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CONJECTURAS E

REFUTAÇÕES
Karl R. Popper (1963)

Bernardo Muniz
Brenda Suellen
Rodrigo Soares
“Não me considero especialista nem em
ciência nem em filosofia. Tenho, contudo,
tentado com afinco, durante toda a minha
vida, compreender alguma coisa acerca do
mundo em que vivemos. O conhecimento
cien=fico e a racionalidade humana que o
produz são, em meu entender, sempre falíveis
ou sujeitos a erro. Mas são também, creio, o
orgulho da humanidade. Pois o homem é,
tanto quanto sei, a única coisa no universo que
tenta entendê-lo. Espero que conInuemos a
fazê-lo e que estejamos também cientes das
severas limitações de todas as nossas
intervenções”
BIOGRAFIA
Karl Raimund Popper nasceu em Viena, em 1902. Estudou matemá@ca,
Asica, filosofia e psicologia, obtendo seu doutorado em 1928, na
Universidade de Viena.

Filósofo da ciência austríaco naturalizado britânico, é considerado por
muitos como o filósofo mais influente do século XX a tema@zar a
ciência.

17 de setembro de 1994

OBRAS
ü  A lógica da pesquisa cienVfica (1934)
ü  A miséria do historicismo (1944- 1945)
ü  A sociedade aberta e seus inimigos (1945)
ü  Conjecturas e Refutações (1963)
ü  Conhecimento Obje@vo (1972)
ü  Autobiografia intelectual (1974)
ü  O eu e seu cérebro, escrito em parceria com John C. Eccles (1977)
ü  Os dois grandes problemas da teoria do conhecimento
ü  Lógica da Pesquisa CienVfica (1982-1983)
ü  Um mundo de propensões (1990)
ü  O mito do contexto (1994)
ü  Em busca de um mundo melhor (1995)
ü  A lição deste século (1996)
ü  O mundo de Parmênides (1998)
ü  A vida é aprendizagem (1999)
ü  A sociedade aberta e seus inimigos
ü  A lógica da pesquisa cienFfica (1974)
ü  Conhecimento ObjeKvo (1975)
ü 1919 Quando pode uma teoria ser classificada como
cienVfica?
Existe um critério para classificar uma teoria
como cienVfica?
CIÊNCIA X PSEUDOCIÊNCIA OU METAFÍSICA

ü Frequentemente comete erros
ü Pode encontrar acidentalmente a verdade




MÉTODO EMPÍRICO INDUTIVO
Astrologia não a@nge o padrão cienVfico?

CONTEXTO HISTÓRICO

Século XX

ü Colapso do Império Austríaco, a Ástria havia passado por uma revolução.
ü Teoria da Rela@vidade de Einstein, Teoria da História de Marx, a
Psicanálise de Freud e Psicologia Individual de Alfred Adler.
ü Embora se apresentasse como ramos da ciência @nham de fato mais em
comum com os mitos primi@vos do que com a própria ciênica.
ü Não entrar em conflito com seus interesse de classe ou por causa de
repressões.
ü Sempre confirmadas – Fraqueza
Se a observação mostrar que o efeito previsto definiKvamente não ocorreu, a teoria é simplesmente refutada.

1.  É fácil obter confirmações ou verificações para quase toda teoria.


2.  As confirmações só devem ser consideradas se resultarem de predições
arriscadas;
3.  Toda teoria cienVfica “boa” é uma proibição.
O critério que define o status cienVfico
4.  A teoria que não for refutada por qualquer acontecimento concebível não é
cienVfica. de uma teoria é sua capacidade de ser
refutada ou testada.
5.  Todo teste genuíno de uma teoria é uma tenta@va de refutá-la.
6.  A evidência confirmadora não deve ser considerada se não resultar de um
teste genuíno da teoria;
7.  Algumas teorias genuinamente “testáveis”, quando se revelam falsas,
con@nuam a ser sustentadas por admiradores.
TESTABILIDADE X
IRREFUTABILIDADE
ü Einstein
ü Marx

ü Freud
ü Adler
ü Astrologia

Mitos podem conter importantes antecipações de teorias cienVficas.


ü Uma teoria passa a ser considerada não cienVfica ou metaAsica, nem
por isso será definida como absurda ou sem sen@do. Mas não se
poderá afirmar que esteja sustentada por evidência empírica, embora
possa facilmente ser um resultado da observação.
ü Portanto o critério de REFUTABILIDADE não se relacionava com
sen@do ou significado, a veracidade ou a aceitabilidade.

