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PRÓPTIA

PERDOAI PARA QUE


DEUS VOS PERDOE
Retalhos do Evangelho
António Martinho Fernandes
26/07/2009

Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos
perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso
Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)
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PERDOAI PARA QUE DEUS VOS PERDOE
Fonte: Evangelho Segundo o0 Espiritismo, X: 1 a 4

Perdoai, para que Deus vos perdoe

1. Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.)

2. Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos
perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial
também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)

3. Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos
atender, tereis ganhado o vosso irmão. - Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: "Senhor, quantas vezes
perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?" - Respondeu-lhe Jesus: “Não vos
digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)

4. A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá
ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma
sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos
golpes que lhe possam desferir.

Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e
caridade.

Ai daquele que diz: nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por Deus. Com
que direito reclamaria ele o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a
misericórdia não deve ter limites, quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta
vezes sete vezes.

Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa,
sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda
quando este último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga,
impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se
estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente:
vede como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não,
não há aí generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se
mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza d’alma granjeará
sempre a simpatia das pessoas imparciais.

PONDERAÇÕES:

O perdoar faz parte da vida espiritual por uma multidão de razões, principalmente porque somos Espíritos
ainda em evolução e progresso e progredindo juntos, pois somos ainda muito imperfeitos, portanto acertamos
uns com outros às vezes e outras vezes não, outros acertam conosco às vezes e outras vezes não.

Se perdoarmos uns aos outros partimos para outra, se segurarmos as ofensas ficamos presos em
pensamentos nessas ofensas e o desenvolvimento cerebral ou espiritual fica condicionado ou ocupado à espera
de ser liberado para avançar em seu progresso, desse modo podemos dizer que perdoar faz bem, pois ficamos
com nosso espírito livre e nos sentimos bem uns com os outros, e em vez de remoermos desamor uns contra os
outros, espontaneamente ajudamos uns aos outros.

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Estudo feito n o Centro Espírita, Joana d’Arc a 07/10/2008.

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Aquele que foi perdoado ama mais aquele que o perdoou e o respeita muito mais emanando de si
agradecimento.

Jesus foi mais além, pois ensinou: ‘Perdoai-vos para que Deus Pai vos perdoe’, parece uma condição de
mandamento exigido como se fosse perdoa ou apanhas, mas não é bem assim, a lei do perdão é semelhante à
lei de Causas e Efeitos, é uma lei instituída por Deus, cuja lei faz parte, faz parte pela razão da nossa condição
espiritual de sermos nós que ganhamos nossos méritos para a nossa ascensão a Deus, porquanto Deus nos
criou ‘simples e ignorantes’ com ‘livre-arbítrio’ para decidirmos nossa vida passo a passo, porém instituicinou leis
que nos direciona a Ele. São degraus ao nosso serviço para nós subirmos mais perto de Deus.

De modo que para nos salvarmos da condição inferior em que nos encontramos e que este mundo de
provas e expiações nos dá testemunho disso, é sermos cuidadoso em nossos esforços para o bem, e no
conviver uns com os outros usando a caridade que está adentro do evangelho de perdoarmos uns aos outros,
nisso está nossa salvação, pois ‘fora da caridade não há salvação”, no evangelho de amarmos uns aos outros
automaticamente fica imbuída a lei de perdoarmos uns aos outros, porquanto no perdão há o amor.

No perdão de uns aos outros, é preciso que não haja abuso, pois se pode pensar: ah, tudo bem, não tem
problema eu lhe peço desculpa e ele me perdoa.

A coisa não é bem assim, Jesus disse que devemos perdoar sempre, não ‘sete vezes, mas setenta vezes
sete’, no entanto Jesus também sugere que aprendamos com o perdão que é um ato de misericórdia, porquanto
Jesus disse:

“Um homem tinha uma dívida muito grande e o Senhor a quem ele devia, lhe perdoou, mas em seguida o
homem que teria sido perdoado, tinha uma pessoa que lhe devia algo, essa pessoa pediu misericórdia porque
não podia pagar apesar disso ele exigiu judiciosamente, e como a pessoa não podia pagar ele colocou-o na
prisão”. (Mateus, XVIII: 23-35).

Devemos tirar lição disso; que é ficar agradecido a quem nos perdoa e agirmos do mesmo modo, isto é,
perdoarmos uns aos outros na compreensão de que estamos super endividados perante Deus nosso Pai, cujo
amontoado de divida recai nos séculos e séculos passados, porquanto somos de ontem e mal o sabemos devido
ao esquecimento que Deus na Sua Bondade nos graciou para que tenhamos um recomeço livre de empecilhos
do passado. Cada caso é um caso, mas basicamente é isso, seja visto como lógica ou visto pelo uso da razão.

