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g-ELtMENTOS do
ESTILO
r TIPOGRÁFICO
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Rob~rt Bringhurst
traduçãp de André Stolarski
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aos meus colegas & amigos
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SUMARIO
Prefácio 15
1 O projeto maior 23
9
Neste livro, o interesse central é o texto; ele é a razão de ser da
tipografia. Se pensarmos na generalidade de um escrito qualquer,
talvez essa afirmação careça de força para justificar um livro; mas
basta constatar que o conhecimento humano deveu sobretudo à
tipografia o mérito de sua duração para que a coisa mude de figu-
ra. Mais do que isso: a história da tipografia é também a história
Apresentação de sua tentativa de fazer jus aos textos que ela concretizou, de
da edição produzir-se à sua semelhança, com a mesma qualidade, poesia e
brasileira sofisticação. Não por acaso, esta é a primeira afirmativa do autor:
"A tipografia existe para honrar seu conteúdo~
Com toda essa carga, digamos assim, intelectual, como é pos-
sível que este seja wn livro ininterruptamente recheado de infor-
mações práticas quase indissociáveis das discussões teóricas?
A resposta para isso, é claro, já foi dada. Se a tipografia pre··
cisa honrar seu conteúdo, se a principal tarefa do tipógrafo, nas
palavras do autor, é descobrir"a lógica externa da tipografia na
lógica interna do texto': não existe problêma_ tipográfico que não
seja, também, wn problema de linguagem. Esse é, com efeito, o
vetar do livro, a chave para entender a seqüência de seus capí-
tulos e a razão pela qual ele trata desde o início, sem cerimônias,
de questões como o espacejamento de letras e palavras ou dos
modos de recuar um parágrafo. Este livro não é, enfim, apenas o
produto de um intelectual ou de um praticante, mas de alguém
que pensa enquanto faz. Por isso mesmo, não organiza conceitos,
mas prioridades.
Uma das maiores qualidades de RobertBringhurst é trans-
formar esse longo trajeto em uma agradável viagem, aliando
erudição, conhecimento técnico e clareza a uma prosa deliciosa.
Essas qualidades levaram o renomado designer de tipos Hermann
Zapf a declarar: "Espero que este livro venha a se tornar a Bíblia
de todos os tipógrafos"- desejo que parece ter se tornado uma
incontestável realidade.
iD> A seqüência dos capítulos e aoexos deste livro pode ser re-
sumida da seguinte maoeira: O projeto maior (1) fala das relações
entre tipografia e conteúdo; Ritmo & proporção (2) entra no movi-
mento horizontal e vertical que caracteriza a tipografia (unidades
básicas de construção dos tipos, espacejamento, linhas, parágrafos
etc); Harmonia & contraponto (3) trata dos taruaohos, estilos, fa-
mílias e contrastes das fontes de texto (Aqui vale um comentário:
as palavras ritmo, harmonia e contraponto, todas pertencentes ao
âmbito musical, não aparecem nos títulos desses capítulos por
10
acaso: ~e todas as analogias do livro, a da tipografia com a música
certamente é a mais forte. Isso porque a música também é um
gênero de discurso que, como a tipografia, possui um código de
registro que é matemático, abstrato, estruturado e proporcional
e que é ao mesmo tempo a chave das performances mais livres,
irreverentes e emocionadas. Com todas essas semelhanças, os
músicos contemporâneos parecem sentir-se bem mais à vontade Apresentação
com o seu código que os tipógrafos.) da edição
O quarto capítulo, Formas & dispositivos estruturais, mostra brasileira
o papel das aberturas, títulos, cabeças, tabelas e outros elementos
na construção de um discurso. Sfmbolos não alfabéticos (6) discute
alguns dos caracteres cujo número ultrapassa em muito o alfabeto
latino tradicional e completa o acervo de elementos básicos. Es-
colhendo & combinando tipos (5) é menos um capitulo de regras
que de considerações: técnicas, práticas, históricas, pessoais e
culturais; mas é também um capitulo aberto à complexidade tipo-
gráfica do mundo: páginas multiculturais, novas ortografias. Essa
discussão é aprofundada no capítulo Interlúdio histórico (7), uma
história da passagem das antigas formas dos escribas às formas
da letra tipográfica latina e das suas transformações estilísticas
e técnicas ao longo dos últimos seiscentos anos. Dando forma. à
página (8) é uma espantosa e clarissima tour de force matemática
pelas proporções orgânicas, mecânicas e (novamente) musicais
que governaram o desenho de páginas tão antigas quanto o Egi-
to ou tão complexas quanto o clássico índice do atlas do jornal
The Times. O capítulo O que há de mais avançado (9) confronta
a riqueza das informações anteriores com as possibilidades e os
desafios da tecnologia atual. Seu complemento prático é o capí-
tulo P~eparando a fonte (w), uma coleção de princípios práticos
para a edição direta de fontes digitais, que encerra as discussões
da primeira parte.
Abre-se então um novo livro, de repertório e consulta, que
começa com o capítulo Olhando o catálogo de amostras (u)- uma
seleção ilustrada e comentada das fontes serifadas, sem serifa, gó-
ticas, inscricionais, caligráficas e gregas mais apreciadas pelo autor.
Cinco apêndices, uma lista de leituras e um índice onomástico
completo complementam e aprofundam informações dispersas.
ll
Há três causas para isso: nossa curta tradição tipográfica
(de todo modo mais ligada ao uso que à produção de tipos), a
desmontagem do saber especifico baseado na produção mecânica
com a substituição da base produtiva por equipamentos digitais
nas décadas de 1980 e 90 e a poderosa imposição do uso da ter-
minologia ioglesa no cotidiano dos designers pelos programas
Apresentação utilizados nesses mesmos equipamentos. É uma situação irónica,
da edição uma guerra de termos que acontece justamente no momento em
brasileira que a tipografia amplia seus adeptos e se profissionaliza em um
ritmo sem precedentes no pais.
A tradução de uma obra de referência como esta é, portanto,
um momento oportuno para ajudar a estabelecer uma termino~
logia profissional mais precisa. Para isso, recorri a várias fontes
escritas e ao auxílio de profissionais e docentes envolvidos com
essas questões: Alexandre Wollner, Claudio Rocha, Edna Cunha
Lima, Fernanda Martins, Francisco Homem de Mello, Gustavo
Goebel Weyne, Priscila Farias, Rafael Cardoso e Rodolfo Capelo,
a quem agradeço pela paciência, cuidado e atenção.
Na ausência de consenso geral, três critérios básicos foram
utilizados na tradução dos termos tipográficos: (1) utilizar, sem-
pre que possível, termos consagrados ou tecnicamente aceitos
em_ português, não por convicções nacionalistas, mas porque
a constituição de um vocabulário técnico em língua própria é
decisiva para o domínio pleno dessa mesma técnica; (2) ceder ao
uso de termos correntes e popularizados em língua inglesa para
facilitar a leitura e manter a utilidade do texto no atual estágio da
transição dos hábitos de nomenclatura do ioglês para o português;
(3) respeitar as definições e as intenções origioais do autor. As
definições mais problemáticas aparecem comentadas em notas
laterais, ao lado de sua primeira aparição.
A importância da questão termioológica tornou ioevitável a
adição de um glossário ioglês-português de termos tipográficos,
que, para ser completo, teve que acomodar outros termos além
daqueles que aparecem exclusivamente neste livro. Em que pese
a opção por este ou aquele termo específico na tradução do texto
do livro, a lista não raro inclui mais de uma alternativa em portu-
guês ao mesmo termo inglês, quando a polêmica, a validade ou o
costume assim o impõem. O leitor também irá encontrar ali refe-·
rências às páginas onde aparecem as notas laterais que comentam
as definições problemáticas mencionadas no parágrafo anterior.
Assim, além de ser um instrumento de ampliação de repertório,
essa lista deve servir principalmente como uma companheira na
12
consulta a fontes de informação e no uso de ferramentas tipo-
gráficas em língua inglesa, que ainda são maioria absoluta. Essa
mesma preocupação determinou também que o índice remissivo
do livro mantivesse os termos em inglês grafados entre colchetes
após as referências em. português. Em resumo, esta edição inclui
duas ferramentas que permitem ao leitor ir do português ao inglês
e do inglês ao português sem grande esforço. Apresentação
Outras três providências tomadas para facilitar a leitura e a da edição
consulta foram: (1) traduzir literalmente os títulos bibliográficos brasileira
que aparecem nas notas laterais, (2) manter a grafia original dos
nomeS comerciais das fontes citadas no livro e (3) traduzir os
textos. dos exemplos tipográficos sempre que possível, mantendo
a versão original das citações literárias em notas laterais.
O têrmo desígn merece ainda um breve comentário: ele foi
mantido no original sempre que possível, o que tem a vantagem
de evitar a problemática luta entre as noções de desenho, projeto e
desígnio que o compõem. Na inlpossibilidade de fazê-lo, o termo
desenho foi utilizado nos casos que aludiam explicitamente ao ato
de de~enhar e o termo projeto em todas as outras ocasiões.
É claro que existem impasses da versão portuguesa que não
são específicos do vocabulário, mas dos próprios problemas tipo-
gráficos que aparecem no livro: como pontuar (ou não) as abre-
viaçõÇ,s, quais são os problemas de kerning específicos de nossa
lingua, qual a média de caracteres das palavras em português e
assim por diante. Essas e muitas outras questões ultrapassam a
mera tradução e requerem a produção de conteúdo especifico ao
contexto brasileiro. Isso foi feito de três formas: (1) mediante a
adaptação pura e simples das informações originais, (2) por meio
de comentários ou adições que aparecem em colchetes no texto
principal ou (3) em notas laterais. Mesmo assim, certas passagens
que tratam de questões específicas da língua inglesa foram manti-
das tais como aparecem na versão original, ainda que parecessem
inúteis ao cotidiano do trabalho do tipógrafo brasileiro (como é
o cas<>das menções à tipografia vitoriana).
Nas leituras adicionais recomendadas pelo autor, fiz referên-
cias às edições disponíveis em língua portuguesa quando possível,
e adicionei, em nota lateral, uma pequena lista de obras ligadas
ao assunto publicadas originalmente no Brasil.
A.S.
13
-Tudo o que os símbolos escritos podem dizer já passou.
Eles são como pegadas deixadas por anímais. Essa é a razão pela
qual os mestres da meditação recusam-se a aceitar que os escritos
sejam definitivos. O objetivo é atingir o ser verdadeiro por meio
dessas pegadas, dessas letras, desses signos- mas a realidade
mesma não é wn signo, ela não deixa pistas. Ela não chega a nós
por meio de letras ou palavras. Nós podemos ir até ela seguin-
do letras e palavras até o lugar de onde vieram. Mas enquanto
estivermos preocupados com símbolos, teorias e opiniões, não
conseguiremos alcançar seu. principio.
- · Mas abdicar de símbolos e opiniões não nos deixa no vazio
absoluto do ser?
-Sím.
15
segui~las ou não, e podemos nelas entrar ou delas sair quando
quisermos - se ao menos soubermos que estão lá e tivermos wna
noção de onde nos levarão. Essa liberdade nos será negada se a
tradição for velada ou tida como morta. A originalidade está em
toda parte, mas muito dela será bloqueado se o caminho que leva
às primeiras descobertas for barrado ou hipertrofiado.
Prefácio Se. você usar este livro como um guia, sinta-se à vontade para
sair da estrada quando quiser. (Esta abertura, aliás, é o que defioe
mais precisamente a utilidade de uma estrada: alcançar pontos
individuais de saída.) Fique também à vontade para quebrar as
regras - quebre-as com beleza, deliberadamente, bem. Esse é um
dos fios para os quais elas foram criadas.
As formas das letras mudam sem parar, mas, porque. são
vivas, diferem pouco entre si. Os princípios da clareza tipográfi-
ca também foram pouco alterados desde a segunda metade do
século 15, quando os primeiros livros com tipos romanos foram
impressos. De fato, a maioria dos princípios de legibilidade. e de
desenho examinados neste livro era conhecida e usada pelos es-
cribas egípcios que produziam escritos hieráticos com canetas de
junco nos papiros do ano 1000 aC.Amostras de sua obra podem
ser vistas nos museus do Cairo, Londres e Nova York - tão vivazes,
sutis e legíveis quanto há trinta séculos.
Os sistemas de escrita variam, mas não é difícil aprender a
reconhecer uma boa página, venha ela da dinastia chinesa Táng,
do Novo Reino Egípcio ou da Itália renascentista. Os princípios
que unem .essas distantes escolas de desenho baseiam~se na es-
trutura e na escala do corpo humano - em particular do olho, da
mão e do antebraço- e na anatomia invisível (mas não menos real,
exigente e sensual) da mente humana. Não gosto de chamá-los de
principias universais porque boa parte. deles é exclusiva de nossa
espécie. Os cachorros e as formigas, por exemplo, lêem e escrevem
por meio de processos mais químicos. No entanto, os princípios
nos quais a tipografia se baseia são suficientemente estáveis para
resistir às inúmeras levas de nossas modas e manias.
B verdade que as ferramentas tipográficas estão mudando
com força e velOcidade consideráveis, mas este não é um manu-
al voltado ao uso de qualquer sistema ou meio de composição
tipográfica em particular. Presumo que a maioria dos leitores
deste livro irá compor boa parte de sua tipografia no formato
digital, usando computadores, mas não alimento nenhum pre-
conceito com relação à marca do computador ou à versão do
programa que eles irão utilizar. Os elementos essenciais do estilo
têm mais a ver com os objetivos almejados pelos tipógrafos do
que com as volúveis excentricidades de suas ferramentas. Nou-
tras palavras, a própria tipografia depende muito menos de um
dispositivo específico do que da linguagem PostScript, utilizada
para fOnverter o desenho destas letras e o destas páginas em
código tipográfico. Se eu tiver conseguido realizar aquilo a que
me propus, este livro será tão útil aos artistas e aos antiquários Prefácio
que compõem tipos de metal fundido à mão e produzem provas
em prensas planas quanto àqueles que checam seu trabalho em
uma tela ou impreSsora a laser e depois o enviam a dispositivos
de saída digitais de alta resolução por meio de discos ópticos ou
cabos de transmissão.
A tipografia é o ofício que dá forma visível e durável - e
portanto existência independente - à linguagem humana. Seu
cerne é a caligrafia - a dança da mão viva e falante sobre um palco
minúsculo - e suas raízes se encravam num solo repleto de vida,
embora seus galhos sejam carregados de novas máquinas ano
após ano. Enquanto a raiz viver, a tipografia continuará a ser uma
fonte de verdadeiras delicias, conhecimentos e surpresas.
Como ofício, a tipografia tem uma grande fronteira e muitas
preocupações compartilhadas com a escrita e com a edição, de
um lado, e com o design gráfico, de outro - mas não pertence a
nenhwn deles. Este volume, por sua vez, não é nem um manual
de estilo editorial nem um livro de textos sobre design, embora
fale de'· ambos. De ponta a ponta, a perspectiva é primordialmente
tipográfica- e espero que este livro, precisamente por essa razão,
poss4. ser útil àqueles cujo trabalho ou interesse esteja centrado
em campos adjacentes.
Este livro deve muito aos relatos e exemplos de vários ami-
gos e mestres de ofício - Kay Amert, Stan Beviogton, Crispin
Elsted, Glenn Goluska, Peter Koch, Vic Marks, George Payerle e
outros - e ao trabalho de dois artistas modelares: o velho Adrian
Wilson e Hermann Zapf. Vários artistas e estudiosos do mundo
todo compartilh.aram o seu conhecimento de maneira generosa.
James Mosley, sua equipe e seus sucessores da St Bride Priotiog
Library, em Londres, foram especialmente prestativos. Sou grato
a todos.
Tenho muito que agradecer a várias outras pessoas por suas
contribuições à segunda e, agora, à terceira edição deste livro. Seus
nomes aparecem no Posfácio.
R.B.
17
Sinopse
histórica
abertura:
o espaço vazio RENASCENTISTA (séculos 15 e 16): traço modulado; eixo humanista Joblf-
aberto ern letras quo]; terminais precisos, feitos com pena; abertura grande; itálico equivalente
como a, c. e, s e independente do romano.
O objetivo desses
diagramas é
mostrar o eixo
do traço, <.:JUe é o
eixo da pena que
desenha a letra.
Esse eixo muitas
vezes difere do
eixo da própria
letra. Uma pena
que aponta para
o noroeste pode
produtir uma BAR ROCA (século 17): traço modulado; eixo variável; serifas e terminais
letra ereta ou modelados; abertura moderada; itálico subordinado e intimamente ligado ao
ainda uma letra
que aponta para ro~ano. Nas letras barrocas, é comum o aparecimento de um eixo secundá-
o nordeste. rio vertical- mas o eixo primário do traço é normalmente oblfquo.
18
Sinopse
histórica
NEOCLÁSSICA (século 18): traço modulado; eixo racionalista [vertical]; adnatas ("nascidas
serifas adnatas e refinadas; terminais em gota; abertura moderada; itálico junto de:'): que
fluem para a haste
inteiramente subjugado pelo romano.
19
Sinopse
histórica
R EALJ STA (século 19 e infdo do século 20): traço não-modulado; eixo verti·
cal presumido; abertura pequena; serifas ausentes ou abruptas, de peso igual
ao traço principal; itálico ausente ou trocado pelo romano inclinado.
20
Sinop>e
histórica
21
rigo Habraam numera
1 a mofaica lege(feptim
r)Ced naturah fuit ratio
idi t enim 1--Iabraam de<
•
m quog1 genttum patr.
~s o és gentes hoc utdehc
m efbcuius ille iufbtia?
us eft:q ui pofr multas,
-imum omnium diuín<
) nafcerétur tradidit:u~
gnum:uel uthocquaf
ruos imitari conaref':au
um nobis modo eft.Po ·
Tipo romano gravado em 1469 por Nicolas Jenson, tipógrafo francês que tra·
balhava em Veneza. O original tem aproximadamente 16 pt. Aqui é mostrado
tal como Jenson o imprimiu, mas com o dobro de seu tamanho real. É o an·
cestral do tipo mostrado no topo da página 28 (o Centaur, de Bruce Rogers).
22
O PROJETO MAIOR
23
..• toda mulher, de qualquer idade, classe, profissão ou grau, seja
ela virgem, noiva ou viúva, que[ ... ] se ofereça a. seduza ou traia
em casamento quaisquer dos súditos de Sua Majestade, por meio
de perfumes, maquiagens, colônias, dentes artificiais, perucas, lã
espanhola, espartilhos, brincos de argola, sapatos de salto alto [ou]
saias-balão, estará sujeita às penalidades da lei em vigor contra a
Primeiros bruxaria [e] seu casamento, em caso de condenação, será declarado
princípios inválido.
24
1
mitir Uma replicação rápida e exata. Dúzias, centenas, milhares de
cópias eram impressas em menos tempo de que um escriba pre-
cisaria para fazer apenas uma. Essa desculpa para compor textos
com \ipos desapareceu. Na era da fotolitografia, do escaneamento
digital e da impressão offset, ficou tão fácil imprimir diretamente
a partir de um manuscrito quanto de um texto composto. Mas a
tarefa. do tipógrafo mudou muito pouco: continua sendo a tarefa O projeto
de conferir ilusão de velocidade e vitalidade sobre-humanas - e maior
de. paciência e precisão sobre-humanas- à mão que escreve.
4 tipografia não passa disto: escrita idealizada. São raros Em inglês, o termo
os escritores de hoje que. possuem a habilidade caligráfica dos type pode
significar"tipo"' ou
antigos escribas. Mesmo assim, a variedade de suas "vozes" e es- "tipografia': No
tilos literários evocam incontáveis versões dessa escrita ideal. O segundo caso, a
tipógrafo precisa responder em termos visíveis a essas visões sutil diferença
entre type e
cegas e às vezes invisíveis. typography
Em um livro mal desenhado, as letras, pulverizadas, postam- está naquilo que
se como cavalos famintos no campo. Em um livro desenhado enfatiza-
oprodutoou
mecanicamente, elas assentam como pães mofados e carne de aatividade-
terceira na página. Já em um livro bem-feito, no qual designer, e não encontra
compositor tipográfico e impressor fizeram, todos, o seu trabalho, equivalente no
português. Nesta
as letras estão vivas, não importa quantos milhares de linhas e pá- tradução, as
ginas1 tenham de ocupar. Elas dançam em seus lugares. De vez em palavras tipo e
quando, levantam-se e dançam nas margens e nos corredores. t1pograjia foram
utilizadas para
Simples como possa parecer, a tarefa de utilizar letras de designar type,
modo criativo sem interferir no texto é uma empreitada difícil e dependendo do
recompensadora. Em condições ideais, é tudo o que se pede dos contexto. [Nr]
tipógrafos - e é o bastante.
25
A tipografia está para a literatura assim como a performance
musical está para a composição: é um ato essencial de 'interpreta-
ção, cheio de infinitas oportunidades para a iluminação ou para a
estupidez. Muita tipografia mantém distância da literatura, dados
os muitos usos da linguagem, que tarobém incluem as embalagens
e a propaganda. Como a música, a tipografia pode ser usada para
Primeiros manipular comportamentos e emoçõeS, mas não é nesse palco
princípios que os tipógrafos, músicos e outros seres humanos nos mostram
o seu melhor ângulo. A tipografia, quando dá o melhor de si, é
uma arte de lenta execução, merecedora da mesma apreciação
informada que às vezes dispensamos às interpretações musicais,
e é capaz de nos dar em troca prazer e alimento similares.
Os mesmos alfabetos e desenhos de página podem ser usa-
dos em uma biografia de Gandbi e em um manual sobre o usa
e o posicionamento estratégico de armas biológicas. A escrita
pode ser usada tanto para cartas de amor como para declarações
de ódio, e as próprias cartas de amor podem ser usadas tanto
para manipular e extorquir como para deliciar o corpo e a alma.
Evidentemente, não há nada intrinsecamente nobre e digno de
confiança na palavra escrita ou impressa. Mesmo assim, várias
gerações de homens e mulheres recorreram à escrita e ao meio
impresso para abrigar e compartilhar suas esperanças, percepções,
sonhos e medos mais profundos. É a elas, e não ao chantagista, ao
oportunista ou ao agiota, que o tipógrafo deve responder.
1.2 TÁTICA
26
muitas vezes, aparecem recobertos por títulos de capítulos, seções,
subtítulos, blocos de citações; notas de rodapé, notas finais, listas
e exemplos ilustrativos. Tais características podem permanecer
obscuras no manuscrito, mesmo que estejam claras na mente
do autor. Em respeito ao leitor, elas requerem identidade e for-
ma tipográfica próprias. Cada uma das camadas e cada um dos
níveis do texto devem ser consistentes, distintos, e ainda assim O projeto
(em geral) harmónicos em sua forma. maior
Portanto, a primeira" tarefa do tipógrafo é ler e entender o
texto; a segunda é analisá-lo e mapeá-lo. Só então a ioterpretação
tipográfica pode começar.
Se o texto tiver muitas camadas ou seções, pode precisar não
apenas de títulos e subtítulos, mas tainbém de títulos correntes,
que reaparecem a cada página ou par de páginas, lembrando
aos leitores qual é a vizinhança intelectual que estão visitando Peter Matthlessen
no momento. é conhecido no
Brasil pelo livro
Romances raramente precisam de tal sinalização, mas fre- Brmcando nos
qüentemente requerem marcadores tipográficos de outros gêneros. campos do Senhor.
O romance Par Tortuga, de Peter Matthiessen (Nova York, 1975; KenKeseyéo
autor de Um
projeto de Kenneth Miyamoto), usa dois tamanhos de tipo, três estranho no ninho,
margens diferentes, blocos de parágrafos que flutuam livremente mas Sometimes
e outros dispositivos tipográficos para separar pensamento, dis- a Great Notion é
considerada sua
curso e ação. O romance Sometimes a Great Notion, de Ken Kesey obra-prima. [NT]
(Nova York, 1964), parece ter a fluidez da prosa tradicional, mas
alterna repetidamente o romano e o itálico no meio das sentenças O termo redondo
para distioguir a fala das personagens entre si daquilo que dizem também é muito
usado no meio
em silêncio a si mesmas. ed1tonal para
Poesia e textos dramáticos às vezes pedem uma paleta ti- designar os tipos
pográfica mais extensa. Algumas das traduções do grego clás- romanos. [Nl']
27
da música que interpreta. Mas o leitor, assim como o ouvinte, de~
veria. em retrospecto~ poder fechar seus olhos e enxergar aquilo
que jaz por trás das palavras que esteve lendo. A performance
tipográfica deve revelar a composição interna, não substituí-la.
Os tipógrafos, bem como outros artistas e artesãos - aí incluídos
músicos, compositores e autores - devem, via de regra, fazer o
Tática seu trabalho e desaparecer.
28
Assim como as palavras e as sentenças, as letras têm tom.
timbr~ e caráter. Assim que um texto e um tipo são escolhidos,
inicia-se uma intersecção de dois fluxos de pensamento, dois
sistefi1,as rítmicos, dois conjuntos de hábitos, ou ainda de duas
persoÇtalidades. Não é preciso que elas vivam juntas e contentes
para sempre, mas, de um modo geral, não convém partir de uma
relação conflituosa. O projeto
A metáfora básica da composição tipográfica é a de que um maior
alfabeto (ou todo o léxico, no chinês) é um sistema de partes inter-
cambiáveis. Nele, a palavra forma. em vez de ser reescrita, pode ser
cirurgicamente revisada para transformar-se nas palavras firma
ou fórma ou forja ou força ou foram, ou ainda, com um pouco aAa
mais de trabalho, na palavra abacaxi. A caixa de tipos do velho
compositor tipográfico é uma bandeja de madeira subdividida que
carrega centenas desses bits de informação intercambiáveis. Essas
aaa
partículas subsemânticas, essas uoidades chamadas de "espécimes"
pelos impressores tipográficos, são letras fundidas em corpos aaa
de metal padronizados, esperando pelo momento em que serão
agrupadas em combinações significativas, depois dispersadas e aaA
novamente recombinadas em outras formas. A caixa de tipos do
compositor é um dos ancestrais primordiais do computador - e
não é por acaso que a composição tipográfica, tendo sido um dos
aaa
últimos ofícios a ser mecanizado, tenha sido um dos primeiros
a ser computadorizado. a a
No entanto, os bits de informação manipulados pelo tipó-
grafo diferem em um aspecto essencial dos bits do programador. aa
Compostos à mão em metal duro, à máquina em metal moldável,
ou digitalmente com um computador, cada virgula, cada parêntese,
cada c- e, conforme o contexto, cada espaço em branco - tem um
estilo e um nítido valor simbólico. Além de serem microscópicas
obras de arte, as letras também são símbolos úteis. Elas significam
o que são e o que dizem.
A tipografia é a arte e o ofício de lidar com essas unidades
de informação de duplo significado. O bom tipógrafo trabalha
com elas de modo inteligente, coerente, sensível. Quando o tipo
é mal escolhido, aquilo que as palavras dizem lingüisticamente
e aquilo que as letras inferem visualmente ficam dissonantes, de-
sonestos, desafinados.
29
Escolher a forma da página e posicionar o tipo sobre ela é muito
parecido com emoldurar e pendurar um quadro. Uma pintura
cubista em uma moldura do século 18 ou uma natureza-morta
do século 17 em uma fina moldura cromada não ficam piores do
que um texto inglês do século 19 composto com tipos da França
do século 17 e posicionado assimetricamente em uma página
Tática modernista alemã.
Se o texto for longo ou se faltar espaço, ou ainda se houver
muitos elementos, talvez múltiplas colunas sejam necessárias. Se
as ilustrações e o texto andarem lado a lado, qual deles terá prece-.
dênciasobre o outro? E se essa ordem ou graQde proeminência
mudar? O texto sugere simetria perpétua, assimetria perpétua
ou algo a meio caminho?
Mais uma vez: o texto sugere o fluxo continuo e impertur-
bável da prosa justificada ou o continuo flerte entre a ordem e o
caos evocado pela composição alinhada à esquerda e desalinhada
O termo cabeço à direita? (Os títulos correntes e as notas laterais no relo -páginas
também é da direita, ímpares - deste livro são compostos deste último modo.
utilizado para
indicar aquilo
No verso- páginas da esquerda, pares-, são desalinhados à es-
que se imprime querda. Os alfabetos legíveis da direita para a esquerda, tais como
na cabeça das o árabe ou o hebraico, ficam perfeitamente bem desalinhados à
páginas, mas t{tulo
corrente refere-se esquerda, mas nos alfabetos que correm para a direita, como o
especificamente latim, o grego ou o tailandês, esse tipo de composição enfatiza o
às informações fim da linha, e não o seu início, o que faz dele uma opção inade-
referentes a títulos
de publicação.
quada para composições extensas.)
capítulos. e A elaboração da forma da página anda de mãos dadas com
seções. [NT] a escolha do tipo, e ambas são preocupações tipográficas perma-
nentes. O tema das formas e das proporções das páginas é tratado
em maior detalhe no capítulo 8-
30
pungente e bela partindo da parafernália bibliográfica e do joio
t~tual. A habilidade de fazê-lo nasce do respeito pelo texto como
um todo e do respeito pelas letras em si mesmas.
Talvez esse princípio devesse ser formulado assim: dê total
atenção tipográfica especialmente aos detalhes incidentais.
convidá-lo à leitura;
revelar. o teor e o significado do texto;
tornar clara a estrutura e a ordem do texto;
conectar o texto a outros elementos existentes;
induzir a um estado de repouso energético, que é a condição
ideal da leitura.
31
RITMO & PROPORÇÃO
D
eme de 12 •.•
D
... 18 ..•
D
···24···
D
... e 36 pt
32
Portan~o, o espaço de um eme é proporcionalmente o mesmo em Outro termo
qualquer tamanho. utilizado para
designar essas
As máquinas de composição tipográfica geralmente dividem mesmas distâncias
o eme em unidades. Emes de 18,36 ou 54 unidades, por exemplo, em português é o
são comumente encontrados em máquinas mais antigas. Nos quadratim. Mais do
que se relacionar
dispositivos mais recentes, o eme pode ter até mil unidades. Os com as letras m e n,
tipógr~fos, por sua vez, tendem a dividi-lo em frações simples: ele indica o campo
meio ~me, um terço de eme e assim por diante, sabendo que o quadrado que
contém o desenho
valor unitário dessas frações irá variar de uma máquina para dotipoeque
outra. A. metade de um eme é chamada de ene. origina a medida.
Se o texto for composto desalinhado à direita, a entrepalavra Esta tradução. no
entanto. incorpora
(o espaço entre palavras) pode. ser fixa e imutáveL Se o texto for a popularização
justificado (alinhado à esquerda e à direita, como neste livro), internacional das
ela prçcisa ser flexíveL Em qualquer caso, o tamanho ideal da unidades eme e ene.
reservando o termo
entrepalavra varia de acordo com a circunstância, dependendo "'quadratim'"para
de fatores como entreletra, cor e tamanho do tipo. Um tipo mais o quadrado eme
espacejado ou mais pesado irá necessitar de um intervalo maior (emsquare). [NT]
entre palavras. Em tamanhos maiores, quando a entreletra di~
minui, a entrepalavra pode diminuir também. Para um tipo de
texto normal em um tamanho de texto normal, o valor tfpico da
entrepalavra é de um quarto de eme, que pode ser grafado como
M/4. (l.[m quarto de eme é normalmente igual ou um pouco maior
do que a largura de composição da letra t.)
A língua também tem algum efeito na entrepalavra. Em A entrepalavra
llnguas altamente flexionadas, como o latim, a maior parte dos nativa da fonte
usada aqui tem
limites das palavras é indicada por marcas gramaticais, e um 2.27 unidades, ou
espaçq. menor é portanto suficiente. No inglês, [no português; e 2.27 rmlésimos de
em outras linguas pouco flexíonadas, o bom espacejamento de eme. O programa
de composição
palavras faz a diferença entre uma linha que precisa ser decifrada foi instruido para
e uma:llnha que pode ser lida com eficiência. pexm1tiruma
Sç o texto for justificado, uma entrepalavra míninla razoável entrepalavra
minima de 85'!6
ficará çm um quinto de eme (M/5), e M/4 irá constituir uma boa no texto principal.
média a ser alcançada. Uma medida máxima razoável para textos São 193 unidades
justifiçados é M/2. Se a entrepalavra puder ficar em M/3, tanto -pouco menos que
Mls.Jáamáxima
melhor. No entanto, para alfabetos mais espacejados ou com- édetso'!6,ou340
postos. em tamanhos menores, M/3 normalmente é uma média unidades - pouco
melhor a ser atingida, e M/4 passa a ser um minimo melhor. Em mais que M13.
33
Qualquer comprimento de linha que contenha entre 45 e 75 ca-
racteres é amplamente reconhecido como satisfatório para wna
página de uma coluna composta em tipo e tamanho de texto. A
linha de 66 caracteres- contando letras e espaços- é geralmente
considerada ideal. Para trabalhos com múltiplas colunas, uma
outra média, que varia de 40 a 50 caracteres, é melhor.
Movimento Se o tipo for bem composto e bem impresso, pode-se. usar
horizontal linhas de 85 ou 90 caracteres para textos descontínuos, tais
como bibliografias ou notas de rodapé - estas com entrelinha
generosa -, sem nenhum problema. No entanto, mesmo com
uma entrelinha altruísta, linhas com média maior do que 75 ou
8o caracteres ficarão provavelmente longas demais para wna
leitura contínua.
Um mínimo prático razoável para textos justificados em
Quando os miolos inglês é a linha de 40 caracteres [em português, 48]. Linhas mais
das próprias letras curtas podem ser perfeitamente bem compostas com wn pou-
(e não apenas
a entrepalavra) co de paciência e sorte, mas no trabalho cotidiano linhas com
forem elásticos, média menor do que 40 ou 38 caracteres trarão uma erupção
a justificação de espinhas brancas ou porcos-espinhos: espaços derramados e
pode ser levada
a extremos mais erráticos entre as palavras ou uma epidemia de hífens. Se a linha
radicais. Ver for curta, o texto deverá ser composto desalinhado à direita. Em
PP 207-09. doses maiores, mesmo esse tipo de composição pode parecer
anoréxico se a linha contiver menos de 30 caracteres, mas em
porções pequenas e isoladas (notas marginais desalinhadas, por
exemplo) a linha mininaa pode chegar a 12 ou a 15 caracteres.
Em todo caso, esses comprimentos de linha são médias, e
eles incluem, além das letras, espaços em branco e pontuação.
A maneira mais sinaples de calculá-los é utili2ar uma tabela de
composição como a da página 37· Para fazê-lo, meça o compri-
Faz diferença mento do alfabeto romano internacional básico em caixa-baixa
escrever caixa - abcdefghijklmnopqrstuvwxyz- no tipo e no tamanho que quiser,
baixa sem hífen e
caixa-baixa com e a tabela irá mostrar o número médio de caracteres que podem
hífen. O primeiro aparecer em uma linha especifica. Na maior parte das fontes de
termo designa a texto, o alfabeto romano de 10 pontos vai medir entre 120 e 140
caixa tipográfica
concreta usada pontos de comprinaento, mas um alfabeto itálico de 10 pontos pode
pelo tipógrafo. chegar a magros 100 pontos ou menos, enquanto um bold pode
O segundo. atingir 160. O alfabeto de 12 pontos irá medir 1,2 vez o compri-
uma qualidade
própria das letras mento do alfabeto de 10 pontos, como era de se esperar - mas não
minúsculas exatamente, a não ser que tenha sido gerado a partir do mesmo
tipográficas. desenho-mestre, sem modificações na entreletra.
O mesmo vale
para caixa alta e Em uma página de livro convencional, a largura da coluna
caixa-alta. (NT) costuma ter 30 vezes o tamanho do tipo, mas há linhas cujo
34
comprimento diminui para 20 ou aumenta para até 40 vezes,
mantendo-se dentro de um alcance previsível. Se, por exemplo,
o tamanho do tipo for de 10 pontos, essa largura poderia ficar
entre 30 x 10 == 300 pt, que equivale a 300 + 12 = 25 paicas. O com-
primento típico de um alfabeto em caixa-baixa para uma fonte
de texto de 10 pontos é de 128 pontos, e a tabela de composição
nos mostra que essa fonte, composta em um espaço de 25 paicas, Ritmo e
irá acomodar aproximadamente 65 caracteres por linha. proporção
35
plissada. Esse método combina as piores características da
justificação com as piores características da composição
desalinhada e elimina as virtudes de ambas. A não ser que a
linha seja insuportavelmente estreita~ é melhor compor em
desalinhamento rígido na maioria dos casos~ ou seja~ com
espacejamento fixo entre palavras, sem definir um
Movimento comprimento mlnimo de linba e sem nenhum hífen além do
horizontal que já for inerente ao texto. Nesse tipo de composição, quebras
de linha com hífens podem ocorrer em palavras como auto-
sustentabilidade, que já possuem seu próprio hífen, mas
precisarão de intervenção manual para ocorrer em palavras
como hifenização ou contraproducente, que não o possuem.
37
Acrônimos como IBGE e ONU são freqüentes em alguns textos;
o mesmo acontece com abreviações como ovo, TV, AM e FM.
O valor normalmente utilizado para espacejar essas seqüências
As maiúsculas de maiúsculas (versais e versaletes) é de 5% a 10% do tamanho
tipográficas são do tipo.
diVIdidas em duas
classes: as versais, Nas fontes digitais, é simples atribuir uma largura extra.
que têm altura para todos os versaletes, de modo que o espacejamento ocorra
de caixa-alta, e automaticamente. Já os valores de largura das versais são normal~
os versaktes, que
têm altura de mente dados com base na suposição de que elas serão utiliz~das
caixa-baixa. o em conjunto com as minúsculas, mas o espacejamento pode
termo maiúsculas ainda assim ser automatizado com o uso de tabelas de kerning
foi, portanto,.
evitado, em nome (ver seção z.t.S).
desses termos Em titulas e subtítulos, um espacejamento extra é muitas
mais precisos, e o vezes desejável. Liultas justificadas de versais espacejadas são
termo capitular,
muitas vezes compostas, em geral, com a inserção de um espaço normal (de M/5
utilizado como a M/4) entre as letras. Isso corresponde a um espacejamento de
mesmo significado 20% a 25% do tamanho do tipo. Mas o espaço extra entre as letras
de versai. foi
reservado para pede mais espaço entre as liultas. Um tipógrafo renascentista que
as letras que se compusesse um titulo de várias linhas com versais espacejadas
destacam no inicio em tamanho de texto normalmente comporia "brancos" entre as
de capítulos ou
parágrafos. [NT} linhas: o equivalente, em composição manual, ao espaço duplo
do operador.
A língua Não há um valor ótimo generalizado para o espacejamento
portuguesa possui de versais titulares ou display. O espacejamento efetivo nas boas
equivalentes
para os termos inscrições clássicas e em manuscritos posteriores varia de 5% a
kern e kemmg: too% do tamanho nominal do tipo. A quantidade de espaço é mui·
crena e crenagem. to menos importante que seu equilíbrio. Seqüências como LA ou
O mesmo
acontece com os AVA podem não precisar de nenhum espaço, enquanto seqüências
tipos, também como NN e HIH implorarão por uma abertura generosa.
conhecidos como
tipos de ostensão.
Os termos ingleses, WAVADOPATTIMMILTL
contudo, ainda
reinam absolutos
e foram mantidos
WAVADOPATTIMMILTL
aqui,[NT)
Versais espacejadas, acima; com kerning, sem espacejamento, abaixo.
39
Ao isolar elementos individuais, o espacejamento tem um
papel garantido onde as palavras são menos importantes qne as
Mais informações letras. O espacejamento provavelmente será útil onde as letras
sobre tabelas funcionarem uma a uma (como 'em acrónimos e endereços ele-
de keming nas
páginas 2.2.1-2.6. trônicos), sejam elas versais, versaletes ou minúsculas.
O espacejamento também tem outras funções tradicionais
fora do domínio dos tipos romanos ou itálicos. Tipos góticos, de
wn modo geral, não têm companheiros itálicos ou bold, nem ver-
saletes. Para índicar ênfase, os métodos mais simples à disposição
são o sublinhado e o espacejamento. O primeiro era o método
usual dos escribas, mas o último mostrou-se mais prático para
os impressores tipográficos. Na tipografia digital, no entanto,
sublinhar é tão fácil quanto espacejar e às vezes causa menos
danos à página.
Em cirilico, a diferença entre a caixa-baixa e os versaletes é
mais sutil do q~e nos alfabetos grego e latino, mas os versaletes são
)l(1i1 igualmente importantes para os tipógrafos cirilicos mais hábeis.
Antigamente, quando os tipos cursivos em cirílico eram raros e
os versaletes quase inexistentes, a rotina de sua composição era
)f(U similar à dos tipos góticosfraktur, com mínúsculas retas (roma-
nas) espacejadas substituindo versaletes e cursivas (itálicas). A
melhoria dos tipos cirilicos tornou essa prática obsoleta.
O tenno dispLly,
que aparece na 2.1.8 Faça kernings modestos e consistentes ou não faça nada.
página 38, refere-
se aos tipos
utilizados em É impossível escapar das ínconsistências no espacejamento entre
tamanhos maiores, letras, dadas as formas do alfabeto latino. Pequenas irregularidades
especialmente são, afinal, essenciais à legibilidade dos tipos romanos. O kerning
em projetos de
sinalização. mas - a alteração do espaço entre pares de letras específicos - pode
também em locais aumentar a consistência do espacejamento em palavras como
de destaque tais Washíngton ou Toronto, onde as combinações Wa e To recebem
como cabeçalhos
de jornais e kerning. No entanto, nomes como Wisconsin, Tübingen, Tbilisi,
embalagens. Seu Los Alamos e palavras comuns tais como as ínglesas The ou This
equivalente permanecem mais ou menos imunes a alterações.
português (tipo
tk ostensão) não Compositores manuais raramente fazem o kerning de tipos
temo mesmo em tamanho de texto, pois seus pares precisam ser ajustados
alcance. Como manualmente, um de cada vez. A composição tipográfica por
o termo inglês
também identifica computador auxilia o kerning extensivo, mas não deixa de requerer
esse tipo de fonte julgamento - e nisso o computador não ajuda. Quanto menos
no mercado kerning, melhor; um kerning inconsistente é pior do que nada.
internacional, a
grafia inglesa foi Nos tipos digitais, assim como nos tipos fundidos, cada letra
mantida, (NT] tem uma largura própria. Mas os sistemas de composição compu-
40
tadorizados podem modificá-la de muitas maneiras. O kerningdas
fontes digitais é feito geralmente com o uso de tabelas de kerning,
que podem especificar a redução ou o aumento do espacejamento
de cada par de letras, números ou sfmbolos.Dessa maneira, es-
paços podem ser adicionados automaticamente a combinações
como HH e removidos de combinações como Ty; Atualmente, as
tabelas de kerning pré-fabricadas são componentes rotineiros de Ritmo e
fontes digitais bem-feitas, mas ainda requerem uma boa edição proporção
para se ajustarem aos estilos e às necessidades individuais. Se
você utilizar um programa com kerning automático, faça vários
testes antes de confiar em suas decisões, tomando o tempo que
for necessário para reparar suas limitações.
As tabelas de kerning geralmente tiram espaço de combi-
nações como Av, Aw, Ay, 1\., 'A, C e de todas as combinações nas
quais o primeiro elemento é T, V, W, ou Y e o segundo elemento
é a, c, d, e, g, m, n, o, p, q, r, s, u, v, w, x, y ou z. Nem todas essas
-Tov
combinações ocorrem em inglês [ou em português], nias qualquer
sistema de kerning deveria acomodar nomes como Tchaikovsky,
Tmolos, Tsimshian, Vásquez, Château d'Yquem e Ysaye.
Normalmente, a tabela também adiciona espaços a seqüên-
Tõpf
cias C!1mo f;f),f],f?, f!, (f, [f, (J e[). Em alguns itálicos é preciso
adicionar espaços aos pares gg e gy. Se o seu texto incluir esses
pares, outras seqüências - gf, gj, qf e qj, por exemplo - também (j")
poderão precisar de atenção.
O kerning de combinações envolvendo virgulas e pontos
- tais como r, I r./ v, I v./ w, I w./ y, e I y. - é comum, especialmente
em tamanhos maiores. Mas cuidado com combinações como F./ w,f'
P./ T. I V. As maiúsculas precisam do sen espaço e algumas combi-
nações são facilmente enganadoras. P.F. Didot pode ser lido como
R E Didot se o kerning ali for feito com muito entusiasmo.
Os algarismos são normalmente omitidos das tabelas de
kerning, mas não raro necessitam dele mais do que as letras. A
maioria das fontes, metálicas ou digitais, é equipada com alga-
rismos tabulares - que possuem a mesma largura de composição,
para que as suas colunas possam se alinhar. Se você for forçado
a utilizar uma fonte assim, precisará lançar mão de uma terapia
intensiva de- kerning. Uma boa fonte de texto, em vez disso, irá
oferecer-lhe algarismos proporcionais. Uma fonte digital no for-
mato OpenType poderá colocar quatro opções à sua disposição:
algarismos alinhados proporcionais e tabulares (titulares) e al-
garismos de texto proporcionais e tabulares. Quando utilizados
em um texto, é provável que os algarismos necessitem de algum
41
kerning em relação a si mesmos e ao traço ene, não importa q~al
seja o seu corte.
Seja qual for o kerning que fizer, certifique-se de que ele
não produzirá colisões com caracteres diacríticos tais como
acentos. A palavra Volta pode receber um kerning mais estreito
do que a palavra Vô em muitos tipos; o mesmo acontece com
Movimento a palavra Tempo em relação à palavra Ténis. Atente também
horizontal para o efeito composto de kernings sucessivos. Os apóstrofos de
I:Hôtel e Dl\rtagnan podem ser bastante aproximados, mas duas
aproximações em seqüência no nome CAnse aux Meadows irão
produzir urna colisão.
1740-1900 1740-1900
Numerais da Sabon sem keming, à direita, e com bom keming, à esquerda.
42
com o contexto) já existem há uma década e é possível que um
dia venham a se tornar a norma. Até o momento, são raridades.
entreletra entreletra
Quando as letras são maltratadas dessa maneira, suas reservas
de legibilidade se esgotam. Nessa hora, não lhes resta mais nada
a não ser decepcionar e brutalizar o leitor.
43
ao mesmo tempo. Entre as maneiras de deixar tal oportunidade
escapar, duas são muito apreciadas: abrir grandes precipícios de
espaço sobre os quais o olho não consegue saltar sem a ajuda da
mão e utilizar linhas pontilhadas pouco esclarecedoras que for-
çam o olho a caminhar cabisbaixo pela largura da página como
se fosse um. prisioneiro sendo escoltado de volta à cela.
Movimento Os exemplos seguintes mostram duas das muitas maneiras
horizontal de lidar com uma lista. Separar títulos e números, alinhar um à
esquerda e outro à direita, com ou sem pontilhado, irá apenas
embaralhar a informação:
Introdução 7
Capítulo 1 O sexo mágico dos centauros 11
Capítulo 2 O sonho de Poliphilo 43
Prólogo • página 5
Pontos em que o acordo é possível • página 9
Difere1was irreconciliáveis • página 11
Conclusão • página 163
fndice • página 164
44
Na tipografia, a medida do espaço horizontal é obtida quase
que inconscientemente, Uma fonte é escolhida e preparada e a
largura da coluna é definida. Quando os tipos são compostos, a
largura é preenchida pelo ritmo variado das formas repetidas das
letras, que são música para os olhos.
Já o espaço vertical é medido de forma diversa. É preciso es-
colher não apenas a altura da coluna ou da página- mas também Ritmo e
uma unidade rítmica básica. Essa unidade é a entrelinha, que é proporção
a distiincia de uma linha de base a outra.
Um tipo de onze pontos com entrelinha de corpo é designado
pela notação n/n. A altura teórica do tipo é de n pontos (do
topo do d à base do p, se o tipo for de corpo cheio), e a distância Um tipo tem corpo
da primeira à segunda linha de base também é de n pontos. Se cheio quando as
extremidades
você 3;dicionar dois pontos à entrelinha, esse valor irá mudar para superiores e
n/ 13. O tamanho do tipo permanecerá inalterado, mas a distância inferiores do tipo
entre as linhas de base terá aumentado para 13 pontos e o tipo coincidem com os
limites verticais
terá mais espaço para respirar. de sua área de
Q texto deste livro, por exemplo, foi composto em 10/12 x oonstrufão. [NT)
21.Isso quer dizer que o tamanho do tipo é de 10 pontos, que a
entrelioha adicional é de 2 pontos - o que dá un1a entrelinha total
de 12 pontos - e que a largura da linha é de 21 paicas.
Um pequeno texto publicitário ou Ull1 título podem ser com-
postos com entrelinha negativa (18/15, por exemplo), contanto
que as ascendentes e as descendentes não colidam:
este é um exemplo
brj
de entrelinha negativa
Textos contínuos raramente são compostos com entrelinha
erf
negativa e apenas alguns tipos de texto ficam com boa legibilidade"
quando compostos com entrelinha de corpo. A maior parte dos
textos requer uma entrelinha positiva. Especificações como 9/11,
10/12, n/13 e 12/15 são rotineiras. Colunas mais largas requerem
mais entrelinha do que colunas mais estreitas. Tipos mais pesa-
dos precisam de mais entrelinha do que tipos mais leves. Tipos
de corpo grande pedem un1a entrelinha maior do que tipos de Bauer Bodoni e
corpo pequeno. fontes como a Bauer Bodoni, com cor forte e eixo Bembo, ambas
C0ffi40/42.
vertical rígido, precisam de muito mais entrelinha do que fontes
como a Bembo, em que a cor é clara e o eixo se baseia na escrita
manuaL Fontes sem serifa, por sua vez, pedem mais entrelinha
que. suas companheiras serifadas.
45
Uma quantidade extra de entrelinha também é bem-vinda
quando o texto for engrossado por sobrescritos, subscritos, ex-
pressões matemáticas ou pelo uso freqüente de versais. Um texto
em alemão deveria ter uma entrelinha ideal um pouco maior do
que o mesmo texto em latim ou francês, simplesmente em virtude
da maior freqüência de maiúsculas.
Movimento
vertical 2.2.2 Adicione e retire espaços verticais em mtervalos definidos.
47
2.3 BLOCOS & PARÁGRAFOS
49
altura da citação é 5 x 12 = 6o. Esse espaço precisa ser inflado até
atingir um múltiplo de 13 e voltar à batida do texto. O múltiplo
mais próximo de 13 nesse caso é 5 x 13 = 65. O espaço restante
é de 65 - 6o ;:; 5, e 5 + 2 = 2,5, o que não é suficiente. Adicionar
2,5 pt antes e depois não é suficiente para criar uma separação
adequada. O próximo múltiplo de 13 é 6 x 13 = 78, o que já é
Blocos e uma opção mellior: 78 - 6o = 18 e 18 + 2 = 9. Portanto, adicione
parágrafos uma entrelinha de 9 pt antes e depois do bloco e o texto voltará
ao seu alinhamento.
50
provável que nenhum outro recuo próximo de Bo pontos estivesse
sendo utilizado. Nesse caso, o recuo do bloco de citação em verso
teria precisamente esse valor.
51
O livro Hart~ Ru/es alterada por lei em 1998, mas quando se divide ossze em húngaro,
for 0Jmpos1tors o resultado ainda é osz-sze. Em espanhol, as consoantes duplas 11 e
[Regras de Hart
para compos1tores1 rr nunca são separadas (a única hifenização possível na expressão
(39" ed, 1983) inclui arroz con pollo é, portanto, arroz con po-llo).As convenções de cada
um bom e sucinto língua são parte de sua herança tipográfica e devem ser seguidas
guia de regras
de bifenizaçã.o e
normalmente, mesmo na composição de palavras estrangeiras
pontuação isoladas ou em citações breves.
de várias línguas
européias. Seu
gordo sucessor, o 2-4-6Use espaços duros para conectar pequenas expressões
Oxford Guide to numéricas e matemáticas.
Style [Guia de
estllo de Oxford},
editado por Robert
Pode ser que no teclado você enxergue só uma barra de espaço,
Ritter (2.002.), é mas os tipógrafos usam vários espaços invisíveis: o espaço comum,
mais abrangente espaços fixos de vários tamanhos (o espaço eme, o ene, o espaço
mas muito menos
prático. De todo fino, o espaço de algarismo etc.) e o espaço duro ou não-quebrável.
modo, sempre vale O espaço duro pode ser aumentado como se fosse um espaço
a pena consultar normal quando a linha for justificada, mas não irá quebrar com
um manual de
estilo para a a quebra de linha. Espaços duros são úteis para prevenir quebras
língua em questão de linha em sentenças como 6,2 mm, 8 cm, 4 x 4 ou página 3 e
- no francês, capitulo 5·
por exemplo, a
referência é o Quando for necessário quebrar expressões algébricas ou nu-
Lexique des rtgles méricas mais longas, tais como a + b = c, a quebra deve acontecer
typographiques junto do sinal de igual ou de qualquer outra pausa lógica clara.
en usageà
fimprimerie
nationale. 2.4.7 Evite iniciar duas ou mais linhas consecutivas com a
(Paris,1990). mesma palavra.
52
Ai; páginas com mais de duas colunas normalmente ficam melho-
res quando as colunas são compostas com. alturas diversas. É o
equivalente vertical da composição desalinhada à direita. Quando
há apenas uma ou duas colunas principais por: página, tanto as
colunas quanto as duplas de páginas são usualmente compostas
com altura uniforme (exceto nos finais de capítulo ou seção).
Não use entrelinhas adicionais ou entrepalavras expandidas Ritmo e
para equilibrar páginas opostas; é melhor exportar ou importar proporção
linh~s individuais da dupla anterior ou seguinte. A mesma técnica
é utilizada para evitar o aparecimento de viúvas e para aumentar
ou encurtar capítulos que poderiam terminar em miseras poucas
linhas em sua página final. No entanto, esse equilíbrio deve ser
obtido com delicadeza. No fim das contas, nenhuma dupla de
páginas de texto continuo deve receber ou dispensar mais de
uma'linha.
53
HARMONIA&. CONTRAPONTO
3.1 TAMANHO
A mais simples das escalas que existe tem uma nota só. Usar ape-
nas uma nota chama a atenção para parâmetros como ritmo e
inflexão. Os primeiros tipógrafos do Renascimento compunham
seus livros com uma única fonte- ou seja, um tipo de um úni-
co tamanho-, suplementada por grandes iniciais desenhadas à
mão ou gravadas especialmente para as aberturas de capítulos.
Suas páginas mostram como uma só fonte é capaz de produzir
texturas com homogeneidade sensual e variedade rítmica bem
maiores que as de uma máquina de escrever, em que as letras
freqüentemente têm largura, peso e tamanho únicos.
Uma série de tamanhos comuns desenvolveu-se entre os
Alguns exemplos tipógrafos europeus no século 16, sobrevivendo com poucas mu-
dos muitos nomes
danças e adições durante quatrocentos anos. Nos primeiros tem-
antigos dos tama·
nhos tipográficos;_ pos, os tamanhos eram chamados por nomes em vez de números.
6 pt: nonpare1l Quando medida em pontos, a série tradicional é a seguinte:
]pt:minion
8 pt! brevier ou
texto pequeno
9 pt burgeois
ougalliard
10 pt:garamond
ou longprimer
11 pt:paica
a a a a a a aa a aa
6 7 8 9 10 11 12 14 16 18 21 24
aaaa
36 48 6o 72
54
3.2 ALGARISMOS, VERSAIS E VERSALETES
55
Os algarismos de texto eram a forma comum da tipografia
européia entre 1540 e 18oo, mas em meados do século 18, quando
os mercadores e os donos de lojas estavam aptos a escrever mais
números do que letras, os algarismos manuscritos desenvolveram
proporções próprias. Esses algarismos, quase que literalmente
pertencentes a uma "classe média'~ adentraram o âmbito da ti-
O puncionista pografia em 1788, quando um puncionista britânico chamado
elabora a Richard Austin gravou uma fonte contendo algarismos alinhados
punção. que é a
principal matriz. com % da altura das versais para o fundidor John Bell.
na produção
tradicional de Letras e algarismos 1234567890 Bell
tipos. Ela é gravada
ou aberta em em romanos e 1234567890 em itálicos
metal adoçado.
temperada e No século 19- que não foi um bom período para a tipografia
utilizada para
puncionar uma
-os fundidores esticaram esses algarismos até que a altura das
peça de metal versais e os algarismos alinhados virassem norma na tipogra-
O resultado fia comercial. Os tipos renascentistas revivesceram no início do
é a matriz de
produção do tipo.
século 20 e os algarismos de texto voltaram aos livros. Mas os
ou contratipo, algarismos alinhados continuaram a ser rotina no jornalismo e na
que contém o propaganda. Nos anos 1960, as máquinas de fotocomposição, com
seu desenho
vazado. Essa peça suas fontes truncadas, voltaram a transformar os algarismos de
é finalmente texto em raridades. Hoje, as melliores fundições digitais oferecem
acomodada na uma vasta seleção de fontes com algarismos de texto e versaletes,
ferramenta onde
é despejado que costumam ser vendidos separadamente e implicam despesas
o chumbo adicionais, mas são essenciais à boa tipografia. É melhor possuir
líquido que será uma boa fonte com todas as suas partes - incluindo algarismos
tranfonnado
em tipo. [NT] de texto e versaletes- do que cinqüenta fontes incompletas.
É verdade que os algarismos de texto raramente são úteis
em anúncios classificados, mas o fato é que são muito prestativos
para compor tudo o mais, incluindo bons originais de revistas
e jornais. São elementos básicos do discurso tipográfico e um
sinal de civilidade: sinal de que o dinheiro não tem o dobro da
importância das idéias, e também de que os números não temem
se associar em pé de igualdade às letras.
É verdade também que várias excelentes fontes de texto com
e sem serifa foram originalmente editadas sem esses algarismos,
dentre as quais a Méridien de Adrian Frutiger, a Gill Sans de Eric
Gill, a Futura de Paul Renner, a Syntax de Hans Eduard Meier, a
Comenius e a Optima de Hermarm Zapf e a Carmina de Gudrun
Zapf-von Hesse. Em muitas delas há evidências de que os alga-
rismos de texto faziam parte da concepção original e até mesmo
do projeto acabado; após décadas de atraso, alguns dos caracteres
faltantes foram editados. Diante de qualquer fonte desprovida de
algarismos de texto, é razoável indagar se a intimidação ou mesmo
a censura comerciais não foram responsáveis por isso.
Durante boa parte dos séculos 19 e 20, os algarismos alinha-
dos foram amplamente chamados de "modernos"; já os algarismos
de texto eram chamados de "old-style" ~estilo antigo]. Pregava-se
o modernismo como um dever sagrado e os números eram de Harmonia e
certo·modo endeusados. O modernismo não seria nada se não contraponto
fosse. complexo, mas seu evangelho era a simplicidade radical.
Muitos esforços foram feitos para reduzir o alfabeto latino a uma
única versão (o telégrafo, o teletipo e as marquises das salas de
espetáculo, com seus tipos e letreiros sempre em versais, tam ~
bém são produtos daquela época). Esses esforços não vingaram
no tocante ao plano mais geral das letras. Já com os números o
sucesso da campanha foi considerável. As máquinas de escrever
foram desde cedo equipadas com letras de ambas as caixas, mas
seus algarismos se limitaram à caixa-alta. E delas surgiram os
teclados de computador.
Não obstante, a civilização tipográfica parece de~erminada
a prosseguir. Os algarismos de texto voltaram ao cotidiano do
design de tipos, e ademais podem ser supridos retroativamente
às fontes às quais foram prematuramente negados. Por mais co-
mum que seja, o uso de algarismos alinhados em textos corridos
é uma atitude ignorante, que rejeita violentamente a.verdade
das letras.
Essa é uma boa regra para quase todos os casos, com exceção de
acrôl'l;imos geográficos de duas letras e de nomes próprios. Assim:
3:00 AM,J:OO PM, II Guerra Mundial OU WWII (em inglês], OAS,
OTAN, OMS e OMC; mas JFK e Fr. J.A.S O'Brien, OMI; o HMS
Hypothesis e o u ss Ticonderoga; Washington, D C e Brasilia, DF;
o Prelúdio e Fuga em B~ menor, BWV 867, de J.S. Bach.
Muitos tipógrafos preferem utilizar,versaletes para abrevia-
ções postais (Rio de Janeiro, RI) e para siglas geográficas com mais
de duas letras. Assim: EUA [ou USA, em inglês] e Sydney, NSW.
Mas é preciso ser consistente quando abreviações longas e curtas
caire111 juntas. Do ponto de vista do tipógrafo, é preferível usar
versaletes em tipos com detalhes refinados e pequena altura-x,
e versais em tipos com grande altura-x e formas robustas.
57
Os versaletes genuínos não são simplesmente versões enco-
lhidas das versais. Eles diferem delas no peso do traço, na entre-
letra, nas proporções internas e na altura. Um bom conjunto de
versaletes é desenhado como tal desde o início. Espessar, encolher
e esmagar as capitulares com comandos pré-fabricados de mo-
dificação digital irá produzir apenas uma paródia.
Algarismos, Os versaletes inclinados- AB CDBFG -foram desenhados
versais e e gravados para um número relativamente pequeno de fontes
versa/etes na história do desenho dos tipos. Eles podem ser falsificados
., com maquinário digital, inclinando-se os romanos, mas é me-
lhor escolher uma fonte que os inclua (como é o caso desta aqui
utilizada, Minion de Robert Slimbach); caso contrário, o melhor
é continuar a viver sem eles. Algarismos inclinados (itálicos), por
outro lado, são demandas básicas e estão disponíveis em quase
todas as boas fontes de texto.
3·3 I:IGATURAS
59
Embora não seja O inglês continua a absorver e a criar novas palavras - Jjord,
uma língua franca
internacional,
ga.ffhook, haljback, hors d'reuvre - que pedem mais ligaturas do
o português é que a lista latina fornece. Como língua internacional, também
falado por mais de precisa acomodar nomes como Youngfox, ai-Hajji e Asdzqq Yolgai,
duzentos milhões que às vezes êxigem do alfabeto romano coisas que os primeiros
de pessoas em
diversos países, designers não previam. No mundo digital, alguns desses caracteres
e não cessa compostos podem de fato tomar conta de si: não há nenhuma
de incorporar demanda premente pela pré-fabricação especial de um fb ou de
vocábulos
estrangeiros ao um fh se as letras isoladas puderem ser digitalmente justapostas
seu léxico. {NT] com limpeza_ Já em trabalhos de display elas podem ser cruciais.
Designers mais recentes, atentos a essas exigências polilíngües,
muitas vezes simplificaram o problema desenhando tipos em
oue nenhuma seqüência de letras envolve colisões.
