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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MINAS

DAVID ALVARENGA DRUMOND

AVALIAÇÃO DE RECURSOS E RESERVAS MINERAIS

PORTO ALEGRE

2014
DAVID ALVARENGA DRUMOND

AVALIAÇÃO DE RECURSOS E RESERVAS MINERAIS

Trabalho de avaliação da disciplina – Avaliação de


Recursos e Reservas Minerais, do programa de pós-
graduação em engenharia de minas da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, como requisito para
aprovação da disciplina.

ORIENTADOR: Rodrigo de Lemos Peroni

PORTO ALEGRE

2014
Índice

Revisão Bibliográfica....................................................................................................................................4
Avaliação de Recursos e Reservas Minerais.............................................................................................4
Sequência de cálculo...............................................................................................................................4
Classificação de recursos e reservas minerais........................................................................................11
Exercício 1 – Aplicação de classificação de recursos em 2D.......................................................................14
A) - Enunciado.......................................................................................................................................14
B) - Banco de dados...............................................................................................................................16
C) -Interpretações geológicas................................................................................................................18
D)- Cubagem do depósito......................................................................................................................19
E) – Determinação dos teores médios...................................................................................................21
F) –Custos de exploração.......................................................................................................................25
G) –Determinação dos recursos obtidos................................................................................................26
EXERCÍCIO 2...............................................................................................................................................27
Utilização da função Rescat...................................................................................................................29
Utilização da função Estimate................................................................................................................31
Utilização do índice de risco..................................................................................................................33
Análise dos resultados...........................................................................................................................38
Conclusão..................................................................................................................................................38
Bibliografia.................................................................................................................................................39
Revisão Bibliográfica

Avaliação de Recursos e Reservas Minerais

Sob a perspectiva de qualquer trabalho de engenharia é necessário o estabelecimento de uma


linguagem técnica que seja reprodutível em qualquer meio de trabalho, e principalmente que garanta
uma comunicação comum aos responsáveis pela produção técnica. No entanto, em vista do ambiente
natural da mineração, as peculiaridades inerentes dos corpos geológicos tornam de difícil compreensão
e estabelecimento de termos comuns, nem mesmo às vezes dentro de modelos metalogenéticos
semelhantes. Modelos metalogenéticos são aqueles estudados pela geologia para a formação de
depósitos minerais que constituam em características semelhantes, como por exemplo, depósitos
formados por extrusão magmática, depósitos sedimentares ou rochas que se alteraram pelas mudanças
de pressão e temperatura, ou chamadas de metamórficas.

A classificação de recursos e reservas minerais parte da necessidade do avaliador averiguar as


possíveis incertezas do modelo geológico. Em grande parte as incertezas inerentes ao depósito são
correlacionadas com a forma de amostragem e os protocolos de avaliação dos teores, partindo da
garantia de que as formações geológicas são estáticas no ponto de vista da escala de tempo de trabalho.
Dessa forma o conhecimento da gênese destes depósitos é garantia de uma melhor acuracidade da
estimação das variáveis correlatas, à medida que o princípio de atualismo ensinado pela geologia,
garante que a reprodutibilidade dos fenômenos naturais seguem as mesmas leis, mesmo em eras
passadas.

Ponderando as consequências em engenharia de avaliação de depósitos minerais, há de se


considerar que o tratamento dado ao problema é multi-variável, e que a determinação das variáveis
aleatórias, simplesmente destes depósitos, é apenas uma componente que determina os resultados das
tomadas de decisão em âmbito empresarial, haja visto que existem outros fatores inerentes ao ambiente
de engenharia que não dependem do recurso natural em si, como questões sociais, ambientais e
econômicas que devem ser vistas como um conjunto global de um projeto de mineração.

Sequência de cálculo

O processo de avaliação geológica consiste em coletar amostras na região de dimensão de


extração dos recursos naturais, e à partir destas medições, inferir os valores da variável entre os espaços
das amostras. Consequentemente não há como realizar uma estimação sem haver um erro associado,
que está condicionado com a disposição das amostras no espaço e com a natureza do depósito mineral.
Diversas metodologias são utilizadas para se determinar os parâmetros inferidos, tais como técnicas
baseadas unicamente na geometria de disposição das amostras e técnicas geoestatísticas que
correlacionam as distâncias e as similaridades entre as mesmas. Utilizando uma destas técnicas de
estimação podemos determinar as incertezas associadas às características do depósito mineral.
O sucesso do empreendimento mineiro depende do estudo bem detalhado de todas as etapas à
priori para a determinação dos recursos e das reservas estipuladas. Para isso as medidas das variáveis
correlatas, tal como espessura das camadas, teores, densidade e etc, devem ser verificadas
experimentalmente e certificadas de sua comptência analítica. No entanto, não há como desconsiderar
o fato de que qualquer medida experimental é susceptível ao erro, e como tal merece atenção na sua
discriminação. Na verdade, em qualquer projeto de engenharia é cabível a aceitação do erro desde que
esteja estimado de forma coerente, e o conhecimento dos riscos seja aceitável em consenso como um
todo.

O cálculo de recursos tem como objetivo garantir ao empreendedor a relevância das estimativas
das propriedades do depósito, com certo grau de confiabilidade, de forma que as medidas de qualidade
e distribuição espacial das amostras sejam reprodutíveis do grau de continuidade espacial do fenômeno
estudado. O resultado destes cálculos serão base para a determinação dos estudos de viabilidade
técnica e econômica de etapas posteriores da mineração.

