômico do que nos outros grãos, conforme a célula unitária
representativa do metal.
Contorno de grão é o “limite” ou “fronteira” entre grãos. Os grãos são formados a partir
dos núcleos iniciais, que ao crescerem, encontram outros núcleos que também
cresceram, então é criado um limite entre eles, o qual é denominado contorno de grão.
Como resultados são preferidos materiais com tamanho de grão pequeno para
aplicações em baixas temperaturas e temperatura ambiente. Por outro lado materiais
com tamanho de grão grande (grosseiro) são desejáveis para serviço em temperaturas
elevadas.
Metais e ligas metálicas com tamanho de grão pequeno geralmente possuem melhor
resistência à tração, melhor tenacidade e melhor resistência à fadiga.
Imperfeições cristalinas
A estrutura cristalina não é tão perfeita quanto possa parecer à primeira vista; ela
apresenta uma série de imperfeições.
Apesar de um material possuir uma ou mais fases presentes, ele contém muitos grãos
com diferentes tamanhos, orientações e formato mais ou menos irregulares devido ao
processo de solidificação e pela presença de grãos vizinhos.
Cada grão de um metal puro possui a mesma estrutura cristalina e o mesmo espaço
atômico do que nos outros grãos.
Portanto “grãos” são cristais individuais, onde os átomos do metal estão arranjados
segundo um único modelo e uma única orientação, caracterizada pela célula unitária.
Isto cria condições favoráveis à nucleação de uma nova fase nas transformações no
estado sólido da mesma forma que favorece a “difusão”.
6.1 Discordâncias
Como já citado, os defeitos em linha são chamados de discordâncias. Estas podem ser
em cunha, em hélice etc., e se caracterizam pela falta de planos atômicos no reticulado
cristalino.
6.2 Difusão
Para que a difusão ocorra é necessário que tenha átomos de soluto em solução sólida
numa matriz de átomos de solvente (soluto é o material que está sendo dissolvido na
matriz), essa solução pode ser substitucional ou intersticial como já visto anteriormente.
7 DIAGRAMA DE FASE
As denominações mais comuns são: isomorfo, eutético, etc. podendo ainda ser binário,
ternário ou quaternário, a depender da quantidade de elementos puros envolvidos.
O diagrama de fase que tem maior importância para o estudo dos aços e ferros
fundidos são os diagramas Fe-C e Fe-Fe3C.
Ferro ou ferro puro, é o elemento químico de número atômico 56, o qual praticamente
não tem aplicação na indústria.
O aço é uma liga de ferro e carbono, sendo os limites de carbono situados entre
0,008% e 2,06%. Entretanto devido aos processos de obtenção, o aço contém em sua
composição os seguintes elementos: Silício (Si), Manganês (Mn), Fósforo (P) e Enxofre
(S), os quais, dentro dos percentuais normais, pouco interferem no diagrama de
equilíbrio.
O ferro fundido, também é uma liga de ferro e carbono, sendo o limite mínimo de
carbono considerado a partir de 2,06%, isto é, logo após o limite máximo do aço.
Um fato que deve ser levado em consideração é que os aços deixam de ser uma liga
Fe-C para serem enriquecidos com outros elementos químicos em sua composição.
Nestas condições podemos considerar dois tipos fundamentais de aços: aços carbono e
aços liga.
Normalmente os aços são especificados por uma série de normas: ASTM, SAE, DIN,
AISI, ABNT, etc.
O diagrama meta estável Fe-Fe3C, está baseado na liga Fe-C, mas permite também,
que se tenha uma idéia das seqüências das transformações de fase de ligas
complexas. Lembramos, que os aços na maioria das aplicações industriais, possuem
outros elementos químicos em sua composição.
O ferro fundido também tem como base não uma liga binária Fe-C, mas uma liga
ternária de ferro, carbono e silício, sendo que o silício provoca alterações no diagrama
Fe-Fe3C, dependendo do seu percentual.
Para melhor entendimento dos fenômenos que alteram a microestrutura dos aços e
ferros fundidos, pode-se analisar as transformações do ferro e a ação do carbono sobre
essas transformações, tendo-se por base o diagrama de equilíbrio Fe-Fe3C.
Têm-se portanto:
56 X 3 = 168 (peso atômico de 3 átomos de ferro)
12 X 1 = 12 (peso atômico de 1 átomo de carbono)
168 + 12 = 180 (peso atômico total)
180 – 168 = 12 que dividido por 180 é igual a 0,067 ou em porcentagem 6,7%
A parte superior do diagrama, constituída pelas linhas ABCD (linha liquidus) e AECF
(linha solidus), corresponde ao intervalo em que ocorrem a passagem do estado líquido
para o sólido. Abaixo da linha solidus do diagrama, corresponde as reações que
ocorrem no estado sólido. Entre GSE e PSK tem-se a zona crítica onde ocorrem as
principais tranformações no estado sólido para os aços.
Ferrita Austenita
Figura 13 - Diferença entre as estruturas ferrítica e austenítica
Neste ponto assinala-se a letra "N" e dá-se o nome de ponto de transformação "A4". A
estrutura cristalina do ferro delta, permanece até os 1538ºC, quando então o ferro se
funde e perde as disposições cristalinas. Marca-se este ponto do diagrama com a letra
"A".
O ferro puro quase não tem aplicação industrial, mas as suas transformações
alotrópicas, servem de referência para as transformações de todos os outros tipos de
ferros e aços como veremos a seguir.
O ponto "C", na parte superior do diagrama, a 1147ºC, indica o mais baixo ponto de
fusão ou solidificação de uma liga com 4,3% de carbono, chamada de liga "eutética".
Por sua vez, o ponto "S", na parte inferior do diagrama, a 723ºC, indica o ponto mais
baixo de uma transformação sólida de uma liga com 0,8% de carbono chamada de liga
"eutetóide" em face a semelhança do ponto "C".
Acima da linha "AC", linha de líquidus, o aço com 0,35% carbono estará totalmente
líquido. Ao cruzar a linha "AC” inicia-se a formação dos primeiros cristais sólidos de
ferro delta em meio à massa líquida.
Até este momento toda a austenita conterá 0,35% de carbono dissolvido no ferro gama,
e se apresentará estrutura cristalina cúbica de face centrada.
Como exemplo, supomos um ponto "X1" a uma determinada temperatura desta zona
crítica, entre as linhas "A3" e "A1".
Chamamos a atenção, que a linha "A1" se inicia no ponto "P” com o teor de carbono a
partir de 0,025%. Prosseguindo com o acima exposto, o aço com 0,35% de carbono ao
atingir a linha "A1", 723ºC, apresentará a máxima quantidade de ferrita que poderia
separar e o restante será constituído de austenita com 0,8% de carbono.
Ao cruzar a linha "A1" entretanto, o ferro com arranjo CFC como austenita, passa para
ferro com arranjo CCC, pois abaixo de 723ºC não pode mais existir austenita em
condições de equilíbrio.
Abaixo de 723ºC, linha "A1", até a temperatura ambiente, não ocorrerá mais qualquer
alteração estrutural. Resumindo, os aços hipoeutetóides, cujo teor de carbono máximo
é de 0,8%, são constituídos à temperatura ambiente, após resfriamento lento, de ferrita
nos contornos dos grãos e perlita no interior dos grãos. As quantidades de ferrita e
perlita variam segundo o percentual de carbono. Mais carbono, mais perlita. Menos
carbono, menos perlita e mais ferrita.
Assim até atingir a linha "ACM", o aço é totalmente constituído de austenita com 1,4%
de carbono dissolvido no ferro gama. Ao cruzar a linha "Acm", os grãos de austenita
começam a liberar carbono, o qual sob a forma de Fe3C, cementita, vai depositar-se no
contorno do grão austenítico (austenita prévia).
Ao cruzar a linha "A1", toda a austenita, que está com 0,8% C, irá se transformar em
perlita, ocorrendo a mesma formação lamelar semelhante a anterior (aço com 0,35%C).
Perlita+Cementita
Figura 17 - Estrutura constituída de perlita com cementita no contorno de grão
Igualmente, acima da linha "AC" estará totalmente líquido. Entre as linhas "AC" e "AE",
formam-se os cristais sólidos de austenita. Ao cruzar a linha "AE", o aço eutetóide
estará totalmente solidificado na estrutura austenítica, igualmente como ocorre com os
aços hipoeutetóide e hipereutetóide.
Porém, na seqüência do resfriamento, o aço eutetóide não cruza a linha "A3" e nem a
linha "Acm", isto é, ele atinge o ponto de encontro destas duas linhas com a linha "A1”.
Portanto, o aço eutetóide depois de solidificado, não sofre qualquer transformação de
fase até atingir a temperatura de 723°C, linha "A1".
Austenita é uma solução sólida de carbono no ferro gama, que apresenta uma
estrutura de grãos poligonais irregulares. Não é magnética e só é estável nos aços
carbono comuns, acima da linha "A1", 723ºC.