6o
Se o seu programa insere ligaturas automaticamente, pro-
cure certificar-se de que (1) o programa está ioserindo todas as
ligaturas que você deseja e nenhuma que você não deseja e (2)
essas ligaturas permanecem onde são colocadas.
ff fi fl ffi ffl
A fonte Bembo, composta com ligaturas (acima) e sem ligaturas (abaixo)
fi fi fi fi fi fi fi fi
Combinações com e sem ligaturas na Sabon (à esquerda) e na Trump Me·
diával (à direita). Em fontes como essas as ligaturas de f são opcionais, e a
maioria delas possui apenas um conjunto parcial.
61
Alguns programas que inserem ligaturas automaticamente
também irão removê-las assim que as letras forem espacejadas. Se.
você deixar que o seu programa justifique as linhas adicionando
espaços entre as letras, pode ser que descubra ligaturas presentes
em uma linha e ausentes em outra. A melhor solução para isso
é a justificação inteligente: não deixe o programa espacejar o
Lígaturas texto normal.
62
Por ora, considere apenas a sociologia dos tipos. Que tipos de
famílias e de alianças eles formam?
A união entre as letras romanas em caixa-alta e em caixa-
Aa
baixa - na qual as maiúsculas têm a primazia da antigüidade
e as minúsculas têm o poder- tem-se mantido firme por doze
séculos. Essa monarquia constitucional do alfabeto é uma das
instituições culturais européias mais duradouras.
As capitulares ornamentadas, os versaletes e os algarismos
de texto foram os primeiros agregados dessa união. No inicio, os
c cC
itálicos eram uma tribo separada; recusavam se associar com as
minúsculas romanas, mas formavam alianças próprias com as ver-
sais e os versaletes romanos (não-itálicos).A caixa-alta inclinada
Dd
foi desenvolvida apenas no século 16. A essa altura, os romanos,
itálicos e versaletes já formavam uma aliança tribal ampliada, e a
maior parte das famílias tipográficas continua a inclui-los.
EeEe
Os tipos condensados e bold viraram moda no século 19)
desbancando parcialmente os itálicos e os versaletes. Os pesos
bold e os conjuntos de algarismos titulares têm sido adiciona-
:Ff
dos retroativamente a muitas fontes antigas) embora careçam
de qualquer justificativa histórica. As fontes de texto antigas,
quando convertidas do metal para o formato digital, aparecem
normalmente disponíveis em duas versões fundamentalmente
diferentes. As melliores fundições digitais fornecem autênticas
reconstruções; outras fornecem fontes sem versaletes~ algarismos
de texto e outros componentes fundamentais, e costumam ainda
sobrecarregá-las com o fardo de um bold postiço.
Entre as fontes de texto recentes, duas estruturas familiares
básicas se tornaram comuns. O modelo simplificado é composto
apenas por romanos, itálicos e algarismos de título em vários pe-
sos -light, medium, bold e black, por exemplo. As estrutura!> mais
elaboradas incluem versaletes e algarismos de texto, embora estes
por vezes estejam presentes apenas nos pesos mais leves.
Uma família com todos esses elementos forma uma série
hierárquica, que se baseia não na ascendência histórica, mas na
adaptabilidade geral e na freqüência de uso. E a série funciona
dessa maneira por força não tanto do costume quanto de questões
fisiológicas. A monumentalidade das maiúsculas, o volume dos
tipos bold, o fluxo caligráfico e (na maioria das vezes) a inclina-
ção do itálico destacam-se de modo eficaz sobre um fundo ro-
mano pacífico e predominantemente perpendicular. Experimen-
te reverter essa ordem: o texto não irá apenas parecer peculiar;
irá também causar desconforto físico ao leitor.
Primárias: caixa-baixa romana 1.1
Secundárias: Caisa-alta Romana 2.1
VBRSALETES ROMANOS 2.2
algarismos de texto romanos: 123 2-3
caixa-baixa itálica 2.4
Famílias Terciárias: Cx. .71/ta. 1tálica (jenulna. (Cursiva.) & Caudal 3.1
e alianças algarismos de texto itálicos: 123 3-2
tribais VBRSALBTBS INCLINADOS 3-3
Algarismos de Título Romanos: 123 3-4
caixa-baixa bo1d 3-5
Em inglês, as letras Quaternárias: Caixa-a/ta Itálica Falsa (Inclinada) 4-1
caudais {também Caixa-alta Bold
~da.
4-2
de caudatas) são VBRSALBTBS BOLD 4-3
conhecidas pelo algarismos de texto bold: 123 4-4
termo swash. [NT] caixa-baixa itálica bo/d 4·5
Quinárias: Algarismos de Título Itálicos: 123 5-1
Caixa-alta Itálica (Inclinada) Bold 5-2
algarismos de texto itálicos bold: 123 5-3
Algarismos de Título Bold: 123 5-4
Hexárias: Algarismos de Título Itálicos Bold: 123 6.1
~ --it1L.-Ias-V-ER---,s~lETES
familia tipográfica
r
convencional
I l r-I
{os fios mais
pesados indicam a
I VBRSALBTBS VERSAIS b INCLINADOS
extensão básica da
familia nuclear).
bold I caixa- ~-aixa O tipógrafo
pode mover-se
caixa diretamente ao
baixa longo de qualquer
uma das linhas
I l_ 'VERSJ17S - por exemplo.
da minúscula
I CJ1'11'DJ17S & romana para a
VERSArS itálicas bold VERSAIS minúscula bold, ou
BOLD caixa-baixa INCLINADAS para a maiúscula,
e e 1 l m mu u
Baskerville romana e itálica. A Baskerville tem um fluxo caligráfico menor
do que a maioria das fontes que a precederam, mas as serifas do itálico são,
como em suas predecessoras, transitivas e ob/fquas, mostrando o caminbo
da pena letra a letra. As serifas romanas são reflexivas e niveladas, amarrando
as letras em uma mesma linba.
66
e marcar classes específicas de informação, desenvolveu-se no
século 16 e floresceu no 17. Os tipógrafos barrocos apreciavam
a atividade extra criada por essa mistura de fontes na página e
a convenção tornou-se de tal modo útil para editores e autores
que nenhuma mudança subseqüente no gosto tipográfico con-
seguiu afugentá·la de todo. A modulação entre. o romano e o
itálico é hoje uma técnica tipográfica básica e rotineira, mais ou Além das familias
menos como a. modulação musical entre os tons maior e menor que consistem
de romanas
(o sistema que fez a conexão entre esses tons é, obviamente, outra inclinadas e eretas,
invenção barroca). existem agora
Desde o século 17, muitas tentativas procuraram frear a na- muitas famílias
compostas de
tureza cursiva e fluida do itálico, redesenhando-o segundo o mo- itálicos inclinados
delo romano. Muitos tipos assim chamados "itálicos desenhados" e eretos (ou quase
nos últimos duzentos anos não passam de romanos inclinados, eretos).A fonte
Zapf Chancery, de
também conhecidos como oblíquos. Há também muitos híbridos Hennann Zapf
entre eles. (ITC,1979) é um
À medida que os tipos itálicos minúsculos se metamorfo- exemplo disso.
A "romana" é
seavam em romanos inclinados, suas proporções também eram uma it.llica com
alteradas. Assim é. que muitos dos itálicos (mas não todos) são uma inclindção
de 5% a lO% mais estreitos do que seus companheiros romanos. de 4°; a "itálica"
também é uma
Por outro lado, muitos dos romanos inclinados (com exceção itálica, mas com
dos desenhados por Eric Gill) são tão ou mais largos do que seus versais caudais e
companheiros romanos eretos. inclinação de.14°.
Outro exemplo
é a Cerigo, de
Jean·Renaud Cuaz
1 adefmpru adefmpru [19 pt]
(ITc, 1993), em que
a "romana" é uma
it.llicacom uma
2 adefmpru adefmpru [18 pt] inclinação de 0° e
a "itálica" é, em
67
•
Os tipos itálicos renascentistas foram desenhados para per·
mitir a leitura contínua, e os itálicos modernos, baseados em prin~
cípios similares, tendem a possuir virtudes parecidas. Os itálicos ·
barrocos e neoclássicos, por sua vez, foram desenhados para servir
de fontes secundárias, e o melhor é deixar que façam seu papel. Já
os romanos inclinados são, em geral, tipos de subordinação ainda
Famílias mais fiel. Eles nos têm acompanhado por dez séculos ou mais, mas
e alianças rararuente conseguiram superar o status de dublês caligráficos ou
tribais de perturbações momentâneas dos romanos eretos.
Os programas de composição digital podem distorcer as
letras de muitas maneiras: estreitando; expandindo, delineando,
sombreando, inclinando e assim por diante. Se a única diferença
entre a romana e a fonte que a acompanha fosse a inclinação, a
romana sozinha já seria suficiente para o computador: versões
inclinadas poderiam ser produzidas à vontade. Mas a itálica não
é a romana inclinada, e mesmo uma boa romana oblíqua é mais
do que simplesmente uma romana com uma inclinação.
A inclinação eletrônica direta das letras muda o peso dos
traços verticais e inclinados, enquanto o peso dos traços horizon-
tais permanece o mesmo. Os traços que correm de noroeste para
sudeste na forma original- como a haste direita do A ou as curvas
superior direita e inferior esquerda do O - são rotacionados e
tendem à verticalidade quando a letra é inclinada. A rotação faz
com que eles ellgrossem. Mas os traços que correm de nordeste
para sudoeste, tais como a haste esquerda do A e as outras curvas
do O, sofrem uma rotação que os distancia ainda mais do eixo
vertical: ela os afina. A curvatura dos traços também é alterada
nessa metamorfose. As inclinações naturais de um calígrafo dese-
nhando uma romana inclinada diferem do que é conveniente para
a máquina. Mesmo o "itálico'' das maiúsculas, que hoje raramente
passa de wn romano inclinado, requer wn desenho e wna edição
individuais para alcançar uma forma perene.
Os programas de desenho e edição de fontes digitais con-
tinuam a melhorar graças aos esforços conjuntos de calígrafos,
tipógrafos e engenheiros. Nesse processo, eles continuam a mi-
metizar de um modo cada vez mais aproximado aquelas ferra-
mentas primitivas e sutis que estão na raiz de toda tipografia: a
régua tipográfica, o pincel, o cinzel e a pena. As regras capazes
de transformar as romanas em boas romanas inclinadas, e não
em paródias de si mesmas, podem certamente ser depreendidas
da análise minuciosa da prática dos melhores escribas. Se certas
partes do seu procedimento podem ser definidas com precisão
68
mecânica, também podem ser confiadas às máquinas·. Mas as
regras de transformação de uma romana. em uma itálica não
podem ser definidas claramente, pois tais regras não existem.
Como as maçãs e as bananas, os dois tipos de letra têm diferentes
genealogias. Eles formam uma herança comum e compartilham
uma mesma origem evolucionária, mas nenhum deles é uma
modificação do outro. Harmonia e
contraponto
AAA 000
A Adobe Caslon romana, a mesma romana indinada eletronicamente e as ver-
sais itálicas verdadeiras desenhadas. A inclinação média do itálico é de 20e.
aaa ooo
A Palatino romana, a mesma romana inclinada eletronicamente e a itálica.
:JLE:M~STY
Versais itálicas verdadeiras: as formas caudais da Minion itálica de Robert
Slimbach. ~a estrutura, não a inclinação, que define as letras itálicas.
3·5 CONTRASTE
70
FORMAS & DISPOSITIVOS ESTRUTURAIS
4·~ ABERTURAS
71
A maioria das tentativas frustradas de criar um título fica
entre esses dois extremos, e o problema delas é que o título muitas
vezes espalha seu peso ao redor, desequilibrando e descolorindo a
página. Se ele for composto em um tamanho maior do que o do
texto, é quase sempre melhor fazê-lo com uma fonte de título leve
em caixa-alta e baixa, ou com uma versão mais leve da fonte de
As versais texto. As versais vazadas (como as iniciais da Castellar nas páginas
vauda.oão 74 e 176) são outro dispositivo que os tipógrafos têm utilizado
bastante
conhecidas desde o século 15 para ganhar tamanho sem peso excessivo.
pelo termo Há outras maneiras de criar letras grandes de peso leve, mas
inglês inline e algumas delas aparecem apenas na hora de produzir as chapas ou
em menor grau
pelo francês de inlprinlir. O tipógrafo pode, por exemplo, reticular o tipo (isto
gravé. Há ainda é, quebrar a imagem com um filtro óptico ou eletrônico) ou, se o
outro termo orçamento permitir, instruir o impressor para que ele o imprima
em português,
claruulo, que com uma segunda tinta de um tom mais pálido.
tem origem no
40 50
termo italiano
schiarito. [mJ
lílJ. 20 30
6o 70 8o 90 100
Texto reticulado. Os números indicam a porcentagem de cobertura de tinta
permitida pela retfcula.
72
ou transformar-se em um modelo de arquitetura encantadora,
engenharia hábil e economia simples. Amplos gramados subur-
banos e largos quintais tipográficos podem ser desoladores e
vazios~ mas também podem ser acolhedores e graciosos. Podem
exibir verdadeiros tesouros, tais como o tesouro do espaço vazio,
mas também podem ser recheados com os souvenirs das boas
intenções do tipógrafo. Bebedouros de pássaros neoclássicos, Formas e
anões de jardim e flamingos de um rosa desbotado, todos têm o dispositivos
seu equivalente no mundo tipográfico. estruturais
73
düecrarn,quoadusque
ipsa velit."
OCULETUR ~ OX DILECTI MEl;
me osculo oris sui; quia ecce íste.venit, saliens
meliora sunt ubera tua m montibus, transüiens
Aberturas vino, 'I fragantia unguentis colles. 'I Similis est düectus
optimis. Oleum effusum meus capreae, hinnuloque
nomen tuum; ideo adoles- cervorum. En ipse stat post
O tenno capitular mais fortes com a tradição dos escribas e das prensas tipográfi-
baixada é preferido cas. O preparo e o espacejarnento das capitulares baixadas são
a capitular
rebaixaJa, que pode expedientes que os tipógrafos fazem por diversão, para testar sua
produzir confusão, habilidade e sua intuição visual. Compor a primeira palavra ou
pois também indica frase após a capitular em versais, versaletes ou bold, para criar uma
o rebaixamento
próprio da retícula ponte entre a capitular e o texto comum, também é uma prática
de impressão. [NT} recorrente. Alguns exemplos disso são mostrados acima.
74
Se a letra inicial for A, E ou o, pode surgir a seguinte ques·
tão: a letra inicial é ela mesma uma palavra? A resposta. a essa Em inglês, o
questão deve aparecer no espacejamento do texto em relação à mesmo acontece
com as iniciais
capitular. Se a primeira palavra do texto for Amoral, por exemplo, A,leO[NT}
um espaço muito grande entre a inicial A e o resto da palavra
estará fadado a criar: confusão.
Formas e
4.1.5 Se. o texto iniciar com uma citação, inclua as aspas iniciais. dispositivos
estruturais
AB aspas têm uma tradição que remonta aos escribas na qualidade
de sinais editoriais adicionados post facto aos textos de outras
pessoas, mas só vieram a se transformar em rotina tipográfica no
final do século 16. Por essa época, elas eram comumente omitidas
das aberturas dos textos por interferirem nos hábitos estabeleci·
dos do posicionamento de grandes iniciais. Alguns manuais de
estilo ainda prescrevem essa concessão à conveniência como uma
regra de procedimento. A tipografia digital, no entanto, simplifica
o controle do tamanho e do posicionamento das aspas de abertura,
independentemente de o texto começar com uma versai ou não.
Em respeito ao leitor, as aspas devem aparecer.
Os títulos podem assumir muitas formas, mas uma das primei· O termo saliente
ras escolhas a fazer é determinar a sua simetria ou assimetria. (Jumging) substitui
com vantagens
Títulos simétricos, dispostos no centro da largura da coluna, são alguns termos
conhecidos pelos tipógrafos como títulos centralizados. Títulos em uso tais
assimétricos normalmente tomam a forma de títulos laterais à como pendurado,
avançado ou
esquerda, que podem ser alinhados, salientes ou levemente re- mesmo recua®
cuados da margem esquerda. Títulos laterais à direita funcionam para fora. [NTj
bem em certos contextos, mas freqüentemente ficam melhores
como títulos do que como subt!tulos. Um titulo curto q>mposto Esses princípios
em uma linha e alinhado à. direita precisa de tamanho e peso são obviamente
revertidos na
substanciais para evitar que o leitor o ignore completamente. composição de
Uma maneira de dar proeminência aos títulos sem aumentá- alfabetos legíveis
los é compô-los inteiramente dentro da margem, como acontece da direita para a
esquerda, tais como
com os títulos correntes (ou cabeças laterais) utilizados ao longo o .árabe e o hebraico..
deste livro.
75
Utilize tantos níveis de titulo quantos precisar: nem mais>
4.2.2
nem menos.
4·3 NOTAS
77
..-.... Título principal de seção ..-....
E UM HOMEM gasta a metade do seu dia caminhando no
§ bosque por amor ao bosque, de corre o risco de ser tratado
como um nefelibata; mas se .agir como um especulador o
dia inteiro, desmatando o bosque e fazendo com que a- terra fique
Titulas e descalvada antes do seu tempo, será estimado como um cidadão
subtítulos industrioso e empreendedor.
SUBTÍTULO PRINCIPAL
~Não sei ao certo, mas ler um jornal por semana é demais. Tentei
fazê-lo recentemente, e durante tanto tempo que fiquei com a
impressão de não estar habitando a região onde nasci. O sol, as
nuvens, a neve, as árvores não me. dizem muita coisa ..•.
Nosso próprio intelecto deverá ser pavimentado com paralelepí- Os textos destas
pedos: sua fundação quebrada em fragmentos para que as rodas da páginas foram
extraídos da obra
viagem passem por cima; e se você quiser saber qual é o material Life Without
capaz de, produzir o pavimento mais durável, basta olhar para Principie, de HENRY
DAVID THORBAU,
dentro de algumas de nossas mentes .••
publicada pela
primeira vez
tf8 SUBTÍTULO CENTRALIZADO ORNAMENTADO 1f-& em 1863. O tipo
utilizado na
página oposta é
Não leia- o Times. Leia o Eternities ... Até mesmo os fatos da o Adobe Caslon
ciência podem empoeirar na mente por causa de sua secura, a 10/l'l. x 21, e nesta
não ser que sejam de um certo modo apagados a cada manhã, ou página o Monotype
Centaur & Arrigbi
melhor, fertilizados pelas unúdades da verdade fresca e viva. regravado 11/t2 X 21
79
No texto principal, os algarismos sobrescritos são utilizados para
indicar not~ porque eles diminuem a interrupção da leitura. São
coadjuvantes tipográficos: sua pequenez exprime sua importância
relativa e sua posição elevada os mantém fora do fluxo do texto
principal e faz com que sejam mais fáceis de achar. já na própria
Bo
quanto tipográficos. Se a tabela não for planejada de forma legível
desde a sua autoria, o tipógrafo que queira torná-la legível terá
de recompô-la ou reprojetá-la desde o início. Para alternativas
Assim como o texto, as tabelas ficam canbestras quando abor- gráficas de tabelas
tipográficas, ver
dadas de forma puramente técnica. Boas soluções tipográficas não Edward R. Thfte.
costumam surgir em resposta a perguntas do tipo "Como posso 1he VlSual Displü.y
enfiar: essa quantidade de caracteres naquele tanto de espaço?': ofQuantitative
Information
Mas se as tabelas forem abordadas como uma outra forma de IA visualização
texto, que deve ser tão boa de ler. quanto de olhar, vários princí- de informações
pios ficarão claros:: quantitativas1
(:2.•ed.,2001)
1 Todo o texto deve correr na horizontal ou, em casos mais raros, e Envisioning
obliquamente. Compor títulos de coluna na vertical para ganhar Information
espaço é bastante factível se o texto estiver em japonês ou chinês, {Visualizando
a infonnação]
mas não se tiver sido escrito no alfabeto latino. b990).
2 Letras pequenas demais ou estreitas demais para uma leitura
confortável não fazem parte da solução.
3 A mobília (fios, caixas, pontos e outros guias da viagem pelo
espaço tipográfico) deve ser reduzida ao mínimo e a informação
deve ser enfatizada ao máximo.
4 Onde forem absolutamente necessários, fios, blocos de cor ou
outros guias e divisores devem correr nas seguintes direções pre-
dominantes: verticalmente no caso de listas, índices e algumas
tabelas numéricas, e horizontalmente nos demais casos.
5 Um fio que separa a primeira ou a última coluna da tabela do
espaço em branco adjacente não costuma ter função alguma.
6 Uma tabela- como qualquer outro texto em várias colunas- deve
conter: em si uma quantidade adequada de espaço em branco.
81
Linhas pontilhadas, que levam o olho de uma palavra ou
número a outra ou outro, são raramente benéficas nas tabelas.
8 98 998
9 99 999*
10 100 1000
11 101 1001_
82
Tabelas simples e listas de itens emparelhados, como as amostras
de sumários na página 44, ficam quase sempre melhores quan-
do alinhadas umas contra as outras, com a coluna da esquerda_
alinhada à direita e vice-versa. Relatórios financeiros e outras
tabelas numéricas normalmente seguem o padrão oposto: uma
coluna de palavras à esquerda é alinhada à esquerda e as colunas
de algarismos subseqüentes são alinhadas à direita ou na virgula Formas e
decimal. Qualquer caractere que se repita- um sinal de multipli- dispositivos
cação ou de igual, por exemplo - é um forte candidato ao posto estruturais
de caractere de alinhamento tabular. No entanto, muitas colunas
com vários alinhamentos diferentes podem gerar um enorme caos
visual. Nesses casos, é melhor às vezes compor todas as colunas
(ou a maioria delas) alinhadas totalmente à direita ou à esquerda
em nome da clareza geral.
ss
SÍMBOLOS NÃO ALFABÉTICOS
86
Os calígrafos romanos faziam as letras de suas inscrições
com um pincel chato, que seguravam com a mão direita. Grosso
em uma direção, fino na outra, como uma pena caligráfica, ele
produz um traço modulado, isto é, o peso do traço varia de modo
previsível de acordo com a direção. Um exemplo disso é a letra O.
Como o escriba segura o pincel em sua mão direita, os traços são
mais grossos na direção noroeste/sudeste, na inclinação natural
do antebraço e da mão. Usando o mesmo pincel, os calígrafos
romanos também desenvolveram a sutil coreografia de giros e
torções no final dos traços, que produz a imperial serifa romana.
As maiúsculas romanas retêm essas formas há dois mil anos. Tanto na escrita
asiática quanto
na européia, os
traços modulados
são normalmente
Quando o ponto médio é feito do mesmo modo com a mesma serifados e os traços
sem modulatão não
ferramenta, transforma-se em uma cunha pequena e encurvada, Serifas pinceladas
uma torção do pincel no sentido horário, com uma pequena cauda. transitivas são
Ao cair para a linha de base, esse ponto com cauda se converte evidentes no tipo
mincho acima,
na nossa vírgula. As mesmas tradições inscricionais e caligráficas desenhado por
nos deixaram outras marcas úteis, tais como os dois-pontos(:), a Takaichi Hori. Os
barra oblíqua (/),o hífen (-) e o travessão (-ou-). mesmos kanji e
kana são mostrados
abaixo em um
5.1.2 Use símbolos não alfabéticos e diacríticos em consonância tipo não-serifado
com a fonte básica. desenhado por
Yasubumi Miyake.
Mm eh o katsifji. ou
Uma fonte de tipos normal contém hoje aproximadamente duas "escrita da Dinastia
dúzias de formas que resultam da mutação de alguns poucos Ming", é, de um
modo grosseiro, a
sinais ancestrais de pontuação (ponto, vírgula, ponto-e-vírgula, contrapartida da
aspas, colchetes, parênteses, traços e assim por diante). Inclui romana serifada
também cerca de uma dúzia de sinais diacríticos (acento agudo, -mas a estrutura
de sua serifa é
grave, circunflexo, til, ogonek, trema e outros), alguns logogramas mais cursiva, como
legais e comerciais(@#$% %o etc.) e alguns sinais aritméticos. a do itálico.
Nos conjuntos de caracteres latinos ISO (tabelas de fontes defini-
das pela Org~ização Internaciqnal de Normalização e utilizadas
atualmente como nm padrão pela maioria das fundições digitais
na Europa e na América do Norte), o número de símbolos não
alfabéticos supera o alfabeto latino básico na proporção de três
para. um.
Em algwnas fontes, esses caracteres não alfabéticos são be-
lamente desenhados; em outras simplesmente não têm desenho.
Muitas vezes eles são apenas emprestados de uma outra fonte, que
pode ter sido desenhada_ com peso e estilo diferentes.
Muitos caracteres não alfabéticos são notórios por seu mau
desenho e devem ser sempre inspecionados na avaliação de
uma nova fonte. Entre eles estão os colchetes [ ], freqüentemente
escuros demais; os parênteses ( ), muitas vezes simétricos e finos
demais; o asterisco *,o sinal de parágrafo S" e o sinal de seção §,não
raro duros e insípidos, e o sinal numérico#, usualmente grande
Estilo não demais para. qualquer uso mais interessante que a identificação
alfabético dos números telefônicos das propagandas de cadeias de lojas
l}.Orte-americanas. As fontes equipadas com boas versões desses
caracteres freqüentemente precisam emprestá-los àquelas que não
os têm. Mas nem toda boa versão irá resolver o problema.
a*&§&';!?
r234:-56tz
Caracteres não alfabéticos neoclássicos à maneira de John Baskerville, acima,
e os não alfabéticos neo-humanistas da Palatino de Hermann Zapf, abaixo.
Assim como as letras, eles diferem de um tipo para outro e de um perfodo
histórico para outro- e diferem essendalmente do mesmo modo.
a*&§&';!?
123456tz
O tipo Baskerville, um exemplar neoclássico do século 18,
requer um asterisco neoclássico, com um número par de lóbulos
- cada um deles com a forma simétrica de uma gota. Mas um tipo
neo-humanista do século 20 como o Palatino requer um asterisco
com um caráter mais caligráfico - com lóbulos mais afiados e
levemente assimétricos, pendendo para_ um número mais próxi-
mo de cinco que de seis e mostrando o traço da pena caligráfica.
Fontes bem-feitas são distinguíveis por diferenças similares nos
pontos de exclamação e de interrogação, nas aspas e na vírgula.
Nem mesmo simples pontos são facilmente intercambiáveis.
Uns são elípticos, outros têm forma de, diamante e alguns são
88
quadrados em vez de redondos. Seu peso e seu espacejamento
também variam. A invisibilidade visível dos sinais de pontuação,
que é essencial à sua função, depende desses detalhes. O mesmo
acontece, por conseguinte, com a invisibilidade visível do tipo
como um todo. Na república da tipografia, mesmo o sinal mais
humilde e incidental é considerado um cidadão.
Vale a pena olhar mais de perto para os hífens. Eles já foram mais
sutis e variados do que tendem a ser hoje. O hífen era original-
mente um simples traço da pena, normalmente o traço mais fino
que podia ser obtido com a pena caligráfica, em um ângulo de 20°
a 45° acima da horizontal. Para distinguir o hífen da vírgula (que
também podia ser escrita como um traço simples e inclinado),
ele era freqüentemente dobrado, como um sioal de igual subindo
montanha acima.
Muitos tipógrafos renascentistas preferiam usar o hífen
inclinado com o itálico e o horizontal com o romano. Outros mes-
davam-nos a_ esmo- uma das várias técnicas usadas então para
dar um toque de variedade caligráfica à página tipográfica. Mas
após a morte do mestre impressor Robert Estienne em 1559 e de
Claude Garamond em 1561 o horizontal passou a ser a norma.
Em sua maioria, os hifens hoje em oferta são curtos, ásperos,
grossos e perfeitamente horizontais, como se viessem refugiados
Estilo não de uma fonte Helvetica.Às vezes essa escolha pode ser atribuída
alfabético ao designer, outras não. O hífen duplo desenhado por Hermann
Zapf em 1953 para a sua fonte Aldus, por exemplo, foi omitido
quando a fonte foi publicada para venda em 1954. A Centaur
f.ffidida desenhada por Bruce Rogers tinha um hífen inclinado
a 48°, mas a Monotype colocou uma barra horizontal no seu
lugar ao adaptá-la para composição mecànica em 1929.A versão
original da Electra de W.A. Dwiggins tinha um hífen sutilmente
cônico, inclinado a 7°; cópias posteriores substituíram-no por
uma forma insossa e anônima.
Se você estiver tentado a redesenhar uma fonte existente com
um editor digital, o hífen é um bom caractere para começar. Ele
é comparativamente simples, e você poderá talvez restaurar as
intenções originais do designer, em vez de subvertê-las.
Algumas poucas alternativas ao insosso hífen horizontal
ainda estão em circulação, e vale a pena surrupiá~Ias para opor-
tunamente utilizá-las em outros tipos. O hífen da Monotype
Poliphilus é inclinado (como no desenho original) a 42'. Na
Monotype Blado (a companheira itálica da Poliphilus) o hífen
inclina-se a 35° e é cónico. Os hífens da maioria das fontes de
Poliphilus& texto de Frederic Goudy são inclinados em àngulos que variam
BlaM, acitna; de 15° a 50°. Algumas versões digitais preservam essa caracterís-
Kennerley. abaixo.
tica, e outras são mais homogêneas. Hifens inclinados e. cónicos
também podem ser encontrados em muitos dos tipos de Oldfich
g--h Menhart (na versão original de sua Figural, por exemplo, o cone
do hífen romano vai numa direção e o do itálico na outra). A
Arrighf de Frederic Warde, a Photina itálica de José Mendoza e
g--h a Trajanus de Warren Chappell têm hífens horizontais, mas com
serifas assimétricas, que lhes dá um leve. movimento angular. O
hífen da Trinité de Bram de Does - um modelo de sutileza - é
essencialmente horizontal e sem serifa, mas tem um leve toque
caligráfico ao final.
bem-jeito/olho-de-boi
Arrighi de Frederic Warde à esquerda; Trajanus de Warren Chappell à direita.
90
Os hífens já variaram consideravelmente em comprimento,
mas a maioria agora obedece ao padrão de um quarto de eme.
Àf; vezes um hífen mais curto é melhor. Alguns dos econômicos
hifens holandeses de Gerard Unger e de Martin Majoor (em
tipos como Swift, Flora e Scala) não medem mais do que um
quinto de eme.
É melhor deixar os hifens de final de linha salientes à direita Símbolos
da margem direita, como acontece ao longo deste livro. Essa era não
uma prática comum entre os escribas, que faziam isso com faci- alfabéticos
!idade, mas sua emulação no metal é muito tediosa. A tipografia
digital volta a torná-la potencialmentefácil- embora nem todo
programa esteja ansioso para_ cooperar.
91
'
5.2.2 Utilize travessões ene ou travessões de um terço de eme sem
espaços entre os dígitos de uma série.
Boas, Franz. Arte primitiva. Oslo: Aschebourg, 1927. Reeditado em: Cambridge,
Mass.: Harvard University Press.1928; Nova York: Dovet,19SS,
--.Mitologia tsimshiana. BAE Ann. Rep. 31. Washington, DC: Bureau of
American Ethnology, 1916.
92
R~centemente muitos acadêmicos abandonaram esse estilo
bibliográfico, mas a linha de 3 emes ainda tem muitos usos não
acadêmicos~
93
. uma excentricidade vitoriana. Na maioria dos contextos, tais
1 ... J reticências são largas demais.
Reticências sem espaços funcionam bem com algumas fon-
tes e tipos, mas não com todos. Em textos pequenos -notas de
k .... rodapé com 8 pt, por exemplo - geralmente é melhor adicionar
um espaço (que pode chegar a M/5) entre os pontos. Pode ser
melhor usar espaço extra no meio de fontes leves e abertas tais
1. ") 1 como a Baskerville, e menos espaço na companhia de uma fonte
escura como a Trajanus ou qualquer outra composição em bold.
(De um modo geral, as reticências usadas neste livro fazem parte
1, ... 1 da fonte e são compostas como um único caractere.)
Em inglês (mas geralmente não em francês [nem em portu-
guês]), um quarto ponto, o ponto final, é adicionado às reticências
m ... ? que ocorrem no final de uma sentença, e o espaço que as antecede
desaparece .... Quando as reticências se combinam com uma
virgula, a um ponto de exclamação ou de interrogação, aplica-se
n ... ! o mesmo princípio tipográfico. Nos demais casos requer-se um
espaço antes e outro depois.
A norma culta da
llngua portuguesa 5.2.8Trate a pontuação como notação, não como expressão, na
não prevê a
utilização de maior parte do tempo.
espaço anterior às
reticências. [NT] De tempos em tempos, o tipógrafo encontra em sua escrivaninha
um manuscrito no qual os pontos de exclamação e de interroga-
ção se mancomunam em grupos de seis ou nove. Algumas pala~
vras podem estar escntas em maiúsculas grifadas e outras podem
ter sido sublinhadas cinco vezes. Se a página fm escrita à mão,
os travessões podem ficar mais longos e as exclamações podem
espichar até onde der. Com tempo e equipamento suficientes, o
tipógrafo pode de fato chegar perto de reproduzir aquilo que vê.
Ele pode até mesmo aumentar a sua intensidade dramática de
muitas maneiras. A tipografia teatral é um gênero que vicejou
durante boa parte do século 20, mas seus limites ainda estão
amplamente inexplorados.
No entanto, a maior parte dos escritos e da tipografia se dá
por satisfeita em permanecer abstrata, como é o caso dos roteiros
das peças de teatro e das partituras musicais. O texto de Macbeth
não precisa estar manchado de sangue e salpicado de lágrimas;
precisa ser legível. E a partitura da sonata "Hanunerklavier" de
Beethoven não precisa de notas realçadas para marcar seus
fortíssimos nem de notas fraturadas para indicar seus acordes
quebrados. A partitura é um código abstraio e não um gesto
94
puro. A peça e a partitura tipográficas também são performauces Ver Joseph Blotner
a seu modo - mas apenas no nível do texto. A. partitura se cala & Nod Polk."Note
on theTexts",in,
para que o pianista possa tocar. O roteiro da peça pode sussurar William Faulkner,
enquanto os atares berram. Novelst930-1945
William Faulkner, assim como a maioria dos romancistas (Nova York: Library
of America, 1985),
americanos de sua geração, datilografava seus rascunhos finais. p.t.o;u, e Novels
Noel Polk, um literato especializado em Faulkner, preparou 19)6-1940 (1990),p.
novas edições desses romances em anos recentes. Ele descobriu. 1.108. Reproduções
fotográficas dos
que o escritor tinha o costume de datilografar três hífens em manuscritos e
vez de usar um travessão e quatro ou cinco pontos para obter o dos originais
efeito das reticências, mas de vez em quando saía martelando as datilografados
de Faulkner
teclas e espalhaudo dúzias de pontos e hifens em seqüência. Polk foram também
decidiu não reproduzir exatamente esses trejeitos de teclado de publicadas em
Faulkner, mas também não quis deixá-los totalmente de fora de. 25 volumes sob o
titulo The Faulkner
sua edição. Ele então criou uma regra que convertia dois, três ou Manuscripts (Nova
quatro hifens em um travessão eme e cinco ou. mais hífens em York: Garland.
um travessão de dois emes. Tudo o que fosse composto por até 1986-8]).
5·3 PARÊNTESES
95
(grossas no meio e finas nas pontas) apareceram primeiro no
início do período barroco, perderam-se de vista na era neoclás-
sica e viraram moda, juntamente com os algarismos alinhados,
no século 19. Muitas das melhores fontes do século 20 (como a
Centaur de Bruce Rogers e a Bembo da Monotype Corporation,
por exemplo) foram revivais históricos que reafirmaram suas
Parênteses formas antigas.
( abc) (abc)
A Monotype Centaur e a Monotype Baskerville, acima. A Trump Mediãval
Antiqua, de GeorgTrump, e a Berling, de Kari-Erik Forsberg, abaixo.
(abc) (abc)
Nas antigas Os parênteses de alguns tipos recentes, tais como o Trump Me-
classificações diava! Antiqua, de Georg Trump, e o Comenius, de Hermaun
tipográficas
alemãs, Antiqua Zapf, são traços modulados e assimétricos, baseados nas formas
significa romana naturais da pena caligráfica. Em outros desenhos recentes (Melior
e mediílval na e Zapf International, de Hermaun Zapf, e Berling, de Karl-Erik
verdade quer dizer
renascentista. Forsberg, por exemplo), os parênteses são simetricamente grossos
umavezque no meio e finos nas extremidades, como no padrão do século 19,
os arquitetos mas são esticados para formar uma superelipse parcial, o que
e escribas da
Renascença lhes confere mais tensão e graça.
ressuscitaram e Parênteses que possuem a forma das linhas avolumadas do
atualizaram as século 19 são um elemento-padrão de muitas fontes digitais e têm.
formas romanas
e carolíngeas sido freqüentemente adicionados, por engano ou de propósito,
do Medievo. A a alfabetos aos quais não pertencem - os revivais dos tipos de
despeito de seu
impressão de Garamond e Baskerville, são exemplo disso.
nome. a Trump
MediãvalAntiqua, Se você for obrigado a trabalhar com uma fonte com parên-
ouTrump teses insatisfatórios, empreste um par melhor de âlguma outra.
medieval romana,
E quaisquer que sejam os parênteses com os quais você trabalhe,
vem das formas
renascentistas certifique-se de que o seu espacejamento não seja muito apertado
tardias. (o que é freqüente nas fontes mais recentes).
5.3.2 [[se parênteses eretos (isto é, "romanos") em vez de parênte-
ses, colfhetes e chaves inclinados, mesmo se, o contexto for itálico.
Parênteses e colchetes não são letras e não faz muito sentido dizer. Essa regra tem sido
que sejam romanos ou itálicos. Existem parênteses verticais e mais quebrada que
seguida desde o fim
inclinados, e os parênteses das fontes itálicas são quase sempre do século 16.Mas
inclinados, mas a preferência deve ficar, em geral, com os parên- foi mais seguida
teses verticais. Isso significa que eles devem vir da fonte romana que quebrada pelos
melhor~ tipógrafos
e. que t~vez precisem de espacejamento adicional quando usados entre os pioneiros
com letras itálicas. a compor livros
em itálico: Aldus
Manutius, Gershom
(efg) (ejg)
Sondno,Johann
Froben, Simon de
Colines, Robert
Estienne, LudoVJ.co
degli Arrighi e
Henri Estienne,u.
Os colchetes inclinados usualmente encontrados em fontes
itálicas são, no mínimo, menos úteis ainda. que os parênteses
inclinados. Se, por um infortúnio qualquer, houvesse um livro
ou um filme intitulado O soluço de minha [sic] mã~, os colchetes
inclinados poderiam ser úteis como uma maneira de indicar que
eles e o seu conteúdo fazem parte do titulo. De outro modo, o uso
deve ater-se aos colchetes verticais, não importando se o texto é-
romano ou itálico:"O soluço de minha [sic] mãe" e"o soluço de
minha [sic] mãe~
97
espaço que elas ocupavam foi muitas vezes mantido. Essa é a
origem do bloco de citação recuado. Já os blocos de citação do
Renascimento eram compostos com um tipo contrastante em
tamanho e largura de lluha integrais.
Há três formas de aspas de uso comum. Vírgulas elevadas
"e ))
e invertidas - "aspas" e 'aspas' - são geralmente preferidas na
Grã-Bretanha ena América do Norte [assim como no Brasil].As
vírgulas alinhadas com a base e invertidas -,,aspas" - são mais
"and" amplamente usadas na Alemanha, e muitos tipógrafos preferem
que elas tomem a forma de apóstrofos inclinados("-") em vez
de vírgulas com cauda (.,-"). As aspas francesas (Guillemets),
,und" também conhecidas como aspas angulares- «estaS)> ou (estas>
- são a forma corrente na Itália e na França e são muito usadas
« et» no resto da Europa. Os tipógrafos italianos e franceses compõem
suas aspas angulares com as pontas para fora, «assim», enquanto
os alemães normalmente as compõem )>de modo inverso«. Em
»und« ambos os casos, é costumeiro usar espaços finos entre elas e o
texto que envolvem.
O livro Pu.use and As aspas estão suficientemente arraigadas à linguagem sígnica
Effect [Pausa e do mundo editorial moderno para que seja difícil dispensá-las
efeito) (1993), de
M.B. Parkes, é em muitos tipos de texto. No entanto, muitos autores não pro~
uma informativa fissionais fazem uso excessivo delas. Os bons editores e os bons
história da tipógrafos reduzem sua aparição ao mínimo, retendo apenas
pontuação.
aquelas que contribuem com informação relevante.
Quando as aspas (incluindo as angulares) são utilizadas, fica
a questão: quantas? A prática britânica usual é usar aspas indi-
víduais primeiro e aspas duplas dentro das simples. 'Então quer
dizer que "não alfabético" significa o que eu estou pensando que
significa?', disse ela, suspeitando de algo. Quando essa convenção
O tenno face, que for utilizada, a maior parte das aspas será simples e portanto
na tipografia menos obtrusiva.
tradicional
indica a parte Na América do Norte [e também no Brasil] a prática comum
protuberante d~ é inversa. "Então", disse ela, "quer dizer que 'não alfabético' signifi-
tipo metálico que ca ... ?"Essa convenção, usando simples dentro de duplas ao invés
contém o desenho
a ser impresso, de duplas dentro de simples, é garantia de que as bandeiras das
também designa aspas serão hasteadas. Mas algumas faces- a Galliard de Matthew
um conjunto Carter, por exemplo - têm aspas proeminentes, enquanto outras
completo de glifos
com as mesmas possuem formas mais discretas. Leve o tipo e o texto em conside-
características em ração ao decidir que convenção adotar para marcar citações.
um ou mais pesos,
e!Úatizando seu
caráter impresso, 5-4-2 Posicione as aspas de forma consistente em relação ao resto
bidimensional. [NT] da pontuação.
A pontuação é normalmente posicionada dentro das aspas angula·
res - simples ou duplas - que fecham a citação se pertencer: a esta. ,, ,
Caso contrário, fica de fora. Com outras marcas de citação o uso dentro.
é menos consistente. A maioria dos redatores norte-americanos ":6 ,
prefere ter suas virgulas e pontos finais dentro das aspas, "assim;' ora o
mas mantém seus dois-pontos e seus ponto-e-vírgulas de fora.
Muitos redatores britânicos preferem deixar toda pontuação de Posicionar vírgulas
fora, junto com o leite e o gato. As habilidades de kerning das com- e pontos finai~
fora das aspas,
positoras digitais, em especial nas mãos de tipógrafos publicitários, também é uma
desenvolveram um terceiro estilo intermediário, no qual as aspas tendência brasileira,
de fecho ficam acima das vírgulas e dos pontos. Tipograficamente, embora não haja
nenhum padrão
essa é uma boa idéia para algumas fontes em tamaohos graodes, estabelecido. [NT}
mas esse não é o caso para muitas fontes em tamanho de texto, em
que aspas ou apóstrofos espacejados podem se parecer bastante
com um ponto de interrogação ou de exclamação. A eliminação da
pontuação após
as abreviações p
''kern, 'kern1ng,
. ' k erne d". e pp mencionada
abaixo no item
5·4·4 não é corrente
nas citações
Quando as aspas não recebem kerning, hão há nenhuma dife- bibliográficas
rença tipográfica no fato de estarem antes ou depois de vírgulas e brasileiras,
pontos. A diferença tem mais a ver com wna discrição editorial do incluindo as desta
editora, mas foi
que visual. Mesmo assim, tanto os tipógrafos quanto os editores mantida aqui por
devem ser consistentes, seja qual for o caminho escolhido.. uma questão de
coerência. :NT]
Em inglês, as casas são construídas com 2 x 4s; pais e filhos passam Os caibros usados
pelos terrible twos. Os europeus mataram tantos europeus nos nas construções
norte· americanas
1930s q~antos americanos nativos e africanos nos 18oos. são nomeados a
partir de sua seção
5·4·4 Elimine outras pontuações desnecessárias. em polegadas, dai a
expressão 2 x 4·
A expressão terrible
Omita o ponto após unidades métricas e outras abreviações auto- twos baseia-se na
evidentes. Componha 5,2 me 520 cm, mas 36 pol. ou 36", e nas crença de que a fase
mais Wfícil na vid.l
referências bibliográficas p 36f, ou pp 306-14. de uma criança
Os redatores e compositores tipográficos norte-americanos acontece aos dois
tendem a inserir pontos depois de todas as abrevíações ou a anos de idade.
A letra s indica
não iqserir nenhum ponto em nenhuma (o que é mais raro). A década ou século
primeira prática produz um texto cheio de balas de chumbinho quando aposta
e buracos de minhoca; a segunda pode gerar confusão. O ma- a dois ou três
algarismos. [Nr;
nual de estilo da Universidade de Oxford, amplamente seguido
99
no Reino UnidoJ tem muito a recomendar como solução de
compromisso. A regra é: use wn ponto apenas quando a palavra
terminar de forma prematura Ele deve ser omitido se a abreviação
iniciar com a primeira letra da palavra e terminar com a última.
Assim: Sra Bodoni, Sr Tohn Adams Tr e Srta Lucy Chong-Adams,
Dr McBain e Sto Tomás de Aquino; mas Prof. Czeslaw Milosz e
Cap. James Cook
No Brasil, mesmo Os pontos são igualmente desnecessários em siglas e outras
essas abreviações abreviações comwnente escritas com maiúsculas ou versaletes.
podem aparec.er
sem ponto em Assim: 300 aC e 450 nc; Washington, DC, e México, DF; Van-
alguns contextos couver, BC, e Darwin, NT.
pela obviedade Para o bem da higiene tipográfica, hifens desnecessários
de seu significado
(Prof,Av, Tel também devem ser omitidos no inglês. Desse modo, avant garde,
etc), em favor da bleeding heart, haljhearted, postmodern, prewar, silkscrêen e type-
limpeza gráfica, face são preferíveis às alternativas hifenizadas. (Uma boa prática
o que toma
essa regra mais editorial, no entanto, é hifenizar adjetivos compostos, a não ser
fiexfvel. :NT) que eles possam ser fundidos em palavras únicas ou destacados
como substantivos próprios. Assim, uma fonte. do século 20 é uma
Allngua twentieth-century typeface, mas o século 20 é twentieth century.
portuguesa não Do mesmo modo, as letras caixa~baixa são lowercase letters, mas
admite nenhuma
liberdade no caixa baixa é lower case.)
emprego do Em inglês, os apóstrofos são necessários para alguns plurais,
bifen.iNT) mas não para outros, e. a inconsistência é melhor do que uma
profusão de marcas desnecessárias. Assim: Eric's Restaurant, do's
and don'ts; the ayes have it but the I~ don't; the ewes are coming but
the youS are staying home; Compact Discs, cvs, CD~R OMS.
lÓO
de substantivos emprestados e outros de substantivos genéricos.
O copo de leite é aquilo que diz que é: um copo; já um copo-de-
leite não: trata -se d~ uma planta ornamental. Do mesmo modo,
quem diz que presenteou seu amor com um amor-perfeito e que
agora vive um amor perfeito indica, certamente com ironia mas
com perfeita clareza, as semelhanças e as diferenças entre um e
outro. Sempre viva indica imortalidade, mas também pode de- Símbolos
notar esperteza; sempre-viva com hífen é uma planta; sem hífen não
e com a inicial maiúscula, um romance de Antonio Callado. As alfabéticos
diferenças, embora sutis, são perfeitamente audíveis na fala de
quem sabe o que diz (e que diz amor perfeito e amor-perfeito,
semprç viva e sempreviva). O bom tipógrafo dá visibilidade a
essas distinções de modo sutiL No presente estado da arte tipo-
gráfica e da convenção editorial, isso não se faz com a junção
indistinta de palavras independentes ao longo da página, mas
pelo posicionamento judicioso e sutil dos hífens.
5·5 D~ACRÍTICOS
101
além do mais rudimentar alfabeto anglo-americano, ainda não
são dif!ceis de achar.
A tecnologia digital recente tornou possível a qualquer ti-
pógrafo criar caracteres especiais sob demanda- um luxo que
pouquíssimos têm desfrutado desde o século 17· Fontes pré-
embaladas impecavelmente desenhadas e com conjuntos de
Diacríticos caracteres suficientes para compor qualquer palavra em todas
as línguas européias e em algumas asiáticas encontram-se agora
disponíveis até para a mais humilde das empresas domésticas.
Não obstante, ainda há jornais norte-americanos de grande cir-
culação deliberadamente incapazes de grafar corretamente até
mesmo os nomes de grandes capitais, compositores e estadistas,
ou a lista anual dos ganhadores do Prêmio Nobel, por medo de
letras como ft ou é.
Nem os tipógrafos nem as suas ferramentas devem trabalhar
com o lamentável pressentimento de que ninguém"irá apreciar
ou mesmo mencionar crêpes jlambées on ai'oli, de que ninguém
terá nomes como Antonln Dvofák, Soren Kierkegaard, Stéphane
Mallarmé ou Chloe Jones e de que ninguém viverá em Óbidos
ou Arhus, em KromêfíZ ou 0ster Vrâ, Prúhonice, Nagykõrõs,
Dalasysla, K~rkagaç ou Kõln.
102
I
programas de digitação e composição o faz automaticam,ente.
(Isso significa, é claro, que esses programas sempre farão a esco-
lha errada em palavras como a holandesa 's-Hertongenbosc/t ou
a navaja ;Ashiih 1\sdzáán,que o tipógrafo terá que corrigir à mão
- ou através de uma outra rotina de busca e substituição.
Os compositores que raramente usatn caracteres acentuados
não raro preferem compô-los através de códigos mnemônicos, Símbolos
utilizando uma tecla funcional que redefine momentaneamente não
o teclado. Os programas que operam dessa maneira serão capazes alfabéticos
de produzir um ó a partir da combinação o + /,um f de r + v,
um Ú a partir de U + o e assim por diante. Mas se você usa tais
caracteres com alguma freqüência, talvez valha a pena mapeá-los
diretamente no teclado. Uma das maneiras de fazê-lo é instalar
teclados pré-fabricados para cada uma das linguagens de, que
precisar. Esse método, no entanto, impõe mudanças constantes à
medida que palavras diferentes aparecem em textos multilingües,
e requer a memorização de muitos arranjos diferentes. Uma outra
solução é criar um teclado personalizado (ou vários teclados, se
for o caso) que se adeqüe às suas necessidades particulares, inse-
rindo os caracteres onde melhor lhe convier.
Um típico teclado personalizado para uma fonte latina apa-
rece na próxima página. O propósito desse arranjo em particular
é o trabalho genérico com textos multilíngües. Ele pode incluir
coisas complexas como manuais e embalagens para produtos
técnicos vendidos no mercado global e coisas simples como o
endereçamento de um envelope para a Polónia ou a soletração
correta dos nomes do programa de wna apresentação sinfónica
em Chicago ou em Detroit.
O arranjo mostrado acomoda mais de vinte línguas euro-
péias, incluindo albanês, alemão, basco, bretão, catalão, dinamar-
quês, espanhol, galês, inglês, faroês, finlandês, flamengo, francês,
frfsio, holandês, húngaro, islandês, italiano, norueguês, polonês,
português, romanço e sueco. Também pode acomodar várias O tagalogue é a
linguas africanas e nativas da América, assim como a maioria língua principal
das Filipinas.
das linguas do Pacífico grafadas com a escrita latina (incluindo: O bikol, o cebuano.
o bahasa indonês, o bikol, o cebuano, o fijiano, o hiligainoniano, o hiligainoniano e
o ilocano, o malauiano, o maori, o tagalogue e o taitiano). o ilocano são outras
linguagens filipinas
Um teclado-padrão ampliado às suas dimensões máximas com vários milhões
poderá dar acesso direto a 47 x 6; 282 glifos. É o suficiente para de falantes cada.
lidar com todas as variantes européias do alfabeto latino.
Os caracteres individuais são identificados e discutidos nos
apêndices A & B, pp 315-351.
103
Cntrl W"2"f.zZzZl f Ú X
SHIFT w >' $ % o & • ( ) ú +
normal 1 2. 3 4 5 6 7 8 9 o
Alt â ê ô ii A Jl 1 oo
Cntrl 0 É E A l> y l o o s s
Exemplo de SHIFT QW E R T y u I O p ó o
layoutde normal q w e r t y u i o p [ I
um teclado Alt 0 é à !> y u 1 à 5 õ ü
expandido
Cntrl À § D A E l b ü L ? é
SHIF.T A S D E G H J K, L ,/"
normal a s d f g h j k I '/'
Ai! à B ô a e 1 õ ü t y é
Cntrl A O ç 4 ll :N ó • » i NlE
SHIFT ZXCVBNM!J. ? ACE
normal z x. c v b n m , I á re.
Alt ã.õç~c;iió • o
lÍ. "'
104
ESCOLHENDO & COMBINANDO TIPOS
6
6.1 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
105
Adaptar um tipo produzido para impressão tipográfica para a
composição digital está longe de ser uma tarefa simples.
As traduções digitais insatisfatórias oriundas de fontes ori-
ginais de metal são às vezes muito escuras ou muito claras ou
indefinidas como um todo, ou têm o peso de linha desigual ou,
ainda, são infiéis em suas proporções. Por vezes carecem de al-
Considerações garismos de texto e outros componentes essenciais ao desenho
técnicas original. Às vezes, negligenciam os ajustes sutis que a passagem
da impressão tipográfica tridimensional para a impressão offset
bidimensional requer.
106
robustos. Eles fenecem ao serem depositados nas superfícies duras
e brilhantes das folhas que ficaram em voga no fim do século
18. A maioria dos tipos neoclássicos e românticos, por outro
lado, foi projetada para demandar papéis lisos. Papéis ásperos e
tridimensionais quebram suas linhas frágeis. Fontes geométricas Os tipos associados
modernistas, tais como a Futura, ou eminentemente realistas, a essas categorias
históricas estão
como a Helvetica, podem ser igualmente impressas em papéis representados
ásperos e lisos porque são fundamentalmente monocromáticas nas pp.18-2.1 e
(ou seja, o peso de seus traços é praticaménte uniforme). No são exploradas
em detalhe no
entanto, a aura de perfeição maquinal que emana de uma Futura capítulo 7·
é reforçada por um papel liso e contradita (ou contrabalançada}
por um papel de feições caseiras.
108
Baskerville romana
e sua itálica
Escolhendo e
Helvetica romana combinando
tipos
e sua oblíqua
Palatino romana
e sua itálica
Times New Roman
e sua itálica
A Baskerville é uma fonte inglesa neoclássica desenhada em Birmingham na
década de, 1750 por John Baskerville. Tem um eixo racionalista, uma impávida
simetria e um acabamento delicado..
A Helvetica, feita no século 20, é urna revisão sufça de uma fonte. alemã
realista do século 19 .. Os primeiros pesos foram desenhados em 1956 por Max
Miedinger, baseados na antiga Odd-jobSanserif da Berthold Foundry (ou Akzi-
denz Grotesk, como é chamada em alemão). A linha pesada e sem modulação
e a pouca abertura evocam uma imagem de. força bruta e persistência. Os
levíssimos pesos editados em anos recentes contribufram muito para reduzir
o seu caráter rude, mas pouco para melhorar sua legibilidade.
A Palatino é urna fonte modernista lrrica com uma arquitetura neo-hu-
manista, ou seja, ela não é desenhada, mas e$crita, e baseia-se ern formas
renascentistas. Foi criada em 1948 por Hermano Zapf.
ATimes Roman- mais apropriadamente Times New Roman.- é urn pasti-
che histórico desenhado por Victor Lardent para Stanley Marisco em Londres
em 1931. Tem um eixo humanista mas proporções maneiristas, peso barroco
e um acabamento preciso, neoclássico.
109
qualidade da composição e não para a individualidade das letras.
Apenas as fontes que resistem a wn minucioso escrutínio devem
ser compostas de forma a permiti-lo.
Tirar o máximo daquilo que existe significa sempre usar
menos do que aquilo de que se dispõe. A Baskerville, a Helvetica,
a Palatino e a Times Roman - quatro das fontes mais disponíveis
Tipografia -,por exemplo, não têm nada a oferecer wnas às outras a não ser
prática a discórdia pública. Nenhuma é boa companheira para qualquer
das outras porque cada uma delas se baseia em um conceito
diferente a respeito daquilo que constitui a forma de uma letra.
Se a paleta disponível limitar-se a essas quatro fontes, a primeira
coisa a fazer é escolher uma delas para a tarefa em questão e
ignorar as outras três.
liO
evitar essas contradições risíveis. O tipógrafo procura iluminar o
conteúdo, aumentar sua compreensão, sua energia, e fazer com
que sua fonte e sua forma o acomodem perfeitamente.
Isso não quer dizer que os bons tipógrafos recusem necessa-
riamente.a mistura de séculos e culturas. Muitos se deliciam em
fazê-lo- especialmente quando não têm outra opção. Um texto
da antiga Atenas, por exemplo, não pode ser composto em urna Escolhendo e
antiga versão ateniense dos tipos romanos. Um tipo desenhado combinando
na América do Norte nos anos 1990 pode muito bem ser utilizado tipos
em seu lugar. Textos da. França do século 17 ou da Inglaterra do
século 18 podem ser perfeitamente bem compostos em fontes
desenhadas recentemente. No entanto~ uma fonte genuinamen-
te apropriada a um texto histórico provavelmente terá. algum
conteúdo histórico próprio razoavelmente claro. Não há fonte
igualmente apropriada aos textos da Grécia antiga, do barroco
francês e do periodo neoclássico inglês - embora não faltem
fontes igualmente impróprias para cada qual deles.
As filiações históricas de fontes individuais são discutidas
nos capítulos 7 e u.
111
J
Associações acidentais raramente são wn bom ponto de partida
abc biteriana e do século 18-- apenas por causa de seu nome. Tro-
cadilhos desse tipo são wna espécie de diversão particular dos
tipógrafos, que às vezes funciona; mas uma página tipográfica
precisa soo. alimentar de alinidades reais para ser bem desenhada
a ponto de. ganhar vida própria.
As letras têm caráter, espírito e personalidade. Os tipógrafos
aprendem a discernir essas características trabalhando com suas
formas em primeira mão durante anos, bem como estudando e
comparando o trabalho de outros desígners contemporâneos e
do passado. Ao serem inspecionados de perto, os tipos fornecem
muitas pistas acerca das vidas e dos· temperamentos de seus
designers, e. até mesmo a respeito de suas nacionalidades e cre-
dos. Fontes escolhidas com base nesses aspectos tendem a gerar
resultados mais interessantes do que aquelas escolhidas por sua
mera disponibilidade ou pela coincidência de seu nome.
Se, por exemplo, você estiver compondo um texto escrito por
aa uma mulher, talvez prefira usar wna fonte desenhada por uma
mulher. Em séculos passados, tais fontes eram raras ou inexis-
tentes, mas agora há várias dentre as quais escolher. Elas incluem
112
Garamond romana
e sua itálica
Escolhendo e
Jannon romana combinando
tipos
e sua oblíqua
Mendoza romana
e sua itálica
Méridien romana
e sua itálica
Vendôme romana
e sua oblíqua
A Stempel Garamond é a réplica de uma romana e itálica de texto desenhada
por Claude Garamond (c. 149o-1561) feita pela Fundição Stempel (comparar
as reproduçõeS" de alguns tipos feitos por Garamond na página 85).
A Monotype "Garamond" 156 é um re~i~al de um tipo desenhado por Jean
Jannon (ts8o-t6S8), o maior gravador de tipos do barroco francês. Seu tipo
foi outrora confundido com o de Garamond e ainda é costume vendê-lo sob
o seu nome.
A Mendoza foi desenhada em cerca de 1990 por José Mendoza y Almeida.
A Méridien, de Adrian Frutiger, e a Vendôme, de François Ganeau, são produ-
tos dos anos 1950. Ganeau, que trabalhou como pintor, escultor e cenógrafo
m~is que como tipógrafo, baseou a Vendôme nas letras de Jannon, mas
deslocou-as ludicamente em direção ao neoclassicismo francês.
113
não é confornusta. Pertence mais à Reforma que à Renascença, e
seu designer, Jean )annon, foi um protestante francés que sofreu
perseguições religiosas por toda a vida. A Vendôme, desenhada
por François Ganeau, é uma fonte bem-humorada do século
20, que deve muito à janoon. A Mendoza, desenhada em Paris
em 1990, volta às resistentes raízes humanistas de onde brotou a
Considerações Garamond.A Méridien, feita nos anos 1950, está mais de acordo
culturais e com o espírito secular do desenho industrial suíço do século 20,
pessoais mas ainda assim possui maiúsculas régias, quase imperiais, e um
itálico muito nítido e gracioso. Esses cinco espécimes diferentes
suscitam outras diferenças no desenho da página, na escolba do
papel e na encadernação; suscitam até mesmo o uso de diferen-
tes textos, assim como diferentes instrumentos musicais pedem
fraseados, tempos, modos ou tons diferentes.
Mesmo nações como a Grécia e a Tailándia, que possuem
alfabetos próprios, compartilham uma tradição multinacional no
desenho tipográfico. Não obstante, algumas fontes parecem exalar
um caráter nacional mais forte do que outras. Frederic Goudy,
por exemplo, é amplamente considerado o norte-americano mais
fervoroso de todos os tipógrafos norte-americanos. O tipógrafo
sensível não deveria escolber um dos tipos de Goudy para compor,
digamos, o texto da Constituição mexicana ou canadense.
Esse assunto é objeto de estudo para toda uma vida, e para os
tipógrafos mais sérios urna fonte vitallcia de descobertas e ~el~ite.
Aqui, ele é tratado mais extensamente no capítulo n. O apendKe
o (página 366) é um indice remissivo de designers de tipos.
ll4
algumas equações matemáticas, um gráfico de barras, várias
notas laterais explicativas e algumas legendas de fotografias e
aAa
mapas. Famílias tipográficas extensas - Legacy, Lucida, Quadraat,
Seria ou Stone- podem te!' recursos suficientes até mesmo para
a A a.
essa tarefa. Outra possibilidade é a série abrangente criada por
Gerard Unger e conhecida como Demos, Praxis e Flora - uma
aAa
família sem sobrenome a uni-la. Cada uma dessas modalidades
inclui romanas e itálicas em vários pesos, serifadas e sem serifas
aAa
correspondentes e outras variações. Se você se restringir às fontes
da mesina familia, terá variedade e homogeneidade ao mesmo
tempo: muitas formas e tamanhos, mas uma mesma cultura
tipográfica. Tal aproximação é bem apropriada a alguns textos,
mas é empobrecedora em outros.
Você também pode, é claro, tirar fontes da cartola e misturá-
las aleatoriamente.
Entre esses extremos fica a grande arena da mistura e da arti-
culação cuidadosas, na qual a iuteligência tipográfica, no mais das
vezes, faz seu trabalho e divertimento da maneira mais criativa.