TESTABILIDADE
CRITÉRIO DE DEMARCAÇÃO
OU

REFUTABILIDADE
ü Crí@ca ao Critério de Significação de Wivgenstein

ü As proposições filosóficas ou metaAsicas, como são chamadas, são na


verdade falsas proposições ou pseudoproposições, sem sen@do ou
significado.

ü Critério de demarcação;

ü Não propus a refutabilidade ou a testabilidade como critérios de


significado.

O PROBLEMA DA INDUÇÃO

ü  Hume argumenta que não pode haver argumentos lógicos válidos


que nos permitam afirmar que “aqueles casos dos quais não
Ivemos experiência alguma assemelham-se àqueles que já
experimentamos anteriormente”.

ü  Conseqüentemente, “mesmo após observar uma associação


constante ou freqüente de objetos, não temos moIvo para inferir
algo que não se refira a um objeto que já experimentamos”.

O PROBLEMA DA INDUÇÃO

ü  A idéia central da teoria de Hume é a da repe@ção baseada na


similaridade, ou seja, só se pode admi@r que tenha efeito sobre o
indivíduo aquilo que para ele se caracteriza como uma repe@ção,
baseada em similaridade que só ele poderá iden@ficar.

ü  Propper afirma que a teoria de Hume está errada em pelo menos três
pontos:

O PROBLEMA DA INDUÇÃO

ü  a) O resultado Vpico da repe@ção: o processo se torna radicalmente


abreviado e deixa de ser consciente: torna-se fisiológico.

Exemplo: a reprodução de um trecho musical diAcil executado ao piano - é


que os movimentos que inicialmente necessitavam de atenção são afinal
executados automa@camente.
O PROBLEMA DA INDUÇÃO

b) Hábitos e costumes não se originam de repe@ção: Mesmo os hábitos de


andar, falar e comer em horas determinadas têm inicio antes de que a
repe@ção possa ter um papel importante;

c) A crença numa lei não corresponde precisamente ao comportamento que
revela a expecta@va de uma sucessão de eventos aparentemente baseados
numa lei;
O PROBLEMA DA INDUÇÃO

ü  Para os obje@vos de uma teoria psicológica que explique a origem das


nossas crenças é preciso, portanto, subs@tuir a idéia ingênua de eventos
que são semelhantes pela idéia de eventos aos quais reagimos
interpretando-os como semelhantes.

ü  Onde podemos afirmar que vemos a similaridade como o resultado de


uma resposta que envolve interpretações (as quais podem não ser
adequadas), antecipações e expecta@vas (que podem nunca se
materializar).
O PROBLEMA DA INDUÇÃO

Neste sen@do, Katz afirma:



“Um animal faminto divide o ambiente em objetos comesVveis e não
comesVveis. Um animal que foge enxerga caminhos para a fuga e
esconderijos. De modo geral, os objetos mudam de acordo com as
necessidades
do animal”.
ü AKtude DogmáKca: Está relacionada com a tendência para verificar
nossas leis e esquemas, buscando aplicá-los e confirmá-los sempre, a
ponto de afastar as refutações.

ü AKtude CriKca: feita de disposição para modificar as leis e esquemas


no sen@do de testá-los, refutando-os se isso for possível. (...críIca é
uma tentaIva de idenIficar os pontos fracos das teorias...).
ü A@tude Crí@ca = A@tude CienVfica
ü A@tude Dogmá@ca = Pseudociência

ü A a@tude crí@ca não se opõe propriamente à a@tude dogmá@ca; sobrepõe-


se a ela: a crí@ca deve dirigir-se contra as crenças prevalecentes, que
exercem grande influência e que necessitam uma revisão crí@ca - em
outras palavras, ela se dirige contra as crenças dogmá@cas. A a@tude crí@ca
requer como matéria-prima, por assim dizer, teorias ou crenças aceitas
mais ou menos dogma@camente.
ü A descoberta do método crí@co pelos gregos provocou, inicialmente
a esperança enganosa de que ele levaria à solução de todos os
grandes problemas do passado; de que estabeleceria o conhecimento
certo; de que ajudaria a provar nossas teorias, a jus@fica-las.

ü Essa esperança não passava de um resíduo da mentalidade


dogmá@ca: na verdade, nada pode ser jus@ficado ou provado (fora do
campo da matemá@ca e da lógica).
ü David Hume

ü  - Sua conclusão era a de que nossa crença nessas teorias é irracional.