8 QUADRO RESUMO
Teor de Microestrutura na
Aço Fases presentes
Carbono temperatura ambiente
Hipoeutetóide < 0,8 % Ferrita + Perlita Ferrita
Eutetóide = 0,8 % Perlita (100%) e
Hipereutetóide > 0,8 % Perlita + Cementita Cementita
Fase Descrição
Solução sólida de carbono em ferro no sistema cúbico de corpo centrado
Ferrita
(ferro alfa α).
Austenita solução sólida de carbono em ferro gama γ).
Perlita Constituinte eutetóide do sistema metaestável ferro-carboneto de ferro,
(2 Fases) apresentando-se como um agregado lamelar de ferrita e cementita.
Composto químico - carboneto de ferro -, de fórmula Fe3C e teor de
Cementita carbono de 6,67%. Pode ainda conter pequenos teores de elementos
como manganês, cromo e outros, formando carbonetos complexos.
Para outras taxas de resfriamento, que não as taxas do diagrama de equilíbrio Fe-Fe3C,
utilizamos as curvas fora do equilíbrio.
Quando um aço eutetóide for aquecido até o campo austenítico e a seguir resfriado
lentamente até a temperatura de 723ºC, a microestrutura resultante conterá apenas
perlita. Esta estrutura só poderá ocorrer quando houver tempo suficiente, permitindo
aos átomos se difundirem naquele novo arranjo.
Aços que são termicamente tratados para produzir perlita geralmente tem maior
dutilidade e menor dureza. Todavia quando se resfria a austenita mais rapidamente,
ocorrem mudanças significativas nesta transformação para uma determinada liga de
aço.
Primeiro, a transformação ocorrerá a uma temperatura mais baixa (menor que A1).
Adicionalmente, a microestrutura resultante é modificada e a dureza e a resistência à
tração do aço aumentam significativamente, com uma diminuição correspondente em
dutilidade e alongamento.
Tomemos por exemplo um aço eutetóide. Este aço apresenta uma única temperatura
crítica a 723ºC (A3 e Acm coincidem com A1). Abaixo dessa temperatura, teríamos
somente perlita se as condições de resfriamento fossem extremamente lentas
(diagrama de equilíbrio).
Para isso é necessária uma quantidade mínima de carbono no aço, para que ocorra a
transformação em martensita, e é também por isso que os aços com teor de carbono
abaixo de 0,29% são os preferíveis para a soldagem, uma vez que a possibilidade de
formação de martensita é baixa, ou quase nula.
A austenita, quando submetida a taxas de resfriamento muito altas, sofre têmpera, pois
o fenômeno de difusão é praticamente extinto. Como conseqüência, o carbono fica
aprisionado dentro da célula unitária CCC que é deformada para uma estrutura
tetragonal de corpo centrado.
Partindo dos fenômenos físicos acima descritos, é que na prática dos tratamentos
térmicos, elevamos a temperatura de um aço até a sua transformação em uma
determinada estrutura (ferro gama) e controlamos a velocidade de resfriamento, para
que se obtenha a microestrutura final desejada e em decorrência as características
desejadas.
Vamos analisar o que ocorre se resfriarmos rapidamente estas amostras até diversas
temperaturas e mantivermos estas temperaturas constantes, até que se processe toda
a transformação da austenita.
A linha em forma de "C" marcada com "I", define a linha de início de transformação da
austenita instável, isto é o tempo necessário para que a transformação da austenita se
inicie.
A linha também em forma de "C" marcada com "F", define o tempo necessário para que
a transformação da austenita se complete.
Finalmente, a cerca de 220ºC a linha "Mi" e mais abaixo a cerca de 110°C a linha "Mf”,
indicam o aparecimento e o término da transformação martensítica, cuja transformação
é independente do tempo e das curvas em "C", ficando as suas porcentagens
crescentes a partir de "Mi" e com a totalidade da transformação em “Mf”.
Como segundo exemplo, resfriamos a nossa amostra dos 800ºC até 550ºC em menos
de 1 segundo. Da mesma forma a mantemos em temperatura constante.
Observa-se nos três exemplos acima, que logo abaixo da temperatura crítica, o tempo
de transformação é grande, isto é, demora para iniciar e completar, e esta demora é
cada vez menor à medida que decresce a temperatura até cerca dos 550ºC. Porém, a
partir dos 550ºC para baixo, aumentam novamente os tempos de início e conclusão de
transformação.
Próximo dos 220ºC, quando então ocorre a linha "Mi" tem início a formação da
matensita que termina em “Mf” próximo ao 110ºC.
Quanto às transformações que mais interessam sob o ponto de vista prático, são as
que ocorrem quando a temperatura decresce continuamente, visto que as operações de
tratamento térmico envolvem transformações que normalmente ocorrem com
resfriamento contínuo. Faz-se necessário o uso de outro diagrama:
Diagrama CCT ou Curvas de Resfriamento Continuo.
A linha "A" do exemplo mostra um aço resfriado muito lentamente dentro de um forno,
cuja estrutura começa a se transformar em perlita ao atingir a temperatura da linha "I" e
se completa ao cruzar a linha "F". Essa perlita é lamelar e de baixa dureza.
Com o resfriamento mais rápido ao ar, representado na linha "B", a estrutura do aço
ainda resultará em perlita, porém, mais fina e mais dura do que a anterior.
Na quarta representação, linha "D", com o resfriamento em óleo mais rápido do que os
anteriores, a transformação da austenita iniciada na linha "I" não chega a se concluir,
isto é, não cruza a linha de transformação final "F", ficando a transformação perlítica
interrompida.
Ao atingir a linha Mi, o restante da austenita que não chegou a se transformar em perlita
ou bainita, começa a transformar-se em martensita, terminando essa transformação
quando a temperatura atingir a linha Mf.
Como já mencionado anteriormente, as curvas TTT diferem de aço para aço, isto é,
elas possuem características distintas em função da composição química de cada aço.
Como exemplo, observamos as duas curvas TTT, da figura 20 abaixo, sendo uma de
aço hipoeutetóide e a outra de hipereutetóide.
Nota-se também, o aparecimento de mais uma curva acima das curvas em "C" de
transformação: linha "F1" nos aços hipoeutetóides, a qual indica a separação inicial da
ferrita quando o aço entra na zona crítica durante o resfriamento lento e linha "Ci", nos
aços hipereutetóides, a qual indica a separação inicial da cementita quando este aço
entra também na zona crítica durante o resfriamento mais ou menos lento.
Esta é um das razões pelas quais os aços carbono e sem elementos de liga, com
teores baixo de carbono, são mais difíceis de formarem microestruturas totalmente
martensíticas, embora aplicando-se uma velocidade de resfriamento extremamente
elevada.
Assim como o carbono altera a posição das linhas de transformação no diagrama TTT,
conforme sua porcentagem no aço, existem outros fatores que também influenciam na
posição dessas curvas, tais como: a composição química do aço, o tamanho de grão da
austenita, o grau de homogeneidade da austenita mesmo com baixas velocidades de
resfriamento, como podemos observar nos dois diagramas da figura 20.
Esse fenômeno ocorre, porque quando o aço está na temperatura acima da zona
crítica, acima da linha "A3", praticamente todos os elementos de liga se dissolvem na
austenita, isto é, se encontram em solução sólida no ferro gama.
Essas reações serão tanto mais complexas e numerosas, quanto maior for a
porcentagem e a quantidade de elementos de liga na composição do aço.
Esse fato irá ocasionar o deslocamento das curvas do diagrama TTT para a direita
como já foi mencionado acima.
Com relação ao tamanho de grão da austenita, observa-se que quanto maior for o
tamanho do grão austenítico, tanto mais para a direita se deslocam às curvas de
transformação, resultando no atraso do início e fim da formação da perlita/bainita.
A razão é que a formação de perlita inicia nos contornos dos grãos austeníticos e
quanto maior for o tamanho de grão, mais tempo levará a transformação para se
completar.
Portanto, para um tratamento correto de têmpera, o aço deve ser o mais homogêneo
possível.
Concluindo, assim como as curvas TTT / CCT diferem de aço para aço, convém
ressaltar ainda, que as curvas para um determinado aço sofrem variações regulares de
uma corrida para outra corrida.
Figura 24 – Correlação entre temperaturas de pico em uma junta soldada e as fases presentes
no diagrama de equilíbrio Fe-Fe3C
Como pode ser visto, dependendo do ponto estar dentro ou adjacente à zona fundida /
solda, podem ser obtidas várias estruturas metalúrgicas. Dentro da solda, na região
submetida a temperaturas mais altas, o metal se resfria do estado líquido pelas regiões
de transformação de fase muito rapidamente.
Nenhuma solda por fusão pode ser realizada sem acumular um gradiente térmico no
metal de base.