1!5
Jan van I<rimpen, combina-se muito bem com o romano da
ulterior Romanée, por exemplo, se a aproximação não for muito
Última, Uma é visivelmente mais madura que. a outra, mas têm
cor e estrutura semelhantes e são patentemente o trabalho de
um mesmo designer.
n6
for usado em pequenas doses sem s'er combinado intimamente
com o romano, uma diferença de peso e de estrutura pode ser
vantajosa. Nessas condições, o tipógrafo pode escolher livremente
tanto o romano quanto o bold de acordo com o mérito de cada
um, mais em busca de. uma compatibilidade básica que de uma
estreita conexão genética.
Escolhendo e
c celacanto; d diplodoco; 4 quase combinando
tipos
A Sabon romana de 16 ptcom a Zapflnternational demibofd de 15 pt
117
Similaridades incestuosas raramente são necessárias, mas empatia
e compatibilidade são bem-vindas. Uma fonte geométrica de alto
contraste como a Bauer Bodoni, bela como possa ser, tem poucas
chances como alternativa de titulação para um texto composto
em Garamond ou Bembo, cujo contraste é diminuto e cuja es-
trutura é fundamentalmente caligráfica (misturar a Bodoni com
A página a Baskerville é uma experiência bem mais feliz, uma vez que a
multicultural primeira antes amplifica do que contradiz a segunda).
ll8
como companhia serifada. Não obstante, várias romanas baseadas
na obra de Bodoni exalam o mesmo espírito da Eutura. Elas não
aspiram ao movimento tipográfico, mas à pureza geométrica.
Gabocse escobaG
Escolhendo e
Gabocse escohaG combinando
tipos
Gabocse escobaG
Syntax e Minion, acima; Futura e Berthold Bodoni, ao centro; Helvetica e
Haas Clarendon, abaixo.
119
Tanto Platão como Aristóteles
citam o trecho de Parmênides
que diz npwncr-rov f..Lev "Epwra Bewv
Misturando
alfabetos f..LT]Ttcra-ro náv-rwv: "O primeiro
de. todos os deuses a vir
à mente de sua mãe foi
, "
O AMOR FISICO.
120
de letras gregas escondidas em praticamente todo sistema de
composição digital a, ~. y. e. n
n, (alfa, beta, gama, teta, pi,
ómega maiúscula) e seus confrades normalmente se hospedam
junto com outros símbolos matemáticos em uma. fonte-gueto
chamada pi. Mas compor um texto grego nessa fonte é uma
tarefa ingrata: as fontes pi não têm as marcas de respiração, os
acentos utilizados na linguagem clássica e. nem mesmo os dois Escolhendo e
caracteres diacríticos simples que sobrevivem no grego moderno combinando
(o acento agudo e a diérese); algumas fontes pi incluem apenas tipos
dez maiúsculas gregas- f /!. e A 3 II :!: <!> 'f' !l-, já que as outras
-AB E H Z I KMN O P TYX- têm formas romanas familiares,
embora nem sempre tenham os mesmos valores fonéticos.
Um texto que incluir uma única citação em grego não vai
ficar satisfeito com uma fonte pi e pedirá uma fonte grega. Uma
fonte grega de texto incluirá não apenas o alfabeto completo
mas também a pontuação corresP,ondente e todos os diacríticos
monotônicos (modernos) ou politônicos (clássicos). Vai incluir
ainda as duas formas do sigma minúsculo (ç, utilizada em finais
de palavra, e a, nos demais lugares). Se for polifônica, a fonte terá
ainda três vogais longas com subscritos iota (g, íj. q,, por exemplo).
Com sorte, também terá uma alentada tabela de kerning. Pedir
isso de uma indústria na qual não há oficialmente outra cultura
que não a do comércio, outro propósito que não o ganho finan-
ceiro, já é pedir muito. Mas mesmo pedir muito não é o bastante.
Em grego, assim como em qualquer outro alfabeto, o tipo deve
se ajustar ao texto~ Deve também se ajustar ao contexto, que
provavelmente será povoada de romanos e itálicos.
Pode ser que existam atualmente no mercado sessenta mil
fontes em formato digital para o alfabeto latino. Elas incluem algo
em torno de sete mil familias. Talvez2% delas sejam realmente
úteis para a elaboração de textos - mas cem famílias tipográ-
ficas ainda é um llúmero muito generoso, e as fontes de 'texto
disponíveis abarcam uma ampla gama estilística. Garimpando
aqui e ali, é possível desenterrar várias dúzias de fontes digitais
de grego- mas, novamente, apenas uma pequena porcentagem
delas terá potencial real para trabalhos com texto. Portanto, é
quase sempre melhor escolher uma fonte grega primeiro e uma
romana ou itálica correspondente depois, mesmo que apenas
algumas palavras ou apenas uma citação em grego apareçam no
texto a ser composto.
Duas fontes de texto grego com ótimas credenciais- a New
Hellenic de Victor Scholderer, desenhada em 1927, e a Porson
121
Yí:lí: COMO ALMA I A ALMA COMO fNQí:lí:.
A segunda proposição de Tales declara que o Todo
é vivo, ou tem alma em si (To Trãv EJllJ.IUXov). Essa
afirmação dá conta da mobilidade do <jl\JO"lS· Seu movi-
mento e seu poder de gerar outras coisas que não a si
mesmo devem-se à sua vida (lJ.IuxiJ), um princípio de
O texto desta página
foi composto em atividade interior e espontâneo. (Cf. Platão, Leis 892c:
JTC Mendoza 101l3 TrÚcnv l3oúi\oVT01 i\éyew yevecr1v TJjv Trepi Tà 1rp&STa·
comaGFsNeo
Hellenic 11 pt. Na ei 8f. <jlaVTJO"ETal lJ.IVXTt TrpWTOV, oú TrUp ou8e àljp lJ.IUXTt
outra página, o 'll EV TrpWTOlS yeyEVl]JlÉVl], crxe8ov op6ÓTaTa i\éyolT àv
romano e o itálico
foram compostos
elv01 8!a<j>epónwcr <jlÚO"El.) ••.
em FigurallO/IJ, Via de regra, os filósofos gregos descrevem o <jlÚO"lS
e o grego em GFS como algo que está para o universo assim como a alma
Porson 10,5 pt. As
maiúsculas em está para o corpo. Anaxímenes, o terceiro milesiano, diz:
ambas as fontes olov 'Í lJ.IVX'Í 'Í l]JlETÉpa Ól]p oucra O"Uyt<paTEl 'ÍJ.1ÕS, Kal
gregas foram
redimensionadas (a Õi\ov TOV KÓO"J.10V TVEUJ.la Kai àljp TrEplÉXEl. "Assim como
edição original do nossa alma é ar e nos dá unidade, também um sopro ou
hvro de Cornford,
impressa em 1912,
um ar abarca todo o cosmos"'. .•
foi composta com a A segunda função da alma - conhecer - não era a
curiosa combinação princípio distinta do movimento. Aristóteles diz: <jlaJ.1EV
daCentu')'
Expanded com a yàp TTtV lJ.IUXTtV i\umTcr6a1 xaipev 6appeTv <jl0(3eTcr6al,
Porson Greek). ETl 8e õpyi~ecr6ai TE Kai 01cr6ávcr6a1 Kai 81avoeTcr6a1·
TaUTa 8f. TrÓVTa KlVJjcrElS elv01 8oKoUcrlV. Õ6ev oil]6EÍV
TIO" àv auTijv K1veTcr601. "Diz-se da alma que sente dor
e alegria, confiança e medo, e ainda que pode zangar-se,
perceber e pensar; e todos esses estados são tomados como
movimentos, o que poderia levar a crer que a própria alma
é movida." 2 O sentido-percepção (aicr6l]O"lS), que não se
distinguia do pensamento, era tido como o tipo de toda
cognição, e isso é uma forma de ação à distância.'
1 Frag. 2. Comparar com o ..sopro sem limites.. além dos céus, de Pitágoras, que é
inalado pelo mundo (Arist., Ffs. 213b22}, e com a ..razão divina" de Heráclito,
que nos rodda (1tEptéxu) e que trazemos para dentro por meio da respiração
(Sext. Emp.,Adv. Mat. vil.127).
2 De anima 408b1.
3 De anima 410a2: Aqueles que fazem com que a alma consista de todos os ele--
mentos, e que sustentam que o semelhante percebe e conhece o semelhante, "as-
sumem que perceber é como ser o objeto de uma ação ou como ser movido, e que
o mesmo é verdadeiro em relação a pensar e a conhecer" (TO 2.' ala6á:vEa6at
ná:axuv n xal Ktveia6at n6iaatv· Óllolúl) SE 1«ll TÓ voeiv TE ml ytY"&IaKEiv).
122
Acreditava-se que toda essa ação, além disso, requeria um
meio ou um veículo contínuo, unindo a alma que conhece
ao objeto que é conhecido. E mais: a alma e seu objeto deve-
riam não apenas estar assim unidos em contato físico, mas
deveriam também ser semelhantes ou afins •..
Segue-se desse princípio que, para que a alma conheça
o mundo, o mundo deve consistir da mesma substãncia que Os textos nesta
página ena
a alma. <pÜmç e alma precisam ser homogêneos. A.-istóteles anterior foram
formula a doutril!a com grande precisão: adaptados do livro
de l',M, CORNFORD
From Religion
õao1. O' brl rà ywWaKEW Kal rà ala8áve:a6at. rWv õvrwv,
. ~' '\ "
OVTot u€ ' 'f'VX'T/V
1\E.yovat. T71V ,/, ' TUS
' apxaç;,
~ ' OL~ p.€V .'\ '
' 7Ti\f.LOVS' 7Tot-
to Philosophy:
A Study in the
OÜVT€S', raúras, ol SE. p.íav1 raÚT71V, Wam:.p 'Ep.7re:ÕoKÀ1js p€v €x Origins ofWestem
Specul4tion
rWv UTOLXf.Ú.Uv náVTwv, Eivac. 0€ Kal ffiaarov ljlvx:TJV roúnuv, [Da religJão à
Ã.l.ywv oiírws filosofia: um
estudo das origens
da especulação
yaíu p€.v yàp yaiav õuWrrap.e:v, VOarc. õ' VSwp, ocidental!
al8€pt ô' alBépa ôtav, àràp 7roplnfJp at017Àov, (Londres, 1912).
aropyfj 0€ arop}'?Ív, ve:üws ~M TE ve:Ú<â ÀvypijJ. Alguma<'""
citações gregas
foram expandidas
ràv airràv ô€ rpÓ7TOV Kal IL\árwv E.v rip Ttp.aíw rT]v !J;v- e algumas foram
X~V EK râw armxeíwv 7TOL€i" ytyvWaKea8al. yàp ré{) óp,oúp rà retiradas das notas
Õp.mov, rà OE. rrpáyp.ara f.x. nôv ãpxéiJv e:Ivat. e inseridas no texto
principaL Isso fat
«Aqueles que enfatizaram seu co!iliecimento e percepção com que a prosa de
Cornford soe mais
de tudo o que existe identificaram a alma com os princíJ?ios pedante e menos
absolutos, quer reconhecessem uma pluralidade de princí- lúcida do que
realmente é, mas
pios, quer apenas um. Assim, Empédocles compunha a alma submete os tipos
a partir de todos os elementos, considerando-os ao mesmo a um teste mais
árduo e permite
tempo como almas. Suas palavr~ são: ao mesmo tempo
uma demonstração
tipogrãfica mais
«Com terra vemos terra, com água água, compacta.
«com ar ar límpido, fogo arrasador por fogo,
«amor por amor; e luta luta sangrenta.
123
de Richard Porson, projetada em 1806 - são mostradas em sua
&R>y encarnação digital nas páginas 122 e 123.A fonte grega de Porson
foi primeiramente encomendada pela Cambridge University Press,
mas tornou-se a favorita em Oxford no século 20, ao passo que a
New Hellenic de Scholderer tornou-se a favorita em Cambridge.
124
gregas (a Porson e a Didot, por exemplo) são estruturalmente
comparáveis ao itálico~ ou seja, são cursivas.Algumas delas, no en-
tanto, são eretas (como a Didot) e algumas são inclinadas (como
a Porson). Quando romano, itálico e grego são combinados na
página, o grego pode ser ereto como o romano ou pode harmo-
nizar com o itálico em fluxo e inclinação. Pode também ganhar
um ar distante, com um andar e uma inclinação próprios. Escolhendo e
combinando
6.6.3 O equillbrio óptico é mais importante do que o matemático. tipos
abyohiã~yo8~abyohi
abyohi&~yoe~abyohi
abyohiã~yo~Labyohi
Acima, o tipo grego de Richard Porson ao lado da Electra de W.A. Dwiggins.
Ao centro, a Didot Greek fazendo par com a Adobe Caslon. Abaixo, a Bodoni
Greek de Takis Katsoulides com a Esprit romana e itálica de jovica Veljovié.
Tanto a Electra itálica quanto a Porson Greek têm uma Inclinação de 10•,
enquanto a Caslon itálica inclina-se a 20". A Porson, com seu eixo raciona·
lista, também tem uma afinidade estrutural com a Electra. A Didot Greek,
embora neoclássica na forma, é cromaticamente mais próxima da Caslon.
A brinc:alhona Bodoni Greek de Katsoulides é estrutural e espiritualmente
mais próxima da Esprit.
125
Esses versos foram H o 51 npeAyrrpex<AaiO Bac,
s.1o da §s do
BcopoKOBOM
rop;y de Anna Mas eu o advirto de que
Akhmatova.
qTO 51 )Kli1BY BIIOCAeAHliJ.M pa3.
Misturando
alfabetos esta é minha última existência.
HH AacToqrwi1, H1i1 KAeHoM,
Não como andorinha ou bordo,
H 1i1 TPOCTHliJ.KOM 1i1 HliJ. 3Be3AOH ...
nem como bisão ou estrela...
A versão portuguesa As palavras de Anna Akhmatova nas letras de Vadim Lazurskí. O tipo é o
é uma livre lazurski Cyrillic acompanhado de seu correspondente romano.
tradução da versão
em inglês (NT].
Os tipos da página 123 pareciam bons quando foram esboça-
dos com letras gregas não acentuadas de altura-x idêntica à das ro-
manas. Mas ao serem substituídas pelos caracteres corretamente
acentuados, as letras, que continuavam matematicamente corretas,
ficaram opticamente grandes demais. O equilíbrio foi restituído
ao encolhê-las de 11 para 10,5 pt.A altura-x do tipo tem (como
é usual em fontes neoclássicas de texto) apenas cerca de dois
quintos do tamanho do corpo. A diferença na altura-x entre 10,5
e 11 ptcorresponde a dois quintos de meio ponto. Isso equivale
A unidade !lDl a aproximadamente 70 llffi, ou menos de o, oS mm. Não é muito,
(mícron) equivale
mas é o suficiente para equilibrar ou desequilibrar a página.
a um milionésimo
de metro. [NT].
6.7 NOVAS ORTOGRAFIAS
126
linguasJ desenvolveram sistemas de escrita razoavelmente estáveis,
que produziram uma literatura impressa substancial. No entan-
to, muitas línguas nativas norte-americanas ainda estão sendo
escritas de maneiras diferentes pelos estudiosos e estudantes
que se interessam pelo assunto. Algumas, como o tsimshian, o
foxe o kwakwala, já possuem uma literatura considerável, mas
seus sinais gráficos são tão incômodos que até os estudiosos já Escolhendo e
deixaram de usar. combinando
Geralmente, os tipógrafos precisam enfrentar esses proble- tipos
mas aos poucos. Alfabetos inteiros são freqüentemente criados
por decreto, mas é mediante pequenos passos que um verdadeiro
estilo tipográfico evolui.
127
6.7.2 Adicione apenas caracteres que sejam visualmente. distintos.
128
teceu com muitos dos primeiros sistemas de escrita do século 20,
o alfabeto tlingit foi desenvolvido no teclado de uma máquina
de escrever norte-americana. As publicações mais recentes em
tlingit são compostas em computadores que utilizam versões
modificadas da Palatino ou da Stone, mas a metáfora férrea da
máquina de escrever ainda não perdeu sua força.
A máquina de escrever e a prensa tipográfica ai.'lda são fer- Escolhendo e
ramentas economicamente viáveis e prestigiadas socialmente em combinando
diversas partes do mundo - e isso não deve impedir o desenho tipos
de novos alfabetos. A fonte Pan Nigerian, mostrada abaixo, foi
gravada e fundida para composição manual em 1983, e a partir
de 1985 entraram em produção máquinas de escrever com urna
versão monoespacejada da fonte.
àb6cdcfee~fghi1fjkKI
AB'BCD'DE.!!ÉFGHIIIJKKL
• •
MN Ó O• PR S S• TÜÜVWYZ
•
mnàoprsstuüvwyz
• • •
O alfabeto Pan Nigerian, desenhado em 1983 por Hermann Zapf em cola-
boração com Victor Manfredi, que normatiza as ortografias missionárias
utilizadas até então para o hausa, o igbo, o ioruba, o edo, o fulfulde e várias
outras lfnguas nigerianas.
129
ela suplica por clarificação, seja pela criação de novos súnbolos
não ambíguos, seja pelo retorno às súnples, velhas e boas letras
romanas (o que atualmente é uma prática comum).
130
podiam ter até cinco ou seis romanas, duas ou três itálicas, três
góticas e três ou quatro gregas. Hoje, o tipógrafo pode comprar
fontes aos milhareS em cns e copiar muitos outros milhares da
internet: mais fontes do que qualquer ser humano poderia usar,
e ainda assim uma seleção sempre incompleta.
Na tipografia, assim como na filosofia, na música e na gas-
tronomia, é preferível ter um pouco do que há de melhor do que Escolhendo e
chafurdar no lodaçal do descuido, da rotina e da cópia. combinando
As fontes de estoque que acompanham muitos programas e tipos
impressoras caseiras são às vezes generosas em quentidade, mas
são as fontes erradas para muitas tarefas e para muitas pessoas, e
além disso muitas delas são desprovidas de certas partes essenciais
{versaletes, algarismos de texto, ligaturas, sinais diacriticos e não
alfabéticos importantes).
Comece comprando wn bom alfabeto ou uma boa família, ou
ainda alguns tipos relacionados, com.todos os seus componentes
intactos. E em vez de pular de uma fonte para outra, procurando
experimentar de tudo, fique com as suas primeiras escolhas pelo
tempo que for suficiente para aprender suas virtudes e limitações
antes de seguir adiante.
131
A Lithos (tg88), de Carol Twombly, a Herculanum (tggo) e a Rustic:ana, ~
ambas de Adrian Frutiger, são tipos baseados em antigas inscrições me·
diterrâneas. Neste exemplo, a Lithos foi impressa em chapado, a Hercu·
lanum com reUcula média e a Rusticana com retfcula leve.
132
INTERLÚDIO HISTÓRICO
133
uma escrita fluente, nem os traços simétricos de acabamento
tipicamente adicionados às letras pelos escribas.
Com o tempo, seus traços engrossaram, a abertura diminuiu
e as serifas apareceram. As novas formas, utilizadas em inscrições
ao longo do império grego, serviram de modelo para as escrituras
formais na Roma imperial. Essas letras das inscrições roma-
As nas - escritas com um pincel chato, empunhado em ângulo como
primeiras uma pena, e posteriormente gravadas na pedra com um martelo
formas de e um cinzel-, serviram por sua vez de modelos para os calígrafos
escrita e designers de tipos ao longo dos últimos dois mil anos. Elas têm
nma abertura modesta, nm traço modulado (cuja espessura varia
com a direção) e se rifas formais cheias e vivazes.
ABCSPQit
A Trajan, desenhada por Carol Twombly em 1988, baseia-se na inscrição da
base da Coluna de Trajano em Roma, gravada em 113 aC.
CAROLUS MAGNUS
"carolino" ou "carolíngio" indica. algo do tempo
do imperador Carlos Ma.gno (•Grande Carlos• I
A Charlemagne de Carol Twombly(adma), aAicuin de Gudrun Zapf..von Hesse
(ao centro) e a Carolina de Gottfried Pott(abaixo) baseiam-se nas maillsculas
e mimlsculas carolrngias dos manuscritos europeus dos séculos 9 e 10.
134
Muitas das antigas convenções dos escribas sobrevivem na
composição tipográfica de hoje. Os titulas ainda são compostos
em letras grandes e formais; grandes iniciais marcam o começo
de capítulos ou seções; maiúsculas pequenas marcam uma frase
de abertura. A página bem-feita é hoje o que era então: urna janela
para a história, para a linguagem e para a mente; um mapa daquilo
que é dito e um retrato da voz que fala silenciosamente. Interlúdio
Na Alta Idade Média e na Baixa Renascença, um escriba eu- histórico
ropeu bem-treinado podia conhecer oito ou dez esthos de escrita
diferentes. Cada estilo era definido precisamente como um tipo,
guardado na memória como uma fonte, e cada um tinha seu uso.
Escrituras sagradas, documentos legais, romanças, cartas pessoais
e de negócios requeriam diferentes escritas, e formas particulares
evocavam linguagens e regiões especificas.
Quando a tecnologia dos tipos móveis chegou, a Europa
possuía um rico acervo de escritas góticas, bizantinas, românti-
cas e humanistas, além de uma grande coleção de letras antigas.
Elas ainda permanecem conosco de alguin.a forma, mas a escrita
humanista, baseada na minúscula carolingia, tornou-se a forma
central: é a caixa-baixa romana desdobrando-se em milhares de
variações, mutações e híbridos, como a hera ou a rosa.
135
Essa maneira de classificar as letras tem uma outra van-
tagem importante, já que a tipografia nunca ocorre isolada A
boa tipografia requer não apenas wn conhecimento do tipo em
si mesmo, mas também uma compreensão da relação entre as
letras e todas as outras coisas criadas e realizadas pelo homem.
A hlstória da tipografia é exatamente isto: o estudo das relações
A letra entre o desenho tipográfico e as demais atividades humanas- a
tipográfica politica, a filosofia, a arte e a história das idéias. É uma busca que
latina se estende por toda a vida, mas que é informativa e recompen-
sadora desde o início.
• hastes verticais
• bojos aproximadamente circulares
• traço modulado
136
eixo humanista consistente
contraste modesto
altura-x modesta
serifas de topo bem-definidas e inclinadas (em letras como b e r)
serifas de base bilaterais abruptas, chatas ou levemente abertas
e espraiadas (em letras como r, I e p)
• terminais abruptos produzidos com traço de pena nas letras Interlúdio
a.c.fer. histórico
• barra ascendente no e, perpendicular ao eixo do traço
• a fonte romana é solitária (não há itálico ou bold)
abcefgnopj
abcefgnopj
abcefgnopj
abcefgnopj
Quatro reconstruções de tipos romanos renascentistas feitas no século .2.0.
A Centaur (topo) foi desenhada pelo tipógrafo americano Bruce Rogers em
Boston por volta de 1914, a partir da obra de Nicolas Jenson (Veneza, 1469).
A Bembo (segunda) foi gravada pela Monotype em Londres em 1929 com
base no desenho de Francesco Griffo (Veneza, 1499). A Adobe Garamond
(terceira) foi desenhada em 1988 por Robert Slimbach em São Francisco a
partir de Claude Garamond (Paris, c. 1540).A DTL Van den Keere (abaixo) é a
reconstrução de Frank Blokland de uma fonte gravada por Hendrik van den
Keere para Christophe Plantin (Antuérpia, 1575).
137
as serifas de topo aproximam-se mais da forma de uma cunha"
• as serifas de base ficam menos abruptas e mais adnatas (fluindo
suavemente em direção à haste)
os terminais das letras c, f e r tornam-se menos abruptos e apro-
ximam-se mais da forma de gota
a barra do e fica horizontal
A letra
tipográfica 7.2.2 A letra itálica renascentista
latina
Se Roma fica no meio da Itália, por que então os tipos romanos
são de uma categoria separada dos itálicos? Essa parece ser
uma questão para a qual os tipógrafos devem ter uma resposta.
Pergunta e resposta, no entanto, têm tanto a ver com religião e
politica quanto com caligrafia e tipografia.
abcifgnopxyz
abcefgnopxyz
Dois revivais de tipos renascentistas italianos. A Monotype Arrighi (acima) é
derivada de uma das séries de itálicas desenhada por Frederic Warde (Londres
e Paris,1925- 29), a partir de Ludovico degli Arrighi (Roma,1524).A Monotype
Bembo itálica (abaixo) foi gravada em Londres em 1929, baseada no trabalho
de Arrighi e Ciovanantonio Tagliente (Veneza, 1524).
138
e professores pelo sagrado imperador romano Carlos Magno no
final do século 8.
AB letras itálicas, por outro lado, são filhas da Renascença
italiana. Alguns dos primeiros itálicos vêm de Roma, outros
vêm de outras partes da Itália, e quando sofreram sua primeira
conversão tipográfica ainda exalavam farto sabor e frescor local.
No entanto, as primeiras fontes itálicas, gravadas entre 1500 e 1540, Interlúdio
possuíam apenas caixa-baixa. Eram usadas com versais romanas histórico
eretas, mas não com a caixa-baixa romana.
As características da letra itálica renascentista podem ser
resumidas da seguinte maneira:
139
Os tipógrafos maneiristas, que trabalhavam principalmente na
Itália e na França no início do século 16, inauguraran1 a prática
de usar tipos romanos e itálicos no mesmo livro e até na mesma
página- embora raramente na mesma linha. Foi tan1bém duranté
o período maneirista q~e as versais romanas inclinadas foram
adicionadas pela primeira vez às itálicas em caixa-baixa.
A letra
tipográfica
latina
140
De um modo geral, as letras barrocas parecem mais mo-
deladas e menos manuscritas do que as formas renascentistas,
não evidenciando tanto o traço direto da pena. Mesmo assim,
assumem formas variadas. Elas triunfaram na Europa ao longo
do século 17, resistiram por boa parte do 18 e experimentaram
um revival entusiástico durante o 19.
Interlúdio
histórico
abefopabifop
abefopabqhp
abefopabefop
abefopabefop
Quatro revivais de tipos barrocos. A Monotype "Garamond" (topo) é baseada
em fontes gravadas por Jean jannon por volta de 1621. A DTL Elzevir(segun~
da) baseia-se em fontes gravadas por Christoffel van Dijck em Amsterdã na
década de 1660- A Linotype Janson Text (terceira) toma como base as fontes
gravadas por Miklós Kis por volta de 1685 em Amsterdã. A Adobe Caslon
(abaixo), de Carol Twombly, parte das fontes gravadas por William Caslon na
década de 1730 em Londres.
141
maior altura-x
• abertura geralmente reduzida
• suavização ainda maior dos terminais abruptos para a forma
degola
as serifas de topo das romanas tornam-se cunhas afiadas
• as serifas de topo das ascendentes itálicas tornam-se precisas
A letra e niveladas
tipográfica.
latina
7.2.5 A letra rococó
Embora fosse
nasddo e formado
na Al<manha,
Fleischman
mudou-se para
albcefgnopy
a Holanda antes
CEWOTZ
do seu trigésimo
aniversário e ali
ficou pelo resto da
vida. f'leischmann é
a soletração alemã
de seu nome; a
forma holandesa
Fleischman é a
que ele escolheu
para usarem
todos os espécimes
tipográficos que
abcefgnopy
publicoJL As versões
digitais do tipo A DTL Fleischmann. Note as formas ornamentadas do g, do y e de várias
de Fleischman, maiúsculas, além do contraste exagerado no o_ Esse contraste é caracterfsti-
publicadas na cos nos tipos românticos gravados por Firmin Didot e Giambattista Bodoni
Holanda, foram
criadas pelo depois da morte de Fleischman em 1768. No entanto, os tipos românticos
designer de tipos têm um eixo obsessivamente vertical. O eixo principal do tipo de Fleischman
Erhard Kaiser, é obUquo. Estruturalmente, essas letras pertencem ao barroco, mas sua ten-
que as balizou de
Fleischmann. dência ao ornamento e ao exagero os distancia dos primeiros tipos desse_
estilo. Essa é uma razão para cllamá·las de rococós.
Os tipos romanos e itálicos certamente foram utilizados pe-
los tipógrafos do rococó, que freqüentemente contornavam seus
textos com ornamentos tipográficos, medalhões gravados etc. Eles
produziram muita tipografia rococó, mas poucos tipos romanos
ê itálicos rococós. Vários romanos e itálicos que poderiam de
f<1;~0 ser classificados como rococós foram no entanto gravados
nos anos de 1738 e.1739 em Amsterdã pelo puncionista Johann Interlúdio
Michael Fleischman,nascido naA:emanha. Versões digitais dessas histórico
fontes foram editadas recentemente pela Dutch Type Library em
's-Hertongenbosch.
143
e muitos outros edifícios estatais e federais (as Câmaras dos
Deputados de Londres e de Ottawa, que são neogóticas em vez
de neoclássicas pedem uma tipografia de outra espécie).
A letra
tipográfica
abefopabefop
latina
abefopabefop
abefopabefop
Três revi11als de letras neodássicas feitos no século 20. Acima: Monotype Four-
nier, baseada em tipos gravados por Pierre Simon Fournier em Paris por volta
de 1740. Ao centro: Monotype Baskerville, baseada nos desenhos de John
Baskerville, feitos em Birmingham por volta de 1754- Abaixo: Monotype Bell,
baseada nos tipos gravados em Londres em 1788 por Richard Austin para o
fundidor de tipos e editor John Bell.
144
e ambas parecem mais desenhadas que escritas, mas é possível
fazer algumas distinções precisas entre as duas. A diferença mais
óbvia está no contraste. Nas letras românticas iremos normal-
mente encontrar as seguintes características:
abefopabefop
aJhefop abefop
abefopabejop
Quatro re11i11als de letras românticas. A Monotype Bulmer (acima) baseia·se
numa série de fontes gravadas por William Martin em Londres no infcio dos
anos 1790. A linotype Didot (segunda), desenhada por Adrian Frutiger, é
baseada nas fontes que Firmin Didot gravou em Paris entre 1799 e 1811. A
Berthold Bodoni (terceira) vem das fontes gravadas por Giambattista Bodoni
em Parma entre 1803 e 1812, A Berthold Walbaum (abaixo) baseia·se nos tipos
gravados por Justus Erich Walbaum em Weimar por volta de 1805.
145
do cuja espessura variava com a direção, mas a pena pontuda
comporta-se de maneira bem diferente. O traço de uma pena
flexível muda repentinamente de espessura de acordo com as
mudanças de pressão. Utilizada com moderação, ela produz um
floreio neoclássico. Manuseada com mais força, gera um floreio
mais dramático e romântico. O contraste dramático é essencial
A letra para boa parte da música e da pintura românticas e também para
tipográfica o desenho dos tipos românticos.
latina As letras românticas podem ser extraordinariamente belas,
mas carecem do ritmo fluente e estável das formas renascentistas.
É precisamente esse ritmo que convida o leitor a adentrar o texto
e prosseguir na leitura. Já as formas estatuárias das letras român-
ticas convidam o leitor, ao contrário, a contemplá-las de fora.
abceifgnop
abcoefgnop
AAkzidenz Grotesk(acima) é um tipo realista editado pela fundição Berthold,
de Berlim, em 1898. ~a ancestral imediata da Franklin Gothic (1903), de
Morris Benton, e da Helvetica, editada pela fundição Haas em 1952.. A Haas
Clarendon (abaixo), desenhada em 1951 por Hermann Eidenbenz, é um reviva!
de um tipo realista anterior, a primeira Clarendon, gravada por Benjamin Fox
para Robert Besley em 1845 em Londres.
Muitos pintores realistas do século 19- Gustave Courbet, Fran-
çois Millet e outros - viraram as costas para os temas e poses
sancionados pela academia, pondo-se a pintar pessoas comuns
fazendo coisas comuns. Os designers de tipos realistas - Alexan-
der Phemister, Robert'Besley e outros, que não compartilharam
da fama póstuma dos pintores - trabalharam com um espírito
similar. As letras que faziam eram simples e francas, baseadas na Interlúdio
escrita das pessoas a quem era negada a oportunidade de apren,.. histórico
der a ler e escrever com fluência e elegância. As letras realistas
muitas vezes têm a mesma forma básica das letras neoclássicas
e românticas, mas a maior parte delas ou tem pesadas serifas
egípcias ou não tem serifa alguma. O traço é homogéneo na
maioria dos casos, e a abertura (freqüentemente um parâmetro
de bom êxito ou de graça nos alfabetos) é minúscula. Versaletes,
algarismos de texto e outros sinais de sofisticação e elegância
estão quase sempre faltando nessas letras.
abcefgnop
abcefg·nop
Dois tipos geométricos modernistas. A Futura (acima) foi desenhada na Ale-
manha em 1924-26 por Paul Renner. A Memphis (abaixo) foi desenhada em
1929 por RudolfWolf, diretor de arte da fundição Stempel. O desenho original
da Futura inclu(a algarismos de texto e muitos caracteres alternativos alta-
mente geométricos, que nunca foram editados em metal, embora a londrina
The Foundry o tenha feito em formato digital em 1994·
147
tipos não fazem nenhum tipo de distinção entre o traço principal
e a serifa. Ou as serifas têm o mesmo peso dos traços ou sequer
existem. No entanto, a maioria das fontes do modernismo geo~
métrico busca antes a pureza que o populismo. Algumas exibem
o estudo de inscrições arcaicas; outras incluem algarismos de
texto e outras sutilezas, mas as suas formas se devem mais às
A letra formas matemáticas puras do círculo e da linha do que às letras
tipográfica manuscritas.
latina
].2.10 O modernismo lírico: a redescoberta da forma humanista
abefopabefop
abefopabefop
abefopabefop
abefopabefop
Quatro fontes neo-humanistas ou modernistas lrricas. A Spectrum (f')o topo)
foi desenhada por Jan van Krimpen na Holanda durante os anos 1940 e edita-
da tanto pela Enschedé quanto pela Monotype em 1952. A Palatino(segunda)
foi desenhada por Hermann Zapf em Frankfurt, 1948. A Dante (terceira) é
um projeto de Giovanni Mardersteig, Verona, 1952. A Pontifex (abaixo) foi
desenhada por Friedrich Poppl. Wiesbaden, 1974- Com exceção da última,
todas foram originalmente gravadas à mão em metal, exatamente como os
tipos renascentistas.
148
contraposição às mecânicas. Ao mesmo tempo, os designers de
tipos estavam ocupados em redescobrir os prazeres das letras
manuscritas, por oposição às desenhadas. Com a redescoberta da
caligrafia veio a redescoberta da pena larga, do eixo e da escala
humanistas das letras da Renascença. O modernismo tipográfico
é fundamentalmente a reafirmação'da forma renascentista. Não
há uma fronteira rígida entre o design modernista e o reviva/ Interlúdio
renascentista. histórico
abefopabefop
Duas fontes expressionistas- uma modernista e outra pós-moderna. A Preis·
sig (acima) foi projetada em Nova York em 1924 pelo artista tcheco Vojtech
Preissig. Ela foi gravada e fundida em Praga em 1925. Já a Journal de Zuzana
LiCko (abaixo) foi projetada em Berkeley em 1990 e editada em formato digital
pela Emigre.
149
7.2.12 Pós-modernismo elegíaca
abefopabefop
abefopabefop
Duas fontes pós-modernas. A Esprlt (acima) foi desenhada por Jovica Veljovit
(Belgrado, 1985). A Nofret(embaixo) foi projetada por Gudrun Zapf.von Hesse
(Darmstadt, 1990). Ambos os tipos cantam onde muitas fontes pós-modernas
guincham. Mesmo assim, a canção é mais elegfaca do que lfrica.
150
Algumas fontes pós-modernas são altamente geométricas.~sim_
como suas predecessoras geométricas modernistas, ou têm serifas
egípcias ou não têm nenhuma, mas muitas vezes são produzidas
em ambas as variedades ao mesmo tempo ou são híbridas. Ao
que parece, raramente se baseiam na linha e no círculo puros e
simples, mas quase sempre em formas mais estilizadas e assi-
métricas. Assim como outros tipos pós-modernos, manifestam Interlúdio
intensa nostalgia de algo pré-moderno. Muitas dessas fontes histórico
devem suas formas a antigas letras industriais, incluindo as
fontes das máquinas de escrever e a ubíqua arte folclórica dos
outdoors manufaturados das auto-estradas norte-americanas.
Elas não reciclam idéias neoclássicas ou românticas, mas realistas.
Sua contribuição a essa despretensão industrial não se limita ao
humor pós-moderno, incluindo também os frutos da sofistica-
ção tipográfica: algarismos de texto, versaletes, abertura larga e
modelagem e equilíbrio formal sutis.
abefopabefop
abefopabefop
Duas fontes geométricas pós-modernas: a Triplex Sans (acima) e a Officina
Serif(abaixo). A Triplex itálica foi desenhada por John Downer em 1985. Suas
companheiras romanas- uma com serifa, outra sem- foram desenhadas por
Zuzana LiC.ko em 1g8g-go, e o ménage à trois completo foi editado em 1990
pela Emigre. A Officina (ITC, 1990) foi desenhada por Erik Spiekermann. Foi
editada tanto na versão serifada quanto na sem serifa.
151
primordial que deu origem à tipografia, que é a de responder a
um mundo multidimensional usando apenas duas dimensões
(ou pouco mais que isso).
7.3.2 A monotipia
153
A luz negra do texto brilha de dentro para fora de uma página
bem impressa na prensa tipográfica.
Os tipógrafos renascentistas se deliciavam com a profundida-
de e com a textura que. obtinham com esse método de impressão.
Já gs impressores neoclássicos e românticos, tais como Baskerville,
....;iam as coisas de outro jeito. Na falta de outro método, Baskerville
Composição imprimia suas folhas com uma prensa tipográfica, mas passava-
tipográfica as a ferro como se.fossem roupa amassada para tirar o pouco de
mecânica escultura que lhes restava.
Com o desenvolvimento da litografia no final do século
18, a impressão deu mais um passo atrás em direção ao mundo
bidimensional dos escribas medievais. Desde meados do século
20, a maior parte dos impressos comerciais tem sido feita por
Em ingl"- meios bidimensionais. O método normal é a fotolitografia offset,
a palavra em que uma imagem digital ou fotográfica é gravada em uma
offset indica
transferência; chapa, entintada, transferida para uma manta intermediária lisa
uma composição e deposta sem profundidade na superfície da página.
(settmg) obtida Nos primórdios da impressão comercial em offset,a tipogra-
pela retirada de
alguma coisa de fia ainda era composta nas máquinas Linotype ou Monotype.As
um lugar (to take provas eram feitas em uma prensa tipográfica, depois recortadas,
something ojJ} coladas e fotografadas. Os designers de tipos viam seu trabalho
para colocação
emoutro.[NT} ser alterado nesse processo. Muitas das letras desenhadas para im-
pressão tridimensional ficavam mais fracas quando impressas em
duas dimensões. Mas outras letras prosperaram: as geométricas,
que evocavam mais o trabalho do desenhista que o do joalheiro,
e as letras fluidas que lembravam o legado dos escribas.
7-3-4 A fototipia
154
nova onda tecnológica. As fotocompositoras eram rápidas, mas
nada sab1am das mudanças sutis nas proporções das letras de um
tamanho para outro. Suas fontes não tinham ligaturas, algarismos
de texto e versaletes. As fontes norte-americanas não tinham nem
mesmo os mais simples caracteres acentuados. A escolha de fontes
era reduzida. E com o uso súbito e amplamente difundido dessas
máquinas complexas, porém simplificadoras, veio o colapso final Interlúdio
do antigo sistema. de ofício dos aprendizes e das guildas. histórico
As máquinas de fotocomposição e os seus usuários mal
tinham começado a dar conta dessas disfunções quando o equi-
pamento digital apareceu para substituí-las. Algumas fontes ex-
celentes chegaram a ser desenhadas para a fototipia - da Apollo
de Adrian Frutiger (1962) à Trinité de Bram de Does (1982) -,
mas em retrospecto a era da fototipia parece apenas um breve
interregno entre o metal quente e a composição dlgital. No fim
das contas, a inovação mais importante do período 1960-80 não
foi a conversão das fontes para o filme ou para o metal, mas o
advento dos computadores para editar, compor, corrigir o texto
e comandar as últimas gerações das máquinas de composição.
155
famílias mediante o casamento da romaria de um designer com
uma itálica precedente e auto-suficiente de outra autoria. Entre
156
partir de grandes letras-padrão, e os modelos caligráficos foram
praticamente ignorados.
A redescoberta da história e dos princípios da forma tipo-
gráfica no século 20 não foi associada a nenhuma tecnologia em
particular. Ela ocorreu entre estudiosos e artistas que puseram
suas descobertas em ação onde quer que encontrassem utilidade:
nas fundições tipográficas, nas fábricas de máquinas de compo- Interlúdio
sição tipográfica, nas escolas de arte e em seus próprios estúdios histórico
pequenos e independentes.
. A despeito das pressões comerciais, as melhores fundições
de metal de antigamente, assinl como as boas fundições digitais
recentes, eram mais do que fábricas movidas meramente pelo
mercado. Tratava-se de instituições culturais, à altura das boas
editoras e dos ateliês dos bons gravadores, ce~istas, tecelões
e artesãos de instrumentos. O que lhes conferia esse starus era
a grandeza dos designers de. tipos, mortos ou vivos, cuja obra
reproduziam - pois os melhores designers de tipos são os Stra~
divarius da literatura: não meros fazedores de produtos vendáveis,
mas artistas que desenham e fazem os instrumentos que outros
artistas usam.
157
7 •4 A PLURALIDADE DA HISTÓRIA TIPOGRÁFICA.
Todo alfabeto é. uma cultura. Toda cultura tem sua própria versão
da história e seu próprio acúmulo de tradições - este capítulo
abordou apenas a história recente de um único alfabeto. Os
O) alfabetos e silabários árabes, armênios, birmaneses, cheroquis,
creenses, cirilicos, devaganáris, geórgios, gregos, guzarates, he-
braicos, japoneses, coreanos, malasianos, tâmiles e telugus -para
citar apenas uns poucos- têm suas histórias próprias, em alguns
casos tão intrincadas ou longas quanto a história das letras latinas,
ou mesmo mais longas. Esse é, evidentemente, o caso da escrita
logográfica dos chineses. Em alguns momentos essas histórias se
encontraram; em outros, divergiram. Neste início de século 21 é
_4tt. possível observar wn inédito grau de convergência. No entanto,
o desafio e a motivação da tipografia multilingüe ainda devem
I""'
muito ao compartilhamento momentâneo de uma página por
histórias tipográficas diversas. Os tipógrafos que trabalham com
múltiplos alfabetos são multiplamente abençoados: a eles é dada a
chance de aprender tanto a história da cultura quanto os aspectos
técnicos de cada escrita em questão.
AJ; histórias dos tipos gregos e cirllicos são contadas mais
sucintamente no capítulo n; a produção e a herança das fundições
individuais são brevemente resumidas no apêndice E.
DANDO FORMA A PAGiNA
8
Um livro é um espelho flexível da mente e do corpo. Seu tamanho
e proporções gerais, a cor e a textura do papel, o som que produz
quando as páginas são viradas, o cheiro do papel, da cola e da
tinta, tudo se mistura ao tamanho, à forma e ao posicionamento
dos tipos para revelar um pouco do mundo em que foi feito. Se
o livro se parecer apenas com uma máquina de papel produzida
conforme a conveniência de outras máquinas, só máquinas vão
querer lê-lo.
159
Nessas questões, a intuição comporta-se muitas vezes como
uma memória disfarçada: funciona muito bem quando é treinada
e do contrário precariamente. Em wn ofício como a tipografia,
no entanto, é útil estar habilitado a calcular as respostas com
exatidão, não importa o quão se tenha os instintos perfeitamente
afiados. Nesse aspecto, a história, as ciências naturais, a geometria
Proporções e a matemática são todas relevantes para a tipografia- e é sempre
orgânicas, possível contar com a sua ajuda.
mecânicas e Os escribas e os tipógrafos, assim como os arquitetos, têm
musicais configurado espaços visuais há milhares de anos. Algumas pro-
oes são orrentes em seus trabalhos porque a radam ao
olho e à mente s am os são recorrentes
mão. uitas dessas proporções
são inerentes a figuras geométr simples, como o triãngulo
equilátero, o quadrado, o pentágono, o hexágono e o octógono
regulares. Elas não só parecem agradar a pessoas de séculos e pa-
íses muito distintos como também são proeminentes na natureza,
D~ obras úteis muito além do âmbito humano. Elas ocorrem nas estruturas de
sobre forma e moléculas, cristais minerais, bolhas de sabão e flores, bem como
estrutura orgânicas
são:D'Arcy em livros, templos, manuscritos e mesquitas.
Thompson, On Afl tabelas nas páginas 164-651istam algumas proporções de
Growthand página derivadas de figuras geométricas simples. Elas ocorrem
Form [Fonnae-
crescimento) (ed. repetidamente na natureza e as páginas que as incorporam são
rev.. 194:1) e Peter recorrentes em manuscritos e livros da Europa renascentista, das
S. Stevens. Palterns dinastias chinesas Táng e Sàng, do Antigo Egito, do México pré-
in Nature [Padrões
na natureza] colombiano e da Roma antiga. Parece que sua beleza vai além da
(1974). Outro questão do gosto regional ou da última moda. Portanto, trabalhar
livro igualmente e brincar com elas pode servir a dois propósitos: desenvolver bons
importante
a respeito de instintos tipográficos e obter referências úteis para a análise de
estruturas feitas desenhos antigos e para o cálculo de novos projetos.
pelo homem é Várias outras proporções foram incluídas nas tabelas para
Symmetries of
CultUTe; 7heory and servir de comparação. Há muitas razões numéricas simples, vários
Practice ofPlane tamanhos industriais padronizados e diversas proporções que
Pattern Analysis envolvem quatro números irracionais importantes na análise
(Simetrias da
cultura; troria e de estruturas e processos naturais. São eles: n = 3,14159···, que
prátiru da análise equivale ao perimetro de um circulo cujo diâmetro é igual a
tk padrões planos] um; "fi= 1,41421... , que é a diagonal de um quadrado de lado
(1988}, de Oorothy
Washbum& igual a um; e= 2,71828 •••• que é a base dos logaritmos natufais;
Donald Crowe. e cp ~ 1,61803... , número que será discutido em profundidade na
próxima seção.Algumas dessas proporções reaparecem no corpo
humano; outras, nas escalas musicais. De fato, um dos sistemas
mais simples para definir as proporções de uma página baseia-se
160
nos intervalos recorrentes da escala diatônica. Na Europa~ o uso
das páginas que incorporam essas proporções musicais básicas
é corriqueiro. há mais de mil anos.
Dimensionar e espacejar tipos, assim como compor e tocar
música ou pintar uma tela, tem muito a ver com intervalos e
diferenças. A medida que a textura é construída, relações preci-
sas e discrepâncias mínimas ficam perceptíveis. Estalebecer as Dando
dimensões g~rais de uma página é em grande parte uma questão forma à
de somas e limites. Nesse âmbito, é normalmente suficiente - e página
melhor- que a harmonia estrutural seja mais implícita que im-
posta. Essa é uma das razões pelas quais os tipógrafos tendem a
se apaixonar por livros. As páginas flexionam~se e viram~se; suas
proporções fluem e refluem em relação à forma subjacente. Mas a
harmonia dessa forma não é menos importante nem mais difícil
de perceber que a harmonia das formas das próprias letras.
A página é um pedaço de papel, mas também é uma propor-
ção visível e tangível, que soa em silêncio o baixo continuo do
livro. Nela descansa o bloco de texto, que precisa dialogar com a
página. Os dois juntos- página e bloco - produzem uma geome- Em chinês, a
tria polifônica, que por si só é capaz de prender o leitor ao livro, área de texto é
conhecida como
mas também de fazê-lo dormir, enervá-lo ou afugentá-lo. r'-"• (Jf •<>),
A aritmética e a matemática também podem afastar alguns uma expressão
leitores, e este capítulo está salpicado de ambas. Os leitores bem bastante útiL Yê
significa página;
podem se perguntar se isso realmente é necessário tão~somente xln significa
para escolher o lugar que um bando de letras deve ocupar no coração e mente.
papel e ele deve ser cortado. Naturalmente, a resposta é não. Não
é minimamente necessário entender de matemática para fazer o
que ela descreve. Quem anda a pé ou de bicicleta não precisa das
análises matemáticas a respeito dessas operações tão complexas.
Conchas e caracóis constroem espirais logarítmicas perfeitas sem
precisar de nenhuma tabela logarítmica, régua de cálculo ou teo-
ria de séries infinitas. O tipógrafo também pode construir belas
páginas sem saber o significado de símbolos como Jt ou cp e até
me~mo sem saber somar e subtrair, se tiver um olho bem~educado
e souber que teclas apertar na calculadora e no teclado.
A matemática não está ai para impor trabalhos forçados a
ninguém; ao contrário~ seu único propósito é o prazer. Ela está
ai para garantir o prazer daqueles que gostam de examinar o que
estão fazendo, o que fizeram ou o que farão, talvez na esperança
de fazê-lo ainda melhor. Aqueles que preferem atuar sempre de
modo direto, deixando a análise para outros, podem se contentar
em memorizar as figuras deste capítulo e pervagar o texto.
161
rn
Proporções
orgânicas,
mecânicas e
musicais rnrn 7' maior, 8: 15 7' menor, 9:16
unfssono, 1 : 1
162
PROPORÇOES DE. PÁÇINA COMO INTERVALOS MUSICAIS
164
Proporções de colunas Tamanhos em paicas
[Os intervalos listados na coluna da direita desta página são intervalos com-
postos da escala cromática. Oitava + segunda menor ... nona menor; oitava +
terça maior ... déc:ima maior; oitava+ quinta"" décima-segunda etc.]
165
Proporções
orgânicas,
mecânicas e
musicais
p m.
f
166
Dando
forma à
página
u
b
168
Dando
forma à
página
z,
17 I -....._
rnQ I \
\ I
I"-. ./ z
produzindo novos retângulos com a mesma proporção. Por essa razão, essa
proporção foi escolhida como a base dos formatos de papel1so (sigla inglesa
da Organização Internacional de Padronização). A folha J&.4, por exemplo, é o
tamanho-padrão de carta europeu e brasileiro: 210 x 297 mm.
A página ISO ou de quadrado largo está latente não apenas no quadrado
mas também no octógono.
AO
Proporções
orgânicas,
mecânicas e
musicais
A2 Al
--
A4 A3
-
A5
171
Aseção
áurea
c
b
A área reticulada
representa um
espelho de duas
páginas no qual
cada uma incorpora
a seção áurea. A raiz
da espiral. que é o
umbigo da página,
fica na intersecção
das diagonais. Essa
é uma estrutura
da Renascença:
mensurada e
fonnadacom
precisão, mas ao
mesmo tempo
aberta e incontida.
Assim como
a imagem que C seção áurea, 1 : cp -1 :- 1,618.•.• No pentágono, o lados e a corda c incorpo·
Thoreau fazia da
mente (página ram a seção áurea. O pequeno está para o maior assim como o maior está
78), da é hipetra para o todo, ou s: c .. c: (s + t:). Quando duas cordas se entrecruzam, elas se
(compare-a com a dividem mutuamente na mesma proporção: a : b"" b : c, onde c"' a+ b. Mais
estrutura medieval
da página 189, ainda: b""' s. Portanto, a: s-s: c- c: (s +c) -1 : q>.
igualmente elegante Uma seqüência evolutiva de figuras que incorporam a seção áurea também
porém fechada, e define o caminho de uma espirallogarltmica. Se os comprimentos dos lados
com a estrutura
resolutamente lmear dessas figuras forem arredondados para os números inteiros mais próximos,
da página 170). o resultado é uma série de Fibonacci feita de números inteiros.
172
nessa série, mais perto chegaremos de wna aproximação precisa
do número cp. Assim 5 : 8 = 1 : 1,6; 8 : 13 = 1 : 1,625; 13 : 21 =
1: 1,615; 21: 34 = 1 : 1,619 e assim por diante.
No mundo da matemática pura, essa espiral do crescimento
que é a série de Fibonacci segue infinita. No mundo dos mortais,
a espiral é logo e repetidamente interrompida pela morte e por
outras considera.ções práticas - mas é ainda assim visível a curto Dando
prazo. Essas versões abreviadas da série de Fibonacci e da pro- forma à
porção 1 : cp podem ser vistas nas estruturas de abacaxis, pinhas, página
girassóis, ouriços-do-mar, caracóis, conchas nautilóides e também .
nas proporções do corpo humano.
Se convertermos a razão 1: <p ou 1: 1,61803 em porcentagens, A seção áurea,
a parte menor s'erá próxima de 38,2% e a maior será de 61,8% do 1 : rp, difere em.
aproximadamente
todo. Mas é possível achar as proporções exalas da seção áurea em 1~ do intervalo
várias figuras geométricas simples. Entre elas estão o pentágono, da sexta menor na
onde as proporções são relativamente óbvias, e o quadrado, onde escala cromática.
A proporção s :8,
elas se escondem nas profundezas. Girassóis, caracóis e seres hu- que é o valor
manos que usam a seção áurea não a inventam; eles a escolhem. aritmético da sexta
A seção áurea era muito admirada pelos geômetras e arqui- menor musical, é
freqüentemente
tetos da Grécia clássica e por matemáticos, escribas e arquitetos usada em
renascentistas, que faziam freqüente uso dela em seu trabalho. Foi tipografia como
também muito admirada por artistas e artesãos - incluidos aí os uma aproximação
grosseira da
tipógrafos - na era moderna. A série de livros Penguin Classics seção áurea.
foi fa!iricada por mais de meio século com o tamanho-padrão de
111 x 180 mm, que incorpora a seção áurea. O sistema Modular
do arquiteto suíço Le Corbusier também se baseia nela.
Se os corpos tipográficos forem escolhidos de acordo com a
seção áurea, o resultado será novamente uma série de Fibonacci:
(a) 5 · 8 • 13 · 21 - 34 - 55 • 89 ...
173
A combinação de a e b é, portanto, wna série de Fibonacci dupla
com incrementação simétrica, o que forma uma escala de corpos
tipográficos muito versátil:
h a • b j
g c k
174
Dando
forma à
página
175
Aseção
áurea
L__ _ _ _ _ _ _ j. . Ll,t=" ~"' ""''"''·'"'--
pio, foi recuado de acordo com a seção áurea. O recuo está para
o restante da linha assim como o restante da linha está para a
largura de coluna. Aqui, a medida equivale a 21 paicas e a inden-
tação equivale a 38,2% disso, ou seja, a 8 paicas.
A margem de A margem de abertura tem sete linhas
abenuraéo
(aqui iguais a 7 paicas). Se somarmos a ela a paica de espaço em
espaço em branco
adicional no topo branco criada pelo próprio recuo, teremos um quadrado imagi-
dapágina.[NT) nário de 8 paicas no canto superior esquerdo do bloco de texto.
O tan1anho da capitular elevada relacio-
na-se por sua vez com o do recuo e o da margem superior. Oito
paicas equivalem a 96 pt e 61,8% disso são 59,3 pt. Mas a relação
entre um tipo de 59 ou 6o pt e um recuo de 8 paicas seria difícil
de perceber, já que uma letra de 6o pt não tem a altura visível de
6o pt. Por isso, a inicial usada aqui .tem altura de versa! efetiva de
6o pt. Dependendo do tipo, ela poderia ter qualquer valor nominal
entre 72 e 100 pt; aqui, trata-se de uma Castellar de 84 pt.
176
8.3.2 Escolha proporções de página apropriadas ao conteúdo, ao
tamanho e às ambições da publicação.
177
E a prolixidade, oral ou visual, raramente é uma virtude.
Os primeiros escribas hebreus geralmente preferiam colu-
nas mais estreitas, e seus colegas gregos estreitavam-nas mais
ainda. Mas, assim como os egípcios, eles faziam rolos, não livros
costurados. Por isso, é difícil fazer comparações diretas entre o
seu trabalho e as modernas noções de pãgina. Um rolo pode ser
Proporções aberto até onde for preciso, expondo uma, duas, três colunas. Essa
da página abordagem flexível do conceito de pâgÍJ?a sobrevive até certo
em branco ponto nos primeiros códices (livros costurados). Hã alguns livros
antigos cuja largura é até três vezes maior que a altura, outros mais
próximos do quadrado e muitos com formas intermediárias.
Na Europa medieval, muitos livros - mas certamente não
todos- assentaram-se em proporções que iam de 1: 1,5 a 1: 1,25.
Depois da construção dos moinhos, os papéis passaram a vir em
folhas com proporções que costuruavam ser de 2 : 3 [1 : 1,51 ou
3 : 4 [1: 1,331. Essas proporções, que correspondem aos intervalos
acusticamente perfeitos de quarta e quinta, também reproduzem
uma à outra a cada dobra. Se uma folha tem 40 x 6o cm [2: 31.
sua dobra produzirá uma folha de 30 x 40 cm (3 : 41. cuja dobra
por sua vez, produzirá uma folha de 20 x 30 cm e assim por
diante. As folhas de impressão de 25 x 38" [aproximadamente
2:31 ede2o X26" [aproximadamente3 :4] usadashojenaAmérica
do Norte são sobreviventes dessa tradição medieval.
A proporção de pãgina 1 : 12, que hoje é o padrão euro-
peu, também era conhecida pelos escribas medievais. A página
meio-octogonal alta, 1 : 1,3 (hoje preservada nos papéis-carta
norte-americanos) tem um pedigree similar. O Museu Britânico
tem um livro romano de placas de cera precisamente com essas
proporções, datado de cerca de 300 aC.
0$ tipógrafos renascentistas continuaram a produzir livros na
proporção 1: 1,5. Eles também desenvolveram certo entusiasmo
pelas proporções mais estreitas. As proporções 1: 1,87 (hexagonal
alta), 1 : 1,7 (pentagonal alta),1 : 1,67 (3 : 5] e, é claro,t : 1,62, a
seção áurea, eram usadas pelos tipógrafos venezianos antes do final
do século 15.A página mais estreita era preferida especialmente
para obras artísticas e científicas. Páginas mais largas e mais aptas
a acomodar uma coluna dupla eram preferidas para textos legais
e eclesiásticos (até hoje é mais comum encontrar bíblias, registros
judiciais, manuais hipotecários e testamentários compostos em
páginas largas do que livros de poemas ou romances).
As proporções de página renascentistas (geralmente entre
1 : 1,4 e 1 : 2) sobreviveram até o barroco, mas os livros neoclás-
sicos freqüentemente se mostraram mais largos~ retornando à
obesa proporção romana 1 : 1,3.
179
cujas proporções são 1: 1,8 [5: 9). Essa diferença constitui um
acorde visual primário, que gera energia e harmonia na página.
Ele é complementado por harmonias secundárias geradas pelas
proporções das margens e pela posição do bloco de texto - não
rÍo centro da página, mas no alto e atraído pela espinha.
No exemplo abaixo, o bloco de texto é simétrico, mas seu po-
0 bloco de sicionamento não. A página esquerda é um espelho da direita, mas
texto não há espelhamento vertical. A dupla é simétrica na horizontal
(a direção na qual as páginas são viradas para frente e para trás à
medida que o leitor consulta o livro) mas assimétrico na vertical
(a direção na qual a página se assenta enquanto o olho do leitor
vai insistentemente abrindo caminho para baixo).
Esse entrelaçamento de simetria e assimetria, de equihbrio e
contraste de formato e tamanho, não era novo quando esse exem-
plo foi projetado (Veneza,1501). Os primeiros tipógrafos europeus
herdaram uns bons dois mil anos de pesquisa desses princípios
por seus antecessores, os escribas. Ainda assim, esses princípios
são bem flexíveis, e incontáveis novas páginas tipográficas simples
e duplas continuam esperando para ser projetadas.
= =
180
8.5 MARGENS & SATÉLITES
Os fólios são úteis na maioria dos livros com mais de duas páginas.
Podem ficar em qualquer lugar agradável e fácil de achar na página,
mas na prática isso se reduz a: (1) no topo da página, alinhado
com a borda exterior do bloco de texto (um lugar comum para
fólios acompanhados de titulas correntes); (2) no pé, aliu!Iado ou
levemente recuado em relação à borda exterior do bloco de texto;
(3) no quarto superior da margem externa, após o limite externo
do texto; (4) ao pé da página, centralizado horizontalmente sob
o bloco de texto (o que confere uma feição neoclássica mas não
é a melhor para navegação rápida). Pólios próximos aos cantos
181
externos são mais fáceis de achar nas páginas de nm livro peqneno.
Em livros e revistas grandes, o canto inferior externo é geralmente
a presa mais fácil para o ataque coordenado do olho e do polegar.
Pólios na margem interna raramente merecem consideração. São
invisíveis quando preciso e chamam muito a atenção quando não
estão fazendo nada. (e. comnm compor fólios em corpo de texto,
Margens e perto do bloco de texto. Eles sumirão se ficarem muito distantes,
satélites a não ser que sejam muito escuros, claros ou grandes. Reforçados
para sobreviver sós, provavelmente irão virar uma distração.)
182
Dando
forma à
página
são indivisfveis (ou são tratadas como tais1 e de tamanho não uni-
forme. A seqüência tradícior.al de corpos tipográficos mostrada na
página 54, por exemplo, é uma escala modular. As seqüências de
Fibonacci simples e duplas discutidas nas páginas 173-74 também
o são. Com efeito, essas escalas podem ser postas diretamente em
uso no desenho de páginas pela simples alteração de pontos para
paicas. Mais exemplos aparecem na página seguinte.
É perfeitamente possível criar uma nova escala modular para
qualquer projeto que a requeira, e ela pode se basear em qualquer
proporção conveniente, única ou múltipla - um dado tamanho
de página, por exemplo, ou as dimensões de um conjunto de
ilustrações, ou algo implícito no tema abordado. Uma obra de
astronomia poderia usar l!llla escala modular baseada em mapàs
estelares ou na :ei das distãr.cias interplanetárias de Bode. Um livro
sobre arte grega poderia ser desenhado usando-se os intervalos de
uma ou mais escalas musicais gregas, ou, é claro, da seção áurea.
Uma obra de literatura modernista poderia ser desenhada com o
uso de algo mais deliberadamente hermético - talvez uma escala
baseada nas proporções da mão do autor. De modo geral, uma
escala baseada em duas relações proporcionais (1 : q> e 1 : 2, por
exemplo) produzirá resultados mais flexiveis e interessantes do
que uma escala apoiada numa única relação.
A escala modular de meia paica da página seguinte é na. Ver Le Corbusier,
verdade uma versão em miniatura da escala arquitetônica deLe LeModulor
(Boulogne,l9SO).
Corbusier, que é baseada nas proporções do corpo humano.
68 68
Malhas
55 55
construtivas 54
e escalas
51
modulares
46
44·5 45
42
37
34 34· 34
33
30 30
28
27·5 27
26
22.5 23
21 21
20
19
17
16.
