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Chamo de colegas pois ainda me considero uma recém-formada (no sentido de que estou
em constante formação embora meu último ano na Cásper tenha sido o longínquo 2010,
ano de uma atribulada porém não tanto quanto esta, campanha presidencial).
Primeiramente agradeço a todos os casperianos por terem acordado cedo para ver nossa
fala e fico muito feliz de estar ao lado de outros dois jornalistas muito mais experientes do
que eu. Falo do Conrado, fundador no Nexo (a novidade mais dinâmica da imprensa
brasileira dos últimos anos) e da Renata Cafardo, repórter especial que cobre Educação
aqui no Estadão. Quanto aos trainees do Estadão que também estão nessa lista, agradeço
também pelas muitas e inteligentes perguntas que fizeram.
Envio aqui para vocês uma enorme lista de dicas que fui acumulando nos últimos 9 anos
(desde que li um post em um site para estudantes de jornalismo ingleses), 7 dos mais
recentes mergulhada firme na ideia de adquirir habilidades para ser jornalista de dados,
sem saber por onde começar, ou onde buscar. Entretanto, as coisas no jornalismo de dados
mudam a uma velocidade incrível. Posso dizer que “quando comecei isso era tudo mato”,
ou melhor, nem mato tinha, não havia concorrência, nem vagas, nem ninguém na imprensa
dava bola pra isso. Hoje nenhuma empresa se dá ao luxo de ignorar o jornalismo de dados,
ainda que sejam poucas ainda as que invistam seriamente nele. Felizmente, o jornal
Estadão foi pioneiro nisso e por 6 anos o Estadão Dados se estabeleceu sozinho, sem ser
ameaçado pela mais remota concorrência. Essa fase acabou. Hoje a concorrência existe e
é forte, ainda bem, embora a área de dados ainda seja muito pequena no jornalismo
brasileiro. G1, Folha, O Globo, TV Globo, Gazeta do Povo, Nexo, têm seus núcleos. Além
deles BBC Brasil, Intercept, El País, Piauí e outros veículos de destaque nacional e regional
já possuem gente produzindo esse tipo de reportagem. Os maiores núcleos têm em média 5
jornalistas, o que pra realidade brasileira é um recorde, mas é muito aquém do número
praticado pelos veículos americanos. Alguns, como o Upshot do New York Times passam
de 30 jornalistas facilmente.
O nicho dos jornalistas de dados está sempre de olho em novidades e buscando integrar
novos processos em nosso trabalho. Por isso, essa lista de dicas seria muito maior, mas me
vi obrigada a retirar todas as dicas e práticas que caíram no meu desuso ou que se
mostraram obsoletas ou substituíveis no curto prazo. Uma revisão disso é sempre
constante. Abandonem as dicas em que vocês acharem soluções melhores e mais
eficientes, e as enviem para mim, via redes sociais, e-mail, etc.
Enfim, há muitas ferramentas e a lista pode ficar infinita. Não se preocupem tanto com
ferramentas. Elas estão sempre mudando e tomando o lugar umas das outras. O importante
é procurar dominar o espírito da tarefa e qualquer ferramenta vai lhe servir. A melhor
ferramenta é aquela ajustada exatamente para o seu problema e a que você chega a um
resultado confiável. Nem sempre a solução mais robusta ou mais inédita vai te ajudar.
Assim como nem sempre a solução mais simples dará conta do que você precisa fazer.
O Volt Data Lab fez um dicionário de tudo que eles conhecem, para a gente não se perder
no meio de tantas ferramentas.
É bem amplo. http://prego.voltdata.info/
Cardápio de gráficos
Nem sempre um gráfico de linha ou barra dá conta da mensagem que queremos transmitir.
Para essa situação é sempre bom ter à mão um “cardápio”
https://www.data-to-viz.com/
https://datavizcatalogue.com/
https://datavizproject.com/
Sei que é um caminhão de coisas, pessoal. E que muitas delas escapam do escopo
específico de jornalismo de dados. Mas enquanto não tivermos uma formação estruturada
em dados vamos ter que seguir o caminho do autodidatismo e da ajuda de colegas e cursos
livres. É um caminho que requer muita curiosidade e persistência. Espero que as dicas
sejam úteis para vocês.
Até mais,