Num ponto da ZTA logo além da borda da poça de fusão a temperatura aumenta
rapidamente a um nível próximo ao da poça de fusão e diminui rapidamente produzindo
um efeito como o de têmpera.
Mais além ainda, não há alteração no tamanho de grão, mas o calor é suficiente para
reduzir a dureza dessa região e eliminar até certo ponto os efeitos de qualquer
encruamento (região intercrítica).
Em materiais endurecíveis por solução sólida como ligas de alumínio, por exemplo, a
região próxima à poça de fusão torna-se efetivamente solubilizada por tratamento
térmico e terá sua dureza aumentada com o tempo ou com um tratamento térmico
subseqüente a baixas temperaturas, causando endurecimento por precipitação.
Em materiais que não sofrem transformação, como os aços, nem endurecem por
solução sólida, como ligas de alumínio tratáveis termicamente, os efeitos do calor são
mais simples, sendo aplicados principalmente para reduzir a dureza e para a eliminação
completa ou parcial do encruamento.
Raramente a condição de soldagem é tão simples como foi descrita acima porque os
metais de base são freqüentemente imperfeitos quando observados detalhadamente,
sendo também possível para a poça de fusão introduzir hidrogênio na zona
termicamente afetada.
Soldabilidade, no entanto, é uma propriedade do material que não pode ser definida
precisamente porque varia com o processo empregado e com a maneira como o
processo é utilizado.
Materiais com soldabilidade ruim podem ser soldados satisfatoriamente desde que seja
tomado muito cuidado na seleção do consumível, no controle da soldagem e na
inspeção final. Isso freqüentemente significa muitos testes antes da produção e
naturalmente um aumento nos custos.
Temperabilidade
Carbono equivalente
O carbono equivalente é uma expressão empírica que é usada para determinar o efeito
combinado de elementos de liga na temperabilidade de um determinado aço. Um
exemplo de um carbono equivalente típico (C.E.) é mostrado abaixo.
% Mn % Ni %Cr %Cu % Mo
CE = %C + + + + + - Equação 1
6 15 5 13 4
OBS.: Esta fórmula foi desenvolvida pelo IIW (Internacional Institute of Welding – Grã-Bretanha), e tem
sua validade restrita aos aços carbono e aços baixa liga, que não contêm mais que 0,5%C, 1,5%Mn,
3,5%Ni, 1%Cr, 1%Cu, e 0,5%Mo.
Utilizando estas informações, é possível tomar uma decisão preliminar sobre qual
temperatura seria mais satisfatória para uma determinada aplicação. Outros fatores
afetarão esta decisão, mas este é o ponto de partida.
Assim, quando maiores espessuras são soldadas, vários requisitos de soldagem, como
pré-aquecimento e controle de temperatura de interpasse, podem ser especificados
para reduzir a taxa de resfriamento, melhorando assim as propriedades mecânicas
resultantes da ZTA.
O calor líquido adicionado (contribuição de calor na solda ou calor transferido) pode ser
calculado, através da equação abaixo, para qualquer processo de soldagem a arco,
este depende da corrente de soldagem, da tensão de arco, da eficiência do processo e
da velocidade de trabalho, medida ao longo do eixo longitudinal da junta. A fórmula do
calor líquido adicionado é mostrada abaixo.
12 FLUXO DE CALOR
Ao utilizarmos o arco elétrico como fonte de energia, deve-se ter em mente que:
• a elevada concentração de energia que provoca bruscas variações de temperatura,
fusão do metal base e do metal de adição, variações dimensionais e
microestruturais, tensões residuais etc, podem provar trincas.
• o jato plasma, no interior do arco elétrico agita a poça de fusão.
• a transferência do metal de adição se dá numa atmosfera apropriada e protetora.
• a espessura relativa do metal de base face a intensidade da fonte, ocasiona uma
distribuição de calor bidimensional (chapa fina) ou uma distribuição tridimensional
(chapa grossa).
A curva abaixo corresponde ao que ocorre num determinado ponto de uma solda com a
passagem do calor, inclusive nos fornece algumas informações sobre a magnitude de
variáveis, isto é:
• Temperatura máxima alcançada;
• Tempo a que a solda ficou submetida acima de uma determinada temperatura;
• Taxa de resfriamento a que a peça foi submetida.
Consideramos um ponto A situado a uma certa distância do centro da solda e pela sua
localização em relação a espessura do metal de base. Durante a soldagem haverá um
fluxo de calor sobre o ponto A em relação ao tempo que pode ser visto na figura 25.
Como cada fenômeno, como uma primeira condição, é caracterizado pela temperatura
necessária, nós podemos, devido à curva, saber de antemão o local ou o limite exterior
da zona onde aquele fenômeno é passível de acontecer. Assim nós temos uma
definição bastante geral do que efetivamente vem a ser a ZTA ou Zona Termicamente
Afetada que é o local onde este fenômeno acontece.
Para soldagem de aços, esta expressão está reservada para a zona da solda que foi
austenitizada, ou seja, a região que sofreu transformação metalúrgica acima das A3 e
Acm que pode corresponder a uma transformação completa ou parcial.
A B
Figura 26 - Curvas de repartição Térmica
Podemos observar na figura acima, à direita, que quanto maior for o tempo de
permanência na faixa de temperatura em que o material permanece austenitizado maior
será a extensão da ZTA.
O ponto de ebulição, porém, da maioria dos metais em bem inferior a isso, ou seja, o
metal que tem maior ponto de ebulição que é o Rênio que evapora a 5596°C. Listamos
abaixo o ponto de ebulição de alguns elementos puros a 1 atm:
13.1 Volatilização
Isso explica, em parte, porque ocorrem perdas por volatilização, ou seja, ocorrem
temperaturas tão elevadas em condições termodinâmicas tão adversas que levam
alguns metais à sublimação (mudança do estado sólido para o gasoso).
Outras perdas ocorridas estão relacionadas com a reação metal gás e algumas delas
são regidas pelas equações abaixo:
CO + Mn ↔ MnO + C
2CO + Si ↔ SiO2 + 2C
CO + Fe ↔ FeO + C
H2O + CO ↔ CO2 + H2
Essa reação é importante pois além de tornar possível o aporte de elementos de liga
provenientes do revestimento do eletrodo e do fluxo, tanto do arco submerso quanto
dos arames tubulares ao metal, também permite a transferência para o metal de solda
de elementos desoxidantes como Si e Mn.
Para o caso específico do Sulfeto de ferro (FeS), quando substituído por Sulfeto de Mn
(MnS) minimiza e em alguns casos elimina por completo a ocorrência de suscetibilidade
à ocorrência da fissuração à quente em aços carbono e baixa-liga.
Outros possíveis defeitos na ZTA incluem trincas de liquação causadas pela fusão de
constituintes de baixo ponto de fusão presentes nos contornos de grão, resultando em
microtrincas que podem posteriormente formar locais de propagação de trincas
maiores.
Ocorre que o metal de solda ao se solidificar passa por processos metalúrgicos que
incluem transformação de fase e em alguns casos esses processos podem levar a
formação de segregação na última parcela do metal de solda.
Esta última parcela de metal de solda ao se solidificar, além de estar sujeito a forças de
contração devido ao efeito do resfriamento, também será a última parte a ser
solidificada, sendo que todo o restante dos elementos que não puderam ser colocados
em solução sólida estarão presentes nessa fase.
Então, devido ao efeito da reação eutética será solicitado ainda à quente quando tem
suas propriedades mecânicas sob o efeito de fluência, o que resultará em uma fissura
no local que foi resfriado por último e solicitado pelas forças de contração ao mesmo
tempo.
Segregações
Mecanismo
Outras ligas metálicas apresentam este mesmo fenômeno de maneira tal que a medida
que uma porção do metal vai se solidificando e não consegue dissolver ou manter em
solução sólida uma certa quantia de elementos de liga ou impurezas maior que seu
limite de solubilidade.
Figura 28 - Diluição
Esse fenômeno pode ser aumentado com o o martelamento, pois quando se executa
martelamento o metal de solda sofre encruamento e esse encruamento é utilizado como
força motriz para o processo de recristalização e crescimento de grão do cordão que foi
martelado e que foi diluído e aquecido pelo calor do passe subseqüente.
15 FISSURAÇÃO
Portanto alguns meios de se evitar a fissuração à frio que se mostram mais eficazes
são:
• pré-aquecimento, a fim de se evitar uma microestrutura frágil (martensita);
• secagem e manutenção da secagem dos consumíveis de soldagem a fim de se
minimizar a contaminação pelo Hidrogênio;
• projetos de juntas que minimizem as tensões residuais pós-soldagem.
A poça de fusão pode conter uma quantia tal de hidrogênio que se difunda da fase
austenítica para a ZTA. Quando a região próxima à solda se resfria a mobilidade do
hidrogênio diminui e ele tende a permanecer onde puder causar fissuração (veja a
Figura 33).