15 '4·5
14
13 13
10 10.5 10 10
9
8 8 8
7
6 6.s 6 6
5 5 4·5 4-5
4 4 4
3 2.5 3 3 3
2 '·5 2
0.5 0.5
A B c D
184
---··--
Daudo
forma à
página
~I
r-
'---
186
Dat~do
forma à
página
P ... variável; T = 1,75. Margens: t""' aj~2; mp ... 1,5t; i= tj2 ou i:/3· Colunas
de texto do Pergaminho A de !saras, da caverna 1 de Qumran, Mar Morto. A
coluna tem 29 linhas de altura e 28 paicas de largura. O comprimento de linha
resultante tem cerca de 40 caracteres. Noutro ponto, as larguras variam de
21.5 a 39 paicas. Os parágrafos começam em novas linhas mas não são recua-
dos- em conformidade com a nitidez e o desenho quadrado dos caracteres
hebraicos. (Palestina, talvez século 1 aC.) Tamanho original: 26 x 725 cm.
P -1,5 [2: 3]; T -1,7 [pentágono alto]. Margens: e= t = lj9;J- 2e. O texto é
um romance de fantasia atriburdo a Francesco Colonna, Hypnerotomachia Po-
liphili, composto em uma fonte romana gravada por Francesco Griffo. (Aidus
Manutius, Veneza, 1499). Tamanho original: 20,5 x 31 cm.
Exemplos
P = 1,62{seção áurea]; T -1,87 [hexágono alto}. Margens: t:== lfg; ~- ejf= 2e,
Coluna secundária: i ,..J/JSi n =e, O texto é composto com o tipo romano de
14 pt de Claude Garamond; as notas marginais são compostas com um itálico
de 12 pt O espaço entre o texto principal e as notas laterais é mfnimo, de 6
ou 7 pt, contra uma medida principal de texto de 33,5 paicas. No entanto, as
diferenças de tamanho e desenho evitam qualquer confusão. O texto é uma
história da Guerra dos Cem Anos. Oean Froissart, Hisroire et Cronique. Paris;
Jean de Tournes, 1559). Tamanho original: aproximadamente 21 x 34 cm.
-------------~------------~
188
Dando
forma à
página
P"" T =-1,5 (2: 3]. Margens: e: ... /fg; t. ... afg;f=- 2e; mp"" 2t. As margens estão, Os escribas que
portanto, na proporção e: f :[: mp- 2:3:4: 6. L.: ma estrutura medieval empregavam
este formato
básica, imponente e elegante, que funciona para qualquer página ou bloco freqüentemente
de texto, desde que ambos fiquem em un(ssono. As margens da espinha e projetavam
de topo podem ser nonos, décimos, doze-avos ou qualquer outra proporção suas páginas
demodoquea
derivada do tamanho da página. Os doze-avos, é claro, resultam numa página altura da linha
mais cheia e eficaz, com menos espaço e;m branco. Mas se a proporção da fosse um fator
página for de 2:3 e as margens da espinha e de topo basearem-se em nonos, par da margem
da espinha. Se
como ocorre aqui, a consonância do bloco de texto com a página será consi- À= s/3, a altura
deravelmente aprofundada, porque b ... l, ou seja, a altura do bloco de texto do bloco de texto
será igual à largura da página. Assim, m: I"" b :·a= I: a"" m: b ... e: f ""f: mp será de 27linhas.
Se À= s/4,ela será
- 2: 3· O ponto a, onde as diagonais meias e inteiras se cruzam, situa·se a de 36linhas.
um terço da distância para baixo e para o lado do bloco de texto e da página.
jan Tschichold, 1955, a partir de VHiard de Honencourt (França, c. 1280). Ver,
de Tschichold, The Form ofThe Book (1991).
PÁCINA OPOSTA: P.,. 1,5 [2: 3]; T "'!. 2 [quadrado duplo}. Margens: e =I..,f/5;
t- ef2. Um livro de poemas inteiramente composto em um itálico caligráfico
com versais romanas. O designer e editor deste livro era um mestre cal(grafo,
certamente atento para a tradição que reza que as margens internas devem
ser menores que as externas. Ele a respeitava em seus livros de prosa, mas
neste livro de poemas optou por centralizar o bloco de texto na página. Todo o
texto foi composto no mesmo tamanho, Os tftulos foram compostos com as
maiúsculas da fonte de texto, espacejadas em aproximadamente 30%. Não há
tftulos correntes ou outras distrações. (Giangiorgio Trissino, Canzone. Roma:
Ludovico degli Arrighi, c. 1523). Tamanho original: 12,5 x 18,75 cm.
Exemplos
P = 1,5 [2.: 3]: T =- 1,54 [pentágono de bloco de texto]. Margens: e"" lf2o; t =
e"" aj3o;f= 1/15 "'4ej3; mp"" 2t. ~o formato usado para o !ndice da quinta
edição do Times Atlas ofThe World (Londres, 1975). A página tem um formato
medieval padrão. O texto é composto em Univers 5,5 pt com 0,1 pt de entre·
linha numa largura de 12. paicas subdividida em cinco colunas por página. As
colunas são separadas por fios verticais finos. As palavras-chave e os fólios
no topo da página são compostos em Univers Semibold 16 pt(essas cabeças
foram indufdas no cálculo das dimensões e do formato do bloco de texto por
sua proeminência). O texto tem 2041lnhas de altura, permitindo uma média
de mil nomes por página para 217 páginas. O índice é uma obra-prima de seu
gênero: um potente srmbolo tipográfico, um eficiente trabalho de referência e
um confortável texto de.. consulta. Tamanho original: 30 x 45 cm.
= =
190
• •
Dando
forma à
página
• •
P = 1,414 [-vi]; T -1,62 [<p, a seção áurea]. Margens: e""'~""' lfg ef- mp-
2e. Este é um formato simples para o posicionamento de um bloco de texto
com seção áurea em uma página ISO, amarrando os dois com margens na
proporção 1 : 2. Duas posições possíveis para os fólios aparecem aqui: na
margem superior externa e (como uma alternativa) abaixo do canto inferior
externo do bloco de texto. Também há um amplo espaço para notas late-
rais na margem externa, se necessário. Se as margens da espinha e de topo
dessas p'áginas forem aumentadas para lj8, e se o bloco de texto e a página
forem mantidos em suas proporções, a relação das margens torna-sef-. mp
""<pe, outra seção áurea.
191
Exemplos
= =
P ... 1,176 [página pentagonal truncadaj;T ... 1,46. Margens:- e"" ajtt; t- ss/6;
f = seJ2i mp ... 3ej2. Colunas: c- 31/to; i"" eJ+ Uma série de ensaios sobre
a arte do século 20 (composto desalinhado à direita na Pontifex de Friedrich
Poppl, 11/13 x 17), publicada no Canadá em 1983 com várias ilustrações de
página inteira. Tamanho original: 24x 28 cm.
192
8.8 IMPROVISAÇÃO E AJUSTES
193
geral, é melhor primeiro awnentar o bloco de texto aos poucos e
depois reajustar as margens, prestando então mais atenção às pro-
porções absolutas que às unidades de medida mais convenientes.
Quando o espaço é medido puramente em pontos, a tentação de
rearranjá-lo em paicas inteiras é milagrosamente arrefecida.
Improvisação 8.8.3 Faça com que o desenho da página seja flexível o suficiente
e ajustes para criar um lar onde o texto possa morar.
194
O QUE HA DE MAIS AVANÇADO
195
eram utilizadas. Dois pares dão 304 compartimentos; três pares
dão 456; quatro pares, 6o8. Esse foi por algum tempo o estádio
mais comum para as partidas tipográficas. Não se sabe como
era a arrumação das caixas de Gutenberg, mas sabe-se o quanto
eram grandes. Em vez de 26, ele usava 290 caracteres de um tipo
em tamanho único, numa escrita sem acentuação, para compor.
O alfabeto sua Bíblia de 42 liubas. A Monotipo, construída cinco séculos
decemmtl mais tarde, com 255 (e mais tarde 272) posições em uma caixa
caracteres de matrizes-padrão, não ficava muito atrás.
Os primeiros computadores elinks de e-mails, por compara-·
Muitos teclados de ção, viviam na pobreza tipográfica. O alfabeto que eles usavam era
computador têm o conjunto básico de caracteres definido pelo Código Norte-Ame-
mais de <:em teclas,
mas apenas 47 ricano Padronizado de Intercâmbio de Informação (American
delas estão ligadas Standard Code for Information Intercbaoge, ou ASCII). Cada
a caracteres (esse caractere limitava-se a sete bits de informação binária, de modo
número ímpar vira
par com a barra de que o número máximo de caracteres era 27 = 128. Destes) 33 deles
espaço). Cada tecla eram normalmente subtraídos para servir de códigos de controle,
de caractere tem, e um era o código correspondente a um espaço vazio. Com isso
no mínimo, uma
posição normal restavam 94, o que não era sequer suficiente para acomodar o
e outra elevada, conjunto básico de caracteres úteis do espanhol, francês ou ale-
o que totaliza 94 mão. O fato de tal conjunto de caracteres ter sido por muito tempo
possibilidades
- os caracteres considerado suficiente diz muita coisa a respeito da estreiteza
básicos do ASCIL cultural da civilização ou da tecnocracia norte-americana em
No entanto, as meados do século 20.
tecias podem
ser facilmente O conjunto de caracteres ASCII ampliado, em uso genera-
remapeadas e lizado desde 1980, é composto por caracteres de oito bits. Isso
codificadas para dá um total de 2 8 = 256 espaços. Via de regra, cerca de 230 glifos
produzir quatro
caracteres cada ocupam esses espaços. Os programas de editoração e compo,
(um exemplo desse sição freqüentemente limitam a seleção útil a 216 ou menos. O
teclado aparece na registro elevado desse conjunto- inteiramente invisível em um
página92}. Quando
maisde47X4= teclado normal de computador - é normalmente preenchido
188 caracteres são com caracteres selecionados do Conjunto de Caracteres Latinos
necessãrios ao 1, estabelecido pela ISO (a Organização Internacional de Nor-
mesmo tempo,
pode-se muito bem malização em Genebra). Esses caracteres - ii, ç é ii e outros- são
usar mais de um identificados e discutidos no apêndice B ).
mapa de teclado. O lote de 216 ou 230 caracteres é minguado, mas atende
As teclas de função
normalmente são à comunicação básica de todas as lfnguas "oficiais" da Europa
utilizadas para Ocidental e da América do Norte. Esse limite ignora as neces-
passar de um sidades dos matemáticos,lingüistas e outros especialistas, além
mapa a outro: do
latim ao grego ao dos milhões de seres humanos que usam o alfabeto latino para
drllico ao hebrai~ o hauçá, o húngaro, o látvio, o navajo, o polonês, o romeno, o
por exemplo. tcheco, o turco, o vietnamita, o galês, o ioruba e assim por diante.
O conjunto de< caracteres-IS O não é o alfabeto nem do mundo
real nem da Assembléia Geral da ONU, mas da OTAN: uma recor-
dação tecnológica da mentalidade do nós-ou-eles que prosperou
durante a Guerra Fria.
Programas bons e acessíveis, capazes de lidar com milhares
de caracteres de maneira eficiente, já estavam à venda (e eram de
fato amplamente utilizados) no inicio dos anos 1980. A padroni- O que há
zação industrial primeiro encolheu essa paleta para em seguida demais
ampliá-la enormemente. Algumas ferramentas tipográficas ainda avançado
não alcançaram esse estágio. Programas tipograficamente paro-
quiais e culturalmente retrógrados circulam por toda a parte.
Os antigos tipógrafos podiam gravar novas punções e fundir
caractereres à vontade. Essa liberdade também existe no com-
putador. No entanto, achar lugar para todas essas letras em um
alfabeto-padrão compartilhado requer, no mundo digital, um
salto de oito para dezesseis bits na definição dos caracteres. Ao
darmos esse salto, o alfabeto aumenta para 216 = 65.536 caracteres.
A primeira versão de um conjunto-padrão de caracteres desse
porte - conhecida como Unicode - foi esboçada no final dos
anos 1980 e publicada no inicio da década seguinte. Até o ano
2ooo. os rudimentos do Unicode haviam sido incorporados aos
sistemas operacionais dos computadores domésticos e as maiores
fundições digitais os tinh"'1). adotado como um novo padrão de
codificação.
Como qualquer padrão, o Unicode não é perfeito, mas cons-
titui um protocolo funcional tanto para um generoso alfabeto Ver 1he Unicode
latino quanto para a coexistência tecnológica do árabe, do bengali, Standard,
Versão 4.o.o, em
do chinês, do cirilico, do devaganári, do grego, do hebraico, do www.unicode.org.
coreano, do latim, do tailandês, do tibetano e de centenas de outras
escritas. Entretanto, logo ficou claro que 65 mil caracteres não
eram suficientes. Para ampliar o conjunto. 2 10 = 2.048 espaços
originais foram destinada,s a funcionar em pares. Isso permite
a adição de 1.024' = 1.048.576 caracteres. Em sua última forma
publicada (versão 4.0.0, editada em 2003), o Unicode define
96.382 caracteres, reserva 137.468 para uso privado e ainda deixa
aproximadamente 878 mil livres para futura alocação.
Poucos de nós iremos precisar (e ninguém vai querer me-
morizar) de cem mil caracteres. Os tipógrafos que trabalham
com o chinês freqüentemente conseguem dominar vinte mil; os
que lidam com o coreano aprendem três mil ou mais; a maioria
dos humanos alfabetizados aprende com mil caracteres ou me-
nos. Mesmo assim, os autores, redatores, tipógrafos e cidadãos
197
comuns que querem apenas poder soletrar Dvoiák, Milosz, M:jü
õ a ou al-Fãrãbi, ou citar um verso de Sófocles ou Pushkin, ou os
Vedas, Sutras e Salmos, ou escrever <P ;c tt, são beneficiários de
'li dó um sistema inclusivo a esse ponto, assim como qualquer pessoa
v- ~ .!. que queira ler seus e-mails em um alfabeto que não o latioo ou
numa liogua que não a sua própria.
);:; y Ii Pode ser também que jamais haja uma fonte de cem mil
i r y; caracteres bem-feitos projetados por um único designer. Não
obstante, boas fontes codificadas para o sistema Unicode com
""? u" 1# bem mais de dez mil caracteres já estão disponíveis, e os sistemas
à: ft operacionais dos computadores estão habilitados a processá-los.
w Mais importante porém é a sua capacidade de ligar e ajustar con-
'Q w
juntos de simbolos e alfabetos específicos uns aos outros mediante
(i '[? ajustes no peso, na entreletra e na escala das fontes. Essa espécie
de diplomacia tipográfica é tarefa de alguma importância - e
fp 11\
quando os caracteres são unidos dessa maneira, compartilhando
1.<5 o mesmo espaço tipográfico, estejam eles na mesma fonte ou não,
""X il
o Unicode pode servir como um mecanismo de coordenação.
O Unicode é relativamente novo, mas muitos dos recursos
~ que ele cataloga são antigos. Os programas de composição, os
links de comunicação e os teclados estão apenas começando a
alcançá-lo.
199
Todas as curvas
I I
quadráticas podem I I
ser perfeitamente 1 r
expressas em I I
curvas cúbicas, I I
I I
mas a redproca
não é verdadeira. i ..,...-=---=--,_., i
Nas equações I I
quadráticas, a maior
1 r
I I
poténcía é dois
(e.g.,x ao quadrado:
I
I ..,_,.A
----!----....=..r--1-~---
I
I
x1);emequações 1 I
cúbicas, é três I I
(e.g.,xaocubo:x').
O e à esquerda, codificado em PostScript, é descrito por meio de 18 curvas cú-
bicas definidas por 6o pontos. O e à direita, codificado em TrueType, é descrito
por meio de 23 curvas quadráticas definidas por 52 pontos. Os pontos finais
são representados por quadrados e os pontos de controle por drculos.
200
mação de serifa. Até hoje, no entanto, relativamente poucas fontes Na terminologia
chegaram a ser, feitas. da Adobe, o eixo
do tamanho é
O primeiro formato TrueType resultou em duas variações chamado de óptico,
importantes. São elas as fontes Graphic Extension (Gx), primei- não de ótimo.
ramente editadas em 1994,e TrueType Open (TTO ), de 1995.Esses Oqueestáem
jogo, no entanto.
formatos são importantes, dada a sua habilidade de acomodar é a escala fisica,
grandes conjuntos de caracteres aliada. à substituição contex- que é tão visceral
tua! automática de variantes e de ligaturas. Essas capacidades quanto óptica.
são essenciais para muitas escritas asiáticas (árabe, devaganári,
tibetano e malaiala, por exemplo). São também vitais no caso de
várias formas históricas (e possivelmente algumas futuras) das
escritas grega e latina.
aaaaaaaaaa
A Adobe Jenson MM pode ser modificada tanto no peso quanto no tamanho
ótimo. Aqui, uma letra de peso uniforme é ampliada de 6 a 72 pt em seu ta·
manha ótimo. As formas são então redimensionadas para a mesma altura·x
para que suas formas e pesos efetivos possam ser comparados. Se cada letra
for composta no tamanho previsto, o equilfbrio óptico será atingido.
201
programa paroquial, as qualidades OT de uma fonte OT somem
e ela passa a se comportar como uma T-I ou uma TT normal
com 216 caracteres acessíveis ou menos.
Muitos milhares de fontes OT foram editados - e, mais uma
vez, sua qualidade varia de lamentável a estupenda. Algumas fon-
tes OT de fato não tiram nenhuma vantagem das capacidades do
A substância formato e são funcionalmente idênticas ao arroz-com-feijão das
da fonte fontes PS ou TT. Outras são ricas e sutis. É impossível verificar
isso sem abrir o pacote e examinar seu conteúdo.
A tipografia e a edição de fontes não vão salvar o mundo,
mas a coexistência pacífica e o intercâmbio entre os sistemas de
escrita do mundo poderiam ser um passo nessa direção. Mesmo
esse modesto objetivo está bem distante e pode não ser alcançado
nunca- mas ele agora é perceptível, o que já é alguma coisa.
202
Nos primórdios da tipografia, os puncionistas com freqüên-
cia gravavam várias versões de letras comuns e outros caracteres
(tais como o hífen), para que suas variações sutis- e muitas vezes
subliminares - dessem vigor à página. Um compositor manual,
remexendo uma caixa de tipos em busca de um e, poderia encon-
trar qualquer uma das várias de suas formas similares, mas nunca
formas idênticas. Poucos leitores perceberiam essa diferença de O que há
modo consciente, mas cada uma dessas letrinhas sorrateiramente demais
variantes dava seu quinhão de vitalidade à página - vitalidade avançado
que sobrevive mesmo após quinhentos anos de permanência na
estante de uma biblioteca. Isso procede em parte da excelência
artística dos puncionistas e em parte do uso de um sistema que
permite aos glifos exceder os caracteres em número.
A Sophia de Matthew Carter - para tomar um exemplo
mais recente - é uma fonte digital feita apenas de maiúsculas,
que contém no entanto glifos múltiplos para vários caracteres.
Há quatro formas de T, três formas de E, F e R, duas formas de
A, C, G, H, I, K e de muitas outras letras. Algumas das variantes Para as origens
são independentes; outras são componentes de ligaturas que da Sophia, ver
Stanley Morison,
podem ser personalizadas. A aposta da Sophia no conjunto de Politics and Script
caracteres é pequena, uma vez que ela não tem caixa-baixa, mas (Oxford, 1972),
sua paleta de glifos é ampla (e seu autor já foi convidado a am- 98-tOJ, e a resenha
das fontes Sophia
pliá-la ainda mais). e Mantinia em
Afora casos especiais de fontes como a Sophia ou a Poetica, a Print, 48(2.) (Nova
maioria das fontes de tipos latinos se limita atualmente a um glifo York, 1994),121-:12..
para a maioria dos caracteres e a alguns poucos glifos contextuais,
tais como ff e ffi. Já no âmbito da família existem vários glifos
por caractere: a, a, A, a e às vezes muitos outros. No entanto, em
lingoas como o inglês as regras para escolhê-los são tão editoriais
quanto tipográficas. No alfabeto árabe, ao contrário, é essencial As ligaturas lexicais
que haja múltiplos glifos em toda fonte, e sua escolha é governada (re,re,B, etc)são
aquelas cujo uso
por regras majoritariamente escriturrus ou t!pográficas. Na escrita é definido por
árabe não há maiúsculas, versaletes ou itálicos, mas as ligaturas lexicógrafos e
são freqüentes e mesmo uma fonte árabe simples contém algo em gramáticos. Elas
estão inseridas
torno de cem glifos básicos para as 28letras árabes, uma vez que no Unicode. As
a maioria das letras tem quatro formas diferentes: inicial, medial, ligaturas tipográficas
final e multiposicional. {ff',fi.d. etc) são
aquelas cujo uso é
Isso explica a necessidade dos caracteres de "uso privado" no primordialmente
Unicode. Ligaturas tipográficas, algarismos de texto, versaletes, uma questão de
letras caudais e outros glifos alternativos são inseridos nesse estilo tipográfico.
Essa distinção
domínio. O programa de composição deve então ser ensinado nãoédemodo
encontrá-los. algum absoluta.
203
O INTELECTO HUMANO
OU Do TRABALHO ~r
--- E AO DE CID I~SE PELA
SEG-UNDA) NECESSITARÁ
RECUSAR + A ffiANSÃO
..::.~:::;:;: CELESTIAL) DESVAIRANDO
do original: "lhe
intellect of man is
forced to choose I -
:::~;~';;:."!,~~ NA ESCURIDA0 +++++++
I And if it take
the seoond must
refuse I A heavenly
204
9.3.2 Variação manual, aleatória e programada
205
possibilidades sugerem-se.a si mesmas: (1) a escolha dos glifos
pode ser delegada ao tipógrafo, que irá selecioná-los e ioseri-los à
mão um a um; (2) a escolha pode ser aleatória onde haja variações
de desenhos de letras iodivÚ!uais; (3) as regras para a escolha de
glifos podem ser feitas sob medida para a fonte e implantadas
nela mesma.
A fonte A primeira opção tem sido a pratica usual com os tipos
multi~ fundidos há séculos. A Poetica, a Sophia e a Zapf Renaissance,
dimensional em suas encarnações PostScript comuns, pertencem à mesma
tradição. Ao iocluir glifos suplementares para certos caracteres,
essas fontes oferecem aos tipógrafos o mesmo grau de liberdade
(e pedem de volta o mesmo iovestimento de habilidade e atenção)
de que os compositores manuais desfrutavam desde os tempos
de Gutenberg, Ratdolt e Jenson.
A segnnda opção - deixar que as variantes escolhidas pelo
designer se defendam por si mesmas aleatoriamente - também
é um método antigo e valorizado. Francesco Griffo, Claude Ga-
rarnond e Simon de Colioes são apenas dois dos muitos mestres
antigos que lapidavaro múltiplas formas para suas letras. Algumas
letras alternativas (com formas tais como '11 e n...) eraro usadas de
modo seletivo nos inícios e nos finais das palavras, em contextos
em que sua largura adicional era útil para a lioha. Outras, mal
David Pye discute diferiodo entre si no limite do visível, podiam servir- e serviaro
a importância - para avivar o texto aleatoriamente.
do limite da
visibilidade em Outro tipo de variação aleatória envolve a interação entre
seu perspicaz. lhe. a habilidade do artesão e a textura dos materiais. As letras de
Nature and Art of Griffo e Colines eram gravadas com imenso cuidado, mas eram
Workmanship
lA natureza e a artê' talhadas à mão em latão, fundidas, moldadas e compostas à mão,
da artesania] (1968). entintadas à mão com tinta feita à mão e impressas manualmente
em uma prensa manufaturada em madeira sobre papel feito à
mão. Cada passo do caroioho iotroduzia pequenas variações que
niogném planejava. Num mundo de máquinas extremaroente.
apuradas, essas texturas produzidas pela iotervenção humana
são apagadas e prevalece wna mesmice estéril
Em face disso, o computador é um dispositivo ideal para
reviver esse velho luxo das variações aleatórias no limrte do percep-
tível (que nada tem a ver com caos). No entanto, os programas de
composição convencionais concentram-se no ideal insustentável
do controle absoluto, e foram marcados no passado pela idéia de
usar wn único glifo por caractere. Têm sido feitas muitas tenta-
tivas de introduzir uma camada de variação aleatória, mas todas
a contrapelo do desenvolvimento tecnológico. Assim ocorreu.
206
com a fonte Beowolf, de Erik van Blokland e Just van Rossurn.
Em sua primeira versão experimental (1990), ela se utilizava do
dispositivo de saída para criar perturbações verdadeiramente
aleatórias a partir de um único conjunto de letras. Embora ela
não funcionasse em todos os sistemas, e malgrado o fato de ter
sido ultrapassada rapidamente pela evolução das máquinas e dos
programas) a Beowolf permanece sendo um marco importante
na história do esforço de ensinar aos computadores o real legado
da tipografia. Na versão
Openl'ypeda
Zapfino de
eeeeeeeee eeeeeeeee eeeeeeeee HennannZapf,a
seqüência
A Beowolf {fontShop, 1990) é, na sua raiz, uma escultural fonte romana de p+ppodeser
automaticamente
texto desenhada por Erík van Blokland. As letras são enviadas ao dispositivo convertida para
de. impressão por meio de uma sub.rotina concebida por just van Rossum, P'+p1,mas
existem muitas
que provoca distorções em cada letra dentro de certos limites, mas de modo
outras opÇÕes.
indeterminado. Há três graus de aleatoriedade à disposição. Assim, cada Quatro delas são
letra é uma surpresa. mostradas abaixo
207
i
Texto justificado As nações não são grandes de fato somente por ter indiví-
à esquerda, com duos numerosos, livres e ativos [nem as corporações
formato de glifos e
espacejamento de por sua fatia de mercado e por seus lucros], mas quando
palavras e caracteres esses números, essa liberdade e essa atividade [ou essa fa-
invariáveis. tia de mercado e esses lucros] são empregados a serviço
de um ideal maior que o de um ser humano comum toma-
do em si mesmo.- MATTHBW ARNOLD [& EVE SMITH)
Texto justificado As nações não são grandes de fato somente por ter indivi-
apenas pela variação duas numerosos, livres e ativos [nem as corporações por
do espacejamento
entre palavras. sua fatia de mercado e por seus lucros:, mas quando esses
números, essa liberdade e essa atividade [ou essa fatia de
mercado e esses lucros] são empregados a serviço de um
ideal maior que o de um ser humano comum tomado em si
mesmo.-MATTHEW ARNOLD [& EVE SMITH]
Texto justificado As nações não são grandes de fato somente por ter indivi-
apenas pela variação duas numerosos, livres e ativos [nem as corporações por
do espacejamento
entre letras. sua fatia de mercado e por seus lucros], mas quando esses
números, essa liberdade e essa atividade [ou essa fatia de
mercado e. esses lucros] são empregados a serviço de um
ideal maior que o de um ser liumano comum tomado em si
mesmo.-MATTHEW ARNOLD [& BVB SMITH)
Texto justificado As nações não são grandes de fato somente por ter indivi-
apenas pela duas nwnerosos, livres e ativos [nem as corporações por
alteração das
formas dos glifos. sua fatia de mercado e por seus lucros], mas quando esses
números, essa liberdade e essa atividade :ou essa fatia de
mercado e esses lucros~ são empregados a serviço de um
ideal maior que o de um ser humano comum tomado em si
mesmo.-MATTHEW ARNOLD [& BVE SMITH)
Texto justificado por As nações não são grandes de fato somente por ter indivíduos
wna combinação numerosos, livres e ativos [nem as corporações por sua fatia
de alterações nas
formas dos glifos e de mercado e por seus lucros], mas quando esses números,
nos espacejamentos essa liberdade e essa atividade [ou essa fatia de mercado e
das palavras e esses lucros] são empregados a serviço de um ideal. maior
das letras.
que o de um ser humano comum tomado em si mesmo.
- MATTHEW ARNOLD [& EVE SMITH]
208
tal proeza gravando e moldando uma hoste de abreviações e
ligaturas, acompanhadas de múltiplas versões de determinadas
letras, cuja largura diferia modestamente. No início dos anos 1990,
Peter Karow e Hermann Zapf desenvolveram um meio de fazer
algo bem parecido no meio digital - e sem precisar recorrer às
abreviações dos escribas.
O computador, ao contrário de uma monotipo ou linotipo, é O que há
perfeitamente capaz de calcular os prós e os contras das quebras demais
de linha ao longo de um parágrafo inteiro. Ele pode quebrar uma avançado
linha, seguir adiante, voltar, quebrá-la de novo, outra vez e assim
sucessivamente, sempre que as linhas subseqüentes derem razões
para isso. Sabe-se que os compositores manuais faziam o mesmo,
mas a rejustificação manual é lenta e tediosa. Já o computador,
tendo aprendido o truque, pode fazê-lo num piscar de olhos.
Outra coisa que o computador pode fazer - porque Karow
ensinou como- é justificar o texto fazendo sutis alterações na
largura das letras.
A boa justificação é calculada parágrafo a parágrafo em
vez de linha a linha, e a melhor justificação digital se baseia
atualmenteem ajustes microscópicos nos espaços entre as letras
e dentro delas, bem como nos espaços entre as palavras. Neste
livro, por exemplo, o mecanismo de justificação foi instruído a
permitir wna variação de±3% no espacejamento entre caracteres
e para ajustar a largura dos glifos individuais em ±2 %. A maior
parte dos trabalhos ainda é feita com o ajuste dos espaços entre
as palavras, mas as linhas quase sempre contêm mais letras que
espaços. Ajustes mínimos nos espaços entre as letras e dentro
delas vão portanto bem mais longe quando se trata de criar uma
página de cor e textura homogêneas.
Em inglês [e em português], em que cada linha contém
em média cinco vezes mais letras que espaços, a elasticidade
permitida no espacejamento intra- e_ entre caracteres deve per-
manecer em torno de um quinto da elasticidade permitida no
espacejamento das palavras.
209
Entretanto, muita tipografia não é mais composta para a página,
mas para a tela de um computador. A tela pode vibrar com suas
cores fluidas, mas os melhores monitores têm resolução lastimável
(algo em torno de 140 dpi: menos de um quarto da norma cor-
rente para as impressoras a laser e menos de 6% da norma para as
compositoras digitais profissionais [typesetters]). Quando o texto
Pixe/s, é apresentado grosseiramente, o olho sai à procura de distração,
provas e coisa que não falta na tela do computador.
impressão A tela imita o céu, não a terra. Ela bombardeia nossos olhos
com luz em vez de esperar pelo nosso olhar para retribuir-nos a
dádiva da visão. Ela não é ao mesmo tempo serena e vívida, como
um cantpo florido, como o semblante de alguém que pensa ou
ainda como uma página tipográfica bem-feita.E nós lemos a tela
como quem lê o céu: em varreduras rápidas, adivinhando o clima
pela mudança das formas das nuvens, ou como os astrónomos,
examinando detalhes de imagens telescópicas. Buscamos ali
mais pistas e revelações que sabedoria. Isso faz da tela um lugar
atraente para a publicidade e para a dogmatização, mas não tão
atraente para textos reflexivos.
Noutras palavras, a tela é um ambiente de leitura ainda mais
fugidio que o jornal. Nela, orações intrincadas e longas, cheias
de palavras pouco familiares, têm poucas chances de sobreviver,
assim como as formas delicadas e sutis das letras em tamanho
de texto. Caracteres sobrescritos, subscritos, notas de rodapé,
notas fui ais, notas laterais, todos desaparecem. Na luz agressiva
e na resolução grosseira da tela, esses acessórios textuais são
diflceis de ver. Pior ainda: põem a perder a indispensável ilusão
de velocidade, de modo que são substituldos por links e pelos
saltos do hipertexto. Assim, todos os subtextos podem ter o
mesmo !antanho e os leitores têm a liberdade de pular de texto
para texto como uma criança zapeando a TV. Quando a leitura
Tmo
assume essa forma, tanto as orações quanto as formas das letras
un
d, regridem a uma simplicidade tosca. Já as formas criadas para
fom sinalização e para papel de jornal tendem a sobreviver. As boas
,.,.,. fontes de texto para a tela são portanto aquelas com baixo con-
traste, torso grande, interiores abertos, terminais sólidos e serifas
retas ou sem serifa.
Se um texto que corre pela tela tem alguma coisa de impor-
tante a dizer, ele ainda necessita da atenção do tipógrafo~ as;im
como qualquer outro texto impresso. Pode até ser que o leitor, e
não o tipógrafo, veulla a escolher a fonte. Mesmo assim, o tipógrafo
pode ter algum controle sobre outros fatores do ritmo tipográfico
210
- tamanho, largura da mancha de texto, entrelinha. Mais impor-
tante: o tipógrafo compõe a página virtual, determinando forma
e freqüência dos títulos, orientação e posicionamento das ilustra-
ções e disposição das bordas e dos parágrafos. Ele dá forma visível
e exterior à ordem intrínseca e invisível do texto. Isso determina
em grande parte quem irá ler o texto e como irá fazê-lo.
O que há
9.5.2 Confira o tipo em todas as etapas. demais
avançado
As letras digitais podem ser impressas diretamente sobre o papel
com impressoras a laser; podem ser compostas em papel fotos-
sensível ou em filme, positivo ou negativO, a partir do qual são
feitas as chapas de impressão litográficas, os blocos tipográficos
ou as telas serigráficas; ou podem ser gravadas diretamente sobre
as chapas de uma impressora offset. Todas essas transformações
eletrostáticas e fotográficas dão margem à superexposição ou à
subexposição do tipo.
Confira a precisão da cor e das formas tipográficas em todas
as etapas, e verifique a consistência do começo ao fim. A expo-
sição inconsistente do tipo acontece freqüentemente quando o
trabaiJ:o é composto em seções sucessivas ou quando páginas
corrigidas são rodadas novamente. No entanto, inconsistências
podem ocorrer mesmo quando todo o trabalho for rodado de
uma vez na mesma máquina. Se dois lotes diferentes de filme
ou papel fotossensível forem misturados inadvertidamente, as
mesmas configurações de máquina não irão impedir a produção
de dois resultados diferentes.
Erros mecânicos também podem_ acontecer no mundo su-
perficialmente higiênico e high-tech dos tipos computadorizados.
Muita página desenhada com requinte foi arruinada por um rolo
de impressão solto ou uma tarracha mal lubrificada. Sobreponha à
página impressa uma grade. de referência para checar a consistên-
cia da entrelinha, verificar se as colunas mú:tiplas estão alinhadas
como deveriam e se o bloco de texto não ficou trapezoidal (a não
ser que tenha sido desenhado com tal forma).
211
ser satisfeitas. Os bons impressores têm muito a ensinar a seus
clientes, e o melhor. tipógrafo sempre pode encontrar algo para
aprender. Mesmo assim, o caminho que vai da mesa do redator
à gráfica continua sendo uma jornada.freqüentemente atemori-
zada por perigos e surpresas. A razão para isso é que essa viagem
normalmente. liga dois âmbitos económicos diversos. De um
Pixels, lado, um ente singular - um manuscrito - move-se lentamente
provas e pelas mãos de indivíduos- autor, redator, tipógrafo- que fazem
impressão julgamentos e tomam decisões individuais e têm a liberdade (ao
menos temporária) de mudar de idéia. Do outro lado, um produto
carissimo (o papel branco) passa de modo irreversível e em alta
velocidade por uma máquina igualmente caríssima (e também
obsessivamente faminta).
Sob alguns aspectos, os métodos digitais ajudaram a recons-
truir a relação próxima que a.redação, a tipografia e o design de
tipos mantinham na época de ouro da prensa tipográfica. Mas
tudo o que o autor, o designer de tipos, o redator e o tipógrafo
fazem ainda depende das habilidades e métodos do impressor
-e enquanto a tipografia, para muitos, voltou à escala da oficina
caseira, a impressão ganhou as dimensões da indústria pesada.
A liberdade propiciada pelos equipamentos e programas digitais
de composição tipográfica, baratos e padronizados, também tem
seu preço- o preço da mesmice e da superficialidade enfadonhas
em todo o trabalho que o tipógrafo faz. O uso de. papéis, tintas,
impressoras e máquinas de encadernação padronizadas pode
facilmente apagar tudo o que resta do toque pessoal do tipógrafo.
Não obstante, a impressão é o usual objetivo da tipografia.
Ainda que por falta de opção, recai sobre o tipógrafo, mais
que sobre qualquer outro, a tarefa de vencer o vão entre wn
mundo preocupado com a prova final perfeita e o mundo que irá
reproduzi-la industrialmente. Ninguém trabalha tão perto dessa
fronteira quanto o tipógrafo, e uinguém tem mais necessidade
de entender o que acontece em ambos os lados.
As margens dos livros não podem ser calculadas corretamen-
te até que o método de encadernação seja escolhido, e elas não
ficarão corretas se esse método não for seguido. O tipo não pode
ser eleito sem que se defina o tipo de papel em que será impresso,
e não ficará bem caso essa intenção seja traída. Uma mudança de
três milimetros no padrão de dobra ou no tamanho de refilo irá
arruinar uma página meticulosamente dimensionada.
Uma outra forma de sabotar o tipo é imprimi-lo com a tinta
errada. O controle cromático é importante mesmo quando não
212
houver uso de cores, pois há vários tons de preto, alguns penden-
do para o vermelho, outros para o azul. Os pretos avermelhados
são aceitáveis nos papéis em tom de marfim. Se o papel for mais
próximo do cinza ou do branco, o preto da tinta deverá se apro-
ximar do azul. No entanto, se o texto e as ilustrações em cores
forem impressas de uma vez só, o preto será o preto de escala e
a densidade do tipo ficará à mercê dos ajustes finais de cor feitos O que há
pelo impressor. demais
O brilho da tinta raramente cria problemas no papel fosco. avançado
Já em material brilhante a sua luminosidade muitas vezes foge
ao controle. Para preservar a legibilidade sob luz artificial, as
tintas utilizadas para imprimir texto em papel brilhante devem
ser menos reflexivas que o papel.
213
Preservar o sistema significa estar aberto às surpresas e às
dádivas do futuro, mas também significa manter o futuro em
cantata com o passado. Para tanto, é pr~ciso olhar as obras anti-
gas e as novas com o mesmo interesse. Reproduções, é claro, são
ótimas dentro de seus limites, mas você nunca irá saber o que
é um manuscrito ou um livro impresso do século 15 até tocá-lo,
Preservando cheirá-lo, tomá-lo em suas mãos.
o sistema
9.6.2 Zele tanto pela baixa quanto pela alta tecnologia.
214
geneamente revestido. Se o tipo for digital, significa que os glifos
foram alinhados corretamente e dimensionados de modo con-
sistente, com larguras acuradas e instruções de kerning sensíveis.
Uma fonte pode ser (e pode não ser de fato ) um artefato eletrônico
imensamente sofisticado: não apenas uma obra-prima de design,
mas wna intangível peça de artesanato enriquecida por vários
olhos e mentes habilidosos, freqüentemente não mencionados. O que há
A complexidade do equipamento utilizado atualmente pela demais
maioria dos tipógrafos desaponta alguns observadores e estimula avançado
outros. Alguns ficam animados e outros se irritam com o seu
evidente poder e com a facilidade de sua operação. Em meio a
essa complexidade, no entanto, a tipografia continua sendo o que
é: a fatura de sinais significativos, duráveis, abstratos e visíveis.
Quando o sistema falha, o ofício, seus propósitos, seus valores e
todas as suas possibilidades subsistem.
215
PREPARANDO A FONTE
JLO
ou seja, traços deixados por gestos significativos. A tipografia,
por sua vez, começa com o arranjo de marcas significativas que
já estão produzidas. Nesse sentido, fazer tipografia é como tocar
piano - um instrumento bem diferente da voz humana. Nele, as
notas já estão definidas, mas não sua ordem, duração e amplitude.
As notas são fixas mas podem ser rearranjadas infinitamente,
produzindo música significativa ou ruído sem sentido.
No entanto. os pianos precisam ser afinados. O mesmo vale
para as fontes. Para usar um termo mais literal, as fontes precisam
ser editadas tão cuidadosamente quanto os textos - e, assim como
os textos. podem precisar ser reeditadas caso as circunstâncias
mudem. A edição de fontes, assim como a de textos, começa antes
do seu nascimento e nunca termina.
Pode ser que você prefira confiar a edição de suas fontes a um
profissional, como os pianistas fazem com os afinadores. Se você
for o editor de uma revista ou o gerente de uma editora, esse tal·
vez seja o melhor modo de proceder. Mas os tipógrafos devotados,
assim como os alaudistas e os violonistas. muitas vezes sentem
que eles mesmos devem afinar os instrumentos que tocam.
216
A licença-padrão da Linotype Library diz: "Você pode mo-
dificar o programa da fonte para satisfazer as demandas de sen
projeto~ A licença-padrão da FontShop tem uma cláusula similar:
"Você tem o direito de modificar o programa da fonte para uso
personalizado pessoal e de negócios, mas não para revenda ou
redistribuição~ Já as licenças da Adobe e da Agfa Monotype não
contêm essas cláusulas. A licença da Monotype diz: "Você não Preparando
pode alterar o programa da fonte com o propósito de adicionar a a fonte
ela qualquer funcionalidade[ ... ]. Você concorda em não adaptar,
modificar, traduzir, converter ou por qualquer meio alterar o
programa da fonte~
Se sua licença proíbe a melhoria da fonte, a única maneira
legal de afiná-la é contornar a licença usando um programa. Você
pode, por exemplo, usar um editor externo de kerning para ignorar
a tabela de kerning da fonte. Essa é a maneira menos elegante de
fazê-lo, mas inúmeros erros de espacejamento e de kerningpodem
ser disfarçados - se precisarem ser - por esse expediente.
217
As necessidades do texto devem ter precedência sobre o desenho
da fonte; a integridade das letras tem precedência sobre o ego do
designer; a sensibilidade artística do designer deve" ter precedência
sobre a ânsia de lucro da fundição; e o oficio da fundição deve
ter precedência sobre tudo o mais.
218
-P'A~ ""''A,..,
euoa--teuoa
Embora seja um tipo caseiro, a Kennerley de Frederic Goudy é bastante agra-
dável, além de ser útil a vários propósitos; mas na versão digital da fundição
Lanston as letras foram atulhadas com alguns diacrfticos absurdos. Acima, à Preparando
esquerda: quatro caracteres móveis acentuados tais como foram editados pela a fonte
fundição. Acima, à direita: versões corrigidas. Todas as fontes são candidatas
a melhorias similares. Abaixo, à esquerda: quatro caracteres acentuados da
Minion de Robert Slimbach, editada pela Adobe em 1989 após cuidadoso
refinamento. Abaixo, à direita: os mesmos glifos, revisados por Slimbach dez
anos depois, durante a preparação da sua versão Open"'!"ype.
/'••/\ ,, .. /\
a e]_ u--tae]_ u
Você pode descobrir, por exemplo, que caracteres não alfa-
béticos tais como @ + ± x = · - - © são grandes ou peq~enos
demais, muito claros ou·escuros, altos ou baixos ou destoam do
alfabeto básico de outros modos. Também pode descobrir que
diacríticos de glifos tais como â ç é fi ô ü estão mal desenhados,
mal posicionados ou fora de escala em relação às letras.
219
As fontes de texto ISO convencionais (PostScript ou.TrueType)
dão a você um conjunto básico de caracteres europeu ocidental.
Caracteres europeus orientais como ~ é d ê gh i n õ r~ i ü normal-
mente não são incluídos. O mesmo acontece com os espécimes
galeses We ye com inúmeros caracteres necessários às línguas
africanas, asiáticas e norte-americanas nativas.
Aperfeiçoando Os componentes necessários para fazer esses caracteres po-
o conjunto de dem estar presentes na fonte, e juntá-los não é difícil, mas você
caracteres precisa de um lugar para colocar os caracteres que você fizer. Se
você precisar de apenas uns poucos e não se importar com a
compatibilidade dos sistemas, pode colocá-los em lugares des-
perdiçados, tais como as posições 1\ < > \ 1- ',às quais se pode
ter acesso diretamente do teclado, ou as posições ct + 1 2 3 o %o I,
às quais se pode CÍiegar mediante utilitários de inserção, códigos
de..caractere ou personalização do teclado.
Se você precisar adicionar muitos desses caracteres, precisará
fazer uma fonte suplementar ou, o que é ainda mellior, wna fonte
ampliada (TrueType ou OpenType). Se estas servirem ao seu uso
exclusivo, os caracteres extras podem ser posicionados onde você
quiser. Se forem compartilhadas, cada novo glifo deverá ser iden-
tificado por seu nome PostScript e por seu número Unicode.
220
cha: nem o espacejamento apertado preferido pela maioria dos
editores anglófonos, nem o espacejamento amplamente aberto
costumeiro na França. Se eu trabalhasse com a língua francesa o
tempo todo, talvez aumentasse essas folgas ainda mais.
221
variar ou parecer consistentemente contraído ou solto, é provável
que as proteções precisem de alteração.
A função de uma tabela de kerning é conseguir aquilo que
mesmo as proteções laterais perfeitas não conseguem. Uma che-
cagem apurada da tabela de caracteres envolve, portanto, a verifi-
cação de todas as permutações de caracteres possíveis: 1213141516
Aperfeiçoando ... qwqeqrqtqyquqiqoqpq... (~(s(d(f(g(h(j(k(l... )a)s)d)f)g ...
o conjunto de -1-2-3-4-5··· TqTwTeTrTtTyTuTiToTp ... e assim por diante.
caracteres A checagem de uma fonte ISO simples irá conswnirvárias horas;
a de uma fonte pan-européia, vários dias.
O kerning baseado em classes (c/ass-based) pode ser utilizado
para acelerar o processo. Nele, letras similares, tais como a á â ã à
ti ã ã ã q, são tratadas como uma só e recebem o mesmo kerning.
Essa é uma excelente maneira de começar o trabalho se você
estiver fazendo o kerning de uma fonte grande, mas não é wn
bom modo de terminá-lo. As combinações Ta e Tã, Ti e Ti, i! e íl,
i) e i) provavelmente irão pedir tratamentos diferentes.
Seqüências de kerning tais como Tp, Tt e f( podem parecer
absurdas, mas elas podem ocorrer - e ocorrem - em textos reais.
(Tpig é o nome de uma cidade nas montanhas do Daguestão,
próxima do extremo sul da Federação Russa; Ttanuu é um impor-
tante sítio histórico na costa da Columbia Britânica; seqüências
tais como y = f(x) ocorrem rotineiramente em matemática.) Se
você sabe quais textos quer compor com wna determinada fonte,
e sabe que combinações como essas jamais irão ocorrer, pode
certamente omiti-las da tabela. Mas se estiver preparando uma
fonte de uso geral, mesmo em wna única língua, lembre-se de que
ela deve acomodar a frase estrangeira ocasional e os nomes de
pessoas, lugares e coisas reais ou fictícias. Isso pode envolver com-
binações pouco usuais. (Alguns exemplos adicionais: McTavish,
FitzWilliam, O'Quinn, dogfish,jack o'-lantern, Hallowe'en.)
Também é bom checar a fonte usando um arquivo de teste
- um texto especialmente desenhado para caçar caracteres au-
sentes ou mal formados e pares de kerning muito apertados ou
muito soltos. As páginas 224-25 contêm um pequeno exemplo
de wn arquivo desse tipo, mostrando a diferença entre wna fonte
não preparada e outra preparada.
Não é difícil que uma fonte. ISO bem-preparada (que pode
conter algo em torno de dois mil caracteres úteis) tenha uma
tabela de kerning com mil pares listados. As instruções de kerning
para grandes fontes OpenType são normalmente guardadas de
outra forma, mas os dados dekerning para uma fonte latina pan-
222
européia, quando convertidos para o formato tabular, podem
chegar facilmente a trinta mil pares. Em uma fonte latina-grega-
cirílica bem-preparada, a decompilação das instruções de kerning
pode gerar uma tabela de 150 mil pares. Lembre-se porém que
não são os números que contam. O que conta é a inteligência e
o estilo do kerning. Lembre-se também que não há fonte cujo
kerning não possa ser melhorado. Preparando
a fonte
10.3.6 Verifique o kerning da entrepalavra.
223
~ta{Ê)ou' ·"":" c~do chef§uvre!
Making of [Qft( f} •4Ef•Qf)@~
Making o~,f..,@ '®'~@es,
@ignac, ~rande, Ypres, Les Woevres, a
A fonte desta
página foi composta
®'ret de ~vres, a Voire e a Vauvise ficam na
assim como veio: França. Yves e @mboise são aves. Lyford é
é um artefato de
engenharia digital no Texas e :@nse-au0riffons em Québec;
®na, na Polônia. @.arte,@ar e@i® em
magnificamente
complexo. capaz
decompor má
tipografia em
Yale. @oto e R.'Y9tsu no Japão, @ikpak no
cinco escritas e
em mais de cem
delta do Y~, @reken na Noruega, i@ulu
Unguas dúerentes. no Quênia, não e~ ~anda ... Walton, West
Na página oposta. Virginia, mas @r~ Oregon. Tl~an fica
uma versão bem-
preparada da
perto de@chimilco, México; Os~s
mesma fonte: o e~loph~ou ficam no Chipre, ~ettl na
~stria, ~n~ na Dinamarca, @ringsfossen
mesmo grande
conjunto de letras
arroz-com-feijão
afinado para e ~r~y na Noruega; Tchula no Mississipi,
funcionar direito.
Tittabawassee em Michigan. Twodot em
Alguns dos lapsos Montana, @amum na Birmânia.~~drasil
na tabela de kerning
original foram
e~. @gvi e @den,@mô, S e gjõld
circwtdados. e@ ficam no Eddas. @berget e g na
Noruega, Ktipas e Tmolos na Grécia,@quez
fica na Argentina, Vreden na Alemanha, a
Vm@incke-StraBe fica em Münster, @ovino
na Rússia. Itérbio é@erbium em inglês.
Touissant :@uverture, Será que ®liflin,
Wolfe, Milosz e Wü ®estão na biblioteca?
Os exemplos ~0, ll:~e o que são os~
que se referem
aclusivamente
àllnguainglesa Parte de um arquivo de texto feito para testar glifos ausentes ou deslocados e
e os nomes de lapsos na tabela de keming. Fonte crua à esquerda, preparada à direita.
localidades foram Há muitas versões da limes New Roman. A versão testada aqui é a limes
mantidos como
aparecem no New Roman PS MT, versão 2.76, que é a fonte-padrão de texto nas versões
original (NT} recentes do sistema operacional Microsoft Windows.~ uma fonte OpenType
224
''Ataif" ou. 'Ataif'. O cake do chef d'reuvre!
Making of [of] (of) 'of' "of" of? of! of*.
Making of [of] (of) 'of' ''of" of? of! of*. Ydes,
Yffignac, Ygrande, Ypres, Les Woevres, a
Fôret de Wrevres, a Voire e a Vauvise ficam na
Preparando
França. Yves e !)'Amboise são aves. :-yford é a fonte
no Texas e L'Anse-aux-Griffons em Québec;
Lyna, na Polônia. Yriarte, Yciar e Ysaye, em
Yale. Kyoto e Ryotsu no Japão, Kwikpak no
delta do Yukon, Kvreken na Noruega, Kyulu
no Quênia, não em Rwanda ... Walton, West
Virginia, mas «Wren», Oregon. Tlálpan fica
perto de Xochimilco, México; Os Zygos
e Xylophagou ficam no Chipre, Zwettl na
Áustria, Frenp na Dinamarca, Vpringsfossen
e Vrerpy na Noruega; Tchula no Mississipi,
Tittabawassee em Michigan. Twodot em
Montana, Ywamum na Birmânia. Yggdrasil
e Ymir, Yngvi e Vóden, Vídriô, Skeggjõld
e Tyr ficam no Eddas. Tprberget e Vag na
Noruega, Ktipas e Tmolos na Grécia, Vásquez
fica na Argentina, Vreden na Alemanha, a
Von-Vincke-StraBe fica em Münster, Vdovino
na Rússia. Itérbio é Ytterbium eminglês.
Touissant L'Ouverture, Será que Wõlfflin,
Wolfe, Milosz e Wü Wü estão na biblioteca?
rsro-r6zo, rr:oo PM e o que são os 198os?
225
chegar a M/4) sempre que a letraf for sucedida de um espaço
de palavra. O resultado é uma grande mancha branca depois
de qualquer palavra terminada em f, a não ser que um sinal de
pontuação intervenha.
Pode haver discussão entre os tipógrafos profissionais se o
espaço a mais deveria ser de zero, dez ou mesmo 25 milésimos de
Aperfeiçoando eme. No entanto, nenhuma disputa profissional se daria entre um
o conjunto de quarto ou um oitavo de eme. Um espaço adicional desse tamanho
caracteres é um erro tipográfico pré-fabricado que arrancaria murmúrios
de descrédito e correções instantãneas de Stanley Morison, Bruce
Rogers, Jan van Krimpen, Eric Gill e outros que, com seu gênio e
conhecimento, ajudaram a formar a herança da Monotype. Mas
esse. é um erro fácil de corrigir para quem tiver a ferramenta
necessária: um editor de fontes digitais.
10.4 HINTING
226
temente mais protegidos, porque as infrações envolvendo marcas
registradas são quase sempre muito mais fáceis de provar do que
as que envolvem copyright. Mesmo assim, há ocasiões em que um
tipógrafo precisa fazer reparos nos nomes que os fabricantes dão
às suas fOntes digitais.
As fontes de texto geralmente são vendidas em famílias, que
podem incluir um smorgasbord de pesos e variantes. Mas.a maio- Preparando
ria dos programas de editoração e composição as vê de modo a fonte
estreito e estereotipado, reconhecendo apenas a família nuclear:
romano, itálico, bo/d e bo/d itálico. Os atalhos de teclado facilitam
a mudança de uma para outra dessas modalidades, e os códigos
empregados são genéricos. Em vez de dizer "Mude para tal e tal
fonte com tal e tal tamanho~ eles dizem, por exemplo, "Mude para
o equivalente itálico desta fonte, seja ele qual foi: Essa convenção
faz com que as instruções sejam transferíveis. Você pode mudar
o tipo e o tamanho de um parágrafo ou de um arquivo inteiro, e
o romano, o itálico e o bold serão convertidos corretamente. A
mais ínfima inconsistência nos nomes das fontes pode impedir
que esse truque funcione- e nem todos os fabricantes nomeiam
suas .fontes de acordo com as mesmas convenções. Para que as
fontes sejam ligadas umas às outras, seus nomes de família pre-
cisam ser idênticos e os nomes das fontes precisam respeitar as
regras utilizadas pelo sistema operacional e pelo programa em
questão.
Se, por exemplo. você instalar a Scala ou a Scala Sans de
Martin Majoor (editada pela FontShop) em um PC, irá notar que
o itálico e o romano não estarão conectados. São fontes espeta-
cularmente bem desenhadas, com bom kerning e completamente
equipadas com os algarismos de texto e versaletes necessários
-quase tudo o que uma fonte digital deveria ser-, mas as versões
para P c precisam ser renomeadas em um editor. de fontes para
que funcionem como se espera.
227
C<~náiJo,lcggi<~áretto,er caro gu<~nto;
Cbecoprwnetto <~uorio,er (r<[<he ro(i;
Chi viJiaCmonJo mai fiJolcijj>ogli.?
C ofi bauc{lio áeCbel velo ..!trctanto•
O inconjfanti4 áel"bumanecofo·
Pur ~ffo eJimo; tJ.vié,ch'io mencJtoglic·
Quatro
tipos itálicos
exemplares
flro,u domino Irfil Cbrifto,GMias ago deo meo frmper pro
uobis dcgratia dci,qu.e dataefo uobis per Cbriftü Ie{um ,quod
in omnibus dita ti cfois per ip{um,in omni {rrmone, C7 omni w
gnitione(quibus rebus teftimonium Ic{u Cbrifoi confírmatú fuit
in uobis) adro ,ut nõ deftituaminiin uUo dono,expc(fãtes reu~
228
OLHANDO OS CATÁLOGOS DE AMOSTRAS
229
nos quais uma fonte que eu gostaria de incluir parecia requerer
antes uma edição drástica).
Quem compra um tipo deve estar ciente de que está sempre
comprando uma cópia do desenho original de alguém. Deve-se
preferir as cópias licenciadas às não· licenciadas por duas razões
importantes. Primeira: se o designer. estiver vivo, a licença im·
Nomenclatura plica que as fontes estão sendo vendidas com a sua permissão e
& sinonímia que os royalties da venda estão sendo pagos. Segundo: a licença
oferece alguma esperança - mas, infelizmente, pouca garantia
- de que as fontes não estão sendo vendidas de forma truncada
ou mutilada.
230
Max Miedinger - embora não seja wna fonte tão distinta nem
tão original em primeira instância- também tem sido objeto de
generalizada cobiça mercantil, sendo copiada até hoje com nomes
como Vega, Swiss e Geneva.A Optima, também de Hermann Zapf,
é plagiada como Oracle; a Pontifex, de Friedrich Poppl, como
Power, e assim por diante.
O problema não é novo. Os tipos romanos e gregos de Nicolas Olhando os
Jenson foram copiados por outros impressores na década de 1470. catálogos de.
O mesmo aconteceu com tipos de Griffo, Caslon, Baskerville e amostras
Bodoni no tempo em que viveram. E isso ocorre até hoje, ainda
que atualmente, com esses artistas mortos e enterrados e com o
seu trabalho pertencendo ao domínio público, possamos tanto
copiar livre e honestamente o seu trabalho quanto dar a essas
cópias nomes igualmente honestos.
Parte desse problema reside no fato de que o desenho tipográ- No Brasil, assim
fico não é efetivamente protegido como propriedade intelectual na como em boa parte
dos países que
maioria das jurisdições. Os tribunais não aprenderam a distinguir possuem uma Lei
entre a maestria e o plágio tipográficos. Já os nomes podem ser de Dire1to Autoral,
facilmente convertidos em marcas registradas. Os competidores uma obra artística
ou intelectual
que plagiam desenhos podem dessa forma ser forçados a dar ou- passa a pertencer
tros nomes para as suas cópias. No mundo literário, a lei funciona ao domínio público
ao contrário. A legislação de direito autoral protege a substáncia somente sessenta
anos após a morte
e o texto, não o título de uma história. poema ou livro. do autor. Até lá, seu
Essa anomalia legal âs vezes dá margem a outras complicações. uso ou reprodução
Os primeiros tamanhos e pesos da Futura de Paul Renner foram ficam condicionados
à permissão do
editados pela fundição Bauer, em Frankfurt, no ano de 1927. O autor ou do detentor
tipo foi um sucesso comercial e artístico, e outras fundições logo dos direitos da obra,
copiaram seu desenho. Sol Hess, da Lanston Monotype, redese:- medmnte ou não
o pagamento de
nhou a fonte e chamou-a de Twentieth Century; a ATF vendeu copyright, [NE]
sua própria imitação como Spartan. No entanto, a Futura que
havia sido editada pela Bauer era uma tímida encarnação do
desenho original de Paul Renner. Ele havia desenhado vários
caracteres alternativos, mas a fundição editou apenas os mais
convencionais. Em 1993, David Quay e Freda Sack, da The Foundry.
em Londres, fizeram wna tradução digital do desenho original
de.Renner, mas as convenções do mercado impediram-nos de
chamá-la de Futura. Sua versão - artisticamente a primeira ver-
são conhecida da Futura, mas comercialmente uma das últimas
a serem produzidas - foi vendida sob o nome Architype Renner.
Embora esse não fosse o nome escolhido por Renner, ele faz jus
ao sério tipógrafo, pois não faz brincadeiras infames e reconhece
claramente o designer original.
231
Categorias tipográficas tais como romano e itdlico não são fixas~ Este é o traço
ampliado de um tipo serifado de 16 pt gravado na Itália central em 1466-67,
Nomenclatura provavelmente por Konrad Sweynheym. ~o segundo tipo usado por ele e por
& sinonímia seu sócio Arnold Pannartz, que o utilizou para imprimir livros em Roma de
1467 a 1473. Assim como o tipo Alcuin de Gudrun Zapf..von H esse, desenhado
cinco séculos mais tarde, ele não é. propriamente nem romano nem itálico:
está enraizado na tradição escriturária carolingia, que precede qualquer uma
dessas divisões.
232
AQ 123 ábçdefghijklmnopqrstfrvwxyz
abcefghijõp AQ 123 ABcEFGHlJÕP
Alcuin o Uma fonte carolingea forte e graciosa desenhada em
1991 por Gudrun Zapf-von Hesse e editada pela URW. Como
acontece com qualquer carollngea genuína, a Alcuin não é de
fato nem romana, nem itálica, e não tem nem precisa de uma
companheira. O terreno onde finca suas raízes são escritos feitos
1
O
233
aa bb cc
Traduções digi-
tais da Palatino
(à esquerda)
e da Aldus (à
direita). Trata-se
de duas fontes
ff gg
relacionadas,
desenhadas de
1948 a 1953 por
Hermann Zapf.
t
Algumas letras
seledonadas são
aqui mostradas
com 72 pt para
r:::d ~ A A
00 lÍ
comparação.
Os alfabetos
romanos básicos
também são
mostrados com
flfll
18 pt (Palatino
em cima, Aldus
embaixo).
234
ção de textos. Vale a pena o esforço. A admiração e a afinidade
do designer com Frederic Goudy são visíveis nessa e em muitas
outras de suas fontes - como a Alberta, por exemplo. Também
são perceptíveis na Kaatskill, uma colaboração transgeracional
para a qual Goudy desenhou o romano e Rimmer o itálico.
abcefghijõp
Apollo
123 AQ abcéfghijôp
F A Apollo, de Adrian Frutiger, foi encomendada para
a máquina Monophoto em 1960 e produzida em 1962. Frutige(
aproveitou a oportunidade para repensar sua primeira fonte de
texto, a Méridien, desenhada oito anos antes. A Apollo não tem a
n
mesma agudeza, mas seu olho menor, suas serifas mais rombudas
e sua modulação reduzida fazem com que ela funcione melhor
que a Méridien em tamanho de texto. Além disso, ela vem com
as ligaturas de f, os algarismos de texto e os versaletes que faltam
à Méridien. (Ver também p 260.)
235
e outra pela ParaType, sob licença da ITC. (Ver também pp 19,
66, 88, 96, 109,144-l
a
OnomeBembo
foi dado em
Bembo M Produzida em 1929 pela Monotype, que se baseou em
uma gravação romana feita em Veneza por Francesco Griffo em
1495. O tipo original do século 15 não tinha itálicos, e a Monotype
testou duas possíveis acompanhantes. Uma foi a Fairbank itálica;
a outra foi a Bembo itálica, mais suave, mostrada aqui Essa itálica
é essencialmente uma revisão da Blado (a itálica gravada para a
referência ao Polipbilus), com referências indiretas a uma fonte desenhada em
escritor veneziano
Pietro Bembo Veneza na década de 1520 por Giovanantonio Tagliente. Tanto a
(147Q-1547). versão romana quanto a itálica da Bembo são mais discretas e mais
porque a romana distantes das suas fontes de origem do que a Centaur e a Arrigbi.
na qual a fonte
se baseou foi Mesmo assim, são tij>os serenos e versáteis de genuína estrutura
primeiramente renascentista, que.sobreviverarn de algum modo à transição para
utilizada em seu a composição digital e para a írnpressão offiet.Aigarismos de texto
pequeno livro De
Aetna, publicado e versaletes são essenciais. As fontes bold são irrelevantes para o
EOr Aldus em 1496. seu espírito. (Ver também pp 61, 137. 138, 264-)
abcefghijõpy1 AQ abcéfghijôpy
Berling M Desenhada pelo tipógrafo e caligrafo sueco Karl-Erik
Forsberg. esta fonte foi editada em 1951 pela fundição à qual deve
o seu nome, a Berlingska Stilgjuteriet de Lund, na Suécia. É um
desenho neo-humanista com uma vigorosa modulação do traço.
