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Módulo I
Culpa Falsa
A falsa culpa, em primeiro lugar, é a que resulta dos julgamentos dos ho-
mens e de suas sugestões.
No dia a dia, somos continuamente envolvidos em uma atmosfera doentia
de críticas mútuas, a ponto de nem sempre nos apercebermos disso. Ficamos
aprisionados em um implacável círculo vicioso: toda censura suscita um senti-
mento de culpa.
De fato, uma alma culpada é acometida de vários sintomas: tristeza, ver-
gonha, medo, fuga, raiva, ansiedade, angústia, depressão, autocomiseração, re-
lativização e racionalização da culpa.
Talvez, uma das mais cruéis consequências provenientes da culpa, seja o
medo (fobia). “O medo e a culpa andam juntos. São companheiros insepará-
veis. A culpa traz o medo. Nada pode tornar uma pessoa mais insegura que o
sentimento de culpa. Aonde vai a culpa vai o medo. Pela primeira vez, o homem
estava sentindo culpa e medo. “tive medo”, disse Adão. A cobrança da culpa é
o medo. ”
A falsa culpa está baseada no fato de que a pessoa deve ser punida eter-
namente por algo que ela fez ou até mesmo por aquilo que ela não tenha feito.
Existe um peso emocional muito grande, um fardo duro de carregar e que im-
pede a pessoa de crescer e amadurecer na fé.
A maneira mais comum de receber no coração essa culpa falsa é através dos
relacionamentos interpessoais. Pai, mãe, irmãos, líder, amigos.... Basta uma suges-
tão e essa semente poderosa cai no coração, trazendo a dor desse sentimento. Um
silêncio reprovador, um olhar de desprezo ou zombaria, uma frase pronunciada,
não raro impensadamente, podem construir uma poderosa sugestão.
Podemos exemplificar a citação acima da seguinte maneira: uma filha que
chora a morte do pai e a mãe insinua “não chore por seu pai; ele morreu por-
que você não era boazinha! ”. Essa afirmação cresce no coração da filha e dá a
ideia de que ela é culpada pela morte do pai e que a morte é uma punição pela
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sua provável desobediência. Talvez, certo nervosismo ou um acentuado grau
de pesar dos pais tenha contribuído para sugerir tal ideia; mas, qualquer que
seja a razão, uma vez enraizada na alma, aí permanece, com uma incrível pro-
fundidade e um sentimento de culpa aterrador.
As pessoas que são concebidas fora da aliança do casamento (debaixo do
legado de bastardia) também se sentem culpadas por sua condição. Sentem-se
um peso na vida dos pais, pois creem que têm culpa por atrapalhar a vida dos
seus genitores.
Devemos procurar compreender a origem dos sentimentos de culpa. Esse
sentimento normalmente nasce na alma da criança quando os pais, ou as pes-
soas que tem uma importância significativa na sua vida, trabalham com ela de
maneira ríspida ou as pune com atitudes, com olhares, transmitindo para o
seu coração um sentimento de perda do amor. Pessoas importantes do nosso
passado (pais, parentes, professores) influenciam grandemente na formação do
padrão de nossa consciência. Filhos de pais críticos e exageradamente exigen-
tes podem experimentar um sentimento constante de culpa. Mesmo certos de
que “já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”, e que “Ele
é fiel e justo para nos perdoar os pecados” confessados, eles lutam para se livra-
rem de um sentimento de culpa.
Diante disso, podemos afirmar que a falsa culpa normalmente surge
no coração diante de uma reprovação do homem. De fato, toda culpa sugerida
pelo julgamento dos homens é uma falsa culpa. Além disso, esse sentimento
destrói relacionamentos trazendo rupturas terríveis e difíceis de restaurar.
Somos “bombardeados” pelo dedo do acusador. Ele sabe atacar nossos
pontos fracos, sabe que uma vida envolvida pela culpa pode ser mais facilmente
dominada. Mas Deus nos deu o maravilhoso dom da graça e em Cristo Jesus
somos agradáveis a Ele: “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. Para louvor e gló-
ria da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. Em quem temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua
graça.”. Efésios 1:5-7
a) Medo: Gn 3:10.
b) Sofrimento generalizado: Sl. 32:3-5.
c) Tendência a auto punição.
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Módulo I
d) Afastamento de Deus.
e) Perfeccionismo.
f) Autoimagem negativa.
g) Colocar-se como o “juiz” da sua própria vida, tomando, assim, o
lugar de Deus.
Culpa Verdadeira
A verdadeira culpa dos homens surge em relação às coisas que Deus lhes
reprova no secreto do seu coração. Só eles mesmos podem saber quais são es-
sas coisas. Geralmente, são coisas totalmente diferentes daquelas que os ho-
mens reprovam. A verdadeira culpa é a que resulta no julgamento divino.
À luz da Bíblia, a verdadeira culpa nos aparece como culpa em relação a
Deus, uma ruptura da ordem da dependência do homem em relação a Deus.
Está relacionado ao fato de saber se a conduta foi contrária à vontade de Deus
ou conforme ela. Deus, portanto, tencionava que a culpa levasse o homem ao
reconhecimento do seu pecado, ao arrependimento, e à confissão que restaura
a comunhão com Ele.
Não há nenhum justo (Rm 3.10), todos os homens são culpados, todos
sabem disso e o sentem mais ou menos claramente. A culpa não é uma inven-
ção da Bíblia ou da igreja. Ela é uma presença universal na alma humana.
Davi experimentou a culpa verdadeira. Consequentemente, se arrependeu do
pecado que cometeu com Bate-Seba e foi perdoado pelo Senhor (II Sm 11.1-24; Sl 32).
Livres da Culpa
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