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Qual a relação que existe entre

pecado e doença?
4 anos ago
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by Católico Porque...
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– “Qual a relação que existe entre pecado e doença?”

A doença, considerada em si, é uma consequência natural do desequilíbrio ou


desgaste dos órgãos e humores que constituem o corpo humano. Decorre, pois,
do fato de ser o corpo um composto de elementos sujeitos a sofrer
desajustamento entre si. A possibilidade de adoecer é, assim, inerente ao
conceito mesmo de natureza humana.

A fé, porém, ensina que a doença, como ela hoje ocorre, não é fenômeno
meramente natural.

Deus, ao criar os primeiros pais no estado de inocência, houve por bem


conferir-lhes o privilégio de evitar a doença e a própria morte (dons da
impassibilidade e da imortalidade). Caso perseverassem na amizade com Deus,
não somente teriam sido isentos de qualquer moléstia, mas também haveriam
gerado filhos possuidores da mesma prerrogativa.

Aconteceu, porém, que os primeiros pais pecaram. Em consequência, perderam


o dom da impassibilidade; os achaques físicos ficaram sendo a sorte do gênero
humano. Disto se segue que a doença que hoje acomete o homem, tem caráter
religioso, é efeito de um pecado, de uma revolta contra Deus.

De passagem, pode-se notar que também entre os povos primitivos ainda


existentes (pigmeus, tribos de índios, etc.) está espalhada a crença de que a
doença e a morte entraram no mundo por efeito de uma desobediência dos
homens contra o seu Autor.

Contudo, não se poderia dizer que a moléstia é sempre consequência de


pecado cometido pessoalmente pelo indivíduo doente. Era esta crença errônea
que tornava perplexo o caso de Jó no Antigo Testamento: embora devorado
pela lepra, este justo não tinha consciência de haver gravemente ofendido a
Deus, como julgavam os seus três amigos. Depois de referir os debates entre o
enfermo e seus visitantes, o livro de Jó dá finalmente a ver que Deus pode
permitir a doença mesmo no homem virtuoso, a fim de comprovar a sua fé e
libertá-lo das ilusões que a concupiscência e o mundo inspiram.

Veja também Ainda devemos crer na existência do?

Aliás, depois que Cristo tomou sobre Si as consequências do pecado, as nossas


misérias, inclusive, a doença, adquiriram valor novo, muito positivo: se a
abraçamos em união com Jesus, ou seja, em espírito de expiação pelo pecado,
a moléstia vem a ser nossa cruz salvífica que, à semelhança da cruz de Cristo,
nos prepara para a ressurreição e a vida eterna. Nunca é a título de mero
castigo que Deus envia a doença, mas é sempre com o fim providencial de
santificar os homens, de os ajudar a se emancipar da natureza egoísta numa
adesão mais perfeita ao Sumo Bem.

– “Se morrermos com Ele (Cristo), viveremos com Ele. Se padecermos com Ele,
reinaremos com Ele” (São Paulo, 2Timóteo 2,11-12).

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