As ascendentes e descendentes são ainda mais freqüentes em sueco
do que em inglês. As descendentes são excepcionalmente curtas.
As ascendentes têm altura normal, mas foram desenhadas para
dispensar ligaturas. A fonte tem agudeza e clareza escandinavas,
com bicos afiados no f, no j, no y e no ! romanos. Os algarismos
/(41
J6
JI-
tabulares têm boa forma, mas os de texto (omitidos de todas as
versões digitais que pude ver) são decididaroente melhores. (Ver 0
tarobém p 96.)
237
brutecidos. As serifas eram abruptas e o contraste muito intenso.
Estava-se nos inícios da tipografia romântica inglesa. Os tipos de
p
por uma doença não identificada, passada a ela, segundoãlguns
romanos, pelo próprio Sulla. O general divorciou-se da esposa
moribunda e fez com que ela fosse levada para fora de casa, para
evitar contaminação. Uma Caecilia posterior, também nativa de
Roma, é reverenciada pela tradição cristã como a santa padroeira
da música. O tipo que compartilha seu nome com o dessas três
mulheres é gracioso e vigoroso, e sua utilidade se estende a textos
de. vários tipos. É uma fonte ueo-humanista de serifa retangular,
talvez a primeira de sua espécie, acompanhada por uma itálica
verdadeira de serifa retangular, desenhada com parântetros re-
nascentistas, inclinando-se modestamente a 5°. Há uma gama de
pesos, com versaletes e algarismos de texto. As versões licenciadas
são vendidas com o nome de P MN Caecilia. Não há nenhuma
fonte chamada Sulla. (Ver também p 124.)
AAHH
Berkeley).
Na metade
inferior da pági-
na as duas
fontes apare-
cem com 18 pt
(Californlan abcdefghijkhnnopqrstuvwxyz
acima, Berkeley
abaixo). abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
1234567890·ABCDÉ
l234567890·ABCDÉ
ABCDEFGHIJKLMNO
ABC DE F GHIJKLMN O
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
abcdejghijklmnopqrstuvwxyz
240
bolds faltantes e dando ao tipo seu primeiro espacejamento meti-
culoso. O resultado, que ganhou o nome Cartier Book, começou
a circular em 1998 e foi editado pela Agfa Monotype em 2000.
As respectivas gregas e drílicas estão a caminho, assim como um
conjunto de florões (folhas de bordo, ramos de pinheiros etc) para
os quais Dair havia feito alguns desenhos preliminares.
Adobe Caslon
abcefghijõp 123 AQabcéfghijôp vista com :10 pt
••. e&pt[Brevicr]
abcefghijõp 123 fofo ahcéjghij$p vista com 21 pt
a
de tipos romanos, itálicos e não-latinos entre 1720 e o ano de sua
morte,1766. Sua obra é o símbolo tipográfico do barroco inglês
e acha-se muito bem preservada. Caslon publicou espécimes
completos, e uma vasta coleção de suas punções encontra-se na
St Bride Printing Library. em Londres. Não há muita dúvida de
que Caslon tenha sido o primeiro grande abridor de tipos inglês,
e no mundo anglófono seus tipos há muito compartilham a
aura quase legendária e igualmente desalentadora do cachimbo
e das pantufas, do bom carro usado e da poltrona favorita. Os
oportunistas tipográficos têm portanto utilizado à vontade o
reconfortante nome de Caslon, e muitas das fontes vendidas
atualmente como suas não passam de meras paródias. A Adobe
Caslon, desenhada por Carol Twombly em 1989, é uma descen-
j/DV /1__
241
desse tipógrafo, editadas com o nome Founder's Caslon pela H.W.
Caslon & Co. (Ver também pp 18, 61, 78, 125, 141.)
p
Chaparral D Os verdejantes carvalhos que ficam ao pé das colinas
da Califórnia são conhecidos em espanhol como chaparros. A
paisagem seca e ensolarada na qual vicejam é o chaparral. Carol
Twombly completou essa fonte extraordinariamente limpa e
aparentemente imperturbável em1997 e logo depois aposentou
se como designer da Adobe. A maioria das boas fontes de. textc
deve parte de seu poder àmodulação rítmica das linhas. Aqui h;
alguma modulação, mas muito pouca, e o poder vem do caminh,
do traço: do sutU desarredondamento das circunferências e d
microscópico estreitamento das hastes. Há un1a gama de pese
e o conjunto de caracteres é latino pau-europeu.
AQ ábcd8fghijklm:õ.opqrstúvwxyz
Clarendon M Clarendon é o nome de um gênero de tipos vito-
rianos disseminados por uma fonte gravada por Benjamin Fax
para Robert Besley na Fann Street Foundry de Londres em 1845.
Essas fontes refletem os aspectos francos, impassíveis, insípidos
e irrefreáveis do Império Britânico. A elas falta refinamento,
mas também ímpeto e malícia. Elas nos olham com desdém e
postam -se com firmeza, mas não brilham. Noutras palavras, elas
consistem em traços grossos que se dissolvem em grossas serifas
egípcias, têm gordos terminais circulares, eixo vertical, olho ge-
neroso, baixo contraste e abertura mínima. O original não tinha
itálico, uma vez que a fonte não possuía nada que lembrasse a
mão fluente ou o bico de uma goiva em seu pedigree (Stephenson
Blake, no entanto, editou uma versão romana inclinada da Cla-
rendon original de Besley, conhecida como Consort, em metal
de fundição, em 1953).
Hermann Eidenbenz desenhou uma versão da Clarendon
para a fundição Haas de Münchenstein, Suíça, em 1951, e em 1962
a fundição finalmente adicionou a ela o peso leve que transfor-
mou a série, removendo o seu fardo pré-moderno e dotando-a de
insubstacialidade pós-moderna. Com esse feitio- uma espécie de
moldura metálica nostálgica livre de toda a obscuridade vitoriana
-, a fonte tem vários usos autênticos. A Monotype Clarendon
não tem a presença da Haas Clarendon, que é a' versão mostrada
aqui. Uma fonte próxima- uma espécie de Clarendon emudecida
-é a Century Schoolbook de Morris Fuller Benton, editada pela
ATF em 1924 e pela Monotype, em formato para máquina, em
1928. Ela também tem um peso leve disponível atualmente em
formato digital. (Ver também pp 119, 146.)
243
romana é variado, e os bojos são assimétricos. O resultado é uma
fonte viva, pulsando energia estática. O itálico é consistente em
seu eixo e repleto de movimento vibrante. Existem dois pesos bold,
ambos graciosos e dramáticos em seu contraste. Os algarismos
de texto foram desenhados mas nunca foram editados.
Fontes
de texto
abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp
serifadas Dante M Romana-e-itálica desenhada por Giovanni Mardersteig
e gravada à mão em aço em 1954 por Charles Malin. A Monotype
fez uma adaptação para a composição automática em 1957 e pro-
duziu uma versão digital no início dos anos 1990.No formato de
fundição, a Dante é uma das grandes conquistas da tipografia do
244
abcefghijõ? 123 AQ abcéfghijôp
Diotima M Projetada por Gudrun Zapf-von Hesse e gravada
Lp~atypfundiHção
mo e- e11 em wrmato 1g1 . romana e arga e ai! 1ca e
Ste~pel de Frd~tal rAtem 1953, ~h!oje edit~dálapel:
a
EJ
marcadamente estreita. Há versaletes, não existem pesos bold. A
fonte deve seu nome à mais antiga filósofa de que se tem registro,
Diotima de Mantinéia, cuja metafísica do amor é recitada por. Só-
crates no Banquete de Platão. A Diotima faz parte de uma família
de tipos mais extensa de autoria da mesma designer, cultivada por
mais de trinta anos. Entre seus parentes figuram a série Nofret,
a Ariadne (uma fonte de iniciais caudais) e a Smaragd, uma bela
fonte. titular de caracteres vazados. (Ver também p 246.}
g
Electra A Muitas das primeiras fontes de livro do século 20 são
variações criativas das formas neoclássicas e românticas. Isso
faz com que elas pareçam ser, retrospectivamente, importantes
precursoras do design pós-moderno. Três delas foram criadas
nos Estados Unidos para linotipo e tornaram-se imediatamente
gêneros de primeira necessidade da atividade editorial norte-
americana. Uma delas é a Fairfield de Rudolph RüZiCka, editada
em 1940. As outras são a Electra de W.A. Dwiggins,lançada em
1935, e a Caledonia, do mesmo autor, publicada em 1938. Em sua
forma original para linotipo, a Electra era a mais vivaz das três,
o que não acontece necessariamente com sua versão digital. A
Electra foi primeiramente editada com uma romana inclinada
no lugar de uma itálica, mas o próprio Dwiggins substituiu-a
em 1940 pela itálica simples e nítida que hoje é habitualmente
utilizada. Os versaletes e algarismos de texto são inerentes ao
desenho. (Ver também p 125.)
245
A Diotima roma-
na (à esquerda)
e o peso normal
da Nofret Ro-
mana (à direita):
aa bb ccc
éé ff gg
duas fontes
relacionadas,
desenhadas
num lapso de
aproximadamen-
te trinta anos
porGudrun
fifi ôôtt
Zapf..von Hes-
se. A Diotima
foi desenhada
como uma fonte
de fundição para
impressão em
prensa tipográ-
AAHH
fica. A Nofret foi
projetada ini-
cialmente para
fotocomposição.
Elas são exibidas
aqui à guisa de
comparação em abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
70pteem18pt,
ambas em for- abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
mato digital.
1234567890
1234567890
AB CDEFGHIJKLMNOP Q
AB CDEFGHIJKLMN OPQ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
abcefghijõp :1.23 AQ abcéfghijôp
Esprit F Desenhada por jovica Veljovié em Belgrado e. editada
pela rTe de Nova York em 1985, a Esprittem romanas com serifas
afiadas e itálicas com eixo variável, grande altura-x e pequena
abertura. Os traços e bojos da caixa-baixa estão repletos de
linhas oblíquas e curvas assimétricas, que acrescentam ainda
mais energia à sua estrutura neobarroca, já fundamentalmente
turbulenta. Uma fonte semelhante, embora mais simples, é a
Veljovié- um projeto anterior da mesma designer. Versaletes e
algarismos de texto estão implícitos no desenho. Os algarismos
de texto itálicos, desenhados há muito tempo, ainda aguardam
edição. (Ver também pp 125, !50.)
AH Q12 3 áhçdifghíjklmríOpqrstúvwxyz
Fairbank A Em 1928, quando o calígrafo inglêsA!fred Fairbank
desenhou esta fonte e a ofereceu à Monotype, a corporação con-
siderou-a uma possível companheira para a sua nova Bembo
romana. Ela era estreita e tinha uma inclinação de apenas 4°, mas
possuía grande força tênsil. De acordo com a estimativa do con:
sultor tipográfico da Monotype, Stanley Morison, ela ofuscava a
decorosa romana de fala mansa para a qual havia sido prometida,
mesmo depois de ser domesticada pelos desenhistas da companhia.
Uma itálica mais suave- a atual Bembo itálica.- foi então gravada
para substituí-la. O itálico de Fairbankpermaneceu desde essa
época como wn tipo solitário, rotineira e erroneamente descrito
como "Bembo Condensed Italic, (contra os desejos expressos de
seu designer).
De fato, sa solidão tipográfica é sua essencial vocação. Os
itálicos humanistas de Griffo, o mestre da Basiléia, e de Arrighi,
dos quais essa fonte descende, foram empregados em idêntica
solidão para a composição de textos longos, e não como acom-
panhantes de tipos romanos existentes. A Fairbank tem esse.
mesmo e rico potencial.
Quando Robin. Nicholas e Carl Cossgrove finalmente digi-
talizaram a fonte na Monotype, em 2003, voltaram aos desenhos
de Fairbank, restaurando as versais eretas originais e. os longos
extensores da caixa-baixa. Também adicionaram vários caracteres
caudais inúteis porém legítimos, além de um conjunto inteira-
247
mente ilegítimo de algarismos tabulares, que não tem base nem
na tradição caligráfica nem na estética pessoal de Fairbank. Para
construir uma versão digital funcional desse tipo altamente útil,
os algarismos de texto do próprio Fairbank precisam ser movidos
da fonte caudal para a básica.
y
Bodoni, tem uma extensão considerável No final dos anos 1730,
ele e o seu competidor Jacques-François Rosart gravaram tipos
de texto verdadeiramente rococós. A arquitetura dessas fontes é
fundamentalmente. barroca, mas percebe-se um contraste exa-
gerado no o e no g itálicos e romanos, e em todas as maiúsculas
redondas. As serifas das maiúsculas são ostensivas e abruptas.
A interpretação digital de ErhardKaiser, editada pela DTL em
1995, é um pouco mais dócil que a metálica. Ela inclui algarismos
de texto, versaletes e uma ganta de ligaturas ornamentais. (Ver
também p 142.)
249
séries separadas baseadas em seu trabalho. Editadas em metal,
foram chamadas Monotype Fournier eMonotype Barbou. Apenas
a primeira foi digitalizada, mas ambas preservaram as proporções
disparatadas do romano e do itálico. As convenções editoriais
xxoo modernas ainda se prendem ao barroco, e freqüentemente exigem
que o romana e o itálico sejam misturados em uma única fonte.
251
a
.(é possível que )annon tenha sido reembolsado posteriormente).
Depois de permanecer guardado por dois séculos, foi revivido e
incorretamente identificado como trabalho de Claude Garamond.
As punções sobreviventes ainda estão na Imprinaerie Nationale
de Paris.
O tipo de )annon é elegante e desordenado: varia bastante
a
no eixo e na inclinação, tem serifas afiadas e é assimétrico. Os
melhores revivais dessas letras amáveis e claramente não-gara-
mondianas são:
1 A "Garamond" ATF, desenhada por M.F. Benton e editada em
1918-20;
2 A "Garamont" da Lanston, desenhada po( Frederic Goudy e edi-
tada em 1921;
3 A "Garamond" Monotype, editada em 1922, e
4 A "Garamond» Simoncini, desenhada por Francesco Simoncini
e editada em metal pela fundição Sinaoncini em Bolonha, no
ano de 1958.
A Monotype empenhou-se particularmente no caso de jan-
non, editando dois cortes diferentes do itálico, tanto em metal
quanto em formato digital.AMonotype 156,na qual a inclinação
das capitulares varia estrepitosamente, é mais próxima dos origi-
nais de Jannon.AMonotype 176 é uma revisão corporativa: uma
tentativa de regenerar o impenitente abridor de tipos francês, ou
ao menos sua caixa-alta itálica. Mas a irregularidade está no ãmago
do barroco e das letras de jannon, assina como pode ter estado
no âmago da sua recusa em conformar-se à religião então oficial.
Prefiro, por essa ra2ão, a Monotype 156 (chamada de "alternativa"
em seu formato digital).
M'motype
"Garamon~ de 18 pt abcêfghijõp 123 AQ abcéfghijôp
Simoncini
"'Garamond" de 18 pt abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp
Há ainda uma outra versão do tipo de Jannon que é vendida
Os algarismos como "Garamond 3". É a "Garamond" da ATF de 1918 tal como
de texto e os
adaptada em 1936 para linotipo, dessa vez revisada para composi-
versaletes estão
ausentes da edição ção digital. Ela é perfeitamente útil como fonte de texto, mas não
daGaramond possui a graça levemente despenteada da "Garamond" Monotype
Simoncini Eles
nem o apelo mais penteado e ereto da versão de Simoncini.
foram -adicionados
à versão A "Garamond"1Tc, desenhada na década de 1970 por Tony
mostrada aqui. Stan, também não tem nada a ver com a tipografia de Garamond;
é uma forma radicalmente distorcida do tipo produzido por jan-
non: distante tanto do espírito barroco quanto do renascentista.
(Ver também pp u3.
141, 254.)
a
Haarlemmer A Jan van Krimpen desenhou este tipo para a Mo-
notype em 1938 para atender a uma encomenda particular. Sua
produção em formato digital pela Dutcb Type Library precisou
esperar até 1996. O romano baseia-se na Romulus. O itálico, no
entanto, foi produto de um novo desenho, de 1938. Na década ,
de 1940 Van Krimpen revisou-o, produzindo a Spectrum. Ao
digitalizá-lo, Frank Blokland criou uma companheira sem serifa,
baseada em grande parte na Romulus Sans de Van Krimpen,
que foi editada em 1998 com o nome Haarlemmer Sans. (Ver
também p 270.)
253
.
aa dd ee
_/) j?
A Stempel
Garamond ro- .
mana (à esquêr-
da) é baseada
de fato na obra
de Claude Cara·
mond (embora JL.Ç A A ~ ~
seu f, tanto na
romana quanto
na itálica, seja
distorcido em
Jll 00 0()
virtude de
rr kk xx
uma insensata
tentativa de
escapar do uso
de ligaturas).
A "Garamond"
..
Monotype(à
direita) baseia-
se no trabalho
de Jean Jannon.
Esses dois
tipos excelentes AA]H g . .
-t_ -
. .JL .
: ~
provêm de sé-
culos, esp,ritos
e mãos diferen- abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
tes, e portanto
certamente me- abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
recem nomes
diferentes. Eles 1234567890·ABCDÉFG
são mostrados
aqui lado a lado 123456789o·ABCDÉFG
-o Stempel
com7opteo AB CDEFGHIJKLMT
Monotype com
78 pt- e abaixo A.B CD EF GHIJ KLMNT
um sobre o
outro, ambos abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
com 18 pt.
abcdefghijklmnopqrstuvw:>gz
254
os passos de Rogers e também de Frederic Warde. Aitálica baseia-
se no mesmo modelo daArrighi itálica de Warde- um desenho
separado que foi revisado posteriormente para servir de itálico
para a Centaur. Quando se comparam apenas as fontes digitais,
a
r-1
l.._...l
fica claro - ao menos para mim- que a Adobe Jenson tem um
a
melhor equilíbrio entre a romana e. a itálica e maior tolerância
ao raquitismo estrutura: da impressão bidimensional, embora o
mesmo não aconteça quando as duas são utilizadas na impressão
direta em prensa tipográfica (usando chapas de polímero para a
Adobe )enson). A Cloister de M.F. Benton e a Legacy de Ronald l
Arnholm também são famllias tipográficas com as quais esses tipos
podem ser comparados (a Adobe )enson e a Cloister são mais
próximas do que a Adobe )enson e a Centaur em alguns aspectos
interessantes).A família foi lançada nos formatos Multiple Master
e OpenType.As versões OT incluem versaletes,algarismos de texto,
um itálico caudal, alguns florões e wn conjunto de caracteres
latinos pan-europeus. (Ver também pp 22, 124, 201.)
255
carreira tipográfica estava apenas começando). Por conta própria,
quis produzir um tipo com algo do sabor da Caslon- e a Kenner-
ley tem um quê de sua despretensão caseira, embora tenha voltado
às formas renascentistas para constituir sua base arquitetônica
e boa parte de seus detalhes estruturais. O itálico foi desenhado
sete anos depois do romano, mas Goudy encontrara seu estilo: os
dois casam bem. Os algarismos de texto e versaletes requeridos
pelo desenho foram incluídos na versão digital da Lanston.
(A grafia "Kennedy" aparece em alguns catálogos, mas a fonte
foi encomendada pelo editor Mitchell Kennerley [1878-1950] de
quem recebeu seu nome.) (Ver também p 219.)
g
Kinesis D Projetada por Mark Jamra e editada pela Adobe em
1997, a Kinesis quebra com alguma beleza várias convenções do
design tipográfico. As descendentes têm serifas proeminentes
inclinadas e bilaterais e as ascendentes não têm serifa nenhuma
- apenas uma terminação alargada do traço, que é ligeiraroente
calciforme nas romanas e inclinado nas itálicas. Os pontos do i e
do j são cónicos, bem como o são os traços do f e do t e todas as
serifas unilaterais (com exceção do z em caixa-baixa). As serifas
il
bilaterais, no entanto, são grossas e quase uhiformes na largura
do traço. O itálico inclui algumas formas romanas inclinadas (i,
I) e os bojos cursivos e triangulares da caligrafia maneirista. A
versão OpenType da família, editada em 2002, inclui algarismos
de texto e versaletes em uma ampla gama de pesos, mas não
possui caracteres europeus orientais.
256 '
qüentemente, o verdadeiro tipo de Kis, com caracteres germânicos
{ã,J3, üetc) bastante toscos adicionados por outras mãos.A.Lino-
type Janson, baseada nos originais de Kis, foi gravada em 1954 sob
n
a supervisão de Hermarm Zapf. A Monotype Janson e a Monotype
Erhardt também foram adaptadas- com menos sucesso, penso eu
-dos desenhos de Kis.A Linotype Janson Text (1985), produzida
da mesma maneira, me parece ser sua versão digital mais bem-
sucedida: baseada nos originais de Kis e na. excelente versão de
Zapf para linotipo, foi preparada sob a supervisão de Adrian
Frutiger. (Ver também p 141.)
a
do tipógrafo Nicolas Jenson. A delicadeza, porém, nem sempre
constitui uma desvantagem num tipo para impressão, e a Legacy
poss4i de fato interesse em outros aspectos. Ela é o casamento
de um redesenho da romana de Jenson com um redesenho de
uma das itálicas de Garamond - não de Arrighi -, e é o único r7"'i
reviva[ da romana de Jenson que inclui tanto a forma serifada ~
quanto a sem serifa.
O modelo que ampara a romana é reproduzido na pá-
gina 18 e o que. está por trás da itálica aparece na página 74·
A Legacy possui um olho substancialmente maior que ambos, e
nesse sentido viola.os sensos de proporção tanto de Garamond
quanto de Jenson. Mesmo assim, é uma família com muitos
méritos e usos. (Ver também pp 281-82.)
257
seis pesos (A-F), com versaletes romanos e itálicos em todos eles,
e cada um dos pesos tem duas versões da caixa-baixa romana e
itálica: no 1 com extensores curtos; no 2 com extensores normais. A
Lexicon 2A (o peso leve com extensores normais) é wn excelente
tipo de texto, apto a vários usos, e a Lexicon IB (o segundo peso,
com extensores curtos) é uma boa companheira para produzir
Fontes notas e outros conteúdos compactos.
de texto
serifadas abcefghijopz 123AO abcefghijop
Manuscript M Desenhada na Tchecoslováquia por Oldrich Me-
nhart em meio à II Guerra Mundial e editada pela Grafotechna,
de Praga, em 1951.A Manuscript é ainda mais rude que a Figural,
também de Menhart,mas suas formas ásperas são cuidadosamente
escolhidas e justapostas. A romana e a itálica são perfeitamente
equilibradas entre si e em si mesmas. Os numerais são grandes,
mas seu alinhamento é satisfatoriamente desiguaL Há uma versão
cirílica correspondente. (A versão mostrada aqui é uma prova de
digitalização feita por Alex White.)
9
tiger, projetada em 1954 para. a Deberny & Peignot, em Paris. A
versão romana foi gravada e fundida para composição manuaL
A itálica, porém, a despeito de seu equih'brio e fluxo impecável,
foi forçada a esperar, sendo então lançada (com uma nova encar·
nação da romana) apenas em formato fototipográfico. As versais
romanas, com sua autoridade e dignidade incomuns, compõem
uma excelente fonte display. A Frutiger, fonte de autoria do
mesmo designer, é~ uma útil companheira sem serifa, mas na
ausência de versaletes e algarismos de texto a correlata Apollo
é freqüentemente mais útil em trabalhos de texto. (Ver também
pp 67, 113, 118, 26o.)
Olhando os
abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp catálogos de
amostras
Minion o A primeira versão desta família, desenhada por Ro-
bert Slimbach perto de São Francisco, foi editada pela Adobe em
1989. As versões Multiple Master e OpenType foram lançadas
mais recentemente. A Minion é uma família de texto neo-hu-
manista desenvolvida na íntegra, que, no sentido tipográfico, é
especialmente económica para se compor- ou seja, ela produz
alguns caracteres a mais por linha do que a maioria das fontes do
mesmo corpo sem parecer espremida ou comprimida. Versaletes
e algarismos de texto são essenciais ao seu desenho e estão dis-
poníveis em toda a sua gama, em vários pesos romanos e itálicos.
Sua forma OpenType, chamada Minion Pro, inclui um conjunto
de ornamentos tipográficos, itálicos caudais e caracteres gregos
e cirilicos eretos e cursivos. A itálica caligráfica de Slimbach,
chamada Poetica, é uma fonte útil para lhe fazer companhia.
(A Minion Pro é a fonte com a qual este livro foi composto. Ver
também pp 119, 120, 219.)
259
Versões digitais
da Méridien (à
esquerda) e da
Apollo (à direita),
ambas de Adrian
aa bb cc
Frutiger. A pri-
meira - inicial-
mente um tipo
de fundição,
embora as matri-
zes tenham sido
gravadas apenas
ffr
LL
para a romana -
gg PP tt
foi terminada
em 1954- A últi·
ma- projetada
para composi-
-
ção em filme-
foi completada
]f'
CC II
em 1962. Algu-
mas letras sele-
danadas são
mostradas aqui
com 72 pt (Méri-
~;\ 'i - <
""Vr'y--
dien) e &o pt
(Apollo~ Os abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
alfabetos bási-
cos (Méridien abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
acima, Apollo
abaixo) são mos- 1234567890·ABCDÉ
trados com 18 pt.
12345678go·ABCDÉ
ABC DE F G·HIJKLMN O
ABCDEFGHIJKLMNO
abcdefg hijklmnopqrstuvwxyz
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
260
abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp
Officina n Projetada por Erik Spiekermann e colegas, foi editada
em 1990 pela ITC.É uma fonte de texto estreita e simples porém
robusta, inspirada na máquina de escrever e prestativa para
compor muita matéria que tempos atrás teria ficado em formato
datilografado. Ela é forte o bastante para resistir a tratamentos
rudes (impressão a laser de baixa qualidade, por exemplo) e
suficientemente bem construída para prosperar sob melhores
condições de impressão. Há uma fonte sem serifa que lhe faz
companhia. As versões cirílicas, tanto da Officina Serif quanto
da Officina Sans, foram desenhadas em 1994 por Tagir Safaev
e editadas em formato digital pela ParaGraph (hoje ParaType).
(Ver também p 151.)
Palatino linotype
abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp digital com 18 pt
Aldus digztal da
abcefghijõp :t23 AQ abcéfghijôp Linotype com 18 pt
y
nhá-la como fonte titular. Há um peso bold, desenhado em 1950;
um peso bold itálico foi adicionado aproximadamente trinta
anos mais tarde, com a evidente intenção de combater versões
forjadas. A família expandida da Palatino inclui dois conjuntos
de capitulares display (Michelangelo e Sistina), uma fonte de
texto grega (Heraklit) e capitulares gregas (Phidias). Versaletes
e algarismos de texto são essenciais à fonte.
Como a Palatino foi desenhada inicialmente para ser uma
fonte titular para composição manual em metal e apenas pos-
teriormente adaptada para uso em corpo de texto na linotipo,
existem duas versões fundamentalmente diferentes e ao mesmo
tempo autênticas da Palatino itálica. Há uma versão larga, origi-
nalmente combinada com a romana, de largura de composição
letra-a-letra, como requer a linotipo, e uma versão mais estreita e
elegante, pensada para a composição manual. As versões digitais
Fontes disponíveis atualmente baseiam-se no desenho para fundição. As
de texto fontes digitais OpenType (conhecidas oficialmente como Palatino
serifadas Linotype) incluem um novo alfabeto grego e um novo cirüico,
bem como um conjunto de caracteres pan-europeus completo e
também, em algumas encarnações, o chil' quõc-ngil'- o conjunto
de caracteres latinos empregado no vietnamita. (Ver também pp
21, 69, 88, 109, 116, 148, 2JO, 234, 2]], 303, 306.)
y
Typeworks em 1996. Em 2004 prod02iu uma revisão cabal, lançada
com o nome Plantagenet Novus.Anova versão inclui conjuntos
de caracteres latinos pan-europeus e gregos com sortimentos
adicionais para as línguas norte-americanas nativas que são es-
critas com letras latinas, um conjunto correspondente de silábicas
cheroquis e uma gama de caracteres caudais e ornamentais. Mas
por que uma fonte com estrutura neoclássica e um conjunto de
caracteres que liga a Grécia clássica à América do Norte nativa
deveria ostentar o apelido da família anglo-normanda que deu à
Inglaterra todos os seus reis, de Henrique u em 1154 a Ricardo 111
em 1485? Eu não sei. Mas Plantagenet é um antigo nome francês
da planta arbustiva conhecida como giesta (em francês moderno,
la plante genêt). Conta-se que Geoffrey de Anjou, fundador da
família e ávido caçador, cultivava-a e usava-a em seu chapéu
para ocultar-se dos pássaros. A planta foi trazida da Europa para
a América do Norte junto com o alfabeto latino, e desde então Olhando os
ambos proliferaram ali desordenadamente. catálogos de
amostras
AQ_123 AQ ábcdifghijklmiíõpqrstuvwxyz.
reaqf_/if1egFJg6jjkmq{ Q_U.?! ~rynu
Poetica D Itálica chancerelesca feita por Robert Slimbach e
editada pela Adobe em 1992.A família básica consiste em quatro
variações sobre um mesmo itálico, com intensidades de cauda-
lidade variáveis. Há também cinco fontes de capitulares caudais,
duas de letras alternativas em caixa-baixa, duas de iniciais em
caixa-baixa,duas de, terminais nessa mesma caixa, dois conjuntos
de versaletes (com e sem ornamentação), uma fonte de frações e
ligaturas-padrão, outra de ligaturas ornamentais, uma de orna-
mentos não alfabéticos e outra só de ampersands. A fonte básica
é uma itálica neo-humanista simples, bastante apropriada para
textos extensos. As fontes suplementares permitem qualquer
grau de diversão ou ostentação tipográfica que se deseje. (Ver
também p 140.)
nn 00 te~
ginal, mas em
dois conjuntos
diferentes de
maiúsculas. As
fontes são vistas
aqui com 74 pt e
AACC
com 18 pt.
(A Poliphilus,
evidentemenJe,
nuncafoipen·
sada para ser
vina em público abcdefghijklmnopqrstúvwxyz
com esse gmu
de ampliação. O abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
maior tamanho
disponfvel de suas I234567890·ABCDÉFG
matrizes de metal
éde16pt). 1234567890·ABCDÉFG
AB CDEF GHIJKLMNO
ABCDEFGHIJKLMNO
abcdifghijklmnopqrstuvwxyz
abcdefghijkltnnopqrstuvwxyz
um aristocrata da Renascença surpreendido ao acordar com a
barba por fazer, andando de meias entre o quarto e o banheiro.
No mundo asséptico e impecável da impressão offset, essa rudeza
finalmente se fez valer.
a
Seis anos após produzir a Poliphilus, a Monotype repetiu sua
experiência. com um resultado bastante diferente. A Monotype
Bembo (1929) baseia-se em um estado anterior do mesmo ori-
ginal: a mesma caixa-baixa com wn conjunto de versais prévio.
As diferenças entre a caixa-baixa da Monotype Bembo e a da
Poliphilus podem ser grandes, mas são diferenças de interpreta-
ção, não de projeto.
A Blado, companheira itálica da Poliphilus, não tem como
base nenhum dos sublimes tipos itálicos do próprio Griffo (um
dos quais é mostrado na página 228), mas uma fonte advinda
de um meio intelectual bem diverso, desenhada por Ludovico
y
\j
y
eixo humanista nas romanas, uma altura-x de proporções incomu-
mente grandes, uma tendência à forma aguda, angular e tensa na
conformação de letras individuais e uma considerável inclinação
no itálico- de 12° a 14° .Essas características foram herdadas dos
puncionistas franceses do maneirismo, tais como Jacques de
Sanlecque, Guillaume Le Bé e Robert Granjon. A Galliard é, de
fato, um revival das letras de Granjon, ao passo que a Pontifex, a
Trwnp e a Méridien são criações modernas independentes, mas
com o espírito da produção maneirista que as antecedeu. Juntas,
essas fontes demonstram a variedade e a profundidade daquilo
que se poderia chamar o aspecto neomaneirista da tradição
moderna. (Ver também pp 89, 148.)
p
é o fruto de uma era ainda mais tardia, mais autoconsciente e
mais comprometida consigo mesma. Seus modelos também são,
portanto, posteriores: trata-se das escritas da Alta Renascença,
que também eram agudamente conscientes de si mesmas. Além
disso, a Requiem, ao contrário da Bembo, da Centaur e da Dante,
nasceu no meio digital, no qual duas dimensões são obrigadas a ~
fazer o trabalho de três. Ela foi criada em NovaYork por Jonathan
Hoefler, que desenhou as maiúsculas no início dos anos 1990 e.
completou a família em 1999· O projeto surgiu da encomenda de
uma revista duvidosamente intitulada Travei and Leisure [Viagem
e lazer], mas~ como acontece com todo bom tipo, nutriu-se de
auto-disciplina não menos que de auto-indulgência. A itálica,
como a Poetica de Robert Slimbach, deve-se à obra de Ludovico
degliArrighi, e inclui uma"série de ligaturas artificiosas e jocosas
para prová-lo.As maiúsculas romanas com as quais o projeto foi.
iniciado também se baseiam na obra deArrighi.Já a caixa-baixa
romana é tributária de outro calígrafo do século 16, Ferdinando
Ruano. {Ver também pp 6o, 311.)
266
abcefghijõp 123 AQJ!bcé~tJhij$p Rialto com 22 pt
(para títulos)
267
a Romanée itálica é bastante auto-suficiente. Talvez essas fontes se~
jam mais bem utilizadas à maneira renascentista- não à maneira de
Van Dijck mas à de Garamond, ambos seus predecessores e colegas
-, com a itálica empregada em passagens separadas em vez de
entrelaçada em um texto romano. Embora exista há muitos anos,
a Romanée digital ainda aguarda seu lançamento comercial.
p
tipo e monotipo em 1967.A série é composta de romana, itálica~
versaletes e semibold, amplamente baseados na obra de Claude
Garamond e de seu pupilo Jacques Sabon, que após a morte de
Garan1ond foi contratado para reparac e completar um conjunto
de punções feitas por seu mestre. A estrutura das letras é fiel aos
modelos da Renascença francesa, mas a fonte de Tschlchold tem
um olho maior do que qualquer dos tipos gravados por Garamond,
268
com exceção dos menores tamanhos. A Sabon foi pensada para
servir como uma fonte para livros em geral e o faz muitíssimo bem,
embora seja amena quando comparada com os tipos originais
de Garamond. (Ver também pp 61, 117.)
abcefghijõp r2 3 AQ abcéfghijôpy
Scala o É uma fonte de texto neo humanista nítida, com serifas
4
a
Serja o Assim como a Scala, a Seria é uma obra de Martin Ma-
joor, editada pela FontShop em 2000. O designer escreveu que,
após completar a Scala, quis produzir uma fonte mais "literária':
Se ela é realmente mais literária que a Scala, não tenho como
dizer. Seu olho pequeno e seus extensores longos tiram de fato
um pouco de sua utilidade, mas eu mesmo a utilizei com gran-
de satisfação, em textos literários ou não, na companhia de sua
correspondente sem serifa. A itálica inclina-se em apenas um
grau. A itálica e a roma.'la têm versais eretas, mas elas não são as
mesmas. As da itálica são ligeira mas perceptivelmente cursivas.
(Ver também p 284.)
ábçdefghíjklmiiopqrsmvwxyz 123
AQAQAQN€IDE€GGMMM
Silentium D Desenhada por )ovica Veljovié e editada no formato
OpenType pela Adobe em 2000. É uma fonte carolíngio, como
a Alcuin de Gudrun Zapf-von Hesse. Não há necessariamente
Versões digitais
de três tipos
deJan van
Krimpen: Ro-
mulus(à es-
querda),
áiá b1bb
Haarlemmer
(no centro)
e Spectrum
(à direita).
ARomulusé
mostrada aqui
bbb ccc
com 78 pt, a
Haarlemmer
com72ptea
Spectrum com
82 pt.
Os itálicos e os
fffgggiii
CCC IKI
algarismos das
três são bem
distintos, mas na
caixa-baixa rcr
mana as diferen-
ças reduzem-se
óquelas que abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
poderiam ser
encontradas em abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
tamanhos dife-
rentes de um abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
tínico tipo grava-
do à mão. Os r2345678go
alfabetos bdsicos
em caixa-baixa 12345 67 8 9 o 11234567890
das três são
mostrados para abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
comparação
com 18pt. abcdefBhijklmnopqrstuvwxyz
abcde.f8hijklmnopqrstuvwxyz
nenhum itálico, mas há quatro conjuntos de maiúsculas (uma
escrita e três desenhadas, que incluem uma vazada e um conjunto
negativo, útil para o uso de versais), diversas ligaturas e caracteres
alternativos à maneira dos escribas e um impressionante conjunto
:1§
~
de ornamentos.
271
tipos romanos de impressão, utilizados na Itália e na Alemanha
até serem superados pela whiteletter veneziana e depois pela
romana e a itálica aldinas. Ainda assim, a Trajanus é uma fonte
notavehnente graciosa, e a romana é acompanhada por uma itálica
igualmente nítida e fluente. Os numerais, assim como os da Bell,
têm formas alinhadas e com três quartos de altura.
Há uma fonte bold para acompanhá-la, projetada por Chap-
pell, e uma Trajanus cirllica desenhada por Hermann Zapf. A
Lydian, uma fonte sem serifa de autoria do próprio Chappell, é
outro desenho próximo, um pouco mais escuro que a Trajanus
mas de angularidade semelhante. Após longo atraso, a Linotype
editou uma versão digital em 1997. O cirílico, no entanto, existe
apenas nas matrizes de metal da Linotype.
272
Qábbbçdddêfffggg o
(hhhijijijkkklllmnàppp)
A q qqrstu•• vwxyyyz ... J V T~ Olhando os
catálogos de
amostras
+ 1234567890 =
Q_áb bb6çdddcfqJ]j8ag o
{hhhfiijyykkkflllfmnàpppy1
A qqqqrstüvwxyyyz I]
+ 1234567890 =
Q_ábbbçdddêfffggg o
(hhhijijijkkklllmnàppp)
A qqqrstÜVWXYJJZ IJ
+ 1234567890 =
Trinité romana larga (acima), itálica (ao centro) e romana estreita (abaixo). As
três variações de cada fonte romana e as quatro da itálica são vistas lado a
lado. Apenas as letras com extensores variam em cada uma delas.
273
formato atual, a família completa consiste em 81 fontes digitais
separadas, com fontes misturadas, conjuntos especiais e outras
variantes. Meia dúzia já seria abundante para muitos textos nor-
mats. As complexidades técnicas da série não devem obscurecer
a simplicidade de sua beleza, que se vale da herança de )an van
Krimpen e das formas da Renascença italiana. Até mesmo os
seus sinais aritméticos possuem uma leve assimetria que remete
à caligrafia dos escribas. Isso é suficiente para dar vida às suas
formas na composição de textos, e não chega a ornamentá-las a
ponto de inviabilizar o seu uso. Os versaletes e os algarismos de
texto são componentes essenciais da família.
274
abcefghijõp 123 AQabcéfghijôp
Van Dijck M A família hoje chamada Vao Dijck- inicialmente
g
editada pela Monotype em 1935- baseia-seem uma itálica gravada
em Amsterdã por Christoffel van Dijck em cerca de 1660 e em
uma romana que provavelmente também é sua (as matrizes da
itálica sobreviveram; a romana é conhecida apenas por alguns
espécimes impressos)- Essas fontes holandesas barrocas são
serenas e graciosas, modestas na sua altura-x, estreitas no itáli-
co e relativamente espaçosas no romano. Uma comparação da
Vao Dijck com a Kis mostra um pouco da extensão da tradição
tipográfica barroca holandesa. O tipo de Vao Dijck tem algo da
serenidade industriosa encontrada no trabalho de seus graodes
contemporâneos, os pintores Pieter de Hooch e Jan Vermeer.
Infelizmente, a versão digital da Monotype para a Van Dijck
perdeu muito do poder e da elasticidade da sua versão metálica
(a Elzevir, da Dutch Type Library, é outra tentativa mais recente
de tornar a acender o espírito de Vao Dijck no formato digital).
(Ver também pp 6o, 141.)
a
mento envolto em sel! eixo raciomhista e muita energia perfurante
emergindo de suas serifas !ongas, pontudas e abruptas. A Veljovié
possui uma graode. variedade de pesos. As fontes com algarismos
de texto são produzidas pela Elsner & Flake. Os versaletes, embora
façam parte do desenho original, nunca chegaram a ser lançados.
A Veljovié faz excelente compaohia à Gamma e à Esprit- ambas
da mesma designer - e também pode ser amigada com sua boa
fonte maouscrita Ex Ponto. (Ver também p 21.)
Berthold Walbaum
abcefghijõp 123 AQ abctifghijóp com16pt
Monotype Walbaum
abcefghijõp 123 AQ abcifghijôp com~opt
275
bem ter sido o mais original Walbawn gravou suas fontes nas
cidades de Goslar e Weimar no início do século 19. Todas as suas
matrizes foram compradas pela fundição Berthold wn século
mais tarde, de modo que a Berthold Walbawn, em sua forma
metálica constituiu o efetivo tipo de Walbaum. Sua versão digital
é uma tradução próxima e cuidadosa. A Monotype Walbawn,
diferente como possa ser, também é bastante autêntica. A versão
O ajuste de da Berthold é baseada nas fontes maiores, e a da Monotype nos
espacejamento da tamanhos de texto.
Walbawn digital
da Berthold foi Todo grande designer romântico teve sua própria influência
extensivamente no design do século 20. O fantasma de Firmin Didot pode ser
editado para apalpado na Frutiger de Adrian Frutiger, o deBodoni assombra
produzir as fontes
utilizadas aqui. a Futura de Paul Renner e o espírito de Walbawn comparece em
alguns dos últimos trabalhos de Hermann Zapf.No entanto, todas
essas encarnações implicaram um verdadeiro salto criativo, não
imitação. (Ver também p 145.)
276
Unotype
aa bb cc Palatino digital
(à esquerda)
eZapf
Renaisssance
(à direita).
~ ff
Ambas são
eergg
mostradas aqui
com 72 pt e
Jl 18 pt.
Esses tipos
tem muito em
comum, mas
~P::d ~.
nn oo it AA a Palatino foi
inicialmente
desenhada como
um tipo para
fundição, com
peso e proporção
mod!ficados de
AA
tamanho para
tamanho e com
a expectativa
de que fosse
impresso em tr4s
dimensões. já a
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz ZtJpf
Renaissance foi
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz projetada como
uma fonte digital
1234567890·ABCDÉFG livremente
dimensionável,
1234567890·ABCDiPG em que um
modelo servia
ABCDEFGHIJKLMNO para todos os
tamanhos, na
ABCDEFGHI]KLMNO expectativa de
ser impressa
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz apenas em duas
dimensões.
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
277
)RH1Q8 Ht1i-YQ;. Zt-=lmi-:ln Q.t. Q-1. Z3
1'R8R) )IRY!II<I:J ~1':1: :J'I'MtG i-13 "'\fl14
l"'\H-1. .RCl EdA :t~-1-~ 311- Cl4lii<I.R ~AI
A38)13 ).Rt=l'l' ClG :td"'\ A1Y i-AH>I tlll'l'
Fontes de Uma etrusca sem serifa de 14 pt gravada por William Caslon para a Oxford
texto sem University Press por volta de 1745· As letras cursivas sem serifa são tão anti-
serifa gas quanto a própria escrita, mas este é um de seus primeiros espécimes.
As letras sem serifa possuem uma história tão longa e tão célebre
quanto a das serifadas. As maiúsculas sem serifa aparecem nas
primeiras inscrições gregas e reaparecem em Roma no terceiro
e no segundo século antes de Cristo, voltando à cena em Floren-
Muitas rotundas ça no início da Renascença. O fato de as letras sem serifa dos
e tipos gregos arquitetos florentinos do século 15 não haverem sido traduzidas
gravados nas
décadas de 1460 em tipos de metal na década de 1470 talvez não passe de um
e 1470 incluem acidente histórico.
formas sem serifa, Em Atenas e depois em Roma, o traço modulado e a serifa
mas nenhum é
consistentemente bilateral eram as marcas registradas e os símbolos escriturais do
não-serifado (um império. As letras sem serifa e sem modulação, ou no máximo
exemplo recente com um sutil afinamento em seus traços, eram emblemas da
nessa linha é a San
Marco. de Karlgeorg república. Essa conexão entre formas sem serifa e movimentos
Hoefer, mostrada populistas ou democráticos é recorrente na Itália renascentista
na página 292). e na Europa setentrional dos séculos 18 e 19.
Os primeiros tipos sem serifa foram gravados no século 18,
A importância
da Haüy itálica mas para outros alfabetos que não o latino. Um tipo de impressão
foi apontada pela -latino sem serifa foi gravado para Valentin Haüy, em Paris, no ano
primeira vez por de 1786 -mas o tipo de Haüy foi pensado para ser invisível. Seu
James Mosley, Para
mais infonnações propósito era ser aplicado em baixo· relevo, sem tinta. para que os
sobre a história das cegos pudessem lê-lo com os dedos. O prímeiro tipo latino sem
letras sem serifa, se rifa feito para quem podia ver, gravado por William Caslon IV
ver o seu ensaio
"TheNymph em Londres em torno de 1812, baseou-se nas letras dos pintores
and the Grot• [A de letreiros e tinha apenas maiúsculas. As fontes bicamerais (com
ninfa e a grotaJ, caixa-alta e baixa) sem serifa aparentemente tiveram sua primeira
'I)'pcgraphica. nova
série. n. u. h96s). gravação feita em Leipzig na década. de 1820.
e Nicolete Gray.A A maioria dos tipos sem serifa do século 19 era escura~ gros-
History of Lettering seira e densamente fechada. Essas características ainda são óbvias
[Uma história
dos letreiros1 em fontes como a Helvetica e a Franklin Gothic, a despeito das
(Oxford, 1986). reduções de peso e de outros refinamentos a que foram submetidas
ao longo dos anos. Tais fontes são lembranças cultnrais de alguns
dos dias mais desalentadores da Revolução Industrial
Ao longo do século 20 as letras sem serifa evoluíram muito
em sutileza, aparentemente em virtude de, três fatores principais.
Um é o estudo das inscrições gregas arcaicas, com seu traço
delgado e elástico e sua abertura grande. Outro é a busca da geo-
metria pura, urna meditação tipográfica feita inicialmente sobre Olhando os
o círculo e a linha e posteriormente sobre figuras geométricas catálogos de
mais complexas. O terceiro é o estudo da caligrafia renascentista amostras
e da forma humanística, de hnportância vital tanto na história
recente das letras sem serifa quanto das serifadas. Retrospectiva-
mente, no entanto, parece <1,Ue, por muitos anos tanto os designers
quanto os fundidores tipográficos relutaram estranhamente em
acreditar que alguém pudesse simplesmente escrever uma letra
humanista e deixar as serifas de fora. Quando isso ocorre, tudo e
nada acontece: se o traço tem largura, sua ponta também ganha
forma e contorno - ela toma o lugar da serifa.
AQ ábçdefghijklmnopqrstuvwxyz
Flora F/D Desenhada por Gerard Unger, lançada por Rudolf Hell
em 1985 e licenciada na integra pela ITC em 1989. É urna autêntica
itálica sem serifa- e foi, creio, a primeira de sua espécie a se apro-
ximar do formato chanceleresco. Pode ser muito bem utilizada
sozinha, mas foi projetada para funcionar como companheira da
Praxis (uma romana sem serifa) e da Demos (romana e itá!ica
serifadas), ambas do mesmo designer. Como a sua inclinação é
de apenas 2,5°, funciona melhor com a Praxis quando utilizada
para compor blocos de texto separados.
279
Ver Gerard Unger. Gerard Unger falou persuasivaroente a respeito da impor-
"'Dutch landscape tância das horizontais em seus tipos. Ele asssocia o forte impulso
with Letters'"
[~Paisagem holandesa
horizontal da Hollander e da Swift à planura da paisagem holan-
com letras"] no desa em meio à qual vive. No entanto, são as verticais que parecem
n" 14 do periódico realmente importar na maioria de suas itálicas, incluindo a Swift,
Gravisie (Utrecht.
1989): :1.9-51.
a Hollander e a Flora_ (Ver tarobém pp 91,115.)
Original Frutiger
com18p1 abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp
Frutiger Next
com18pt abcefghijõp 123 AQ abcéfghijôp
Frutiger F/D Adrian Frutiger desenhou esta fonte em 1975 com o
intuito original de sinalizar o aeroporto Paris-Roissy. Ela foi então
editada pela Mergenthaler para uso em suas máquinas de foto-
composição e imediatamente prosperou como fonte tipográfica.
Tudo o que lhe faltava em termos de uma estrutura humanista
era compensado por sua geometria arejada e leve, por sua grande
abertura e equihbrio. Ela tarobém fazia um par especialmente
bom com a Méridien e a Apollo, do mesmo designer, embora tal
mistura aparentemente não fizesse parte do projeto original e
malgrado o fato de que elas não tivessem compatibilidade de corpo.
Na conversão de sinalização para fonte tipográfica, foi adicionada
uma romana, inclinada em vez de uma itálica genuína.
Em 1999-2ooo Frutiger redesenhou a fonte, adicionando
uma itálica verdadeira, incorporando curvas sutis às hastes dos
romanos e alterando a gama de pesos para incluir um peso de
livro. Houve outras pequenas melhorias- o reposicionamento dos
diacríticos, por exemplo - que melhorararo a fonte para trabalho
de texto, mas ainda não há algarismos de texto ou versaletes, como
na Méridien.A versão revisada, editada pela Linotype em 2001, é
conhecida como Frutiger Next. (Ver tarobém pp n8, 288-89.)
280
Por mais geométrica que seja, a Futura é uma das fontes sem
serifa mais harmoniosas e rítmicas já feitas. Suas proporções são
graciosas e humanas - próximas às da. Centaur na dimensão
vertical. Isso ajuda atorná-la adequada- como a todas as demais
fontes aqui examinadas- à composição de textos extensos (isso
dd
evidentemente não quer dizer que ela seja apropriada para textos
de todo tipo). A nova versão digital editada pela Neufville, de
Barcelona, inclui algarismos de texto e versaletes~ que faziam parte
do projeto original de Renner mas nunca haviam sido editados
ff
_
em metal. (Ver também pp 20, 119, 147, 231, 288.)
e
abcefghijõp 123 AQabcéfghijôp
Haarlemmer Sans D Quando digitalízou a Haarlemmer de Jan
van Krimpen na Dutch Type Library em meados dos anos 1990,
Frank Blokland criou esta fonte para ser sua companheira digital.
A própria Haarlemmer, gravada pela Monotype, havia sido feita
sob encomenda particular. O mesmo ocorreu seis décadas mais
tarde com a Haarlemmer Sans. A fonte está disponível ao público
desde 1998. Versaletes e algarismos de texto estão implícitos no
projeto. (Ver também p 253 e comparar com a Romulus Sans de
Van Krimpen, p 284.)
281
publicada de produzir uma versão sem serifa da romaoa de Nicolas
)enson. Arnbolm fez primeiramente o desenho da versão serifada,
e duraote o processo promoveu algumas alterações drásticas nas
proporções de Jenson; mesmo assim, permaneceram semelhanças.
O alfabeto itálico não se baseia na Arrighi, mas na gros romain de
Garamond.A modulação do traço é maior na Legacy Saos do que
na maioria dos tipos sem serifa. Algarismos de texto e versaletes
fazem parte do projeto. (Ver também pp 257, 288.}
c8l
por. Zapf e editado pela Linotype em 1971 (inas que, até onde sei,
jamais foi digitalizado).
A Optinia Nova, uma revisão digital produzida pelo próprio
Zapf e por Akira Kobayashi, foi completada em 2003. Diversas
modificações foram feitas na romana, como o afiamento dos ter-
fi
minais (especialmente visível nas letras a, c, f, s, C, G) e o retorno
ao sutil estreitamento dos traços principais (presente no tipo
original de metal, esse estreitamento havia sido abandonado na
primeira conversão para o formato digital por causa das "escadas''
que produzia nas baixas resoluções). Os algarismos de texto ro-
manos também faziam parte do desenho origmal para fundição,
gravados em tamaoho de teste mas não postos à venda. Eles foram
retomados na Optima Nova e receberam a adição de algarismos
de texto itálicos. Os caracteres diacríticos foram reposicionados
e a largura. de algumas letras romanas (De W,por exemplo) mu-
dou perceptivelmente. O itálico é um novo desenho, produzido
por Kobayashi sob a supervisão de Zapf. A Optima Nova itálica
inclina-se a 15° (enquanto o original inclinava-se a n°) e inclui
formas cursivas das letras a, e, f, geL (Ver também p 288.)
Syntax M!D Foi a última fonte de texto sem serifa a ser co-.
mercialmente moldada em metal, e na minha opinião a melhor.
Hans Eduard Meier projetou a versão original na Suíça em fins
a
dos anos 1960, e ela foi gravada e moldada na fundição Stempel
de Frankfurt em 1969. A romana pode ser considerada uma
verdadeira neo-humanista sem serifa. As formas renascentistas
que estamos acostumados a ver acompanhadas de serifas e traços
modulados são simplesmente desenhadas com formas sem serifa
e (quase) não moduladas. A itálica, no entanto, é híbrida: trata-se,
fundamentalmente, de wna romana inclinada. E um exame mais
minucioso revelará que a romana também é inclinada. Na itálica,
a inclinação vai a 12°; na romana, chega a algo como meio grau
- esse meio grau, porém, já é suficiente para conferir vitalidade Para uma variante
e movimento às suas formas. A largnra de seus traços varia de norte-americana
maneira muito sutil e as suas pontas são aparadas em ângulos nativa da Syntax,
ver Deli Hymes.
diversos. Há vários pesos disponíveis, mas o tipo é fortemente "'Victoria Howard's
distorcido acima do semibold, como é comum nas fontes ueo- 'Gitskux and His
humanistas. Older Brother:"
['Gitskux e seu
A utilidade da Syntax original em trabalhos de texto possuía irmão mais
restrições pela ausência de algarismos de texto e de versaletes. velho: de Victoria
Hans Meier redesenhou toda a família no fim da década de 1990, Howard],* in
Brian Swann,ed.,
adicionando esses componentes, fazendo ajustes muito pequenos Smoothing the
nas romanas e alterações mais substanciais nas itálicas. As novas Ground: Essays on
letras itálicas são mais estreitas do que as antigas, e três delas -· f, Native American
Oral Literature
j e y- tornaram-se mais cursivas que antes. O designer também [Aplainando o
adicionou versões serifadas e semi-serifadas dessa fonte. Essas terreno: ensaios
revisões aumentam substancialmente a abrangência e a versati- sobre a literatura
oral norte~
lidade do tipo, mas o cerne da realização de Meier permanece americana nativa)
exatamente onde estava: na estrutura nua da romana.. (Vertam- {Berkeley,t9B3).
bémp288.)
285
A Scala e a
Scala Sans, de
Martin Majoor,
mostradas aqui
com 74 pt e
éé ff gg
com 18 pt.
Suas formas
serifadas e sem
serifa são intima-
mente relaciona-
das e altamente
fil11 ôô tt
compatfveis,
mas muitas
diferenças sutis
persistem.
Remover
as serifas de um
alfabeto altera
as larguras rela·
Jivas dos caracte-
res, o que por
sua vez transfor-
ma o ritmo da
fonte. Na Scala
A,AHH
Roman, por abcdefghijldmnopqrstuvwxyz
exemplo, as
capitulares sem abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
serifa são unifor·
memente mais 1234567890·ABCDÉFG
estreitas que as
serifadas. 1234567890·ABCDÉFG
A caixa-baixa
sem serifa tam- ABCDEFGHIJKLMN
bém é levemente
mais estreita, ABCDEFGHIJKLMN
mas a grande
diferença apa- OPQRSTUVWXYZ
rece nas letras de
hastes retas, do OPQRSTUVWXYZ
haon.
286
aa bb CC Na Scala itdlica,
muitas letras
minúsculas sem
serifa siio na ver-
dade mais largas
que as serifadas,
embora o alfabe-
to como um todo
srja mais estreito.
A Scala Serif, por
suo vez, tem um
traço claramente
modulado, en-
quanto a Scala
Sons é optÍCQ-
mente
(mas não ver-
dadeiramente)
monocromática.
AAHH
Troços afinados e
alargados apare-
cem nas formas
serifodas e sem
serifa (no ombro
da letra a roma-
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz na, no barra do
e romano e nas
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz versões romana
e itdlica do g,
1234567890 por exemplo).
Mas o troço sem
1234567890 serifa nunca é tão
afinado quanto o
ABCDEFGHIJKLMN serifado.
A 8 C O E F G H IJ f( L M N
OPQRSTUVWXYZ
OPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
FUTURA: caracteres cursivos: nenhum o
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
FRUTIGER ORIGINAL: caracteres cursivos: nenhum o
Quociente de
"italicização» abcdefgh ijklmnopqrstuvwxyz
de treze
OPTIMA ORIGINAL: caracteres cursivos: nenhum o
"itálicos" sem
serifa abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
SYNTAX ORIGINAL: caracteres cursivos: bcdpq 5
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
GILL SANs: caracteres cursivos: abcd.JPq 7
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
OPTIMA NOVA: caracteres cursivos: abdefgfpqu lo
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
CASPARI; caracteres cursivos: abcdeghmnpq ,
AFlora e a
Lucida Sans são
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
mostradas aqui FLORA: caracteres cursivos: abcdefghmnpqru '4
com 17 pt. Todos
os outros exemplos
são mostrados.
abcdefghüklmnopqrstuvwxyz
com18pt. LUCI DA SANS: caracteres cursivos: abcdefghmnpqru '4
abcdefghüklmnopqrstuvwxyz
SCALA SANS: caracteres cursivos: abcdejhmnpqtuvwy 16
288
nada itálicos- ou seja, não são cursivos.
A
cuNs ITÁLicos não são
Outros são realmente bastante itálicos. Essa é uma das grandes
diferenças entre os tipos sem serifa. t: possrvel mensurar esse aspecto
cruamente, contando o número de letras caixa-baixa com carac-
terlsticas visivelmente cursivas. Isso não nos diz se uma fonte é boa ou ruim,
màs nos diz algo a respeito do tipo de virtude que ela pode possuir ou não.
A mesma análise também pode ser feita nas itálicas com serifa, mas o
normal é que todas as letras caixa-baixa de uma itálica serifada de formato
humanista tenham caracterlsticas eminentemente cursivas. Não há, no entan-
to, nenhum itálico sem serifa para o qual esse enunciado pareça verdadeiro
(nesse sentido, a caixa-baixa da Triplex itálica de John Downer chega perto de
100% de letras cursivas, a despeito de suas formas altamente geométricas
- mas ela não é cem por cento sem serifa).
As caracterrsticas que fazem uma letra sem serifa se[ considerada cursiva
são muitas vezes bastante sutis. Em letras como b, h, m, p ou r, por exemplo,
sua forma cursiva é revelada apenas pelo formato do bojo ou pelo ângulo e
pela altura em que as curvas encontram as hastes.
bb pp rr· bb pp rr
Na Frutiger (acima, à esquerda), as formas oblrquas do b, do p e doÍ" não são
rnais cursivas que as eretas. Já na Legacy Sans (acima, à direita) as formas
oblrquas são visivelmente itálicas. Elas diferem das formas romanas corres·
pondentes ern estrutura tanto quanto em inclinação.
O g pode ser cursivo ou não-cursivo, independentemente de possuir a
forma binocular comum nas fontes romanas serifadas ou a forma monocular
trpica tanto das itálicas caligráficas tais como a Trinité quanto das sem serifa
realistas tais como a Helvetica.
gg ggg·gg gg g
2 3 4 5 6
ne ~eeft ~P ongg~euannerníeuten
l)ogl)en opge~aenú([nlic~tel}ere
nen~l)enetlíemnupftmútreútteeii
ín llte l!l)emeneonootn.omtelepne
Uma textura de 14 pt gravada por Henric Pieterszoon Lettersnider, prova-
velmente na Antuérpia em 1492 (as matrizes dessa fonte- provavelmente
as mais antigas que existem- estão atualmente no museu Ensc:hedé em
Haarlem).
290
0000
Formas minúsculas trpicas na textura, fratura, bastarda e rotunda.
Olhando os
Ainda que vivamos em um mundo devotado às romanas e às catálogos de
itálicas, as letras góticas podem ser utilizadas em vários contextos amostras
para efeito de ênfase ou contraste, e não precisam ser confinadas
a logotipos de jornais ou aos titulos de tratados religiosos. Os de-
signers de tipos tampouco as abandonaram. Algumas excelentes
letras góticas foram desenhadas no século 20 por artistas alemães
como Rudolf Koch e pelo norte-americano Frederic Goudy.
A O ibçbCfgbijklmnõpqrstuvwxyz ~
Clairvaux D A letra gótica dos Monges Brancos. A abadia cis-
terciense de Clairvaux, a meio caminho entre Paris e Basiléia,
foi fundada por são Bernardo em 1115 e floresceu durante todo
o século 12. O tipo de mesmo nome, desenhado por Herbert
Maring e editado pela Linotype em 1990, tem muito da simpli-
cidade professada pela antiga ordem cisterciense, e aproxima-se
mais das formas da minúscula carolingia do que qualquer outra
bastarda, sendo portanto mais legível que a maioria delas aos
olhos modernos.
291
2t <B ábçdcfl1híjklmíliipqrstfiumxyz ~
Goudy Text A Desenhada por Frederic Goudy e editada pela
Monotype em 1928. É uma textura estreita, suave e levemente
ornamentada, relativamente legível tanto na caixa-alta quanto
na baixa. Há um segundo conjunto de capitulares conhecido
como Lombardic. O tipo é mal-ajustado tanto no formato de
máquina quanto no digital, mas sua qualidade justifica o trabalho
de salvamento.
