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Entre as ações humanas que podem alterar o balanço hídrico, destacam-se em escala
local e regional o desmatamento, a mudança do uso do solo, os projetos de irrigação e a
construção de barragens. Na escala planetária, destaca-se a mudança climática global
decorrente da alteração das características químicas da atmosfera com gases que
promovem o "efeito estufa".
Causas naturais: a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos, que escoam pelo
canal principal de uma bacia hidrográfica em condições naturais, dependem do clima e
das características físicas e biológicas dos ecossistemas que a compõem. A interação
contínua e constante entre a litosfera, a biosfera e a atmosfera, acabam definindo um
equilíbrio dinâmico para o ciclo da água, o qual define em última análise, as
características e as vazões das águas. Este equilíbrio depende basicamente:
• das quantidades e distribuição das precipitações: a quantidade de água
proveniente das precipitações em uma bacia hidrográfica apresenta variações
temporais e espaciais;
Alguns exemplos brasileiros nos quais os recursos hídricos ainda são controlados pelas
condições naturais.
Bacia Amazônica: um exemplo típico são as águas dos rios Solimões e Negro,
formadores do Amazonas. O rio Solimões, proveniente da região Andina, possui água
com pH aproximadamente 7, sendo rico em nutrientes, apresentando uma coloração
amarelada em decorrência dos sedimentos que transporta. O rio Negro, proveniente de
áreas cobertas por vegetação, porém com solos predominantemente arenosos, possui pH
4,5, é pobre em nutrientes e apresenta cor escura devido, às substâncias húmicas que
transporta, as quais são produzidas pela decomposição incompleta da biomassa nos
solos arenosos.
A bacia do rio Amazonas apresenta uma situação curiosa, com uma área de
aproximadamente 6 milhões de km2 e recebendo uma precipitação média da ordem de
2.460 mm/ano, faz com que o rio Amazonas apresente na sua foz a formidável vazão
média de 209.000 m/s. Porém, como parte dos afluentes são provenientes do hemisfério
sul e parte do hemisfério norte, o regime do rio apresenta variações características. O
canal principal formador do Amazonas, o Apurimac-Ucayale e seu principal afluente, o
Marañon, são provenientes da região Andina, e os afluentes da margem direita
localizam-se no hemisfério sul, recebendo as precipitações maiores no período do verão
(outubro-março). Por outro lado, os afluentes da margem esquerda com suas cabeceiras
no hemisfério norte, recebem as precipitações máximas no período de maio-julho.
Esta situação faz com que, embora no alto Amazonas (Solimões) existam fortes
flutuações no nível das águas com oscilações acima de 10 m, a variação de vazão do
baixo Amazonas. A variabilidade das precipitações, refletindo-se nas quantidades
extremas de água de superfície disponível através dos rios que formam os canais de
escoamento dos ecossistemas, pode ser verificada de exemplos de outras regiões.
Observa-se que as variações máximas estão relacionadas com as características e
dimensões da bacia hidrográfica considerada e das precipitações. Uma variação de
vazão ainda maior é encontrada para o rio Camanducaia, também localizado na bacia do
Piracicaba.
O fenômeno do "El Niño" - além dessa variações dentro do ano, decorrentes das
alterações da declinação do sol para as diversas latitudes do planeta, existem outras
causadas por variações climáticas, cujas causas fundamentais não estão totalmente
conhecidas. Algumas variações climáticas de médio e longo prazos e as conseqüências
variações do balanço hídrico, possuem oscilações cíclicas com períodos variáveis. Estas
encontram-se relacionadas às oscilações das atividades solares e às alterações dos
parâmetros astronômicos da translação do planeta. Um dos fenômenos cíclicos, porém
com variabilidade grande no período de ocorrência é conhecido como o fenômeno do
"El Niño". No Brasil as variações de precipitação e as conseqüências sobre as
temperaturas e o balanço hídrico em várias partes do país, estiveram relacionados com o
aparecimento do "El Niño", que também está relacionado com a diminuição da
precipitação na Bacia Amazônica e enchentes nas regiões Sul do país.
Catástrofes naturais: além destas variações climáticas anuais e aquelas com ciclos que
se superpõem, mas que estão dentro de uma média, existem outras que afetam o balanço
hídrico e que, pelas suas dimensões, devem ser tratadas de forma independente.