Psicologicamente, também devemos nos perdoar a nós mesmos, pois o peso de culpa gera depressão ou
ansiedade, e uma das formas eficazes que um bom psiquiatra deve usar, é convencer o doente que sua culpa,
não é tanto assim, tanto que toda a gente erra. A pior ansiedade de curar ou ser perdoada pela própria pessoa, é
a religiosa em que a pessoa pensa ter ofendido Deus ou pecado contra Deus.

Se uma pessoa está caída em culpa de algo, deve fazer esforço para se levantar e pedir ajuda a Deus
para ter forças para assim o fazer. Às vezes a ofensa é contra a nossa própria consciência e não contra Deus,
pois ninguém tem condição de ofender um ser superior muito menos Deus embora o que a pessoa possa
ofender são as leis de Deus.

Devemos deduzir que muitas vezes o homem ofende as leis de Deus e pensa que ofendeu Deus e sofre o
senso de culpa por muito tempo sem encontrar solução, pois se sente condenado.

Inexplicavelmente para ele as próprias leis de Causa e Efeito são acionadas e ajustam o homem que
assustadamente levanta seus olhos ao alto inconscientemente pedindo socorro que não lhe é negado.

Daí, também se pode deduzir que o sofrimento não é eterno, pois se vê a intervenção da Bondade e
Misericórdia de Deus nas leis que Ele anteviu e providenciou para nosso equilíbrio espiritual e reparação de
nossas quedas, será que não dá para ver isso, ou seja a atuação de Deus constante em nossas vidas?

Se ofendermos alguém é importante pedir desculpa imediatamente ou quando oportuno antes que a casca
engrosse, porquanto passado tempo fica mais difícil, até porque o orgulho não deixa facilmente uma pessoa

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pedir desculpa, e acontece também que a pessoa ofendida seja orgulhosa e por orgulho não perdoa, e se
perdoar é com condições disto ou daquilo.

Há duzentos anos os homens eram orgulhosos de meter medo, por qualquer besteira se sentiam ofendidos
e por tudo e por nada se desafiavam a um duelo de armas jurídicas especiais de uma só bala; ou então se
desafiavam de luta de espadachim, pois que também em caso preventivo os ‘Gentlemen’ recebiam aulas de
esgrima e desse modo se orgulhavam nisso, e lhes dava certa segurança no seu orgulho, e quando desafiavam
alguém diziam que era para defender sua honra, não era bem como hoje em dia se diz: ‘deixa p’ra lá’.

Hoje em dia sabemos que ser cristão não é o defender a honra, mas saber perdoar, ter capacidade de
fazer pazes uns com os outros e até mesmo se humilhar se for preciso, mas se pergunta: O que eu ganho com
isso? Pois bem, se ganha paz com uma consciência tranqüila e se dorme melhor em vez de vir à mente na
calada da noite preocupações indevida etc.

Em resume perdoar ou ser perdoado faz bem, até porque Jesus ensinou uma condição de equilíbrio
espiritual na oração de o ‘Pai Nosso’, que é: Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos
tem ofendido’. 2

Nós consideramos o pedir desculpa como parte de nossa cultura e ensinamos às crianças a pedir desculpa
ou perdão, mas até a criança encontra dificuldade em dizer ‘desculpa’ ou ‘desculpe’, quando se ensina a dizer
‘obrigado’, isso as crianças não têm dificuldade de dizer, agora ‘desculpe’ aí fica difícil.

Vejamos no Livro dos Espíritos, questão, 918 (Caracteres do homem de bem):

Caracteres do homem de bem


918. Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe
elevará o Espírito na hierarquia espírita?

“O espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei
de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”

Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza.
Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez
o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que
desejara que lhe fizessem.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer
retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.

É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem
distinção de raças, nem de crenças.

Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como UM DEPÓSITO, de que lhe
cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que Deus, que lhas deu, também lhas pode retirar.

Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência,
porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para esmagá-los
com seu orgulho.

É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e
se lembra destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.

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Mateus, VI: 9-13.

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Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois não
ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será.

“Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como
quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados”.

*****

Notemos estas palavras de luz: ‘Não é vingativo. A exemplo de Jesus perdoa as ofensas, para só se
lembrar dos benefícios, pois não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será’.

Ser cristão é coisa séria, pois com o conhecimento de que a vida continua, faz a diferença de o ‘viver de
qualquer jeito’, pois há a responsabilidade do nosso futuro espiritual e da nossa felicidade futura com Jesus
nosso Mestre e Deus Nosso Pai!