Eletrodos rutílicos depositam metal de solda com teor de hidrogênio maior que
eletrodos básicos, que são os preferidos para a soldagem de aços de alta resistência e
também para juntas com espessura superior a 25 mm.
O tipo de junta também afeta a taxa de resfriamento pelo número de caminhos ao longo
dos quais o calor pode fluir. Numa junta de topo, por exemplo, há dois caminhos. Por
outro lado, numa junta em ângulo há três caminhos, de tal modo que um cordão de
solda de mesmo tamanho nessa junta resfria-se mais rapidamente (veja a Fig. 34).
% Mn % Ni %Cr %Cu % Mo
CE = %C + + + + +
6 15 5 13 4
Segundo, a microestrutura pode ser controlada reduzindo-se a taxa de resfriamento
que, para qualquer tipo de junta, pode ser conseguido de duas maneiras: elevando o
aporte térmico pelo aumento do tamanho do cordão de solda e/ou reduzindo a
velocidade de soldagem.
Um carbono equivalente menor que 0,40% indica que o aço apresenta boa
soldabilidade, porém valores acima desse podem tornar necessárias algumas
precauções adicionais com o pré-aquecimento ou com o aporte térmico. Como o pré-
aquecimento é caro e difícil de ser empregado, pode ser evitado quando se aplicam
eletrodos básicos em vez de rutílicos ou, em casos extremos, aplicando-se eletrodos
austeníticos.
Tomando-se cuidado, a fissuração na ZTA pode ser evitada, mas é um defeito difícil de
ser notado, particularmente em juntas em ângulo, onde pode aparecer na garganta da
junta, que é uma área sujeita a concentração de tensões. Como uma alta taxa de
resfriamento é um grande agente contribuinte para a fissuração por hidrogênio,
pequenos cordões de solda como pontos de solda (ou mesmo aberturas involuntárias
de arco) são potenciais locais para a ocorrência desse fenômeno, devendo ser tratados
com o mesmo cuidado que a solda principal ou definitiva.
Esse fenômeno pode acontecer em alguns aços de baixa liga nos contornos de grão,
normalmente na região de granulação grosseira da ZTA, após a solda ter entrado em
serviço a altas temperaturas ou ter sido tratada termicamente. As causas reais para
esse fenômeno são complexas e não estão completamente entendidas, mas o
mecanismo pode envolver endurecimento no interior dos grãos pelos formadores de
carbonetos como cromo, molibdênio e vanádio, concentrando a deformação nos
contornos de grão que, se contiverem impurezas como enxofre, fósforo, estanho,
antimônio e arsênio, poderá haver colapso nessas regiões.
É melhor, contudo, estimar o risco de decoesão lamelar antes que a solda comece e, se
necessário, pedir a chapa de aço com propriedades apropriadas na direção da
espessura.
É uma forma de fissuração que pode ocorrer em muitos materiais e está usualmente
associada à presença de um meio corrosivo como, por exemplo, sulfeto de hidrogênio
(H2S), podendo atacar a região endurecida da ZTA em tubulações de aço. Por isso é
especificada muitas vezes uma dureza máxima.
Precauções gerais contra a corrosão sob tensão incluem a seleção cuidadosa do metal
de base e de um tratamento pós-soldagem adequado para reduzir as tensões e colocar
a ZTA em sua condição microestrutural mais adequada.
Todos esses fenômenos acima quando associados levam a junta e a região adjacente a
sofrer uma contração desigual que resultará em deformação do material, por isso é
importante ao inspetor de soldagem conhecer esses fenômenos e saber como controlá-
los, principalmente através do controle da energia de soldagem, da geometria da junta,
da temperatura de interpasse, agindo inclusive preventivamente, afim de evitar que a
deformação da junta soldada ocorra, mas para tanto estudaremos detalhadamente o
tópico “Controle de Deformações” em um módulo separado.
Imagine um dispositivo, como da figura abaixo, com três barras presas a dois suportes
fixos, todas as barras estão inicialmente a temperatura ambiente, porém imagine que a
barra B será aquecida enquanto as barras A e C permanecem em temperatura
ambiente.
18 TRATAMENTOS TÉRMICOS
Como inspetor de soldagem, um de seus trabalhos pode ser monitorar estas operações
de aquecimento durante o tratamento térmico para assegurar que o tempo e exigências
de temperatura estão sendo observados. Os tratamentos térmicos básicos incluem:
recozimento, normalização, revenimento, têmpera, pré-aquecimento, pós-aquecimento
e alívio de tensões.
O componente deve ser resfriado a uma taxa moderada depois de alívio de tensão.
Este procedimento ajudará na eliminação de problemas associados à distorção.
Outro ponto importante a ser observado é que o alívio de tensões aplicado logo após a
soldagem também ajuda na eliminação do hidrogênio residual, pois prolonga o tempo
de manutenção da temperatura onde ocorre maior difusão do hidrogênio para fora do
metal de solda e da ZTA no metal de base.
18.2 Recozimento
18.3 Normalização
A normalização também reduz a dureza dos metais, mas não tão significativamente
quanto o recozimento, este é considerado um “tratamento térmico de homogeneização”
tornando a estrutura do metal uniforme ao longo da sua seção transversal.
A estrutura cristalina resultante será tetragonal de corpo centrado que é uma distorção
da estrutura cúbica de corpo centrado em um retângulo. Essa distorção ocorre devido à
presença do carbono que não conseguiu se difundir e ficou aprisionado dentro da célula
unitária, distorcendo o arranjo, a estrutura martensítica tem maior energia interna ou
maior tensão resultando em dureza extremamente alta e maior resistência à tração.
Porém, a martensita tem uma característica de extrema baixa ductilidade e alta dureza,
muitas vezes resultando em fragilidade que não é desejável em juntas soldadas, por
isso esse tipo de estrutura deve ser extremamente evitada em juntas soldadas. A figura
38 mostra a aparência da martensita (ampliação de 500X).
18.5 Revenimento/Revenido
Isto permite que haja uma pequena difusão que irá causar um alívio de tensões na
estrutura martensítica e isso irá proporcionar uma redução na fragilidade da martensita
tornando-a mais suave, permitindo ao carbono se precipitar na forma de minúsculas
partículas de carboneto (agulhas finas).
As classificações mais comuns para os aços são: aços carbono, aços de baixa liga,
aços de média liga e aços alta-liga (aços inoxidáveis).
Os aços de baixo carbono são os mais produzidos por causa de sua relativa resistência
e boa soldabilidade.
Aços de baixa liga são geralmente definidos como aqueles que possuem teor total de
liga de 1,5% a 5,0%. Os elementos de liga mais comuns são o manganês, silício,
cromo, níquel, molibdênio e vanádio. Aços de baixa liga podem conter quatro ou cinco
desses elementos de liga em diversos teores.
Aços de baixa liga possuem maior limite de escoamento e de resistência que aços
doces ou aços carbono estruturais.
Os aços perdem muito de sua resistência a altas temperaturas. Para evitar essa
situação, são adicionadas pequenas quantidades de cromo ou de molibdênio.
Aços de média liga são definidos como aqueles que possuem teor de elementos de liga
entre 5% e 10%.
Durante a soldagem dos aços carbono, baixa e média liga, deve-se observar
cuidadosamente principalmente a suscetibilidade da formação de microconstuintes
duros, em especial a martensita que pode ser evitado através da aplicação de pré-
aquecimento e manutenção de pós-aquecimento, seguido ou não de tratamento térmico
de alívio de tensões.
Figura 40 - Suscetibilidade à trinca a frio para aços carbono, baixa e média liga em função do
teor de carbono e do carbono equivalente.
Aços inoxidáveis são ligas à base de ferro que contém pelo menos 11% de cromo.
Poucos aços inoxidáveis contém mais de 30% Cr ou menos de 50% Fe. Os aços
inoxidáveis são resistentes à corrosão devido ao fenômeno da passividade.
Os elementos de liga presentes nos aços inoxidáveis reagem com muita facilidade com
o meio ambiente e um deles em particular, o cromo, ajuda a formar um filme fino e
aderente que protege o material de subsequentes ataques corrosivos. Este filme é
conhecido como filme passivo.
O filme passivo dos aços inoxidáveis resulta da reação entre o material e a água,
sempre presente no meio ambiente (a umidade do ar condensa sobre a superfície fria
do metal).
O produto dessa reação é um oxi-hidróxido de cromo e ferro, sendo que na região mais
próxima da superfície metálica predomina um óxido e na região mais próxima ao meio
ambiente predomina um hidróxido. Com o decorrer do tempo a camada de óxido
aumenta, não acontecendo o mesmo com a de hidróxido e, aparentemente, existe um
enriquecimento do filme passivo.
Apesar de invisível, estável e com espessura finíssima, essa película é muito aderente
ao inox e tem sua resistência aumentada à medida que é adicionado mais cromo à
mistura.