A sequência lógica de estudos de um depósito na mineração advém dos seguintes passos:

1. Definição da geologia
2. Validação dos dados
3. Interpretação dos dados geológicos
4. Verificação estatística
5. Variografia
6. Estimativa de teores por domínio
7. Cubagem do depósito
8. Validação do modelo
9. Caracterização dos volumes
10. Definição de recursos

Há uma distinção quanto às conceituações de um recurso e de reserva mineral. Um recurso


mineral depende exclusivamente da análise de um depósito, tal como as suas dimensões e
características físicas e químicas. Uma reserva depende das características de engenharia do projeto e
estão relacionadas com a disponibilidade social, ambiental, legal e econômica para a determinação do
projeto de explotação. Os recursos são então classificados segundo medidos, inferidos e indicados,
enquanto as reservas são consideradas como prováveis e provadas. A transição de recursos e de
reservas é realizada dinâmicamente, sendo um convertível no outro, dependendo do grau de
esclarecimento acerca do depósito mineral e das condições futuras de trabalho de uma mina, tal como
disponibilidade de mão de obra, beneficiamento do minério, logística de transporte, questões legais de
um país ou de uma região, impostos correlacionados, movimentos sociais reacionários e etc.

A figura abaixo, retirada do código australiano JORC (Joint Ore Reserves Commitee), esquematiza
a flexibilidade de transformação dos recursos em reservas tais como as mudanças dentro das próprias
classificações. Neste caso a classificação está representada por dois eixos, um relativo ao grau de
conhecimento físico e químico do depósito e outro relacionado com as condições reais de projeto da
mina.
Figure 1 - Transformação de Recursos em Reservas

No entanto, certo fardo e responsabilidade devem ser sempre compartilhados, pois não existe
lei ou razão plena para se definir os limites e qualidades de um depósito mineral. O raciocínio geológico
é mais dialético que exato e é sempre construído pela analogia de processos físicos e naturais
semelhantes, mas é irreprodutível no tempo e nunca exato. De certa forma, ao lidar com as incertezas,
naturalmente é cabível aos procedimentos e tomadas de decisão falharem em certos aspectos, mas sob
a postura de aceitação do erro, melhor é o reconhecimento dos processos que o levam a existir.

Portanto, como característica naturalmente estocástica, a definição do modelo geológico advém


da obtenção máxima e correlação das informações necessárias. Quanto maior for a quantidade dessas
informações, maiores serão os custos associados à amostragem e os riscos relacionados com as
divergências sociais, ambientais e legais. Ao optar por um melhor esclarecimento das propriedades do
depósito, o avaliador deve ter em mente as influências relacionadas com as respostas subsequentes da
mineração, tais como o valor presente líquido, a recuperação metalúrgica e a diluição do minério. O
conhecimento holístico dos fatores que correspondem ao empreendimento capacitam o avaliador em
um planejador, não se delimitando apenas as características físicas e estruturais do depósito, mas à sua
capacidade de se ater aos meandros práticos e reais de um processo de mineração.

A elaboração do conhecimento que advém da sobreposição de informações é realizada durante


toda a etapa de um projeto, no entanto, a avaliação de um recurso mineral somente se modifica pelos
parâmetros do depósito e de sua natureza que é geologicamente imutável e intransigível na escala de
tempo de trabalho. Estabelecidas boas práticas da obtenção do conhecimento geológico, como QAQC,
metoddologias coerentes de perfilagem e controle de desvios, metodologias de avaliação do depósito e
de boas estratégias de sondagem, não existe mutabilidade na análise. No entanto, sob o ponto de vista
de avaliação de reservas, o depósito não passa mais a ser visto como um evento fixo, mas susceptível
aos efeitos de tecnologia, de políticas, de taxações, dos preços de mercado, de influências de
stackholders, entre diversos fatores, o que torna a reserva algo muito mais dinâmico e associado às
incertezas do empreendimento.

Evidenciando a condição de que a categorização do depósito é feita pelo seu risco, questiona-se
o fato de que as classificações de reservas dependem de variações muitas vezes imensuráveis e de difícil
avaliação, enquanto a classificação de recursos depende somente do risco procedural. A estimação de
preços futuros, por exemplo, é uma questão mercadológica imprevisível. Modelos antigos de
previsibilidade de preços, baseados em médias móveis, considerariam um horizonte máximo de previsão
em torno de 4 a 5 anos. No entanto, a previsibilidade neste caso é apenas em relação à valores médios e
não considera os aspectos de variabilidade durante o tempo.

É notório o fato de que os modelos mais clássicos não conseguem previsibilidade adequada
para o tempo de fechamento de minas, que podem se situar de dezenas e até mesmo séculos de
exploração e prospecção. Modelos mais recentes, baseados em teorias espectrais, tentam reproduzir a
variabilidade dos preços na escala de tempo, mas a economia é muito mais que apenas uma ciência
exata em que os valores naturais são descritos de forma matemática, mas que permeia as considerações
das atitudes humanas que em muitos casos são completamente imprevisíveis.

Na avaliação de reservas minerais, o valor considerado do preço de venda do minério está


relacionado ao seu cut-off grade. Considera-se o break even cut-off grade como aquele teor ao qual os
custos relacionados à retirada e beneficiamento do material extraído se igualam ao retorno econômico
proveniente do material, ou seja, seu benefício é nulo. Note que o preço do minério é um dos
parâmetros de entrada da função benefício e determina se um material poderá ser classificado como
reserva. Caso o teor de um bloco do depósito estivar acima do teor de corte, significa que ele poderá ser
lavrado, sendo o contrário, será destinado à pilha de estéril. Então o teor de corte é uma das medidas
limitrofes que qualificam o material em recurso e reserva. Em termos matemáticos definimos :

Benefício=Ganho−Custos

Benefício=( t m R . E . P−t m R . E . ( I + Roy ) ) −( C b +Cm +C r ) =0

t m . E . R . (P−( I + Roy ) )=(Cb +C m +C r)

(Cb +C m +C r )
t m=t c =
E . R .(P− ( I + Roy ))

Tal que:
3
ρm=densidade do material (ton/m )

Cb =custo unitário de beneficiamento($ /ton)

Cm =custo unitário de mineração($ /ton)

Cr =custo unitário de refino( $/ton)

P= preço por volume do material ($ /m3)

R=recuperação metalúrgica

E=eficiência do refino

( I + Roy )=impostos e royaltsrelacionados($ /m3 )

O preço é uma das variáveis mais impactantes na definição de minério e estéril em mineração, e
o que delimitará o fluxo de caixa e benefício retornado pelo empreendimento.