à O abcdefghíjklrnnopqr.etuvwxyz;
Goudy Thirty A Esta foi urna das últimas fontes de autoria de
Frederic Goudy. deliberadamente concebida como um memorial
para si mesmo ("Thirty" [trinta] é o código jornalistico para "final
da matéria"). É urna rotunda leve e simples, desenhada em 1942,
editada pela Lanston Monotype em 1948 e atualmente publicada
em formato digital pela Lanston Type Co. Ela aparece em duas
versões, que. diferem nas formas do a, dos, do w e de boa parte
das maiúsculas.
ül ® ábcdefgbíjklmnõpqrstU\1W~3 1)
San Marco D Desenhada por Karlgeorg Hoefer e editada em
formato digital pela Linotype em 1991. Esta é a primeira fonte
gótica digital a inspirar-se nas rotundas gravadas em Veneza na
década de 1470 por Nicolas Jenson. A San Marco é. igualmente
uma rotunda - o gênero de letra gótica que possui maior cone-
xão com a Itália e é estruturalmente mais próximo das formas
romanas. Seu nome se deve à abobadada catedral de São Marcos,
localizada no centro cerimonial da cidade de Jenson. (Vertam-
bém página 117.)
292
Trump Deutsch M Desenhada por Georg Trump e editada em
metal pela fundição Berthold em 1936. É uma textura escura, larga,
côncava, despojada e enérgica. Tanto a caixa-alta quanto a baixa
são formas abertas e facilmente legíveis. Até onde sei, nunca foi Olhando os
digitalizada. catálogos de
amostras
11.5 UNCIAIS
293
AQ 123 ábçoe.çghíjkLmfíôp
qnsttívwxyz 1.23 UGJQ4S6
American Uncial M É o quarto tipo desenhado por Victor Ham-
Unciais mer, o segundo para o qual abriu as punções e o primeiro que
produziu após fugir da Áustria para os Estados Unidos em 1939.
Todos os tipos de Hammer são unciais. Dois deles- este e o Pindar,
seu predecessor- são bicamerais. O American. Uncial foi fundido
em ãmbito privado em Chicago em 1945, comercializado pela
Klingspor e vendido na Europa como Neue Hammer Unziale.
A maioria dos tipos digitais vendidos como "American Uncial"
baseia-se em uma fonte unicameral chamada Samson, que Ham-
mer desenhou na Itália na década de 1920. As versões digitais da
autêntica American Uncial são atualmente vendidas, como suas
antecessoras de metal, com o nome Neue H=er Unziale.)
i.açt>EFGDlJkl.m"Nôp
qRSTÜVWX.VZ 123 ZECEPD
294
parafraseada, dignificada ou ridicularizada - mas a escrita é uma
versão fluida e linear de signos epigráficos mais desconexos. A
diferença entre "tipo" e "escrita" reitera a .diferença entre carac-
teres glfjicos e gráficos, ou gravados e escritos - uma diferença
estabelecida pelo menos 1.500 anos antes do nascimento da
prensa tipográfica.
A ânsia de juntar romano com itálico parece ser um esforço Olhando os
para usar tipo e escrita, ou glífico e gráfico, ao mesmo tempo. catálogos de
Isso explica em parte o porquê da dificuldade de classificar uma amostras
fonte como a Poetica. s'erá ela uma manuscrita ou uma itálica
solitária (sem romanos)?
Os manuscritos foram bem-sucedidos como tipos de fundi- Para saber mais
ção, fotográficos e digitais, e muitos bons designers - ·Imre Reiner, sobre a história dos
primeiros tempos
por exemplo- concentraram-se tão exclusivamente neles quanto das manuscx1tas
outros o fizeram com os tipos romanos. Mas a importância que impressas. ver o
os tipos manuscritos tiveram no mundo da prensa tipográfica ensaio de Stanley
Morison "'n Script
comercial não é a mesma que têm no mundo da impressão bidi- Types" [Sobre os
mensional. É caro gravar fotograficaruente um original escrito à tipos manuscritos],
mão e imprimi-lo na prensa tipográfica. Por outro lado, é fácil The Fleuron, n.
4 (!921): 1-42.
escanear ou fotografar um trabalho caligráfico especialmente
encomendado e então reproduzi-lo em o.ffset.Assim, o melhor tipo
manuscrito destinado a complementar uma página tipográfica
tende a ser feito sob encomenda.
Há dúzias de excelentes fontes manuscritas disponíveis. Entre
elas incluem-se a Marigold e a Visigoth de Arthur Baker, a Choc
e a Mistral de Roger Excoffon, a Salto e a.Saltino de Karlgeorg
Hoefer, a Derby e a E! Greco de Günter Gerhard Lange, a Squire
de Michael Neugebauer, a Vivaldi e a Magnifica! de Friedrich
Peter, a Matura e a Pepita de Imre Reiner, a Caflisch e a Sanvito
de Robert Slimbach e a jaguar e a Palomba de Georg Trump.
Optei por ilustrar aqui apenas uma mancheia de manuscritas
pelas quais tenho particular interesse. Duas delas- a Eaglefeather
e a Tekton - são manuscritas arquitetônicas e poderiam muito
bem ter sido incluídas entre os tipos de texto. No entanto, eu as
inseri aqui pelo que elas revelam sobre o processo de transição
da escnta para a impressão, do manuscrito para a tipografia e do
tipo manuscrito para o romano e o itálico.
295
de Frank Lloyd Wright (1867-1959). A Eaglefeather foi editada
em duas formas, chamadas de formal e informal, mas a diferença
reside apenas na caixa-baixa romana; as duas compartilham um
itálico, um conjunto de capitulares romanas, versaletes, algarismos
e caracteres não alfabéticos. A Eaglefeath~r Informal, mostrada
aqui, consiste na verdade em duas itálicas. A "romanâ' é uma
itálica nítida, sem serifa e sem inclinação. A "itálica" é composta
pelo mesmo conjunto de letras com uma inclinação de w•.
o4 0 .,.L,'z,ef5J'jk/,_,,.,f1'""shw"""i:.
Legende M Uma manuscrita larga, escura e desconexa, com olho
pequeno mas de excelente legibilidade. Foi desenhada por Ernst
Schneidler e editada pela fundição Bayer, de Frankfurt, em 1937.
É um dos melhores exemplares modernos dec uma categoria de
manuscritas maneiristas inaugurada por Robert Granjon em Lyon
O nome civüité no ano de 1557- Os tipógrafos se referem a elas como civilités.
vemdousoda
manuscrita de
Granjon em uma
das primeiras
traduções de um Ondine M Uma manuscrita a pena, escura porém aberta, lúcida
do$ best-sellen
de Desiderius e desconexa, desenhada por Adrian Frutiger e originalmente
Erasmll$,De. editada pela Deberny & Peignot em Paris em 1953. Foi um dos
civilitate. morum
puerilium libellus,
prinleiros desenhos de Frutiger e continua sendo sua única fonte
ou•um pequeno manuscrita. (Uma ondine é uma ninfa do mar, ec a Ondine de
livro para Frutiger é um tipo repleto de ondas).
crianças sobre o
comportamento
civilizado': AQ ábçdefghijklmhopq ..st~vwxyz
Present M Uma manuscrita a pincel leve, larga e desconexa,
desenhada por Friedrich Sallwey e editada pela fundição Stern-
pel de Frankfurt em 1974. Em sua versão digital, a família foi
ampliada para abrigar versões normais e condensadas da fonte
y
em três pesos.
m
OpenType. Esta última inclui algarismos de texto e versaletes.Em
tamanhos modestos, a Tekton funciona como uma sem serifa.Em
corpos maiores, suas serifas em forma de pequenas contas ficam
visíveis. Trata-se também fundamentalmente de um alfabeto, e
não de dois, uma vez que a Tekton possui uma oblíqua pura em
lugar de uma itálica. A escrita original pode ser vista no livro de
ChingArchitectural Graphics [Desenho arquitetônico] (Nova York,
1975; 2• ed.1985), que foi impresso a partir de páginas manuscritas.
A terceira edição do livro, publicada em 19961 foi composta em
Tekton semi-estreita digital.
297
I '' \ \ ' I
Ô.('tX.fTCf.YTJ Jl «l*.pct.) JlftYct. '1'«.71'1'1 I /,UOf,
11.7 GREGOS
A palavra ortóptico Os tipos gregos têm uma longa e complexa história própria, ainda
vem do grego que intimamente entrelaçada com a história dos tipos romanos.
õp9óç, que quer As primeiras fontes completas do grego foram gravadas em Ve-
dizer ereto; cursivo
vem do latim neza e em Florença por Nicolas Jenson, Francesco Grilfo e por
currere, correr ou outros tipógrafos que simultaneamente estavam gravando as
apressar·se. primeiras fontes romanas e itálicas. Simon de Colines, Claude
e chancelo.ria vem
do latim amcelli, Garamond, Robert Granjon, Miklós Kis, Johann Fleischman e
literalmente William Caslon também fizeram bons tipos gregos, que foram
"'pequenos amplamente utilizados. No entanto, o primeiro livro grego im-
caranguejos':.
Cancelli veio presso na própria Grécia foi o Livro de Salmos do Monte Alhos
a ser o termo de 1759, e a primeira imprensa grega secular foi inaugurada
latino usado durante a Guerra da Independência, com a ajuda de Ambroise
para designar
cercas, barreiras Firmin-Didot, em 1821.
e cancelas, e Adaptações gregas de fontes romanas populares - Basker-
finalmente para ville, Caledonia, Helvetica, Times New Roman, Univers e outras
indicar a barreira
ornamental que -receberam edições da Linotype, da Monotype e de outras com-
ficava entre panhias, e são hoje bastante utilizadas na Grécia. Mas ali, assim
os oficiais e os
como em boa parte da Europa Oriental, as formas mais líricas
peticionários
nos fóruns. S. do modernismo têm demorado a chegar. Mesmo no mundo
not:atras palavras, multinacional dos estudos clássicos, onde é constante a demanda
a barra à qual os por tipos gregos que harmonizem com romanos ueo-humanistas,
advogados ainda
são chamados. sua oferta é muito pequena.
Os manuscntos Três classes importantes de tipos gregos nos têm acompa-
chancerelescos
nhado desde o século 15: as ortópticas, as cursivas e as manuscritas
floresceram onde
quer que atuassem chancerelescas.A grega ortóptica é análoga à romana do alfabeto
advogados. latino; noutras palavras, não é cursiva. As letras são relativamente
autocontidas e habitualmente eretas, e podem ou não possuir
serifas. O tipo grego cursivo, que pode ser ereto ou inclinado,
é análogo ao itálico. O grego chancerelesco não passa de uma
forma mais elaborada do cursivo, mas atingiu um nível de in-
trincamento tipográfico de que os tipos itálicos chancelerescos
jamais chegaram perto.
Os tipos gregos ortópticos da Renascença parecem-se com Olhando os
as romanas renascentistas, mas ao mesmo tempo diferem delas catálogos de
de várias maneiras interessantes. De wn modo geral, o traço tem amostras
uma espessura bem mais regular, suas pontas são definidamente
retangulares e suas serifas, quando estão presentes, são curtas,
abruptas e unilaterais; triângulos, círculos e linhas geométricas
são proeminentes na estrutura dessas fontes, embora não a ponto
de eliminar curvas mais complexas. Essa é a forma mais antiga
da tipografia grega, vista pela primeira vez nos alfabetos parciais
gravados por Peter Schoeffer, o Velbo, em Mainz e por Konrad
Sweynheym em Subiaco,localidade próxima a Roma, em 1465. É
também o estilo do primeiro tipo grego inteiramente amadurecido As gregas politonais
e politonal gravado por Nicolas Jenson em Veneza em 1471. são fontes com
um complemento
O melhor exemplo antigo do grego ortóptico, na opinião de integral de
muitos historiadores, é o Grego Complutesiano de Arnaldo Guil- diacrÍtlCOS
lén de Brocar, gravado na Espanha em 1510. Poucos anos depois alexandrinos. Para
mais detalhes. ver
disso, as gregas ortópticas desapareceram. completamente e não páginas 324 e 362.
foram ressuscitadas até o fim do século 19.A versão moderna mais
utilizada é o tipo New Hellenic, desenhado por Victor Scholderer
em Londres em 1927.
A primeira fonte grega cursiva foi gravada por um artesão não
identificado em Vicenza, a oeste de Veneza, em 1475.A segunda,
gravada em Veneza por Francesco Gritfo, demorou mais vinte
anos para aparecer - mas era urna manuscrita chancerelesca
elaborada e não urna_ simples cursiva, à maneira da fonte anô-
nima de Vicenza. Griffo gravou uma grega cursiva simples em
1502, mas as gregas chancerelescas continuaram sendo moda na
Europa pelos duzentos anos que se seguiram.
Uma grega cursiva simples pode ser transformada em uma
manuscrita chancerelesca com a adição de ligaturas, e o inverso
se dá com sua supressão. No entanto, o número de ligaturas
necessárias ao grego chega facilmente a várias centenas, e em
alguns casos a mais de mil.
As gregas chancerelescas foram gravadas por vários artistas de
Gararnond a Caslon, mas os designers neoclássicos e românticos
- al incluídos Baskerville, Bodoni, Alexander Wilson e Ambroise
299
Firmin-Didot - retornaram às formas cursivas mais simples. A
fonte grega de Firmin-Didot ainda é ffeqüentemente utilizada
tanto na França quanto na Grécia, mas o tipo grego mais visto no
mundo anglófono é o desenhado em 1806 por Richard Porson.
As fontes gregas ueo-humanistas, tais como a Antigone de
Jan van Krimpen, a Heraklit e a Palatino Greek de Hermann
Gregos Zapf e a Minion Greek de Robert Slimbach, abriram um novo
capítulo na história do alfabeto grego ao incorporar a estrutura
humanista das romanas e itálicas da Renascença à caixa-baixa
grega. Ironicamente, o desenvolvimento desses tipos coincidiu
com o abandono do estudo dos clássicos pelos guardiães da
cultura européia.
O grego, assim como o latim, evoluiu para a forma bica-
mera! no fim da Idade Média. As caixas-altas dos dois alfabetos
compartilham da mesma herança, e mais da metade das formas
maiúsculas de ambos ainda permanece idêntica (o mesmo acon-
tece com as unciais gregas e latinas). No entanto, a evolução da
caixa-baixa grega seguiu por um caminho diferente. Embora haja
urna escrita grega plácida e formal, com espírito semelhante ao
da caixa-baixa romana, as minúsculas gregas são usualmente
cursivas. Em conseqüência disso, a maioria das fontes gregas se
'A. aL
parece com as itálicas renascentistas: maiúsculas formais e eretas
acompanhadas de minúsculas fluentes e muitas vezes inclinadas.
Nenhuma"verdadeira fonte de apoio foi desenvolvida na tradição
tipográfica grega: nenhuma que ampliasse e contrastasse com o
alfabeto primário como o itálico faz com o romano.
Entretanto, diversos designers do século 20 adicionaram
variantes inclinadas e bold aos seus alfabetos gregos a partir de
imitações de modelos latinos, de modo que uma mudança pode
estar a caminho. Várias das fontes mostradas aqui, no entanto,
foram desenhadas para uso solitário ou mesmo suplementar, para
compor letras gregas misturadas com fontes romanas.
à~y8E~flau<ÀJ.lv~orrpaçrucpxttJw
á~y8cl;fJthKÀpv~orrpaçTVq>XlJ.IW
Albertina D Chris Brand projetou esta grega nos anos I96o,jun-
tõ com a Albertina latina e a cirllica. De inicio, somente a fonte
latina foi produzida. A grega foi editada somente em 2004, pela
DTL, tanto na forma eretaquanto na cursiva- mas até o momento
apenas numa versão monotônica. (Ver também pp 232, 305.)
300
Antigone M Desenhada por Jan van Krimpen e editada pela
Enschedé em 1927. É uma grega ueo-humanista delicadamente
esculpida, destinada à composição de poesia lírica. Foi gravada
especificamente para casar com a Lutetia romana e itálica do Olhando os
mesmo designer, mas compõe bem com outras fontes latinas, catálogos de
como a Romanée e a Spectrum. Ela não tem versão digital. amostras
&.~yoe:sYí8 ~xÀfkv!;orcpcrçrucpxtJ>cp
ABrLlEZH0KAME
Didot M Não são poucos .os tipógrafos que se perguntam por
que as fontes Didot gregas se parecem tão pouco com as romanas.
A razão para isso é que suas versões originais foram gravadas em
épocas diferentes por pai e filho, incorporando assim as diferenças
301
entre as relações que ambos criaram com duas tradições tipográ-
ficas distintas. As gregas Didot originais são obra de Ambroise
Firmin~Didot, cujo pai,Firmin Didot,gravou as mais conhecidas
Didot romanas e itálicas. As romanas, gravadas no calor .da Re-
volução Francesa, têm uma estrutura estritamente racionalista,
deixando para trãs qualquer vestígio de variedade barroca.
As gregas de Didot têm um traço de mão esquerda absorvido
das gregas maneiristas e barrocas de Granjon, Jannon, Kis, Caslon
e Fleischman.As maiúsculas são abertamente esquizofrênícas, com
A
serifas neoclássicas adnatas nos traços finos e serifas românticas
abruptas no caso dos traços grossos. A versão digital exibida aqui
foi feita para a Sociedade Grega de Fontes (Greek Font Society)
por Takis Katsoulides em 1993· (Ver também p 125.)
ã~y6E:l;fí8tKÀI..lvÇonpcrçTucpx~~
Gi/1 Sans A Projetada como uma companheira da Gil! Sans
romana na década de195o,não pelo próprio Eric Gil!, mas pelos
desenhistas da MonotnJe. Dado que os desenhos originais da pró-
pria romana também haviam sido modificados, pode-se concluir
que a Gil! Sans grega dista duplamente do artista a quem deve o
seu nome. Mesmo assim, é um projeto com desenho muito limpo
e aplicáveL A caisa-baixa,assim como a sua correspondente latina,
inclui algumas serifas residuais. Há vários pesos disponíveis, tanto
na forma ereta quanto na oblíqua, mas nenhum peso de livro foi
editado comercialmente.
302
neo-hwnanista, feita para ser usada com a Palatino e a Aldus, am-
bas do mesmo designer. Uma fonte grega titular chamada Phidias
pode ser usada como acompanhamento: é a contrapartida grega
da Michelaogelo de Hermann Zapf. A Palatino Linotype Greek
(ver abaixo) é a sucessora digital da Heraklit.
New Hellenic A Projetada por Victor Scholderer e editada pela A New Hellenic
Monotype em 1927, é uma grega ortóptica que reafirma a tradição digital mostrada
aqui sofreu
de Nicolas jenson,Antonio Miscomini e Arnaldo Guillén de Bro- as seguintes
Ca!', em detrimento da tradição cursiva e caligráfica de Francesco modificações:
Griffo, Simon de Colines e Claude Garamond. É aberta, ereta, as proteções
laterais de vários
graciosa e estável, com uma modulação mínima de traços e serifas caracteres não
ínfimas. Várias letras têm formas variantes bem-feitas. Uma versão alfabéticos foram
<jigital da fonte, mostrada aqui, foi feita em 1993 para a Greek Font revisadas, uma
tabeladekeming
Society por Takis Katsoulides (o nome utilizado em sua venda é foi adicionada e.
Neo, e não New Hellenic). (Ver também pp 122, 124.) finalmente. todas as
maiúsculas e cinco
giúos alternativos
a[3ybc(:fí8LKA!-lV~07CQO"Ç'Wcj:>XlJJ'iJ (:à,3,€.C,W)foram
redimensionados.
áf3yót:(:fj8LKÀflvÇ,o7cpaçTvc{Jxtj;cp
Palatino D Em meio à conversão da Palatino na pan-européia
"Palatino Linotype': Hermann Zapf criou U.."lla grega ereta e uma
itálica com dois pesos, baseado em sua anterior Heraklit (ver aci-
ma). Uma gama completa de caracteres monotônicos e politônicos
foi incluída. Porém, a fonte foi digitalizada na Microsoft, e não
na Linotype. É certo que seus grafismos são encantadores, mas
!nexiste kerning e os diacríticos são tão pálidos que desaparecem
em tamanho de texto. Quaodo os diacríticos são fortalecidos
(como na primeiras das duas espécimes mostradas acima), essa
grega se combina primorosamente não só com a Palatino mas
com muitas outras fontes latinas. (Ver também pp 261, 306.)
303
wn século. É wna fonte calma mas cheia de energia, com desenho
neoclássico e que compõe bem com várias romanas. Durante sua
longa e frutífera carreira, a Porson caixa-baixa se ajustou bem a
várias séries distintas de maiúsculas, nenhwna delas projetada
para combinar-se com o desenho original da Porson. A versão
digital da fonte, mostrada aqui e em outras partes deste livro,
foi produzida em 1996 por George Mattlúopoulos para a Greek
Font Society de Atenas. Ela foi editada e o tamanho das versais
foi reduzido em cerca de 10%. (Ver também pp 109, 113.)
Ü{!;y~eÇnOtx"Afhv~o?r.fO""çrucpxW
aí rft ?{fi (§Y '7n3 s- iJ. fi ;&J ;Cf71
Wilson D Fontes gregas tão bem-feitas quanto essa sempre fo-
ram wna raridade, embora aquelas que almejassem tal qualidade
tenham sido outrora comuns& Atualmente, essa é a única fonte
grega digital de sua espécie. Foi produzida por Matthew Carter
em 1995, com base nas fontes gregas de Alexander Wilson de
Glasgow, mestre puncionista, médico e astrônomo do século 18.
Ela é enriquecida com formas alternativas e ligaturas, algwnas
das quais são mostradas aqui.
1-1.8 CIRÍLICAS
305
A melhor delas é a da Monotype, desenhada em 1930 pelo jovem
Harry Carter, que logo se tornaria um grande historiador de tipos.
Para alguns textos russos do século 18 e posteriores, uma fonte
de origem ocidental e, com o espírito do Iluminismo francês é
bastante apropriada. A Baskerville cirílica é uma escolha óbvia
para esse propósito - em especial para publicações bilíngües, se
a Baskerville tan1bém for apropriada para a tradução.
A
editada por Giovanni Mardersteig e gravada sob sua direção por
Ruggiero Olivieri, é conhecida como Pushkin. Esse formato foi
utilizado apenas na imprensa de Mardersteig, a Officina Bodoni
em Verona. Vladimir Yefimov adaptou-o para fotocomposição
em 1984, adicionando-lhe um peso bold. Tanto ela quanto sua
companheira latina foran1 editadas em formato digital pela Para-
Graph, em Moscou, em 1991. Os algarismos de texto necessários
foran1 editados em 1997. (Ver tan1bém página 126.)
306
Warnock o A Warnock, assim como a Minion, é uma família
tipográfica pau-européia -latina, grega e cirilica- projetada por
Robert Slimbach e editada pela Adobe em formato OpenType em
2000. Ela é mais pontuda e mais artificial que a Minion (simples-
8
mente desenhada em vez de escrita). Também é menos íngreme
(o itálico inclina-se a 15' em vez de 12 ') O cirilico me parece ser
o ramo mais bem sucedido da família.
Todo texto principia ao menos uma vez. A maior parte dos tex-
tos pára e principia de novo repetidamente até tomar seu curso.
Esses começos - de orações, parágrafos, capítulos ou seções
- constituem as portas e janelas do texto. Os escribas europeus
começaram a marcar as aberturas mais importantes com letras
maiúsculas grandes e por vezes ornamentadas - as chamadas
versais capitulares -,mesmo antes que o alfabeto latino desen-
volvesse uma caixa-baixa.
Em muitos dos primeiros livros impressos, um espaço era
reservado para que essas iniciais fossem pintadas à mão. Os im-
pressores também começaram a imprimi-las, em múltiplas cores,
desde 1459. Um grande número de bons alfabetos de capitulares
foi produzido a partir dessa tradição: eram fontes tipográficas
desenhadas para compor títulos ou textos curtos, ou para ser
usadas com uma letra de cada vez. Alguns desses alfabetos - a
Lithos de Carol Twombly e a Smaragd de Gudrun Zapf-von Hesse,
por. exemplo - são glíficos ou de inscrição; outros, puramente
caligráficos.
Como o objetivo das fontes de inscrição é o uso com outras
fontes em tamanho de texto, muitas delas são vazadas, com o
interior do traço removido para suavizá-las. As capitulares Lu-
tetia e Romulus Open de Jan van Krimpen, por exemplo, foram
produzidas com o esvaziamento das maiúsculas dessas fontes de
texto. Já a Cristal de Rémy Peignot e a Castellar de John Peters
foram feitas desde o início como fontes incisas e não existem de
outra forma.
É claro que as maiúsculas de qualquer fonte de texto podem
ser ampliadas para serem usadas como versais, mas o resultado
costuma sacrificar suas proporções. Versais titulares bem-pro-
307
porcionadas são um património de poucas fontes de texto (a
Dante de Giovanni Mardersteig e a Manticore de John Hudson
são exemplos disso). De tempos em tempos, porém, as versais
Amostras de várias de uma fonte titular ou textual bicameral criam vida própria.
dessas fontes Isso ocorreu, por exemplo, com as fontes Albertus) de Berthold
são mostradas
na página 314 Wolpe, Cartier, de Carl. Dair, Avant Garde, de Herb Lubalin, e
com a Codex e a Delphin, de Georg Trump. As fontes listadas
abaixo foram todas projetadas especificamente como versais de
título, não de texto.
ABCDXYZ
Augustea MIA Versais de inscrição formais com serifas mar-
caotes, desenhadas por Aldo Novarese eAlessandro Butti e edi-
tadas em metal no aoo de 1951 pela fundição Nebiolo, de Turim.
Há também uma versão vazada vendida originalmente com o
nome de Augustea Filettata e hoje digitalizada como Augustea
Open. Uma caixa-baixa também foi posteriormente adicionada
às versais. O resultado é conhecido como Augustea Nova. (Ver
também página 314.)
ABCDEFGHIJKLM
NOPQRSTUVWXYZ
Castellar A Versais vazadas assimetricamente, de modo que os
traços esvaziados fiquem clatos à esquerda e escuros à direita. A
fonte foi desenhada por John Peters e editada pela Monotype em
1957. (Ver também pp 74, 176, 314.)
308
ABCDEFGHIJKLM
NOPQRSTUVWXYZ
Charlemagne D Essas despreocupadas versais carolinas, baseadas
nos escritos titulares carolíngios e nas versais dos séculos 9 e 10,
foram desenhadas por Carol Twombly e editadas em forma digital Olhando os
pela Adobe em 1989.A nova versão OpenType inclui um conjunto catálogos de
de caracteres latinos pan-europeus. (Ver também pp 134, 314) amostras
ABCDEFÇH!)KLM
ÀKM N R.VV'><YZ..
No P Q..RST UVWXYZ
Herculanum D Desenhada por Adrian Frutiger e editada pela
Linotype em 1990. Há muitas letras variantes. Herculanum era
uma cidade romana próxima à atual Nápoles que teve o mesmo
destino de Pompéia: foi enterrada pela erupção do Vesúvio em
79 aC.A fonte q~e.leva o seu nome baseia-se nas letras escritas
e pintadas do primeiro e segundo séculos aC. Essas inscrições
romanas não-oficiais e informais foram uma fonte de inspiração
paraFrutiger por meio século. As maiúsculas da sua Ondine (pá-
gina 296), desenhadas no início dos anos 1950, também derivam
delas. (Ver também página 132.)
ABCDEFGH IJ l<LM
NOPQRSTUVWXYZ
r.6. e/\: n !Y:Y.<D \IJ n
I\CEÇyit:ó$úO.Z
Lithos D Versais sem serifa com abertura grande e forma vivaz,
baseadas em antigas letras de inscrição gregas, desenhadas por
Carol Twombly e editadas pela Adobe em vários pesos. Seu traço
apresenta várias modulações sutis.A nova versão OpenType da
fonte inclui latim e grego pan-europeus. Uma importante pre-
cursora dessa fonte é a Pericles de Robert Foster, editada pela ATP
em 1934 e hoje negligenciada. (Ver também página 132.)
ABBAGGIIL&LL~RS-TT'I'r
ABCDEFGHIJKLM
Versais de
NOPQ!tSTUVWXYZ
inscrição e YYYIA.NE<!:VTilPT:r&-c
caligráficas
Mantinia o Trata-se de uma fonte complexa baseada nas grafias
encontradas na obra do pintor AndreaMantegna (1431-1506). Os
pintores Andrea de! Castagno, Fra Angelica e outros artistas do
século 15 dedicaram às suas letras o mesmo zelo que dispensaram
às suas figuras humanas, mas não existiu nenhum pintor renas-
centista que considerasse o alfabeto com tanta seriedade quanto
Andrea Mantegna. O tipo que o homenageia foi projetado por
Matthew Carter e editado pela Carter & Cone em 1992.
ABCDBCD:E
Michelangelo e Sistina M Estes alfabetos compõem dois conjuntos
de versais serifadas e foram projetados por Hermano Zapf para
aluar como complementos das fontes Palatioo e Aldus. As ver-
sões originais dessas duas fontes- a leve e atlética Micbelangelo
e a sombria e eclesiástica Sistina - foram gravadas por August
Rosenberger e editadas pela fundição Stempel em 1950-51. Existe
ainda um terceiro membro dessa família que atende pelo nome
de Phidias e é uma contrapartida grega da Michelangelo. (Ver
também p 314.)
ABCDPQR
Monument M Um conjunto de versais vazadas e abertas ori~
ginalmente desenhadas por Oldrich Menhart e moldadas em
1950 pela fundição Grafotecbna, de Praga. A impassibilidade
imperial, típica das letras gravadas nas inscrições romanas, foi
transformada em uma espécie de dança folclórica majestosa pelas
mãos de MenharL
310
ABttD ~ ~G IH IJ KlM~
<.OPQR$YUVWX1fi4:
Neuland M Alfabeto composto por versais romanas escuras,
irregulares e sem_ serifa. As letras foram projetadas e gravadas Olhando os
por Rudolf Koch e editadas em metal pela fundição Klingspor catálogos de
em Offenbach em 1953. Koch abriu as punções originais à mão amostras
livre, sem o auxilio de desenhos-modelo. Cada tamanho da
versão de fundição tem, portanto, várias idiossincrasias próprias.
Essas sutilezas foram perdidas em todas as versões digitais. (Ver
.....
também p 314.)
~
! ~
311
ABCDEFGHIJKLM
cq: I L YT LYT IYL T ITL Y I R <2
NO P QS-STUVWXYZ
Versais de
inscrição e Rialto Titling n Este conjunto de versais caligráficas elegantes e
caligráficas leves faz parte da família Ria! to, projetada por Giovanni de Faccio
e Lui Karner e editada em 1999· (Ver também p 267-)
A B ( D E F G H IJ K LM
NOPQRSTVVWXYZ
Rusticana n Componente de um grupo de três fontes de Adrian
Frutiger baseadas nas variedades mais populistas e menos impe-
riais das inscrições romanas. Os outros membros da família são
a Herculanum e a Pompeijana.A Rusticana deve suas formas às
ioscrições romanas dos séculos 4 e 5 aC. (Ver também p 132.)
AA B CD E FC{ H I] K L ffi M
NOPQ.RSTUVWX.XYZ
Sophia n Desenhada por Matthew Carter e editada pela Carter
& Cone em 1993. Esta fonte complexa, que ioclui muitos glifos
variantes, baseou-se originalmente no alfabeto encontrado na
ioscrição de uma cruz feita em Constantinopla em meados do
século 6 e presenteada ao bispo de Roma pelo imperador bizantino
Justino II e por sua esposa- que mais tarde também viria a ser
sua regente-, a imperadora Sophla. (Ver também pp 203-04).
312
ABCDEFGHIJKLM
NOPQRSTUVWXYZ
Trajan D Capitulares serifadas baseadas nas inscrições da base
da Coluna de Trajano em Roma, gravadas no inicio do século
2 aC. A fonte foi desenhada por Carol Twombly e editada em Olhando os
formato digital pela Adobe. Na sua versão OpenType, ela inclui catálogos de
o conjunto completo dos caracteres latinos pan,europeus. (Ver amostras
também p 134.)
313
MM
Da esquerda
PM•:::
Augustea
~H~A
ti 'V I~
AvantGarde
Cartier
C..tdlu
Charlemagne
M M M ·
Codex
Cristal
Ddphin
MM M
Miohdmgdo
Monwnent
Neuland
MI M ~-
~
Romul~~:,~
Sistina
M M M
314
AP.IlNDICE A: O ALFABETO ATIVO
315
ll eszett alemão; inglês recente
]>I> thorn anglo-saxão, islandês
t 'f triscado saami setentrional
úV u chifrudo vietnamita
v V v cacheado eve
p wynn ioglês arcaico
Letras yY y com topo em gancho fulfulde
latinas '5 yogh anglo-saxão, ioglês arcaico
adicionais 3 3 ezh skolt
316
ªA
~
a agudo sublinhado
i} a com ogonek I
a com cauda
kwakwala
polonês; lituanoi navajo
317
é E e circunflexo agudo vietnamita
é E e circunflexo grave vietnamita
ê .B e circunflexo com til mandarim romanizado
ê f. e circunflexo com mandarim romanizado
circunflexo invertido
ê E e circunflexo com macro vietnamita
Letras é E e circunflexo com hoi vietnamita
latinas Ç ~ e circunflexo com ponto vietnamita
infletidas inferior
c; :!;: e com ponto inferior I tuí; vietnamita
ecomnang
ç ~
e com ogonek I polonês; lituano; navajo
e com cauda
~ ~ e agudo com ogonek navajo; apache ocidental
Ç ~ e grave com ogonek dogrib; gwichin; sekani
h a h circunflexo esperanto
li a h com ponto superior !acata antigo
1). !:I h com ponto inferior árabe e hebraico romanizados
318
l i anelado arikara; cheyenne
I i com macro I i longo córnico; letão; maori
I i breve I i curto latim; vietnamita
i 1 i arqueado poética servo~croata
i I i com til guarani; kikuyu; vietnamita
t icomhoi vietnamita
~ i com ponto inferior I igbo; vietnamita O alfabeto
icomnang ativo
I i com ogonek I chiricahua; dogrib; navajo
i com cauda
í í i agudo com ogonek chiricahua; mescalero; navajo
I I i grave com ogonek dogrib; guicbin; sekani
j J j circunflexo esperanto
j f j circunflexo invertido lingüística norte-americana
l t !agudo eslovaco
r 1:/L I com gancho palatal eslovaco
r r !glotal heiltsuk; nisgha; tsimshian
! J;. I com ponto inferior I sânscrito romanizado
I silábico
I J;. I com cedilha /! suave letão
I J;. 1 com vírgula inferior livoniano; romeno
! L I com traço inferior malaiala romanizado
I i;. I com ponto inferior sânscrito romanizado
emacro
319
nN nglotal kwakwala; nisgha; tsimshian
n:N n com ponto superior sânscrito romanizado
nN n anelado arikara
iíN n circunflexo invertido tcheco; mandarim romanizado
iiN n com til basco; catalão; espanhol
IJ.tl" n cedillza I n suave letão
Letras 1).1:1 n com vfrgula inferior letão
latinas lJ.l:l n com ponto inferior tui; sânscrito romanizado
infletidas nN n com traço inferior malaiala romanizado
320
é:Já o chifrudo agudo vietnamita
I:! à o chifrudo grave vietnamita
ffà o chifrudo com til vietnamita
é:Já o chifrudo com hoi vietnamita
<!fl o chifrudo com ponto vietnamita
inferior
O alfabeto
5 :) o aberto agudo dangme ativo
5 j o aberto com trema dinka
5 :) o aberto com til kpelle; tu!
? :;> o aberto com ogonek kiowa; lingüística
norte-americana
pp p glotal kiov.a;k><akv<ala;osage
pp p com ponto superior gaélico antigo
321
t' t t com gancho palatal/ tcheco; eslovaco
tcomhácek
t' t tglotal kiowa; tsimshian
t T tcommacro basco antigo; Iacota
t T t com ponto inferior árabe e hebraico romanizados
\ T t com vírgula inferior livoniano; romeno
Letras
latinas úú uagudo islandês; navajo; espanhol
infletidas úÚ u duplo agudo húogaro
uú ugrave dogrib; italiano; sekani
uü u duplo grave poética servo-croata
tiO u circunflexo francês; galês
uü u circunflexo invertido mandarim romanizado
uü utremado estoniano; alemão; turco
üÚ u anelado I u krouiek arikara; cheyenne; tcheco
üÜ u com macro I u longo córnico; lituano; maori
uü u breve I u curto latim; coreano romanizado
üÜ uarqueado poética servo-croata
üÜ u com til vietoamita; kikuyu
úÚ ucomhoi vietnamita
íiú u tremado agudo mandarim romanizado
uú u tremado grave mandarim romanizado
u.o u tremado com macro mandarim romanizado
u.o u tremado com mandarim romanizado
circunflexo invertido
\lV u com ponto inferior I igbo; vietnamita
ucomnang
ql,J u com ogonek I lituano; mescalero; polonês
ucomcauda
4V u agudo com ogonek mescalero; navajo
t!V u grave com ogonek gwichin; sekani; Taguish
wW wagudo galês
ww wgrave galês
wW wglotal heiltsuk; klamat; tsimshian
322
wW w circunflexo I w longo chichewa; galês
wW wtremado tsimshian
wW wanelado arikara
wW wbreve gã; tuí
xx x circunflexo aleúte
x:X: xglotal chiwere; tsimshian O alfabeto
heiltsuk; kwakwala
ativo
323
Grego básico Grego monotônico i). ~ g psiU
perispomene
a A alfa h
p B beta/2
Y r gama/3
á
t
Í)
alfa tonos
epsilon tonos
eta tonos
Q.
Q.
lj.
*
~
~
g daseia
~ daseia oxeia
g daseia
Õâ delta I 4 l iota tonos hareia
Letras e E epsilon/5 r r iota dialytika i). ~ g daseia
gregas ~ z zela /7 t iota dialytika perispomene
básicas e !]H eta/8 tonos
injletidas ae teta /9 ó ômicron tonos t epsílon oxeia
l I iota /10 ú upsilon tonos e epsilon bareia
KK capa/zo ü? upsilon t 'E e psiU
ÀA lambda/30 dialytika & "E e psili oxeia
f1M mi/40 ü upsilon e"E e psiU bareia
vN ni/50 dialytika tonos t'E e daseia
~ 3 csi /6o lÍl ômega tonos e"E e daseia oxeia
o O ômicron/70 e"E e daseia
nii pi/Bo Grego politõnico h areia
p p rô /too
a:!: sigma/zoo á alfa oxeia Í) eta oxeia
'T tau/300 à alfa bareia ~ eta bareia
uY ipsilon/400 ã alfa ~ eta
q><l> fi/ 500 perispomene perispomene
xx qui/6oo ál\ a psiU Í) 'H 11 psili
lji'Y psi/700 (ij\ a psili oxeia fj "H 11 psili oxeia
w!l ômega/Boo ãi\ a psiU bareia ii "H '1 psiU bareia
àl\. a psili ~'H 11 psiU
Grego alternativo perispomene perispomene
á l\. a daseia Í) 'H 11 daseia
6 beta alternativo lí Ã adaseia ií "H 11 daseia oxeia
a teta alternativo oxeia i\ "H 11 daseia
" capa alternativo líi\ adaseia bareia
w pi alternativo bareia JÍ 'H '1 daseia
ç sigma terminal àl\. adaseia perispomene
c sigma !uniforme perispomene n I;l eta iota
C sigma !uniforme <;<J). alfaiata IÍ noxeia
capitular Q. ~ oxeia il nbareia
cj> fi alternativo Çt ~ bareia fi nperispo-
(etc) i). g perispo- mene
mene Ii 1:I npsili
Q.~ g psiU Ii 1;! npsili oxeia
•H g psiU oxeia fi "I;l npsili bareia
lj.~ g psiU bareia
324
n'!;i npsili p rô psili <pQ ômegaiota
períspomene p rô daseia 'Í' 41 oxeia
lÍ '!;i ndaseia 4> cp bareia
ií "!;i ndaseia ú ipsílon oxeia <i> cp perispo-
oxeia u ipsílon bareia mene
fi "!;i ndaseia ü ipsílon 4> 'Q cp psili
h areia perispomene <!> "Q ~ psili oxeia O alfabeto
IÍ '!:I ndaseia U'Y v psili . ·n• cp psili bareia
'!' ativo
perispomene il"Y v psili oxeia 4> l) cp psili
õ"Y v psili bareia perispomene
{ iota oxeia \)'Y v psili 4> 'Q tp daseia
1 iota bareia perispomene <!> '!) cp daseia
l io ta ú'Y v daseia oxeia
perispomene õ"Y v daseia oxeia <jl"Q q> daseia
i 'I 1 psili il"Y v daseia hareia
i '1 1 psili oxeia h areia <P"Q cp daseia
i "I 1 psili bareia ú'Y v daseia perispomene
I 'I 1 psili perispomene
perispomene ü? u dialytika Grego numérico
i 'I 1 daseia ii vdialytika
i "I ' daseia oxeia oxeia F digarnma/6
i "I l daseia ü vdialytika antigo
h areia bareia c; stigma I 6 novo
I 'I 1 daseia il vdia!ytika 'I qoppa/90
perispomene perispomene 'l) sarnpi/900
'í r iota dialytika 7 qoppa alternat
t roxeia w ômegaoxeia a' chifre direito
t rbareia w ómega bareia (p/ num.1-999)
l i'perispo- ÜJ ómega ,a chifre esquerdo
mene perispomene (tooo-n)
wn w psili
ó ômicron w"n w psili oxeia Grego lingUístico
oxeia W"O w psili bareia
à ômicron Wl1 w psili ãà alfa longo
bareia perispomene ãA alfa curto
ó'O o psili wn w daseia j I iota longo
õ"' o psili oxeia ió'n w daseia l I iota curto
õ"' o psili bareia oxeia üY ipsílon longo
õ ·o o daseia w·n w daseia ü y ipsílon curto
õ ''O o daseia oxeia h areia y yponto sup.
õ"' bareia
o daseia W"!l w daseia
perispomene
õ
ê
o
a
circunflexo
circunflexo
X glam (À glot)
325
Cirilico russo Outros cirílicos
a A a ~a ã A ií =ã chuvache
6 B 6/ó ~b a A ii =ã mari etc
B B 8 ~v re .iE re. ~ re ossetiano
r r z/i ~g" à Ã à =ã servo-croata
Letras 11 .11 iJ!g ~ d r r f ~"g ucraniano
cirflicas e E e ~ e/ie f t i ~g/gj macedônio etc
básicas e
injletidas
)!()!{"'
3 3 3
;::;Z,
~z
f
I;13
f •~ ~g/gh
~g/gh
bachquir, cazaque etc
abkhásio, iacuto etc
Hl1u =i e 1l ii ~yo bachquir etc
ftJiiü ~ j/i e ii i! ;:;e chuvache
Para as pessoas KKK ~k a e a ~afã bachquir, tártaro etc
que cresceram em
companhia do
nnn ~I a êa ;:;e khanty
alfabeto latino, pode MMM ~m I) '139 ~dtdzy servo-croata
ser supreendente HHH ~n s s s ~ztdz macedônio
oo
o fato de que a
forma cursiva do T
cirílico sejam, que
o
rr II n/a ~ p
~o
. h 'Ii li ~ é/chy
e E i! ;::;ê
servo-croata
servo-croata
a forma cursiva do pPp ~r e É e ;:;,e macedônio
,o;sejaõougeque c c c ~s € e e ~ye/e ucraniano
a forma cursiva do
1; seja n.. As formas
T T mlm~t
"' li< ""' ~ dz moldávio
cursivas minúsculas yYy ~u
lldK ""' ~ dZ udmurte
típicas são, portanto.
mostradas para
<J><!>!P ~f "')!\ .?/{ ~ ilj calmuco, tártaro etc
todas as letras xXx ~x/kh ii 3 3 ~dZ udmurte
cirilicas nesta lista. 11ll'l ~ c/ts ~ ~ ~ = Õ/'i. bachquir
q 'l q ~.:tch 3 3 3 ~Jidz abkhásio
lii III UI ~stsh i<Jilu ~i macedônio
III II( Ul ~shch ilHa =i tadjique
'b'b<> ;:;"duro" ilHa ;::;'f udmurte
bl bl b! ~y n.Hü =i servo-croata
b b b ;:;"suave" i ~I khakhaz
A letra I invariante, 3 3 3 =e I ;:;i bielo-russo etc
freqUentemente. 101010 ~yutiu I I I ~h/Jl' abaza, inguche etc
romanizada como ~ ya/ia r ucraniano
hou"',éumaletra
independente
JIJlH i
i J j ~jly'
=llyi
macedônio etc
do alfabeto em J(Ki ~kj macedónio etc
olgun=llnguu
caucasianas, mas é
KKI\ ~k cazaque, tadjique etc
usada com maior kKk ;::; q~ abkhásio
freqü~ncia em KKK ~g azaerbaijano
dfgrafos e trígrafos, chuktchi etc
!jJ51j ~q
como por exemplo
oql,o'IJ,oqjseo :K'KI< ~q bachquir
'IIB do idioma abaza. lb Jb Jb ~li macedônio etc
326
lb ID"' = nj macedônio etc Fonética
H;ll;lj = 1}/ng bachquir, tuvano etc internacional
Iflf~ = nj/fi khanty, koryak etc
H' lf 1f = ngh altaico, iacuto etc VOGAIS
õ o ii =Õ altaico, chórico etc
õ o il :::;Ô servo-croata a R (1 o
0 <Q • =Ü abkhásio e a 9 e
"'
3
A
O alfabeto
n, II:> n, = p' abkhásio I ., " ativo
pp p =f servo-croata o a <E <E )
ç ç ç =~ bachquir chuvache u tl
"u wy y
I t I>
símbolos podem
ser VIstos no Hand-
book of the Inter-
=:Õ khanty l Á L national Phonetic
x;]\>; =h/h tadjique, uzbeque etc w l1J Association
'l; ~ =c' abkhásio, tadjique n Jl I] I1. N [Manual da Asso-
" ';!
'I ~ = c!j chórico p
dação Fonética
Internacional)
'< q " =dz/c azaerbaijano q (1999).
q ii: ~ =C udmurte r f ( I { l
hi bl 6i =y mari R H
-e'€-e =tç abkhásio s ~ f
'~'f. =tç' abkhásio t t e
hhh =h bachquir, buriato etc v u
\1 I,! v =dz macedônio etc w M q Uj
wWw =w yukhaguir X X Jj
z '1. 3
Cirflico antigo ""
I 1 ~ s
I
e li
e e
ii
yo
~ yest
1i 1l "' yat
!€ re"' ye
0
:fiJ !; k " •1
w
w
ll
INFLEXÕES
s s s zelo ~ 3 ~ ksi.
I I r izhe '[1'1''/' psi r l r \
h 'li li derv a e. fita. l i i j J
w!lw ot v v v izhitsa A ~ 1 j 1
327
Traço único Traço múltiplo
328
APl;NDICE B: GLOSSÁRIO DE CARACTERES
o
//
uma vez que as vogais de trema. curto õ e ü também ocorrem
naquela língua. Não confundir com a "plica duplá' [double prime]
nem comas aspas de fecho. [u+030il]
330
acento grave duplo Sinal diacrítico servo-croata que, assim como
o arco, é utilizado em cinco vogais e uma consoante silábica: ã ê i õ
ü r (em cirílico, à ê fr õ }'p). É um sinal prosódico, que indica um
tom descendente curto. Embora não seja empregado na escrita
comum, é utilizado no ensino, na lingüística e em edições de
o"
poesia metrificada. É raramente encontrado em fontes de texto.
[U+030F]
331
ampersand Sinal gráfico que representa a conjunção e, cuja
criação deve-se aos escribas da Roma Antiga. Suas muitas
& formas - etJ & & & &c - derivam da palavra latina et. [O
ampersand também é conhecido como e comercial, embora
sua utilização nunca tenha se restringido a esse âmbito. A ori-
gem do nome está na expressão escolar inglesa ligada a uma
ladainha de aprendizado do alfabeto (onde o & era até não
muito tempo atrás a última letra):"A per se ah, B per se buh,
... andper se and'~ ou seja, uma letra que por si só representa a
palavra and. A variação escocesa epershand (de"et per se and") é
mais lógica e indica a origem latina da letra.] [u+oo26]
332
apóstrofo(s) invertido(s) Formas mutantes das aspas simples
e duplas. Aparecem em muitas fontes de propaganda e de texto ( ((
gravadas no início e no final do século 20. [U+20lB, +2o1F]
333
aspas francesas Ver aspas.
334
barra oblíqua Traço utilizado por escribas medievais e por mui-
tos escritores posteriores como uma forma de vírgula [em inglês,
esse sinal é chamado de virgule]. Também é usado para construir
frações niveladas (ex: n/3 ), para representar uma quebra de linha
quando versos são compostos em prosa e ainda em datas, ende-
a/c
reços e em tudo aquilo que requeira um sinal de separação. Na
escrita das llnguas cóis da África ocidental a barra oblíqua é usada
algumas vezes para representar estalos dentais ou laterais. [Em
português, a barra oblíqua é simplesmente referida como barra;
em inglês, seu apelido é slash oufront slash, que a distingue. da
barra invertida, backslash.] É mal posicionada em muitas fontes
e conseqüentemente precisa ser levemente editada. Comparar
com barrafracional. [u+oo2F]
335
breve Acento usado em vogais e consoantes - ã eI g õ ü - em
malauiano, romeno, turco, vietnamita e em algumas formas do
v coreano romanizado. Em inglês, é usado em transcrições fonéticas
337
eszett A ligatura ss (s longo+ s curto [f + s]) já foi essencial para
a composição em inglês e ainda o é em alemão. Não confundir
com o beta grego,~- Note·se que nem todas as circunstâncias de
ss em alemão são convertidas em 13. [u+oooF, +014B]
ew Ver L riscado.
hoi Esta é uma das cinco marcas tonais postas em uso nas vogais
do alfabeto vietnamita. Assemelha-se a um pequeno ponto de
interrogação sem pingo e significa o tom declinante-ascendente.
Em vietnamita, a grafia do nome é, naturalmente, hói, que sig-
ó
nifica "pergunta': Em inglês, também é chamada de curl [cacho].
[U+0309]
339
indicador O indicador tipográfico não é nem um instrumento
obtuso nem um porta-moedas fechado: é uma mão que aponta
silenciosamente. Freqüentemente, porém, ele é empetecado com
plissados na manga. O indicador, urna invenção barroca, está
ausente do conjunto de caracteres ISO e precisa ser encontrado
em fontes suplementares. [u +261A -261F]
340
As fontes OpenType rotineiramente incluem versaletes em
adição a essas três modalidades. As fontes pan·européias integrais
também trazem um conjunto completo de caracteres gregos e
cirílicos. Algumas fontes contêm letras caudatas e ornamentais,
como o s longo (f) e suas ligaturas.
Note que a identidade das letras varia de língua para língua.
O dígrafo eh, por exemplo, é tido como uma única letra em tcheco,
lituano e espanhol; 11 é uma única letra em espanhol e em basco;
dd,ff, ng; 11, ph, rh e th são tratados da mesma forma em galês, o
que tarobém acontece com os dfgrafos dz,lj e nj em servo-croata
(correspondendo aos cirílicos J,I,Jb e IL). [u+0041-005A; +oo61-
007A; +ooco-oon6; +oon8-ooF6; +ooFS-ooFF,etc]
341
marca registrada Este caractere é apropriadamente sobrescrito,
® embora o sinal de copyright, em outras circunstâncias similar,
não o seja. [u+ooAB]
342
caixa-baixa também faz parte do alfabeto IPA. A última peça de
Ibsen, por exemplo, chama-se Nàr vi dode vágner, e uma de suas
primeiras peças intitulava-se Fru Inger til 0strãt: A letra é neces- 0
0
sária em outras línguas, para possibilitar a composição de nomes
como J0rgen Mo e e S0ren Kierkegaard. [u +o oo 8, + ooF 8]
343
falsas ou verdadeiras, embora esses glifos tenham uma forma
similar e uma agradável inclinação em algumas fontes (especial-
mente as góticas fraturadas). Ver também apóstrofo, aspas, aspas
falsas e plica dupla. [u+2032]
l·a<.
ponto de interrogação Em espanhol, o ponto de interrogação,
além de finalizar uma pergunta, é usado de cabeça para baixo no
inicio da frase. [u+003P, +ooBP]
ao
r rª t ~- em árabe, hebraico e sânscrito romanizados, e princi-
palmente em vogais de diversas línguas africanas e em outras
línguas asiáticas. Os editores de inscrições e de papiros usam-no
rotineiramente para marcar todas as letras cuja leitura é incerta.
O ponto inferior também é uma marca tonal vietnamita, que
marca as vogais glotali2adas baixas(~~~~ i<! I! etc). Seu apelido
tipográfico, nang; é uma forma simplificada de seu nome próprio
vietnamita, n4ng. Não está incluído na maioria das fontes de texto
latinas. [u+o323]
344
numa linha horizontal. Um ponto médio com espacejamento
apertado também é bastante usado para separar silabas ou letras,
especialmente no catalão, quando um l junta-se a outro (em cata-
lão, assim como em espanhol, o 1l é tratado como uma letra única:
quando um I é adjacente mas separado de outro, escreve-se 1-1.
Exemplos disso são as palavras catalãs cel-les [células], col-lecció
[coleção] e parai-lei [paralelo].) O mesmo sinal é l;lillizado nas
multiplicações escalares da matemática e nas conjunções lógicas
da lógica simbólica. Também chamado de ponto mediano ou
intermediário. [u+oOB7]
(As versões maiúscula e minúscula do conjunto L +ponto
médio [L & I·] são desnecessariamente tratadas como caracteres
únicos pela ISO e conseqüentemente pelo Unicode: [u+o13F &
+0140])
por cento Partes por cento. Não confundir com o símbolo e/o,
"in care of" [aos cuidados de, ou ale], que às vezes é gravado como o/o
um único caractere. [u+o025]
345
s longo Esta forma mais alta dos parece-se com um f sem bar-
ra (note-se porém que sua forma romana tem uma "espora" à
347
thorn Letra básica do alfabeto anglo-saxão e do inglês pré-mo-
derno, assim como do islandês: Pótt ]JU /angforulllegJir.... Tem o
som da letra IPA8: um s pronunciado com a lingua presa, como
na palavrainglesa thorn. Não confundir com o caractere wynn.
[U+OODE, +ooFE]
349
usada como aspas de abertura. Em toda a Europa. [assim como no
Brasil] ela também é usada como ponto decimal, ao passo que na
g'
virgula inferior utilizada na forma minúscula do g suave letão (g).
A forma maiúscula dessa letra é G· (O g é a única letra palatalizada
do letão que tem uma descendente.) Ver também vfrgula inferior.
[u+o326, usado em u+o123]
350
esta última aparecia no lugar do ípsilon: La~amon. A pronúncia
varia com o contexto entre o som do y na palavra inglesa layer
[ou do i na portuguesa rodeio] e do g na portuguesa água. O
yogh é muito raro nas fontes de texto. O numeral3 não é um
substituto satisfatório.
NoTA: Várias obras de referência (incluindo as três primeiras
edições do The Unicode Standard [O padrão Unicode], ambas as
edições do PhoneticSymbol Guide [Guia de símbolos fonéticos]
de Pullum e Ladusaw e a primeira e segunda edições do presente
livro) não distinguem o yogh do ezh. Os dois caracteres podem
ser graficamente idênticos e portanto efetivados por um único
caractere no mesmo glifo, mas são diferentes na origem e Do som
-e agora também no Unicode. [u+021C, +o2m]
351
APÊNDICE C: GLOSSÁRIO DE TERMOS
- --------------
Os nomes dos caracteres e diacríticos individuais (acento cir-
cunflexo, dyet, barra, ponto médio etc) não aparecem neste glos-
sário. Eles podem ser encontrados no apêndice B. As definições
sumárias de categorias históricas (renascentista, barroco etc)
aparecem no capítulo 7·
352
coadunar·se com as letras maiúsculas em tamanho e cor.
Comparar com algarismos de texto.
Algarismos nivelados Sinônimo de algarismos alinhados.
Algarismos salientes Ver algarismos de texto.
Algarismos tabulares Algarismos de altura homogênea. O termo
é normalmente utilizado como sinônimo de algarismos de.
título, mas alguns algarismos tabulares são menores e mais
leves do que as letras maiúsculas.
Altura de versai Distância entre a linha de base e a linha de versai
de um alfabeto, que é a altura aproximada das letras mai-
úsculas. Ela é freqüentemente menor, mas às vezes maior,
do que a altura das letras minúsculas com ascendentes. Ver
também linha de base e altura·x.
Altura-x A distância entre a linha de base e a linha mediana de
um alfabeto, que normalmente. corresponde à altura apro-
ximada das letras minúsculas sem extensores - a, c, e, m, n,
o, r, s, u, v, w, x, z - e do torso das letras b, d, h, k, p, q, y. A
relação da altura-x com a altura de. versai é uma caracterís-
tica importante de toda fonte latina bicameral, enquanto a
relação da.altura-x com o comprimento do extensor é urna
propriedade crucial de qualquer caixa-baixa latina ou grega.
Ver também linha de base, altura de versai e olho.
Bastarda Uma categoria das letras góticas. Ver página 290.
Bicameral Um alfabeto bicameral é a reunião de dois alfabetos.
Aa
O moderno alfabeto latino, que você está lendo, é um exem-
plo disso. Ele tem uma caixa-alta e uma baixa, unidas e ao
mesmo tempo fáceis de distinguir- como a Câmara dos
Deputados e o Senado. Os alfabetos unicamerais (o árabe, o
hebraico e o devanágari, por exemplo) têm apenas uma caixa.
Os alfabetos tricamerais têm três -e urna fonte normal de
tipos romanos será tricameral se tiver caixa-alta, caixa-baixa
e versaletes.
Bilateral Que se estende para ambos os lados. As serifas bilaterais,
sempre reflexivas, são típicas das fontes romanas, enquanto
as serifas unilaterais são típicas das romanas, carolíngias e
e'
itálicas.
Bitmap Imagem digital em formato não inteligente. Uma letra
pode ser delineada morfologicamente, como urna série de
pontos de referência e de trajetórias idênticas ao seu perí-
metro, ou embriologicamente, como wna série. de traços que
produzem sua forma. Tais delineamentos são parcialmente
independentes de noções como tamanho e posição. Ames~
353
ma imagem também pode ser delineada de modo bastante
acurado, porém superficial, a partir dos endereços de todos
os pontos (ou bits) e sua representação digital. Este tipo de
delineamento, o bitmap, restringe a imagem a uma orienta·
ção e tamanho.
Blackletter Ver letra gótica.
Glossário Bloco de citação Uma citação que se destaca do texto principal e
de termos forma um parágrafo próprio, muitas vezes recuado ou com-
tipográficos posto em uma fonte diferente ou de menor tamanho em
relação ao texto principal.
Bojo Formas geralmente redondas ou elípticas que definem o
formato básico de letras como C, G, O na caixa-alta e b, c, e,
o,p ednacaixa·baixa. [Também chamado de olho (em um
sentido diferente do exposto neste livro) ou barriga.]
Capitular Grande maiúscula inicial, elevada ou baixada. Também
chamada de letrina e de versai, em inglês.
Capitular elevada Grande maiúscula ou versai composta sobre
a mesma linha de base da primeira linha do texto.
Capitular baixada Grande maiúscula ou versai encaixada no
bloco de texto (ver exemplos na página 74). Comparar com
capitular elevada.
Caudal Letra que se refestela em volteios de grande luxúria.
Algumas letras caudais recebem floreios adicionais; outras
simplesmente ocupam um espaço a mais. As letras caudais
são normalmente cursivas, e as fontes caudais, portanto, cos-
tumam ser itálicas. As maiúsculas verdadeiramente itálicas
(diferentes das maiúsculas romanas inclinadas) também
são usualmente caudais. (:Jis Capitulares dessa Oração são
Exemplos).A ZapfRenaissance itálica de Hermann Zapf e a
Poetica de Robert Slimbach são fontes nas quais a caudali-
dade pode ser estendida à caixa-baixa.
Caudata Ver caudal.
Cícero Unidade de medida igual a 12 pontos Didot. É o equiva-
lente europeu continental da paica britânica e norte-ameri-
cana, embora o CÍcero seja um pouco maior que a paica. Ele
equivale a 4.52 mm ou a 0,178 polegada. Ver ponto.
Chancerelesca Classe deletras cursivas, caligráficas, que geralmen-
354
e finos de determinada letra. Em fontes românticas como
a Bulmer e a Bodoni o contraste é alto. Já em fontes não-
moduladas, tais como a Gill Sans e a Futura, ele é baixo ou
00
inexistente.
Cor Grau de escuridão da área tipográfica, que não deve ser con-
fundido com o peso da própria fonte. O espacejamento das
palavras e das letras, a entrelinha e a incidência de versais,
para não mencionar a tinta e o papel usados na impressão,
tudo isso afeta a cor tipográfica.
Corpo (1) No que diz respeito aos tipos de fundição, o corpo
é o próprio bloco de metal tipográfico a partir do qual se
projeta o espelho da imagem esculpida da letra. (2) Já em
relação aos fotótipos ou aos tipos digitais, é a face retaogular
do bloco de metal onde a letra seria. montada se fosse um
relevo metálico tridimensional em vez de uma imagem ou
um bítmap bidimensional. Nesse caso, o corpo restou como
uma ficção útil para dimensionar e espacejar os tipos. Ver
tamanho de corpo.
Crena Ver kern.
Cursivo Fluente. Freqüentemente utilizado como sinónimo de
itálico.
f
Dingbat Glifo ou símbolo tipográfico sujeito a desdém por não
possuir nenhuma relação aparente com o alfabeto. Muitos
dingbats são pictogramas, tais como as minúsculas represen-
tações de igrejas, aviões, esquiadores, telefones e outras tantas
utilizadas pela indústria do turismo. Outros são símbolos
mais abstratos - marcas de preenchimento, cruzes, símbolos
cartográficos, naipes de cartas e assim por diante. Comparar
com fiarão e hera, no apêndice B.
DPI Dots per inch, ou pontos por polegada. A unidade de medi-
da habitual da resolução de saída na tipografia digital e na
impressão a laser.
Eixo Em tipografia, o eixo de uma letra geralmente significa o
eixo do traço, que por sua vez revela o eixo da pena ou de
outro instrumento utilizado para desenhá-la. Se uma letra
tem traços grossos e finos, basta encontrar os traços gros-
sos e estendê-los em linhas. Essas linhas revelam o eixo (ou
eixos, pois pode haver vários) da letra. Não confundir com
inclinação.
Eixo humanista Um eixo de traçado oblíquo, que reflete a incli-
nação natural da escrita maoual. Ver pp 18-21.
Eixo racionalista Eixo vertical, típico das formas tipográficas
355
neoclássicas e românticas. Ver pp 18-19. Comparar com eixo
humanista.
Eme Em mensuração linear, é uma distância igual ao tamanho
D de mutton, em inglês.
Ene Meio eme.
