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4 anos ago
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by Católico Porque...
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A primeira esposa de Basílio III, Czar da Rússia, não pôde dar-lhe filhos. Por
essa razão, o Czar se livrou dela e se casou com Helena Glinskaya, e desta
união nasceu o príncipe que posteriormente seria Ivã, o Terrível. São Máximo, o
Grego, profetizara ao Czar da Rússia desta forma: “Ó devotíssimo Czar,
honrado como o verdadeiro monarca que trabalha para estabelecer a vida dos
seus súditos na retidão e justiça; que sempre conseguiu superar a luxúria e as
más paixões da sua alma: Fica sabendo que aqueles que são escravos das suas
próprias paixões não são imagem viva do Senhor Celeste, mas imagem bruta
da natureza crua”.
O Czar, talvez ansioso para gerar um herdeiro, se fez de bobo e não colheu a
indireta do bom Patriarca, o que fez com que um outro, Marcos de Jerusalém, a
partir de uma respeitável distância, lhe dirigisse uma advertência mais ao tom
dos Profetas bíblicos: “Se realizares esta iniquidade, terás um filho mau. Teu
reino será presa de terrores e lágrimas. Rios de sangue correrão; as cabeças
dos nobres cairão; e tuas cidades serão devoradas pelo fogo”. Não precisamos
lembrar ao gentil e horrorizado leitor que o Czar gerou o seu príncipe e o que
aconteceu a seguir – o cumprimento dessa profecia – pode ser lido em
qualquer livro que narre a História da Rússia até os nossos dias. Ivã foi coroado
370 anos antes da Revolução de Outubro [de 1917]. Estes quatro séculos viram
o cumprimento da terrível profecia com uma exatidão não menos terrível. Não
se chegou a cumprir quatro séculos da dinastia nascida dessa decisão de Basílio
III antes que as cabeças dos Romanov rolassem, enquanto outros monarcas
caíam em toda a Europa no tempo da [Primeira] Grande Guerra, e a pestilência
da influência espanhola varria a Cristandade do mapa para inaugurar a obscura
nova ordem europeia, que nos conduziria à guerra total, às armas nucleares, à
nova moral e outros “ais” apocalípticos. O perfume do fim do mundo se
expandiria sobre a terra no dia em que a dinastia Romanov se extinguiu; porém,
em outra terra, um outro aroma surgiria, anunciando outro “Rex Terribilis”, o
Rei dos reis que um dia voltará para reclamar o seu feudo roubado.
Para nós no Ocidente (ou o que vai restando dele), a onda maléfica chegou
com uma sucessão de perseguições que têm feito dos últimos 100 anos os mais
sangrentos da História do Cristianismo. O Papa fala de um “ecumenismo de
sangue” que ele enxerga na forma de que cristãos de toda espécie são
exterminados por hordas anticristãs, pouco importando se são católicos,
evangélicos, ortodoxos ou até sectários deste ou daquele tipo. O “odium fidei”
não faz distinção de credos; basta o nome de Cristo para que alguém seja
atacado.
Nas regiões onde o sangue ainda não atingiu o rio, verifica-se claramente as
nuvens de tempestade juntarem-se densamente: leis que atacam a moral e a
família tradicionais multiplicam-se feroz e veementemente. Em alguns países se
está criando o precedente legal do assim chamado “discurso de ódio”, pelo qual
eventualmente se proibirá a pregação de temas morais dentro das próprias
igrejas. A minha impressão é que logo será obrigatório cantar louvores ao
homossexualismo, ao aborto, ao homomônio e outras iniquidades, e quem não
fizer isso será lançado à fornalha ardente, tal como na história bíblica dos três
jovens hebreus [cf. Daniel 3,52-90].
Parece que à medida que o Ocidente se afasta das suas raízes cristãs, a Rússia
realiza uma busca nas ruínas das suas. É que eles sofreram na própria carne a
devastação do Comunismo. A Rússia é um país que se afoga nos males
deixados pela finada União Soviética: alcoolismo desenfreado, abortos que
superam os nascimentos em 50%, doenças mentais e congênitas resultantes do
consumo de álcool e outras substâncias, suas vastas riquezas e seu ambiente
devastados pela incompetência dos comissários políticos, sua juventude sem
esperança (este, talvez, o pior dos seus males!). Creio – esta é a minha
humilde opinião – que a Rússia começou a se converter. Para empregar as
palavras de um famoso militante ateu: “Os cristãos são uma peste, mas os
convertidos são os piores”. Espero que esta última parte seja aplicável à Rússia
e que Vladimir Putin seja a primeira fagulha de um ressurgimento da profunda
corrente cristã russa que ardia de zelo evangélico nesse misticismo celeste que
conquistou para Cristo as enormes planícies asiáticas, do Cáucaso à Sibéria.
Putin tem deixado claro que a verdadeira democracia não é apenas uma forma
de governo, mas também uma forma de relacionar-se respeitosamente com as
ideias dos demais. Quando um minoria impõe suas ideias odiosas a outros,
pode-se dizer – sem deixar margem ao erro – que essa conduta é
antidemocrática. O elitismo que ignora a sensibilidade moral da maioria é uma
forma de tirania. Nos proíbem as procissões, os presépios e os crucifixos (que
são extremamente estimados por muitos de nossos povos), e no seu lugar nos
impõem as marchas de orgulhos, os “tetaços” e o ensino do sexo antinatural
nas escolas; todas estas coisas desagradam uma imensa parte do povo, que
não as pediu e muito menos clamou para que fossem aprovadas. E seguindo
esta linha de raciocínio, o povo russo aprova a posição do Presidente Putin e
sua valente defesa dos valores cristãos.