Qualquer processo de avaliação de um depósito mineral requer um conhecimento geológico


extensivo da região. Muitos recursos minerais foram reconhecidos pela sua diferenciabilidade litológica
no meio. A Província de Erstberg na Indonésia foi um exemplo de reconhecimento geológico pela
aparência de um corpo diferenciado sem cobertura vegetal na mata.

Segundo [ CITATION Kyl03 \l 1046 ], o modelo da província de Ertsberg pode ser classificado
como um corpo geológico intrusivo de alteração hidrotermal, formando uma camada de cobre
porfirítico, representada pela mineralogia de elementos sulfetados tais como pirita, esfalerita,
calcopirita, galena e por materiais alcalinos tais como calcário, e demais como clorita e caulim. O
depósito ainda apresenta teores de ouro associados às formações clásticas e carbonatadas, e por
eventos de metamorfismo de contato . Inicialmente formadas as rochas básicas de composição traquito-
andesito, pela intrusão de magmas básicos em pequena profundidade, corpos com estruturas de domos
e diques foram alterados por processos hidrotermais que geraram a formação de rochas com
características sedimentares responsáveis pelos altos teores metálicos na região.

Como caracterísitca de depósitos hidrotermais de eventos terciários e quaternários, a qualidade


do conhecimento topográfico é característica conjunta do reconhecimento do depósito. Espera-se que os
eventos de alteração hidrotermal caracterizados por eventos geológicos recentes sejam acompanhados
pelas regiões de acúmulo de captação de água. O processo de hidrotermalismo associado à
metamorfismos de contato em épocas recentes, exigem regiões onde possa se evidenciar regimes de
pluviosidade em zona crustal. A representação topográfica de zonas de captação de água pode ser um
auxílio, mas de forma alguma lei unívoca na ponderação da prospecção de um depósito.

O conhecimento geológico da região permite, portanto, uma melhor estratégia de prospecção


inicial. As fotos abaixo demonstram as oito seções realizadas no depósito como etapa inicial de
reconhecimento do corpo. O conhecimento geológico e estrutural permitu realizar testemunhos
principalmente na região brechada onde os efeitos hidrotermais produzem concentrações de elementos
metálicos de maior importância. A determinação do controle geológico, tal como demonstrado pelo
depósito de cobre pórfiro de Estberg, é característica não somente científica, mas de quesito econômico
e procedural nas etapas que sucedem desde a prospecção até a fase de conclusão da cadeia produtiva
do elemento de interesse.

Figure 2 -Foto retirada [ CITATION Kyl03 \l 1046 ]

Formações geológicas anômalas de classe mundial como os depósitos de Estberg caracterizam


modelos metalogenéticos clássicos que formam modelo comparativo para vários outros tipos de
depósito semelhantes. Metaloctones são representações dos fenômenos naturais que servem de
sustentação para bases científicas da geologia e nas tomadas de decisão para fins de engenharia.

Além das próprias considerações geológicas, qualquer medida de avaliação de um recurso e de


uma reserva deve possuir um controle adequado das qualidades das análises, das descrições
pormenorizadas das características geológicas e da representação física cabível à auditoria. A
representação física dos testemunhos, em uma litoteca, é medida esclarecida pelos códigos
internacionais de mineração e garantia de transparência das empresas.

A utilização de um protocolo adequado de amostragem garante grande parte do sucesso de


avaliação do depósito. Como relatado por[ CITATION Lar04 \l 1046 ]:

“It has been know for more than 50 years that the combined
sampling erros typically amount to 10-100, or even much 100-1000
times the specific analytical erros associated with the chemical
analytical step itself”
É bem notório que a teoria de amostragem atual concede apenas um procedimento de
amostragem adequado, diferenciando os tipos de incerteza nas sucessivas etapas. Pela teoria de
amostragem atual não há como dizer se um procedimento é eficiente, mas apenas descartá-lo pela sua
ineficiência. A mensuração das incertezas em um processo de amostragem é relativa e nunca absoluta, e
como tal sempre existe a necessidade da utilização de meios de comparação. Um protocolo de
amostragem coerente deve possuir rotas duplicadas de forma a garantir acuracidade técnica ao
procedimento. Não obstante, os processos de análise química devem requerer brancos e amostras
duplicadas.

A caracterização dos limiares das incertezas em um projeto (PMBOK, 1984) , em suas diversas
etapas sob a perspectiva de recurso podem ser demonstradas abaixo. Mesmo sob a tentaiva de regular
os valore mínimos de incerteza admissíveis em um projeto, não existe forma completamente correta de
atribuição dos valores limiares para os diversos tipos de depósito, à medida que a erraticidade natural
geológica se apresenta diferenciada até mesmo dentro de depósitos da mesma província mineral, ou de
características metalogenéticas semelhantes.