Outros elementos como níquel, molibdênio e titânio, por exemplo, permitem que o inox
seja dobrado, soldado, estampado e trabalhado de forma a poder ser utilizado nos mais
variados produtos.
Área Descrição
Cutelaria Aplicado na fabricação de talheres, baixelas e panelas.
Utilizado em projetos arquitetônicos que vão desde um simples corrimão ou
guarda-corpo até o revestimento de fachadas, o inox permite versatilidade na
Construção Civil decoração de ambientes. Utilizado largamente em pias e cubas, também é
aplicado em esquadrias.
Bonito, resistente, fácil de instalar e com baixo custo de manutenção.
Mantém suas propriedades mesmo quando há mudanças bruscas de
temperatura ou quando é exposto à corrosão, o inox é muito utilizado na
Indústria química indústria química, seja em tanques de armazenamento de produtos, em
tubulações de circulação de líquidos e gases ou nas demais peças e
equipamentos.
De fácil limpeza, o aço inox assegura melhores condições higiênicas, o que
garante a sua larga utilização nas indústrias de bebidas e alimentos.
Indústria As exigências de qualidade na prestação de serviços vêm ampliando o
alimentícia espaço do inox também em lanchonetes, bares e restaurantes. O material
deixa de ser visto apenas em panelas, pias e fogões para ganhar também as
paredes e balcões.
Os procedimentos de desinfecção utilizados em ambientes hospitalares são
determinantes para a utilização do inox. Porém, cada vez mais, o material
Móveis
ganha espaço no mobiliário das residências brasileiras, onde traduz requinte
e sofisticação.
A beleza, aliada à resistência, garante a presença do inox em produtos como
Bens de Consumo
geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupas, lava-louças, fornos de
Duráveis
microondas, fornos elétricos e outros bens de consumo duráveis.
Aços ao manganês não são endurecíveis através de tratamento térmico e não são
magnéticos na condição recozida.
Eles podem ficar ligeiramente magnéticos quando trabalhados à frio ou soldados. Isto
ajuda identificar esta classe de aços inoxidáveis.
O aço inoxidável austenítico têm coeficiente de expansão térmica 45% mais alto,
resistência elétrica mais alta, e mais baixa condutividade térmica que aços de médio-
carbono. A alta velocidade de soldagem é recomendada para reduzir a contribuição de
calor e precipitação de carbonetos e minimizar a distorção.
O ponto de fusão dos aços inoxidáveis austeníticos são ligeiramente mais baixos que o
ponto de fusão de um aço de médio teor de carbono. Por causa do menor ponto de
fusão e menor condutividade térmica, é soldado normalmente com correntes mais
baixas. A expansão térmica maior indica que devem ser tomadas precauções especiais
com respeito a deformação e a distorção.
O ponteamento quando usado para prevenir distorção deveria ser duas vezes mais
frequente que o normal. Qualquer uma das técnicas que reduzem distorção como passo
a ré, passo peregrino ou outra sucessão de soldagem que visa minimizar a distorção de
soldagem deve ser usada. Em materiais finos é muito difícil de se evitar completamente
a ondulação e a distorção.
Os aços inoxidáveis ferríticos não são endurecíveis através de tratamento térmico e são
magnéticos. Todos os tipos de aços inoxidáveis ferríticos são considerados soldáveis
com a maioria dos processos de soldagem com exceção dos aços inoxidáveis de alta
usinabilidade que contenham alto enxofre ou selênio na sua composição.
O mais baixo cromo exibe uma tendência para endurecer formando uma estrutura do
tipo martensítica nos contornos de grão da área da solda. Isto diminue a ductilidade,
aumenta a dureza, e reduz a resistência de corrosão da solda.
Para seções mais grossas um pré aquecimento próximo de 200°C é benéfico. A fim de
restabelecer a resistência a corrosão completa e melhorar ductilidade depois da solda,
é recomendado submeter os aços inoxidáveis ferríticos a um recozimento à 760-820°C,
seguido de resfriamento em ar ou água.
20 DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
Entre estas há uma quinta região, situada em torno de 21% Cr e 10% Ni, isenta de
qualquer tipo de problema.
O segundo modo refere-se à soldagem de um aço inoxidável com adição. Neste caso,
colocam-se os dois pontos no diagrama um correspondente ao metal de base e outro
correspondente ao metal de adição e, depois, traça-se um segmento de reta unindo
estes dois pontos.
O terceiro modo está relacionado a soldagem dissimilar entre um aço carbono e um aço
inoxidável com adição.
O segmento de reta obtido pela união destes dois pontos deve ser dividido em 10
partes. A partir desta etapa, o procedimento é semelhante ao do caso da soldagem de
um aço inoxidável com adição. Como exemplo da utilização do diagrama de Schaeffler,
podemos citar:
Para realizar a soldagem é preciso definir a faixa de diluição ideal, situada entre 50 e
80%, aproximadamente, segundo a colocação dos pontos no diagrama de Schaeffler.
Como se trata de uma faixa de diluição bastante elevada, nem todos os processos de
soldagem conseguem atingí-la. Deve-se, então, procurar uma outra adição com
flexibilidade maior em relação à diluição dos processos de soldagem.
SENAI-SP. Soldagem. Org. Selma Ziedas e Ivanisa Tatini. São Paulo, 1997. 553p
(Coleção Tecnologia SENAI) – 1. Soldagem
2. A microestrutura obtida num aço carbono de médio teor de carbono, que tenha
sofrido resfriamento brusco, denomina-se:
a) Austenita
b) Perlita
c) Cementita
d) Ferrita
e) Martensita
13. Quais dos problemas abaixo não são características da soldagem dos aços
inoxidáveis austeníticos:
a) Sensitização ou corrosão intergranular
b) Corrosão sob tensão na presença de cloretos
c) Presença de fase sigma entre 500º e 900º C
d) Fissuração a quente dos depósitos totalmente austeníticos
e) Soldas com baixa resistência à fratura por serem austeníticas
16. Descreva as transformações que ocorrem numa liga com 0,3% de carbono, resfriado
lentamente, abaixo de 1600ºC. Verifique no diagrama fe-c:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
18. Qual a diferença entre os sistemas cristalinos cúbico de corpo centrado e cúbico de
face centrada?
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_________________________________________________________________________
21. Quanto maior o teor de carbono num aço carbono, maior será a sua resistência
mecânica. Explique por quê:
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_________________________________________________________________________
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24. A quantidade máxima de carbono que a austenita pode dissolver em solução sólida
na temperatura de 1147ºC é:
a) 0,025%
b) 2,0%
c) 1,2%
d) 0,8%
e) N.R.A.
27. Um determinado material, após resfriamento rápido, apresentou numa certa região
átomos de elementos de liga separados, acarretando comportamento mecânico não
homogêneo, quando submetido a esforços de natureza mecânica aqueceu-se, então,
o material a uma temperatura adequada e observou-se propriedades mecânicas mais
homogêneas. Explique detalhadamente o porquê do fenômeno descrito acima:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
38. A difusão ocorre mais facilmente no contorno do grão ou no grão? Por quê?
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_________________________________________________________________________
42. È possível obter-se martensita para qualquer tipo de aço? Por quê?
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_________________________________________________________________________
45. Cite três fatores que influenciam a posição das curvas TTT:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
47. Por que na soldagem dos aços inoxidáveis austeníticos é desejável um percentual de
ferrita?
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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
51. Considerando-se um aço com 0,3% C, qual das estruturas seguintes apresenta o
maior limite de resistência: Bainita, perlita ou ferrita alfa?
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_________________________________________________________________________
54. Na soldagem por eletrodo revestido, qual o variável mais fácil do soldador controlar
para variar a energia de soldagem?