Responde-nos então os Espíritos nesta questão, que: ”O Espírito prova sua elevação, quando todos os
atos de sua vida corporal apresentam a prática da lei de Deus e quando compreende, antecipadamente, a vida
espiritual”.

Então temos que o grau espiritual da pessoa é revelado não por sua posição social ou religiosa, mas por
praticar a lei de Deus, e por compreender a vida espiritual.

O Espiritismo veio para isso, para nos ajudar a compreender a vida espiritual e nos revelar a existência do
mundo invisível em que todos vão, na continuação da vida eterna do Espírito e quanto ao perdão ‘sabe que lhe
será perdoado conforme ele próprio houver perdoado’.

*****

Como apoio ao estudo, vejamos no Livro dos Espíritos, Parte quatro - capitulo, II, na Conclusão, VIII:

“Perguntam algumas pessoas: Ensinam os Espíritos qualquer moral nova, qualquer coisa superior ao que
disse o Cristo? Se a moral deles não é senão a do Evangelho, de que serve o Espiritismo? Este raciocínio se
assemelha notavelmente ao do califa Omar, com relação à biblioteca de Alexandria:” Se ela não contém, dizia
ele, mais do que o que está no Alcorão, é inútil. Logo deve ser queimada. Se contém coisa diversa, é nociva.
“Logo, também deve ser queimada.”

Não, o Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus. Mas, perguntamos, por nossa vez: Antes que
viesse o Cristo, não tinha os homens a lei dada por Deus a Moisés?

A doutrina do Cristo não se acha contida no Decálogo? Dir-se-á, por isso, que a moral de Jesus era inútil?
Perguntaremos, ainda, aos que negam utilidade à moral espírita: Por que tão pouco praticada é a do Cristo? E
por que, exatamente os que com justiça lhe proclamam a sublimidade, são os primeiros a violar-lhe o preceito
capital: o da caridade universal? Os Espíritos vêm não só confirmá-la, mas também mostrar-nos a sua utilidade
prática. Tornam inteligíveis e patentes verdades que haviam sido ensinadas sob a forma alegórica. E, justamente
com a moral, trazem-nos a definição dos mais abstratos problemas da psicologia.

Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado para fazer
lembrada Sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem
novamente aos homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam, para tudo sacrificar ao orgulho e à
cobiça? Quem ousaria pôr limites ao poder de Deus e traçar-Lhe normas? Quem nos diz que, como o afirmam os
Espíritos, não estão chegando os tempos preditos e que não chegamos aos em que verdades mal
compreendidas, ou falsamente interpretadas, devam ser ostensivamente reveladas ao gênero humano, para lhe
apressar o adiantamento? Não haverá alguma coisa de providencial nessas manifestações que se produzem
simultaneamente em todos os pontos do globo?

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Não é um único homem, um profeta quem nos vem advertir. A luz surge por toda parte. É todo um mundo
novo que se desdobra às nossas vistas. Assim como a invenção do microscópio nos revelou o mundo dos
infinitamente pequenos, de que não suspeitávamos; assim como o telescópio nos revelou milhões de mundos de
cuja existência também não se suspeitava, as comunicações espíritas nos revelam o mundo invisível que nos
cerca, nos acotovela constantemente e que, à nossa revelia, toma parte em tudo o que fazemos.

Decorrido que seja mais algum tempo, a existência desse mundo, que nos espera, se tornará tão
incontestável como a do mundo microscópico e dos globos disseminados pelo espaço. Nada, então, valerá o nos
terem feito conhecer um mundo todo; o nos haverem iniciado nos mistérios da vida de além-túmulo? É exato que
essas descobertas, se lhes pode dar este nome, contrariam algumas tanto certas idéias aceitas. Mas, não é real
que todas as grandes descobertas científicas hão igualmente modificado, subvertido até, as mais correntes
idéias? E o nosso amor-próprio não teve que se curvar diante da evidência? O mesmo acontecerá com relação
ao Espiritismo, que, em breve, gozará do direito de cidade entre os conhecimentos humanos.