Algumas das causas destas variações catastróficas já estão incluídas na somatória das
causas anteriores, porém em alguns casos, outros fatores são importantes para suas
conseqüências finais. As catástrofes que afetam, especialmente as comunidades urbanas
como as enchentes de São Paulo e do Rio de Janeiro, são realmente mais devidas a
causas antrópicas, pela impermeabilização dos solos e propostas equivocadas no manejo
dos recursos hídricos, sem levar em consideração os conhecimentos das variabilidades
climáticas naturais de médio e longo prazo.
Variações antrópicas
Variações locais e regionais: qualquer atividade humana que altere os fatores básicos
que determinam o balanço hídrico, acaba por influir na disponibilidade dos recursos
hídricos de uma bacia hidrográfica. No Brasil, existem casos já evidentes onde o
antropismo melhora a oferta de recursos hídricos, alterando o tempo de residência das
águas de superfície nos ecossistemas. É o caso específico da construção de açudes no
Nordeste Brasileiro e do sistema de represas nos complexos de hidroeletricidade como
no rio Tietê, rio Grande e rio Paraná. Por outro lado, o uso da terra com remoção da
cobertura vegetal e com a implantação de uma agricultura sem controle da erosão,
normalmente degrada os recursos hídricos, pois aumenta o escorrimento superficial
carregando solos que promovem o assoreamento dos rios, lagos e represas. Em especial,
estas atividades antrópicas, associadas ao desenvolvimento industrial, à agroindústria e
à urbanização, degradam a qualidade dos recursos hídricos.
Fonte: Águas Doces no Brasil - Capital Ecológico, Uso e Conservação. 2.° Edição
Revisada e Ampliada. Escrituras. São Paulo - 2002. Organização e Coordenação
Científica: Aldo da C. Rebouças; Benedito Braga. Capítulo 02 - Água e o
Desenvolvimento Sustentáve
vegetação nativa entre as áreas de plantio, a fim de minimizar os impactos envolvidos com a
perda de solo e processos erosivos.
HISTÓRICO
Desde o início da colonização do Brasil, as florestas da região costeira vêm sendo derrubadas.
Naquela época, destacavam-se as matas de jacarandá e de outras madeiras nobres da região
do Sul da Bahia, do Norte do Espírito Santo e da denominada Zona da Mata de Minas Gerais.
De um total de, aproximadamente, 1,3 milhão de quilômetros quadrados da Mata Atlântica
primitiva, restam, apenas, cerca de 50 mil km2 - menos de 5% da área original.
Um outro dado alarmante é que, nas últimas duas décadas, a contribuição da Amazônia na
produção de toda a madeira utilizada no Brasil aumentou de 14% para 85%. A região forneceu
quase 29 milhões de m3 de toras em 1997. De acordo com dados oficiais, 80% dessa
exploração é feita de forma ilegal.
Coníferas
Caracterizam-se, principalmente, por possuir folhas em forma de agulhas e frutos em forma de
cones com sementes expostas. No Brasil, a conífera nativa mais conhecida é o pinheiro-do-
paraná cujo nome científico é Araucaria angustifolia. Uma outra conífera fornecedora de
madeira é uma espécie exótica (nativa de outro país, mas cultivada por aqui) que é o pinus.
O mais comum no Brasil é o Pinus elliottii, mas existem outros como o Pinus caribaea, Pinus
oocarpa, Pinus taeda, Pinus patula etc. Podem ser encontradas ainda outras coníferas nativas
como o pinho-bravo, pinho-do-brejo etc.
Folhosas
Caracterizam-se, principalmente, pelas folhas largas e frutos com sementes envolvidas por
uma casca. A este grupo pertence a grande maioria das espécies florestais brasileiras e aí
estão incluídas a sucupira (Bowdichia nitida), o ipê (Tabebuia spp.), o mogno (Swietenia
macrophylla), a andiroba (Carapa guianensis), o cedro (Cedrella spp.), o jatobá (Hymenaea
courbaril), o pau-brasil (Caesalpinia echinata), o jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra) etc.
Temos no Brasil uma folhosa exótica muito conhecida que é o eucalipto (Eucalyptus spp.).
Obs.: o termo conífera é a tradução correta para a palavra em inglês "softwood", enquanto
folhosa é a tradução correta para a palavra "hardwood". Traduzir softwoods como madeiras
macias e hardwoods como madeiras duras não é correto já que tanto entre as coníferas como
entre as folhosas existem madeiras duras e madeiras macias.
Fonte: www2.ibama.gov.br