Table 1 - Erros admissíveis nas etapas de um projeto

conceitual ±30%
preliminar ±20%
viabilidade ±10%

Sob o dinamismo da avaliação de recursos e reservas na pesquisa mineral, o crescente conhecimento do


depósito delimita fases no projeto ao longo do tempo, e conclusivamente afeta as variáveis técnicas na
engenharia de mina. A figura abaixo demonstra a relação da influência do conhecimento nas etapas do
projeto. Entende-se que a evolução da ciência toma partido cada vez maior nas decisões o que também
acarreta na redução dos riscos aceitáveis.

Figure 3- Influência dos tipos de recurso com a evolução do projeto

Recursos inferidos
Recursos inferidos Recursos indicados
Recursos indicados Recursos medidos
Recursos medidos

Estudo
Estudo Pré-
Pré- Engenharia
Engenharia Engenharia
Engenharia
Viabilidade
Viabilidade construção
construção Ramp
Ramp up
up operação
operação
conceitual
conceitual viabilidade
viabilidade básica
básica detalhada
detalhada

Considerações sociais, ambientais, pessoas necessárias ao trabalho, mas que não necessariamente
compõe a equipe de projeto, constituem os chamados stackholders. Como forma de continuação do
projeto é necessário um custo para a mantenabilidade dos interesses dos stackholders, que decresce de
acordo com o decorrer das etapas sucessivas de sua formulação.

Figure 4 - Figura extraída de PMBOK (2004)

Classificação de recursos e reservas minerais

A definição de recursos e reservas minerais parte de uma definição segundo o código de


mineração considerado e, portanto, mais tem valia a credibilidade mercadológica do empreendimento
do que propriamente para fins de engenharia e considerações técnicas. Limitam-se às considerações
finais tomadas pelo esclarecimento à longo prazo de um projeto, e portanto são conclusivas, partindo da
necessidade da discriminação dos procedimentos tomados e transparência das decisões. O trabalho de
auditoria realizado por alguns códigos como o JORC advém de um competent person, ou pessoa
qualificada em um commodite mineral que tenha capacidade de se acercar das variabilidades e
incertezas do projeto.

Como medida conclusiva e não procedural, muitas das metodologias de classificação de recursos
advém de técnicas clássicas como o inverso do quadrado da distância ou de metodologias geoestatísticas
tais como a variância de krigagem. Pouco se atribui, geralmente, às metodologias de simulação
estocástica que verdadeiramente tomam as variações da variável aleatória regionalizada. A justificativa
de que a classificação é conclusiva e não procedural permite com que, se os procedimentos realizados
previamente são corretos e coerentes, a disposição espacial dos dados é o fator de garantia das
incertezas dos dados.

Abaixo se encontra uma lista de metodologias convencionais para a determinação de recursos


no ambiente de mineração:
a) Isolinhas
b) Polígonos de influência
c) Triângulos de influência
d) Seções transversais
e) Grids irregulares e regulares

Figure 5 -Diversas metodologias de análise de recursos geométrica

Uma proposta mais simples talvez seja a estipulação de raios de influência para as medidas
tomadas. Essa foi a metodologia utilizada no exercício 1 e consiste em determinar uma distância do
ponto de medição para se tomar como certeza um valor medido, indicado ou inferido. No caso essa
distância pode ser tomada como um range do variograma, por exemplo.
Figure 6 - Metodologia de distância amostral

A tabela abaixo demonstrada por (SOUZA, 2007) relata como as diferenças no desvio padrão das
estimativas de krigagem podem produzir variações nos recursos provados, prováveis e possíveis..

Algumas metodogias como demonstrado por (RIBEIRO, 2012) indicam relação de múltiplos
fatores na consideração de recursos. A utilização de uma variável indicadora como forma de averiguar a
acertividade de minério, conjugada com a variância de krigagem, como forma da distribuição espacial
dos dados, apresenta um modelo mais robusto de definição de recursos. O gráfico abaixo é uma
demonstração da estipulação dos recursos como utilização de um modelo vetorial.

Figure 7 - Gráfico da relação de variáveis com recursos medidos, indicados e inferidos


A equidistância do vetor da origem no gráfico acima permite classificar cada bloco segundo um
índice de risco, tal que um eixo é considerado como a krigagem dos indicadores para um dado cut-off e o
outro a variância de krigagem. O comprimento deste vetor caracteriza o bloco segundo um recurso
medido, inferido ou indicado.

Seguem alguns exercícios como uma explanação do modelos de classificação dos recursos.

Exercício 1 – Aplicação de classificação de recursos em 2D

Este exercício simula um relatório de avaliação de recursos. Em uma planilha de excel os valores das
células corresponderiam à superfície de um campo. A cada tentativa de amostragem de uma célula, os
dados desconhecidos se tornaram reais e foram integralizados no banco de dados. O grid orignal
correspondia a uma malha regular de 1500m x 1500m, sendo composta 15 células na linha e na coluna
correspondendo a um valor de 100 m de distância de cada amostra. Segue abaixo a lista composta de
cada etapa do projeto:

a) Enunciado
b) Banco de dados
c) Interpretações geológicas
d) Cubagem do depósito
e) Determinação dos teores médios
f) Custo de exploração
g) Recursos medidos

A) - Enunciado

Considerando o grid quadrado, regular de (1500X1500) de nós espaçados de 100 em 100m,


planejar uma campanha de sondagem segundo as diferentes etapas de um projeto. Serão realizadas 4
etapas contituídas de:

 Estudo de escopo: até 10 amostras


 Estudo de pré-viabilidade: até +15 amostras
 Estudo de viabilidade: até +20 amostras
 Estudo de detalhe: até + 20 amostras

Considere que os valores unitários de cada etapa da amostragem de testemunho sejam representados
por:

Sondagem R$ 100,00

Descrição R$ 15,00

Preparação R$20,00
Análise R$ 30,00

Aquisição de Padrão R$ 50,00

Custo variável = Sondagem + Descrição + preparação + análise + aquisição de padrão = R$ 215/ furo

Ainda deve haver um custo fixo representado por 10 amostras padrão e duplicatas:

Custo fixo = 10*215 = $2150

A equação que rege os custos de avaliação dos testemunhos é então:

Custo total = 2150 + 215.n | n =número de furos realizados por campanha

Questões:

1. Determine em cada fase do projeto a sua interpretação geológica para o depósito

2. Determine em cada fase do projeto os teores e as massas do depósito

3. Calcule o custo de controle de qualidade e da campanha de amostragem em cada uma das fases do
projeto

4. Construa um banco de dados para cada uma das fases do projeto e faça uma estimativa de teores e
massas baseado na sua interpretação

O banco de dados deve conter o seguinte formato:

COLUNA 1: BHID, identificação do furo

COLUNA 2: INDICE X, indicador numérico do número da coluna (iniciando em 1 no bloco inferior


esquerdo

COLUNA 3: INDICE Y, indicador numérico do número da linha (iniciando em 1 no bloco superior


esquerdo)

COLUNA 4: COORD X, coordenada X do CENTRÓIDE da amostra

COLUNA 5: COORD Y, coordenada Y do CENTRÓIDE da amostra

COLUNA 6: CAMPANHA, identificação da campanha de sondagem

COLUNA 7 TEOR AU, resultado do teor analisado para a amostra (será fornecido quando entregue a
campanha)

COLUNA 8 LITOLOGIA, resultado da descrição litológica para a amostra (será fornecido quando entregue
a campanha)
5. Classifique os recursos para cada uma das fases do projeto por métodos geométricos e monte uma
tabela de recursos contendo massa e teores médios considerando a seguinte relação

RECURSO MEDIDO: 0 a 100 m

RECURSO INDICADO: 100 a 200

RECURSO INFERIDO: 200 a 300

B) - Banco de dados

O banco de dados com as amostras segundo campanha, posicionamento e tipo litológico, tal
como o teor associado ao elemento de interesse está demonstrado abaixo:

Table 2 - Banco de dados da pesquisa mineral

BHID X Y COORDX COORDY Campanha Teor de AU Litologia


1 16 15 800 750 Estudo de escopo 0.568 2
2 16 23 800 350 Estudo de escopo 0.498 2
3 16 30 800 0 Estudo de escopo 0.658 3
4 16 8 800 1100 Estudo de escopo 0.191 2
5 16 1 800 1450 Estudo de escopo 1.474 3
6 8 15 400 750 Estudo de escopo 0.082 1
7 1 15 50 750 Estudo de escopo 0 1
8 24 15 1200 750 Estudo de escopo 1.019 3
9 30 15 1500 750 Estudo de escopo 0 1
10 8 8 400 1100 Estudo de escopo 0.082 1
11 25 8 1250 1100 Estudo de pré_viabilidade 0.681 2
12 25 22 1250 400 Estudo de pré_viabilidade 0.533 2
13 8 22 400 400 Estudo de pré_viabilidade 0.117 1
14 3 4 150 1300 Estudo de pré_viabilidade 0 1
15 29 4 1450 1300 Estudo de pré_viabilidade 0.046 1
16 3 28 150 100 Estudo de pré_viabilidade 0.146 1
17 29 28 1450 100 Estudo de pré_viabilidade 0.151 1
18 20 26 1000 200 Estudo de pré_viabilidade 0.548 2
19 20 15 1000 750 Estudo de pré_viabilidade 0.694 3
20 20 4 1000 1300 Estudo de pré_viabilidade 1.187 3
21 12 26 600 200 Estudo de pré_viabilidade 0.316 2
22 12 15 600 750 Estudo de pré_viabilidade 0.184 2
23 12 4 600 1300 Estudo de pré_viabilidade 0.059 2
24 22 25 1100 250 Estudo de viabilidade 1.5 3
25 22 5 1100 1250 Estudo de viabilidade 1.101 3
26 22 15 1100 750 Estudo de viabilidade 1.56 3
27 12 29 600 50 Estudo de viabilidade 0.213 2
28 12 20 600 500 Estudo de viabilidade 0.113 2
29 12 10 600 1000 Estudo de viabilidade 0.233 2
30 12 1 600 1450 Estudo de viabilidade 1.376 3
31 8 1 400 1450 Estudo de viabilidade 0.099 1
32 5 15 250 750 Estudo de viabilidade 0 1
33 8 26 400 200 Estudo de viabilidade 0.058 1
34 26 1 1300 1450 Estudo de viabilidade 1.301 3
35 26 15 1300 750 Estudo de viabilidade 0.795 2
36 26 26 1300 200 Estudo de viabilidade 0.235 2
37 18 5 900 1250 Estudo de viabilidade 0.642 2
38 18 12 900 900 Estudo de viabilidade 0.89 3
39 18 20 900 500 Estudo de viabilidade 1.42 3
40 18 26 900 200 Estudo de viabilidade 0.627 2
41 22 20 1100 500 Estudo de viabilidade 0.175 3
42 22 10 1100 1000 Estudo de viabilidade 1.627 3
43 22 29 1100 50 Estudo de detalhe 1.376 3
44 22 2 1100 1400 Estudo de detalhe 1.266 3
45 20 22 1000 400 Estudo de detalhe 1.86 3
46 20 18 1000 600 Estudo de detalhe 1.559 3
47 20 10 1000 1000 Estudo de detalhe 1.053 3
48 20 6 1000 1200 Estudo de detalhe 0.405 2
49 27 29 1350 50 Estudo de detalhe 0.22 2
50 26 18 1300 600 Estudo de detalhe 0.177 2
51 27 12 1350 900 Estudo de detalhe 0.28 2
52 27 5 1350 1250 Estudo de detalhe 0.029 2
53 14 27 700 150 Estudo de detalhe 0.38 2
54 14 19 700 550 Estudo de detalhe 0.429 2
55 14 12 700 900 Estudo de detalhe 0.162 2
56 24 26 1200 200 Estudo de detalhe 0.383 3
57 14 6 700 1200 Estudo de detalhe 1.004 3
58 14 23 700 350 Estudo de detalhe 0.406 2
59 9 29 450 50 Estudo de detalhe 0.211 2
60 10 18 500 600 Estudo de detalhe 0.169 2
61 10 8 500 1100 Estudo de detalhe 0.015 2
62 8 4 400 1300 Estudo de detalhe 0.022 1
63 28 22 1400 400 Estudo de detalhe 0.194 2