ü Correto: Quando significa neste caso a incapacidade de pôr em dúvida as


leis naturais e a constância das regularidades que a natureza nos oferece;

ü Errado: empregado para denotar nossa aceitação crí@ca das teorias


cienVficas - uma aceitação tenta@va, combinada com uma disposição para
rever a teoria se conseguirmos refutá-la experimentalmente.
ü Vamos admi@r que aceitamos deliberadamente a tarefa de viver neste mundo
desconhecido, ajustando-nos a ele tanto quanto possível, aproveitando as
oportunidades que nos oferece; e que queremos explicá-lo, se possível (não será
preciso presumir esta possibilidade) e na medida da nossa possibilidade, com a
ajuda de leis e de teorias explica@vas.
ü Se essa é nossa tarefa, o procedimento mais racional é o método das tenta@vas -
da conjectura e da refutação.
ü P recisamos propor teorias, ousadamente; tentar refutá-las; aceitá-las
tenta@vamente, se fracassarmos.
ü A a@tude crí@ca pode ser descrita como uma tenta@va consciente de submeter
nossas teorias e conjecturas, em nosso lugar, à luta pela sobrevivência, em que
os mais aptos triunfam. Ela nos dá a possibilidade de sobreviver à eliminação de
uma hipótese inadequada - quando uma a@tude mais dogmá@ca levaria à nossa
eliminação.

“filosofia rastafári, de que o corpo é um


templo que ninguém pode modificar”
ü Demarcação : dis@nguir a ciência da mágica primi@va;
ü Indução

ü indução válida é usada aqui como critério de demarcação separando


a ciência da pseudociência.
1) A indução - isto é, a inferência baseada em grande número de observações
- é um mito: não é um fato psicológico, um fato da vida corrente ou um
procedimento cienVfico.
2) O método real da ciência emprega conjecturas e salta para conclusões
genéricas, às vezes depois de uma única observação.
3) A observação e a experimentação repe@das funcionam na ciência como testes
de nossas conjecturas ou hipóteses - isto é, como tenta@vas de refutação.
4) A crença errônea na indução é fortalecida pela necessidade de termos um
critério de demarcação que - conforme aceito tradicionalmente, e
equivocadamente
- só o método indu@vo poderia fornecer.
5) A concepção de tal método indu@vo, como critério de vericabilidade, implica
uma demarcação defeituosa.
6) Se armarmos que a indução nos leva a teorias prováveis (e não certas) nada do
que precede se altera fundamentalmente
Problema lógico da indução se origina:

ü é impossível jus@ficar uma lei pela observação ou por meio de


experiências, uma vez que ela transcende sempre a experiência;

ü ciência enuncia e usa leis todo o tempo;

ü na ciência só a observação e a experiência podem decidir a respeito


da aceitação ou rejeição das afirma@vas, inclusive das leis e teorias.
ü como saltamos de uma afirma@va derivada da observação para uma teoria?

ü como saltamos de uma afirma@va derivada da observação para uma “BOA”


teoria?

ü Saltando primeiro para uma teoria qualquer ; depois, testando essa teoria, para
ver se ela é boa ou má, isto é, aplicando reiteradamente o método crí@co, de
modo a eliminar muitas teorias inadequadas e inventando muitas teorias novas.
ü Nesse livro Popper explicou porque razão nos interessamos por teorias
que apresentam um grau de corroboração elevado;

ü Explicou também por que seria um erro concluir que estamos interessados
em teorias altamente prováveis, lembrando que a probabilidade de uma
afirma@va é tanto maior quanto menos ela informar .

ü Assim uma afirma@va de alta probabilidade terá pouco interesse cien@fico,


porque, dirá pouco, terá pouca capacidade de explicação.

ü E por final o autor examinou os problemas da Demarcação e Indução.


REFERÊNCIAS

Ø  OLIVEIRA, Paulo Eduardo de (org.). Ensaios sobre o pensamento de Karl


Popper. Curi@ba: Círculo de Estudos Bandeirantes, 2012.

Ø  POPPER, K. R. Conjecturas e Refutações: O Progresso do Conhecimento


CienVfico, Ed. Universidade de Brasília, 2008.

Ø  D i s p o n í v e l e m :
hvp://www.fisica-interessante.com/video-filosofia-da-ciencia-
racionalismo-cri@co-popper.html. Acesso em 07 de Junho de 2016.

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