Positivismo Concepção positivista: – Positivismo como concepção teórico-método- lógica proposta pelo filósofo Auguste Comte (1798-1857), marcada por: • imposição de estudo dos fenômenos naturais e humanos de modo positivo: real em opo- sição ao quimérico; certo em oposição ao incerto; preciso em oposição ao impreciso; • orientação pela lei dos três estados de evolução do espírito humano: 1- estado fetichista ou teológico: explicação de fenômenos naturais e humanos a partir de fatores sobrenaturais (ação dos deuses); 2- estado metafísico ou filosófico: explicação de fenômenos naturais e humanos a partir de noções abstratas; 3- estado positivo ou científico: explicação de fenômenos naturais e humanos a partir de dados empíricos, por meio da observação e do raciocínio, visando à formulação de leis universais; • classificação gradual das ciências – das mais simples e distantes do ser humano às mais complexas e próximas dele: Matemática, Astronomia, Física, Química, Fisiologia (Biologia), Sociologia. Émile Durkheim, as instituições e o indivíduo Concepção funcionalista: – Funcionalismo como concepção teórico-metodo- lógica proposta pelo sociólogo Émile Durkheim (1858-1917), baseada na concepção da sociedade como um grande organismo, formado por institui- ções que atuariam como órgãos do corpo para os seres vivos – Conceito de Sociologia de Durkheim: → “ciência da gênese e do funcionamento das instituições sociais*” (TOMAZI, 2013, p. 29): família, escola, sistema judiciário, Estado, religião, mídia. *instituições: “todas as crenças e todos os modos de conduta instituídos pela coletividade” (DURKHEIM [1895/1901], 2007, p. XXX) – Objeto de estudo da Sociologia de Durkheim: • fatos sociais: “toda maneira de fazer, fixada ou não, sus- cetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior [...] que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independen- te de suas manifestações individuais” (DURKHEIM [1895/1901], 2007, p. 13) – Características dos fatos sociais: •coercitividade: imposição de normas sociais aos indivíduos; •exterioridade: existência externa (anterior e posterior) aos indivíduos; •generalidade: capacidade de atingir todos os indivíduos de cada sociedade. “Um fato social se reconhece pelo poder de coerção externa que exerce ou é capaz de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder se reconhece, por sua vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que o fato opõe a toda tentativa individual de fazer-lhe violência. Contudo, pode-se defini-la também pela difusão que apresenta no interior do grupo, contanto que, conforme as observações precedentes, tenha-se o cuidado de acrescentar como segunda e essencial característica que ele existe independentemente das formas individuais que assume ao difundir-se.” (DURKHEIM [1895/1901], 2007, p. 10) “Um fato social se reconhece pelo poder de coerção externa que exerce ou é capaz de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder se reconhece, por sua vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que o fato opõe a toda tentativa individual de fazer-lhe violência. Contudo, pode-se defini-la também pela difusão que apresenta no interior do grupo [generalidade], contanto que, conforme as observações precedentes, tenha-se o cuidado de acrescentar como segunda e essencial característica que ele existe independentemente das formas individuais que assume ao difundir-se [exterioridade].” (DURKHEIM [1895/1901], 2007, p. 10) “Condicionado e controlado pelas instituições, cada membro de uma sociedade deve saber como agir para não desestabilizar a vida comunitária [cumprindo sua função institucional]; sabe também que, se não agir da forma estabelecida, será repreendido ou punido, dependendo da falta cometida.” (TOMAZI, 2013, p. 29) – Alguns conceitos da sociologia durkheimiana (funcionalista): • Socialização: fato social amplo, disseminador de normas e valores sociais, que asseguram a coesão da sociedade ao longo do tempo; • Consciência coletiva: consciência comum a todo um grupo, representativa da sociedade e não dos indivíduos, que vive em cada um deles e assegura a continuidade da coletivi- dade, por meio da solidificação das institui- ções sociais. Consciência coletiva: “Sistema ideias, sentimentos e hábitos que se exprimem em nós [...] o grupo ou os grupos diferentes de que fazemos parte; tais são crenças religiosas, crenças e práticas morais, tradições nacionais ou profissionais, opiniões coletivas de toda espécie. Seu conjunto forma o ser social.” (DURKHEIM apud QUINTANEIRO, 2009, p. 28) “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade [que] forma um sistema determinado que tem vida própria” e produz “um mundo de sentimentos, de ideias, de imagens” [as representações coletivas*] (DURKHEIM apud QUINTANEIRO, 1995, p. 28) *representação: conteúdo de um ato do pensamento; representações coletivas: “como a sociedade vê a si mesma e ao mundo que a rodeia” (DURKHEIM apud QUINTANEIRO, 1995, p. 28). •Anomia: “ausência ou insuficiência de nor- matização das relações sociais ou (...) falta de instituições que regulamentem essas rela- ções” (TOMAZI, 2013, p. 30) “Durkheim enfatiza a necessidade da coesão e da integração da sociedade para se manter. Para ele, o conflito existe basicamente pela anomia, isto é, pela ausência ou insuficiência da normatização das relações sociais, ou por falta de instituições que regulamentem essas relações” (TOMAZI, 2013, p. 30) Referências bibliográficas: DURKHEIM, Emile. As regras do método sociológico. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. QUINTANEIRO, Tânia. Émile Durkheim. In: QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um toque de clássicos. Belo Horizonte: UFMG, 1995. TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.