C) -Interpretações geológicas
Considerou-se no exercício que as etapas de prospeção como geofísica e geoquímica
garantiram a área de interesse constituída da malha de 1500mx1500m. Na etapa de estudo conceitual, o
primeiro ponto a ser amostrado foi considerado o centro de massa da área, pois é um ponto que seria
garantido pela geofísica, e os demais pontos amostrados tentaram capturar as possíveis continuidades
vertical e horizontal do depósito. Buscou-se posteriormente, segundo os octantes, as variações de
continuidade possíveis no projeto de pré-viabilidade.
Verificou-se a continuidade espacial expressiva dos tipos litológicos com o estudo de viabilidade,
no entanto, relativo à continuidade dos valores de teor, a erraticidade expressiva dos dados,
principalmente na componente vertical de maior continuidade litológica, não permitiu a utilização de um
modelo geoestatístico adequado, mesmo que a quantidade de amostras fosse suficiente para se iniciar
os estudos. Neste caso, optou-se pela expressividade geométrica das disposições espaciais das
amostras, tentando no estudo de detalhe determinar os contatos entre os tipos litológicos em vermelho
e amarelo.
A figura abaixo demonstra a incorrespondência do tipo litológico com os valores de teores, tal
que na direção N0°, onde deveriam haver melhores correlações espaciais, demonstram erraticidade à
nível de efeito de pepita puro. As pequenas correspondências na direção horizontal são perceptíveis, no
entanto ocorre pela mudança de tipo litológico, mas a erraticidade natural demonstrada nas diferentes
direções propõe que a utilização de uma metologia geométrica neste caso é preferível.

As interpretações dos tipos litológicos discriminadas nas diferentes etapas de projeto estão
determinadas na figura abaixo:
D)- Cubagem do depósito

Os valores de tonelagem associados à cada etapa da pesquisa são demonstrados abaixo.


Considerou-se uma potência unitária do minério:

Volume dos respectivos tipos litológicos


2,250,000 metros
Área total cúbicos
Estudo conceitual
0,362,559 metros
Área vermelha cúbicos
0,257,960 metros
Área amarela cúbicos
Área azul = Área total - (Área vermelha+Área 1,629,481 metros
amarela) cúbicos
Estudo de pré-viabilidade
0,339,091 metros
Área vermelha cúbicos
0,737,066 metros
Área amarela cúbicos
Área azul = Área total - (Área vermelha+Área 1,173,842 metros
amarela) cúbicos
Estudo de viabilidade
0,556,714 metros
Área vermelha cúbicos
Área amarela 0,804,255 metros
cúbicos
Área azul = Área total - (Área vermelha+Área 0,889,031 metros
amarela) cúbicos
Estudo de detalhe
0,610,152 metros
Área vermelha cúbicos
0,814,123 metros
Área amarela cúbicos
Área azul = Área total - (Área vermelha+Área 0,825,724 metros
amarela) cúbicos

Em cada etapa do planejamento mineral, observou-se um crescente aumento do conhecimento dos


tipos litológicos característicos do material amarelo e vermelho. O gráfico abaixo demonstra o aumento
volumétrico dos elementos amarelo e vermelho:
E) – Determinação dos teores médios

Para a determinação dos teores médios do depósito foi considerada a utilização de polígonos de Thyssen
para a avaliação.

Cada etapa abaixo está relacionada quanto ao ponderador da área utilizada e para a estipulação do teor
médio em cada etapa da pesquisa mineral.