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59. Por que não é possível usar a alma metálica do eletrodo revestido no processo TIG?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
65. Por que na soldagem dos aços inoxidáveis austeníticos é desejável um percentual de
ferrita?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
66. Qual das três zonas de soldagem geralmente apresenta menor tenacidade? Por que?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
67. Por que os metais que se cristalizam no sistema CFC são em geral mais dúcteis do
que os que se cristalizam no sistema CCC?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
68. Qual a descontinuidade que pode ocorrer na zona fundida, quando soldada por arco
submerso com teor de Mn do fluxo insuficiente? Por que?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
71. Quais das opções traduzem uma medida preventiva da fissuração pelo hidrogênio?
a) Uso de eletrodos celulósicos
b) Escolha de metal de adição com menor resistência possível
c) Soldar com o maior número possível de dispositivos de montagem
d) Soldar com o maior tensionamento possível
e) Todas as opções estão corretas
CONTROLE DE DEFORMAÇÃO
Índice
1 DISTORÇÃO .................................................................................................................. 3
2 O QUE CAUSA DISTORÇÃO? ..................................................................................... 3
3 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS TIPOS DE DEFORMAÇÃO? ....................................... 4
4 QUANTO DEVE SE PREVER PARA A CONTRAÇÃO DA SOLDA? ......................... 6
5 QUAIS FATORES AFETAM A DISTORÇÃO?............................................................. 6
6 PROPRIEDADES FÍSICAS DO METAL DE BASE...................................................... 7
6.1 Restrição..................................................................................................................... 7
7 PROJETO DA JUNTA ................................................................................................... 7
7.1 Compensação............................................................................................................. 7
7.2 Procedimento de soldagem........................................................................................ 8
8 DISTORÇÃO - PREVENÇÃO ATRAVÉS DO PROJETO ............................................ 8
8.1 Princípios de Projeto .................................................................................................. 8
9 DISTORÇÃO - PREVENÇÃO...................................................................................... 13
9.1 Pré-deformação das partes...................................................................................... 14
9.2 Pré-flexionando as partes ........................................................................................ 15
9.3 Uso de restrição ....................................................................................................... 15
9.4 Gabaritos de solda e fixações.................................................................................. 16
10 DISTORÇÃO - PREVENÇÃO ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE FABRICAÇÃO...... 18
10.1 Técnicas de montagem ............................................................................................ 18
10.2 Procedimento de soldagem...................................................................................... 20
10.3 Processo de soldagem............................................................................................. 21
10.4 Técnicas de soldagem ............................................................................................. 21
11 DISTORÇÃO - TÉCNICAS CORRETIVAS ............................................................. 23
11.1 Técnicas mecânicas ................................................................................................. 23
11.2 Técnicas térmicas..................................................................................................... 25
12 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 29
2
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
1 DISTORÇÃO
Embora alguns dos efeitos possam ser corrigidos depois da fabricação, entende-
se como uma boa prática o planejamento antes da execução da soldagem a fim
de se evitar a distorção da estrutura e garantir uma fabricação dentro da tolerância
especificada e se obter também uma estrutura com o mínimo de tensão residual
acumulada a fim de se evitar que essa tensão acumulada venha a colaborar com
uma falha ou ser determinante para um colapso prematuro da estrutura, e também
para que não haja a necessidade de se aplicar tratamentos corretivos.
A magnitude das tensões térmicas induzidas ao material podem ser vistas pela
mudança de volume na área de solda durante a solidificação e durante o
subseqüente resfriamento até a temperatura ambiente.
Por exemplo, quando soldamos aços C-Mn, o volume de metal de solda fundido
será reduzido em aproximadamente 3% durante a solidificação e o volume da
zona termicamente afetada será reduzida em mais 7% a medida que a
temperatura cai do ponto de fusão da solda até a temperatura ambiente.
3
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
Se as tensões geradas durante a contração e a expansão térmica excederem o
limite de escoamento do metal de base, ocorrerá deformação plástica localizada
do metal base. A deformação plástica causa uma redução permanente nas
dimensões do componente e retorce a estrutura.
4
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
Semelhantemente, em uma solda em ângulo executada de um único lado do
elemento vertical (alma), uma contração não uniforme produz deformação angular
do elemento vertical.
Chapas “Clad” tendem a se curvar em uma das duas direções devido a contração
longitudinal e transversal em função da diferença das propriedades físicas em
cada uma das porções do “cladding”; isto produz uma forma abaulada.
5
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
4 QUANTO DEVE SE PREVER PARA A CONTRAÇÃO DA SOLDA?
Contração
0,8 mm por 3 m de solda 3 mm por 3 m de solda
longitudinal
6
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
6 PROPRIEDADES FÍSICAS DO METAL DE BASE
Por exemplo, como aço inoxidável tem um coeficiente de expansão térmica mais
alto que aço de carbono, naturalmente é mais passível de sofrer distorção.
6.1 Restrição
Se um componente é soldado sem qualquer restrição externa, deforma-se para
aliviar as tensões de soldagem. Assim, métodos de restrição como “cachorros” em
soldas de topo, quando adequadamente posicionados, podem prevenir movimento
e podem reduzir a distorção.
7 PROJETO DA JUNTA
Solda de topo e soldas de ângulo são propensas à distorção. Pode-se minimizar a
distorção em juntas de topo adotando um tipo de junta que equilibre as tensões
térmicas ao longo da espessura. Por exemplo, uma junta com chanfro em U ao
invés de uma junta com chanfro em V simples.
7.1 Compensação
A compensação deveria ser uniforme para produzir contração previsível e
consistente. Uma abertura de junta excessiva também pode aumentar o grau de
distorção quando aumenta a quantia de metal de solda necessário para preencher
a junta. As juntas podem também ser “ponteadas” adequadamente para prevenir
movimento relativo entre as partes durante a soldagem.
7
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
7.2 Procedimento de soldagem
Este fator influencia o grau de distorção principalmente por sua contribuição no
aporte térmico durante a soldagem.
Como regra geral, o volume de solda deveria ser mantido a um valor mínimo, de
modo que a sucessão de passes de solda e a técnica possam contribuir para
equilibrar as tensões, principalmente com a redução do aporte térmico,
minimizando as tensões induzidas ao redor do eixo neutro do componente.
8
CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
Fig. 2 - eliminação de soldas por:
a) conformação do perfil; b) uso de um perfil de seção padronizada.
Posição da Solda
O posicionamento e o balanceamento das soldas são importantes durante o
projeto para levar a uma distorção mínima.
Quanto mais próxima do eixo neutro estiver a solda , menor será o nível de
contração e de distorção final. São mostrados exemplos de projetos ruins e bons
na Fig. 3.
Fig. 3 - A distorção pode ser reduzida colocando as soldas ao redor do eixo neutro
Como a maioria das soldas são depositadas longe do eixo neutro, a distorção
pode ser minimizada projetando a seqüência de passes durante a fabricação
através da aplicação de procedimentos de soldagem adequadamente certificados,
pois o procedimento de soldagem pode prever que a seqüência de passes seja
executada de modo a evitar a distorção.
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Sempre que possível, os passes de solda deveriam ser executados
alternadamente em lados opostos, em vez de se completar totalmente um lado
primeiro.
Para uma junta de um só lado, a seção transversal da solda deveria ser mantida
tão pequena quanto possível para reduzir o nível de distorção angular, como
ilustrado em Fig. 4.
Juntas de topo executadas em um único passe que atinge penetração total tem
geralmente pequena distorção angular, especialmente se uma junta de topo sem
chanfro puder ser executada (Fig 4).
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CETRE-Curso de Inspetor de Soldagem Nível 1
Por exemplo, materiais de pequena espessura podem ser soldados pelos
processos à plasma ou à laser e chapas de espessura muito grossa podem ser
soldadas, na posição vertical, usando os processos eletrogás ou eletroescória.
A experiência tem mostrado que para uma junta de topo de um lado só, ou uma
solda em ângulo de um único lado, um único depósito de solda grande dá menor
deformação angular do que se a solda é feita com vários pequenos passes.
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Em uma solda multi-passe, o metal de solda do passe anterior previamente
depositado irá criar restrição, assim a deformação angular total irá diminuir.
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Melhor prática
Os seguintes princípios de projeto podem ajudar a controlar a contração:
• elimine a solda conformando a peça e /ou usando seções laminadas ou
extrudadas
• minimize a quantidade de metal de solda
• não aumentar o volume de solda
• dê preferência ao uso de solda intermitente no lugar de solda contínua
• sempre que possível posicione a solda sobre o eixo neutro
• equilibre a solda por meio do uso de uma junta em X ao invés de uma junta em
V em um único lado.
Por exemplo, para uma solda em ângulo de perna de 6 mm, depositando-se uma
perna de 8 mm resultará num acréscimo de 57% de metal de solda. Além do
custo extra de se depositar metal de solda, aumenta-se o risco de distorção, e
acrescenta-se o custo de remoção deste metal de solda extra. Porém, o projeto
para controle de distorção podem incorrer em custos de fabricação adicionais.
9 DISTORÇÃO - PREVENÇÃO
Diretrizes gerais são fornecidas como a melhor prática para limitar a distorção
adotando técnicas de montagem satisfatórias.
Em projetos onde isto não é possível, a distorção pode ser prevenida através de
um dos seguintes métodos: pré fixação das partes, pré flexão das partes ou
através do uso de dispositivos de fixação.
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A técnica a ser escolhida será influenciada pelo tamanho e complexidade do
componente ou da montagem, o custo do dispositivo de fixação e da necessidade
em se limitar tensões residuais.
Fig. 6 Pré deformação das partes para produzir alinhamento correto depois da soldagem.
a) Pré deformação de junta em ângulo para prevenir deformação angular
b) Pré deformação de junta de topo para prevenir deformação angular
c) Aumento da abertura de raiz para prevenir fechamento
Na prática, as partes são pré deformadas com uma certa compensação de modo
que distorção que acontece durante a soldagem é usada para se conseguir o
alinhamento global e o controle dimensional.