As comunicações com os seres de além-túmulo deram em resultado fazer-nos compreender a vida futura,
fazer-nos vê-la, iniciar-nos no conhecimento das penas e gozos que nos estão reservados, de acordo com os
nossos méritos e, desse modo, encaminhar para o espiritualismo os que no homem somente viam a matéria, a
máquina organizada. Razão, portanto, tivemos para dizer que o Espiritismo, com os fatos, matou o materialismo.
Fosse este único resultado por ele produzido e já muita gratidão lhe deveria a ordem social. ele, porém, faz mais:
mostra os inevitáveis efeitos do mal e, conseguintemente, a necessidade do bem. Muito maior do que se pensa
é, e cresce todos os dias, o número daqueles em que ele há melhorado os sentimentos, neutralizado as más
tendências e desviado do mal. É que para esses o futuro deixou de ser coisa imprecisa, simples esperança, por
se haver tornado uma verdade que se compreende e explica, quando se vêem e ouvem os que partiram
lamentar-se ou felicitar-se pelo que fizeram na Terra. “Quem disso é testemunha entra a refletir e sente a
necessidade de a si mesmo se conhecer, julgar e emendar”.

*****

As pessoas perguntam se o Espiritismo traz ‘uma nova moral além de o que disse o Cristo’, logicamente
todo o espírita já sabe que o Espiritismo tem como moral, a moral de Jesus como a mais superior e diz: “a moral
Espírita é a de Jesus” (Evangelho Segundo o Espiritismo, capitulo XV. - ) Livro dos Espíritos, questão, 625)

O Espiritismo repetidamente nos lembra de a existência de um Mundo Moral, que nos aguarda, e em suas
comunicações falam nas penas e gozos que nos aguardam, conforme os nossos méritos, disso devemos ficar
agradecidos aos Espíritos por nos alertar e ajudar, pois se isso é verdade, para quê nos deixarmos cair em
ensinos ilógicos cujos nós mesmos nos apercebemos de não ser a verdade.

Acreditemos que Deus espera que seus filhos amadureçam e se deixem de acreditar em superstições
antiquadas e fora de realidade, por essa mesma razão Deus permitiu aos Espíritos que viessem desvendar as
realidades espirituais e levantar os véus que nos tapavam os olhos.

O Espiritismo não sabe tudo, mas do mesmo jeito que o cego do evangelho disse: “eu sei que uma vez eu
era cego, mas agora vejo”, os Espíritos vêm nos revelar o Além dizendo: ‘uma vez eu não sabia da existência do
Mundo do Além, mas agora eu sei’, e desse conhecimento à sua maneira os Espíritos desejam que nós também
o conheçamos para o bem de nosso futuro, porquanto o futuro é real.

O espírita não é um cristão refugiado na doutrina Espírita, por ser ela a mais branda, a mais suave, a mais
tolerante, a menos exigente não, pode até dar essa impressão, mas não é, não é não, porque em vez de nos
oferecer um Céu fácil de adquirir a Doutrina constantemente diz: ‘esforça-te’, o futuro é conforme nossos méritos,
é o mesmo que Jesus dizia: “A cada um segundo suas obras”, o espírita segue o conselho de Jesus: “Procura e
acharás”, procurar é pesquisar, procurar é estudar, estudar para compreender, procurar é ir além dos limites
comuns, é se expandir, é progredir, é entrar na realidade da vida tanto material como espiritual.

E, se Jesus disse: “Perdoai-vos uns aos outros, o Espiritismo não poderia dizer outra coisa, não obstante
explica que o perdão é para nosso próprio bem, apreciando-se que todas as causas trazem um efeito, e o

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perdoar traz um efeito exclusivamente bom, e o vivermos no bem é nossa meta preferivelmente escolhida como
meta final, porquanto todos queremos estar perto de Deus, seja nesta vida ou na vida futura”.Deus seja conosco!

O perdoar faz parte da vida espiritual por uma


multidão de razões, principalmente porque somos
Espíritos ainda em evolução e progresso,
E progredindo juntos, pois somos ainda muito
imperfeitos,
Portanto acertamos uns com outros às vezes e
outras vezes não,
Outros acertam conosco às vezes e outras vezes
não.
Se perdoarmos uns aos outros partimos para outra,
Se segurarmos as ofensas, ficamos presos em
pensamentos nessas ofensas,
E o desenvolvimento cerebral ou espiritual fica
condicionado ou ocupado,
À espera de ser liberado para avançar em seu
progresso,
Desse modo podemos dizer que perdoar faz bem,
Pois ficamos com nosso espírito livre e nos sentimos
bem uns com os outros, e em vez de remoermos
desamor uns contra os outros,
Espontaneamente ajudamos uns aos outros.3

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Marcos, 9: 50.

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Aquele que foi perdoado ama mais aquele que o
perdoou e o respeita muito mais emanando de si
agradecimento.

Extrato do estudo ‘Perdoai para que Deus vos perdoe’, dado por Martinho no Centro
Espírita Joana d’Arc,
Situado à Rua Capitão Salustiano, RJ. a 07/10/2008.

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