ETAPA CONCEITUAL
Furos X y teor litologia ponderador
1 800 750 0.57 2 1.022
2 800 350 0.50 2 1.022
3 800 0 0.66 3 1.022
4 800 1100 0.19 2 1.022
5 800 1450 1.47 3 1.022
6 400 750 0.08 1 1.022
7 50 750 0.00 1 1.022
8 1200 750 1.02 3 0.911
9 1500 750 0.00 1 0.911
10 400 1100 0.08 1 1.022
Teor médio 0.456037688
ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE
Furos X y teor litologia ponderador
1 800 750 0.57 2 0.711
2 800 350 0.50 2 0.831
3 800 0 0.66 3 1.120
4 800 1100 0.19 2 0.774
5 800 1450 1.47 3 0.875
6 400 750 0.08 1 0.964
7 50 750 0.00 1 1.333
8 1200 750 1.02 3 0.729
9 1500 750 0.00 1 1.187
10 400 1100 0.08 1 0.959
11 1250 1100 0.68 2 1.010
12 1250 400 0.53 2 1.123
13 400 400 0.12 1 0.959
14 150 1300 0.00 1 1.328
15 1450 1300 0.05 1 1.341
16 150 100 0.15 1 1.328
17 1450 100 0.15 1 1.505
18 1000 200 0.55 2 0.941
19 1000 750 0.69 3 0.659
20 1000 1300 1.19 3 0.851
21 600 200 0.32 2 0.831
22 600 750 0.18 2 0.736
23 600 1300 0.06 2 0.906
Teor médio 0.35689
ESTUDO DE VIABILIDADE
Furos X y teor litologia ponderador
1 800 750 0.57 2 0.643
2 800 350 0.50 2 0.659
3 800 0 0.66 3 1.334
4 800 1100 0.19 2 0.739
5 800 1450 1.47 3 0.846
6 400 750 0.08 1 0.988
7 50 750 0.00 1 1.930
8 1200 750 1.02 3 0.611
9 1500 750 0.00 1 1.646
10 400 1100 0.08 1 1.375
11 1250 1100 0.68 2 0.816
12 1250 400 0.53 2 1.213
13 400 400 0.12 1 1.001
14 150 1300 0.00 1 1.935
15 1450 1300 0.05 1 1.778
16 150 100 0.15 1 1.841
17 1450 100 0.15 1 2.113
18 1000 200 0.55 2 0.641
19 1000 750 0.69 3 0.537
20 1000 1300 1.19 3 0.799
21 600 200 0.32 2 0.706
22 600 750 0.18 2 0.731
23 600 1300 0.06 2 0.781
24 1100 250 1.50 3 0.666
25 1100 1250 1.10 3 0.695
26 1100 750 1.56 3 0.537
27 600 50 0.21 2 1.380
28 600 500 0.11 2 0.846
29 600 1000 0.23 2 0.853
30 600 1450 1.38 3 0.921
31 400 1450 0.10 1 1.421
32 250 750 0.00 1 1.128
33 400 200 0.06 1 1.048
34 1300 1450 1.30 3 1.498
35 1300 750 0.80 2 0.718
36 1300 200 0.24 2 0.993
37 900 1250 0.64 2 0.631
38 900 900 0.89 3 0.569
39 900 500 1.42 3 0.599
40 900 200 0.63 2 0.613
41 1100 500 0.18 3 0.625
42 1100 1000 1.63 3 0.597
Teor médio 0.440
ESTUDO DE DETALHE
Furos X y teor litologia ponderador
1 800 750 0.57 2 0.610
2 800 350 0.50 2 0.592
3 800 0 0.66 3 1.137
4 800 1100 0.19 2 0.657
5 800 1450 1.47 3 1.049
6 400 750 0.08 1 1.080
7 50 750 0.00 1 2.636
8 1200 750 1.02 3 0.637
9 1500 750 0.00 1 1.792
10 400 1100 0.08 1 1.471
11 1250 1100 0.68 2 0.814
12 1250 400 0.53 2 0.759
13 400 400 0.12 1 1.066
14 150 1300 0.00 1 2.346
15 1450 1300 0.05 1 2.279
16 150 100 0.15 1 2.607
17 1450 100 0.15 1 2.072
18 1000 200 0.55 2 0.556
19 1000 750 0.69 3 0.516
20 1000 1300 1.19 3 0.749
21 600 200 0.32 2 0.676
22 600 750 0.18 2 0.735
23 600 1300 0.06 2 0.860
24 1100 250 1.50 3 0.587
25 1100 1250 1.10 3 0.639
26 1100 750 1.56 3 0.547
27 600 50 0.21 2 1.305
28 600 500 0.11 2 0.721
29 600 1000 0.23 2 0.783
30 600 1450 1.38 3 1.112
31 400 1450 0.10 1 1.604
32 250 750 0.00 1 1.360
33 400 200 0.06 1 1.263
34 1300 1450 1.30 3 1.334
35 1300 750 0.80 2 0.742
36 1300 200 0.24 2 0.811
37 900 1250 0.64 2 0.647
38 900 900 0.89 3 0.565
39 900 500 1.42 3 0.558
40 900 200 0.63 2 0.583
41 1100 500 0.18 3 0.574
42 1100 1000 1.63 3 0.596
43 1100 50 1.38 3 1.129
44 1100 1400 1.27 3 1.089
45 1000 400 1.86 3 0.532
46 1000 600 1.56 3 0.543
47 1000 1000 1.05 3 0.565
48 1000 1200 0.41 2 0.599
49 1350 50 0.22 2 1.672
50 1300 600 0.18 2 0.770
51 1350 900 0.28 2 1.057
52 1350 1250 0.03 2 1.165
53 700 150 0.38 2 0.788
54 700 550 0.43 2 0.637
55 700 900 0.16 2 0.645
56 1200 200 0.38 3 0.671
57 700 1200 1.00 3 0.720
Teor médio 0.4606044
O gráfico abaixo demonstra a evolução do teor médio do depósito ao longo da pesquisa mineral.
A baixa variação do teor ao longo da pesquisa demonstra a erraticidade natural do depósito, que pela
utilização de uma malha de sondagem o mais geometricamente equidistante permite a avaliação com
um menor número de etapas possíveis.