Entrelinha [em inglês lead] Na tipografia metálica, a entrelinha
era produzida por uma tira de metal amolecido, que podia
ser de clmmbo ou de bronze [lead e leading, em inglês, vêm
da palavra lead (pronuncia-se léd), que quer dizer chumbo].
Atualmente, o termo refere-se à distância entre a linha de
base de uma linha e a da linha seguinte. A entrelinha pode
ser negativa, isto é, menor que o corpo do tipo utilizado.
Um texto composto em 16/14, por exemplo, tem entrelinha
negativa.
Entrelinha de corpo Texto composto sem entrelinha adicional, ou
seja, com espaço de linha equivalente ao tamanho do tipo.
Tipos compostos em 1II11 OUI2/I2, por exemplo, são tipos
com entrelinha de corpo.
Entrepalavra Espaço entre palavras. Quando a tipografia é com-
posta alinhada à esquerda e desalinhada à direita, a entre-
palavra pode ter tamanho fixo, mas quando a tipografia é
justificada, sua elasticidade é praticamente uma obrigação.
Espaço fino Em trabalhos feitos por impressão direta na prensa
tipográfica, é um espaço que mede M/5, ou um quinto de eme.
Em composição digital, é às vezes entendido como M/6 ou
M/8. Comparar com espaço ultrajino, espaço médio e espaço
grosso.
Espaço grosso Espaço que normalmente mede M/3, ou um terço
de eme. Também conhecido como espaço gordo.
Espaço não-quebrável Espaço entre palavras que não pode ser
transformado em quebra de linha.
Espaço médio Espaço equivalente a M/4, ou um quarto de eme.
Espaço ultrafino Espaço normalmente equivalente a M/24 ou,
mais imprecisamente, à espessura de uma folha de papel.
Também chamado de espaço-cabe/o, espaço de apelo ou es-
paço manual.
Espécime A peça individual de tipo metálico é uma letra de ta-
manha e estilo únicos. No mundo da tipografia digital, onde
as letras não têm existência física até que sejam impressas,
esse termo foi amplamente substituído pela palavra glifo.
Um glifo é uma versão - uma encarnação conceituai e não
material- do símbolo abstraio chamado "caractere~ Desse
dc(
modo,z e zsão glifos diferentes (da mesma fonte) para o
mesmo caractere.
Extensores São ascendentes e descendentes, isto é, as partes da le-
tra que se estendem abaixo da linha de base, como nas letras
gg
p e q, ou acima da linha mediana, como nas letras b e d.
Fiarão Do francês fleuron. Um dingbat da horticultura- orna·
mento tipográfico que normalmente possui a forma de uma
flor ou folha. Alguns florões são desenhados para serem com·
postos a granel e em combinações, produzindo o equivalente
a um papel de parede tipográfico.
Pólio Termo bibliográfico que designa página ou folha. Em ti-
pografia, um fólio não é a própria página, mas o número da
página.
Pólio cego Página que faz parte da seqüência de numeração mas
que não ostenta nenhum número visíveL
Pólio baixado Pólio disposto no pé da página quando os fólios
de outras páginas são posicionados perto do topo. Muito
utilizado em aberturas de capítulo.
Fonte Conjunto de tipos ou glifos. No universo dos tipos me-
tálicos, refere-se a um dado alfabeto com todos os seus ca-
racteres acessórios e em um dado tamanho. No mundo dos
fotótipos, refere-se usualmente ao sortimento dos modelos
que compõem a paleta de glilos, sem relação com o tamanho
ou com a tira (ou disco) de filme onde esses modelos são
armazenados. No âmbito da tipografia digital, a fonte é a pró-
pria paleta de glifos ou a informação digital que a codifica.
Fonte pi Fonte de súnbolos matemáticos ou súnilares, desenhada
para ser usada em conjunto com uma ou mais fontes de
texto.
Fração composta Fração não incluída na fonte('/,, por exemplo),
que precisa ser feita sob demanda a partir de componentes
separados.
Fratura Classe de letras góticas. Ver página 290.
Gancho Ver terminal em gota.
Glifo A corporificação de um caractere. Ver espécime.
Gótico Tipo de letra que está para a tipografia assim como o
gótico está para a arquitetura; um nome genérico atribuído
a urna grande variedade de formas que vêm predominan-
357
temente do Norte da Europa. Assim como as construções
góticas, os tipos góticos podem ser maciços ou leves. Eles
são freqüentemente altos e pontudos, mas às vezes podem
ser arredondados. Comparar com Whiteletter. As categorias
de tipos góticos incluem bastarda,fratura, quadrata, rotunda
e textura. Ver página 290.
Haste Traço principal mais ou menos retilineo, que não faz parte
do bojo. A letra o não tem haste; a letra l consiste apenas em
haste e serifas.
Hint É costume definir matematicamente as letras que compõem
uma fonte digital, em termos de contornos ou modelos que
podem ser livremente dimensionados, rotacionados e mo-
vidos. Quando as páginas são compostas, as linhas desses
contornos recebem posições e tamanhos específicos. Então,
é preciso que elas sejam rastreadas, ou seja, convertidas em
formas sólidas feitas de pontos com a resolução do dispo-
sitivo de saída. Se o seu tamanho for muito pequeno ou se
a resolução de safda for muito baixa, o rastreamento ou a
grade resultante serão grosseiros e os pontos preencherão
o modelo matemático com grande imperfeição.Hints são
as regras utilizadas nesse processo de rastreamento. Elas
são irrelevaotes em tamanhos grandes e em altas resoluções,
mas são cruciais em tamanhos menores e resoluções baixas,
em que a distorção é inevitável. As fontes digitais com hints
mcluem-nas como partes integrais da definição da própria
fonte. [A palavra hint vem do mglês "dicá']. Ver também
bitmap.
Humanista Refere-se às letras originadas em meio aos huma-
nistas do Renascimento italiano e que persistem até os dias
de hoje. Dividem-se em dois tipos principais- romanas e
itálicas-, ambos derivados das maiúsculas romanas e das
minúsculas carolingias. As letras humanistas mostram clara-
mente o traço de uma pena larga empunhada por um escriba
destro. Elas têm um traço modulado e um eixo humanista.
[Ver white/etter.]
Impressão cega No contexto da prensa tipográfica, impressão
cega significa imprimir sem tinta, produzindo um resultado
visível mas sem cor.
Inclinação Ângulo de inclinação da haste e dos extensores das
letras. A maioria dos itálicos (mas nem. todos!) inclina-se
para a direita entre 2° e 20°. Não confundir com eixo.
Intercolúnio A. coluna em branco situada entre duas colunas
358
tipográficas ou as margens entre a espinha e os blocos de
texto espelhados.
IPA Sigla da Associação Fonética Internacional [International
PhoneticAssociation] e do seu alfabeto. A organização foi W
fundada em 1886. O alfabeto é um conjunto de símbolos fo· '""" '::'
néticos, marcas tonais e diacríticos. Embora seja amplamente J .o.
utilizado, está sujeito a refinamentos e modificações constan-
tes- como qualquer sistema cientifico. Ver página 327.
ISO Organização Internacional de Normalização [International
Organization for Standardization], com sede em Genebra.
Uma agência de cooperação internacional para padronização
industrial e cientifica. Seus membros são as organizações de
padronização nacionais de mais de cem países.
Itálico Classe de letras mais cursivas que o romano mas menos
cursivas que as manuscritas, inicialmente desenvolvida na
Itália do século 15 a partir de escritas carolíngias. Na maio-
ria dos itálicos, as letras em separado são implicitamente
conectadas por suas serifas transitivas.
Justificar Ajustar o comprimento da linha para que ela fique ali-
nhada à esquerda e à direita. No alfabeto latino, é comum
que a composição tipográfica seja ou justificada ou alinhada
à esquerda e desalinhada à direita.
Kern Parte de uma letra que invade o espaço de outra. Em mui- ~
tos alfabetos, o f romano tem um kern à direita, o j romano
tem um kern à.esquerda e o fitálico tem um kern em cada
lado. O verbo inglês to kern significa alterar o espacejarnento
de certas combinações de delas - To ou VA, por exemplo
-para que o membro de uma letra seja projetado sobre ou
sob o corpo ou o membro de outra. ·
Lágrima Ver terminal em gota.
Largura da mancha de texto Comprimento-padrão da linha de
texto, ou seja, a largura da coluna ou do bloco de texto com-
pleto, normalmente medida em paicas.
Ligatura Duas ou mais letras costuradas em um único caractere.
A seqüência ffi, por exemplo, forma uma ligatura na maioria
ffi
das fontes de texto latinas.
Linha branca Espaço de uma linha.
Linha de base Seja escrito à mão ou composto tipograficamente,
o alfabeto latino minúsculo traz irnplicito um contingente
composto por pelo menos quatro linhas: linha de topo, li-
nha média, linha de base e linha de funào. A linha de topo
é aquela alcançada pelas ascendentes de letras como b, d, h,
359
k.l.A linha mediana marca o topo de letras como a, c, e,m,
x, e o topo do torso de letras como b, d,h.A linha de base
é aquela sobre a qual todas as letras repousam. Alinha de
fundo é aquela alcançada pelas descendentes de letras como
p e q. A linha de versa!, que marca o topo de letras maiúsculas
tais como H, não coincide necessariamente. com a linha de
topo da caixa-baixa.
Letras redondas como c e o normalmente adentram a
linha de base. Letras pontudas como v e w perfuram-na,
enquanto as serifas de pé de letras como h em repousam
precisamente sobre ela.
Linha pontilhada Linha de pontos finais ou médios igualmente
espaçados, utilizada às vezes para ligar textos justificados à
esquerda a numerais justificados à direita em um sumário Ol!
outro contexto sintilar (não há nenhuma neste livro).
Logograma Forma tipográfica específica ligada a uma certa pa-
lavra. Exemplo: as grafias atipicas dos nomes e.e. cummings,
Ilapafpa<jl, TrueType e WordPerfect.
M/3 Um terço de um eme, ou seja, 4 pt em um tipo de 12 pt, 8 pt
em um tipo de 24 pt.
Mancha de texto Parte da página ocupada pelo texto.
Margem externa Borda ou margem exterior de uma página de
livro, ou seja, a borda ou margem oposta ao seu dorso.
Medida Ver largura da mancha de texto.
Miolo Espaço em branco envolvido por uma letra, seja total-
mente, como nas letras de o, seja parcialmente, como nas
letras cem.
Modulação Em tipografia, é uma variação usualmente cíclica e
a-u. às vezes composto dessa maneira, mas essa prática foi oficia-
lizada apenas em 1982).As fontes desenhadas para compor
em grego dessa forma são chamadas de.monotônicas~Seu
acento agudo (renomeado como tonos) é geralmente vertical.
360
Comparar com politônica.
Não alfabético Um símbolo tipográfico utilizado com o alfabe-
to mas sem lugar na ordem alfabética. Diacríticos como o
acento agudo, o trema, o acento circunflexo e o circunflexo
invertido não são alfabéticos, assim como o asterisco, a adaga,
a marca de parágrafo, a vírgula e o parêntese.
Neo-humanista Designa letras recentes cujas formas revivem e
reafirmam princípios humanistas.
Old-Style Estilo antigo. Sinônimo comum, embora pobre, de
algarismos de texto.
Olho Sinônímo de bojo na caixa·baixa. Um olho grande significa
uma grande altura·x. Um olho aberto significa uma grande
abertura.
bbb
Ortóptica Classe de escritas e tipos gregos que floresceu na Euro-
pa ocidental entre 1200 e 1520 e foi revivida no início do sé-
culo 20.As gregas ortópticas são não-cursivas e normalmente ,,
bicamerais. Noutras palavras, são análogas à forma romana
da escrita latina. Suas maiúsculas e minúsculas costumam ser
eretas. As' serifas, quando se fazem presentes, são usualmente
at
curtas, abruptas e unilaterais. As figuras geométricas do cír-
culo, da linha e do triângulo são normalmente proeminentes
em sua estrutura. A New Hellenic de Victor Scholderer é um
exemplo de grega ortóptica.
Paica Unidade de medida equivalente a 12 pontos. Duas paicas
diferentes são de uso comum. (1) Na medida tradicional dos
impressores, a paica equivale a 4,22 mm ou a o,t66 polegada
-cerca de um sexto de polegada. Essa é a unidade que se
costuma usar na América do Norte e na Grã-Bretanha para
medir o comprimento de uma linha e a altura da mancha
de texto. (2) A paica PostScript equivale precisamente a um
sexto de polegada: 0,166666•••". (Note· se: a equivalente eu-
ropéia continental da paica é o CÍcero, que é 7% maior.)
Parágrafo de linha caída Parágrafo indicado pela queda direta
de um espaço de linha a partir do final do parágrafo prévio,
sem que a nova linha recue para a margem esquerda (ver
exemplo na página 48 ).
Parágrafo francês Parágrafo composto com a primeira linha jus-
tificada à esquerda e com as linhas subseqüentes recuadas,
como nos verbetes deste glossário.
Peso O grau de escuridão (ou pretume) de um tipo, independen-
temente de seu tamanho. Ver também cor.
Politônica Vem desde o século xv a composição do grego clássi-
co que utiliza uma gama de acêntos tónicos e outros sinais
diacrlticos herdados dos escribas alexandrinos. Esses dia-
críticos- oxeia (acento agudo), bareia (grave),perispomene
(circunllexo),psili (aspiração fraca), daseia (aspiração forte),
C\ trema e io ta subscrito -são usados isoladamente e em várias
w
l\,.
combinações. O grego moderno retém apenas o acento agudo
(reinterpretado como um sinal vertical denominado tonos)
e um trema ocasional. As fontes gregas que vêm equipadas
com o conjunto completo de acentos são conseqüentemente
conhecidas como politônicas e as fontes gregas modernas
como monotônicas.
Ponto (1) Na medida tradicional britânica e norte-americana,
um ponto equivale a um doze avo de paica- 0,3515 mm
ou 0,01383 polegada. Em números redondos, há 72 pontos
por polegada, otl28,5 pontos por cent!metro. (2) Na Europa
continental utiliza-se o ponto Didot, que é um pouco inaior.
O ponto Didot (um doze avo de um cícero) eqnivale a 0,38
mm ou 0,01483 polegada. Em números redondos, há 26,5
pontos Didot por centímetro ou 67.5 por polegada. (3) Qua-
se todos os dispositivos de composição digital, bem como
as linguagens PostScript e TrueType, arredondam o ponto
precisamente. para I/72 de polegada e a paica para um sexto
de polegada.
P.PI Ver DPI.
Quaint Um espécime ou glifo antiquado, utilizado para recriar o
sabor tipográfico de uma era passada. As ligaturas cl, sp e si,
bem como o s longo e suas ligaturas, são exemplos.
Quadratim Sinónimo de eme.
Resolução Na tipografia digital, a resolução é a espessura do grão
da imagem tipográfica composta, normalmente medida
em pontos por polegada (o PI). As impressoras a laser, por
exemplo, geralmente têm uma resolução que varia entre 300
e 1200 DPI, ao passo que os equipamentos de composição
digital ultrapassam significativamente este último valor. A
resolução de uma tela de TV fica em torno de apenas 50 DPI,
e a da maioria das telas de computador fica abaixo de 100
DPI. No entanto, outros fatores além da resolução afetam a
imprecisão ou a precisão da imagem composta, incluindo
o desenho inerente dos caracteres, a destreza_ com que eles
são digitalizados, a tecnologia de hinting utilizada para com-
pensar "rastreamentos" grosseiros e o tipo de filme ou papel
utilizado na sua reprodução.
362
Rotunda Classe de tipos góticos. Ver página 290.
Sangramento O verbo "sangrar" significa alcançar a borda da
página impressa. Já o substantivo "sangramento, se aplica a
um impresso sem margem. Se uma imagem é impressa além
da linha de corte, irá sangrar quando a página for refilada.
Fotografias, linhas, figuras sólidas e retículas ou padrões de
fundo podem freqüentemente sangrar. Já os tipos raramente
afazem.
Sanserif Derivação das antigas formas do inglês sans serif e sans
surryphs; sinónimo de sem serifa e não-serifado.
Serifa Traço adicionado ao início ou ao fim dos traços principais
m
de uma letra. No alfabeto romano, as serifas normalmente
são traços de acabamento reflexivo, que formam paradas
unilaterais ou bilaterais (unilaterais caso sejam projetadas
apenas para um lado do traço principal, como as serifas no
m
topo do T e no pé do L, e bilaterais caso sejam projetadas
para ambos os lados, como as serifas no pé doTe no topo
do L). As serifas transitivas- suaves traços de entrada ou
saída - são comuns no itálico.
TL
Existem muitos termos para descrever as serifas, especial-
mente no q~e diz respeito ao seu desenvolvimento nas fontes
• •
romanas. Mais do que bilaterais e unilaterais, elas podem ser
compridas ou curtas, grossas ou finas, pontudas ou cegas,
1l
abruptas ou adnatas, horizontais, verticais ou oblíquas, afila-
das, triangulares e assim por diante. Nas texturas e em algu-
mas fraturas, elas normalmente têm forma de diamante; em
fontes manuscritas arquitetônicas, tais como a Eaglefeather
e a Tekton, são virtualmente redondas.
Serifa egípcia Ver serifa retangular.
Serifa reflexiva Um. tipo de serifa que conclui o traçado da pena
retrocedendo sobre si mesma. As serifas reflexivas são típicas
das fontes romanas, incluindo a que compõe o texto deste
livro. Elas sempre implicam uma pequena parada abrupta e
uma reversão da direção da pena. São mais freqüentemente
bilaterais. Ver também serifa transitiva.
Serifa retangular Serifa abrupta ou adnata com a mesma espessu-
ra do traço principal. As serifas retangulares são uma marca
registrada dos chamados tipos egípcios ou clarendon - dois
grupos de fontes realistas produzidos em grande quantidade
desde o início do século 19. Exemplos disso são a Memphis,
a Rockwell e a Serifa. A PMN Caecilia é um exemplo mais
recente. Também conhecida como serifa egípcia.
Serifa transitiva Tipo de serifa que flui diretamente em direção ao
m
traço principal ou a partir dele sem parar para. reverter. sua
direção, recorrente em muitos itálicos. As serifas transitivas
costumam ser unilaterais: estendem-se apenas para um lado
da haste. Ver também serifa reflexiva.
Tamanho de corpo Em termos gráficos, é a altura da face do tipo,
e em termos da prensa tipográfica é a profundidade do corpo
do tipo. Originalmente, era a altura da face do bloco de metal
no qual cada letra individual era moldada. Na tipografia di-
gital, é a altura de.seu equivalente imaginário- o retãngulo
que define o espaço possuído por uma determinada letra-,
e não a dimensão da própria letra. Os tamaohos de corpo
são geralmente medidos em pontos- mas os tamaohos eu-
ropeus são normalmente medidos em pontos Didot, que são
7% maiores do que os pontos utilizados na Grã-Bretaoha e
na América do Norte.
Terminal circular Forma circular ao final do braço, perna ou bojo
370
N° 1 e a Village N° 2. Suas góticas incluem a Franciscan, a
Goudy Text e a Goudy Thirty. Entre suas fontes titulares
estão a Forurn, a Goudy Old Style e a Hadriano. A Goudy
Sans é sua única fonte sem serifa, e sua única uncial é a Fr.!.ar.
A maior parte do material original de Goudy foi destruída
num Ü>cêndio em 1939· O que sobreviveu está no Rocbester
Institute ofTechnology. Designers
ROBERT GRANJON (c.1513-90) Puncionista francês, trabalhou de tipos
em Paris, Lyon, Aotuérpia, Frankfurt e Roma. Autor de mui-
tas romanas, itálicas e manuscritas renascentistas e maneiris-
tas, diversas gregas, uma cirflica, algumas hebraicas e também
das primeiras fontes árabes bem-sucedidas.Algumas de suas
punções e matrizes se encontram no Plantin-Moretus Mu-
seum, em Antuérpia, e no Nordiska Museet, em Estocolmo.
A Galliard de Matthew Carter baseia-se prL'1lordialmente na
Ascendonica romana e itálica de Granjon.
FRANCBSCO GRIFFO (C.1450-1518) Puncionista bolonhês, tra-
balhou em Veneza, Bolonha e em outras localidades italia-
nas. Autor de pelo menos sete romanas, três itálicas, quatro
gregas e uma hebraica. Não se sabe de nenhuma punção
ou matriz de sua autoria que tenha sobrevivido, e a casa
de Aldus Manutius em Veneza, onde Gritfo desenvolveu a
maior parte de seu trabalho, desapareceu (o terreno é hoje
ocupado por um banco). Não obstante, as letras de Gritfo
têm sido pacientemente reconstituídas a partir de livros
impressos nos quais os seus tipos aparecem. O tipo Griffo, O posfácio
de Giovanni Mardersteig, é uma réplica exata de uma de de Giovanni
Mardersteig à obra
suas fontes. A Monotype Bembo romana baseia-se mais de Pietro Bembo,
l!vremente na mesma fonte. A Monotype Poliphilus é uma DeAetna (Verona:
reprodução grosseira da mesma caixa-baixa com maiúsculas Officina Bodoni.
1969),éumaboa
diferentes. A Dante romana e itálica de Mardersteig também introdução aos
se baseia em um estudo minucioso da obra de Griffo. De um tipos romanos
modo geral, suas itálicas receberam muito menos atenção de Griffo e a seus
derivados. Mais
que suas romanas. importante ainda
ARNALDO GUILLÉN DE BROCAR (C.1460-1524)Mestreimpres- é a série de ensaios
sor e tipógrafo espanhol, trabalhou em Alcalá de Henares, coletados no seu
livro Scntti {1988).
hoje subúrbio de Madri Autor de várias romanas e ao menos
duas fontes gregas, das quais a mais notável é a Cornpluten- Complutensian
sian Greek, gravada por volta de 1510. [complutense}
significa "de
FRANÇOIS GUYOT (c. 1510-70) Puncionista e fundidor tipo- Complutum:que
gráfico nascido em Paris. Mudou-se para Antuérpia na é o antigo nome
década de 1530, onde passou a maior parte do resto de romano de Alcaiá.
371
sua vida gravando tipos para o impressor Cristophe Plantio,
entre outros.
VICTOR HAMMBR (1882-1967) impressor nascido na Áustria, tra-
balhou principalroente na Itália e nos Estados Unidos. Todos
os tipos de Hammer são unciais, entre os quais se incluem
American Uncial, Andromache, Hanimer Uncial, Findar e
Designers Samson.Seus desenhos e punções tipográficos encontram-se
de tipos na Universidade de Kentucky. em Lexington.
)ONATHAN HOBFLBR (1970-) Designerefundidortipográfico
digital norte-americano, proprietário da Hoefler Type Foun-
dry em Nova York. Projetou as fontes Hoefler Text, Hoetler
Titling, Gestalt, a família Requiem e outras.
KRIS HOLMBS (1950-) Calígrafa norte-americana. Designer da
Isadora e da Sierra; projetou a Shannon com Janice Fishman
e a fanií!ia Lucida com Charles Bigelow.
JOHN HUDSON (1968- ) Designer de tipos e especialista em
codificação digital multillngüe anglo-canadense. Projetou
as fontes Aeneas e Manticore e fundou a Tiro Typeworks
em Vancouver com Ross Mills.
MARK JAMRA (1956-) Tipógrafo e artista gráfico norte-america-
no, treinado na Sulça Projetou diversas fontes pós-modernas
como Jamille, Latienne e Kinesis.
JEAN JANNON (1580-1658) Puncionista e impressor francês. Suas
romanas e itálicas barrocas, gravadas em Paris e em Sedan,
parecem ser os primeiros tipos barrocos. Boa parte de seu
material sobrevive na Imprimerie Nationale, em Paris, onde
seus tipos são conhecidos como os caracteres de l'université.
As fontes Monotype "Garamond~ Linotype "Gararnond" 3,
ATF "Garamond~ Lanston "Garamond" e Simoncini "Gara-
mond"baseiam-se em sua obra. (Ver pp 250-254.)
NICOLAS JBNSON (c.1420-8o) Puncionista e impressor francês,
"trabalhou em Veneza. Autor de pelo menos uma romana,
Além de sua uma grega e cinco rotundas. As punções de Jenson desapare-
romana de 16 pt, ceram, mas seus tipos têm sido freqüentemente copiados de
Jenson gravou. ao
menos as versais seus üvros impressos. A Centaur de Bruce Rogers, a Legacy
de uma fonte de de Ronald Arnhoim e a Adobe Jenson de Robert Sümbach
u pt.Albn de suas romana baseiam-se neles. A San Marco de Karlgeorg Hoefer
cinco rotundas
(que iam deu pt a é em boa parte inspirada nas rotundas de Jenson.
2.1 pt), ele também GEORGE WILLIAM JONBS (1860-1942) impressor e designer
chegou a gravar de tipos inglês. Autor da Linotype Estienne, da Linotype
a caixa-baixa de
uma sexta fonte Granjon e da Venezia romana, posteriormente acoplada a
ainda menor, uma itálica de Frederic Goudy. Todas as fontes de Jones são
372
reconstruções históricas. A Linotype Granjon foi a primeira
adaptação comercial de uma Garamond romana, acompa-
nhada de uma Granjon itálica.
LUI KARNER (1948-) Tipógrafo e impressor tipográfico austríaco.
Co-projetou a família Rialto com Giovanni de DeFaccio, de
quem é sócio na fundição digital dfType.
MIKLÓS TÓTFALUSI KIS (1650-1702) Acadêmico, impressor e Designers
gravador de tipos húngaro. Kis foi treinado em Amsterdã, de tipos
trabalhando ali e em Kolozsvár (atual Cluj, na Romênia). A
Stempel Janson foi moldada sobre suas punções remanescen-
tes.A Linotype Janson Text(tanto na versão metálica quanto
digital) e aMonotype Erhardt baseiam-se em sua obra.
RUDOLF KOCH (1876-1934) Caligrafo e artista alemão. A Koch
Antiqua e a Neuland estão entre as suas fontes de título. Suas
góticas incluem a Claudius, a Jessen, a Wallau e a Wiehelm
Klingspor Schrift.A Kabel é sua única sem serifa. Muito de
seu material, anteriormente guardado no Klingspor Archive,
em Offenbach, encontra-se hoje na Haus fúr Industriekultur,
em Darmstadt.
HENK KRIJGER (1914-79) Tipógrafo e artistaholandês,nascido
e criado em Sumba, na Indonésia. Seu nome indonésio é
Senggih. Designer de diversas fontes de título, das quais a
Ratlia é a mais importante.
JOOS LAMBRECHT (C.1510-56) Puncionista, fundidor e impres-
SOr flamengo .. Autor de várias romanas de qualidade, uma
itálica e pelo menos uma textura. Todo o seu material original
pereceu, mas seus exemplares impressos sobreviveram.
VADIM VLADlMlROVlCH LAZURSKl (1909-94) Calígrafo e
designe r de livros russo. Sua família Lazurski inclui alfabetos
cirílico e latino. O cirílico também existe em uma versão de
fundição conhecida como Pushkin.
GUILLAUME LE BÉ o velho (1525-98) Puncionista francês, tra-
balhou em Paris, Florença, Veneza e Roma. Autor de muitas
fontes hebraicas, algumas belas romanas e também de tipos
musicais.
HENRIC PIETERSZOON LETTERSNlDER ( 1492-1511) PunCÍO·
nista holandês, trabalhou em Gouda, Antuérpia, Rotterdã e
Delft. Autor de um número substancial de tipos góticos e de
fontes com iniciais grandes.
zuzANA LICKO (1961-) Designer de tipos eslovena emigrada
para os Estados Unidos. Cc-fundadora da revista Emigre e
da fundição digital Emigre, dela derivada. Autora das fontes
373
Journal, Electrix e Modula, entre outras. É co-designer da
Triplex, com John Downer.
RICHARD LIPTON (1953- ) Artista gráfico norte-americano.
Designer da Arrus. Com Jacqueline Sakwa, projetou a fonte
manuscrita Cataneo.
MARTIN MAJOOR (1960-) Artista gráfico holandês treinado na
Designers Arnhem Academy. Designer das famílias Scala e Seria.
de tipos GIOVANNI MARDBRSTBIG (1892-1977)A!emão emigrado para
a Itália. Mestre impressorJ acadêmico, tipógrafo e designer
de tipos. Autor das fontes Dante, Pantana, Griffo e Zeno. Sua
obra encontra-se na Officina Bodoni, em Verona.
GABRIEL MARTÍNEZ MBAVB (1972-) Designerdetiposmexica-
no. Trabalha perto da Cidade do México. Suas fontes incluem
a Organica, a Integra, a Neocodex e a Mexica.
ROD MCDONALD (1947- ) Artista gráfico e designer de tipos
canadense. Trabalhou em Toronto e, desde 2002, em Halifax.
Seu trabalho inclui a família Laurentian e a Cartier Book,
uma família tipográfica iniciada por Carl Daír.
HANS BDUARD MBIBR (1922- ) Tipógrafo SUÍÇO. Projetou a
Barbedor, a Syndor e várias versões da Syntax.
JOSÉ MBNDOZA Y ALMEIDA (1926-) Artista gráfico e designer
de tipos francês, atuante em Par1s. Suas fontes incluem: Men-
doza, Photina, Pascal, Fidelio (uma manuscnta chanceleres- ·
ca), Sully Jonquieres (uma itálica ereta) e Convention.
OLDRICH MBNHART (1897-1962) Designer de tipos e caligrafo
tcheco. Entre suas fontes latinas serifadas encontram-se a
Figural, a Menhart e a Parliament. Sua família Manuscript
inclui fontes latinas e círílicas. Suas fontes de título incluem
a Czech Uncíal e a Monurnent.
WILLIAM ROSS MILLS (1970- ) Designer de tipos canadense.
Fundou, com John Hudson, a Tiro Typeworks emVancouver.
Autor da família Plantagenet Novus (latim, grega e cheroqui)
e de duas famílias de tipos silábicos canadenses ·. Uq=aq
e Pigiarnic- para composição no idioma inutitut Entre seus
revivais históricos está a 1520 Garamond Roman.
ANTONIO DI BARTOLOMBO MISCOMINI (c. 1445-C. 95) Pun-
cionista e impressor italiano, provavelmente nascido em
Bologna. Desenvolveu a maior parte do seu trabalho em
Veneza, Módena e Florença, onde produziu impressões no
início da década de 1490 e deu forma definitiva aos seus tipos
gregos ortópticos e romanosw
GBRRIT NOORDZIJ (1950-) Tipógrafo e professor holandês. Foi
374
responsável pela formação de designers de tipos na KABK
(Koninklijke Academie van Beeldende Kunsten [Academia
Real de Belas-Artes]), em Haia, de 1960 a 1990,por essa via
influenciando profundamente os rumos do design de tipos
moderno na Holanda e alhures. Somente wn de seus projetas
encontra-se atualmente disponível ao público: a famüia Ruse, A "Ruse.. de
que foi editada em formato digital pela fundição Enschedé. Noordzij chamava-
se originalmente
PBTER MATTHIAS NOORDZIJ (1961- ) Tipógrafo e fundidor "Rus-E.. - a versão
digital holandês. Designer da p MN Caecilia e proprietário E de uma fonte
da fundição Enschedé. desenhada para
uma bibliografia
PRIEDRICH PETER (1933-) Caligrafo e artista visual canadense. russa. Espécimes
Nasceu em Dresden e estudou em Berlim. Designer das de cinco de suas
fontes manuscritas Vivaldi e Magnificat. romanas. de duas
gregas e de uma
ALEXANDER PHEMISTBR {1829-94) Puncionista escocês. Au- bastarda estão
tor da Old Style Antique, editada pela Miller & Richard, de • incluídos no
Edimburgo, desde 1858. Mudou-se para Boston em 1861, onde volume Haagse
Letters (1996), de
trabalhou para a Dickenson Foundry. Lommen e VerheuL
PRIEDRICH POPPL (1923-82) Calígrafo alemão. Suas fontes
serifadas incluem a Pontifex e a Poppl Antiqua. A Laudatio
é sua fonte não-serifada. Entre suas fontes de título estão a
Nero e a Saladin. A Poppl Exquisit e a Residenz fazem parte
de sua produção de tipos manuscritos.
JEAN- FRANÇOIS PORCHEZ (1964- ) Designer de tipos francês;
fundador e propretário da Porchez Typofonderie, situada em
Malakoff, nas proximidades de Paris. Projetou as fontes Angie,
Apolline, Pari~ine e a extensa família Le Monde, criada para
o jornal parisiense de mesmo nome.
RICHARD PORSON (1759-1808) Acadêmico clássico inglês. De-
signer da Porson Greek original, gravada em aço por Richard
Austin.A Monotype Porson e a GPS Porson digital são inti-
mamente baseadas em seu trabalho.
EUDALD PRADELL (1721-88) Puncionista e fuodidor catalão.
Trabalhou em Barcelona e em Madri. Alguns dos melho-
res livros espanhóis do século 18 foram impressos com
seus tipos.
VOJTÍÍCH PREISSIG (1873-1944) Artista, tipógrafo e professor
tcheco, trabalhou na Tchecoslováquia e em Nova York. Proje-
tou diversas fontes de texto e de título, incluindo a que leva o
seu nome. Os desenhos que lhe sobreviveram encontram-se
na Abadia de Stral!ov, em Praga.
ERHARD RATDOLT (1447-1528) Puocionista e impressor alemão,
trabalhou em Augsburgo e Veneza. Autor de pelo menos dez
375
góticas, três romanas e uma grega. Em 1486 editou o primeiro
livro de espécimes tipográficos de que se tem noticia.
IMRB RBINBR (1900-87) Artista e designer húngaro, trabalhou na
Alemanha, nos Estados Unidos e na Suíça. Foi um hábil xiJó,
grafo e ilustrador de livros. Autor de várias fontes manuscritas
expressionistas.
Designers PAUL RENNER (1878-1956) Tipógrafo, designer de tipos e pro-
de tipos fessor alemão. Renner projetou a gótica Ballade, a Futura, a
Renner Antiqua e a Renner Grotesk. Seus desenhos para a
Futura encontrant-se na Fundición Tipográfica Bauer, de
Barcelona.
JIM R1MMER (1934- ) Puncionistae designer de tipos canadense.
Produziu revivais digitais de várias fontes de Frederic Goudy,
assim como novas fontes de texto - dentre as quais se des-
tacam a Amethyst e a Albertan - com espírito siruilar. Suas
fontes de titulo incluem a Credo, um reviva! da Pericles de
Robert Foster.
BRUCE R.OGERS (1870-1957) Tipógrafo americano, trabalhou
principalmente em Boston, Londres e Oxford. Projetou a
Montaigne e a Centaur. Os desenhos originais desta última
estão agora na Newberry Library, em Chicago.
SJOERD HENDRIK DE ROOS (1877-1962) Designer, tipógrafo e
impressor holandês. Autor das unciais Libra e Simplex, da
sem serifa Nobel e da De Roos romana e itálica.
RUDOLPH RÔZICKA (1883-1978) Tipógrafo norte-america-
no nascido na Tchecoslováquia. Projetou a Linotype
Fairfield e a Primer.
JACQUES DE SANLECQUE O velho (1558-1648) Puncionis-
ta francês, aprendiz de Guil!aume Le Bé, o velho. Autor
de várias belas romanas e itálicas, de tipos musicais e de
uma série de fontes não-latinas como a Armenian, a
Samaritan e a Syriac.
JACQUES DE SANLBCQUB Ojovem (1613-59) Fil!to de Jacques
de Sanlecque, o velho, citado acima. Puncionista e fundidor
francês reverenciado pela sua elegância técnica no talhe de
pequenos corpos tipográficos.
VICTOR SCHOLDBR.ER (1880-1971) Acadêmico clássico e biblio-
tecário inglês. Desenhou a New Hellenic Greek.
FRANTSYSK HEORHII SKAR.YNA (c.1488-c.1540) Médico, tradu-
tore impressor bielo-russo, educado na Cracóvia e em Parma.
Autor de várias fontes cirilicas, com as quais fez trabalhos de
impressão em Praga e em VIlnius.
ROBERT SLIMBACH (1956-) Designer de tipos norte-america-
no_ Faz parte do quadro da Adobe desde 1987- Suas fontes
incluem a Cronos, a Adobe Garamond, a Giovanni, a Minion,
a Poetica, a Slimbach, a Utopia, a Kepler e a Warnock Entre
suas fontes manuscritas estão a Sanvito e a Caflisch. Dese-
nhou com Carol Twombly a família Myriad.
FRED SMBIJBRS (1961-) Tipógrafo e designer de tipos holan- Designers
dês. Autor da famllia Quadraat, da Reynard e do proveitoso de tipos
livro Counterpunch [Contragolpe ou Contrapunção].
BRIK SPIBKBRMANN (1947-) Artista gráfico alemão. Um dos
fundadores da fundição digital FontShop. Designer das
famílias Meta e Officina.
SUMNBR STONE (1945-) Designerdetipos norte-americano, foi
o primeiro diretor do departamento tipográfico da Adobe
Systems. Autor das fontes Silica, Cycles, Stone Print e da
fanillia Stone, que inclui formas serifadas, não-serifadas e
"informais~
KONRAD SWBYNHEYM (c. 1415-77) Monge e impressor ale-
mão. Trabalhou na Itália central. É o provável a~tor de
duas romanas e uma grega, que ele e seu parceiro Arnold
Pannartz usaram em Subiaco e em Roma entre os anos
de 1464 e 1473-
GlOVANANTONIO TAGLIENTB (jl. 1500-25) Calígrafo italia-
no. Desenhou ao menos wna fonte itálica chanceleresca.
AMonotype Bembo itálica é derivada dessa fonte-
AME BT TAVBRNIBR (C.1522-70) Puncionista e impresso.r::flamen-
go. Trabalhou principalmente em Antuérpia. Autor de várias
romanas, itálicas, góticas e tipos manuscritos civilité.
GBORG TRUMP (1896-1985) Artista e designer de tipos alemão.
Começou sua carreira como pupilo de Ernst Schneidler. Suas
fontes serifadas de texto incluem a Mauritius, a Schadow e a
Trump Mediãval.A Trump Deutsch figura entre suas fontes
góticas. Suas fontes de titulo e manuscritas incluem a Codex,
a Delphin, a Jaguar e a Time.
JAN TSCHICHOLD (1902-74) Alemão emigrado para a Suíça.
Designer da famllia Sabon e da manuscrita Saskia. Vários
de seu desenhos fototipográficos foram destruidos durante
a Segunda Guerra Mundial-
CAROL TWOMBLY (1959-) Designer tipográfica e artista visual
norte-americana. Foi um dos designers de tipos da equipe
da Adobe Systems de 1988 a 1999· Sua obra inclui a família
de .texto Chaparral e as fontes de titulo Charlemagne, Lithos,
377
Nueva, Trajan e Viva. A Adobe Caslon é seu reviva/ digital
da obra de William Caslon. Desenhou a fonte Myriad com
Robert Slimbach.
GERARD UNGER (1942-) Designer de tipos e professor holandês.
Entre suas fontes serifadas figuram a Amerigo, a Demos, a
Hollander, a Oranda, a Paradox e a Swlit; suas fontes sem
Designers serifa incluem a Argo, a Flora e a Praxis.
de tipos HENDRIK VAN DEN KEERE (c.1540-80) Puncionista belga. Tra-
balhou em Ghent e em Antuérpia. Gravou várias romanas e
góticas, ao menos um tipo manuscrito (um civilite1 e diversas
fontes de tipos musicais. A DTL Van den Keere romana é
baseada em sua obra.
CHRISTOFFEL VAN DI)CK (1606-69) Puncionista holandês.
Autor de diversas romanas, itálicas e góticas barrocas. As
fontes Monotype Van Dijcke DTL Elzevir baseiam-se em seu
trabalho. A Romanée, de )an van Krimpen, e a Hollander, de
Gerard Unger, fazem eco à sua obra de diversas maneiras. A
maior parte de sua produção pereceu. As punções e matrizes
remanescentes podem ser encontradas no Museu Enschedé,
emHaarlem.
)AN VAN KRIMPEN (1892-1958) Tipógrafo hoJandês.Suasfontes
serifadas incluem a Lutetia, a Romanée, a Romulus, a Sheldon,
a Spectrum, a Haarlemmer e a Cancelleresca Bastarda, uma
itálica chanceleresca. Sua única sem serifa é a Romulus Sans.
A Antigone é a sua fonte grega. Suas fontes titulares incluem
a Double Augustin Open Capitais, a Lutetia Open Capitais
e a Romulus Open Capitais. Com exceção da Haarlemmer
e da Sheldon, todas essas fontes foram primeiramente gra-
vadas na Enschedé por Paul Helmuth Rãdisclt. Apesar da
importãncia de seu trabalho, boa parte dele ainda aguarda
edição digital.
JOVICA VELJOVIé (1954-) Caligrafo e designer de tipos nas-
cido em Kosovo, formado em Belgrado e em atividade na
Alemanha. Seus tipos incluem a Gantma, a Esprit, a Ex Ponto,
a Silentiunt e a Veljovié.
)USTUS ERICH WALBAUM (1768-1837) fundidor tipográfico e im-
pressor, é autor de diversas fontes neoclássicas e românticas.
Tanto a Berthold Walbaunt quanto a Monotype Walbaunt
baseiam~se em punções e matrizes que llie remanesceram.
FREDERIC WARDE (1894-1939) Tipógrafo norte-americano.
Trabalhou principalmente na França, na Itália e na Inglaterra.
Desenhou as itálicas Vicenza e Arrighi. Alguns de seus dese-
n.1os estão na Newberry Library, de Chicago. As punções e as
· matrizes da primem Arrighi (gravada à mão) encontram-se
no Rochester Institute of Technology.
EMIL RUDOLF WEISS (1875-1942) Poeta, pintor, calígrafo e
designer de tipos alemão. Autor de uma fratura, de uma
textura (Weiss Gothic), de uma rotunda (Weiss Rundgo-
tisch), uma romana-e-itálica (Weiss Antiqua), um conjunto Designers
de ornamentos tipográficos e três séries de maiúsculas de de tipos
título ou iniciais. Todas elas foram gravadas por Louis Hoell
e editadas pela fundição Bauer, de Frankfurt
ALEXANDER WILSON (1714-86) Puncionista,fundidortipográ-
fico e astrônomo escocês. Trabalhou em Camlachie, perto
de Glasgow. Autor das melhores romanas, itálicas e gregas
produzidas no Iluminismo escocês.
BERTHOLD WOLPE (1905-89) Caligrafo e tipógrafo alemão
que passou o final de sua vida na Inglaterra. Sua fonte de
texto chama-se Pegasus. Suas fontes de título incluem a
Albertus e a Hyperion.
HERMANN ZAPF (1918- ) Mestre calígrafo, designer de típos,
artísta e. professor alemão. Desenhou as serifadas Aldus, Co-
menius, Euler, Hunt Roman, Marconi, Melior, Optima, Orion,
Palatino, Zapf Book e Zapf Rena!ssance. Sua não-serifada
mais conhecida é a Optima. Suas góticas incluem a Gilgen-
gart, a Winchester e a Straúord. A lista de suas for.tes titulares
inclui a Kompakt, a Michelangelo, a Sistina, a Venture, a
Zapf Chancery, a Zapf Civi!ité e a Zapf Internatíonal. Entre
suas gregas figuram a Attika, a Euler, a Heraklit, a Optíma,
a Palatino Greek e a Phidias; entre as manuscritas estão a
Venture, a Zapf Chancery, a Zapf Civilité e a Zapfino.
GUDRUN ZAPF-VON HESSE (1918- ) CaJígrafa e designer de
livros alemã. Sua produção inclui as fontes de texto e de título
Alcuin, Carmina, Diotima, Nofret; Ariadne e Smaragd.
379
APJlNDICE E: FUNDIÇÕES TIPOGRÁFICAS
380
fundição digital conhecida como Agfa-Compugraphic foi
então formada e passou por várias mãos (uma delas foi a
Bayer Corporation). Em 1997 a Agfa adquiriu o que restou
da Monotype, e em 1998 foi constituida uma nova empresa,
a Agfa Monotype. A Agfa editou por si novos desenhos de
Otl Aicher, David Siegel e outros.
Amsterdam, Amsterdã. Fundição de metal estabelecida em Rot- Fundições
terdã em 1851 por Nicolaas Tetterode a partir do estoque da tipográficas
fundição Broese em Breda. A firma mudou-se para Ams-
terdã em 1856 e em 1892 alterou seu nome de Lettergieterij
N. Tetterode para Lettergieterij Amsterdam. As operações
de moldagem tipográfica arrefeceram na década de 1970 e
cessaram de todo em 1988. Ao longo do século 20 a fundição
editou desenhos inéditos de S.H. de Roas e Dick Dooijes. As
matrizes e outros materiais que sobreviveram estão agora na
biblioteca da Universidade de Amsterdã.
ATF (American Type Founders),Eli2abeth,Nova Jersey. Foi a maior
fundição tipográfica de metal da América do Norte, forma-
da em 1892 pelo amálgama de várias companhias menores.
Nos seus melhores dias, editou desenhos originais de M.F.
Benton, Lucian Bernhard, Frederic Goudy e vários outros.
Embora a companhia tenha começado a perder força na
década de 1920, conseguiu sobreviver até 1993· Sua biblioteca
encontra-se atualmente na Columbia University, em Nova
York, e a maior parte de seu material tipográfico fói para a
Smithsonian Institution, em Washington, DC.
Bauer, Frankfurt. Fundição de metal criada em 1837 por Johann
Christian Bauer. Ganhou escala de rede internacional por
volta do fim do século 19. Como tal, a Bauer deixou de existir
em 1972, mas um ramo do velho império, a Fundición Tipo-
gráfica Bauer, em Barcelona, remanesceu (ver FTB adiante).
A Bauer editou fontes originais de seu fundador e, mais tarde,
de Lucian Bernhard, Imre Reiner, Paul Renner, Emil Rudolf
Weiss e outros. As plll}ções e matrizes sobreviventes encon-
tram-se hoje na FTB, em Bai:celona, e na WMD, em Leipzig.
Berlingska Stilgjuteriet, Lund, Suécia. Fundição tipográfica de
metal e casa de impressão, que ganhou importância com
a moldagem das fontes originais de Karl-Erik Forsberg
durante o século 20.
H; Berthold, Berlim. A metalúrgiCa de Hermano Berthold entrou
no negócio de fundição tipográfica em 1893. Adquiriu as
punções e matrizes originais de J.E. Walbawn e, mais tarde,
editou fontes originais de Günter Gerhard Lange, Herbert
Post, Imre Reiner e outros. A Berthold já estava envolvida
na criação de fotótipos desde 1935. Ela deixou de moldar
tipos de metal em 1978 e passou a produzir fontes digitais
na década de 1980, atividade que praticamente cessou em
1993, embora a fundição tenha voltado a vender suas pró-
Fundições prias fontes. Sua coleção de punções e matrizes encontra-se
tipográficas atualmente sob os cuidados do Musemn für Verkehr und
Technik, em Berlim.
Bitstream, Cambridge, Massachussets. Fundição digital fundada
em 1981 por Matthew Carter e Mike Parker, que deixaram
a companhia tempos depois. A Bitstream editou revivais
digitais de muitas fontes antigas, além. de novos desenhos
de Matthew Carter, John Downer, Richard Lipton, Gerard
Unger, Gudrun Zapf-von Hesse e outros.
Carie r & Cone, Cambridge,Massachussets. Fundição digital criada
em 1992 por Matthew Carter e Cherie Cone. Edita desenhos
originais e revivais históricos de Carter.
Caslon Foundry, Londres. Fundição tipográfica de metal fundada
por William Caslon por volta de 1723 e mantida como mn
negócio de famllia por quatro gerações. Sobreviveu como a
empresa de H.W. (Henry William) Caslon até 1936. A maioria
das punções remanescentes mais antigas está hoje na St Bride
Printing Library, em Londres. O material mais novo ficou
com a companhia Stephenson, Blake. Em 1998, Justin Howes
adquiriu os direitos do nomeH.W. Caslon & Co. Ostentando
esse nome, sua fundição digital em Northamptonshire edita
a série conhecida como Founder's Caslon.
Deberny & Peignot, Paris. Joseph Gaspard Gillé, o velho, um dos
aprendizes de Fournier, abriu sua própria fundição em Paris
no ano de 1748 e deixou o negócio para seu filho em 1789. Em
18271 o romancista Honoré de Balzac adquinu-a como parte
do seu acalentado império de escritura, impressão e edição.
Logo de saída tudo deu errado, mas a fundição foi resgatada
por seu gerente e comprada por Alexandre de Berny. Gustave
Peignot criou em 1865 o seu próprio negócio de fundição
tipográfica, que teve a primeira fas'e criativa sob o comando
de seu filho e de seu neto, Georges e Charles Peignot, ao
editar revivais históricos da obra de Jean Jannon e ao fundir
mna série de tipos baseados no lettering de Nicolas Cochin,
um gravador do século 18. As fundições De Berny e Peignot
fundiram-se em 1923. Sob a direção de Charles Peignot, a
firma ampliada editou novos desenhos de Adolphe Cassandre,
Adrian Frutiger e outros. Qu~do a produção da D &P foi
encerrada em 1975, os desenhos tipográficos e a biblioteca
da companhia foram para a Biliotheque Forney, de Paris, e a
maioria do material tipográfico- incluindo um conjunto de
matrizes originais deBaskerville- foi para a fundição Haas
(hoje Frutiger), em Münchenstein.As punções de Baskerville, Fundições
que antes também eram mantidas pela o &P, estão hoje na tipográficas
Cambridge University Library.
dfType, Texing, Áustria. Fundição digital criada em 1999 pelo
calígrafo veneziano Giovanni deFaccio e pelo impressor-ti-·
pógrafo Lui Karner. A fundição edita a familia Rialto e outras
fontes de título e texto, com base na caligrafia de deFaccio.
DT L (Dutch Type Library),'s- Hertongenbosch, Holanda. Fundição
digital instituída por Frank Blokland em 1990. Editou fontes
originais de sua autoria, de Chris Brand, Gerard Daniels,
Sjoerd de Roas, Gerard Unger e outros, além de revivais his-
tóricos dos tipos de Christotfel van Dijck, Jan van Krimpen,
J.M. Fleischman e Hendrikvan den Keere.
EBTS (ETaípea EÀi\~VIKWV Tunoypaq>IKWV LTmxeíwv). Listada
aqui por seu nome inglês: Greek FontSociety (GPS).
Elsner & Flake, Hamburgo. Fundição digital criada em 1989 por
Günther Flake e Veronika Elsner.A firma produziu numero-
sos revivais digitais e as versões digitais originais de diversas
fontes da ITC.
Emigre, Sacramento. Fundição digital criada em 1985 em Berkeley
por RudyVanderlans e Zuzana Li&o. Em 1992 o escritório
mudou-se para Sacramento. A firma edita fontes originais
de Licko, Vanderlans, John Downer e outros.
]oh. Enschedé en Zonen (Johann Enschedé & Sons), Haarlem,
Holanda. Indústria de impressão e fundição tipográfica
que funcionou de 1743 a 1990. Em dois séculos e meio de
operação, a companhia adquiriu acervos de diversas origens,
incluindo algumas das punções e matrizes de J.M. Fleisch-
man e Cristoffel van Dijck. No início do século 20, editou
os tipos de seu designer-chefe, Jan van Krimpen, em metal.
Em 1990, seu estoque de matrizes e punções foí transferido
para o Enschedé Museum.
The Enschedé Font Foundry, Hurwenen, Holanda. Fundição digital
estabelecida em 1991 sob a direção de Peter Matthias NoordziJ.
Editou projetos originais de autoria de Bram de Does, Gerrit
Noordzij, Christoph Noord2ij e Fred Smeijers.
Esse/te Letraset, Londres, A Letraset Ltd. foi fundada em 1959
como um fabricante de letras em decalque. Foi adquirida pela
empresa suíça Esselte em 1981 e alguns anos depois passou a
editar suas fontes em formato digital. Sua biblioteca digital
atualmente inclui revivais históricos e desenhos originais de
Michael Gills, Michael Neugebauer e outros.
Fundições Fann Street Foundry, Londres. Fundição de metal criada em 1801.
tipográficas por Robert Thome. Teve sua fase mais criativa na década
de 1850, quando foi possuída por Robert Besley e editou
desenhos originais gravados por Benjamin Fox. O material
sobrevivente foi adquirido pela Stephenson, Blake em 1905.
Font Bureau, Boston. Fundição digital criada em 1989 por David
Berlow e Roger Black. Editou revivais históricos e projetas
originais de John Downer, Tobias Frere-Jones, Richard Lipton,
Greg Thompson e outros.
FontShop International, Berlim. Fundição digital estabelecida em
1989 por Erik Spiekermann. Editou projetas originais do
próprio Spiekermann, de Erik van Blokland, Martin Majoor,
Just vau Rossum, Fred Smeijers e muitos outros.
Walter Fruttiger, Münchenstein, Suíça. As raizes da fundição
Fruttiger, que vem operando sob esse nome desde 1989, re·
montam a um empreendimento criado por Jean Exertier em
1580. Por mais de dois séculos foi conhecida como fundição
Haas, nome devido a Joharm Wilhelm Haas, que comprou a
companhia em 1740. Seu acervo anterior ao século 18 é escasso,
e em_ sua longa existência não chegou a gerar um número
significativo de desenhos originais. Na primeira metade do
século 20, entretanto, a Haas editou novos desenhos de Walter
Diethelm e, em 1951, as prirneiras versões da Helvetica de Max
Miedinger. Possui algumas matrizes originais de Baskerville,
adquiridas da o & P.
FTB (Fundición TipográficaBauer),Barcelona. Uma fundição de
metal estabelecida em 1885. É o último ramo sobrevivente da
antiga rede Bauer, e mantém atualmente boa parte do material
tipográfico que dela restou. De 1992 a 1995 foi conhecida
como FTN,ouFundición Tipográfica Neufville- nome ainda
utili:z.ado pelo braço digital da companhia.
Genzsch & Heyse, Hamburgo. Fundição de metal estabelecida em
1833 e absorvida pelaLinptype em 1963. Editou tipos góticos
e humanistas [whiteletter] desenhados por Friedrich Bauer,
Otto Hupp e outros.
Golgonooza Letter Foundry, Ashuelot, New Hampshire. Estabe-
lecida em 1980 por Dan Carr e Julia Ferrari, que moldam
tipos a partir de matrizes da Monotype e editam as fontes
do próprio Carr, algumas das quais gravadas em aço e outras
criadas em formato digital.
Grafotechna, Praga. Fundição de metal que ganhou importância
com suas moldagens da obra de Miroslav Fulín, Oldfich
Menhart, Vojtech Preissig e de outros designers tchecos. Fundições
GFS (Greek Font Society),Atenas. Fundição digital criada em 1992. tipográficas
Editou versões de tipos gregos de. importância histórica
desenhados por Ambroise. Firmín-Didot, Richard Porson
e Victor Scholderer, assim como novos desenhos de Takis
Katsoulides e George Matthiopoulos.
Haas Foundry. Ver Walter Fruttiger.
Hoejler Type Foundry, Nova York. Fundição digital criada por
Jonathan Hoef!er em 1990. Edita projetos de Hoefler e de
seu sócio Tobias Frere-Jones. Também produziu importantes
revivais digitais dos tipos Fel!.
Dr-Ing. Rudolf Heii.Ver Linotype.
Imprimerie Nationale, Paris. Casa de impressão e fundição es-
tabelecida por Luis xm. em 1640 como Imprínierie Royale.
Com a Revolução Francesa (1789), tornou-se a Imprínierie
Nationale e, posteriormente, a Imprimerie de la République.
Com a coroação de Napoleão 1 em 1804, ela foi novamente
rebatizada, desta vez com o nome de Imprimerie Impériale.
Depois da Restauração de 1815, voltou a ser a Imprínierie
Royale. Em 1848, depois de mais duas revoluções, passou
a se chamar novamente Imprimerie Nationale, nome que
manteve desde então- com exceção do hiato 1852-1870, sob
o domínio de Napoleão m, quando voltou a ser chamada de
Imprimerie Impériale. Possui as punções e matrizes de autoria
de Jean Jannon (o nascedouro da maioria das "Garamonds"
que existem no mundo) e uma grande quantidade de mate-
riais de importância histórica para a tipografia das línguas
asiáticas. Ao longo dos anos, patrocinou desenhos originais
de Firmin-Didot, Philippe Grandjean, Marcellin Legrand,
Louis-René Luce e José Mendoza y Almeida, entre outros. É
a única instituição remanescente a manter puncionistas em
sua folha de pagamento.
Intertype (International Typesetting Machine Co.), Nova York.
Quando as patentes básicas da Mergenthaler Linotype expi-
raram, em 1912, um grupo de investidores havia se formado
em Nova York e estava pronto para construir uma máquina
muito similar à Linotipo para ser a sua competidora. As
matrizes editadas para as máquinas intertipo incluíam no-
vas adaptações de fontes de fundição desenhadas por Dick
Dooijes e S.H. de Roos.Em 1947 a Intertype já se encontrava
envolvida com o processo de fotocomposição. Depois de uma
fusão na década de 1950, a firma passou a ser conhecida como
Fundições Barris Intertype Corporation e tornou·se um dos principais
tipográficas fabricantes de matrizes fotográficas.
1TC (International Typeface Corparatian),Nova York Fundada por
Aaron Burns e Herb Lubalin em 1969 como uma agência de
licenciamento e distribuição de tipos. Seu dominio original
limitava-se aos fotótipos. Na década de.1980 a ITC iniciou
o licenciamento de fontes digitais. Mas foi apenas em 1994
que ela passou a produzir e comercializar suas fontes dire-
tamente. Por mais de uma década foi possível reconhecer a
presença de um estilo ITC inlediatamente identificável: um
torso grande padronizado com serifas intercambiáveis~ que
reduziam o alfabeto e a sua história a um figurioo superficiaL
Essa abordagem procustiana do desenho tipográfico perdeu
força na década de 1980. Coincidentemente, a companhia foi
comprada em 1986 pela Esselte Letraset. Seu catálogo incluí
projetos originais de RonaldArnholm, Matthew Carter, Erik
Spiekermann, Hermann Zapf e muítos outros.
Klingspar Brothers, Offenbacli. Fundição de metal criada em 1842
e identificada por muitos nomes diferentes até ser adquirida
por Karl Klingspor em 1892. Editou fontes originais de Peter
Behrens, Rudolf Kocli e Walter Tiemann. Após seu fecliamen-
to em 1953, sua biblioteca e seus desenhos foram transferidos
para o Klingspor Musewn, em Offenbach, e a maioria das
matrizes foi para a fundição Stempel, de Frankfurt
Lanston Monotype Machine Co., Filadélfia. A monotipo, tal como a
conhecemos, foi concebida por John Sellers Bancroft, natural
da Filadé!Jia, em 1900. No entanto, ela resultou de uma série
de máquinas anteriores, inventadas por Tolbert Lanston, de
Washington DC, a partir de 1887. A companhia americana
criada para manufaturar e vender esses dispositivos começou
devagar e foi logo ultrapassada pela sua contrapartida ingle-
sa, formada uma década depois com os mesmos objetivos
e quase com o mesmo nome (ver Monotype Corporation).
Entretanto, a firma americana continuou no negócio, mu·
dando-se para a Filadé!Jia em 190Le procurando criar uma
agenda de design própria em menor escala, o que incluía a
386
gravação de matrizes de revivais históricos e de desenhos
originais de Frederic Goudy; Sol Hess e outros. O material
que sobreviveu foi dispersado em 1983.
Lanston Type Co., Mt Stewart, Prince Edward Island, Canadá. Em
1983, Gerald Giampa adquiriu uma coleção de padronagens e
desenhos da Lanston Monotype Company da Filadélfia. Com
essas bases, estabeleceu urna fundição digital em Vancouver, Fundições
movendo-a para sua localidade aluai em 1994· Sua biblioteca tipográficas
consiste quase que inteiramente em versões digitalizadas
de fontes da Monotype norte-americana, especialmente
trabalhos de Frederic Goudy.
LetterPerfect, Seattle & Nova York:. Fundição digital criada em 1986
por Paul Shaw e Garre! Boge. Especializou-se em fontes de
titulo, muitas das quais têm pedigrees históricos cuidadosa-
mente pesquisados.
Linotype Library, Frankfurt. Em 1886, no bairro nova-iorquino
do Brooklyn, Ottmar Mergenthaler começou a vender sua
recém-inventada máquina delinotipo.Isso levou à fundação,
em 1890, da Mergenthaler Linotype Ltd., no Brooklyn, e da
Mergenthaler Linotype & Machinery Ltd., em Manchester.
Seis anos depois foi criada em Berlim a sua associada ale-
mã, a Mergenthaler Setzmaschinen-Fabrik:. Muitas de suas
primeiras matrizes foram produzidas por encomenda pela
fundição Stempel, de Frankfurt; a partir de desenhos de ar-
tistas como Warren Chappell, Georg Trump e Hermann Zapf.
Outras foram feitas na Inglaterra com base nos desenhos da
George W. )ones, e. nos Estados Unidos a partir dos desenhos
de W.A. Dwiggins, Rudolph Ruzicka e outros. A companhia
iniciou a produção de equipamentos de fotocomposição e
matrizes fotográficas na década de 1950, de fotocompositores
CRT (tubo de raio catódico) na década de 1960 e de compo-
sitoras a laser de alta resolução na década de 1980. A firma
alemã, que se tranferira para Frankfurt em 1948, fundiu-se
com a Dr.-Ing RudolfHell gmbH, de !Gel, em 1990. Em 1997
a fundição digital da Linotype se desmembrou do grupo sob
o nome Linotype Library e no ano seguinte se instalou em
Bad Homburg, ao norte de Frankfurt. A firma editou muitas
de suas antigas fontes para linotipo em formato digital, além
de ~ovos desenhos de.Adrian Frutiger, Karlgeorg Hoefer e
outros. Uma vasta coleção de materiais mais antigos do ramo
norte-americano da companhia encontra-se atualmente no
Rochester Institute ofTechnology; em Rochester, Nova York,
e na Universidade de Kentucky, em Lexington.
The Ludlow Typograph Co., Chicago. Washington Ludlow, de Chica-
go, começou a produzir maquinário de moldagem tipográfica
em 1906, mas a moldadora Ludlow, vendida pela companhia
durante o início do século 20, foi projetada e construída
posteriormente, em 1909, por William Reade. A máquina
Fundições produzia tiras de matrizes tipográficas exclusivas compostas à
tipográficas mão, de modo que era utilizada quase que unicamente para a
composição de displays. No entanto, muitas das fontes Ludlow
foram adaptadas comsucesso para a composição digital de
textos. A companhia editou tanto revivais históricos quanto
projetas originais, principalmente de autoria de seu diretor
tipográfico, R.H. Middleton. Suas operações encerraram-se
na América do Norte em 1986. O ramo inglês, fundado no
início dos anos 1970, fechou em 1990.