Por exemplo, quando se soldam juntas de topo por arco submerso ou MIG,
quando se usa MIG a abertura em geral se fechará à frente de solda; quando se
usa arco submerso a junta pode abrir durante a soldagem.
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Por estas razões, a pré-fixação é uma técnica mais satisfatória para componentes
ou montagens simples.
Como mostrado na Fig 7, podem ser usadas barras reforçadas e cunhas para
pré-flexionar e por esse meio compensar a deformação angular. Ao se liberar as
cunhas depois que a soldagem foi executada permite-se que as partes voltem
para a posição de alinhamento.
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Quando se solda materiais suscetíveis à trinca, uma seqüência de soldagem
satisfatória e o pré-aquecimento das partes a serem soldadas reduzirão este
risco.
Elas podem ser de uma construção relativamente simples, como mostrado na Fig.
8a, mas o engenheiro ou projetista precisará assegurar que a peça acabada pode
ser facilmente removida depois de soldada.
Abraçadeiras flexíveis
Uma abraçadeira flexível (Fig. 8b) não só pode ser usada para restringir o
movimento, mas também para manter a abertura da raiz, assim também como
pode ser usada para abrir e fechar a abertura de raiz uma vez que é muito flexível
na sua aplicação.
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c) Barras reforçadas travadas com cunhas d) Barras reforçada completamente soldada
Melhor prática
A adoção das seguintes técnicas de montagem ajudará a controlar a distorção:
• Compensar-se a distorção de forma que durante a soldagem, as partes
alcançarão alinhamento global e controle dimensional com o mínimo de tensão
residual.
• Pré-deformar as peças para compensar a distorção e alcançar alinhamento e
controle dimensional com uma tensão residual mínima.
• Aplique restrição durante a soldagem usando dispositivos e grampos,
abraçadeiras flexíveis, barras reforçadas (soldadas ou não) e cunha, mas
considere o risco de trincas que pode ser bastante significante, especialmente
para barras completamente soldadas.
• Deve-se usar um procedimento aprovado para soldagem e remoção de soldas
especifico para as técnicas de restrição que pode precisar inclusive privilegiar
uma etapa de pré-aquecimento para evitar que se formem imperfeições no
componente aos quais os dispositivos ficaram fixados.
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10 DISTORÇÃO - PREVENÇÃO ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE FABRICAÇÃO
Ponteamento
Soldas de ponteamento são ideais não só para pré montagem mas também para
fixar e manter a abertura da raiz, sendo que uma maneira muito prática também
podem ser usadas para aumentar a resistência à contração transversal.
Para que o ponteamento seja efetivo, é necessário que uma distância correta seja
mantida entre os ponteamentos, além é claro de se observar o comprimento e a
distância entre eles. Se for pouco, há o risco da junta que fechar progressivamente
conforme executa a solda. Em uma soldagem longa, usando SAW ou MIG, as
extremidades dos chanfros podem até mesmo sobrepor-se. Deve ser observado
que ao se usar o processo de arco submerso, o ponteamento pode se soltar (abrir)
se não foi executado corretamente.
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Fig. 9 – Alternativas com ponteamento usado para prevenir contração transversal.
Ponteamento direto nas extremidades do componente;
Ponteia-se o extremo esquerdo e depois solda-se o restante das soldas com passo a ré;
Primeiro solda-se o meio, então se completa a soldagem de ponteamento do meio para
fora, quantos passes forem necessários usando-se a técnica de passo a ré.
A soldagem por passe a ré é também uma técnica útil para controlar a abertura de
raiz , pois enquanto se solda pode se fechar uma abertura de raiz que é (ou se
tornou) muito larga.
Montagem dorso-a-dorso
Através de ponteamento ou segurando duas partes dorso-a-dorso de
componentes idênticos a soldagem de ambos os componentes podem ser
equilibrados ao redor do eixo neutro da montagem combinada (Fig. 10a).
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Fig. 10 - Montagem dorso a dorso para controlar distorção ao soldar dois componentes
idênticos. a) montagem na qual as partes foram ponteadas junto antes de soldar
b) uso de cunhas para componentes que torcem para aliviar a tensão depois de soldados.
Enrijecimento
A contração longitudinal em solda de topo freqüentemente resulta em
abaulamento, especialmente ao fabricar estruturas de chapas finas. O
enrijecimento longitudinal na forma achatada ou de cantoneiras, soldada junto a
cada lateral da costura (Fig 11) é efetivo na prevenção da contração longitudinal.
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10.3 Processo de soldagem
As regras gerais para selecionar um processo de soldagem a fim de prevenir
deformação angular são:
• depositar o metal de solda tão rápido quanto possível
• usar o menor número de passes para preencher a junta
Fig.12 - Deformação angular da junta determinada pelo nº. de passes na solda em ângulo
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Na ausência de restrição a deformação angular em uma junta em ângulo ou de
topo será uma função da geometria do chanfro, tamanho da solda e do número de
passes para uma determinada seção transversal. A deformação angular(medida
em graus) como uma função do número de passes para uma perna de 10mm de
uma solda em ângulo é mostrada na Fig.12.
Sempre que possível deveria ser feita uma soldagem equilibrada ao redor do eixo
neutro, por exemplo em juntas em ângulo com soldagem em ambos os lados, por
duas pessoas que soldam simultaneamente. Em juntas de topo, a ordem dos
passes pode ser crucial para promover uma soldagem equilibrada e deve ser
usado para corrigir deformação angular que se desenvolve durante a soldagem.
Fig. 13 Pode-se fazer uso da direção de soldagem para se controlar a distorção [5] a)
Soldagem com passo a ré b) soldagem salteada (passe peregrino)
Seqüência de soldagem
A seqüência, ou a direção, de soldagem é importante e deveria colaborar para se
obter uma soldagem livre de distorção. Para soldas longas, não se deve completar
a solda de uma só vez e em uma única direção.
A direção de depósito para cada eletrodo é a mesma, mas não é necessário que a
direção de soldagem seja a oposta à direção da progressão geral.
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Melhor prática
Todo esforço deveria ser feito na fase de projeto a fim de evitar distorção e
durante a fase de fabricação usando procedimentos satisfatórios. Como sempre
não é possível evitar distorção durante fabricação, podem ser empregadas várias
técnicas de correção bem estabelecidas.
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É importante impor uma carga suficiente pois uma parte da deformação será
elástica, por isso uma carga um pouco acima da carga normal permitirá ao
componente assumir sua forma correta após o descarregamento da prensa .
No caso de flange a carga deveria agir na borda para prevenir dano nos pontos
onde a carga for aplicada. Só com carregamento em muitos casos não será
possível se endireitar totalmente um determinado componente que tenha formas
peculiares,nesse caso pode ser preciso fazer uso de uma forma ou matriz para
endireitá-lo
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11.2 Técnicas térmicas
O princípio básico das técnicas térmicas é criar tensões locais suficientemente
altas de forma que ao esfriar, o componente é devolvido a sua forma.
As tensões geradas assim trarão o componente para forma exigida. (Veja Fig. 15)
Então, o aquecimento local é um dos meios relativamente mais simples e mais
efetivos de se corrigir distorção de soldagem.
O nível de contração é determinado pelo tamanho, pelo número, pelo local e pela
temperatura das zonas aquecidas.
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Aquecimento pontual
O aquecimento pontual (Fig. 16), é usado para remover ondulação , por exemplo
quando uma chapa relativamente fina foi soldada a uma armação rigida.
Aquecimento em linha
O aquecimento em linhas contínuas é usado freqüentemente para corrigir
distorção angular, por exemplo, em soldas em ângulo (Fig.17).
Fig. 17 - Aquecimento em linha para corrigir deformação angularem uma solda em ângulo.
Aquecimento em cunha
Pra se corrigir distorção em montagens complexas maiores pode ser necessário
aquecer grandes áreas além de empregar aquecimento em linha. O mais comum
é contrair só uma parte da peça para devolver o material à sua forma original.
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Fig. 18 - Uso de aquecimento em cunha para endireitar chapa.
Como uma diretriz geral, para endireitar uma chapa abaulada (Fig. 18) as
dimensões da cunha devem ser:
• Comprimento de cunha – 2/3 da largura da chapa
• Largura da cunha (base) – 1/6 de seu comprimento (da base para a ápice)
Aquecimento em forma de cunha pode ser usado para corrigir distorção em uma
variedade de situações (Fig. 19):
• Chapa laminada que precisa de correção em ambas as faces, (Fig. 19a).
• Ondulação na extremidade da chapa , eliminando a necessidade de
calandragem (Fig. 19b)
• Montagem em forma de caixa (Fig. 19c)
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Precauções gerais
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12 REFERÊNCIAS
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EXERCÍCIOS SOBRE CONTROLE DE DEFORMAÇÕES
10. Na soldagem de uma junta de topo de duas chapas de aço carbono, o metal de adição
a ser empregado poderá ser escolhido dentro de três opções apresentadas abaixo.