Teor médio ao longo das etapas de pesquisa


0.50.46 0.44 0.46
0.45
0.4 0.36
0.35
Teor médio

0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
ETAPA CONCEITUAL ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE ESTUDO DE VIABILIDADE ESTUDO DE DETALHE

Etapas da pesquisa

Teor médio ao longo das etapas de pesquisa

F) –Custos de exploração

Em relação aos custos de exploração podemos verificar a análise segundo a tabela abaixo:

Custos relacionados à exploração do depósito


campanha número de sondagens Custo de sondagem Participação
Conceitual 10 $ 4,300.00 19%
Pré-viabilidade 13 $ 4,945.00 22%
Viabilidade 19 $ 6,235.00 28%
Detalhe 21 $ 6,665.00 30%
Total 63 $ 22,145.00
Percentual dos custos em cada etapa de exploração

19.42%

30.10%
Conceitual
Pré-viabilidade
Viabilidade
Detalhe

22.33%

28.16%

G) –Determinação dos recursos obtidos

A determinação dos recursos foi obtida segundo a estipulação de um critério geométrico, tal que
os valores que se encontravam até 100 metros do colar do furo foram considerados recursos medidos,
de um valor de 100 a 200 metros foram considerados recursos indicados e acima deste valor como
inferidos:

Recursos
Medidos até 100m
Inferidos de 100 a 200m
Indicados de 200 a 300 m

O mapa abaixo demonstra a classificação segundo o critério de distância:


RECURSOS E RESERVAS
ESTUDO CONCEITUAL ESTUDO DE PRÉ- ESTUDO DE ESTUDO DE DETALHE
MEDIDO 270460 VIABILIDADE
MEDIDO 666753 VIABILIDADE
MEDIDO 1162646 MEDIDO 1513389
INFERIDO 723596 INFERIDO 1326259 INFERIDO 956999 INFERIDO 636774
INDICADO 1255945 INDICADO 256988 INDICADO 130355 INDICADO 99837
TOTAL 2250000 TOTAL 2250000 TOTAL 2250000 TOTAL 2250000

Exercício 2 – Aplicação da determinação de recursos 3D

O exercício a seguir é uma utilização de técnicas de determinação de recursos e reservas em um


ambiente utilizando um modelo 3D de furos de amostras. O depósito característico é fosfático e
representa amostras pontuais retiradas extensivamente no corpo mineral. O mapa das amostragens está
caracterizado abaixo:
Utilização da função Rescat

A função rescat se limita a desenvolver o cálculo de reservas minerais pela distância mínima do ponto de
amostragem. Considerando a distância geométrica como critério para a definição de recursos, tomemos
o exemplo dado tal que:

Medido < 100 m


Inferido 100 m < d < 200m
Indicado 200 m < d < 1000 m

As figuras abaixo demonstram os inputs necessários para se realizar o cálculo


O resultado pode ser demonstrado por um mapa de esferas como na figura abaixo:

RESULTADOS
MEDIDO 1.190.643.750m3
INFERIDO 765.518.750m3
INDICADO 210.987.500m3
Utilização da função Estimate

A próxima função a ser utilizada provê das distâncias variográficas para determinar os recursos
do depósito. Pela suavização dada pela krigagem, espera-se que o mapa tenha menores irregularidades
e seja mais suave que o anterior. A expansão variográfica foi feita com 1x, 1,5x e 2x o elipsoide de
procura.

As figuras abaixo demonstram os inputs necessários para se realizar o cálculo


RESULTADOS
MEDIDO 1.827.493.750m3
INFERIDO 326.275.000m3
INDICADO 13.381.250m3

Utilização do índice de risco

A utilização do índice de risco requer a definição de um teor de corte previamente estabelecido.


Assim consegue-se utilizar de uma variável indicadora para que se possam estabelecer os valores acima
e abaixo do teor de corte para que seja realizada uma krigagem de indicadores com os dados. Para a
formatação da variável indicadora, utilizou-se um teor de corte de 3g/tonelada de fosfato apatítico como
teor de corte. Utilizou-se a função EXTRA para o estabelecimento da variável.

Os comandos utilizados para a função de estimação dos dados está representado abaixo:

O modelo variográfico correspondente à variável indicadora foi

Efeito pepita: 0.02

Modelo Range X Range Y Range Z Variância


Esférico 42 42 13 0,145
Esférico 231 231 50 0,081
Em seguida para o cálculo do índice de risco e atribuição dos recursos foi utilizada a tabela abaixo e a
função EXTRA:

Categori ndÍicerso
dMioe RI<0,6
Inferido 0,6<RI9
Indicao RI>0,9
E

RESULTADOS
MEDIDO 1.342.118.750m3
INFERIDO 326.143.750m3
INDICADO 498.887.500m3
Análise dos resultados

A tabela abaixo demonstra os resultados obtidos na avaliação de recursos para as diversas


metodologias. Os desvios relativos apresentados foram da ordem de 1/5 na definição dos recursos,
sendo o maior potencial associado aos valores medidos. Verificou-se maior quantidade de recurso
medido foi dado ao processo de expansão variográfica, pois este permitiu maior continuidade dos dados
e menor erraticidade das estimativas, mas questiona-se o fato de que os procedimentos geoestatísticos
estruturais devem ser bem qualificados antes de usar uma abordagem pouco menos rigorosa como a
metodologia puramente geométrica.

Conclusão

Entende-se que definir a melhor metodologia na avaliação de recursos minerais é um problema


ligado à complexidade geológica do depósito trabalhado. Como as formas de estimação de teores nunca
são unívocas na mineração, é cabível a utilização de diversas metodologias de determinação de recursos
minerais. Não existe modelo ótimo generalizado, mas permissível de acordo com as condições do
depósito, sendo aqueles que podem ser melhor utilizados, os que representem a natureza das incertezas
do depósito. Modelos geométricos mais conservadores, como utilizado na função RESCAT, se adaptam
melhor à incerteza de teores errádicos do exercício 1. No caso do exercício 2, em que existe uma
estruturação espacial evidente, é melhor utilizado um modelo que incorpore o range do variograma.

Apesar de ser tratado como um problema, não foi verificado no trabalho a utilização de reservas,
por essas considerarem um trabalho multi-disciplinar que envolve vários aspectos além de somente os
quesitos de engenharia.
Bibliografia

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