Ludwig & Mayer, Frankfurt Fundição de metal criada em cerca
de 1920 e que encerrou suas operações em 1985. O acervo
remanescente foi transferido para a FTB, em Barcelona. Em
seu auge, a empresa editou desenhos originais de ]akob Erbar,
Helmut Malheis, Ilse Schüle e outros.
Mergenthaler. Ver Linotype.
Miller & Richard, Edimburgo. Fundição de metal criada em 1809
por George Miller, a quem veio juntar-se.Walter Richard em
1832.Editoudesenhos originais de RichardAustin,Alexander
Phemister e outros. Quando encerrou suas operações em 1952,
teve seu material transferido para a Stephenson, Blake.
The Monotype Corporation, Redhill, Surrey; Inglaterra. Uma
entidade denominada Lanston Monotype Company foi
inicialmente constitulda nos Estados Unidos em 1887. Outra,
chamada Lanston Monotype Corporation (mais tarde sini-
plesmente Monotype Corporation) foi criada uma década
depois na Inglaterra. (Para informações sobre a companhia
norte-americana, ver Lanston Monotype.) A fase tipografi-
camente criativa da companhia inglesa começou em 1922,
com a chegada do consultor tipográfico Stanley Morison.
Ao longo das décadas seguintes, a Monotype inglesa gravou
vários revivais históricos meticulosamente pesquisados, bem
como desenhos originais de Eric Gill, Giovanni Mardersteig,
José Mendoza y Almeida, Victor Scholderer, Jan van Krini-
pen, Berthold Wolpe e outros. A firma começou a produzir
equipamentos de fotocomposição e matrizes fotográficas na
década de 1950 e equipamentos de composição a laser nos
anos 1970. No início da década de 1990, uma companhia
nova e menor, a Monotype Typography, foi criada com o
intuito de produzir e comercializar tipos digitais, iocluindo
as reencarnações digitais das fontes originalmente gravadas
em metal para monotipo. Ela se fundiu àAgfa em 1999, dan-
do origem à Agfa Monotype. Ainda é possível encomendar
matrizes de metal ao Monotype Trust, na Inglaterra. Fundições
Nebiolo, Torino. Fundição metálica criada em 1878 por Giovanni tipográficas
Nebiolo a partir de um amálgama de diversas companhias
menores e mais antigas. Ganhou importância com seus
moldes dos desenhos originais de Alessandro Butti e Aldo
Novarese. Encerrou suas operações por volta de 1990.
Neufville Foundry, Barcelona. Ver FTB.
Nordstedt, Estocolmo. Fundição metálica, possuía matrizes da
Robert Granjon, François Guyot, Ameet Tavernier e outros.
O acervo remanescente encontra~se no Nordiska Museet,
em Estocolmo.
Fonderie Olive, Marselha. Fundição metálica que encerrou suas
atividades em 1978. Editou vários desenhos originais de Roger
Excoffon, François Ganeau e outros. O acervo que restou pode
ser encontrado na fundição Fruttiger, em Münchenstein.
ParaType, Moscou. Em 1998, tornou-se a sucessora da fundição
digitalParaGraph (Parallel Graphics), que havia sido fundada
em 1989. Edita desenhos originais e revivais históricos de for..-
tes cirílicas, latinas, georginas, árabes, hebraicas e gregas.
Pie Tree Press & Foundry, New Westminster, Colun;>bia Britânica.
A gráfica e fundição de )ÍOl Rimmer, inaugurada em 1960,
produz hoje tipos metálicos e digitais feitos por Rimmer e
outros.
Plantin-Moretus Museum,Antuérpia.A casa de impressão e fun-
dição estabelecida por volta de 1555 por Cristophe Plantin foi
conservada por aproximadamente três séculos por descen-
dentes do genro de Plantin, jan Moretus. Converteu-se em
museu em 1877· Sua rica coleção inclui materiais originais de
Claude Gararnond, Robert Granjon, Hendrik van den Keere,
Ameet Tavernier e outros artistas antigos.
Polygraphmash (HIIO Ilomupa<j>Malll), Moscou. A seção de dese-
nho do Instituto de Impressão Mecânica, que funcionou de
1938 a 1992, editou projetas tipográficos de Galina Bannikova,
Nikolai Kudryashev, Pavel Kuzanyan, Vadim Lazurski, Anatoli
Shchukin e outros.
Scangraphic, llamburgo. Anteriormente Mannesmann Scan-
graphic, fabricante de equipamentos de fotocomposição.
Começo\! a editar fontes digitais na década de 1980. Estas
eram mal-acabadasJ mas incluíam um importante projeto
de Hermann Zapf.
Schelter & Giesecke, Leipzig. )ohann Gottfried Schelter e Christian
Friedrich Giesecke abriram essa fundição em 1819. Muitas de
Fundições suas primeiras fontes foram projetadas pelo próprio Schelter.
tipográficas Em 1946 a firma foi estatizada sob o nome.Typoart.
D. Stempel, Frankfurt Após ser fundada por David Stempel em
1895, essa companhia absorveu as holdings de diversas outras
fundições alemãs. Também editou várias fontes originais de
Hermann Zapf, Gudrun Zapf-von Hesse e outros, e vendeu
tipos moldados a partir das matrizes originais de Miklós Kis.
Após seu fechamento em 1986, teve seu material tipográfico
transferido para um museu conhecido como Haus für indus-
triekultur, em Darmstadt. As ferramentas do último mestre
puncionista da Stempel, August Rosenberger (que gravou
as versões originais da Palatino, de Zapf), encontram-se
atualmente.no Gutenberg Museum, em Mainz.
Stephenson Blake & Co., Sheffield, Inglaterra. Fundição metálica
criada em 1819 por John Stephenson, )ames Blake e William
Garnet, usando materiais adquiridos principalmente de
William Caslon IV. Com o tempo, a empresa incorporou ma-
terial adicional da Fann Street Foundry, da Caslon Foundry
original e de outras empresas. Boa parte do material tipo-
gráfico herdado encontra-se atualmente no jovem London
Type Museum, embora a fundição ainda molde e venda
alguns tipos.
Stone Type Foundry, Palo Alto, Califórnia. Fundição digital esta-
belecida em 1991 por Sunmer Stone.Editafontes desenhadas
por seu proprietário, como a Cycles e a Silica.
Tetterode. Ver.Amsterdam.
Tiro Typeworks, Vancouver. Fundição digital criada em 1994 por
John Hudson e William Ross Mills. Seu nome deve-se ao es-
cravo romano Marcus Tullius Tiro (libertado em 53 aC), que
serviu como escriba de Cícero. A fundição se especializou no
projeto e na codificação de fontes não-latinas, especialmente
aquelas que envolvem um grande número de caracteres
contextuais alternativos.
Typoart, Dresden,& Leipzig. Fundição metálica formada em 1946
mediante a estatização das empresas Schelter & Giesecke e
Scriftguss.De 1964 até 1995, quando suas atividades cessaram,
390
teve Albert Kapr como designer-cbele. O material tipográhco
remanescente encontra-se na.WMD, em Leipzig.
URW (Unternehmensberatung Karow Rubow Weber), Hamburgo.
Estabelecida como uma firma de software em 1971, a URW foi
conduzida para a tipografia digital por Peter Karow, um físico
entusiasta da tipografia, que ali ingressou em 1972.A empresa
desenvolveu o sistema de digitalização tipográfica Ikarus (um Fundições
predecessor da linguagem PostScript). Editou um bom núme- tipográficas
ro de revivais históricos e fontes originais de Hermann Zapf,
Gudrun Zapf-von Hesse e outros. A URW entrou em concorda-
ta em 1995. Sua biblioteca tem sido comercializada desde então
por um sucessor corporativo conhecido como "uRw++':
johannes Wagner, Ingolstadt. Fundição criada em 1902 em Leipzig
por Ludwig Wagner e transferida para Ingolstadt em 1949 por
seu filho Johannes.Adquiriumatrizes das fundições Berthold,
Johns, Weber e: outras, e continua a moldar tipos.
C.E. Weber, Fundição metálica estabelecida em 1827, editou
fontes originais de Georg Trump e outros. Fechou em 1971,
e o material remanescente foi comprado pelas fundições
Stempel e Wagner.
w MD ( Werkstiitten und Museum für Druckkunst), Leipzig. Museu
tipográfico em atividade, fundado em 1994 por Eckehart
Schumacher-Gebler. Seu grande acervo de material. tipográ-
fico inclui punções e matrizes originais de Johann Christian
Bauer, Lucian Bernhard, Jakob Erbar, Albert Kapr, Paul
Renner, Jacques Sabon e muitos outros.
Y &Y, Carlisle, Massachussets. Fundição digital especializada em
fontes e sistemas para a composição de textos matemáticos
e científicos. Editou desenhos originais de Charles Bigelow,
Kris Holmes e Hermann Zapf.
391
LEITURA ADICIONAL
A lista traz também A tipografia é uma empresa antiga e polilíngüe, e a literatura re-
obras em alemão,
cente sobre tipografia digital é vasta. Boa parte dela, no entanto,
francês, russo e
italiano. Os nomes ou é altamente técnica ou francamente superficial. Esta pequena
em versaletes lista ínclui apenas uma seleção dos trabalhos mais importantes
indicam edições de dtsponíveis..
maior destaque. As
edições disponíveis
em português 1. LIVROS & ARTIGOS
substituem as
originais. Outras
publicações sobre Adobe Systems Inc. PostScript Language Reference Manual. 3' ed.
tipografia editadas Reading, Massachussets: 1999·
originalmente
Amert, Kay. "Origíns of the French Old Style: The Types of Simon
em português
podem aprofundar de Colínes~ Printing History 26/z7 (1992): 17-40.
questões contidas Anderson, Donald M. TheArt of Written Forms. Nova York:
aqui g o caso dos
1969.
livros O tipo da
grá.fial, de aaudio Avrín, Leila. Scribes, Script and Books: The Book Arts from Anti-
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seu tipol, todos da 1992.
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hpografia no Brasll,
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Bardi (São Paulo: Brínghurst, Robert. "On the Classification of Letterforms" et seq.
1979) e de todos os
Partes 1-5. Claremont, Califórnia: Serif1-5 (1994-97).
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na nota lateral da --~. The Solid Form of Language: An Essay on Writing and
página de abertura Meaning. Kentville, Nova Escócia: 2004.
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2. PERIÓDICOS
399
POSFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO
400
coisas que seus criadores não haviam previsto- ou que haviam
previsto e expressamente excluído.
O livro envolveu o teste minucioso de muítas fontes tipográ-
ficas - a maioria digital, algumas metálicas. Elas foram fornecidas
por quase todas as fundições mencionadas no apêndice B e por
algumas outras que deixaram de funcionar.
Testar uma fonte perfeita - seja na forma de metal de fun- Posfácio
dição, de uma caixa de matrizes, de uma tira de filme ou de in- à terceira
formação digital- é algo que ainda não aconteceu comigo. Já edição
testei desenhos muito belos e pujantes- feitos extraordinários
de engenharia de hardware e de software-, mas ainda assim ne-
nhuma fonte que dispensasse as melhorias de uma edição sensível
chegou a cruzar o meu caminho. Uma das razões para isso é que
todo trabalho sempre deixa algo por fazer: nenhum designer pode
prever a lógica interna de todos os textos e linguagens possíveis,
nem todas as outras formas de uso a que os tipos são devidamente
confiados. Uma outra razão é que a composição tipográfica é um
exercício de colaborarão, assim como a interpretação a partir de
um roteiro ou de uma partitura.
Há quem sonhe com um mundo perfeito onde textos prote•
gidos por copyright sejam traduzidos mediante glifos protegidos
por copyright de acordo com regras protegidas por copyright, sem
nenhuma.intervenção humana exceto aquela de alimentar uma
máquina com uma gravação, enquanto o dinheiro flui perpe-
tuamente entre todos os envolvidos. Há também aqueles que
pensam que instalar cadeiras e ares-condicionados no inferno
irá torná-lo tão bom quanto o céu. Na verdade, trabalhar com
tipografia é uma tarefa mundana, que tem muito menos a ver com
sentar-se e ligar a T.V do que com andar. de pernas para o ar por
uma paisagem sempre diversa e infinita que de outra maneira
ficaria distante demais para se ver.
401
GLOSSÁRIO INGLÊS-PORTUGUÊS
402
crossbar barra endnote nota finai
crosshead subtítulo eng eng (caractere)
currency symbols símbolos eszett eszett,letra 6, s agudo
monetários eth eth (caractere)
cursive cursivo ethel ethel (caractere)
cut (to cut) gravar, talhar, abrir, exclamation ponto de exclamação
cortar tipos extended largo, estendido 39
extender extensor (morfol.)
dagger adaga, obelisco, cruz longa, eye olho (morfoL) Glossário
obélo ezh ezh (caractere) inglês-
dash travessão, traço português
degree grau face face, tipo, fonte 98
depth altura de coluna, feather pena, caniço
descender descendente figure space espaço de algarismo
design design, projeto, desenho, figures algarismos, numerais
desígnio 13 finial remate (morfol.)
diagonal stem haste diagonal fist indicador, punho
(morfol.) fitted one um ajustado
dieresis diérese fleuron fiarão
dlesis dfese, adaga dupla flush and hung parágrafo francês,
dimension sign sinal de recuo escalonado
multiplicação, vezes folio fólio
dingbat dingbat font fonte
discretionary ligature ligatura footnote nota de rodapé
discricionária foot serif serifa inferior
dlsplay (face, type etc) (tipo. face) fore-edge margem extema
display, de ostensão 40 foundcy fundição
dot leader linha pontilhada fractions frações
dotless i i sem pingo fraktur fratura, fraturada
dotted I I com pingo fraktur 290
double acute acento agudo duplo full on the body de corpo cheio 45
double bar barra vertical dupla
double dagger adaga dupla, díese, glottal stop parada glota!
obelisco duplo glyph glifo, pie to grama
double grave acento grave duplo grave acento grave-
double prime plica dupla, mesmo grid malha, grade, grelha, grid
texto, polegada, segundo guillemets aspas sciças, aspas
dpi (dots per inch) (dpi) pontos por francesas
polegada gutter entrecoluna, intercolúnio.
drop cap capitular baixada, capitular entre colunas
descida, capitular jusante 74 ~
403
hanging figures (cont.) light crosshead título centralizado
em balanço 75 leve
hard hyphen hífen duro. hífen light sidehead titulo lateral leve
não-quebrável lining figures algarismos alinhados.
hard space espaço duro. algarismos tabulares
espaço não-quebrávei. espaço link ligação (morfol}
sem quebra Linotype machine Iinotipo
head cabeça. titulo Iogogram Iogograma
Glossário headnote nota de cabeça. long s S longo
inglês- nota de topo loop arco, voluta (morfol}
português heavy crosshead subtítulo pesado louse símbolo monetário genérico
hedera hera, fiarão lower case caixa baixa
hint hint, instrução. dica (do tipógrafo) 34
hinting hinting lowercase caixa·baixa (caractere) 34
boi hoi (sinal diacrítico) lowercase figures algarismos de
homed o o chifrudo texto, algarismos caixa·baixa
homed u u chifrudo lowline linha baixa
hyphen hífen ~
404
octothorp (cont.) "'
cerquilha (informática), tralha, radical sign sinal de raiz.
sinal nwnérico ragged (alinhamento) irregular
offset offiet, ofsete 154 ragged left desalinhado à esquerda
ogonek ogonek, gancho nasal, cauda ragged right desalinhado à direita
old-style estilo antigo ranging figures algarismos
old-style figures algarismos em alinhados
estilo antigo, elzevirianos ou de raster grade ou malha de varredura
texto 55 digita! Glossário
open counter miolo aberto (morfoL) rasterization rastreamento, inglês-
open quote aspas de abertura varredura português
ordinal ordinal recto reta, anverso, frente, página
ornamented crosshead subtítulo ímpar
ornamentado reflexive serif serifa reflexiva 66
orphan órfà, linha enforcada, registered trademark marca
forca 52 registrada
OSF (abrev.) algarismos em estilo resolution resolução
antigo, algarismos elzevirianos, reversed apostrophe apóstrofo
algarismos de texto 331 invertido
outdent recuo externo ring anel (sinal diacrítico)
outline type tipo contornado, roman romano, redondo (edit),
tipo filetado, tipo delineado, regular 27
tipo outline rotunda rotunda
overdot ponto superior round redondo (morfoL)
round terminal terminal redondo,
palatal hook gancho palatal terminal em botão
paragraph parágrafo run-in sidehead subtítulo lateral
parentheses parênteses na linha
per cent por cento running head título corrente, cabeço.
per mille por mil cabeçalho 30
period ponto
phonomark marca fonográfica
""
sanserif sem serifa. não-serifado
phototype fotótipo schwa schwa (caractere)
pica paica script type tipo manuscrito,
piece fraction fração composta script 294
pllcrow marca de parágrafo, script escrita
parágrafo, pacote, pé-de-mosca section seção
pipe barra vertical quebrada, pipe semibold semibold, meio-preto,
point ponto meio-negrito 39
prime plica, aspas simples retas, semicolon ponto·e-vírgula
minuto, pé serif serifa, cerifa, ápice, filete,
proportional figures algarismos rabisco
proporcionais set solid entrelinha de corpo, sem
proportional oldstyle entrelinha
figures algarismos de texto set-width largura de composição
proporcionais shoulder ombro (morfol.)
punchcutter puncionista, gravador sidebearing proteção lateral,
de punções 56 folga lateral, avizinhamento,
sidebearing
quad quadratim, eme sidehead subtítulo lateral
quaint tipo arcaico sidenote nota lateral
question ponto de interrogação signature caderno
quotation marks aspas sinkage margem de abertura
slab serif serifa retangular, serifa torso torso,altura·x(morfoL)
quadrada.serifa egípcia tracking espacejamento
slashed o o cortado trademark marca comercial
slope inclinação (morfol) transitive serif serifa de conexão,
sloped serif serifa inclinada serifa transitiva 66
smart quotes smart quotes, aspas transitive type tipo de transição,
automáticas tipo transicional 66
small capital versalete- tumed undercomma vírgula
Glossário smart quotes smart quotes inferior invertida
inglês- solidus barra fcacional type tipo, tipografia 2
português sort espécime, caractere móvel, peça, typeface tipo, face 98
sortimento type design design de tipo
space espaço, espaço comwn type designer designer de tipos
spacing espacejamento. type size tamanho de corpo
espaçamento 32.
spine espinha (parte interna do u&lc CAb, caixa-alta e baixa
livro),lombada, dorso (parte umlaut trema
externa) uncial uncial
spread página dupla undercomma vírgula inferior
spur espora (morfoL) underdot ponto inferior
sputnik marcador monetário underscore traço inferior
square brackets colchetes unequal diferente de
stem haste unfitted one um desajustado,
stress tensão (morfoL) um tabular
.subscript subscrito, inferior, baixado unicameral unicameral
superscript sobrescrito, suspenso, unserifed sem serifa. não-serifado
ai ceado, elevado, subido uppercase caixa-alta(caractere)
swasb caudal, caudata (fem.) 64 upper case caixa alta (do tipógrafo)
swung dash travessão ondulado
versai versai 38, 74·
tabular figures algarismos tabulares verso verso, página par
tail cauda (morfoL} vertical serif serifa vertical
teardrop terminal terminal em vinculum vinculum, vínculo
gota, lágrima, terminal lacrimal, virgule barra obliqua
terminal em bulbo (morfoL)
text figures algarismos de waist cintura (morfol.)
texto, algarismos elzevirianos, wedge cunha, triângulo (serifa),
bodonianos, ingleses ou caron (sinal diacrítico)
modernos weight peso (morfol.)
textblock bloco de texto white Une linha, linha branca
textura textura (morfoL) whiteletter whiteletter,letra
thick space espaço grosso, espaço humanista veneziana
gordo wide largo (morfoL) 39
thin diagonal diagonal fina widow viúva, órfã, linha enforcada,
thin space espaço fino forca_ 52
thom thorn word space entrepalavra, espaço
three-to-em espaço gordo, espaço intervocabular
grosso wynn wynn (caractere)
tilde til
title page folha de rosto x-height altura-x,altura-de-x
titling figures algarismos de titulo,
titling figures (cont.) yogh yogh, iogue
algarismos alinhados
ÍNDICE REMISSIVO
407
Arnold,Matthew 208 Baskerville {cont)
Arrighi 39, 79, 90, 1JB,ts6, :z.oz. 223, u8, 143,223,229,235,298,299,
2]6, 242,255. :16,5, 282,366,379 364 ver também cirilicas
Anighi, Ludovico degli 97,t38,t55. cidlica jos
189,242,247. :z.s7. :z.6s, :z.66,366 Baskerville. John 88,109,J44,154•
arroba [at] 334 205, 231, 235· 23]. 249. 299. 366, 383
Arrus 235· 374 bastarda 290,353
artegótica 151,:190 Bauer ver Fundlción Tipográfica
lndice arte românica 365 Bauer
ascü (American Standard Code for Bauer, fundição 231,280,367,379.381
Arnold- Infonnation Interchange) 196 Bauer, Johann Christian 291,381,391
BíShêng aspas [bracketsl 87, 333 Befuens, Peter 386
aspas angulares [angle Bell 56,1o8,1U.144. 236, 249,272,
bcackets] ver aspas francesas 364.366
[g)lillemets] " Bell, John 56,144,236
aspas francesas [guillemets] 98,333. Bell, Marvin 112, 121
334.337 Bembo 45,60-61, 96,105,106,1o8,
assimetria [assymmetry] 180 n6,u8,137o138,139o156, 236-237,
asterisco [asterisk} 88,334 247. 264. 265. 266, 352. 360, 371, 377
ATF (American Type Foundecs) 112, Bembo. Pietro: De Aetna 236,371
1,56, 2]1, ]81 bengali 197
Attika 379 Benjamin, Walter 25
Augereau.Antoine :z.so,J66 Benton 146,238,242,243,252.255,381
Augustea 308 Benton,Morris Fuller J.46, 238,242
Auriga 367 Beowolf 207
Austin, Richard ,56,144-t 236,249,303, Berenice 367
]66,375·388 Berkeley 238, 240
Avant Garde 308 Berling 96,236,364,369
Avenir 370 Berlow.David 238,384
-
avestan 130
408
Black, Reger 384 Carr, Dan 367
Blado 90,156, 223, 263,265,366 Carter, Harry 306
Blake, James 390 Carter, Matthew 59, g8,140, 203,250,
blam 315,319 265,304,310,312,367,371,382,386,
bloco de texto [textblock} 161, 397o400
164-·169,179-194>360 Carter, Thomas F. 133
Blokland, Erik Van 207,384 Carter & Cone 382
Blokland, Frank 137, 245, 253, 281,367, Cartier 239,308,374
383.400 Caslon 6o, 69, 79,141, 241,305,364, !ndice
Bodoni 45o106,u8,119ol45o 237,355, 368.378
367 Caslon, fundição 382,390 Black-
greek 125,301 Caslon, William 60,141,231,278,298,
Clairvaux
Bodoni, Giambattista 119ol42ol45o 299o302.,J68, 378,380,382
231,237,249,275,301,305,367 Caslon, William IV 278,390
Boge, Garret 387 Caspari 279,289.368
bojo (da letra)[bowl] 354 Cassandre,Adolphe Mouron 383
bold. tipo 63-65, ]o,u6-n8 Castagno,Andrea del 310
Borchtorp,Ludolf 304,367 Casteljau, Paul de 199
Brand, Chris 232., 300,305,367,383 Castellar 71., 74,176,308
bretão 103,349 catalão 103,317,320,330,336,345
Breughel 370 Cataneo 235,374
breve (sinal diacritico) 336 caudal [swash] 64, 65, 6g, 354
Broese, fundição 381 caudata ver caudal
Bulme.r 14?• 237,355 cebuano 103
Bulmer, William 238 cedilha [cedilla} 336
Burns,Aaron 386 Centaur 79, go, g6,137,156, 221,223,
Butti,Alessandro 308,389 236,242, 253· 255.266,366,372,
Byron, George Gordon 237 376
Century Schoolbook 243
cadernos (de livro) [gatherings, cerquilha verjogo-da-velha
signatures] 84 cesura [caesura} 335
Caecilia 106,124, 238,363,375 chanceleresco ver tipo chanceleresco
Caecilia Metella 238 Chaparral 242,378
Cajlisch 295,377 Chappell, Warren 90,271,368,387
caixa, baixa e alta [case, upper and Charlemagne 112,134
lower} 58, 63,134,195o340,353 Charter 108
Caledonia 152,245,298,366,369 chaves [braces] 336
Californian 238,240 Cheltenham 108
Calisto 364 cheroqui 158
Cancelleresca Bastarda 268,378 chineses 158, 201
Cântico dos cânticos 74 chinês 158, 201
caracteres [characters] 37 Ching, Frank 297
caracteres fonéticos [phonetic chipewian 130
characters] 130,359 cícero (cicero] 354,362
Carlos Magno 134,139 circunflexo ver acento circunflexo
Cannina 5Õ,112., 239,379 cirllico 40,Io8,ug,u6,127,158,195.
Carolina 134 197· 201, 225,304-306,326-327,367
carolíngea, escrita [Carolingean City 274
writing] 134,192., 232., 269 civilité ver tipos civilité
Carolus 369 Clairvaux 291
Clarendon 69,119,146,243,364 cursivo (cont.)
clarendon, tipos 243,363 289,355 ver também itálico
Claudius 373 ciríl.ico 304
Cloister 242,255 grego 298
Cobden-Sanderson, Thomas 242. Cycles 377,390
Cochin, Nicolas 382 Czech Uncial 374
Codex 274,308,377
colchetes [square brackets] 336 Dair,Carl 2391 308,374,393
!ndice Colines. Simon de 97.206,228,298, Daniels, Gerard 279,289,368,383
30J,J68 Dante 139,148,223, 244,266,308,
Clarendon Colonna. Francesco 263 371,374
Colwell, Elizabeth 112 Davenport, Guy 27
-·Diotima
Colwell Handletter 112 David, Ismar 368
Comenius s6, 96,243,379 David Hebrew- 368
Comenius, Jan 243 Davis, Miles 44
composição desalinhada [ragged Deberny & Peignot 156,382
setting] 35-36 Deepdene 229,244,370
composição tipográfica mecânica Delphin 274,308,377
[mechanical typesetting] 152-158 Demos 115,279,378
comprimento do alfabeto [alphabet Denise 367
length] 34--35 Derby 295
Compugraphic 380 design de livros 177
Cone, Cherie 382 Detterer, Ernst 242
conjuntos de caracteres [character devaganari 158,197,201,353
sets] 8],195-I98,282,Jl5,J29-351 DeRoos 376
paletas de glifos 202-205,357 df'I)'pe 267,383
consoantes uvulares [uvular diacríticos,sinais [diacritics] 42,87,
consonants] 128 101-104,329-351
Consort 243 diálogo, tipografia de [dialogue,
conteúdo final [final matter] 84 ver typography of] 92
também notas finais [endnotes] didone, tipo 135
conteúdo inicial [initial matter] 83- Didot 106,145,228,301,369
84 Greek 125,301,369
contraste ]0,114,124. 145,354 Didot,Ambroise Finnin ver Firmin~
Convention 374 Didot,Ambroise
copyright (súnbolo) 337 Didot, Finnin 142, 145,228,275,369,
coreano 158,197,201,336 385
Cornford, Francis M. 122, u3 Didot,François-Ambroise 368
COfJ'O (do tipo} (body (ofthe diese [diesis] 337
type}] 364 Diethelm, Walter 384
corrida de bicicletas e tipografia 107 digitais [digitais] 229
cor (tipográfica) 32,119,211,355 digital, tipografia (digital
Cossgrove, Carl 247 typography] 10Ó,1210 15lo1520 157o
Courbet, Gustave 147 198-202,213-214
Credo 376 Dijck, Christoffel Van ver Van Dijck,
cree 126,158 Christoffel
Cristal 307 dinamarquês 59ol03o 331,332,342
Cronos 377 dingbats 355
curl (sinal diacrítico) 339 Diogenes 302
cursivo [cursive] 40,66-69, 87, u;, Diotima 239,245,246, 259,308,379
410
Erasmus, Desiderius 296
0 . tima de Mantinea 245 Erbar,)akob 388, 39'
di~~ngos, tipográficos [diphtongs, Erhardt 257,373
typographicl 104 ver Ericus 369
também ligaturas [ligatures} escalas modulares {modular
Documenta 245• 3.67 scalesl 182-185
Does, Bram de 155• 257• 272• 369,400 escribas 40
dois-pontos [colon} 43,87.328,337 escribas, tradição dos 151,154 indice
Dooijes, Dick 381 chineses & japoneses 16,87
Dostoiévski, pyodot 120 . egtpcios t6, 177-178,191
Double Augu.stin Open Capttals 37& europeus 1J4-135o177•180, 213• Z-33•
Dio\in1a
Doves, Roman 242 293.307
-Eve
I Downer, John 151, :t89,374• 38:1,383, gregos 178
I 384 hebraicos 178
DPl vef resolução, digital justificação '207
f D'l'L ver Dutch Type Library modulação do !raça 87,278
I ouc de Berry 291 pena larga vs pena pontuda 145-
I Dutch 'l'ype Library' 143• 245,153
146
Dwiggins, William Addison 90,125•
I pontuação 8;, 89
152· 245· 248, 293· 366,369.387
I dyet (CMUCtere) 315,337
romano 8;, 278
! eslo1/aco 319
"'
Et1glejeather 295,363
esloveno 317
espacejamento entre letras
Eaves, Sarah Ruston 205
[!etterspacing] 38-39,:2.20-221
Edo, dinastia 129
411
Exco~on,Roger 295.389
Exertrer, Jean 384 fontes (cont)
expressionismo
ext -
146,_,
u8,248 Truelfpe 220 225
11 •
ensaodaletra[extension]u fj ruelfpe Open 201, 207
extensores [extenders] 357 5 antes GX fax fontsJ 20I,207
ExPonto 275 , 296, fontes Truelfpe {TrueType
378
ezh (caractere) 316, 338 fonts] 199-202, 2o;. 220
FontShop 20].217.22].266
lndice ""
"fatface» 291 forma geométrica [geometric
Faccio• G"lOVannide l67.JU.JóS, form] 147-148,Ist,I6o-169 , 281
Excoffon- 373.383
299>361 •
Garamond Fairbank 2J6,2<f7.Jó9 forma lógica (do texto) 26-Jt
Forsberg,Karl~Erik 96,236
F~bank.Alfred 156,247.369
Foster, Robert 309
Fa~t:field 152,245,248,376 Foundry. The 147
fala (como referência para a
Fournier 144, 223 , 249 , 281 ,
tipografia) (speech] 58,1oo-1o1 364
F?umier, Pierre~Simon
Falcon 152,369 249
Fox, Benjamin !46, 243
f.unllias tipográlicas (type fax (língua Algonquiana) 127
families] 62-69,114-119,ts6,227 frações (fractions] 33 8
Fann Street Foundry 384, 390 Franklin, Benjamin 143
faroês toJ,Jt5,J23,JJ8 Franklin Gothic 14 6, 2]8
Faulkner, William 95 fratura 40,290,291,357
Ferrari,)ulia 385 Friediaender, Henri 394
Fibonacci. Leonardo 171 Friediãnder, Elizabeth 112
Fidelio 374 frísio 103
Figural 90,12.2, 248,258,374 Froben 97,228
.fijiano IOJ,J41 Frutiger 1o8,u8, 258,276, 28o, 289,
Filipinas, língua 103 305
finlandês IOJ,J49 Frutiger, Adrian 56, 6], 113, 118,132,
Finnin·Didot,Ambroise 298, 145· 155.156,235. 25], 258, 260,265,
300-·299. 302,369,385 2]6, 280,296,309,312
Fishrnan, ]anice Prescott 112,372 fulfuide 129
Flake, Günther 383 fundição tipográlica
flamengo 103 (typefoundry] 153,155-157
Fleischman,Johann Midlael 142,143, Fundición Tipografica Bauer 381,384
249, 298,J02,JÓ9o383 Fundición Tipografica Neufville 384
Fleischmann 142,249 fundições tipográficas
Flora 9loll5, 271, 279-280,J78 [typefoundries] 380-391
tlorão [fleuron] ]J,241,276.Jll>357 Futura s6,IO], 108,119, 147· 2)1, 2]6,
folhas de rosto [title pages] 71 280,281,305
fólios [folias] 181,190,357
fonéticos ver caracteres fonéticos "'garalde~ tipos 135
fontes [fonts] gaélico Jl8,319,32l,J30,J45
bitmap 199 galês 103,196, 220,JlÓ·-32J, 330,349
digital 121,198-202, 216-21]. 229 Galliard 54, 98,J4o, 250,265,364
GX 201,207 Gamma 275
Open'I)'pe 201,217,219, :1.10, :1.12. gancho nasal [nasal hook] 336,343
224,259, 2Ó9o329o 331o340 gancho palatal [palatal hook] 338
pi 121 Ganeau, François 113, 114
PostScript 199,200,201,206,:1.10 Garamond 6o, 96,112, 114,116,u8,137>
412
Garamond {conL) gregosmonotónicos (monotonic
250-254 Greeks] 121
Jannon, tipo de {conhecido grego 30,10t,1o8,n4,119-126,t58,
como) 113,141 178,195,197· 201,225,278.279.
Garamond, Claude 90,113,1J6,137• 298-301,324-.325
156,188, 205, 250-254· 267 di acríticos 121-122,324-325
gregas 205,298,299,303 lingüfstico 325
itálica 267 modernismo 298
Garamont 250 monotonal 121 fndice
Geoffrey de Anjou 263 numérico 325
Georgia 108 poli tonal 121, 299,362 Garamond
Gering, Ulrich 239 taxonomia de 298-301,360
-hebraico
Geschke, Charles 380 Grego Complutensiano 299,371
Gestalt 372 Griffo 371,374
GFS ver Gre~k Font Society Griffo, Francesco 137olJ9,155ot8o,
Gilgengart 379 205,206, 228,231,236,244. 247·
Gill, Eric 56, 62, 67,156, 22.6, 255,269, 265.298,299.303.352,371
281, 284,302,370.388 groenlandês 315,348
Gills, Michael 384 guillemets -ver aspas francesas
Gill Sans 56, 62, 223,255,281,302,305, Guillén de Brocar, Arnaldo 298
355o370 Gürtler,André 69
Giovanni 377 Gutenberg. }ohann Gensfleisch n6,
glam 325 133.134,171,196.202,205,206, 207,
gllfico {em oposição a gráfico) 290,293
[glyphic] 295 bíblia de 421inhas 196,205
glifos e paletas de glifos [glyphs and Guyot 367
glyph palletes] 202-207,357 Guyot, François 371
glotalizada [glottallied] 127,129,332 GX verfontesGx
Glypha 370
Golden 'I}'pe 242 "'
Haarlemmer 108,253,268,270, 271,
Golgonooza Letter Foundry 367 281,378
góticos. tipos [Gothic types] 40, Haarlemmer Sans 281
u6,117,142, 290,358,373 ver Haas, fundição 146,384
também arte gótica [Gothic art] Haas, Johann Wilhelm 384
Goudy, Frederic 39, 90,114,156,219, hátek. {circunflexo invertido) 330,
235· 238. 240, 244· 252, 255· 291, 292, 339
293.370, 372·376. 380,381,387 Hadassah 370
Goudy Old Style 371 Hadriano 371
Goudy Sans 371 haida 127,128
Goudy Text 292.371 Hammer, Victor 293,372
Goudy 1hirty 292,371 Hammer Uncial 372
grade ver malha Handy;John 235,237
Grafotechna, fundição 248,310 Harris Intertype 386
Grandjean, Philippe 385 Hartz, Sem 152,267,271
Granjon 251.372 haste [stem] 358
Granjon, Robert 140,205,250, hausa 129,196.341
251, 265.296. 298.371,380,389. Haüy; Valentin 278
398 havaiano 128
grau, sinal de [degree sign] 339 hebraico 30, 75,101, H9,124,158,195•
Greek Font Society 383 197, 225, J4l,J44o350o353
413
hebreus 178 iniciais (cont)
Hell, Rudolf 387 de nomes pessoais 36
Helvetica 39, go,to;,to9,no,n9,146, inscrições tipográficas 86-87
:130, :1]8, :2.89,:198,305,384 instinto 159-160
Heraklit 26t,)oo,JO:l,J03,J79 Integra 374
hera [hedera] 339 Intemational PhoneticAlphabet
Herculanum 132.309, Jt2,JJO (IPA) 130,359
Hermes Trismegistos 312 inuctitut 126,374
fndice Hess,Sol 2Jt,J87 iorubá 129,196,310,321
hifen [hyphen] ver iota,subscritos 121,362
hebreus também travessões Iridium 370
formas 8;,89-91,339 Isadom 372
- foanna islandês 103,338.348
USO 51-SJ,lOO-lOl.
hillgainoniano 103 ISO ver Intemational Organization
hintingdigital :126,358 for Standardization_
hipertexto 210 italiano 103
história da tipografia t0-22.110-m, Italian Old Style 370
133-158 itálico 63-64,66, 67, 68, 69, 70, 85,115,
histórica, autenticidade uo-111 125.359
Hoefer, Karlgeorg n;, 278,292, 293, aldino 139,228
294o295o3]2,38] Colines 218
Hoejler 372 Dante 139
Hoefler, Jonathan 6o, 266, Jll,J7l. Didot 228
385 ereto 67
Hoefler Type Foundry 385 Fournier 2..49-250
Hoell, Louis 237.379 origens 139
boi (sinal diacrítico) 339 sem serifa 278
holandês 59,103 transitividade 66
Holiday. Billie 44 vs romano inclinado 66-70
Hollander 253, :2.80, 378 i sem pingo e I oom pingo [dotless i
Holmes,Kris 6;,n2,282,J6J,J72.391 and dotted I] 339
hopi t26,J20 ....
Howes,Justin 241,382 Jaguar 274,295,377
Hudson,John 3]2,374o390 famille 372
hwnanista t8,284,J58 Jamra,Mark 256,372
húngaro 52,IOJ,t96,J29 Jannon, Jean UJ,114,141, 251-254,302,
Hunt Roman 379 372.381,385
Hyperion 379 fannon (= Monotype Garamond) 112,
113,252-253.305.364
igbo 129 fanson 141,152,257,373
ilocano 103 Janson,Anton 256
Império Romano 134,138,168,178, japonês 158
332 fenson 114,101,242,153-255.372
impressão [printing] lOS-106,151, Jenson, Nicolas 21,114,137,206,372
153-154. 2ll-213, 221 góticas 117,291
impressão offset 105-106,151,154 gregos 231,298,199,303
inclinação [slant] 358 romanos 22,117.131,142,253,281
indicador (tipográfico} [fist] 340 tipos e réplicas 2...41, 372
Indonésia 103 Jessen 373
iniciais [initials] ]oruma 255,269,370
414
jogo~da·velha [octothorp] 881 340,
347
""
Iakhota 128,3t8,321.
Jones, George W. 156, 242, 251,372, Lambrecht, Joos 373
387 Lange, Günter Gerhard 293,295,382
Journal 112,149,255,374 Lanston, Tolbert 152,386
Juliana 152 Lanston Monotype 156,231,386--387
justificação [justification] 33-34, Lanston Type Co. 387
51-53.207-209.359 Lardent, Victor 109
largura da letra [letterwidth] 43, !tidice
Kaatsldll 235,370 82-83,152,209,233
Kabel 305,373 largura de coluna [measure] 33-35, Jogo
Kaiser, Erhard 142, 249 177.179.359
Kapr, Albert 391 Latienne 372
-llnguas
Karner, Lui 267,312, 368,373, 383 latim 30, 46,128, 197, 201, 225
Karow,Peter 209,391 Laudatio 375
Katsoulides, Takis 125,301,J03,385 Laurentian 374
Kazcun,Alex 248 Lazurski to8, 126,306-307,373
Keere, Hendrik van den ver Van den Lazurski, Vadim 126,305,306,373,
Keere, Hendrik 389
Kennerley 90,219,255,370 Legacy 108,242,255, 257,268,372
Kennerley. Mitchell 256 Legacy Sans 62,289
Kepler 377 Legende 296
kerning 40-42, 59. n. 99,152,153. 217, ::.Cgra.'l.d, Marcellin 385
221-226,359 letão 196,336,341,350
polinomial vs binomial 42 LetterPerfect 387
kerning categorizado [class-based Lettersnider, Henric 290,373
kerning] 222 lettrines ver versais [caps]
Kesey, Ken 27 Lexicon 257,369
Kinesis 256, 372 Le Bé, GuU!aume, o velho 265,376
Kis, Miklós 141,152,156,256, 298, Le Corbusier (Charles-Édouard
302,373 Jeanneret), sistema modular, 173,
1ús (= Jannon) 256,364 174> 18J,185
Klingspor, Karl 386 Le Monde 108.375
Klingspor Bros Foundry 386 libra 376
Kobayashi,Akira 283 licenciamento 216-219, 230
Koch, Peter Rutledge 302 Li&o, Zuzana 112, 149,151, 205,255,
Koch,Rudolf 149,291, 293oJU,J68, 373.383
373.386 ligaturas [ligatures] 39,59-62, 195,
!Wch Antiqua 373 205o341o359
Kokoschka, Oskar 149 Hnguas africanas 103,
Komensky, Jan Amos 243 348 ver diacrítico; ver
Kompakt 379 também hausa; línguas khoisan
kra (caractere) 315 línguas asiáticas 87, 201, 220,315-323,
Krijger, Henk 373 344·385
Krimpen, Jan van ver Van Krimpen, !ínguas atapascanas 329
jan línguas maias 129
krouzek (caractere) 332 línguas nigerianas 129
Kudryashev. Nikolai 389 ~ínguas norte-americanas nativas 42,
Kuzanyan,Pavel 305,389 126-129,:1.20,330,343,348
kwakwala 127 Syntax character set 285
415
linhas caldas [drop !ines] 48 Manuscript 229, 2.48, 2.58
linha [line] 359 manuscritas arquitetônicas (fontes)
linha de 3 emes [tluee-em rule] 92. [architectonical manuscript
linha de base [baseline] 359 fonts] 295-296
Linotipia 154 Manutius 367
Linotype Library 21],387 Manutius,Aldus 97,139,187, 263
Lipton, Richard 235,374.382.,384 maori 128,316--321
listas (tipografia de) [I~t Marconi 379
fndice typography] 43-44> 80-83 Mardersteig. Giovanni 139,148,244,
Liszt. Ferencz 237 306,308,371,374,388
linhas Lithos 112,132, JO],J09, 378 margem de abertura [sinkage) 176
litografia [litography] 154 margem externa [externa!
-Miller
lituano 330o341o343o345 margin] 360
logogramas {logograrns] 591 360 margens [margins] 181-194
logotipos [logotypes] 59 Marigold 295
Lombardíc Capitais 292 Maring. Herbert 291
Lubalin. Herb 308,386 Martin, Robert 237
Luce. Louis- René 385 Martin, William 145,237
f.udda lOÓ,112.,115, 288,36], 3]1. Martínez Meave, Gabriel 374
Lucida Sans Io8,1JO, 282 Massin, Robert 27
Ludlow Typograph 388 matemática e tipografia 161
Ludwig & Mayer 388 Matheis, Hehnut 388
Lunda 369 Matthiessen, Peter 27
Lutetia ns, 268,JOI,J07,J78 Matthiopoulos, George- 304,385
Lutetia Open Capitais 378 Matura 295
Lydian 272.,368 Mauritius 377
L riscado [barredL] Jt5,JJ8,J40 McDonald,Rod 239,368,374
Medici(=Palatino) 26L
"'
"mediãval~ tipos96 Meier, Hans Eduard 56,u8,156, 285,
•modernos~ tipos 135 374
macedónio Jl8o329o337 Melior 62, 96,379
macro [macron] {sinal Memphis 147,363
diacrítico) 341 Mendoza 62,112,113,122,J24,258,374
Magnificat 295o375 Mendoza y Almeida. José 90,11,3,124,
maiúsculas [uppercaseletters] 63, 218,258,262,374 0 385,388
354 Menhart 374
versais 69 Menhart,Oldtich 90,149,156,248,
Majoor, Martin 62., 91, :12.7, 269,284, 258,293,310,374,385
374.384 Mergenthaler,Ottmar 152,387
malasiano 158,201 Méridien 56,108,112-114,118,235.258,
malauiano 103 260,265,280,289.364.370
malhas [grids] 182-183 Mestre de Base! 21.8, 247
Malin, Charles "44 Meta 377
maltês 315-323,339.345 Metro 369
maneirismo 109,139-140,250,265, Mexica 374
302 Michelangelo 233,261,303,310,379
Manfredi, Victor 129 Microsoft 224
Mantegna,Andrea 310 Middleton, Robert Hunter 388
Manticore 308,372. Miedinger, Max, 109,231,384.
Mantinia 203,2.50,310,368 Miller & Richard 388
Millet, François 147 navajo 103,12.6,u8,196, 329,340,343
Mills, William Ross 251,262,372, Nebiolo Foundry 389
374.390 negação 342
Mincho Katsuji 87 negaçãológjca.342
Minion 58, 69, 108,119,120,219,259, ueo-humanista 88,109,148, 237,244,
307,377 259· 261, 263,266,269,361
Cyrillic 120,306 neoclassicismo 19, 68, 88, 96,107,109,
Greek 12.0,300 111,113,126,143-145o150,151,154o
miolo (da letra) [counter] 360 178,236, 249. 262, 283, 299.304 lndice
Miscomini,Antonio 239,303,374 Neocodex 374
Mistral 295 neogóticas 144 Millet
Miyamoto, Kenneth 27 Neo Hellenic ver também
-octothorp
modernismo 20, 21, 57,107,109, New Hellenic
147-·149o265 Nero 375
modernista geométrica [geometric Neue Hammer Unziale 294
modernist] 20 Neufville ver Fundición Tipografica
modernista Urica [lyric Neufville
modernist] 21,148 Neufville Foundry ver Fundición
Modula 374 Tipografica Bauer
modulação {modulation] Neugebauer,Michael 295,384
do traço 87, I34o145o 278,360-361 Neuland 311,373
entre o romano e o itálico 67 New Hellenic 124, 299,303,361
Monotipia 154 Nicholas, Robin 247
Monotype 137,148,223-224, 388-· Nobel 376
389 ver também Agfa Monotype Nofret n2,n6,tso, 239,245.246,259,
Monotype, Lanston 156 379
Montaigne. 376 nomenclatura 230-232.
Monument 248,310,374 Noordzij, Christoph 384
Morison, Stanley 109,155, 226, 247, Noordzij, Gerrit 368,374,383
268, 295· 388 Noordzij, Peter Matthias 124, 238,
Mo~ William 242 375,383
Mosley,James 278 Nordstedt Foundry 389
movimento horizontal 32-44,179 Norton, Robert 239-241
movimento vertical 44-48,179 norueguês 59,103,331,332,342
Mozart, Wolfgang Amadeus 249 notas de rodapé [footnotes] 77
Mrs Eaves 205 notas de texto [textnotes] 76-8o
mulheres no design de tipos 112 notas finais [endnotes] 76-78
Multiple Master, tipos (MM} 200-201 notas laterais [sidenotes] 77,177,192
música e tipografia 26,27-28,31,54, Novarese, Aldo 308,389
94-95o131,160,162-163,182-183, novas ortografias 126-130
216 Nueva 378
mutton vereme [em] nulo [null] 342
tun (mícron) 342 numerais 55,108-109,340 ver
Myriad 108, 377• 378 também algarismos [figures]
nut verene
nacionalismo tipográfico 112. ~
418
poesia, tipografia de (cont) programas de comp. tlpog. (cont.)
[poetry typography] 27 tiJ!ográfica 6o-61,103-104, 196,
Poetica 140, 202, 203, 205, 206,259, 205-207
26J, 266, 354· 377 proporção 32-53,159-194
Poliphilus 90,139,156,223, i63--265, proteção lateral [sidebearings]
366,371 220-222
Polk, Noel 95 prova, tipo de [proofing type]
polonês 59,103,196, Jt.S-323 209-210
Polygraphmash 389 Pushkin 306, 373 fndice
Pompeijana 312. 370 Pye, David 206
Pontijex 89, 148, 192,231,265,364,375 poesia
pontilhadas, linhas [dottedlines] 44,
""
Quadraat 108, 266,268,283,377 -rococó
82. Cyrillic 306
ponto-e-vírgula [semicolon] 43,345 Quadraat Sans 283
ponto de exclamação [exdamation quaint 362
mark] 43, 88,328,344 Quay, David 231
ponto de interrogação [question quiché 129
mark] 43, 88,344 quociente de italicização [quocient of
ponto inferior [underdot] 344 italicization] 288
ponto médio [midpoint] 86-87,344
ponto superior [overdot] 345
""
racionalismo 143,235,355
ponto tipográfico [typographic Rãdisch, Paul Helmuth 378
dot] 32,84,193.364 Raffia 373
definição 361 Raleigh 239
Didot 354.362,364 Ratdolt, Erhard 206,375
pontuação 36,86-101 realismo 20,10],109,146-147,151,
Poppl, Friedrich 89,148,192.231, 352,364
265>375 recuo [indent] 48-52
Poppl Antiqua 375 reformismo 114
Poppl Exquisit 375 Regulus 367
Porchez.;ean-François 375 Reiner, Imre 295,376,381,382
Porson 303,304,366,375 renascentista, forma 18, 38, 39, 89, 97,
Porson, Richard 300,303,375,385 1o6,109,110,1U,n8,136-139·141,
português 103 148, ]49,154,172, 173.178, 219
pós-moderna (ietra) 21,149,150,151, Renner, Paul 56,147,231,276,280,
243· 262, 275.283 376.381,391
Post, Herbert 382 Renner Antiqua 376
PostScript 199-201,206, 220 Renner Grotesk 376
Pott, Gottfried 134, 291. Requiem 266,311,372
Pradell, Eudald 375 resolução digital 106,355.362
Praxis 271,279,378 tela 210
Preissig 149 reticências [ellipsis] 93-94,328,345
Preissig, Vojtech 149,375,385 Reynard 377
prensa tipográfica [letterpress] 105- Rhapsodie 112, 292
106, !54 Rialto 267,312,368,373
Present 296 R!ggs, R. Stephen 128
preservando o sistema 213-215 R.!mmer, Jim 233,376
Primer 376 ritmo 32-53,54,210
Prince, Edward 387 Rockwell 363
programas de composição rococó 142-143, 249,369
419
Rogers, Bruce 90, 96,u;,IJ7,156, 242, Schwabacher 290,292
l53o 3]2, 376 Scotch Roman 366
rolos 178 seção áurea [golden section] 166,
romain du roi 143 172-175,188
romance, tipo de 26-27,91 segundo ver plicas duplas
romanço 103 sem serlfa, tipos [sanserif type] 115,
Romanée u6, 378 118-119,151, 278-279· 288, 363
romano, tipo [roman typel Seria to8,115, 269,374
lndice alianças 63-64 Seria Sans 62,284
componentes 138 série de Fibonacci 171-174,183,213
Rogers desenvolvimento histórico 133-158 serifas egípcias [Egyptian serifs] 147,
inclinados[~oped] 6;-69,140 151,238,363
-sinal
tipo bold [boldface[ 64-65,70 serifa [serif] ver também sem serifa
romeno 196,JJO,JJÓ,JSO {sanserif]; serifa egipcia
Ronaldson, James 367 abrupta & adnata 352
Roas. Sjoerd Hendrik de 376 bilateral & unilateral 353,363
Rosswn, Just van 205,207,384 côncava & convexa 105
rotunda u;, 363,372 definida 105
Ru.se 375 egípcia 363
russo 124o326,JJÓ-J37 ver inscricionalt33-.134
também cirilico na tela 210
Rustiama 132.370 omissão de 278-279
Ruzicka, Rudolph 152,376,387 reflexiva & transitiva 66, 364
~ romana & itálica 66,363-364
saami 316; 337o 338 servo-croata 305,315-327.331,333o337
Sabon 4l.ÓI--62,UJ,U8,377 Shannon 112,372
Sabon,Jacques 391 Shaw, Paul 387
Sakwa, Jacqueline 374 Shchukin,Anatoli 305,389
Saladin 375 Sheldon 2.68,378
Samaritan 376 ShênKuà 133
Samson 372 Siegel,David 295,297,381
sangramento (impressão) Sierra 112, 372
[bleed] 363 siglas (acconyms] j8,40,57-58
Sanlecque, Jacques de. o jovem 376 $igma (caractere) 121
Sanlecque. Jacques de. o velho 376 silábicos canadenses {Canadian
sânscrito 341,344.348 syllabics] 374
Sanvito 377 Silentium 269-271.378
San Marco UJ,J72 Silica 377,390
Saskia 377 símbolos aritméticos 334o335.344o
Scala 91,1o8,u6, 227,374 347
Scala Sans 62,227 símbolos matemáticos 347
Scangraphic 390 símbolos monetários 334,346-347
Schadow 377 símbolos musicais 347
Schelter & Giesecke 390 símbolos não alfabéticos 86-104
Schneidler, Ernst 377 simetria 180
Schoetfer, Peter, o jovem 228 Simoncini. Francesco 252
Scholderer, Victor 121,114,376, Simplex 376
385.388 sinal de multiplicação [dimension
Schüle,Ilse 112,388 sigo] 93,347
schwa (caractere) 315,318,346 sinal de parágrafo [pilcrow] 88
420
sinal de seção [section mark] 88,346 Syntax (cont.)
sinal fonográfico [phonomark] 342,
347 conjunto de caracteres
sinonfmia 230-23.2 americanos nativos 285
sistema de aprendizado 155 slongo [longs] 60,315,321
sistema Modulor 173
Sistina 233,261,310,314,379 "transicionais': tipos ['transitional'
Skaryna, Frantsysk 304,376 type] 135
skolt 318,323,338 tabelas [tables] So-83 lndice
Slimbach 377 tagalogue 103
Slimbach, Robert 58, 69,120,137,140, Tagliente, GiovanantÓnio 138,155, sinal-
205, 219, 242,251,253.259.263, 266, 236.377 tipografia
295. 300, 306, 307, 354. 370, 377· tailandês 30,114,197
378,380,400,432 taitiano 103
Smaragd 307,312,365,379 Takaichi Hori 87
Smeijers, Fred .266, 283, 306,377• 384 tamanhos tipográficos 54,173,352,
sobrescritOSt caracteres 364
[superscripts] 76-77,331,342 Tavernier,Ameet 377.389
Sonclno, Gershom 97 tcheco 196,31Ó-3:U.329o330o332,339
Sophia 203-204,206,312,368 Tedlock, !Jennis 27
sórbio 321,323,330 Tekton 295, 297,363
Spectrum 106,108,148,253, 268, Telingater, Solomon 305
270-271,301,378 terminal (de uma letra) 18-21,364
Spiekermann, Erik 151,261,377,384, texto reticulado [screened text] 72
386 textura (tipográfica) 32,1.28
sputnik 346 textura (classe de letra gótica) 290,
Squire 295 364
Stan, Tony 238,252 Thompson, Bradbury 71
Stempel 118 Thompson, Greg 384
Stempel; fundição 113,147,156,390 Thoreau, Henry David 79,172
Stephenson, Blake & Co. 243,382, thorn (caractere) 316,348
384.388,390 Thorne, Robert 384
Stinehour, Christopher 302 7hoth 312
Stone 1o6,zo8,u5,129.377 tibetano 197,201
phonetic 130 Tiemann, Walter 386
Stone, Swnner 377> 380,390 til [tilde] 348.349
Stone Print 377 1ime 274,377
Stone Type Foundry 390 Times New Roman 108-uo, 224,
Stratford 379 298,305
sublinhado (caractere) Phonetic 130
[underscore] 348 tinta 213
subscritos [subscripts] 331 tipografia, definição de 15-17,23-31,
subtítulos 46,75-78 216
sueco 103,331.349 tipografia multicultural 114-1J0,158
Sulla, Lucius Cornelius 238 tipografia multilíngüe 28,59-60,
Sully Jonquiêres 374 103-104,119-IJ0,158
Sweynheym, Konrad 232.299,377 tipografia para monitores
Swift 91,253, 271,280,378 (de visualização) [typogmphyfor
Syndor 374 the monitor] 209-211
Syntax 39, 56,1o8,n8-119, .285, .289, tipografia teatral 27,94-95
421
tipos ald.inos (cont) Trinité 90,155,272-274,289,369
tipos aldinos [aldlne types] 139,233, Triplex 151,288,289,374
352 True'I)rpe. ver Fontes True'I)rpe
tipos civilité 205, 296,)78 Trump, Georg 89, 96,265,274,293,
tipos dramáticos [dramatic: types] 27 295oJ08, 377•387, 391
tipos manuscritos [script types] 101, Trump Deutsch 293,377
142,294-297 Trwnp Mediãval 61, 62, 89, 96,108,
tipos monocromáticos 265,274.377.
Índice [monochromatic typesl 107 Tschichold, Jan n8,189, 251,268,377
tipos móveis, história antiga dos tsimshian 127,316-323
tipos [movable type, early history turco 60,196,315,336,339,345,349
-variação of] 133 Twichett, Denis 133
tipos para titulo [titling faces] 307- Twombly. Carol 60,112,132, 134,141,
314 :141, 242> 307,309,313,368,377,380
tipos sem serifa [sanserif] 109,115, 1)rpoart, fundição 390
US-119.363
tipo chanceleresco [chancery umlaut (sinal diacrítico) 349-350
type] 279,299·354 unciais [uncials] 134,293-294•300
Tiro Typeworks 390 Unger, Gerard 91,115,253, 271,279,
títulos [heads] J8,;1-72 280,378.382,383
títuloscorren~ [rwmingheads] 2]- "Dutch Landscape with Let-
lS, 75o 80,181 ters" 28o
titulas laterais [sidehead] 75-76, unicamerais ver alfabetos
]8-]9.364 unicamerais
tlinguite 12Ó,ll8,Jl8-J22,JJ2 Unicode (conjunto de
Toriumi-Lawrence, Carol 295 caracteres) 201,365
torso 210 ver também altura-X Univers 39, 6],1t8,t90, 262,298,305,
[x-height] 370
traço de Sheffer [Sheffer's stroke) 335 University of California Old
Trajan 112., 134,313,378 Style 238,240,370
Trajanus 62, 90, 94,108,271-272.,368 URW 391
cirilica 272 Utopia 106,377
travessão [dash] 8],91-94•348 ver uzbeque 327
também hlfen [hyphen] ~
422
varredura [rasterization] 358 Wilson (Wilson Greek) 304,368
Veijovié 275,364,378 Winchester 369,379
Veljovié, Jovica 125,150,247, 269,275, Wolf, Rudolf 147
296.378,380 Wolpe,Berthold 156,308,379o388
Vendôme 112,113oll4o 229 Wright, Frank Lloyd 296
Venezia 242,372 wynn (caractere) 316
Venture 379
versais [caps] 73-75.307-314.354 xil.ogravura 133
versaletes [small caps] 55, 56, 57, 58, lndice
63, 65, 70, 73,115,341,353
"" 391
Y&Y
cirilico 40,304 Yasubumi Miyake 87 varredura
verso 50-51 Yeats, William But!er 50
-Zippora
Vicenza 366,379 Yefimov. Vladimir 306
vietnamita 196, 225,315-323,330,336, yogh (caractere) 316,350
337.342. 344· 348.349
Vil/age U 01 370 Zapf, Hermano 56, 67, 88, 90, 96,109,
Village n°2 371 n6,129,148,152,156, 207-209,
vinculum 349 230, 231,233, 243 1 257• 261, 2721 276,
vfrgula [comma] 88,89,349 282-283, 297,300,302,303, 306,
virgula invertida 350 310, 379o 386,390,391
vfrgula inferior [undercomma] 350 Zapf-von Hesse, Gudrun 56,112,134,
virgula inferior invertida [inverted 150, 232,233,239, 245, 246, 259,
undercomma] 350 269. 30], 308,312,379.382,390,391-
Visigoth 295 Zapfino 207,297,379
viúvas (tipográficas) [widows] 53 Zapf Book 379
Viva 378 Zapf Chancery 67,379
Vivaldi 295,375 Zapf Civilité 379
Zapf International 96,1o8,117, 364,
""
Wagner, Johannes Foundry 391 379
Walbaum 145, 275-·276,364, 378 ZapfRenaissance 2o6,:z;6-277.354,
Walbaum, Justus Erich 145, 275-276, 379
378.381 Zeno 374
Walker, Emery 242 Zippora 367
Wallau 373
Warde, Frederic 90,1J8,156, 242, 255,
366,378
Warnock 108,307,377
cirílica 307
Warnock. John 380
Weber Foundry 391
Weiss 108,379
Weiss,Emil Rudolf 379,381
Weiss Antiqua 379
Weiss Gothic 379
Weiss Rundgotisch 379
Werkstãtten und Museum fU.r
Druckkunst [WMD ), Leipzig 391
whiteletter 101,365
Wilhelm Klingspor Schrift 293,373
Wilson, Alexander 299,304,379
423
DO MESMO AUTOR
POESIA
TheShipwright~ Log·1972
Cada5tre • 1973
Bergschrund ·1975
Tzuhalem~ Mountain • 1982
The Beauty ofthe Weapons: Selected Poems 1972-82 • 1982
Tending the Pire· 1985
The Blue Roofs of]apan • 1986
Pieces ofMap. Pieces of Music •1986
Conversations with a Toad • 1987
The CaUing: Selected Poems 197o-1995 ·1995
Elements (desenhos de UlfNilsen) •1995
TheBookofSilences· 2001
Ursa Major: A Polyphonic Ma5quefor Speakers and Dancers • 2003
The Old in Their Knowing· 2004
PROSA
VtSions; Contemporary Art in Canada
(com Geoffrey James, Russell Keziere & Doris Shadbolt) ·1983
Ocean/Paper/Stone •1984
The Raven Steals the Light (com Bill Reid) •1984
Shovels, Shoes and the Slow Rotation ofLetters • 1986
The Black Canoe (fotografias de Ulli Steltzer) • 1991
Boats Is Saintlier than Captains;
Thirteen Ways of Looking at Morality. Language and Design • 1997
A Short History of the Printed Word (com Warren Chappell) •1999
A Story as Sharp a5 a Knife;
1he Classical Haída Mythtellers and Their World •1999
Carving the Elements: A Companion to the Fragments ofParmenides
(com Peter Koch e outros) • 2004
Prosodies of Meaning: Literary Form in Native North America • 2004
The Solid Form of Language: An Essay on Writing and Meaning • 2004
TRADUÇÕES
Ghandl of the Qayahl Llaanas. Nine VtSits to the Mythworld • 2000
Skaay of the Qquuna Qiighawaay. Being in Being:
The Collected Works ofa Ma5ter Haida MythteUer· 2001
Parmenides. The Fragments • 2003
"
"
Edição original: 1992
© Cosac Naify. 2005
© 1992,1996,:1002 Hartley & Marks Publishers Inc.
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