Tendo em vista minimizar deformações, escolha o metal de adição mais indicado:
Resposta:
a) Metal de Adição 1
b) Metal de Adição 2
c) Metal de Adição 3
d) Qualquer um dos metais de adição
12. Para a soldagem de uma junta de topo em aço carbono são propostos três processos
de soldagem, cujas curvas de repartição térmica estão desenhadas abaixo. Assinale
o processo que menor deformação deverá provocar:
Resposta:
a) Processo A
b) Processo B
c) Processo C
d) A deformação será igual nos três processos
METAIS DE BASE
Índice
5 FORMA DE APRESENTAÇÃO................................................................................... 12
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 12
1.1 Designação
Uma designação é a identificação específica de cada grau, tipo, ou classe de aço
por um número, letra, símbolo, nome, ou outro tipo de combinação satisfatória.
Sendo únicos, classificavam um aço em grau, tipo e classe.
Na indústria do aço, eles têm usos muito específicos: o grau é usado para denotar
composição química; o tipo é usado para indicar o método de desoxidação, por
exemplo; e a classe é usada para descrever algum outro atributo, como nível de
resistência mecânica ou de acabamento superficial.
Nas especificações ASTM, porém, estas condições são diferentes. Um aço tipo
ASTM A533, por exemplo, o grau denota a composição química, enquanto a
classe indica o nível de resistência mecânica.
SAE X X XX
Tipo do Aço (conf. Tabela) principal elemento de liga % de carbono x 100.
Exemplo: Aço SAE 1020 - Significa um aço carbono (1), não ligado (0), com
aproximadamente 0,20% de carbono (20).
ASTM X YYY - ZZ (W W W W ) L
1 2 3 4 5
Dígito Significado
A Metais Ferrosos
B Metais não ferrosos
C Aglutinantes, cerâmicas, concretos e materiais de alvenaria.
D Materiais Diversos
E Outros objetivos
F Materiais para aplicações especificas
G Corrosão, deterioração e degradação de materiais.
ES Padrões de emergência
P Propostas
4 - Esse dígito quando existente é colocado entre parênteses e serve para indicar
o ano da última reaprovação, sem alteração, da norma.
5 - Este dígito quando existir é representado por uma letra Grega ε (épsolon) a
qual representa que a norma sofreu uma alteração editorial antes da reaprovação
ou da revisão.
(a) No requirement
* Grade 33 and Grade 40 are specified as Type 1 or Type 2 depending upon the desired chemical
composition.
4 AÇOS INOXIDÁVEIS
AISI X YY ZZ
Tipo do Aço (conf. Tabela) seqüencial sufixo.
Tipo de aço
Série Tipo
200 Aços inoxidáveis austeníticos ao Mn
300 Aços inoxidáveis austeníticos ao Cr-Ni
400 Aços inoxidáveis ferríticos ou martensíticos
Sufixo: este sufixo é usado para designar alguma característica especial da liga
como teor de carbono ou outro elemento químico com faixa restrita, porém para
saber onde está a restrição deve-se consultar as tabelas das normas
correspondentes ao produto.
Ex: L - Low carbon – Baixo carbono
H - High Carbon – Alto carbono
N - indica que existe uma faixa restrita para o elemento químico Nitrogênio
Os elementos de liga presentes nos aços inoxidáveis reagem com muita facilidade
com o meio ambiente e um deles em particular, o cromo, ajuda a formar um filme
fino e aderente que protege o material de subseqüentes ataques corrosivos. Este
filme é conhecido como filme passivo.
O filme passivo dos aços inoxidáveis resulta da reação entre o material e a água,
sempre presente no meio ambiente (a umidade do ar condensa sobre a superfície
fria do metal).
Outros elementos como níquel, molibdênio e titânio, por exemplo, permitem que o
inox seja dobrado, soldado, estampado e trabalhado de forma a poder ser utilizado
nos mais variados produtos.
Área Descrição
Cutelaria Aplicado na fabricação de talheres, baixelas e panelas.
Utilizado em projetos arquitetônicos que vão desde um simples corrimão
ou guarda-corpo até o revestimento de fachadas, o inox permite
Construção Civil versatilidade na decoração de ambientes. Utilizado largamente em pias e
cubas, também é aplicado em esquadrias.
Bonito, resistente, fácil de instalar e com baixo custo de manutenção.
Mantém suas propriedades mesmo quando há mudanças bruscas de
temperatura ou quando é exposto à corrosão, o inox é muito utilizado na
Indústria química indústria química, seja em tanques de armazenamento de produtos, em
tubulações de circulação de líquidos e gases ou nas demais peças e
equipamentos.
De fácil limpeza, o aço inox assegura melhores condições higiênicas, o
que garante a sua larga utilização nas indústrias de bebidas e alimentos.
Indústria As exigências de qualidade na prestação de serviços vêm ampliando o
alimentícia espaço do inox também em lanchonetes, bares e restaurantes. O material
deixa de ser visto apenas em panelas, pias e fogões para ganhar também
as paredes e balcões.
Os procedimentos de desinfecção utilizados em ambientes hospitalares
são determinantes para a utilização do inox. Porém, cada vez mais, o
Móveis
material ganha espaço no mobiliário das residências brasileiras, onde
traduz requinte e sofisticação.
A beleza, aliada à resistência, garante a presença do inox em produtos
Bens de Consumo
como geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupas, lava-louças, fornos
Duráveis
de microondas, fornos elétricos e outros bens de consumo duráveis.
O aço inoxidável austenítico têm coeficiente de expansão térmica 45% mais alto,
resistência elétrica mais alta, e mais baixa condutividade térmica que aços de
médio-carbono. A alta velocidade de soldagem é recomendada para reduzir a
contribuição de calor e precipitação de carbonetos e minimizar a distorção.
O ponto de fusão dos aços inoxidáveis austeníticos são ligeiramente mais baixos
que o ponto de fusão de um aço de médio teor de carbono. Por causa do menor
ponto de fusão e menor condutividade térmica, é soldado normalmente com
correntes mais baixas. A expansão térmica maior indica que devem ser tomadas
precauções especiais com respeito a deformar e distorção.
O ponteamento quando usado para prevenir distorção deveria ser duas vezes
mais freqüentemente que o normal. Qualquer uma das técnicas que reduzem
distorção como passo a ré, passo peregrino ou outra sucessão de soldagem que
visa minimizar a distorção de soldagem deve ser usada. Em materiais finos é
muito difícil de evitar completamente a ondulação e a distorção.
O mais baixo cromo exibe uma tendência para endurecer formando uma estrutura
do tipo martensítica nos contornos de grão da área da solda. Isto diminue a
ductilidade, aumenta a dureza, e reduz a resistência de corrosão da solda.
5 FORMA DE APRESENTAÇÃO
Os aços estão disponíveis na forma de chapa, folha, tira, placa, barra, arame,
produtos semi-acabados, tubos e tubulação.
Forma Descrição
A folha é um produto laminado e fornecido em rolos ou comprimentos cortados com
610mm de largura e menos de 4,76 mm de espessura.
Folha Folhas de aço inoxidável são produzidas em quase todos os tipos exceto aços inoxidáveis
de corte fácil (com adição de enxofre) e certos graus de aço inox Martensíticos. As folhas
de graus convencionais são quase todas produzidas exclusivamente em laminadores
contínuos.
Tira é um produto laminado, acondicionada em rolos ou comprimentos cortados, com
menos de 610 mm de largura e 0,13 a 4,76 mm de espessura.
Tira
Material acabado á frio com mais de 0,13 mm de espessura e menos de 610 mm de
largura se encaixam em ambas as definições e podem ser chamados de tira ou de folha
ou por qualquer um dos termos.
A placa um produto laminado ou forjado com mais de 250 mm de largura e pelo menos
4.76 mm de espessura. Não são fabricados em formato de placa aços inoxidáveis
Ferríticos altamente ligados, algum dos aços inoxidáveis Martensíticos, e alguns graus de
Placas
aços inoxidáveis de fácil usinagem.
Placas são normalmente produzidas por laminação à quente de lingotes ou a partir de
placas mais grossa que foram reaquecidas e são relaminadas para melhorar superfície.
Algumas placas podem ser produzidas diretamente de lingotes.
Chapa Chapa é um produto laminado à quente, em forma de rolo, a partir de 0.13 mm de
espessura e pelo menos de 610 mm de largura.
Barra Barra é um produto fornecido em comprimentos de até 12m; laminado a frio ou à quente e
está disponível em formas várias, tamanhos, e superfície. Esta categoria inclui formas
pequenas cujas dimensões não excedem 207 mm de largura ou diâmetro.
6 REFERÊNCIAS
2. Qual o digito representado por letra maiúscula que identifica uma especificação ASTM de
metais ferrosos?
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4. O que é Especificação?
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5. O que é Classificação?
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